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I UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” IDADE AVANÇADA: MITOS E VERDADES DIVA VASCONCELOS FRAGA ORIENTADOR: PROF. Ms. MARCO ANTONIO LAROSA RIO DE JANEIRO JANEIRO/2002 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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I

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

IDADE AVANÇADA: MITOS E VERDADES

DIVA VASCONCELOS FRAGA

ORIENTADOR: PROF. Ms. MARCO ANTONIO LAROSA

RIO DE JANEIRO JANEIRO/2002

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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II

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

Apresentação de monografia ao Conjunto UniversitárioCandido Mendes como condição prévia para aconclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”em Arteterapia em Educação e Saúde.

RIO DE JANEIRO JANEIRO/2002

IDADE AVANÇADA: MITOS E VERDADES

DIVA VASCONCELOS FRAGA

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III

Dedico este estudo primeiramente

a Deus, a memória dos meus pais e a minha

filha Laís.

DEDICATÓRIA

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IV

METODOLOGIA

Qualquer arteterapeuta que queira trabalhar com pessoas idosas

precisa conhecer sua clientela, portanto precisa obter informações específicas

a respeito do potencial e limitações dessas pessoas.

Tem surgido em vários bairros do Rio de Janeiro, grupos de arte

para terceira idade. Os líderes nem sempre estão preparados para lidar com

estas pessoas. Muitas carregam uma visão desatualizada e preconceituosa do

idoso.

Percebe-se que sabendo mais sobre as questões biológicas, sociais

e emocionais da velhice, é possível adotar-se estratégias mais eficientes nos

grupos de ajuda.

Numa tentativa de alertar a todos que trabalham com este público é

que este trabalho foi realizado. Acreditamos que estas questões precisam ser

melhor compreendidas e divulgadas.

Os procedimentos metodológicos adotados na presente monografia

incluem pesquisa de campo, observação do objeto de estudo e pesquisa

bibliográfica.

A pesquisa de campo ocorreu através de conversas informais com

idosos carentes internados no abrigo Semel, na Estrada do Quintungo,

Cordovil, na cidade do Rio de Janeiro, ao longo de quatro visitas a esta

instituição.

Outro recurso que nos valemos, foram os depoimentos espontâneos

de idosos de classe média e classe média baixa, que se reúnem

quinzenalmente na Igreja Luterana da Penha e de Duque de Caxias.

Participamos ao todo, de dez encontros com duas horas de duração.

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V

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I

Envelhecimento humano 07

CAPÍTULO II

Arte para a terceira idade 18

CAPÍTULO III

Instituições geriátricas e asilos 22

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 30 ÍNDICE 31 ANEXOS 32 FOLHA DE AVALIAÇÃO 33

SUMÁRIO

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VI

A velhice está ligada ao processo biológico, porém é também uma criação

social e cultural podendo encobrir significados diversos.

Ao compararmos a representação social do idoso em diversos países

verificam-se significativas diferenças, o mesmo ocorre em grupos urbanos ou rurais.

A nossa sociedade freqüentemente atribui ao idoso as características

relacionadas com a perda da capacidade física e mental, falta de confiança em si mesmo

conformismo, sentimento de solidão, isolamento e depressão, mas acreditamos que é

possível não aceitar estes “rótulos” procurando sempre significar a idade avançada nos

vários contextos socioculturais.

Sem pessoas especializadas, instalações adequadas e programas

motivadores, o desejo de assistir bem aos idosos não se transformará numa ação

sistematizada e eficaz.

O atendimento do idoso é complexo, variado e dispendioso, mas medidas

urgentes são necessárias, dado o aumento expressivo dos índices de crescimento dessa

população, que bem assistida pode contribuir no desenvolvimento e progresso dos seus

países e na construção de um mundo melhor e mais justo.

Envelhecer exige do próprio idoso uma disposição constante para adquirir

novos conhecimentos e novos valores, para não restringir as dimensões de seu universo

e do significado de sua existência.

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I

ENVELHECIMENTO HUMANO

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VIII

PROCESSO DE ENVELHECIMENTO HUMANO

Pesquisas têm comprovado que a velhice é uma experiência

subjetiva e social, intensa e variada, podendo ser uma longa derrota ou uma

permanente vitória. Há limitações físicas naturais, mas à essas são acrescidas,

os preconceitos e os estereótipos.

1.1. A VELHICE ENQUANTO REALIDADE BIOLÓGICA

Uma das marcas mais óbvias do envelhecer são as transformações

porque passam as características físicas do indivíduo. Essas transformações

são marcadas pelo processo de deteriorização que caracteriza a fase

catobólica. Os processos involucionais típicos do envelhecimento afetam as

estruturas físicas e mentais dos seres humanos. Entretanto esta deterioração

ocorre mais rapidamente em certos indivíduos do que em outros.

Alguns aspectos mais visíveis do processo do envelhecimento são

as rugas, os cabelos brancos, a redução da força física e a falta de firmeza nos

membros inferiores e nas mãos.

O enrugamento da pele, principalmente das mãos e do rosto, torna a

aparência física menos atraente, sendo um processo doloroso para qualquer

ser humano. Essas mudanças na pele tornam a pessoa idosa mais sensível às

mudanças de temperatura, as funções sensoriais são também bastante

afetadas. A capacidade de ouvir torna-se limitada e o declínio da visão é

evidente.

Há também consideráveis mudanças nos sentidos do olfato e do

paladar. Na velhice a voz humana, torna-se mais fina e a sua amplitude se

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reduz consideravelmente. Conseqüentemente a pessoa idosa fala mais

lentamente e com maiores pausas. O esqueleto sofre grandes modificações.

As mudanças químicas que passam os ossos dos idosos, torna-os menos

densos e mais sujeitos a fraturas. Os movimentos das articulações tornam-se

difíceis, por isso é muito comum o idoso se queixar de dores nas “juntas”,

principalmente nos joelhos. Isto ocorre com os idosos menos ativos.

As condições físicas do envelhecimento do indivíduo dependem da

interação de vários fatores: incluem-se aí suas condições psicológicas, seu

estilo de vida, sua constituição genética e do meio em que vive.

1.1.1. As diferentes idades do homem

A idade do homem é um fenômeno fisiológico, psicológico e social.

O ser humano tem três idades: a idade cronológica, que é aquela determinada

pelo número de anos que o indivíduo viveu. A idade biológica que é

determinada pelo estado geral do corpo e pela sua capacidade de manter-se

saudável ou não. A idade psicológica é avaliada pela maneira de pensar e agir

do indivíduo.

É de grande importância para quem entra na 3a idade evitar a visão

estreita e fatalista, que o leva a sentir e agir de acordo com a idade

cronológica. Mais importante do que a idade cronológica é a idade biológica e

psicológica. Muitas pessoas têm idade biológica diferente de idade cronológica,

devido a fatores genéticos e ambientais.

A velhice é um processo irreversível, mas os gerontólogos tentam

pelo menos retardá-lo. Com o progresso da medicina o potencial de vida

humana deverá ser bastante ampliado nas próximas décadas.

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O retardamento da velhice depende principalmente de medidas

preventivas, que a medicina já emprega, mas principalmente da mudança do

estilo de vida em que a alimentação saudável e os exercícios físicos bem

orientados têm papel relevante. Além disso, é necessário, que a sociedade e

principalmente os idosos compreendam que em qualquer idade é possível

aprender algo novo e ampliar os horizontes através da reintegração social.

As famílias, os grupos terapêuticos, recreativos e culturais, são de

grande importância neste processo de inclusão social.

Ficar parado no tempo, limitar-se, ou aceitar os preconceitos sociais

podem resultar no envelhecimento prematuro. Uma pessoa saudável física e

emocionalmente, mesmo em idade avançada conserva muitas de suas

habilidades e pode também ter forças para desenvolver novas aptidões, ou

adquirir maior sabedoria sobre a vida.

1.2. A VELHICE COMO REALIDADE SOCIOLÓGICA

Estudos profundos e medidas urgentes devem ser tomadas por

todos os países para enfrentar as sérias conseqüências do desequilíbrio

demográfico, causando pelo aumento da população e pela redução da

mortalidade, ao mesmo tempo em que devem procurar soluções para melhorar

a vida da população idosa atual.

Não se pode negar que houve avanços consideráveis na geriatria,

um dos ramos da medicina que se dedica a assistir aos idosos e da

gerontologia, ciência que estuda a velhice.

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A geriatria não só luta contra a morte, mas tem procurado manter a

qualidade de vida, compartilhando informações com os outros profissionais da

saúde. Por outro lado, os gerontólogos visam assistência integral ao

atendimento do idoso em geral, é feito de forma esporádica e circunstancial,

havendo descaso das autoridades responsáveis, há desconhecimento do que

significa o envelhecimento populacional em termos sociais e econômicos.

A gerontologia, a geriatria, a antropologia e a sócio economia, estão

de acordo de que a velhice além de ser atualmente um problema individual,

será em um futuro bem próximo, um sério problema econômico social.

Tendo em vista que a população mundial está envelhecendo, ao

mesmo tempo, em que se tem aumentado o controle da natalidade, a

possibilidade de falência de muitos sistemas previdenciários, não só no Brasil,

como no mundo pode tornar essa realidade bem próxima e de extrema

gravidade.

O idoso representa um fenômeno do qual o ser humano procura

fugir, prefere ignorar, porque lembra sua própria fragilidade, sua finitude.

Experiências individuais de desrespeito, negligência ou abandono,

são vivenciadas por idosos de diferentes sociedades. A própria mídia é

ambígua e confusa na forma como apresenta o idoso na TV, rádio e outros

meios de comunicação.

Sabemos que nossa sociedade penaliza os idosos com a falta de

recursos comunitários e institucionais, para atendê-los em suas necessidades

básicas de saúde. Por outro lado, as famílias brasileiras das classes menos

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favorecidas e até mesmo da classe média, enfrentam sérios problemas de

moradia, de emprego, tendo dificuldade em sustentá-los e incorporá-los a uma

dinâmica familiar, já tumultuada, principalmente nos grandes centros urbanos.

1.2.1. A problemática da terceira idade

È indiscutível que a terceira idade, sendo um processo biológico do

envelhecimento, apresenta características problemáticas.

O envelhecimento está ligado a um processo vital que em certa

etapa começa a apresentar aspectos de declínio, devido a fatores genéticos

intrínsecos. No aspecto psíquico os fatores ambientais extrínsecos são também

de forte incidência.

Uma das características dos tempos atuais é que a expectativa de

vida aumentou, numa proporção muito maior de que toda a história da

humanidade. Esta expansão quantitativa da população idosa paradoxalmente

ocasionou queda de qualidade de vida dessas pessoas e corremos o risco de

que essa deterioração se torna cada vez maior. Os fenômenos que incidem de

maneira incontestavelmente problemáticas, são as mudanças sociais bruscas,

havendo grande alteração na estrutura familiar e comunitária. A urbanização

desordenada tem aumentado a violência e o trânsito. As ruas das cidades

grandes tornaram-se perigosas para as pessoas da 3a idade. Além disso, a

informatização da sociedade, a cultura de consumo e os valores da juventude

como beleza, energia e ativismo predominam inibindo o indivíduo idoso.

A falta de uma reflexão ampla da sociedade sobre esses assuntos

acaba perpetuando o estereótipo do velho improdutivo decadente e ranzinza,

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afastando a possibilidade de melhores condições sociais que possibilitariam

assegurar a integração do idoso, evitando seu processo de marginalização.

1.2.2. Características gerais da velhice

Ao se falar das características gerais da velhice devemos levar em

consideração que embora possamos encontrar características comuns, não

podemos cometer o erro de pensar que essas características comuns, ocorrem

ao mesmo tempo e da mesma forma em todas as pessoas.

É muito diferente a pessoa idosa que vive na zona rural, integrada a

sua família cumprindo um papel definido, da pessoa que vive sozinha na

cidade, que pode ser-lhe hostil e na qual possa se sentir insegura e isolada.

É diferente a pessoa que trabalha, que se sente útil, e que sabe

empregar e usufruir seu tempo livre, daquela pessoa que se sente inútil por não

poder dar mais sua contribuição à sociedade, diferente também, é o idoso que

dedica todo seu tempo livre, as lembranças do passado, no qual se refugia.

É diferente a velhice de quem tem saúde, daquele que sente a perda

real das forças, provenientes das doenças graves. Assim como é diferente a

velhice de quem tem recursos econômicos, daquele que sente a ameaça

contínua da possibilidade de não conseguir suprir suas necessidades básicas.

Apesar dessas inevitáveis diferenças individuais, encontramos

alguns fatores, que são peculiares da idade avançada.

A idade traz consigo, em geral, problemas biológicos, fisiológicos, e

suas implicações: ocorre alteração do sono; a memória apresenta falha, há

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perda da elasticidade da pele, alterações da expressão mímica, mudanças na

sexualidade. As conseqüentes se fazem sentir, sobre o conjunto da

personalidade, e traços negativos podem acentuar-se, tornando o idoso mais

exigente, e podendo apresentar certas formas de regressões, como

acumulação de objetos, egocentrismo e avareza.

O “bom envelhecimento” está ligado à atitude de redescobrir-se

constantemente combatendo a regressão e o egocentrismo, para que isto

ocorra, vai ser de grande importância o amor dos familiares e a diminuição da

rejeição social. O que diferenciaria os idosos seria a capacidade de manter

uma vida de relação, isto em manter os laços afetivos com a família e com o

seu meio social.

1.2.3. Ajustamento psicossocial do idoso

A vida é um contínuo processo de ajustamento, em que o

aprendizado desempenha importante papel. Desta forma, na velhice, o ser

humano ainda tem que alcançar, significantes formas de ajustamento pessoal,

e realizar diferentes formas de aprendizado.

Na velhice muitas vezes o ser humano prefere adotar uma estratégia

defensiva, se esforçando muito mais no sentido de conservar o que conquistou,

ao invés de tentar novas conquistas. No entanto certas mudanças se fazem

necessárias, porque mesmo nesta faixa etária o ser humano precisa alcançar

significantes formas de ajustamento, para conseguir realizar novas formas de

aprendizagem:

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a) Precisa ajustar-se a perda gradual do rigor físico

Os pontos mais vulneráveis do processo de envelhecimento são o

sistema cardio vascular e as articulações. Um grande número de pessoas

idosas que sofrem transtornos cardíacos ou outros quadros clínicos

relacionados com a circulação sanguínea, que podem levá-los a morte

instantânea ou a invalidez. Desta forma a pessoa idosa precisa se ajustar as

próprias limitações.

b) Ajustamento à morte do cônjuge

A morte do cônjuge representa um problema muito sério para a

pessoa idosa, pois significa, na maioria das vezes uma mudança em muitas

áreas da via. O processo de envelhecimento tende a limitar os interesses e

os contatos sociais do indivíduo. Quando a pessoa idosa perde por razão de

morte a presença do cônjuge ela encontra dificuldade para elaborar a perda,

e conseguir iniciar e manter outros tipos de relacionamento. Surge então os

problemas de solidão. O aprendizado social dos grupos recreativos e

terapêuticos é de grande ajuda para a reintegração social destas pessoas.

c) Ajustamento do idoso quanto ao comportamento sexual

No processo de envelhecimento, o ser humano muda consideravelmente

seus padrões de comportamento sexual. Ao contrário, porém do que popularmente se

acredita, a redução da atividade sexual do idoso não se deve exclusivamente a fatores

de ordem biológica. Muitos desistem de suas sensações eróticas por pressões

psíquicas e sociais. Nas pesquisas brasileiras de gerontólogos foi comprovado que a

grande maioria

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dos idosos sentem necessidade de relacionar-se sexualmente. O fundamental é a

atitude psíquica frente as mudanças fisiológicas e aos preconceitos sociais.

As mulheres idosas quando são viúvas, solteiras ou divorciadas tem

dificuldade de encontrar parceiros e acabam vivendo essa idade como uma

fase assexuada, não aproveitando nem suas fantasias, por sentirem-se

ridículas ou transgressoras de princípios morais. Interfere neste quadro a

diminuição da auto-estima, devido ao sentimento de perda dos atrativos

sexuais, da beleza e da vitalidade

d) Ajustamento à aposentadoria

A aposentadoria é um fato social relativamente novo na história da

experiência humana. Até relativamente pouco tempo não se pensava na idéia de

aposentar-se porque a média de vida era bem menor, e a natureza e condições do

próprio trabalho humano não faziam previsões para aposentadoria.

Hoje, entretanto, a aposentadoria é parte integrante da experiência

de grande número de seres humanos.

A aposentadoria, entretanto, pode provocar na vida do idoso uma

ruptura com o passado, levando-o a ter de adaptar-se a um novo “status” ,

que lhe traz certas vantagens, como mais tempo disponível, mas também

desvantagens, como diminuição da renda, afastamento dos amigos e

sensação de sentir-se renegado a segundo plano.

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XVII

O idoso vai precisar adquirir novos conhecimentos e aprender

conteúdos da atualidade para compreender melhor o mundo

contemporâneo, que pode ser usado na sua vida prática e também

habilidades que possa desenvolver profissionalmente.

Há vários tipos de atendimento educacional que podem ser

utilizados pelo idoso. Na década de 60, a 1ª geração da Universidade Aberta

da 3ª Idade, seguia um modelo voltado para o lazer cultural e estímulos as

relações pessoais. Nos anos 70, foi incentivado uma participação mais ativa

dos idosos e o desenvolvimento de suas capacidades, a fim de prepará-los

para uma maior integração na sociedade. A partir dos anos 80, tais

programas mais especializados absorvem grupos profissionais que iam se

aposentar e pessoas que desejem cursos em outras áreas.

O importante é que as Universidades Aberta da 3ª Idade tenham

uma filosofia de ação bem determinada, não devendo ser meros recursos de

lazer e divertimento. O ideal seria que o percurso universitário propiciasse o

acompanhamento dos progressos realizados. Na PUC Rio, o Projeto

Novidade tem um currículo com 32 créditos a serem cursados de maneira

flexível no mínimo por 3 períodos. Está estruturado em torno de 2 eixos: o

primeiro integrado ao curso de gerontologia social e o outro dito

complementar, onde este grupo de idosos estaria participando de atividades

de pesquisa e de ações universitárias, conforme o interesse do aluno.

Finalmente podemos afirmar que não há um “modo certo de viver a

velhice”. Envelhecer bem é se organizar continuamente, não permitindo o

encolhimento do seu mundo, mantendo uma vida ativa, substituindo por novos

projetos e novos relacionamentos o que a idade lhe tenha tirado.

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CAPÍTULO II

ARTE PARA A TERCEIRA IDADE

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XIX

GRUPO DE ARTE PARA A TERCEIRA IDADE

2.1. ENCONTRO DE IDOSOS NO SALÃO DE FESTAS DA

IGREJA LUTERANA DE CAXIAS

Acreditamos que as crises da idade avançada são claramente

entendidas, quando expressas com trabalhos de arte. Além disso, a

possibilidade de auto-expressão através de diversas técnicas favorece a

integração do grupo. Ao reviver os eventos de uma vida através da arte, estes

ganham alguma distância psíquica. Assim o indivíduo proporciona a si mesmo

a oportunidade de renunciar a culpa e parar de se ressentir com pessoas que

de algum modo falharam com elas, ganham senso de valor pessoal e orgulho

por ter resistido a tantas dificuldades e ter sido capaz de superar tantas crises.

Em 10 ocasiões, participamos do encontro de idosos da Igreja

Luterana em Duque de Caxias, estes encontros ocorrem a cada quinze dias,

neles os participantes comemoram aniversários, participam do chá da tarde,

cantam canções e declamam poesias.

Procuramos durante nossa participação nos encontros, introduzir o

uso de pinturas, colagens e desenhos. Pretendíamos compreender melhor a

dinâmica desses idosos e suas queixas constantes de doenças diversas e

problemas familiares.

A introdução do material de arte foi bem recebida pelo grupo

formado por 12 pessoas. A receptividade foi ainda maior quando deixamos

claro que não deveria haver preocupação com o fazer artístico, nem com a

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estética. As colagens formando murais foi o trabalho que empolgou todos os

participantes. Os desenhos de família e a confecção de máscaras, para a

representação, mobilizaram e possibilitaram grandes descobertas pessoais.

Fizemos em certa ocasião em cartolina um desenho conjunto do

mundo ideal, os desenhos foram feitos por quatro grupos formados por três

pessoas, durante a confecção deste trabalho, os idosos puderam refletir sobre

as alegrias e dificuldades de ter chegado uma idade avançada.

Transcrevemos aqui, três relatos de idosos colhidos nesta ocasião:

Discurso 1

Vivi muito bem com o meu marido, que tinha um comércio aqui em

Caxias, criamos quatro filhas, tenho casa própria e não dependo de

ninguém. Meu neto veio morar comigo com oito anos, agora tem vinte só

me preocupo com ele. O meu neto não quer estudar, só vive em casa, não

tem amigos e nem trabalha. Não sei mais o que fazer. Vivo doente de

preocupação, mas minha filha (mãe do neto), diz que eu sou culpada,

porque o mimei muito. Tenho pressão alta e tomo remédio para dormir.

Gosto destes encontros porque consigo me distrair um pouco. (Sexo

feminino, 70 anos, pensionista, viúva).

Discurso 2

Moro sozinha, e me sinto muito solitária, mas não quero morar com

minhas irmãs, ganho pouco, mas tenho a minha casa. Estou me sentindo

muito isolada, por isso aceitei o convite para estas reuniões. Estou gostando

muito e pretendo começar a passear mais.

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Fiquei muito parada, e por isto estou gorda e com dor nos joelhos,

mas com este grupo animado, acredito que vou melhorar. (Sexo feminino, 65

anos, aposentada).

Discurso 3

Sou divorciada há 20 anos, morava sozinha e minha casa sempre foi

bem arrumada. Há 2 anos, minha filha largou o marido e veio morar comigo

com 2 netos.

Minha casa foi invadida, não sei mais onde estão minhas coisas,

piorou ainda mais agora que me aposentei. Estou com pressão ata e com

muitas dores nos joelhos.

Tenho participado das reuniões aqui e posso desabafar um pouco e

fazer amigos. (Divorciada, 68 anos, aposentada, sexo feminino).

Muitos destes relatos mostram a problemática da mulher idosa de

classe média baixa e pobre, que assumem uma responsabilidade excessiva

com filhos adultos e netos.

Os avôs têm um papel social importante na educação dos netos e na

estruturação da família. Mas para eles, isto pode ser uma sobrecarga

excessiva, que dificulta viver esta etapa da vida de maneira mais leve e

prazerosa.

Acreditamos que os grupos de arte podem apontar novas

possibilidades de prazer, de auto-expressão e integração social, que poderá

alavancar novas atitudes para que estas pessoas se coloquem de maneira

mais assertiva em seus grupos familiares.

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CAPÍTULO III

INSTITUIÇÕES GERIÁTRICAS E ASILOS

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XXIII

INSTITUIÇÕES PARA IDOSOS

Acreditamos que o ideal na 3ª idade seria o indivíduo permanecer em sua

própria casa, perto de seus familiares e amigos. Devido a fatores sociais, emocionais ou

de doença, são levados a viver em instituições geriátricas que normalmente afasta os

idosos da família e amigos e reduz seus contatos sociais.

3.1. CASAS GERIÁTRICAS E ASILOS

Nos grandes centros urbanos geralmente as casas e apartamentos

são pequenos. A maioria das pessoas trabalha fora ficam ausentes os dias

inteiros. Dentro deste contexto, o idoso se vê obrigado a ter alojamento

desconfortável e a ficar o dia inteiro sem ter com quem conversar.

A vivencia de três gerações sobre o mesmo teto nem sempre é fácil,

por isso requer boa vontade da parte das pessoas que integram a família.

Quando se torna impossível se alcançar este clima, ficando o

equilíbrio familiar seriamente comprometido, o idoso toma a iniciativa de

procurar um espaço próprio ou a família se encarrega de encontrar um abrigo,

uma casa de repouso para a velhice, para nela colocar seus idosos. Assim, a

internação nestas casas pode ser voluntária por iniciativa do próprio idoso ou

de sua família.

O desejo de independência em relação à família, a dificuldade de

suportar o barulho da casa, dos netos e seus amigos, as diferença de

temperamento, a dificuldade de manter diálogo com as gerações seguintes, a

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solidão, são algumas das razões que levam os idosos a tomarem a iniciativa de

procurar instituições que os abriguem.

A falta de espaço nas casas e apartamentos, a impossibilidade das

famílias prestarem assistência médica a seus idosos, impossibilidade de pagar

acompanhante e muitas outras razões levam as famílias a internarem seus

idosos.

Os idosos de família de classe social econômica mais alta, os

internamentos são mais representativos quanto à falta de relacionamento e

aceitação do idoso. Transferem às famílias através do pagamento das

despesas, suas responsabilidades afetivas e emocionais, para com o velho.

Para idosos abonados existem pensionatos que nada ficam a dever

aos hotéis de luxo, com apartamento próprio, telefones individuais, salões de

recreações e boa comida. A vida social nestas instituições costuma ser muito

animada.

Outro tipo de estabelecimento para moradia de idosos de caráter

filantrópico são as casas que abrigam hóspedes pagantes, outros carentes,

que nada pagam. Este tipo de estabelecimento mantém convênio com

instituições que prestam assistência médica. Mas geralmente o atendimento

não atinge a qualidade desejável.

Finalmente há os asilos propriamente ditos, para carentes que

infelizmente são muitos. Mesmo assim, essas instituições são insuficientes

para abrigar todos que delas necessitam. Geralmente não tem instalações nem

atendimento desejáveis, geralmente por falta de recursos.

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A falta de recursos financeiros o abandono da família e a

inexistência de familiares são as razões do internamento de idosos carentes no

asilo.

Nestas instituições há baixo nível de programas sociais,

ocupacionais e recreativos, portanto o idoso fica sem estímulo para

desenvolver suas potencialidades, permanecendo na maior parte do tempo,

ocioso. Devido a isto a maioria desenvolve quadros depressivos.

3.2. INTERNOS E SEUS DISCURSOS

Conversando informalmente com vários internos, nas visitas que fizemos no

Abrigo Semel, estamos reconstituindo o discurso de 4 internos.

Discurso 1

Casei cedo, com 15 anos, meu marido era meu primo, morreu cedo

do coração após 5 anos de casado. Fiquei com 3 filhos, fui muito feliz com

ele. Casei novamente com um homem muito mais velho do que eu. Casei

porque precisava para sustentar a mim e meus 3 filhos. Ele era muito bruto e

eu sofri muito. Depois de 20 anos ele morreu. Meus 3 filhos são casados.

Morei com uma filha em Nova Iguaçu, ela tem 4 filhos, mas meus netos não

ligavam para mim, não tinham respeito e eu não agüentava a música

barulhenta que eles tocavam o dia inteiro. Vivo neste abrigo há 3 anos,

minha filha vem pouco aqui, os outros dois moram em São Paulo e só me

fizeram uma visita, dizem que é muito longe. Acho aqui muito ruim porque

não tem lugar para passear e faz muito calor, mas não quero mais morar

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com minha filha, vou ver se acho um lugar melhor. O meu consolo são as

pessoas de Igrejas que trazem revistas, biscoitos e livros de orações. (Sexo

feminino, 75 anos, viúva, pensionista).

Discurso 2

Eu vivia com um filho solteiro em Minas. Ele veio morar aqui no Rio

e eu vim com ele porque sou sozinha. Aqui esse meu filho foi baleado no

morro que morávamos em Caxias e morreu. Eu sofri muito por perder este

filho bom. Fui morar comum filho casado, mas não deu para ficar lá. Sofro de

asma e minha nora falou que a asma ia pegar nos filhos dela. A outra mulher

do meu outro filho, também não me quis. Como não tenho dinheiro para

morar sozinha, vim parar aqui. A única distração é ver televisão quando não

está quebrada. (Sexo feminino, 76 anos, viúva, indigente)

Discurso 3

Não tenho parentes, nunca me casei, mas gostaria de ter casado

para ter muitos filhos. Se tivesse filhos não estaria aqui. A solidão que eu

sinto aqui é muito grande, não tem ninguém para me visitar. Meu consolo é

Deus. Aqui não é ruim, principalmente para quem não tem nada, nem

ninguém. Gostaria de morar numa casinha na roça, criar galinha. Hoje só

espero a morte, gostaria de morrer dormindo, é só o que peço a Deus.

Não é sempre que vem gente aqui, como vocês, para falar, para

conversar com a gente. (Sexo feminino, 72 anos, solteira, indigente).

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Discurso 4

Vim parar aqui depois que fui atropelada e piorei das pernas e não

posso mais andar. Meu filho tomou minha casa, foi morar lá e não quer sair

mais, nem me quer lá. Eu só fico aqui porque tenho alguma liberdade, eles

me deixam sair uma vez por semana com uma pessoa amiga e tiro minha

pensão no banco. Aqui é bom, posso comprar cigarro e biscoitos. Conheço

todo mundo aqui e eles sabem de minha situação. Vou botar meu filho na

Justiça e conseguir minha casa de volta. Estou aqui há 5 anos. (Sexo

masculino, 70 anos, aposentado).

Baseado nestes discursos fica evidente que estes abrigos para

pessoas carentes são apenas depósito de idosos, onde praticamente não há

nenhuma ação concreta à nível social, recreativa ou terapêutica para diminuir o

sofrimento e o desespero dessas pessoas.

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CONCLUSÃO

Com base na fundamentação teórica e nos discursos de idosos de

diferentes classes sociais, chegamos a conclusão de que o envelhecimento,

como um fenômeno social se constitui em um vasto campo de estudo que está

a exigir atuação maior de especialistas, do governo e da sociedade.

È bastante considerável o aumento da população idosa nos últimos

cinqüentas anos de modo que tonar-se necessário, desde já analisar os

problemas sociais relacionados com a baixa aposentadoria, com a

precariedade das instituições para idosos e com a falta de assistência médica,

entre outras questões.

Com o prolongamento da vida humana novos problemas surgiram,

mas não podemos ver a velhice como uma doença, devemos considerá-la uma

fase da vida na qual existe inegavelmente um declínio, mas um declínio que

pode ser sereno e ativo.

Na instituição em que visitamos os idosos internados, têm um forte

sentimento de inutilidade e rejeição. Neste asilo, a maioria dos internos passa

grande parte do tempo sem fazer nada. Algumas atividades que desenvolvem

não despertam interesse nem visam desenvolver suas capacidades criativas.

Os programas recreativos, sócias e ocupacionais são praticamente

inexistentes. A instituição vive de doações e de campanhas sistemáticas.

Com o progresso da medicina e da tecnologia, o aumento da taxa

média de vida será irreversível para todos os povos, e isso conduzirá a

conclusão de que ocorrerá um aumento significativo da população idosa, que

se não forem tomadas medidas urgentes, integrarão ao sistema econômico,

como simples consumidores desprovidos de atividade produtiva.

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Mercado de trabalho, alojamento adequado, assistência à saúde,

aos direitos e integração social são aspectos que deveriam preocupar não

apenas especialistas no assunto e governo, mas a sociedade como um todo.

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BIBLIOGRAFIA BANDER, Natanael. Auto estima e seus seis pilares. RJ: Editora Saraiva,

2000.

DEECKEN, Aljons. Saber envelhecer. Petrópolis: Editora Vozes, 1973.

HERMÓGENES. Saúde na Terceira Idade. RJ: Editora Nova Era, 1996.

MINUCHIM, Patrícia. Trabalho com famílias pobres. Porto Alegre: Editora

Artes Médicas, 1999.

MONTEIRO, Pedro Paulo. Envelhecer: Histórias, Encontros,

Transformações. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

NOVAIS, Maria Heleng. Psicologia da Terceira Idade. RJ: Nau Editora,

1997.

POVOA, Helion. A chave da Longevidade. RJ: Editora Objetiva, 2000.

RILEY, Shirley. Arteterapia para famílias - abordagens integrativas. SP:

Summus Editorial, 1998.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO II DEDICATÓRIA III METODOLOGIA IV INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I

Envelhecimento humano 07 1. Processo de envelhecimento humano 08

1.1. A velhice enquanto realidade biológica 08 1.1.1. As diferentes idades do homem 09 1.2. A velhice como realidade sociológica 10 1.2.1. A problemática da terceira idade 12 1.2.2. Características gerais da velhice 13 1.2.3. Ajustamento psicossocial do idoso 14 CAPÍTULO II Arte para a terceira idade 18 2. Grupo de arte para a terceira idade 19 2.1. Encontro de idosos no salão de festas da Igreja Luterana de Caxias 19 CAPÍTULO III Instituições geriátricas e asilos 22 3. Instituições para idosos 23 3.1. Casas geriátricas e asilos 23 3.2. Internos e seus discursos 25 CONCLUSÃO 28 BIBLIOGRAFIA 30 ANEXOS 32 FOLHA DE AVALIAÇÃO 33

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ANEXOS

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas Pós-Graduação “Latu Sensu” Título da Monografia

Data da Entrega: ___________________________ Avaliado por: ______________________________Grau: ________________

Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________ _______________________________________________________________

Coordenação do Curso

FOLHA DE AVALIAÇÃO