exmo. senhor ministro corregedor nacional de … · execuÇÃo de tÍtulo extrajudicial. nota...

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1 Exmo. SENHOR MINISTRO CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA DO CNJ.- PROCESSO Nº 0001137-90.2013.2.00.0000. (PROC. Nº 2013-0044531) URGENTE. JORGE SOARES CHAIM, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/RJ sob o nº 121.062 e CIC nº 319.509.307-34, com escritório na Rua Cel. Bernardino de Mello, 2075, sala 506, Centro, Nova Iguaçu-RJ, telefone (021) 2765.3161 e-mail: [email protected], onde recebe intimações e notificações, vem, nos autos suso, se antecipando a eventual intimação para se manifestar sobre a resposta da autoridade representada, consistente nas informações 22, 23 e 24, juntar documentos, expor e requerer o seguinte: A princípio, cabe ressaltar que a autoridade representada não respondeu satisfatoriamente a todos os termos da representação, deixando muitos questionamentos sem resposta e, em tese, respondendo, apenas, os que lhe convinham, com evasivas e informações incorretas e até inverdades, conforme se comprova com os anexos documentos, juntos nesta oportunidade, como partes integrantes desta peça, como se aqui escritos estivessem, o que é de se lamentar, porque se trata da mais alta autoridade do Poder Judiciário Estadual, se verificando, de certo modo, em tese, afronta a esse Órgão. Demonstrou confundir má gestão, em tese, com autonomia do Poder Judiciário, prevista no artigo 96, I, letras “b” e “c”, da CRFB, na tentativa de afastar a intervenção desse Órgão Correicional,

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Exmo. SENHOR MINISTRO CORREGEDOR NACIONAL DE

JUSTIÇA DO CNJ.- PROCESSO Nº 0001137-90.2013.2.00.0000.

(PROC. Nº 2013-0044531)

URGENTE.

JORGE SOARES CHAIM, brasileiro, casado, advogado

inscrito na OAB/RJ sob o nº 121.062 e CIC nº 319.509.307-34, com

escritório na Rua Cel. Bernardino de Mello, 2075, sala 506, Centro,

Nova Iguaçu-RJ, telefone (021) 2765.3161 e-mail:

[email protected], onde recebe intimações e

notificações, vem, nos autos suso, se antecipando a eventual intimação

para se manifestar sobre a resposta da autoridade representada,

consistente nas informações 22, 23 e 24, juntar documentos, expor e

requerer o seguinte:

A princípio, cabe ressaltar que a autoridade representada não

respondeu satisfatoriamente a todos os termos da representação,

deixando muitos questionamentos sem resposta e, em tese,

respondendo, apenas, os que lhe convinham, com evasivas e

informações incorretas e até inverdades, conforme se comprova com

os anexos documentos, juntos nesta oportunidade, como partes

integrantes desta peça, como se aqui escritos estivessem, o que é de

se lamentar, porque se trata da mais alta autoridade do Poder

Judiciário Estadual, se verificando, de certo modo, em tese, afronta a

esse Órgão.

Demonstrou confundir má gestão, em tese, com autonomia do

Poder Judiciário, prevista no artigo 96, I, letras “b” e “c”, da CRFB,

na tentativa de afastar a intervenção desse Órgão Correicional,

2

quando sua intervenção, no caso, também tem garantia Constitucional,

verbis:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros

com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada

pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009).

“...”

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação

administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento

dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições

que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004); Grifos.

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto

da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua

competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº

45, de 2004); Grifos.

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou

mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos

praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo

desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as

providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo

da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004); Grifos.

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do

Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos

prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do

poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e

correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e

determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou

proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções

administrativas, assegurada ampla defesa; Grifos.

“...”

Vejamos, por oportuno, algumas inverdades ou contradições

da resposta:

Estagiários:

Ao tópico da representação onde se afirma que “... Os

trabalhos cartorários como é de sabença de todos que militam na

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Justiça são altamente especializados e os Serventuários, para adquirir

experiência são necessários muitos anos de trabalho e treinamento.

Entretanto, o TJ/RJ tenta resolver o grave problema da falta de

servidores concursados com estagiários, funcionários de

empresas privadas e funcionários dos projetos do tipo ”pais

trabalhando”, funcionários de prefeituras, etc., com graves

consequências para os jurisdicionados”. Grifos.

Respondeu:

Essa afirmação, conforme se vê dos anexos documentos, não é

verdadeira, porque a carência de servidores concursados é tão grande

nas Serventias que se tornou prática comum estagiários processando,

como se fossem servidores concursados.

Vejamos, por oportuno, alguns desses atos, cujas cópias se

declaram, sob as pena da lei, ser autênticas dos autos dos processos:

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Todos esses atos de processamento por estagiários foram

extraídos dos autos dos processos, findos e em andamento, mas como

visto, a autoridade representada nega a prática em sua resposta.

Portanto, falseou com a verdade.

Fora a hipótese de haver sido levada a erro por secretários e

assessores, estaria a mais alta autoridade do Poder Judiciário do Rio

de Janeiro mal informada sobre esses graves acontecimentos no

Tribunal que preside ou tentando mascarar uma situação ilegal de

legal e levar também esse órgão a erro?

É difícil de acreditar que não tenha conhecimento dessa

prática, pois em qualquer Cartório que se chegue hoje, é comum ser

atendido por um estagiário e até os órgãos de segunda instância do

TJ/RJ têm alertado a Administração.

Substituir servidores de carreira por estagiários foi a forma

mais perfeita de se burlar o concurso público, até hoje, descoberta

pelos nobres administradores, pelo fato da contratação de estagiários

e Oficias de Justiça ad hoc, ter aparência de legal, pois são

contratados para funções sem importância na Administração, mas, na

prática, são levados pelas circunstâncias de caos nas Serventias, a

trabalhar no processamento de feitos, como se fossem funcionários

concursados, embora recebam ínfimo pró-labore.

O pior dessa prática é a alta rotatividade, o que leva mesmo a

uma péssima qualidade do serviço, haja vistas, serem os trabalhos

cartorários de processamento de feitos, altamente complexos e

especializados, a depender de anos a fio de trabalho e treinamento.

Por outro lado, fé pública só os Serventuários da Justiça

concursados são detentores por lei, mas, como visto acima,

ESTAGIÁRIOS desprovidos de qualificação técnica E QUALQUER

VÍNCULO COM O PODER JUDICIÁRIO estão processando e

certificando nos autos dos processos, SOB O PÁLIO DA FÉ PÚBLICA.

13

Frise-se que o número de estagiários de Universidades, sem

contar os estagiários de ensino médio que estão próximos a serem

contratados pelo TJ/RJ, está enorme, como se pode ver do contrato

de 2013 e do Diário da Justiça Eletrônico publicado no dia 27 de

dezembro de 2012(doc. anexo).

Essa prática, além dos problemas legais afetos a cada caso,

tem levado a uma baixíssima qualidade do serviço, inclusive, com

muitos erros, bem como, vezes por outras, os Órgãos jurisdicionais

têm anulado atos praticados por estagiários e, consequentemente, as

decisões que se seguiram, até dos processos A PARTIR DA

CITAÇÃO, com graves prejuízos às partes e advogados. Observa-se

abaixo, trechos de uma decisão no Agravo de Instrumento da 3ª

Câmara Cível da Capital, RJ, proc. nº0065162-20.2012.8.19.0000,

em que o Relator adverte o juiz de primeiro grau por permitir que

estagiário processe, verbis:

“3.ª Câmara Cível

Agravo de Instrumento n.º 0065162-20.2012.8.19.0000

Agravante: MARCIO ANTONIO GOULART

Agravado: FABIO DOS ANJOS SOUZA BATISTA

Relator: Des. LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. NOTA PROMISSÓRIA

DERIVADA DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

ADVOCATÍCIOS. AUTONOMIA. AS RELAÇÕES JURÍDICO-CAMBIAIS

SÃO AUTÔNOMAS E INDEPENDENTES ENTRE SI, DE MODO QUE O

POSSUIDOR DE UM TÍTULO DE CRÉDITO EXERCE UM DIREITO

PRÓPRIO E NÃO UM DIREITO DERIVADO. RELAÇÕES

OBRIGACIONAIS PRESENTES NO TÍTULO DE CRÉDITO ESTÃO

DESVINCULADAS DAS OBRIGAÇÕES QUE ORIGINALMENTE LHE

DERAM ORIGEM. FATO DE A NOTA PROMISSÓRIA TER SIDO

EXTRAÍDA DE UM CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

ADVOCATÍCIOS – EM TESE VEDADO PELO CÓDIGO DE ÉTICA DA OAB

– QUE NÃO RETIRA A EXEQUIBILIDADE DO TÍTULO, QUE DEVE SER

PERQUIRIDA EM AÇÃO AUTÔNOMA ANULATÓRIA. INEPCIA DA

PETIÇÃO INICIAL INEXISTENTE, POIS ESTA CONTÉM TODOS OS

14

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À SUA PERFEITA COMPREENSÃO. ART.

282, CPC. ESTAGIÁRIO PRATICANDO ATOS PRIVATIVOS DE

SERVENTUÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. ADVERTÊNCIA AO JUÍZO

DE 1º GRAU PARA QUE REGULARIZE O PROCESSAMENTO DOS

FEITOS SOB SUA RESPONSABILIDADE, EVITANDO-SE ASSIM A

DECLARAÇÃO DE NULIDADE DOS ATOS OFICIAIS PRATICADOS

POR PESSOA ESTRANHA AO QUADRO DE SERVENTUÁRIOS DESTE

TRIBUNAL DE JUSTIÇA, O QUE INCLUSIVE ATENTARIA CONTRA

O PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO (ART. 5º,

LXXVIII, CRFB). AGRAVO DE INSTRUMENTO A QUE SE NEGA

SEGUIMENTO (ART. 557, CPC).

...Por fim, verifica-se que a estagiária do

Juízo em que se processam os autos de origem está

praticando atos privativos de serventuário da justiça

(fls. 32 – certidão de publicação), que o tornam

inexistentes, pois praticados por quem não possui

atribuição para tanto (art. 250, XXI, CNCGJ).

Sendo assim, advirta-se ao Juízo para que

regularize o processamento dos feitos sob sua

responsabilidade, evitando-se assim a declaração de

nulidade dos atos oficiais praticados por pessoa

estranha ao quadro de serventuários deste Tribunal

de Justiça, o que inclusive atentaria contra o princípio

da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII,

CRFB)...”

Portanto, não há como dizer que a alta a Administração do

Tribunal de Justiça não tenha conhecimento dessa nefasta prática de

substituição de servidores concursados por estagiários, repita-se, sem

concurso e sem qualquer vínculo com o Poder Judiciário.

Ressalte-se que, até bem pouco tempo, os convênios para

admissão de estagiários nos órgãos do TJ/RJ eram firmados com as

Universidades de Direito, mas agora os Convênios também estão

sendo realizados com instituições de ensino médio, ou seja, têm sido

admitido estagiários de qualquer área, e do ensino médio, o que

preocupa ainda mais, pois, sem dúvidas, piorará ainda mais a qualidade

15

dos já péssimos serviços. Se os estagiários de Universidades estão

praticando atos de processos e o pior, por vezes, cometem inúmeros

erros no processamento, imaginem os estagiários de ensino médio o

que farão.

Está claro que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de

Janeiro está utilizando, como sempre utilizou, de maneira totalmente

irregular, ilegal e com desvio de funções, os estagiários das

Universidades para a prática de atos privativos de serventuários e,

com certeza, AGORA UTILIZAR ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO

PARA A PRÁTICA DESSES ATOS.

Observa-se em nota divulgada pela OAB/RJ, a qual segue

abaixo, dentre outros, que TJ/RJ firmou Convênio com a Secretaria

de Educação para que estagiários de ensino médio “auxiliem” nos

serviços:

26/04/2013 – 15h40 | última atualização em 29/04/2013 – 10h52

TJ apresenta pacote de soluções para Judiciário

“(...)Segundo Leila Mariano, algumas medidas já estão em

andamento. Como por exemplo, a resolução para a falta de juízes e

servidores - cobrança da maioria dos presidentes de subseção. "Não

é novidade que o estado sofre com essa carência. Já incluí no

cronograma do TJ a elaboração de um novo concurso para juízes.

Além disso, os aprovados na última prova estão passando pela

escola de formação e deverão tomar posse até outubro. Em

paralelo, estamos estudando um novo plano de carreira para juízes

e servidores, ajustando nossos quadros e estimulando a

competição, o que usualmente gera melhora no rendimento do

trabalho", explicou.

De acordo com a desembargadora, por meio de convênio

firmado recentemente com a Secretaria Estadual de Educação, o TJ

está autorizado a contratar, como estagiários, estudantes do

segundo grau. Para a presidente do Tribunal, a medida compensará,

em parte, a falta de serventuários. Aos novos estagiários, caberão

funções como separação de processos no cartório e entrega e

emissão de correspondências, por exemplo.(...).”

16

Oficiais de Justiça Ad hoc.

A história de burla ao concurso público é velha conhecida dos

que militam no Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, onde

inúmeros casos de desvios de função já foram julgados e muitos

tiveram reconhecida a procedência, em especial, dos Oficiais de

Justiça ad hoc, com graves prejuízos para o erário.

É de sabença que esse conceituado Órgão tem combatido com

veemência a prática da contratação dos Oficiais Ad Hoc’s em vários

Estados, mas na prática, mal comparando, é como o “jogo do bicho”, é

proibido por lei, mas está sempre presente no dia-a-dia do brasileiro.

Em cada esquina, é possível, com raras exceções, se ver um ponto de

jogo do bicho.

Nos cartórios do Poder Judiciário do Estado do Rio de

Janeiro, principalmente das Comarcas do interior, também com raras

exceções, é possível se encontrar Oficias de Justiça Ad Hoc.

Normalmente, são funcionários de Prefeituras que não são

detentores do nível superior, exigido para o cargo de Oficial de

Justiça e que são mal remunerados, o que, além da má qualidade do

serviço, em tese, ainda é um convite para a corrupção.

Não é crível que o Poder Judiciário deste Estado, que

arrecada pequena fortuna em custas e taxa judiciária, uma

das mais caras do País, não tenha verbas para contratar

servidores concursados em número suficiente para suprir os seus

cargos vagos.

O contrassenso se pode ver das suntuosas e imponentes

construções da segunda instância, que mais parece coisa de primeiro

mundo, quando, nas Comarcas do interior, falta desde instalações

adequadas, até material básico de trabalho.

17

Lotação completa de servidores, é sonho impossível de se

concretizar.

Há! Não se pode esquecer que o Tribunal de Justiça tem

verbas e quer agraciar os magistrados com um auxílio moradia

mensal, em tese, superior aos vencimentos de um servidor de carreira

e com direito à pequena fortuna de atrasados para cada beneficiário.

Poderia, por exemplo, utilizar essa verba para contratar novos

Oficiais de Justiça de carreira e acabar, de vez por todas, com a

figura do Ad Hoc.

Em anexo, segue um modelo de contrato de Oficiais de

Justiça Ad HOC, porém esse órgão já regulamentou a restrição do

cargo de Oficial de Justiça para bacharel em Direito.

Observe-se através dos docs. abaixo que não são raros os

casos de desvios de funções, onde os prejuízos para o erário são

gigantescos, verbis:

(...)

18

Se essa prática não for coibida mesmo de uma vez por todas

(a contratação de estagiários de qualquer tipo e de Oficias de Justiça

ad hoc), continuará, como visto, assim como o “jogo do bicho” é

proibido por lei, mas está em qualquer lugar, porque alhures, o Poder

Judiciário já deu mostras de que não consegue separar as coisas.

No discurso e no papel afirmam, como a atual presidente, que

os estagiários não processam; que “em nada, absolutamente nada,

guarda relação com a convocação de servidores concursados”, que

são supervisionados em trabalhos de menor importância, etc., mas na

prática, como se vê, a coisa bem diferente, eles processam mesmo.

Para diminuir gastos com pessoal, não contratam servidores

concursados, deixando as Serventias com carência total, em

verdadeiro caos e estado de colapso, depois a enchem de estagiários.

Daí, os Escrivães e juízes, sem alternativas e à beira do caos, são

obrigados a permitir o processamento dos feitos por pessoas

estranhas aos quadros e os advogados e partes, como sempre, pagam

os prejuízos.

É a famosa prestação da má Justiça.

A lentidão na Justiça estadual, hoje é tão grande que pode

invejar a era da máquina de escrever.

Os Escrivães e juízes, no desespero, ante ao caos em que se

encontram as Serventias, imploram, quase que, “pelo Amor de Deus” à

19

Administração superior do TJRJ, como aquela Escrivã da 3ª Vara de

Fazenda Pública, referida na inicial, mas nada acontece a não ser

paliativos e promessas.

Nós, advogados e partes, que pagamos altas custas, taxa

judiciária e anuidade da OAB não podemos e não queremos mais

conviver com essas práticas nefastas de desmandos e má gestão na

Administração Pública.

Precisamos e queremos soluções definitivas, ainda que por

interveniência desse conceituado Órgão.

Por que o Tribunal de Justiça tem verba para manter uma

suntuosa segunda instância, vale repetir, que mais se assemelha à coisa

de primeiro mundo e ainda quer dar um vergonhoso auxílio moradia aos

magistrados, mas não tem verbas para convocar servidores que

prestaram concurso público para a prática desses atos que estão

sendo praticados por Ad hoc’s e estagiários?

Afinal, como o próprio TJ/RJ firma, através de ofícios

assinados, nada mais, nada menos, pelo Corregedor e seus Juízes

Auxiliares, indeferimentos de remoções e outras informações, que

seguem abaixo, a carência de funcionários está chegando à

beira do colapso, verbis:

Processo nº 2012-150959 – Assunto: Solicita Lotação de Servidor - Personagem: 1ª VARA CÍVEL – Despacho: Considerando que há concurso público em andamento,

anote-se a carência e aguarde-se a convocação de novos servidores para que seja analisada a possibilidade de atendimento do presente pedido, ressaltando que em nossa região a carência de servidores é comum em diversas serventias, sendo impossível darmos acolhimento a todos os pedidos. Esclarecendo que procuramos priorizar àquelas em que a falta de servidor vem ocasionando relevantes problemas a população. Publique-se, anote-se e arquive-se. Nova Friburgo, 15 de agosto de 2012.

Processo nº 100.144/2012- Assunto: Pedido de remoção. Serventia: Juizado da Violência Doméstica e Familiar.

Decisão: Trata-se de pedido formulado pela servidora ANA PAULA RANGEL COELHO,

Analista Judiciário, mat. 01/22.063, lotada no Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Adjunto Criminal de Maricá/RJ, requerendo REMOÇÃO para a

Vara de Família, Infância, Juventude e Idoso também daquela Comarca. (...)Logo, por não ter este 2º Núcleo Regional condições no momento de repor eventual remoção da servidora Ana Paula Rangel Coelho, opina este Juiz Dirigente desfavoravelmente ao presente pleito. Remetam-se os autos ao DENUR para apreciação, sugerindo, este Magistrado, o INDEFERIMENTO DA REMOÇÃO. Publique-se. Niterói, 16/08/2012.

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Processo nº 139.845/2012- Assunto: Solicitação de servidor. Serventia: PROGER. Decisão:

Em que pese à informação constante de fls. 13, não dispõe este Núcleo Regional de recursos humanos, vale dizer, servidores, para atender o presente pleito. Não há à disposição da administração funcionários, de modo a atender a demanda, não havendo como se fazer novas lotações ou mesmo designações para prestação de auxílio. Desta feita, anote-se a carência funcional existente no PROGER da Comarca de Maricá/RJ, com vistas a se promover novas lotações naquela serventia. Publique-se. Após, arquive-se. Niterói, 16/08/2012.

Processo nº 141.569/2012- Assunto: Solicitação de servidor. Serventia: III Juizado Especial

Cível. Decisão: Em que pese à informação constante de fls. 11, não dispõe este Núcleo

Regional de recursos humanos, vale dizer, servidores, para atender o presente pleito. Não há à disposição da administração funcionários, de modo a suprir a presente demanda, não havendo como se fazer novas lotações ou mesmo designações para prestação de auxílio. Desta feita, anote-se a carência funcional existente no III Juizado Especial Cível da Comarca de Niterói/RJ, com vistas a se promover novas lotações naquela serventia. Publique-se. Após, arquive-se. Niterói, 16/08/2012.

Processo nº 2012.146397 - Assunto: Carência de servidores. Personagem: XXIII Juizado

Especial Cível da Comarca da Capital. DESPACHO: A carência encontra-se previamente

anotada para futuro atendimento, Publique-se. Arquivem-se. Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2012.

ATOS E DECISÕES DA JUIZA COORDENADORA DOUTORA CRISTIANE CANTISANO MARTINS

Processo n.º 2012-101453 - Origem: Capital – 15ª Vara Cível - Assunto: Coloca servidor à disposição – Personagem: LAURA LÚCIA PEREIRA FERRAREZ - Decisão: Considerando a

manifestação contrária da Juiza Dirigente do 1° NUR à época, bem como do Juiz Titular e do Juiz em exercício, conforme fls. 10 e 11, e levando-se em conta a carência funcional da serventia, indefiro o requerido, uma vez que a remoção não atende aos

interesses da Administração. Publique-se. Após, arquivem-se. Rio de Janeiro, 07 de agosto de 2012. Processo nº 2012.122172 - Assunto: Carência de servidores. Personagem: Vara da Infância, da Juventude e do Idoso.

DESPACHO: Com as recentes designações de servidores para a Vara da Infância,

Juventude e do Idoso está a Corregedoria tentando suprir a carência funcional que se encontra anotada neste Setor de Pessoal. Publique-se. Após, encaminhem-se os autos à Divisão de Apoio Técnico Interdisciplinar, para apreciação do primeiro parágrafo do ofício de fl. 02. Ao final, arquive-se. Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2012. PROCESSO Nº 2012-129150 – Assunto: Requer remoção da 2ª Vara Cível Regional de

Santa Cruz o XIX Juizado Especial Criminal da referida Regional. Personagem: Irene Rosa da Silva Neta, mat. 01/29387 – DESPACHO: Considerando a recomendação do

Juiz Dirigente do 13º NUR, bem como a impossibilidade de reposição, conforme condicionado pelo Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Regional de Santa Cruz, indefiro o

requerido, uma vez que a remoção pretendida não atenderia aos interessados da

Administração. Publique-se. Após, arquivem-se. Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2012. Processo n.º 2012-025830 Assunto: REMOÇÃO – CENTRAL DE MANDADOS. VEP MARCELLO GIOVANNI RUSSO

DECISÃO Considerando a expressiva carência de servidores na especialidade, mormente na Central onde está lotado o servidor, conforme informação da DGFAJ-DIOJA, indefiro o

requerido, uma vez que a remoção pretendida não atenderia aos interesses da

Administração. Publique-se. Arquivem-se. Rio de Janeiro, 30 de julho de 2012. CRISTIANE CANTISANO MARTINS. Juiz de Direito. Auxiliar da Corregedoria.

21

O Tribunal de Justiça, desde a homologação do concurso para

servidores em 18 de maio de 2012, fez publicar cerca de 400

aposentadorias entre técnicos judiciários, analistas processuais sem

especialidade, Oficiais de Justiça, dentre outros (todas publicadas no

Diário da Justiça Eletrônico no período de 18 de maio de 2012 até 28

de maio de 2013); bem como, lançou um Programa de Incentivo à

aposentadoria (PIA), em que até 28 de maio de 2013, teve a adesão de

417 servidores, considerando ainda que, dentre todos esses

aposentados, em sua maioria, se encontram funcionários do mais alto

nível, com larga experiência e recebendo o dobro ou o triplo do que

receberão os novos concursados. Veja-se:

“Prazo para adesão ao programa de aposentadoria termina nesta quarta-feira

Notícia publicada pela Assessoria de Imprensa em 28/05/2013 19:29

Um total de 417 serventuários da Justiça já aderiu ao Programa de Incentivo à Aposentadoria voluntária, lançado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no mês passado. E, em virtude do feriado do dia 30 e do

22

ponto facultativo do próximo dia 31, o período para requerimento se encerra nesta quarta-feira, dia 29 de maio.

O Programa de Incentivo à Aposentadoria foi lançado pela presidente do TJRJ, desembargadora Leila Mariano, no dia 3 de abril. Segundo ela, o objetivo do programa é beneficiar os serventuários que já contribuíram por tempo suficiente para o Judiciário estadual. Por outro lado, com a publicação das aposentadorias, o TJ vai promover a progressão funcional de mais de 3 mil servidores e a convocação de cerca de 350 novos funcionários.

Para acessar o formulário de adesão ao Programa de Incentivo à Aposentadoria, consulte o seguinte caminho na Intranet: Institucional / SIGA / Sistema Normativo / Temporários – TEMP / DGPES / TEMP-DGPES-DEAPS-014

Quaisquer dúvidas sobre o programa podem ser tiradas com a Diretoria-Geral de Gestão de Pessoas (DGPES), pelo telefone 3133-7700 ou pelo e-mail [email protected].”

Ressalte-se ainda que, no início do Programa de Incentivo à

Aposentadoria Voluntária, com a adesão de 280 servidores em 17 de

maio de 2013, já teria possibilitado à Administração do TJ/RJ a

convocação de cerca de cerca de 500 servidores. No entanto, mesmo

com o significativo e surpreendente aumento para 417 adesões, os

números de novas convocações DIMINUIRAM PARA 350, como se vê

dos docs.:

23

Os prejuízos para o processamento dos feitos, sem dúvidas,

serão ainda maiores, quando experientes servidores são incentivados à

aposentadoria, para diminuir custos e, sequer, novos servidores são

nomeados.

Será que o TJRJ, pretende suprir também esses cargos com

estagiários e Ad Hoc’s?

Considerando que o trabalho é altamente especializado, até

que outros servidores sejam convocados e treinados, realmente,

haverá prejuízos irreparáveis no processamento. Isso se forem

convocados novos servidores para substituir os aposentados, porque na

prática, a convocação tem sido de estagiários e ad hoc’s.

Logo, a economia, também por esse prisma, é grande,

considerando ainda que, uma vez aposentados, passarão a receber

proventos do RIOPREVIDÊNCIA e esses cargos poderiam realmente

ser preenchidos com novos servidores concursados que, mesmo

inexperientes, já fariam a diferença, pelo fato de que, participaram de

rigoroso concurso público, estando, portanto, preparados para as

funções, e, com isso, não haveria novas contratações de estagiários.

O pior será se a substituição dos aposentados se der por

estagiários e ad hoc’s, como a prática tem mostrado.

Observe-se por fim que o quantitativo de cargos vagos,

segundo fontes do Tribunal de Justiça, apresenta uma carência de

quase 2000 vagas(doc. anexo).

Conforme noticiado pelos veículos de comunicação, o Tribunal

de Justiça do Rio de Janeiro fez inúmeras promessas de convocação

de servidores após a implantação do Programa de Incentivo à

Aposentadoria. Tais convocações ocorreriam em maio de 2013, com a

realização de exames médicos nos meses de junho/julho de 2013,

como se vê do documento emitido pelo próprio Tribunal abaixo:

24

(...)

Acontece que, no dia 03 de junho de 2013, foi publicado no

Diário da Justiça Eletrônico, a instituição de um Grupo de Trabalho

para Estudo de Lotação das Serventias de Primeira Instância (GT

LOTAÇÃO)(doc. anexo).

Com a constituição desse grupo, só após 30 (trinta) dias de

estudo das serventias é que se fará a convocação de novos servidores,

mas, na realidade, o que se observa é que o Tribunal, depois de ter

divulgado amplamente que faria a reposição de servidores em maio de

2013, agora quer mais 30 (trinta dias) para realizar estudos. O que

será isso senão uma tentativa de burla para continuar com os

Convênios, Acordos, etc., inclusive, com esse próprio órgão, não

fazendo reposição alguma e mantendo estagiários processando?

Como pôde divulgar que faria novas convocações em maio de

2013, se nem estudos de carência de funcionários havia realizado?

No Brasil, é de sabença que quando as autoridades não querem

praticar algum ato, a primeira coisa que fazem, é criar um grupo de

trabalho.

Nós, advogados e partes, não aguentamos mais tantos

desmandos e desgovernos. Precisamos e queremos soluções.

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O caos está instaurado nas Serventias do Poder Judiciário do

Rio de Janeiro, com estagiários processando e Oficiais ad hoc em

massa, principalmente nas Comarcas do interior, praticando atos

exclusivos de serventuários, mas as autoridades fingem não ver e

afirmam estar tudo bem e, repita-se, quem paga a conta são os

advogados e partes.

As nomeações de Oficiais de Justiça ad hoc são ainda

preocupantes porque, além da baixa qualidade dos serviços e anulações

de muitos atos praticados em desacordo com as normas legais, o que

também tem levado a anulação de muitas decisões judiciais, com

graves prejuízos para as partes, como visto, há o sério problema para

o Poder Judiciário, com gravíssimos prejuízos para o erário, que são

os constantes pedidos desses servidores, através de ações judiciais,

de equiparação dos vencimentos de pessoas não concursadas aos

vencimentos das funções de Oficiais de Justiça Avaliadores,

servidores de nível superior, como se viu de algumas decisões acima.

Ressalte-se que a grande maioria dos servidores nomeados

Oficiais de Justiça ad hoc, são funcionários de Prefeituras que,

sequer, possuem nível superior na área de Direito, um dos requisitos

dos cargos de Oficiais de Justiça Avaliadores.

Sobre a afirmação de que a contratração de estagiários

(remunerados pelo erário) “em nada, absolutamente nada, guarda

relação com a convocação de servidores concursados”, também não

condiz com a realidade, pois como é de sabença, quando um estagiário

é levado a processar ou um Oficial ad hoc, a realizar uma diligência,

em substituição aos servidores concursados, em tese, com a falsa

aparência de baixo custo para o erário, servidores concursados estão

sendo substituídos e, consequentemente, menos convocações serão

realizadas, o que, na verdade, se traduz num círculo vicioso de fraudes

ao instituto do concurso publico.

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Resposta da Presidente do TJRJ:

Essa prática que, num primeiro momento, pode representar

economia ao caixa do TJRJ com mão de obra de custo barato, num

segundo momento, com certeza, traduz prejuízos que superam a

eventual economia.

Como se sabe, a citação é o ato mais importante do processo e

tem que ser praticado por Oficial de Justiça Avaliador, no caso do Rio

de Janeiro, servidor concursado e de nível superior(bacharel em

direito), portador de fé pública, justamente em razão da importância

do cargo. Já o ad hoc não dispõe de tais atributos. Portanto, jamais

poderia estar praticando atos de Oficial de Justiça.

Exemplificando: A desqualificação técnica e despreparo do

estagiário e do ad hoc, até pela alta rotatividade, faz com que o

serviço seja deficiente. Aí, a decisão judicial originária desse ato, que

face notória morosidade da Justiça, venha a ser causa da anulação

anos após, (uma certidão de intempestividade ou de tempestividade;

uma citação realizada através de Oficial de Justiça ad hoc, que venha

ser declarada nula, etc.) e o processo tenha que recomeçar.

Mesmo se ainda não tiver ocorrido a prescrição ou a

decadência, os prejuízos são gigantescos para todos: para a Justiça

que teve sua, já emperrada, máquina movimentada

desnecessariamente; para as partes e advogados que, após uma espera

de invejar a era da máquina de escrever, sofreram as consequências da

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anulação de uma decisão, para tudo recomeçar, se ainda houver prazo;

enfim, para toda a sociedade, que é quem, na ponta, paga a conta.

Daí, valeu a economia? Parece que não.

Dispõe a Súmula 473, do STF, o seguinte:

“A Administração pode anular seus próprios atos,

quando eivados de vícios que os tornem ilegais,

porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo

de conveniência ou oportunidade, respeitados os

direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a

apreciação judicial”. Grifos.

Esse poder de revisão dos atos pela Administração se traduz

em declarar a sua nulidade, em caso vício de ilegalidade, mas também

o de revogar o ato, por motivo de conveniência e oportunidade.

A Súmula 346/STF, também trata desse assunto.

A Lei nº 9.784/99 em seu artigo 53 ratificou o que já dizia a

Súmula 473, assim, dispondo, verbis:

“A Administração deve anular seus próprios

atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode

revogá-los por motivo de conveniência e

oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

Grifos.

Assim, como é de sabença, a Administração pode anular ou

revogar seus próprios atos de ofício, quando eivados de vício de

ilegalidade ou revogá-los, por conveniência e oportunidade, respeitando

os direitos adquiridos, mas, mesmo quando tem conhecimento de atos

eivados de nulidades, assim não procede, como no presente caso,

dúvidas não restam que a atuação moralizadora do CNJ é

indispensável.

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A Constituição Federal veio para moralizar a Administração

Pública, exigindo concurso público para todos os cargos efetivos.

Portanto, o concurso público deveria ser o que de mais sério, honesto e

democrático, pudesse existir, objetivando exatamente a moralização da

Administração pública, mas, em tese, na prática, não é que acontece.

Muitos concursos são deflagrados, onde milhares de

candidatos são inscritos, muitos aprovados e poucos empossados, depois

termina a validade do concurso e outro é aberto, em tese, para

arrecadar pequena fortuna e tudo se repete.

José dos Santos Carvalho Filho, discorrendo sobre o princípio da

moralidade pública afirma:

“... O princípio da moralidade impõe que o

administrador público não dispense os preceitos éticos

que devem estar presentes em sua conduta. Deve não

só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade

e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é

honesto do que é desonesto. Acrescentamos que tal

forma de conduta deve existir não somente nas

relações entre a Administração e os administrados em

geral, como também internamente, ou seja, na relação

entre a Administração e os agentes públicos que a

integram.´ (Manual de Direito Administrativo, José dos

Santos Carvalho Filho, p. 15).”

“... A moralidade administrativa também representa preceito

constitucional imperativo e deve ser observado pela Administração.

Desta forma, o Administrador tem que agir com ética, verificando a

conveniência, a oportunidade e a justiça das condutas

administrativas...” Grifos.

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Cármen Lúcia Antunes da Rocha, na significativa obra

"Princípios Constitucionais da Administração Pública", Belo Horizonte:

Del Rey, 1994, leciona com muita propriedade:

“Sendo o princípio fundamental da Democracia a liberdade,

seria impossível compatibilizar-se o seu exercício com o ideal de

Justiça material, concreta e efetiva para todos, se não se incluíssem

no sistema jurídico, no qual os direitos inerentes a ela são

assegurados a todo indivíduo, as normas morais, cujo conteúdo fosse

absorvido pelo sistema normativo e transformado, assim, em Direito a

ser respeitado. Não houvesse esta síntese, e a garantia da liberdade

seria uma utopia. Apenas um homem, o que dispõe do Poder, poderia

dela valer-se segundo o direito da força, furtando-se de todos os

outros a faculdade de usufruir dela segundo a força do Direito

concebido e posto para realização do ideal de Justiça. Destarte, o

conteúdo justo do Direito não pode ser atendido apartado do sentido

moral que deve prevalecer em todas as relações humanas, sob pena

de deixarem elas de ter este traço de humanidade. Desde a

Antiguidade se tem registrado que uma lei que contravenha os

princípios básicos da moralidade não é Direito, ainda que formalmente

válida, consoante registra Radbruch”.

Ressalte-se, por oportuno ainda que, no processo

administrativo nº 2013-08.1778, o juiz Auxiliar da Corregedoria, Dr.

Paulo Roberto Sampaio Janguta, acolheu parecer da Divisão Técnica da

Corregedoria e afirma ... ”Não se pose conceber que uma Unidade

Organizacional com importância estratégica para o Tribunal de Justiça

do Estado do Rio de Janeiro deixe de receber o apoio necessário a

ponto de indicar a proximidade de colapso estrutural que

importará graves prejuízos aos jurisdicionados”. Grifos.

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Sendo importante se ressaltar que quem fez essa afirmação

de “colapso estrutural” foi, nada mais, nada menos que, um juiz

Auxiliar da Corregedora-Geral, embora a autoridade máxima do Poder

Judiciário não veja problemas.

Finalmente, cabe resaltar que muitos questionamentos

constantes da inicial da representação, dentre outros, tais como

MÚTUA DOS MAGISTRADOS; AUXÍLIO MORADIA PARA

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MAGISTRADOS; OS TQQs; O LIMITE MÁXIMO QUE SE PODE

GASTAR COM PESSOAL, QUE HOJE CHEGA A QUASE R$

300.000.000,00(trezentos milhões de reais), que não foi

atingido(quadro abaixo), sem levar em consideração as aposentadorias

recentes; bem como, a resposta ao problema dos altos valores das

custas judiciais e os inúmeros penduricalhos, também não foi

satisfatória(doc. abaixo).

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Isto posto, reitera a representação inicial em todos os

seus termos, rogando a Vossa Excelência que, com a MÁXIMA

URGÊNCIA POSSÍVEL, determine nova manifestação da

autoridade representada, em homenagem aos princípios do

contraditório e da ampla defesa, s.m.j., para esclarecer as

contradições entre a resposta e as provas constantes desta peça,

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sob pena, em tese, de responsabilidade; bem como, responder aos

itens que restaram sem respostas, ALÉM DO CANCELAMENTO DE

QUALQUER CONVÊNIO/CONTRATO DE ESTÁGIO COM

UNIVERSIDADES OU SECRETARIAS DE EDUCAÇÃO E

PREFEITURAS PARA ESTAGIÁRIOS E AD HOC’s, convocando

URGENTEMENTE servidores concursados(do concurso em

vigor) em número suficiente para atender às necessidades de

todas as Serventias, por se de Salutar Justiça.

Rio, 03 de junho de 2013.

JORGE SOARES CHAIM

OAB/RJ 121.062