universidade candido mendes instituto a vez do …na teoria de henri wallon. a educação...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
A aplicação da psicomotricidade relacional em alunos com
necessidades especiais no contexto escolar.
Por:
Mariana Moreira de Oliveira
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
A aplicação da psicomotricidade relacional em alunos com
necessidades especiais no contexto escolar.
OBJETIVOS:
Monografia apresentada ao
Curso de Psicomotricidade da
Universidade Candido Mendes-
Instituto a Vez do Mestre
Professor (a) / Mestre:
Fátima Alves.
“Para conhecer a criança, é indispensável observá-la nos
seus diferentes campos e nos diferentes exercícios de sua
atividade cotidiana [...] e na escola em particular.” (Wallon)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS o autor desta conquista por mais uma etapa concluída. E
também aos meus pais e irmãs Monica e Marcia que são responsáveis pela
minha vitória alcançada, pelo apoio que me deram e a todos os meus colegas e
corpo docente do curso de Psicomotricidade que contribuíram neste trabalho.
RESUMO
A psicomotricidade a princípio que era utilizada apenas para correção de suas
dificuldades, debilidades ou deficiências. No inicio do Século XIX, Wernick-
psiquiatra usou o primeiro termo psicomotricidade começou a pensar num
corpo motor, devido as “AFASIAS” movimentos que não havia controle. Em
1907, Dupré sobre um olhar na coordenação motora ampla / fina, lateralidade,
equilíbrio, esquema corporal e a imagem corporal começou a pensar psiquismo
no corpo motor. No ano 1925, começa a surgir importantes figuras como
Wallon, Piaget grandes influências determinantes para a psicomotricidade. Na
década de 60, começa surgir a importância do corpo da relação com outro
sujeito, o viver desse corpo em seu meio social. Nasce a psicomotricidade
relacional é um método criado pelo André e Anne Lapierre com fundamentos
na teoria de Henri Wallon. A educação psicomotora passa por um processo de
desenvolvimento integrado no pensamento, movimento e as emoções do
sujeito visando à importância de trabalhar o corpo e para sua melhor integração
com o seu meio social. A psicomotricidade relacional é fundamental para
trabalhar o corpo, mente e o emocional da criança com necessidades
educativas especiais e o fato do corpo em relação ao outro. A aceitação desse
corpo mediante a família, os colegas e na escola. Interagir e ter a sensibilidade
de relacionar com outro contribuindo em sua aprendizagem, e no seu convívio
social. A psicomotricidade nas escolas uma realidade e um grande desafio. Por
ventura, ser conhecido ou desconhecido por muitos a maneira de se aprimorar
no desenvolvimento humano no campo psicomotor.
METODOLOGIA
Neste trabalho será aplicado método de pesquisa descritiva e explicativa, de
acordo com o assunto a ser desenvolvido.
Os dados foram coletados através de pesquisas bibliográficas, constituídas de
livros especializados na psicomotricidade, artigos de revistas escrita e
eletrônica, abordando os assuntos voltados para a Educação inclusiva: a
aplicação da psicomotricidade relacional em alunos com necessidades
educativas especiais no contexto escolar. A pesquisa bibliográfica contribuiu
para uma melhor apreciação na área de conhecimento na psicomotricidade
relacional junto com a inclusão escolar.
A temática deste trabalho tem como finalidade de ampliar a visão dos
educadores, familiares e alunos, mostrando sua importância nas relações com
outro nas questões afetivas e emocionais no convívio das diferenças. Consentir
a criança expressar suas dificuldades relacionais e ajudá-la a superá-las: na
aprendizagem, comportamento e socialização.
Assim, o presente estudo será desenvolvido com base nas pesquisas
bibliográficas com objetivo em aprofundar teoricamente nos assuntos inerentes
ao tema de acordo com o exposto na parte introdutória deste trabalho, desde a
apresentação do próprio tema ao tipo de metodologia utilizada.
Sumário
INTRODUÇÃO ________________________________________________8
CAPITULO I
Psicomotricidade
____________________________________________________________12
CAPITULO II
A Educação Inclusiva e a Psicomotricidade Relacional
____________________________________________________________22
CAPITULO III
Como Aplicar a Psicomotricidade Relacional numa Escola Inclusiva?
____________________________________________________________33
CONCLUSÃO ________________________________________________ 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA __________________________________39
BIBLIOGRAFIA CITADA ________________________________________41
ÍNDICE _____________________________________________________43
ÍNDICE DE FIGURAS __________________________________________45
FOLHA DE AVALIAÇÃO ________________________________________46
8
INTRODUÇÃO
O tema em apreço desenvolvido neste trabalho, Educação Inclusiva: A
Aplicação da Psicomotricidade Relacional em Alunos com Necessidades
Educativas Especiais no Contexto Escolar, embora não seja um objeto de
estudo novo, mas pouco aplicado por muitos ou até mesmo desconhecidos
pelos educadores, famílias e no meio social, devido à falta de informação na
área de conhecimento na psicomotricidade relacional junto à inclusão escolar.
Numa educação inclusiva trata-se da aceitação do outro na sociedade: família,
escola e nas grandes cidades. Daí entra a psicomotricidade relacional onde
viabilizará nas questões afetivas e emocionais do individuo.
A psicomotricidade a princípio que era utilizada apenas para correção de
suas dificuldades, debilidades ou deficiências. No inicio do Século XX, Wernick
psiquiatra usou o primeiro termo psicomotricidade começou a pensar num
corpo motor, devido as “AFASIAS” movimentos que não havia controle. Em
1907, Dupré sobre um olhar na coordenação motora ampla / fina, lateralidade,
equilíbrio, esquema corporal e a imagem corporal começou a pensar psiquismo
no corpo motor. No ano 1925, começa a surgir importantes figuras como
Wallon, Piaget grandes influências determinantes para a psicomotricidade.
A questão central deste trabalho trata-se de um assunto atual e
desconhecidos, vem trazendo repercussões familiar, escolar e na sociedade.
De que maneira a escola, o educador e a sociedade poderão contribuir para o
desenvolvimento da criança com necessidades especiais em relação na
psicomotricidade relacional no meio social?
A temática desta pesquisa em realizar este trabalho tendo despertado o
interesse relevante aos assuntos descritivos e explicativos, neste estudo na
psicomotricidade relacional que fundamenta o corpo em movimento, a emoção,
ação e a aceitação desse corpo no convívio social. No ato de expressar- se,
comunicar –se por meio do seu corpo.
9
Assim, como tema proposto tem sido muito abordado, a seguir serão
apresentados os capítulos a serem desenvolvidos no decorrer do presente
trabalho, desde a sua origem e histórico até a prática da psicomotricidade
relacional para uma educação inclusiva.
O primeiro capítulo trata-se de um breve histórico sobre a psicomotricidade
suas definições e conceitos em questões a conhecer diversas áreas de
atuação no campo psicomotor.
A psicomotricidade é única, mas tem suas especialidades e maneiras de
trabalhar com o sujeito na atividade através do seu corpo em movimento e em
relação ao seu mundo interno e externo.
Wallon, Piaget e Ajuriaguerra tiveram a preocupação de aprofundar esses
estudos mais voltados para o campo do desenvolvimento. Piaget que se
preocupou com a relação evolutiva da inteligência, Ajuriaguerra que vem
consolidar as bases da evolução psicomotora e Wallon se preocupou com a
afetividade, as emoções a relação do sujeito com o outro.
Na década de 60, começa surgir à importância do corpo da relação com
outro sujeito, o viver desse corpo em seu meio social.
Nasce a psicomotricidade relacional é um método criado pelo André e Anne
Lapierre com fundamentos na teoria de Henri Wallon.
A psicomotricidade relacional é essencial para o desenvolvimento humano,
estabelecer uma comunicação com a pessoa. Com objetivo de expressar,
superá-las suas dificuldades em relação comportamental, na aprendizagem e
na socialização.
É através do nosso corpo mostramos as nossas sensações, desejos,
frustrações, necessidades, de criança até a vida adulta.
Como diz André Lapierre (1982),
“A qualidade da vida é a qualidade do ser, e não do ter”.
10
Essa prática visa contribuir para o desenvolvimento do sujeito em seu
processo de ensino – aprendizagem.
A psicomotricidade relacional, criada na década de 60 por André e Anne
Lapierre, nos coloca a importância do sujeito com, outro na educação e suas
influências na comunicação.
A psicomotricidade é mais que se expressar, e sim viver esse corpo.
O corpo que se expressa, relaciona, vive.
“Movimento é vida, e vida é relação – Lapierre”
A educação psicomotora numa abordagem inclusiva trata-se de refletirmos
sobre as contribuições que a psicomotricidade poderá oferecer numa instituição
de ensino em processo de inclusão na educação de crianças com
necessidades especiais.
A educação psicomotora passa por um processo de desenvolvimento
integrar o pensamento, movimento e as emoções do sujeito visando contribuir
para sua prática a importância de trabalhar o corpo e para sua melhor
apreciação com o meio social.
A importância do desenvolvimento humano através da relação com o meio.
E cada fase é fundamental e eficaz que abrange na sua aprendizagem, no
campo psicomotor em sua qualidade de vida. Facilitando e aprimorando na sua
evolução: sensoriais, motoras, cognitivas e afetivas.
No sentido de oferecer um lugar acolhedor, o viver esse corpo em relação
ao seu meio com o outro.
A educação inclusiva e a psicomotricidade relacional trata-se de uma
abordagem no processo inclusivo de crianças com necessidades especiais e
contribuições no campo psicomotor estabelecer uma comunicação com a
pessoa, expressar e relacionar-se com o outro.
11
A psicomotricidade relacional a importância de trabalhar com o corpo, as
emoções da criança com necessidades educativas especiais e o fato do corpo
em relação ao outro. A aceitação desse corpo mediante a família, os colegas,
na escola. Interagir e ter a sensibilidade de relacionar com outro contribuindo
em sua aprendizagem, e no seu convívio social.
A psicomotricidade nas escolas uma realidade e um grande desafio. Por
ventura, ser conhecido ou desconhecido por muitos a maneira de se aprimorar
no desenvolvimento humano no campo psicomotor.
A entrada em vigor da nova lei para educação especial tem como a
finalidade de promover a igualdade de oportunidades e a melhoria na qualidade
de ensino, valorizando uma escola inclusiva.
Educação para todos à sociedade impõe uma determinada lei “todos”, mas
aplicação de forma errada será? Ainda existe altos e baixos índice de
preconceitos sociais, aceitação do individuo mediante a família e na sociedade.
Mediante dentre tantos fatores em nossa sociedade, como educador, a família,
a escola, poderíamos nos posicionar perante a uma classe social. Aceitação do
sujeito para uma qualidade de vida em meio que vivemos.
Enfim, aplicar a psicomotricidade numa escola inclusiva é um fator
fundamental nos dias de hoje, como desenvolver uma aprendizagem
significativa no campo psicomotor na relação ao outro. A aplicação da
psicomotricidade é necessária na vida social. E ainda a ser discutido ou
desconhecido no meio escolar e pouco em si desenvolvido.
12
CAPITULO I
PSICOMOTRICIDADE
“Psicomotricidade, é utilizar o corpo é agir e emocionar-se sempre
com ele.” (Fátima Alves, 2003)
A psicomotricidade é a arte de comunicar, expressar com o corpo. É a
capacidade de expressar as emoções através do corpo. Valorizar a identidade
própria e a sua autoestima.
1.1- Definição
“É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através
do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interno e externo, bem como suas possibilidades de
perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o
corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas.” (S.B.P.1999)
A psicomotricidade é o movimento que através do corpo manifesta a relação do
eu, ou seja, ao perceber o seu corpo é capaz de demonstrar o que sente no
toque, gestos, emoções e no afeto.
Onde a história de vida do sujeito é feito como num mundo de faz- de - conta
podendo atuar, imaginar, fantasiar na sua experiência de vida e na relação do
outro e consigo mesma.
A expressão é a mensagem que o corpo recebe na sua relação com o mundo
interno e externo. André Lapierre declara que o corpo fala e precisa falar...
13
Para Ajuriaguerra, define a psicomotricidade como ciência da saúde e da
educação, pois independente das diversas escolas, psicológicas, terapêuticas,
etc. Essa prática visa contribuir na representação e expressão motora, através
do psiquismo e mental do sujeito. (AJURIAGUERRA apud ISPE-GAE, 2007).
É sustentada por três bases fundamentais: o movimento, o intelecto e o afeto.
O movimento: expressado pelo corpo.
O intelecto: a relação na qualidade da inteligência humana em seu
desenvolvimento e pensamento.
O afeto: trabalhar as sensações interna e externa do individuo, nas relações do
sujeito com os outros, com o meio e consigo mesmo.
(Retirado do informativo semanal da AVM- COMUNICANDIDO/ ANO12-N 18- 2 a 8 de agosto
de 2010.)
As expressões, inserida em atividades com liberdade, ou seja, espontâneas
para que as crianças sejam livres de criar, atuar, facilitando em sua
comunicação com o seu meio.
Indivíduo
Expressões Corpo
Movimento
14
A psicomotricidade é viver esse corpo, expressar, sentir, explorar, movimentar-
se e superar dificuldades como: no comportamento, na sua aprendizagem e no
meio social. Olhar o sujeito de maneira integral e não fragmentada.
O psicomotricista faz a diferença é necessário estar bem consigo mesmo para
poder atuar, cuidar do outro. É construir nas relações de afeto que compõem
uma vida: na maneira que ao relacionar com o outro perceber a
potencialidades da sua capacidade.
O campo de atuação do psicomotricista abrange duas correntes de aplicação:
na pedagógica e a terapêutica. Atuando em creches, centro de estimulação
precoce, escolas maternais, escolas especiais, clínicas geriátricas, hospitais,
empresas.
1.2 - Breve histórico sobre a psicomotricidade
O termo psicomotricidade surgiu através de um discurso médico, mas
precisamente, neurológico, Wernick, começou a pensar num corpo motor,
devido as “Afasias” movimentos que não havia controle.
Em 1907, Dupré sobre um olhar na coordenação motora ampla/ fina,
lateralidade, equilíbrio, esquema corporal e a imagem corporal começou a
pensar no psiquismo num corpo motor. No ano 1925, começa a surgir
importantes figuras como Wallon, Piaget grandes influências determinantes
para a psicomotricidade.
Henri Wallon, psicólogo infantil propõe o estudo da pessoa completa, em
relação a seu caráter cognitivo, afetivo e motor. Inclusive, o afeto é mais
importante para Wallon quanto à cognição ou no ato motor.
Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve exames psicomotores
para terapêuticos, diagnósticos e de prognósticos, para uma reeducação
psicomotora através de atividades sensoriais.
15
Nesta década surge Head que trouxe os trabalhos sobre esquema corporal, ou
seja, concepção fisiológica do corpo. E Paul Schilder psicólogo, sobre a
imagem corporal do corpo: autoestima. Em 1947, Ajuriaguerra, psiquiatra,
trouxe a identidade relacionando à aprendizagem ao afeto e as emoções.
Ajuriaguerra afasta definitivamente a psico - motricidade e juntam-se sem hífen
Psicomotricidade. Considerado o pai da psicomotricidade Ajuriaguerra teve a
preocupação de realizar novos fundamentos nas pesquisas, mais voltados para
o campo do desenvolvimento humano na relação da evolução psicomotora.
A psicomotricidade é uma atitude perante a vida. Equilíbrio / Coordenação
Viso-motora / Organização espacial e temporal / Estruturação do esquema
corporal / Lateralidade. Outros pesquisadores importantes da área: Jean Lê
Boulch, André Lapierre, Bernard Aucouturier, Aleksander Luria, P. Vayer, Jean
Bérges, Jean Claude Coste e Vitor Fonseca. Surge a diferença entre
reeducação e a terapia psicomotora em que o corpo de um sujeito, a história,
experiências de vida e a existência do saber trabalhar esse corpo.
16
1.3 - Áreas de atuação da psicomotricidade
Atualmente, na psicomotricidade, existem três campos de atuação:
reeducação, terapia e educação.
1.3.1- Reeducação psicomotora
Através da psicomotricidade pode-se reeducar e estimular os movimentos da
criança. Permitindo atingir novos meios de expressar e na relação interna e
externa do sujeito.
O atendimento é realizado individualmente ou em pequenos grupos de
crianças, adolescentes até a tenra idade que apresentam sintomas de
interferência nos distúrbios psicomotores que podem vir a ser apresentadas por
distúrbios mentais, psiquiátricos, neurológicos, relacionais e afetivos.
1.3.2 - Terapia psicomotora
É também feita com crianças, adolescentes ou adultos, individualmente ou
pequenos grupos que apresentam sintomas de ordem patológica.
A terapia psicomotora oferece e dar a oportunidade de realizar, atuar, criar
espaços para experiências de vida para sentir, emocionar-se expressar sua
realidade emocional. É a capacidade de resolver os conflitos e dificuldades nas
relações:
EU – OUTRO – OBJETO
1.3.3 - Educação psicomotora
A educação psicomotora é centralizada dentro do âmbito escolar;
principalmente na primeira infância oferecer um ambiente adequado e recursos
favoráveis para o seu desenvolvimento psicomotor e evitando distúrbios em
seu processo de ensino - aprendizagem.
17
É uma atividade que tem como a finalidade de prevenir e tratar através da
prática psicomotora no desenvolvimento: sensoriais, perceptivas, cognitivas e
afetivas.
De acordo com Vieira; Batista e Lapierre (2005, p. 27) afirmam que André
Lapierre, criador da Psicomotricidade Relacional acredita “que o corpo
essencialmente cognição, mas também o lugar de toda sensibilidade,
afetividade, emoção da relação consigo e com o outro.”
A finalidade da educação psicomotora é viver suas próprias experiências com o
mundo interno e externo. É o momento das descobertas.
1.4 - Funções psicomotoras
Ajuriaguerra, 1972 diz que:
“A evolução da criança é sinônimo de conscientização e
conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo, a
criança é o seu corpo, pois é através dele que ela elabora
todas as suas experiências vitais e organiza toda a sua
personalidade, integra e retêm a síntese das atitudes afetivas
vividas e experimentadas significativamente.”
1.4.1 – Características da imagem e do esquema corporal
ESQUEMA CORPORAL IMAGEM CORPORAL
Neurológico Psíquico /Afeto
Verbo TER Verbo SER
Entendimento das partes do corpo como
um todo.
Imagem corporal de si
Experiências corporais, brincadeiras e
movimentos vivenciados, qualidade dos
estímulos recebidos.
Questões familiares, sociais, conflitivas
quanto e como recebeu de afeto.
Senso-percepção Imaginário
Este quadro foi retirado no site www.coursepack.com.br
18
1.5 – Elementos psicomotores
Segundo Barreto (2000): “O desenvolvimento psicomotor é de
suma importância na prevenção de problemas da
aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da
direcional idade, da lateralidade e do ritmo”
1.5.1 - Imagem corporal e esquema corporal
Com o olhar da Françoise Dolto, 2008 define:
“A imagem do corpo como substrato simbólico inconsciente
de um sujeito desejante.”
A imagem do corpo é o inconsciente e o consciente que fazemos do nosso
próprio corpo, a partir que esse corpo começa a ser desejado e a desejar.
Exemplo: Através de um espelho começa a criança 6-8 meses de idade,
quando vê a sua imagem refletida diante de um espelho. A imagem é a peça
fundamental sem a imagem não há esquema corporal.
Imagem corporal
Fantasma – Desejo – Realidade – Necessidade
O esquema corporal permite que o sujeito se relacione entre espaços, objetos
e pessoas em seu meio.
Para Wallon, 1991:
“O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da
personalidade da criança é a representação relativamente global, cientifica e
diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.”
19
Exemplo: a criança sabe que a cabeça está em cima do pescoço e sabe ambos
fazem parte de um conjunto maior que é o corpo.
É a partir do esquema corporal já formado que o sujeito percebe a noção do
“ter” referente a seu próprio corpo.
É na relação entre o esquema corporal com a imagem corporal que todas as
funções psicomotoras começam aparecer.
1.5.2 - Tônus / Tonicidade:
“O estado tônico é uma forma de relação com o meio que
depende de cada situação e de cada individuo”. (Vitor da
Fonseca)
“É uma atividade, primitiva e permanente do músculo”. (Le
Boulch- 1982)
É a tensão dos músculos que estar ligado as funções do equilíbrio estático e
dinâmico, e ocasiona também à afetividade e mental do individuo.
1.5.3 - Equilíbrio:
“É a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de
sustentação do corpo, através de uma combinação adequada
ESQUEMA
CORPORAL
IMAGEM
CORPORAL
20
de ações musculares e sob as influências de forças externas”.
(Mello, 1989)
O equilíbrio pode ser estático ou dinâmico, ou seja, esteja ele parado ou em
movimento. Um exemplo de equilíbrio dinâmico é caminhar sobre uma corda e
de equilíbrio estático é continuar sentado corretamente.
1.5.4 - Lateralidade
“É a capacidade de se vivenciar as noções da direita e
esquerda sobre o mundo exterior, independente da sua
própria situação física. (Mello, 1989)
Para Gislene, 2010:
(...) A dominância lateral observa-se ao longo de todo o
exame psicomotor e não somente em provas especificas. (...)
1.5.5 - Organização espacial e temporal
É capacidade de ter noção do espaço e no tempo. Como: perto e longe, em
cima e embaixo, dentro e fora, antes e depois.
1.5.6 - Ritmo
“Tratando-se de movimento, o ritmo é a organização
específica, característica e temporal de um ato motor”.
(Meinel e Schabel, p.73. 1984)
É a noção de velocidade e domínio do ritmo. Para ter ritmo é necessário ter
organização espacial. Exemplo: pular corda.
21
1.5.7- Coordenação global ou motricidade ampla:
“É a ação simultânea de grupos musculares diferentes, com
vistas à execução de movimentos amplos e voluntários,
envolvendo principalmente o trabalho de membros inferiores,
superiores e do tronco”. ( Mello, 89, p. 38)
Por exemplo, para caminhar utilizamos a coordenação motora ampla, ou seja,
membros superiores e inferiores que alternam para uma execução de um
movimento.
1.5.8- Motricidade fina:
É a capacidade de realizar movimentos utilizando os pequenos músculos
como: nos exercícios manuais, ocular e através dos gestos entre outros
movimentos, relacionado ao ato motor.
1.6 - Psicomotricidade Funcional e Relacional.
A diferença entre a psicomotricidade funcional as atividades são impostas a
criança causando uma dependência, já a psicomotricidade relacional as
atividades são espontâneas, tornando a criança independente.
A psicomotricidade emprega uma diferencial que permite a criança construir e
reconstruir através de suas vivências que constitui a imagem do seu corpo.
22
CAPITULO II
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A PSICOMOTRICIDADE
RELACIONAL
André Lapierre se refere à Psicomotricidade Relacional,
acreditando que o corpo não é essencialmente cognição, mas
também o lugar de toda sensibilidade, afetividade, emoção da
relação consigo e com o outro. É visto como lugar de prazer,
de desejo, de frustração e de angústia. Lugar de lembranças
de todas as emoções positivas e negativas vividas pela
criança em relação com os outros, particularmente, com as
figuras parentais. (Vieira; Batista. Lapierre, 2005 p.27)
A educação inclusiva e a psicomotricidade relacional trata-se de uma
abordagem no processo inclusivo de crianças com necessidades especiais e
contribuições no campo psicomotor estabelecer uma comunicação com a
pessoa, expressar e relacionar-se com o outro.
A psicomotricidade relacional a importância trabalhar com o corpo em
movimento, nas emoções da criança com necessidades educativas especiais e
o fato do corpo em relação ao outro. A aceitação desse corpo mediante a
família, os colegas, na escola. Interagir e ter a sensibilidade de relacionar com
outro contribuindo em sua aprendizagem, e no seu convívio social.
A psicomotricidade relacional é uma metodologia criada na década de 60,
pelos educadores André e Anne Lapierre, baseado na teoria de Henry Wallon.
Coloca a importância do sujeito com o outro na educação e suas influencias na
comunicação.
23
Henry Wallon tinha uma visão da pessoa completa, por sua vez dava
importância ao afeto do que o cognitivo e o ato motor.
A psicomotricidade é mais que se expressar, e sim viver esse corpo. Através
desse corpo que demonstramos os nossos desejos, frustrações tudo que
sentimos o ato de comunicar-se mediante desse corpo.
A educação através do corpo é por meio dele que o individuo entra em contato
do conhecimento noção do próprio corpo.
O corpo e a aprendizagem caminham juntas nas suas ações, comportamento,
experiências, sentimentos e padrões culturais. Para tal, ao situamos a
educação inclusiva e a psicomotricidade relacional como forma de oferecer à
instituição escolar, no processo de inclusão uma perspectiva de traçamos
alguma contribuições sobre a atuação do educador diante de promover
atividades lúdicas e espontâneas. O despertar e estimular o desejo do
aprender.
2.1 - Educação Inclusiva
Para que as pessoas com deficiência realmente pudessem ter
participação plena e igualdade de oportunidades, seria
necessário que não pensasse tanto em adaptar as pessoas à
sociedade e sim adaptar a sociedade às pessoas.
(Jonsson,1994. P. 63)
Durante séculos, a sociedade via a criança com deficiência como doentes e
eram tratados com doutores especializados e não tinha uma visão de que a
criança precisava de educação, ou seja, frequentar uma escola para explorar
as suas potencialidades através das praticas educativas.
Essa perspectiva começou a mudar em 1990 quando as leis foram implantadas
como a LDB, Declaração Mundial de Educação para Todos e a Declaração de
Salamanca.
24
No artigo 58- LDB diz que, a modalidade de educação escolar tem a
obrigatoriedade de oferecer educação precisa para a criança com
necessidades especiais independente de suas limitações na instituição de
ensino regular ou privada. Assim adequar a seu currículo, metodologia e
capacitação para os educadores, inclusive, o aluno deverá ter um ensino por
excelência e não pelo abandono.
A inclusão, não significa propriamente dita incluir todos numa escola comum,
considerando suas necessidades especifica, mas dá suporte ao professor na
sua ação pedagógica.
A escola é o campo de socialização, onde o individuo interage com o meio que
está, demonstra o que sente. A escola é o cartão postal em nossa sociedade, a
família confia muito nesta causa e necessita de um retorno viável as suas
expectativas.
A arte de educar é trazer de volta aquilo que estava retido a muito tempo atrás.
Quando o mundo não o valorizava como um ser humano, incapaz de produzir,
realizar, atuar, agir, se expressar e evoluir enquanto sujeito.
A escola é muito importante para qualquer criança, independente de suas
limitações e tem o papel fundamental de oferecer o melhor e dar assistência
devida aos educandos.
Portanto, a escola inclusiva implica hoje uma coisa nova na educação, avaliar
os conceitos enquanto ao seu currículo, metodologia e na atitude dos
educadores, adotar uma postura consciente e coerente diante de seu papel.
“Um professor deve ser um mestre de voo.” Rubem Alves
(Retirado de encarte da Editora Saraiva. 2010)
O educador é o agente de mudança, faz a diferença na formação do sujeito. É
a essência de multiplicar, somar, saber fazer acontecer uma coisa nova na vida
do educando edificando no seu processo ensino - aprendizagem.
25
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas gaiolas prendem. Escolas asas fazem voar.”
Rubem Alves (Retirado de encarte da Editora Saraiva. 2010)
Que educação, desejamos, enquanto educadores, não uma educação
monótona, mas fazer à diferença libertar-se do velho paradigma imposto pela
sociedade.
Uma escola para todos é um lugar acolhedor, na diversidade que tem o seu
papel fundamental fazer o aluno progredir, dar perspectiva e qualidade de vida.
A criança precisa sentir amada, ser atuante em seu papel como cidadão estar
ciente dos seus direitos e deveres e ser capaz de viver o seu próprio caminho.
A escola hoje necessariamente deverá está preparado para mudanças e
adequá-las da melhor forma possível, de acordo com as suas necessidades.
Para Sassaki, 2003: acreditar num paradigma da inclusão como uma direção
fundamental para construir uma sociedade com igualdade e que possamos
beneficiar dos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais e civis para o
desenvolvimento do ser humano em seu aprendizado na qualidade de vida. É
imprescindível ter domínio as definições sobre a inclusão para que não
possamos nos limitar diante das mudanças, mas sermos atuantes na
construção de uma sociedade que seja realmente para todos sem acepção de
pessoas, independente de suas limitações ou necessidades, construir uma
escola sem muros na sociedade, afinal, somos todos especiais.
2.2 - A educação através do corpo
O corpo fala e o corpo precisa falar – André Lapierre
A arte de educar o corp
o individuo sente, ao e
vivido através do corpo
Retirado do s
São as três peças fun
Criar um ambiente, ond
confiança em si mesm
psicológico, dando inicio
Esses movimentos, Sh
outras pessoas, tendo
crianças em pequenos
de aula ou um local de
Platão, filósofo
força ou sofrim
cheia de alegr
orpo diante da essência o afeto, emoções
, ao expressar o sentir à mensagem para co
corpo em movimento.
o do site: magicandseducion.blogspot.com – Corpo e M
Alegria - Motivação - Aprendizagem
as fundamentais para uma boa aprendizage
e, onde a criança se sinta acolhida, bem cuida
mesma. Através do movimento Sherborne, t
o inicio ao seu processo de aprendizagem e cr
Sherborne contribui para sua prática em
tendo a consciência do seu próprio corpo.
enos grupos, numa sala adequada, provavelm
al de recreação na escola.
sofo grego, afirma que nós não aprendem
ofrimento, mas, sim, sob uma forma brinca
legria. (1990)
26
ções tudo aquilo que
corpo percebido e
po e Mente
dizagem significativa.
cuidada, segurança e
rne, traz o equilíbrio
m e criatividade.
ica em relação com
rpo. Realizados com
vavelmente uma sala
emos sob:
incalhona e
27
No ambiente escolar há situações adversas decorrentes a criança que tem
medo de expor seus conhecimentos, até mesmo sua imaginação ou
criatividade por está relacionado ao erro, ou seja, o ser humano muitas das
vezes se fecha para si mesmo, porventura de casos determinantes ocorridas
na sua infância ou em fase adulta.
Exemplo: A professora Ceci dirige a sua aula e durante a explicação realiza
perguntas, referente ao conteúdo dado. O Pedrinho sabe sobre o assunto, mas
não responde por medo de errar e seus colegas o debocharem dele. Podendo
até mesmo sentir-se excluído, como fosse um peixe fora d’água.
Desta forma a criança se fecha para si e o mundo. E para que haja
aprendizagem é necessário existir um meio seguro, alegre, estimular e
despertar o desejo em aprender.
Para Verônica Sherborne, 2001: criar um ambiente onde o
certo e o errado não existem e, ao invés disso, criarmos um
ambiente onde os pensamentos ou a imaginação possam fluir
livremente desenvolver pessoas criativas e fortes.
O nosso corpo é uma ferramenta importantíssima, onde desenvolvemos e nos
sentimos bem, tanto no físico quanto mentalmente.
É o alicerce para expressarmos, nos aspectos relacionais, emocionais,
psicologicamente, sócio- afetivo e intelectual.
André Lapierre, 2005 diz que: O corpo fala, é precisa falar.
Ou seja, o corpo fala, mas através do sujeito e precisa falar, expressar no seu
comportamento, na socialização e aprendizagem.
28
2.3 - Método Sherborne
Autoconhecimento
Consciência do corpo Consciência do espaço
Autoconfiança e uma auto - imagem positiva
Consciência do outro
Relações
(Com parceiros ou em grupos)
Com Partilhado Contra
Segurança e confiança em si mesmo e nos outros.
Em todas as atividades existem criatividade e uma consciência em
desenvolvimento com variados movimentos de qualidade.
Este quadro foi retirado do livro: Autoconfiança comunicação e alegria do movimento através
dos movimentos Sherborne – Relation Play, 2001.
O método de Sherborne idealizado na filosofia de Rudolf Laban tem como
objetivo de aprofundar em suas pesquisas através do movimento do indivíduo.
Tendo três finalidades distintas: o autoconhecimento, capacidade de se
relacionar e com o seu meio ambiente.
Trata-se de movimentos praticados que permite a criança atue em pequenos
grupos na relação com outro, perceber a necessidade dos movimentos levando
29
a criança a conhecer o seu próprio corpo, inclusive, este trabalho com os
movimentos é aplicado as crianças com necessidades especiais.
O objetivo dos movimentos: é viver, experimentar e conhecer melhor o seu
corpo de modo que explore e construa uma autoconfiança e a consciência do
corpo, inclusive, estabelecer segurança, respeito na relação com outro e
atribuindo-se aos movimentos livres.
Relações Movimentos que formam a confiança e as relações positivas
Três categorias Relação COM Relação PARTILHADA Relação CONTRA Um parceiro pega a mão do outro
Mesmo engajamento dos dois parceiros
Permite que os dois provem a sua força – sem agressão.
Aqui se exige sensibilidade do parceiro “responsável” de modo que o que foi cuidado se sinta confiante.
Aqui se exige compreensão e confiança no outro e um sentimento de cooperação.
Aqui se exige sentimento pela sensibilidade do parceiro – consciência de quando se pode desistir.
Em todas as atividades de movimento, quando nós cooperamos com uma outra pessoa, é muito importante que ninguém se sinta de alguma forma inseguro. Este quadro foi retirado do livro: Autoconfiança comunicação e alegria através dos movimentos
Sherborne – Relation Play, 2001.
2.4 - A superação no movimento em sua globalidade
O ser humano quando passa por desafios da vida, meramente ser rejeitado,
algum transtorno que afeta diretamente o seu emocional. Podendo ocorrer
sérios problemas na sua vida em particular, prejudicando a si mesmo.
E tudo aquilo que sentimos perpassa em nosso corpo no comando do cérebro,
ou seja, o corpo recebe uma mensagem através das expressões ocasionadas
pelo ato infracional das sensações.
O corpo sente, sofre, adoece se não for bem tratado. O corpo grita e necessita
de ser percebido e vivido.
30
Assim, acontece com uma criança com necessidades especiais ou não na sua
história de vida, no meio escolar e sociedade.
A criança vibra a espera de sua atitude, diante de uma situação que muitos
tentam não enxergar. A situação de ver a sua capacidade, o seu valor
enquanto ser humano mesmo que sejam menores.
Há poucos que abraçam esta causa de apoiar o individuo, por ser diferente. Na
verdade, todos nós somos diferentes, sem exceção de gênero, cor, sexo,
religião e necessidades, mediante a família que é a chave fundamental para
contribuir no seu desenvolvimento emocional, sócio- afetivo, em sua
aprendizagem e na formação de um cidadão para o exercício de seus direitos e
deveres. A educação em si, ainda precisa despertar do sono, respeitar esse
momento crucial na vida do ser humano, a igualdade libertar- se do velho e
estar aberto para as mudanças.
Hoje em dia a inclusão do individuo em determinados fatores sociais como na
educação está virando depósitos, sendo alvos de uma brincadeira,
infelizmente, usados como marionetes. É trabalhado conforme a dança, que
dança dos acomodados ou conformismo. Afinal, dar muito trabalho, para fazer
adaptações precisas, recursos para a formação do educador diante da sua
prática pedagógica.
Infelizmente, o abandono da família, críticas da sociedade, desafio nas escolas
causa um transtorno de estranhamento agudo. E a sua cura é ter o hábito de
estar informado sempre, procurar ajuda e não se esconder nos problemas e
desafios da vida. O preconceito é a pura falta de informação.
A psicomotricidade vem trazer um novo paradigma como ciência de estudar o
homem através do seu corpo em movimento na relação interna e externa do
sujeito. Tem a função de prevenir e tratar o indivíduo em sua totalidade.
A psicomotricidade tem como finalidade de não apenas estudar o homem
através do seu corpo, mas educar e reeducar numa prática psicomotora. Como
31
também superar seus medos, limitações que impedem o sucesso do individuo,
causado pela sua experiência de vida e procura explorar todos os sentidos
através do olhar, toque e nas suas emoções.
A superação é estar à frente daquilo que limita a sua visão como pessoa de
viver a vida.
André Lapierre (1982) diz que:
Movimento é vida, vida é relação.
O corpo em movimento abre novos caminhos e vários olhares em que o sujeito
através dos gestos, atitudes corporais, posturas constrói na relação, sócio-
afetivo, diante da imagem e do esquema corporal, inclusive em seu
comportamento.
Enfim, a psicomotricidade relacional é mais que viver esse corpo, e sim
experimentar a essência que a vida tem a nos oferecer a qualidade do ser, e
não do ter. Vencendo nossas dificuldades e tornamos livres para viver a vida.
Segundo Jean Le Boulch, 1986:
A psicomotricidade defende uma educação que deva ocorrer a partir dos
movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais, favorecendo a
gênese da imagem do corpo, núcleo central da personalidade. [...]
2.5 - A psicomotricidade relacional na formação da criança
“O que queremos estabelecer é uma comunicação com a pessoa. Para o
psicomotricista, uma criança de um ano, dois anos, já é uma pessoa que tem
que ser respeitada.” André Lapierre
32
O educador francês, André Lapierre considerado o pai da psicomotricidade
relacional, salienta a importância do desenvolvimento do ser humano nos
aspectos relacionais, cognitivo e nas emoções.
A psicomotricidade relacional vem ao encontro de superar e prevenir
dificuldades de expressão motora, verbal e na grafia. Assim, permitir o estímulo
de sua criatividade e o despertar o desejo de aprender.
Construir uma relação afetiva e harmoniosa em que a criança se sinta amada,
e capaz de expressar livremente.
33
CAPITULO III
COMO APLICAR A PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
NAS ESCOLAS?
Mader in Mantoan (1997, p.45) diz que a pessoa com
necessidades especiais convive socialmente com sua família,
porém este convívio não se estende na escola, no clube, na
igreja e nas outras áreas da sociedade porque é colocada
como um SER DIFERENTE.
A psicomotricidade nas escolas uma realidade e um grande desafio. Por
ventura, ser conhecido ou desconhecido por muitos a maneira de se aprimorar
no desenvolvimento humano no campo psicomotor.
A entrada em vigor da nova lei para educação especial tem como a finalidade
de promover a igualdade de oportunidades e a melhoria na qualidade de
ensino, valorizando uma escola inclusiva.
Mediante dentre tantos fatores em nossa sociedade, como educador, a família,
a escola, poderíamos nos posicionar perante a uma classe social. Aceitação do
sujeito para uma qualidade de vida em meio que vivemos.
Portanto, aplicar a psicomotricidade numa escola inclusiva é um fator
fundamental nos dias de hoje, como meio de desenvolver uma aprendizagem
significativa no campo psicomotor na relação ao outro. A aplicação da
psicomotricidade é necessária na vida social. E ainda a ser discutido ou
desconhecido no meio escolar e pouco em si desenvolvido.
34
3.1 - O papel do psicomotricista em seu campo de atuação.
É o profissional que se aplica na área da saúde e educação que realiza através
de seus estudos pesquisas equivalente a área de atuação na psicomotricidade
e avalia sobre a sua prática psicomotora de prevenir e tratar no
desenvolvimento psicomotor do ser humano.
O psicomotricista atende crianças, adolescentes até a tenra idade. Bebês com
quadro graves, transtornos e distúrbios psicomotores, comportamento,
aprendizagem e na socialização.
O psicomotricista é habilitado a atuar em escolas, empresas, clinicas,
consultores e pesquisas.
O “SER PSICOMOTRICISTA”, se constrói nas relações no vinculo afetivo que
compõem viver a vida: a maneira que afetamos o outro e como nos permitimos
ser afetado pelo individuo.
3.2 - O jogo espontâneo como ferramenta para o educador na
sua ação pedagógica.
Fonseca (1996) afirma que: O jogo é um fator de libertação e
de formação, que não pode faltar à criança em
desenvolvimento [...]
É no espaço escolar que a criança interage, relaciona e na brincadeira que
permite uma comunicação através dos gestos e atitudes corporais. É no brincar
que a criança se expressa, experimenta e tem a oportunidade de fazer novas
descobertas, a partir na sua experiência de vida.
O brincar é um ato social, onde a criança possa conhecer outras crianças e
construir uma relação afetiva a seguir sucessivamente nas suas emoções.
35
Enfim, o brincar a criança pela qual busca segurança e a consciência do seu
próprio corpo. E o professor assume o papel fundamental nesse processo, por
meio do brincar para construir a aprendizagem.
O educador que faz a diferença, e elaborar meios de contribuir à sua prática
pedagógica. Fazer com que a criança crie livremente, imagine e sinta bem no
ambiente escolar.
E que o professor tenha sempre em mente, atividades lúdicas para o
desenvolvimento psicomotor e nos aspectos relacionais, cognitivos e afetivo do
sujeito.
3.3 - Um ser especial – Convívio com as diferenças.
Obrigado por ser diferente,
Ser diferente é normal
Mas, por ser tão especial.
Especial para Deus.
E precioso que sou,
Sou diferente, mas sábio.
Saber que alguém
Que luta por mim,
Pelos meus direitos.
Saber que tem alguém,
Que me respeita.
Saber que tenho um ombro amigo.
Saber que tenho alguém para me ouvir.
Saber que tem alguém que
Está de braços abertos,
Para, me receber.
36
Saber que tem alguém,
Disposto a estender a mão
Para me ajudar a trilhar
Os meus sonhos e desejos.
Sou especial, mas não significa,
Que não tenho sonhos,
Afinal, Deus me fez ser
Um grande sonhador.
Saber que tem alguém disposto a
Abrir mão só para me fazer feliz,
Mesmo por um instante.
Saber que um sonho
não acaba aqui, mas começa.
Eu preciso de colo, amor, carinho, proteção...
Eu preciso que me aceitem como eu sou.
Eu sou capaz de fazer,
O que os outros não fazem.
Eu não preciso do mundo,
Mas eu preciso conhecer
O que o mundo tem a me oferecer.
Somos todos diferentes.
Somos todos especiais.
Mas algo, temos em comum:
a imagem e a semelhança de DEUS.
Só preciso que me aceite,
Quero simplesmente ser seu amigo.
Mariana Moreira de Oliveira.
37
CONCLUSÃO
A psicomotricidade relacional nas escolas numa abordagem inclusiva, os
alunos com necessidades especiais no contexto escolar, visa contribuir para
essa prática trabalhar em seu desenvolvimento psicomotor e psicológico do
indivíduo.
A psicomotricidade vem como prevenir e tratar o sujeito nas suas dificuldades:
psicomotores, relacionais e na aprendizagem ajudando-o a superar em suas
limitações. Tendo a possibilidade de ter a consciência do próprio corpo e a
perceber os sentimentos e pensamentos que há dentro de si.
Através do corpo, busca trabalhar o corpo por inteiro e movimentos, onde
permite a criança viver esse corpo, expressar, emocionar – se e o ato de
comunicar consigo mesmo, favorecendo a socialização e a relação com os
outros.
Guerra (2006, p.12) aponta os objetivos do trabalho da Psicomotricidade
Relacional nas escolas:
Promover a ação espontânea da criança através do jogo
simbólico; estimular a criação de vínculos afetivos entre as
crianças; enriquecer as experiências psicomotoras; prevenir
dificuldades de expressão motora, verbal e gráfica;
desenvolver a espontaneidade e a criatividade; colaborar no
processo de construção dos limites; despertar a criança para
o desejo de aprender contribuindo para o desenvolvimento
dos processos de aprendizagem; promover a afirmação do
eu; propiciar à criança o prazer no brincar espontaneamente;
[...]
38
A estrutura de educação psicomotora é a base fundamental para o processo
intelectivo e da aprendizagem.
A escola ainda mantém um caráter mecanicista instalando na educação infantil
ao ensino fundamental, ignorando um fator essencial para o desenvolvimento
do ser humano: A PSICOMOTRICIDADE, gerando assim rótulos com distúrbios
da aprendizagem.
Na realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser evitadas na própria
escola, se houvessem um olhar atento ao seu desenvolvimento psicomotor.
Enfim, estimular atividades corporais, possibilitando a exploração do mundo
físico e o conhecimento do espaço, inclusive, oferecer um caminho para trocas
afetivas e a comunicação e expressão de ideias.
A psicomotricidade relacional a importância trabalhar com o corpo em
movimento, nas emoções da criança com necessidades educativas especiais e
o fato do corpo em relação ao outro. A aceitação desse corpo mediante a
família, os colegas, na escola. Interagir e ter a sensibilidade de relacionar com
outro contribuindo em sua aprendizagem, e no seu convívio social.
A escola que trabalha com especial atenção para o desenvolvimento
psicomotor da criança tende a contribuir no bom aprendizado.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
v http:/cacauarte.blogspot.com/.../o-que-e-psicomotricidade.html.
Psicomotricidade Relacional: um enfoque educativo e profilático.
Site consultado no dia 28/11/2010.
v DOLTO, Francoise. A imagem inconsciente do corpo. Editora
Perspectiva S.A. São Paulo, 2008.
v ESCOLA, Nova. A revista de quem educa: Inclusão- Como ensinar os
conteúdos do currículo para alunos com deficiência. Edição
Especial - Número: 24.
v ESCOLA, Nova. A revista de quem educa: Inclusão – Todos aprendem
quando as crianças com deficiência vão à escola junto com as
outras. Edição Especial – Número: 11.
v JUHLIN, Vera O. Autoconfiança comunicação e alegria ao
movimento: através dos movimentos Sherborne – “ Relation Play”.
Ciaklinta, 2001.
v LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora: Psicomotora na idade
escolar. Segunda edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
v LA TAILLE, Yves de, 1951. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias
psicogenéticas em discussão / Yves de La Taille, Marta Kohl de
Oliveira, Heloysa Dantas. – São Paulo: Summus, 1992.
v MIRANDA, Vera Regina (Org.). Educação & Aprendizagem:
Contribuições da psicologia / Vera Regina Miranda, Cristiane Zevir,
Tisa Paloma Longo, Graziele Cristina Boeira da Fonseca (Orgs.). /
Primeira edição (2008). Curitiba: Juruá, 2009.
40
v OLIVEIRA, Gislene de Campos. Avaliação psicomotora à luz da
psicologia e da psicopedagogia. Oitava Edição. Revista – Petrópolis,
RJ: Vozes, 2010.
v http: / www.psicomotricidade.com.br. Associação Brasileira da
Psicomotricidade - SBP. Site consultado no dia 28/11/2010.
v http://www.puc.pr.br/eventos/educere/educere.2009/anais/pdf/3241_144
3.pdf. Contribuições do campo psicomotor para os processos de
inclusão na educação. Site consultado no dia 28/11/2010.
v SASSAKI, Romeo Kazumi. Inclusão construindo uma sociedade para
todos. WVA- Rio de Janeiro, 2003.
41
BIBLIOGRAFIA CITADA
v ALVES, Rubem – Encarte de divulgação dos livros didáticos da Editora
Saraiva. Ano 2010.
v ALVES, Ricardo C.S. Psicomotricidade I. http://
www.psicomotricidade.com/psicomotricidade.pdf - RJ- 2007.
v http:/www.cacauarte.blogspot.com/.../o_que_e_psicomotricidade.html.
Psicomotricidade Relacional: um enfoque educativo e profilático.
Frases de André Lapierre.
v http:/www.cepagia.com.br/.../a_psicomotricidade. A psicomotricidade.
v DOLTO, Françoise. A imagem inconsciente do corpo. Editora
Perspectiva. S.A. São Paulo, 2008.
v GUERRA, Ana Elizabeth Luz. A relevância da supervisão e dos estágios do curso de Pós- Graduação Lato Sensu; formação
especializada em psicomotricidade relacional, na formação pessoal
e profissional do psicomotricista relacional. Trabalho do Conclusão
de Curso (Especialização em Psicomotricidade Relacional) – Centro
Internacional de Análise Relacional em convênio com a Faculdade de
Artes do Paraná. Curitiba: 2006.
v KLOH, Fabiana Ferreira Pimentel. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira. Rio de Janeiro – Degrau Cultural, 2009.
v LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora: Psicomotora na idade
escolar. Segunda edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
v OLIVEIRA, Gislene de Campos. Avaliação psicomotora à luz da
psicologia e da psicopedagogia. Oitava edição. Revista – Petrópolis,
RJ: Vozes, 2010.
42
v http: / www.psicomotricidade.com.br. Associação Brasileira da
Psicomotricidade - SBP. Site consultado no dia 28/11/2010.
v SASSAKI, Romeo Kazumi. Inclusão construindo uma sociedade para
todos. WVA- Rio de Janeiro, 2003.
v VIEIRA, J.L.: BATISTA, M. I.: LAPIERRE, A. Psicomotricidade
Relacional: a teoria de uma prática. 2. Ed. Curitiba: Filosofart / CIAR,
2004.
43
ÍNDICE
INTRODUÇÃO_________________________________________________8
CAPITULO I __________________________________________________12
PSICOMOTRICIDADE___________________________________________12
1.1- Definição _________________________________________________12
1.2 - Breve histórico da psicomotricidade____________________________14
1.3 - Áreas de atuação da psicomotricidade__________________________16
1.3.1- Reeducação psicomotora___________________________________16
1.3.2 – Terapia psicomotora______________________________________16
1.3.3 - Educação psicomotora_____________________________________16
1.4 - Funções da psicomotricidade_________________________________17
1.4.1 - Características da imagem e do esquema corporal______________17
1.5 - Elementos psicomotores_____________________________________18
1.5.1 - Imagem Corporal e o Esquema Corporal ______________________18
1.5.2 - Tônus / Tonicidade _______________________________________19
1.5.3 – Equilíbrio______________________________________________ 19
1.5.4 – Lateralidade____________________________________________ 20
1.5.5 - Organização espacial e temporal ____________________________20
1.5.6 – Ritmo__________________________________________________20
1.5.7 - Coordenação global ou motricidade ampla_____________________21
1.5.8 - Motricidade fina__________________________________________21
1.6 - Psicomotricidade Funcional e Relacional________________________21
44
CAPITULO II__________________________________________________ 22
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL________22
2.1 - Educação Inclusiva__________________________________________23
2.2 - A educação através do corpo__________________________________25
2.3 - Método Sherborne __________________________________________28
2.4 - A superação no movimento em sua globalidade___________________29
2.5 - A psicomotricidade relacional na formação da criança______________31
CAPITULO III __________________________________________________33
COMO APLICAR A PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
NUMA ESCOLA INCLUSIVA? _____________________________________33
3.1 - O papel do psicomotricista em seu campo de atuação______________34
3.2 - A importância do jogo espontâneo como ferramenta para
o educador na sua ação pedagógica____________________________34
3.3 - Um ser especial - Convívio com as diferenças____________________35
CONCLUSÃO__________________________________________________37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA____________________________________39
BIBLIOGRAFIA CITADA _________________________________________41
INDICE_______________________________________________________43
INDICE DE FIGURAS ___________________________________________45
FOLHA DE AVALIAÇÃO _________________________________________46
45
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 01: Psicomotricidade Total. (Retirado do informativo semanal da
AVM- COMUNICANDIDO/ ANO12-N 18- 2 a 8 de agosto de 2010.)
FIGURA 02: Psicomotricidade. Retirado do site:
educacaodialogica.blogspot.com
FIGURA 03: Imagem e Esquema Corporal. Este quadro foi retirado no site
www.coursepack.com.br
FIGURA 04: Corpo e Mente. Retirado do site:
magicandseducion.blogspot.com.
Figura 05: Este quadro foi retirado do livro: Autoconfiança comunicação e
alegria do movimento através dos movimentos Sherborne – Relation Play,
2001.
Figura 06: Este quadro foi retirado do livro: Autoconfiança comunicação e
alegria do movimento através dos movimentos Sherborne – Relation Play,
2001.
46
Mariana Moreira de Oliveira
Educação Inclusiva:
A aplicação da psicomotricidade relacional em alunos com
necessidades especiais no contexto escolar.
_____________________________________________________________________
TERMO DE APROVAÇÃO DA MONOGRAFIA
Rio de Janeiro, ____ de ______________2011.
A monografia apresentada ao... e submetida à avaliação composta dos
seguintes membros.
Professora Orientadora
Conceito: __________________________________________
47
48