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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO SOLANGE MARTILIANO LANÇA EQUILÍBRIO CORPORAL EM IDOSOS APÓS 12 MESES DO TRATAMENTO PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA SÃO PAULO 2011

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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO SOLANGE MARTILIANO LANÇA

EQUILÍBRIO CORPORAL EM IDOSOS APÓS 12 MESES DO TRATAMENTO PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA

BENIGNA

SÃO PAULO 2011

SOLANGE MARTILIANO LANÇA MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO

CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL

EQUILÍBRIO CORPORAL EM IDOSOS APÓS 12 MESES DO TRATAMENTO PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA

BENIGNA

SÃO PAULO 2011

Dissertação apresentada à Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN -Brasil como exigência para obtenção do Título de Mestre no Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social. Orientadora: Profª. Drª. Renata Coelho Scharlach Co-Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse

Lança, Solange Martiliano Equilíbrio Corporal em Idosos após 12 meses do

tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna Solange Martiliano Lança. -- São Paulo: [s.n.],2011.

119f ; :il. ; 30cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Bandeirante de

São Paulo, Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.

Orientadora: Profa. Drª. Renata Coelho Scharlach

1. Idoso 2. Equilíbrio Postural 3. Reabilitação I. Kasse, Cristiane Akemi II. Título

SOLANGE MARTILIANO LANÇA

EQUILÍBRIO CORPORAL EM IDOSOS APÓS 12 MESES DO TRATAMENTO PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À UNIVERDIADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO COMO EXIGÊNCIA DO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM

REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL

Presidente e Orientador Renata Coelho Scharlach Doutora Universidade Bandeirante de São Paulo ________________________________ 2 Examinador Cristina Freitas Ganança Doutora Universidade Federal de São Paulo _________________________________ 3 Examinador Juliana Maria Gazzola Doutora Universidade Bandeirante de São Paulo _________________________________

NOTA FINAL:_________________

Biblioteca

Bibliotecário:________________________________________________________

Assinatura:______________________________________ Data:____/_____/_____

São Paulo, de de 2011.

Dedico este trabalho aos meus pais, Walter Vitor Lança e Maria José Lança,

por sempre estarem ao meu lado em todos os momentos da minha vida, por

acreditarem e depositarem a confiança de que sou CAPAZ de conquistar tudo aquilo

que almejo, por me mostrarem sempre o caminho e pelos valores proporcionados,

por sempre me incentivarem e investirem na minha vida educacional e profissional,

enfim por tudo aquilo que sou.

Dedico, ainda, ao meu namorado Sidney Varkala Sangiovanni por estar junto

comigo durante esta caminhada; por muitas vezes me acolher em vários momentos

dessa trajetória, por me ouvir e compreender os momentos de cansaço e por estar

ao meu lado dividindo este momento de um sonho conquistado.

Dedico aos meus avós Nelson Mestre dos Santos, Maria José Mestre dos

Santos, Alvino Lança e Natalina Friolani Lança que já não se encontram entre nós,

mas que sempre estarão vivos no meu coração. Viver ao lado de vocês me fez

perceber que envelhecer é acumular sábias experiências e valores da vida que são

repassadas de geração em geração mas que muitas vezes não são reconhecidas no

idoso e respeitá-los é reconhecer o grande valor que vocês representaram e sempre

representarão na minha vida.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a DEUS por sempre guiar os meus caminhos e estar sempre

presente na minha vida e aos meus amados pais, Walter Vitor Lança e Maria José

Lança, pelo apoio de sempre, por fazerem parte da minha vida e por contribuírem

por essa conquista alcançada.

Ao meu namorado Sidney Varkala Sangiovani pelo companheirismo compartilhado,

pelo apoio, pelas escutas, fatores determinantes para o alcance final desta vitória.

À minha estimada orientadora Profa Dra. Renata Coelho Scharlach pelas

experiências técnico-científicas e acadêmicas transmitidas que me auxiliaram na

construção de novos conhecimentos e aprimoramento profissional e pelos

momentos dedicados às valiosas e fundamentais orientações fornecidas à minha

dissertação. Você é parte dessa conquista.

À co-orientadora Profª. Dra. Cristiane Akemi Kasse pelo atendimento de todos os

pacientes reavaliados após 12 meses do tratamento que apresentaram recorrência

de sintomas e por todos os conhecimentos teóricos de grande valia transmitidos nas

aulas.

Ao Profº. Dr. Cássio Rodrigues que conquistou minha admiração pelo

profissionalismo e por ser detentor de um vasto conhecimento na área da

neuropsicologia corroborando positivamente em novos aprendizados a mim

concedido.

À Profª. Dra. Ursula M. Karsch que trouxe para mim um “novo olhar” para o idoso,

através da transmissão de conhecimentos e vivências que levarei para o resto da

minha vida profissional. Serei eternamente grata por ter me mostrado a grande

contribuição e importância da gerontologia na vida dos profissionais que atuam no

atendimento da população idosa.

À Luciana da Cunha Rohn por ter me permitido continuar trilhando os caminhos do

Programa de Mestrado sendo fundamental para o término desta conquista. Por

sempre ter acreditado no meu potencial e me permitir galgar caminhos na minha

vida educacional e profissional durante anos, desde a época da minha

especialização. Admiro-a como pessoa e pela profissional que é.

Às minhas companheiras de trabalho Eliana Thomaz, Luciane Cristina, Leda Sigrist,

Fabiane Munhoz e Maria Luísa Pereira pelo convívio, incentivo, apoio, compreensão

e amizade.

A todos os amigos que direta ou indiretamente contribuíram com palavras de apoio e

incentivo.

À Juliana Souza (auxiliar de Laboratório da UNIBAN) por ter me ajudado no contato

com os pacientes, vetor essencial para a coleta de dados dessa pesquisa.

Aos meus amigos de hoje e sempre Daniela Patrícia Vaz e Sergio Luis Alves de

Morais Júnior, por terem sido meus companheiros durante esses 2 anos de

caminhada. Pelos grandes momentos que passamos juntos “...amigo é coisa para se

guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração...” (Milton Nascimento).

Aos professores (as) e colaboradores (as) do Programa de Mestrado Profissional em

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, doutores Maurício Malavasi

Ganança, Fernando Freitas Ganança, Ektor Onishi, Maria Rita Aprile, Juliana Maria

Gazzola pela competência acadêmica e profissional e por me proporcionarem ricos

momentos de troca e aprendizado.

Em especial às Profas Dras. Fátima Cristina Alves Branco-Barreiro e Flávia Doná,

pelo carinho com que me trataram em minha banca de qualificação e pela forma

com a qual colocaram todos os apontamentos que serviram como importantes

contribuições para o enriquecimento da minha pesquisa.

Aos idosos que fizeram parte da pesquisa, por disponibilizarem seu tempo para

participar sendo “peças” fundamentais para a realização deste trabalho.

“Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

Apesar de todos os desafios,

Incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas

E se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,

Mas ser capaz de encontrar um oásis

No recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica,

Mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou

Construir um castelo...”.

(Fernando Pessoa)

RESUMO

LANÇA, S. M. Equilíbrio Corporal em idosos após 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna. 2011. 119 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2011. Dentre as vestibulopatias, a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é um

dos quadros que apresenta maior prevalência na população geriátrica, porém há

poucos relatos na literatura sobre o equilíbrio corporal destes indivíduos após o

término do tratamento realizado por meio de manobras de reposicionamento

Objetivo: estudar e correlacionar os resultados obtidos por meio da posturografia

estática e o impacto da tontura em idosos antes e após a reabilitação vestibular

através de manobras de reposicionamento e após 12 meses do tratamento para

VPPB Método: estudo do tipo longitudinal, descritivo, analítico com amostra de 23

idosos com diagnóstico de VPPB. O grupo foi submetido à posturografia estática

por meio da Balance Rehabilitation Unit (BRU™) em 10 condições sensoriais e à

aplicação do questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) em três momentos

distintos, a saber: pré e pós manobra de reposicionamento e após 12 meses do

tratamento para VPPB Resultados: observou-se média etária da população

estudada de 68,74 anos com prevalência do gênero feminino (86,9%). Dos 23 casos

estudados 82,6% referiram recorrência dos sintomas de tontura em algum momento

após tratamento, 21,7% referiram episódios de quedas e 73,9% presença atual de

tontura. Não houve associação significante entre o número de quedas pré

tratamento (p=0,194) e após 12 meses do tratamento (p=1,000) com a presença de

recorrência dos sintomas de tontura. Houve alteração significativa dos valores do

DHI nas três subescalas (física, funcional e emocional) ao longo das avaliações. O

grupo de recorrência de sintomas da tontura apresentou valor total do DHI

significativamente maior (32,16) quando comparado ao grupo sem recorrência (7,0).

A posturografia estática revelou que o limite de estabilidade (LE) não apresentou

diferença estatística significante quando comparado nos três momentos de avaliação

(p=0,405). Na avaliação da área do centro de pressão (CoP) observou-se alteração

significativa na condição 2, pois o momento pós manobra de reposicionamento

diferiu significativamente dos momentos pré e pós 12 meses do tratamento

(p=0,003*). Os valores da velocidade de oscilação corporal (VOC) demonstraram

diferença significante nas condições 1, 2, 3, 4, 9 e 10 da posturografia nos 3

momentos avaliados. Não houve correlação significante após 12 meses do

tratamento entre o DHI total e LE no grupo com (ƿ=0,021); (p =0,932) e sem

recorrência dos sintomas (ƿ=0,211;p=0,789) nem quando correlacionados com os

grupos sem quedas (ƿ=0,048;p=0,855) e presença de quedas (ƿ= -0,400;p=0,505).

Houve correlação negativa e significativa entre o DHI e a condição 5 da área do CoP

indicando que quanto maior o DHI total menor o valor da área do CoP e vice-versa.

Houve correlação positiva e significante entre LE e a condição 1 da área do CoP,

mostrando que quanto maior o LE maior o valor da área do CoP nesta condição e

vice-versa. Conclusão: A posturografia estática e o DHI mostraram que após 12

meses do tratamento para VPPB, o idoso apresenta alterações do equilíbrio corporal

e impacto da tontura em sua qualidade de vida semelhantes ao momento pré

tratamento. A presença de sintomas após 12 meses de alta médica ressalta a

necessidade de retornos médicos mais frequentes.

Palavras-chave: Idoso. Equilíbrio Postural. Reabilitação

ABSTRACT

LANÇA, S. M. The body balance of elderly people after 12-month period post treatment for Benign Paroxysmal Positional Vertigo. 2011. 119 f. essay (master degree) – Rehabilitaion programme for body balance and social inclusion, Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2011. Even though the Benign Paroxysmal Positional Vertigo is the condition among all the

vestibular disorders that most affects the elderly population there are few reports in

the literature regarding the body balance of these patients after a treatment of

repositioning maneuvers. Purpose: to study and correlate the results reached

through Static Posturography and the effect of the dizziness in elderly before and

after the vestibular rehabilitation through repositioning maneuvers and after a 12-

month period post treatment for BPPV. Method: analytical, descriptive longitudinal

study of a 23-elderly sample diagnosed with BPPV. The group was submitted to

Static Posturography through Balance Rehabilitation Unit (BRU™) in 10 sensorial

conditions and the application of the questionnaire Dizziness Handicap Inventory

(DHI) over three different moments, before and after repositioning maneuver and

after 12 months of the treatment for BPPV. Results: the population observed was

mostly female gender (86,9%) aged 68,74 year-old average. Out of the 23 cases

studied, 82,6% brought up the recurrence of dizziness over some moment after the

treatment, 21,7% reported falls and 73,9% stated to feel dizziness symptoms then.

There was no meaningful correlation regarding the amount of falls before the

treatment (p=0,194) and after 12 months (p=1,000) to the recurrence of dizziness

symptoms. There was significant alteration on the DHI rates in three subscales

(physical, functional and emotional) along the assessments. The dizziness symptom

recurrence group presented considerably higher total DHI (32,16) when compared to

the group with no recurrence (7,0). The Static Posturography showed that the Limit of

Stability (LOS) did not present statistic differences when compared over the three

moments of the evaluation (p=0,405). It was detected significant alteration in

condition 2 on the assessment of the Center of Body Pressure (CoP), since the post-

maneuver moment differed meaningfully from the pre and post 12 months from the

treatment moments (p=0,003*). The values of the Body Sway Velocity (VOS)

presented major difference over posturography conditions 1, 2, 3, 4, 9 and 10 during

the three assessed moments. There was no significant correlation after 12 months.

from the treatment between the total DHI and the LOS in the group with (ƿ=0,021);

(p =0,932) and no symptom recurrence (ƿ=0,211;p=0,789) nor even when correlated

to the group with no falls (ƿ=0,048;p=0,855) and reported falls (ƿ= -0,400;p=0,505).

There was meaningful negative correlation between the DHI and the condition 5 of

the CoP pointing that the higher the total DHI the lower the CoP and vice versa.

There was significant positive correlation between the LOS and the condition 1 of the

CoP demonstrating that the higher the LOS value the higher the value of the CoP

area is over this condition and vice versa. Conclusion: The Static Posturography

and the DHI showed that after 12 months from the treatment for BPPV, the elderly

presents body balance alterations and dizziness affecting their quality of life similarly

to the moment pre treatment. The presence of symptoms after 12 months from the

medical release highlights the need for frequent medical appointments.

Key words: Elderly. Body Balance. Rehabilitation.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Esquema do Labirinto Ósseo e Membranoso................................... 27

Figura 2 – Esquema de estatocônios em direção aos CSC....................................................................................................................

33

Quadro 1– Possíveis resultados no teste de Dix-Hallpike.................................. 35

Quadro 2 – Quadro 2 - Descrição do mecanismo fisiopatológico da VPPB e o respectivo tipo de nistagmo de posicionamento observado à prova de Dix-Hallpike e à manobra de girar a cabeça em pacientes com VPPB....................

36

Figura 3 – Plataforma da BRU™........................................................................ 48

Figura 4 – Representação gráfica da área do limite de estabilidade (LE) (azul) e da área do centro de pressão (CoP) (vermelho).............................................

49

Figura 5 – Posturografia Estática da BRU™...................................................... 52

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição (%) das justificativas que levaram os pacientes a não participar do estudo (n=20)................................................................................

57

Tabela 2 - Caracterização dos 23 pacientes estudados quanto às variáveis: sexo, idade, recorrência dos sintomas da tontura no período de 12 meses após tratamento, presença atual de tontura e quedas.......................................

58

Tabela 3 - Caracterização da amostra quanto aos resultados à prova calórica por meio da vectoeletronistagmografia computadorizada (n=21).....................

59

Tabela 4 - Caracterização da amostra quanto à hipótese diagnóstica após 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional Paroxística Benigna, possíveis comorbidades associadas e tipo de sintomas....................................................

60

Tabela 5 - Valores descritivos e análise da associação entre os valores da da vectoeletronistagmografia computadorizada e a presença de recorrência dos sintomas de tontura em idosos após 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional Paroxística Benigna..........................................................................

61

Tabela 6 - Valores descritivos e análise comparativa entre o número de quedas pré tratamento com a variável recorrência dos sintomas de tontura no período de 12 após tratamento..........................................................................

61

Tabela 7 - Valores descritivos e análise comparativa entre o número de quedas após 12 meses do tratamento e a variável de recorrência dos sintomas de tontura no mesmo período.............................................................

62

Tabela 8 - Resultados da pontuação total e das subescalas (física, funcional e emocional) do DHI nos pacientes com Vertigem Posicional Paroxística Benigna, segundo os momentos de avaliação (n=19).......................................

63

Tabela 9 - Associação do DHI total (após 1 ano) com a variável recorrência dos sintomas de tontura no período de 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional Paroxística Benigna..........................................................................

64

Tabela 10 - Valores descritivos e análise comparativa do DHI total após 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna com a presença ou não de tontura atualmente.............................................................

64

Tabela 11 – Associação do DHI total com a variável LE, ambos após 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna..............................................................................................................

65

Tabela 12 - Valores descritivos e análise comparativa do LE pré, pós manobra e após 12 meses do tratamento em pacientes idosos com Vertigem Posicional Paroxística Benigna (n=21).................................................................................................................

65

Tabela 13 - Valores descritivos e análise comparativa do Centro de Pressão (CoP – cm2) pré, pós manobra e após 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna..........................................................................

67

Tabela 14 - Valores descritivos e análise comparativa da Velocidade de Oscilação Corporal (VOC – cm/s) pré, pós manobra e após 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna................................

69

Tabela 15 - Análise de correlação entre os valores do LE e dos resultados do DHI total, após 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional Paroxística Benigna, segundo a presença ou não de recorrência de sintomas de tontura.................................................................................................................

71

Tabela 16 - Análise de correlação entre os valores do LE e do DHI total) após 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna, segundo a presença ou ausência de quedas.....................................................

71

Tabela 17 - Análise de correlação entre os valores do CoP (cm²) e os resultados do DHI total e do LE, obtidos 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional Paroxística Benigna..........................................................................

72

Tabela 18 - Análise de correlação entre os valores da VOC (cm/s) e os resultados do DHI total e do LE, obtidos 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna...........................................................

73

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna

BRU™ Balance Rehabilitation Unit

DHI Dizziness Handicap Inventory

LE Limite de Estabilidade

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

SNC Sistema Nervoso Central

CSC Canais semicirculares

RVO Reflexo Vestíbulo-Ocular

RVE Reflexo Vestíbulo-Espinal

COM Centro de Massa

CoP Centro de Pressão

CPD Canal semicircular posterior direito

CPE Canal semicircular posterior esquerdo

CAD Canal semicircular anterior direito

CAE Canal semicircular anterior esquerdo

CLD Canal semicircular lateral direito

CLE Canal semicircular lateral esquerdo

VOC Velocidade de Oscilação Corporal

PTG Jogos de Treinamento Postural

RV Reabilitação Vestibular

LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES

APÊNDICE A Carta de Informação sobre o estudo.......................................... 100

APÊNDICE B Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................ 102

APÊNDICE C Anamnese.................................................................................. 103

APÊNDICE D Planilha de informações.............................................................. 105

ANEXO A Parecer final da Comissão de Normas Éticas e Regulamentares da Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN –Brasil...............................

106

ANEXO B Dizziness Handicap Inventory (DHI)…………….………..……..........

107

ANEXO C Exemplo de relatório do módulo da posturografia estática da BRU™..................................................................................................................

108

ANEXO D Resumo Artigo: Doença de Corpúsculo de Lewy:um relato de caso...

109

ANEXO E Certificado Pôster: Static posturography in dizziness elderly patients comparasion with caloric test results………………………………….…..

110

ANEXO F Certificado Pôster: Self perception of hearing loss in elderly patients………………………………………………………………………………….

111

ANEXO G Certificado Pôster: Idosos com VPPB: achados à prova calórica.................................................................................................................

112

ANEXO H Certificado Pôster: Enfermedad de Cuerpos de Lewy: reporte de un caso………………………..………………………………………………………

113

ANEXO I Certificado Pôster: Resultados de ancianos en las puebras oculomotoras realizadas mediante vectoelectronistagmografia..........................

114

ANEXO J Certificado Palestra: Audição na terceira idade.................................

115

ANEXO K Certificado Pôster: DHI – Dizziness Handicap Inventory: um estudo longitudinal...........................................................................................................

116

ANEXO L Certificado Pôster: Doença de Corpúsculo de Lewy: um relato de caso.....................................................................................................................

117

ANEXO M Certificado Pôster: Dynamic Gait Index em idosos com VPPB pré e pós tratamento.....................................................................................................

118

ANEXO N Certificado Pôster: DHI: Análise Comparativa em idosos com VPPB....................................................................................................................

119

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 20

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 24

2.1 IDOSO ............................................................................................................ 24

2.2 SISTEMA VESTIBULAR ................................................................................. 26

2.3 CONTROLE E EQUILIBRIO CORPORAL ...................................................... 30

2.4 VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA .................................... 31

2.4.1 Diagnóstico da VPPB .................................................................................. 34

2.4.2 Tratamento da VPPB ................................................................................... 37

2.4.3 Recorrência e Incidência ............................................................................. 39

2.5 POSTUROGRAFIA ......................................................................................... 40

2.6 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI) .................................................. 43

3 MÉTODO ……………………………………………………................................... 45

3.1 TIPO E LOCAL DE ESTUDO ......................................................................... 45

3.2 AMOSTRA ...................................................................................................... 45

3.2.1 Critérios de inclusão .................................................................................... 46

3.2.2 Critérios de exclusão ................................................................................... 46

3.3 PROCEDIMENTOS ....................................................................................... 47

3.3.1 Anamnese ................................................................................................... 47

3.3.2 Posturografia ............................................................................................... 47

3.3.3 Dizziness Handicap Inventory (DHI) ............................................................ 54

3.4 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 55

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................. 56

4 RESULTADOS .................................................................................................. 57

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA .............................................................. 57

4.2 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI) .................................................. 62

4.3 POSTUROGRAFIA ESTÁTICA–BALANCE REHABILITATION UNIT

B(BRU™).................................................................................................................

65

4.4 ANÁLISES DE CORRELAÇÃO ...................................................................... 70

5 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 74

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA .............................................................. 74

5.2 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI) .................................................. 79

5.3 POSTUROGRAFIA ESTÁTICA–BALANCE REHABILITATION UNIT

(BRU™).................................................................................................................

81

5.4 ANÁLISES DE CORRELAÇÃO....................................................................... 84

5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 86

6 CONCLUSÃO..................................................................................................... 88

REFERÊNCIAS..... ................................................................................. 89

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................... 99

APÊNDICES ......................................................................................................... 100

ANEXOS ............................................................................................................... 106

20

1 INTRODUÇÃO

O avanço e a ampliação dos serviços nas áreas sociais, de saúde, de lazer e

ocupacionais têm interferido, positivamente, nos aspectos que envolvem a

longevidade da população mundial. Com isso, tem-se verificado, segundo dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – censo 2000), que o número de

pessoas com 60 anos ou mais vem aumentando significativamente no Brasil com

projeções para 2020 ou 2025 de que o número de idosos ultrapasse os 30 milhões.

Segundo dados atuais do IBGE (2010), com o decorrer dos anos o

alargamento do topo da pirâmide etária se deu pelo contínuo envelhecimento da

população nas duas últimas décadas. Este fato pode ser observado pelo

crescimento da população idosa com 65 anos ou mais no Brasil, que era de 4,8%

em 1991, passou a 5,9% em 2000 e alcançou em 2010 7,4% da população.

Como evidenciado acima, há uma tendência da população brasileira idosa de

tornar-se maior assim como sua expectativa de vida que segundo dados recentes é

de 73,1 anos. As mulheres representam 55,8% de idosos com mais de 60 anos,

apresentando aumento na expectativa de vida que passou de 73,9 anos para 77

anos. Entre os indivíduos do sexo masculino a expectativa de vida passou de 66,3

anos para 69,4 anos.

Frente a este panorama é comum nos depararmos, no dia-a-dia, com um

número cada vez maior de idosos. Fenômeno que se deve, entre muitos fatores, à

consciência geral da população a respeito da importância de um estilo de vida mais

saudável, destacando-se a prática regular de atividade física e hábito alimentar mais

adequado. Some-se a estes dados também o avanço da medicina quanto ao

controle e tratamento de doenças infecciosas e crônicas. Por outro lado, com o

aumento da expectativa de vida, problemas podem surgir. Processos degenerativos

podem acometer o sistema nervoso central; os sistemas sensoriais, principalmente,

visual e auditivo também começam a sofrer um declínio em suas funções em

decorrência do envelhecimento.

Com este contínuo aumento da longevidade faz-se necessário a existência de

profissionais de saúde especializados em atender às necessidades de bem-estar e

qualidade de vida da população idosa. Uma das especialidades da área da saúde

21

que pode contribuir para a qualidade de vida dessa população é a Fonoaudiologia,

mais especificamente, a atuação deste profissional voltada para os aspectos

relacionados ao equilíbrio corporal, por meio de avaliações diagnósticas e,

principalmente, da reabilitação vestibular que pode favorecer os idosos tornando-os

pessoas mais ativas e seguras quando apresentam um quadro, incapacitante ou

não, desencadeado por uma vestibulopatia. O sistema vestibular é um dos responsáveis pelo equilíbrio corporal. Tem por

função informar a posição do corpo, especialmente da cabeça, em relação ao

espaço, além do controle da postura e dos movimentos do corpo e dos olhos. A

manutenção do equilíbrio corporal no meio ambiente é determinada pela integração

funcional das informações provenientes das estruturas sensoriais dos sistemas

vestibular, visual e proprioceptivo nos núcleos vestibulares do tronco encefálico, sob

a coordenação do cerebelo. Sendo assim, qualquer conflito na integração dessas

informações pode gerar sinais e sintomas de alteração no equilíbrio corporal. Dentre

os sintomas mais frequentes encontram-se as tonturas rotatórias.

A tontura é considerada uma das sintomatologias mais comuns,

correspondendo a 10% da população mundial, tendo maior índice de ocorrência em

adultos e idosos, correspondendo a 40% dos casos. Além disso, há relatos da

literatura de que a tontura é o primeiro motivo de uma consulta médica em pessoas

acima de 65 anos.

De acordo com dados encontrados na literatura, a tontura em cerca de 85%

dos casos, é decorrente de lesão do sistema vestibular periférico que abrange o

labirinto (ramo vestibular do VIII nervo) ou do sistema vestibular central (núcleos,

vias e inter-relações no sistema nervoso central). As mesmas podem ser de origem

extravestibular dentre elas: cardiovascular, neurológica ou psicológica.

Dentre os quadros clínicos mais frequentes em idosos, descritos pela

literatura, encontra-se a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB). Esta

doença apresenta um quadro clínico caracterizado por intensos paroxismos de

vertigem desencadeados por mudança de posicionamento da cabeça.

A VPPB corresponde a um quadro clínico de incidência frequente dentre as

vestibulopatias mais encontrados em adultos e idosos, com maior prevalência na

faixa etária entre 41 e 60 anos, principalmente no gênero feminino, correspondendo

a 62,8% dos casos.

22

A principal etiologia da VPPB é a idiopática, seguida dos traumatismos

cranianos, anestesia geral, diabetes mellitus, hipotiroidismo, doença de Ménière,

neurite vestibular, labirintite viral, tumores de fosse posterior, isquemia entre outros.

A avaliação e a reabilitação do equilibro corporal no idoso têm sido mais

estudados recentemente, a favor do diagnóstico de VPPB e da importância desse

diagnóstico diferencial para o tratamento precoce das labirintopatias.

O diagnóstico da VPPB é dado por meio da análise dos sintomas e da

ocorrência da vertigem ou nistagmo de posicionamento desencadeado pela Prova

de Dix-Hallpike e/ou Side Lying Maneuver ou Head Roll Maneuver.

O tratamento da VPPB é realizado por meio de manobras de

reposicionamento de estatocônias (como as de Epley, Lempert e Gufoni), de

manobras liberatórias (Semont) ou de habituação como o Brandt-Daroff. O

tratamento reconhecido e padronizado para o tratamento da VPPB são as manobras

citadas anteriormente associadas ou não ao uso de medicamentos em alguns casos.

A manobra segue a fisiopatologia da doença e objetiva remover os cristais ou

fragmentos de carbonato de cálcio (estatocônias) livres no ducto do canal

semicircular afetado ou aderidos à ampola, recolocando-os de volta ao utrículo, onde

serão absorvidos ou eliminados pelo saco endolinfático.

Estudos vêm sendo realizados, com o objetivo de verificar a recorrência da

VPPB. No estudo de Dorigueto et al. (2009), no qual acompanharam indivíduos com diagnóstico de VPPB que foram submetidos às manobras de reposicionamento, no

período de 1 ano, os autores encontraram os seguintes dados percentuais: em 70%

dos casos a VPPB foi não recorrente, em 26% recorrente e 4% dos casos

persistente.

Nos últimos anos sistemas de realidade virtual e plataforma de força estática

e dinâmica foram desenvolvidos objetivando o aprimoramento dos métodos de

avaliação do equilíbrio corporal e de reabilitação dos sistemas equilibratórios. Em

2006, no Uruguai, a empresa MedicaaTM desenvolveu a Balance Rehabilitation Unit

(BRUTM). Este equipamento mensura as desordens do equilíbrio por meio das

medidas da área de deslocamento do centro de massa e da velocidade de oscilação

em dez condições sensoriais relacionadas aos reflexos vestibulares, visuais e

somatossensoriais. Na literatura atual encontram-se estudos com o uso da realidade

virtual para a avaliação dos pacientes com VPPB e outras doenças, mas não foram

23

encontradas pesquisas que usaram esta tecnologia para o acompanhamento de

pacientes após o período de alta

Considerando que a VPPB é uma doença comum em idosos e que há poucos

relatos na literatura sobre o acompanhamento destes indivíduos após o término do

tratamento é válido que pesquisas sejam desenvolvidas para melhor caracterização

desta população neste período e para obtenção de maiores dados sobre a

manutenção do equilíbrio corporal após a reabilitação. Sendo assim, esta pesquisa

tem por objetivo estudar e comparar os resultados obtidos na posturografia estática

e o impacto da tontura em idosos antes e após serem submetidos à Reabilitação

Vestibular por meio de manobras terapêuticas e após 12 meses do tratamento para

VPPB.

24

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo estão descritos alguns trabalhos sobre o idoso, sistema

vestibular, controle e equilíbrio corporal e suas alterações enfatizando a VPPB, a

posturografia estática e o impacto da tontura na qualidade de vida do indivíduo. As

sínteses não foram organizadas em sequência cronológica de apresentação, pois

buscou-se priorizar um raciocínio lógico dos fatos para melhor compreensão do

leitor.

2.1 IDOSO

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial presente nos países

desenvolvidos e em desenvolvimento nos quais são encontrados maiores índices

percentuais de idosos. Estima-se que até o ano de 2025 o Brasil será o sexto país

do mundo em número de idosos. Estatísticas apontam que entre os anos de 1970 e

2025 estima-se um crescimento de 223% que gera em torno de 694 milhões o

número de pessoas mais velhas. Em 2025, existirá um total de aproximadamente

1,2 bilhões de indivíduos com idade de 60 anos. Até 2025 haverá 2 bilhões de

idosos, sendo 80% presentes nos países em desenvolvimento (BRUNDTLAND,

2005).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o

censo realizado em 2010 aponta que a expectativa de vida no Brasil entre 1999 e

2009 aumentou em cerca de 3 anos. Em 2009 havia cerca de 21 milhões de idosos

no Brasil e o percentual das pessoas com 60 anos ou mais passou de 9,1% para

11,3% (IBGE, 2010).

Em 2000 os dados apontavam para 24,5 mil brasileiros acima de 100 anos, e

nos registros atuais, ainda em andamento (censo 2010) já resultam em mais de 17

mil (IBGE, 2010).

Atualmente, a nova expectativa de vida do brasileiro é de 73,1 anos, porém

ainda é menor quando comparada com a América Latina e Caribe que equivale há

25

73,9 anos e América do Norte com taxa de 79,7 anos. No entanto, fica à frente da

Ásia (69,6 anos) e da África com taxa de 55 anos (VALIM, 2010).

O envelhecimento surge em resposta a mudanças de determinados

indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o

aumento da expectativa de vida. Pode ser compreendido como um processo natural,

de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos chamado de

senescência. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo,

doenças, acidentes e estresse emocional, podem ocasionar uma condição

patológica que requeira assistência também chamada de senilidade. Cabe ressaltar

que certas alterações decorrentes do processo de senescência podem ter seus

efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais ativo (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2006). Para a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 2005, o

termo “ativo” refere-se à participação frequente do indivíduo nas questões sociais,

econômicas, culturais, espirituais e civis.

Atualmente um dos grandes desafios na atenção à pessoa idosa, apesar das

progressivas limitações que possam ocorrer durante o processo de envelhecimento,

é conseguir contribuir para que ela possa redescobrir caminhos de vivenciar seu

cotidiano com qualidade de vida. Essa possibilidade aumenta na medida em que a

sociedade tenha o olhar voltado para o contexto familiar e social e passe a

reconhecer e valorizar as potencialidades dos idosos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2006).

De acordo com Ortuño-Cortés et al. (2008), o processo de envelhecimento no

organismo, favorece o aparecimento de uma série de fatores desencadeantes de

alteração do equilíbrio corporal. Enfermidades neurológicas, cardiovasculares,

osteoarticulares, vestibulares, uso de fármacos e transtornos psiquiátricos podem

afetar o equilíbrio no idoso. É importante oferecer atenção especial aos distúrbios do

equilíbrio causados por doenças e distúrbios vestibulares, pois lesões agudas no

sistema vestibular podem causar perturbação do equilíbrio evidenciado por

alterações de percepção, controle da postura e de movimento decorrentes da

desinformação transmitida para o Sistema Nervoso Central (SNC) produzindo,

assim, um conjunto de alterações de postura.

Ruwer et al. (2005) ressaltaram que as estruturas responsáveis pela

manutenção do equilíbrio corporal sofrem com o processo senil causando impacto

na qualidade de vida do indivíduo idoso. Colocam, ainda, que o envelhecimento

26

interfere na habilidade do SNC em processar informações provenientes dos

sistemas responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal: vestibular, visual e

somatossensorial. Esses processos degenerativos são responsáveis pela ocorrência

de tontura e desequilíbrio na população da terceira idade.

2.2 SISTEMA VESTIBULAR

Os sistemas de audição e equilíbrio abrangem o órgão receptor periférico, as

vias nervosas e as áreas situadas dentro do SNC. Há duas subdivisões principais: a

porção periférica do sistema auditivo compreende as orelhas externa, média e

interna e o nervo vestibulococlear e, a parte central é constituída pelas vias centrais

da audição, áreas auditivas subcortical e cortical e mecanismo de equilíbrio central.

A delimitação anatômica entre as partes periférica e central é o ponto de entrada do

VIII par craniano (nervo vestibulococlear) no tronco encefálico, no qual a região

periférica do nervo auditivo passa para a região central disperso com células gliais

(ROESER, 2001).

A porção periférica do sistema vestibular (figura 1) situada na parte posterior

da orelha interna é formada por duas estruturas que possuem funções distintas: os

órgãos otolíticos – sacúlo e utrículo, que detectam a força da gravidade e as

inclinações da cabeça e os canais semicirculares (anterior, posterior e lateral) que

são sensíveis à rotação da cabeça. A característica principal dos órgãos otolíticos é

a presença de pequenos cristais de carbonato de cálcio também chamados de

otólitos ou estatocônios que se situam dentro da mácula utricular e sacular. Os

mesmos se situam sobre a cúpula gelatinosa da mácula e possuem densidade

superior à da endolinfa. Quando o ângulo da cabeça muda, ou quando a mesma é

acelerada uma força é exercida sobre os otólitos, movimentando a cúpula gelatinosa

gerando uma inclinação dos cílios das células ciliadas presentes nestas estruturas

(BEAR, et al., 2002).

Os canais semicirculares (CSC) estão divididos em três estruturas chamadas

de CSC lateral, CSC posterior e CSC anterior e detectam os movimentos de rotação

da cabeça (ex: sacudi-la de um lado para outro, acenar inclinando a cabeça). Estão

27

dispostos em planos ortogonais entre si, ou seja, existe um ângulo de cerca de 90

graus entre eles, são tridimensionais (BEAR, et al.,2002).

Nas extremidades de cada CSC existe uma dilatação chamada de ampola na

qual estão localizados receptores vestibulares: a crista ampular. Quando há

movimentação cefálica os receptores são estimulados e levam informações ao

cérebro pela porção vestibular do VIII par craniano tomando-se consciência do

sentido de posição de direção da cabeça no espaço. Há conexões reflexas do SNC

que conjugam o movimento da cabeça com a movimentação ocular, um mecanismo

fundamental para a fixação dos olhos (DÂNGELO;FATTINI, 1988).

Quando o movimento rotacional da cabeça ocorre no plano sagital e frontal

estes são detectados pelos canais verticais (anterior e posterior) e os canais

horizontais detectam os movimentos que ocorrem no plano horizontal

(HORAK;SHUPERT, 2002)

Figura 1 – Esquema do labirinto ósseo e membranoso Fonte: www.sistemanervoso.com/neurofisiologia/09_images/1.jpg

O sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio, tem por função informar a

posição do corpo, especialmente da cabeça, em relação ao espaço, além do

controle da postura e dos movimentos do corpo e olhos (BONALDI et al., 2004).

A manutenção do equilíbrio corporal estável no meio ambiente é determinada

pela integração funcional das informações provenientes das estruturas sensoriais

28

dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo nos núcleos vestibulares do tronco

encefálico, sob a coordenação do cerebelo. Portanto, qualquer conflito na integração

destas informações pode gerar sinais e sintomas de alteração no equilíbrio corporal

(GANANÇA; CAOVILLA, 1998).

As vias vestibulares centrais coordenam e integram as informações referentes

aos movimentos da cabeça e do corpo e as utilizam para controlar a eferência dos

neurônios motores que realizam o ajuste da posição da cabeça, dos olhos e do

corpo. Axônios vestibulares primários do VIII par craniano realizam conexões diretas

com o núcleo vestibular no mesmo lado do tronco encefálico e com o cerebelo. Os

núcleos vestibulares recebem também aferências de outras partes do sistema

nervoso, incluindo cerebelo, os sistemas somatossensorial e visual, combinando

assim, a informação vestibular que chega com os dados provenientes do sistema

motor e outras modalidades sensoriais (BEAR, et al., 2002). As duas respostas

disparadas pelas aferências vestibulares mais importantes fornecidas pelo sistema

vestibular são: Reflexo Vestíbulo-Ocular e Reflexo Vestíbulo Espinal.

O Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO) é uma função do sistema vestibular

central de fundamental importância, pois mantém os olhos orientados para uma

determinada direção, mesmo quando o indivíduo está em constante movimento.

Para que se obtenha uma visão precisa é necessário que a imagem permaneça

estável nas retinas, apesar do movimento da cabeça. O RVO atua pela detecção

das rotações cefálicas e imediatamente comanda um movimento compensatório dos

olhos na direção oposta. O movimento ajuda a manter a linha de visão firmemente

fixa em um alvo visual (BEAR, et al., 2002).

As alterações do RVO presentes na população geriátrica decorrem da

redução da sensibilidade dos CSC às estimulações angulares de alta frequência,

que interfere nas respostas reflexas frente aos movimentos rápidos de cabeça. Em

uma primeira fase, a redução da ação inibitória cerebelar consegue compensar a

falta de sensibilidade porém, com o passar do tempo à redução progressiva da

sensibilidade periférica e a perda parcial do controle cerebelar, tornam o sistema

impreciso para a recepção dos movimentos rápidos. (NAKAYAMA et al.,1994).

O Reflexo Vestíbulo-Espinal (RVE) é ativado quando há realização de

movimentos da cabeça que acionam alguns músculos corporais a fim de

proporcionar a postura corporal no indivíduo podendo se utilizar de estratégias

posturais com o intuito de evitar quedas (GANANÇA; CAOVILLA, 1998).

29

Segundo Hain et al. (2002), o RVE é um estabilizador corporal que envolve

uma sequência de eventos na produção de um reflexo labiríntico: quando a cabeça é

inclinada para um dos lados os CSC, o sáculo e o utrículo são estimulados, o nervo

e núcleo vestibular são ativados e impulsos são enviados pelos tratos vestíbulo-

espinhais lateral e medial para a medula espinhal. Como resposta a este processo

uma atividade extensora é induzida no lado para o qual a cabeça foi inclinada, e a

flexora para o lado oposto. Colocam, ainda, que o RVE cumpre uma função muito

mais complexa do que o RVO decorrente da existência de estratégias múltiplas que

podem ser utilizadas na prevenção de quedas e que englobam sinergias motoras

que se diferenciam entre sim. O RVE realiza adequadamente ajustes do movimento

dos membros, de acordo com a posição da cabeça em relação à do corpo.

Segundo Suarez et al.(2008) referem que a saída vestíbulo-espinal coordena as

atividades motoras da cabeça, tronco e membros durante a postura ereta e marcha.

Para Newton (2004) o núcleo vestibular localizado na porção mais alta do

bulbo é uma importante estrutura central que atua na regulação do equilíbrio. Integra

as informações aferentes do labirinto, cerebelo e medula espinhal e envia eferências

motoras pelo trato vestíbulo-espinhal para a medula, núcleos motores localizados

nos pares cranianos do V (trigêmeo) e XI (acessório).

Além do sistema vestibular, os sistemas oculares supranucleares sacádico,

de perseguição, optocinético e o reflexo de fixação também estão em envolvidos no

equilíbrio corporal (GANANÇA et al., 2001).

A literatura aponta que com o passar dos anos o ser humano passa por um

processo natural de envelhecimento que gera modificações funcionais e estruturais

no organismo. Este envelhecimento interfere na habilidade do SNC em realizar o

processamento dos sinais vestibulares, visuais e somatossensoriais que respondem

diretamente na manutenção do equilíbrio corpóreo. Os processos degenerativos

causados pelo processo de envelhecimento são responsáveis pela ocorrência da

presbivertigem (tontura) e presbitaxia (desequilíbrio) na população idosa

(RUWER et al., 2005).

30

2.3 CONTROLE E EQUILÍBRIO CORPORAL

Entende-se por controle postural a soma dos reflexos estáticos e da

habilidade complexa baseada na interação de processos sensório motores

dinâmicos. A orientação e o equilíbrio postural são os dois principais objetivos

funcionais do controle postural, sendo que a orientação postural envolve o

alinhamento ativo do tronco e da cabeça em relação à gravidade, suporte em

superfícies, visão ao redor e referências internas. O equilíbrio corporal envolve a

coordenação de estratégias de movimento a fim de estabilizar o centro de massa

corporal durante distúrbios de estabilidade auto iniciados ou externamente

disparados (HORAK, 2006).

O equilíbrio do corpo sobre a pequena base de sustentação dos pés é

considerado uma das tarefas mais importantes do sistema do controle postural no

ser humano (HORAK; SHUPERT, 2002).

A manutenção do equilíbrio corporal ocorre através da atuação do controle

postural por meio de informações provenientes dos sistemas nervoso, sensorial e

motor. O sistema sensorial informa a posição de segmentos corporais em relação a

outros segmentos e ao ambiente. O sistema motor é responsável pela ativação

adequada de músculos para a execução do movimento e o SNC integra as

informações provenientes do sistema sensorial para enviar impulsos nervosos aos

músculos que geram respostas neuromusculares. As estratégias posturais

(respostas neuromusculares) se fazem necessárias para que se consiga garantir na

posição ereta com os pés imóveis e, para que a projeção vertical do centro da

gravidade do corpo seja mantida dentro da base de suporte (delimitado pelas bordas

laterais dos pés) fornecendo estabilidade ao corpo permitindo, assim, a realização

de vários movimentos com os membros superiores do corpo (FREITAS; DUARTE,

2006).

O centro de massa (COM) do corpo e centro de pressão (CoP) são

resultantes das forças aplicadas no apoio. São as duas grandezas que podem ser

obtidas através da biomecânica para o estudo da postura. O centro de massa é a

grandeza que indica o balanço corporal, e o centro de pressão é resultado da

resposta neuromuscular ao balanço do COM. O CoP é uma medida de

deslocamento que sofre influência da posição do centro de massa (WINTER, 1995).

31

É importante ressaltar que o sistema vestibular apresenta papel fundamental

no controle postural, visto que funciona como um sensor da gravidade. É

considerado ao mesmo tempo um sistema sensorial e motor e cumpre assim,

funções diversas no controle postural. Como sistema sensorial atua no envio, ao

SNC, de informações sobre a posição e movimento cefálico e a direção da

gravidade. O SNC integra essas informações com outras que são fornecidas por

outros sistemas sensoriais para construir uma imagem da posição e do movimento

corporal e do ambiente que o circunda. Referente ao sistema motor, o sistema

vestibular contribui diretamente para o controle motor, pois o SNC utiliza as vias

motoras descendentes, que recebem informações vestibulares e outros tipos de

informações para controlar as posições estáticas da cabeça e do corpo e para

coordenar os movimentos posturais (HORAK;SHUPERT,2002).

2.4 VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA

A tontura pode ser definida como uma sensação do equilíbrio corporal que

causa um efeito impactante na vida do indivíduo e pode ser caracterizada como

leve, moderada ou intensa, esporádica, assistemática ou constante. Pode estar

acompanhada de prejuízo da memória e da capacidade de concentração, além de

fadiga física e de dificuldade para leitura e escrita. Existem diversos tipos de tontura:

rotatória (vertigem), com impulsão para frente, para trás ou para os lados, com

sensação de flutuação, ascensão ou afundamento, com instabilidade, desvio à

marcha, atordoamento entre outras. A vertigem é o tipo mais frequente de tontura,

sendo a postural a mais comum (GANANÇA et al., 2001).

A vertigem e outros tipos de tontura são encontrados como principal queixa

em 10% dos pacientes nos consultórios otorrinolaringológicos. É também

encontrada com mais frequência no sexo feminino, na proporção de 2:1 (CAMPOS,

1998).

A VPPB consiste num quadro de vestibulopatia com tonturas habitualmente

intensas, rotatórias, com segundos de duração, desencadeadas por determinados

movimentos da cabeça como por ex: ao rodar na cama, ao executar uma

32

hiperextensão do pescoço para tirar um livro de uma prateleira alta, ao levantar e

deitar na cama (FETTER, 2002).

De acordo com Campos (1998), após a mudança de posicionamento da

cabeça há uma latência de um a cinco segundos seguida de forte sensação

vertiginosa associada com sintomas neurovegetativos. É observada a presença de

nistagmo, que no início apresenta-se de forma crescente em amplitude seguido de

decréscimo conjunto com os sintomas, até cessarem por completo após cerca de 10

a 20 segundos. Ressalta que não há sintomas auditivos associados. O autor refere

ainda que se trata de um quadro clínico de incidência frequente no sexo feminino

após os 40 anos.

Existem duas teorias que descrevem os mecanismos fisiopatológicos na

VPPB: a ductolitíase e a cupulolitíase. A ductolitíase descrita por Brandt e Steddin

(1993), é o quadro mais frequente. Os cristais de carbonato de cálcio

(otólitos/estatocônios) presentes na mácula do utrículo se desprendem e caem no

ducto do CSC e permanecem flutuantes na endolinfa. Os estatocônios possuem

densidade maior que da endolinfa e quando a cabeça se movimenta no plano do

canal atingido, os mesmos mergulham no seu ponto mais inferior, movimentando a

endolinfa e defletem a cúpula através de sucção ou pressão. (BRANDT; STEDDIN,

1993).

Na cupulolitíase que é mais rara, os cristais de carbonato de cálcio estão

presentes na cúpula da crista ampular do CSC e foi descrita pela primeira vez por

Schucknecht em 1969. Os otólitos se aderem à cúpula tornado-a mais densa do que

a endolinfa deixando-a mais suscetível à força da gravidade. A figura 2 ilustra um

desenho do labirinto ósseo e membranoso com a saída dos estatocônios do utrículo

em direção aos canais semicirculares.

33

Figura 2 – Esquema do deslocamento dos estatocônios em direção aos CSC Fonte: www.vertigemetontura.com.br/Debris.Redistribution acesso em 05/06/2011.

Na população em geral os dados da literatura mostram que dentre os fatores

etiológicos da VPPB, 50% são de origem idiopática e 50% podem estar associados

a traumatismos (acidente de automóvel, quedas seguida de batidas na cabeça,

síndrome da chicotada, etc.), migrânea, anestesia geral, diabetes, hipotiroidismo,

inatividade prolongada, surdez súbita ou congênita e outras doenças que acometem

o sistema vestibular como a doença de Meniére, neurite vestibular e labirintopatias

vasculares ou metabólicas. (GANANÇA et al., 2005).

Ganança² constatou que a VPPB apresenta prevalência de 30% nos casos de

vestibulopatias. Segundo Campos (1998), a VPPB acomete mais o sexo feminino,

principalmente após os 40 anos. A maior prevalência na população idosa se dá pela

alta sensibilidade dos sistemas auditivo e vestibular aos problemas clínicos situados

em outras partes do corpo e ao processo de deterioração destes sistemas com o

envelhecimento (GANANÇA et al., 1999). Segundo Hain (2000) a etiologia mais

comum da VPPB em idosos é a degeneração do sistema vestibular.

Para Oliveira (2002) outras alterações no sistema vestibular também levam à

degeneração dos estatocônios dentro do sáculo e utrículo, o que seria outro fator

desencadeante da vertigem posicional paroxística benigna em idosos.

²GANANÇA, M.M. (UNIBAN –Campus Marte) Comunicação pessoal, 2009

34

Whitney et al. (2005) realizaram uma revisão retrospectiva de 383 prontuários

com diferentes diagnósticos vestibulares (origem periférica ou central). Os pacientes

tinham que ter respondido o DHI antes de iniciar intervenção terapêutica para serem

incluídos na análise, sendo que do total, 373 preencheram os critérios de inclusão

no estudo. A média etária encontrada neste estudo foi de 61 anos e 22,5% tinham

diagnóstico de VPPB.

2.4.1 Diagnóstico da VPPB

O diagnótisco de VPPB é realizado através do histórico do paciente

(anamnese) e por meio de exame físico e resultados de testes audiológicos e

vestibulares (HAIN, 2000).

São utilizadas provas/testes que pesquisam o nistagmo de posicionamento

como a de Dix-Hallpike, de girar a cabeça e teste deitado de lado

(DORIGUETO et al.,2010).

No teste descrito por Dix e Hallpike (1952) são avaliados os canais

semicirculares posteriores e anteriores. O paciente é colocado em seis diferentes

posições, seguindo as seguintes etapas:

1- Paciente sentado;

2- Cabeça rodada a 45º lateralmente para o lado desencadeante da

vertigem;

3- Colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal, com a cabeça pendente

aproximadamente 30º por 40 segundos e observar se há a presença de nistagmo;

4- O paciente volta para a posição sentada;

5- Cabeça rodada a 45º lateralmente para o lado oposto;

6- Deita o paciente em decúbito dorsal horizontal, com a cabeça pendente

aproximadamente 30 por 40 segundos e, novamente, verificar se há presença de

nistagmo.

As provas sempre se iniciam pelo lado desencadeante da tontura, nos casos

em que o paciente não souber referir, inicia-se pelo lado direito. O paciente é

orientado há permanecer o tempo todo com os olhos abertos. (FETTER, 2002).

35

De acordo com Caovilla e Ganança (1998), é possível encontrar resultado

negativo, positivo objetivo e positivo subjetivo no teste de Dix-Hallpike (quadro 1).

RESULTADO PRESENÇA OU AUSENCIA DE NISTAGMO E/OU VERTIGEM

1. POSITIVO OBJETIVO

2. POSITIVO SUBJETIVO

3. NEGATIVO

PRESENÇA DE NISTAGMO ASSOCIADO À VERTIGEM

PRESENÇA DE VERTIGEM

AUSÊNCIA DE NISTAGMO E VERTIGEM

Quadro 1 - Possíveis resultados no teste de Dix-Hallpike Fonte: Adaptado de CAOVILLA; GANANÇA (1998).

De acordo com Herdman et al. (2002), o teste de girar a cabeça é utilizado

para avaliar os canais semicirculares laterais e segue as seguintes etapas:

1.O paciente sentado na maca é colocado em decúbito dorsal e a cabeça em

flexão de 20º;

2.Virar a cabeça para o lado direito e mantida na posição por até 1 minuto;

3.Virar a cabeça lentamente para a linha média do decúbito dorsal;

4. Virar a cabeça rapidamente para o lado esquerdo;

6.Passar para decúbito lateral esquerdo;

7.Retornar para decúbito dorsal;

8.Passa para a posição sentada.

No teste deitado de lado primeiramente, o paciente é colocado sentado com

as pernas fora da maca, em seguida gira a cabeça 45º para o lado oposto do

labirinto a ser testado, deita-se rapidamente na direção oposta à inclinação cefálica,

senta-se ainda com a cabeça girada a 45º repete para o lado oposto. Assim como na

prova de Dix-Hallpike, sempre se inicia a manobra para o lado desencadeante da

tontura, caso o paciente não saiba referir inicia-se a manobra pelo lado direito

(HERDMAN; TUSA, 2002).

Todas as provas devem ser realizadas, preferencialmente com lentes de

Frenzel ou por um sistema de câmeras infravermelhas, objetivando evitar a

supressão da fixação do nistagmo horizontal e vertical, aumentando a probabilidade

da provocação do nistagmo (HERDMAN; TUSA., 2002).

36

O quadro 2 explana as diversas configurações clínicas no quadro de VPPB

segundo as teorias fisiopatológicas e as características do nistagmo de

posicionamento frente à prova de Dix-Hallpike. (FRANZZA et al., 2001; HERDMAN;

TUSA, 2002; DORGIUETO et al., 2001).

Fisiopatologia Características do nistagmo de posicionamento

Ductolitíase do CPD Vertical para cima e torsional para direita (menor que 1 minuto)

Ductolítiase do CPE Vertical para cima e torcional para esquerda (menor que 1

minuto)

Ductolítiase do CAD Vertical para baixo e torcional para direita (menor que 1

minuto)

Ductolítíase do CAE Vertical para baixo e torcional para esquerda (menor que 1

minuto)

Ductolitíase do CLD Horizontal geotrópico mais intenso com a orelha direita para

baixo

Ductolitíase do CLE Horizontal geotrópico mais intenso com a orelha esquerda para

baixo

Cupulolitíase do CPD Vertical para cima e torcional para direita (maior que 1 minuto)

Cupulolitíase do CPE Vertical para cima e torcional para esquerda (maior que 1

minuto)

Cupulolitíase do CAD Vertical para baixo e torcional para direita (maior que 1 minuto)

Cupulolitíase do CAE Vertical para baixo e torcional para esquerda (maior que 1

minuto)

Cupulolitíase do CLD Horizontal ageotrópico mais intenso com a orelha direita para

baixo

Cupulolitíase do CLE Horizontal ageotrópico mais intenso com a orelha esquerda

para baixo. Legenda: CPD: Canal semicircular posterior direito; CPE: Canal semicircular posterior esquerdo; CAD: Canal semicircular anterior direito; CAE: Canal semicircular anterior esquerdo; CLD: Canal semicircular lateral direito; CLE: Canal semicircular lateral esquerdo; Geotrópico: bate em direção ao chão; Ageotrópico: bate em direção oposta ao chão. Quadro 2 - Descrição do mecanismo fisiopatológico da VPPB e o respectivo tipo de nistagmo de posicionamento observado à prova de Dix-Hallpike e à manobra de girar a cabeça em pacientes com VPPB. Fonte: Adaptado de DORIGUETO et al., 2011).

37

A latência do nistagmo de posicionamento é de aproximadamente 30

segundos nos casos de ductolitíase e com duração acima de 1 minuto dos casos de

cupulolitíase. Estudos mostram que na sua grande maioria, o quadro de VPPB afeta

o canal posterior devido sua disposição anatômica (PEREIRA; SCAFF, 2001).

Honrubia et al. (1999) colocam que de 85% a 95% dos casos de VPPB acometem o

canal posterior.

Existem outras patologias que manifestam como sintomas vertigem ou

tonturas posicionais, como a pseudovertigem posicional paroxística beniga; vertigem

posicional paroxística maligna; VPPB persistente; vertigem recorrente benigna;

vertigem postural incapacitante; Síndrome de Lindsay-Hemenway; presbivertigem ou

prebiataxia. Por isso se faz importante o diagnóstico diferencial da VPPB com essas

outras patologias (GANANÇA et al., 2005).

2.4.2 Tratamento da VPPB

De acordo com a literatura, é de fundamental importância identificar o tipo de

VPPB e o canal acometido antes de escolher o tipo de tratamento a ser adotado cuja

variação dos tratamentos foi desenvolvida tendo em vista o canal acometido.

Existem três tratamentos básicos para a VPPB (HERDMAN; TUSA,2002):

1. Reposição canalítica;

2. Exercícios de liberação;

3. Habituação de Brandt-Daroff.

A reposição canalítica é utilizada nos casos de ductolitíase e os exercícios de

liberação nos casos de cupulolitíase, já os exercícios de habituação de Brandt-Daroff

são mais utilizados para as queixas residuais mais brandas.

Atualmente para o tratamento de reposição canalítica nos casos de

ductolitíase dos canais posterior e anterior é utilizada a Manobra de Epley

modificada proposta por Herdman et al. (2002). A manobra engloba posições

cefálicas com objetivo de movimentar os estatocônios do canal semicircular

acometido enviando-os novamente para o local de origem (mácula utricular).

Na manobra de Epley modificada primeiramente o paciente é colocado

sentado em uma maca, com as pernas estendidas e em seguida é colocado na

38

posição deitada em decúbito dorsal com a cabeça pendente a 45º do lado da orelha

afetada e é mantido de 1 a 2 minutos nesta posição. Posteriormente, a cabeça é

lentamente girada para o lado oposto (não afetado) e mantida nesta nova posição

por um período breve. Depois o paciente é orientado a virar o corpo e se manter em

decúbito lateral (para o mesmo lado) com a cabeça voltada 45º para baixo (na

direção do chão), mantendo-se nesta posição por mais 1 a 2 minutos. Em seguida o

paciente é colocado sentado (posição inicial).

Após a manobra o paciente é instruído a não inclinar o tronco para frente,

deitar-se de costas ou mover a cabeça para cima, para baixo ou para os lados o

resto do dia. É recomendado ainda, que use travesseiros a mais para manter a

cabeça elevada quando for dormir e evitar girar para o lado afetado durante 48h

após ter sido submetido à manobra (HERDMAN; TUSA, 2002)

No tratamento para ductolitíase de canal lateral o paciente é colocado em

decúbito dorsal e a cabeça é girada para o lado comprometido, de modo que a

orelha afetada fique voltada para o chão. Em seguida realiza uma movimentação

cefálica com incrementos de 90º para o lado oposto até completar uma rotação de

360º. Portanto, na primeira rotação a cabeça ficará voltada para cima e a posição é

mantida por 15 segundos ou até cessar a vertigem. Posteriormente, a cabeça é

girada para o lado oposto deixando a orelha não afetada voltada para o chão por

mais 15 segundos ou até parar a vertigem. Em seguida, o paciente gira em decúbito

ventral com a cabeça voltada para o chão permanecendo por mais 15 segundos.

Para finalizar a manobra o paciente volta na posição de origem, ou seja, em

decúbito dorsal com a orelha afetada voltada para o chão por mais 15 segundos.

Por fim, o paciente é colocado lentamente sentado e é orientado a manter a cabeça

ereta ou inclinada 30º para baixo (HERDMAN;TUSA, 2002).

Dentre os exercícios de liberação, a manobra liberatória de Semont é utilizada

para os casos de VPPB de canal posterior. O paciente é colocado sentado de frente

para o examinador com a cabeça voltada a 45º para o lado não comprometido,

rapidamente é deitado para o lado comprometido mantendo a cabeça girada para

cima permanecendo nesta posição por 2 ou 3 minutos. A seguir é colocado

rapidamente para o lado oposto com a cabeça voltada para a maca (nariz para

baixo) e mantido na posição por mais 4 minutos. Só então é colocado na posição

inicial. (SEMONT et al., 1988).

39

Brandt e Daroff (1980), propõem os exercícios de habituação indicados para

os casos de cupulolitíase ou ductolitíase de canal posterior. Primeiramente o

paciente é colocado sentado na maca, orientado a girar a cabeça 45º para o lado

que não desencadeia vertigem e em seguida é deitado para o lado oposto

mantendo-se por 30 segundos nesta posição. Em seguida é colocado sentado

novamente e orientado a girar a cabeça 45º para o lado desencadeante da vertigem

e é deitado para o lado oposto e mantido por mais 30 segundos retornando a

posição sentada. Usualmente esse tratamento é indicado para o paciente realizá-lo

em casa, após ser instruído, como complemento do tratamento realizado no

consultório.

2.4.3 Recorrência e Incidência

Dorigueto et al. (2009) acompanharam indivíduos com diagnóstico de VPPB

que foram submetidos à manobra de reposicionamento de Epley no período de um

ano e encontraram os seguintes dados percentuais: 70% dos casos a VPPB foi não

recorrente, em 26% recorrente e 4% dos casos persistente.

Breven et al. (2007) publicaram um estudo com 1003 pacientes com queixas

de tontura e vertigem. A prevalência em um ano foi de 1,6% e a incidência de 0,6%

sendo quase 10% nos indivíduos com idade de 80 anos.

Em estudo realizado a fim de determinar a prevalência da VPPB em idosos,

foi encontrado 9% com diagnóstico de VPPB, 61% com queixa de tontura e 77%

apresentando desequilíbrio (OGHALAI et al., 2000).

Gazzola et al. (2008) realizaram estudo com idosos com diagnóstico de

disfunção vestibular crônica e encontraram 36,7% com VPPB.

Em estudo realizado por Caldas et al. (2009) com análise de 1271 prontuários

de pacientes com diagnóstico de VPPB foi verificado que a VPPB foi prevalente na

faixa etária entre 41 e 60 anos com 42,2%, no gênero feminino com percentual de

62,8%, em 83,3% presença de nistagmo e vertigem de posicionamento,

comprometimento de canal semicircular posterior em 87,0% dos casos, cura ou

melhora por meio de manobra de reposicionamento em 77,9% e presença de

recorrência em um ano de acompanhamento em 21,8%.

40

Segundo estudo realizado por Garcia (2005), no qual se avaliou a eficácia das

manobras terapêuticas nos diagnósticos de VPPB, constatou-se que 3% dos

pacientes que foram submetidos à manobra de Dix-Hallpike apresentaram

persistência de vertigem posicional sem nistagmo, 5% continuaram com VPPB ou

consideraram que a mesma tinha se agravado.

2.5 POSTUROGRAFIA

Com o avanço tecnológico dos últimos anos foram desenvolvidas técnicas

para o estudo, avaliação e reabilitação do equilíbrio corporal.

Qualquer estudo ou técnica que realiza medição da oscilação corporal ou de

variáveis associadas a essa oscilação é chamada de posturografia. A posturografia

pode ser estática ou dinâmica. A estática é quando mede a postura ereta do

paciente sem a realização de movimentos, sendo muito eficaz na avaliação do

equilíbrio corporal estático de indivíduos com queixas de alterações vestibulares

(BRU™,2006). A posturografia dinâmica avalia a resposta motora frente a uma

perturbação aplicada sobre o paciente (DUARTE et al., 2010).

A posturografia complementa os testes para diagnóstico de alteração

vestibular nos casos em que o indivíduo apresenta queixas relacionadas ao

equilíbrio corporal e que não são diagnosticadas nos testes convencionais (BITTAR,

2007).

Segundo Gazzola et al. (2009) a posturografia foi desenvolvida para aprimorar

os métodos quantitativos de avaliação do equilíbrio corporal. É utilizada para

quantificar as desordens do equilíbrio corpóreo.

Freitas et al. (2006) citam que a posturografia refere-se a estudos ou técnicas

que são utilizadas com o objetivo de medir a oscilação corporal ou realizam a

medição de uma variável associada a essas oscilações.

A posturografia é uma abordagem que avalia a disfunção vestibular através

de uma plataforma de força que fornece várias medidas que refletem a estabilidade

postural através da quantificação da oscilação corporal. A posturografia estática

envolve plataforma e postura fixas com olhos abertos ou fechados.

(NORRÉ et al.,1986)

41

A posturografia estática através da exposição do paciente a diferentes

situações sensoriais consegue aferir o RVE através do registro e análise da

oscilação corporal e pode identificar alterações na integração das aferências

provenientes dos sistemas visual, vestibular e proprioceptivo (NORRÉ et al., 1987;

NORRÉ, 1992).

Barona et al. (1992) descrevem que a posturografia constitui um conjunto de

técnicas que estudam a postura e informa a função vestíbulo-espinal, da

compensação alcançada neste nível por uma lesão no sistema de equilíbrio,

independente do que possa ocorrer em outros níveis. Comparam o seu valor no

estudo da RVE com o valor da eletronistagmografia (ENG) no estudo do RVO e que

constitui um elemento de grande importância como teste complementar da ENG.

A Balance Rehabilitation Unit - BRU™ é um equipamento de posturografia

estática que mensura as desordens do equilíbrio corporal através de um módulo que

fornece informações sobre a posição da área do centro de pressão (CoP) do

paciente através de dez (10) condições sensoriais por meio de indicadores

quantitativos: área de limite de estabilidade (LE), área de elipse e velocidade de

oscilação (VOC) (BRU™,2006).

Mochiozuki et al. (2003) descreveram a área do CoP como o ponto de

aplicação das resultantes das forças verticais que agem na superfície de suporte e

representa um resultado coletivo do sistema de controle postural e da força

gravitacional. A área de elipse de confiança é definida como a área de distribuição

de 95% das amostras do CoP e a VOC é determinada pela distância total dividida

pelo tempo de 60 segundos de cada prova da posturografia. (BRU™,2006)

Já o LE é a área onde a oscilação do paciente é segura. Uma redução

significativa desta área implica que qualquer oscilação corporal brusca, o CoP pode

exceder o LE e gerar um risco de queda. (SUAREZ, et al., 2008).

Segundo Gazzola et al. (2009) para a determinação do LE por meio da

posturografia estática da BRU™, o paciente é orientado a realizar deslocamentos

com o corpo ântero-posteriores e laterais através de estratégias de tornozelo, sem

realizar movimento algum com os pés ou se utilizar de outras estratégias, como a de

tronco. O paciente é orientado a mover-se lentamente até alcançar o seu limite de

estabilidade primeiramente para frente retornando à posição inicial, em seguida para

direita retornando à posição inicial, para a esquerda retornando à posição inicial.

Para finalizar, realiza movimento para trás e retorna à posição inicial. É solicitado

42

que o paciente realize de duas a três vezes esta sequência. Nos casos em que os

pacientes movimentam os pés ou o tronco na plataforma, os movimentos devem são

reiniciados.

Suarez et al. em 2009 citaram que a posturografia é um teste fundamental

para a análise da instabilidade corporal em idosos pois, além de quantificar o grau

de instabilidade corporal fornecendo valores da magnitude da gama da área do CoP,

fornece também a VOC do centro de massa. Colocam que quanto maior o CoP e

VOC maior é a instabilidade corporal do indivíduo.

Dados encontrados na literatura mostram a importância da realização da

posturografia em condições ambientais favoráveis, que propiciem a avaliação, como

ambientes silenciosos com pouca iluminação, com o paciente sobre a plataforma

com os pés descalços, ereto, estático e com os braços estendidos na lateral do

corpo (GAZZOLA et al.,2008; CUSIN et al.,2010;).

Kasse et al. (2010), avaliaram idosos com média etária de 68,15 anos, com

diagnóstico de VPPB por meio da posturografia estática da BRU™ e verificaram que

após manobra de reposicionamento o limite de estabilidade aumentou

significativamente (p=0,001). A área de elipse nas condições de conflitos sensoriais,

visuais e vestibulares (condições 2,7,8,9) diminuíram significativamente (p<0,05).

Em estudo realizado em 33 pacientes idosos com média etária de 68 anos

com VPPB, foi medido o limite de estabilidade pré e pós manobra de

reposicionamento de Epley modificada. O valor médio do LE foi de 134,27cm2

(55,32) para 181,03cm2 (47,79) após tratamento, mostrando melhora do equilíbrio

corporal (SANTANA et al.,2010).

Suarez et al. (2008) compararam grupo controle com pacientes idosos (acima

dos 65 anos) com instabilidade corporal. Ambos grupos foram submetidos à

diferentes tipos de estimulação sensorial através da BRU™. Os 57 pacientes

avaliados com instabilidade, apresentaram maior valor da área do CoP e VOC em

todas as estimulações sensoriais avaliadas e valor baixo de LE quando comparados

com o grupo controle. Santana (2009) realizou um estudo no qual comparou os resultados obtidos

na posturografia estática e no questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) - versão brasileira, em indivíduos idosos (acima dos 60 anos) com diagnóstico de

VPPB, pré e pós tratamento realizado por meio da manobra de reposicionamento de

Epley modificada. A autora concluiu que a manobra de reposicionamento de Epley

43

modificada, promoveu a remissão sintomatológica do quadro de VPPB, aumento do

LE e propiciando maior controle do equilíbrio postural. No DHI, os pacientes

apresentaram melhoras significativas pós tratamento demonstrando melhora na

qualidade de vida dos mesmos.

2.6 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI)

Jacobson e Newman (1990) elaboraram e validaram um questionário

denominado Dizziness Handicap Inventory (DHI) com o objetivo de avaliar a

autopercepção do indivíduo frente aos efeitos incapacitantes que a tontura pode

desencadear.

O DHI foi traduzido e validado para a versão brasileira por

Castro e colaboradores em 2003 (CASTRO et al., 2007). É um questionário

composto por 25 questões, divididas nas escalas funcional, emocional e física sendo

que as subescalas emocional e funcional envolvem nove questões cada e a

subescala física engloba o total de sete questões.

Segundo Jacobson e Newman (1990) o DHI foi desenvolvido para quantificar

o impacto da tontura na vida cotidiana. Os 25 itens foi desenvolvido para avaliar os

efeitos de auto-percepção de handicap impostas pelas doenças que acometem o

sistema vestibular.

Nos últimos anos o DHI ganhou ampla aceitação como uma medida útil na

avaliação das desvantagens causadas pela tontura (VEREECK et al.,2006).

Em estudo realizado foram avaliados 23 pacientes com média de 70,69 anos

com diagnóstico de VPPB do tipo ductolitíase pré e pós manobra de Epley. Os

valores dos escores do aspecto físico pré e pós reabilitação vestibular (RV)

demonstraram melhora, uma vez que a mediana pré RV apresentou valor de 22 e

pós RV esse valor foi zero. Quanto aos aspectos funcional e emocional também se

observou melhora, visto que a mediana de seus escores de 22 apresentado antes

RV passou para 6 pós RV (ANDRÉ, 2003).

No estudo de Whitney et al. (2005), os autores tinham por objetivo determinar

se respostas específicas no DHI poderiam auxiliar o médico no diagnóstico de

VPPB. Com base na experiência clínica, fundamentam que a inclusão de cinco itens

44

no questionário poderia auxiliar o médico na precisão do diagnóstico de VPPB: 1.

olhando para cima; 2. dificuldade de levantar da cama; 3. movimentos rápidos de

cabeça; 4. rolando na cama; 5. flexão. Verificaram que essas cinco questões

poderiam aumentar em 78% a confiança do examinador de identificar o paciente

com VPPB. Os itens 2 e 5 referentes à subescala da VPPB poderiam ajudar na

anamnese do médico, auxiliar no screenning e no diagnóstico da VPPB. Nas

subescalas da VPPB, nas cinco questões sugeridas quanto maior o escore, maior a

probabilidade de que o paciente apresente resultado positivo na prova de Dix-

Hallpike, com isso, se as pontuações do DHI são elevadas, um teste de Dix-Hallpike

deve ser realizado para descartar a hipótese de VPPB.

Mantello et al. (2008) avaliaram o efeito da reabilitação vestibular sobre a

qualidade de vida de idosos com labirintopatias. Foram avaliados 40 idosos com

média etária de 70,2 anos. O escore avaliado com maior diferença pré e pós

tratamento foi da subescala funcional, em segundo lugar a subescala física e com

menores escores a subescala emocional. Concluíram através do DHI, melhora na

qualidade vida após tratamento.

Santana et al. (2010) compararam os valores do DHI pré e pós manobra de

reposicionamento de Epley e encontraram resultado estatístico significante no

escore total e nas subescalas física, funcional e emocional, mostrando que a

remissão dos sintomas melhora a qualidade de vida do indivíduo com VPPB.

45

3 MÉTODO

3.1 TIPO E LOCAL DO ESTUDO

Inicialmente, o projeto do presente estudo foi submetido, analisado e

aprovado pela Comissão de Normas Éticas e Regulamentares da Universidade

Bandeirante de São Paulo – UNIBAN–Brasil, por meio do protocolo de número

115/10 (ANEXO A).

Trata-se de um estudo do tipo longitudinal, descritivo, analítico. A pesquisa foi

realizada no Laboratório de Estudos e Pesquisa do Programa de Mestrado

Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN-

Brasil, localizado no Campus Maria Cândida, no período de agosto de 2010 a maio

de 2011.

Os candidatos a participar desta pesquisa foram contatados pela assistente

de Laboratório por telefone. Antes de iniciar a pesquisa todos os pacientes que

aceitaram participar do estudo receberam informações sobre o teor da pesquisa, por

meio de uma carta de informação sobre o estudo (APÊNDICE A) e seus dados

foram utilizados apenas após a assinatura do termo de consentimento pós-

informado (APÊNDICE B).

3. 2 AMOSTRA

Para compor a amostra deste projeto os seguintes critérios de inclusão e

exclusão foram estabelecidos:

46

3.2.1 Critérios de Inclusão

- Voluntários dos gêneros masculino e feminino com idade igual ou superior a

60 anos;

- Ser paciente do Laboratório de Estudos e Pesquisa em Reabilitação do

Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN-Brasil;

-Pacientes submetidos ao tratamento de VPPB por meio da manobra de

Epley modificada ou de Semont há 12 meses, com alta médica;

-Pacientes que referiram ou não novo episódio de vertigem característica da

VPPB 12 meses após alta médica;

3.2.2 Critérios de Exclusão

-Pacientes com incapacidade para compreender e atender a comando verbal

simples;

-Impossibilitados de permanecer de forma independente na posição

ortostática;

-Pacientes com comprometimento visual grave ou não compensado com uso

de lentes corretivas;

-Pacientes com distúrbios ortopédicos que resultam em limitação de

movimento ou utilização de próteses em membros inferiores;

-Pacientes com distúrbios neurológicos e/ou psiquiátricos;

-Pacientes com relato de ingestão alcoólica 24 horas antes da avaliação;

-Pacientes em uso de medicamentos com ação sobre o Sistema Nervoso

Central ou Sistema Vestibular;

-Pacientes que tenham realizado reabilitação do equilíbrio corporal após a alta

médica.

47

3.3 PROCEDIMENTOS

3.3.1 Anamnese

Foi realizado um levantamento priorizando o histórico de quedas, tontura,

recorrência da tontura, perda auditiva, uso de medicações nos últimos 12 meses

(APÊNDICE C).

3.3.2 Posturografia Estática

Para a realização da posturografia estática utilizou-se o equipamento -

Balance Rehabilitation Unit (BRU TM) da Medicaa TM. Trata-se de um módulo de

posturografia integrado a estímulos visuais, os quais são projetados por um óculos

de realidade virtual que permite avaliar e treinar pacientes com desordens de

equilíbrio, vertigem ou instabilidade (BRU TM, 2006).

Este equipamento inclui um computador com o programa de avaliação –

software da BRUTM, estrutura de segurança (estrutura metálica e arnês), plataforma

de força, óculos de realidade virtual, acelerômetro e almofada de espuma. A

posturografia estática foi realizada em uma sala silenciosa, com iluminação reduzida

em condições ambientais favoráveis à avaliação impedindo que fatores externos

interferissem nos testes (CUSIN et al., 2010).

A plataforma de força da BRUTM, com área de 40cm x 40cm, inclui

coordenadas verticais e horizontais; dispõe de uma linha horizontal (latêro-lateral) de

8cm (linha intermaleolar) para o posicionamento dos pés do paciente e uma linha

vertical de 12cm para interceptar o ponto médio da linha intermaleolar. A plataforma

possui quatro sensores de força tipo célula de carga que estão distribuídos para

medir os três componentes de força e os três componentes do movimento de força

(direções ântero-posterior, médio-lateral e vertical) (Figura 3).

48

Esta plataforma converte a pressão aplicada sobre ela em sinais elétricos

permitindo determinar a área do Centro de Pressão (CoP) e a Velocidade de

Oscilação Corporal (VOC) (BRUTM , 2006).

Figura 3 - Plataforma da BRU TM

Fonte: Acervo pessoal

A posturografia estática por meio da BRUTM quantifica as desordens do

equilíbrio por meio das medidas da área de deslocamento do centro de massa (área

de elipse), pela velocidade de oscilação em dez condições sensoriais e informa a

posição da área do CoP. Possui três módulos funcionais: o primeiro é composto pela

posturografia que é um módulo de avaliação estática do equilíbrio corporal. O

segundo é composto pelo módulo de reabilitação que permite treinar os diferentes

movimentos e reflexos oculomotores através de vários estímulos visuais em

diferentes condições somatossensoriais e o terceiro por jogos de treinamento

postural (PTG) no qual, jogos que interagem com o paciente permitem aumentar a

área do limite de estabilidade (LE) e treinar estratégias posturais.

A posturografia da BRUTM fornece informações sobre a posição do centro de

pressão do paciente por meio de indicadores quantitativos: área do limite de

estabilidade, área do centro de pressão e velocidade de oscilação em dez condições

sensoriais (Figura 4).

Linha intermaleolar (8cm) Linha vertical (12cm)

49

O software do programa fornece dados automáticos dos cálculos referentes à

área de elipse: centro de pressão (CoP) e velocidade de oscilação corporal (VOC).

A área de elipse é definida como a área de distribuição de 95% das amostras

do centro de pressão. A área do CoP é ponto de aplicação da resultante das forças

verticais que atuam na superfície de suporte, e representa um resultado total do

sistema de controle postural e da força de gravidade. A VOC média é determinada

pela distância total dividida pelo tempo de 60 segundos da prova (BRUTM , 2006;

FREITAS et al.,2006).

No final dos testes, o programa fornece relatórios (ANEXO B) contendo dados

sobre o limite de estabilidade (LE), a área do centro de pressão (CoP) e a

velocidade de oscilação corporal (VOC).

O LE avalia como o paciente maneja seu CoP na Base de Sustentação (BOS)

sem sentir instabilidade ou percepção de queda. Avalia as habilidades de

coordenação motora quando o CoP passa pelos diferentes locais da sua BOS

(BRUTM, 2006). É a área descrita pelo paciente quando instruído para realizar seu

LE antes do início dos testes.

Nesta pesquisa as avaliações foram realizadas com os pacientes em posição

ereta estática e braços estendidos ao longo do corpo e foi permitido o uso de lentes

corretivas visuais, quando necessário.

Antes de o teste ter início, a plataforma foi calibrada por meio de um

comando. Para a realização do exame, os pacientes ficaram em pé sobre a

plataforma, descalços, com os maléolos internos direito e esquerdo posicionados

nas extremidades da linha intermaleolar e os dois primeiros artelhos afastados 10º

da linha média. O ponto médio da linha intermaleolar foi utilizado como o centro do

limite padrão do círculo de estabilidade. Foi utilizada uma régua para auxiliar no

Figura 4: Representação gráfica da área do limite de estabilidade (LE) (azul) e da área do centro de pressão (CoP) (vermelho) Fonte: Adaptado do Manual da BRUTM

LE

área do Cop

50

alinhamento e marcação dos hálux e os calcâneos a fim de se manter as mesmas

medidas durante todos os testes aplicados.

Para determinar o LE, os pacientes foram instruídos a deslocarem o corpo em

sentido ântero-posterior e lateral utilizando a estratégia de tornozelo, sem

movimentar os pés ou empregar estratégias de tronco ou quadril. Os pacientes

moveram-se lentamente até alcançar o seu limite de estabilidade corporal, ou seja,

até se sentirem um pouco instáveis. Os movimentos foram realizados na seguinte

sequência:

1) para frente

2) retornar à posição inicial;

3) para a direita;

4) retornar à posição inicial;

5) para a esquerda;

6) retornar à posição inicial;

7) para trás e,

8) retornar à posição inicial.

Solicitou-se aos pacientes que realizassem esta tarefa duas vezes sem

necessariamente completar os 60 segundos reservados para este procedimento. A

medida foi reiniciada nos casos em que os pacientes moveram os pés ou o tronco.

Para avaliar as dez condições sensoriais os pacientes foram instruídos a

manterem-se imóveis, por 60 segundos nas seguintes posições:

1-posição ortostática sobre piso firme, com olhos abertos;

2-posição ortostática sobre piso firme, com olhos fechados;

3-posição ortostática sobre superfície da almofada de espuma, com olhos fechados;

4-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação sacádica;

5-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação optocinética na direção

horizontal da esquerda para a direita;

6-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação optocinética na direção

horizontal da direita para a esquerda;

7-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação optocinética na direção

vertical de cima para baixo;

8-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação optocinética na direção

vertical de baixo para cima;

51

9-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação optocinética na direção

horizontal associada a movimentos lentos e uniformes de rotação da cabeça;

10-posição ortostática sobre piso firme, com estimulação optocinética na direção

vertical associada a movimentos lentos e uniformes de flexão e extensão da cabeça.

Os óculos de realidade virtual foram utilizados nas avaliações da quarta à

décima condição para a apresentação dos estímulos sacádicos e optocinéticos.

Durante os procedimentos foram concedidos intervalos de tempo para o

repouso do paciente, de acordo com a necessidade. A segurança do paciente,

quanto ao risco de uma eventual queda durante a avaliação foi garantida pela

presença de um examinador próximo ao paciente e pela utilização do suporte de

proteção do equipamento (Figura 5).

Figura 5 - Posturografia Estática da BRU TM Fonte: Acervo pessoal

Na primeira condição, o paciente foi orientado a permanecer na posição

estática com os olhos abertos e fixos em um ponto determinado durante 60

Suporte de Proteção

Espuma

52

segundos. Na segunda condição, o paciente foi orientado a permanecer na mesma

posição, porém com os olhos fechados por uma venda no mesmo período de tempo.

Para a realização da terceira condição, primeiramente, o paciente foi

orientado a sair da plataforma de força, para que a mesma fosse recalibrada e uma

espuma colocada sobre ela. O paciente retornou à plataforma permanecendo sobre

a espuma e uma nova medição dos hálux e calcâneos foi realizada. A venda sobre

os olhos do paciente foi recolocada sendo orientado a permanecer estático durante

os 60 segundos do teste.

Antes de iniciar as próximas condições, a almofada foi retirada e a plataforma

novamente calibrada. O paciente retornou à plataforma e uma nova medição dos

hálux e calcâneos efetuada. Em seguida um óculos que projeta estímulos visuais

sem provocar alteração somatossensorial foi adaptado ao paciente.

Na quarta condição, utilizaram-se estímulos sacádicos, na frequência de 1Hz,

com direção aleatória. A estimulação sensorial caracterizou-se por formas

geométricas de círculo e quadrados com cores e letras diversificadas, sendo o

paciente orientado a nomear as letras ou as cores que apareceram no visor,

permanecendo nesta condição por 60 segundos.

Da quinta à oitava condição, os estímulos apresentados foram retinais. Na

quinta condição, na qual se avaliou a estimulação optocinética vestibular no sentido

horizontal da esquerda para direita, o paciente foi orientado a manter o olhar na

barra central e permanecer nesta posição por 60 segundos. Na sexta condição, a

estimulação optocinética vestibular foi no sentido horizontal da direita para a

esquerda e o paciente recebeu a mesma instrução da quinta condição.

Na sétima e oitava condições, a estimulação optocinética vestibular se deu no

sentido vertical com direção de cima para baixo e de baixo para cima,

respectivamente. Mais uma vez, o paciente foi orientado a manter o olhar na barra

central, por 60 segundos.

Nas condições nove e dez, a estimulação englobou a integração visuo-

vestibular, ou seja, houve uma combinação de estimulação visual, vestibular e

movimentação cefálica.

Na nona condição, o paciente recebeu estimulação optocinética vestibular

horizontal e, foi orientado a realizar movimentos suaves com a cabeça de um lado

para o outro, por 60 segundos. Por fim, na décima e última condição, o paciente

53

recebeu estimulação optocinética vestibular na vertical sendo orientado a

movimentar lentamente a cabeça para cima e para baixo durante 60 segundos.

3.3.3 Dizziness Handicap Inventory (DHI)

O Dizziness Handicap Inventory (DHI) é um questionário que tem o objetivo

de avaliar a auto-percepção individual dos efeitos incapacitantes que a tontura pode

causar (JACOBSON; NEWMAN, 1990).

O DHI foi elaborado por Jacobson e Newman (1990) e adaptado para a

cultura brasileira por Castro e colaboradores em 2003 (CASTRO, et al., 2007) –

ANEXO C. Tem como objetivo quantificar o grau do prejuízo físico, emocional e

social que a tontura pode causar na vida do indivíduo. É composto por 25 questões,

que são divididas nas subescalas emocional, física e funcional. A sua pontuação

varia de 0 a 100 pontos. Quanto maior pontuação, maior será o prejuízo causado

pela tontura na qualidade de vida do paciente.

As questões 01, 04, 08, 11, 13, 17 e 25 são referentes à subescala física.

Sendo referentes à subescala emocional as questões 02, 09, 10, 15, 18, 20, 21, 22 e

23. As questões 03, 05, 06, 07, 12, 14, 16, 19 e 24 referem-se à subescala

funcional.

Neste questionário, para cada questão o paciente apresenta três

possibilidades de resposta, a saber, SIM, NÃO e ÀS VEZES. Às respostas

afirmativas (SIM) são atribuídos quatro pontos; dois pontos para as respostas “ÀS

VEZES” e zero para cada resposta negativa (NÃO). Depois de atribuídos os valores

para cada questão, realiza-se a soma para cada subescala (física, emocional e

funcional) e a soma do valor total das 25 questões. A pontuação total é classificada

como: handicap leve 0-30 pontos; moderado 31-60 e, severo 61-100 pontos

(WHITNEY et al., 2004).

Neste estudo o avaliador leu as questões para o paciente que foi instruído a

responder oralmente SIM, ÀS VEZES ou NÃO para cada questão separadamente.

As respostas foram anotadas pelo avaliador logo após as respostas orais.

54

3.4 COLETA DOS DADOS

Inicialmente foi realizado um levantamento de todos os prontuários dos

pacientes atendidos no Laboratório de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão

Social da UNIBAN, com diagnóstico de VPPB e tratados por meio da manobra de

reposicionamento de Epley modificada ou Semont. Foi elaborada uma planilha de

convocação destes pacientes para uma reavaliação após 12 meses da alta médica

para o tratamento da VPPB.

Os pacientes convocados foram submetidos à anamnese, à realização do

exame de posturografia estática por meio da BRUTM , à aplicação do questionário

DHI e para aqueles com recidivas dos sintomas de tontura rotatória, não rotatória e

desequilíbrio à avaliação médica.

Foram levantados do prontuário de cada um dos pacientes reavaliados os

dados do DHI e da avaliação da posturografia, pré e pós RV. Estes resultados foram

comparados com os dados da avaliação após 12 meses de alta médica. As

informações foram colocadas em uma planilha que possibilitou a comparação dos

dados nos diferentes momentos de avaliação e também a realização de medidas de

correlação dos dados (APÊNDICE D).

No levantamento de dados foram considerados casos de recorrência dos

sintomas, os pacientes que apresentaram tontura em algum momento durante os 12

meses após o tratamento para VPPB. Os mesmos não apresentaram,

necessariamente, sintomas atuais de tontura.

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todos os dados foram catalogados no banco de dados contendo dados de

identificação, levantamento de dados das provas, avaliações, manobras pré e pós

RV e os dados relativos à anamnese, avaliação posturográfica e DHI após 12 meses

do tratamento da VPPB.

Inicialmente todas as variáveis foram analisadas descritivamente. Para as

variáveis quantitativas esta análise foi feita através da observação dos valores

55

mínimos e máximos, e do cálculo de médias, desvios-padrão e mediana. Para as

variáveis qualitativas calcularam-se frequências absolutas e relativas.

Para a comparação de dois grupos independentes foi utilizado o teste não-

paramétrico de Mann-Whitney, pois a suposição de normalidade dos dados foi

rejeitada.

Para a comparação dos grupos ao longo das avaliações foi utilizado teste

não-paramétrico de Friedman.

Para o estudo da correlação entre duas variáveis foi utilizado o coeficiente de

correlação de Spearman.

Para o estudo da homogeneidade entre proporções foi utilizado o teste exato

de Fisher.

O nível de significância utilizado para os testes foi de 5

56

4 RESULTADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

No período de agosto de 2010 a maio de 2011, por meio de análise de

prontuários, foram selecionados para participar do presente estudo 45 pacientes, de

ambos os gêneros, com diagnóstico de VPPB definido pelo médico

otorrinolaringologista, atendidos no Laboratório de Estudos e Pesquisa em

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da Universidade Bandeirante

de São Paulo - UNIBAN-Brasil.

Considerando os critérios de inclusão e exclusão e a impossibilidade de

alguns pacientes participarem do estudo, dos 45 (100%) selecionados 23 (51,11%)

compuseram a amostra deste estudo.

Dos 22 (48,87%) pacientes que não compuseram a amostra, dois (4,44%)

foram excluídos do estudo por não estarem de acordo com os critérios de inclusão

pré estabelecidos no início do trabalho e 20 (44,42%) apresentaram as justificativas

descritas na tabela 1 que os impossibilitaram de participar da pesquisa.

Tabela 1 – Distribuição (%) das justificativas que levaram os pacientes a não

participar do estudo (n=20)

Justificativa n % Sem interesse 4 20

Mora em outra cidade 2 10

Problemas de saúde 1 5

Trabalho 4 20

Não tem tempo 5 25

Não tem como ir 1 5

Falecimento 1 5

Outros 2 10

Total 20 100

Fonte: acervo pessoal

57

Na tabela 2 são apresentados os dados quanto às variáveis: sexo, idade,

recorrência de tontura nos últimos 12 meses após o tratamento, presença atual de

tontura e quedas.

Tabela 2 - Caracterização dos 23 pacientes estudados quanto às variáveis:

sexo, idade, recorrência do sintoma de tontura no período de 12 meses após

tratamento, presença atual de tontura e quedas

Variável Categoria n % Sexo Feminino 20 86,9 Masculino 3 13,04 Idade 60 a 69 anos 13 56,5 70 a 79 anos 10 43,5 Recorrência do sintoma de Sim 19 82,6 tontura Não 4 17,4 Presença atual de tontura Sim 17 73,9 Não 6 26,1 Tontura impede Sim 7 41,18 de fazer algo Não 10 58,82 Queda nos últimos Nenhuma 17 73,9 12 meses

Uma Duas

5 1

21,7 4,3

Queda anterior Nenhuma 17 73,9 ao tratamento

Uma Três

5 1

21,7 4,3

Fonte: acervo pessoal

Observou-se que a idade da população estudada variou de 60 a 79 anos com

média etária de 68,74 anos, Desvio padrão de 4,40 anos e Mediana de 69 anos.

Quanto ao gênero da amostra, houve maior ocorrência do sexo feminino com 19

(82,6%) voluntários e apenas quatro (17,4%) do sexo masculino.

Dos 23 casos estudados, 19 (82,6%) referiram ter recorrência dos sintomas

de tontura nos últimos 12 meses após tratamento e 4 (17,4%) negaram a presença

de recorrência de tontura. Foi considerado recorrência os casos em que os

58

pacientes apresentaram sintomas de tontura do tipo rotatória ou não no período pós

tratamento.

Sobre a presença de quedas nos últimos 12 meses, seis (26,1%) referiram

episódios de quedas e 17 (73,9%) negaram a ocorrência destas. Quanto ao número

de quedas antes do tratamento seis (26%) relataram à presença de episódios.

Quanto à presença de tontura atualmente, 17 (73,9%) referiram o sintoma,

sendo que destes, sete (41,18%) relataram que a mesma os impedem de realizar

atividades no dia-a-dia.

Na Tabela 3 são apresentados os dados quanto aos resultados encontrados à

prova calórica por meio da vectoeletronistagmografia computadorizada no período

pré tratamento da VPPB em 21 pacientes da presente pesquisa. Vale ressaltar que 2

dos pacientes não realizaram o exame pré tratamento.

Tabela 3 - Caracterização da amostra quanto aos resultados à prova calórica

por meio da vectoeletronistagmografia computadorizada (n=21)

Fonte: acervo pessoal

Os resultados mostraram que houve maior ocorrência de normorreflexia

(76,2%), seguido de hiperreflexia (19%) e hiporreflexia (4,8%) na amostra de 21

pacientes estudados.

A tabela 4 apresenta os dados quanto à caracterização da amostra de 23

pacientes quanto ao diagnóstico médico e comorbidades após 12 meses do

tratamento para VPPB e que foram submetidos à reavaliação (anamnese,

posturografia e DHI) bem como a caracterização do tipo de sintomas. A tabela 5

mostra os valores que descrevem a associação entre os valores da prova calórica

obtidos por meio da vectoeletronistagmografia computadorizada no período pré

tratamento para VPPB e a presença de recorrência dos sintomas característicos de

alteração do equilíbrio em idosos após 12 meses do tratamento para VPPB.

Vecto (prova calórica) n % Normorreflexia 16 76,2 Hiperreflexia 4 19,0 Hiporreflexia 1 4,8 Total 21 100

59

Tabela 4 – Caracterização da amostra quanto à hipótese diagnóstica após 12

meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna, possíveis

comorbidades associadas e tipo de sintomas

Fonte: acervo pessoal

Todos os pacientes que apresentaram queixas de tontura na anamnese após

12 meses do tratamento foram encaminhados para reavaliação médica, porém seis

(30,4%) pacientes não compareceram à consulta. Referente à hipótese diagnóstica

na reavaliação médica pôde-se observar que houve uma ocorrência maior do

diagnóstico de VPPB (52,1%) confirmado através das provas diagnósticas de Dix-

Hallpike ou Side-Lying Maneuver sendo que em 4% da amostra as provas foram

negativas. A tabela 4 indicou, ainda, que 3 (18,7%) pacientes da amostra

apresentaram comorbidades associadas ao quadro de VPPB, entre elas, Doença de

Ménière (33,3%), Vestibulopatia Metabólica (33,3%) e Tontura Psicogênica (33,3%).

Dentre os sintomas, 43,4% apresentaram queixa de tontura rotatória, 17,3%

tontura não rotatória, 17,3% desequilíbrio, 4,3% tontura não rotatória associada a

desequilíbrio e 17,3% não referiram sintomas.

Categorias n % Hipótese Diagnóstica VPPB 12 52,1 Prova diagnóstica negativa 4 17,3 Não compareceu na reavaliação médica 6 30,4 Não encaminhada para reavaliação médica 1 4,3 Comorbidades Sim 3 18,7 Não 13 81,2 Tipos de comorbidades Ménière 1 33,3 Vestibulopatia Metabólica 1 33,3 Tontura psicogênica 1 33,3 Tipos de sintomas Tontura rotatória 10 43,4 Tontura não rotatória 4 17,3 Desequilíbrio 4 17,3 Tontura não rotatória e desequilíbrio 1 4,3 Sem sintoma 4 17,3

60

Tabela 5 – Valores descritivos e análise da associação entre os valores da

vectoeletronistagmografia computadorizada e a presença de recorrência dos

sintomas de tontura em idosos após 12 meses do tratamento para Vertigem

Posicional Paroxística Benigna

Normorreflexia Hiperreflexia Hiporreflexia n % n % n % TOTAL p Recorrência 13 81,25 3 75 1 100 17

1,000 Não recorrência

3 18,75 1 25 0 0,00 4

TOTAL 16 100

4 100 1 100 21

nível descritivo de probabilidade do teste exato de Fisher Fonte: acervo pessoal Notou-se na tabela 5 que não houve associação entre os resultados obtidos à

prova calórica e a presença ou não de recorrência dos sintomas de tontura

(p= 1,000).

Às tabelas 6 e 7 verificou-se a associação entre a recorrência dos sintomas

de tontura após 12 meses de alta médica e o número de quedas apresentadas pelos

pacientes no período pré manobra e após 12 meses da alta médica,

respectivamente.

Tabela 6 - Valores descritivos e análise comparativa entre o número de quedas pré

tratamento com a variável recorrência dos sintomas de tontura no período de 12

após tratamento

Recorrência Sim (n=19) Não (n=4) Quedas n % n % p Nenhuma 15 78,9 2 50,0 Uma 4 21,1 1 25,0 0,194 Três 0 0,0 1 25,0

nível descritivo de probabilidade do teste exato de Fisher Fonte: acervo pessoal

61

Tabela 7 – Valores descritivos e análise comparativa entre o número de quedas

após 12 meses do tratamento e a variável de recorrência dos sintomas de tontura no

mesmo período

Recorrência Sim (n=19) Não (n=4) Quedas n % n % p Nenhuma 14 73,7 3 75,0 Uma 4 21,1 1 25,0 1,000 Duas 1 5,3 0 0,0

nível descritivo de probabilidade do Teste Exato de Fisher Fonte: acervo pessoal

Conforme observado nas tabelas 6 e 7 os resultados da análise estatística

(Teste Exato de Fisher) evidenciaram que não houve associação significante entre o

número de quedas apresentadas antes do tratamento da VPPB ou após 12 meses

da alta médica e a presença de recorrência dos sintomas de tontura (p=0,194 e

1,000).

4.2 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI)

Neste estudo realizou-se uma análise dos resultados obtidos com a aplicação

do questionário DHI nos três momentos do estudo: pré manobra, pós manobra e

após 12 meses de alta médica. Na tabela 8 observam-se as pontuações

apresentadas pelos pacientes em cada uma das subescalas (física, funcional e

emocional) e a pontuação total, bem como uma comparação dos resultados entre os

três momentos. Nesta análise foram considerados apenas 19 pacientes, pois alguns

não apresentaram, em seus prontuários, os resultados no DHI em pelo menos um

dos momentos avaliados neste estudo

62

Tabela 8 – Resultados da pontuação total e das subescalas (física, funcional e

emocional) do DHI nos pacientes com Vertigem Posicional Paroxística Benigna,

segundo os momentos de avaliação (n=19)

DHI Momento n Média DP Mediana Mínimo Máximo p* Pré 19 15,79 7,86 16 2 30 Física Pós 19 3,05 6,51 0 0 24 < 0,001* Após 1 ano 19 12,11 9,27 12 0 28 Pré 19 12,95 8,98 12 0 34 Funcional Pós 19 2,63 7,06 0 0 30 < 0,001* Após 1 ano 19 10,00 10,41 4 0 34 Pré 19 9,16 8,20 6 0 24 Emocional Pós 19 1,79 4,61 0 0 20 < 0,001* Após 1 ano 19 8,95 10,29 6 0 32 Pré 19 38,32 23,51 36 4 88 Total Pós 19 7,58 17,67 0 0 74 < 0,001* Após 1 ano 19 31,05 25,93 24 0 94 (*) nível descritivo de probabilidade do Teste não-paramétrico de Friedman Legenda: DHI Dizziness Handicap Inventory; pré pré manobra; pós pós manobra e após 1 ano após 12 meses de alta médica Fonte: acervo pessoal

Quando comparados os valores do DHI pré e pós manobra e após 12 meses

do tratamento, a análise estatística (Teste de Friedman) mostrou que houve uma

alteração significativa das subescalas física, funcional e emocional do DHI ao longo

das avaliações. Para a subescala física observou-se que o momento pré manobra

diferiu dos momentos pós manobra (p<0,05) e após 12 meses (p< 0,05) e o

momento pós manobra diferiu do momento pós 12 meses (p< 0,05).

Para a subescala funcional verificou-se que o momento pré manobra diferiu

do momento pós manobra (p< 0,05), mas não do momento pós 12 meses (p>0,05) e

o momento pós manobra diferiu do momento após 12 meses da alta médica

(p<0,05).

À análise dos resultados obtidos na subescala emocional pôde-se verificar

que o momento pré manobra diferiu apenas do momento pós manobra (p<0,05) e

este último do momento pós 12 meses (p<0,05).

Na pontuação total do DHI observou-se que o momento pré manobra foi

diferente somente em relação ao momento pós manobra (p<0,05) e o momento pós

manobra diferiu do momento pós 12 meses (p<0,05).

63

Na tabela 9 são apresentadas às análises referentes à associação da

pontuação total do DHI com a recorrência dos sintomas de tontura.

Tabela 9 – Associação do DHI total (após 1 ano) com a variável recorrência dos

sintomas de tontura no período de 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional

Paroxística Benigna

Recorrência n Média DP Mediana Mínimo Máximo p*

G1 Sim 19 32,16 24,90 24 0 94 0,035*

G2 Não 4 7,00 11,49 2 0 24 (*) nível descritivo de probabilidade do Teste não-paramétrico de Mann-Whitney Legenda: DHI Dizziness Handicap Inventory Fonte: acervo pessoal

A análise estatística realizada por meio do Teste não paramétrico de Mann-

Whitney revelou que o grupo de recorrência de sintomas de tontura apresentou valor

total de DHI significativamente maior (32,16) em relação ao grupo com ausência de

recorrência (7,0).

A tabela 10 verificou-se a associação entre o DHI total após 12 meses do

tratamento para VPPB com a presença ou não atual de tontura.

Tabela 10 – Valores descritivos e análise comparativa do DHI total após 12 meses

do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna com a presença ou não

de tontura atualmente

(#) nível descritivo de probabilidade do Teste não paramétrico de Mann-Whitney Legenda: DHI Dizziness Handicap Inventory Fonte: acervo pessoal

A tabela 10 na qual se realizou a análise estatística por meio do Teste não

paramétrico de Mann-Whitney demonstrou que houve uma tendência à diferença

estatística (p=0,054) entre o DHI total após 12 meses do tratamento quando

comparado com os grupos estudados com presença ou ausência atual de tontura.

DHI Total após 12 meses n Média DP Mediana Mínimo Máximo p Presença atual de 17 33,11 24,82 24 4 94

0,054# Tontura

Ausência de Tontura 6 12,66 19,66 2 0 48

64

Tabela 11 – Associação do DH total com a variável LE, ambos após 12 meses do

tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna

Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo p

Leve 15 138,60 68,03 125 50 246 0,466

Moderado/Severo 8 164,00 42,11 172 102 206 Teste não-paramétrico de Mann-Whitney Legenda: DHI Dizziness Handicap Inventory; LElimite de estabilidade Fonte: acervo pessoal A análise estatística realizada demonstrou que não houve diferença

significante entre os grupos do DHI quando comparados com os valores do LE.

4.3 POSTUROGRAFIA ESTÁTICA – BALANCE REHABILITATION UNIT (BRU TM)

Inicialmente, realizou uma análise do LE obtido nos três momentos da

avaliação. Os resultados obtidos da análise estatística podem ser observados na

tabela 12. A amostra foi constituída por 21 indivíduos nesta avaliação, pois dois

deles não apresentavam, em seus prontuários, as análises referentes ao LE no

momento pós tratamento (RV).

Tabela 12 – Valores descritivos e análise comparativa do LE pré, pós manobra e

após 12 meses do tratamento em pacientes idosos com Vertigem Posicional

Paroxística Benigna (n=21)

LE n Média DP Mediana Mínimo Máximo p

pré manobra 21 148,86 64,07 140 22 279

pós manobra 21 169,14 56,31 174 57 261 0,405

pós 12 meses 21 151,71 59,02 155 50 246 Teste não paramétrico de Friedman Legenda: LE limite de estabilidade Fonte:acervo pessoal

Quanto aos resultados da posturografia, a análise estatística realizada por

meio do Teste de Friedman revelou que o LE não apresentou diferença estatística

65

significante (p=0,405) quando comparado nos três momentos pré (148,86±64,07),

pós (169,14±56,31) tratamento e após 12 meses (151,71±59,02).

A tabela 13 apresenta os valores descritivos e análise comparativa da área do

centro de pressão (CoP) de cada uma das condições do módulo de posturografia

estática da Balance Rehabilitation Unit (BRU™) pré, pós tratamento e após 12

meses do tratamento.

66

Tabela 13 – Valores descritivos e análise comparativa da área do centro de pressão

(CoP – cm2) pré, pós manobra e após 12 meses do tratamento para Vertigem

Posicional Paroxística Benigna

Condições da BRU™ Momento n

Média CoP

DP CoP

Mediana CoP

Mínimo CoP

Máximo CoP p-valor

CONDIÇÃO 1

Pré 21 3.31 2.87 2.28 0.81 10.95 Pós 21 5.06 7.52 2.53 0.48 29.66 0.651 12 meses 21 3.53 3.67 2.34 0.94 16.69

CONDIÇÃO 2

Pré 21 4.84 3.87 4.71 0.57 13.32 Pós 21 3.24 3.81 2.11 0.30 15.13 0.003* 12 meses 21 5.41 7.17 3.83 0.91 28.41

CONDIÇÃO 3

Pré 21 11.79 9.55 8.08 2.59 43.77 Pós 21 8.98 10.14 5.16 1.98 49.46 0.129 12 meses 21 10.29 7.11 7.24 2.01 27.46

CONDIÇÃO 4

Pré 21 2.35 2.03 1.86 0.53 9.48 Pós 21 2.42 2.33 1.56 0.41 11.37 0.264 12 meses 21 3.70 4.72 2.31 0.67 22.60

CONDIÇÃO 5

Pré 21 2.46 2.55 1.79 0.41 12.44 Pós 21 2.88 3.37 1.52 0.56 13.56 0.172

12 meses 21 3.71 5.99 2.25 0.53 28.71

CONDIÇÃO 6

Pré 21 1.91 1.57 1.44 0.42 7.83 0.129 Pós 21 3.04 3.82 1.65 0.40 14.62 12 meses 21 4.43 5.85 2.86 0.75 24.53

CONDIÇÃO 7

Pré 21 2.28 1.87 1.80 0.57 8.58 0.097 Pós 21 2.78 3.83 1.92 0.57 16.84 12 meses 21 4.50 5.04 2.33 0.51 18.84

CONDIÇÃO 8

Pré 21 2.85 2.85 2.02 0.30 12.30 0.009* Pós 21 2.89 4.45 1.47 0.23 20.95 12 meses 21 4.37 4.77 2.19 0.72 21.21

CONDIÇÃO 9

Pré 21 5.02 4.52 3.70 0.59 21.52 0.002* Pós 21 4.79 5.79 3.12 1.34 27.90

12 meses 21 7.75 6.21 5.04 1.37 29.04

CONDIÇÃO 10

Pré 21 4.62 4.19 3.24 1.12 20.76 Pós 21 4.01 3.35 3.27 0.94 15.64 < 0,001* 12 meses 21 7.51 7.60 5.45 1.73 37.99

Teste não paramétrico de Friedman Legenda: condições CoP cm2 centro de pressão; prépré manobra; póspós manobra; 12 meses após 12 meses do tratamento; condição 1superfície firme olhos abertos; condição 2superfície firme olhos fechados; condição 3almofada olhos fechados; condição 4superfície firme estimulação sacádica; condição 5superfície firme estimulação optocinética horizontal esquerda/direita; condição 6 superfície firme estimulação optocinética horizontal direita/esquerda; condição 7superfície firme estimulação optocinética vertical cima/baixo; condição 8 superfície firme estimulação optocinética vertical baixo/cima; condição 9 superfície firme estimulação optocinética horizontal associado com movimento de cabeça; condição 10 superfície firme estimulação optocinética vertical associado com movimento de cabeça / Fonte: acervo pessoal

67

Os dados da análise estatística demonstraram que nas condições 1

(p=0,651), 3 (p=0,129), 4 (p=0,264), 5 (p=0,172), 6 (p=0,129), 7 (p=0,097) não houve

diferença significativa entre os valores encontrados nos 3 momentos avaliados.

Na condição 2 (p=0,003) observou-se alteração significativa, pois o momento

pós (3,24cm2) diferiu significativamente dos momentos pré (4,84cm2) e pós 12

meses do tratamento (5,41cm2; p<0,05) e o momento pré não diferiu do momento

pós 12 meses do tratamento (p>0,05). A análise demonstrou também diferença

significante nas condições 8 (p=0,009), 9 (p=0,002) e 10 (p<0,001), nas quais o

momento após 12 meses do tratamento diferiu dos momentos pré (p<0,05) e pós

(p<0,05). O momento pré não diferiu do momento pós nas condições 8 e 9 (p>0,05),

diferindo apenas na condição 10 (p<0,05) ou seja nestas condições o valor da área

do Cop foi significativamente maior após 12 meses do tratamento.

A tabela 14 apresenta os valores descritivos e a análise comparativa dos

resultados encontrados na velocidade de oscilação corporal (VOC) nos momentos

pré, pós tratamento e após 12 meses do tratamento para VPPB dos pacientes que

compuseram a amostra nas 10 condições sensoriais da posturografia.

68

Tabela 14 – Valores descritivos e análise comparativa da velocidade de oscilação

corporal (VOC – cm/s) pré, pós manobra e após 12 meses do tratamento para

Vertigem Posicional Paroxística Benigna

Teste não paramétrico de Friedman Legenda: VOC cm/svelocidade de oscilação corporal; prépré manobra; póspós manobra; 12 mesesapós 12 meses do tratamento; condição 1superfície firme olhos abertos; condição 2superfície firme olhos fechados; condição 3almofada olhos fechados;condição 4superfície firme estimulação sacádica;condição 5superfície firme estimulação optocinética horizontal esquerda/direita; condição 6 superfície firme estimulação optocinética horizontal direita/esquerda; condição 7superfície firme estimulação optocinética vertical cima/baixo; condição 8 superfície firme estimulação optocinética vertical baixo/cima; condição 9 superfície firme estimulação optocinética horizontal associado com movimento de cabeça; condição 10 superfície firme estimulação optocinética vertical associado com movimento de cabeça Fonte: acervo pessoal

Condição da BRUTM Tratamento n

Média VOC

DP VOC

Mediana VOC

Mínimo VOC

Máximo VOC p-valor

CONDIÇÃO 1

Pré 21 0.96 0.36 0.86 0.57 2.01 0.044* Pós 21 0.86 0.34 0.74 0.48 1.99 Pós 12 meses 21 0.96 0.41 0.85 0.57 2.47

CONDIÇÃO 2

Pré 21 1.35 0.61 1.22 0.52 2.90 Pós 21 1.06 0.52 0.90 0.42 2.69 0.002* Pós 12 meses 21 1.39 0.66 1.17 0.84 3.26

CONDIÇÃO 3

Pré 21 2.46 1.01 2.13 1.08 4.60 0.001* Pós 21 2.02 0.87 1.80 1.00 4.65 Pós 12 meses 21 2.55 1.07 2.24 0.97 5.03

CONDIÇÃO 4

Pré 21 1.25 0.43 1.20 0.59 2.32 0.004* Pós 21 1.17 0.42 1.10 0.68 2.12 Pós 12 meses 21 1.53 0.80 1.31 0.78 3.92

CONDIÇÃO 5

Pré 21 1.10 0.46 0.96 0.53 2.48 Pós 21 1.04 0.45 0.93 0.52 2.60 0.149 Pós 12 meses 21 1.25 0.69 1.08 0.55 3.68

CONDIÇÃO 6

Pré 21 1.11 0.39 1.05 0.63 2.20 Pós 21 1.10 0.52 1.00 0.57 2.59 0.050 Pós 12 meses 21 1.31 0.62 1.22 0.54 3.50

CONDIÇÃO 7

Pré 21 1.11 0.43 1.00 0.61 2.42 Pós 21 1.07 0.49 1.04 0.47 2.79 0.084 Pós 12 meses 21 1.27 0.56 1.18 0.53 2.63

CONDIÇÃO 8

Pré 21 1.17 0.46 1.04 0.63 2.37 Pós 21 1.08 0.53 0.96 0.51 2.92 0.129 Pós 12 meses 21 1.28 0.59 1.09 0.70 3.21

CONDIÇÃO 9

Pré 21 1.83 0.89 1.54 0.70 4.13 Pós 21 1.51 0.63 1.36 0.68 3.24 < 0,001* Pós 12 meses 21 2.14 0.90 1.86 0.71 4.20

CONDIÇÃO 10

Pré 21 1.91 0.54 1.87 0.78 2.80 Pós 21 1.62 0.51 1.47 0.85 2.76 0.008* Pós 12 meses 21 2.10 0.81 1.95 1.00 4.19

69

A análise estatística do Teste não paramétrico de Friedman demonstrou que

houve diferença significante nos resultados da VOC nas condições: 1 (p= 0,044), 2

(p=0,002), 3 (p=0,001), 4 (p=0,004), 9 (p<0,001) e 10 (p=0,008). Nas condições 1,

2, 3 o momento pós diferiu significativamente dos momentos pré (p<0,05) e pós 12

meses do tratamento (p<0,05) e o momento pré não diferiu do momento pós 12

meses (p>0,05) nas três condições citadas. Nas condições 4, 9 e 10 o momento

após 12 meses do tratamento apresentou diferença significativa em relação aos

momentos pré (p<0,05) e pós (p<0,05) e o momento pré não diferiu do momento pós

(p>0,05). Observou-se também que não houve diferença significativa dos resultados

do VOC entre os três momentos avaliados nas condições 5 (p=0,149), 6 (p= 0,050),

7 (p=0,084) e 8 (p=0,129).

70

4.4 ANÁLISES DE CORRELAÇÃO

Nas tabelas 15,16,17 e 18 são apresentadas às análises de correlação. Nas

tabelas 15 e 16 foram estudadas as correlações entre os resultados do DHI total e

dos valores do LE, segundo a presença ou não de recorrência dos sintomas da

tontura e a presença de quedas, respectivamente. Por fim nas tabelas 16 e 17 foram

analisadas as correlações existentes entre os valores obtidos na área do CoP com

os valores do LE e DHI total, e entre os valores do VOC com os valores do LE e DHI

total, respectivamente. Todas estas análises foram realizadas com as medidas

obtidas após 12 meses do tratamento para VPPB.

71

Tabela 15 - Análise de correlação entre os valores do LE e dos resultados do DHI

total, após 12 meses do tratamento da Vertigem Posicional Paroxística Benigna,

segundo a presença ou não de recorrência de sintomas de tontura

Recorrência LE

Pós 12 meses Sim DHI ƿ 0,021

p 0,932 n 19

Não DHI ƿ 0,211 p 0,789 n 4

Teste de Correlação de Spearman Legenda = LE limite de estabilidade; DHI Dizziness Handicap Inventory

Fonte: Acervo pessoal

Na análise estatística demonstrada na tabela 15 na qual foram

correlacionados os resultados do LE e DHI total da última avaliação (momento pós

12 meses do tratamento) segundo a presença ou não de recorrência dos sintomas

de tontura observou-se que não houve correlação significante entre DHI, LE no

grupo com (ƿ =0,021;p=0,932) e sem recorrência (ƿ =0,211;p=0,789) de sintomas da

VPPB.

Tabela 16 - Análise de correlação entre os valores do LE e do DHI total após 12

meses do tratamento para Vertigem Posicional Paroxística Benigna, segundo a

presença ou ausência de quedas

Presença de quedas

LE (pós 12 meses sem

tratamento) Não DHI ƿ 0,048

p 0,855 n 17

Sim DHI ƿ -0,400 p 0,505

n 5 Teste de Correlação de Spearman

Legenda: DHI Dizziness Handicap Inventory;LE limite de estabilidade Fonte: Acervo pessoal Por meio da análise estatística (Correlação de Spearman) pode-se observar

que também não houve correlação entre os resultados do DHI e LE tanto para o

grupo sem quedas (ƿ= 0,048;p= 0,855) como com quedas (ƿ= -0,400;p= 0,505).

72

Tabela 17 – Análise de Correlação entre os valores da área do centro de pressão

CoP (cm²) e os resultados do DHI total e do LE, obtidos 12 meses do tratamento da

Vertigem Posicional Paroxística Benigna

Área do CoP cm² após 12 meses do tratamento para VPPB

Cond.

1 Cond.

2 Cond.

3 Cond.

4 Cond.

5 Cond.

6 Cond.

7 Cond.

8 Cond.

9 Cond.

10 DHI ƿ -0.089 0.202 -0.159 0.026 -0.435 -0.110 -0.103 -0.208 0.090 -0.045 p 0.688 0.354 0.469 0.907 0.038 0.618 0.639 0.341 0.683 0.839 n 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 LE ƿ 0.534 -0.079 -0.053 -0.146 -0.121 -0.147 -0.084 -0.065 0.031 -0.148 p 0.009 0.720 0.809 0.506 0.582 0.502 0.703 0.767 0.890 0.500 n 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 Teste de Correlação de Spearman Legenda: CoP (cm²) centro de pressão; LE limite de estabilidade; DHI Dizziness Handicap Inventory; condição 1superfície firme olhos abertos; condição 2superfície firme olhos fechados; condição 3almofada olhos fechados; condição 4superfície firme estimulação sacádica; condição 5superfície firme estimulação optocinética horizontal esquerda/direita; condição 6 superfície firme estimulação optocinética horizontal direita/esquerda; condição 7superfície firme estimulação optocinética vertical cima/baixo; condição 8 superfície firme estimulação optocinética vertical baixo/cima; condição 9 superfície firme estimulação optocinética horizontal associado com movimento de cabeça; condição 10 superfície firme estimulação optocinética vertical associado com movimento de cabeça Fonte: Acervo pessoal

Na tabela 17 observa-se que houve uma correlação negativa e significativa

entre o DHI e a condição 5 da área do CoP (ƿ= -0,435; p=0.038), portanto quanto

maior o DHI menor o valor da área do CoP na condição 5 ou vice-versa. Houve

também uma correlação positiva e significante entre LE e a condição 1 da área do

CoP, mostrando que quanto maior o LE maior o valor da área do CoP na condição 1

ou vice-versa.

73

Tabela 18 – Análise de Correlação entre os valores da VOC (cm/s) e os resultados

do DHI Total e do LE, obtidos 12 meses do tratamento para Vertigem Posicional

Paroxística Benigna VOC (cm/s)

após 12 meses do tratamento Cond. 1 Cond. 2 Cond. Cond. 4 Cond. 5 Cond. 6 Cond. 7 Cond. 8 Cond. 9 Cond. 10

DHI ƿ -0.275 0.007 -0.046 -0.129 -0.274 -0.085 -0.087 -0.134 -0.073 -0.078 p 0.204 0.974 0.834 0.558 0.206 0.701 0.694 0.543 0.742 0.723 n 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 LE ƿ 0.222 -0.084 -0.209 -0.139 -0.008 -0.165 -0.125 -0.081 -0.124 -0.203 p 0.308 0.705 0.340 0.527 0.971 0.452 0.570 0.713 0.573 0.354 n 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23

Teste de Correlação de Spearman Legenda: VOC Velocidade de Oscilação Corporal; DHIDizziness Handicap Inventory; LELimite de Estabilidade; condição 1superfície firme olhos abertos; condição 2superfície firme olhos fechados; condição 3almofada olhos fechados; condição 4superfície firme estimulação sacádica; condição 5superfície firme estimulação optocinética horizontal esquerda/direita; condição 6 superfície firme estimulação optocinética horizontal direita/esquerda; condição 7superfície firme estimulação optocinética vertical cima/baixo; condição 8superfície firme estimulação optocinética vertical baixo/cima; condição 9 superfície firme estimulação optocinética horizontal associado com movimento de cabeça; condição 10 superfície firme estimulação optocinética vertical associado com movimento de cabeça Fonte: Acervo pessoal

Na aplicação do Teste de Correlação de Spearman pode-se observar nos

valores encontrados na tabela acima que não houve correlação entre DHI total e os

valores da VOC bem como entre os valores do LE e da VOC nas dez condições

sensoriais da BRUTM.

74

5 DISCUSSÃO

O capítulo de discussão será apresentado de acordo com as subdivisões

propostas no capítulo de resultados.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Baseando-se nos critérios de inclusão estabelecidos nesta pesquisa, 45

pacientes atendidos no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Reabilitação do

Equilíbrio Corporal e Inclusão Social foram selecionados e convidados para

participar deste estudo. No entanto apenas 23 (51,11%) aceitaram participar. O

relevante número de pacientes que não compuseram a amostra desta pesquisa

(44,42%) pautaram-se em argumentos que por vezes fazem parte do cotidiano da

sociedade como um todo, não somente da população geriátrica (tabela 1). 20% dos

idosos convocados que se recusaram a participar estavam trabalhando, 20% não

tinham interesse, 10% moram em outra cidade, 5% devido a outros problemas de

saúde.

Neste estudo, a média etária encontrada dos idosos com diagnóstico de

VPPB foi de 68,74 anos (tabela 2). Estudos de Ganança et al. (1999), Brandt (1999)

e Guzmán et al. (2000) explanaram que a VPPB é uma das causas mais comuns

que acometem a população idosa e pode ser justificada por Ruwer et al. (2005) que

relataram que o processo senil afetam as estruturas responsáveis pelo equilíbrio

corporal; por Hain (2000) que citou que a etiologia mais comum de VPPB nos idosos

é devido a degeneração do sistema vestibular e por Ganança et al. (1999) que

citaram que a maior prevalência desta doença na população idosa se dá pelo

aumento da sensibilidade do sistema auditivo e vestibular aos problemas clínicos

situados em outras regiões corporais e ao processo de deteriorização desses

sistemas devido ao envelhecimento.

Quanto ao gênero, o estudo apresentou maior ocorrência do sexo feminino

(86,9%) corroborando com o estudo de Campos (1998) no qual a VPPB também foi

encontrada com maior frequência no sexo feminino, principalmente após os 40 anos

75

numa proporção de 2:1; com Guzmán et al. (2000) que associaram o predomínio do

sexo feminino (3,9:1) pela presença de alterações hormonais que possivelmente

favorecem maior ocorrência da VPPB nesta população e com Dorigueto et al. (2009)

que encontraram predomínio de 74% no gênero feminino.

No presente estudo (tabela 2), a recorrência dos sintomas de tontura referida

na história clínica pelos pacientes em algum momento dos últimos 12 meses pós

tratamento foi presente em 82,6% dos casos, mostrando um alto índice percentual

que supera o índice encontrado no estudo de Dorigueto et al. (2009) no qual

encontraram um percentual de 26% de recorrência dos sintomas da VPPB. Essa

diferença percentual pode ser justificada pela variação da faixa etária da população

do estudo de Dorigueto et al. (2009) que abrangeu idade dos 17 aos 88 anos,

sugerindo que a população mais jovem pode apresentar melhor prognóstico após

manobras de reposicionamento sem recorrência dos sintomas após tratamento.

Levando-se em consideração os fatores etiológicos do envelhecimento sobre o

sistema vestibular que podem favorecer o desprendimento dos estatocônios

presentes na mácula do utrículo com maior frequência no idoso, é esperado que

este apresente mais recidivas do quadro fisiopatológico e sintomatológico da VPPB.

Ganança et al. (2010) referiram que a recorrência pode estar presente mesmo após

meses ou anos de tratamento bem sucedidos por meio de manobras de

reposicionamento desafiando os profissionais que atuam no tratamento da VPPB.

Caldas et al. (2009) analisaram 1271 prontuários de pacientes com faixa etária de

zero a acima de 60 anos com prevalência etária entre 41 e 60 anos, com hipótese

diagnóstica de VPPB. Os mesmos foram submetidos à avaliação otoneurológica e à

prova de Dix-Hallpike para pesquisa de nistagmo de posicionamento. Quanto à

evolução clínica em um ano de acompanhamento, a recorrência da VPPB foi

encontrada em 227 (21,8%) pacientes. Molina (2007) realizou um estudo

observacional e prospectivo com uma amostra de 69 pacientes com média etária de

56,8 anos e verificou que 34,7% dos pacientes apresentaram recorrência da VPPB

após 1 ano de acompanhamento. Vital et al. (2010) avaliaram a eficácia da manobra

no tratamento da VPPB em 146 pacientes após um ano de tratamento e

encontraram recorrência em 12 pacientes (8%). Em uma população com faixa etária

entre 65 e 89 anos com diagnóstico de VPPB, Ganança et al. ( 2010) encontraram

recorrência após manobra de reposicionamento em 21,5% dos casos. Talvez esta

diferença com o presente estudo se deva pelo fato de que no estudo de

76

Ganança et al. (2010) apenas foi considerado recorrência da VPPB os pacientes que

apresentaram a presença do nistagmo de posicionamento durante a avalição

médica. Na pesquisa atual, foram considerados como recorrência os idosos que

apresentaram episódio de tontura, mesmo que tenha sido somente em algum

momento do período de 12 meses após o tratamento para VPPB. Brandt et al.

(2006) indicaram que as recorrências variam entre 10,0% a 80,0% dos casos de

VPPB tratados. Talvez uma outra justificativa para a alta taxa de recorrência no

presente estudo, não esteja relacionada apenas com a faixa etária da amostra, mas

também com um aspecto referente ao motivo que levou os pacientes a participarem

do estudo. Possivelmente aqueles que aceitaram ser reavalidos estavam com os

sintomas da recorrência de tontura gerando um aumento do número de casos com

recorrência no presente estudo.

Sobre a presença de quedas (tabela 2) nos últimos 12 meses, o presente

estudo encontrou seis (26,1%) idosos que referiram episódios de quedas e 17

(78,9%) negaram a ocorrência destas, sendo que 21,7% apresentaram, neste

período, uma queda e 4,4% duas quedas. Quanto ao número de quedas antes do

tratamento seis (26%) relataram à presença de episódios. Em um estudo realizado

por Ganança et al. (2010) no qual foram avaliados 121 pacientes como idade entre

65 e 89 anos avaliou-se o número de quedas antes e após o tratamento da VPPB.

Os autores verificaram que houve diminuição significante do número de quedas

após tratamento em relação ao momento pré manobra de reposicionamento: com

uma queda (p<0,001), duas quedas (p=0,006), três quedas (p<0,001), quatro quedas

(p<0,001) ou cinco quedas (p<0,001) antes de submissão da manobra de

reposicionamento. No presente estudo não foi observada esta diferença entre o

momento pré manobra e após 12 meses, pois em ambos verificaram-se seis

indivíduos com história de quedas. Provavelmente isto se deva ao fato que na

amostra há uma alta taxa de recorrência, como já foi anteriormente discutido,

diferentemente do estudo supracitado.

Referente aos resultados à prova calórica por meio da

vectoeletronistagmografia computadorizada em 21 pacientes do grupo amostral do

presente estudo antes de serem submetidos ao tratamento para VPPB (tabela 3),

encontrou-se maior ocorrência de normorreflexia (76,2%), assim como no estudo de

Cusin et al.(2005) que na amostra de 61 pacientes com hipótese diagnóstica de

VPPB confirmada pela presença de vertigem e nistagmo de posicionamento à prova

77

de Brandt-Daroff, 68,9% apresentaram exame normal à vectoeletronistagmografia .

Munaro e Silveira (2009) avaliaram 399 pacientes com diagnóstico de VPPB com

idade média de 61 e 52 anos e a normorreflexia (40,6%) foi o achado de maior

ocorrência seguido de hiperreflexia (19%), bem como no presente estudo que

encontrou 19% dos pacientes com hiperreflexia. A maior ocorrência de exame

vestibular normal à prova calórica pode estar associada ao fato de que a maioria dos

casos de VPPB são originados por acometimento de canal posterior e a prova

calórica avalia somente os CSC laterais não mostrando assim alterações nos

exames vestibulares na maioria dos casos de pacientes com diagnóstico de VPPB.

Quanto à reavaliação médica após 12 meses do tratamento para a VPPB

(tabela 4), observou-se que 52,1% dos pacientes que foram submetidos à nova

prova diagnóstica de Dix-Hallpike e Side-Lying Maneuver apresentaram hipótese

diagnóstica de VPPB. Ganança et al. (2007) acompanharam durante 12 meses após

manobra de reposicionamento pacientes com diagnóstico de VPPB e encontraram

19,4% de casos com recorrência da VPPB com presença de vertigem e nistagmo de

posicionamento. Como citado anteriormente, Dorigueto et al. (2009) encontraram

26% de pacientes com VPPB recorrente e 4% persistente, considerando recorrente

os pacientes que foram submetidos à manobra de reposicionamento dos

estatocônios que no período de 1 ano apresentaram recidivas da vertigem e do

nistagmo de posicionamento, e dentre o grupo de persistente consideraram os casos

em que não houve abolição do nistagmo e vertigem de posicionamento mesmo após

terem sido submetidos a dez sessões de manobras de reposicionamento dos

estatocônios e realização diária da manobra de Epley domiciliar. Dorigueto et al.

(2011) descrevem que a VPPB pode ser descrita de acordo com o tempo da

evolução clínica e com o padrão de recorrência, pode ser classificada como

autolimitada (os sintomas desaparecem em semanas ou meses), recorrente (crises

vertiginosas intercaladas por intervalos sem sintomas) ou persistente (não

desaparecimento dos sintomas no período de 1 ano).

Ainda na tabela 4, observou-se que 3 pacientes reavaliados com hipótese

diagnóstica de VPPB apresentaram comorbidades associadas ao quadro: 33,3%

Meniére, 33,3% Vestibulopatia Metabólica e 33,3% tontura psicogênica. Dos 4 casos

que apresentaram prova diagnóstica negativa após 12 meses do tratamento para

VPPB, 25% apresentou hipótese diagnóstica de Hipofunção Postural e 25% quadro

de Ototoxidade associado à Vestibulopatia Metabólica e a Vestibulopatia Vascular.

78

Dorigueto et al. (2011) apontaram à importância do diagnóstico diferencial, pois

alterações anatômicas, vasculares, degenerativas do tronco encefálico ou cerebelo

podem levar os sintomas semelhantes ao quadro de VPPB. As causas de origem

vestibular mais frequentes na população geriátrica são a VPPB, Doença de Ménière,

as Labirintopatias Vasculares, as Metabólicas, as Oototoxidades, entre outras

(GANANÇA, et al. 2008). Frente a isso, verifica-se o quanto é de fundamental

importância à identificação e execução de diagnóstico preciso a fim de identificar o

tratamento adequado que corresponda ao quadro vestibular que está acometendo o

paciente. É importante ressaltar que o idoso pode apresentar outros tipos de

acometimentos vestibulares associados ao quadro de VPPB.

Dentre os sintomas atuais da amostra estudada, verificou-se que 43,4% dos

pacientes apresentaram tontura do tipo rotatória, 17,3% tontura não rotatória, 17,3%

desequilíbrio, 4,3% tontura não rotatória e desequilíbrio e 17,3% se mostraram

assintomáticos. Segundo Gazzola et al. (2006) a tontura está presente em 5 a 10%

da população mundial e acomete cerca de 47% dos homens e 61% das mulheres

com mais de 70 anos.

A tabela 5 mostrou que não houve associação entre os resultados obtidos à

prova calórica e a presença ou não de recorrência dos sintomas de tontura em

algum momento dos 12 meses após o tratamento para VPPB. A não associação

pode ser explicada pelo fato da VPPB em sua grande maioria acometer canais

posteriores que não são avaliados à prova calórica e com isso não são apontados

nos resultados encontrados que por sua vez não interferem na recorrência ou não

dos sintomas de tontura que podem ser desencadeadas por acometimento

vestibular de canal posterior (ductolitíase de canal posterior).

O presente estudo, por meio das tabelas 6 e 7, evidenciou que não houve

associação significante entre o número de quedas apresentadas antes do

tratamento da VPPB ou após 12 meses da alta médica e a presença de recorrência

dos sintomas de tontura (p=0,194 e 1,000). Esses dados sugerem que apesar da

disfunção vestibular ser um fator desencadeante de quedas, e que a presença de

VPPB pode potencializá-las, outros fatores também responsáveis pelo equilíbrio

(visual, motor) podem estar alterados pelo processo de envelhecimento levando o

idoso a quedas independente de apresentarem recorrência dos sintomas da tontura.

79

5.2 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI)

Na comparação dos valores do DHI versão brasileira de Castro et al. (2007)

os resultados do presente estudo apresentaram diferenças na pontuação total

(p<0,001) entre os momentos pré e pós manobra e após 12 meses do tratamento

(tabela 5). O DHI no momento pré apresentou grau moderado na pontuação total

38,32 ± 23,51 (média ± desvio padrão), com acometimento leve pós manobra de

reposicionamento 7,58 ± 17,67, porém após 12 meses do tratamento a pontuação

retornou a indicar prejuízo moderado na qualidade de vida dos indivíduos do

presente estudo 31,05 ± 25,93. Os resultados pré e pós manobra do presente

estudo se igualam aos resultados encontrados por Santana (2009), que também

comparou o DHI total de pacientes com VPPB antes e pós manobra de Epley

modificada, encontrando prejuízo moderado no primeiro momento e leve no segundo

momento da avaliação. Molina (2007) identificou pontuações significativamente

melhores do DHI quando comparou os resultados obtidos no momento pré manobra

de Epley modificada com as pontuações obtidas após 30 dias desta, demonstrando

o impacto benéfico do tratamento na qualidade de vida dos indivíduos avaliados.

Handa et al. (2005) observaram, por meio da aplicação do DHI, melhora na

qualidade de vida de indivíduos com VPPB após manobra de reposicionamento

apontando o tratamento como efetivo, o questionário foi aplicado primeiramente no

momento de crise, ou seja, com presença de vertigem de posicionamento e

nistagmo e após uma semana do dia de realização da manobra de

reposicionamento, o paciente retornava para reavaliação e se não apresentasse

mais crise o DHI era reaplicado.

Ao se analisar as diferenças encontradas entre cada momento verificou-se

que para as subescalas funcional e emocional houve diferença significante entre o

momento pós manobra e o pré e após 12 meses do tratamento, sendo que as

menores pontuações, ou seja, o menor impacto da tontura na qualidade de vida do

paciente, foram observadas no momento pós manobra quando o paciente teve a

remissão dos sintomas. Na escala funcional no momento pós manobra a pontuação

foi de 2,63, no momento pré 12,95 e após 12 meses 10,00. Para a subescala

emocional encontrou-se no momento pós manobra 1,79; 9,16 no pré manobra e 8,95

após 12 meses. Já para a subescala física, a diferença encontrada foi entre os

80

momentos pós manobra e após 12 meses de alta médica em relação às pontuações

do momento pré manobra, no qual se observou maior pontuação (15,79) do que nos

outros momentos. Também foi observada diferença significante entre o pós manobra

(3,05) e a pontuação após 12 meses (12,11).

Os resultados do presente estudo merecem atenção no que diz respeito ao

retorno do prejuízo moderado na qualidade de vida na comunidade idosa após 12

meses de alta médica. Nenhum dos estudos acima citados aplicou o DHI depois de

um período longo (12 meses) do tratamento, sendo este provavelmente o motivo

pelo qual estas pesquisas encontraram resultados melhores no DHI, assim como foi

encontrado neste estudo quando foram comparados os momentos pré manobra e

logo após a realização das manobras (pós manobra).

Na comparação das subescalas, nos três momentos (pré, pós e após 12

meses) os aspectos físicos foram os que mais obtiveram pontuação, seguido dos

aspectos funcionais e por último os emocionais, indo ao encontro do estudo

realizado por Handa et al. (2005) que nos momentos de crise dos sintomas da VPPB

encontraram o aspecto físico como o mais alterado seguido do funcional e por

último o emocional e diferindo de André (2003) que observou na aplicação do DHI

no momento pré RV maior pontuação na escala emocional (mediana=68), seguida

da escalas física (mediana=22) e funcional (mediana=22) e pós RV por meio da

manobra de Epley os apectos emocionais apresentaram valor de mediana igual a

10, seguido dos funcionais (mediana=6) e físico ( mediana=0) . Segundo

Handa et al. (2005) os episódios paroxísticos presentes na VPPB e as situações

desencadeantes dos sintomas podem justificar a prevalência de maior prejuízo na

subescala física, pois após os momentos de crise a maioria dos pacientes são

capazes de realizarem normalmente suas atividades diárias, justificando assim o

maior comprometimento deste aspecto quando comparado com os aspectos

funcionais e emocionais.

Ao se analisar, na tabela 9, os resultados referentes à comparação do DHI

total após 12 meses do tratamento com a presença ou ausência de recorrência dos

sintomas da tontura, verificou-se que houve diferença significante. A pontuação do

DHI total (32,16) encontrada nos indivíduos com recorrência dos sintomas foi

significantemente maior (p=0,035*) do que a pontuação dos idosos sem recorrência

(7,00), mostrando assim, que os sintomas causados por uma vestibulopatia como

por exemplo na VPPB: vertigem desencadeada por movimentação cefálica,

81

influenciaram negativamente a qualidade de vida do idoso. Esta análise evidenciou

que a recorrência dos sintomas está relacionada diretamente com a piora do DHI

total após 12 meses do tratamento. Não foram encontrados dados na literatura que

citassem a comparação dos dados do DHI com a presença ou ausência de

recorrência dos sintomas de tontura após 12 meses do tratamento. Estes resultados

mostram também uma coerência entre a queixa do paciente e a sua repercussão na

qualidade de vida, observada por meio dos resultados do DHI, mostrando a

importância deste método de avaliação.

A tabela 10 mostrou que houve uma tendência à diferença estatística

(p=0,054#) entre o valor do DHI total obtido após 12 meses do tratamento para

VPPB quando comparado com os grupos de presença e ausência atual de tontura.

Os dados sugerem que a presença de tontura pode acarretar impacto negativo na

qualidade de vida do indivíduo, justificando assim, a tendência na diferença entre o

DHI total do grupo com tontura e em relação ao grupo sem tontura.

Foi evidenciado na tabela 11 que não houve diferença estatisticamente

significante (p=0,466) entre os grupos do DHI leve e moderado/severo quando foram

comparados com os valores do LE obtidos após 12 meses do tratamento para

VPPB. Esperava-se que o handicap moderado/severo apresentasse uma diferença

estatística significante quando comparado com o leve. Porém a não diferença pode

ser explicada pelo fato do DHI somente quantificar o impacto da tontura na

qualidade de vida do indivíduo, pois mesmo avaliando aspectos físicos os mesmos

não se relacionam com a alteração do equilíbrio corporal que o indivíduo pode

apresentar quando o LE está sendo mensurado durante a posturografia estática,

justificado pelos pacientes realizarem o exame fora de crise (sem tontura) ou fora de

situações desencadeantes das crises.

5.3 POSTUROGRAFIA ESTÁTICA – BALANCE REHABILITATION UNIT™

Na posturografia estática o LE é determinado pela movimentação corporal

que o indivíduo realiza sobre a base de sustentação delimitada pelos pés, podendo

utilizar-se somente da estratégia de tornozelo. Não existem dados na literatura

científica que delimitam os valores considerados normais do LE, porém Santana

82

(2009) referiu que quanto maior é o LE melhor é o equilíbrio corporal do individuo,

diminuindo o risco de quedas.

Observou-se (tabela 12) que os valores de LE não apresentaram diferença

significante quando comparados nos momentos pré, pós manobra e após 12 meses

do tratamento (p=0,405) que pode ser justificado pelas características clínicas do

quadro de VPPB no qual a instabilidade do equilíbrio corporal se dá nos momentos

de crises intensas, porém com curta duração não interferindo nos aspectos físicos e

funcionais do paciente pós crise. Porém Santana (2009) observou aumento

significante (p=0,05*) do LE nos idosos com VPPB quando comparou os valores pré

e pós manobra de Epley. A diferença encontrada em ambas pesquisas pode ser

justificada pelo tamanho da amostra analisada em cada estudo.

Na tabela 13 quando foram comparados os valores da área do CoP (cm²) pré,

pós manobra e após 12 meses do tratamento, observou-se que nas condições 1, 3,

4, 5, 6 e 7 não houve diferença significante nos três momentos avaliados. A

condição 2 apresentou alteração significativa dos valores (p=0,003*), sendo que o

momento pós tratamento diferiu dos momentos pré manobra e após 12 meses do

tratamento (p<0,05). Nesta condição houve uma redução da área do CoP quando

comparados os momentos pré manobra (4,84±3,87) e pós (3,24±3,81) e que

retornou a aumentar o valor após 12 meses do acompanhamento (5,41±7,17). Não

houve diferença significativa entre pré e após 12 meses, indicando que após 1 ano

sem acompanhamento o paciente volta a apresentar valores da área do CoP

semelhantes aos valores que apresentou no período anterior ao tratamento da

VPPB.

Os valores médios da área do CoP (cm2) obtidos 12 meses após tratamento

nas condições 8 (4,37±4,77), 9 (7,75±6,21) e 10 (7,51±7,60) foram significantemente

maiores quando comparados com os momentos pré e pós conforme demonstrados

no capítulo de resultados na tabela 13 . Nas condições 8 e 9 o momento pré não

diferiu do pós porém houve diferença na condição 10. Esses valores podem sugerir

que estas condições estejam piores no momento após 12 meses do tratamento por

serem as que exigem maior grau de integração e respostas dos sistemas sensoriais

envolvidos na manutenção do equilíbrio corporal, e que com o aumento da idade da

amostra, agravada pela presença de recorrência dos sintomas da tontura sejam

diretamente prejudicadas pelo processo de envelhecimento.

Stambolieva et al. (2006) citaram que os estatocônios provenientes da mácula do

83

utrículo que alteram a fisiologia dos canais semicirculares podem modificar a

sensibilidade de seus receptores sensoriais provocando uma disfunção permanente

da mácula. Os resultados desta pesquisa diferem parcialmente dos achados de

Kasse et al. (2010), pois os autores encontraram diferença significante nas

condições 2, 7, 8 e 9 pré e pós manobra de reposicionamento, sendo que neste

estudo, como já foi acima citado, apenas foram encontradas diferenças nas

condições 2 e 10. Assim como no presente estudo, os autores não observaram

alterações significativas da área do CoP na condição 1 (superfície estável com olhos

abertos) fomentando estudos realizados por Di Fabio (1995) e Horak (1997) que

relataram que indivíduos com labirontopatias se utilizam de pistas visuais e

somatossensoriais para o controle do equilíbrio corporal.

Os valores referentes à VOC (cm/s), apresentaram diferença significante nas

condições 1, 2 e 3 no momento pós tratamento quando comparado com os

momentos pré e após 12 meses do tratamento. Houve uma diminuição do valor da

VOC nas condições 1, 2 e 3 quando se comparou pré e pós seguido de aumento

após 12 meses do tratamento. Os valores observados foram: condição 1 pré

(0,96±0,36), pós (0,86±0,35) e após 12 meses (0,96±0,41); condição 2 pré

(1,35±0,61), pós (1,06±0,52) e após 12 meses (1,39±0,66) e, condição 3 pré

(2,46±1,01), pós (2,02±0,87) e após 12 meses (2,55±1,07). Estes resultados indicam

a eficácia das manobras de reposicionamento após tratamento imediato, porém

após 12 meses sem acompanhamento o paciente volta a apresentar oscilações

corporais semelhantes as das apresentadas antes do tratamento por meio de

manobras. Giacomini et al. (2002) verificaram efetividade da manobra de Epley no

que diz respeito à melhora da oscilação corporal lateral, porém não observaram

influência da manobra no plano de oscilação ântero-posterior que persistiu por 12

meses pós tratamento. Os mesmos sugerem que os resultados indicam uma

alteração no RVE de causa desconhecida.

Nas condições 4, 9 e 10 nas quais foram apresentados estímulos sacádico (4)

e optocinético associados com movimentação cefálica (9 e 10) observou-se aumento

significante da VOC nos valores após 12 meses do tratamento quando comparados

com os momentos pré e pós tratamento mostrando assim aumento no conflito visuo-

vestibular que pode justificar o aumento da oscilação corporal nas condições acima

referidas. Segundo Zee (2002) a degeneração do RVO é um dos fatores associados

à senescência do sistema vestibular, assim, pode-se sugerir que as condições

84

sensoriais da posturografia que avaliam as respostas visuais associadas as

vestibulares e que dependem do bom funcionamento do RVO podem ser

prejudicadas no população idosa. A recuperação do equilíbrio corporal provém dos processos de plasticidade do

SNC (CAOVILLA et al.,1998), sugere-se então, que esse processo é alterado pelo

processo de envelhecimento associado com o quadro de VPPB o que justificaria o

aumento da velocidade de oscilação nas condições sensoriais da BRU™ que

exigem maior habilidade do RVO, mesmo quando comparado com o momento pré

manobra.

5.4 ANÁLISES DE CORRELAÇÃO

Na análise de correlação dos resultados do LE e DHI total obtidos na última

avaliação com a presença ou não de recorrência dos sintomas da tontura (tabela 15)

observou-se que não houve correlação significante indicando que a presença ou não

de recorrência dos sintomas não foi relevante nos resultados do LE e no impacto da

tontura na qualidade de vida dos pacientes. Porém como já citado anteriormente os

momentos de crises na VPPB provêm de forma paroxística de curta duração

podendo não interferir no valor do LE no momento de avaliação (sem crise)

justificando, assim, a não correlação com a presença ou não de recorrência. Os

achados do presente estudo estão próximos aos valores do LE encontrados no

grupo controle por Gazzola (2010) que comparou o LE a Balance Rehabilitation Unit

em idosos vestibulopatas crônicos com e sem quedas com grupo controle com

média etária de 72,51 anos e encontrou no grupo controle os resultados de

(154,71±55,10), no grupo sem quedas (125,78±51,05) e no grupo com quedas

(126,53±49,44). No estudo realizado por Handa el al. (2005) onde aplicaram o DHI

em dois momentos: crise e pós crise, em pacientes com diagnóstico de VPPB com

54,3% da amostra acima dos 60 anos. Apesar de os achado do DHI terem sido

superiores no período de crise, verificaram também prejuízo na qualidade de vida

em grande parte dos indivíduos estudados no período pós crise apontando o caráter

limitante da VPPB

85

Também não houve correlação significativa, após 12 meses do tratamento,

entre os valores encontrados do LE e DHI com a presença ou ausência de quedas

nos últimos 12 meses (tabela 16). A falta de correlação pode ser justificada pelo o

fato do DHI somente avaliar o impacto da tontura na qualidade de vida do indivíduo

no que se refere aos aspectos físicos, funcionais e emocionais que podem ser

prejudicados com a presença de tontura. Apesar da tontura ser um agravante no

desencadear de episódios de quedas, o DHI não avalia a presença de quedas

associadas à tontura. Em contrapartida o LE poderia ter uma correlação significante

com a presença de queda, já que a mesma pode levar a lesões graves no idoso

causando-lhe prejuízo físico e medo de cair, alterando assim seu LE. Porém os

casos da amostra podem estar no grupo de maior prevalência de quedas que

resultam em lesões não significativas ou de membros superiores que podem não

influenciar nos resultados do LE. No estudo realizado por Siqueira et al. (2007) a

população de idosos estudada que apresentou quedas resultantes em fraturas foi de

12,1%, destas 46% acometeram os membros superiores e 28% nos membros

inferiores sendo as maiores prevalências nos pés (7,9%), seguido do fêmur (6,7%)

e perna (5,5%). Gazzola (2010) encontrou em seu estudo diferença estatística

significante do valor do LE quando comparou grupo sem quedas com grupo controle

(p=0,038*) e grupo com quedas e grupo controle (p=0,024*), mas não encontrou

diferença significante quando comparou grupo sem queda com o grupo com quedas

(p=0,968) vindo ao encontro dos valores encontrados no presente estudo.

Ao correlacionar os valores, após 12 meses do tratamento, da área do CoP,

DHI total e LE (tabela 17) observou-se correlação negativa e significante entre o

DHI e o valor da área do CoP na posição ortostática, sobre piso firme e estimulação

optocinética com direção horizontal da esquerda para direita (condição 5 da

posturografia da BRU™). Esta correlação sugere que quanto maior o valor do DHI

total, menor o valor da área do CoP nesta condição sensorial, ou vice-versa.

Esperava-se que o aumento do impacto da tontura da qualidade de vida do indivíduo

aumentasse também o valor da área do CoP indicando aumento da área de elipse

(instabilidade corporal), porém o tamanho amostral do presente estudo gera uma

limitação na presente conclusão mostrando assim a necessidade de uma melhor

averiguação em outro estudo. A condição 5 é um teste de integração sensorial que

avalia a habilidade de resposta frente ao conflito visual retinal pois o reflexo

optocinético permite fixar a imagem na retina quando a mesma está em movimento.

86

O movimento dos olhos é gerado pela informação visual, mais que pela informação

vestibular (BRU™, 2006).

O presente estudo encontrou correlação positiva e significante entre LE e a

condição 1 da área do CoP, mostrando que quanto maior o LE maior a área do CoP

e vice-versa. Não foram encontrados dados da literatura que relatem esta correlação

positiva, porém frente aos resultados sugere-se que o aumento do LE nem sempre

pode significar melhora do equilíbrio corporal dentro da base de sustentação. É

importante que o exame seja avaliado como um todo considerando os valores da

área do CoP e VOC em todas as condições sensoriais avaliadas na posturografia e

não apenas uma única condição.

Existem casos em há um aumento proporcional nos valores do LE e CoP em

que o valor da área do CoP não ultrapassa o valor do LE, ambos similares à reserva

funcional e que não indicam desequilíbrio corpóreo, pode-se dizer que ambos são

similares à reserva funcional³.

Suarez et al. (2009) referem que reserva funcional é o espaço em que a área

do Cop pode oscilar sem que signifique risco de queda para o indivíduo.

Por fim, na tabela 18, verificou-se que não houve correlação significativa entre

os valores do VOC e os resultados do DHI total e o LE obtidos após 12 meses do

tratamento nas 10 condições sensoriais da BRU™.

5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo apresentou um número pequeno na análise amostral que

se pode considerar como um fator limitante para determinação de determinadas

análises estatíticas.

Apesar de não existir ainda valores de normalidade para os parâmetros

avaliados na posturografia estática da BRU™ e este estudo não apresentar grupo

controle pôde-se observar pela comparação do desempenho do indivíduo nos

diferentes momentos de avaliação, que houve uma modificação das medidas e que

estas foram condizentes com as pontuações do DHI e com os dados da anamnese.

³Dona, F. (UNIBAN – Campus Maria Cândida) Comunicação pessoal, 2010

87

relacionados à recidiva dos sintomas de tontura que podem estar presentes nos

quadros de VPPB

Com já foi discutido anteriormente neste capítulo, outros estudos relataram

sobre a recorrência da VPPB após tratamento por meio de manobras de

reposicionamento, porém com ocorrências menores do que neste estudo. O alto

índice percentual apresentado na presente pesquisa pode ser decorrente da faixa

etária da população estudada (acima dos 60 anos) que pelo próprio processo natural

do envelhecimento pode provocar, com maior facilidade e frequência,

desprendimento dos cristais de carbonato de cálcio na mácula do utrículo

justificando o alto índice percentual de recorrências em 12 meses após o tratamento.

Outro aspecto a ser considerado talvez seja que os pacientes que aceitaram

participar, tenham sido os que realmente apresentavam retornos das queixas. De

qualquer forma, os resultados desta pesquisa chamam a atenção sobre a

importância do acompanhamento mais rígido e sistemático de pacientes idosos com

diagnóstico de VPPB, pois estes, mesmo com o retorno dos sintomas não voltam

por si só, necessitando assim de uma atenção maior quanto a este aspecto.

Talvez seja interessante em pesquisas futuras correlacionar os achados da

anamnese relacionados com a recidiva dos sintomas com a reavaliação médica

realizada depois dos 12 meses do acompanhamento médico. Neste estudo os

pacientes que apresentaram recidiva dos sintomas foram reavaliados, e mostram

que 52,1% dos pacientes que apresentaram queixas de tontura que foram

encaminhados para avaliação médica após 12 meses do tratamento, apresentaram

hipótese diagnóstica de VPPB comprovadas através de provas que pesquisam

nistagmo de posicionamento e vertigem. Sugere-se que esse valor percentual

poderia ser maior se todos os pacientes encaminhados tivessem comparecido à

reavaliação otorrinolaringológica.

88

6 CONCLUSÃO

Os resultados desta pesquisa permitem concluir que há diferença significante

dos resultados obtidos no DHI nas subescalas física, funcional e emocional e na

pontuação total entre os momentos pós manobra de reposicionamento e após 12

meses de alta médica, evidenciando uma piora dos resultados. A posturografia

estática aponta que houve um aumento da oscilação corporal indicando piora no

equilíbrio corporal após 12 meses do tratamento para VPPB.

A presença de sintomas após 12 meses sem acompanhamento evidencia o

quão fundamental é a intervenção de profissionais envolvidos no diagnóstico e

tratamento para VPPB na população geriátrica exigindo acompanhamento

sistemático mesmo após alta médica considerando que esta população apresenta

uma perda funcional considerável de um ano para outro.

89

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100

APÊNDICE A – Carta de Informação sobre o estudo

Pesquisa: Equilíbrio corporal e qualidade de vida em idosos após tratamento da Vertigem Postural Paroxística Benigna

Essas informações estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária

na referida pesquisa que visa avaliar o equilíbrio corporal à posturografia estática do

BRU™ e o impacto da tontura na qualidade de vida por meio da aplicação do

questionário DHI (Dizziness Handicap Inventory) - versão brasileira, em idosos

após 12 meses do término do tratamento para Vertigem Postural Paroxística

Benigna.

Os participantes serão os pacientes atendidos no Laboratório de Reabilitação

do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN, localizado no campus Maria

Cândida, que se encontram em alta médica há 12 meses após o tratamento para

VPPB.

Os voluntários serão submetidos à posturografia estática do BRU. Neste

exame será necessário permanecer em pé, descalço sobre uma plataforma e

utilizar óculos de realidade virtual com diferentes estímulos, os quais o paciente

deverá acompanhar. Durante o procedimento serão concedidos intervalos de tempo

para o repouso do paciente, de acordo com a necessidade. A segurança do

paciente, quanto ao risco de uma eventual queda durante a avaliação será garantida

pela presença de um examinador próximo ao paciente e pela utilização do suporte

de proteção do equipamento.

Os participantes também responderão ao questionário DHI (Dizziness

Handicap Inventory) versão brasileira. Este questionário é composto por 25 questões

sobre o impacto da tontura na vida diária do indivíduo. Para cada questão

apresentada o indivíduo deverá responder: SIM, NÃO e ÀS VEZES.

1) O principal investigador é a fonoaudióloga Solange Martiliano Lança, CRFa

9049, portadora do RG 23.607.731-4 do CPF 161.656.748-10, que pode ser

encontrado no Laboratório de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão

Social, telefone 29679015. Se o (a) senhor (a) tiver alguma consideração ou

dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da UNIBAN [email protected], fone (11) 2972-9000

101

2) É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento,

deixando de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu

tratamento rotineiro na instituição.

3) A participação à pesquisa trará como benefício a possibilidade de ser

incluído(a), gratuitamente, para tratamento de possíveis distúrbios de equilíbrio

no Laboratório do Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio

Corporal e Inclusão Social da UNIBAN, caso tenha interesse e disponibilidade.

4) Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante,

incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira

relacionada à sua participação. As despesas com transporte são de

responsabilidade do paciente. Se existir qualquer despesa adicional, ela será

absorvida pelo orçamento da pesquisa.

5) Direito de Confidencialidade: as informações obtidas serão analisadas em

conjunto com outros pacientes, não sendo divulgada a identificação de nenhum

paciente. O nome do(a) senhor(a) será mantido em sigilo.

6) Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa,

quando em estudos abertos ou de resultados que sejam do conhecimento dos

pesquisadores.

7) Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos neste

estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico

na instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

8) O pesquisador compromete-se a utilizar os dados e o material coletado

somente para a pesquisa.

102

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Acredito ter sido suficientemente esclarecido(a) a respeito das informações

que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Equilíbrio corporal e qualidade de vida em idosos após tratamento da Vertigem Postural Paroxística Benigna ”.

Eu discuti com a Fga Solange Martiliano Lança sobre a minha decisão em

participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do

estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as

garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro

também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de

acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em

participar desse estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer

momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de

qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento nesse

serviço.

_________________________________

assinatura do participante da pesquisa Data ____/____/____

RG.: _____________________________

SOMENTE PARA O RESPONSÁVEL PELO PROJETO:

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento

Livre e Esclarecido deste paciente ou seu representante legal como condição

para a participação nesse estudo. _____________________________________

Data ____ / ____ / ____

Fga Solange Martiliano Lança

RG.: __________________________________

103

APÊNDICE C – Anamnese

ANAMNESE

NOME:______________________________________________________________ DATADE NASCIMENTO:__________________________________IDADE:_______________ HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:_______________________________________________________ TEMPO SEM TRATAMENTO:___________________________________________

1. SENTE TONTURA? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) JÁ SENTIU – HÁ QUANTO TEMPO?________________________

2. TIPO DE TONTURA: ___________________________________________________________________

3. FREQUÊCIA DA TONTURA: ___________________________________________________________________

4. QUAIS AS SITUAÇÕES QUE A TONTURA APARECE? ___________________________________________________________________

5. A TONTURA IMPEDE O(A) SR(A) DE FAZER ALGO? ___________________________________________________________________

6. FAZ USO DE MEDICAÇÃO PARA TRATAMENTO DA TONTURA?______________________QUAIS?_____________________________________

7. APÓS O TRATAMENTO DA VPPV TEVE RECORRÊNCIA DA

TONTURA?_______________

8. FAZ USO DE MEDICAÇÃO PARA OUTROS TRATAMENTOS?QUAIS? ______________________________________________________________

104

9. APÓS REABILITAÇÃO VESTIBULAR SENTIU MELHORA DA TONTURA? ______________________________________________________________

10. TEM PROBLEMAS DE AUDIÇÃO? TEM ZUMBIDO? _________________________________________________________________ 11. ATUALMENTE OU APÓS O TRATAMENTO REALIZADO NO

LABORATÓRIO DA UNIBAN REALIZOU ALGUM OUTRO TIPO DE TRATAMENTO PARA A TONTURA? LOCAL E TIPO DE TRATAMENTO?

_________________________________________________________________ 12. POSSUI ALGUM PROBLEMA PARA SE LOCOMOVER? _________________________________________________________________ 13. FAZ USO DE ÓRTESES OU APOIO PARA LOCOMOÇÃO? _________________________________________________________________ 14. POSSUI ALGM PROBLEMA DE VISÃO? FAZ USO DE LENTES

CORRETIVAS? JÁ FOI SUBMETIDO À INTERVENÇÃO CIRÚRGICA?______________________________________

15. APRESENTOU QUEDAS NOS ÚLTIMO 12 MESES?

________________________________

16. APRESENTOU QUEDAS NOS ÚLTIMOS 6 MESES? ________________________________

17. EM QUAIS CIRCUNSTÂNCIAS AS QUEDAS OCORRERAM? _________________________________________________________________ 18. QUAL O NÚMERO DE QUEDAS ANTES DO TRATAMENTO COM MANOBRAS?_________

105 APÊNDICE D – Planilha de Informações Nome: ____________________________________________ Idade: ______________ Sexo:__________________

DHI

SUB-ESCALA FUNCIONAL PRÉ PÓS 12 MESES

SUB-ESCALA FÍSICA PRÉ PÓS 12 MESES

SUB-ESCALA EMOCIONAL PRÉ PÓS 12 MESES

TOTAL PRÉ PÓS 12 MESES

POSTUROGRAFIA

LIMITE DE ESTABILIDADE - LOS PRÉ PÓS 12 MESES

ÁREA DE ELIPSE PRÉ PÓS 12 MESES

VELOCIDADE DE OSCILAÇÃO VOS PRÉ PÓS 12 MESES CONDIÇÃO 1 CONDIÇÃO 2 CONDIÇÃO 3 CONDIÇÃO 4 CONDIÇÃO 5 CONDIÇÃO 6 CONDIÇÃO 7 CONDIÇÃO 8 CONDIÇÃO 9

CONDIÇÃO 10

106

ANEXO A – Parecer final da Comissão de Normas Éticas e Regulamentares da Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN - Brasil

Fonte: COMITÊ DE ÉTICA UNIBAN (2010)

107

ANEXO B – Dizziness Handicap Inventory (DHI) – adaptação brasileira

Fonte: CASTRO el al. (2007)

108

ANEXO C – Exemplo de relatório do módulo da posturografia estática da BRU™

Fonte: software do Módulo da posturografia estática da BRU™ (2006).

109

ANEXO D – Resumo Artigo: Doença de Corpúsculo de Lewy: um relato de caso

Fonte: Rev Equilíbrio Corporal e saúde (2010, p. 60)

110

ANEXO E – Certificado Pôster: Static posturography in dizziness elderly patients comparasion with caloric test results

111

ANEXO F – Certificado Pôster: Self perception of hearing loss in elderly patients

112

ANEXO G – Certificado Pôster: Idosos com VPPB: achados à prova calórica

113

ANEXO H – Certificado Pôster: Enfermedad de Cuerpos de Lewy: reporte de un caso

114

ANEXO I – Certificado Pôster: Resultados de ancianos en las puebras oculomotoras realizadas mediante vectoelectronistagmografia

115

ANEXO J – Certificado Palestra: Audição na terceira idade

116

ANEXO K – Certificado Pôster: DHI – Dizziness Handicap Inventory: um estudo longitudinal

117

ANEXO L – Certificado Pôster: Doença de Corpúsculo de Lewy: um relato de caso

118

ANEXO M – Certificado Pôster: Dynamic Gait Index em idosos com VPPB pré e pós tratamento

119

ANEXO N – Certificado Pôster: DHI : Análise Comparativa em idosos com VPPB