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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU” A PSICOPEDAGOGIA E SUA INFLUÊNCIA NO COTIDIANO ESCOLAR Por: Arilda da Costa Rocha Tutor ou orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de janeiro 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU”

A PSICOPEDAGOGIA E SUA INFLUÊNCIA NO

COTIDIANO ESCOLAR

Por: Arilda da Costa Rocha

Tutor ou orientador

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de janeiro

2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU”

A PSICOPEDAGOGIA E SUA INFLUÊNCIA NO COTIDIANO ESCOLAR

Apresentação de monografia ao conjunto

Universitário Cândido Mendes como Condição prévia

para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “ Lato Sensu” em

Psicopedagogia . Por Arilda da Costa Rocha

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AGRADECIMENTOS

À Deus pela minha vida.

À minha mãe, Dilma, pela dedicação incansável e exemplo de amor e perseverança. Ao Marcos pela paciência, amizade nas horas de que

mais necessitei.

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“A minha mãe, pelo afeto e amizade que nos une”.

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo geral, evidenciar a importância da

psicopedagogia no cotidiano escolar, assim como, caracterizar a

psicopedagogia na sua atualidade. O modelo de pesquisa adotado, foi a

pesquisa bibliográfica explorativa, a partir da análise crítica e interpretação das

contribuições teóricas sobre o tema proposto, bem como as observações ao

longo da prática profissional. Dentre os resultados obtidos podemos destacar

que a psicopedagogia na escola caracteriza-se por um trabalho que busca

melhoria das relações de aprendizagem assim como a melhor qualidade na

construção da própria aprendizagem de alunos e educadores. Cabe a escola

possibilitar a melhor aprendizagem possível em cada aluno, entendendo ser

necessária criar uma mentalidade crítica com base na reflexão sobre todos os

assuntos relativos à Educação.

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METODOGOGIA

Pesquisa bibliográfico, explorativa, a partir de análise crítica e

interpretação das contribuições teóricas sobre o tema proposto, bem como

observações ao longo da prática educacional, através da reflexão e crítica

pessoal e da documentação escrita. Com embasamento teórico, através de

citações e referências, de acordo com a literatura pertinente, foi utilizado

também observação em classes de 2ª a 4ª séries do Ensino Fundamental,

numa escola da rede Pública, Deputado Cláudio Moacyr de Azevedo

localizada a Rua Nossa Senhora da Conceição, s/nº - Iguaba Grande – RJ.

Sabendo-se do objetivo do estudo os professores propuseram a participar, fato

que veio motivar enquanto pesquisadora.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

REVISÃO DE LITERATURA 10

CAPÍTULO II

A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO COTIDIANO ESCOLAR: UM

PROCESSO EM CONSTRUÇÃO 26

CAPÍTULO III

MAIS ALGUMAS REFLEXÕES: PARA NÃO CONCLUIR... 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 35

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INTRODUÇÃO

O universo escolar e suas representações oferecem um amplo e

complexo campo de pesquisa para muitos especialistas que tenham interesse

por Educação.

A Educação deve ser comprometida com a formação de sujeitos

capazes de assumir seus papéis de agentes de transformação social. Para tal,

a escola não pode mais continuar assumindo o papel de reprodutora da

estrutura social, com todas as suas características e propriedades. As

experiências de vida de seus alunos devem ser consideradas assim como seu

universo vocabular, tudo deve estar inserido num trabalho permanente de

questionamentos e análise crítica da realidade social.

Através da minha prática escolar, pude perceber que um dos

problemas que atinge um grande número de alunos da rede pública, são os

chamados “problemas de aprendizagem”. Na rede pública de ensino muitas

vezes, estes problemas de aprendizagem são os culpados pelo grande

fracasso escolar.

Segundo Weiss(1994:02), no diagnóstico psico-pedagógico do

fracasso escolar de um aluno, não se pode desconsiderar as relações

significativas existentes entre a produção escolar e as oportunidades reais que

determinada sociedade possibilita aos representantes das diversas classes

sociais.

Levando-se em consideração que o indivíduo é um ser

multifacetado, que interage com o meio social em que vive através dos

aspectos cognitivo, afetivo e social, não podemos restringir o que vem a ser

aprendizagem como um fenômeno isolado, que priorize somente um desses

aspectos, mas sim, uma aprendizagem que englobe o ser humano em todos as

suas dimensões.

Pretendo neste trabalho, evidenciar a importância da

psicopedagogia no cotidiano escolar, tentando estabelecer uma relação entre

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teoria e prática, a fim de verificar a importância do Psicopedagogo no cotidiano

escolar.

A psicopedagogia vem atuar de formar interdisciplinar, buscando

a organização das condições de aprendizagem, de forma integrada e de

acordo com a capacidade dos alunos. Por isso, atualmente, a psicopedagogia

tem procurado desenvolver um campo de conhecimento próprio, voltado para

uma realidade tipicamente educacional, atuando sobre a aprendizagem, seus

problemas e distúrbios, por sua vez podem ser remediáveis e prevenidos.

Assim acredito, que quando a escola não atenta para as

diferentes maneiras de ver o mundo e relacionar-se com a vida, deixa de

fornecer aos alunos, elementos positivos para a elaboração de sua auto-

imagem, dificultando a avaliação do seu esforço e suas possibilidades de

aprendizagem.

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CAPÍTULO I

REVISÃO DE LITERATURA

1.1- BREVE HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA

A questão do fracasso escolar é um ponto muito importante na

educação brasileira. Devido às características do quadro educacional brasileiro,

era preciso que os educadores adquirissem conhecimentos que ajudassem na

sua prática escolar e no sucesso dos alunos. Surgiu então, no campo da

Educação vários contribuições, dentre elas: a Psicopedagogia, área de estudo

que se preocupa com o processo de aprendizagem e com os problemas dele

decorrentes (Scoz, 1994).

Na década de 60, a Psicopedagogia começou a se expandir e a

se organizar, buscando as causas do fracasso escolar, através do

desenvolvimento psicofísico do educando. Segundo Scoz (1994) nesta fase, os

Psicopedagogos prendiam-se a uma linha patologizante, onde o aluno era

encarado como portador de deficiências mentais. A psicopedagogia também foi

inflenciada pelas idéias escolanovistas, baseadas em testes e instrumentos de

mensuração, na tentativa de diagnosticar o problema de aprendizagem.

No Brasil, o problema de aprendizagem era considerado como

produto de fatores orgânicos. Por muito tempo perdurou a crença de que os

problemas de aprendizagem eram causados pelos fatores orgânicas e isso,

determinou a forma dada à questão do fracasso escolar, até mais

recentemente. Vários trabalhos, dentre eles, O Aluno de Aprendizagem Lenta,

de Newell C. Kephart e Distúrbios de Aprendizagem, de Doris J. Johnson e

Helmer R. Myklebust, relacionam os problemas de aprendizagem a alguma

questão de disfunção do sistema nervoso central.

Na década de 70, os problemas tinham como causa uma

disfunção neurológica não - detectável em exame clínico, chamada disfunção

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cerebral mínima (DCM). Na observação de Cypel: “ em curto espaço de tempo

e com relativa facilidade, pais e professores também já adotaram o rótulo de

DCM e, antes de qualquer referência, este diagnóstico surgia como queima na

consulta médica: -Doutor, meu filho tem DCM. A impressão que se tinha era de

que convivíamos como uma população de anormais, pois esta cifra atingia até

40% dos escolares” (1986, p.12).

A perspectiva patologizante dos problemas de aprendizagem foi

rapidamente incorporada, pois proporcionava uma explicação mais ingênua

para o sistema de ensino. para Dorneles (1986,p.44), essa patologização

passava por uma questão ideológica, pois “dissimulava a verdadeira natureza

do problema e, ao mesmo tempo, legitimava as situações de desigualdades de

oportunidades educacionais e seletividade escolar”.

Dentro da concepção de problemas de aprendizagem na escola,

que ainda perdurava no final desta década, apareceram os primeiros cursos de

especialização em Psicopedagogia no Brasil, pensados para complementar a

formação dos psicólogos e de educadores que buscam soluções para esses

problemas. Esses cursos foram alicerçados num conhecimento científico e

segundo o pensamento educacional da época.

Ocorrem as primeiras movimentações, em grupos de

profissionais, que atuavam com os problemas de aprendizagem, visando a

organização de núcleos para estudos e aprofundamentos. Esses núcleos

isolados antecederam as iniciativas institucionais.

Em 1979 foi criado o primeiro curso regular em Psicopedagogia,

no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, por iniciativa de Maria Alice

Vassimon, Pedagoga e Psicodramaticista, e Madre Cristina Sodré Dória,

Diretora do Instituto. “ Segundo Scoz e Mendes (1987), Maria Alice Vassimon,

preocupada com a perspectiva de um homem global, percebido a partir de

referências intelectuais, afetivas e corporais, questionando o mito da psicologia

na época e com uma grande vontade de retomar a educação como área de

conhecimento mais atuante, fez uma proposta para que o Instituto Sedes

Sapientiae, até então, literalmente ocupado por psicólogos e psicanalistas,

abrindo um espaço para um curso que valorizasse a ação do educador”.

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Com a inserção das áreas da Lingüística e Psicolinguística, as

teorias do desenvolvimento e as contribuições de Emília Ferreira houve nova

movimentação na área da Psicopedagogia. Estas contribuições fizeram com

que os cursos tivessem um novo redimensionamento. Incluiu-se o atendimento

grupal no modelo clínico e partiu-se para uma linha preventiva.

Durante a década de 80, a Psicopedagogia mostrou-se eficiente

na sua área clínica e, com isto, estruturou-se como corpo teórico

multidisciplinar.

A partir da década de 90, os cursos de Psicopedagogia

ampliaram-se nas Faculdades de Educação de São Paulo. Atualmente, ela

vem recebendo contribuições da Sociologia, da Antropologia, da Lingüística,

da Psicolinguística, da Psicanálise, da Medicina, da Psicologia, da Pedagogia,

da Fonoaudiologia, Neuro-Psicologia. Ainda não se constitui como saber

científico. Mas, enquanto área de conhecimento tem procurado definir o seu

objeto, seu corpo teórico e delimitar o seu campo de atuação(Bossa, 1994).

Hoje, seu objeto de estudo, “o distúrbio de aprendizagem” é

encarado como manifestação de uma perturbação que envolve a totalidade da

personalidade. O desenvolvimento infantil é considerado a partir de uma

perspectiva dinâmica, e é dentro desta evolução dinâmica que o sintoma

“distúrbio de aprendizagem” é estudado. Assim, se for oferecida uma forma de

relação melhor e diferente à criança, ela deverá retomar a sua evolução

normal.

“O objetivo do Psicopedagogo é levar o sujeito a reintegrar-se à

vida escolar normal, respeitando as suas possibilidades e interesses”

(Bossa,1994). A Psicopedagogia tenta contribuir para a compreensão do

processo de aprendizagem e a identificação dos fatores facilitadores e

comprometedores desse processo, com vistas a intervenção preventiva ou

terapêutica.

Com a expansão da Psicopedagogia, surgiram inúmeras dúvidas

sobre essa área, e a partir daí, a Associação Brasileira de Psicopedagogia

elaborou um documento sobre a Identidade Profissional do Psicopedagogo e

os objetivos da Psicopedagogia.

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Vários encontros, seminários, congressos têm sido realizados,

com vistas a discutir, aprofundar, divulgar, congregar aqueles que trabalham

com Psicopedagogia. Em 1990, o 4º Encontro de Psicopedagogia preocupou-

se com os diferentes conhecimentos de outras ciências, na tentativa de

convergir com a Psicopedagogia. O 2º Congresso e o 5º Encontro, realizados

em 1992, abordaram a temática: “A Práxis Psicopedagógica na Realidade

Educacional Brasileira”. Nesse encontro procurou-se oferecer alternativas de

ação no intuito de uma transformação da realidade escolar, através de um

enfoque multidisciplinar sem perder de um enfoque multidisciplinar sem perder

de vista a sociedade.

A Associação Brasileira de Psicopedagogia ainda realizou o VI

Encontro de Psicopedagogia, no ano 1994, em São Paulo, com os seguintes

objetivos:

• Refletir sobre o papel da Psicopedagogia na

Instituição Educativa e de Saúde;

• Compreender o processo de aprendizagem nos

diferentes contextos institucionais;

• Discutir a relação do Psicopedagogo Clínico com as

diferentes Instituições: escola, família, serviços públicos, particulares

no atendimento a criança com problema de aprendizagem;

• Rever os aspectos históricos, culturais, ideológicos

da realidade brasileira e a inserção do Psicopedagogo na instituição

escolar.

1.2- O QUE É A PSICOPEDAGOGIA E O SEU OBJETO DE

ESTUDO

Na busca de encontrar o lugar das ciências da educação

deparamo-nos com os primórdios da Psicopedagogia e a gênese desta

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expressão, cuja origem se reporta a aplicação dos conhecimentos da

Psicologia à Pedagogia.

Hoje, já não se pode definir a Psicopedagogia como simples

aplicação da Psicologia à Pedagogia. Ela vai além disto. Hoje, a

Psicopedagogia se constitui enquanto produção de um campo científico e seu

objeto de estudo, embora ainda alvo de muitas discussões, nunca deixou de

enfocar os diferentes processos de aprendizagem e suas implicações no

desenvolvimento e desempenho do sujeito aprendente.

Para Maria M. Neves, “ falar sobre psicopedagogia é,

necessariamente, falar sobre a articulação entre educação e psicologia,

articulação essa que desafia estudiosos e práticos dessas áreas. Embora

quase sempre presente no relato de inúmeros científicos que tratam

principalmente dos problemas ligados a aprendizagem, o termo

psicopedagogia não consegue adquirir na sua dimensão conceitual

(1992,p.10). Segundo essa autora, a Psicopedagogia inicialmente foi utilizada

como adjetivo, indicando uma forma de atuação que apontava a inevitável

interseção dos campos do conhecimento da Psicologia e da Pedagogia. Diz

Neves: “ dentro dessa conotação adjetiva da psicopedagogia, alguns autores,

principalmente pertencentes ao campo pedagógico, no final da década de 70 e

início dos anos 80 no Brasil, chamaram de atitude psicopedagógica o que em

verdade era um psicologismo radical. Por isso, tratavam de denunciar a

formação dos professores por eles cognominada de psicopedagógica “

(ibidem). Dada à grande variedade de pontos de vista, é importante mencionar

alguns teóricos.

Falar sobre psicopedagogia é, necessariamente,

falar sobre a articulação entre a educação e psicologia,

articulação essa que desafia estudiosos e práticos dessas duas

áreas. Embora quase sempre presente no relato de inúmeras

trabalhos científicos que tratam principalmente dos problemas

ligados à aprendizagem, o termo psicopedagogia não consegue

adquirir clareza na sua dimensão”.(Neves,1992, p.10)

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Para Kiguel (1991) que também tem contribuído

nesse processo de construção do saber psicopedagógico: “...

historicamente a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a

Pedagogia e a Psicologia, a partir das necessidades de

atendimento de crianças com distúrbios de aprendizagem,

consideradas inaptas dentro do sistema educacional

convencional” (p.22)

“... no momento atual, à luz de pesquisas

psicopedagógicas que vem se desenvolvendo, inclusive no nosso

meio e, de contribuições da área da Psicologia, Sociologia,

Antropologia, Lingüística, Epistemologia, o campo da

psicopedagogia passa por uma reformulação. De uma

perspectiva puramente clínica e individual busca-se uma

compreensão mais integradora do fenômeno da aprendizagem e

uma atuação de natureza mais preventiva”.(ibidem)

Weiss (1991) entende a “ Psicopedagogia como

busca da melhoria das relações com a aprendizagem de alunos e

educadores”.

Segundo Scoz (1992) a psicopedagogia estuda o

processo de aprendizagem e suas dificuldades, e numa ação

profissional deve englobar vários campos do conhecimento,

integrando-os e sintetizando-os. Essa autora considera como

objeto de estudo da Psicopedagogia o estudo do próprio

processo de aprendizagem e suas variações. Para que este

estudo possa ocorrer, é necessário que se integre e sintetize

vários campos de conhecimento.

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Vejamos a seguir, alguns conhecimentos específicos de diversas

teorias, que Bossa (2000, p.26) explicita de fundamental importância para o

campo da Psicopedagogia:

• a Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente,

das representações profundas, operantes através da dinâmica

psíquica que se expressa por sintomas e símbolos, permitindo-nos

levar em conta a face desejante do homem;

• a Psicologia Social encarrega-se da constituição dos

sujeitos, que responde às relações familiares, grupais e institucionais,

em condições socioculturais e econômicas específicas e que

contextuam toda aprendizagem;

• a Epistemologia e a Psicologia Genética se

encarregam de analisar e descrever o processo construtivo do

conhecimento pelo sujeito em interação com os outros e com os

objetos;

• a Lingüística traz a compreensão da linguagem

como um dos meios que caracterizam o tipicamente humano e

cultural: a língua enquanto código disponível a todos os membros de

uma sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e

historiado de acesso à estrutura simbólica;

• a Pedagogia contribui com as diversas abordagens

do processo ensino-aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de

quem ensina;

• os fundamentos na Neuropsicologia possibilita a

compreensão dos mecanismos cerebrais que subjazem ao

aprimoramento das atividades mentais, indicando-nos a que

correspondem, do ponto de vista orgânico, todas as evoluções

ocorridas no plano psíquico.

Ao Psicopedagogo cabe a importante tarefa de contribuir para a

diminuição dos problemas de aprendizagem na escola. Seu campo de atuação

permite que ele possa detectar possíveis perturbações no processo de

aprendizagem; participar das dinâmicas das relações da comunidade

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educativa, a fim de favorecer processos de integração e troca; promover

orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e

grupos; realizar processos de orientação educacional, vocacional e

ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo (Bossa, p.23).

Se a (in) definição do termo Psicopedagogia produz um estado de

confusão conforme afirma Neves(1992), torna-se fundamental verificarmos qual

é a definição do objeto de estudo da Psicopedagogia segundo alguns

psicopedagogos brasileiros.

“... a Psicopedagogia estuda o ato de aprender e

ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa

da aprendizagem, tomadas em conjunto. E mais, procurando

estudar a construção do conhecimento em toda a sua

complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os

aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão

implícitos”.(Neves, 1992, p.12)

“... o seu objeto de estudo adquire características

específicas dependendo do tipo de trabalho, clínico ou preventivo,

que o Psicopedagogo desenvolve com o sujeito. No trabalho

clínico, o objeto da Psicopedagogia se constitui numa interação

entre o psicopedagogo e seu objeto-sujeito. Para isto, esse

profissional tem que levar em conta o que o sujeito aprende, como

aprende e porque aprende, baseando-se na dimensão da relação

com o sujeito. No trabalho preventivo, “ a instituição, enquanto

espaço físico e psíquico da aprendizagem” é o objeto da

Psicopedagogia, onde são levados em conta os processos

didáticos–metodológicos e dinâmicas do próprio espaço no

processo de aprendizagem” (Weiss, 1991).

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“... O objeto de estudo de estudo da Psicopedagogia

deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e

terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de estudo

da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento enquanto

educável. Seu objeto de estudo é a pessoa a ser educada, seus

processos de desenvolvimento e as alterações de tais processos.

Focaliza as possibilidades do aprender num sentido amplo. Não

deve se restringir a uma só agência como a escola, mas ir

também à família, e a comunidade. Poderá esclarecer, de forma

mais ou menos sistemática, os professores, pais e

administradores sobre as características das diferentes etapas do

desenvolvimento sobre o progresso nos processos de

aprendizagem, sobre as condições psicodinâmicas da

aprendizagem, sobre as condições determinantes de dificuldades

de aprendizagem. O enfoque terapêutico considera o objeto de

estudo da Psicopedagogia a identificação, análise, elaboração de

uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de

aprendizagem.” (Golbert,1985,p.13)

“... num primeiro momento a psicopedagogia esteve

voltada para a busca e o desenvolvimento de metodologias que

melhor atendessem aos portadores de dificuldades, tendo como

objetivo fazer a reeducação ou a mediação e desta forma

promover o desaparecimento do sintoma”. ( Rubinstein,1992,

p.103)

“... a partir do momento em que o foco de atenção

passa a ser a compreensão do processo de aprendizagem e a

relação que o aprendiz estabelece com a mesma, o objeto da

psicopedagogia passa a ser mais abrangente: a metodologia é

apenas um aspecto no processo terapêutico e o principal objetivo

é a investigação de etiologia da dificuldade de aprendizagem,

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bem como a compreensão do processamento da aprendizagem

considerando todas as variáveis que intervêm neste

processo”.(Rubinstein, 1992,p.103)

Conforme vimos, a definição do objeto de estudo da

Psicopedagogia passou por fases distintas, assim como os demais aspectos

dessa área de estudo. Em diferentes momentos históricos, que repercutem nas

produções científicas, esse objeto foi entendido de várias formas. Houve tempo

em que o trabalho psicopedagógico priorizava a reeducação, o processo de

aprendizagem era avaliado em função de seus déficits e o trabalho procurava

tais defasagens. O objeto de estudo era o sujeito que não podia aprender,

concebendo-se a “ a não-aprendizagem” pelo enfoque que salientava a falta.

Esse enfoque buscava estabelecer semelhanças entre grandes grupos de

sujeitos, as regularidades, o esperado para determinada idade, visando reduzir

e acentuar a uniformidade.

Posteriormente, a Psicopedagogia adotou a noção de “não-

aprendizagem” de uma outra maneira: o não-aprender é tido como carregado

de significados, e não se opõe ao aprender. Essa fase da Psicopedagogia é

fundamentada especialmente na Psicanálise e na Psicologia Genética.

Essa concepção leva em conta a singularidade do indivíduo ou

grupo, buscando o sentido particular de suas características e suas alterações

segundo as circunstâncias da sua própria história e do seu mundo

sociocultural.

Atualmente, a Psicopedagogia trabalha com uma concepção de

aprendizagem segundo a qual participa desse processo um equipamento

biológico com disposições afetivas e intelectuais na forma de relação do sujeito

com o meio, sendo que essas disposições influenciam e são influenciadas

pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio.

Todas essas considerações em relação ao objeto de estudo da

Psicopedagogia sugerem que há um certo consenso quanto ao fato de que ela

deve ocupar-se em estudar a aprendizagem humana, porém é ilusão pensar

que isto nos conduza ,a um único caminho. È importante, no entanto, ressaltar

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que a concepção de aprendizagem é resultado de uma visão de homem e é,

em razão desta, que acontece a práxis psicopedagógica.

1.3- A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

Segundo o artigo de Scoz e Col. (1998), poderão exercer a

profissão de Psicopedagogo no Brasil os portadores de certificado de

conclusão em curso de especialização em Psicopedagogia em nível de pós-

graduação, expedido por escolas ou instituições devidamente autorizadas ou

credenciadas nos termos da legislação pertinente.

O Psicopedagogo:

• Possibilita intervenção visando a solução dos

problemas de aprendizagem tendo como enfoque o aprendiz ou a

instituição de ensino público ou privado

• Realiza diagnóstico e intervenção psicopedagógica,

utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias da

Psicopedagogia.

• Atua na prevenção dos problemas de aprendizagem.

• Desenvolve pesquisas e estudos científicos

relacionados ao processo de aprendizagem e seus problemas.

• Oferece assessoria psicopedagógicas aos trabalhos

realizados em espaços institucionais.

• Orienta, coordena e supervisiona cursos de

especialização de Psicopedagogia, em nível de pós-graduação,

expedidos por instituições ou escolas devidamente autorizadas ou

credenciadas nos termos da legislação vigente.

Os profissionais em Psicopedagogia já possuem um órgão de

classe, a Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp – criada há 17 anos

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com sede em São Paulo, composta por seções e núcleos nas diferentes

regiões do Brasil.

A formação do psicopedagogo deve ser, antes de tudo,

multidisciplinar, assentada em diversas ciências.

Do ponto de vista filosófico, seu embasamento deve lhe permitir

encontrar a idéia de homem e os valores implícitos em cada teoria educacional.

Sua formação sociológica deve lhe possibilitar a compreensão do

seu tempo e do espaço sócio–cultural; sensível à realidade social, ele pode

discriminar as influências positivas e/ou negativas que as organizações sociais

têm sobre o educando.

O Psicopedagogo é o profissional que dá um saber especial ao

aspecto psicológico do indivíduo que aprende. Desta forma, sua

fundamentação psicológica deve abranger o estudo do desenvolvimento sob os

pontos de vista evolutivo e dinâmico, das relações interpessoais na família e na

escola, das teorias da aprendizagem. O Psicopedagogo deve ter domínio das

estratégias didáticas–pedagógicas, já que lhe possibilitam a prevenção e/ou

intervenção nas dificuldades de aprendizagem, permitindo-lhe, adaptar

métodos e técnicas as situações e aos indivíduos.

Torna-se fundamental ressaltar que o Psicopedagogo opera com

diversas áreas do conhecimento. Porém, a integração, entre as mesmas, não

lhe é dada “ a priori”. Ele a constrói como produto de sua sensibilidade e da sua

experiência.

1.4- QUEM É O PSICOPEDAGOGO?

Psicopedagogo, segundo Golbert (1985) é o profissional que,

reunindo conhecimentos de várias áreas e estratégias pedagógicas e

psicológicas, volta-se para o processo de desenvolvimento e aprendizagem,

atuando numa linha preventiva e, ou terapêutica.

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Numa linha preventiva, ele pode desempenhar uma prática

docente envolvido com a preparação de profissionais da educação ou atuar

dentro da própria escola.

O Psicopedagogo preocupa-se, essencialmente, com que as

experiências de aprendizagem sejam prazerosas para o indivíduo e, sobretudo,

que promovam o desenvolvimento das capacidades do Ego para lidar com o

meio ambiente, numa linha de evolução o mais natural possível.

O Psicopedagogo norteia sua ação consciente de que a

aprendizagem é, antes de tudo, uma relação com o mundo externo e que o

vínculo que se estabelece com o indivíduo será um fator relevante na sua

mobilização para a busca do novo.

Este profissional procura, então, mobilizar o seu próprio potencial

afetivo para tornar-se um fator segurizante e incentivador da aprendizagem do

indivíduo, que, por vezes muito jovem, já experimenta intensos sentimentos de

fracassos e desânimo.

1.5- O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA DINÂMICA ESCOLAR

Devido a atividade da escola estar determinada pelo aspecto

internacional, o psicopedagogo pode e deve ser visto fazendo parte de uma

equipe interdisciplinar que é campo de discussão da problemática docente,

discente e administrativa.

Tendo bem conceitualizada como se processa a aprendizagem e

como evolui o pensamento, o psicopedagogo é o profissional indicado para

assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo

de ensino - aprendizagem.

Segundo Golbert (1985) o psicopedagogo pode atuar

preventivamente junto a professores e técnicos, de vários modos:

• explicitando sobre habilidades, conceitos e princípios

que são pré-requisitos para as aprendizagens, auxiliando a que as

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situações de ensino sejam organizadas de acordo com o

desenvolvimento.

• participando da equipe de currículo, auxiliando a

determinar prioridades em relação aos objetivos educacionais.

• atuando, como integrador que é, como elemento de

elo entre os profissionais da escola diretamente envolvidos com o

processo de ensino - aprendizagem.

Assim, fica claro que o psicopedagogo pode contribuir no

esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa

apenas deficiências do aluno, mas que são conseqüências de problemas

escolares, tais como a organização da instituição, dos métodos de ensino, da

relação professor-aluno, da linguagem do professor, entre outros. A função

básica do psicopedagogo é, então, de facilitar e desencadear a busca da

aprendizagem. Sua atuação caracteriza-se, também, pela explicitação dos

processos defasados da aprendizagem, não só do indivíduo, mas das classes

e da escola, em geral.

1.6- A PSICOPEDAGOGIA NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Para um melhor entendimento da Psicopedagogia na instituição

escolar acredito ser importante abordar sua origem.

A Psicopedagogia surgiu como uma necessidade de compreender

os problemas de aprendizagem, refletindo sobre as questões relacionadas ao

desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, implícitas nas situações de

aprendizagem.

Atualmente as construções psicopedagógicas extrapolam as

questões relacionadas apenas aos “problemas” e suas pesquisas e, se dirigem

para duas vertentes: a psicopedagogia curativa ou terapêutica e a

psicopedagogia preventiva. Apesar de já ter sido tratada anteriormente essa

questão das vertentes, acredito ser totalmente relevante retomar esse assunto.

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A Psicopedagogia curativa tem-se desenvolvido nos consultórios

onde o trabalho tem uma conotação clínica, geralmente individual. Porém, hoje,

estas práticas têm sido reformuladas para o trabalho em grupo, no contexto

institucional.

Na instituição escolar podem ser identificadas duas naturezas de

trabalho psicopedagógico: o primeiro relacionado a uma psicopedagogia

curativa voltada para grupos de alunos que apresentam dificuldades na escola.

O seu objetivo é reintegrar e readaptar o aluno à situação de sala de aula,

possibilitando o respeito às suas necessidades e ritmos. É importante ressaltar

que esse processo desenvolvido dentro da instituição escolar possibilita uma

leitura mais próxima da realidade escolar da criança, identificando com o outro

e desenvolvendo dinâmicas mais próximas da situação de sala de aula.

Em relação ao segundo tipo de trabalho, pode-se dizer que se

refere à assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores. Seu

objetivo é trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor -

aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e

cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do

conhecimento.

Assim, fica clara uma visão diferente de uma psicopedagogia

curativa que restringe seus trabalhos a uma atuação puramente clínica. A

Psicopedagogia terapêutica (curativa) pode desenvolver um trabalho muito

bom dentro de uma instituição escolar.

A Psicopedagogia a nível preventivo pode ter sua atuação em

diferentes formas de intervenção, tais quais:

“ Releitura e reelaboração no desenvolvimento das programações

curriculares, centrando a atenção na articulação dos aspectos afetivos-

cognitivos, conforme o desenvolvimento integrado da criança e adolescente.

Análise mais detalhada dos conceitos, desenvolvendo atividades

que ampliem as diferentes formas de trabalhar o conteúdo programático. Nesse

processo busca-se uma integração dos interesses, raciocínio e informações de

forma que o aluno atua operativamente nos diferentes níveis de escolaridade.

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Complementa-se a esta prática o treinamento e desenvolvimento de projetos

junto aos professores.

Criação de materiais, textos e livros para o uso do próprio aluno,

desenvolvendo o seu raciocínio, construindo criativamente o conhecimento,

integrando afeto e cognição no diálogo com as informações”. (FAGALI e

VALE, 1993, p.11)

Torna-se fundamental destacar a importância do primeiro item

descrito nesta citação, que está apontando a necessidade de se repensar e

reelaborar as programações curriculares que devem ter como foco central a

articulação dos aspectos cognitivos – afetivos, de acordo com o

desenvolvimento integrado da criança e adolescente.

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CAPÍTULO II

A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO COTIDIANO

ESCOLAR: UM PROCESSO EM CONTRUÇÃO

A Psicopedagogia não é um fim. È o início de um novo pensar

que busca a integração entre o ensino e aprendizagem. Ela propõe ao

educador uma leitura globalizada dos problemas de aprendizagem,

considerados em todos as dimensões que lhe são pertinentes: a orgânica, a

cognitiva, a pedagógica, a afetiva, a social, a familiar, a cultural entre outras.

Desta forma está sempre tentando resgatar um sujeito total, ou seja, não a

soma, mas sim, a articulação desses sujeitos ou fragmentos.

A Psicopedagogia deve ser utilizada pelo educador principalmente

no âmbito preventivo, partindo da sala de aula e enxergando o aluno,

fundamentalmente como um ser social, valorizando e resgatando sua

identidade cultural.

A Psicopedagogia busca a melhoria das relações com a

aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria

aprendizagem de alunos e educadores. Deve-se dar ao professor e ao aluno

um nível de autonomia na busca do conhecimento e ao mesmo tempo,

possibilitar uma postura crítica em relação à estrutura da escola e da sociedade

que ela representa.

Podemos dizer que atualmente a Psicopedagogia não se restringe

apenas aos “problemas “ e suas pesquisas, mas está voltada para dois

enfoques dentro da instituição escolar: Psicopedagogia terapêutica ou curativa

e Psicopedagogia preventiva.

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A Psicopedagogia terapêutica tem como objetivo reinterar o aluno

que apresenta dificuldades de aprendizagem ao processo de construção de

conhecimento. Procura identificar, analisar e elaborar uma metodologia de

diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem.

A Psicopedagogia preventiva, tem como meta refletir e

desenvolver projetos pedagógicos educacionais, enriquecendo os

procedimentos em sala de aula, as avaliações e planejamentos na educação

sistemática ou assistemática. Seu principal interesse é a pessoa a ser

educada, seus processos de desenvolvimento e as alterações de tais

processos. Procura focalizar as possibilidades de aprender e de ensinar sem te

restringir somente à escola, mas buscando a integração, também, da família e

da comunidade.

Como salienta BOSSA (1994:13) :

“ Há diferentes níveis de prevenção. No primeiro

nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o

objetivo de diminuir a freqüência dos problemas de aprendizagem.

Seu trabalho incide nas questões didático–metodológicas, bem

como a formação e orientação de professores, além de fazer

aconselhamento aos pais. No segundo nível, o objetivo é diminuir

e tratar dos problemas de aprendizagem já instalados. Para tanto,

cria-se um plano diagnóstico da realidade institucional e elabora-

se planos de intervenção baseados nesse diagnóstico, a partir do

qual procura-se avaliar os currículos com os professores, para

que não se repitam transtorno, estamos prevenindo o

aparecimento de outros”.

Como já vimos, o Psicopedagogo deve ter uma formação

multidisciplinar embasada nas diversas ciências. Do ponto de vista filosófico,

seu embasamento deve lhe permitir encontrar a idéia de homem e os valores

implícitos nas teorias educacionais. Sua formação sociológica deve lhe

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possibilitar a compreensão do seu tempo e do seu espaço sócio–cultural.

Sensível à realidade social, ele pode discriminar as influências positivas e/ou

negativas que as organizações sociais têm sobre o educando; pode também,

orientar sua ação numa perspectiva de renovação social, visando a que sejam

dadas ao indivíduo as oportunidades educacionais que este necessita para seu

desenvolvimento pessoal e sua autonomia.

Em relação ao educador, o Psicopedagogo tem como meta

sistematizar e instrumentalizar sua atuação profissional no sentido de propiciar

a melhoria das condições de aprendizagem, levando em consideração as

características do educando.

Acredito que na interação professor–aluno é necessário que

ambos construam uma mentalidade crítica e reflexiva. E numa perspectiva

psicopedagógica, o papel da escola torna-se fundamental para que esta defina

seu plano de trabalho e seu projeto pedagógico, a fim de formar alunos críticos

que não sirvam da reprodutores, nem de depósitos da cultura dominante.

Sendo assim, é fundamental reconhecer que o aluno sabe alguma

coisa e tem uma cultura anterior que deve ser resgatada pelo professor, para

que haja uma relação dialética entre ambos, ou seja, a visão global da

multiplicidade de aspectos que o ser humano apresenta não pode ser deixada

de lado ou ignorada.

Neste caso, o Psicopedagogo, procura dinamizar as atividades

escolares, buscando uma atuação junto ao processo de aprendizagem,

capacitando os professores para que estes compreendam com mais clareza

este processo e suas interfaces, possibilitando a intervenção e o discernimento

entre dificuldades nascidas e desenvolvidas na escola e aquelas que já vêm

com a criança desde o início de sua escolaridade e que a escola pode ampliar

ou auxiliar no seu desaparecimento.

Por este motivo o Psicopedagogo deve ter a visão global do ser

humano, buscando no saber, no conhecimento interdisciplinar, no contexto

individualizado e institucionalizado, o sentido de se trabalhar a diversidade.

Podemos caracterizar a Psicopedagogia com uma área de

confluência do psicológico (a subjetividade do ser humano) e do educacional

(atividade especificamente humana, social e cultural). Assim sendo, o

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Psicopedagogo ensina como aprender e, para isso, necessita aprender o

aprender e a aprendizagem. E como afirma BOSSA (1994, P.21) :

“Para o Psicopedagogo, aprender é um processo

que implica pôr em ação diferentes sistemas que intervêm em

todo o sujeito: a rede de relações e códigos culturais e de

linguagem que, desde antes do nascimento, têm lugar em cada

ser humano à medida que ele se incorpora à sociedade”.

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CAPÍTULO III

MAIS ALGUMAS REFLEXÕES: PARA NÃO CONCLUIR...

O grande objetivo que permeia todo este trabalho, é fazer

uma reflexão da importância da psicopedagogia no cotidiano escolar, tomando

como paradigma, a abordagem holística como visão de totalidade, onde se

privilegia a integração harmonia parte–todo-parte. O mundo precisa de uma

educação voltada para pessoas livres e autônomas.

Queiramos, ou não, estamos entrando na era da totalidade,

não só da mente, não só do corpo, não só do espírito, mas do ser total. O

homem “todo” em “tudo”, alargando seus limites, educa-se e se deixa educar,

como um ser de relação em permanente mudança.

Considerando o homem como um ser de relação em

permanente mudança, temos que pensar que o processo de educação é

“infindável”, não só a educação como conceito, mas como práxis. Infelizmente,

nossa visão educacional é ainda extremamente linear, onde a fragmentação ou

dicotomia entre sujeito – objeto é valorizada. Devemos ter em mente que o ato

de educar jamais poderá ser fragmentado, dissociado da totalidade existencial

do educando.

Toda educação deve possibilitar ao educando uma tomada

de consciência das suas possibilidades para que, dessa forma, possa escolher

e assumir a direção de sua própria existência. Propiciar condições para que o

homem atinja o que já é, valorizando a noção de espontaneidade, de criar

condições possíveis para sua plena valorização, também, faz parte dos

princípios básicos da Educação.

No caso do educando, educar-se não significa adaptar-se a

um ideal abstrato, ou a uma forma de caráter, mas sim explorar todas as suas

virtualidades, desenvolver sem cessar e entender seus interesses

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espontâneos, até o limite de suas capacidades. O educando tem inúmeras

possibilidades de vir a ser; cabe ao educador poder ajudá-lo a optar por aquela

que possa engrandecê-lo. Ser livre para optar, significa ser responsável pela

escolha, e só se possível escolher o que se conhece. Saber e liberdade estão

inseparavelmente unificados.

Longe de ser utopia, uma nova Educação o da pessoa

como um todo – significa estudar pessoas como o mundo precisa, não uma

educação para o conformismo, mas voltada para a liberdade e para a

autonomia, pois somente buscando em indivíduos verdadeiros, poderá existir

um “verdadeiro mundo”. Enfim, a Educação deve se basear no aprender a

aprender transformando e transformando-se.

E aqui, cabe-nos perguntar: Como educador, onde estou,

como estou e para onde quero ir? Para responder a essas questões temos que

refletir sobre nossa realidade e tudo o que representa para nós, porque toda

mudança implica em uma percepção daquilo que já não nos serve, daquilo que

já não nos mobiliza e, portando, do que já não nos permite descobrir novos

caminhos e possibilidades.

O primeiro passo para a mudança será sempre aprender a

aprender ou a desaprender todo e qualquer conhecimento que possa aprisionar

pelas certezas e imutabilidade das coisas. Assim, a solução não está,

certamente, na reprodução, na acomodação, mas sim, na busca constante de

desafios. O que falta, no âmbito da escola, é um trabalho conjunto e integrado,

com um objetivo maior a ser perseguido por todos: formar cidadãos, pessoas

conscientes do seu papel na sociedade e que seja úteis e integradas a ela. É

preciso construir na escola um projeto de educação nascido de quem esta

envolvido no processo educativo - professores, estudantes, servidores,

dirigentes, todos, enfim – assumido e aplicado igualmente por todos.

Um outro ponto fundamental é o compromisso que todo

profissional da Educação deve ter com relação ao seu próprio

desenvolvimento. Pode-se afirmar que o aprender vivenciado na práxis

(relação dialética sujeito/meio), na experiência contínua, renovada, re-significa

entre os pólos da relação professor/aluno, conduz à capacidade de avaliação

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do processo e, consequentemente, a uma ação mais bem instrumentada e

assumida com liberdade, criatividade, autoridade e atividade.

Assim, acredito que, depois de toda a discussão

provocada ao longo deste trabalho, tenha ficado clara a importância de se

abordar uma visão psicopedagógica no cotidiano de sala de aula. Acho

bastante relevante destacar que a Psicopedagogia tem seu estudo e pesquisa

centrados nos fenômenos que concretamente ocorrem na dinâmica da sala de

aula, sendo esta o pano de fundo que nos fornece os indicadores para a ação

psicopedagógica compromissada com o processo de integração do ser

cognoscente no seu desenvolvimento do saber.

Numa perspectiva psicopedagógica, o professor constrói-se

a cada dia, é um permanente aprendiz. Assim, aprendiz entre aprendizes, ele

não tem a pretensão de ensinar a ninguém, mas está presente onde quer que

se faça da realidade uma lição e do cotidiano uma cartilha. Folheando com

crianças ou jovens as páginas da vida, será capaz de ajudá-los a compreender,

expressar a realidade e expressar-se; descobrir e assumir a responsabilidade

de ser elemento de mudança na realidade. Portanto, acredito ser de extrema

relevância transcrever o seguinte pensamento:

“ Muito seguidamente damos flores já cortadas a

nossa gente jovem, quando deveríamos ensiná-las a cultivar as

próprias. Enchendo sua mente com os produtos da inovação, em

vez de ensinar-lhes a inovar. Consideramos sua mente como um

armazém que deve encher-se, quando deveríamos pensar que se

trata de instrumento para usar” (Gauder)

Para não concluir (uso essa expressão pois acredito que

falar em conclusão é o mesmo que determinar o fim de um estudo que, na

verdade, está apenas começando) gostaria de repassar para os meus

interlocutores a imensa felicidade, satisfação e orgulho que sinto ao perceber

este trabalho “anunciado”. Pude, a partir do mesmo, perceber o quanto aprendi

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e o quanto ainda tenho que trilhar no caminho do saber. Sendo este caminho

ilimitado, fica claro que perseverança, garra e muita competência (no sentido

de compromisso pessoal e profissional), tornam-se ingredientes básicos para a

concretização de um bom trabalho.

Assim, acho de grande importância pensarmos a escola, à

luz da Psicopedagogia, ou seja, analisar um processo que inclui questões

metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de

quem ensina e de quem aprende, abrangendo, a participação da família e da

sociedade.

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BIBLIOGRAFIAS CONSULTADA

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Perspectiva construtivista. Educação e realidade. 3ª edição, Porto Alegre

1992.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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FAGALI, Eloisa Quadros e VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia

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MACEDO, Lino. Crianças com problemas de aprendizagem: considerações a

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MERY, Janine. Pedagogia Curativa, Escolar e Psicanálise. Porto Alegre, Artes

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SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia – contextualização, formação e atualização

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SCOZ, B. Psicopedagogia e realidade escolar: problema escolar de

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WEISS, Maria Lucia Lemme. “ Reflexões sobre a psicopedagogia na escola” .

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ÍNDICE

AGRADECIMENTO III

DEDICATÓRIA IV

RESUMO V

METODOLOGIA VI

SUMÁRIO VII

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

REVISÃO DE LITERATURA

1.1 – Breve histórico da Psicopedagogia 10

1.2 - O que é Psicopedagogia e o seu objeto de estudo 13

1.3 – A formação do Psicopedagogo 20

1.4 – Quem é o Psicopedagogo? 21

1.5 – O papel do Psicopedagogo na Dinâmica Escolar 22

1.6 – A Psicopedagogia na Instituição Escolar 23

CAPÍTULO II

A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO COTIDIANO ESCOLAR: UM

PROCESSO EM CONSTRUÇÃO 26

CAPÍTULO III

MAIS ALGUMAS REFLEXÕES: PARA NÃO CONCLUIR... 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 35

ANEXOS 37

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagögicas

Pós-Graduação “Latu Sensu”

Título da Monografia:

____________________________________________________________________________

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Data da entrega:

____________________________________________________________________

Avaliado por:_____________________________________Grau______________

Rio de janeiro___de____________de 2001

______________________________

Coordenador do curso