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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO GESTÃO DE PESSOAS - A GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS HELOISA MARIA LISBOA WYLLIE STILBEN ORIENTADOR MESTRE MÁRIO LUIZ RIO DE JANEIRO 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO

GESTÃO DE PESSOAS - A GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

BRASILEIRAS

HELOISA MARIA LISBOA WYLLIE STILBEN

ORIENTADOR MESTRE MÁRIO LUIZ

RIO DE JANEIRO

2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO

GESTÃO DE PESSOAS - A GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

BRASILEIRAS

HELOISA MARIA LISBOA WYLLIE STILBEN

Monografia apresentada ao Instituto

A Vez do Mestre como requisito

parcial para obtenção do título de

especialidade em Gestão

estratégica e Qualidade.

Orientador:Prof. Ms. Mário Luiz

RIO DE JANEIRO

2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar capacidade e condições

em fazer esse curso, ao meu esposo Arthur e a minha

Família pelo total apoio e por acreditarem em mim.

RESUMO

A finalidade desse trabalho é de mostrar que para o crescimento da organização

é preciso dedicação, empenho e treinamento das pessoas de maneira correta,

identificar as principais diferenças entre competências individuais e

organizacionais, além de mostrar como elas se comunicam,buscando relacionar

os fatores que facilitam o alinhamento da gestão de pessoas às estratégias

organizacionais.

A Gestão de pessoas nas organizações, deve ser planejado e estudado os

potenciais das organizações através de uma Gestão por Competências e do

Conhecimento, que é hoje o grande diferencial competitivo das organizações.

Ter a Preocupação com seus funcionários é dar a sua empresa uma posição de

destaque e garantir o sucesso e o desenvolvimento de toda sua equipe.

A Gestão é uma forma de organizar, treinar e ensinar técnicas com o objetivo de

administrar e alavancar o capital humano. Conseguir “tirar”de cada um o melhor

resultado e conhecimento.

Persebe-se que a questão da introdução das novas gerações está mais

relacionada com a gestão de carreiras administrada por práticas ligadas a esse

campo dentro de gestão de pessoas nas organizações estudadas do que com

ações voltadas para responsabilidade social e qualidade de vida no trabalho.

Projetos futuros podem se beneficiar de uma abordagem qualitativa e

aproveitosa para aprofundar o conhecimento das práticas especificas para a

gestão das diferenças geracionais.

METODOLOGIA:

O estudo foi feito em cima de pesquisas bibliográficas baseado em dificuldades

e soluções para aplicação na gestão de pessoas nas empresas brasileiras.

Com embasamento em alguns livros de autores como:

Fleury, a. & Fleury, m. t. l. Estratégias empresariais e formação de competências

um quebra-cabeças caleidoscópico da indústria brasileira.

Druker, Peter. Sociedade pós-capitalista e Chiavenato, Idalberto,introdução à

teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração

das organizações.

Diante desses estudos,segundo os autores, as novas tendências da gestão de

pessoas, identificando as principais diferenças entre competências individuais e

organizacionais, além de mostrar como elas se inter-relacionam.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I - GESTÃO DE PESSOA 9

1.1- A era da industrialização clássica 17

CAPÍTULO II - 19

DIFERENÇAS ENTRE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS E

ORGANIZACIONAIS

CAPÍTULO III - 29

ALINHAMENTO DA GESTÃO DE PESSOAS ÀS ESTRATÉGIAS

ORGANIZACIONAIS

CONCLUSÃO - 38

BIBLIOGRAFIA - 40

6

INTRODUÇÃO:

O tema desta monografia é em gestão de pessoas, onde será apresentada a

questão da gestão de pessoas nas organizações onde não estão sendo

aplicadas da maneira correta. Esse tema será de grande importância pois ainda

existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis

pela gestão de sua equipe, os funcionários são tratados como mais um na

empresa.

O objetivo desse estudo é mostrar que para o crescimento da organização é

preciso aplicar, investir e treinar pessoas de maneira correta, identificar as

principais diferenças entre competências individuais e organizacionais, além de

mostrar como elas se inter-relacionam,buscar relacionar os fatores que

propiciam o alinhamento da gestão de pessoas às estratégias

organizacionais,mostrar como isso é primordial para os resultados na empresa

e satisfatório ao crescimento de cada profissional.

Em seguida, discute-se a diferença entre competência individual e

organizacional. Posteriormente, as tendências para a Gestão de Pessoas na

Sociedade do Conhecimento são apresentadas. E, finalmente, busca-se

relacionar os fatores que propiciam o alinhamento da Gestão de Pessoas às

estratégias organizacionais, realizando uma reflexão sobre as contradições do

mercado de trabalho e suas exigências, e o processo de formação de

competências, tanto nas escolas como nas empresas.

A gestão de desempenho busca associar o desempenho das áreas funcionais,

a finalidade e as metas organizacionais, enfatizando a importância da

contribuição de cada nível organizacional. Na abordagem de gestão de

competência, a competência individual surge com o ‘’intuito’’ de substituir o

tradicional conceito de qualificação para o posto de trabalho. Sendo assim, a

gestão de competência é um referencial quetem como alvo integrar o conceito

de competência individual ao conceito de competência organizacional.

7

Em meio às críticas das novas abordagens, autores dão a entender que não há

diferenças significativas entre a gestão do desempenho e a gestão de

competência; questionam ainda a relação direta e simples entre os conceitos de

competência individual e organizacional.

Adiante, notaremos alguns conceitos com mais proeminência.Existe uma

preocupação com as entregas de cargos, não envolvendo exclusivamente as

atividades básicas, mas, sobretudo uma expectativa proativa dos indivíduos ao

desenvolvimento organizacional. No entanto, gestão de pessoas por

competências trata-se de uma opção a análise e a gestão de atuação, dos

relacionamentos e da ajuda dos funcionários, à organização segundo as normas

de desempenho, com base no conceito de competência.

A gestão das competências e a gestão por competências são sugestões

interdependentes, que podem ser analisadas por um conjunto de princípios

apropriados para proferirem a gestão de pessoas à gestão estratégica das

organizações. O princípio unificador da gestão de competências é a articulação

fundamental entre competências organizacionais e competências individuais.

Pode-se dizer que a gestão de pessoas por competências tem como desígnio

incorporar as competências dos indivíduos aos discernimentos de avaliação e

regulação para fins de gestão de pessoas.

Atualmente, a competitividade e a busca de novos mercados fazem com que as

empresas repensem e atualizem seus modelos de gestão organizacional. A

Gestão de Pessoas visa identificar e desenvolver as competências necessárias

a nível individual, coletivo e organizacional para o alcance dos objetivos

estratégicos da organização, tornando-a sustentável e competitividade em seu

ramo de atuação.

Uma ferramenta importante é a Gestão Estratégicas de Pessoas, que visa

alinhar possibilidade das ações de Recursos Humanos com os objetivos da

organização.

A Gestão de Pessoas passou a ser mais valorizada, já que o capital intelectual

passou a ser reconhecido como grande diferencial das empresas.

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O perfil de comportamento exigido pelas estratégias de melhoria da qualidade

envolve: comportamentos relativamente repetitivos e previsíveis, um foco mais

para o longo prazo ou intermediário, uma dose modesta de comportamento

interdependente e cooperativo, alta preocupação com a qualidade, preocupação

moderada com a quantidade de resultados, alta preocupação com o processo,

baixa aceitação de risco e comprometimento com as metas da organização.

Desse modo, é provável a adoção das seguintes práticas de gestão de pessoas:

descrições de cargo relativamente fixas e explícitas; altos níveis de participação

dos funcionários em decisões relevantes sobre condições de trabalho e sobre o

próprio emprego; um mix de critérios grupais e individuais para avaliação de

desempenho, que é prioritariamente voltado para o curto prazo e orientada para

resultados; tratamento relativamente igualitário de funcionários e algumas

garantias de segurança do emprego; e treinamento de desenvolvimento de

funcionários contínuo e extensivo.

Um dos dilemas administrativos se encontra em saber a forma mais eficaz de

lidar e gerir com as competências organizacionais e o conhecimento de todos

aqueles que compõem a organização.

9

CAPÍTULO I

GESTÃO DE PESSOAS

Uma sequencia de escritores, dentre eles Stewart (1998), acredita na

importância da informação e do conhecimento como instrumentos estratégicos.

O conhecimento tornou-se o principal ingrediente do que é produzido, comprado

e vendido. Como resultado, a sua gestão tornou-se a tarefa econômica mais

importante dos indivíduos, das empresas e dos países.

Os avanços tecnológicos nos setores de comunicação e informação estão

eliminando as fronteiras entre organizações e entre países e causando fortes

impactos na vida dos indivíduos, nos seus ambientes profissionais, familiares e

sociais. Diante de tantas transformações, a política, as leis e a educação

precisam ser reformuladas de forma à se adequar as mudanças, dando especial

atenção às novas necessidades da sociedade.

As mudanças ainda representam, segundo Cianconi (1999), um desafio a todas

as categorias de profissionais que trabalham em qualquer uma das fases do ciclo

da informação, seja na fase de geração, de seleção, de coleta, de organização,

de representação, de processamento e / ou uso, ou ainda na gestão deste

processo. Diante desses fatos, passemos a refletir sobre quem é este

profissional que hoje é demandado pelas empresas.

As transformações ocorridas no ambiente têm levado à ampla discussão sobre

a importância do conhecimento para as organizações, sobre a necessidade de

retê-lo e de valorizar os profissionais que o detêm. Esta nova abordagem está

muito voltada para viabilizar o sucesso das empresas, aumentando sua

vantagem competitiva diante dos concorrentes, o que envolve vários

aspectos,dentre os quais encontra-se o gerenciamento e a qualidade do

conhecimento que é empregado nas e pelas empresas.As mudanças

tecnológicas teve influência direta nas transformações econômicas e

tecnológicas nas últimas duas décadas.

10

Com o surgimento de uma economia globalizada, as empresas passaram a

sofrer pressões diferentes das que caracterizavam aquelas existentes na Era

Industrial.

Este novo modelo econômico vem exigindo maior adaptabilidade, competência

e capacidade de aprendizagem, tanto das empresas quanto dos seus

empregados, além de permanente inovação e aumento da velocidade de

realização de seus processos.

Comparadamente, o advento da chamada Sociedade do Conhecimento, vem

sendo marcado pela evolução de setores produtivos, tanto de manufatura como

de serviços, que estão estabelecendo como prioridade uma absoluta

necessidade de reestruturação, modernização e inovação, visando maior

produtividade. Druker previu, já em 1988, que a grande organização típica teria

menos da metade dos níveis gerenciais que possuía naquele momento e não

mais do que um terço do número de gerentes, num espaço de tempo de 20 anos.

Além disso, “o centro de gravidade do emprego”, segundo Druker (1988), “está

se transferindo, rapidamente, de trabalhadores manuais e burocráticos, para

trabalhadores com conhecimento, que resistem ao modelo de comando e

controle que os negócios assumiram a partir do exemplo militar de cem anos

atrás”.

A gestão do capital intelectual das empresas (que corresponde aos ativos de

mercado, de propriedade intelectual e de infra-estrutura, além dos ativos

humanos) pressupõe integração entre as competências individuais de seus

colaboradores, o que determina o diferencial competitivo que uma empresa pode

construir em dado mercado.

Segundo a revista Crescimento(2010) empresarial as empresas que vêm

investindo em seu pessoal tem tido um desenvolvimento muito maior e sólido.

Podemos constatar isso através de dados de Empresas da Bolsa de Valores de

São Paulo (Bovespa).

Se um indivíduo tivesse realizado uma aplicação de R$ 100 reais no inicio do

ano 2000 nas empresas que se encontram entre as “Melhores Empresas para

se Trabalhar”, pesquisa feita pelo Great Place to Work junto à revista Época,

teria em 2009 um montante de 1,205 mil reais. Já, se esse investimento tivesse

11

sido feito em Empresas que não constam na lista, que esse montante seria de

409 reais, um crescimento três vezes maior.

Hoje, com a velocidade com que as mudanças têm ocorrido, fica cada vez mais

difícil surgirem oportunidades, e não se pode deixar que elas passem, para isso,

as Organizações precisam estar capacitadas.

Muitas vezes escutamos que a Sorte é o encontro da Oportunidade com a

Capacidade, e são algumas oportunidades juntas com a capacidade de

aproveita-las, que fazem com que empresas tomem um caminho vencedor. Por

esses motivos a Gestão de Pessoas tem se tornado um setor indispensável para

as organizações. A Gestão de Pessoas deve trabalhar, estrategicamente, os

potenciais das organizações através de uma Gestão por Competências e do

Conhecimento, que é hoje o grande diferencial competitivo das organizações.

Preocupar com seus colaboradores é dar a sua empresa uma posição de

destaque e garantir o sucesso e o desenvolvimento de toda sua equipe.

Gestão de pessoas é uma forma de organizar treinamentos e ensinar técnicas

com o objetivo de administrar e potencializar o capital humano. Conseguir extrair

de cada um o melhor resultado e conhecimento.Algumas empresas ainda não

se deram conta da importância do treinamento de seus colaboradores. Uma

pesquisa feita pela ABC&Z Publicidade(2012) mostra que 97% das pequenas e

médias empresas não adotam nenhum programa de Recursos Humanos (RH).

Muitos empresários ainda acham que montar uma equipe de RH exige muito

custo e que apenas grandes negócios necessitam desse investimento. Mas com

a grande competitividade do mercado, implantar a gestão de pessoas é essencial

para melhorar a qualidade do ambiente organizacional, dos processos internos

e garantir aos funcionários melhores oportunidades de crescimento e

desenvolvimento.Evidente que tudo isso também melhora os resultados da

empresa. Montar uma estrutura de RH é ajudar os colaboradores a

desenvolverem a motivação, criatividade, a melhorar comunicação e os

relacionamentos interpessoais com o cliente. Esses são pontos fundamentais

para o desenvolvimento das pessoas e das empresas.

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Outro fator importante para a criação de um departamento de Recursos

Humanos é a seleção de novos talentos. Hoje o RH deixou de agir apenas como

departamento pessoal e agora atua como parte estratégica das organizações.

Este trabalha com conceito de inovação, visando sempre alcançar melhorias e

contratar os candidatos mais adequados para uma determinada função.

A busca de novas formas de gestão é muito grande, é possível perceber o

esforço de mudar o antigo modelo onde o talento humano era visto apenas como

valores competitivos. Atualmente, o profissional de RH procura contribuir com o

melhor, investindo no conhecimento e nos resultados dos profissionais.

De acordo com o texto do autor:

Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de

pessoas” : qualquer organização depende, em maior ou menor

grau, do desempenho humano para seu sucesso. Por isso,

desenvolve-se e organiza uma forma de atuação sobre o

comportamento que se convencionou chamar de modelo de

gestão de pessoas. Tal modelo é determinado por fatores

internos e externos à própria organização. Assim, para

diferentes contextos históricos ou setoriais são encontradas

diferentes modalidades de gestão. O que distingue um modelo

de outro são as características dos elementos que os compõem

e sua capacidade de interferir na vida organizacional dando-lhe

identidade própria. O modelo deve assim, por definição,

diferenciar a empresa em seu mercado, contribuindo para a

fixação de sua imagem e de sua competitividade. Fischer define

modelo de gestão de pessoas como a maneira pela qual uma

empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento

humano no trabalho. Para isso, a empresa se estrutura definindo

princípios, estratégias, políticas e práticas ou processos de

gestão. Através desses mecanismos, implementa-se diretrizes e

orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com

aqueles que nela trabalham.

(FISCHER, André Luiz,2002.)

13

A atuação que se espera das pessoas no trabalho e o modelo de gestão

correspondente, são determinados por fatores condicionantes internos e

externos ao contexto organizacional, a saber:

. Fatores internos: tecnologia adotada, produtos ou serviços oferecidos,

estratégia de organização do trabalho, cultura organizacional e estrutura

organizacional.

. Fatores externos: cultura de trabalho de certa sociedade, legislação

trabalhista e o papel conferido ao Estado e demais agentes que atuam nas

relações de trabalho.

A gestão estratégica é o conjunto de decisões e ações estratégicas que

determinam o desempenho de uma corporação em longo prazo.

Hoje, a gestão estratégica tem como fundamento ajudar a organização a operar

de maneira bem sucedida em um ambiente dinâmico e complexo. Para serem

competitivas em ambientes dinâmicos, as corporações estão tendo que se

tornarem menos burocráticas e mais flexíveis.

Infelizmente, as empresas procuram reduzir cada vez mais o número de

trabalhadores diretos, mesmo que isto signifique perda de sua identidade, de

qualidade ou até mesmo de regalias e confiança perante a opinião dos outros. A

questão é que poucos profissionais estão aptos para atendimento das exigências

do mercado, os Engenheiros de Produção por exemplo, na posição de gestores,

exercem o papel de motivadores, amigos e ao mesmo tempo de autoridade. A

cultura é sempre obter uma melhor posição nas organizações, e certamente, não

haverá espaço para todos, gerando conflitos cada vez mais freqüentes. A gestão

de pessoas neste novo modelo de corporação é um grande desafio ao mesmo

tempo em que as pessoas encontram-se cada vez menos motivadas e

desinteressadas pelo sentido de sua própria identidade.

14

A Demonstração atual remete-nos a futuros empregos voltados para tarefas ou

projetos de duração limitada, já que as empresas estão mais interessadas por

produtividade rápida.Trabalhos realizados já não são garantias de emprego.

O profissional será selecionado pela aptidão potencial e a capacidade de se

adaptar aos diversos desafios de mudanças setoriais em uma empresa, ou seja,

ser um multi-especialista. Logicamente, que estamos falando de profissionais

para cargos de liderança, porém, dos profissionais para chão-de-fábrica também

lhes será cobrado maior capacitação. Com todas as inovações admitidas na

empresa do século XXI, é praticamente inadmissível que um operador não saiba

trabalhar com informática.

O mercado de trabalho está se tornando cada vez mais voraz. Empresas cada

vez mais exigentes, buscando profissionais capacitados para ocuparem seus

quadros de liderança com perfil de multi-especialistas, e, profissionais

motivados, com boa formação para seu chão-de-fábrica. Por outro lado, os

profissionais com suas limitações financeiras e de qualidade do ensino oferecido

pelas instituições educacionais.

Segundo Chiavenato (2004), estamos vivendo a era da informação, houve

mudanças rápidas, imprevistas e inesperadas na sociedade. O mundo se tornou

uma aldeia global, onde a informação cruza o planeta em milésimos de

segundos. Com isto vimos o surgimento da globalização da economia. A

competitividade tornou-se mais intensa entre as organizações. Países como a

China se despontam na produção e comercialização de produtos para todo

mundo. As organizações necessitam ser ágeis e inovadoras para suportarem as

novas ameaças e oportunidades de mercado.

Cargos e funções dentro dessas organizações passaram a ser constantemente

definidos e redefinidos em função das mudanças no ambiente e na tecnologia.

Os produtos e serviços ajustados às demandas e necessidades do cliente, que

por sua vez, está cada vez mais consciente do seu poder e logicamente mais

exigente. Começaram a surgir equipes multifuncionais de trabalho com

atividades muitas vezes, provisórias e voltadas para missões específicas e com

objetivos bem definidos.

15

As organizações interligadas virtualmente entre si e sem papelórios já são

realidades. Os escritórios sem salas particulares estão dando lugar a locais

coletivos de trabalho e as funções de retaguarda e apoio sendo realizadas em

casa, pelos funcionários ou terceirizadas. Estas mudanças ocorridas têm como

objetivo e meta, uma forma inteligente de ficar mais próximo e focado sempre no

cliente, que na cadeia da organização, é quem dá a sustentabilidade aos

negócios e a vida da empresa. O recurso mais importante deixou de ser o capital

financeiro e passou a ser o conhecimento. Assim as pessoas, com seus

conhecimentos, habilidades e atitudes, passaram a ser a principal base da nova

organização.

Atualmente fala-se em gestão de pessoas, ao invés de recursos humanos. O

que alterou foi a forma de pensar e considerar as pessoas de uma organização

como simples recursos humanos organizadas, considerando atualmente uma

nova abordagem de seres dotados de inteligência, conhecimentos, habilidades,

atitudes, personalidades, aspirações, percepções que ajudam a organização a

atingir seus objetivos e metas.

Com tantas e diversas mudanças rápidas, o contexto de ambiente de trabalho

tornou-se turbulento e imprevisível. Em plena era da informação, as áreas de

uma organização devem gerenciar pessoas que trabalham em conjunto,

pessoas inteligentes e proativas, capazes de responder as responsabilidades,

com iniciativas próprias e dotadas de habilidades e conhecimentos difusos. Não

se trata de administrar apenas pessoas, mas de administrar com as pessoas,

esta é a nova forma e concepção. O recurso mais importante de qualquer

organização, um capital muito especial, não pode e não deve ser tratado como

mero recurso organizacional.

Os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma

variedade de situações, no sentido de satisfazer as suas necessidades e manter

um equilíbrio emocional, inclusive a necessidade de pertencer a um grupo social

que tenha reconhecida a estima e a auto-realização.

Conforme Chiavenato (2004), o motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a

agir de determinada forma ou pelo menos, que dá origem a uma propensão, a

16

um comportamento específico. Geralmente, as pessoas desejam o poder e

status, receiam o ostracismo social e as ameaças à sua auto-estima.

Além disto, a motivação busca alcançar determinada meta, para cujo alcance o

ser humano gasta suas energias. Quando há elevada motivação entre os

membros o clima motivacional se eleva e se traduz em relações de satisfação,

de animação, interesse, colaboração, etc.

O contrário causa desinteresse, depressão, apatia, insatisfação, etc. Para o

gestor é fundamental tratar as pessoas como seres dotados de características

próprias de personalidade, motivações, valores pessoais e não somente como

recursos dotados de habilidades, capacidades e conhecimentos. É importante

perceber o ambiente e tratá-lo de forma a melhorar sempre mais o clima, não se

esquecendo do seu papel como autoridade.

Podemos constatar que nas mudanças que ocorrem nas organizações atuais,

os profissionais estão sendo cada vez mais exigidos em sua capacitação e

comprometimento, porém, não significa que terão melhores salários e segurança

no emprego. Os argumentos motivacionais utilizados nos diversos níveis da

hierarquia da organização são diferentes. Argumentos motivadores a

funcionários do chão-de-fábrica certamente não motivará seu gestor ou as

pessoas do setor administrativo.

A relação entre o trabalho e a realização pessoal passou a ser conflituosa. Houve

a perda do significado que o trabalho não leva a nada, não desenvolve a pessoa,

porém, o ambiente é cada dia mais hostil e os relacionamentos cada vez mais

estão deteriorados. A motivação, a comunicação e a autoridade andam juntas

nas relações de trabalho cada vez mais paradoxas. As organizações se vêem

obrigadas a adaptar suas estratégias de gestão, cotidianamente, assim como

também, os profissionais que nelas atuam.

No século XX houve grandes mudanças e transformações que influenciaram

poderosamente as organizações, a sua administração e o seu comportamento.

Podemos ver ao longo do século XX três eras organizacionais distintas: a era

industrial clássica, a era industrial neoclássica, e a era da informação. A visão

das características de cada uma delas nos permitirá compreender melhor as

17

filosofias e as práticas para lidar com as pessoas que participam das

organizações.

1.1 Era da industrialização clássica:

Este é o período logo após a Revolução Industrial e que se estendeu até meados

de 1950, cobrindo a primeira metade do século XX. Sua maior característica foi

a intensificação do fenômeno da industrialização em amplitude mundial e o

surgimento dos países desenvolvidos ou industrializados. Nesse época as

empresas adotaram a estrutura organizacional burocrática, caracterizada pelo

formato piramidal e centralizador, com ênfase em departamento funcional, na

centralização das decisões no topo da hierarquia, estabelecendo regras e

regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento das

pessoas. O ambiente organizacional não oferecia desafios devido a certeza

quanto às mudanças externas, o que permitia que as organizações se

introvertessem e se preocupassem com problemas internos de produção. As

pessoas eram vistas como recursos de produção, juntamente com outros

recursos organizacionais. Com essa concepção, a administração das pessoas

recebia o nome de Relações Industriais.

Os cargos eram desenhados de maneira fixa e definitiva para obter o máximo de

eficiência do trabalho e os empregados deveriam ajustar-se a eles, tudo para

servir à tecnologia e à organização.Hoje, o mercado de trabalho fala muito de

um profissional polivalente, ou seja, aquele profissional que possa dar conta de

várias situações do dia-a-dia da empresa. Diferente do especialista e do

generalista, onde surge o profissional com maior poder de resolução de

problemas: o Especialista Sistêmico.

No pensamento sistêmico não é contrário à especialização. Um profissional que

tem uma especialização em determinada função ganha força diante do

especialista sistêmico. É como se existissem três categorias: o generalista, o

especialista, e o especialista sistêmico. O generalista tem uma visão superficial

do todo, sabe um pouco de tudo e é muito simplista diante dos problemas; o

especialista aprendeu a fazer alguma coisa bem feita e sabe cada vez mais de

18

cada vez menos; o sistêmico tem uma especialidade que sabe colocar a serviço

do todo, conseguindo através do pensamento sistêmico resultados sinérgicos de

suas ações.

O pensamento sistêmico procura unir as partes para analisar um todo num

contexto maior, mais amplo e abrangente.No sistêmico fará com que o

profissional, a equipe ou a empresa consiga se relacionar com as diferentes

áreas, não sendo simplista nas respostas e soluções.Dessa forma, o especialista

sistêmico, que possui esta linha de pensamento, terá maior poder de análise,

não se fechando apenas para sua área de especialização; Conseguirá, realizar

inúmeras possibilidades, de complementaridade e de inter-relações, resolvendo

um determinado problema da empresa ou unindo forças para esta resolução.

Com esse ato filosófico, podemos conceber a visão compartilhada como

mecanismo propulsor, para pessoas da mesma organização atingirem objetivos

cooperativos em prol de um bem comum. Diferentemente de uma idéia simples,

pode-se compara-la a uma força, uma garra, à idéia necessária para unir as

pessoas a se dirigirem por um projeto, por um sonho até a sua

tangibilidade.Neste caso é preciso enfatizar a importância do papel das

lideranças na Gestão de Pessoas e na geração de resultados para o negócio.

19

CAPÍTULO II

DIFERENÇAS ENTRE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS

ORGANIZACIONAIS

O tema competências é de fundamental importância para a compreensão das

novas tendências da gestão de pessoas para a Sociedade do Conhecimento e,

por isto, o tema será abordado nos planos dos indivíduos e o das organizações.

Este tratamento é necessário porque se acredita que as competências dos

indivíduos, quando somadas e integradas, resultam em competências

organizacionais uma definição para a competência, comumente adotada pelos

profissionais de gestão (principalmente os ligados à área de gestão de pessoas),

é a seguinte:

“competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades,

atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, e

que se relacionam com o desempenho no trabalho; a

competência pode ser mensurada, quando comparada com

padrões estabelecidos e desenvolvida por meio de treinamento”

(Parry, 1996, apud Fleury e Fleury, 2001, p.19).

O conceito de competência relaciona-se intimamente com as tarefas

desempenhadas pelo indivíduo e com o conceito de qualificação. Fleury e Fleury

(2001) lembram que qualificação é um conceito que se relaciona aos requisitos

da posição ou cargo do indivíduo ou, ainda, ao conhecimento acumulado pelo

indivíduo ao longo dos anos.

Parte destes conhecimentos pode ser classificada e certificada pelo sistema

educacional.Fleury e Fleury (2001) concluem que a competência não se limita,

portanto, aos conhecimentos tácitos (teóricos e empíricos) adquiridos pelo

indivíduo ao longo de sua vida e, muito menos, encontra-se encapsulada na

tarefa que este indivíduo desempenha.

20

Os autores mostram que as competências são sempre contextualizadas, visto

que os conhecimentos e o know-how não adquirem status de competência a não

ser que sejam comunicados e trocados.

A rede de conhecimentos em que se insere o indivíduo é fundamental para que

a comunicação seja eficiente e gere competência.

Para tratar a competência no plano das organizações é preciso considerar duas

outras dimensões, ligadas às transformações que o mundo dos negócios vem

sofrendo :

âmbito de atuação da organização (local, regional, nacional ou

global) e visão estratégica (as competências individuais devem

contemplar a visão estratégica da organização; ao contrário do

que se via no passado, quando a visão estratégica era

determinada pela cúpula da organização e a ela ficava restrita).

(Fleury e Fleury, 2001, p.20):

Na visão de Dutra (2008) existe uma grande ligação entre competências

organizacionais e individuais, já que o estabelecimentos de ambas competências

possuem grande influência entre si. Diante do contexto em que as empresas

estão inseridas, caracterizado pela alta competitividade, e por mudanças

constantes exige que as mesmas adotem um novo modelo de gestão de

pessoas.

O modelo de gestão por competências surge então como alternativa de modelo

gerencial com uma visão holística, alinhando as estratégias organizacionais com

as competências profissionais.

A Gestão por Competências integra todos os processos de Gestão de Pessoas

(os subsistemas de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento,

avaliação de desempenho) e demanda uma nova forma de gerenciar as

pessoas. Isso faz com que todas as lideranças formais das empresas passem a

tornar-se gestoras de pessoas, orientadoras de comportamentos e

direcionadoras de caminhos a serem seguidos por toda equipe .

21

A implantação da Gestão por Competências é um processo que precisa ser bem

planejado, pois se faz necessário o envolvimento de toda a organização, bem

como a preparação de todos os membros para lidar com uma série de desafios.

Para isto, é fundamental que o conceito de competências, do modelo e os seus

objetivos estejam bem claros, tendo sido bem discutidos pela equipe de

implantação.

No que tange a gestão do desempenho, após mapear e definir perfis, verificar

performances, montar o banco de identificação de talentos e capacitar, é

chegado o momento de avaliar os resultados. A gestão do desempenho prevê a

mensuração de resultados por meio de ferramentas e metodologias específicas,

por meio da avaliação das performances individuais que o gerente verifica a

evolução ou involução no desempenho das pessoas de sua equipe, obtendo

desta forma uma nova base de informações.

A verificação do desempenho mantém o foco nas competências definidas nos

perfis, agregadas a atitudes e comportamentos que só podem ser observados

no cotidiano de trabalho.

Deve-se evitar neste bloco atrelar a avaliação do desempenho a promoções ou

vantagens financeiras; adotar a avaliação do desempenho como mais uma

norma da empresa, deixando de utilizar os dados coletados para alavancar o

desenvolvimento; e implantar o processo sem preparar a empresa para a cultura

do feedback.

Administrar pessoas é uma das tarefas mais complexas das realizadas pelos

administradores porque exige que se leve em consideração aspectos subjetivos,

o que faz desse campo de gerência um desafio contínuo.

O termo gestão de pessoas vem ocupando um espaço cada vez mais

evidenciado nas organizações que estão se tornando mais competitivas e

globalizadas, principalmente pela constatação de que essa prática influi

diretamente nos resultados e sucesso das mesmas. Nesse contexto, surge a

crescente necessidade de pessoas capacitadas e, sobretudo, motivadas dentro

dos ambientes organizacionais. Torna-se, portanto, grande a exigência de

22

profissionais capazes de desempenhar seus papéis de forma a atender às

demandas das organizações.

Segundo Matos (2004), as organizações são, comprovadamente, a capacidade

pessoal de cada um dos seus profissionais, assim sendo, quanto mais se

conhece os profissionais que trabalham nas empresas, melhor se pode otimizar

suas competências levando à máxima de que a pessoa certa no lugar certo é

um grande diferencial competitivo.

Diante disso, observa-se o esgotamento do modelo baseado no treinamento

tradicional que oferece uma formação exclusivamente técnica e que já não

responde mais às necessidades de formação das pessoas, às expectativas das

empresas em termos de novas habilidades e atitudes mais condizentes com a

realidade organizacional que procura estar em consonância com as exigências

do mercado.

A proposta baseada na gestão por competências visa aproximar objetivos

organizacionais e os pessoais/individuais (profissionais), tendo um olhar mais

atencioso na inserção de novos talentos, suportados pelas competências

exigidas e reais.

O gerenciamento das competências possibilita que as práticas organizacionais

sejam direcionadas para uma gestão mais efetiva e compatível à estratégia

competitiva da organização (Fleury, 2002).

Nesse aspecto, a questão de atitudes mais apropriadas às realidades propostas

pode ser a chave para o aprimoramento das práticas de trabalho e para o

envolvimento de todas as pessoas na organização.

O ato de administrar se torna cada vez mais dependente da gestão de pessoas

para que, através destas, os processos sejam desenvolvidos com mais agilidade

e confiabilidade, sendo que, um aspecto principal a ser observado é como cada

talento se encontra no cenário organizacional desenvolvendo suas atividades,

bem como a forma de inserção de novos talentos que configura numa grande

missão gerencial, visando melhores resultados, com uma avaliação objetiva e

um alto nível de envolvimento das pessoas com suas atribuições.

23

Um dos dilemas administrativos se encontra em saber a forma mais eficaz de

lidar e gerir com as competências organizacionais e o conhecimento de todos

aqueles que compõem a organização.

A busca de novos mercados, nos anos 90, obrigou as organizações a se

atualizarem em relação aos seus modelos de gestão para chegar a patamares

exigidos pela competição de produtos e de qualidade.

É neste sentido que surgem as propostas no meio organizacional e acadêmico,

as quais unem a estratégia do negócio à gestão estratégica de seu capital

intelectual. Com o nível de competitividade equilibrado no que tange ao

composto preço, produto e qualidade, ambientes cada vez mais dinâmicos e

inovações tecnológicas constantes, o diferencial passa a ser as pessoas. Essas

passam a ser o recurso estratégico da organização.

A definição das competências é a chave principal do modelo. Uma vez realizada

e atualizada, serve como fonte de informação para alimentar a área de RH e

seus subsistemas. Com tais informações, torna-se possível desenvolver uma

atuação de RH estratégica, valendo-se de sistemas de avaliação mensuráveis.

O desenvolvimento de competências possibilita que as práticas organizacionais

sejam direcionadas para uma gestão mais efetiva e compatível à estratégia da

organização. Nesse sentido, a questão de atitudes mais apropriadas à nova

realidade proposta é chave para o aprimoramento das práticas de trabalho e

para o envolvimento de todas as pessoas na organização.

Para as competências individuais, há uma aceitação de que o desenvolvimento

de competências, “primeiro tem de haver uma conscientização pessoal das

possibilidades de mudanças diante da necessidade de novos conhecimentos e

habilidades no contexto das organizações num mundo globalizado” (DRUCKER,

1999, p. VII), pois há oportunidades que as vezes não observadas internamente

ou fora da organização, mas que podem ser galgadas por todas as pessoas,

desde que tenham competências e realmente queiram assumir a liderança, onde

tenham de se relacionar com outras culturas, assumir riscos, e encadear uma

visão de futuro para a organização.

24

Com isso, as competências profissionais, estão ligadas aos estudos, e de acordo

com Quinn et al. (2004, p. 63),

“independentemente de nossas experiências passadas com o

trabalho coletivo, a expectativa é que todos passaremos cada

vez mais tempo em grupo”, ainda, “cada vez mais, pessoas

oriundas de áreas diversas da organização congregam-se para

solucionar determinadas questões, na expectativa de que,

compartilhando suas perspectivas díspares, lograrão

desenvolver uma solução ou abordagem que nenhum dos

indivíduos poderia imaginar por conta própria”.

Além disso, Cavalcanti et al. (2005, p. 20) afirma que: “Mais do que saber o que

fazer, as pessoas querem oportunidades de utilizar seu conhecimento, talentos

e competências, para se sentirem-se importantes e envolvidas na construção do

futuro da organização a que pertencem”. A mensagem é clara: “não importa o

cargo nem se somos ou não intitulados de líderes gerenciais, devemos

aprofundar nossas competências como membros de grupos” (QUINN et al.,

2004, p. 63). Com isso, vamos num primeiro momento buscar entender o que

são competências, depois as competências individuais e profissionais, logo as

competências organizacionais.

Atualmente, vemos boa parte das organizações dizerem: “As pessoas são nosso

maior ativo”. Entretanto, percebe-se que poucas praticam aquilo que pregam e

menos ainda acreditam nisso. A maioria ainda acredita, embora talvez não

consistentemente, naquilo que acreditavam os empregados do século XIX: as

pessoas precisam mais de nós do que nós delas. Com isso, as organizações

precisam atrair pessoas, mantê-las, reconhecê-las e recompensá-las, motivá-

las, servi-las e satisfazê-las.

Em pesquisas em busca de entendimento das competências, podemos perceber

que no contexto das organizações em primeiro aspecto são definidas as

competências essênciais, ou seja, as competências necessárias para que a

25

organização sobreviva, em síntese seria “a definição do negócio da

organização”, a partir disso é que são estruturadas as competências

organizacionais estas em que estão baseadas as atividades da estrutura

funcional, depois de efetuados os levantamentos das necessidades destas duas

competências é que se estruturam as necessidades das competências

individuais para ocupação destes espaços dentro das organizações, passando

à tentativa de buscar no mercado ou formar indivíduos com os requisitos

necessários.

Por tanto, as competências individuais, estão arraigadas da própria formação

sociocultural do indivíduo, na sua forma de ser e agir no decorrer de suas

atividades profissionais também influenciando o contexto organizacional por

mais que estejam definidos os tipos de competências desejadas para

organização.Mantendo as competências evidentes, é necessário estar aberto às

mudanças, ser flexível, ter iniciativa e um pouco de ousadia e coragem.

É preciso saber agir, escolher, decidir, mobilizar, comunicar, aprender,

comprometer-se e assumir responsabilidades.A idéia de entrega profissional

está ligada à orientação para realização, demonstrada através do trabalho bem

feito e pela superação de um padrão de excelência.

Pode-se utilizar como parâmetro , seu próprio desempenho passado com

resultados alcançados por outros objetivos desafiadores ou algo alcançado,

nunca feito por alguém anteriormente.

O sucesso da empresa é fruto da junção das competências individuais, junto com

as competências essenciais da organização e com seus objetivos estratégicos.

É preciso ter consciência de que o sucesso está nas mãos de todos, que direta

ou indiretamente estão envolvidos com seu resultado final. É assim que as

competências individuais fazem a diferença.Focando no conteúdo do trabalho

como determinante da satisfação , defende-se a idéia de que determinadas

características quando presentes nas tarefas desempenhadas pelos

trabalhadores promovem a urgência de determinados estados psicológicos

críticos capazes de determinar a motivação e a satisfação no trabalho. O primeiro

desses ciclos é definido como a significância percebida ou o grau com que o

26

sujeito vê seu trabalho como importante, valioso e significativo, dentro de sua

escala de valores.

O próximo refere-se à responsabilidade percebida pelo trabalhador em relação

a seu trabalho, isto é, ao grau em que o profissional se sente responsável pelos

resultados do trabalho que executa. E o terceiro, diz respeito ao conhecimento

dos resultados do trabalho, ou seja, ao grau em que o indivíduo conhece e

entende seu desempenho efetivo na tarefa. Para os gestores, as dimensões da

tarefa, presentes em seu modelo de gestão, e cuja presença seriam capazes de

levar à manifestação desses estados psicológicos críticos são: variedade de

habilidades; identidade da tarefa; significado da tarefa; autonomia; feedback

extrínseco; feedback do próprio trabalho e interrelacionamento.

A centralização das empresas em seus processos levará a desenhos

organizacionais muito diferentes dos que conhecemos. O primeiro estágio, não

apenas previsível, mas que já está sendo adotado em muitas empresas, é o de

redistribuir os recursos humanos e técnicos das empresas ao longo dos

processos de negócios.

As parcerias e as redes de empresas estão surgindo como um segundo estágio

desse movimento de reforma conceitual, sendo que nem todos os recursos

essenciais para a operação da empresa encontram-se dentro dela e nem

pertencem a ela.

As empresas modernas já estão procurando funcionar com características mais

adequadas aos novos tempos. Geralmente são empresas com quadro de

pessoal enxuto, número muito menor de níveis hierárquicos, novas formas de

estrutura organizacional, inclusive com uso o intenso da terceirização e desenho

organizacional baseado nos processos de negócio, o que exige profunda

redistribuição das tarefas dentro das empresas. A análise dos diversos fatores

de mudança organizacional, tanto internos como externos, tem gerado

apreensão e curiosidade por parte dos executivos das empresas

modernas.Muitas perguntas surgem a respeito da evolução do papel das

funções organizacionais nas empresas do futuro e sobre o que esperar dos

27

profissionais dessas funções básicas. Em particular, as perguntas demonstram

uma preocupação concentrada no futuro da área de recursos humanos.

À medida que as empresas se centram em seus processos, as demandas

colocadas sobre o pessoal de linha de frente mudam drasticamente. O pessoal

deve ir de um ambiente de foco estreito e supervisão cerrada para um ambiente

que enfatiza os clientes, o trabalho em times e a iniciativa dos empregados.

Na visão dos recursos humanos, o grande desafio a ser enfrentado é

desenvolver empregados de todos os níveis para a empresa baseada em

processos.Afirma-se que para promover a transformação das empresas como

hoje as conhecemos, dentro de organizações, em como elas devem ser é

necessário:

• transformar empregados de tarefas em profissionais de processo;

• repensar os papéis dos administradores e dos empregados nas empresas

estruturadas por processos ;

• reinventar os sistemas de gestão de recursos humanos, desde o treinamento

até os esquemas de reconhecimento dos esforços;

Fazer com que o aprendizado seja parte do dia-a-dia dos negócios da empresa;

moldar uma nova cultura que dê suporte à nova maneira de trabalhar. Além

disso, também há a necessidade de estruturar empresas com pouca gente,

quadros enxutos e muito ajustados, definição difusa de atribuições, poli valência,

poucos níveis hierárquicos, novas formas de estrutura organizacional,

redistribuição de tarefas, estruturação dinâmica.

O trabalho das organizações modernas, envolve produzir em organizações

virtuais, pressupondo o emprego das novas tecnologias, a realização de trabalho

em ambiente de rede estabelece que o modo normal de produção é a execução

de tarefas em grupos e em células de pessoas. Em particular, será importante

investir um pouco de esforço e tempo no projeto do trabalho,de maneira a

explorar novas formas de realizar as funções características da empresa e a

aperfeiçoar os esquemas de trabalho que envolvem diversas pessoas.

28

A falta de especialização das pessoas no ambiente de trabalho, possivelmente

sugere que parte dessa responsabilidade deva passar para o pessoal de RH,

que precisa ser preparado para desempenhar essa função de forma adequada.

29

CAPÍTULO III

O ALINHAMENTO DA GESTÃO DE PESSOAS

ÀS ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS

Segundo Margarida Maria de Medeiros Benigno Moreira em sua tese de Mestrado:

ALINHAMENTO ENTRE GESTÃO DE PESSOAS E ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL:

UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA PÚBLICA BRASILEIRA, cita:

“A gestão estratégica de pessoas é um tema prioritário para as

organizações pelo seu potencial de criação de valor para a

empresa. O êxito das organizações está relacionado com a

capacidade de transformar sua estratégia competitiva em

resultados por meio do capital humano. As políticas, práticas e a

estrutura de recursos humanos devem interagir com outras

dimensões da empresa de maneira a assegurar a contribuição

para a realização da estratégia de negócios. A coleta de dados

teve como base entrevistas, questionários e pesquisa

documental no acervo disponível na empresa relativo ao objeto

de análise, resultando em fontes múltiplas e complementares de

evidências sobre o fenômeno estudado. Os resultados da

pesquisa indicam que a empresa possui estratégias, políticas e

praticas de gestão de pessoas alinhadas às demandas de

negócio quando se considera os processos desenvolvidos e

implantados na organização e as percepções da maioria dos

gestores participantes do estudo.”

A gestão de pessoas é uma tarefa árdua e que exige dedicação. Um bom líder

deve se preocupar em conhecer seus colaboradores e suas competências,

alinhando os objetivos com a estratégia organizacional. É normal que exista uma

cobrança para eliminar as lacunas ou gaps existentes nas organizações,

minimizando a distância entre o que os profissionais são capazes de elaborar e

o que de fato a organização espera que os profissionais façam. Nesse caso, os

30

responsáveis pela gestão de pessoas devem identificar, avaliar, promover e

motivar o desenvolvimento de novas competências, essenciais para a

organização. Fazendo o uso de estratégias organizacionais, os gestores devem

estar preparados para orientar seus subordinados em relação à política da

empresa, planos táticos e ações que facilitem a conclusão de objetivos traçados

anteriormente.

O alinhamento das estratégias com as ações práticas no cotidiano causa um

impacto positivo dentro das empresas, pois dá consistência aos planos.

As Organizações devem investir em subsistemas que vão influenciar

diretamente no desenvolvimento das competências dos profissionais ou, até

mesmo, induzir o processo de desenvolvimento. Segue em destaque os

seguintes subsistemas:

Comunicação interna;

Remuneração e benefícios;

Orientação profissional e plano de carreira;

Identificação dos talentos.

Educação corporativa.

As estratégias organizacionais devem ser realizadas a partir de:

Identificação de competências na empresa que facilitem as tomadas de

decisões; e planejamentos que conduzam as ações durante a gestão de

pessoas.

Algumas iniciativas são essenciais e devem ser incluídos na vida

organizacional

Faça um planejamento e identificação sobre as ações que devem ser

desenvolvidas.

Após identificar as competências essenciais, elas devem ser incluídas no

processo de avaliação de desempenho profissional, ferramenta que vai

31

auxiliar o processo de gestão de pessoas, identificando e facilitando a

determinação de dados e resultados.

As informações geradas durante o processo de identificação e avaliação

devem auxiliar na eliminação de lacunas de competências.

É fundamental que as organizações se preocupem em oferecer um subsistema

de educação corporativa, para promover e motivar os funcionários a

desenvolverem outras competências que estejam de acordo com as

necessidades da empresa.

O desenvolvimento de competências humanas ocorre através da aprendizagem,

onde os profissionais aplicam seus conhecimentos, habilidades e atitudes

adquiridas no decorrer da carreira profissional ou científica.

O sistema de avaliação deve identificar onde ocorre a falha, a fim de subsidiar

as tomadas de decisão: em qual ou quais competências a organização deve

investir? O diferencial de uma empresa sempre será o capital humano. Com

isso, invista e incentive seus funcionários a buscarem conhecimentos e técnicas

que facilitem o desenvolvimento do seu trabalho.

exemplo: Existia um objetivo e estratégias para que ele fosse

alcançado. A formação da equipe, seu treinamento e desenvolvimento, o

monitoramento de seu desempenho e as recompensas era fundamental

em um objetivo compartilhado, que norteava os sistemas de gestão da

equipe: ganhar a Copa do Mundo.

Assim se define um sistema de Gestão de Pessoas: um conjunto de

subsistemas, políticas e etapas que direcionam o comportamento e o

desempenho das pessoas para o alcance dos objetivos organizacionais.

Para um sistema eficaz, é preciso que os profissionais de RH conheçam muito

bem suas empresas, seus produtos, seus clientes, seus concorrentes, enfim,

todos os aspectos do lugar onde irão atuar os profissionais - foco de seus

sistemas de seleção, capacitação, remuneração etc. Para poderem alinhar

sistemas, políticas e práticas, devem ainda conhecer os objetivos e as

estratégias do negócio, o que nem sempre acontece. Um problema maior é que,

32

muitas vezes, nem a alta direção tem muito claro quais são esse, foco, objetivos

e essas estratégias.

Neste caso é preciso enfatizar a importância do papel das lideranças na Gestão

de Pessoas e na geração de resultados para o negócio.

Os profissionais de Recursos Humanos podem criar, desenvolver os melhores

sistemas e monitorá-los com eficiência, mas são os líderes que os

operacionalizam. São eles que escolhem quem fará parte de suas equipes, são

eles que gerenciam o desempenho dos seus liderados, que avaliam suas

competências e deficiências. São eles que estão vivenciando o dia-a-dia com as

equipes, estimulando e reconhecendo bons desempenhos etc. Os sistemas de

informações de RH são abastecidos com as informações geradas pelas

lideranças.

Iniciativa conjunta dos conhecimentos, habilidades e atitudes facilita a

demonstração de competências. Tais habilidades devem ser coerentes com os

valores das organizações e estratégia corporativa. Esse conceito deve ser

utilizado com constância. A gestão de competências é um modelo que visa

orientar os procedimentos para planejar, desenvolver e avaliar diferentes

esforços, sejam individuais, em grupo ou organizacional.

Segue algumas das principais características que ajudam no

desenvolvimento de uma estratégia que visa o melhor

desempenho da sua equipe:

A gestão deve ser um processo contínuo.

Conheça o desenvolvimento da estratégia organizacional.

Defina a missão e visão, junto com os objetivos estratégicos, que é aquilo

que a instituição deseja atingir em um determinado tempo.

Conclua indicadores de desempenho, para avaliar o nível de metas e

identificar as competências necessárias para atingir os objetivos traçados.

Faça uma análise das competências humanas e profissionais.

33

Desenvolva novos planos de ações para melhorar os trabalhos

operacionais e de gestão.

Defina indicadores que ajudem a criar um processo de remuneração ou

reconhecimentos das equipes e profissionais.

Use todas as ferramentas constantemente, para acompanhar e avaliar

A análise das competências facilita a identificação das lacunas existentes entre

as competências necessárias e as disponíveis na organização, contribuindo para

o desenvolvimento das estratégias e o alcance dos objetivos.

Enquanto o planejamento estratégico é visto normalmente como um plano

formal, restrito a estratégias comerciais e financeiras, a administração

estratégica é entendida como a antítese dos arquétipos organizacionais

centralizados e burocráticos voltados para somente uma parte da organização.

Mas, não são modelos excludentes, pelo contrário, observa-se na literatura atual

a coexistência desses conceitos entendida como um processo interativo.

Fleury e Fleury (2004) deixam ainda mais claro o que foi apresentado, ao explicar

a dinâmica entre os diversos níveis de competência que se formam na

organização. Segundo os autores, em um nível mais geral, há as competências

organizacionais que se formam nas unidades e funções; destas, algumas são

consideradas competências essenciais e são básicas durante a elaboração da

estratégia competitiva. As competências essenciais produzem atributos que

constituem as competências distintivas percebidas pelos clientes. Ainda

ressaltam que as competências são formadas a partir da combinação de

recursos da organização e de competências individuais e, ao definir sua

estratégia competitiva, a empresa identifica as competências essenciais ao

negócio e as competências necessárias a cada função – as competências

organizacionais.

Assim, a organização possui diversas competências organizacionais localizadas

em diversas áreas; destas, apenas algumas são as competências essenciais,

aquelas que a diferenciam e que lhe garantem uma vantagem competitiva

sustentável perante as demais organizações. Tal competitividade vai depender,

a longo prazo, da administração do processo de aprendizagem organizacional

34

que vai reforçar e promover as competências organizacionais; e vai dar foco e

reposicionar as estratégias competitivas.

Segundo Fleury e Fleury (2001), uma empresa tem que explorar e desenvolver

suas competências essenciais de maneira consistente com as estratégias

empresariais definidas.

Não é interessante para uma empresa assumir que é igualmente competente

em todas as três funções, seja ela a excelência operacional, a inovação em

produtos ou orientação para clientes.

A excelência operacional, de acordo com os autores, caracteriza empresas que

em geral, oferecem produtos padronizados, do tipo commodity, e que buscam

competir com base no custo. É nessa função que reside a competência

essencial, a que deve ser priorizada para que a empresa tenha sucesso. A

inovação em produtos caracteriza empresas que procuram oferecer a seus

clientes produtos de vanguarda e inovadores e a orientação para serviços

caracteriza empresas voltadas a atender clientes específicos, especializando-se

em satisfazer e até antecipar as necessidades desses clientes em função de sua

proximidade com eles.

Novas técnicas e ferramentas estão sendo utilizadas nos processos de

recrutamento e seleção, com o objetivo de identificar pessoas com potencial de

crescimento e com pensamento estratégico. Novos contornos são assumidos

nos processos de desenvolvimento e treinamento, criando-se em algumas

empresas o conceito de universidade corporativa. O ponto-chave desse conceito

é que todo processo de desenvolvimento deve estar alinhado à definição de

estratégias e competências essenciais da organização. Segundo os autores é

possível identificar algumas tendências gerais de mudanças de estrutura e

sistema de gestão nas empresas consideradas mais avançadas no alinhamento

entre estratégia e competências.

Pode-se deduzir que há uma forte relação entre as competências e as

estratégias se, o resultado final apontar que a maioria dos empregados atende

as competências individuais requeridas. Da mesma forma, sendo os executivos

os verdadeiros agentes da mudança, os resultados das avaliações das

competências dos gestores são uma fonte importante para a verificação do

35

alinhamento, assim como, a percepção deles em relação ao sistema de gestão

de pessoas por competências. Como a comunicação insuficiente também leva a

uma falta de participação e envolvimento das pessoas, deve-se verificar como o

processo é entendido e como é a aceitação das pessoas, principalmente os

gestores.

Os objetivos e as estratégias devem ser negociados, validados e desdobrados

em todos os níveis da empresa através da interação da liderança e demais

empregados. E para atingir os resultados esperados as competências essenciais

devem ser selecionadas e inventariadas a partir do desdobramento das

estratégias de negócio, pois elas serão mais eficazes à medida que chegarem

ao nível do indivíduo.

Verificou-se que a empresa que busca um ambiente propício ao alinhamento

deve desde a seleção, obter funcionários com elevado nível de escolaridade e

com potencial de crescimento e com pensamento estratégico. No caso em

estudo, a empresa optou por ter seu próprio colégio para formar sua mão de obra

qualificada, além de utilizar bolsas e demais incentivos para promover o

desenvolvimento. Assim, é importante que a empresa seja focada no

desenvolvimento, crescimento e aprendizagem, tendo um corpo de bom nível

educacional, pois os conhecimentos formais são necessários para a construção

de competências.

Além disso, a empresa deve estimular a tomada de decisão em todos os níveis

hierárquicos, de modo a desenvolver a visão estratégica dos funcionários. Deve

assumir uma postura de recompensa e valorização dos comportamentos

criativos e empreendedores. Os grupos de estudos e sugestões associados às

premiações surgiram neste caso estudado como uma ferramenta para alcançar

este objetivo. Mas, somente isso parece não ser suficiente, pois os funcionários

apontaram que poderiam ser envolvidos para realizar atividades mais complexas

e elaboradas do que vem fazendo atualmente. Considerou-se também que o

processo decisório na empresa pode ser caracterizado como demorado e

burocrático. Apesar dos resultados encontrados sugerirem que os funcionários

em geral, concordam que a empresa estimula a tomada de decisão em todos os

níveis, os valores ficaram longe da unanimidade. Na verdade, segundo a

36

literatura, tudo deve estar ligado a uma gestão participativa na qual todos se

sentem responsáveis pela estratégia e pelo resultado global da empresa. Na

prática, isso é muito difícil de ser alcançado e, no caso em estudo, as práticas

atuais precisam ser melhoradas.

Uma boa comunicação é necessária para difundir missão, visão e valores, ou

seja, onde seus dirigentes querem chegar. Para isso, devem ser criados canais

e condições para que os objetivos e as estratégias e o caminho a ser percorrido

(que passa pelas competências organizacionais a serem desenvolvidas), sejam

discutidos e entendidos pelo maior número possível de pessoas na empresa, de

todas as áreas e níveis. No caso estudado, a empresa criou uma comissão para

cuidar da comunicação interna. Os resultados da pesquisa indicam que da

maneira como está sendo realizado, o processo de comunicação tem atingido

seus objetivos.

Também é importante que as competências organizacionais escolhidas para

serem desenvolvidas sejam validadas com pessoas de vários níveis e áreas da

organização. Na empresa estudada, as competências organizacionais foram

validadas por meio de um trabalho realizado com a equipe de gerentes,

coordenadores e supervisores de todas as áreas.

Pode-se dizer que essa atividade foi realizada com sucesso, pois os resultados

apontam que os funcionários reconheceram que as competências

organizacionais que foram definidas para ser trabalhadas, estão alinhadas com

a estratégia e os objetivos da empresa; e também são importantes para a

realização de suas atividades.

Conforme já citado, a empresa conseguiu através de um programa de estudos e

sugestões bem elaborado, que os funcionários tenham oportunidade de dar

ideias e sugestões que possam contribuir com a estratégia de negócio da

empresa. Assim, é possível traços importantes da administração estratégica em

que os funcionários sentem-se envolvidos e com estímulo a influenciar na gestão

estratégica da empresa.

Constata-se que a visão dos funcionários sobre o programa de gestão por

competências influencia no alinhamento entre a estratégia e as competências

organizacionais. É fundamental que em todos os níveis e áreas da empresa os

37

funcionários conheçam a missão, a visão, os valores, as competências e as

estratégias definidas. Além disso, deve existir consenso entre todos que estes

itens são adequados à realidade e objetivos da empresa.

Ou seja, os funcionários de todos os níveis e áreas devem acreditar que estes

itens são importantes para uma boa execução de suas atividades diárias.

Para isso, torna-se importante que a empresa ao formular suas estratégias

considere seus recursos e capacidades internas e defina quais são as

competências organizacionais que devem ser desenvolvidas para alcançar seus

objetivos estratégicos. Esse é um passo importante para que o alinhamento

ocorra.O envolvimento dos gestores no programa de gestão por competências

também é um caminho a ser seguido, pois eles são agentes da mudança. A

sensibilização destes, passa pelo processo de envolvimento na elaboração e

definição dos programas, aliado, a um bom processo de comunicação. Surge a

importância dos gestores no processo de alinhamento, seja pela comunicação

ou pelo envolvimento próprio e dos seus subordinados.

Portanto, uma empresa que busca alinhar a estratégia e as competências

organizacionais deve analisar o seu ambiente organizacional, o seu processo de

comunicação (principalmente internamente) e deve-se valer de ferramentas que

promovam a gestão participativa, preocupando-se em envolver o maior número

de funcionários de todos os níveis e áreas, desde o planejamento até a execução

do seu planejamento estratégico e do programa de gestão por competências.

Para que seus funcionários estejam preparados para o envolvimento, a empresa

deve focar a seleção, o treinamento e desenvolvimento de suas competências

individuais, eliminando os gaps existentes com as competências organizacionais

consideradas essenciais.

38

CONCLUSÃO:

A sociedade corporativa de hoje está mudando a cada minuto, processos de

modernização tecnológica, privatizações, política econômica e fiscal, e

reestruturarão produtiva. Nossa sociedade está cada vez mais baseada na

informação, no conhecimento e na tecnologia. Mais uma vez os gestores

precisão estar atentos a qualquer mudança, participando ativamente dos

processos na empresa. É necessário o uso de novas ferramentas para ajudá-los

a gerir melhor sua mão de obra. Processos como o e-recruting podem e devem

ser usados pelas empresas na contratação de novos funcionários. É preciso

também o uso de técnicas adequadas para o monitoramento das atividades dos

funcionários, pois são eles que realmente fazem as “grandes” empresas de

destacarem das demais.

O mundo corporativo de hoje está mudando a cada minuto, processos de

modernização tecnológica, privatizações, política econômica e fiscal, e

reestruturarão produtiva. Nossa sociedade está cada vez mais baseada na

informação, no conhecimento e na tecnologia. Mais uma vez os gestores

precisão estar atentos a qualquer mudança, participando ativamente dos

processos na empresa. É necessário o uso de novas ferramentas para ajudá-los

a gerir melhor sua mão de obra. Processos como o e-recruting podem e devem

ser usados pelas empresas na contratação de novos funcionários. É preciso

também o uso de técnicas adequadas para o monitoramento das atividades dos

funcionários, pois são eles que realmente fazem as “grandes” empresas de

destacarem das demais.

Conclui-se que a questão da inclusão das novas gerações está mais relacionada

com a gestão de carreiras administrada por práticas relacionadas a esse campo

dentro de gestão de pessoas nas organizações estudadas do que com ações

voltadas para responsabilidade social e qualidade de vida no trabalho. Diante

dos resultados obtidos, pôde-se inferir que a presença de jovens não é o que

motiva as organizações a fazerem essa escolha de prioridades para a área de

RH, já que a distribuição das faixas etárias das organizações que priorizam a

inclusão dos jovens e das que não priorizam é semelhante, bem como são

aproximadas a concentração de adoção das práticas de RH analisadas.

39

Por último, inferiu-se que diversas organizações brasileiras têm desenvolvido

programas para atrair e reter os jovens, embora não tenham muita clareza sobre

o assunto, dado que mesmo procurando priorizar a questão das novas gerações

ou tendo um quadro de pessoal marcado pela presença de jovens em uma

proporção média de 44% frente às demais faixas etárias, a adoção de práticas

de RH apresentou pouca diferença entre as combinações analisadas, ou seja,

há a intenção no mercado nacional em priorizar a geração Y, mas, ainda, há

poucas ações diferenciadas de gestão de pessoas voltadas para esse público

tornando o tema emergente e importante de ser explorado pela academia.

Acredita-se que futuros estudos acadêmicos sobre a efetividade dessas ações

de atração e retenção aplicadas atualmente, poderiam contribuir com o

aprofundamento do conhecimento sobre gerações no mercado de trabalho

utilizando como objeto de estudo as organizações brasileiras que estão

empreendendo essas iniciativas, ampliando conhecimento sobre gerações a

partir de relação dos indivíduos com o trabalho e com a carreira. Estudos futuros

podem se beneficiar de uma abordagem qualitativa e exploratória para

aprofundar o conhecimento das práticas especificas para a gestão das

diferenças geracionais. Esse estudo traz como limitações o fato da amostra ser

não probabilística e por conveniência, fazendo com que os resultados não

possam ser generalizados, no entanto, permite a sugestão de setores e práticas

que possam ser analisados em estudos futuros.

40

BIBLIOGRAFIA:

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FGV, 2005.

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Chiavenato - 7. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro.

-CHIAVENATO,Idalberto. Recursos Humanos: O Capital Humano nas

Organizações. 2ª Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2004.

-CHIAVENATO,Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos

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41