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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE PARA O PROCESSO DE
APRENDIZAGEM E O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NO
RESGATE DESTE VÍNCULO
Orientador
Prof. Magaly Vasques
Rio de Janeiro
2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE PARA O PROCESSO DE
APRENDIZAGEM E O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NO
RESGATE DESTE VÍNCULO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em PISICOPEDAGOGIA.
Por. Lucimar Fernandes Moreira
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O presente trabalho propõe, através de uma revisão bibliográfica, um
estudo sobre a importância da afetividade para o processo de aprendizagem e
o papel da psicopedagogia no resgate deste vínculo.
Considerando que o ser aprendente é ser formado por três dimensões
distintas e complementares: dimensão afetiva, cognitiva e social e que muitas
vezes, pelo fato dos pais e educadores desconhecerem sua importância na
formação do ser integral ou enfatizarem uma em detrimento de outras,
percebe-se um desequilíbrio e prejuízo no processo de construção do
conhecimento. Assim sendo, o papel da família e da escola deve ser de
promover uma educação integral (intelectual afetiva e social).
No entanto, com a urgência dos novos tempos e a concorrência dos
concursos públicos e vestibulares, não é tão raro de se observar instituições de
ensino que dão ênfase exagerada no conteúdo e uma excessiva e muitas
vezes precoce estimulação cognitiva, e a pressão familiar sobre crianças e
adolescentes, para que correspondam a essa demanda. Fragmentou-se o ser
humano. Porém, numa visão mais ampla sobre a questão da aprendizagem e o
que a constitui, vislumbra-se a necessidade de um inevitável resgate de
fundamentos teóricos e de novas posturas, para que a ação educativa
proporcione o desenvolvimento harmonioso entre as dimensões constitutivas
do ser, a fim de que o processo de aprendizagem ocorra de modo coerente e
significativo.
O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico,
cultural, social, histórico. Esta unidade complexa da natureza
humana é totalmente desintegrada na educação por meio das
disciplinas, tendo-se tornado impossível aprender o que
significa ser humano. É preciso restaurá-la, de modo que cada
um, onde quer que se encontre, tome conhecimento e
consciência, ao mesmo tempo de sua identidade complexa e
de sua identidade comum a todos os outros humanos.
(MORIN, 2004, p.15)
Comumente, o termo afeto está relacionado a sentimentos de ternura,
carinho e simpatia; ou ainda, estados de humor, sentimentos. Em sua maioria,
confundido com emoção. Entretanto, para que se entenda a relação da
afetividade com o processo da aprendizagem, se faz necessário que este
primeiro seja abordado em seu conceito amplo.
Afetividade é todo o domínio das emoções, dos sentimentos
das paixões, das experiências sensíveis e, principalmente, da
capacidade de entrar em contato com sensações, referindo-se
às vivências dos indivíduos e às formas de expressão mais
complexas e essencialmente humanas. (BERCHT, 2001).
Entendendo que a afetividade é concebida por meio da vivência, não se
restringindo apenas ao contato físico, mas à interação que se estabelece entre
as partes envolvidas, na qual todos os atos que comunicam intenções, crenças,
valores, sentimentos, desejos e até mesmo o comportamento em si, afetam as
relações e, consequentemente, o processo de aprendizagem; o foco no ser
aprendente também precisa ser abrangente, como ser intelectual e afetivo.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é: elucidar a capacidade do ser
humano de ser afetado positiva ou negativamente na construção da
aprendizagem e esclarecer o papel da psicopedagogia no resgate deste
vínculo, a fim de contribuir para uma prática educativa mais significativa nas
famílias e nas instituições escolares, por meio de um trabalho sério e
fundamentado.
Reconhecendo o afeto como um dos fatores importante para a
construção do conhecimento, teóricos como: Jean Piaget, Henri Wallon, Lev
Vygotsky, e pensadores apaixonados pela educação como: Paulo Freire,
Rubens Alves e outros serão revisados a fim de nortear o presente estudo.
Este trabalho está organizado em quatro capítulos: afetividade, processo
de construção do conhecimento, o papel da psicopedagogia como agente de
integração e a conclusão. No primeiro capítulo, intitulado afetividade, serão
discorridos os conceitos de afetividade e os elementos que a compõem e sua
influência no processo de aprendizagem sob a perspectiva dos autores já
citados. O segundo capítulo, intitulado processo de construção do
conhecimento, seus componentes e um breve resumo de duas das principais
teorias da aprendizagem. O terceiro capítulo fará referência ao papel da
psicopedagogia e o seu olhar atento às possibilidades, ao ser como um todo e
sua participação nos processos educacionais. Por fim, no quarto capítulo, a
conclusão apontando para reflexões feitas ao longo da pesquisa.
CAPÍTULO I
AFETIVIDADE
Alguns teóricos como Piaget, Vygotsky e Freud estudaram a questão da
Emoção, dos sentimentos e das paixões e como esses componentes da
afetividade influenciavam no desenvolvimento do ser, mas foi Henri Wallon
educador e médico Frances (1879-1962), que colocou a AFETIVIDADE como
um dos aspectos centrais desse desenvolvimento, Ele trouxe a luz uma ideia
que abalou as convenções do seu tempo, a respeito da construção do
conhecimento que, até então, baseava-se na erudição e na memória,
mostrando que o desenvolvimento intelectual está para além do raciocínio
lógico.
Wallon foi pioneiro ao falar sobre formação integral (intelectual, afetiva e
social) e ao levar para a sala de aula a ideia da criança como um ser completo,
inteiro, composto de corpo e emoção além de intelecto, o que provocou uma
grande revolução no ensino, um contexto histórico permeado de Guerras (1º e
2º guerras Mundiais), crises, separações e individualismos. Suas ideias são
fundamentadas em quatro elementos básicos que interagem todo tempo:
afetividade, movimentos, inteligência e a formação do eu como pessoa. Uma
proposta inovadora para os dias de Wallon e ainda um grande desafio para as
escolas, os professores e os pais dos dias atuais.
As novas e revolucionarias ideias de Wallon, precisam ser resgatadas e
trazidas à memória para gerar esperança e essa esperança ser transformada
em combustível para mediar uma educação de qualidade, promover uma
ambiência favorável para uma aprendizagem significativa, aprendizagem
verdadeira, no conceito técnico e cientifico da palavra, que não tem nada a ver
com o acumulo de informações muitas vezes inadequada à realidade do sujeito
que aprende.
São conquistas e lutas de grandes Teóricos que não podem ser
desprezadas por nenhum educador, quer nas escolas, quer nas famílias,
tornando-se necessário um engajamento na busca de conhecimentos
científicos que viabilizem uma pratica educacional comprometida com a
formação de pessoas integras, autônomas, livres, responsáveis, criativas e
amorosas. O convite é para uma reflexão, como diz Orly Zucato Montovani de
Assis:
Sobre a importância de uma educação fundada no respeito e
no amor ao educando, o que exige um educador competente,
sensível e humanamente preparado; um educador com
autonomia profissional que lhe permita tomar decisões
baseado em conhecimento cientifico; que seja sujeito de sua
historia pessoal; e que compreenda a necessidade de sua
participação efetiva e afetiva na transformação de nossa
sociedade para que essa se torne cada vez mais humana, mais
justa e mais feliz; um educador que esteja aberto às mudanças
que refletem sua busca constante de aperfeiçoamento e
harmonia. Um educador que creia no poder da educação, sem,
contudo acreditar que esse poder é ilimitado. (SALTINI, 2008,
p.9).
1.1 - O que é afetividade?
A pesquisa sobre afetividade esbarra-se na dificuldade de um consenso
no que diz respeito ao seu significado, pois o termo é facilmente confundido
com expressões que lhe parecem sinônimos e não são, como: ternura, carinho,
simpatia. Em alguns textos é definida como emoção, motivação, sentimento,
paixão. A variedade de definições ocorre pelo fato da AFETIVIDADE ser
estudada em diversas áreas do conhecimento e de modo isolado. Tanta
divergência entre estudiosos pode ser pela grandeza e complexidade do tema.
Por muito tempo não foi considerado como pertinente ao processo de
aprendizagem, um paradigma que considerava a razão, a inteligência como
elementos exclusivos no processo de aprendizagem.
Portanto diante de diversos autores, que postularam sobre o assunto
destaca-se Henri Wallon, que ampliou o significado inserindo várias
manifestações como componentes da afetividade, das mais básicas, de fome e
saciedade como expressões de sofrimento e prazer experimentadas pelos
bebes e as de cunho relacional (sentimentos, paixões, humor...). O resumo do
conceito elaborado por Wallon diz que: ”O termo se refere a capacidade do ser
humano de ser afetado positiva ou negativamente tanto por sensações internas
ou externas. A afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua
juntamente com a cognição e o ato motor, no processo de desenvolvimento e
construção de conhecimento.”
A palavra afeto vem do Latim AFEECTUR que significa afetar, tocar e
esse é o elemento básico a Afetividade. No dicionário afetividade significa:
conjunto de fenômenos psíquicos (afetivos) que se manifestam por sentimentos
e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor, insatisfação de agrado
ou desagrado, de alegria ou tristeza. Força constituída por esses fenômenos,
no íntimo de um caráter individual.
Piaget reconheceu que apesar de diferentes em sua natureza,
afetividade e cognições são indissociáveis, pois se constituem termos
complementais para o processo, pois toda ação e pensamento compreendem
essencialmente um aspecto cognitivo, que são as estruturas mentais, e um
aspecto afetivo, como agente motivador que ele chama de energia. Segundo o
teórico, não é possível um estado afetivo sem elementos da razão como não é
possível atitudes puramente racionais.
"É indiscutível que o afeto tem um papel essencial no
funcionamento da inteligência. Sem o afeto não haveria nem
interesses, nem necessidades, nem motivação; em
consequência, as interrogações ou problemas não poderiam
ser formulados e não haveria inteligência. O afeto é uma
condição necessária para a constituição da inteligência. No
entanto, em minha opinião, não é uma condição suficiente."
(Piaget, 1962/1994, p.129)
Para o psicólogo Lev Vygotsky (1896 – 1934) Mesmo tendo seu foco nos
aspectos relacionados ao funcionamento do pensamento, também questionou
a separação que a psicologia tradicional fazia entre as dimensões afetivas e
cognitivas. Ele defendeu a importância da afetividade afirmando que “os
processos pelos quais o afeto e o intelecto se desenvolvem estão inteiramente
enraizados em sua inter-relações e influencias mutuas.
Reconhecer a afetividade como parte integrante no processo de
aprendizagem e entender que nessa construção não é possível separar
cérebro, corpo e emoção, já promove grandes avanços e derruba muitos
obstáculos do caminho. Ao se apropria do conceito de afetividade e
compreender sua importância para o aprendizado e fizer da prática educativa
uma ação fundamentada nos princípios que norteia esse conhecimento, as
muitas e frequentes queixas de pais e professores sobre as dificuldades de
aprendizagem, possivelmente reduzirão.
A reflexão nos conduz a pensar sobre a falta de conhecimento e preparo
de muitos pais, e sobre a deficiência na formação e o pouco conhecimento das
teorias básicas sobre o fazer pedagógico por parte de alguns professores. “A
escola deveria conhecer mais de seres humanos”, como diz Saltini.
Desconhecimento gera dano, de um modo geral a ignorância pode conduzir a
destruição.
É preocupante ver e ouvir sobre crianças e adolescentes estigmatizados,
rotulados de incapazes ou deficientes sem que, de fato, isso seja uma
realidade. O entrave pode está na ignorância. Pois não conhecer quem é o
“objeto” da educação, como é formado, suas necessidades, seus desejos, o
que pensa, sua voz, e o que o institui como ser aprendente, o ser epistêmico
que Piaget apresenta; o que se forma e se constrói nas relações como diz
Vygotsky; o sujeito das inteligências múltiplas da teoria de Gardner;
desconhecer sobre o cérebro emocional de Golemam; e a influencia da
memória do pensamento e da linguagem para o processo de aprendizagem,
revela o quadro que se vê dos dias atuais - crianças e adolescentes como
resultados dos seu encontros, de uma desestrutura familiar, das escolhas
erradas que fazem muitas vezes por falta de bons referenciais, e do que a
educação tem sido no lugar do que deveria ser.
A educação sempre teve como meta transferir o conhecimento
que temos de um objeto a um sujeito que busca a conhecer. O
educador desconhecia que tipo de sujeito era esse e que forma
de conhecimento nasce da interação sujeito/objeto. Então não
se pode falar de um objeto a um sujeito sem levá-lo em
consideração, sem avaliar as relaços possíveis entre esse
sujeito e o meio (SALTIIN, 2008, p.17).
O desconhecimento destrói sonhos, autoestima, atrofia a alma,
engessa a inteligência. A bússola do embasamento teórico sobre o humano e
como ele se constitui enquanto ser consciente, as novas descobertas cientifica
sobre como o cérebro aprende, a busca por princípios básicos que norteiam a
relação humana, uma interação social que gera solidariedade, precisam sair
dos livros, dos arquivos e colocadas em exercícios para o bem do ser humano,
que se caracteriza pela capacidade de amar, respeitar, ser solidário e
generoso, resgatando o poder transformador da Educação. Educadores
precisam assumir uma postura que corresponda ao que Paulo Freire, hoje
patrono da Educação no Brasil, deixou como legado:
Para ser válida, toda educação, toda ação educativa deve
necessariamente estar precedida de uma reflexão sobre o
homem e de uma análise profunda do meio de vida concreta do
homem concreto a quem se deseja educar ou, para dizer
melhor, a quem se quer ajudar para que se eduque. Se falta
uma tal reflexão sobre o homem, corre-se o risco de adotar
métodos educativos e maneiras de fazer que reduzem este
homem à condição de objeto, projeção mal formadas e
deterioradas representações que temos deste. Respeitar a
vocação do homem, de ser sujeito e, não objeto, torna-se
fundamental.
Na ausência de uma analise do meio cultural e concreto, se
corre o risco de realizar uma educação pré-fabricada e
castradora. Para ser valida, a educação deve levar em conta o
fato primordial do homem, ou seja, sua vocação ontológica,
que é tornar-se sujeito, situado no espaço e no tempo, no
sentido, de que vive em uma época precisa, em um lugar
preciso, em um contexto social e cultural preciso. (FREIRE,
1974, p.37).
O querer que se exige das crianças e dos adolescentes e a postura que
lhes são cobradas não podem acontecer pela imposição, mas pelo despertar
do desejo de aprender. Pais e professores precisam compreender o poder do
vinculo que se estabelece nessa relação com o ser aprendente, sua influencia
e exemplo para eles. Pois todo tempo, o ser humano independente da idade,
sexo, cor da pele e classe social, é afetado, tocado positivamente ou
negativamente, e de muitas formas, por palavras, ações, e sensações internas
e externas. Não da para ignorar questões como essas pois elas interferem
diretamente no processo de aprendizagem em qualquer ambiente-
familiar/escolar, liberado ou bloqueando, construindo ou destruindo, libertando
ou aprisionando. Ter consciência disso faz toda diferença, chama a
responsabilidade e ao compromisso.
Por muito tempo a Educação pensou e agiu com o foco na razão
desconsiderando a emoção como parte integrante do processo de
aprendizagem gerando com isso, uma desestruturação do ser, agora
reintegra-lo se faz necessário, pois o humano nasceu para ser sujeito de sua
historia e não objeto ou coisa a ser usada ou para ser tratado de forma
irresponsável.
O homem seguiu o racionalismo até um ponto em que o
racionalismo se transformou em completa irracionalidade.
Desde Descartes, o homem vem separando sempre mais o
pensamento do afeto; só o pensamento se considera racional –
o afeto, pela sua própria natureza, irracional; a pessoa, eu, foi
decomposta num intelecto, que constitui o meu ser, e que deve
controlar-me a mim como deve controlar a natureza. O domínio
da natureza pelo intelecto e a produção de mais e mais coisas
tornaram-se as metas supremas da vida. Nesse processo
homem se converteu numa coisa, a vida ficou subordinado à
propriedade, o ser é dominado pelo haver. (SALTINI, 2008,
p.11).
CAPITULO II
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
O sucesso para a “construção” da uma casa demanda o preparo de um
projeto, que é o “sonho”, o desejo registrado no papel; um lugar adequado;
tempo e bons profissionais. A sua qualidade, depende do serviço, do tipo de
investimento, das condições do terreno, o tipo de material usado, competência
e habilidade dos profissionais envolvidos, etapas que precisam ser observadas
e respeitadas, e trabalho, muito trabalho. É possível perceber que os princípios
relacionados acima se tornam uma metáfora, um exemplo aplicável quando se
trata da questão da “construção” do conhecimento e como ele se estabelece
em cada indivíduo. Com uma abordagem mais complexa e com termos
específicos, pois se trata do Ser Humano.
Ser que tem a capacidade de aprender e ensinar, dotado de inteligência,
emoção, paixão e sentimentos; ser relacional, e contextualizado. Assim
constituí-se o ser humano, um ser integral, formado por três dimensões
distintas e complementares, dimensão cognitiva, afetiva e social, que se
articulam entre si em uma totalidade dinâmica, uma ação que organiza e
modifica o meio, possibilitando a construção do seu próprio conhecimento.
Para melhor compreender esse processo, se faz necessário e urgente
buscar uma integração como as diversas áreas do conhecimento e se apropriar
de seus estudos e descobertas, pois o fazer pedagógico não pode mais ser
conjugado no singular ou tratado de forma isolada, fragmentada e visto de um
ponto apenas. E preciso um olhar mais amplo, mais aberto, mais plural.
Ciência, História, Biologia, Psicologia, Pedagogia e Filosofia, questões
da objetividade e da subjetividade, razão e emoção. É preciso superar as
divergências em favor de mais qualidade na relação de ensino e de
aprendizagem. Uma união que só enriquece e ilumina as reflexões sobre a
construção do conhecimento e o processo de aprendizagem. E assim, o ato de
mediar à educação, passa a cooperar de fato, para a construção de um ser
pensante, amoroso, solidário, criativo e crítico; tendo sua singularidade
respeitada; um ser que aprende e que ensina ao mesmo tempo. Que
conhecendo se liberte e se desenvolva como um ser livre, que se autoriza a
construir que se institui e se faz presente, que sente, decide, e deixa sua
marca, que interage com o outro ser, e se percebendo, se torna capaz de
perceber o outro; apesar das diferenças, reconhecendo e se fazendo conhecer
autor da sua historia.
O avanço da tecnologia e dos atuais métodos de pesquisa mostra que
as novas descobertas da neurociência de como o cérebro aprende, por
exemplo, são contribuições importantes que não podem ser desprezados ou
ignorados. Elas revelam com precisão detalhes sobre o processo de
aprendizagem, confirmado o que teóricos como Piaget, Vygostsky, e Wallon
mostraram por outros caminhos. Unir tais conhecimentos permite entender de
forma mais abrangente o desenvolvimento humano. Por outro lado ignorar tais
conhecimentos, pode ser a causa da falência da ação transformadora da
Educação ou o motivo pelo qual pais e professores tem se perdido no caminho
de educar.
As ciências da educação devem passar por uma revolução.
Acredito que temos mais ou menos quatrocentos anos de
atraso para recuperar. Na Grécia antiga, a pedagogia foi
praticada de forma mais adequada que hoje. Depois, nem
mesmo o renascimento readquiriu a capacidade de educar.
Acredito que, em primeiro lugar, a escola deve ser o continente
de um desenvolvimento da organização dos sistemas afetivos e
cognitivos. Quem está aprendendo e amadurecendo não é
somente o intelectual e, sim, um individuo em constante
processo de nascimento, de atividade. Atividade esta que, a
cada momento apresenta-se de forma diferente. (SALTINI,
2008, p.20).
Eis um grande desafio para a educação no século 21, “romper com uma
estrutura educacional criada no fim do século 19 e inserir no campo
pedagógico as inovações e conclusões mais importantes dos últimos 20 anos
na área de ciência e da sociedade, torna-se um esforço necessário”. Como diz
o educador português Antonio Novoa.
Na História de Israel, no relato bíblico, encontra-se uma interessante
declaração sobre a importância do conhecimento, e as consequências da
ignorância. Está escrito: “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta
conhecimento”. (Oseias 4.6). O contexto histórico, por volta do ano 750 ac.,
ainda era de paz e abundante prosperidade, mas a negligência dos
responsáveis por mediar à educação do povo sobre a Lei da Aliança que o
Deus de Israel havia estabelecido cousou grave consequência para o povo,
que deixou de aprender seus valores éticos, sua cultura e passando a ignorar
princípios espirituais que norteavam seu relacionamento com o Deus da
aliança e com o seu próximo. O resultado foi que a Nação entrou em declínio
político, social e econômico e o povo foi levado cativo pelo cruel rei da Assíria.
Por causa da ignorância a capacidade de fertilidade e fecundidade fica
atrofiada. Potencialidades são destruídas ou não estimuladas e o sujeito torna-
se objeto, o que deveria ser construção de conhecimento, em acúmulo de
informação sem significado. Se o desconhecimento aprisiona e destrói, em
contra partida, conhecer e compreender o processo de construção do
conhecimento por suas diversas vertentes, bem como seus estágios –
construções endógenas – liberta, possibilita uma educação mais humana e a
criação de projeto pedagógico capaz de promover uma aprendizagem
significativa contribuindo para o desenvolvimento intelectual, emocional e social
sadio. Saber sobre as demandas do processo de construção do conhecimento,
gera energia e torna dinâmica a ação educativa, nos principais ambientes de
promoção da aprendizagem, a família e a escola.
Educadores cônscios de sua missão, nutridos pelo conhecimento dos
saberes norteadores da sua pratica, ampliam sua visão e modificam sua
relação com o sujeito que aprende ele passa a ser visto como ativo no
processo de construção do seu próprio conhecimento, seus diferentes ritmo e
trajetórias individuais são consideradas e respeitadas. Pais e professores
habilitados, experientes interagindo no processo, como defende Vygotsky. A
formação integral é resgatada. Afetividade, inteligência, movimento e espaço
físico, tudo em um mesmo plano. Pois o desenvolvimento é emocional, motor e
cognitivo, estabelecido por fatores orgânicos e sociais, como na teoria de
Wallon.
Conhecer as demandas e saber o aporte do processo de construção do
conhecimento gera nova energia e torna dinâmica a ação educativa. O
conhecimento deve-se constituir numa ferramenta essencial para intervir no
mundo.
1.1 - Teorias da aprendizagem
Aprendizagem é uma mudança relativamente duradoura de
comportamento resultante da experiência; é um processo continuo,
permanente de fazer de uma informação ou conceito um instrumento de
transformação de atitude ou postura; e estar aberto para construir
conhecimentos; um processo longo e difícil que representa a vida num
exercício diário e continuo; aprender e perceber o sentido do que esta sendo
“ensinado” para ser capaz de aplicar e situações distintas. O corpo conceitual
sobre aprendizagem é complexo e interdisciplinar. Existe uma farta gama de
estudos que se conhecidos e praticados produzem uma energia capaz de
libertar pais e professores do sofrimento, do peso e da falência de suas
praticas. Compreender que a aprendizagem envolve cérebro, corpo e
sentimento levam a adotar uma ação mais competente.
Ao Incluir saberes de várias áreas em seus estudos, Piaget tornou-se
exemplo de um pensador plural. Contribuições de biologia, psicologia e da
filosofia, ajudaram a formar a Ideia do sujeito epistêmico ou ser cognoscente
que permeia toda sua obra. Conceito que aponta características presente em
todas as pessoas, de forma que todos tem a possibilidade de construir
conhecimentos, tanto os de estrutura simples como aprender as letras do
alfabeto até as mais complexas como as teorias cientifica. Uma “capacidade
mental de construir relações”. Habilidade que permite desenvolver uma gama
de operações fundamentais, para a aquisição do conhecimento: observar,
organizar, classificar, provar, explicar, reconstruir, abstrair, antecipar, fazer
conexões e concluir ações que, todos têm potencial para realizar.
Influenciado pelas ideias do filosofo alemão Immanuel Kant (1724 –
1804), de que o conhecimento vem da interação sujeito/meio, Piaget foi além,
declarando que o desenvolvimento das estruturas mentais se inicia ao nascer,
na relação de troca com universo ao redor. Destacou a importância da postura
ativa para a aprendizagem. “Para que o processo de estruturação cognitiva
ocorra, é fundamental a ação do sujeito sobre o meio em que vive, Sem isso
não há conhecimento” (Jean Piaget).
Para o teórico, a habilidade de construir relações é a única característica
pré-existente no ser humano, as outras são, construídas e reeditadas no
decorrer do processo, pois cada informação nova atualiza o que se sabe e
como se aprende. O progresso do conhecimento ocorre quando se questiona o
que se sabe, assim, saberes são conquistados e outros modificados ou
superados. A aprendizagem pode ser entendida como um mecanismo de
construção e reconstrução de estruturas mentais.
A prática pedagógica não pode estar desconectada da concepção de
sujeito epistêmico. Pois saber, que todo ser humano é dotado da capacidade
de aprender, salvo os que apresentam algum comprometimento cerebral, é
extraordinário. Meninos e meninas aprisionados em um estigma de
incapacidade cognitiva podem ser libertos.
A teoria de Vygotsky sobre aprendizagem surge da sua compreensão do
homem como um ser que se forma na relação social. “Na ausência do outro, o
homem não se constrói homem”, diz o teórico. O foco está em como cada
pessoa interage com o meio e com o outro, e o que isso gera. O resultado
dessa relação produz o que o teórico chama de EXPERIÊNCIA
SIGNIFICATIVA.
Seus estudos apresentam dois níveis do desenvolvimento infantil. Um
chamado de real, que engloba funções mentais já desenvolvidas, como
resultado de habilidades e conhecimentos conquistados pela criança. Sua ação
individual, aquilo que pode realizar sozinha. O outro nomeado de zona de
desenvolvimento proximal, compreende o caminho da conquista, das
possibilidades e do que se pode alcançar, e isso ocorre na interação com o
outro, pais, professores e colegas. A distância percorrida entre o que se sabe e
o que se pode saber com assistência, mas isso tem um limite, que precisa se
respeitado, pois ignora-lo pode expor crianças e adolescentes a situações
impossíveis de serem resolvidas, com ou sem ajuda, gerando conflitos
desnecessários.
Segundo Vygostsky as funções psicológicas: consciência e
discernimento bem como, a capacidade de planejar ações, imaginar objetos,
etc., são exclusivas dos seres humanos, e se formam e se desenvolvem
através do aprendizado.
Mediação é outro conceito pertinente a questão da aprendizagem. O
termo resume a ideia que a relação do sujeito com o ambiente é feita por meio
de um elo, entre o ser humano e o mundo, chamados de instrumentos e os
signos. O primeiro amplia a possibilidade de transformar a natureza; uma
maquina agrícola, um machado, uma vasilha para guardar mantimentos, etc. O
segundo é o signo, que são representações mentais que substituem os objetos
do mundo real e a condição de imaginar, sem precisar vê-lo. Isso é essencial
para a aquisição de conhecimentos e portanto para a aprendizagem.
A possibilidade de aprender pela troca de experiência é uma ferramenta
extraordinária. Saber que a chama da vela queima sem precisar toca-la, por
exemplo, é conhecimento adquirido pela vivência do outro, e ao associar a
imagem da vela à possibilidade de se queimar, é internalizar o conhecimento
que foi compartilhado. E nesse processo de internalizarão do conhecimento a
interação (face a face) é fundamental. Por isso o papel de educador - pais e
professores, como adultos experientes e organizadores do processo, tornam-se
importante. “O aprendizado adequadamente organizado, resulta em
desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de
desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossível de acontecer” (Lev
Vygotsky).
Aplicar tais conhecimentos alivia o fardo que a prática educativa têm se
tornado; sinaliza novas estratégias, promove o respeito às diferenças, o foco
sai das deficiências e vai para as potencialidades, a cooperação e a
solidariedade são desenvolvidas, as particularidades deixam de ser encaradas
como impedimento e passam a ser vista como oportunidade de promover a
troca de experiências, e o caminho da aprendizagem significativa sendo
percorrido.
CAPÍTULO III
O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA
3.1 – O que é psicopedagogia?
A psicopedagogia nasceu da necessidade de melhor compreender o
processo de aprendizagem, seus padrões de desenvolvimento e a influencia do
meio nesse processo. Entende-la como uma simples junção dos saberes da
psicologia e da pedagogia diminui sua importância, o que é bem comum, isso
porque na palavra PSICOPEGAGOGIA “ aparece suas partes constitutivas –
psicologia + pedagogia – e que aparece uma definição reducionista a seu
respeito”, como nos ensina Julia Eugenia Gonçalves. Um esclarecimento
sobre essa questão se faz necessária e as palavras de João Beauclair cumpre
bem a tarefa:
Na realidade, a Psicopedagogia é um campo do conhecimento
que se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e
princípios de diferentes Ciências Humanas com a meta de
adquirir uma ampla compreensão sobre vários processos
inerentes ao aprender humano. Enquanto área de
conhecimento multidisciplinar interessa a Psicopedagogia
compreender como ocorre os processos de aprendizagem e
entender as possíveis dificuldades situadas nesse movimento.
Para tal, faz uso de integração e síntese de vários campos do
conhecimento, tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia,
a Psicologia Transpessoal, a Pedagogia, a Neurologia, entre
outros.
No momento atual ela se mostra como um saber em construção como
diz Beauclair: “todas as nossas ações e produções, por serem humanas, estão
sempre em processo de permanente abertura, colocadas num prisma próprio
para novas interpretações e busca de significados.” Buscando se estabelecer
na interdisciplinaridade e ultrapassar o modo de pensar fragmentado sobre o
ser humano, mantém o dialogo com as diferentes áreas do conhecimento,
assim, por essência tem como característica uma ação integradora do sujeito
com seu eu, com o outro e com o processo de aprendizagem e as possíveis
dificuldades que possa ocorrer. Como ciência interdisciplinar, prioriza o todo, o
relacional, o conjunto dos princípios que norteiam a prática educativa e o foco
do seu estudo é a relação entre o ensinante e o aprendente e suas
singularidades. Nesse caminho as diferenças surgem. O aprendizado real
acontece exatamente nesse espaço, onde as diferenças são expressas,
trabalhadas e respeitadas.
(...) o objeto de estudo da psicopedagogia deve ser entendido a
partir de dois enfoques preventivo e terapêutico. O enfoque
preventivo considera o objeto de estudo da psicopedagogia a
ser humano em desenvolvimento, enquanto educável. Seu
objeto de estudo é a pessoa a ser educada, seus processos de
desenvolvimento e as alterações de tais processos. Focaliza as
possibilidades do aprender, num sentindo amplo. Não deve se
restringir a uma só agencia como a escola, mas ir também à
família e à comunidade. Poderá esclarecer, da forma mais ou
menos sistemática, a professores pais e administradores sobre
as características das diferentes etapas do desenvolvimento,
sobre o progresso nos processos de aprendizagem, sobre as
condições psicodinâmicas da aprendizagem. O enfoque
terapêutico considera o objeto de estudo da psicopedagogia a
identificação, analise, elaboração de uma metodologia de
diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem.
(GOLBERT – 1985, p. 13)
A proposta de seu trabalho é de caráter preventivo clinico terapêutico ou
de treinamento o que faz sua área de atuação bastante ampla. A denominada
Psicopedagogia Institucional que engloba escolas - trabalha as relações
humanas existentes nesse contexto, na orientação do professor frente aos
desafios do processo de aprendizagem, realizando diagnóstico institucional,
pontuando possíveis problemas que possam prejudicar o bom desempenho
das atividades propostas; empresas - no treinamento de pessoal com o objetivo
de melhorar as relações interpessoais, a execução das tarefas e o alcance das
metas estabelecidas pela empresa visando sempre criar condições de
aprendizado de cada profissional da instituição tendo em vista seus diferentes
setores de atuação e sua missão; hospitalar – atua integrando a equipe
multidisciplinar; adapta os recursos, criando espaços de aprendizagem para o
contexto da saúde;
Ao se atender a criança hospitalizada com a intervenção
psicopedagógica, cria-se um mecanismo protetor para
neutralizar as adversidades inerentes à condição de
enfermidade e hospitalização. Uma eficiente intervenção
psicopedagógica facilita o desencadeamento do processo de
resiliência, que consiste na habilidade de superar o efeito das
adversidades e do estresse no curso do desenvolvimento,
(Yunes & Szymanski, 2001).
A Psicopedagogia Clinica que atua com intervenção individual e
terapêutica, objetivando retirar o sujeito da sua condição inadequada,
despertando suas potencialidades, fortalecendo estruturas psíquicas já
existentes; estimulando interesses, reestruturando as dimensões afetiva,
cognitiva e social. Posiciona-se para compreender os processos do
desenvolvimento e da aprendizagem do individuo, recorrendo a várias
estratégias pedagógicas para esclarecer e atenuar problemas.
... Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no
processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações
metodológicas de acordo com as características e
particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos
de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo
participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e
projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais,
fazendo com que os professores, diretores e coordenadores
possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às
necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da
própria ensinagem. (Bossa 1994, p.23).
Portanto a Psicopedagogia é capaz de contribuir para que o aprendente
estabeleça uma relação prazerosa e desafiadora com o ato de aprender, seja
ele pai e mãe, professor, diretor, operário, médico, enfermeiro, alunos, crianças
ou adultos, enfim, para todos que fazem da máxima de ser um eterno aprendiz
sua prática na vida. “Conhecer e prosseguir em conhecer”, foi o conselho de
Oséias a Nação de Israel. “Ensina, nutre com sabedoria e amor, a criança e até
quando ela envelhecer não se perderá do caminho” (Provérbio de Salomão
cap. 22.6).
3.2 – O resgate do vinculo afetivo.
Ajudar a construção de vínculos positivos e restaurar as rupturas desse
processo é um desafio e uma grande responsabilidade para a psicopedagogia.
Desafio no que diz respeito a tarefa de despertar nos Educadores – pais e
professores, a consciência para tão importante questão e mobiliza-los, e para
uma ação, efetiva que enriqueça as suas praticas e que não seja mais o senso
comum que norteiem suas ações e sim um embasamento teórico consistente.
E a questão da responsabilidade para realizar essa tarefa passa pela
necessidade de se trabalhar competências e habilidades específicas, a busca
permanente dos fundamentos dos fundamentos teóricos para sua pratica
profissional, principalmente no que concerne a pressupostos da interdisciplinar
e da complexidade. Vivendo no seu cotidiano a máxima de ser um eterno
aprendiz, exercendo nessa vivência senso crítico, humildade, serenidade,
escuta esperança, olhar atento, intuição e novas formas de compreensão da
complexidade inerente aos diferentes aspectos da realidade como diz Beauclair
(2011).
Faz-se necessário refletir sobre as relações vinculares que se
concretizam no caminho dessa construção, a importância do outro, enquanto
individuo e parceiro no processo, do valor do grupo e a influência que exercem
na aprendizagem e o que essa dinâmica contribui para sua qualidade. Para
isso as contribuições de Pichon Reviére são de fundamental importância.
[...] a maneira particular pela qual cada indivíduo se relaciona
com outro ou outros, criando uma estrutura particular a cada
caso e a cada momento, é o que chamamos vínculo. [...] a
noção de vínculo é muito mais concreta. Relação de objeto é a
estrutura interna do vínculo. Um vínculo é, então, um tipo
particular de relação de objeto; a relação de objeto é construída
por uma estrutura que funciona de uma determinada maneira.
É uma estrutura dinâmica em contínuo movimento, que
funciona acionada ou movida por fatores instintivos, por
motivações psicológicas. [...] Podemos definir o vínculo como
uma relação particular com o objeto [...] que tem, como
consequência, uma conduta mais ou menos fixa com esse
objeto, [...] que tende a se repetir automaticamente, tanto na
relação interna, quanto na relação externa com esse objeto.
(PICHON-RIVIÉRE, 1998, p.24, 37).
Portanto falar em “processos de vinculação é falar sobre relações
objetais, isto é, as relações estabelecidas pelo individuo com pessoas e
objetos”, uma referencia especial a maneira como o aprendente se relaciona
com as pessoas de perto ou longe, no dia a dia e como ela percebe essa
pessoa, sua realidade, interna ou externamente.
CONCLUSÃO
BIBIOGRAFIA
BEAUCLAIR, João. Trabalhando Competências, Criando
Habilidades. 4ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Editora. 2011.
BERCHT, M.. Em Direção a Agentes Pedagógicos com
Dimensões Afetivas. Instituto de Informática. UFRGS. Tese de
Doutorado. Dezembro, 2001.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a
partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
FERNÁNDEZ, Alícia. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre.
Artes Médicas. 1991.
MARANHÂO, Diva. Ensinar Brincando. 3ª Edição.
Rio de Janeiro. Wak Editora. 2004.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do
futuro. 9ª Edição. São Paulo. Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004.
PICHON-RIVIÉRE, Enrique.Teoria do Vínculo. 6ª Edição. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade e Inteligência. 5ª Edição.
Rio de Janeiro. Wak Editora. 2008.
SHEDD. Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2ª Edição.
São Paulo. Edições Vida Nova.
WEB-GRAFIA
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423298.shtml?page=3
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645917.shtml
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/teoria-passada-limpo-
620892.shtml
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desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=all