universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · a deus, pela força em superar momentos...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS Por: Danielle da Silva Garcia Orientador Prof. Nelson Magalhães Niterói 2011

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    FACULDADE INTEGRADA AVM

    SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS

    Por: Danielle da Silva Garcia

    Orientador

    Prof. Nelson Magalhes

    Niteri

    2011

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    FACULDADE INTEGRADA AVM

    SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS

    Apresentao de monografia Universidade

    Candido Mendes como requisito parcial para

    obteno do grau de especialista em Gesto de

    Projetos.

    Por: . Danielle da Silva Garcia

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela fora em superar

    momentos difceis e conseguir concluir

    o curso.

  • 4

    DEDICATRIA

    Dedico aos meus avs, me, cnjuge,

    filha e amigos, pelo apoio e pacincia.

  • 5

    RESUMO

    O presente trabalho um estudo de caso sobre segurana e medicina

    do trabalho e seu objetivo analisar o papel desempenhado de competncia

    do consultor e mdico do trabalho em relao aos servios prestados.

  • 6

    METODOLOGIA

    Considerando-se o critrio de classificao de pesquisa segundo

    Vergara (2000), quanto aos fins e quanto aos meios.

    Quanto aos fins, a pesquisa ser explicativa, pois pretende esclarecer

    o conceito de Segurana Medicina do Trabalho para as empresas e sociedade.

    Quanto aos meios, a pesquisa ser bibliogrfica.

    Pesquisa bibliogrfica ser de uso de material de acesso pblico em geral

    como livros, revistas, artigos, internet.

  • 7

    SUMRIO

    INTRODUO 08

    CAPTULO I - Referencial Terico 10

    CAPTULO II - Principais Programas de Segurana

    e Medicina do Trabalho 19

    CAPTULO III Aprofundamento na rea de Estudo 40

    CONCLUSO 41

    BIBLIOGRAFIA CITADA 42

    NDICE 43

  • 8

    INTRODUO

    O presente trabalho refere-se a conceitos desenvolvidos, como

    principais programas de Segurana e Medicina do Trabalho, assim como

    tcnicas preventivas. O Ministrio do Trabalho e Previdncia Social

    estabeleceram a obrigatoriedade de servios de segurana e higiene do

    trabalho em todas as empresas que admitam empregados e reconheceram os

    respectivos profissionais. A lei no veio alterar princpios ou conhecimentos

    preventivos, e sim ampliar o campo para aplicao de recursos preventivos da

    infeliz realidade de nosso pas. Esses recursos, s podero ser bem aplicados

    e os resultados s sero compensados, se os servios de segurana e higiene

    do trabalho forem aplicados corretamente e estabelecerem programa de

    trabalho fundamentado no princpio de que segurana do trabalho dever de

    todos, cada um dever assumir sua parte de responsabilidade e se

    desincumbir dela satisfatoriamente.

    A lei prev engenheiros de segurana, mdicos do trabalho e tcnicos

    de segurana do trabalho para empresas de grande porte que tenham um

    nmero alto de empregados. Fazendo com que o servio de segurana dever,

    ser melhor assessorado tecnicamente, assumindo a responsabilidade total pela

    preveno de acidentes, inclusive pela parte executiva do programa

    estabelecido.

    Por mais que se aperfeioe, o servio de segurana do trabalho

    sempre ter o papel fundamental de desenvolver o programa e assessorar

    rgos e pessoas da empresa, com o objetivo de preservar no s a

    integridade fsica dos empregados, mas tambm os equipamentos, as

    instalaes, o patrimnio da empresa. Sob este aspecto pretende-se despertar

    a ateno, no pela instalao e manuteno do servio de segurana do

    trabalho, mas em favor da organizao racional e do funcionamento lgico

    desse servio, hoje imprescindvel na vida das empresas.

    Na maioria das empresas o RH costuma ser a rea mais prejudicada,

    quando precisa-se fazer reduo de custos para obterem resultados a curto

    prazo a primeira coisa resolver esse problema a partir do RH, o que prejudica

  • 9

    a sade organizacional em mdio e longo prazos. Essa estratgia se d por

    falta de conhecimento e ignorncia das caractersticas, propores e natureza

    da rea de recursos humanos, na maioria das empresas, falta de

    considerao as pessoas, no valorizando o capital humano, pessoas como

    recursos e pessoas como pessoas.

    Ultimamente o RH vem passando por uma srie de mudanas e

    inovaes, com a crescente globalizao dos negcios e forte concorrncia

    mundial, onde a produtividade, qualidade e competitividade passou a ter mais

    relevncia. Nessas mudanas as pessoas deixaram de ser o problema das

    organizaes, passando a solucion-los, passaram tambm a se tornar

    vantagem competitiva das organizaes e chegando a se tornar parceiro

    principal do negcio.

    Na opinio de Lpez, como as empresas dedicam-se produo de

    bens e servios que satisfazem necessidades humanas, parece claro que, se

    uma pessoa emprega seu esforo numa empresa, o faz para conseguir uma

    parte destes bens e servios, ou o seu equivalente em valor econmico. Se a

    empresa funciona bem, ser capaz de gerar suficiente valor econmico para

    satisfazer os que contribuem com seu trabalho para ger-lo.

  • 10

    CAPTULO I

    REFERENCIAL TERICO

    Foram focados alguns conceitos e teorias de higiene no trabalho,

    preveno de acidentes, sade ocupacional, treinamentos em acidentes do

    trabalho entre outros, baseando-se em diversos autores:

    - Chiavenato

    - Tortorelo

    - Roboredo

    1.1 - Histrico de segurana do trabalho

    Segundo Roboredo 1990, a segurana do trabalho surgiu aps a

    Revoluo Industrial, com elevados nmeros de acidentes de trabalho e

    doenas que ocorreram e departamento de atendimento ao cliente, construindo

    uma cultura de servio que faz da excelncia do servio prestado ao cliente,

    uma misso reconhecida para todos os membros da organizao.

    Em 1802, foi aprovado pelo parlamento Britnico a Lei de Sade e

    Moral do Trabalhadores. (Roboredo, 1990). Com resultado elevado de

    acidentes a OIT (Organizao Internacional do Trabalho), e a OMS

    (Organizao Mundial da Sade) comearam a fazer analise sobre o assunto

    para que o mesmo reduzisse.

    1.1.1 - Histrico no Brasil

    Segundo Tortorello 1996, o primeiro decreto lei de Proteo ao

    Trabalho foi de n 3.724 de 1919. Somente depois da Revoluo de 1930 que

    o pas passou a dar incio nas atividades social.

  • 11

    Ao longo das duas ltimas dcadas, acompanhando o processo de

    democratizao do Pas, vem tomando corpo uma srie de prticas no mbito

    da Sade Pblica, bem como em determinados setores sindicais e

    acadmicos, que configuram o campo que passou a denominar-se Sade do

    Trabalhador. Alguns estudos recuperam parte desse percurso (Dias, 1994;

    Lacaz, 1994), sistematizam experincias inovadoras (Costa et al., 1989;

    Pimenta & Capistrano, 1988) ou apontam as diferenas conceituais e terico-

    metodolgicas que o distinguem da Medicina do Trabalho e da Sade

    Ocupacional (Tambellini, 1986; Mendes & Dias, 1991).

    No entanto, cada vez mais, tm surgido temas, estudos, abordagens

    que, embora afetem relao trabalho-sade, apenas correspondem

    parcialmente ao que se entende por Sade do Trabalhador. uma rea

    passvel de abrigar diferentes aproximaes e de incluir uma variedade de

    estudos e prticas de indiscutvel valor, mesmo na ausncia de uma adequada

    preciso conceitual sobre o carter da associao entre o trabalho e o

    processo sade-doena. Pode-se dizer que existe uma "zona de empatia", para

    a qual conflitem diversos estudos disciplinares. Essas contribuies esclarecem

    determinadas questes de interesse, como alguns riscos ocupacionais em

    locais de trabalho ou em setores de uma categoria profissional, sem pretender

    dar resposta ao campo como tal. Trata-se de uma ampla produo que

    evitamos particularizar, mas se estende pelos Departamentos de Medicina

    Preventiva Social, por Instituies de Sade Pblica ou Sade Coletiva e

    outras Faculdades de diversas reas de conhecimento.

    Demarcar diferenas no significa desconhecer ou desmerecer a

    importncia dos investimentos realizados para enfrentar situaes ou analisar

    questes especficas da relao trabalho-sade. Porm, a dimenso

    processual da construo do campo pode "interfertilizar" toda essa "zona de

    empatia".

  • 12

    1.1.2 - Preveno de acidentes

    Segundo Donnagelo 1983, no processo de desenvolvimento de

    preveno de acidentes, pode-se afirmar que ainda bastante relevante o

    nmero de acidentes de trabalho, pela falta de conscientizao da

    responsabilidade que deve-se ter para minimizar os acidentes de trabalho. A

    conscientizao importante para toda a empresa, os funcionrios devem

    assumir as responsabilidades de proteo de sua funo, boas condies de

    trabalho alm de no causar prejuzos para empresa, previne acidentes.

    1.1.3 - Importncia do treinamento de preveno de acidentes do

    trabalho

    Segundo a Norma Regulamentadora NR-18, a importncia do

    treinamento, obrigatrio em todas as empresas, uma vez ao ano, mas muitas

    vezes por falta de conhecimento no so implantados. Todos os empregados

    devem receber treinamentos admissional e peridico, visando garantir a

    execuo de suas atividades com segurana. (NR-18)

    Treinar um funcionrio significa habitu-lo, acostum-lo a desempenhar

    tarefas de forma corretiva e segura. Para que o desempenho seja completo o

    empregado deve ser informado, a forma de ter sua segurana garantida, tarefa

    destinada a seus superiores, ou profissional legalmente habilitado para tal.

    Um programa de treinamento, voltado para as condies e o meio

    ambiente do trabalho, a ser ministrado para empregados deve possuir as

    seguintes estrutura bsica, conforme caractersticas do servio a ser prestado

    e tambm das caractersticas inerentes a empresa.

    Informaes claras sobre as condies de trabalho, riscos ligados

    funo, uso adequado dos equipamentos de proteo individual, informaes

    dos equipamentos de proteo coletiva, postura correta que evita danos a sua

    estrutura fsica, uso correto de ferramentas, mquinas e equipamentos

    necessrios ao desenvolvimento da tarefa, no caso de indstria de construo,

    ateno com o espao fsico em torno de seu local de trabalho para que no

  • 13

    acontea situao de risco e princpios bsicos para desenvolver com correo

    e segurana tarefas executadas em equipe.

    Os funcionrios em geral no gostam de ficar sentados ouvindo sobre

    assuntos que no despertam interesse, porque acham que j dominam sua

    profisso e no precisam ouvir aquele tipo de treinamento, no achando o

    assunto interessante. Por estes motivos o profissional, instrutor, que ministrar

    o treinamento deve alm de dominar o assunto, utilizar meios didticos e

    visuais para que envolvam a ateno dos treinados. O problema est no

    empregado que receber o treinamento, assimilar com boa vontade os

    conhecimentos repassados, e depois de treinado colocar em prtica os

    conhecimentos recebidos. Portanto, no basta somente treinar, o importante

    que o empregado saiba da importncia do treinamento e de seu uso no

    trabalho, para que no ocorra apenas um treinamento de papel, somente para

    cumprir a legislao.

    1.1.4 - Responsabilidades na segurana do trabalho

    Segundo Tortorello 1996, o funcionrio consciente trabalha com mais

    responsabilidade e ateno para evitar acidentes. Toda a empresa que precisar

    segundo a lei de um responsvel pela segurana do trabalho, dever te uma

    equipe para assessorar a administrao do mesmo, avaliando riscos sade,

    que so chamados de riscos ocupacionais, como: ergonmico, fsico, qumico e

    biolgico, alm de elaborar programas de preveno como PPRA, PCMSO,

    conforme as atividades desenvolvidas de cada empresa.

    Cabe ao engenheiro ou tcnico do trabalho o dever de fiscalizar

    periodicamente as empresas que fizeram inspeo de riscos ambientais no

    prazo mnimo de um ano, para avaliar se foi providenciada a regularizao dos

    riscos encontrados.

    A CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidentes imposta pela

    CLT, mostra os atos inseguros dos trabalhadores e condies de insegurana.

    Deve-se fiscalizar o que j existe, a CIPA importante nos programas de

    segurana de pequena e mdia indstria, mas nas grandes indstrias os

  • 14

    membros da CIPA auxiliam os superiores nos assuntos de segurana para

    melhor produtividade. O CIPA tem o objetivo de fazer a inspeo nos locais de

    trabalho e relatar as condies de riscos e promover aes preventivas e at

    mesmo corretivas.

    1.1.5 - O campo da sade do trabalhador

    A rea de Sade do Trabalhador, no Brasil, tem uma conotao

    prpria, reflexo da trajetria que lhe deu origem e vem constituindo seu marco

    referencial, seu corpo conceitual e metodolgico. A princpio uma meta, um

    horizonte, uma vontade que entrelaa trabalhadores, profissionais de servios,

    tcnicos e pesquisadores sob premissas nem sempre explicitas. A mudana

    custa a ser percebida na sade da populao trabalhadora seu pilar

    fundamental, o que supe desde o agir poltico, jurdico e tcnico ao

    posicionamento tico, obrigando definies claras diante de um longo e,

    conturbado percurso a seguir. Um percurso prprio dos movimentos sociais,

    marcado por resistncia, conquistas e limitaes nas lutas coletivas por

    melhores condies de vida e de trabalho; pelo desrespeito das empresas a

    legislao existente e pela omisso do Estado na definio e implementao

    de polticas nesse campo, bem como sua precria interveno no espao

    laboral.

    Essa compreenso surge, num contexto conjuntural caracterizado pela

    luta de mesmo objetivo em movimentos sociais e polticos, de onde surgem

    novos projetos da sociedade e novas estratgias de ao que so

    influenciados pela produo intelectual.

    A sade dos trabalhadores se torna questo na medida em que outras

    questes so colocadas no Pas. Manifesta-se no centro da construo de uma

    sociedade democrtica, da conquista de direitos elementares de cidadania, da

    consolidao do direito livre organizao dos trabalhadores. Envolvem o

  • 15

    empenho tanto de setores sindicais atuantes frente a determinadas situaes

    mais problemticas das suas categorias, quanto aes institucionais em

    instncias diversas conduzidas por profissionais comprometidos em sua opo

    pelo plo de trabalho.

    Sade do Trabalhador compreende-se um corpo de prticas tericas

    interdisciplinares tcnicas, sociais, humanas e interinstitucionais, desenvolvidas

    por diversos fatores situados em lugares sociais distintos e informados por uma

    perspectiva comum. Essa perspectiva resultante de todo um patrimnio

    acumulado no mbito da Sade Coletiva, com razes no movimento da

    Medicina Social latino-americana e influenciado significativamente pela

    experincia italiana. O avano cientfico da Medicina Preventiva, da Medicina

    Social e da Sade Pblica, durante os anos 60 e o incio da dcada de 70, ao

    provocar o questionamento das abordagens funcionalistas, ampliou o quadro

    interpretativo do processo sade-doena, inclusive em sua articulao com o

    trabalho. Reformula-se o entendimento "das relaes entre o social e as

    manifestaes patolgicas, a categoria trabalho aparecendo como momento de

    condensao, em nvel conceitual e histrico, do espao individual (corporal) e

    social" (Donnagelo, 1983, p. 32). Na crtica ao modelo mdico tradicional,

    atinge-se a compreenso de que "a medicina no apenas cria e recria

    condies materiais necessrias produo econmica, mas participa ainda

    da determinao do valor histrico da fora de trabalho e situa-se, portanto,

    para alm dos seus objetivos tecnicamente definidos" (Donnagelo, 1979, p. 34).

    A reflexo crtica quanto limitao dos modelos vigentes, criam-se os

    alicerces para o surgimento dessa nova forma de aprender a relao trabalho-

    sade, de intervir nos ambientes de trabalho e conseqentemente de introduzir,

    na Sade Pblica, prticas de ateno sade dos trabalhadores, na

    apresentao das propostas da Reforma Sanitria Brasileira. Configura-se um

    novo paradigma que, com a incorporao de alguns referenciais das Cincias

    Sociais, do pensamento marxista, amplia a viso da Medicina do Trabalho e da

    Sade Ocupacional.

  • 16

    No campo do conhecimento, Sade do Trabalhador uma construo

    que combina um alinhamento de interesses, em determinado momento

    histrico, onde as questes, polticas colocadas, adquirem relevncia e h

    condies intelectuais para discuti-las e enfrent-las sob os pontos de vista

    cientfico e hipteses. Todo campo cientfico vem mediado por relaes sociais,

    " sempre um lugar de luta, mais ou menos desigual entre agentes dotados de

    capital especfico e, portanto, desigualmente capazes de se apropriarem do

    trabalho cientfico" (Ortiz, 1983, p.136). Nele esto presentes, de forma latente

    ou explcita, as contradies que marcam as relaes entre capital e trabalho e

    que permeiam as concepes, relaes de fora, monoplios, estratgias e

    prticas dos profissionais com atribuies e compromissos diferenciados na

    rea. Segundo Bourdieu, transitar em um terreno notadamente tico-poltico

    obriga a definir posies e desmitificar a idia de uma cincia neutra como

    "fico interessada, que permite passar por cientfica uma forma neutralizada e

    eufmica, particularmente eficaz simbolicamente porque particularmente

    irreconhecvel da representao dominante do mundo social" (Ortiz, 1983,

    p.148). A natureza social da produo do saber impe, para agentes e

    instituies, a legitimao na comunidade cientfica, enquanto unidade

    produtora e legitimadora do conhecimento cientfico (Khun, 1978). Instaurar o

    novo paradigma implica, enfrentar e extrapolar as concepes tecnicistas na

    rea especializada da medicina e da engenharia. Concepes consolidadas

    que fornecem solues modelares, reproduzidas na formao de profissionais

    e sustentadas por volumosos recursos econmicos e tcnicos. O conflito

    adquire dimenses extremas no momento de intervir nos centros de trabalho.

    Ilustrativa, no sentido, da necessidade de acionar ao Ministrio Pblico para

    vencer a resistncia de determinadas empresas que, fortalecidas pelo

    consentimento do rgo que tradicionalmente reconhecem para a inspeo,

    recusam-se a aceitar outros parmetros de vigilncia em sade do trabalhador.

    No campo de produo de conhecimentos orientados para uma ao

    transformadora, a Sade do Trabalhador defronta-se continuamente com

    questes emergentes, que impedem definio de novos objetos de estudo,

    contemplando demandas explcitas ou implcitas dos trabalhadores. Portanto,

  • 17

    uma rea em permanente construo, configurada numa trama de relaes

    que reflete na dinmica prpria dos diversos atores sociais e das lgicas que

    direcionam sua ao conscientes, vontades individuais e coletivas.

    Constitui-se, uma arena de conflitos e entendimentos formalizados ou

    pactuados entre empresas, trabalhadores e instituies pblicas frente a

    situaes-problema, colocando em jogo, alm da identificao de sua real

    origem, a capacidade de negociao para enfrent-las. O reconhecimento,

    pelas empresas, da legitimidade dos interlocutores institucionais e da

    representao dos trabalhadores uma premissa desse processo. A garantia

    de um desfecho favorvel condiciona-se juno do conhecimento tcnico

    com o a experincia dos trabalhadores na procura e adoo de medidas

    impreterveis, que evoluam para atingir solues decisivas quanto aos agravos

    sade constatados. No se trata apenas de obter adicional de insalubridade

    ou periculosidade (monetarizar riscos), de instalar equipamentos de proteo,

    de diagnosticar nexos causais entre o trabalho e a sade com objetivo de obter

    benefcios da previdncia social, esses procedimentos podem representar

    etapas de uma luta maior que chegar s razes causadoras dos agravos,

    mudana tecnolgica ou organizadora dos processos de trabalho instaurados.

    A escassa representao sindical nos locais de trabalho um dos

    empecilhos mais imediatos nesse sentido. Avanos foram conseguidos pela

    criao de comisses de diversos tipos e por entendimentos com setores

    empresariais minoritrios que vm atenuando a cultura autoritria de

    gerenciamento. Um suporte expressivo nesse sentido foi apontado na II

    Conferncia Nacional de Sade do Trabalhador: a substituio das Comisses

    Internas de Preveno de Acidentes CIPA, por Comisses de Sade e a

    conseqente reformulao no que envolve a representatividade, eleio direta

    para todos os membros, como as suas atribuies, que contemplariam.

  • 18

    Interferir nas formas de produo e organizao do

    trabalho; garantir o direito de informao sobre matrias

    de sade, segurana e meio ambiente a todos os

    trabalhadores; garantir o direito de recusa, de embargo e

    interdio frente aos riscos que afetam a integridade fsica

    e/ou psquica dos trabalhadores (CNST, 1994, p.32).

    Foi necessrio um grande empenho de trabalhadores e tcnicos para

    conseguir o reconhecimento de determinadas doenas profissionais e eliminar

    ou controlar alguns riscos.

  • 19

    CAPTULO II

    PRINCIPAIS PROGRAMAS DE SEGURANA E

    MEDICINA DO TRABALHO

    PCMSO a sigla do Programa de Controle Mdico de Sade

    Ocupacional (NR-7). Esta Norma Regulamentadora estabelece que todos os

    empregadores, e instituies que admitam trabalhadores tm a obrigao de

    elaborar e implementar um programa de sade ocupacional para sua empresa

    com o objetivo de promover e preservar a sade de seus trabalhadores. O

    PCMSO um documento escrito que nortear as aes prticas do programa.

    Por exemplo: se, ao implementar a NR-9 (PPRA), encontra-se rudo insalubre

    no ambiente, ento ser determinado a realizao de audiometrias.

    Uma das conseqncias quando no existe o PCMSO devidamente

    elaborado ou quando, mesmo que exista, no esteja sendo implementado a

    multa, que pode ser estabelecida pelo fiscal do trabalho da Delegacia Regional

    do Trabalho.

    Alm disso, a sade do trabalhador exposta e o empregador pode

    expor-se tambm a procedimentos criminais e de indenizao civil.

    Como os valores comportam variao, caber DRT determinar o

    valor que desejar aplicar multa para um caso especfico.

    O programa consiste em exames mdicos realizados por mdicos do

    trabalho e documentao especfica:

    Admissional ser realizado em todos os funcionrios a qualquer

    cargo ou funo, antes de iniciarem suas atividades na empresa,

    avaliando Anamnese ocupacional, avaliao clnica e exames

    complementares quando for necessrio.

  • 20

    Peridico todos os funcionrios da empresa sero submetidos a

    exames peridicos, cuja especificao e freqncia sero

    estipulados pelo levantamento dos riscos de cada setor.

    Demissional ser realizado at a data da homologao, desde que

    o ltimo exame mdico ocupacional tenha sido realizado h mais

    de 90 dias no caso de empresas de riscos mais graves e 135

    (cento e trinta e cinco) dias para empresas com grau de risco mais

    leve.

    Mudana de Funo ser realizado em todos os funcionrios que

    tiverem alterao de sua funo ou de seu local de trabalho,

    expondo-o a riscos diferentes daqueles aos quais j estava

    exposto.

    Retorno ao Trabalho ser realizado em todos os funcionrios, no

    primeiro dia de retorno antes de reassumirem suas funes, aps

    afastamento igual ou superior a trinta dias, por motivo de doena,

    acidentes de trabalho ou parto.

    Outros exames especiais podero ser solicitados pelo mdico

    examinador, afim de verificao da aptido ao trabalho que o

    funcionrio ir realizar ou realiza na empresa.

    Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua sade de acordo

    com os riscos a que esto expostos. Alm de ser uma exigncia legal prevista

    no art. 168 da CLT, est presente na Conveno 161 da Organizao

    Internacional do Trabalho OIT, respeitando os princpios ticos, morais e

    tcnicos.

    Caber a empresa contratante de mo-de-obra prestadora de servios

    informar os riscos existentes e auxiliar na elaborao e implementao do

    PCMSO nos locais de trabalho onde os servios esto sendo prestados.

    Quanto ao trabalhador temporrio, o vnculo empregatcio, isto , a

    relao de emprego, exige apenas entre o trabalhador temporrio e a empresa

    prestadora de servio temporrio. Esta que est sujeita ao PCMSO e no o

  • 21

    cliente, as empresas contratantes de prestador de servios coloquem como

    critrio de contratao a realizao do PCMSO.

    O PCMSO parte integrante do conjunto de iniciativas da empresa no

    campo da sade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto

    nas demais NR.

    Dever considerar as questes incidentes sobre o indivduo e a

    coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clnico-

    epidemiolgico na abordagem da relao entre sade e trabalho.

    O PCMSO dever ter carter de preveno, rastreamento e diagnstico

    precoce dos agravos a sade relacionados ao trabalho, inclusive de natureza

    subclnica, alm da constatao da existncia de casos de doenas

    profissionais ou danos irreversveis sade dos trabalhadores.

    O PCMSO dever ser planejado e implantado com base nos riscos

    sade dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliaes

    previstas nas demais NR.

    O PCMSO dever possuir informaes que possam avaliar as aes

    desenvolvidas, de acordo com procedimentos em relao a condutas dentro

    dos conhecimentos cientficos atualizados e da boa prtica mdica. Alguns

    destes procedimentos podem ser padronizados, enquanto outros devem ser

    individualizados para cada empresa, englobando o sistema de registro de

    informaes e referncias que possam assegurar sua execuo de forma

    coerente e dinmica.

    As competncias dos consultores de Segurana e Medicina do

    Trabalho das empresas, realizar exames mdicos previstos, como admissional,

    demissional, peridico, mudana de funo e retorno ao trabalho. Encaminhar

    os trabalhadores, profissionais da rea caso seja necessrio fazer algum

    exame especfico, com os princpios da patologia ocupacional e suas causas,

    bem como o ambiente, as condies de trabalho e os riscos a que esto

    expostos cada trabalhador das empresas examinadas.

    O mnimo que se requer do programa um estudo no local para

    reconhecimento prvio de riscos ocupacionais existentes, para anlise dos

    procedimentos produtivos, postos de trabalho, informaes sobre ocorrncias

  • 22

    de acidentes de trabalho e doenas ocupacionais, atas de CIPA, mapas de

    riscos, estudos bibliogrficos, etc.

    Atravs deste reconhecimento, deve ser estabelecido um conjunto de

    exames clnicos e complementares especficos para a preveno ou deteco

    precoce dos agravos sade dos trabalhadores, para cada grupo de

    trabalhadores da empresa, deixando claro, os critrios que devero ser

    seguidos na interpretao dos resultados dos exames e as condutas que

    devero ser tomadas nos caso de constatao de alteraes.

    O Programa deva ter articulao com todas as Normas

    Regulamentadoras, a articulao bsica deve ser o PPRA, previsto na NR-9.

    Se o reconhecimento no detectar risco ocupacional especfico, o controle

    mdico poder resumir-se a uma avaliao clnica global em todos os exames

    exigidos.

    O instrumento clnico epidemiolgico, dentro da prtica da Medicina do

    Trabalho, alm da abordagem clnica individual do trabalhador-paciente, as

    informaes geradas devem ser tratadas no coletivo, ou seja, com uma

    abordagem dos grupos homogneos em relao aos riscos detectados na

    anlise do ambiente de trabalho, usando-se os instrumentos da epidemiologia,

    como clculo de taxas ou coeficientes para verificar se h riscos nos locais de

    trabalho, setores, atividades, funes, horrios, ou grupos de trabalhadores,

    com mais agravos sade do que outros. Caso algo seja detectado, atravs

    desse olhar coletivo, deve-se proceder investigaes especficas, procurando-

    se a causa do fenmeno com vistas preveno do agravo.

    O PCMSO pode ser alterado a qualquer momento, todo ou em parte,

    sempre que o mdico detectar mudanas nos riscos ocupacionais decorrentes

    alteraes nos processos de trabalho, nova descoberta da cincia mdica em

    relao a efeitos de riscos existentes, mudanas de critrios de interpretao

    de exames ou ainda reavaliaes do reconhecimento dos riscos.

    O mdico coordenador do Programa deve ser, especializado em

    Medicina do Trabalho, portador de certificado de concluso de curso de

    especializao em Medicina do Trabalho em nvel de ps-graduao, ou

    portador de Certificado de Residncia Mdica em rea de concentrao em

  • 23

    Sade do Trabalhador, ou denominao equivalente, reconhecida pela

    Comisso Nacional de Residncia Mdica do Ministrio da Educao, ambos

    ministrados por Universidade ou Faculdade que mantenha curso de Medicina,

    conforme item 4.4 da NR-4, com redao da Portaria DSST n 11, de 17 de

    setembro de 1990.

    Ficam sem obrigao de um mdico coordenador as empresas de grau

    de risco leve, segundo NR-4, com at 25 (vinte cinco) empregados e aquelas

    de grau de risco grave, segundo NR-4, com at 10 (dez) empregados. As

    empresas com mais de 25 (vinte cinco) empregados e at 50 (cinqenta)

    empregados, enquadrados no grau de risco leve, segundo NR-4, podero estar

    desobrigadas de indicar mdico coordenador em decorrncia de negociao

    coletiva.

    As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com at 20 (vinte)

    empregados, enquadrados no grau de risco grave, segundo NR-4, podero

    estar desobrigadas de indicar mdico do trabalho coordenador em decorrncia

    de negociao coletiva, assistida por profissional do rgo regional competente

    em segurana e sade no trabalho.

    Por determinao do Delegado Regional do Trabalho, com base no

    parecer tcnico conclusivo da autoridade regional competente em matria de

    segurana e sade do trabalhador, ou em decorrncia de negociao coletiva,

    as empresas previstas anteriormente podero ter obrigatoriedade de indicao

    de mdico coordenador, quando suas condies representarem potencial de

    risco grave aos trabalhadores.

    O mdico do trabalho coordenador pode elaborar e ser responsvel

    pelo PCMSO de vrias empresas, filiais, unidades, frentes de trabalho,

    inclusive em vrias Unidades da Federao. O profissional encarregado pelo

    mdico-coordenador de realizar os exames mdicos, como prtica o mdico

    assina ASO, deve estar registrado no CRM da Unidade da Federao em que

    atua.

    O mdico-coordenador encarrega outro mdico de realizar os exames,

    recomenda-se que esta delegao seja feita por escrito e este documento fique

    arquivado no estabelecimento.

  • 24

    O mdico do trabalho coordenador dever ser indicado dentre os

    profissionais do SESMT da empresa, se esta estiver obrigado a possu-lo. O

    mdico do trabalho coordenador poder ser autnomo ou filiado a qualquer

    entidade, como SESI, SESC, cooperativas mdicas, empresas prestadoras de

    servios, sindicatos ou associaes, entre outras. importante que o PCMSO

    esteja sob a responsabilidade tcnica do mdico e no da entidade qual o

    mesmo se encontra vinculado.

    Recomenda-se aspectos mnimos que devem constar no documento:

    identificao da empresa: razo social, endereo, CNPJ, ramo da atividade de

    acordo com NR-4 e seu grau de risco, nmero de trabalhadores e sua

    distribuio por sexo, e ainda horrios de trabalho e turnos.

    O nvel de complexidade do programa depende basicamente dos riscos

    existentes em cada empresa, das exigncias fsicas e psquicas das atividades

    desenvolvidas, e das caractersticas biopsicofiolgicas de cada populao

    trabalhadora. Assim, um Programa poder se resumir simples realizao de

    avaliaes clnicas bienais para empregados na faixa etria dos 18 a 45 anos,

    no submetidos a riscos ocupacionais especficos, de acordo com o estudo

    prvio da empresa. Podero ser enquadrados nessa categoria trabalhadores

    do comrcio varejista, secretrias de profissionais liberais, associaes, entre

    outros.

    Os exames que compreendem: avaliao clnica, abrangendo

    anamnese ocupacional e exame fsico e mental, exames complementares,

    realizados de acordo com os termos especficos na NR, e seus anexos. Para

    os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados na NR, os

    exames mdicos complementares devero ser executados e interpretados com

    base nos critrios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A

    periodicidade de avaliao dos indicadores biolgicos dever ser, no mmino,

    semestral, podendo ser reduzida a critrio do mdico coordenador, ou por

    notificao do mdico agente do trabalho, ou negociao coletiva de trabalho.

    Para os trabalhadores expostos a agentes qumicos, outros indicadores

    biolgicos podero ser monitorizados, dependendo do estudo prvio dos

    aspectos de validade toxicolgica, analtica e de interpretao desses

  • 25

    indicadores. Outros exames complementares usados normalmente em

    patologia clnica para avaliar o funcionamento, de rgos e sistemas podero

    ser realizados, a critrio do mdico coordenador ou encarregado, ou por

    notificao do mdico agente da inspeo do trabalho, ou ainda decorrente de

    negociao coletiva do trabalho.

    A avaliao clnica, como parte integrante dos exames mdicos dever

    obedecer prazos e periodicidade: para trabalhadores expostos a riscos ou

    situaes de trabalho que impliquem no agravamento de doena ocupacional,

    para aqueles que sejam portadores de doenas crnicas, os exames devero

    ser repetidos, a cada ano ou a intervalos menores, a critrio do mdico

    encarregado, ou se notificado pelo mdico agente da inspeo do trabalho, ou

    ainda, como resultado de negociao coletiva de trabalho, de acordo com a

    periodicidade especfica da NR-15, para trabalhadores expostos a condies

    hiperbricas. Periodicidade anual, quando menores de 18 anos e maiores de

    45 anos de idade, a cada 2 anos, para trabalhadores entre 18 e 45 anos de

    idade, no exame de retorno ao trabalho dever ser realizado obrigatoriamente

    no primeiro dia da volta ao trabalho, de trabalhador ausente por perodo igual

    ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doena ou acidente, de natureza

    ocupacional ou no, ou parto.

    Mudana de funo toda e qualquer alterao de atividade, posto de

    trabalho ou de setor que implique na exposio do trabalho a risco diferente

    daqueles a que estava exposto antes da mudana. Com relao ao exame de

    mudana de funo, este dever ser realizado somente se ocorrer alterao do

    risco ao que o trabalhador ficar exposto. Poder ocorrer troca de funo na

    empresa sem mudana de risco, e assim no haver necessidade do referido

    exame.

    No exame mdico demissional ser obrigatoriamente realizada at a

    data da homologao, desde que o ltimo exame mdico ocupacional tenha

    sido realizado a mais de: 135 (cento e trinta e cinco) dias para as empresas de

    grau de risco leve, segundo NR-4, 90 (noventa) dias para empresas de grau de

    risco grave, segundo NR-4.

  • 26

    As empresas enquadradas no grau de risco leve, segundo NR-4,

    podero ampliar o prazo de dispensa da realizao do exame demissional em

    at mais 135 (cento e trinta e cinco) dias, em decorrncia de negociao

    coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo por ambas as

    partes ou por profissional do rgo competente em segurana e sade do

    trabalho.

    As empresas enquadradas no grau de risco grave, segundo NR-4,

    podero ampliar o prazo de dispensa da realizao do exame demissional em

    at mais 90 (noventa) dias, em decorrncia de negociao coletiva, assistida

    por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional

    do rgo regional competente em segurana e sade no trabalho.

    Segundo legislao da delegacia regional do trabalho, em decorrncia

    de negociao coletiva, as empresas podero ser obrigadas a realizar o exame

    mdico demissional independente da poca de realizao do outro exame, se

    condies de trabalho representarem potencial de risco grave aos

    trabalhadores.

    Para cada exame mdico realizado, o mdico emitir o ASO, em duas

    vias. A primeira via do ASO ficar arquivada no local de trabalho do

    trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, disposio da

    fiscalizao do trabalho. A segunda via do ASO ser obrigatoriamente entregue

    ao trabalhador, como recibo da primeira via.

    O ASO dever conter no mnimo o nome completo do trabalhador, o

    nmero do registro de sua identidade e sua funo. Os riscos ocupacionais

    especficos existentes, ou a ausncia deles, na atividade do empregado,

    conforme instrues tcnicas expedidas pela Secretaria de Segurana e Sade

    no Trabalho SSST. Indicao dos procedimentos mdicos a que foi

    submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em

    que foram realizados, o nome do mdico coordenador, com o CRM.

    Definio de apto ou inapto para a funo especfica que o trabalhador

    vai exercer, exerce ou exerceu, nome do mdico encarregado do exame e

    endereo ou forma de contato, data e assinatura do mdico encarregado do

    exame e carimbo contendo seu nmero de inscrio no CRM.

  • 27

    Devem constar no ASO os riscos passveis de causar doenas,

    exclusivamente ocupacionais, relacionadas com a atividade do trabalhador e

    em consonncia com os exames complementares de controle mdico.

    Entende-se como riscos ocupacionais, especficos agravos potenciais sade

    a que o empregado est exposto na sua funo, os riscos so os detectados

    na fase de elaborao do PCMSO.

    Apesar da importncia, no devem ser colocados riscos genricos ou

    inespecficos como stress, risco de choque eltrico para eletricista, risco de

    queda para trabalhadores em geral.

    Dermatoses por cimento: o exame clnico detecta ou no dermatose

    por cimento. Convm escrever no PCMSO que o exame clnico deve ter

    ateno especial pele. Trabalho em altas temperaturas: o hipertenso no

    deve trabalhar exposto a temperaturas elevadas, mas no h exames

    especficos a realizar.

    LER: no h exames complementares para detectar-se esta molstia

    ( possvel fazer ultra-som e eletroneuromiografia em todos os indivduos, o

    que seria complexo, invasivo e carssimo, alm de ineficiente). O exame clnico

    o mais indicado.

    Os dados obtidos nos exames mdicos, incluindo avaliao clnica e

    exames complementares, as concluses e as medidas aplicadas devero ser

    registradas em pronturio do mdico coordenador do PCMSO. Os registros

    devero ser mantidos por perodo mnimo de 20 (vinte) anos aps o

    desligamento do trabalhador, prazo de prescrio das aes pessoais, cdigo

    civil brasileiro art. 177. Havendo substituio do mdico, os arquivos devero

    ser transferidos para o seu sucessor.

    Grande parte das doenas ocupacionais tm tempo de latncia entre a

    exposio e o aparecimento da molstia de muitos anos. Em alguns casos

    esse perodo de cerca de 40 (quarenta) anos. A conservao dos registros

    importante para se recuperar a histria profissional do trabalhador em caso de

    necessidade futura, tambm para estudos epidemiolgicos futuros.

    A guarda dos pronturios mdicos da responsabilidade do

    coordenador. Por se tratar de documentos confidenciais que contm

  • 28

    informaes sobre a sade das pessoas, o seu arquivo deve ser feito de modo

    a garantir o sigilo das mesmas. Esse arquivo pode ser guardado no local em

    que o mdico coordenador considerar que os pr-requisitos acima estejam

    atendidos, podendo ser na prpria empresa, consultrio ou escritrio, na

    entidade em que est vinculando, desde que resguardado o sigilo mdico,

    conforme prescrito no cdigo de tica mdica. O resultado dos exames

    complementares deve ser comunicado ao trabalhador e entregue ao mesmo

    uma cpia, conforme prescrito no 5 art. 168 da CLT.

    O PCMSO dever obedecer a um planejamento em que estejam

    previstas as aes de sade a serem executadas durante o ano, devendo

    estas ser objeto de relatrio anual. O relatrio anual dever discriminar, por

    setores da empresa, o nmero e a natureza dos exames mdicos, incluindo

    avaliaes clnicas e exames complementares, estatsticas dos resultados

    anormais, como planejamento para o prximo ano, tomado como base o

    modelo proposto.

    O relatrio anual dever ser entregue e discutido na CIPA, quando

    existente na empresa, de acordo com o NR 5, sendo sua cpia anexada ao

    livro de atas daquela comisso. Esse relatrio vai possibilitar ao mdico a

    elaborao de seu plano de trabalho para o prximo ano.

    Verifica-se atravs da avaliao clnica do trabalhador ou dos exames

    constantes da presente NR, apenas exposio excessiva (EE) ao risco, mesmo

    sem qualquer sintomatologia ou sinal clnico, dever o trabalhador ser afastado

    do local de trabalho, at que seja normalizado o indicador biolgico de

    exposio e a medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido

    adotadas.

    Constata-se a ocorrncia ou agravamento de doenas profissionais,

    atravs de exames mdicos que incluem os definidos nesta NR, sendo

    verificados alteraes que revelem qualquer tipo de disfuno de rgo ou

    sistema biolgico, atravs dos exames constantes da presente NR, mesmo

    sem sintomatologia, caber ao mdico coordenador ou encarregado:

    Solicitar empresa a emisso da Comunicao de Acidente de

    Trabalho CAT;

  • 29

    Indicar, quando necessrio, o afastamento do trabalhador da exposio

    ao risco, ou do trabalho;

    Encaminhar o trabalhador Previdncia Social para estabelecimento

    de nexo causal;

    Avaliao de incapacidade e definio da conduta previdenciria em

    relao ao trabalho;

    Orientar o empregador quanto necessidade de adoo de medidas

    de controle no ambiente de trabalho.

    Todo estabelecimento dever estar equipado com material necessrio

    prestao de primeiros socorros, considerando-se as caractersticas da

    atividade desenvolvida, manter esse material guardado em local adequado, aos

    cuidados de pessoa treinada para esse fim.

    2.1 Programa de preveno de riscos ambientais NR 9

    Segundo Salida 1997, PPRA a sigla de Programa de Preveno de

    Riscos Ambientais. Esse programa est estabelecido em uma das Normas

    Regulamentadoras da CLT (NR-9) e seu objetivo estabelecer uma

    metodologia de ao que garanta a preservao da sade e integridade dos

    trabalhadores frente aos riscos ambientais de trabalho como os agentes fsicos,

    qumicos e biolgicos que, em funo de sua natureza, concentrao ou

    intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar danos sade.

    Agentes fsicos como: rudo, vibraes, presses anormais, temperaturas

    extremas (calor ou frio), radiaes ionizantes e radiaes no ionizantes.

    Agentes qumicos: poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases, vapores,

    absorvidos pelo organismo humano por via respiratria, atravs da pele ou por

    ingesto. Agentes biolgicos: bactrias, fungos, bacilos, parasitas,

    protozorios, vrus, entre outros.

    A elaborao e implementao do PPRA obrigatria para todos os

    empregadores segundo implantao do PCMSO no importa, o grau de risco

    ou a quantidade de empregados, cada estabelecimento est obrigado a obter

  • 30

    um PPRA, cada um com sua caracterstica e complexidade diferente. Caso o

    empregador esteja desobrigado a manter um servio prprio, ele dever

    contratar uma empresa ou profissional para elaborar, implementar e

    acompanhar o PPRA.

    As aes do PPRA so desenvolvidas no mbito de cada

    estabelecimento da empresa, onde o Tcnico de Segurana do Trabalho ir

    empresa para avaliar os agentes qumicos, fsicos e biolgicos. Com as

    informaes obtidas nestas avaliaes, o Tcnico prepara um cronograma que

    dever indicar prazos para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das

    metas dentro do ano.

    Quando no houver identificados riscos ambientais antecipadamente, o

    PPRA poder resumir-se s etapas previstas na legislao. O PPRA faz parte

    do conjunto das iniciativas da empresa no campo da preservao da sade e

    da integridade dos trabalhadores, estando articulado em especial com o

    PCMSO previsto na NR 7.

    O PPRA dever conter, a seguinte estrutura:

    planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e

    cronograma;

    estratgia e metodologia de ao;

    forma do registro, manuteno e divulgao dos dados;

    periodicidade e forma de avaliao do desenvolvimento do PPRA.

    Dever ser efetuada, quando necessrio, uma vez ao ano, uma anlise

    global do PPRA para avaliao do seu desenvolvimento e realizao dos

    ajustes necessrios e estabelecimento de novas metas e prioridades.

    O PPRA dever estar descrito num documento-base contendo todos os

    aspectos estruturais conforme indicado acima. O documento-base e suas

    alteraes e complementaes devero ser apresentados e discutidos na

    CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a NR 5, sendo sua cpia

    anexada ao livro de atas da CIPA, mesmo deve estar disponveis de fcil

    acesso s autoridades competentes.

  • 31

    O cronograma previsto no item acima mencionado dever indicar os

    prazos para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas do

    PPRA.

    O PPRA dever incluir as seguintes etapas:

    antecipao e reconhecimento dos riscos;

    estabelecimento de prioridades e metas de avaliao e controle;

    avaliao dos riscos e da exposio dos trabalhadores;

    implantao de medidas de controle e avaliao de sua eficcia;

    monitoramento da exposio aos riscos;

    registro e divulgao dos dados.

    A elaborao, implementao, acompanhamento e avaliao do PPRA

    podero ser feitas pelo Servio Especializado em Engenharia de Segurana e

    em Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas, a

    critrio do empregador, que sejam capazes de desenvolver o disposto na NR-9.

    A antecipao dever envolver a anlise de projetos de novas instalaes,

    mtodos ou processos de trabalho, ou de modificao dos j existentes,

    visando a identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteo para

    sua reduo ou eliminao.

    O reconhecimento dos riscos ambientais dever conter os seguintes

    itens, quando aplicveis: identificao, determinao e localizao das

    possveis fontes geradoras, identificao das possveis trajetrias e dos meios

    de propagao dos agentes no ambiente de trabalho, identificao das funes

    e determinao do nmero de trabalhadores expostos, caracterizao das

    atividades e do tipo da exposio, obteno de dados existentes na empresa,

    indicativos de possvel comprometimento da sade decorrente do trabalho, os

    possveis danos sade relacionados aos riscos identificados, disponveis na

    literatura tcnica e a descrio das medidas de controle j existentes.

    A avaliao quantitativa dever ser realizada quando necessrio:

    comprovar o controle da exposio ou a inexistncia riscos identificados na

    etapa de reconhecimento, dimensionar a exposio dos trabalhadores,

    subsidiar o equacionamento das medidas de controle. Quando os resultados

    das avaliaes quantitativas da exposio dos trabalhadores excederem os

  • 32

    valores dos limites previstos na NR 15 ou, na ausncia destes os valores

    limites de exposio ocupacional adotados pela American Conference of

    Governmental Industrial Higyenists-ACGIH, ou aqueles que venham a ser

    estabelecidos em negociao coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos

    do que os critrios tcnico-legais estabelecidos.

    O estudo desenvolvimento e implantao de medidas de proteo

    coletiva devero obedecer seguinte hierarquia: medidas que eliminam ou

    reduzam a utilizao ou a formao de agentes prejudiciais sade, medidas

    que previnam a liberao ou disseminao desses agentes prejudiciais

    sade, medidas que reduzam os nveis ou a concentrao desses agentes no

    ambiente de trabalho.

    A implantao de medidas de carter coletivo dever ser acompanhada

    de treinamento dos trabalhadores quando os procedimentos que assegurem a

    sua eficincia e informao sobre as eventuais limitaes de proteo que

    ofeream.

    Quando comprovado pelo empregador ou instituio, a inviabilidade

    tcnica da adoo de medidas de proteo coletiva, quando estas no forem

    suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento, implantao

    em carter complementar ou emergencial, devero ser adotadas outras

    medidas obedecendo-se seguinte hierarquia: medidas de carter

    administrativo ou de organizao do trabalho e utilizao do EPI (equipamento

    de proteo individual). A utilizao de EPI no programa dever considerar as

    Normas Legais e Administrativas em vigor e envolver: seleo do EPI

    adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador est exposto e atividade

    exercida, considerando-se a eficincia necessria para o controle da exposio

    ao risco e o conforto oferecido segundo avaliao do trabalhador usurio,

    programa de treinamento dos trabalhadores quanto sua correta utilizao e

    orientao sobre as limitaes de proteo que o EPI oferece, estabelecimento

    de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a

    higienizao, a conservao, a manuteno e a reposio do EPI, visando a

    garantir a condies de proteo originalmente estabelecidas, caracterizao

  • 33

    das funes ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identificao

    dos EPI utilizado para os riscos ambientais.

    Os critrios do PPRA devem estabelecer mecanismos de avaliao da

    eficcia das medidas de proteo implantadas considerando os dados obtidos

    nas avaliaes realizadas e no controle mdico da sade previsto na NR 7.

    Considera-se nvel de ao o valor acima do qual devem ser iniciadas

    aes preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposies

    a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposio. As aes devem

    incluir o monitoramento peridico da exposio, a informao aos

    trabalhadores e o controle mdico.

    Devero ser objeto de controle sistemtico as situaes que

    apresentem exposio ocupacional acima dos nveis de ao, conforme

    indicado nas alneas que seguem: agentes qumicos, a metade dos limites de

    exposio ocupacional considerados de acordo com a lei mencionada acima, o

    rudo, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critrio estabelecido na

    NR 15.

    O monitoramento da exposio dos trabalhadores e das medidas de

    controle deve ser realizada uma avaliao sistemtica e repetitiva da exposio

    a um dado risco, visando introduo ou modificao das medidas de controle,

    sempre que necessrio.

    Dever ser mantido pelo empregador ou instituio um registro de

    dados, estruturado de forma a constituir um histrico tcnico e administrativo

    do desenvolvimento do PPRA. Os dados devero ser mantidos os dados por

    um perodo mnimo de 20 (vinte) anos. O registro de dados dever estar

    sempre disponvel aos trabalhadores interessados ou seus representantes e

    para as autoridades competentes.

    Competncias do empregador: estabelecer, implementar e assegurar o

    cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituio.

    Competncia dos trabalhadores: colaborar e participar na implantao e

    execuo do PPRA, seguir as orientaes recebidas nos treinamentos

    oferecidos dentro do PPRA e informar ao seu superior hierrquico direto

    ocorrncias que, a seu julgamento, possam implicar risco sade dos

  • 34

    trabalhadores. Os trabalhadores interessados tero o direito de apresentar

    propostas e receber informaes e orientaes a fim de assegurar a proteo

    aos riscos ambientais identificados na execuo do PPRA.

    Os empregadores devero informar os trabalhadores de maneira

    apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos

    locais de trabalho e sobre os meios disponveis para prevenir ou limitar riscos e

    para proteger-se dos mesmos. Sempre que vrios empregadores realizem,

    diversas atividades no mesmo local de trabalho tero o dever de executar

    aes integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando

    proteo de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados.

    O conhecimento e a percepo que os trabalhadores tm do processo

    de trabalho e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados

    no Mapa de Riscos, previsto na NR 5, devero ser considerados para fins de

    planejamento e execuo do PPRA em todas as suas fases. O empregador

    dever garantir que, na ocorrncia de riscos ambientais nos locais de trabalho

    que coloquem em situao de grave e iminente risco um ou mais

    trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades,

    comunicando o fato ao superior hierrquico direto para as devidas

    providncias.

    2.1.1 - Laudo tcnico das condies ambientais de trabalho

    De acordo com artigo 154 inciso IV e V da Instruo

    Normativa/Diretoria Colegiada INSS N. 84 de 17 de dezembro de 2002. Para

    a execuo do referido documento preciso que um profissional habilitado

    possa proceder o levantamento das condies de trabalho de determinada

    empresa, atravs da elaborao do LTCAT.

    O LTCAT deve apresentar as seguintes informaes: nome e endereo

    da empresa que foi vistoriada, ramo de atividades e nmero de empregados. O

    laudo tem a finalidade de apurar as condies coletivas do trabalho com

    caractersticas especiais visando o tipo da atividade em especial, de acordo

    com os parmetros legais.

  • 35

    Os trabalhadores em geral visam melhoria da condio social e

    condies de trabalho, para que tenham direito em algum de tipo de benefcio

    como aposentadoria especial, tero que comprovar o tempo de trabalho

    permanente na empresa provado pelo LTCAT que sofreram prejuzo a sade

    ou integridade fsica, durante um perodo de 15 a 25 anos, conforme

    recomenda a lei.

    A comprovao de que foi exercida a atividade especial ser feita pelo

    PPP, emitido pela empresa com base no LTCAT, elaborado pelo mdico do

    trabalho ou engenheiro de segurana. Os dados constantes no formulrio do

    PPP devero coicidir com o LCAT, quando for exigido pelo INSS, para que no

    haja discordncia das informaes. feito o registro de agentes nocivos de

    cada setor da empresa, como rudo medindo o grau mximo permitido de dB

    (decibis), jornada de trabalho, se o som contnuo, dosmetro ou se ocorre

    nvel de impacto, agentes biolgicos tambm so analisados a critrio de

    insalubridade para averiguar de a empresa apresenta um grau mximo ou

    mdio de insalubridade ou at de periculosidade.

    Deve-se conter no LCAT o modelo de termo de compromisso de

    controle individual EPI para identificar qual o setor da empresa que precisar

    desse tipo de proteo e o equipamento a ser utilizao, como mostra tambm

    um quadro de aposentadoria especial por funes com a relao dos

    funcionrios que sero beneficiados a esse tipo de aposentadoria, inclusive

    nesse mesmo quadro tambm indicado os funcionrios que no tem esse

    tipo de aposentadoria.

    2.1.2 - Perfil profissiogrfico previdencirio

    De acordo com a legislao um documento histrico-laboral do

    trabalhador, que presta servio empresa, relatrio das habilitaes de

    benefcios e servios previdencirios. associado aposentadoria especial,

    mas seu alcance vai muito mais alm.

    Serve para o trabalhador, como uma prova para que empregador

    perante a Previdncia Social, e a outros rgos pblicos e aos sindicatos, de

  • 36

    forma a garantir todo direito do trabalhador de forma administrativa, cvel,

    tributrio, trabalhista, previdencirio, penal, seja ele individual, ou coletivo.

    uma prova da empresa organizar individualmente as informaes

    contidas em diversos setores ao longo dos anos, que em alguns documentos

    se apresentam de forma coletiva. Desta maneira, a empresa poder evitar

    aes judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores.

    Desde outubro de 1996, aceito outras alternativas como o DIRBEN-

    8030 substituto do PPP. O formato original publicado pela IN/INSS/DC n 78/02

    e alterado pela IN/INSS/DC n 84/02, exigido a partir de 01 de julho de 2003

    somente o PPP.

    O DIRBEN-8030 j foi chamado tambm de SB-40, DISES-BE-5235 e

    DSS-8030 e consiste num formulrio para requerimento da aposentadoria

    especial. necessrio para os segurados que vo requerer benefcio, o PPP

    deve ser feito para todos os trabalhadores. O objetivo do PPP oferecer mais

    elementos para que o servidor do INSS analise o processo e, com isso agilizar

    o concesso do benefcio.

    As informaes que contm no histrico laboral do trabalhador,

    abrangendo, cronologicamente por perodo, informaes administrativas,

    ambientais e biolgicas.

    As informaes administrativas abrangem, entre outros, setor, cargo,

    funo, atividades desenvolvidas, os registros de CAT e o conjunto das

    exigncias necessrias ao bom desempenho das funes, das quais

    considera-se apto o trabalhador. Estas informaes esto disponveis

    normalmente no Setor de Recursos Humanos da empresa.

    As informaes ambientais abrangem, os agentes nocivos ambientais a

    que o trabalhador esteve ou est efetivamente exposto, sua intensidade ou

    concentrao (quando no forem unicamente qualitativos), a utilizao de

    Equipamentos de Proteo Coletiva EPC, a presena de medidas

    administrativas de proteo e, em ltima instncia, a utilizao de Equipamento

    de Proteo Individual EPI, com o respectivo atestado de sua eficcia e a

    concluso acerca do enquadramento ou no de atividade inclusas na

    aposentadoria especial. Estas informaes esto disponveis normalmente na

  • 37

    documentao ambiental da empresa, devendo ser prestadas com base em

    Laudo Tcnico das Condies Ambientais do Trabalho LTCAT (emitido

    sempre que houver mudanas no ambiente de trabalho ou pelo menos uma

    vez por ano e assinado pelo Engenheiro de Segurana do Trabalho ou Mdico

    do Trabalho), que parte integrante dos Programas de Gerenciamento de

    Riscos Ocupacionais, nos termos da Legislao Trabalhista.

    As informaes biolgicas abrangem, a relao de exames realizados

    para controle ocupacional obrigatrios (admissionais, peridicos, de retorno de

    afastamento, de troca de funo ou demissionais) e complementares, as

    perdas de capacidade laborativa temporrias ou permanentes, os agravos

    sade (com ou sem afastamento, com ou sem emisso de CAT). Quanto aos

    exames mdicos, devero ser realizados apenas aqueles relacionados aos

    riscos ambientais que forem constados, havendo apenas a indicao se o

    resultado do exame foi normal ou alterado, sem descrio do mesmo. Estas

    informaes devero ser prestadas com base no PCMSO e seu relatrio anual,

    nos termos da NR-07, do M.T.E. Essas informaes devem seguir um modelo

    publicado pelo IN/INSS/DC n 84/02, que rene todas as informaes em um

    nico documento, podendo ser elaborado em papel ou meio magntico. A

    critrio da empresa, poder ser utilizado Word, Excel ou outro aplicativo.

    A empresa empregadora, no caso de empregado, cooperativa de

    trabalho ou de produo, cooperado filiado, rgo Gestor de Mo de Obra

    OGMO, no caso de trabalhador avulso porturio e Sindicato da Categoria, no

    caso de trabalhador avulso no porturio.

    O representante legal da empresa que assina, apesar de no ser

    necessria a assinatura, h obrigatoriedade da indicao do Mdico

    Coordenador do PCMSO e do Engenheiro de Segurana do Trabalho ou

    Mdico do Trabalho responsvel pelo LTCAT, conforme dimensionamento do

    SESMT.

    Quando houver mudana dos responsveis pelo PCMSO ou LTCAT,

    devero ser indicados todos os nomes e registros, discriminando os perodos

    em que cada um prestou as informaes que embasaram o preenchimento do

    PPP.

  • 38

    O trabalhador recebe o documento, na resciso do contrato mediante

    recibo para que a empresa tenha uma prova de que foi entregue ao

    empregado.

    O PPP dever ser sempre atualizado quando houver mudanas nas

    informaes contidas nas sees administrativas, ambientais ou biolgicas.

    Exemplo: mudana de setor, cargo, funo ou atividade desenvolvida;

    mudana do meio ambiente de trabalho (alterao do lay-out, substituio de

    mquinas ou de equipamentos, introduo de EPC ou EPI, alterao da

    exposio de agentes; alteraes clnico-psquico-biolgicas; afastamentos do

    trabalho, ocorrncia ou agravamento de acidente de trabalho ou doena

    ocupacional. No havendo mudanas, a atualizao ser feita pelo menos uma

    vez ao ano, na mesma poca em que forem apresentados os resultados da

    anlise global do desenvolvimento do PPRA e demais programas ambientais.

    Nas fases de elaborao e atualizao, fica nas dependncias da

    empresa de vnculo do trabalhador, de acordo com o sistema de arquivamento

    papel ou meio eletrnico.

    Por ocasio do encerramento de contrato de trabalho ou trmino da

    prestao de servio do cooperado, em duas vias, com fornecimento de uma

    das vias para o empregado ou no caso de cooperado, mediante recibo.

    Para fins de requerimento de recolhimento de perodos laborados em

    condies especiais.

    Para fins de concesso de benefcios por incapacidade, a partir de

    01/07/2003, quando solicitado pela Percia Mdica do INSS.

    O PPP dever estar disponvel as autoridades competentes, que

    podero solicitar sua impresso com a assinatura do representante legal. PPP

    deve ser elaborado, e estar sempre atualizado, com comprovante de entrega

    ao trabalhador na resciso de contrato de trabalho, preenchendo todas

    formalidades legais, que essas informaes estejam de acordo com a

    realidade, caso haja informao omissa ou discordncia entre as informaes

    do PPP com as contidas no LTCAT, a empresa poder ser multada.

    O prprio trabalhador atravs da CIPA ou invidualmente, o sindicato,

    principalmente na homologao, Auditor Fiscal da Previdncia do Social

  • 39

    AFPS, Mrito-Perito do INSS, Auditor Fiscal do Trabalho, Ministrio Pblico e

    demais rgos pblicos interessados. No entanto, podem lavrar o auto de

    infrao diretamente relacionado ao PPP e a CAT, atribuio exclusiva do

    AFPS.

    O PPP pode gerar inmeras Representaes Administrativas RA e

    Representaes Fiscais para Fins Penais RFFP contra a empresa, o mdico

    e/ou engenheiro de segurana do trabalho responsveis pelo LTCAT e PCMSO

    e o responsvel pelas informaes prestadas em Guia de Recolhimento do

    Fundo de Garantia do Tempo de Servio e Informaes Previdncia Social

    GFIP.

    Algumas conseqncias so: cassao do registro profissional e aes

    de ordem criminal na justia por falsificao de documento pblico, sonegao

    fiscal, exposio ao risco, leso corporal, homicdio culposo, ressarcimento aos

    cofres da Previdncia relativos aos benefcios por incapacidade concedidos em

    razo da negligncia do gerenciamento dos riscos, entre outros.

  • 40

    CAPTULO III

    APROFUNDAMENTO NA REA DE ESTUDO

    A gesto de segurana e medicina do trabalho nas empresas

    funcionam nas seguintes condies, feita a inspeo no local de trabalho pelo

    engenheiro e tcnicos de segurana para o levantamento das condies de

    trabalho e elaborao dos programas que so exigidos por lei que o PCMSO

    e PPRA. As informaes das inspees so passadas para o mdico

    responsvel para elaborao dos programas citados acima, depois dos

    programas prontos agenda-se com o responsvel da empresa um treinamento

    de preveno de acidentes para os funcionrios, no final do treinamento os

    funcionrios recebem um certificado de participao. O treinamento

    ministrado pelo engenheiro de segurana que tambm inscrito na CIPA.

    D-se incio a outro procedimento que so os atestados de sade

    ocupacional, exames que arcado pelo empregador. Os exames so

    cumpridos conforme legislao, admissional, demissional, peridico, mudana

    de funo e retorno ao trabalho, so feitos tambm outros tipos de exames

    segundo exigncias de cada atividade como: telerradiografia, espirometria e

    audiometria.

    Algumas empresas controlam o perodo de retorno dos empregados

    para realizarem exames peridicos, mudana de cargo e retorno ao trabalho

    quando o funcionrio afastado no perodo superior a 30 dias.

    Aps um perodo de 6 meses o engenheiro de segurana retorna a

    empresa que fez inspeo, para acompanhar se j foram efetuados as medidas

    corretivas recomendadas nos programas de controle PPRA e PCMSO, caso a

    empresa no tenha feito nenhum tipo de correo, sero esclarecidos

    novamente as recomendaes para que evitem multas e penalidades da

    legislao.

  • 41

    CONCLUSO

    Este estudo conclui que os servios prestados de Segurana e

    Medicina do Trabalho esto de acordo com a lei e normas regulamentadoras,

    mas dentro de algumas empresas deixam a desejar, no se enquadrando

    dentro das conformidades que so exigidas na legislao, de iluminao no

    ambiente de trabalho, por existir pouca fiscalizao, as empresas cumprem

    somente a documentao em papel.

    Vrios autores, entre eles Chiavenato (2002), Tortorello (1996) e

    Zcchio (1977) com relao a prestao de servios de segurana e medicina

    do trabalho, tambm foram analisados os servios existentes dos principais

    agentes envolvidos em sua execuo. As consultorias de segurana e

    medicina do trabalho conseguem atender segundo legislao vigente, mas a

    maior dificuldade as empresas se enquadrarem a tais modificaes

    pertinentes. Porque existe um prazo exigido para normalizar as modificaes

    especficas.

    Atualmente as empresas cumprem as normas somente em relao a

    documentao que a legislao exige, mas as prticas normalmente no so

    implantadas existindo somente no papel.

    As inspees so realizadas com a finalidade de identificar e

    neutralizar riscos existentes, que venham a existir nos locais de trabalho,

    prevenir quanto ao trabalho inadequado, decorrentes de negligncia,

    imprudncia ou impercia que venham ser praticados por empregados durante

    a execuo dos servios. Dentro das empresas, compete as chefias de todos

    os nveis hierrquico, cumprir e fazer cumprir as normas segundo legislao

    previstas ou inspeo levantadas pelo tcnico de segurana do trabalho.

  • 42

    BIBLIOGRAFIA CITADA

    1 - CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 7. ed. So Paulo: Atlas,

    2002.

    2 - CONFERNCIA NACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR. Relatrio

    Final. Ministrio da Sade. Braslia, 1994.

    3 - COSTA, D. F., et al. Programa de Sade dos Trabalhadores: A

    Experincia da Zona Norte - Uma Alternativa em Sade Pblica. So Paulo:

    Hucitec, 1989.

    4 - DIAS, E. C. A Ateno Sade dos Trabalhadores no Setor Sade SUS,

    no Brasil: realidade, fantasia ou utopia. 1994. Tese (Doutorado)

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 1994.

    5 - DONNAGELO, M. C. F. Sade e Sociedade. So Paulo: Duas Cidades,

    1979.

    6 - DONNAGELO, M. C. F. A Pesquisa na rea de Sade Coletiva no Brasil:

    A Dcada de 70. Ensino da Sade Pblica, Medicina Preventiva e Social

    no Brasil. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Sade Pblica, 1983.

    7 - KHUN, T. S. A Estrutura das Revolues Cientficas. 2. ed. So Paulo:

    Perspectiva, 1978.

    8 - LACAZ, F. A. C. Cenrio e estratgias em sade dos trabalhadores de

    1986 a 1994. Conferncia Nacional de Sade dos Trabalhadores. Braslia,

    1994.

    9 - LEGISLAO. Segurana e Medicina do Trabalho. 51. ed. Atlas.

    10 - MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho sade do

    trabalhador, Revista de Sade Pblica, p. 25-349, 1991.

  • 43

    11 - ORTIZ, R. Pierre Bourdieu: Sociologia. So Paulo: tica, 1983.

    12 - PIMENTA, A. L.; CAPISTRANO FILHO, D. Sade do Trabalhador. So

    Paulo: Hucitec, 1988.

    13 - ROBOREDO, Maria Lucia Freire. Da Segurana e Medicina do Trabalho

    e a Constituio de 88. Rio de Janeiro: Lber Jris, 1990.

    14 - SALIDA, Tuffi Messias. Programa de Preveno de Riscos Ambientais.

    So Paulo: LTR, 1997.

    15 - TAMBELLINI, A. T. Poltica nacional de sade do trabalhador: anlises

    e perspectivas. Conferncia Nacional de Sade do Trabalhador. Rio de

    Janeiro: Fiocruz, 1986.

    16 - TORTORELLO, Jayme Aparecido. Acidentes do Trabalho: teoria e

    prtica. 2. ed. So Paulo: Saraiva, 1996.

    17 - VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatrios de pesquisa em

    administrao. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2000.

    18 - ZCCHIO, lvaro. Prtica da Preveno de Acidentes: ABC da

    segurana do trabalho. 3. ed. So Paulo: Atlas, 1977.

    19 - CNST (II Conferncia Nacional de Sade do Trabalhador), 1994. Relatrio

    Final. Braslia: Ministrio da Sade.

  • 44

    NDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMRIO 7

    INTRODUO 8

    CAPTULO I

    Referencial Terico 10

    1.1 Histrico de segurana do trabalho 10

    1.1.1 Histrico no Brasil 10

    1.1.2 Preveno de acidentes 12

    1.1.3 Importncia do treinamento de preveno de

    acidentes do trabalho 12

    1.1.4 Responsabilidades na segurana do trabalho 13

    1.1.5 O campo de sade do trabalhador 14

    CAPTULO II

    Principais Programas de Segurana e Medicina do

    Trabalho 19

    2.1 Programa de preveno de riscos ambientais NR 9 29

    2.1.1 Laudo tcnico das condies ambientais de

    trabalho 34

    2.1.2 Perfil profissiogrfico previdencirio 35

    CAPTULO III

    Aprofundamento na rea de Estudo 40

    CONCLUSO 41

    BIBLIOGRAFIA CITADA 42

    NDICE 44

    AGRADECIMENTOSSUMRIOCAPTULO I- Referencial Terico10CAPTULO II - Principais Programas de Seguranae Medicina do Trabalho 19CAPTULO III Aprofundamento na rea de Estudo40

    CONCLUSO41BIBLIOGRAFIA CITADA 42NDICE43FOLHA DE ROSTO2AGRADECIMENTO3