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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O FRACASSO ESCOLAR NO SÉCULO XXI: Mito ou realidade? Por: Maria da Penha dos Santos Orientador Prof. Geni Lima Rio de Janeiro 2012

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O FRACASSO ESCOLAR NO SÉCULO XXI: Mito ou realidade?

Por: Maria da Penha dos Santos

Orientador

Prof. Geni Lima

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O FRACASSO ESCOLAR NO SÉCULO XXI: Mito ou realidade?

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em orientação educacional e pedagógica.

Por: Maria da Penha dos Santos

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter

permitido que tudo acontecesse, aos

amigos que muito me incentivaram, à

minha família e à minha filha que me deu

apoio em todos os momentos.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a todos que acreditaram que eu

poderia vencer esta etapa da minha vida.

5

RESUMO

Este estudo tem a intenção de buscar informações a respeito da seguinte

problemática: Diante de tantos amparos legais e estudos sobre as causas é

aceitável em pleno século XXI um aluno chegar ao final do Ensino Médio, ou

seja, terminar o Ensino Básico sem ser Letrado? E salientar a importância da

atuação de profissionais especializados, tais como: Orientador Educacional e o

Coordenador Pedagógico, bem como o próprio Gestor da unidade escolar na

busca por uma melhoria da atuação do docente visando o melhor desempenho

acadêmico do aluno. No primeiro capítulo identificaremos os fatores que

influenciam no baixo desempenho dos alunos. No segundo trataremos do papel

do gestor e dos especialistas existentes na comunidade escolar e finalmente

terminaremos o estudo analisando os dados identificados no primeiro capítulo.

6

METODOLOGIA

Para atingir os objetivos propostos neste estudo será realizada uma pesquisa

de campo através de questionário, que será respondido em entrevista, com duração

de dois meses em um grupo da comunidade escolar da “escola X” em Queimados e a

fim de buscarmos soluções para os problemas apontados na pesquisa inicial

realizaremos uma bibliográfica em livros especializados no assunto. Os dados da

pesquisa etnográfica serão tabulados e apresentados em forma de tabelas e gráficos,

já o restante do estudo fará parte de um fichamento que auxiliará no desenvolvimento

do material recolhido. A partir daí será elaborado um texto dividido em capítulos, nos

quais serão abordados os pontos principais da pesquisa.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

8

CAPÍTULO I– Identificar os fatores que influenciam o baixo

desempenho do aluno na escola através de entrevista realizada com

a comunidade escolar

11

CAPÍTULO II– O papel do gestor, do orientador educacional e

pedagógico no combate ao fracasso escolar

18

CAPÍTULO III– Analisar o fracasso escolar na “escola X” em Queimados

27

CONCLUSÃO

33

BIBLIOGRAFIA

34

WEBGRAFIA

36

ANEXOS

37

ÍNDICE

41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

8

INTRODUÇÃO

O fracasso escolar faz parte dos tópicos que há muitos anos está

presente nos debates e estudos no domínio da educação pública no Brasil, e

que ainda permanece no campo de grande valor no panorama das políticas

públicas e da educação em especial. Diante disto, os questionamentos sobre o

mau desempenho escolar, em parte, tem tido como ponto central de discussão

o papel do orientador educacional e pedagógico, da família e da escola na vida

escolar do discente.

Diante de tantos amparos legais e estudos sobre as causas é aceitável

em pleno século XXI um aluno chegar ao final do Ensino Médio, ou seja,

terminar o Ensino Básico sem ser Letrado?

Pesquisar os motivos que levam ao baixo desempenho dos alunos na

escola é fundamental em um momento onde grande parte da atenção do

Governo esta focada na melhoria dos índices das avaliações externas. Vários

projetos e programas vêm sendo colocados em práticas pensando em

estimular a criança e o adolescente a concluir a Educação Básica prevista na

Lei de Diretrizes e Bases 9293/96 (LDB) e no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA). Sem deixar de lado as competências e habilidades

necessárias para o período.

Entendemos que muitos são os pretextos que levam ao fracasso

escolar e este estudo, sem intenção de esgotar o assunto, tem o foco na

pesquisa bibliográfica e de campo, para determinar os principais pontos que

levam a esta situação de desinteresse da criança e do adolescente e auxiliar

através da análise dos resultados professores, funcionários, orientadores

educacionais, orientadores pedagógicos e equipe gestora a criar ações que

diminuam este problema.

Sabemos que nossas crianças e adolescentes enfrentam problemas na

base, o desinteresse parte da realidade familiar que vivencia em casa, no

âmbito familiar. Por isso este trabalho fará uma breve relação sobre a questão

do fracasso escolar e as políticas públicas no Brasil, finalizando com a atuação

do Orientador Educacional e Pedagógico mostrando o trabalho desempenhado

9

por esses profissionais a fim de solucionar a questão dando suporte tanto a

professores quanto para os discentes.

Iremos retratar também a questão da globalização e avanço

tecnológico que causa um grande buraco nas relações entre professores e

alunos, pois o método tradicional de ensino afasta a criança e o jovem que hoje

estão ligados em informações curtas e objetivas passadas em “flash”. Essa

geração que esta hoje nas escolas poderia ser chamada de geração “Outdoor”,

pois foca na imagem e não presa muito por grandes textos.

A Gestão Democrática da escola prevista na LDB 9394/96 direciona

para uma solução do problema, pois quando a comunidade escolar se entende

como parte integrante de um todo e determinando funções básicas cada um

desempenha o seu papel o aluno é envolvido em uma atmosfera de sucesso e

alcança seus objetivos.

Para realização da entrevista que servirá de base para essa pesquisa

faremos visitas a uma Escola Pública Estadual no Município de Queimados,

destacando o trabalho do Orientador Educacional e Pedagógico da unidade

administrativa.

É pensando nisto e em outros pontos que a entrevista e os estudos

bibliográficos referentes ao tema que pretendemos ao final desta monografia

apresentar algumas soluções para os gestores e comunidade escolar.

O presente trabalho tem por objetivos: Estudar as causas do fracasso

escolar dos alunos, destacando as ações desenvolvidas tanto pela equipe

pedagógica (orientador educacional e pedagógico) quanto pelas políticas

públicas de combate as causas deste processo; Identificar os fatores que

influenciam o baixo desempenho do aluno na escola através de entrevista

realizada com a comunidade escolar; Descrever o papel do gestor, do

orientador educacional e pedagógico no combate ao fracasso escolar e

analisar o fracasso escolar na “escola X” em Queimados.

Para atingir os objetivos propostos neste estudo será realizada uma

pesquisa bibliográfica em livros especializados no assunto. Várias obras serão

estudadas para selecionar os dados. Todas as informações importantes farão

parte de um fichamento que auxiliará no desenvolvimento do material

recolhido. E a fim de diagnosticar as causas do baixo rendimento escolar dos

alunos será realizada uma entrevista com os membros da comunidade escolar

10

e esta será tabulada e a análise dos gráficos fará parte do corpo do trabalho. A

partir daí será elaborado um texto dividido em capítulos, nos quais serão

abordados os pontos principais da pesquisa apontados nos objetivos

específicos.

Essa pesquisa é fundamentada nos autores Grinspun, Gadotti, Hoffman,

Vasconcelos, Piaget, Vygotsky, Emília Ferreiro e Ana Teberosky e nas Leis que

regem a educação no país, buscando incessantes reflexões sobre a

importância de se desvendar os enigmas dessa temática.

11

CAPÍTULO I

IDENTIFICAR OS FATORES QUE INFLUENCIAM O BAIXO

DESEMPENHO DO ALUNO NA ESCOLA ATRAVÉS DE

ENTREVISTA REALIZADA COM A COMUNIDADE ESCOLAR

Foi realizada uma pesquisa de campo, através de questionário

respondido em entrevista.

A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada durante os meses de

Outubro e Novembro de 2011, aproximadamente, com integrantes da

comunidade escolar da Escola “X”.

Para a coleta, foram usadas anotações de campo e entrevista (anexo 8),

que foram feitas com os membros da comunidade escolar, para tentar

identificar qual é a principal causa que leva ao baixo desempenho dos alunos.

Espera-se, a partir desse estudo, verificar o principal motivo que leva os

alunos ao fracasso escolar, tentando assim, ao final, focar novos caminhos

para entendimento desta questão.

1.1 Dados da Unidade Escolar

A “escola X” fica localizada a 500 metros do centro comercial do

Município de Queimados. Na escola tem duas modalidades de Ensino: o

segundo segmento do Ensino Fundamental em fase de terminalidade e o

Ensino Médio. Ambas as modalidades são do Ensino Regular. Seus alunos são

oriundos da Rede Municipal de Ensino.

Funciona em três turnos: manhã, tarde e noite. A maioria de seus

professores faz parte da Rede Estadual. A equipe diretiva é composta de uma

Diretora Geral e duas Diretoras Adjuntas. Existe na unidade administrativa uma

orientadora educacional e dois coordenadores pedagógicos.

Por ter uma equipe de trabalho na área pedagógica que está completa a

escola desenvolve um acompanhamento aos alunos faltosos e aqueles que

apresentam muitas dificuldades no aprendizado.

12

A missão desta unidade escolar é a de formar indivíduos – sobretudo

nas dimensões da cidadania e do trabalho – como sujeitos de sua própria

história, capazes de interagir dialética e conscientemente com seus

semelhantes, com os conhecimentos e com o mundo que os rodeia. Sua visão

de futuro é nossa instituição de ensino pretende, até o ano de 2014, posicionar-

se como instituição de excelência na Educação Básica ofertada no Município

de Queimados. E a “escola X” tem como valores orientadores de suas ações a

liberdade, a solidariedade humana, a gestão democrática do ensino e a

cidadania. Podemos observar na tabela abaixo o quantitativo de componentes da

comunidade escolar:

Tabela 1 – Comunidade Escolar

EDUCANDOS DE ENSINO FUNDAMENTAL 526 EDUCANDOS DE ENSINO MÉDIO 1087

TOTAL DE EDUCANDOS 1613 TURMAS DE ENSINO FUNDAMENTAL 11

TURMAS DE ENSINO MÉDIO 25 TOTAL DE TURMAS 36 PROFESSORES 84

COORDENADORES PEDAGÓGICOS 02 ORIENTADOR EDUCACIONAL 01

DIRETORES 03 FUNCIONÁRIOS DE APOIO

(MERENDEIROS, SERVENTES, VIGIAS, PORTEIROS, ETC)

20

FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS 05 SECRETÁRIOS 01

Observamos a partir da análise realizada nos documentos da UA que

suas forças e oportunidades são: Boa preservação do patrimônio público;

Aceitação das diferenças que favorece um ambiente agradável; Prevenção de

violência que envolva membros da comunidade escolar; Boa frequência dos

professores; Instalação de núcleo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

no município; Aumento considerável de indústrias e de lojas comerciais no

município; Boa relação com o Poder Público Municipal. E como fraquezas e

ameaças: Baixo índice de aprovação sem progressão parcial; Índice não

satisfatório de permanência na escola; Adequação idade-série não satisfatória;

Baixo número de professores com aulas atrativas; Baixa frequência de

13

responsáveis em reuniões de resultados de alunos; Aumento significativo da

violência entre adolescentes nas escolas públicas e privadas situadas no

município.

A escola adota como estratégias as seguintes ações: 1) Promover

encontros pedagógicos que favoreçam práticas docentes mais atrativas e que

considerem a distorção etária como realidade a ser enfrentada; 2) Desenvolver

parcerias com o núcleo da UERJ no município visando à formação continuada

de docentes; 3)Incentivar parcerias com indústrias ou comércios locais para o

desenvolvimento de projetos significativos à melhoria da aprendizagem dos

educandos e da relação escola-comunidade; 4) Divulgar, promovendo parceria

da unidade escolar, as ações da Prefeitura Municipal de Queimados nas áreas

da educação, saúde, esporte, lazer, cultura e assistência social à comunidade

escolar, visando uma integração maior dos sujeitos sociais na vida da escola e

do município.

Após esta breve exposição referente aos dados gerais da “escola X”

passaremos aos resultados da pesquisa.

1.2 Resultado da Pesquisa

Através da entrevista feita com 50 membros da comunidade escolar

Estadual em Queimados, pode-se fazer uma pequena avaliação sobre a

importância da educação para os alunos e o que pode acarretar o baixo

desempenho.

Constata-se na Tabela 2 que a maior parte dos entrevistados vê a

Educação como uma necessidade para chegar ao mercado de trabalho. O que

observamos também no Gráfico 1 – Motivo do estudo: Necessidade que

encontra-se em anexo 1.

Tabela 2 – Motivo pelo qual está estudando

Motivo Ocorrências

Por gostar 11

Apenas para concluir 05

Por necessidade 33

Apenas para passar o

tempo 01

Total de respostas: 50

14

Apesar de compreenderem a importância do estudo, se observado o

gráfico com as ocorrências por motivo, fica claro que a maioria dos alunos visa

a entrada no mercado do trabalho, pois é necessário auxiliar na renda familiar.

Esse é um grande problema de desigualdade social que aflige as camadas

mais baixas da sociedade. Esses alunos estarão em desvantagem quanto

aqueles que podem se dedicar apenas aos estudos.

A Tabela 3 mostra o total de horas dedicadas ao estudo por dia. O

Gráfico 2 – Carga Horária consta no anexo 3.

Tabela 3 - Carga horária de estudos diária

Verificando o gráfico 2 no anexo 2, as cargas horárias de estudo, que

varia de 04 a mais de 6 horas/dia, retratam a realidade dos estudantes, pois a

maioria estuda somente na escola, observando às 4 horas diárias daqueles

que frequentam. E é nesse ponto que precisamos iniciar nossa análise, porque

para alcançar um maior desenvolvimento na vida escolar do aluno, faz-se

necessário uma carga horária maior, através de oficinas lúdicas e criativas

onde o estudante possa aprender de maneira diversificada.

Na opinião dos alunos entrevistados: como está a atratividade das

aulas?

Tabela 4 – Atratividade das aulas

Carga horária Ocorrência

4 horas 35

5 horas 10

6 horas 04

Mais que 6 horas 01

Nº de respostas: 50

15

Observando as respostas dos alunos, Gráfico 3 – Atratividade das aulas

(anexo 3) percebemos que aproximadamente 60% dos alunos não vêem

atratividade nas aulas. Surge então uma reflexão: Como atrair a atenção dos

alunos em um mundo globalizado, aonde as informações chegam em tempo

real?

O trabalho desenvolvido pelos professores em sua prática pedagógica

necessita de contextualização. O estudante precisa saber para que ele vai

utilizar aquela informação. É fato que o ser humano só aprende aquilo que lhe

parece interessante e útil no seu dia-a-dia. Partindo desse ponto segue a

análise de outra indagação.

Pela Tabela 5, percebe-se que os alunos gostam dos professores, mas,

segundo a Tabela 6, eles gostariam que a didática do professor fosse diferente.

Tabela 5 - O que mais gosta na escola

Como demonstra o Gráfico 4 – Preferência escolar (anexo 4) a maior

parte dos alunos gosta de determinada disciplina muito mais por gostar do

professor e acaba fazendo associação à mesma.

Resposta Ocorrência

Interessantes 15

Desinteressantes 25

Nº de respostas: 40

Resposta Ocorrência

Dos

professores

28

Da merenda 04

Do ensino 08

Nº de respostas: 40

16

A Tabela 5 apresenta a desaprovação dos alunos.

Tabela 6 - O que mudaria no ensino

No Gráfico 5 – Mudanças no ensino (anexo 5) demonstra que para eles

a didática do professor não é motivadora. As aulas são muito teóricas, sem

debate ou algo que venha despertar o interesse dos alunos pela aula.

Atualmente observamos uma baixa no índice de fluxo escolar

(aprovaçãoxreprovaçãoxabandono). Isso fica claro se analisarmos o último

resultado do IDEB1 do Rio de Janeiro. A Tabela 7 mostra os fatores que mais

contribuem para essa estatística.

Tabela 7 - O que mais contribui para o fracasso escolar

1 Acesso em 10/10/2011: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=180&Itemid=336

Resposta Ocorrência

Horário 04

Conteúdo 16

Didática do

professor

20

Nº de respostas: 40

Resposta Ocorrência

Falta de interesse dos alunos 07

Incompatibilidade do horário de trabalho com o início das

aulas

03

Falta de compromisso do governo estadual com a

educação

08

17

Ao analisar o Gráfico 6 – Causas do fracasso escolar (anexo 6)

percebemos que como a maioria dos alunos tem dificuldade em aprender, o

nível de rendimento é baixo, principalmente pelo cansaço. Muitos alunos vão

para a escola para cumprir uma obrigação social, o que prejudica no processo

ensino-aprendizado.

A Tabela 8 confirma o que já era esperado no momento da elaboração

da pesquisa.

Tabela 8 – O que é primordial para uma boa qualidade de vida

O Gráfico 7 – Qualidade de Vida (anexo 7) mostra que apesar de muitos

não gostarem de estudar, não se sentirem motivados com algumas disciplinas,

a maioria, quase todos, percebem que só através da educação poderá

conquistar uma vida com mais qualidade.

A partir da análise das questões propostas a comunidade escolar da

escola “X” em Queimados passaremos nos próximos capítulos a pontuar qual o

papel de cada profissional da educação diante da constatação dessa pesquisa.

Falta de motivação dos professores no incentivo aos

alunos

06

Dificuldade em aprender (assuntos descontextualizados) 26

Nº de respostas: 50

Resposta Ocorrência

Trabalho 5

Educação 44

Lazer 01

Nº de respostas: 50

18

CAPÍTULO II

O PAPEL DO GESTOR, DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

E PEDAGÓGICO NO COMBATE AO FRACASSO ESCOLAR

No primeiro capítulo desse trabalho relatamos os resultados de uma

pesquisa em uma determinada escola no município de Queimados.

Percebemos então que os alunos entendem a necessidade do estudo para

inserção no mercado de trabalho em condições melhores, mas não tem

estímulo no aprendizado por não perceberem nas aulas muita atratividade.

Diz PAIN2 (1992):

“A função da educação pode ser alienante ou libertadora, dependendo de como for usada, quer dizer, a educação como tal não é culpada de uma coisa ou de outra, mas a forma como se instrumente esta educação pode ter efeito alienante ou libertador”.

Após quase um século de debates e pesquisas em torno do problema, a

necessidade de estudos sobre o fracasso escolar é, agora, realimentada pelo

novo cenário gerado com as mudanças na atual política educacional brasileira,

marcada pela adequação à Lei de Diretrizes e Bases (LDB/1996).

A respeito de do fracasso escolar FERREIRO3 (1985) assinala:

Já é bem conhecido o fato de que o Fracasso Escolar não se distribui democraticamente no conjunto da população. O Fracasso Escolar inicial, que o da alfabetização, se concentra nas populações urbanas e rurais marginalizadas. Constitui também, lugar comum assinalar correlações positivas entre o fracasso da alfabetização no tempo escolar requerido a fatores como o estado de saúde da criança (especialmente o nutricional), o nível de educação dos pais as condições gerais de vida. Os professores e a instituição escolar têm aceitado com facilidade a realidade de tais fatos...

2 PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. 3 FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

19

As dificuldades de aprendizagem podem acontecer tanto no começo

como ao decorrer do período escolar. Aparece em determinadas circunstâncias

para cada aluno, o que exige uma verificação no campo em que ele se

apresenta. Qualquer dificuldade de aprendizagem provoca um trabalho amplo,

trabalho do professor em conjunto com a família da criança para observar

situações e elencar características buscando constatar o que esta

representando dificuldade ou empecilho para que o aluno aprenda.

A fundamentação da gestão está, pois, na constituição de um espaço público de direito, que deve promover condições de igualdade, garantir estrutura material para um serviço de qualidade, criar um ambiente de trabalho coletivo que vise a superação de um sistema educacional seletivo e excludente, e, ao mesmo tempo, que possibilite a interrelação desse sistema com o modo de produção e distribuição de riqueza, com a organização da sociedade, com a organização política, com a definição de papéis do poder público, com as teorias do conhecimento, as ciências, as artes e as culturas.4

De acordo com o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº

9394/96 o gestor deve procurar a prática da gestão democrática dando voz a

comunidade escolar e aos órgãos colegiados e desta forma buscar o melhor

para o desenvolvimento do educando, parte mais importante do sistema

educacional.

A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político-pedagógico. Ela exige, em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar. (...) A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da escola, sejam seus dirigentes e gestores, e não apenas seus fiscalizadores ou meros receptores dos serviços educacionais. Na gestão democrática, pais, alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola. GADOTTI5 (2007)

O Gestor deve mediar à ação entre professor-aluno dando meios ao

primeiro para trabalhar de maneira diversificada para atender as necessidades 4 CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Plano Nacional de Educação: proposta da sociedade brasileira. Brasília, 2000. 5 GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (Guia da escola cidadã, 1).LUCKESI, Carlos Cipriano. Gestão Democrática da escola, ética e sala de aula. ABC Educatio, n. 64. São Paulo: Criarp, 2007.

20

do segundo. Ou seja, deve partir do gestor o suporte para o professor,

proporcionando ao mesmo participar de cursos de capacitação para o

aprimoramento das práticas pedagógicas. Oferecendo palestras sobre as

diversas dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos, pois nem

sempre o fracasso escolar é fruto de desmotivação do aluno.

Para o aluno o gestor pode oferecer incentivo através de parcerias, tais

como: Entre Jovem (Unibanco), Enter Jovem (Instituto Empreender) entre

outras. O aluno precisa ter um objetivo ao ir a escola, o ensino tem que ser

valorizado por ele e é através das ações do gestor em conjunto com a

comunidade escolar que esse processo se desenvolve.

De acordo com Bordignon e Gracindo6 (2000),

“a organização educacional precisa ter uma estrutura pedagógica, determinada pela finalidade, pelos fins da educação, diferentemente da tradicional estrutura burocrática, em que, quase sempre, os meios são mais importantes que os fins”. De nada adianta investir na gestão se não houver mudanças no cotidiano do processo de ensinar e aprender, envolvendo a sala de aula e seus professores.

Na estrutura educacional atual é função do gestor escolar refletir sobre o

processo educacional e as ações da escola, determinando um projeto de

cidadania, aplicando-lhe intuitos e desígnios filosóficos, sociais e educacionais

de acordo com a proposta político-pedagógica do método de ensino. O diretor

escolar e seus coordenadores precisam ser aptos para trabalhar com os

indivíduos do processo educacional e suas relações, como participantes da

construção desse processo, gerando adesão, co-responsabilidade e

compromisso.

É função dos diretores o desenvolvimento de novos modelos de gestão

educacional como forma de filtrar e reorganizar as energias surgidas no

cotidiano escolar, proporcionando a sucessão de propostas pedagógicas que

permitam o avanço do processo ensino-aprendizagem.

A administração do processo educacional solicita de seus gestores a

capacidade de articulação e edificação do processo, não restringindo suas

6 BORDIGNON, G. e GRACINDO, R.V. A nova LDB e a política de formação de professores: um passo à frente e dois atrás... In: FERREIRA, N. S. C. e AGUIAR, M. da S. (Orgs.) Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. SP: Cortez, 2000.

21

funções, apenas ao controle dos modelos de legitimidade. Devem ter

condições de lidar com as relações de poder, presentes no cotidiano, sabendo

observar, investigar e interpretar os acontecimentos do universo escolar,

aceitando os conflitos como desafios saudáveis, conduzindo-os para o sucesso

da ação administrativa. Devem ser mediadores de todas as equipes da

comunidade escolar, contendo tensões entre professores, professores e alunos

e nos vários segmentos da escola, buscando o equilíbrio e o bem estar, sem

perderem de vista o seu papel de mediadores e articuladores dos aspectos

políticopedagógicos do processo, orientando, organizando e oportunizando a

realização dos objetivos da educação.

De acordo com o Diário Oficial de 30 de agosto de 2011 as atribuições

do Coordenador Pedagógico do Estado do Rio de Janeiro são:

- Articulação da elaboração participativa do Projeto Pedagógico da Escola;

- Assessoramento ao diretor em todas as ações pedagógicas;

- Promoção da articulação e integração das ações pedagógicas desenvolvidas

na unidade escolar, de acordo com a política educacional da SEEDUC/RJ e

respeitada a legislação em vigor;

- Coordenação da consecução e avaliação do Projeto Pedagógico da unidade

escolar;

- Proposição e execução de ações junto ao corpo docente que possam garantir

a execução do Projeto Pedagógico da unidade escolar;

- Organização e condução das reuniões do Conselho de Classe, em parceria

com o Diretor Escolar, propondo alternativas para a melhoria do processo

educacional, numa perspectiva inovadora de instância avaliativa do

desempenho dos alunos;

- Articulação de reuniões pedagógicas, oferecendo subsídios para um trabalho

pedagógico mais dinâmico e significativo;

- Coordenação e acompanhamento das atividades dos horários de Atividades

Pedagógicas dos professores em Unidades Escolares, viabilizando a

atualização pedagógica em serviço;

- Assessoramento dos professores no planejamento da recuperação da

aprendizagem e da dependência, considerados os índices de avaliação interna

e externa;

22

- Organização de estratégias que garantam o apoio suplementar àqueles

alunos que necessitam de maior tempo para elaborar seu conhecimento;

- Promoção da integração e a articulação entre os professores, buscando a

consecução de um currículo interdisciplinar;

- Promoção, junto ao corpo docente, de atividades de formação continuada,

tendo em vista o aperfeiçoamento do processo pedagógico;

- Coordenação da escolha de livros e outros suportes didáticos, garantindo a

participação dos professores e alunos, quando couber;

- Atuação em conjunto com a Equipe de Direção e a de Assessoramento

Técnico-Pedagógico, cuidando das relações entre o corpo docente, o discente

e o administrativo e a comunidade;

- Avaliação dos resultados obtidos na operacionalização das ações

pedagógicas, visando a sua reorientação;

- Estimulação, articulação e participação da elaboração de projetos especiais

junto à comunidade escolar, desde que orientados pelas diretrizes da

SEEDUC;

- Elaboração de estudos, levantamentos qualitativos e quantitativos

indispensáveis ao desenvolvimento do sistema ou rede de ensino ou da escola;

- Elaboração, acompanhamento e avaliação, em conjunto com a Direção da

Unidade Escolar, dos planos, programas e projetos voltados para o

desenvolvimento do sistema e/ou rede de ensino e de escola, em relação a

aspectos pedagógicos;

- Concepção, estimulação e implantação de inovações pedagógicas e divulgar

as experiências de sucesso, promovendo o intercâmbio entre Unidades

Escolares, através da publicação em canais próprios no portal eletrônico da

SEEDUC/RJ;

- Promoção e incentivo à realização de palestras, encontros e similares, com

grupos de alunos e professores sobre temas relevantes para a cidadania e

qualidade de vida;

- Promoção de reuniões e encontros com os pais, visando à integração

escola/família para promoção do sucesso escolar dos alunos.

O coordenador pedagógico deve atuar em consonância ao gestor

fazendo a interação do mesmo com o grupo de professores, entre algumas de

suas atribuições nesse processo está o papel de alertar os professores quando

23

for identificado pelo Conselho de Classe a dificuldade de aprendizagem do

aluno, buscando dessa forma evitar o fracasso escolar. Ressaltando a

necessidade de se dedicar atenção especial à orientação dos professores, por

meio de cursos de formação que busquem a relação teoria-prática, num

momento de construção coletiva de conhecimento, dando oportunidade para o

desenvolvimento de competências necessárias ao seu fazer profissional,

observando favorecer o crescimento integral do educando e o sucesso do

processo ensino-aprendizagem.

Segundo ao mesmo Diário Oficial de 30 de agosto de 2011 as

atribuições do Orientador Educacional do Estado do Rio de Janeiro são:

- Participar da articulação e organização de dados da comunidade Escolar,

para suporte do Projeto Pedagógico;

- Promoção de orientação para o trabalho, contribuindo para a articulação entre

o projeto pedagógico e as potencialidades do alunado;

- Contribuição no processo de integração escola-família-comunidade;

- Participação das reuniões do Conselho de Classe, propondo alternativas para

a melhoria do processo educacional;

- Divulgação, junto ao corpo docente, de atividades de formação continuada,

tendo em vista o aperfeiçoamento do processo pedagógico e suas articulações

com o mundo do trabalho;

- Contribuir para o acesso e a permanência de todos os alunos na escola,

intervindo com sua especificidade de mediador na realidade do aluno;

- Coordenar, junto com aos professores, o processo de sistematização e

divulgação das informações sobre o aluno, para conhecimento dos

professores, pais e, em conjunto, discutir encaminhamentos necessários;

- Colaborar com a comunidade escolar na criação, organização e

funcionamento das instâncias colegiadas, tais como: Associações de Apoio,

Conselhos Escolares, Grêmio Estudantil e outros, incentivando a participação e

a democratização das relações na Unidade Escolar;

- Contribuir para o desenvolvimento da auto-estima do aluno, visando a

aprendizagem e a construção de sua identidade pessoal e social;

- Participar junto com a comunidade escolar no processo de elaboração,

atualização do Regimento Escolar e utilização deste, como instrumento de

suporte pedagógico;

24

- Coordenar o processo de escolha de representantes de turma (aluno) com

vistas ao aperfeiçoamento do processo ensino aprendizagem;

- Coordenar a elaboração, execução, acompanhamento e avaliação de

projetos, planos, programas e outros, objetivando o atendimento e

acompanhamento do aluno, no que se refere ao processo ensino-

aprendizagem, bem como, o encaminhamento dos alunos a outros

profissionais, se necessário;

- Participar da análise qualitativa e quantitativa do rendimento escolar, junto

aos Professores, Coordenadores e demais educadores, visando reduzir os

índices de evasão e repetência, qualificando o processo ensino-aprendizagem;

- Visar o redimensionamento da ação pedagógica, coordenando junto aos

demais especialistas e professores, o processo de identificação e análise das

causas, acompanhando os alunos que apresentem dificuldades na

aprendizagem;

- Coordenar o processo de orientação profissional do aluno, incorporando-o à

ação pedagógica;

- Realizar e/ou promover pesquisas e estudos, emitindo pareceres e

informações técnicas, na área de Orientação Educacional;

- Desenvolver o trabalho de Orientação Educacional, considerando a ética

profissional;

Até o começo do século XX a Orientação Educacional no Brasil era

observada em momentos separados com atuações de aconselhamento

buscando passar uma moral religiosa e de caráter assistencial. Passando nos

anos seguintes a atender ao campo da Orientação Vocacional atendendo a

uma demanda do mercado devido ao desenvolvimento do país.

Nesse sentido, para Santis7 (2006):

“Orientação Educacional tinha, então, um fundamento basicamente psicologizante, e, em sua prática, reforçava a ideologia da neutralidade e das aptidões naturais dos indivíduos, independente de sua condição de classe”.

7 SANTIS, Lúcia Maria de Oliveira. Educação Continuada na Secretaria de Educação do Distrito Federal: concepções políticas na década de 80. Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília – UnB/Faculdade de Educação – FE, Março, 2002.

25

Diante da transformação ocorrida no mundo após a Globalização a

Orientação Educacional passou a ser um elo de articulação entre os

componentes da comunidade escolar, atuando em todos os segmentos da

Instituição de Ensino. Buscando a qualidade, traçando um perfil da realidade e

modificando-a para deixá-la mais justa.

De acordo com Grinspun8 (2005) “A Orientação Educacional é parte de

um todo, faz parte da escola que com ela interage permanentemente, assim

como com a própria sociedade”. Quando essa é desenvolvida no ambiente

escolar interfere no projeto pedagógico fazendo a mediação entre o contexto e

os integrantes das práticas educativas.

Segundo Grinspun9 (2006):

“O orientador está comprometido com a formação da cidadania dos alunos, considerando, em especial, o caráter da formação da subjetividade. O orientador educacional busca conhecer a realidade para transformá-la, para que seja mais justa e humana. São os orientadores, os coadjuvantes da prática docente”.

O papel do Orientador Educacional é o de perceber o aluno em sua

totalidade, como um ser em evolução biológica, psicológica e social. Quando o

Orientador Educacional, sinalizado pelo professor, percebe que alguma coisa

não caminha como o esperado com o aluno, ele entra em ação.

A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas e unicamente cuidar e ajudar os 'alunos com problemas'. Há, portanto, necessidade de nos inserirmos em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a 'construção' de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente. Desloca-se, significativamente, o 'onde chegar', neste momento da Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando

8 GRINSPUN, Miriam P. S. Z. (org.). Supervisão e Orientação Educacional. Perspectivas de

Integração na Escola – 2ª Edição. São Paulo: Cortez Editora, 2005.

9 GRINSPUN, Miriam. A orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas

para a escola - 3. Ed. Ampl. – São Paulo: Cortez, 2006.

26

a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas relações estabelecidas.10

Quando o problema apresentado é uma dificuldade de aprendizagem, é

esse profissional que inicialmente toma as primeiras e cabíveis providências a

serem tomadas para que tal situação seja amenizada.

Daí surge à ajuda que o Orientador Educacional pode oferecer. Sempre

levando em consideração que cada aluno é um ser diferenciado em sua

constituição como sujeito e, capazes de aprender a seu tempo e seu modo.

Ressaltamos que o papel do Orientador educacional não pode ficar restrito em

trabalhar o aluno com dificuldades de aprendizagem, mas esse profissional

deve participar ativamente na construção do Projeto Político Pedagógico da

escola, enfatizando a importância de ficar registrado neste documento ações

eficazes no combate ao baixo desempenho escolar.

Precisamos urgentemente repensar a escola brasileira, e fazer o

necessário para que os professores busquem qualificação para receber alunos

com dificuldades de aprendizagem das mais variadas. Sabemos que não é fácil

estar preparado pedagogicamente para todas as dificuldades, como dislexia,

deficiência visual ou auditiva, hiperatividade, entre tantas outras. Mas, como já

foi citado no início desse capítulo com o apoio do gestor providenciando esse

suporte o professor terá um desempenho à altura e levará o aluno ao bom

desempenho.

A orientação educacional deve ser feita permanentemente através de

palestras, trabalhos coletivos e individuais a fim de que este se ajuste no

ambiente escolar bem como no lar e na sociedade. Buscando a cooperação da

família de forma contínua, positiva e eficiente na vida do aluno. Realizando um

trabalho de aproximação da escola com a comunidade, proporcionando ao

aluno um desenvolvimento comportamental de "cidadão participante".

O que fica claro nesse exposto é que a partir do fazer integrado da

comunidade escolar, tendo no gestor um líder dinâmico, onde direciona o

trabalho buscando a qualidade da prática pedagógica, o fracasso escolar é

combatido na raiz e o aluno é o maior vencedor neste processo.

10 GRINSPUN, M.P.S.(Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1994.

27

CAPÍTULO III

ANALISAR O FRACASSO ESCOLAR NA “ESCOLA X” EM

QUEIMADOS

Para analisarmos o fracasso escolar apresentado pelos alunos da

“escola X” de Queimados é necessário fazer um breve relato das mudanças

ocorridas durante o ano letivo de 2011 nas unidades escolares do Estado do

Rio de Janeiro.

Com o baixo resultado atingido no IDEB (Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica) pelas escolas estaduais iniciou-se uma jornada pela busca

de resultados. O Governador do Estado Sérgio Cabral em uma entrevista

coletivo sobre o segundo mandato deixa claro seu investimento na Educação

do Estado do Rio de Janeiro, segue parte da entrevista ipsis verbis:

“Teremos para a área de Educação, um plano de metas com resultado e com bonificação àqueles que atingirem. Para citar um exemplo: um conjunto de ações que o secretário Wilson Risolia está finalizando junto com o INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) me será apresentado esta semana e nós estaremos anunciando nos próximos 15, 20 dias a vocês e à população. Mas a meta é chegar entre os cinco melhores desempenhos do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Um estado como o Rio de Janeiro, de Antonio Carlos Jobim e Cartola não pode ficar na posição vexatória em que a gente se encontra hoje”11

Um dos primeiros passos foi à contratação da consultoria da equipe do

INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) e a partir deste ponto a

implementação nas unidades escolares da Gestão Integrada da Escola (GIDE).

Esta metodologia de gestão visa atender o Art. 2º da Lei de Diretrizes e Bases

9394/96: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e

sua qualificação para o trabalho.

11 Acessado em 30/12/2011: http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=37463

28

O Sistema GIDE integra as dimensões estratégicas, política e gerencial da escola com foco em resultados pedagógicos. É orientado pelo PDCA (método científico de solução de problemas) e utiliza como referência o indicador IFC/RS (Índice de Formação de Cidadania e Responsabilidade Social), desenvolvido pelo INDG. O IFC/RS é um somatório de variáveis que mensuram as dimensões críticas relacionadas à formação de cidadania e responsabilidade social da escola. O indicador auxilia na identificação correta e precisa dos fatores que impactam negativamente os resultados da escola e que precisam ser trabalhados para obtenção de melhores resultados.12

Os Integrantes do Grupo de Trabalho (IGTs) passaram a visitar as

escolas e analisar resultados identificando pontos frágeis do processo ensino-

aprendizagem. Através do Índice de Formação de Cidadania e

Responsabilidade Social algumas variáveis são estudadas e quantificadas

resultando em um indicador para que a escola busque melhorias para o

crescimento do rendimento apresentado pelos alunos.

Não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados. O homem, e somente o homem é capaz de discernir, de distinguir o “ser” do “não ser”, com esta capacidade ele alcança o ontem, reconhece o hoje e descobre o amanhã. Ao constatar essa realidade, ele se integra e se enraíza, em uma situação de tempo e espaço, tornando-se assim um ser crítico, que vive em transição.” (Paulo Freire)13

Desta forma: notas nas avaliações externas e internas, a atratividade

das aulas, planos de curso, currículo mínimo, registro de boas práticas,

violência e discriminação na escola, recuperação paralela, freqüência dos

alunos e professores, lotação completa do quadro de horários, entre outros

pontos são investigados e tabulados a fim de visualizarmos a escola, um raio X

da situação. Com todos esses dados nas mãos equipe diretiva e corpo docente

pode iniciar o planejamento das ações realizadas na escola que elevarão os

frutos apresentados pelos alunos.

Um dos benefícios da Gestão Integrada da Escola é a padronização.

Desta forma os professores podem registrar as aulas que tiveram impacto 12 Acessado em: 30/12/2011: http://www.indg.com.br/cursos/cursos_detalhe.asp?curso=48 13 Acessado em 30/12/2011: http://wwwzenieduca.blogspot.com/2009/01/pensamentos-sobre-educao.html

29

significante para a melhoria dos resultados dos alunos em um formulário

padrão e desta forma socializá-lo com toda a comunidade escolar. Outra

ferramenta interessante é o Sistema Modus Educação que tem um campo para

o registro de POPs (Procedimento Operacional Padrão) que em breve abrirá

uma oportunidade para a troca de experiências entre todas as escolas da Rede

Estadual do Rio de Janeiro.

Pesquisar sobre o que os alunos entendem sobre a atratividade das

aulas pode indicar que tipo de aula lhes agradam mais e a partir daí os

professores podem se organizar para trocar experiências a fim de motivar os

educandos em uma aula agradável e participativa. Vale aqui ressaltar a

concorrência desleal que os professores têm que travar com as tecnologias

disponíveis aos alunos.

O professor é importante para a aprendizagem dos alunos na orientação dos caminhos que estes devem percorrer para atingirem o conhecimento. No entanto, somente o papel do professor neste processo não é suficiente, se faz necessário que o aluno dê sua contribuição. Se em uma sala ninguém tem interesse e não aproveita o que o educador tem a oferecer, este profissional também não terá motivação para realizar um bom trabalho e preparará aulas medíocres e sem brilho. Cabe, então, ao aluno, aproveitar o máximo possível o que seu professor pode lhe oferecer.14

A troca de experiências através do registro das boas práticas é um

recurso interessante e pode ser realizada de várias maneiras, tais como: jornal

mural, portifólio, informativo, entre outras oportunidades que levem aos

professores um momento de discussão sobre suas práticas pedagógicas, pois

é na troca de experiências que tanto o aluno quanto o professor podem sair

beneficiados. Outro ponto importante é a realização da recuperação paralela

prevista na PORTARIA SEEDUC/SUGEN Nº 174 DE 26 DE AGOSTO DE

2011:

Da Recuperação Paralela da Aprendizagem Art. 5º- Os estudos de recuperação paralela são de obrigatório oferecimento sempre que o aluno apresentar dificuldades no processo de aprendizagem, durante cada bimestre, e aplicada nos Anos Finais do Ensino Fundamental, no Ensino Médio, no Ensino Normal e na Educação Profissional, sendo registrada

14 Acessado em 02/01/2012: http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/dicas-para-um-melhor-aproveitamento-das-aulas.htm

30

pelo professor no diário de classe ou outro instrumento indicado pela SEEDUC. § 1º- O planejamento e os procedimentos relativos à recuperação paralela da aprendizagem constarão do Projeto Pedagógico da Unidade Escolar. § 2º - No processo de recuperação paralela da aprendizagem, a cada instrumento de avaliação utilizado, o aluno será reavaliado e, somente quando constatado seu progresso, deverá ocorrer a respectiva mudança do resultado. Art. 6º - Os estudos de recuperação da aprendizagem desenvolvidos de forma paralela poderão ser realizados utilizando-se as seguintes estratégias, de acordo com a disponibilidade da unidade escolar: I- atividades diversificadas oferecidas durante a aula; II- atividades em horário complementar na própria escola; III- plano de trabalho organizado pelo professor para estudo independente por parte do aluno. Parágrafo Único - Nos casos dos incisos I e II, admite-se o sistema de monitoria, sob a supervisão do professor, que poderá ser realizada por alunos da mesma turma ou de séries mais adiantadas.

Quando bem aplicada à recuperação paralela, descrita no capítulo da

Portaria supra citada, indica ao professor pontos frágeis na assimilação dos

conteúdos e proporciona uma revisão no fazer pedagógico do professor que

poderá ter a chance de utilizar uma nova metodologia a fim de atender as

necessidades de cada aluno.

3.1 – Análise da “escola X” em Queimados

Iniciaremos esse perfil com o seguinte pensamento é necessário

destacar a importância das probabilidades para o investimento no estudante

em seu potencial. Ipsis litteris, Carvalho (2000):

“a maneira pela qual docente e responsável visualizam o aluno pode afetar o seu desempenho em sala de aula. Apresentar perspectivas positivas pode ser apontado como importante recurso para o desenvolvimento infantil.”

Apud Lisboa e Koller (2005), é necessário que a criança possua uma

rede social e afetiva de suporte, que esteja disponível para auxiliá-la quando há

problemas com sua escolarização.

O baixo rendimento escolar, desta forma, é um assunto que transcorre

as afinidades constituídas entre família e escola. Nota-se que a escola ainda

31

assinala pontos extraescolares como “motivos” dos desempenhos impróprios,

sustentando uma visão estereotipada e contrária sobre as famílias menos

favorecidas. No entanto, a família mostra um novo olhar para o baixo

rendimento, afirmando as ligações existentes entre os fatores intra e extra-

escolares. A família demonstra que há a necessidade de haver um maior apoio

de sua parte e empenho do aluno, contudo aponta que a escola também

necessita analisar suas ações.

Os resultados obtidos pelo estudo indicam pontos a serem trabalhados

pela escola e pela família. A comunidade escolar deve levar em consideração a

necessidade do aluno em entrar no mercado de trabalho. E também a

dificuldade que enfrentam para permanecer em um ambiente sem contexto, ou

seja, o aluno precisa receber um ensino de forma contextualizada, para

entender a importância desse aprendizado. Este saldo sugere que há

necessidade dos docentes ficarem sempre atentos às particularidades de cada

aluno.

Professores da Rede Estadual de Ensino tem constatado que o baixo

rendimento escolar tem acarretado uma cadeia de dificuldades nas escolas,

tais como: a indisciplina; falta de credibilidade, tanto de alunos quanto de pais,

no tocante a instituição; não empenho de parte dos docentes com uma

educação de qualidade, ou por uma deficitária formação e também por não

estarem claros, para a vários educadores, os objetivos da escola pública hoje.

Declarando não ter meios para ensinar crianças que não buscam o saber,

conferem a culpa ao educando ou a indicadores externos à escola.

A escola não pode esperar por Reformas Legais para enfrentar a realidade que lhe afoga. Além do mais, a atitude de esperar “por decretos” [...] reflete o descompromisso de muitos e a responsabilização de poucos com aquilo que deveria ser transformado. A escola tem uma vida interior que, sem ser alterada por códigos legislativos, pode trabalhar com o homem em nova dimensão, bastando para isso que seus membros se disponham a estabelecer um novo projeto de reflexão e ação (NAGEL, 1989).

De acordo com Nosella (2006),

uma escola desinteressada, no sentido de não ser atrelada à formação de mão-de-obra para atender às necessidades do modo de produção capitalista, mas de formação plena do

32

sujeito, “onilateral”, “uma instrução intelectual, física e tecnológica para todos [...] pública e gratuita [...] de união do ensino com a produção [...] livre de interferências políticas e ideológicas” (MARX apud MANACORDA, 2006).

Com a implantação da Gestão Integrada da Escola a direção desta

unidade escolar iniciou o combate a este fracasso escolar apresentado por

seus alunos. No ano de 2011 a escola assumiu o compromisso de buscar bons

resultados. Mesmo com algumas dificuldades, por conta da carência de

professores em algumas disciplinas, falta de alguns funcionários de apoio, a

greve de professores no meio do ano letivo, a baixa interação dos pais nas

atividades realizadas pelos filhos, a escola tem apresentado um melhor

rendimento de seus alunos e de acordo com a análise realizada pelos

integrantes da comunidade escolar isso já é o fruto da mudança na prática

pedagógica.

Para a equipe diretiva muitos avanços já foram alcançados pela UA, mas

isso é só o início. Agora o foco é a parceria com universidades a fim de levar

palestras de incentivo e orientação vocacional aos jovens do ensino médio e

para as classes do segundo segmento do ensino fundamental a adesão em

alguns projetos oferecidos pelo MEC e pela SEEDUC busca a permanência do

aluno na escola e a motivação para os estudos. Para a equipe de docentes a

Direção prevê capacitações realizadas por seus coordenadores e grupos de

estudos a fim de possibilitar dentro do universo escolar a troca de experiências

e a formação continuada dos professores. A SEEDUC vem oferecendo cursos

de aperfeiçoamento da prática pedagógica e a aplicação na prática do currículo

oferecido.

É importante afirmar também que o trabalho do Orientador Educacional

fazendo o diagnóstico do aluno indisciplinado apático entre outros casos e em

conjunto com a família traçando meios de resgatá-lo é imprescindível para o

seu sucesso escolar. Da mesma maneira que o Coordenador Pedagógico deve

intervir, quando solicitado pelos professores, em situações problemas surgidas

no dia-a-dia escolar. O que fica claro nesse estudo é que há um grande esforço

e todas as partes em atingir seu objetivo maior que é o bom desempenho do

aluno.

33

CONCLUSÃO

Este estudo tratou de assuntos pertinentes ao baixo desempenho

escolar apresentado por alunos da Rede Pública Estadual em uma “escola X”

em Queimados.

Mostramos a importância da implementação do uma Gestão Integrada

onde todos os membros da comunidade escolar estão envolvidos para levar ao

corpo discente o aprendizado de forma prazerosa.

O fracasso escolar não é oriundo de um único fator, mas várias causas

levam ao resultado insatisfatório. O importante é aceitar isso como realidade,

pois o fracasso do aluno desestrutura qualquer política pública que venha a ser

desenvolvida no sistema educacional. Neste processo não existem culpados, e

sim, a falta de base do sistema educacional. Estamos como uma casa sem

alicerces.

Para iniciarmos uma mudança desse quadro faz-se necessário uma

união entre quem pensa política pública no país e quem a executa. Enquanto

não houver essa união essa situação tende a piorar.

Desta forma fica claro por tudo que analisamos sobre as ações

implementadas na escola a partir do ano de 2011 que se, o professor, peça

importante neste processo não for trabalhado, envolvido, valorizado, não

teremos muita melhora nos resultados apresentados pelos alunos.

Aulas mais envolventes, contextualizadas com a realidade do jovem

estudante para que este demonstre interesse. Uma atuação ativa do Gestor

motivando a troca de experiências entre os setores da unidade escolar,

analisando junto ao grupo que o baixo desempenho escolar é um problema de

todos e deve ser solucionado pela comunidade escolar, que deve trabalhar

unida. Cada um desempenhando seu papel da melhor maneira, pois não pode

ficar só a cargo do professor, ele sozinho não terá recursos para fazê-lo.

Sabemos que alguns passos já foram dados em relação ao combate ao

fracasso escolar nas escolas estaduais do Rio de Janeiro, mas é apenas o

inicio da jornada. Finalizamos esta pesquisa com a esperança de um futuro

pródigo para Educação do Estado.

34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BORDIGNON, G. e GRACINDO, R.V. A nova LDB e a política de formação de professores: um passo à frente e dois atrás... In: FERREIRA, N. S. C. e AGUIAR, M. da S. (Orgs.) Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. SP: Cortez, 2000.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20.12.1996. Estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, n.248, ano 134, p.27.833-27.841, 1996.

CARVALHO, A. M. P. de. Baixo Rendimento escolar: uma visão do professor. In: FUNAYAMA, C. A. (Org.) Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. Campinas: Alínea, 2000. p.115-146. CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Plano Nacional de Educação: proposta da sociedade brasileira. Brasília, 2000. FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (Guia da escola cidadã, 1).LUCKESI, Carlos Cipriano. Gestão Democrática da escola, ética e sala de aula. ABC Educatio, n. 64. São Paulo: Criarp, 2007. GRINSPUN, Miriam P. S. Z. (org.). Supervisão e Orientação Educacional.

Perspectivas de Integração na Escola – 2ª Edição. São Paulo: Cortez

Editora, 2005.

__________________. A orientação educacional: conflito de paradigmas e

alternativas para a escola - 3. Ed. Ampl. – São Paulo: Cortez, 2006.

_____________________ A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1994. LISBOA, C.; KOLLER, S. H. O microssistema escolar e os processos proximais: exemplosde investigação científica e intervenções práticas. In: KOLLER, S. Ecologia do desenvolvimento humano: pesquisa e intervenção no Brasil. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. p 337-353. MANACORDA, Mario Alighiero. Mario Alighiero Manacorda: aos educadores brasileiros. Campinas: Unicamp, HISTEDBR, 2006. 1 DVD.

35

NAGEL, Lízia. Avaliação, Sociedade e Escola: fundamentos para reflexão. Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 1989. NOSELLA, Paolo. Trabalho e Perspectivas de Formação dos Trabalhadores: para além da politecnia. Conferência realizada no I Encontro Internacional de Trabalho e Perspectivas de Formação dos Trabalhadores, LABOR, Universidade Federal do Ceará, 7-9 de setembro, 2006. PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. SANTIS, Lúcia Maria de Oliveira. Educação Continuada na Secretaria de Educação do Distrito Federal: concepções políticas na década de 80. Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília – UnB/Faculdade de Educação – FE, Março, 2002.

36

WEBGRAFIA

Acesso em 10/10/2011: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=180&Itemid=336 Acessado em 30/12/2011: http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=37463 Acessado em: 30/12/2011: http://www.indg.com.br/cursos/cursos_detalhe.asp?curso=48 Acessado em 30/12/2011: http://wwwzenieduca.blogspot.com/2009/01/pensamentos-sobre-educao.html Acessado em 02/01/2012: http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/dicas-para-um-melhor-aproveitamento-das-aulas.htm

7.1 - Anexo 1

Gráf

7.2 - Anexo 2

33

MOTIVO

10

CARGA

ANEXOS

Gráfico 1 – Motivo do estudo: Necessidade

Gráfico 2 – Carga Horária

11

5

1

OTIVO PELO QUAL ESTÁ ESTUDANDO

POR GOST

APENAS P

POR NECE

APENAS PTEMPO

35

4 1

ARGA HORÁRIA DE ESTUDOS DIÁRIA

4 HO

5 HO

6 HO

MAI

37

OSTAR

AS PARA CONCLUIR

ECESSIDADE

AS PARA PASSAR O

4 HORAS

5 HORAS

6 HORAS

MAIS QUE 6 HORAS

7.3 - Anexo 3

Grá

7.4 - Anexo 4

G

25

4

Gráfico 3 – Atratividade das aulas

Gráfico 4 – Preferência escolar

15

ATRATIVIDADE DAS AULAS

INT

DE

28

8

PREFERÊNCIA ESCOLAR

DO

DA

DO

38

INTERESSANTE

DESINTERESSANTE

DOS PROFESSORES

DA MERENDA

DO ENSINO

7.5 - Anexo 5

Gr

7.6 - Anexo 6

Gr

20

26

CAU

Gráfico 5 – Mudanças no ensino

Gráfico 6 – Causas do fracasso escolar

4

16

MUDANÇAS NO ENSINO

HORÁRIO

CONTEÚD

DIDÁTICA

7

3

8

6

CAUSAS DO FRACASSO ESCOLAR

FALTA DE INTEALUNOS

INCOMPATIBILHORÁRIO DE TO INÍCIO DAS

FALTA DE COMGOVERNO ESTEDUCAÇÃO

FALTA DE MOPROFESSORESAOS ALUNOS

DIFICULDADE (ASSUNTOS DESCONTEXTU

39

RIO

EÚDO

ICA DO RPOFESSOR

INTERESSE DOS

TIBILIDADE DO DE TRABALHO COM

AS AULAS

COMPROMISSO DO ESTADUAL COM A

MOTIVAÇÃO DOS RES NO INCENTIVO OS

DE EM APRENDER

EXTUALIZADOS)

7.7 - Anexo 7

7.8 – Anexo 8

ENTREVISTA REALIZAD

1 – Qual o motivo porque( ) Por gostar ( ) Por necessidade ( ) Apenas para concluir ( ) Apenas para passar o2 – Qual a sua carga hor( ) 4 horas ( )( ) 5 horas ( )3 – Em sua opinião como( ) interessante 4 – Qual a sua preferênc( ) Professores ( ) Me5 – O que você gostaria ( ) Horário ( ) Conteúdo6 – Em sua opinião, quescolar. ( ) Falta de interesse dos( ) Incompatibilidade do h( ) Falta de compromisso( ) Falta de motivação do( ) Dificuldade em aprend7 – O que você considevida? ( ) Trabalho ( ) Educação ( ) Lazer

Gráfico 7 – Qualidade de Vida

LIZADA COM A COMUNIDADE ESCOLAR DX” EM QUEIMADOS

orque você está estudando?

ncluir um grau de ensino ssar o tempo a horária de estudos diária? ( ) 6 horas ( ) mais que 6 horas como é a atratividade das aulas? ( ) desisteressante erência escolar?

Merenda ( ) Ensino taria que mudasse no ensino? nteúdo ( ) Didática do professor ão, qual é a causa mais impactante para

e dos alunos. e do horário de trabalho com o início das aulasmisso do governo estadual com a educação.ção dos professores no incentivo aos alunos.prender (assuntos descontextualizados) nsidera primordial para se ter uma boa q

5

44

1

QUALIDADE DE VIDA

40

AR DA “ESCOLA

para o fracasso

aulas. ção. nos.

boa qualidade de

TRABALHO

EDUCAÇÃO

LAZER

41

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

8

CAPÍTULO I– Identificar os fatores que influenciam o baixo desempenho do aluno na escola através de entrevista realizada com a comunidade escolar

11

1.1 Dados da Unidade Escolar 12 1.2 Resultados da Pesquisa 14 CAPÍTULO II– O papel do gestor, do orientador educacional e pedagógico no combate ao fracasso escolar

18

CAPÍTULO III– Analisar o fracasso escolar na “escola X” em Queimados

27

3.1 – Análise da “escola X” em Queimados 30 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA 34 WEBGRAFIA 36 ANEXOS 37

7.1 – Anexo 1 - Gráfico 1 – Motivo do estudo: Necessidade 37

7.2 – Anexo 2 - Gráfico 2 – Carga Horária 37

7.3 – Anexo 3 - Gráfico 3 – Atratividade das aulas 38

7.4 – Anexo 4 - Gráfico 4 – Preferência escolar 38

7.5 – Anexo 5 - Gráfico 5 – Mudanças no ensino 39

7.6 – Anexo 6 - Gráfico 6 – Causas do fracasso escolar 39

7.7 – Anexo 7 - Gráfico 7 – Qualidade de Vida 40

7.8 – Anexo 8 – Entrevista realizada com a comunidade escolar da “Escola X” em Queimados

40

ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 42