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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A APLICABILIDADE DO INSTITUTO DA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL NO ÂMBITO DO PROCESSO DO TRABALHO POR: ALINE DE ALBUQUERQUE DA SILVA Orientador PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A APLICABILIDADE DO INSTITUTO DA EXECUÇÃO DE TÍTULO

EXTRAJUDICIAL NO ÂMBITO DO PROCESSO DO TRABALHO

POR: ALINE DE ALBUQUERQUE DA SILVA

Orientador

PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A APLICABILIDADE DO INSTITUTO DA EXECUÇÃO DE TÍTULO

EXTRAJUDICIAL NO ÂMBITO DO PROCESSO DO TRABALHO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Direito e Processo do

Trabalho

Por: . Aline de Albuquerque da Silva

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que me apoiam e

incentivam, minha força para

prosseguir, ao meu noivo, amigo e

companheiro nas lutas diárias, sempre

presente nos momentos cruciais da

minha vida.

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se a todos aqueles que estão

ao meu lado nesta jornada...

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RESUMO

O legislador vem buscando atender aos anseios da sociedade, que

está cada vez mais consciente e participativa, clamando por celeridade e

eficiência jurídica.

Os Títulos Executivos são meios extrajudiciais de solução de conflitos,

que uma vez assumidos impõem ao compromitente a obrigação de cumprir as

condições ali estabelecidas, sob pena de Execução Judicial.

Os Títulos Executivos Extrajudiciais existentes na Justiça do Trabalho,

quais sejam, o Termo de Ajustamento de Conduta - (TAC) firmado perante o

Ministério Público do Trabalho (MPT), e o Termo de Conciliação firmado entre

o obreiro e a empresa perante a Comissão de Conciliação Prévia - (CCP)

visam conferir celeridade e eficiência no recebimento dos créditos devidos,

permitindo que os mesmos sejam quitados à seu devido tempo, evitando assim

a morosidade de um processo de conhecimento.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido inicialmente pela prática forense, que

fez surgir o interesse pela matéria.

A partir de então buscou-se o aprofundamento do tema, através de

pesquisas doutrinárias e jurisprudenciais, além de estudos à legislação.

Dessa forma, com a coleta do material pesquisado o problema foi

enfrentado passo a passo sendo desenvolvida uma pesquisa teórica e

descritiva abordada através da divisão dos capítulos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: CONSIDERAÇÕES

HISTÓRICAS, CONCEITOS E REQUISITOS

1.1 – Introdução 11

1.2 - Origem Histórica e Definição de Títulos Executivos Extrajudiciais 12

1.3 - Os Títulos Executivos Extrajudiciais no Direito Brasileiro – Requisitos 14

CAPÍTULO II - TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS NO PROCESSO

DO TRABALHO

2.1- Intróito 18

2.2 - Os Termos de Ajustamento de Conduta firmados perante o Ministério

Público do Trabalho (MPT) 19

2.3 – Termos de Conciliação firmados perante a Comissão de Conciliação

Prévia (CCP) 22

2.4 – Execução de Penalidades Administrativas impostas aos empregadores

pelos órgãos de fiscalização do trabalho 24

CAPÍTULO III - A AÇÃO EXECUTIVA DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL POR

QUANTIA CERTA – PROCEDIMENTOS

3.1- Procedimentos gerais da execução 29

3.2 – Procedimento das Execuções no âmbito do Processo do Trabalho 30

3.2.1 – Petição Inicial 30

3.2.2– Citação 30

3.2.3 – Dos Embargos à Execução 32

3.2.4 – Adjudicação 36

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3.2.5 - Alienação por iniciativa particular 36

3.2.6 - Hasta Pública e Arrematação 37

3.2.7 - Pagamento ao Exeqüente 38

3.2.8 - Cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer contida nos títulos

executivos extrajudiciais 38

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 44

ÍNDICE 46

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INTRODUÇÃO

Os Títulos Executivos são meios extrajudiciais de solução de conflitos,

que uma vez assumidos impõem ao compromitente a obrigação de cumprir as

condições ali estabelecidas, sob pena de Execução Judicial.

Os Títulos Executivos Extrajudiciais existentes na Justiça do Trabalho,

quais sejam, o Termo de Ajustamento de Conduta - (TAC) firmado perante o

Ministério Público do Trabalho (MPT), e o Termo de Conciliação firmado entre

o obreiro e a empresa perante a Comissão de Conciliação Prévia - (CCP)

visam conferir celeridade e eficiência no recebimento dos créditos devidos,

permitindo que os mesmos sejam quitados à seu devido tempo, evitando assim

a morosidade de um processo de conhecimento.

Existia grande controvérsia acerca da possibilidade de execução de

títulos extrajudiciais na Justiça do Trabalho, tendo em vista a inexistência de

dispositivo que versasse a respeito, importando em lacuna jurídica.

Para suprir tal ausência, o Poder Legislativo criou a Lei nº 9.958/00,

que modificou o artigo 876 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e

inseriu o artigo 877-A, criando dois títulos executivos extrajudiciais, quais

sejam, o termo de ajuste de conduta celebrado perante o Ministério Público do

Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de

Conciliação Prévia.

Doutrina e jurisprudência vêm se firmando no sentido de que as multas

administrativas impostas à empregadores – desde que guardem conexão com

a relação de trabalho - são títulos executivos extrajudiciais, sendo certo que,

por tal razão serão insertos no presente trabalho.

Nas Execuções, assim como nos demais procedimentos, a demanda é

iniciada através do ajuizamento da Ação.

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O instrumento inicial da demanda é a petição inicial, que nas Ações

Executivas também deve obedecer aos requisitos elencados no artigo 282 do

Código de Processo Civil, exceto naquilo que for incompatível, estando sujeita

ao indeferimento.

Estando em termos a inicial executória, determina-se a notificação

citatória do executado, por Oficial de Justiça, e a partir de então iniciam-se os

procedimentos executórios.

O presente trabalho fará um breve passeio sobre a execução de títulos

extrajudiciais no âmbito do Processo do Trabalho, abordando a origem histórica

dos títulos, os títulos admitidos no direito Laboral, bem como os procedimentos

necessários ao recebimento do crédito exeqüendo e cumprimento das

obrigações de fazer ou não fazer eventualmente assumidas e expressas no

título executivo.

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CAPÍTULO I

TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS,

CONCEITOS E REQUISITOS

1.1 Introdução

O legislador vem buscando atender aos anseios da sociedade, que

está cada vez mais consciente e participativa, clamando por celeridade e

eficiência jurídica.

Os Títulos Executivos são meios extrajudiciais de solução de conflitos,

que uma vez assumidos impõem ao compromitente a obrigação de cumprir as

condições ali estabelecidas, sob pena de Execução Judicial.

É um requisito indispensável à qualquer execução, sendo o documento

que “consiste na prova legal da existência do crédito afirmado pelo

exequente”1.

Os Títulos Executivos Extrajudiciais existentes na Justiça do Trabalho,

quais sejam, o Termo de Ajustamento de Conduta - (TAC) firmado perante o

Ministério Público do Trabalho (MPT), e o Termo de Conciliação firmado entre

o obreiro e a empresa perante a Comissão de Conciliação Prévia - (CCP)

visam conferir celeridade e eficiência no recebimento dos créditos devidos,

permitindo que os mesmos sejam quitados à seu devido tempo, evitando assim

a morosidade de um processo de conhecimento.

Desta feita, este primeiro capítulo objetiva demonstrar a Origem

Histórica dos Títulos Executivos, bem como sua definição e requisitos para sua

caracterização.

1 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, 15ª Edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008, p. 162.

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1.2 Origem Histórica e Definição de Títulos Executivos Extrajudiciais

Conforme preleciona Araken de Assis2, os títulos executivos

extrajudiciais tiveram sua origem histórica na Idade Média, quando surgiu a

necessidade de oferecer à determinadas categorias de créditos uma tutela

mais rápida e fácil, atendendo à vivificação do comércio e estimulando, assim,

a equiparação dos títulos criados pelos particulares, sendo inicialmente

denominados instrumenta guarentigiata. Estes instrumentos nada mais eram

que representativo de dívidas e lavrados perante tabeliões, sendo equiparados

à confissão, de maneira que utilizava-se a máxima romana confessus in iure

pro condemnatur habetur (a confissão equivaleria à condenação), de maneira

que aquele que os possuísse teria autorização para iniciar a atividade

executiva, independente da existência de prévia condenação judicial3.

Sua criação é atribuída aos judeus, sendo originariamente utilizado

na Índia, China e Grécia.

Fran Martins ainda preleciona que “seu surgimento foi mais fruto das

necessidades momentâneas de caráter mercantil do que um procedimento

visando especialmente à solução de um problema jurídico4."

Vários são os conceitos de Título Executivo Extrajudicial. Para

Cândido Dinamarco "é um ato ou fato jurídico indicado em lei como portador do

2 ASSIS, Araken de. Manual do Processo de Execução, 5ª. Edição, SP: Editora RT, 1998, p.

128.

3 Marinoni, Luiz Guilherme – 3ª edição – Editora RT- Processo de Execução – curso de processo civil v.3. 2011, p. 442 4 apud SILVA, Antônio Carlos Costa e. Tratado do Processo de Execução, Rio de Janeiro, Aide Editora, 1986, 2ª ed., Vol. 1, p. 126

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efeito de tornar adequada a tutela executiva em relação ao preciso direito a que

se refere5".

Alexandre Câmara preleciona ainda que “é, portanto, um ato (ou fato)

jurídico a que a lei (e só ela) atribui eficácia executiva6”, sendo o instrumento

de atuação da vontade concreta do ordenamento jurídico.

Em existindo um Título Executivo, se faz desnecessária a

investigação (cognição) acerca da origem da dívida, posto que é ato

reconhecido documentalmente sendo, portanto, apto a reconhecer o direito do

credor.

Entretanto, não obstante o direito previamente reconhecido do

credor, considerando as graves conseqüências que uma execução pode

causar ao devedor – como o desapossamento de bens, por exemplo - os

Títulos Executivos devem estar previamente definidos em Lei, sendo este o

princípio da tipicidade legal do Título Executivo, não podendo as partes

convencionarem cláusulas que confiram força Executiva à documentação não

prevista no ordenamento jurídico7.

O rol dos títulos executivos extrajudiciais encontra-se no artigo 585

do Código de Processo Civil e em legislações extravagantes8.

5 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil, IV, 1ª. Edição, SP: Malheiros Editores, 2004, p. 191 6 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, 15ª Edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008, p. 164. 7 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Processo de Execução e Cautelar, 9ª Edição revista e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2007 (Coleção Sinopses Jurídicas, volume 12), p. 25 8 São títulos executivos extrajudiciais: I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores; III – os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;

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1.3 Os Títulos Executivos Extrajudiciais no Direito Brasileiro – Requisitos

Na Idade Média haviam duas formas de execução: a execução per

officium iudicis, que tratava da execução de sentença, como fase do processo

de conhecimento, e a execução que se realizava em processo autônomo, por

meio de nova ação.

No direito brasileiro também existia a citada separação, somando-se

à ela uma terceira via, a chamada assinação de dez dias prevista nas

Ordenações Filipinas. Essas três formas permaneceram até a criação do

Diploma Processual de 1939.

O Código de Processo Civil de 1939 previa a instauração de um

processo misto e cognitivo de execução, para recebimento dos créditos

oriundos dos Títulos Executivos Extrajudiciais, ao passo que para recebimento

dos créditos resultantes de Títulos Executivos Judiciais era instaurada a

chamada “Ação Executória”, que consistia em um processo de execução.

O Diploma processual de 1973 equiparou os Títulos Executivos

Extrajudiciais aos Judiciais no que tange à eficácia, permitindo a instauração de

execução forçada para percepção do quantum exeqüendo, sendo fundada em

título líquido, certo e exigível (artigo 585 do Código de Processo Civil).

IV – o crédito decorrente de foro e laudêmio; V – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; VI – o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; VII – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da Lei. VIII – todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva; §1º A propositura de qualquer ação relativa ao débito correspondente o título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução; §2º Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.

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Atualmente os Títulos Executivos dividem-se em Judiciais e

Extrajudiciais e a principal distinção entre eles diz respeito à origem: Enquanto

o primeiro tem por base a determinação Estatal - exarado após um processo de

conhecimento em que foi assegurado o exercício do contraditório e da ampla

defesa - o segundo exprime a vontade do devedor em proveito do credor, sem

a existência prévia de um processo judicial, não se questionando a existência

ou não do direito demandado.

Para que haja a execução forçada é necessário o atendimento à

alguns requisitos:

- Certeza: Esta característica refere-se à existência da prestação a

qual se quer realizada.

A obrigação assumida tem de ser perfeitamente identificável, com a

perfeição formal do título, de modo que através de leitura simples possa se

identificar seu objeto, forma e sujeitos.

Trata-se de certeza relativa, tendo em vista que é possível que

durante o processo seja percebido que a prestação é inexistente, seja por

extinção, seja por nunca ter existido.

Ainda assim, o Juiz deverá proceder um exame (ainda que sumário)

do título e da obrigação apresentada para execução, a fim de verificar se eles

possuem elementos mínimos de segurança.

Urge frisar que não se trata de apreciação do fato gerador do título

executivo, mas sim de apreciação dos requisitos mínimos para que seja

considerado título executivo.

- Liquidez: Diz respeito ao Quantum, que tem de ser determinado

ou determinável, dando ao devedor ciência da natureza do que se deve.

Importante ressaltar que a obrigação que não demonstra o montante da dívida,

mas que permite a apuração da mesma através de simples cálculos

aritméticos, não se torna ilíquida por isso, pois obrigar o credor a submeter-se à

um processo de conhecimento para liquidar o valor do título seria algo

contraditório à celeridade prevista pelo legislador para os casos em questão,

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comportando, mesmo que excepcionalmente, exceções9. Por exemplo, uma

empresa X descumpriu o Termo de Ajustamento de Conduta celebrado com o

Ministério Público do Trabalho que previa multa de R$1.000,00 (mil reais) para

cada trabalhador que permanecesse em determinada situação. Então o

Ministério Público do Trabalho ajuíza Ação requerendo a Execução do TAC,

informando ainda que 15 trabalhadores permanecem nas mesmas condições.

Através de cálculos aritméticos simples verificamos que 15 x R$ 1.000,00

totaliza R$15.000,00 (quinze mil reais), sendo o título perfeitamente líquido.

Vejamos um julgado proferido pelo Tribunal Regional do Trabalho da

8ª Região acerca da liquidez do Título Executivo Extrajudicial:

AGRAVO DE PETIÇÃO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE EM

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. LIQUIDEZ. No caso, o

Juízo de origem, apesar de ter constatado a inexistência de planilha

de cálculo, entendeu que essa falta não acarretaria a nulidade da

execução, nem mesmo a sua suspensão, bastando fosse

providenciada a liquidação, com o que ficariam sanados os vícios

descritos, pelo executado, na Exceção de Pré-executividade. Ainda

que assim não fosse, a multa já se encontra liquidada no próprio

corpo da petição inicial da ação, apenas não tendo sido incluído um

demonstrativo detalhado ou planilha de cálculo pormenorizada,

conforme, induvidosamente, pretende o agravante. Essa ausência,

contudo, não compromete a liquidez da obrigação, porque

possível aferir o montante devido pelo executado10 (grifo nosso).

É possível, excepcionalmente, que os títulos sejam ilíquidos,

sujeitando-se à liquidação. Nessa exceção encontram-se os Termos de

Ajustamento de Conduta que, por poderem conter prestações ilíquidas – de

9 Marinoni, Luiz Guilherme – 3ª edição – Editora RT- Processo de Execução – curso de processo civil v.3. 2011, p. 452 10 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região – AP 0166800-14.2009.5.08.0015 – 1ª T. – Rel. Des. Rosita de Nazaré Sidrim Nassar – DJU 29.11.2011

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toda natureza, inclusive de pagar – devem ser liquidadas para que seja

viabilizada a execução.

- Exigibilidade: A obrigação não exigível não pode ser

coercitivamente imposta, não podendo ser exigida sem a ocorrência de uma

pretensão.

A exigibilidade refere-se à prova de inadimplemento da obrigação,

posto que caso haja termo ou condição, a obrigação somente nasce a partir da

verificação dos citados institutos. Fato idêntico ocorre com prestações exigíveis

somente após a realização de contraprestação

O Título Executivo reveste-se de eficácia, dando a certeza da

existência do crédito exeqüendo e adequando a tutela executiva à pretensão

determinada, sendo o viabilizador da Ação Executória11, posto que nulla

executio sine titulo .

Mister frisar que a ausência de qualquer desses requisitos faz o

título perder sua natureza, deixando, portanto, de ser Título Extrajudicial.

11 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Processo de Execução e Cautelar, 9ª Edição revista e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2007 (Coleção Sinopses Jurídicas, volume 12), p. 24

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CAPÍTULO II

TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS NO PROCESSO DO TRABALHO

2.1- Intróito

Existia grande controvérsia acerca da possibilidade de execução de

títulos extrajudiciais na Justiça do Trabalho, tendo em vista a inexistência de

dispositivo que versasse a respeito, importando em lacuna jurídica.

Para suprir tal ausência, o Poder Legislativo criou a Lei nº 9.958/00,

que modificou o artigo 876 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e

inseriu o artigo 877-A, criando dois títulos executivos extrajudiciais, quais

sejam, o termo de ajuste de conduta celebrado perante o Ministério Público do

Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de

Conciliação Prévia. In verbis:

"Art. 876. As decisões passadas em julgado ou das quais

não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando

não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o

Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados

perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executados pela

forma estabelecida neste Capítulo."

"Art. 877-A. É competente para a execução de título

executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o processo

de conhecimento relativo à matéria12."

Doutrina e jurisprudência vêm se firmando no sentido de que as

multas administrativas impostas à empregadores – desde que guardem 12 BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Atualizado até a Medida Provisória nº 2.164-41, de 28 de agosto de 2001.

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conexão com a relação de trabalho - são títulos executivos extrajudiciais,

sendo certo que, por tal razão serão insertos no presente trabalho.

Os dispositivos em comento promoveram relevante alteração no

Ordenamento Jurídico, de maneira que os estudaremos a seguir.

2.2 - Os Termos de Ajustamento de Conduta firmados perante o Ministério

Público do Trabalho (MPT)

Ab initio, mister esclarecer os significados de Termo de Ajustamento

de Conduta e Inquérito Civil Público.

O Ministério Público do Trabalho possui a missão atribuída

Constitucionalmente13 de defensor da Ordem Jurídica, do regime democrático,

dos interesses sociais e individuais indisponíveis e dos interesses difusos e

coletivos, sendo dotado por Lei dos instrumentos necessários à sua eficaz

atuação.

Os direitos e interesses difusos e coletivos são protegidos através da

Ação Civil Pública, que encontra-se regulamentada pela Lei nº 7.347/85, em

seus artigos 1º, inciso IV e 5º inciso I. In verbis:

Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo

da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e

patrimoniais causados:

IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.

Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a

ação cautelar:

I - o Ministério Público;

13 Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

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Compete ao MPT a defesa – no âmbito das relações trabalhistas –

dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, sendo tais

atribuições previstas na Lei Complementar nº 75/93 (que dispõe sobre a

organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União, nele

incluído o Ministério Público do Trabalho) nos artigos 6º, inciso VII, alínea “d” e

83, inciso II14.

Com o fito de colher elementos de convicção acerca de suposta

violação aos direitos e interesses supracitados, pode o MPT instaurar Inquérito

Civil Público antes do ajuizamento da Ação Civil Pública, tendo a prerrogativa

de requisitar informações à qualquer organismo publico ou particular15.

Tal Inquérito tem dupla finalidade:

a) Evitar a propositura de Ação Civil Pública, mediante

composição administrativa dos danos, mediante assinatura de Termo de

Ajustamento de Conduta – TAC e,

b) Realização de coleta de provas para instrução de futura Ação,

caso o investigado se negue à assinar o TAC.

14 Art. 6º Compete ao Ministério Público da União: VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos; Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;

15 Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.

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O Inquérito Civil também encontra regulamentação nos artigos 7º,

inciso I e 84, inciso II da Lei Complementar nº 75/93.

“Art. 7º Incumbe ao Ministério Público da União, sempre que

necessário ao exercício de suas funções institucionais:

I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos

correlatos;

Art. 84. Incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no âmbito das

suas atribuições, exercer as funções institucionais previstas nos Capítulos I,

II, III e IV do Título I, especialmente:

II - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos,

sempre que cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos

trabalhadores; “

Caso no curso do Inquérito Civil Público o investigado reconheça sua

atitude lesiva, o Ministério Público do Trabalho pode firmar com aquele o

Termo de Ajustamento de Conduta (ou Termo de Compromisso), que prevê o

saneamento da irregularidade e fixa multa para descumprimento da obrigação

assumida. Esse Termo tem eficácia de Título Executivo Extrajudicial16.

Inexistindo dúvida acerca da eficácia de Título Executivo conferida ao

TAC, questionou-se sobre o Órgão competente para execução do mesmo.

O Código de Processo Civil prevê no artigo 576 que a execução

fundada em título executivo extrajudicial será processada perante o Juízo

competente, conforme a hierarquia e território, matéria e valor da causa.

Sendo o título instituído por um órgão voltado à defesa dos direitos

trabalhistas – o Ministério Público do Trabalho – deve se observar a

competência prevista pela CLT no artigo 876, bem como pela nossa Lei

Suprema, em seu artigo 114, qual seja: a da Justiça do Trabalho.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

16 Art 5º, parágrafo 6º da Lei 7.347/85 e Art. 876 da CLT.

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22

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na

forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Assim, verifica-se que o critério determinador da ratione materiae é o

Juízo Trabalhista, posto que o Título Executivo tem origem no âmbito laboral e

atinge contratos de trabalho e/ou de emprego. Essa competência abrange,

além do valor pecuniário previsto em caso de inadimplemento do pactuado, as

obrigações de fazer e não fazer previstas no Título.

2.3 – Termos de Conciliação firmados perante a Comissão de Conciliação

Prévia (CCP)

A Lei nº 9.958/00 também instituiu as Comissões de Conciliação

Prévia - CCPs, inserindo na CLT o artigo 625-D, que dispõe:

“Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida

à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de

serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou

do sindicato da categoria.”

A criação das CCPs se deu em decorrência da necessidade de

utilização de um meio extrajudicial eficiente, que permita a heterocomposição,

solucionando demandas trabalhistas em pequeno intervalo de tempo e

auxiliando no desafogamento do Judiciário.

Após a provocação da Comissão de Conciliação Prévia, podem

existir três desfechos:

a) Celebração de acordo de todas as parcelas reivindicadas,

conferindo eficácia liberatória geral ao extinto contrato de trabalho.

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23

b) Celebração de acordo referente à apenas parte dos pedidos,

realizando ressalva em relação aos pedidos que não foram objeto de acordo.

c) Não celebração de acordo.

Caso haja realização de acordo, é confeccionado um Termo de

Conciliação, que terá eficácia de título executivo extrajudicial em caso de

inadimplemento da obrigação17. Desta feita, não poderá o ex-empregado

ajuizar Reclamação Trabalhista pleiteando tais verbas, tendo em vista ausência

de interesse de agir, já que conferiu quitação ao extinto contrato de trabalho.

Esse entendimento já foi pacificado nos Tribunais, conforme demonstra o

aresto a seguir:

“RECURSO DE REVISTA - ACORDO FIRMADO

EXTRAJUDICIALMENTE SEM RESSALVA - VALIDADE - QUITAÇÃO

AMPLA.

1. A Lei 9.958/00 introduziu a figura das Comissões de

Conciliação Prévia (CCPs) a serem instituídas no âmbito das

empresas ou dos sindicatos, facultativamente, com a finalidade de

buscar a composição dos conflitos individuais de trabalho (CLT, art.

625-A), de modo que não seja necessário o ajuizamento de ação

perante esta Justiça Especializada. Trata-se, portanto, de forma

alternativa de solução de conflitos, junto com a arbitragem e a

mediação pelo Ministério do Trabalho.

2. Para a composição dos conflitos individuais de trabalho,

está prevista a tentativa prévia de conciliação pelo sindicato,

passando-se, caso não haja acordo, à fase judicial. Todavia, a partir

do momento em que as partes elegem o foro extrajudicial para dirimir

conflito intersubjetivo de interesses, no caso a CCP, e chegam ao

consenso, forçoso reconhecer que o "Termo de Conciliação" possui

natureza de ato jurídico perfeito (CF, art. 5º, XXXVI), que traduz 17 Artigos 876 e 625-E parágrafo único da CLT.

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manifestação espontânea de vontades e constitui título executivo

extrajudicial (CLT, art. 625-E, parágrafo único).

3. Na hipótese em exame, o Juiz da Vara extinguiu o

processo sem julgamento do mérito porquanto a Autora havia

firmado acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia, sem

ressalvas, julgando-a carecedora do direito de ação por falta de

interesse de agir. O TRT, analisando o recurso ordinário da

Reclamante, consignou que o termo ali ajustado não tem eficácia

liberatória perante o Poder Judiciário, não podendo a lei excluir da

apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

4. Ora, o uso da CCP como mero órgão de passagem de

acesso ao Judiciário frustra o objetivo da lei que a instituiu, que

é o desafogamento do Judiciário Trabalhista. Assim, tendo a

instância ordinária consignado que a Reclamante firmou o termo

de conciliação, forçoso reconhecer que esse ajuste possui

natureza de transação extrajudicial com implicações na esfera

judicial. Recurso de revista provido.” Grifos nossos. (TST-RR-

1.364/2005-018-01-40.7, Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, 7ª

Turma, DJ de 07/05/08).

Assim, verificamos que a medida correta para recebimento dos

créditos trabalhistas não quitados após a celebração de Acordo perante a

Comissão de Conciliação Prévia é o ajuizamento de Ação de Execução de

Título Extrajudicial perante o Juízo que seria competente para o Julgamento de

Reclamação Trabalhista referente ao extinto contrato de trabalho.

2.4 – Execução de Penalidades Administrativas impostas aos

empregadores pelos órgãos de fiscalização do trabalho.

As penalidades administrativas são impostas pelos fiscais do

trabalho, ao constatarem que a empregadora descumpriu a legislação

trabalhista, ou as normas de proteção ao trabalhador, podendo a empresa

optar pelo recolhimento da multa com 50% (cinqüenta por cento) de desconto

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ou pela interposição de recurso com depósito do valor integral, sendo certo que

a mantença da multa administrativa implica na inscrição do devedor no

cadastro da Dívida Ativa gerando, por conseguinte, a Certidão de Dívida Ativa

– CDA.

Em posse da Certidão de Dívida Ativa – CDA, o Procurador da

Fazenda tem legitimidade para proceder a cobrança dos créditos inadimplidos,

observando para tanto o rito previsto na Lei 6.830/80 (Lei de Execuções

Fiscais), tendo surgido grande discussão acerca da competência para

recebimento destes.

O Artigo 114 da Constituição Federal foi alterado pela Emenda

Constitucional nº 45/2004, que inseriu naquele o inciso VII e passou a contar

com a seguinte redação:

“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

VII as ações relativas às penalidades administrativas

impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das

relações de trabalho;”

Inobstante a redação do dispositivo em comento se refira à “ações”

e não à “execuções” de títulos extrajudiciais fundados nas penalidades

administrativas, a doutrina majoritariamente vem se posicionando nesse

sentido, posto que a competência para o gênero “ações” induz, por lógico, a da

espécie “execução”:

“Em virtude do princípio da máxima efetividade das normas

constitucionais, ‘qualquer ação’, seja ela de cognição, cautelar ou

executiva, que tenha por objeto matérias relacionadas à penalidades

administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de

fiscalização do trabalho. Logo, por ser ação de execução fiscal uma

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espécie do gênero ‘ação’, parece-nos que não há como olvidar que a

Justiça do Trabalho é agora competente para processá-la e julgá-la”18.

Ademais, se assim não fosse, caracterizaria ofensa ao princípio da

duração razoável do processo e da economia processual, posto que a Justiça

do Trabalho teria competência apenas para o julgamento das Ações e, ao

término das mesmas, o processo teria de ser declinado para a Justiça Federal

para a execução da sentença.

Desta feita, a Justiça do Trabalho de 1ª instância passou a deter

competência para o julgamento das ações fiscais que tenham origem na dívida

ativa da União – expressadas através de Certidão de Dívida Ativa (CDA) – e

desde que decorram de penalidades relacionadas à fiscalização das relações

trabalhistas e o executado seja empregador. Neste sentido, importante a lição

de Manoel Antônio Teixeira Filho:

“Se a Delegacia Regional do Trabalho, por exemplo,

impuser multa a determinado empregador, esta deverá ser cobrada na

forma da Lei n. 6.830/80, que dispõe sobre a execução judicial da

dívida ativa da Fazenda Pública. E a precitada norma legal estabelece,

no art. 6º, que a petição inicial "deverá ser instruída com a Certidão da

Divida Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse

transcrita". Esta certidão constitui, pois, título, título executivo

extrajudicial19.”

O Juízo trabalhista competente para a cobrança da dívida

(competência relativa) é aquele do domicílio do devedor, seguindo a regra do

Código de Processo Civil – CPC.

18 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2007, p. 237. 19 TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Execução de título extrajudicial. Breves apontamentos à lei n.11.382/06 sob a perspectiva do processo do trabalho. São Paulo: LTr, 2007, p. 46.

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27

Considerando ainda a aplicação subsidiária do Código de Processo

Civil no âmbito do Processo do Trabalho, é juridicamente possível a execução

de várias certidões de dívida ativa contra o mesmo devedor, contanto que a

execução reúna três condições, conforme dispõe o artigo 573 do dispositivo em

questão20:

a) identidade do devedor: Parte da doutrina processual civil admite

a possibilidade de execução de títulos contra diversos devedores (cumulação

subjetiva), entretanto tal prerrogativa não se aplica ao processo do trabalho,

sob pena de caracterização de tumulto processual e desrespeito à celeridade

trabalhista. A “permissão” para cumulação de execuções de que trata o artigo

573 do CPC visa a economia processual e a eficiência, mas não retira do

devedor o direito à ampla defesa e ao contraditório, o que poderia acontecer

caso houvesse discussão acerca de diferentes títulos e matérias numa única

ação.

b) mesmo juízo competente: O Juízo para processamento e

julgamento de ambos os títulos deve ser o mesmo, sendo tal competência

absoluta (em razão da matéria ou funcional). Caso haja diversidade de juízos

competentes, devem ser propostas execuções distintas.

c) identidade de procedimentos: Não se permite a cumulação de

uma Ação Executiva de Título Extrajudicial com outra de procedimento diverso

como, por exemplo, uma Ação de Execução Fiscal. Esta determinação

obedece ao princípio da especialidade dos procedimentos no processo de

execução.

Ainda neste diapasão, o Superior Tribunal de Justiça editou a

Súmula nº 27, versando sobre a matéria:

“Pode a execução fundar-se em mais de um título

extrajudicial relativos ao mesmo negócio.”

20 É lícito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idêntica a forma do processo (grifo nosso).

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Embora a execução trabalhista não se funde em negócio, resta

clara a possibilidade de utilização do dispositivo por analogia, desde que se

cumpram os requisitos do artigo 573 do CPC.

Frise-se que a Justiça do Trabalho é competente apenas para

executar as multas administrativas já impostas e expressadas através da

Certidão de Dívida Ativa, bem como analisar a legalidade das mesmas e não

para aplicar penalidades deste gênero, posto que tal atribuição pertence ao

Poder Executivo, na pessoa das Secretarias Regionais de Trabalho e Emprego

– SRTE.

Mister ressaltar que das decisões proferidas nas Execuções de

Penalidades Administrativas cabe recurso ao Tribunal Regional do Trabalho.

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CAPÍTULO III

A AÇÃO EXECUTIVA DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL POR QUANTIA CERTA

– PROCEDIMENTOS

3.1 Procedimentos Gerais da Execução

Conforme ministrado pelo professor Alexandre Câmara21, a Ação

Executiva, assim como os demais procedimentos executivos, divide-se em três

fases: postulatória, instrutória e satisfativa.

A fase postulatória é composta pelo ajuizamento da demanda e

pela citação, a fase instrutória pela penhora e demais atos prepatórios do

pagamento e a satisfativa pelo cumprimento da obrigação. No caso de

execução por quantia certa contra devedor solvente, o pagamento.

A execução por quantia certa – utilizada na maior parte das

execuções trabalhistas, fugindo à essa regra apenas os Termos de

Ajustamento de Conduta que prevejam obrigações de fazer ou dar – tem por

finalidade apenas a entrega de numerário ao exeqüente que satisfaça seu

crédito, sendo a expropriação um meio para que se alcance tal fim. Tal

afirmação é corroborada pelo artigo 646 do CPC, que assim dispõe:

“Art. 646. A execução por quantia certa tem por objeto

expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor22”.

21 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, 15ª Edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008, p. 255. 22 BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil.

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A partir dessas inaugurais considerações, passemos à análise dos

procedimentos que instruem a execução por quantia certa no âmbito do

processo do Trabalho.

3.2 – Procedimento das Execuções no âmbito do Processo do Trabalho

3.2.1 Petição Inicial

Nas Execuções, assim como nos demais procedimentos, a

demanda é iniciada através do ajuizamento da Ação.

O instrumento inicial da demanda é a petição inicial, que nas

Ações Executivas também deve obedecer aos requisitos elencados no artigo

282 do Código de Processo Civil, exceto naquilo que for incompatível, estando

sujeita ao indeferimento.

Com o fito de evitar-se várias execuções fundadas no mesmo

título, faz-se necessário que a inicial venha acompanhada do título executivo,

devendo ainda possuir planilha atualizada do crédito, que determinará o valor

da causa, bem como do crédito exeqüendo, nos termos do artigo 614 do

CPC23.

Após a distribuição da inicial, pode o exequente obter certidão

comprobatória do ajuizamento da demanda, que servirá para a averbação,

pelo exeqüente, no registro de imóveis, no Departamento Estadual de Trânsito

ou em outros bens penhoráveis do executado, sendo certo que a alienação de

bens posterior ao ajuizamento da demanda constitui fraude à execução.

23 Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial:

I - com o título executivo extrajudicial;

II - com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; (grifos nossos)

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3.2.2 Citação

Estando em termos a inicial executória, determina-se a notificação

citatória do executado, por Oficial de Justiça, para que em 48 (quarenta e oito)

horas pague o valor devido ou garanta a execução, sob pena de penhora24.

Em análise à esse comando legal verificamos que as seguintes

medidas poderão ser tomadas:

a) O devedor pode concordar com o pedido inicial e efetuar o

pagamento no prazo legal, devendo a secretaria fornecer-lhe o respectivo

termo de quitação, importando em extinção da execução e declaração de

cumprimento da obrigação, nos termos do artigo 794, I, do CPC e 881 da

CLT25.

b) O executado discorda da execução e, a partir dessa

discordância, deposita o valor em questão, informando expressamente de que

se trata de garantia do juízo para oposição de embargos à execução, posto

que a ausência de ressalva pode ensejar o entendimento de que houve o

simples pagamento.

c) Nomeia bens à penhora – obedecida a ordem de gradação

legal prevista no artigo 655 do CPC – para fins de garantia do juízo, sendo

24 Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.

25 Art. 794. Extingue-se a execução quando:

I - o devedor satisfaz a obrigação;

Art. 881 CLT - No caso de pagamento da importância reclamada, será este feito perante o escrivão ou secretário, lavrando-se termo de quitação, em 2 (duas) vias, assinadas pelo exeqüente, pelo executado e pelo mesmo escrivão ou secretário, entregando-se a segunda via ao executado e juntando-se a outra ao processo

Parágrafo único - Não estando presente o exeqüente, será depositada a importância, mediante guia, em estabelecimento oficial de crédito ou, em falta deste, em estabelecimento bancário idôneo.

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certo que o prazo para interposição de Embargos à Execução, instrumento de

defesa do devedor, inicia-se somente após a garantia do juízo ou oferecimento

de bens à penhora.

d) O devedor permanece inerte perante o recebimento da

notificação citatória, prosseguindo a execução através da penhora dos bens,

tantos quanto bastem, para o recebimento da dívida26.

Erroneamente, alguns magistrados determinam a notificação

citatória do devedor para pagamento em 48 horas, sob pena de incidência da

multa de 10% sob o montante da execução, prevista no artigo 475J do CPC,

entretanto a CLT não contempla tal penalidade, existindo na mesma

procedimento específico para a execução. Assim, mediante a especificidade

da norma, não há que se falar em aplicação subsidiária do Código de Processo

Civil, posto que inexiste omissão ou lacuna na norma jurídica em apreço.

Independente da providência adotada pelo Executado, é notória a

importância da Citação, tendo em vista que a mesma inaugurará a execução

propriamente dita.

3.2.3 Dos Embargos à Execução

Após apresentação tempestiva da garantia do Juízo, abre-se o

prazo de 5 (cinco) dias para interposição de Embargos à Execução, devendo

tal peça igualmente preencher os requisitos do artigo 282 do CPC, sob pena

de não conhecimento.

Mister ressaltar que o prazo inicia-se imediatamente após o

depósito, portanto, se o mesmo for realizado nas primeiras 24 (vinte e quatro)

horas posteriormente à notificação citatória, o prazo para a interposição de

Embargos iniciar-se-á no primeiro dia útil subsequente.

26 Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.

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O Embargado-exequente dispõe igualmente do prazo de 5 (cinco)

dias para o oferecimento de resposta aos Embargos.

Caso a garantia do juízo se dê fora do prazo legal, o Juiz rejeitará

de plano os Embargos à Execução e determinará que a execução prossiga,

sendo o depósito efetuado convolado em penhora.

A Lei 11.382/2006 acrescentou o artigo 745-A e §§ 1º e 2º ao CPC,

conferindo manifesto incentivo ao devedor que deseja quitar sua dívida: No

prazo dos embargos este comprovará o depósito de 30% do valor da

execução, inclusive custas e honorários advocatícios, podendo requerer o

parcelamento da dívida em até 06 (seis) parcelas mensais, acrescidas de juros

de 1% (um por cento) ao mês. Caso a proposta seja deferida pelo magistrado,

o exeqüente levantará a quantia depositada e serão suspensos os atos

executivos; caso indeferida, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o

depósito.

Em ocorrendo o não pagamento de qualquer das prestações,

incidirá, de pleno direito, o vencimento das subseqüentes e o prosseguimento

do processo, com o imediato início dos atos executivos, impondo-se multa de

10% (dez por cento) sobre o valor das prestações não pagas, vedada a

oposição de embargos.

Embora o dispositivo em comento tenha por fim incentivar o

cumprimento espontâneo da obrigação, existem divergências doutrinárias a

respeito do cabimento do mesmo no âmbito laboral, tendo em vista a natureza

alimentar do crédito trabalhista, acrescido da existência de norma própria, o

que veda a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, qual seja

aquela, o artigo 884 da CLT.

Comungamos do entendimento de que tal disposição é

perfeitamente aplicável ao direito trabalhista, tendo em vista o manifesto

propósito de cumprimento da obrigação pelo devedor ao socorrer-se de tal

dispositivo. Ademais, poderia o devedor permanecer inerte perante sua citação

para pagamento, entretanto buscou quitá-la, deixando transparecer,

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novamente, sua idéia de adimplir com o crédito autoral. Dentre os defensores

desta corrente encontra-se o professor Carlos Henrique Bezerra Leite27.

Como os títulos extrajudiciais possuem força executória, a matéria

a ser ventilada nos Embargos à Execução é de cognição restrita, sob pena de

não conhecimento dos mesmos.

As matérias permitidas pelo Diploma Trabalhista para veiculação

em sede de embargos são28:

- Prescrição da dívida

- Quitação e,

- Cumprimento da decisão ou acordo.

Doutrina e jurisprudência caminham no sentido de admitir a

aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, abarcando matérias como

existência de excesso de execução nos Embargos – posto que do contrário

poderia se premiar possível má-fé do exeqüente, bem como violaria os

princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa, pois o devedor

receberia apenas o mandado de citação para pagamento, não podendo se

insurgir contra o valor apontado como devido pelo Credor – nulidade da

execução por não ser executivo o título apresentado, penhora incorreta ou

avaliação errônea e retenção por benfeitorias necessárias e úteis, nos casos

de título para entrega de coisa certa e qualquer matéria que lhe seria lícito

deduzir como defesa em processo de conhecimento.

Roberto Norris preleciona a respeito da admissão das demais

matérias:

“a extensão da cognição admitida em execuções por título judicial

será menor do que aquela permitida nos casos de execução por

título extrajudicial, considerando-se, quanto à primeira a limitação

constante do art. 741 do CPC. Na segunda hipótese (execução 27 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 7ª ed. São Paulo: LTr, 2009. 28 Artigo 884, §1º da CLT

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por título extrajudicial), contudo, a cognição será, em princípio,

plena, uma vez que autorizada pelo que estabelece o art. 745 do

CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho,

inclusive no que se refere à hipótese mais comum de execução

por título extrajudicial no processo do trabalho, e que se encontra

prevista no art. 625-E da CLT29”.

Ao apontar excesso de execução, o devedor deve apresentar

planilha discriminada de cálculos, apontando fundamentadamente os valores

que entende devidos, sob pena de não conhecimento da peça defensiva.

Vejamos o entendimento de nossos Tribunais:

EXCESSO DE EXECUÇÃO. EMBARGOS. CÁLCULO.

Aplica-se subsidiariamente ao processo trabalhista o art. 739-A, § 5º,

do CPC, que dispõe que “Quando o excesso de execução for

fundamento dos embargos, o embargante deverá declarar na

petição inicial o valor que entende correto, apresentando

memória do cálculo, sob pena de rejeição liminar dos embargos

ou de não conhecimento desse fundamento”. Processo: AP

966003420075050015 BA 0096600-34.2007.5.05.0015 Relator(a):

EDILTON MEIRELES Julgamento: Órgão Julgador: 3ª. TURMA

Publicação: DJ 01/04/2009 (grifos nossos).

Em sendo considerado procedente os Embargos à Execução, o

Juiz acolherá os cálculos apresentados pelo Executado, determinando – caso

tenha havido depósito em dinheiro – a expedição de dois Alvarás: O primeiro

para recebimento pelo credor do valor correto da Execução, e o segundo para

recebimento, pelo devedor, da quantia sobejante, depositada quando da

garantia do Juízo.

29 NORRIS, Roberto. Embargos à execução relacionados às condições da ação executiva trabalhista contra devedor solvente. In: DALLEGRAVE NETO, José Affonso; FREITAS, Ney José de (coords.). Execução Trabalhista: estudos em homenagem ao ministro João Oreste Dalazen. São Paulo: LTr, 2002. p.317-347.

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Caso tenham sido oferecidos bens à penhora, o Oficial de Justiça

procederá à avaliação dos bens, com a lavratura de Auto de Penhora,

existindo ressalvas em caso de inaceitação do valor estimado pelo executado.

Neste caso, serão necessários conhecimentos técnicos especializados, onde o

Juiz nomeará um profissional com capacidade técnica para avaliação do valor

de mercado, possuindo este o prazo de 10 (dez) dias para entrega do laudo.

Após, para recebimento do crédito, o Autor – exeqüente terá de enfrentar os

caminhos à seguir :

3.2.4 Adjudicação

A adjudicação nada mais é que a possibilidade de entrega do bem

penhorado ao exeqüente (tomará para si a propriedade do mesmo), sendo

transferido diretamente para o patrimônio do exeqüente.

São legitimados a requerer a adjudicação o exeqüente, os demais

credores que tenham penhora sobre o bem imóvel, o credor com garantia real,

o cônjuge do executado, seus descendentes e ascendentes.

A adjudicação pode se dar em relação á bens móveis e imóveis, sem

distinção.

Deferida a adjudicação, será lavrado um Auto e, em seguida,

extraída a respectiva carta de adjudicação (em caso de bem imóvel) ou

mandado de entrega (caso o bem seja móvel).

3.2.5 Alienação por iniciativa particular

Inexistindo requerimento de adjudicação, o exequente poderá

requerer a alienação dos bens através de sua própria iniciativa ou por

intermédio de corretor credenciado perante a autoridade judiciária. É a

modalidade conhecida como Alienação por Iniciativa Particular.

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Nesses casos o Juiz fixará prazo para a ocorrência da alienação, o

preço mínimo, a forma de publicidade, as formas de pagamento e as garantias

que deverão ser prestadas caso o pagamento não ocorra à vista. Se a

alienação foi através de corretor credenciado, fixar-se-á ainda a comissão de

corretagem.

Esta modalidade formaliza-se por termo nos autos, expedindo-se

carta de alienação (em caso de bem imóvel) ou mandado de entrega ao

adquirente (caso o bem seja móvel).

A Lei 11.382/2006 reformou o Livro II do Código de Processo Civil

e determina que essa forma de alienação deve ser preferida em relação à

hasta pública.

3.2.6 Hasta Pública e Arrematação

Não sendo os bens alienados por iniciativa particular ou

adjudicados, serão então levados à hasta pública.

Trata-se de uma licitação, onde os bens que sofreram constrição

serão expropriados e se incorporarão ao patrimônio daquele que os arrematar.

A hasta pública foi assim batizada em razão de uma antiga

tradição, herdada do Direito Romano.

Em Roma as licitações eram realizadas em praça pública, com uma

lança afixada no chão (hasta significa lança).

A quantia levantada em decorrência da hasta pública será utilizada

para assegurar o crédito exeqüendo, bem como cobrir as custas da execução.

A hasta pública se divide em leilão (em caso de bens móveis) e

praça (em caso de bens imóveis) e deverá ser precedida de edital que

contenha a descrição do bem penhorado – e tratando-se de imóvel, as divisas,

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matrícula e registro no Cartório de Imóveis – valor do bem, lugar onde

estiverem os móveis, veículos e semoventes e, por fim, lugar onde estiverem

os móveis.

3.2.7 Pagamento ao Exequente

Ato seguinte à realização da expropriação do bem penhorado, terá

chegado então a oportunidade processual de pagamento ao credor, com o

levantamento da quantia apurada, momento em que se alcançará a satisfação

do crédito perseguido.

Após tal levantamento o Juiz declarará cumprida a obrigação

assumida, com a conseqüente satisfação do crédito Autoral, extinguindo a

Ação Executiva com resolução de mérito.

3.3 - Cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer contida nos títulos

executivos extrajudiciais

Em se tratando de cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer

fundada em título extrajudicial, deverão ser observados os artigos 632 e 643 do

CPC.

Ao despachar a inicial, o Juiz fixará multa diária (astreintes) em caso

de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida,

podendo, de ofício, modificar o valor ou a peridiocidade, caso verifique que ela

se tornou insuficiente ou excessiva30.

30 Art. 645. Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.

Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título, o juiz poderá reduzi-lo se excessivo.

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No âmbito do processo do Trabalho tem sido comum a celebração de

Termo de Ajustamento de Conduta, objetivando um não fazer por parte do

empregador, como por exemplo, a obrigação de se abster de contratar

menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, de não contratar

trabalhadores em condições análogas às de escravo, bem como de obrigações

de fazer como preenchimento da cota legal dos portadores de necessidades

especiais – PNEs, dos aprendizes, instalações adequadas ao desenvolvimento

do trabalho, não realização de atos que impliquem em prejuízo direto ou

indireto ao empregado, dentre outras. Nestes casos, aplicam-se à execução

dessas obrigações contidas em título executivo, a Lei da Ação Civil Pública (Lei

7.347/85) e o Código de Defesa do Consumidor (Título III).

O Termo de Conciliação firmado perante a Comissão de Conciliação

Prévia (CCP), também pode conter obrigação de fazer ou não fazer, sendo

regulado pelos artigos 632 e seguintes do CPC, com as devidas adaptações ao

processo do trabalho31.

Na execução de obrigação de fazer ou não fazer inexiste penhora,

mas o devedor poderá opor embargos à execução no prazo de 5 (cinco) dias,

conforme previsto no artigo 884 da CLT.

Em se tratando de obrigação de fazer, se no prazo legal não houver

satisfação da obrigação, é lícito ao credor requerer, através de petição

simples, nos autos da Ação Executiva, requerer a execução da obrigação às

custas do devedor ou haver perdas e danos, caso em que se converterá em

indenização, procedendo-se, antes, caso necessário, a apuração dos valores

das perdas e danos através de liquidação.

Caso a obrigação possa ser realizada por terceiro, é lícito ao juiz, a

requerimento do credor, decidir que a obrigação seja realizada às custas do

devedor32.

31 Art. 632 CPC. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz Ihe assinar, se outro não estiver determinado no título executivo. 32 Art. 634 CPC. Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exeqüente, decidir que aquele o realize à custa do executado.

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Em se tratando de obrigação de não fazer, ocorrendo a inércia do

devedor-executado, converte-se a obrigação em perdas e danos,

transformando a obrigação de não fazer em obrigação de pagar quantia certa,

através de liquidação para apuração do quantum debeatur,

A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa

cominatória prevista no artigo 287 do CPC.

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CONCLUSÃO

Existia grande controvérsia acerca da possibilidade de execução de

títulos extrajudiciais na Justiça do Trabalho, tendo em vista a inexistência de

dispositivo que versasse a respeito, importando em lacuna jurídica.

Para suprir tal ausência, o Poder Legislativo criou a Lei nº 9.958/00,

que modificou o artigo 876 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e

inseriu o artigo 877-A, criando dois títulos executivos extrajudiciais, quais

sejam, o termo de ajuste de conduta celebrado perante o Ministério Público do

Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de

Conciliação Prévia.

Doutrina e jurisprudência vêm se firmando no sentido de que as

multas administrativas impostas à empregadores – desde que guardem

conexão com a relação de trabalho - são títulos executivos extrajudiciais,

sendo o Juízo trabalhista competente para a cobrança da dívida (competência

relativa) aquele do domicílio do devedor, seguindo a regra do Código de

Processo Civil – CPC.

A execução por quantia certa – utilizada na maior parte das

execuções trabalhistas, fugindo à essa regra apenas os Termos de

Ajustamento de Conduta que prevejam obrigações de fazer ou dar – tem por

finalidade apenas a entrega de numerário ao exeqüente que satisfaça seu

crédito, sendo a expropriação um meio para que se alcance tal fim.

Assim, estando em termos a inicial executória, determina-se a

notificação citatória do executado, por Oficial de Justiça, para que em 48

(quarenta e oito) horas pague o valor devido ou garanta a execução, sob pena

de penhora, podendo o devedor adotar 4 (quatro) providências:

a) O devedor pode concordar com o pedido inicial e efetuar o

pagamento no prazo legal, devendo a secretaria fornecer-lhe o respectivo

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termo de quitação, importando em extinção da execução e declaração de

cumprimento da obrigação, nos termos do artigo 794, I, do CPC e 881 da

CLT33.

b) O executado discorda da execução e, a partir dessa

discordância, deposita o valor em questão, informando expressamente de que

se trata de garantia do juízo para oposição de embargos à execução, posto

que a ausência de ressalva pode ensejar o entendimento de que houve o

simples pagamento.

c) Nomeia bens à penhora – obedecida a ordem de gradação

legal prevista no artigo 655 do CPC – para fins de garantia do juízo, sendo

certo que o prazo para interposição de Embargos à Execução, instrumento de

defesa do devedor, inicia-se somente após a garantia do juízo ou oferecimento

de bens à penhora.

d) O devedor permanece inerte perante o recebimento da notificação

citatória, prosseguindo a execução através da penhora dos bens, tantos quanto

bastem, para o recebimento da dívida.

Após apresentação tempestiva da garantia do Juízo, abre-se o

prazo de 5 (cinco) dias para interposição de Embargos à Execução, devendo

tal peça igualmente preencher os requisitos do artigo 282 do CPC, sob pena

de não conhecimento.

Mister ressaltar que o prazo inicia-se imediatamente após o

depósito, portanto, se o mesmo for realizado nas primeiras 24 (vinte e quatro)

horas posteriormente à notificação citatória, o prazo para a interposição de

Embargos iniciar-se-á no primeiro dia útil subsequente.

Ato seguinte à realização da expropriação do bem penhorado, terá

chegado então a oportunidade processual de pagamento ao credor, com o

levantamento da quantia apurada, momento em que se alcançará a satisfação

do crédito perseguido.

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Após tal levantamento o Juiz declarará cumprida a obrigação

assumida, com a conseqüente satisfação do crédito Autoral, extinguindo a

Ação Executiva com resolução de mérito.

Em se tratando de cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer

fundada em título extrajudicial, deverão ser observados os artigos 632 e 643 do

CPC.

Ao despachar a inicial, o Juiz fixará multa diária (astreintes) em caso

de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida,

podendo, de ofício, modificar o valor ou a peridiocidade, caso verifique que ela

se tornou insuficiente ou excessiva.

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BIBLIOGRAFIA

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http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/18635-18636-1-PB.pdf

– Acesso em 18/06/2012 as 17:01h

Artigo jurídico: Aplicabilidade da causa de suspensão da prescrição prevista no

parágrafo único do art. 5º do Decreto-Lei nº. 1.569/1977 e não incidência da

Súmula Vinculante STF nº 8 -

http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.37616 - Acesso em: 04 jul.

2012 às 12:29.

ASSIS, Araken de. Manual do Processo de Execução, 5ª. Edição, SP: Editora RT, 1998. BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação

das Leis do Trabalho – CLT. Atualizado até a Medida Provisória nº 2.164-41,

de 28 de agosto de 2001

BRASIL. Lei Complementar nº 75 de 20 de maio de 1993. Dispõe sobre a

organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União.

BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo

Civil.

BRASIL. Lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de

responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a

bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá

outras providências.

BRASIL. Lei nº 9.958 de 12 de janeiro de 2000. Altera e acrescenta artigos à

Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,

de 1o de maio de 1943, dispondo sobre as Comissões de Conciliação Prévia e

permitindo a execução de título executivo extrajudicial na Justiça do Trabalho.

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45

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, 15ª Edição

revista e atualizada. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008.

DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil, IV, 1ª.

Edição, SP: Malheiros Editores, 2004.

GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Processo de Execução e Cautelar, 9ª

Edição revista e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2007 (Coleção Sinopses

Jurídicas, volume 12).

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 5ª

ed. São Paulo: LTr, 2007.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 7ª

ed. São Paulo: LTr, 2009.

MARINONI, Luiz Guilherme – 3ª edição – Editora RT- Processo de Execução –

curso de processo civil v.3. 2011.

NORRIS, Roberto. Embargos à execução relacionados às condições da ação

executiva trabalhista contra devedor solvente. In: DALLEGRAVE NETO, José

Affonso; FREITAS, Ney José de (coords.). Execução Trabalhista: estudos em

homenagem ao ministro João Oreste Dalazen. São Paulo: LTr, 2002.

SILVA, Antônio Carlos Costa e. Tratado do Processo de Execução, Rio de

Janeiro, Aide Editora, 1986, 2ª ed., Vol. 1.

TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Execução de título extrajudicial. Breves

apontamentos à lei n.11.382/06 sob a perspectiva do processo do trabalho.

São Paulo: LTr, 2007.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: CONSIDERAÇÕES

HISTÓRICAS, CONCEITOS E REQUISITOS

1.4 – Introdução 11

1.5 - Origem Histórica e Definição de Títulos Executivos Extrajudiciais 12

1.6 - Os Títulos Executivos Extrajudiciais no Direito Brasileiro – Requisitos 14

CAPÍTULO II - TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS NO PROCESSO

DO TRABALHO

2.1- Intróito 18

2.2 - Os Termos de Ajustamento de Conduta firmados perante o Ministério

Público do Trabalho (MPT) 19

2.3 – Termos de Conciliação firmados perante a Comissão de Conciliação

Prévia (CCP) 22

2.4 – Execução de Penalidades Administrativas impostas aos empregadores

pelos órgãos de fiscalização do trabalho 24

CAPÍTULO III - A AÇÃO EXECUTIVA DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL POR

QUANTIA CERTA – PROCEDIMENTOS

3.1- Procedimentos gerais da execução 29

3.2 – Procedimento das Execuções no âmbito do Processo do Trabalho 30

3.2.1 – Petição Inicial 30

3.2.2– Citação 30

3.2.3 – Dos Embargos à Execução 32

3.2.4 – Adjudicação 36

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3.2.5 - Alienação por iniciativa particular 36

3.2.6 - Hasta Pública e Arrematação 37

3.2.7 - Pagamento ao Exeqüente 38

3.2.8 - Cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer contida nos títulos

executivos extrajudiciais 38

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 44

ÍNDICE 46