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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSO” PROJETO “A VEZ DO MESTRE”. ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: DEFICIÊNCIA AUDITIVA. POR: ANA LÚCIA DA SILVA MOURA MANSO T. 630 ORIENTADOR MS. ANA CRISTINA GUIMARÃES RIO DE JANEIRO 2004

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”.

ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS: DEFICIÊNCIA AUDITIVA.

POR: ANA LÚCIA DA SILVA MOURA MANSO T. 630

ORIENTADOR

MS. ANA CRISTINA GUIMARÃES

RIO DE JANEIRO

2004

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”.

ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS: DEFICIÊNCIA AUDITIVA.

Trabalho Monográfico apresentado à Universidade

Cândido Mendes como requisito para conclusão do

Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em

Psicopedagogia Institucional.

Por: Ana Lúcia da Silva Moura Manso

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AGRADECIMENTOS

A Deus que me deu saúde, permitindo

a realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Ao meu marido Jadir Manso e aos meus

filhos gêmeos Bruno e Gabriel que são as

pessoas mais importantes desta minha

caminhada.

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RESUMO

Os problemas de audição influem não só no desenvolvimento do

indivíduo, mas também no uso das suas habilidades de comunicação verbal.

Como linguagem é necessária à integração social e a aprendizagem

acadêmica, torna-se evidente que o dano causado por um distúrbio auditivo

representa muito mais do que uma simples redução da capacidade de ouvir.

A grande preocupação dos educadores no que se refere à capacidade

auditiva não deve ser só com a criança surda, mas também com a criança que

apresenta perdas moderadas e leves de audição. As surdas de um modo

geral, nos grandes centros urbanos, por necessitarem de professores e

aparelhos especiais, em geral são atendidas pelos pais nos primeiros anos de

vida. Entretanto, as crianças que apresentam perdas auditivas moderadas não

tem suas deficiências facilmente detectadas, o que pode acarretar

desajustamentos, distúrbios da linguagem oral e escrita, mau aproveitamento

escolar e ainda o rótulo de “retardadas”, distraídas e desmotivadas para o

trabalho.

A criança com audição defeituosa não se apercebe com freqüência da

natureza de seus problemas. Quando é privada da audição desde o

nascimento, além de ser incapaz de ouvir outras pessoas e de adquirir a fala

na forma habitual de desenvolvimento, ela não tem um importante instrumento

para aquisição de aptidões não verbais uma fonte essencial de agradáveis

experiências humanas e um dos meios principais de interação social, que é

uma audição perfeita.

Integrar intelectual e socialmente o aluno é objetivo primordial da

educação. Como função essencial dessa integração a audição assume a maior

importância e todos os recursos disponíveis na escola devem ser usados para

prevenir e ajudar na solução dos distúrbios dessa área.

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METODOLOGIA

O referente trabalho acadêmico foi realizado, utilizando-se como

processo metodológico a pesquisa bibliográfica sobre: “A deficiência auditiva

na escola”. Tema que é bem amplo e complexo, envolvendo áreas de estudo

diversificadas como a Otorrinolaringologia, com a parte funcional do aparelho

auditivo, a Fonoaudiologia com os distúrbios da linguagem e a psicologia

esclarecendo os danos emocionais e psicológicos provocados pela deficiência.

O estudo para a realização deste trabalho foi desenvolvido durante um

período de seis meses de pesquisa a autores responsáveis por obras

significativas dentro de suas áreas profissionais já citadas e que muito

contribuíram dando margens à grandes reflexões sobre o assunto.

]Para enriquecimento do trabalho, além da pesquisa bibliográfica, foram

utilizados dados obtidos através de observações e experiências do cotidiano de

sala de aula, envolvendo o relacionamento do professor com o aluno portador

da deficiência auditiva, suas necessidades dentro do contexto escolar, a

importância do entrosamento familiar e o preconceito enfrentado por essas

crianças que como tentas outras têm o direito ao respeito potencialidades

alcançando a tão desejada autonomia para uma realização profissional.

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CAPÍTULO I

ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE DEFICIENTES

AUDITIVOS NA ESCOLA

Conforme estudos realizados por Maisonny (1986), os surdos eram

considerados como débeis mentais , suportando a convivência com seus

semelhantes. E os indivíduos ouvintes não sabiam como ajudá-los a se

libertarem do isolamento e tristeza acarretados pela deficiência.

O tempo passou e atualmente admite-se justamente o inverso. Os

surdos integram-se aos ouvintes de forma satisfatória, vencendo várias

barreiras que os rotulavam e os excluíam de seus grupos.

A situação foi invertida graças aos progressos da prótese, mas

principalmente porque profissionais interessados e estudiosos de todas as

partes do mundo, se esboçaram a favor das necessidades dos deficientes

auditivos.

O progresso nesta área contribuiu muito para a integração dos

deficientes auditivos adultos, porém beneficiou muito às crianças onde

proporcionou aos profissionais de educação a oportunidade de criar ou

aperfeiçoamento dos educacionais mais eficientes e elaborados.

Uma criança portadora de uma deficiência auditiva não detectada a

tempo, pode vir a ser constatada tardiamente uma surdez, expondo-a a

problemas psicológicas e pedagógicos posteriores, deixando conseqüências

pesadas em seu futuro.

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Comparando uma criança surda com uma criança normal, ambas

possuem as mesmas condições intelectuais e habilidades psicomotoras, porém

a surda não poderá reproduzir os sons que ouve como o normal.

Os danos causados pela deficiência auditiva estão relacionados com o

período de instalação da deficiência, com o problema ocorrido e com a

gravidade da perda da audição.

Quando a surdez é instalada após a aquisição da linguagem, a criança

poderá esquecer do que já havia aprendido anteriormente se não tiver o que

lhe restou da audição aproveitada pela estimulação de alguns métodos

apropriados ou por prótese auditiva.

Como a linguagem é indispensável à socialização e a parte acadêmica

da criança, fica evidente que um distúrbio auditivo causa danos muito mais

sérios do que só a redução de audição. Certamente, influenciando nas

habilidades de comunicação verbal da criança.

Geralmente a audição é medida e descrita em decibéis (dc), uma

medida relativa da intensidade do som. Zero decibéis representa audição

normal e uma perda auditiva de até 25 decibéis não é considerada uma

deficiência significativa. Quanto maior o número de decibéis necessários para

que uma pessoa possa responder ao som, maior a perda auditiva e graus de

perda ainda são danos em decibéis, embora haja uma tendência essa área,

bem como em outras, de enfatizar as implicações educacionais e sociais da

deficiência. A criança com dificuldade de audição é aquela que, com o auxílio

auditivo, ainda consegue compreendes a fala, enquanto a surda não consegue.

As definições aceitas que se seguem, sejam em conta tanto as dimensões

físicas quanto as educacionais da deficiência auditiva.

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Uma pessoa surda é aquela cuja audição é tão falha (geralmente 70

decibéis ou mais) que não impede, a compreensão da fala sem ou com a

utilização de um aparelho auditivo, através do ouvido. (FRISINA, 1974, p.3)

Faz-se ainda uma distinção na surdez em termos do tempo em que a

mesma ocorrem: (LAFON – 1986 p.200)

(1) SURDEZ PRÉ-LINGUAL ⇒ Refere-se aos que já nasceram surdos

ou que perderam a sua audição antes do desenvolvimento da fala e

da linguagem.

(2) SURDEZ PÓS-LINGUAL ⇒ Refere-se aos que perderam a sua

audição após o desenvolvimento espontâneo da fala e da linguagem.

Os problemas de audição influem não só no desenvolvimento do

indivíduo, mas também no uso de suas habilidades de comunicação verbal.

Como a linguagem é necessária à integração social e à aprendizagem

acadêmica, torna-se evidente que o dano causado por um distúrbio auditivo da

capacidade de ouvir.

A preocupação principal será com respeito à criança que tem dificuldade

em aprender devido a uma função auditiva permanentemente danificada, já

que é pela audição que se originam os processos e mecanismos de formação e

desenvolvimento da linguagem.

A grande preocupação dos educadores no que se refere à capacidade

auditiva não deve ser só com a criança surda, mas também com a criança que

apresenta perdas moderadas e leves de audição. As surdas, por necessidade

de professores e aparelhos especiais, em geral já são atendidas pelos pais nos

primeiros anos de vida. Entretanto, as crianças que apresentam perdas

auditivas moderadas não têm suas deficiências facilmente detectadas, o que

pode acarretar desajustamentos, distúrbios de linguagem oral e escrita, mau

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aproveitamento escolar e ainda o rótulo de “retardadas”, “distraídas” ou

desmotivadas para o trabalho.

A criança com audição defeituosa não se apercebe com freqüência da

natureza de seus problemas. Quando é privada da audição desde o

nascimento, além de ser incapaz de ouvir outras pessoas e de adquirir a fala

na forma habitual de desenvolvimento, ela não tem um importante instrumento

para a aquisição de aptidões não-verbais, uma fonte essencial de agradáveis

experiências humanas e um dos meios principais de interação social, que é

uma audição perfeita.

Integrar intelectual e socialmente o aluno é objetivo primordial da

educação. Como função essencial dessa integração, a audição assume maior

importância e todos os recursos disponíveis na escola podem ser usados para

prevenir e ajudar na solução dos distúrbios dessa área.

1.1 ANATOMIA DO APARELHO AUDITIVO

Segundo M.Portmann (1983), o aparelho humano da audição compõe-se

de um ouvido externo médio e um ouvido interno.

No ouvido externo há o pavilhão da orelha e o conduto auditivo externo.

O ouvido médio ou caixa timpânica tem como parede externa a

membrana do tímpano. Sua parede externa é óssea e nela estão as janelas

oval redonda, que são membranosas. Unindo a parte externa à interna há uma

cadeia de ossículos: Martelo, bigorna, estribo e seus músculos. A tromba de

Eustáquio é um conduto que liga a caixa timpânica à nassofaringe.

O ouvido interno é composto de vestíbulo, três canais semicirculares,

cóclea ou caracol. A cóclea destina-se à função auditiva e aos canais

semicirculares presidem a função do equilíbrio.

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Os órgãos do ouvido interno estão mergulhados em um líquido chamado

perilinfático e internamente contem o líquido endolinfático. A cóclea é dividida

parcialmente por uma lâmina óssea; essa divisão se completa por uma lâmina

membranosa, que é a membrana basilar. No interior do dulto coclear, a base

ao vértice, encontram-se os elementos sensoriais da audição mergulhados na

endolinfa e que formam o órgão de Corti, onde se inicia o nervo auditivo

1.2 FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO

O ouvido externo canaliza os sons para o tímpano, fazendo-o vibrar. As

vibrações são transmitidas para os três ossículos do ouvido médio: martelo,

bigorna e estribo.

O cabo do martelo se movimenta de acordo com a vibração da

membrana timpânia, para dentro ou para fora, provocando o movimento da

cabeça do martelo e da bigorna que com ela é articulada, movendo a base do

estribo alojada na janela oval.

Agindo como um pistão na janela oval, os movimentos do estribo

determinam os movimentos dos líquidos que atingem a membrana basilar,

excitando o nervo auditivo. Os movimentos do estribo e dos líquidos só são

possíveis pelo fato de a janela oval ser membranosa e ceder à pressão.

Até chegarem à membrana basilar e às células sensoriais, as vibrações

acústicas constituem um fenômeno mecânico recibo pelas leis da física, porém,

daí para frente começa o verdadeiro sentido da audição, pois, no órgão de

Corti, a energia mecânica é transformada em energia nervosa.

Do órgão de Corti o influxo nervoso continua pelo nervo auditivo e vai

aos núcleos bulbares. Destes passa aos centros auditivos temporais direito e

esquerdo e finalmente é integrado no sistema nervoso central. Ao nível do

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córtex cerebral , das células corticais, se produz a sensação consciente do

som, isto é, os diversos estímulos sonoros tomam significados especiais e valor

informativo.

1.3 PROBLEMAS DE AUDIÇÃO

Existem diversas definições para o surdo e o deficiente auditivo, sendo a

mais aceita do comitê de nomenclatura da Conferência de Executivos das

Escolas Americanas para Surdos.

Surdo é o indivíduo cujo sentido da audição não é funcional para os

objetivos comuns da vida. Este grupo funcional para os objetivos comuns da

vida. Este grupo geral é constituído de duas classes distintas, inteiramente

baseadas no período em que ocorre a surdez. São elas; de acordo com

estudos de J.C. LAFON (1986, p. 202).

• surdez congênita: - Própria do indivíduo que já nasceu surdo. – é de

ordem genética ou surgiram durante a gestação e parto.

• surdez adquirida: - Própria do indivíduo que nasceu com a audição

normal, perdendo-a com o passar do tempo, ocasionada por doença, uso de

medicamentos ou acidentes.

1.4 CAUSAS

A deficiência tem várias origens, porém é possível separá-las pelas

causas congênitas, isto é, de nascimento e as causas adquiridas com o passar

do tempo, durante a vida. Como mostra o quadro abaixo:

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CONGÊNITAS ADQUIRIDAS

- Hereditariedade

- Incompatibilidade sangüínea entre

mãe

e o feto (Fator RH)

- Más-formações.

- Intoxicações ocorridas no interior do

corpo da mãe (endógenas).

- Infecções maternas (sifilis / rubéola)

- Intoxicações hexógenas.

- Traumas obstétricos

- Otites

- Obstrução da trompa de eustáquio.

- Tumores, inflamações (sarampo,

meningite, caxumba, etc.).

- Intoxicações por medicamentos.

- Uso de tóxicos.

Através de comparações entre as causas congênitas e as adquiridas,

citadas acima, é possível perceber que as congênitas ocorrem com o feto ainda

no interior do corpo materno, quando o mesmo se encontra em fase de

formação. Já as causas adquiridas, vão sendo instaladas com o passar do

tempo, após o nascimento , através de doenças de espécies variadas ou uso

de drogas (tóxico ou medicamentos).

A nível de diagnósticos, se torna mais complexo detectar a deficiência

auditiva adquirida, porque a mesma vai se instalando aos poucos e com isso a

audição sendo perdida gradativamente, dificultando até mesmo às pessoas

que lidam com o deficiente a tal percepção. Muitas vezes a deficiência vai ser

diagnosticada apenas na fase escolar e por profissionais da educação.

A presente pesquisa levou-me a perceber que a deficiência, quando

instalada com o tempo (adquirida) é muito mais séria do que a congênita,

porque na maioria de casos levam anos para ser detectada, deixando graves

seqüelas. Enquanto a congênita, em certos casos, pode ser constatada em

alguns meses após o nascimento, onde é possível oferecer o suporte

necessário à criança desde cedo. Por isso é indispensável aos profissionais da

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educação a aquisição de conhecimentos que os auxiliem no trato com a

deficiência.

1.5 CARACTERÍSTICAS:

No ambiente escolar, é mais comum encontrar os distúrbios auditivos

chamados hipoacústicos, onde a audição deficiente é funcional, recebendo ou

não ajuda de prótese.

É possível relacionar alguns sinais de deficiência auditiva infantil que

podem ser observados pelos educadores, pais ou pessoas que lidam com o

deficiente:

∗ Pedidos de repetições de palavras.

∗ Falhas na linguagem

∗ Linguagem oral pobre

∗ Uso excessivo de : “O que?, Como?”.

∗ Arrastar os pés ao andar

∗ Dores nos ouvidos.

∗ Ditados com vários erros.

∗ Não reage a sons baixos.

∗ Virar a cabeça de forma incomum, à procura de melhor audição.

∗ Dificuldade para ler e escrever.

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∗ Não atende o som normal da voz de outra pessoa.

∗ Dirige o olhar para os lábios de quem fala.

∗ Falta de interesse.

∗ Dificuldades de contatos afetivos.

∗ Irritabilidade

∗ Evita atividades ao ar livre.

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CAPÍTULO II

CLASSIFICAÇÃO GERAL PELO GRAU DE

INCAPACIDADE AUDITIVA

É necessário Ter conhecimento da intensidade de som que precisa ser

ouvida pelo indivíduo para que se possa determinar o seu nível de audição.

O instrumento adequado para medir acuidade auditiva, que apresenta ao

indivíduo sons de freqüência e intensidades conhecidas é chamado audiometro

de puro som.

É pedido ao indivíduo que responda ao ouvir o som do aparelho

(audiometro). A audição de cada ouvido é registrada separadamente e o nível

da audição registrado em um audiograma, que mostra a perda de decibel.

Medir a extensão da perda auditiva e intensificar o tipo de deficiência

auditiva de uma criança é um problema profissional muito complexo, por isso,

exames auditivos mais elaborados, não são realizados dentro do sistema

escolar em algumas escolas são realizados testes audiometricos apenas em

crianças suspeitas de perda auditiva.

GRAU DE PERDA AUDITIVA E SIGNIFICADO PARA A EDUCAÇÃO

Nível de perda Intensidade do som

para a percepção

Implicações

para a educação

Leve

27- 40 decibéis

Pode apresentar

dificulda-des para ouvir

sons distan-tes. Ter

necessidade de sentar

em local próximo ao

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interlocutor e terapias.

Moderada

41 – 55 decibéis

Compreende a fala de

uma conversa, podendo

não acompanha debates

em sala. Ter neces-

sidade de prótese e

terapia especial.

Moderadamente grave

59 – 70 decibéis

Precisará de prótese,

treinamento auditivo e

intensivo em fala e

linguagem.

Grave

71 – 90 decibéis

Ouve somente sons

próximos, podendo ser

classificado como surdo.

Precisa de educação

especial, próteses e

treinamento em fala e

linguagem.

Profunda

91 decibéis ou +

Tem percepção de sons

altos e vibrações. Confia

mais na visão do que na

audição para aquisição

de dados. É considerado

surdo.

Fonte: H. Davis, Abenormal Hearing and deafness.In.H.

Davis e R.Silverman (Eds.), Hearing and deafness.

New York: Holt, Rinehart e Wiston, 1970.

A tabela mostra as categorias aceitas de nível de perda auditiva.

As crianças com uma audição reduzida encaixam-se nas três primeiras

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categorias e as crianças surdas estão situadas nas duas últimas

2.1 DEFICIÊNCIA DE AUDIOCOMUNICAÇÃO

Atualmente, já não é mais usado o termo surdo-mudo, para uma criança

com surdez. A mudez e é decorrente da surdez porque a criança sendo surda e

não recebendo ensinamentos ouvindo a voz humana, jamais poderá imitá-la e

por isso a criança cresce muda também, o que torna mais sério o seu

problema.

Devido a impossibilidade de se expressar, fazendo uso de gritos e

gestos um tanto exagerados o indivíduo surdo acaba sendo considerado como

deficiente mental. Porém não significa que o seja, pois qualquer pessoa

independente da surdez pode via a ser um deficiente mental. Um fato não

depende do outro.

Sempre que usamos um gesto substituindo uma palavra, perdemos mais

uma oportunidade de ajudar a criança com problemas auditivos. Afinal o gesto

ocupa o lugar da palavra, na mente e contribui para que ela cresça mudo.

2.2 PRINCIPAIS TIPOS DE DISTÚRBIOSAUDITIVOS

A perda auditiva pode ser classificada como leve, moderada ou severa e

de acordo com a gravidade é considerada surdez.

A HIPOACUSIA PODE SER PROVOCADA POR : (M. portmann – 1983)

Perda condutiva – É a redução da intensidade do som que atinge o ouvido

interno, local onde começa o nervo auditivo, causada por más-formações,

timpanos danificados, etc.

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Perda neuro – Sensorial ou receptiva – Consiste em defeitos no ouvido

interno ou nervo auditivo transmissor do impulso ao cérebro, podendo ser

completou ou parcial.

PROBLEMAS RELACIONADOS COM AS PERDAS AUDITIVAS (M.

PORTMANN – 1983)

Perda auditiva leve ou moderada, por comprometimento do ouvido

médio São casos de infecção (otites médias), perfurações de tímpanos,

tampões de cera e corpos estranhos que obstruem o conduto externo,

obstrução tubária (fechamento da trompa de Eustáquio, provocando temporária

ou permanente).

Perdas auditivas leves, moderadas ou severas, por comprometimento do

ouvido interno, em virtude de problemas maternos durante a gestação

(doenças, medicamentos, traumatismos), por problemas no momento do parto (

nascimento demorado, não oxigenação nas estruturas nervosas) ou devido a

problemas ocorridos após o nascimento (infecção graves, administração de

medicamentos, doenças infantis que se agravam).

A chamada surdez de condução de condução é uma lesão do ouvido

médio ou externo que permite aos seus portadores uma oportunidade de

melhorada audição através de cirurgia corretiva aparelhos audifônicos e

reabilitação auditiva. Já os portadores de lesões do ouvido interno ou no nervo

auditivo possuem menos oportunidades em obter ajuda por meio das mesmas

técnicas.

2.3 O PROFESSOR DIANTE AOS PROBLEMAS AUDITIVOS

PAPEL DO PROFESSOR

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Mais uma vez, fica sobre a responsabilidade do professor que

consciente do seu verdadeiro papel de educador, observa atentamente no dia –

a – dia de suas atividades o comportamento de seus alunos, conseguindo

detectar alguns sintomas de distúrbio auditivo. Isso porque na maioria das

vezes tais deficiências só conseguem ser descobertas no ambiente escolar.

Para receber crianças hipoacústicas, é necessário que o professor tome

alguns cuidados como:

- Sentar a criança próximo a sua mesa;

- Manter uma posição em que o aluno possa ver o seu rosto com facilidade;

- Falar em tom natural e claramente;

- Evitar falar enquanto escreve no quadro;

- Dar oportunidade de participação em grupo.

As deficiências auditivas mais acentuadas, não impedem do seu

portador freqüentar classes comuns, basta que ele tenta atendimento

especializado semanalmente.

Algumas escolas comuns mantém classes especiais para as crianças

com deficiência bem acentuada, recebendo atendimento de professores

especializados. Mas o indispensável é que elas tenham a oportunidade de

conviver com crianças que ouvem, sendo estimuladas a falar, com isso

evitando a formação de um outro grupo.

Conselhos partindo de educadores podem auxiliar a criança na

aceitação de sua deficiência e valorização de outras potencialidades. Porém

tais conselhos, devem basear-se no que ela pode realizar bem, e nunca em

suas dificuldades.

As informações oferecidas pelos pais são muito importantes para o bom

ajustamento do aluno. Informações como: doenças infecciosas anteriores, uso

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de medicamentos por longo tempo em doses elevados, dores de ouvido e

purgações, resfriados e alergias respiratórias e ouvir rádio e TV em alto som.

2.4 PROBLEMAS ENFRENTADOS POR PROFISSIONAIS QUE

LIDAM COM ALUNOS DEFICIENTES AUDITIVOS.

DESPREPARO PROFISSONAL

Observa-se que o maior obstáculo quanto a integração de alunos

portadores da deficiência é o próprio profissional que com ele trabalha. Isso

porque o mesmo não se encontra devidamente preparado para realizar um

atendimento de qualidade à clientela.

Alguns cursos e seminários são oferecidos, mas o problema está no

professor ouvinte das teorias apresentadas que não se sentem capacitadas de

trazer tais conhecimentos para a prática docente. Esta tem sido a queixa maior

de professores que trabalham com alunos deficientes auditivos.

Pode se considerar que 5 crianças em mil, precisam receber

medicamentos e educação de forma diferenciada, em decorrência de uma

surdez. Para J.C. Lafon (1986), esse grupo é o que mais preocupa por

apresentar sérios retardos de linguagem e fala e os distúrbios de comunicação

e comportamento.

O fracasso dos alunos deficientes auditivos acontece exatamente

quando ele é classificado como apto para a saída da turma especial, indo

integrar-se as turmas regulares, pois encontram os profissionais ansiosos para

oferecer ajuda, porém despreparados para essa atividade.

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2.4.1 PRECONCEITO

É visível a existência de tal fator entre os alunos deficientes auditivos e

os de turmas regulares .

Os portadores de deficiência ao ingressarem em classes regulares, não

escondem o receio de enfrentarem o preconceito dos novos colegas e até

mesmo quanto aos professores em relação a eles. Sentem-se diferentes e

involuntariamente escolhem viver no silêncio, evitando o contato com o mundo

novo que lhe é imposto sem o apoio de profissionais qualificados para a tarefa.

2.4.2 RELAÇÃO FAMILIAR

Um outro obstáculos observado é o que existe por parte das próprias

famílias que pouco se interessam pelo desempenho escolar de seu filho (a)

com deficiência auditiva.

Infelizmente, a família de uma criança deficiente auditiva ainda carrega o

pensamento de que seus filhos (as) jamais serão capazes do convívio social

norma. De acordo com os relatos de professoras com turmas de alunos com

deficiência e de turmas regulares com alunos integrados, há por parte dos pais

muita dificuldade em lidar com seus filhos deficientes.

Pelo que foi observado durante a pesquisa, é que os pais é que sentem-

se fracassados e chegam ao sentimento de culpa em terem gerado filhos

deficientes.

Mein e O’Connor em 1960 já comprovava na época a importância da

relação familiar, comparando tanto o comportamento como o desenvolvimento

da linguagem de deficientes auditivos de internatos e os com estrutura familiar.

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Pensando estes estudos mesmo tão antigos as escolas poderiam

qualificar mais seu corpo docente e também auxiliar aos pais de alunos

deficientes auditivos na sua relação com os mesmos tornando certamente o

ensino - aprendizado e a integração social mais proveitosa do que se pode

comprovar.

2.4.3 O IDEAL

Os pais deveriam receber todo um suporte quanto a parte psicológica,

aprendendo formas adequadas de lidar, de cuidar e até mesmo de como

educarem seus filhos deficientes sem culpas e medos.

A escola precisa deixar de ser uma “distração” para seus filhos, mas

funcionar como auxílio para a sua integração que completaria a missão de

tornar seus filhos deficientes, cidadãos livres e o mais normal possível.

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CAPÍTULO III

ALUNO COM NECESSIDADES EDUCATIVAS

ESPECIAIS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

É moderno chamar o aluno com deficiência de aluno com necessidades

educativas especiais.

Refletindo sobre este conceito:

“No conceito de alunos com necessidades educativas subjaz, em

primeiro lugar o princípio de que grandes da educação (proporcionar toda

independência possível, aumentar o conhecimento do mundo que os rodeia,

participar ativamente na sociedade) devem ser os mesmos para todos os

alunos, mesmo que o grauem que cada aluno ou aluna alcance esses grandes

fins seja distinto, assim como o tipo de ajuda que necessite para alcançá-lo”.

Ministério da Educação / Ciência, Madrio, 1992

Tal conceito de necessidades educativas especiais mostra um caráter de

interação e relatividade. O caráter é de interação porque estas necessidades

dependem de características pessoais de cada aluno e de sua deficiência bem

como da organização escolar onde ocorre o processo ensino- aprendizagem.

O caráter de relatividade é percebido no momento em que as

necessidades especiais, chamadas de deficiências, variam de aluno para aluno

com deficiência, ou se for de preferência, um aluno com necessidades

educativas especiais.

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3.1. O DIAGNÓSTICO

Maisonny (1986, p.184) afirma que a existência da idéia de tentar

despistar ao nascimento uma deficiência auditiva é antiga e que tornou-se atual

a partir da preocupação de estudiosos com a educação das crianças surdas na

primeira idade. Uma educação única permitindo que a criança alcance uma

progressão baseada na da criança ouvinte, acompanhada de uma integração

social aceitável.

Sra. Downs nos Estados Unidos e Paul Veit e Gene Viève Bizagnet, na

França pesquisaram sobre o assunto na mesma época, desenvolvendo

aparelhagens para investigações auditivas em recém-nascidos.

3.2. DIAGNÓSTICO PRECOCE E SUA IMPORTÂNCIA

Segundo Portmann (1983) e Maisonny (1986).

1- O exame audiológico do recém-nascido é da maior

importância como primeiro diagnóstico da perda auditiva.

2- O diagnóstico quando precoce, oferece aos pais a opção de

procura e recebimento de orientação adequada para a

educação da criança deficiente desde os primeiros meses de

vida.

3- Logo apósao nascimento, ainda na maternidade, a audição

do recém-nascido deve ser testada.

4- A não reação da criança ao teste auditivo, exige que seja

submetida a exames audiométricos periódicos para verificação

se as suspeitas da perda auditiva são ou não confirmadas.

5- Durante a fase de observação os pais deverão receber

orientação especial.

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6- Durante o período de suspeitas da perda auditiva, os pais

devem continuar falando com a criança deficiente auditiva da

mesma maneira que falariam se ela ouvisse bem.

7- Confirmando o diagnóstico da perda auditiva os pais devem

continuar a falar com a criança e ela deve começar a receber

estimulação global, com ênfase na estimulação auditiva sob

orientação especializada.

8- Nos primeiros anos de vida, a criança está preparada para as

aquisições lingüísticas. Esta é a fase mais importante para a

estimulação do deficiente auditivo.

9- O uso de equipamento de amplificação sonora beneficia a

maioria dos casos de deficiência auditiva.

10- O aparelho de prótese deve ser indicada por médico

especialista e seu uso deve ser acompanhado de orientação

especializada.

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CAPÍTULO IV

SINAIS QUE PODEM SER INICIOS DE PERDA AUDITIVA

(MAISONNY – 1986)

Nos primeiros dias de vida: Não reagir aos sons com um movimento da

contração de braços à frente do corpo (reflexo de moro).

Aos três meses: Não reagir aos sons piscando os olhos (reflexo cócleo –

palbebral).

Aos seis meses: Não virar a cabeça em direção à fonte sonora (reflexo de

Orientação – Investigação).

De sete a oito meses: Não reagir a voz e a linguagem oral.

Observa-se em crianças maiores que, as reações quase seguem,

apresentadas com freqüência, podem ser indícios de perda de audição:

• Olhar muito para os lábios de quem fala.

• Ter dificuldade de entender quando não se encontra de frente para a

pessoa que lhe fala.

• Pedir sempre que falem mais alto, ou que repitam o que foi dito.

• Falar sempre muito, ou que repitam o que foi dito.

• Falar sempre muito alto ou excessivamente baixo.

• Ter dificuldade para a aprendizagem da leitura e / ou da escrita.

• Trocar letras quando escreve.

• Trocar ou omitir fonemas quando fala.

• Ter dificuldade para compreender o que lhe falam em voz baixa, à distância

ou em ambientes ruidosos.

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• Ter dificuldade em se fazer entender.

• Usar linguagem deficiente para sua idade.

4.1 TESTES UTILIZADOS PARA A DETECÇÃO DA DEFICIÊNCIA

AUDITIVA POR PROFESSORES (MAISONNY – 1986)

TETES DE ACUIDADE AUDITIVA

Durante a permanência da criança na escola, existem vários recursos

que o professor pode utilizar para detectar alguma deficiência auditiva em seus

alunos. É possível citar testes elementares que podem ser realizados na sala

de aula para encaminhamento do aluno a um exame mais minucioso feito por

um especialista.

O teste de acuidade auditiva vai medir a capacidade do aluno em captar

e diferenciar estímulos auditivos; avaliando as respostas que o aluno dará a

estes estímulos, que serão o resultado da integração das experiências com a

sua organização neurológica.

São necessários vários exames, antes de

conhecer verdadeiramente a surdez de

uma criança, seu grau e sua forma.”

(Maisonny – 1986: p. 186)

O autor afirma ser importante a realização de “Check – ups” médico –

psicológicos complementares efetuados simultaneamente para obter

informações para o diagnóstico. Em particular, o exame neurológico, a

eletroencefalografia o morfograma, entre outros.

“Pode-se distinguir as provas clássicas de

realizar sem equipamento sofisticado

e as provas especiais”

(Portmann - 1983: p. 30)

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As testagens a seguir são simples e permitem ao professor dentro do seu

dia a dia, sem inibir a criança, detectar uma deficiência auditiva,

encaminhando-a a um exame mais detalhado.

• TESTE DO RELÓGIO

Um ouvido é tampado e o relógio é colocado próximo ao outro ouvido e

depois afastado lentamente até que a criança deixe de escutá-lo. Repete-se o

mesmo procedimento com o outro ouvido.

• TESTE DO MURMÚRIO

Uma palavra é murmurada enquanto a criança examinada fica a + 5 m

de distância, de costas para o professor e deve repetir a palavra que foi

murmurada. Caso a criança examinada não consiga distingui-las nesta

distância, o professor aproxima-se gradualmente até que a criança seja capaz

de repetir a palavra murmurada.

O professor tem a percepção do déficit auditivo, através da redução

relativa da distância dele para criança no momento do murmúrio.

4.2 PREVENÇÃO

Como prevenir os distúrbios de audição de acordo com a visão de

alguns otorrinolaringologistas.

O trabalho das pessoas que lidam com crianças deve ser o de orientá-

las na higiene do ouvido, bem como em relação a imprudências praticadas em

brincadeiras que podem levar à perdas auditivas e até a surdez. Pais,

professores e alunos deverão ser alertados para: (Maisonny – 1986).

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- O conceito errado de que cera é sujeira e por isso precisa ser removida.

- Combater o hábito de limpar o ouvido com unha, grampos, palitos ou outros

objetos pontiagudos (este costume, remove a camada protetora do ouvido

externo e facilita a formação de rolhas de cera).

- Ao limpar o ouvido, evitar o uso de objetos que empurram a cera em

direção à membrana timpânica, pois pode ocorrer trauma no canal e até no

tímpano, ocasionando dores, sangramentos e até infecções no ouvido

médio.

- Não introduzir objetos estranhos no ouvido: Feijão, milho, pedrinhas, etc.

- Evitar o uso indiscriminado de gotas otológicas ou de outros remédios

caseiros; o tratamento é competência do médico.

- Não descuidar-se de gripes, rinofaringites, amigdalites, adenóides e

principalmente das dores e purgações do ouvido.

- Usar antibióticos somente com prescrição médica (podem afetar a audição).

- Tomar cuidado com os tampões de algodão(indicados pelo médico)que não

devem ser muito pequenos nem afundados no conduto auditivo.

4.3 EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVER A AUDIÇÃO

Launay (1986) confirma a possibilidade do desenvolvimento da audição

através de exercícios.

Como atuar com uma criança surda?

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Visando facilitar a aquisição dos conceitos lingüisticos, todo o trabalho

deve ser dirigido para esse fim. Em todas as atividades a professora deverá

dirigir-se oralmente aos alunos, através de frases simples e completas.

TRABALHANDO A ESTIMULAÇÃO AUDITIVA CONFORME PORTMANN

(1987)

- Adquirir consciência do sentido da audição.

- Identificar o som do silêncio.

- Perceber os sons da fala é suas características para utilizá-los

adequadamente na comunicação.

TRABALHANDO A AQUISIÇÃO DE CONCEITOS LINGUISTICOS

CONFORME MAISONNY E LAUNAY (1986)

- Adquirir conceitos relativos

- Ao esquema corporal

- Ao vestuário

- Ao ambiente familiar

- Aos alimentos

- Aos brinquedos

- Aos meios de transporte

- Aos animais

- Ao tempo, lugar e quantidade

TRABALHANDO A ESTIMULAÇÃO AUDITIVA CONFORME (PORTMANN –

1987).

- Adquirir consciência do sentido da audição

- Identificar o som do silêncio.

- Perceber os sons da fala são suas características para utilizá-lo

adequadamente na comunicação.

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TRABALHANDO A AQUISIÇÃO DE CONCEITOS LINGUISTICOS

CONFORME MAISONNY E LUNAY – (1986)

ADQUIRIRCONCEITOS RELATIVOS:

- Ao esquema corporal

- Ao vestuário

- Ao ambiente familiar

- Aos alimentos

- Aos brinquedos

- Aos meios de transportes

- Aos animais

- Ao tempo, lugar e quantidade

TRABALHANDO A EMISSÃO (LUNAY – 1986)

- Emitir fonemas e vogais

- Repetir ou emitir cada fonema consonantal.

- Ler e escrever todo o vocabulário trabalhando em emissão.

- Expressar-se oralmente e espontaneamente.

Tendo como base a rotina do professor com crianças portadoras de

deficiência auditiva, é possível listar sugestões que facilitem a comunicação

com os mesmos.

1- Falar de frente, evitando gestos exagerados e desnecessários;

2- Ao falar, evitar colocar-se em locais mais escuros ou

excessivamente claros facilitar a “leitura labial”.

3- Falar com voz clara, sem gritar, usando um tom natural para não

provocar distorção de sons.

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4- Procurar não falar muito depressa, nem muito devagar,

conservando um ritmo natural para facilitar a compreensão da

linguagem.

5- Enquanto fala, evitar colocar as mãos ou qualquer objeto em

frente ao rosto, pois o D.A. (Deficiente Auditivo) precisa ver o seu

rosto.

6- Usar a linguagem escrita, sempre que houver dificuldade de

compreensão da linguagem oral.

7- Ouvir o D.A. com paciência e atenção, mesmo que a sua voz não

seja muito agradável ou que sua fala não esteja bem desenvolvida.

8- Estimular o uso do aparelho (prótese otofômica) encorajando o

deficiente a usá-la com a mesma naturalidade com que são usados

os óculos, por pessoas que têm deficiência de visão.

9- Para chamar a atenção de um deficiente auditivo que esteja de

costas, deve-se tocá-la de leve, no braço, antes de começar a falar-

lhe.

10- Para chamar um deficiente auditivo à distância, deve-se acenar

com a mão. O importante é lembrar que uma deficiência auditiva

grave impede uma pessoa de ouvir a voz a distância.

11- Para prevenir um D.A. de um perigo eminente, deve-se chegar até

ela o mais rápido possível. Ela não poderá ouvir qualquer tipo de

aviso verbal.

12- Lembrar que os deficientes auditivos não podem perceber os

sinais sonoros, como: campainhas, sirenes, avisos por alto-falantes.

Sempre que possível, os sinais sonoros devem ser substituídos por

sinais visuais.

13- Lembrar também que, entre as pessoas que atravessam as ruas,

uma poderá ser surda ou D.A. . Muitos D.A. não poderá ouvir a

buzina nem o ruído do motor do carro. Poderão parecer pessoas

distraídas. Nesse caso, o motorista deverá ter o cuidado de não

confiar apenas na buzina.

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Vernon (1969) salientou que diversas das principais causas de perda

auditiva tendiam mais a produzir crianças com deficiências múltiplas do que

outras. Entre essas, a mais significativa era a incompatibilidade sangüínea

entre a mãe e a criança; 70 por cento de tais crianças tinham uma deficiência

grande além da surdez. Os filhos de mães que tiveram rubéola durante os

primeiros meses da gravidez muitas vezes tinham paralisia cerebral, deficiência

menta, cegueira ou sopros no coração, além da perda auditiva. Mais da metade

dessas crianças tinha uma deficiência grande além da surdez, freqüentemente

diagnosticada como distúrbio emocional. Cerca de um terço das crianças que

perderam sua audição devido à meningite, que ataca o sistema nervoso

central, tinham uma deficiência grave emocional. Em comparação, as

identificadas como surdas devido à transmissão genética tinham poucas

deficiências que acompanhavam a perda auditiva.

Dando continuidade aos estudos de Vernon (1969) o não -

reconhecimento completo da condição da deficiência múltipla pode levar à

compreensão errada da verdadeira natureza do problema de uma criança.

Muitas das características de uma criança atribuídas à deficiência auditiva

(hiperatividade) podem, na realidade, surgir de um problema duplo de lesão

neurológica, que complica a condição de surdez

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CAPÍTULO V

ADAPTAÇÕES EDUCACIONAIS PARA CRIANÇAS COM

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

O USO DE APARELHOS AUDITIVOS

Talvez o único progresso importante deste século para ajudar os

indivíduos deficientes auditivos tenha sido a invenção de aparelhos auditivos

eletrônicos. Com isso diminuiu a gravidade da perda auditiva em algumas

pessoas: Os indivíduos “aparentemente” surdos tornaram-se indivíduos com

audição reduzida, e os com audição reduzida tornaram-se apenas levemente

deficientes.

Wier (1980) dá a seguinte explicação sobre o funcionamento de um

aparelho auditivo.

“ Todos os aparelhos auditivos modernos têm três componentes básicos:

um microfone, um aplicador e um receptor. O microfone e o receptor

transportam energia de um ponto a outro. Consequentemente, o minúsculo

microfone do aparelho auditivo transforma a energia acústica em energia

elétrica (como o bocal do telefone), enquanto o receptor desempenha a

conversão inversa, voltando a transformar a energia acústica (como o receptor

do telefone.”

Entre esses dois componentes, está o amplificador, um recurso que

amplia o nível de sinal entre o input e o output. Os aparelhos auditivos

modernos têm sido planejados para serem colocados diretamente no canal

auditivo, usados no bolso da camisa, encaixados na armação dos óculo, ou

colocados diretamente no osso atrás do ouvido. Afim de se determinar o tipo de

aparelho mais adequado às necessidades de um indivíduo, é necessária uma

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análise auditiva. Também se leva em consideração a preocupação com a

aparência da pessoa que vai utilizá-lo.

O desenvolvimento do transistor, transformou o aparelho auditivo, de

uma unidade pesada, desajeitada, que exigia pilhas grandes, numa unidade

muito mais portátil. Além disso, ao invés de ampliar uniformemente aos sons,

irritando o ouvinte, os microfones hoje em dia podem ser direcionais,

aumentando somente os sons emitidos imediatamente na frente do ouvinte e

reduzindo os sons que vêm dos lados ou detrás. (Morthern e Dwns, 1978).

Mas, mesmo com todas essas vantagens, os aparelhos auditivos têm

limitações claras. São mais eficazes para indivíduos com perdas auditivas

condutivas do que para aqueles com perdas provocadas por problemas nos

nervos, embora os aparelhos auditivos estejam cada vez mais usados para

compensar todas as formas possíveis de perda, até o ponto em que a pessoa

que o usa é capaz de tolerar. Muitas vezes é cansativo usar um aparelho

auditivo, e ampliação de todos os sons, além dos que o ouvinte deseja

focalizar, pode produzir um barulho de fundo que provoca irritação.

Como todos os instrumentos mecânicos, os aparelhos auditivos tendem

a quebrar ou a funcionar mal. Só porque uma criança está usando um aparelho

auditivo, não significa que este está trabalhando em seu potencial máximo.

Várias revisões dos aparelhos auditivos na escola têm revelado que mais da

metade deles, freqüentemente está funcionando mal ou não está funcionando.

(Kemker, 1979).

A falha mais comum é a pilha fraca, mas uma variedade de outro fatores

contribuem para que os aparelhos auditivos não funcionem em sua capacidade

máxima. Consequentemente, são necessários cuidados com esses aparelhos

na escola, para garantir que a criança aproveite ao máximo esse instrumento

valioso.

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Finalmente, o aparelho auditivo pode ser mais eficaz quando utilizado

em conjunto com um programa educacional sistemático e intenso, apresentado

pelos professores especializados em deficiência auditiva. Um grupo de

fonoaudiólogos e professores especializados em educação de deficientes

auditivos pode ser necessário para, combinando os seus conhecimentos

profissionais, planejarem um programa educacional coerente com a deficiência

auditiva. (Martin, 1981).

‘O controle da aparelhagem da criança é

diferente segundo a idade.” (Lafon –

1986: p. 213)

No momento em que a criança adquire um nível de comunicação verbal

mais elemento, é possível utilizar a mesma audiometria que no adulto:

repetição de palavras a intensidades variáveis.

Já a criança sem linguagem, necessita de técnicas de adaptação

protética, para controlar a sua tolerância com o uso do aparelho.

O controle de toda a aparelhagem ocorre de acordo com a idade,

devido a aquisição da linguagem, isto é da comunicação verbal.

Lafon (1986: p.211) com base em seus estudos e pesquisas que:

‘Todos os educadores queixam-se

da grande dificuldade para se obter

da criança deficiente auditiva uma

atenção suficiente para o aprendizado

normal..”

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A desatenção é uma característica marcante na criança portadora de

deficiência auditiva, porque ela não aprendeu a prestar atenção. O que

acontece constantemente com o ouvinte, onde o aprendizado da atenção se dá

espontaneamente desde os primeiros dias de vida. O deficiente auditivo

precisa desenvolver a atenção através de técnicas pedagógicas: Atenção e

perseverança são as duas primeiras qualidades à serem obtidas.

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CAPÍTULO VI

MÉTODOS DE COMUNICAÇÃO

No século XXI, percebe-se controvérsias a respeito das melhores

práticas para a educação do deficiente auditivo. A principal ênfase para a

educação do deficiente auditivo deve ser colocada sobre dois objetivos

indispensáveis. O desenvolvimento da linguagem e a evolução das habilidades

de comunicação, pois estes são os veículos mais importantes através dos

quais a criança processa as informações e se expressa. Afinal a comunicação

é suporte para a própria existência dos seres humanos, sendo estes surdos ou

não. (Skiar. 2001: 142)

Existem escolas que trabalham com deficientes auditivos ainda em

sistema de adestramento, mantendo-os em sala de aula sem refletir numa

educação de qualidade para estes. Certamente falta-lhes clareza em relação a

sua totalidade como: a razão, sentimentos, emoções, desejos, frutos das

relações interpessoais e existenciais da própria vida.

Freire (1995), sugere que os educadores deveriam estar mais atentos às

curiosidades espontâneas e as cientificas. A primeira se refere ao cotidiano,

aquilo que chama atenção imediata com a possibilidade de busca sobre o

assunto.

Freire também afirma que a curiosidade epistêmica é uma atividade de

aprofundamento, é perseguir o objeto de estudo até atendê-lo, aproximando-

se dele cada vez mais, sem anulá-lo.

Os métodos enfatizam o objetivo do deficiente auditivo se comunicar

com a sociedade e com os que têm uma audição normal e, consequentemente,

a necessidade de que haja o treinamento da fala e da leitura da fala (leitura

labial).

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Existem também a comunicação manual ou com as mãos para um certo

domínio da linguagem e de um sistema de comunicação a ser usado com

outros indivíduos auditivos. O método manual inclui: (1) A linguagem dos sinais

– Um sistema de linguagem que consiste em movimentos formais das mãos ou

dos braços para expressar os pensamentos e (2) Soletração com os dedos,

que é um tipo de soletração no ar usando o alfabeto manual, e para o qual há

uma posição determinada dos cinco dedos para cada letrado alfabeto.

Ao se comunicarem com as mãos, as pessoas surdas geralmente usam

os dois modelos juntos, soletrando com os dedos algumas palavras e

expressando outras através da linguagem dos sinais.

Sá, Nidia (1996) através de experiências e estudos sobre a linguagem,

percebe o sentimento de medo e de preocupação dos professores com relação

ao trabalho com o deficiente auditivo e principalmente com os surdos. Afirma

que o oralismo é muito difícil, requer paciência e mais cursos que tenham a

língua de sinais para um futuro melhor para os surdos e alguns deficientes

auditivos se relacionarem com os ouvintes em todos os sentidos.

Os programas escolares que aderem a leitura labial (abordagem oral)

não usam e nem encorajam a utilização da linguagem dos sinais ou da

soletração com os dedos, pois partem da premissa de que a comunicação

manual inibirá o aprendizado da linguagem e as habilidades orais da criança e

impedirá o seu ajustamento ao mundo da audição.

MÉTODO ROCHESTER

O método do Rochester (Apaud, Maisonny, 1986) , foi estabelecido na

Rochester School, New York, em 1878. É uma combinação do método oral

com a soletração dos dedos. Processa as informações através da leitura labial,

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amplificação e soletração com os dedos. A resposta e através da soletração

com os dedos e da fala.

O alfabeto manual é utilizado pelo professor que soletra letra por letra de

cada palavra, à medida que vai falando encoraja-se a leitura e a escrita do

alfabeto e das palavras.

Para as crianças com perdas auditivas moderadas que conseguem tirar

proveito do treinamento auditivo é possível o desenvolvimento das habilidades

de ouvir através da aplicação do chamado método auditivo que é eficaz.

Quando iniciado desde cedo.

6.1 PESQUISA SOBRE AS ABORDAGENS DE COMUNICAÇÃO

A descoberta de que crianças surdas, filhos de pais surdos, evoluíam

com maior facilidade nas áreas de desempenho e socialização do que as

crianças surdas filhas de pais com audição normal, levou muitos observadores

à conclusão de que o progresso mais fácil resultava do uso precoce e intensivo

da comunicação manual, que ocorria em lares de pais surdos. (Brasele

Quigley, 1975; Meadow, 1968; Vernom e Koh, 1971). Quingley (1969) conduziu

uma experiência durante cinco anos com o método Rochester (a combinação

da fala com a soletração através dos dedos) e chegou às seguintes

conclusões:

1- A soletração com os dedos, combinada com boas técnicas orais,

melhora significativamente o desempenho da linguagem.

2- A aprendizagem da soletração com os dedos não é prejudicial à

aquisição das habilidades orais

3- A soletração com os dedos produz melhores resultados com as

crianças pequenas do que com as mais velhas.

4- A soletração com os dedos é um dos muitos instrumentos úteis

para se ensinar as crianças deficientes auditivas.

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6.2 HABILIDADES ADICIONAIS

LEITURA LABIAL

Uma habilidade importante para as crianças surdas ou com deficiência

auditiva é a leitura da fala ou leitura labial. A leitura da fala é a interpretação

visual daqueles que podem ouvir. Devido ao fato de que poucas com audição

normal se dão ao trabalho de aprender um sistema complexo de comunicação

manual, a criança com deficiência auditiva ou surda que deseja um contato

significativo com o mundo dos ouvintes, precisa Ter conhecimento da leitura da

fala.

Uma língua que chega pelos olhos e não pelos ouvidos (Kleim. 2001

p.4).

Como no caso da comunicação manual, uma série de sistemas e

abordagens específicos são usados para ensinar leitura da fala as crianças.

Quando esta é pequena, o professor ou os pais falam com ela através

de sentenças completas. Inicialmente, a criança pode não obter quaisquer

pistas, mas à medida que os pais ou professores repetem a mesma expressão

várias vezes com relação à mesma coisa que a criança está experimentando –

um objeto, uma ação ou um sentimento – a criança começa a compreender a

idéia do que está sendo dito. Num estágio posterior, as impressões vagas

convertem-se em aulas que enfatizam os detalhes, e são dados exercícios

para ajudar a criança a discriminar as palavras e sons diferentes.

Eventualmente, o professor usa a leitura da fala como um método de

apresentar lições na escola.

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6.3 TREINAMENTO AUDITIVO

Segundo (Coelho, 1997) ensinar a criança a ouvir pistas de sons e a

discriminar sons diferentes é chamado de treinamento auditivo. O aparelho

auditivo transistorizado é usado extensivamente no treinamento auditivo com

aparelhos individuais ou em grupo. O objetivo principal do treinamento auditivo

é ajudar a criança a aprender a discriminar sons o mais cedo possível. Este

tipo de treinamento a instrução domiciliar e de grande importância,

principalmente durante o período pré – escolar.

Os pais podem ajudar bastante no treinamento auditivo e um dos

objetivos do especialista em audição é instruir os pais e obter a sua

cooperação.

Quanto ao treinamento auditivo, é usado pelos terapeutas da fala nas

escolas para crianças com deficiência auditiva leves e moderadas, mas o

procedimento pode ser utilizado com deficientes auditivos graves, de pouca

idade.

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CAPÍTULO VII

AMBIENTE DE APRENDIZAGEM

7.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

Embora haja grande diversidade de estilo e de abordagem entre os

educadores especializados em deficiência auditiva, é importante que o início do

atendimento deve ser o mais cedo possível. Até mesmo no berço, a criança

obtém pistas da mãe através do toque (tátil e cinestésia) e de suas expressões

faciais (visual). Quando a mãe diz que não, ela sacode a cabeça; quando diz

sim, tem uma expressão diferente no rosto e movimenta a cabeça

afirmativamente. Logo a criança aprende a responder aos movimentos labiais,

à expressão facial ou ao movimento da cabeça. Através do sentido do tato, a

criança obtém pistas de comunicação, sentindo as vibrações da voz da mãe à

medida que canta, ou sentindo a sua face e garganta à medida que fala.

É indispensável que os pais conversem com a criança, embora a

princípio ela não compreenda, como acontece com os bebês de audição

normal. A criança observará com o tempo que os movimentos dos lábios, da

cabeça, as expressões faciais, as vibrações e os sinais tem algum significado

de comunicação. A princípio, a compreensão do sentido se desenvolve muito

lentamente, mas se os pais continuarem a se comunicar de um modo natural, a

criança começará a aprender o significado mais rapidamente. (Mutschele

1985).

A mesma autora afirma que muitos educadores de crianças com

deficiência auditiva recomendam um programa de treinamento regular, dirigido

por profissionais, que deve começar o mais cedo possível.

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Qualquer que seja o ambiente dá-se uma grande ênfase ao

desenvolvimento das atividades sociais, para que a criança comece a interagir

com outras crianças. Os principais objetivos desses programas de educação da

primeira infância são (1) desenvolver a linguagem e as habilidades de

comunicação; (2) oferecer experiências de compartilhar, brincar, esperar a sua

vez com outras crianças; (3) ajudar a criança a aproveitar a audição residual

pelo treinamento auditivo e pelo desenvolvimento da utilização dos aparelhos

auditivos para amplificar o som ; e (4) desenvolver a prontidão para a leitura e

aritmética básicas.

Uma parte importante da maioria dos programas de educação infantil é a

educação dos pais, e muitos programas passam uma boa parte do tempo

trabalhando com os pais da criança deficiente auditiva para ajudá-los a

compreender a natureza e as conseqüências da perda auditiva da criança, e,

em alguns casos, para transformar os pais em professores suplementares,

desempenhando algumas das tarefas de desenvolvimento no lar que fazem

parte do programa geral de educação especial para reforçar o aprendizado da

criança. A participação completa dos pais no programa de treinamento é uma

função da sua prontidão para aceitar este papel e da filosofia dos educadores

responsáveis pelo programa. O treinamento pré- escolar intensivo é

considerado por todos os interessados como um passo fundamental na

preparação do jovem para o período escolar, que é mais difícil. (Caroll- 1977)

7.2 EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL

Se a criança com perda auditiva completou um programa pré- escolar

eficaz, ela pode estar pronta para algum tipo de programa especial na escola

primária. A oportunidade crescente da integração, que coloca a criança

deficiente com colegas não – deficientes sempre que possível, tem provocado

discussões sobre em que medida este conceito se aplica às crianças

deficientes auditivas. A grande variedade de especialistas necessários para

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lidar com as diversas facetas do desenvolvimento da criança sugere que

qualquer programa escolar que tente integrar crianças com perdas auditivas

precisa incluir pessoal profissional suplementar, que também seja acessível

aos pais. A principal responsabilidade da criança durante os anos do cruso

primário é aprender as habilidades básicas de leitura, aritmética e linguagem.

Porém raramente às crianças com uma deficiência são capazes de competir

com seus colegas no mesmo nível acadêmico.

7.3 ESINO MÉDIO

Durante o período da escola secundária é possível observar jovens com

deficiência auditiva que encontram o seu caminho nos programas de educação

especial ou matriculando-se em escolas técnicas para deficientes auditivos.

Essas escolas oferecem um currículo planejado para criar habilidades de

trabalho para o indivíduo deficiente auditivo, visando ofícios especializados,

alternativa ocupacional importante para muitos alunos.

7.4 CONTEÚDO CURRICULAR

Os problemas enfrentados por crianças deficientes auditivas de

moderadas à severas em termos de realização acadêmica é de conhecimento

dos profissionais da área. Boa parte da educação, enfatiza métodos e

procedimentos especiais para o ensino de habilidades de comunicação e

linguagem, esperando que essas habilidades, uma vez adquiridas, permitam

aos alunos deficientes auditivos dominarem o currículo regular.

Mahoney e Weller (1980) adotaram uma abordagem ecológica para o

ensino da linguagem; o treinamento é realizado em situações tão práticas e

sociais quanto possível. As rotinas de brincadeiras e situações sociais naturais,

como a hora das refeições, de ir para a cama e de tomar banho, são utilizadas

como oportunidades para interação efetiva da linguagem e da comunicação.

Quanto a linguagem é apresentada no contexto de um ambiente social familiar

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( por exemplo, durante as refeições quando todos os membros da família estão

empenhados em atividades rotineiras – a mãe na cozinha, o pai arrumando a

mesa e assim por diante), as pistas que os jovens apreendem do contexto

ambiental. Podem contribuir enormemente para o domínio da linguagem, bem

como oferecer ótimas oportunidades para a vida prática.

7.5 -AJUSTAMENTO OCUPACIONAL

Podem-se encontrar adultos deficientes auditivos em qualquer profissão,

mas não nas proporções de adultos com audição. Ser membro de um grupo

étnico minoritário e ser surdo resulta numa taxa de desemprego muito maior do

que aquela para homens e mulheres brancos ( cerca de três a cinco vezes

maior). Entretanto, os tipos de ocupações mais freqüentemente encontradas

pelos indivíduos deficientes auditivos reflete bem as limitações sérias causadas

pelos problemas de comunicação e de educação para o desempenho da

profissão e de posições administrativas. Shein e Delk (1974) relataram que 60

por cento das pessoas surdas são empregadas em ofícios especializados ou

semi – especializados.

Além dos problemas que os indivíduos deficientes auditivos encontram

devido às suas dificuldades especiais de língua e comunicação, eles precisam

enfrentar o preconceitos de empregadores que se preocupam com o fato de

empregar indivíduos deficientes, apesar das campanhas maciças de utilidades

publica na televisão para que se aceite o empregado deficiente como pessoa

em que se pode confiar e que é eficiente.

Tem havido uma forte tendência a se ampliar os programas de

treinamento de habilidades específicas até o oferecimento de informações

mais gerais e habilidades de trabalho. Esta mudança baseia-se em estudos

que sugerem que entre 60 e 80por cento das pessoas deficientes auditivas da

força de trabalho não estavam seguindo o ofício para o qual haviam sido

originalmente trinadas ( Lerman e Guifoyle, 1970).

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De um modo geral, observa-se que os adultos deficientes auditivos

podem Ter um ajustamento ocupacional aceitável, que resulta em auto

suficiência econômica apesar de sua deficiência, embora tenham dificuldades

em conseguir ou executar bem alguns trabalhos.

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CAPÍTULO VIII

FUTURO DA EDUCAÇÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO

Os dez itens considerados mais prováveis para sua educação:

1- A educação pré - escolar e a educação dos pais deveria ser

padronizada na educação dos deficientes auditivos.

2- Melhor realização acadêmica e ajustamento social para o deficiente

auditivo.

3- Maior atenção para a educação orientada para a carreira profissional

e suas necessidades.

4- Necessidade de mais profissionais para o treinamento dos pais com

bebês deficientes.

5- Mais informações, nas escolas, sobre a vida familiar e sexual do

deficiente auditivo.

6- Aumento no número de programas oferecidos para crianças

deficientes auditivas com deficiências múltiplas.

7- Mais programação para o deficiente auditivo através dos meios de

comunicação de massa.

8- Serviços de interpretação para o deficiente auditivo devem continuar a

se expandir.

9- Melhoria na tecnologia dos aparelhos auditivos.

10- Necessidade de mais professores que trabalhem com crianças

deficientes auditivas com deficiências múltiplas.

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CONCLUSÃO

A deficiência auditiva precisa ser identificada o mais cedo possível na

vida infantil, evitando que tantas falhas, muitas graves, se instalem,

prejudicando o desenvolvimento da criança e a sua autonomia.

São várias as deficiências instaladas na criança, devido a deficiência

auditiva, envolvendo o lado emocional, o social e o acadêmico (intelectual).

Todas decorrentes da falta de preparo das pessoas e educadores que

encontram sérias dificuldades em relação a integração de alunos portadores de

deficiência auditiva.

O relacionamento familiar e o preconceito também se tornam obstáculos

na desenvolvimento do deficiente. A família encontra muita dificuldade em lidar

com filhos portadores da deficiência pois sentem-se fracassados e com

sentimento de culpa de terem gerado filhos deficientes. Além de não

acreditarem no potencial dos mesmos, pouco se interessando pelo seu

desempenho na escola.

O preconceito é outro fator que afeta os alunos deficientes auditivos no

momento de ingresso em turmas regulares onde encontrarão colegas

professores ouvintes que nem sempre, por falta de preparo, oferecerão o apoio

tão necessário.

O somatório de tais fatores, agravam ainda mais as dificuldades dos

portadores de deficiência auditiva, pois eles ficam um tanto impedidos deterem

acesso ao mundo da comunicação, modificando tanto ao lado social, como o

emocional e impedindo até mesmo o desenvolvimento acadêmico e o

profissional no futuro. Certamente os veículos mais importantes são o

desenvolvimento da linguagem e a evolução das habilidades em comunicação

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pois permitem que a criança receba as informações do mundo exterior e se

expresse junto aos ouvintes.

É importante a conscientização das pessoas que convivem com

deficientes auditivos, tanto no âmbito familiar como no profissional.

Entendendo, auxiliando em suas dificuldades e acreditando realmente no

desenvolvimento de suas potencialidades. Com isso, contribuindo de forma

positiva e não agravando o desenvolvimento destas crianças, a fim de que se

tornem adultos integrados à sociedade à qual fazem parte adquirindo

autonomia necessária para a sua vida pessoal e profissional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAROLL, john B. Psicologia da Linguagem RJ: Zahar, 1977.

JOSÉ, Elizabete da Assunção e COELHO, Maria Teresa. Problemas de

Aprendizagem.

SP: Ática, 1997.

LAUNAY, Clement e MAISONNY, Borel. Distúrbios da Linguagem da Fala e da

Voz na Infância. SP: Roca, 1986.

MUTSCHELE, Marly Santos, Problemas de Aprendizagem da Criança SP:

Loyola, 1985.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS: DEFICIÊNCIA AUDITIVA.

ANA LÚCIA DA SILVA MOURA MANSO

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