universidade candido mendes / avm pÓs-graduaÇÃo … · a evasão na educação superior a...

43
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A EVASÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA KARINA DO SOCORRO DA CUNHA JAQUES ORIENTADORA: Profª. Maria Esther Rio de Janeiro, 2017 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

Upload: others

Post on 10-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A EVASÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

KARINA DO SOCORRO DA CUNHA JAQUES

ORIENTADORA: Profª. Maria Esther

Rio de Janeiro, 2017

DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

LEID

E DIR

EITO A

UTORAL

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A EVASÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Karina do Socorro da Cunha Jaques Rio de Janeiro, 2017

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, dono de toda honra, poder e glória! Aos meus pais, pelo exemplo, amor e dedicação; aos autores, pela luta por uma educação inclusiva e revolucionária!

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

4

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, José e Fátima, meus primeiros educadores, que assumiram o grande papel de educar um ser humano, e dele nunca se evadiram!

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

5

RESUMO

A evasão na educação superior a distância é uma questão de

grande relevância e exige um olhar atento e urgente por parte de todos os

envolvidos no processo de expansão do ensino superior no Brasil,

implementado pelo MEC.

Se a educação superior a distância representa uma alternativa de

educação inclusiva e revolucionária, que atinge alunos das mais diversas

idades e classes sociais e econômicas, residentes nos mais diversos pontos do

país e do mundo, a evasão representa um obstáculo que impede este

movimento revolucionário.

Identificar as causas que provocam o fenômeno da evasão na

educação a distância, categorizando-as como intrínsecas e extrínsecas ao

modelo a distância. Analisar os aspectos demográficos do público discente e as

variáveis aplicadas em cada cenário é preocupação atual.

Propor e implementar soluções e analisar seus resultados

representam a quebra dos entraves que impedem uma evolução maior e o

êxito da política de expansão da educação superior no Brasil. Medidas mais

que urgentes que devem ser aplicadas.

Sobre o tema, o presente trabalho pretende traças linhas claras, mas

iniciais, já que o problema é atual e as causas e soluções ainda estão sendo

identificadas.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

6

METODOLOGIA

A metodologia aplicada no presente estudo foi eminentemente de

pesquisa bibliográfica: livros, artigos, e principalmente dados estatísticos

coletados do Censo EAD.BR 2015 (ABED – Associação Brasileira de

Educação a Distância).

Os dados estatísticos coletados no Censo serviram de referência

para a verificação das causas que provocam a evasão da educação superior a

distância e também para a busca das soluções. A partir dos dados estíticos foi

feita a pesquisa bibliográfica sobre o tema.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

7

Sumário

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 12

A evasão na Educação Superior a distância

CAPÍTULO II 21

A evasão como fator crítico na Educação a distância no Brasil: a identificação

das causas

CAPÍTULO III 29

A evasão na Educação a distância no Brasil e a busca pelas soluções

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 41

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

8

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a política de expansão do ensino superior,

implementada pelo MEC, incorporou a Educação a Distância como uma

ferramenta essencial, alcançando um público muito maior e mais diversificado,

que não havia sido atingido pela educação superior presencial. Importante

ressaltar que a Educação a distância não é um modelo recente na educação

mundial, incluindo o Brasil, o que é nova é a sua utilização como modelo

indispensável para a expansão da educação superior brasileira.

No âmbito da educação em geral, incluindo cursos livres, a educação a

distância evoluiu conforme as tecnologias e políticas públicas e privadas

disponíveis em cada época. Os cursos por correspondência, com ênfase no

foco profissionalizante são exemplos bem conhecidos de educação a distância

no Brasil e no mundo, com os primeiros registros históricos datados no século

XVIII, posteriormente tais cursos por correspondência se especializaram e

gradativamente foram assimilados pelas novas mídias, como rádio, televisão,

fitas de áudio e vídeo, até o nascimento das chamadas TVs educativas.

No Brasil, o Sistema da Universidade Aberta do Brasil, política pública

bem mais recente, datada de 2005, promovida pelo governo federal junto com

as Instituições Públicas de Ensino Superior com objetivo de oferecer cursos de

graduação e pós-graduação no modelo de educação a distância, alcançou um

universo significativo de estudantes pelo interior do Brasil. Até que a educação

a distância foi incorporada pelas tecnologias da internet e se tornou Ead online,

com as novas ferramentas de videoaula, fóruns de discussão, tutorias, aulas ao

vivo, teleconferência, entre outros.

O ensino superior a distância, como modelo relevante para a expansão

da educação superior no Brasil tem sua previsão legal no art. 80 da Lei 9.394

de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação - que dispõe que o Poder

Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino

a distância, em todos os níveis, o que inclui o ensino superior, e modalidades

de ensino, e de educação continuada. Regulamentando a referida Lei, estão os

Decretos 5.622/2005; 5.773/2006; 6.303/2007 e diversas Portarias Ministeriais.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

9

A educação a distância apresenta vários aspectos positivos que a torna

inclusiva, sendo acessível tanto ao discente que mora em regiões distantes dos

grandes centros urbanos, quanto ao que já está no mercado de trabalho, mas

não dispõe de tempo para se qualificar em uma graduação presencial.

Disponibilidade de acesso de qualquer ponto do território brasileiro e até no

exterior (uma parcela significativa dos alunos matriculados no ensino superior a

distância no Brasil são estrangeiros, principalmente de países que falam a

língua portuguesa); baixo custo de investimento se comparada a educação

superior presencial; flexibilidade de horários; linguagem acessível são algumas

das vantagens que a nova modalidade apresenta para a formação superior no

Brasil.

Importante destacar que não há um modelo único de ensino superior a

distância, sendo que cada projeto pedagógico pode apresentar uma

configuração diferente, utilizando as diversas ferramentas do EaD, com seus

múltiplos recursos pedagógicos e tecnológicos, e claro, obedecendo as

exigências da legislação.

Indispensável em qualquer Projeto Pedagógico de Ensino Superior a

distância é a inclusão de etapas presenciais obrigatórias, estágios

supervisionados, tutorias que proporcionem ao estudante oportunidade de

interagir, de desenvolver projetos de forma compartilhada, de quebrar o

isolamento do ensino a distância. Desta forma o estudante assimila as

diferentes culturas, enriquece seu conhecimento, recebe o estímulo natural da

convivência humana, e evolui não apenas no campo técnico-científico, mas

também na formação humanística e cidadã.

Contudo, já se identificam alguns problemas na implementação da

educação superior a distância, entre eles, destacamos a evasão, que segundo

o Censo EAD.BR 2015 (ABED – Associação Brasileira de Educação a

Distância) chega a atingir 50% em alguns cursos regulamentados. Tal

percentual demonstra a urgente necessidade de identificação dos fatores que

levam a evasão e que prejudicam o rendimento dos cursos e o aproveitamento

máximo do aluno.

A falta de tempo, a não adaptação com a nova modalidade, a falta de

habilidade de uso dos equipamentos tecnológicos, a pouca interatividade física

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

10

entre os discentes e docentes, a falta de vigilância sobre a presença do

estudante, uma apresentação não atrativa do curso a distância talvez sejam

fatores relevantes a serem analisados para que soluções sejam planejadas e

aplicadas.

O êxito da política de expansão do ensino superior no Brasil, e especial

o ensino superior a distância depende da identificação e correção destas

questões. Sem a urgente identificação e aplicação de soluções para corrigir

essa alarmante estatística, todos os programas de acessibilidade do ensino

superior às populações do Brasil ficarão prejudicados. A relevância do

problema torna prioridade o estudo e levantamento das hipóteses que

desencadeiam a evasão no ensino superior a distância, e a proposta de

solução a serem aplicadas em busca de resultados positivos.

No presente estudo faremos uma breve análise das questões

suscitadas, abordando inicialmente a questão da evasão como fator crítico da

EaD no Brasil, e percepção que os estudiosos do assunto têm sobre o tema.

Em seguida apontaremos as possíveis causas que a provocam, destacando

alguns fatores que desencadeiam a evasão do ensino superior a distância, com

base em dados estatísticos, especialmente aqueles levantados pela ABED –

Associação Brasileira de Educação a Distância. Por fim, apresentaremos as

possíveis soluções, com base em estudos e dados já verificados na realidade

educacional brasileira, com ênfase na EaD.

Apontar os reais problemas que propiciam os altos índices de evasão na

EaD e identificar as soluções é um exercício de grande importância que cabe

às IES, ao MEC e a todos os envolvidos neste processo de democratização do

ensino superior no Brasil, sob pena de não atingirmos os objetivos da política

educacional do governo federal.

Destacamos que não se trata de facilitar o processo de

acompanhamento dos cursos e obtenção dos diplomas, mas de facilitar o

processo de aprendizagem, sem, contudo perder a qualidade da educação,

que apenas está sendo ministrada em outro ambiente, e utilizando tecnologias

predominantemente não presenciais. Mas a essência de educação qualificada

e formação completa, científica, técnica e humanística do estudante deve ser

mantida como diretriz em qualquer modalidade de formação acadêmica. A

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

11

Educação é o fundamento, a distância é apenas o modo como ela se

apresenta. E aperfeiçoar a modalidade de ensino a distância é contribuir para a

evolução educacional no Brasil.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

12

CAPÍTULO I

A EVASÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

A evasão na educação superior a distância, segundo o Censo EAD.BR

2015 (ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância), vem se

acentuando cada vez mais, atingindo índices alarmantes que chegam 50% em

alguns cursos regulamentados.

Tal percentual demonstra a urgente necessidade de identificação dos

fatores que levam a evasão e que prejudicam o rendimento dos cursos e o

aproveitamento máximo do aluno.

A falta de tempo, a não adaptação com a nova modalidade, a falta de

habilidade de uso dos equipamentos tecnológicos, a pouca interatividade física

entre os discentes e docentes, a falta de vigilância sobre a presença do

estudante, uma apresentação não atrativa do curso a distância talvez sejam

fatores relevantes a serem analisados para que soluções sejam planejadas e

aplicadas.

O êxito da política de expansão do ensino superior no Brasil, e

especialmente o ensino superior a distância depende da identificação e

correção destas questões. Sem a urgente identificação e aplicação de soluções

para corrigir essa alarmante estatística, todos os programas de acessibilidade

do ensino superior às populações do Brasil ficarão prejudicados. A relevância

do problema torna prioridade o estudo e levantamento das hipóteses que

desencadeiam a evasão no ensino superior a distância, e a proposta de

solução a serem aplicadas em busca de resultados positivos.

A abordagem do tema exige que tenhamos bem claras duas definições,

então façamos duas perguntas: O que é educação a distância? O que é

evasão?

Para a primeira pergunta temos algumas considerações. Primeiramente

a definição apresentada pelo Ministério da Educação e Cultural

(www.portal.mec.gov.br): Educação a distância é a modalidade educacional na

qual, alunos e professores estão separados física ou temporalmente e, por

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

13

isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e

comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e

pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos,

educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior.

Definir educação a distância não é tão fácil como inicialmente possa

parecer, há várias nomenclaturas: educação a distância, ensino a distância,

aprendizagem a distância, aprendizagem aberta, estudo independente,

aprendizagem flexível, estudo por correspondência, estudo residencial (home

study), estudos externos.

José Moran (Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI,

Rio de Janeiro, 1994, p. 3) nos ensina que no termo "ensino a distância", a

ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância) e o

termo “educação a distância” é mais abrangente, alcançando também o olhar

para o aluno.

Keegan (KEEGAN, 1996, p. 34) nos chama a atenção para a existência

da diversidade de terminologias e ressalta que nem todas são sinônimas:

muitas delas foram utilizadas em diferentes épocas do seu processo evolutivo,

e outras são utilizadas especificamente em alguns países. No entanto,

esclarece que o termo educação a distância é um termo genérico que inclui a

gama de estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas por diferentes

instituições que utilizam essa modalidade de educação, o que englobaria todas

as demais terminologias apresentadas. Nesse sentido, Keegan utiliza o termo

educação a distância para unir dois elementos desse campo da educação: o

ensino a distância e a aprendizagem a distância (idem, p. 38).

Belloni, ao abordar a educação a distância, conclui que defini-la é dar

ênfase ao que ela não é, ou seja, a partir da perspectiva do ensino

convencional da sala de aula (BELLONI, 2015). Ela argumenta que diversos

autores definem a educação a distância pela separação física entre professor e

aluno no processo educacional.

Keegan (1996, p. 38-9) rebate a ideia de Belloni quanto à distância, pois

não a considera, como a distância entre professor e aluno, necessariamente

geográfica, uma vez que muitos alunos que buscam essa modalidade de

educação não estão longe das instituições de ensino. Na concepção do autor,

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

14

a separação professor-aluno se dá no afastamento entre o ato de ensinar e o

ato de aprender, que para esse autor representam dois sistemas operantes da

educação a distância: o subsistema de desenvolvimento de curso (ensino a

distância) e o subsistema de suporte ao aluno (aprendizagem a distância).

Sob essa ótica, muitos autores passaram a investigar a distância entre

ensino e aprendizagem e a conceituar a educação a distância dando este

enfoque. Um exemplo é a definição de Levine na qual a educação a distância é

“o processo de ajudar pessoas a aprender quando elas estão separadas

espacial ou temporalmente dos ambientes mais típicos de aprendizagem „ao

vivo‟ nos quais a maioria de nós foi educada” (LEVINE, 2005, p. 7).

Surge também entre os estudiosos o termo “aproximação virtual, cujos

autores expressivos estão Vianney, Torres & Farias (2003, p. 47) que

enfatizam o papel das tecnologias de informação e comunicação (TIC‟s) no

conceito de educação a distância, uma vez que a partir do uso dos sistemas

em rede, em particular dos ambientes virtuais de aprendizagem, que passaram

a integrar professores e alunos em tempo real, a noção de distância entre

professor e alunos modifica-se a partir do conceito de interatividade e de

“aproximação virtual”.

Tori (TORI, 2017) alerta que o termo educação a distância está mais

perto do problema do que da solução, alegando que as expressões

antagônicas “presencial” e “a distância” carregam deficiências conceituais. Na

educação presencial não há garantia de proximidade entre educador e aluno e

na educação a distância pode haver a necessária aproximação virtual. Ele

sugere o uso do termo educação sem distância (título da sua obra) ou

simplesmente educação, para a abertura de espaços de integração das várias

formas de aproximação disponíveis, tanto no espaço real quanto no espaço

virtual.

Por fim, e não menos importante, temos a definição legal da educação a

distância, dada pelo art. 1º do Decreto nº 9.057 de 25 de maio de 2017, que

regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, vejamos:

Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a

modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

15

processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e

tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com

políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre

outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da

educação que estejam em lugares e tempos diversos.

Para responder a segunda indagação “O que é evasão?”, podemos

afirmar que é o ato de o aluno abandonar os estudos após iniciar as atividades

escolares, e nesta definição também enquadramos a evasão no ensino

superior a distância.

De origem latina „evasione‟, o vocábulo „evasão‟ significa fuga, escape,

retirada, escapada, evasiva, escapatória, desvio, saída, subterfúgio.

Segundo Nascimento e Esper (2009, p. 162), evasão na educação a

distância é “...a desistência do participante em concluir o curso, após o primeiro

acesso ao ambiente virtual de aprendizagem, em um momento qualquer...”

Para Maia, Meirelles e Pela (2004), evasão refere-se à situação de

estudantes que não completam cursos ou programas de estudo, incluindo os

que se matriculam e desistem antes mesmo de iniciar o curso. Segundo os

autores, o êxito em concluir um curso pode ser influenciado pelos seguintes

fatores: uma definição clara do programa, a utilização correta do material

didático, o uso correto de meios apropriados que facilitem a interatividade entre

professores e alunos e entre os alunos e a capacitação dos professores.

Para Favero (2006), evasão é a desistência do aluno em completar o

curso, incluindo aqueles que, após terem se matriculado, não se manifestaram

para os colegas e mediadores do curso, em qualquer momento.

Concordando com a ideia de Favero, Abbad, Carvalho e Zerbini (2006)

afirmam que o aluno evadido é aquele que desiste definitivamente do curso em

qualquer etapa.

Tresman (2002 apud WALTER, 2006) afirma que estudantes que

abandonaram o curso em situações distintas não podem ser tratados sob uma

mesma ótica em termos de evasão. Ele chama atenção para as peculiaridades

da evasão, destacando que precisam ser observadas as diferentes realidades

dos estudantes que não completaram o curso. Há estudantes que se

matricularam, mas não começaram o curso; há os que formalmente

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

16

abandonaram o curso, após seu início; há os que se evadiram por não

alcançarem os critérios mínimos; há aqueles que mudaram para outra

instituição ou outro curso. Não é possível fazer um estudo sobre a evasão na

educação a distância sem identificar os atores do fenômeno da evasão e as

diferentes realidades em que estão inseridos.

Os principais fatores que desencadeiam a evasão nos cursos a

distância, segundo Coelho (2002), são: a falta da tradicional relação face a face

entre aluno e professor; o insuficiente domínio técnico do uso do computador

por parte do aluno; a dificuldade do aluno em expor ideias em uma

comunicação escrita a distância, inviabilizando a interatividade; e a falta de

agrupamento de pessoas em uma instituição física.

É preciso investigar muito mais os fatores, para afirmarmos com uma

certeza científica, é por isso que o tema vem sendo objeto de estudo e

constantes trabalhos educacionais, na tentativa de levantar todas as hipóteses

causadoras da evasão estudantil, tema que iremos abordar no capítulo

seguinte.

Lobo e Silva Filho (2007, p. 647) afirmam que a evasão estudantil no

ensino superior é um problema internacional que afeta o resultado dos

sistemas educacionais.

Já esclarecidas as questões sobre a definição de educação a distância e

evasão, é importante termos uma visão geral e cronológica da educação a

distância frente ao fenômeno da evasão.

Como já é sabido, a educação a distância não é uma invenção do século

XXI, ela está presente no meio educacional mundial e brasileiro já há algum

tempo, e evoluiu conforme as necessidades do meio acadêmico e profissional

e utilizando as tecnologias disponíveis em cada época.

Quanto ao uso da tecnologia na educação a distância, Michael Moore

(2003, p. 3) nos adverte que muitas vezes o conhecimento que se tem acerca

da educação a distância se limita à referência à tecnologia. E, embora o autor

reconheça a importância da adoção de invenções tecnológicas como uma

característica desse campo, chama a atenção para o fato de que a educação a

distância não pode ser definida somente em termos de tecnologias de

comunicação.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

17

Para ele, a emergência de certas tecnologias ocasionaram mudanças na

organização educacional e nas práticas de ensino da educação a distância,

porém mais importante que a tecnologia é a mudança da organização de seres

humanos e outros recursos e a mudança na prática de ensino que é

consequência do uso dessa tecnologia.

Holmberg (1995, p. 47) aponta como o primeiro modelo de educação a

distância o ocorrido nos Estados Unidos em 1728, na cidade de Boston. O

professor Caleb Phillips oferecia um curso de Taquigrafia (técnica para

escrever à mão de forma rápida, usando códigos e abreviações) para alunos

em todo o país, o curso era ministrado através de materiais impressos

enviados semanalmente pelos correios. Este foi o primeiro registro de um curso

a distância.

Em 1833, na Suécia, a universidade da cidade de Lund oferecia um

curso de composição por correspondência. Em 1840, na Inglaterra, começava

um curso também de Taquigrafia de passagens bíblicas.

Na Alemanha, a educação a distância foi introduzida em 1856 com a

organização de uma escola em Berlim para o ensino de línguas por

correspondência; no final do século, a educação a distância era aplicada,

sobretudo no ensino universitário e pré-universitário, além do treinamento

ocupacional.

Holmberg (HOLMBERG, 1995) destaca que a educação a distância por

correspondência se desenvolveu na Europa a partir da primeira metade do

século XIX, para atender a uma necessidade de estudo sistemático combinado

ao trabalho remunerado devido a preocupações sociais com educação e

treinamento dos trabalhadores daquela época, além do pensamento liberal

preocupado com o desenvolvimento da personalidade dos alunos

trabalhadores.

A revolução industrial e o pensamento liberal foram alavancas

importantes para o desenvolvimento da educação a distância. Keegan (1996)

ressalta que o avanço da educação a distância não seria possível sem o

desenvolvimento da tecnologia, principalmente nas áreas de transportes e

comunicação, associada à Revolução Industrial.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

18

O século XX é marcado pela maior especialização da educação a

distância. Holmberg (HOLMBERG, 1995).afirma ainda que desde o seu início

até 1970 houve uma expansão regular da educação a distância sem muitas

mudanças radicais, mas com gradual inserção de métodos e mídias mais

sofisticadas, como o uso de gravações de áudio e rádio.

Moore (1973) ressalta que o argumento para o desenvolvimento de

sistemas de educação a distância abrange tanto aspectos econômico-sociais

quanto psicológicos, na busca pela qualificação e especialização para o

mercado de trabalho.

Voltando à questão da tecnologia para a evolução da educação a

distância, observamos que essa modalidade é comumente descrita em termos

de gerações, de acordo com os diferentes meios (formas de comunicação) e

tecnologias (veículos) empregados (RUMBLE, 2000).

A evolução da educação a distância relacionada com o avanço dos

recursos tecnológicos disponíveis na área gerou uma modalidade de

classificação desta evolução em gerações. Rumble (RUMBLE, 2000) nos

explica que a primeira geração é caracterizada pelo uso de material impresso

distribuído aos alunos através de correspondência. Nessa geração, a educação

a distância foi muitas vezes denominada, nos EUA, de “estudo por

correspondência” e “estudo independente”. Já a segunda geração foi

impulsionada pelo uso de meios de comunicação de massa, como o rádio e a

televisão, no final dos anos 1950. E a terceira geração foi marcada pela

combinação dos meios e tecnologias da primeira e da segunda geração, em

uma “abordagem multimídia”, além da introdução da computação nos anos de

1960 e 1970. A quarta geração de EAD foi desenvolvida “em torno das

comunicações mediadas por computador” e gerada no final do século XX com

o desenvolvimento da Internet, permitindo, entre outros, o acesso a banco de

dados e bibliotecas virtuais, videoconferências, comunicação síncrona e

assíncrona, através de chats e e-mails e participação em fóruns de discussão.

Diante desta evolução e da denominação em gerações além da perspectiva de

mais avanços tecnológicos, podemos esperar mais gerações da educação a

distância no futuro.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

19

Sob a ótica dos avanços tecnológicos, Levine (LEVINE, 2005) faz uma

séria crítica: apesar de terem possibilitado a evolução da educação a distância

e de muitas vezes nos maravilharmos com a infinidade de recursos e

possibilidades oferecidas pela tecnologia, o aspecto essencial de qualquer

situação de ensino e aprendizagem deve ser o aprendiz, o que, infelizmente,

muitas vezes a preocupação com o uso da tecnologia distorce esse foco,

deslocando para segundo plano o aprendiz e a aprendizagem.

Uma curiosidade sobre a evolução histórica da educação a distância é

que há autores como Azevedo & Quelhas (2004) que apontam a origem da

educação a distância na Antiguidade, argumentando sobre a existência de uma

rede de comunicação a distância a fim de transmitir ensinamentos científicos,

filosóficos e religiosos desde a Antiguidade. Como exemplos, citam os escritos

de Platão enviados a seus alunos sob forma de correspondência e cartas de

Voltaire a seus alunos conhecidas como “Cartas Filosóficas”. Embora com

propósitos e enfoques diferentes dos que reconhecemos hoje, e restrita a um

pequeno número de alunos, não podemos negar que talvez a educação a

distância seja uma modalidade educacional muito mais antiga do que

imaginamos.

No Brasil, a educação a distância destacou-se no ensino

profissionalizante e na educação popular, na primeira metade do século XX.

Vianney (VIANNEY, 2003) destaca as instituições como o Instituto Monitor e o

Instituto Universal Brasileiro que foram responsáveis pela formação profissional

de mais de três milhões de brasileiros até o ano 2000.

Nas áreas de educação popular, Belloni (BELLONI, 2015) destaca vários

programas de iniciativas públicas e privadas como o MEB (Movimento de

Educação de Base), o Projeto Minerva, o Telecurso 1º Grau e o Telecurso

2000. Muitos desses programas visavam à divulgação do conhecimento e à

formação da cidadania através do uso do rádio e da televisão. A educação a

distância assume, assim, valiosa posição na formação do indivíduo e sua

inclusão na sociedade.

Nos anos 90 temos a aprovação da Lei de Diretrizes e Base da

Educação (Lei nº 9.394/96), validando a modalidade educacional chamada

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

20

“educação a distância” e nivelando-a às já existentes modalidades de

educação presencial.

Vianney (VIANNEY, 2003) destaca que neste mesma década a

popularização da internet combinada com a expansão da política educacional

brasileira em relação ao ensino superior favoreceram a criação de vários polos

de educação superior a distância no país, nos níveis de graduação e pós-

graduação, tanto em instituições de ensino superior público quanto privadas.

Criam-se, a partir do final dos anos 1990, grandes redes e consórcios de

universidades públicas e privadas com a finalidade de ampliação das

oportunidades de formação. Em 2002, por exemplo, surge o CEDERJ

(Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do

Rio de Janeiro), consórcio de seis universidades públicas que oferecem cursos

de licenciatura em diferentes áreas como ciências biológicas e física através da

modalidade semipresencial.

Diante do quadro evolutivo, Belloni (BELLONI, 2015) afirma que a

educação a distância surge nesse quadro de mudanças como mais um modo

regular de oferta de ensino, perdendo seu caráter supletivo, paliativo ou

emergencial, e assumindo funções de crescente importância, principalmente no

ensino pós-secundário, seja na formação inicial (ensino superior regular), seja

na formação continuada, cuja demanda tende a crescer de modo exponencial,

em virtude da obsolescência acelerada da tecnologia e do conhecimento.

Como vimos a educação superior a distância é modalidade

relativamente recente na cronologia evolutiva mundial e brasileira, e juntamente

com ela os fatores que desencadeiam o fenômeno da evasão na educação

superior a distância, e justamente por este motivo faz-se importante o

levantamento e estudo das causas que desencadeiam a evasão e busca das

soluções para o problema que vem se tornando crítico, o que faremos nos

capítulos seguintes.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

21

CAPÍTULO II

A EVASÃO COMO FATOR CRÍTICO NA EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA NO BRASIL: A IDENTIFICAÇÃO DAS

CAUSAS

Como vimos, a evasão é a desistência definitiva do estudante em

qualquer etapa do curso, sendo ela um fator crítico frequente em cursos a

distância, conforme dados estatísticos e estudos, principalmente o Censo EAD

BR 2015, da Associação Brasileira de Educação a Distância.

A evasão é um fenômeno que não pode ser ignorado, pois afeta não

somente o aluno evadido, mas também as instituições, no caso em estudo, as

instituições de ensino superior, públicas e privadas. O êxito dos cursos

superiores a distância no Brasil pode ser e é frequentemente afetado pelos

altos índices de evasão.

Vários fatores podem ser apontados como desencadeadores da evasão

na educação superior a distância, e a análise atenciosa desses fatores pode

produzir ações preventivas na redução do fenômeno da evasão. Vejamos

alguns deles:

O grande fator responsável pela evasão nos cursos regulamentados,

não somente na educação superior totalmente a distância, é a falta de tempo,

com uma média de grau de concordância de 2,72, seguido de questões

financeiras (2,55) e falta de adaptação à modalidade (2,25), segundo dados do

Censo EAD.BR 2015 (ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância)

É falta de tempo, ou melhor, a falta de organização no tempo

disponibilizado para a dedicação ao estudo que mais contribui para a evasão

no ensino superior a distância.

Em paradoxo, uma das características apontadas como positivas dos

cursos de educação a distância, seja graduação, pós-graduação, educação

continuada ou qualquer outra modalidade é justamente a disponibilidade das

aulas e demais recursos em qualquer horário e em qualquer computador,

facilitando a disponibilidade do tempo dedicado ao estudo.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

22

Contudo a educação superior a distância não exige menos tempo de

dedicação ao estudo, pelo contrário. A carga horária estipulada, as disciplinas,

avaliações e demais atividades igualam a educação superior a distância em

relação a educação tradicional presencial, pois não se pretende com a

educação a distância promover a precarização da educação.

Todavia tem-se comumente do publico discente a falsa impressão de

que a educação superior a distância é mais flexível em relação ao tempo, se

comparada a educação tradicional. Há a flexibilidade sim, mas não em relação

ao tempo exigido de dedicação ao curso.

H. Wood (1996) relata ainda que mais de 70% dos estudantes de

educação a distância trabalha em tempo integral, e esse dado é confirmado

pelo Censo EAD BR 2015, isso reforça a importância da adequação do tempo

livre para a família, para o trabalho e para o estudo. O discente precisa ter

consciência de que um curso de educação superior exige leitura, estudo, tempo

dedicado à formação acadêmica, e neste ponto não se diferencia da educação

superior tradicional. O discente deverá organizar seu tempo, separar horas

diárias para assistir aulas, participar de fóruns de discussão, comunicar-se com

os professores e tutores, interagir com o ambiente de educação superior a

distância.

Sobre tempo ou falta dele, é interessante destacar a abordagem que

Tori (2017) faz sobre tempo e distância. Para ele há três componentes para

denominar o termo distância: a distância espacial, que se refere à “existência

de separação geográfica entre aluno e professor”; a distância temporal, que se

refere a “atividades realizadas de forma assíncrona ou síncrona”; e a distância

interativa, que se refere “ao diálogo, estrutura do programa e autonomia do

aluno”.

Sem dúvida, a interatividade é o componente mais fértil para gerar as

aproximações na educação superior a distância, pois há uma confluência de

significados no processo interativo de qualquer situação de aprendizagem.

Discorrendo sobre tempo, Castells (1999) afirma “que somos tempo

personificado, e também o são nossas sociedades, formadas pela história”.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

23

Logo, para esse autor, a transformação do tempo “sob o paradigma da

tecnologia da informação, [...], é um dos fundamentos dessa nova sociedade,

irremediavelmente ligada ao surgimento do espaço de fluxo”, ou seja, o tempo

é local em virtude de ser peculiar a um contexto.

Em relação ao fator “falta de tempo”, alguns aspectos devem ser

levantados, a saber: falsa impressão de que a educação superior a distância é

menos exigente em quantidade e qualidade de tempo dedicado; falta de

organização do tempo que o discente dedica aos estudos; falta de habilidade

em utilizar as ferramentas da educação superior a distância.

Sobre o primeiro aspecto já discorremos, há uma ideia equivocada de

que a educação superior a distância é menos exigente em termos de carga

horária, o que não é verdade; sobre o segundo aspecto há um fator de

indisciplina na dedicação ao curso superior a distância, ausência de

organização e priorização do tempo, talvez em função da ausência de

vigilância, presente na educação tradicional; sobre o terceiro aspecto, há de se

destacar que o uso das ferramentas tecnológicas ainda é uma dificuldade para

boa parte da população e essa boa parte também se encontra no ambiente da

educação superior a distância. Há também aqueles estudantes que moram em

locais mal servidos de fornecimento de internet banda larga de qualidade, o

que aumenta o tempo dedicado ao uso da ferramenta tecnológica, afetando a

qualidade do aprendizado e contribuindo para desestimular a permanência no

ambiente virtual.

Paloff e Pratt (2002) orienta que é necessário que o aluno seja claro ao

estabelecer objetivos, tendo em mente que um curso a distância exige em

média de 12 a 15 horas de estudos semanais, ou seja, é necessário um maior

tempo de estudo do que o presencial. Assim, o aluno que determina objetivos

de estudo, tendo uma noção clara daquilo que quer (do programa acadêmico e

do curso em si) e organiza o seu tempo para leituras de materiais, tempo online

para realização de atividades, trabalhos em grupo, entre outros, provavelmente

terá sucesso num curso a distância. Por conseguinte, os alunos devem ser

flexíveis no estabelecimento de metas e objetivos. “Quando coisas inesperadas

acontecem, o aluno virtual deve ser incentivado a manter contato com o

professor, a fim de não ficar muito para trás” Paloff e Pratt (2002).

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

24

O segundo fator motivador da evasão na educação superior a distância

é o fator financeiro, segundo o Censo EAD.BR 2015 (ABED – Associação

Brasileira de Educação à Distância).

A educação a distância é reconhecida como financeiramente mais

acessível que os modelos tradicionais presenciais. De fato, os valores das

mensalidades dos cursos de educação superior a distância, ofertados aos

alunos, é mais baixo se comparado aos modelos presenciais.

Não que o custo da manutenção do curso a distância em si, para a

instituição de ensino superior, seja baixo, pois a estrutura exige o uso de

tecnologia de ponta que custa caro, formação específica de professores,

gravação de aulas, manutenção de equipe de suporte técnico, tutores,

plataforma de internet e demais recursos. Mas esse custo é diluído na

quantidade de alunos que vai ter acesso ao curso, já que não se depende do

uso físico e limitado de uma sala de aula.

Contudo, mesmo sendo mais acessível financeiramente, é comum o

aluno de educação superior a distância alegar motivos financeiros para a

evasão no curso.

Neste ponto, merece destaque a abordagem de M. Xenos (2002)

defendendo que os fatores que historicamente vêm afetando os níveis de

evasão em cursos universitários a distância são classificados em três grandes

categorias: fatores internos relacionados às percepções do aluno e seu lócus

de controle – interno-externo; fatores relativos ao curso e aos tutores; e fatores

relacionados a certas características demográficas dos estudantes, como

idade, sexo, estado civil, número de filhos, tipo de trabalho ou profissão, entre

outros.

O fator financeiro pode ser categorizado como fator relacionado com as

características demográficas dos estudantes. Não podemos ignorar que o

maior público da educação superior a distância é o público adulto, já inserido

no mercado de trabalho, em grande parte com suas famílias constituídas, e

como uma série de responsabilidades financeiras, que, se afetadas, afetam

imediatamente a disponibilidade monetária de continuar custeando seu curso.

O Censo EAD.BR 2015 levantou dados demográficos referentes ao perfil

dos alunos da educação a distância, com auxílio das instituições envolvidas.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

25

Como sempre acontece no Censo EAD BR, foram levantadas questões

de gênero, conciliação de estudo e trabalho, idade e cursos escolhidos para

confrontar estes dados com os índices de evasão e suas possíveis causas.

Com relação ao gênero, os dados revelaram uma maioria do público feminino

na educação a distância. Em comparação com cursos presenciais, que

apresentaram 47% de público feminino, os cursos a distância afirmaram contar

com 56% de mulheres.

A faixa etária média informada ao Censo EAD.BR 2015 revelou que os

alunos de cursos a distância tendem a ser mais velhos do que os alunos de

cursos presenciais. Ao se comparar a pirâmide etária dos participantes de

cursos presenciais e de educação a distância, ficou nítido que os estudantes da

educação presencial se concentram na faixa entre 21 e 30 anos (63,23%),

enquanto o corpo discente dos cursos a distância se encontra na faixa entre 31

e 40 anos (49,78%).

Outro dado demográfico relevante é que os cursos regulamentados

totalmente a distância foram os que mais atraíram alunos que estudam e

trabalham (100% dos alunos das instituições públicas municipais e das ONGs e

terceiro setor encontram-se nessa categoria). As instituições privadas com fins

lucrativos informaram que a maioria de seus alunos (70,45%) estuda e

trabalha; as instituições privadas sem fins lucrativos, por sua vez, indicaram um

percentual de 67,65%, enquanto as instituições públicas federais apontaram

65,63% de seu corpo discente nessa categoria, todos os dados coletados

diretamente do Censo EAD.BR 2015.

Todo esse conjunto de dados demográficos respalda a pesquisa e

demonstra que tanto o fator financeiro (segunda maior causa de evasão),

quanto o fator falta de tempo (primeira maior causa de evasão) são relevantes

para este público discente no ambiente da educação superior a distância.

A falta de adaptação à modalidade de educação a distância é o terceiro

fator causador da evasão na educação a distância, segundo o Censo EAD BR

2015, e ela apresenta vários outros fatores secundários, vejamos:

Paloff e Pratt (2002) já diziam que a manutenção do contato com o

professor é um fator agregador na educação. Portanto a ausência da

tradicional relação face-a-face entre professor e alunos é fator contributivo para

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

26

a evasão na educação superior a distância, pois desestimula a permanência do

discente por não haver maior interação e respostas afetivas entre os envolvidos

no processo educacional.

Coelho (2002) e Moore e Kearsley (2007), por sua vez, utilizam o termo

“insatisfação com o tutor”, concordando que a falta de interação mais próxima

entre professor e aluno estimula a evasão. Os autores alegam que a

abordagem pedagógica, as avaliações, o perfil do professor, entre outras,

influenciam negativamente para a decisão do aluno quanto à sua permanência

no curso superior na modalidade de educação a distância.

O termo insatisfação com o tutor é inclusive mais amplo, aproximando-

se mais do termo falta de adaptação à modalidade, pois abrange não somente

a não interação física entre professor e aluno, mas também a não empatia

entre o aluno e o modelo comportamental adotado pelo professor no ambiente

da educação a distância.

O discente está acostumado ao modelo tradicional presencial, no qual

há o contato com o professor, há cobrança de presença física do aluno e sua

participação nas aulas, atividades e avaliações e todo este contexto influencia

psicologicamente na permanência do aluno. No ambiente da educação a

distância o aluno não interage da mesma forma com o professor/tutor, não há

muitas vezes o contato físico, utiliza-se e-mails ou plataformas específicas de

comunicação; a comunicação e a resposta professor-aluno na maioria das

vezes não acontece em tempo real; as dúvidas não costumam ser atendidas de

maneira personalizada, não há cobrança de presença física e de participação

ativa do discente, apesar de ser sua obrigação na relação aluno-professor.

Quando efetua sua matrícula o aluno deve estar consciente deste novo

modelo e disposto a se adaptar ao ambiente virtual e as novas formas de

interação, o que muitas vezes não ocorre. Então o aluno alega a falta de

adaptação à modalidade e abandona o curso.

Outro aspecto secundário é a ausência de interação com os demais

alunos, o que também contribui para o afastamento do curso. Atividades em

equipe, relações de afeto entre os colegas de curso, relações de

competitividade, que são aspectos presentes nos cursos tradicionais

presenciais, não fazem parte do modelo de educação a distância e afetam

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

27

negativamente na avaliação que o discente faz do curso a distância e do seu

desempenho.

A dificuldade de acesso à Internet é um fator relevante na evasão nos

cursos superiores a distância, pois segundo Coelho (2002), muitos dos polos

de educação a distância ficam localizados em cidades do interior do país e

apresentam como principal dificuldade o acesso à Internet de banda larga.

O insuficiente fornecimento de internet banda larga, aliado a pouca

habilidade no uso das ferramentas tecnológicas tem sido apontado nas

pesquisas como um fator relevante para a perda do interesse do aluno em

continuar seus estudos no ambiente da educação a distância. Já havíamos

citado este fator como um dos causadores do maior gasto de tempo dedicado

ao ambiente virtual, mas ele como fator isolado também é causa impeditiva da

continuidade do aluno nos cursos superiores de educação a distância. Diante

da dificuldade tecnológica, o aluno alega falta de adaptação à modalidade.

Agrava este fator, segundo Favero (2006), a complexidade das

plataformas de internet dos cursos superiores a distância, e a dificuldade do

aluno de cumprir as tarefas determinadas pelos tutores.

Além das três principais causas apontadas no Censo EAD BR 2015,

outras foram levantas como, por exemplo, a escolha errada do curso, a

mudança de curso ou de instituição e a facilidade de retorno ao curso após um

tempo evadido, o que estimula o abandono.

Uma curiosidade é que o Censo EAD BR 2015 coleta dados de todas as

modalidades de educação, inclusive cursos presenciais e semipresenciais,

além daqueles totalmente a distância para fazer as comparações. E as taxas

de evasão dos cursos regulamentados totalmente a distância foram as mais

altas.

Por outro lado, essa modalidade também foi considerada a mais

acessível ao retorno do aluno. A pesquisa revelou que a evasão em cursos

regulamentados totalmente a distância pode ser temporária e estar relacionada

às questões de tempo e financeiras dos alunos que frequentam esses cursos.

Coletar tais informações é muito enriquecedor na medida em que dá às

instituições, informações reais e atuais dos fatores críticos da evasão no ensino

superior a distância, e a partir dos cenários coletados é possível desenvolver

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

28

estratégias que solucionem ou diminuam os fatores causadores da evasão no

ensino superior a distância. Sobre a temática das soluções abordaremos nos

dedicaremos no capítulo seguinte.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

29

CAPÍTULO III

A EVASÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E

A BUSCA PELAS SOLUÇÕES

Diante dos dados e informações apresentadas, principalmente pelo o

Censo EAD BR 2015, da Associação Brasileira de Educação a Distância,

confirmamos nossa percepção que a evasão é tema recorrente nas discussões

e levantamentos realizados sobre as ações em Educação a Distância. Esforços

vêm sendo realizados no sentido de identificar as causas, mapear os dados

demográficos dos discentes, analisar o contexto do fenômeno da evasão na

educação superior a distância e buscar soluções.

Contudo, a proposta de identificar os fatores causadores da evasão na

educação superior a distância deve concentrar esforços em um objetivo:

conhecer o cenário para propor soluções reparadoras para o público atual e

soluções preventivas para o público futuro, afinal a educação a distância é uma

realidade que tende a permanecer e se especializar.

Porém, é importante destacar a seguinte reflexão: as instituições de

ensino superior preocupam-se em identificar a evasão na educação superior a

distância com que propósito? Aprimorar o ambiente da educação superior a

distância ou apenas manter ou aumentar os índices de alunos matriculados?

Esta reflexão deve ser objeto de indagação obrigatório nos estudos e

discussões sobre o tema, pois se a ferramenta da educação superior a

distância é uma via de democratização do acesso a educação, ela não deve

ser transformada em uma estratégia de precarização da formação educacional.

Definitivamente, esta não é a sua proposta.

Tendo nítida compreensão do objetivo, passemos a tecer argumentos

para o desenvolvimento de soluções, sabendo que o tema não pode ser

esgotado em um capítulo, e que no desenvolver das soluções há a

necessidade de adaptabilidade a cada curso, a cada púbico, a cada instituição

de ensino superior. Não há uma fórmula única para solucionar problemas tão

diversos e peculiares. A educação superior a distância, apesar do uso enfático

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

30

de máquinas e inovações tecnológicas, trata na verdade de pessoas com todas

as nuances humanas que envolvem tanto discentes como docentes.

Corroborando, Antonucci (2016) afirma não existir uma fórmula, mas

algumas estratégias demonstram ser bastante eficazes, e ele exemplifica:

avaliar qualitativamente a situação acadêmica de cada aluno, intervindo de

forma direta e evitando possíveis desistências; descobrir as dificuldades

financeiras que possam existir e tentar fazer das mesmas oportunidades para

engajar o aluno e mantê-lo fiel à instituição, por meio de propostas de

financiamento, bolsas, descontos, monitorias e estágios; avaliar o impacto e a

repercussão dos cursos oferecidos pela instituição através de redes sociais e

canais de ouvidoria, visando prever e evitar comportamentos que possam

aumentar a evasão de alunos; entre outros.

Contudo, frente à diversidade de problemas e soluções, vamos discorrer

neste capítulo sobre possíveis soluções correspondentes aos fatos

problemáticos, ensejadores da evasão na educação superior a distância,

citados no capítulo anterior.

O primeiro fator condicionante à evasão na educação superior a

distância, apontado pelo Censo EAD BR 2015, da Associação Brasileira de

Educação a Distância foi a falta de tempo. No capítulo anterior apontamos

alguns aspectos relacionados a ocorrência da falta de tempo, entre elas a falsa

impressão de que a educação a distância é mais flexível em termos de carga

horária e a falta de disciplina do discente em organizar seu tempo e priorizar o

estudo.

Como solução, Palloff e Pratt (2004) sugerem que o aluno deva priorizar

o comprometimento do seu tempo com estudo, observando a importância e

urgência das atividades. Os autores apresentam um quadro de classificação

das atividades do discente, denominando-as como: atividade nem importante,

nem urgente; não importante, mas urgente; importante, mas não urgente;

importante e urgente.

Na categoria “nem importe, nem urgente”, estaria assistir TV, usar redes

sociais, bater papo com amigos; na categoria “não importante, mas urgente”

seriam aquelas atividades que o discente valorou como urgente, como por

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

31

exemplo, fazer um conserto de um eletrodoméstico de uso dispensável, que

segundo os autores nem sempre é urgente, sujeitando-se a valoração que o

sujeito dá àquela atividade; na categoria “importante, mas não urgente”

novamente os autores destacam a dependência da valoração dada pelo

sujeito, pois os alunos que trabalham nesta categoria podem apresentar

dificuldades na realização das tarefas, porque “as atividades tendem a ser

postergadas até que se tornem urgentes”, Palloff e Pratt (2004). É importante

que os alunos aprendam a gerenciar o tempo a longo prazo, para que as

atividades importantes não se percam entre as mais urgentes.

Por último, a categoria “importante e urgente”, na qual, segundo os

autores, muitos discentes atuam apenas neste quadrante (em caráter de

urgência), o que pode fazer com que a noção de construção da comunidade de

aprendizagem se perca, pois eles, muitas vezes, deixam para interagir perto do

prazo final de determinada atividade, perdendo-se dentro do processo evolutivo

educacional.

Para um bom desempenho em um curso superior a distância é

necessário que o aluno saiba gerenciar o seu tempo de estudo e estabeleça

prioridades para a realização das atividades. Se ele se matriculou naquele

curso, tem objetivos que são prioritários. Priorizar os estudos acima de outras

atividades é seguir o planejamento inicial, que atende a um objetivo profissional

e pessoal.

Para um aproveitamento adequado no curso superior a distância,

segundo os autores, os alunos precisam concentrar-se naquilo que o professor

lhes oferece ou cria, conectar as novas ideias ao conhecimento prévio e

relacionar fatos e informações da sala de aula à experiência da vida real. É

muito importante que o aluno atinja uma prática reflexiva e transformadora que

o leve a um pensamento crítico e independente.

Sem uma dedicação de tempo aos estudos ao longo da semana, os

discentes irão se perder no aprendizado e ocorrerá o fenômeno da evasão. Os

alunos não serão capazes de responder adequadamente as ideias dos colegas

e professores e contribuir para as discussões em apenas um dia. Portanto, é

preciso que o aluno seja regular e frequente no ambiente da educação superior

a distância.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

32

Não se quer aqui eliminar o tempo de lazer, de ócio e de convívio com

familiares e amigos, este tempo categorizado pelos autores como “nem

importante, nem urgente” tem sua parcela de importância na vida dos alunos,

mas deve ser comparado com seus objetivos acadêmicos. O lazer, o convívio

com amigos se torna necessário para evitar a sobrecarga tanto para o aluno,

quanto para o professor. Incluir o tempo de descanso no planejamento semanal

é essencial, mas sem perder o foco nos estudos que são uma prioridade para o

crescimento acadêmico e profissional.

Muito interessante a abordagem dos autores e que deveria ser divulgada

pelas próprias instituições de ensino superior, em uma espécie de manual do

aluno, entregue no ato da matrícula, para que o discente tenha a consciência

de que a educação superior a distância dá mais autonomia ao aluno, apresenta

menos vigilância, mas é tão exigente, ou mais, em conteúdo e carga horária

quanto a educação presencial tradicional.

Como vimos no capítulo anterior, a segunda causa condicionante da

evasão da educação superior a distância é o fator financeiro. E este fator está

relacionado a vários aspectos, inclusive conjunturais da atual crise econômica

por que passa a sociedade brasileira, diretamente as classes média e baixa.

Sabemos que o perfil do público que compõe o corpo discente da

educação superior a distância é aquele que trabalha, tem família e como

consequência todas as obrigações financeiras desta fase da vida adulta.

Portanto, com o agravamento da crise econômica, o aumento dos preços dos

produtos e serviços e o achatamento dos salários, a educação, principalmente

dos adultos tende a ser afetada. A situação se agrava mais quando incluímos o

fator desemprego e crise de empregabilidade, ou seja, dificuldade de

recolocação no mercado de trabalho.

É lógico que esse fator não se resume ao campo educacional e a

solução está fora do domínio das instituições de ensino superior, também

diretamente afetadas pelo desequilíbrio econômico, mas não o único setor. No

âmbito geral, as políticas governamentais que não priorizam a empregabilidade

da classe média e baixa, distribuição de renda e apoio a educação produzem

consequências drásticas neste campo.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

33

Contudo, dentro dos limites das instituições de ensino superior e ao

alcance dos discentes, frente ao fator financeiro como condicionante à evasão,

podemos citar como possíveis as seguintes sugestões.

Para o discente, uma solução seria realizar um planejamento financeiro

sólido antes de mesmo de se matricular, tentando conciliar o curso almejado

com os custos do curso. Há inclusive descontos para alunos que pagam seus

cursos antecipadamente, há bolsas de estudo e outra medidas financeiramente

atrativas que auxiliam o aluno no seu planejamento.

Lembrando que também há cursos de educação superior a distância em

instituições públicas de ensino superior que geram menos custo financeiro para

o discente. O fator crise financeira ou desemprego não impediria, em linhas

gerais, a manutenção da frequência do discente.

O planejamento financeiro priorizando no orçamento os custos com

educação é uma medida preventiva contra o fator econômico que pode afetar o

desempenho do discente na educação a distância, e deve ser um fator

importante na hora de se matricular.

Sob o ponto de vista das instituições de ensino superior em relação ao

fator financeiro a sugestão do planejamento também é indicada, mas de outra

forma. A instituição deve planejar bem seus custos na estruturação dos cursos,

e buscar soluções para torná-lo acessível financeiramente aos alunos, sem

perder a qualidade. A educação, apesar de gerar ganhos econômicos para as

instituições privadas de ensino superior, não deveriam ser utilizadas como

fontes de lucros exorbitantes. Um curso com mensalidades acessíveis

consegue atingir muito mais eficientemente um padrão de adimplência de seus

alunos.

Além de mensalidades acessíveis, convênios com empresas, políticas

de descontos podem ser medidas que, se bem planejadas e aplicadas pela

equipe qualificada, podem contornar a questão do fator financeiro como

relevante na evasão da educação superior a distância.

O terceiro problema apontado pelo Censo EAD BR 2015, da Associação

Brasileira de Educação a Distância é a falta de adaptação à modalidade de

educação a distância. E neste ponto vários aspectos podem ser destacados,

sendo grande a gama de soluções preventivas que podem ser adotadas.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

34

O primeiro aspecto a se destacar é que, como já sabemos, o público

discente da educação superior a distância é um publico adulto, na faixa acima

dos 30 anos, e, portanto recebeu sua educação totalmente na modalidade

presencial tradicional, o que dificulta a adaptação ao modelo educacional a

distância. Uma das medidas preventivas já aplicadas, apesar de ser também

um motivo de reclamação por parte do aluno, é a obrigatoriedade de encontros

presenciais.

No Brasil, a própria legislação nessa modalidade de ensino exige que

existam momentos presenciais destinados para prova e que alguns cursos

tenham momentos presenciais nos laboratórios e outros destinados ao estágio.

Dessa forma, o aluno que busca a EAD como um recurso de apoio à

falta de disponibilidade de horários deve levar em consideração que haverá

momentos presenciais obrigatórios e que o aluno deve se fazer presente.

Paradoxalmente, este fator interfere na rotina pessoal do aluno, mas também o

vincula ao curso, aos professores e aos colegas de turma promovendo uma

agregação.

Um segundo aspecto a se destacar quando o fator condicionante da

evasão é a falta de adaptação à modalidade a distância é justamente o papel

do professor, que deve transcender àquele papel tradicional de transmissor do

conhecimento. Nem mesmo na educação tradicional presencial da atualidade

esse papel se sustenta. Nesta perspectiva, Giraffa (2012), destaca que é

preciso ampliar o foco da atuação docente, para que o professor ultrapasse a

figura de mero repositório para ser um guia, um facilitador, um orientador do

processo de aprendizagem dos seus alunos.

Assim, o professor precisa estar ciente deste seu papel e as instituições

devem promover espaços e momentos de qualificação profissional para a nova

realidade educacional, pois práticas dos professores são reflexos de sua

própria formação, em que reproduzem modelos de seu formador. Por este

motivo, a importância de se realizar capacitações continuadas, para que novas

metodologias possam ser planejadas e viabilizadas por diferentes estratégias

de ação que venham a qualificar a educação superior a distância.

Outro aspecto importante que precisa ser levado em consideração como

a estratégia para manter o aluno na educação superior a distância e qualificar

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

35

sua formação é orientar o egresso em cursos a distância sobre a importância

de sua participação e de sua parcela de corresponsabilidade numa educação

de qualidade e numa formação não apenas para cumprir os requisitos legais

para aquisição de um diploma, mas sim na capacitação para a vida profissional

e social.

Tal orientação pode ser dada logo no momento da matrícula através de

uma espécie de manual do aluno, e reforçada frequentemente através de

outras ferramentas de comunicação com o discente, no intuito de manter alerta

sua corresponsabilidade.

Santos (2012) defende que as instituições precisam atentar para a

qualificação dos profissionais envolvidos com a educação a distância,

principalmente com a formação docente e a conscientização discente. Uma vez

que na formação em educação a distância, o formador é também um aprendiz

em formação. Pois ainda estamos em um período inicial da educação a

distância, em que muitas possibilidades surgem. Cada público, cada projeto

possui uma necessidade diferente e, também por isso, tudo ainda é muito

recente na questão da formação em educação superior a distância.

Segundo a autora, uma reflexão inicial sobre os papéis e possibilidades

de crescimento e qualificação conjunta e de forma colaborativa, pode criar no

aluno um sentimento de pertença que o faça acreditar na sua formação como

processo de mudança e resultado de qualificação profissional e qualidade de

vida.

Nesse diapasão, é preciso ter consciência de que, da mesma forma que

uma aula é planejada por pessoas e não máquinas, a educação superior a

distância, incluindo seus alunos, também é composta por pessoas, seres

humanos que possuem necessidades, histórias, vivências e conhecimentos

diferenciados. Tais apontamentos trazem à tona a ideia de que devemos

pensar e educação para pessoas e preocuparmo-nos com quem está envolvido

com o processo de aprendizagem, pois em suas particularidades podem ser

encontradas formas de enriquecer as ações nos ambientes virtuais de

aprendizagem.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

36

Em se tratando de educação superior a distância, o planejamento e

modelagem do ambiente virtual de aprendizagem pode ser um ponto, tanto

para incentivar o aluno à participação, quanto para sua desmotivação em

relação ao curso. Um ambiente virtual de aprendizagem planejado para o

público alvo de seu curso, em que as informações estejam disponibilizadas de

forma clara e organizadas faz com que os alunos sintam-se mais seguros em

realizar e participar das atividades e interações no curso.

Outro ponto importante em relação ao ambiente virtual de

aprendizagem, e sua modelagem, é a sua identidade visual, pois ter um

ambiente visualmente atrativo também estimula o aluno à participação e a

permanecer neste espaço. Tori (2017) afirma que a interatividade é uma das

características mais importante de uma mídia, possuindo também uma maior

gama de interações. Porém, como já mencionado anteriormente, este é um dos

aspectos a ser considerado, pois somente um ambiente visualmente atrativo

não garante a qualidade de determinado curso/disciplina.

Sobre o uso das ferramentas tecnológicas, uma proposta interessante é

o nivelamento dos alunos, logo no início do curso para ambientá-los para uso

racional da plataforma de estudo, com todos os recursos disponíveis. Quando o

discente domina o uso da máquina e seus recursos tem um melhor

aproveitamento do conteúdo e melhora também seu interesse e participação

nas atividades.

As discussões e estudos sobre o tema, como vimos, ainda são

embrionárias e as soluções estão sendo testadas e adaptadas a cada prática.

Intensificação das pesquisas, coleta de dados reais e atualizados, discussões e

propostas e principalmente aplicação das soluções formam o conjunto de

estratégias para solucionar a questão da evasão da educação superior a

distância e consequentemente contribuir para o aprimoramento deste novo

modelo educacional.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

37

CONCLUSÃO

O presente estudo, embora com dados parciais e datados de 2015,

teceu um olhar sobre a evasão na educação superior a distância, suas causas

mais evidentes e as possíveis soluções, algumas já até aplicadas pelas

instituições de educação superior.

Usou como pano de fundo o Censo EAD.BR 2015 (ABED – Associação

Brasileira de Educação a Distância), e a análise de autores na área da

educação, com ênfase no uso das ferramentas tecnológicas do modelo do

modelo de educação a distância.

Como vimos, as causas podem ser intrínsecas ao curso ou extrínsecas

ao curso, sendo em sua maioria de origem extrínseca ao curso, ou seja, razões

pessoais ou conjunturais, como a falta de tempo para dedicar-se ao curso,

priorização de outras atividades em detrimento ao curso, problemas

financeiros, falta de adaptação ao modelo de educação superior a distância,

este último fator de natureza mista (extrínseco e intrínseco), todos os fatores

apontados nos dados estatísticos do Censo.

Destacamos a importância da educação superior a distância e sua

expansão na contemporaneidade, adotando os novos recursos tecnológicos.

Ela é uma modalidade de educação de caráter democrático, social, inclusivo

que visa contribuir para a acessibilidade à qualificação profissional,

educacional, humanística. Não podemos deixar de defender neste momento

conclusivo que a educação é um direito humano. É da essência do homem o

interesse e o direito de aprender, como parte elementar da sua evolução

pessoal, profissional e coletiva.

A educação a distância, desde a sua origem, sempre teve a proposta de

ultrapassar barreiras geográficas e temporais, de atender àqueles que por

ventura não poderiam estar naquele tempo-lugar, mas que tinham o interesse e

o direito de aprender.

Cursos por correspondência, aulas em áudio, telecursos, rádio, TV ou

internet: a proposta da educação a distância sempre foi democratizar o acesso

ao direito de aprender. E evoluiu no uso dos recursos para facilitar o acesso.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

38

Vimos também que a crescente demanda por educação a distância, em

todos os graus, mas particularmente a educação superior foi fator

preponderante para a expansão da educação superior a distância no Brasil.

Contudo, o uso das ferramentas tecnológicas no ambiente de internet

para a educação superior a distância, apesar de embrionário já nos apresenta

um cenário rico de informações para identificarmos e tratarmos os fatores

críticos e indutores da evasão na educação superior a distância.

A falta de tempo, ou de priorização do tempo de estudo, apontada como

primeira causa da evasão no ambiente da educação superior a distância, pode

ser interpretada como uma consequência natural da quebra do modelo

tradicional presencial para o modelo a distância. O público envolvido na

educação superior a distância, sejam docentes ou discentes, teve toda a sua

formação educacional anterior e toda a cultura educacional pautada no

ambiente presencial, que entre outros aspectos mantinha o contato físico,

pessoal e afetivo entre alunos e professores; a rotina de vigilância e cobrança,

comum no método educacional tradicional; a natural competitividade que surge

no ambiente estudantil presencial e que colabora para o interesse e

permanência do discente; a não autonomia do aluno em planejar e priorizar

seus horários de estudos em relação a outras atividades.

Identificar o cenário no qual a causa ensejadora da evasão na educação

superior a distância se apresenta e criar condições de adaptação do público

envolvido, especialmente o discente, é o caminho para buscar as soluções

mitigadoras, algumas sugeridas no capítulo anterior.

O fator financeiro, segunda causa ensejadora da evasão na educação

superior a distância apontado pela pesquisa, carrega uma complexidade maior,

pois muitas vezes não depende apenas da organização do aluno relacionada

aos custos com sua educação, mas frequentemente se apresenta como uma

consequência do contexto econômico por que passa o país. Fator que não

pode ser ignorado e exige soluções projetadas e cumpridas na superestrutura.

Além das ações sugeridas que podem ser adotadas pelo discente, como

planejamento dos custos educacionais e verificação de valores e descontos

que mais se ajustem ao seu orçamento pessoal, e das ações possíveis por

parte das instituições de ensino superior para manter o aluno vinculado, com

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

39

valores acessíveis e propostas de descontos, estágios, há outro aspecto de

extrema relevância que precisa ser preocupação da política educacional

governamental: o controle da política econômica com preocupação voltada

para os aspectos sociais da população.

Neste ponto, discentes, docentes e instituições de ensino superior

acabam ocupando uma posição passiva, pois a questão é macro e envolve

principalmente a política de governo do Poder Executivo Federal, e a atuação

(ou ausência) coordenada das diversas pastas ministeriais, especialmente os

Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento e o Ministério da Educação.

Restringir as políticas públicas educacionais, reduzir verbas destinadas a

educação, implantar uma política econômica que diminua o poder aquisitivo da

classe trabalhadores, gere desemprego e crise de empregabilidade afeta

diretamente a permanência do aluno, na sua maioria trabalhadores em idade

economicamente ativa, nos cursos superiores de educação a distância.

O fator financeiro não se esgota nesta argumentação e não se limita ao

ambiente acadêmico, e nem por ele pode ser exclusivamente solucionado.

O terceiro fator apontado na pesquisa – falta de adaptação ao modelo de

educação a distância – apresenta o leque mais vasto de soluções, quase todas

no âmbito pedagógico, como aprimoramento do ambiente virtual, intensificação

do contato aluno-tutor, nivelamento do discente e docente para o uso racional

das ferramentas tecnológicas, uma linguagem mais atrativa e personalizada

para cada curso.

E sobre este último aspecto, vale uma breve abordagem para destacar a

importância do planejamento do material pedagógico, aliada a elaboração de

um projeto gráfico que leve em consideração as peculiaridades do curso, da

cultura, do ambiente e do próprio aluno.

Gutierrez (1994) nos alerta que uma diagramação leve e harmônica, que

não sobrecarregue demais a página, criação de ícones que representem os

diversos momentos e preocupações pedagógicas contidos no módulo, além de

quadros e ilustrações criam um vínculo mais estreito com o aluno, visando o

enriquecimento temático e visual que facilite a interlocução do material. Assim

a mediação pedagógica, tramita da satisfação visual à apropriação e

identificação do produto por seu interlocutor.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

40

Segundo o autor, o processo de elaboração de materiais didáticos em

educação superior a distância é extremamente complexo e importante,

exigindo tratamento pedagógico cuidadoso para que possa alcançar seus

objetivos educacionais. Uma vez que diversos aspectos precisam ser

observados, desde a seleção de temas e conteúdos até a adequação deles ao

ambiente educacional a distância, o planejamento do curso ocupa lugar central.

Sem um planejamento rigoroso e detalhado do material pedagógico, desde a

concepção até a oferta e avaliação, os cursos de podem estar condenados ao

fracasso.

É esta compatibilização que torna cada curso ímpar e cada material

didático um reflexo desta particularidade. Compreender essa dinâmica é

fundamental para enfrentar, com sucesso, as demandas crescentes dos cursos

de educação superior a distância.

Todos os envolvidos devem ter a consciência de que, apesar da

globalização e unificação do acesso a informação, a educação continua sendo

uma relação humana, utilizando máquinas, mas tendo pessoas nos extremos

do canal de comunicação. Perceber tais peculiaridades e planejar os cursos de

educação superior a distância, respeitando suas nuances culturais,

econômicas, humanas do público alvo é contribuir para o desenvolvimento

deste nicho educacional e atender ao seu objetivo central que é democratizar o

acesso a educação.

Concomitantemente, as pesquisas, avaliações e aplicação de soluções

poderão fornecer dados mais fieis para a verificação da qualidade da

experiência educacional superior a distância, contribuindo para a tomadas de

decisões de ordem institucional. Por fim, sugerem-se novas pesquisas e testes

mais regionalizados e segmentados para tonar mais reais os resultados e mais

eficientes suas soluções. Tais testes e pesquisas devem ser incentivados,

representando um verdadeiro investimento para a melhoria da educação

superior a distância.

BIBLIOGRAFIA

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

41

Censo Ead BR 2015 - ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.

ABBAD, G., PILATI, R.; PANTOJA, M. J. Avaliação de treinamento: análise

da literatura e agenda de pesquisa. Revista de Administração – USP, v. 38,

n. 3, p. 181-91, 2003.

BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 3ª ed. Campinas: Autores

Associados, 2003.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. v. 1. Tradução de Roneide

Venancio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 1999

COELHO, Lígia Martha Coimbra da Costa, CAVALIERE, Ana Maria

Villela (Org.). Educação brasileira e(m) tempo integral. Petrópolis: Vozes,

2002.

COELHO, Maria de Lourdes. A evasão nos cursos de formação continuada

de professores universitários na modalidade de educação a distância via

internet. Artigo. ABED, 2001.

FAVERO, Rute Vera Maria, Dialogar ou evadir: Eis a questão!: Um estudo

sobre a permanência e a evasão na Educação a Distância, no Estado do

Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2006.

GIRAFFA, L. M. M. DOCENTES ANALÓGICOS E ALUNOS DA GERAÇÃO

DIGITAL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA ESCOLA DO SÉCULO XXI. In:

Lucia Maria Martins Giraffa et al. (Org.). (Re)invenção pedagógica? Reflexões

acerca do uso de tecnologias digitais na educação. Porto Alegre, RS:

EdiPUCRS, 2012

GUTIÉRREZ, Francisco. Pedagogia para el Desarrollo Sostenible. Heredia,

Costa Rica: Editorialpec, 1994.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

42

H. COLEMAN (Ed.). Society and the language classroom. Cambridge:

Cambridge University Press,1996

HOLMBERG, Börje. A discipline of distance education. Journal of distance

education/ Revue de l'enseignement à distance, Athabasca, v.1.1,

1986.Disponível em: http://cade.athabascau.ca/vol1.1/holmberg.html

KEEGAN, Desmond. Foundations of distance education. 3.ed. London:

Routledge, 1996.

LEVINE, S. Joseph. Distance education: a shared understanding. In: ______

(ed.) Making distance education work: understanding learning and

learners at a distance. Michigan: Learner Associates.net, 2005

SILVA FILHO, Roberto Leal Lobo e; MOTEJUNAS, Paulo Roberto; HIPOLITO,

Oscar and LOBO, Maria Beatriz de Carvalho Melo. A evasão no ensino

superior brasileiro. Cad. Pesqu. 2007

MAIA, M. C.; MEIRELLES, F. S.; PELA, S. Análise dos índices de evasão

nos cursos superiores a distância do Brasil. XI CONGRESSO

INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, 2004, Salvador. Anais...

Salvador: ABED, 2004

MOORE, Michael G.; KERASLEY, Moore. Educação a Distância: uma visão

integrada. Tradução de Roberto Galman. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância. São Paulo: Thomson

Pioneira, 2007.

MORAN, José, Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio

de Janeiro, 1994,

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO … · A evasão na educação superior a distância é uma questão de grande relevância e exige um olhar atento e urgente por

43

NASCIMENTO,T.P.C. ; ESPER, Evasão em cursos de educação continuada

à distância: um estudo na Escola Nacional de Administração Pública.

Revista do Serviço Público Brasília, A.K.; 2009

PALLOF, R.; PRATT, K. O aluno virtual. Porto Alegre: Artmed. 2004.

RUMBLE, G. A tecnologia da educação a distância em cenários do terceiro

mundo. In: PRETI, O. (Org.). Educação a distância: construindo significados.

Cuiabá: NEAD/IE – UFMT; Brasília, DF: Plano, 2000.

SANTOS, Pricila K. Inclusão Digital de Professores: uma proposta de

construção de trajetórias personalizaveis em cursos na modalidade a

distância. 2012. 101f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de

Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,

2012.

TORI, Romero, Educação sem Distância, São Paulo, Senac, 2017.

VIANNEY, João, et al. Universidade virtual: um novo conceito na EAD. In:

MAIA, Carmem (org.)ead.br: experiências inovadoras em educação a

distância no Brasil: reflexões atuais, em tempo real. São Paulo: Editora

Anhembi Morumbi, 2003