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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PROGRAMA DE PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA NAS EMPRESAS ATUAIS, COM FOCO NA COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS/ SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Por: Mariana Ferreira Penna Orientador Prof(a). Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PROGRAMA DE PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA NAS EMPRESAS ATUAIS, COM FOCO NA COMPANHIA DE PESQUISA DE

RECURSOS MINERAIS/ SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL.

Por: Mariana Ferreira Penna

Orientador

Prof(a). Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PROGRAMA DE PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA NAS EMPRESAS ATUAIS, COM FOCO NA COMPANHIA DE PESQUISA DE

RECURSOS MINERAIS/ SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos. Por: Mariana Ferreira Penna.

3

AGRADECIMENTOS

....a minha família e amigos......

4

DEDICATÓRIA

.....dedico a minha mãe, ao meu pai, as

todas as pessoas que estiveram ao meu

lado e a minha filha Sofia que está vindo

por aí.....

5

RESUMO

O presente trabalho fala sobre a importância de ter um Programa de

Preparação para Aposentadoria nas empresas. Faremos uma breve análise do

histórico da previdência social, as lutas operárias e reivindicações sobre

melhores condições de trabalho para os operários, a situação econômica do

mundo para que assim possamos chegar aos benefícios da aposentadoria

atual.

A partir do olhar crítico desenvolvido através de experiências

vivenciadas e na história da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/

Serviço Geológico do Brasil até os dias atuais.

Palavras-chave: aposentadoria, previdência social, envelhecimento.

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METODOLOGIA

Os métodos que levaram ao problema proposto foram à leitura de livros,

jornais, revistas e pesquisa bibliográfica. É importante incluir os créditos à

empresa que cedeu o material e que foi o objeto de observação e estudo. Os

principais autores e teóricos utilizados para a realização desta pesquisa foram

Vito Giannotti, Helena Bertho da Silva e Lucia H. F. França.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A História da Previdência Social no Brasil 10 CAPÍTULO II - A Reforma Previdenciária nos Anos 90 23 CAPÍTULO III – A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/ Serviço Geológico do Brasil e o Programa de Preparação para Aposentadoria 39 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49 ÍNDICE 51

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INTRODUÇÃO

Recentemente essa fase de transição da aposentadoria vem

despertando a minha atenção, uma vez que expressiva complexidade segue

esse período da vida dos indivíduos. Movida por uma curiosidade de abarcar

porque muitas pessoas têm receio de se aposentar e sentem-se perdidas e

desorientadas com o distinto afastamento do trabalho, resolvi pesquisar sobre

o assunto.

Isso aconteceu por diferentes razões, mas principalmente pelo estigma

existente na sociedade quando se fala em “aposentadoria”. Muitos ainda

consideram que a partir do momento que uma pessoa está para se aposentar

perde a “importância social”. Sendo assim, a proposta é discutir sobre a

importância do Programa de Preparação para Aposentadoria – PPAp dentro da

empresa CPRM/SGB – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/

Serviço Geológico do Brasil.

Quando se fala na garantia de direitos, os profissionais da empresa

retratam o momento crucial da tomada de decisão quanto ao afastamento de

trabalho provocado pela aposentadoria, com reflexos nos diversos

seguimentos das relações humanas, fundamentando a contemplação das

questões de ordem familiar, social, financeira, cultural, de saúde e lazer.

Com a finalidade de definir uma linha de ação para o desenvolvimento

desta missão, procurou-se direcionar o estudo na perspectiva de uma

discussão contemporânea, em consonância com a legislação vigente e que

refletisse as expectativas, as características e as demandas próprias dos

profissionais da empresa.

No primeiro capítulo deste trabalho falará da história da Previdência

Social no Brasil, as lutas operárias e a criação dos primeiros institutos de

aposentadoria, fazendo um balanço teórico existente.

Enquanto isso, no segundo capítulo discutirá a Reforma Previdenciária,

evidenciando a organização da seguridade social através de um tripé: a

assistência social, a saúde e a previdência social, para que possamos ter uma

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base de suas funções, seguido da criação da Constituição de 1988 e a

situação econômica e mudanças do trabalho.

Já no terceiro e último capítulo faço uma síntese da CPRM/SGB, onde

foi implantado o PPAp e suas demandas, para que possamos entender um

pouco mais o projeto.

As primeiras pistas para um estudo mais minucioso e aprofundado,

encontrei nesses primeiros passos do TCC. Ainda que o mesmo não consiga

abarcar as inúmeras questões que suscita, esperamos poder contribuir

somando outros estudos que, como o meu, envereda no interesse de desvelar

o sentido que a aposentadoria pode ter no século XXI.

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CAPÍTULO I A HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

Este primeiro capítulo falará sobre a história da Previdência Social no

Brasil, as lutas operárias e a criação dos primeiros institutos de aposentadoria,

fazendo um balanço teórico existente.

1.1 - AS LUTAS OPERÁRIAS E A CRIAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

O período de 1900 a 1920 foi o que legitimamente desenvolveu a nossa

classe operária. Pode-se dizer que o momento anterior foi de gestação. No ano

de 1900, a classe operária expunha aproximadamente de 85 mil operários, já

em 1920, este número chegava a 200 mil até 275 mil no final do ciclo da

chamada República Velha, em 1930. De acordo com estas informações acima,

pudemos ter a noção de que o crescimento da indústria e da classe operária

foi muito devagar, se comparado com a ligeira industrialização da Europa, dos

Estados Unidos e do Japão.

A agricultura de exportação, capitaneada pelo café era o alicerce

econômico desta época. Quem dirigia o país eram os coronéis latifundiários,

que faziam parte da burguesia agrária. Em São Paulo e Minas Gerais era o

núcleo deste poder político, caracterizando assim, a expressão “política do

café-com-leite”. Uma política a ofício dos fazendeiros de café de São Paulo e

dos criadores de gado de Minas Gerais. A fraude eleitoral era a regra, tornando

as eleições uma farsa. Todo este tempo, o tratamento dado pelos patrões às

ações operárias resumia-se na linguagem atribuída ao último presidente da

República Velha, Washington Luiz; “A questão social é um caso de polícia”.

No início da República Velha, pra ser mais exato nos seus primeiros

cinquenta anos, os patrões contestavam à luta operária unicamente com

repressão. Os militantes e ativistas imigrantes eram deportados e expediam

líderes para regiões distantes como o Acre e a fronteira com a Guiana. Para

sustentar a ordem colocada, a polícia prendia e assassinava. O objetivo era

garantir o sistema capitalista com sua doutrina liberal.

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Uma paralisação dos operários das pedreiras, em outubro de 1901,

reivindicava a diminuição de 12 horas de trabalho para 8 horas, no Rio de

Janeiro. Alcançando a redução para 10 horas. As greves mais intensas foram

a dos sapateiros, tecelões e vidreiros, que aconteceu em São Paulo no mesmo

ano. Todas abafadas com muita violência.

Em todo país, em 1903 as greves pelas 8 horas de trabalho generalizaram-

se. Em uma greve que atingiu outros grupos, configurando-se num movimento

geral de toda a cidade, enquanto no Rio, os trabalhadores têxteis conseguiram

9 horas e meia.

Sob a liderança do ferroviário Manoel do Ó, e logo ganhando a adesão dos

estivadores, começa nas estradas de ferro em Recife, uma greve generalizada

estendendo-se por duas semanas, deixando assim, a cidade paralisada por

uma semana. Acontece neste mesmo ano, a primeira greve geral em Porto

Alegre, iniciada pelos marmoristas, também reivindicando a jornada de 8 horas

de trabalho, tendo a forte adesão dos pedreiros, têxteis, coureiros e

marceneiros, conseguindo a redução para 9 horas diárias.

Explode uma greve em São Paulo, em maio de 1903, que se desdobra por

mais um mês, onde mais de dez mil operários de distintas categorias

ordenavam a jornada de 8 horas de trabalho. As greves se avivaram durante

todo o ano de 1903, no Rio, em Juiz de Fora e em muitas cidades que

possuíam entrocamento ferroviários nos estados do Rio Grande do Sul,

Pernambuco, São Paulo e Bahia. Comemora-se pela primeira vez no Brasil o

1° de Maio, na cidade de São Paulo, mais precisamente no ano de 1904.

Segundo Giannotti (2007), na rodovia de ferro que conectava Santos a

Jundiaí em maio de 1906, ocorreu novamente uma greve, determinando a

redução da jornada de trabalho para 8 horas, se estendendo por duas

semanas. Centenas de ferroviários foram presos e feridos pela Força Pública e

alguns grevistas assassinados. Efetivado no Rio de Janeiro, também em 1906,

o primeiro Congresso Operário da história brasileira, com a deliberação dos

participantes dos vários estados a prática de uma greve geral, no país, que

começaria em 1° de maio de 1907.

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Estagnando São Paulo em 1912, cem mil trabalhadores fazem uma nova

greve. Sendo assim, o filho do presidente da República Hermes da Fonseca da

época, promove um Congresso Operário, no palácio do Senado, no centro do

Rio de Janeiro. Em uma tentativa de aliciar os operários e retira-los do alcance

dos anarquistas. As cobranças feitas pelas reivindicações ao término do

congresso eram ainda as proporcionadas nas diversas greves da primeira

década das lutas no Brasil e que já tonificavam resto do mundo. (Giannotti

2007: 66 - 67)

As reclamações principais dos trabalhadores daquela época eram o

acréscimo de salário, com isso, em maio de 1917, dezenas de fábricas de

tecidos no Brasil pararam suas tarefas. Seguindo para 1918, sobretudo no Rio

de Janeiro, várias greves exigiam 8 horas de trabalho e acréscimo nos

salários, aumentando o número de sindicatos e de seus filiados. (Idem: 70).

Ainda, de acordo com Giannotti (2007), o Sindicato da Construção Civil, na

capital do país, determina por decorrer da favorável jornada de 8 horas. Em 1°

de maio, do mesmo ano, esta deliberação passa a ser atribuída a vários

canteiros de obra.

“Em novembro de 1918, uma greve geral, no Rio de Janeiro, adquire caráter de insurreição. Mais de vinte mil têxteis, metalúrgicos e trabalhadores da construção civil cruzam os braços. A burguesia responde com uma violentíssima repressão. Mata trabalhadores em manifestações e expulsa as lideranças, compostas principalmente por imigrantes acusados de serem “agitadores”. Estes eram, em sua maioria, anarquistas que pretendiam tornar realidade o sonho da revolução social e da derrubada do poder burguês”. (Giannotti, 2007 p.70).

Sem ter como escapar de uma greve geral que exigia a jornada de 8 horas

de trabalho, o governador de Salvador, em junho de 1919, firma uma lei que

determina “8 horas para todos os estabelecimentos industriais e oficinas

pertencentes ao Estado”. (Ibidem: 70).

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Aumento de salário, 8 horas de trabalho, descanso remunerado aos

domingos, regulamentação do trabalho de mulheres e de menores, e liberdade

de organização operária, essas eram praticamente as reivindicações de todas

as greves.

A década de 1920 no Brasil foi marcada pela ascensão do movimento

operário e é nesse período que temos a criação do embrião da Previdência

Social. O operariado brasileiro era composto majoritariamente de imigrantes

europeus. Atravessando uma fase de franca expansão, os setores industriais

empregavam muitos italianos e espanhóis. Esses imigrantes também foram

responsáveis pela introdução no país de novas ideologias políticas muito em

voga na época, como o anarquismo e o socialismo.

“O anarquismo era uma ideologia cuja principal ênfase recaia sobre a defesa da liberdade individual e abolição de quaisquer formas de dominação política. O socialismo, por outro lado, era uma ideologia de emancipação das classes proletárias, que ganhou força após a Revolução Socialista Russa de 1917. Essas doutrinas e idéias tiveram grande influência sobre os movimentos sindicais dos trabalhadores de indústria. Opondo-se ao avanço dessas ideologias, o governo reagiu elaborando leis que impediram a livre organização sindical e as greves dos operários”. (Cancian)1.

As oligarquias agrárias eram defendidas pelo governo, sobretudo dos

cafeicultores, trocando as ampliações salariais e a influência sobre a cotação

de vida e da inflação. Os operários eram os que mais padeciam com essas

circunstâncias. Artur Bernardes é o novo Presidente da República, em 1922.

Diante ao Governo Federal, sua gestão foi apontada por uma estável

volubilidade política, de uma resultada crise econômica e das confusões

políticas e revoltas armadas que nessa época se avivaram. Em seu governo, o

1 - Governo Epitácio Pessoa (1919-1922). Revoltas e Agitação Cultural. Renato Cancian é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais, é autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: Gênese e Atuação Política -1972-1985” – acesso em novembro de 2009.

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republicanismo oligárquico foi constantemente ameaçado por conspirações

civis e militares.

Os operários deram início a conquistas de alguns direitos sociais, a partir

de movimentos dados nestes anos. Deve-se abranger a idéia das Caixas de

Aposentadoria na circunstância das cobranças operárias no início do século,

como rebate do empresariado e do Estado a crescente importância da questão

social.

1.2 - A CRIAÇÃO DOS PRIMEIROS INSTITUTOS DE APOSENTADORIA

As procedências da Previdência brasileira como a arquitetam hoje foi,

porém, em 1923 com a Lei Eloy Chaves, que previa a criação de uma Caixa de

Aposentadorias e Pensões para cada empreendimento de estrada de ferro e

com inclusão a todos os seus empregados. O amparo social no Brasil, a partir

desta Lei, passou a dispor de uma instituição que oferecia pensão,

aposentadoria, assistência médica e ajuda farmacêutica. A aposentadoria e

pensão são benefícios que ainda hoje são indispensáveis para que se

diferencie uma instituição previdenciária, sendo que, até o ano de 1923, as

instituições conferiam apenas um ou outro benefício.

“O sistema previdenciário, sustentando as bases corporativas reergueu-se na década de 30 de maneira a contestar ao dinamismo político-econônimo da abertura do processo de industrialização brasileira. Paralelamente as Caixas, proliferaram os Institutos de Aposentadoria e Pensões, restritos aos trabalhadores urbanos: Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), em 1933, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), em 1933, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), em 1934, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), em 1936, Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), em 1938. Os institutos, porém, tinham uma característica bem marcante: a desigualdade, pois cada um deles possuía

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uma estrutura específica de benefícios e contribuições, o que criava uma grande disparidade entre os níveis qualitativos e quantitativos de proteção social. Nos anos 30, a relação entre Estado e classe operária foi organizada, mediante a interligação de três sistemas: sindicato, Justiça do Trabalho e política previdenciária. A política adotada contribuiu para que a cobertura previdenciária aumentasse enormemente. Ao final da década de 40, tínhamos dez vezes mais segurados do que em 1934. Na década de 40, foi autorizada a organização definitiva e o funcionamento da Legião Brasileira de Assistência (LBA) — 28 de agosto de 1942. Sua principal função era a proteção à maternidade e à infância, o amparo aos velhos e desvalidos e a assistência médica às pessoas necessitadas. No período da II Guerra Mundial, a LBA apoiou os soldados brasileiros mediante diferentes campanhas”. (Ministério da Previdência Social, 2004: 2).

Os recursos da Previdência Social, por intercessão dos Institutos, foram

usados na edificação da mais nova Capital da República, financiando recursos

para uma construção ágil e sem extensão do ônus para o Tesouro.

Possivelmente, a maior aquisição imobiliária dos Institutos durante toda sua

essência, foi o financiamento da construção de Brasília, mesmo que para o

país tenha sido um aumento histórico, tendo até hoje críticas referentes ao uso

de expedientes previdenciários nessa atividade, sem a segurança do

pagamento devido. No ano de 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social (Lei

no 3.807, de 26 de agosto de 1960) associou a legislação aplicável aos

Institutos. (Idem: 2).

“A unificação da gestão, no entanto, demoraria mais alguns anos e seria implantada com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. Com a Lei no 6.439, de 1o de setembro de 1977, surgiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, com a difícil missão de integrar as seguintes funções:

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concessão e manutenção de benefícios, prestação de serviços, custeio de atividades e programas, gestão administrativa, financeira e patrimonial da Previdência e da Assistência Social. Para o cumprimento dessa missão, foram criados o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), Central de Medicamentos (CEME), Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV), Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) e Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA). Em julho de 1970 foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que mais tarde passaria a emitir os documentos necessários à obtenção do amparo previdenciário pelo trabalhador rural “. (Ibidem: 2).

O Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) (Lei

Complementar número 11, de 25 de maio de 1971), que outorgava ao operário

rural os benefícios de aposentadorias por velhice e invalidez, pensão por

morte, auxílio-funeral, serviços de saúde e serviço social, foi criado em 1971. A

aposentadoria retribuía a 50% do salário mínimo. A Previdência Rural, que se

acarretava neste período, reformulou ao desfazer com as considerações

bismarckianas, sublimes da Previdência brasileira desde a Lei Eloy Chaves.

(Ibidem: 2)

“Nos anos 80, A Constituição Cidadã implantou um novo conceito no Brasil, o de Seguridade Social. Em seu capítulo da ordem social, a Constituição estabeleceu que a seguridade é composta por três segmentos básicos: Previdência Social, Saúde e Assistência Social. Os seguintes princípios passaram a guiar o poder público: universalidade da cobertura e do atendimento, segundo os quais todos os cidadãos têm acesso à proteção social; uniformidade e equivalência dos benefícios e

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serviços às populações rurais, mediante as quais o trabalhador rural passa a integrar o conjunto dos cidadãos, principalmente no âmbito previdenciário; seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços, pelas quais as necessidades individuais determinam os benefícios ou serviços que devem ser concedidos; irredutibilidade do valor dos benefícios; equidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de financiamento — as contribuições devem incidir sobre múltiplos setores da economia e da produção, e ainda sobre os salários; caráter democrático e descentralizado da administração”. (Ibidem: 2).

1.3 - A FUSÃO DAS CAIXAS E INSTITUTOS DE APOSENTADORIA

Com a criação da Lei Orgânica da Previdência Social, ao fim do governo de

Juscelino Kubitschek, os benefícios seriam uniformizados, surgindo em 1963 o

Estatuto do Trabalhador Rural. Em 21 de novembro de 1966, originou-se da

fusão de todos os Institutos de Aposentadoria e Pensões existentes na época

o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social do Brasil).

Jânio Quadros abdicou-se do cargo depois de sete meses de governo,

assumindo o poder o vice-presidente João Belchior Marques Goulart - Jango,

que passou por grandes pressões para não aceitar a posse, pois sua

aproximação com os esquerdistas difundia a suspeita das esferas

conservadoras.

Desde o começo de seu mandato, Jango não tinha base de apoio

parlamentar para atender com facilidade seus projetos políticos, econômicos e

sociais, por esse motivo à permanência governamental foi comprometida.

Como saída para resolver os assíduos impasses, surgiram pela falta de apoio

político no Congresso Nacional, Jango adotou uma estratégia típica do período

populista, questionou a permanente mobilização das classes populares a fim

de arrumar apoio social ao seu governo.

Foi uma forma difícil de assegurar a governabilidade, pois limitava ou

impedia a adoção por parte do governo de grau antipopulares, ao mesmo

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tempo em que seria necessário o atendimento das demandas dos grupos

sociais que o apoiavam. Um caso que ilustra de forma clara esse tipo de tática

política aconteceu quando o governo designou uma lei implantando o 13º

salário. O Congresso não a consentiu. Em seguida, líderes sindicais atrelados

ao governo movimentaram os trabalhadores que entraram em greve e

pressionaram os parlamentares a aprovarem a lei.

Estabelecida por lei em 1937, com o desígnio de proporcionar

orientações sobre as políticas de saúde, em 1963, foi realizada a III

Conferência Nacional de Saúde. Fundamentada na racionalidade do plano, na

produção e na distribuição de fortunas, essa Conferência determinou como

ideologia da saúde, a do desenvolvimento econômico. Nessa ocasião o

Ministério da Saúde notou a extensa participação na estimativa global da

união, embora tivessem grandes intenções à sua diminuição. Causando

respeitáveis consertos de apoio administrativo, João Goulart agenciou também

a hipótese de reforma agrária radical, estatização do abastecimento,

nacionalização dos monopólios estrangeiros, bem como influência direta sobre

o preceito de livre ação e propriedade privada capitalista.

Em 1964, ocorreu à intervenção nos Institutos de Aposentadorias e

Pensões, pendurando a participação dos representantes dos empregados e

empregadores no aumento dos programas de saúde, por medida do Ministério

do Trabalho. Já em 1967 é que pudemos conhecer os efeitos dessa medida,

com a criação do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), os recursos

financeiros foram agrupados, expandindo a compra de serviços da rede

privada, com isso, unificando todos os Institutos.

Não imaginando qualquer modificação radical no conjunto já instalado,

somente aperfeiçoando e concretizando o modelo implantado desde 1955, é

importante lembrar que o Golpe de 64 foi avaliado do ponto de vista

estritamente econômico. Dentro desse panorama, os negócios estavam

situados no favorecimento da grande empresa por meio do arrocho salarial.

Como comprovante legitimadora para tal, se intercede a batalha inflação que

se iniciou ao longo do período chamado de "milagre econômico".

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Os modelos econômicos e políticos abancaram sinais de falência em

conseqüência dos inúmeros absurdos internos que eram essenciais à sua

própria coerência, ao final do ano de 1973. Sem contar a aptidão das altas

taxas de aumento econômico, extraia do regime político o difícil "status" de

legitimidade público que procurava mobilizar. Em 1974, foi criado o Ministério

da Previdência e Assistência Social, no que se menciona a saúde,

concentrando e avigorando ainda mais a dominância do exemplo clínico

assistencial e curativista. Justificou-se de fato, esse grau pela importância

política e financeira que o velho INPS tinha no cenário da época.

“Em 1977, efetivou-se mais um movimento burocrático administrativo, na tentativa de promover a reordenação do sistema de saúde, com a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), que congregava diversas entidades previdenciárias, como o Instituto de Administração Financeira (TAPAS). que gerenciaria o Fundo de Previdência de Assistência Social, o INPS - a quem competiria à concessão de benefícios e outras prestações em dinheiro, além de programas assistenciais -, o INAMPS - que se responsabilizaria pela prestação de assistência médica individual aos trabalhadores urbanos e rurais -, além da Fundação Legião Brasileira de Assistência - voltada para a prestação de assistência social população carente, da Central de Medicamentos (CEME) e da Fundação Nacional do Bem Estar do Menor, dentre outras. Esse movimento justificava-se pela racionalização e reorganização da saúde. Mas, a sua implantação repercutiu de forma totalmente diferente das proposições, isto é, acabou por fragmentar os poderes e dividiu para diversos organismos as diferentes tarefas da Previdência”.(Bertalozzi e Greco)2.

2 - As Políticas de Saúde no Brasil: reconstrução histórica e perspectivas atuais. Maria Rita Bertalozzi e Rosangela Maria Greco - acesso em novembro de 2009.

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De acordo com o Ministério da Previdência (2004), a Assistência Social e o

Ministério da Previdência, suportaram uma mudança estrutural nos anos 90.

No começo da década foram extintos os velhos INPS e IAPAS, que deram

origem ao moderno Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), solidificando a

Previdência com ponto na prestação de benefícios monetários e dos serviços a

eles agregados. O INAMPS, que ajustava a assistência médica previdenciária,

porém transferidas sua estrutura e suas tarefas para o Sistema Único de

Saúde (SUS), cuja gestão era dos estados e municípios e divididos com apoio

em impostos, também foi extinto.

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CAPÍTULO II A REFORMA PREVIDENCIÁRIA NOS ANOS 90

Este segundo capítulo discutirá a Reforma Previdenciária, evidenciando

a organização da seguridade social através de um tripé: a assistência social, a

saúde e a previdência social, para que possamos ter uma base de suas

funções, seguido da criação da Constituição de 1988 e a situação econômica e

mudanças do trabalho.

2.1 – A SEGURIDADE SOCIAL E SEU TRIPÉ

A Seguridade Social está prevista no capítulo II do título VIII (Da Ordem

Social) da Constituição Federal, mais precisamente nos artigos 194 até 204. O

adequado escrito constitucional conceituou no art. 194 a seguridade social

como sendo um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes

Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,

à previdência e à assistência social. Este mesmo conceito está reproduzido no

art. 1º da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991 que dispôs sobre a organização

da seguridade social e instituiu o plano de custeio, além de outras

providências. De fato, trata-se, como aprovado desde a constituição federal de

1934, de direitos sociais como cotas positivas por parte do Estado com o fim

de instituir menores categorias de vida digna para qualquer ser humano.

Difundidos em três áreas: a saúde, a previdência social e a assistência social

são os direitos básicos de segunda geração.

“O art. 5º da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991 dispõe que as ações destas três áreas serão organizadas em Sistema Nacional de Seguridade Social, consistindo este sistema na disposição das diferentes partes de uma ciência numa ordem onde elas se sustentam mutuamente, visando o bem estar e a justiça sócia”. (Junior, 2003: 8)3.

3 - Art. 194 – CF. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

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Designadas à sociedade em geral, a Assistência Social e a Saúde são

independentes de ajudas específicas e, a Previdência Social destina-se

exclusivamente aos sujeitos que contribuem mensalmente para o Sistema

Geral de Previdência Social, e em pretexto deste caso apenas os

contribuintes e seus dependentes são destinatários dos benefícios e

serviços na figura de contraprestação dos subsídios derramados aos cofres

da Previdência Social. Pudemos ver da disposição acima que a Seguridade

Social pode ser avaliada de modo abarcante e geral, reservada a todos que

dela carecem, como artifício de proteção social; como diz o Moacyr Velloso

Cardoso de Oliveira4:

“Conjunto de medidas adotadas pelo Estado, por meios de organizações próprias ou subvencionadas, destinadas a prover as necessidades vitais da população do país, nos eventos básicos previsíveis e em outras eventualidades, variáveis segundo as condições nacionais, que podem verificar-se na vida de cada um, por meio de um sistema integrado de seguro social e de prestação de serviços sociais, de cuja administração e custeio participam direta ou indiretamente, os próprios segurados ou a população mesma, as empresas e o Estado”. (Junior, 2003: 9)5.

2.1.1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL

A assistência social é ao mesmo tempo uma silhueta de amparo ao

indivíduo na sociedade. Com cautela legal na Constituição Federal nos art.s

203 e 20419 e, ainda que não traga sua acepção, ministra múltiplos dados

para tanto, com os quais o mestre Wladimir Novaes Martinez6 conclui ser “um

conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento

dos hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefícios

em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos e outras

4 - Jurista. 5 - OLIVEIRA, Moacyr Velloso C. de. Previdência Social. Rio de Janeiro: Freitas, 1987. p.21 6 - Especialista em direito previdenciário e coordenador do Centro de Estudos de Seguridade Social – CESS.

23

pequenas prestações. Não só complementa os serviços da Previdência Social,

como a amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades

providas”.

“A assistência social tem por objetivo proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice; promover a integração ao mercado de trabalho, a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, bem como do pagamento de benefício de prestação continuada às pessoas portadoras de deficiência ou a idosos que não possam manter sua própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. Está regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n. 8.742 de 7 de dezembro de 1993), e amparada por outros institutos de direito como o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990); a Legislação de apoio às pessoas portadoras de deficiência (Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989); a legislação que institui a Política Nacional do Idoso (Lei n. 8.842, de 04 de janeiro de 1994), e o Programa da Comunidade Solidária (Lei n. 9.649, de 27 de maio de 1999), dentre outro”. (Junior, 2003: 10).

2.1.2 – SAÚDE

Este órgão constitucional da seguridade social está presumido nos

artigos 196 ao 20021 da Carta Magna, ajudando a advertir que se controverte

de normas programáticas e em todas auto-aplicáveis, contudo, são dispositivos

com altos desígnios e bem intencionados, aceitando ao legislador ordinário o

condão de fixar medidas para que o Estado e a iniciativa privada classifiquem

uma sistematização da norma nacional de saúde que se adeque as pretensões

sociais exprimidos pelo legislador constituinte; o que foi feito com a edição da

Lei Orgânica de Saúde (Lei n. 8.080 de 19 de setembro de 1990) e a que

24

disciplina os planos privados de assistência à saúde (Lei n. 9.656 de 03 de

julho de 1998). A Constituição Federal não ministra uma acepção de Saúde

enquanto prestação social deve ser compreendida “no sentido de massa e em

razão de custos, de complexidade e de sofisticação, uma atribuição

fundamental do Estado, sobretudo nos países subdesenvolvidos ou em fase de

desenvolvimento”. (Idem: 10).

“De maneira genérica são vários os princípios informadores da Saúde, tais quais o acesso universal e igualitário, tendo todos direito à saúde; provimento das ações e serviços por meio de rede regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único; descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas; participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das ações e serviços de saúde; e ainda, a participação da iniciativa privada na assistência à saúde. Quanto aos recursos, o sistema de saúde será financiado pela seguridade social, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além de outras fontes, de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 198 da Constituição Federal; todavia a iniciativa privada poderá ajudar na assistência à saúde como atividade suplementar. Em se tratando de entidade privada sem fins lucrativos, poderá haver auxílio ou subvenção do Poder Público para essas entidades; do contrário, tratando-se de instituições privadas que tenham fins lucrativos, a estas não poderão ser destinados recursos públicos para auxílios ou subvenções nos termos do art. 199, § 3o da Constituição Federal. Por disposição constitucional, devem ser observadas várias diretrizes da intervenção estatal no sistema nacional de saúde, elencadas no art. 200 e incisos, como a de controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias do interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos imuno-biológicos, homoderivados e outros insumos; executar as ações de vigilância

25

sanitária e epidemiológica, bem como da saúde do trabalhador; ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; participar da formação da política e da execução das ações de saneamento básico; incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu valor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano; participar do controle e fiscalização da produção, transporte guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; e por fim, colaborar na proteção do meio ambiente, compreendido o ambiente de trabalho”. (Ibidem: 12).

2.1.3 - PREVIDÊNCIA SOCIAL

Foi na Alemanha, somente no ano de 1883 que surgiu o primeiro

sistema de seguro social ainda que a apreensão do homem continuamente

estivesse voltada para a idéia de regras e técnicas de amparo social visando à

represália de danos que vulnerem os indivíduos de uma própria coletividade,

bem como à prestação de assistência aos desprovidos; seja por ajuda de seus

membros por organização de mutualismo, seja por influência do estado. As

normas de assistência eram espalhadas, até o século XIX, não montando um

sistema efetivamente ordenado. Otto Von Bismark7, em 17 de novembro de

1881 como acima verificado, consolidou o conceito da invenção de um direito

de previdência social mostrando o projeto de seguro, que surgiu na Alemanha

várias leis que regulamentavam circunstâncias contingenciais de enfermidade,

invalidez, acidentes do trabalho; designando o sistema do seguro operário no

corrente ano. Seguindo depois deste momento, diferentes países abraçaram

as ideias da Alemanha e inventaram legislações parecidas, como a França em

7 - (1815-1898), estadista alemão, conhecido como o "Chanceler de Ferro" entrou para o Parlamento prussiano como ultra-realista e oponente à democracia. Em um esforço para manter a classe trabalhadora longe dos socialistas e manter em xeque os sindicatos de comércio, introduziu o primeiro esquema de previdência social para a indústria na história, uma série de leis de seguridade social (1883-1887) para fornecer benefícios por doença, acidente e idade.

26

1898, que acatou a lei de acidentes do trabalho e a Inglaterra em 1907, que

regulamentou regras de proteção à velhice e acidentes do trabalho. Os países

signatários do Tratado de Versalhes destacaram a precisão do seguro social

obrigatório, em 1919, mas apenas depois a Primeira Guerra mundial os outros

países aceitaram a idéia de seguro social como medida de amparo dos riscos

que dominavam os indivíduos envolvidos por este seguro obrigatório. Daí pra

frente o seguro social se alastrou para o mundo todo com o “Social Security

Act”, dos Estados Unidos, aquele que deu procedência à expressão

seguridade social, ou segundo o professor Feijó Coimbra8, “a do amparo

generalizado do cidadão contra os riscos sociais em geral”. (Ibidem: 13).

O atributo principal da etapa que se pode dizer contemporânea, é

denotada pela apreensão de levar a Previdência ao longe das classes

assalariadas, desdobrando dentro do admissível para a população em geral,

faturando com isto um sentido mais dilatado, teve seu começo em 1942, na 1ª

Conferência Sul-Americana de Seguro Social, em 1944 na 26ª Sessão da

Conferência Internacional do Trabalho na Filadélfia e na Declaração Universal

dos Direitos do Homem, de 1948; salientando o dever do Estado em atentar-se

à seguridade social. (Ibidem: 13)

2.2 – A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO

DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO NO BRASIL

No ano de 1988, foi criada a Constituição da República Federativa do

Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais classes

normativas, situando-se no topo do Ordenamento Jurídico, a lei fundamental e

soberana do Brasil. Desde a independência, esta é a sétima lei a reger o país.

A Constituição de 88 assegurou diversas garantias constitucionais, com a

finalidade de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, consentindo a

participação do Poder Judiciário sempre que houver prejuízo ou ameaça de

lesão a direitos.

8 - COIMBRA, Feijó. Direito Previdenciário Brasileiro. 7. ed. Rio de Janeiro: Edições Trabalhistas,

27

O sistema previdenciário brasileiro foi modificado por inteiro com a

Constituição de 1988, juntando os regimes urbano e rural, e consagrando os

direitos previdenciários sob uma nova idéia de dimensão, a da seguridade

social. Essas mudanças, como exigido pelo próprio texto constitucional, deram

origem às duas leis simples da Previdência Social9: as Leis nº 8.212 e 8.213,

ambas de 24 de julho de 1991, que tratam, respectivamente do Plano de

Custeio e do Plano de Benefício da Previdência Social. Logo a seguir, deu-se a

necessidade de aprimorar essas leis, corrigindo erros, conferindo maior

capacidade financeira ao sistema e aperfeiçoando a sua administração.

Alterando ou trazendo novas disposições, diversas outras leis foram editadas.

Sobretanto várias distorções e privilégios estavam consagrados em nível

constitucional. Impunha-se a alteração da Constituição, o que se deu mediante

a Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Este marco novo possibilitou a

mudança de toda a legislação infraconstitucional, em subsídio da nova

realidade econômica, social e demográfica.

A Lei nº 9.876, de 1999, foi ediatada implantando critérios atuariais na

conta dos benefícios e inovando atrativos à expansão da cobertura do sistema,

entre outras inovações. É de fundamental importância mencionar a

modernização da administração previdenciária. Progredindo muito na

remodelagem da rede de atendimento ao segurado e na disponibilização de

serviços mediante sistemas informatizados. Em especial, destaque se dá à

edição da Lei 10.403, de 8 de janeiro de 2002, que inverte o ônus da prova,

dispensando o segurado da apresentação da relação de seus salários e da

comprovação de seus vínculos no período que se inicia com o Plano Real, em

julho de 1994.

De acordo com o Ministério da Previdência e Assistência Social (2002),

adotando o empenho institucional de deixar os cidadãos brasileiros informados

dos seus direitos e deveres é que se junta toda a legislação vigente sobre o

Regime Geral de Previdência Social em um excepcional modelo, adicionando

ainda textos legais relativos a outros benefícios, tais como: talidomida, ex-

1998. p.11. 9 - Brasil. Ministério da Previdência e Assistência Social. Regime Geral da Previdência Social: consolidação da legislação. – Brasília: MPAS; SPS, 2002.

28

combatentes, seringueiros etc., que compõem a gama de benefícios que hoje

são concedidos e alimentados pela Previdência Social.

Sendo assim, um importante trabalho de informar, esclarecer e

conscientizar todos que socorrem da legislação previdenciária,

proporcionando os meios indispensáveis à compreensão do assunto.

Desde sua etapa elementar até os dias atuais, o preceito de seguridade

social brasileiro, experimentou considerável melhora, ora como fruto de

conquistas políticas no contexto democrático, ora como fruto da ação

paternalista e autoritária do Estado. As atuais crises pelas quais atravanca o

sistema previdenciário-assistencial, se, por um lado, intranqüilizam a

população, por outro, oferecem a feição bem positiva de tentar o debate de

alguns pontos, antes cultivados dentro dos bitolados limites da burocracia

estatal. As avaliações mais velhas no palco da previdência social no Brasil

remontam ao período colonial.

Segundo Oliveira, Beltrão e Ferreira (1997), por meio do Decreto-Lei nº

2.351, o governo estabeleceu o Piso Nacional de Salários e o Salário Mínimo

de Referência, em agosto de 1987. A previdência social foi atingida duas vezes

por esta medida: do lado dos custos, desvinculava a conduta dos benefícios do

salário mínimo e, do lado das receitas, além disso, desvinculava do salário

mínimo as faixas do salário-contribuição dos segurados, que agüentaram ao

Salário Mínimo de Referência.

A LBA e a Funabem, em 1988 são desligadas do Ministério da

Previdência e Assistência Social e passam a fazer parte do Ministério da

Habitação e Bem-Estar Social. No seguinte ano, nova modificação, desta vez

para o Ministério do Interior. No mesmo ano, de 1988, com a promulgação da

nova Constituição, a seguridade social passa a ser distinguida como "um

conjunto integrado de ações de iniciativas dos poderes públicos e da

sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e a

assistência social". A Constituição introduziu novidades, estabeleceu como

princípios básicos à universalização, a equivalência de benefícios urbanos e

rurais, a seletividade na concessão, a irredutibilidade do valor das prestações,

a equanimidade no custeio, a diversificação da base de financiamento,

29

descentralização e participação de trabalhadores na gestão, progredindo no

sentido de conceituar a seguridade social como um acordo social coletivo,

complementar do próprio direito de cidadania, onde benefícios seriam

conferidos, conforme a necessidade e o custeio seria feito segundo a

capacidade de cada um.

Durante o momento que se segue, à adesão da Constituição até a

publicação das Leis nºs 8.212 e 8.213 (Plano de Custeio e Organização da

Seguridade), o que só ocorreu em 1991, era à demanda que arrastava a

competência de a previdência financiar os novos direitos previdenciários.

Somada os novos encargos divulgados na constituição, o conflito da

previdência atrelava-se a uma exaustão do modelo de financiamento abraçado

até então.

“Com o Governo Collor, em março de 1990, o Ministério da Previdência e Assistência Social foi extinto e suas atribuições divididas. A área assistencial e de saúde passaram respectivamente para os Ministérios da Ação Social e da Saúde e a da previdência foi incorporada sob a forma de Secretaria Nacional no então recém-criado Ministério do Trabalho e da Previdência Social (MTPS). Outras alterações institucionais compreenderam a criação do Instituto Nacional de Seguro Social, autarquia federal vinculada ao MTPS, mediante a fusão do INPS e do Iapas, e o deslocamento do Inamps para o MS. O Presidente da República, em 24 de julho de 1991, aprovou as Leis nºs 8.212 e 8.213. A primeira, a respeito da organização da seguridade social, que instituía o Plano de Custeio; a segunda dispunha sobre os Planos de Benefícios”. (Oliveira, Beltrão e Ferreira, 1997 p.10).

Segundo Oliveira, Beltrão e Ferreira (1997), em semelhança à

regulamentação antecedente, o plano novo de benefícios inseriu muitas

alterações, que vale a pena citar:

30

a) os riscos cobertos pela previdência, bem como os valores mínimos e

máximos dos benefícios concedidos, passam a ser iguais para todos os

contribuintes do sistema, desaparecendo assim as desigualdades decorrentes

do plano anterior, que discriminava a população urbana da rural;

b) a concessão de pensão também ao homem em caso de morte da esposa

segurada (já previsto na Constituição, mas só regulamentada nesta lei);

c) introdução da aposentadoria proporcional à mulher;

d) redução da idade, para concessão de aposentadoria por velhice, do

trabalhador rural do sexo masculino de 65 anos para 60 anos;

e) concessão de aposentadoria por velhice à mulher trabalhadora rural aos 55

anos; e

f) extensão dos benefícios a todos os contribuintes do sistema, com exceção

do salário-família, que não se aplica ao trabalhador doméstico e ao segurado

trabalhador avulso.

Os Projetos de Lei nº 8.212 e 8.213, poucos meses depois foram

sancionados e apresentados pelo Executivo com uma proposta de reforma da

seguridade social para ser debatida pelos múltiplos domínios representativos

da sociedade. Esta sugestão, cultivada por um conjunto de projetos,

desvirtuava substancialmente a substância dos projetos de lei, recém-

sancionados, abraçando vários jeitos da organização do sistema, da base de

financiamento e do leque de riscos seguros.

“... a previdência social pública seria composta de dois planos de benefícios: um plano geral e compulsório abrangendo os segurados da previdência social, garantindo os mesmos benefícios (exceto aposentadoria especial com referência específica em outro projeto) até então vigentes e limitando o seu valor máximo ao correspondente a cinco salários mínimos; e um plano complementar, facultativo a todos os segurados do plano geral que desejassem complementar o valor dos seus benefícios. A previdência complementar privada incorporaria, além das

31

entidades fechadas e abertas de previdência privada, as federações, sindicatos e associações profissionais que instituíssem e mantivessem planos de cobertura”. (Oliveira, Beltrão e Ferreira, 1997 p.11).

A concepção era de que o Instituto de Previdência do Servidor Público

passaria a conduzir o Plano de Previdência dos Servidores Civis da União, das

fundações públicas federais e das autarquias (inclusive daquelas em regime

especial), além de estabelecer o seguro de riscos sociais (SRS). Os incômodos

profissionais e comuns, com filiação indispensável de todos os trabalhadores e

acidentes de trabalho seriam garantidos por tal seguro. Em cargo dos diversos

acontecimentos políticos envolvendo a previdência que caracterizaram o

período, a sugestão do governo, no entanto, foi engavetada. Foi agregada,

pela Câmara dos Deputados uma Comissão Especial para Estudo do Sistema

Previdenciário, propondo uma análise do caso e preparação de novas

propostas para altercação, em seguida, houve grande contestação em giro do

pagamento dos 147% aos aposentados e da mudança do Ministro do Trabalho

e Previdência Social, em janeiro de 1992. (Ibidem: 11)

No início da década de 90, mais de 450 mil ex-celestistas foram

absorvidos pelo novo sistema. Esta situação acrescida a PEC n° 33/95

motivou, efetivamente, um acréscimo no quantitativo de aposentadorias.

Somente entre 1991 e 1995, mais de 298 mil servidores se aposentaram.

Pela Emenda Constitucional n ° 3, de 17 de março de 1993, foi implantado o

regime contributivo custeado pelos servidores federais e pela União. A Lei n°

8.688, de julho de 1993, regulamentou o Regime Contributivo para o

funcionalismo federal já estabelecendo percentuais.

A Lei n° 9.717, de 28 de novembro de 1998, antecipa-se à Emenda

Constitucional n° 20, de 15 de novembro de 1998, criou ou Regimes Próprios

Públicos. Além disso, a referida EC n° 20 determinou a exigência de caráter

contributivo, equilíbrio financeiro e atuarial, direcionando a todos os servidores

ocupantes de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.

32

“Ainda de acordo com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social, a Emenda Constitucional fixou, para determinar a concessão de aposentadorias, as seguintes cumulativas> idade mínima de 60 anos se homem, e 55 anos se mulher; contribuição de 35 anos (H) e 30 anos (M); 10 anos de serviço público e 5 anos no cargo. Diferentemente do tratamento dado aos trabalhadores da iniciativa privada (INSS), que foi exigido apenas o tempo de contribuição. Saliente-se que a idade mínima, que discrimina quem começou a trabalhar jovem, atinge mais aqueles que já estão em final de carreira, é desumana e não respeita o direito acumulado”. (ANFIP, 2003 p.5).10

Os salários e o emprego dos servidores federais foram muito atingidos

ao longo dos anos 90, principalmente a partir de 1995. O poder de compra do

salário médio foi reduzido de modo expressivo, pois as perdas representaram a

cerca de um terço do total. O número de servidores em atividade reduziu de

1995 a 2002 em cerca de 210.000 pessoas. Isso fez com que a hipotética

relação entre contribuições e benefícios se deteriorasse acentuadamente.

Fatalmente o sistema de previdência tolerou um conflito de extensos volumes,

através de um jeito tão grave do número de contribuintes, ou seja, de

servidores na ativa, já que o número de servidores foi comprimido, os salários

foram reprimidos e o número de desempregados foi sendo superior, sobre a

conservação dos direitos constitucionais, antecipando uma partida para a

permissão de aposentadorias.

As mudanças equivocadas promovidas pelos sucessivos governos

resultaram em corridas às aposentadorias precoces e a uma crescente

precarização das condições de trabalho do serviço público federal. Além disso,

o desmonte do serviço público traz como conseqüências imediatas o aumento

da sonegação, da corrupção, da insegurança, da impunidade.

10 - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social. Reforma da Previdência – Desestruturação do Serviço Público – Brasília: ANFIP, 2003.

33

Todos acreditam que o papel estratégico do Estado no processo de

desenvolvimento sabe que este não poderá cumprir suas tarefas a contento se

não possuir um quadro de servidores permanentes, dedicados e estáveis no

exercício de suas diretrizes fundamentais, conforme determinação soberana

da sociedade que o regula e à qual ele se subordina.

“Esta concepção de Estado é o que diferencia o servidor público dos demais trabalhadores do setor privado, inclusive no que diz respeito aos seus sistemas próprios de aposentadorias que são vistas como uma extensão da remuneração dos servidores quando na ativa e prolongamento de sua relação com o Estado, que se estende por toda a vida e não apenas na atividade. É esta a visão que prevalece na maioria dos países, e o Brasil não constitui, pois, uma exceção ao manter regras diferenciadas para os seus servidores”. (ANFIP, 2003: 44)11.

2.3 - A SITUAÇÃO ECONÔMICA E AS MUDANÇAS NO MUNDO DO

TRABALHO

Aposentadoria constitui do afastamento de um trabalho ajustado e,

normalmente o marco está adjunto à idade. De acordo com França (1999),

contudo, ser jovem ou velho para os afazeres não quer dizer somente a uma

estimativa da capacidade física, mental ou psicológica para o trabalho, mas,

além disso, está sujeito aos contextos demográficos, históricos, sociocultural,

econômico e político no qual o trabalhador está fincado. Alguns falecem antes

de se aposentarem, enquanto outros se aposentam bem jovens, alguns são

indicados e temem esta ocasião e seus efeitos no futuro, enquanto outros têm

a probabilidade da livre escolha.

A partir do século XX a maior parte da população assalariada no mundo todo

passou a computar com a proteção da Previdência Social, ou seja, a

11 - Previdência do Serviço Público Brasileiro – Fundamentos e Limites das Propostas de Reforma. ANFIP, 2003 - 84p.

34

aposentadoria é de tal forma um fato social novo. A classe operária, no Brasil a

modelo do que aconteceu na Europa e nos EUA, que comandou no início do

século e nos anos 20 a batalha pela proteção do velho operário, oferecendo

origem a movimentos em benefício da criação das Caixas e Institutos e da

legislação previdenciária. Magalhães (1989) observa que, na época, a

preocupação era a defesa e o amparo financeiro dos mais velhos; mas as lutas

não chegaram a ter como alvo à “vida após o trabalho”.

“O final da década de 1980 foi marcado por uma pressão da competição internacional com uma reestruturação nas empresas que envolveram a redução do número de postos de trabalho, a descentralização da produção através do uso de empresas subcontratadas, o congelamento nas admissões e o uso de aposentadorias antecipadas”. (França, 1999 p.5).

A perda mais terrível da vida social das pessoas, quem sabe seja

afastamento do trabalho atentado pela aposentadoria, pois ela pode derivar

outras perdas futuras, que se acercar a afetar a seu arcabouço psicológico.

Os resultados negativos mais instantâneos provocados pela aposentadoria

são a redução afetuosa da renda familiar, a aflição frente ao vazio trocado

pelo trabalho e o acréscimo na presença de consultas médicas.

Muitos não querem se aposentar por gostarem da empresa e/ou das

relações sociais mantidas, ou apenas porque se sentem bem no que fazem.

Outros desejariam ter uma aposentadoria sem perder a atividade

profissional. Enquanto isso, outras pessoas tem realmente à vontade de

parar de trabalhar, mas não têm planos sobre o que fazer em seguida a

aposentadoria.

“Em qualquer situação deve ser analisado o significado do trabalho para quem vai se aposentar. O trabalho pode ser fonte de prazer ou apenas uma forma de sobrevivência. Nem todos os trabalhadores

35

tiveram a oportunidade de escolher suas profissões ou mesmo de ter um trabalho satisfatório. Alguns não puderam dispensar tanto tempo ou dinheiro na educação; para outros a atividade era determinada por ser a mais prática, rápida e rentável; e mesmo para aqueles que puderam investir na futura profissão, grande parte pode ter sido influenciada pela família. Mesmo os jovens de hoje não têm tanta oportunidade de refletir sobre as profissões, por causa da falta de orientação vocacional e de informações sobre as necessidades de mão-de-obra na realidade brasileira”. (França, 1999 p.9).

Ainda que a profissão não tenha sido esquematizada, no entanto, as

pessoas começam a se ajustar a determinadas circunstâncias que estão

subentendidas no trabalho. A delícia do próprio “fazer”, o espaço, o salário

em si, o andamento para o trabalho, o status e o domínio de alguns cargos

aferem as relações com os colegas e os clientes, e ainda o mobiliário e os

armamentos do trabalho, fazem parte de uma história de vida daquele

indivíduo que muitas vezes não quer se afastar, mesmo porque, nem

consecutivamente coliga as possibilidades de mudança. Ceder de tudo o

que o trabalho envolve pode ser muito complicado. (Idem: 9)

Tem pessoas que edificam toda a sua identidade abocada

exclusivamente a um campo de interesse: o trabalho. Pessoas assim, sem

querer, acabam construindo uma aposentadoria complexa. A acepção de si

mesmas e a maneira como se depararam com alguém, acontece

constantemente em função do trabalho exercido ou da empresa. (Ibidem: 9).

“Parece óbvio que, em alguns casos, a aposentadoria seja uma forma de libertação de uma atividade que tenha sido desagradável ou insatisfatória e o indivíduo queira simplesmente descansar ou experimentar uma sensação de liberdade sem

36

rotinas e viver de “prazer” e “lazer”. Entretanto, as férias não serão de um ou três meses, e o que fazer depois do descanso? Por outro lado, imaginar que ao se aposentar o tempo livre será voltado apenas para o lazer pode ser um engano”. (Ibidem: 9).

Independentemente das rotinas domésticas e obrigações familiares,

certas pessoas podem se prestar a um hobby, cinema ou leitura,

caminhada, futebol, porém, alguns não obtém a mesma sorte. Normalmente

o lazer é um contraponto ao trabalho, mas, outras vezes uma prática às

vezes preciosa e inatingível para alguns, como as pessoas irão substituir da

noite para o dia a vida de obrigações por uma vida de lazer? (Ibidem: 10).

37

CAPÍTULO III A COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS

MINERAIS/ SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

Já neste terceiro e último capítulo faço uma síntese da CPRM/SGB,

onde foi implantado o PPAp e suas demandas, para que possamos entender

um pouco mais o projeto.

3.1 - A COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS/ SERVIÇO

GEOLÓGICO DO BRASIL

A empresa CPRM/SGB12 foi criada em 1969, nascendo como uma

empresa de economia mista, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com

a missão estratégica de organizar e sistematizar o conhecimento geológico do

território brasileiro. Entendeu-se, então, que esse lastro infra-estrutural era

indispensável para garantir o crescimento econômico projetado para as

décadas seguintes, com o suprimento de insumos minerais nativos, em

econômico projetado para as décadas seguintes, com o suprimento de

insumos minerais nativos, em substituição aos importados. Em 1994, com a

Lei 8.970 de 27/12/2004, foi alterado o regime jurídico vigente para empresa

pública. Tal data conclui o ciclo da empresa prestadora de serviços e começa a

era do Serviço Geológico. Institucionalmente, o foco se volta para a geologia e

hidrologia, com o desenvolvimento das áreas de aplicações, como

hidrogeologia, geologia ambiental e riscos geológicos.

A CPRM/SGB conta em todo país com Superintendências Regionais em

Manaus-MA, Belém-PA, Recife-PE, Goiânia-GO, Salvador-BA, Belo Horizonte-

MG, São Paulo-SP e Porto Alegre-RS. Além dessas, existem ainda três

Residências de estruturas menores localizadas em Porto Velho-RO, Teresina-

PI e Fortaleza-CE e pequenos escritórios de Núcleo de Apoio nas cidades de

Natal-RN, Cuiabá-MT e Criciúma-SC. A sede da companhia fica lotada em

12 - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/ Serviço Geológico do Brasil.

38

Brasília – DF e seu escritório central da administração e departamentos

técnicos fica no Rio de Janeiro – RJ.

Para iniciar é importante ressaltar algumas particularidades da empresa.

Ela conta com quatro Assistentes Sociais em todo o Brasil, no Rio de Janeiro,

na Superintendência de Belém, de Recife e Salvador. Cada uma dá apoio às

regiões que lhe competem, que são dividas em norte, nordeste e sul/sudeste.

A profissional que faz parte do escritório do Rio de Janeiro está inserida no

Departamento de Recursos Humanos e no Centro de Saúde Ocupacional

(ambos de âmbito nacional) e é uma das responsáveis também pelo

planejamento e implementação dos programas de nível nacional.

O CSO está vinculado ao Departamento de Recursos Humanos –

DERHU/ Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos – DIDEHU – com

ações e atividades desenvolvidas por uma equipe técnica multidisciplinar:

médico do trabalho, enfermeira do trabalho, dentista, técnica de enfermagem,

engenheiro de segurança do trabalho, técnica de segurança, assistente social

e estagiário. Tem a finalidade de promover a saúde e a proteger a integridade

física do trabalhador no local de trabalho, normatizar e orientar a empresa no

cumprimento aos requisitos legais específicos, incluindo as Normas

Regulamentadoras – NRs – do Ministério do Trabalho e Acordo Coletivo de

Trabalho – ACT.

A Saúde Ocupacional tem como objetivo principal à promoção da saúde

dos empregados utilizando para isso instrumentos que facilitem o acesso dos

empregados às informações, disponibilizando, inclusive, uma rede de serviços

e ainda a orientação às Unidades Regionais sobre o cumprimento da

legislação específica que rege a atividade de saúde e segurança de Trabalho –

ACT.

3.2 – O QUE É O PROGRAMA DE PREPARAÇÃO PARA

APOSENTADORIA?

De acordo com Silva (2012), algumas empresas preocupadas com a

qualidade de vida de seus funcionários criam o chamado PPA – Programa de

39

Preparação para Apodentadoria. Esse programa consiste em apresentar para

o funcionário condições e meios para ter uma boa aposentadoria e saber

desfrutá-la, ocupando seu tempo com atividades prazerosas e salutares. Após

esse período, enfrenta uma fase de decadência devido estar acostumado a

trabalhar e, de repente, torna-se um aposentado. Isso o faz sentir-se velho e

inútil e tal condição gera uma situação propícia a um quadro de depressão e,

conseqüentemente, surgem as doenças, que podem levar até mesmo a morte.

Ainda, segundo Silva (2012), nos últimos tempos, um número crescente

de organizações vem se preocupando com o processo de aposentadoria dos

seus funcionários. Compreendendo as expectativas e ansiedades pela quais

passa o indivíduo no período de pré-aposentadoria, essas organizações vêm

desenvolvendo Programas de Preparação para Aposentadoria. Elas

entenderam que, além de auxiliarem no cumprimento de suas

responsabilidades sociais, tais programas são excelentes ferramentas

gerenciais. Ao assumirem essas responsabilidades fazem um duplo

investimento. O primeiro, sobre os empregados que estão se aposentando que

se sentem valorizados e mantém um bom desempenho. O segundo, sobre os

demais que observam o cuidado e o respeito que a organização tem pelas

pessoas, constatação esta que vem a fortalecer as relações de trabalho.

De acordo com França (1999), a adaptação à aposentadoria difere no

homem para a mulher. A mulher parece se dividir melhor entre as suas

funções na sociedade (como esposa, avó, mãe e filha) e a ausência do

trabalho poderá não ser tão significativa. Todavia, quando se refere a um

trabalho que envolva realizações intelectuais, a perda pode ser tão

traumatizante para a mulher quanto para o homem. As atitudes dos

trabalhadores após a aposentadoria parecem depender do envolvimento e da

satisfação atribuídas ao trabalho, bem como de suas outras funções na

sociedade. Uma forma de analisar as probabilidades de adaptação à

aposentadoria é investigar como os grupos de trabalhadores distribuem o

tempo entre seus interesses e quais são as suas expectativas para o futuro

sem o trabalho.

40

O PPA estimula que os pré-aposentados busquem novas participações

nos mais diferentes grupos sociais e resgatem as antigas amizades. A procura

de pré-aposentado pelo programa provavelmente terá um enriquecimento e

sentido para a vida.

A área de Recursos Humanos da empresa deve escolher seu público

alvo e apresentar instrumentos com informações precisas e atualizadas,

proporcionando uma visão dos funcionários que serão incluídos no programa.

Não existe uma fórmula para o PPA, cada empresa formula de acordo com

suas necessidades. Após reunir e interpretar as informações dos funcionários,

o departamento de RH deve incentivar o futuro aposentado a participar, onde

deverá preparar reuniões que devem contar com palestrantes, como médicos,

psicólogos, assistentes sociais, como também um agente do INSS e

advogados especializados na área previdenciária pública e privada. (Silva,

2012)

As contribuições do PPA são para resgatar sonhos, repensar os

próprios valores, despertarem mudanças, é um trabalho que envolve um

conjunto de pessoas que contribui para a melhoria da qualidade de vida dentro

e fora do ambiente de trabalho.

3.3 - O PPAP NA COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS/

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

O PPAp está inserido no contexto dessa empresa de economia mista,

recebendo todas as influências da conjuntura atual incluído a crise do

capitalismo. Este programa é permanentemente de política de recursos

humanos, sob a coordenação do Departamento de Recursos Humanos. A

implantação do PPAp na CPRM/SGB, em 2004 não só atendeu a uma cláusula

reivindicada e concretizada no Acordo Coletivo de Trabalho, mas,

principalmente, significou o compromisso da empresa em disponibilizar

instrumentos que permitam ao trabalhador identificar e refletir sobre novas

perspectivas, nos diferentes aspectos pertinentes à situação de aposentadoria.

41

Seu público alvo é, os empregados lotados nas Unidades Regionais que se

enquadrem nos critérios de tempo de contribuição previdenciária e idade.

Com características e necessidades próprias dos empregados da

CPRM/SGB, viabilizando o acesso às informações necessárias à tomada de

decisão consciente e espontânea quanto à Aposentadoria e buscando preparar

os empregados, na condição de “aposentáveis”, a assimilarem as mudanças

pertinentes do pós-aposentadoria, na tentativa de minimizar os impactos,

temores e aos riscos relativos a tal mudança, o programa tem os seguintes

objetivos:

§ Oferecer subsídios para reavaliação da Política de Recursos

Humanos;

§ Caracterizar o PPAp como um instrumento permanente da

Política de Recursos Humanos;

§ Garantir a condição de participação espontânea dos empregados;

§ Propiciar reflexão individual e/ou em grupo sobre o tema:

Aposentadoria como Maturidade Ativa;

§ Possibilitar ao empregado acesso a informações pertinentes e

objetivas, visando a tomada de decisão sobre aposentadoria com

o conseqüente desligamento da empresa;

§ Esclarecer sobre a necessidade de reorganização e planejamento

financeiro;

§ Favorecer a mudança de cultura na Empresa com respeito aos

rótulos e estereótipos da condição do aposentável;

§ Promover ambiente de reflexão e troca de informações acerca de

novas oportunidades e/ou resgate de potencialidades;

§ Destacar a importância da promoção da saúde e de alternativas

de vida saudável.

“A aposentadoria e a velhice se confundem na marginalidade. Há pessoas aposentadas que não atingiram o limite cronológico da velhice – 60 anos nos países em desenvolvimento e 65 anos nos países

42

desenvolvidos, segundo a Organização Mundial de Saúde – mas por conta do rompimento com a força de trabalho são consideradas inativas. Na nossa sociedade por não produzirem formalmente (com contrato de trabalho etc.), perdem a importância social, e, como tal, a sociedade preconceituosa as estigmatiza como faz o velho que é considerado inútil, incapaz, doente, coitado. A marginalidade torna-se assim o ponto de encontro da aposentadoria com a velhice. O imenso tempo livre que acompanha o ingresso na aposentadoria, seja ela do trabalho remunerado ou das obrigações domésticas, passa a ser o grande tempo do vazio, do ócio, da marginalização social e, quase se poderia dizer, da espera pela morte, pela ausência de razões que justifiquem o direito de ficar vivo por mais tempo. Os aposentados de hoje são pessoas que pouco puderam refletir sobre as transformações que acompanharam a passagem das sociedades tradicionais às sociedades modernas. Não a acompanharam, mas sentem profundamente seus efeitos”. (Silva, 2006 p.21).

Ocasionando uma série de danos, a aposentadoria na maior parte das

vezes é encarada por um corpo e mente já exaustos e sem muitos sonhos,

com suas analogias afetivas cada vez mais longes e/ou insuficientes. Um

desses fatos se dá devido à invalidação de laços, sobretudo aqueles que

atribuíram status, como a remuneração por habilidade ou talento, a identidade

e o valor junto à sociedade como produtor e consumidor, o grupo de colegas

de trabalho, e o prestígio pela identidade organizacional. Frente a essas

perdas, as atitudes irão determinar a qualidade do envelhecimento, a razão

porque não se pode refletir em aposentadoria sem se ponderar em velhice.

“Numa época de desemprego e recessão é difícil imaginar o governo ou a empresa investindo recursos em projetos sociais de longo prazo. Entretanto, não parece lógico a tamanha concentração no

43

desenvolvimento econômico sem que seja priorizado o desenvolvimento do homem em qualquer faixa etária”. (França, 1999 p.13).

Não somente o governo que deve constituir políticas que assegurem o

acesso à população que envelhece, a companhia deveria ceder também lugar

para o conhecimento de seus empregados de qualquer faixa etária em projetos

adequados ou coletivos que envolvam a comunidade. (Idem: 13).

44

CONCLUSÃO

O desígnio deste trabalho foi avaliar o discernimento da implantação do

programa dentro da empresa e ver o quão importante ele se torna para as

pessoas, que de alguma maneira sentem-se receosas quando se fala em

“aposentadoria”.

O arremate é que esta metodologia é sucessiva e deve ser debatida não

só pelos pré-aposentados como também pelos jovens que entram no mercado

de trabalho. A abrangência do programa cogita na imagem da empresa

perante o empregado e a sociedade. O programa autoriza a revisão de

julgamento sobre aposentadoria e trabalhar questões de hábitos, estilos de

vida, rotinas e saúde, permitindo a edificação ou o aprimoramento de um

projeto de vida pessoal ou profissional.

Os novos funcionários devem ser incentivados a partir do momento que

ingressam na empresa, como na entrevista de admissão, mostrando o quanto

é importante o programa e é valorizado cada um dentro da empresa. Os

funcionários, com a consumação dos encontros verificam, analisam e refletem

sobre a ocasião presente, permitindo o acesso a conhecimentos

previdenciários (pública e privada), de maneira prática e realista, com noção

das ações indispensáveis para crescer as probabilidades de maior bem estar

físico, emocional, mental e espiritual.

Iniciando um artifício de concentração e discussão com a participação

de todas as partes da sociedade que se encontram envolvidas em situações

referentes ao trabalho e à aposentadoria, distinguindo à concretização de

pesquisas e projetos sobre a situação dos aposentados, a discussão sobre

como viabilizar o pagamento de aposentadorias mais imparciais e ao ainda

permitir a assiduidade no trabalho aos aposentados que ainda queiram

permanecer no mercado de trabalho.

45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Previdência – Desestruturação do Serviço Público – Brasília: ANFIP, 2003.

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SILVA, Elvis Magno da. PPA – Programa de Preparação para

Aposentadoria. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Adminstração) – FACESM, Minas Gerais, 2012.

48

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – A HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

1.1 - As Lutas Operárias e a Criação da Previdência Social 10

1.2 - A Criação dos Primeiros Institutos de Aposentadoria 15

1.3 - A Fusão das Caixas e Institutos de Aposentadoria 18

CAPÍTULO II – A REFORMA PREVIDENCIÁRIA NOS ANOS 90

2.1 – A Seguridade e seu Tripé 23

2.1.1 – Assistência Social 24

2.1.2 – Saúde 25

2.1.3 – Previdência Social 27

2.2 – A Constituição de 1988 e o Processo de Reestruturação do Sistema

Previdenciário no Brasil 28

2.3 – A Situação Econômica e as Mudanças no Mundo do Trabalho 35

CAPÍTULO III – A COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS/

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL E O PROGRAMA DE PREPARAÇÃO

PARA APOSENTADORIA

3.1 – A CPRM/SGB 39

3.2 – O Que é o Programa de Preparação para Aposentadoria? 41

3.3 – O PPAp na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/ Serviço

Geológico do Brasil 43

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49

ÍNDICE 51