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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração ALINE CRISTINA LEAL LUCILÉIA MARY SANTOS DE MATOS MÁRCIA CRISTINA CARVALHO TALITA MÁIRA BIROQUI MERCADO FUTURO E DE OPÇÕES Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira LTDA Lins – SP LINS – SP 2008

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Page 1: UNISALESIANO Centro Universitário Católico …Nunca mediu esforços para que eu pudesse realizar meus sonhos. Hoje, dedico este trabalho a você mãe como forma de agradecimento,

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

ALINE CRISTINA LEAL

LUCILÉIA MARY SANTOS DE MATOS

MÁRCIA CRISTINA CARVALHO

TALITA MÁIRA BIROQUI

MERCADO FUTURO E DE OPÇÕES

Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira LTDA

Lins – SP

LINS – SP

2008

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ALINE CRISTINA LEAL

LUCILÉIA MARY SANTOS DE MATOS

MÁRCIA CRISTINA CARVALHO

TALITA MÁIRA BIROQUI

MERCADO FUTURO E DE OPÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof° M. Sc Ricardo Yoshio Horita e orientação técnica da Profª M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2008

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Leal, Aline Cristina; Matos, Luciléia Mary Santos de; Carvalho, Márcia Cristina; Biroqui, Talita Máira

Mercado futuro e de opções / Aline Cristina Leal; Márcia Cristina Carvalho, Luciléia Mary Santos de Matos; Talita Máira Biroqui. -- Lins, 2008.

119p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2008.

Orientadores: Ricardo Yoshio Horita; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Agronegócio. 2. Hedge. 3. Mercados derivativos. I Título.

CDU 658

L47m

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ALINE CRISTINA LEAL

LUCILÉIA MARY SANTOS DE MATOS

MÁRCIA CRISTINA CARVALHO

TALITA MÁIRA BIROQUI

MERCADO FUTURO E DE OPÇÕES

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do titulo de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Ricardo Yoshio Horita

Titulação: Mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de

São Carlos

Assinatura: ____________________________________

1° Prof(a): ______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ____________________________________

2° Prof(a): ______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ____________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente este trabalho a DEUS, que me deu forças para a concretização deste sonho. A minha mãe Anita e ao meu pai Ronaldo, que são as principais razões da minha existência e os principais responsáveis pelas minhas vitorias e conquistas, meus exemplos de vida onde busco sempre a orientação nos momentos difíceis e alegres, vocês são e sempre serão o meu porto seguro. Amo vocês imensamente.... Dedico também ao meu irmão Júnior que por tantas vezes me apoiou, me ajudou, Te amo viu maninho...... Aos meus eternos amigos Sérgio e Márcia que também foram fundamentais para a realização deste sonho, obrigada por tudo o que fizeram por mim, amo vocês... As minhas companheiras de monografia Léia, Márcia e Talita que dividiram comigo um sonho em comum, jamais me esquecerei de vocês meninas, ficarão sempre em minha memória e em meu coração.... A todos os meus familiares,avôs e avós, tios e tias, primos e primas, a minha madrinha, que de alguma maneira me apoiaram e me deram forças pra continuar, consegui gente..... E a todos os meus amigos e amigas, que dividiram comigo vários momentos de minha vida... A todos vocês o meu muitíssimo obrigado... Pois sem vocês eu nada seria!!!!!!

Amo muito vocês........... Um grande beijo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Aline Cristina Leal

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, meus amigos e a todas as pessoas que mesmo indiretamente torciam por mim, contribuindo para sua conclusão.

A minha mãe Celina, minha maior incentivadora. Nunca mediu esforços para que eu pudesse realizar meus sonhos. Hoje, dedico este trabalho a você mãe como forma de agradecimento, por ter me dado a vida e permanecido ao meu lado em todos os momentos. Te amo!

Ao meu pai Luiz, um exemplo vivo da força de Deus. Um homem que apesar de todas as dificuldades e barreiras que a vida lhe pôs, nunca abaixou a cabeça e jamais pensou em desistir. Brigou com a morte e venceu bravamente! Hoje a sua alegria de viver contagia a todos os que estão ao seu redor e isso me deixa extremamente feliz. “Paizinho” você foi, é e sempre será o meu “Super Herói”. Te amo!

A minha maninha Lú, pois é com ela que eu brigo, brinco, aprendo e ensino! Foi dividindo tudo com você, que aprendi o valor da generosidade! Tenho muito orgulho de você, por sua inteligência, esforço, responsabilidade e meiguice! Obrigada por estar ao meu lado. Te amo!

A minhas avós, madrinhas, tias, tios, primas e primos! O meu muito obrigada! Amo vocês do fundo do meu coração!

Ao nosso orientador professor Horita, que desde a idealização deste trabalho abraçou a idéia e esteve nos apoiando em todos os nossos planos.

As minhas amigas Aline, Marcinha e Talita companheiras de grupo, por estarem ao meu lado durante todo esse tempo, tornando minha vida mais feliz e fazendo com que essa caminhada fosse muito mais agradável. Tenham certeza que já fazem parte da minha vida.

A todos os meus amigos e amigas verdadeiros que estiveram comigo acompanhando meus passos e muitas vezes me trazendo de volta, quando por algum motivo pensei em desistir. O meu carinho por vocês é imenso!

E aos professores que contribuíram para minha formação! Enfim, agradeço a Deus por ter pessoas tão especiais fazendo parte

de minha vida e acima de tudo dedico a “Ele” essa conquista!

Com carinho, Léia

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si para que ele fosse concluído.

A Deus, pois sem Ele em minha vida eu nada seria. A minha mãe querida que doa boa parte de sua vida por mim e pelos meus

filhos, sem sua força, sem seu incentivo e principalmente sem seu exemplo eu não estaria aqui. Se hoje eu estou realizando este sonho é graças a você, guerreira, que não me deixou desistir, e por tantas vezes me tirou do fundo do poço. Agradeço a Deus todos os dias por tê-la em minha vida, pois, você é uma pessoa muito especial. Perdoe as decepções, todas porque me desviei do caminho que você tentava me guiar. Obrigada por tudo. Nunca se esqueça que eu sempre estarei ao seu lado. Te amo muito.

Ao meu pai (in memorian), pois sua presença em meu coração me ajudou, a continuar apesar de tudo. Saudades.

Ao meu marido, por ficar ao meu lado por esses cinco anos, cuidando de nossos filhos, e me apoiando para que eu pudesse estar aqui. Pela paciência, pelo carinho, pela compreensão mas principalmente pela verdadeira demonstração de amor, adiando o seu sonho para que eu pudesse realizar o meu. Obrigada por tudo. Te amo muito.

Aos meus filhos, por serem tão lindos e fofos! Espero que possam perdoar minhas ausências. É por vocês e pra vocês que abro os olhos todos os dias e tento ser uma pessoa melhor. Amo muito vocês.

Ao meu irmão, um exemplo de vida e superação. Tenho muito orgulho de você. Obrigada por tudo. Te amo. A minha irmãzinha querida, obrigada. Pelas ajudas e pelos sorrisos e lágrimas compartilhados. Te amo. A minha Avó Luiza, que sempre me apoiou. Te amo Lulu.

As amigas Aline, Léia, Marcela, Mariela e Talita. “Os amigos são a família que Deus nos permitiu escolher”. Obrigada, pela oportunidade de compartilhar um pouco de suas vidas, pela paciência e compreensão. Que Deus abençoe vocês para que suas vidas lhe sejam leves. Perdoem-me pelos percalços que causei e Obrigada pelas vezes que fizeram meu coração sorrir, por estar junto comigo, até mesmo quando eu não estava disposta, por serem as primeiras a me ajudar a levantar quando caí, enfim por fazerem a diferença em minha vida, e me ajudarem a entender que o que importa não é O QUE eu tenho na vida, mas QUEM eu tenho na vida, por tudo isso vocês vão estar sempre no meu coração. Amo vocês. A família Matos, que abriu as portas de sua casa e de seus corações para mim e minha família. Muito obrigada.

Por fim a todas as pessoas, familiares e amigos que me ajudaram e possivelmente eu esqueci.

Marcinha

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DEDICATÓRIA

Eu dedico esse trabalho primeiramente a Deus, pois graças a ele consegui alcançar meus objetivos com saúde e tudo aquilo de que foi necessário para a minha vida. Dedico à minha amada mãe Sueli, que sempre está ao meu lado dando seu apoio incondicional para que eu possa seguir em frente e lutar por aquilo que quero, pessoa responsável por tudo que sou hoje. E, dedico também ao meu avô Bradino, aos familiares e amigos que me apoiaram nesses quatro anos.

Talita

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Agradecimentos

Chegamos ao final dessa caminhada e como diria a música: “Você não

sabe o quanto eu caminhei, pra chegar até aqui...”.

Não foi fácil!

Durante quatro anos enfrentamos o cansaço, as dores e as

dificuldades de estar em busca de um sonho. Um sonho comum a quatro

vidas... Caminhos que se cruzaram por força do destino e para nós esse

“destino” tem nome...e o nome “dele” é DEUS!

Dizem que amigos são anjos que Deus coloca em nossas vidas para nos

proteger e estar ao nosso lado a cada momento. São eles que brincam

conosco, que riem, que choram, que brigam, que nos dizem sim ou não, são

eles que têm o dom de nos dizer: “Pare!” ou “Vá em frente!”.

Depois de termos dividido tantos risos e prantos, agradecemos a

“Ele” por tudo...tudo mesmo! As alegrias, que tornaram melhor nossas vidas

e as tristezas, pois foi através delas que crescemos e nos tornamos fortes.

E agora que vemos nossos sonhos realizados e que nossos esforços

não foram em vão, não temos nada melhor para oferecer a não ser nossas

orações pedindo para que o Papai do Céu abençoe nossas famílias, nosso

orientador, a todos os professores e funcionários da faculdade, aos nossos

amigos, colegas de turma e a todos aqueles que de alguma forma

contribuíram com o nosso sucesso!

O nosso muito...muito...muito obrigado!!!

Com Amor,

Aline, Léia, Márcia e Talita

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Empresa Mercantil Industrial e Exportadora Ltda .......................... 19

Figura 02: Cana – de – açúcar ........................................................................ 29

Figura 03: Comercialização na propriedade .................................................... 31

Figura 04: Agentes intervenientes no mercado futuro ..................................... 70

Figura 05: Mapa do pregão ............................................................................. 71

Figura 06: Visualização dos pits ...................................................................... 71

Figura 07: Fluxo das operações ...................................................................... 74

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Principais commodities utilizadas ................................................ 39

Quadro 02: Contratos Agropecuários .............................................................. 65

Quadro 03: Taxa operacional básica (TOB) .................................................... 75

Quadro 04: Taxa de Emolumentos (TE).......................................................... 75

Quadro 05: Taxa de registro (TR) ................................................................... 76

Quadro 06: Taxa de permanência ................................................................... 77

Quadro 07: Ajustes diários .............................................................................. 79

Quadro 08: Comparativo dos diferentes derivativos negociados no mercado

financeiro ......................................................................................................... 84

Quadro 09: Especificações do contrato futuro de soja .................................... 85

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APAE: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

ATR: Açúcar Total Recuperável

BBF: Bolsa Brasileira de Futuros

BM&F: Bolsa de Mercadorias & Futuros

BM&FBOVESPA: Bolsa de Mercadorias & Futuros e Bovespa

BMSP: Bolsa de Mercadorias de São Paulo

BVRJ: Bolsa de Valores do Rio de Janeiro

CBLC: Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia

CDB: Certificado de Depósito Bancário

CDI: Certificado de Depósito Interbancário

CME: Chicago Mercantile Exchange

CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento

CPR: Cédula de Produtor Rural

ESALQ: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

FB: Fórmula Base

FEBRABAN: Federação Brasileira das Associações de Bancos

GTS: Global Trading System

MEFF: Mercado Oficial de Futuros y Opiciones Financeiros

PIB: Produto Interno Bruto

RH: Recursos Humanos

SISBEX: Sistema de Negociação e de Registro de Títulos e outros Ativos

TE: Taxa de Emolumentos

TOB: Taxa Operacional Básica

TP: Taxa de Permanência

TR: Taxa de Registro

WTr: Web Trading

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16

CAPÍTULO I – A EMPRESA ........................................................................... 19

1 EMPRESA...................................................................................... 19

1.1 Histórico ......................................................................................... 20

1.2 Estrutura organizacional ................................................................. 21

1.2.1 Política de recursos humanos ........................................................ 22

1.3 Serviço social e responsabilidade sócio-ambiental ........................ 22

1.4 Áreas de atuação ........................................................................... 23

1.5 Processos de comercialização ....................................................... 25

1.5.1 Demanda de produtos agropecuários ............................................ 26

1.5.2 Processo de comercialização de cana-de-açúcar .......................... 27

1.5.3 Processo de comercialização de boi gordo .................................... 29

1.6 A utilização do mercado futuro na empresa ................................... 32

CAPÍTULO II – O AGRONEGÓCIO E O MERCADO DERIVATIVOS ............ 36

2 PRINCÍPIOS DO AGRONEGÓCIO ................................................ 36

2.1 A Agropecuária no Brasil ................................................................ 37

2.1.1 Características da produção agropecuária ..................................... 38

2.2 Commodities .................................................................................. 38

2.3 Derivativos...................................................................................... 39

2.3.1 Origem ........................................................................................... 40

2.3.2 Evolução......................................................................................... 42

2.3.3 Função econômica ......................................................................... 43

2.4 Tipos de mercados derivativos ....................................................... 44

2.4.1 A Termo.......................................................................................... 45

2.4.2 Futuro ............................................................................................. 45

2.4.2.1 O mercado futuro e o agronegócio ................................................. 46

2.4.2.2 Negociação de contratos futuros .................................................... 47

2.4.3 Opções ........................................................................................... 48

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2.4.3.1 Tipos de opções ............................................................................. 49

2.4.4 Swap .............................................................................................. 50

2.5 Classificação dos derivativos ......................................................... 51

2.6 Hedge ............................................................................................. 52

2.7 Especulação ................................................................................... 54

2.8 Arbitragem ...................................................................................... 54

2.9 Participantes do mercado derivativos ............................................. 55

2.9.1 Hedger ........................................................................................... 55

2.9.2 Arbitrador........................................................................................ 56

2.9.3 Especulador ................................................................................... 57

2.9.4 Market maker ................................................................................. 58

2.10 Margens de garantias e ajustes diários .......................................... 58

2.11 A clearing da BM&F: estrutura da câmara de compensação ......... 59

2.11.1 Os membros da compensação ....................................................... 60

2.12 Cédula de Produto Rural (CPR).. ................................................... 61

2.13 Bolsas de mercadorias no mundo .................................................. 62

2.13.1 Bolsas de mercadorias e futuros no Brasil ..................................... 63

2.13.2 Objetivos da BM&F ........................................................................ 64

2.13.3 Tipos de contratos negociados na BM&F ....................................... 65

2.13.3.1 Contratos Agropecuários ................................................................ 65

2.13.3.2 Contratos financeiros ..................................................................... 66

2.13.3.3 Contratos de balcão ....................................................................... 67

CAPÍTULO III – A EMPRESA E O MERCADO FUTURO .............................. 68

3 INTRODUÇÃO DA PESQUISA ..................................................... 68

3.1 Como entrar no mercado futuro ..................................................... 68

3.1.1 Especificações dos contratos ......................................................... 69

3.1.2 Negociação de contratos futuros .................................................... 69

3.1.3 Agentes intervenientes no mercado futuro ..................................... 69

3.1.4 Corretoras e pregões ..................................................................... 70

3.1.5 Mapa do pregão ............................................................................. 71

3.1.6 Funcionamento da Bolsa ................................................................ 72

3.1.7 Etapas para operar no mercado ..................................................... 72

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3.1.8 Ciclo operacional de um contrato ................................................... 73

3.1.9 Custos ............................................................................................ 74

3.1.9.1 Outros custos ................................................................................. 78

3.2 Liquidação ...................................................................................... 79

3.3 Vantagens ...................................................................................... 80

3.4 Desvantagens ................................................................................ 81

3.5 Escolha dos mercados ................................................................... 82

3.5.1 Características e comparações entre os diferentes derivativos ..... 83

3.6 Riscos ............................................................................................ 84

3.7 Exemplos........................................................................................ 85

3.7.1 Mercado futuro ............................................................................... 85

3.7.2 Comparação entre mercado futuro e de opções ............................ 87

3.8 A atual crise econômica mundial e o mercado de derivativos. ...... 89

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................... 92

CONCLUSÃO ................................................................................................. 94

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 96

APÊNDICES ................................................................................................... 99

ANEXOS ....................................................................................................... 106

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INTRODUÇÃO

O agronegócio bem como os mercados de futuro e de opções, estão em

constante desenvolvimento, por isso os contratos negociados nas bolsas de

mercadorias e futuros passaram a ser alvo de interesse dos produtores rurais

que desejam se proteger das oscilações freqüentes dos preços dos produtos

agropecuários. Assim, nos últimos tempos essas transações de proteção

utilizando derivativos, vêm impulsionando as bolsas que conseqüentemente

estão crescendo em operações com diferentes tipos de contratos, alcançando

assim, inúmeros recordes e atraindo novos investidores. Esses contratos

podem ser financeiros e não financeiros sendo padronizados de acordo com as

características intrínsecas dos ativos negociados, quantidades, procedimentos

de entrega, meses de vencimento, cotações dos preços, limites de oscilações

diárias de preços e limites de posições diárias. É importante ressaltar que

alguns desses limites foram estabelecidos para garantir a liquidez do mercado

contra as especulações.

O objetivo central deste trabalho é mostrar os diversos tipos de contratos

derivativos existentes, ressaltando o de futuro e o de opções sobre

commodities agropecuárias, bem como suas particularidades e seus

participantes, fazer um breve histórico do cenário do agronegócio e mostrar o

funcionamento das bolsas de mercadorias e futuros e sua evolução ao longo

dos anos.

Diante do exposto, pergunta-se: A utilização dos mercados futuros e de

opções é uma boa alternativa para a proteção contra a variabilidade dos preços

na comercialização das produções agropecuárias?

Os integrantes das cadeias do agronegócio enfrentam riscos de

produção e de preços os quais, além de causar instabilidade à própria

atividade, também podem provocar instabilidade em todos os demais membros

da cadeia de produção do qual participam. Os mercados de futuros possibilitam

a administração e redução dos riscos de preços, permitindo melhor

planejamento, diminuição dos custos de transação e aumento na

competitividade das cadeias. Do ponto de vista do setor agropecuário, um

sistema de comercialização será eficiente se a venda da produção obtiver o

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melhor resultado financeiro após deduzirem-se todos os custos de produção e

comercialização. As operações no mercado futuro e de opções evitam perdas

ocasionadas pelas oscilações de preços transferindo o risco a outro

participante do mercado. Esse é o papel intrínseco do mercado de derivativos,

permitindo que produtor, exportador, administrador, industrial, armazenador,

comerciante ou outro agente de mercado transfira os riscos de preços das

mercadorias com as quais trabalham.

Para reforçar a análise, foi feita uma pesquisa de campo realizada na

empresa Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda, que atua em duas

áreas distintas, a criação e comercialização de boi gordo para abate e plantio

de cana-de-açúcar, demonstrando que essa é uma ferramenta alternativa de

gerenciamento dos riscos de sua atividade, assegurando assim, um patamar

mínimo de retorno para o produto negociado, garantindo preço e margem de

lucro.

Foram utilizados os seguintes métodos:

Estudo de caso: foi realizado estudo de caso na empresa Mercantil

Industrial e Exportadora Junqueira Ltda, fazendo um levantamento de

operacionalização através de sua corretora, utilizando a coleta de informações

disponibilizadas pela empresa, analisando juntamente com o cenário mundial

do mercado futuro e de opções voltados para o agronegócio.

Método de observação sistemática: foram observados, analisados e

acompanhados os procedimentos aplicados na proteção dos preços de seu

ativo objeto negociado nos contratos futuros através da BM&F.

Método histórico: foi realizada uma pesquisa histórica sobre a origem do

mercado futuro e de opções e sua evolução até os dias atuais, como suporte

para o desenvolvimento do estudo de caso.

Para eficácia dos métodos utilizou-se das seguintes técnicas:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

Roteiro de entrevista para o proprietário da empresa Mercantil Industrial e

Exportadora Junqueira LTDA. (Apêndice C)

Roteiro de entrevista para pessoas que possuem conhecimento de

mercados futuros e de opções (Apêndice D)

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Outros registros: foram utilizados materiais das corretoras e da BM&F

(Anexos A, B, C, D e E)

O trabalho está assim estruturado:

O capítulo I apresenta a empresa onde foi realizada a pesquisa, incluindo

seu histórico, área de atuação, processo de comercialização, entre outros.

O capítulo II descreve o agronegócio e o mercado de derivativos, os tipos

de contratos negociados nas bolsas, os diversos agentes de mercado, a

classificação dos derivativos, um breve resumo das bolsas de valores e da

BM&F.

O capítulo III mostra o relato dos acontecimentos atuais do mercado

futuro, como entrar neste mercado, qual a posição a tomar na hora da escolha

de mercado no qual investir e a importância de o mercado mundial.

O trabalho finaliza-se com a apresentação da proposta de intervenção e a

conclusão.

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CAPÍTULO I

MERCANTIL INDUSTRIAL E EXPORTADORA JUNQUEIRA LTDA

1 A EMPRESA

A Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda é uma empresa

familiar sediada na cidade de Lins – SP, região noroeste do estado. Suas

operações em mercado futuro são feitas diretamente por um dos proprietários,

que se utiliza de uma corretora para intermediar suas transações com a BM&F,

acompanhando diariamente as movimentações da bolsa e negociando

contratos conforme sua necessidade de proteção do preço de seu rebanho

bovino, em determinado período futuro.

A empresa está situada à Via de Acesso à Rodovia Marechal Rondon,

bairro do Labate, na cidade de Lins, inscrita sob o CNPJ 51.660.652/0001-93 e

Inscrição Estadual 419.004.798.113.

Atua em duas áreas distintas, a criação e comercialização de boi gordo

para abate e plantio de cana-de-açúcar, por isso apesar de ser uma empresa

limitada, caracteriza-se também por formar um condomínio agrícola.

Por se tratar de empresa familiar, o confinamento e comercialização do

boi gordo não estão caracterizados na pessoa jurídica, nela encontra-se

apenas a atividade com cana-de-açúcar.

Fonte: Empresa Mercantil Industrial e Exportadora Ltda, 2008. Figura 01: Empresa Mercantil Industrial e Exportadora Ltda

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1.1 Histórico

A história da empresa Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda

mistura-se com a da família Junqueira, pois a atividade de cultivo de terras e

criação de bovinos são práticas, que foram sendo transmitidas e aperfeiçoadas

através das gerações.

O nascimento da pessoa jurídica se deu por volta de 1964, pelos irmãos

Francisco da Cunha Diniz Junqueira e Antonieta de Aguiar Junqueira, que

vendo o crescimento na demanda dos produtos agropecuários que

comercializavam, identificaram a necessidade de ampliar sua produção. Assim,

constituíram um Condomínio Agrícola, com personalidade jurídica.

Com a ampliação das atividades, os sócios viram a necessidade de

centralizar o comando da empresa, pois até então a administração das

fazendas eram feitas individualmente por funcionários designados, dificultando

o controle geral dos proprietários. Assim sendo, criou-se uma divisão entre o

setor administrativo e de produção, construindo um escritório em território

urbano onde se centralizou a administração de todas as fazendas pertencentes

à família e suas atividades, local este, que se tornou sede da empresa,

mantendo-se desta forma até os dias de hoje. Ali aconteciam as negociações

de venda das produções, compra de matéria prima, estabelecimento de metas

e objetivos, controle financeiro, controle de pessoal, entre outros.

Nessa época além da empresa cultivar e comercializar milho e café,

manter a criação de gado de corte, atuavam também como beneficiadora de

algodão, atividade que praticaram durante aproximadamente vinte e cinco

anos.

Em meados da década de 90, a Mercantil Industrial e Exportadora

Junqueira Ltda cessou o plantio de algodão, milho e café e passou atuar no

mercado de cana-de-açúcar.

Mantendo o foco da empresa no cultivo de cana, os sócios

administradores não se desfizeram da criação de bovinos. Na condição de

pessoas físicas, tornaram-se produtores rurais e continuam a comercializar

gado de corte sem interferência na pessoa jurídica que atualmente é uma

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Sociedade Limitada na qual se cultiva e comercializa exclusivamente cana-de-

açúcar.

1.2 Estrutura Organizacional

A Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda, possui uma

estrutura organizacional centralizadora, isto é, por se tratar de uma empresa

familiar as tomadas de decisões e o acompanhamento das produções são

feitos diretamente por seus proprietários.

Para facilitar o acompanhamento das atividades da pessoa jurídica e

também dos negócios realizados com gado de corte na pessoa física, a

empresa conta com uma sede onde fica o escritório que gerencia as demais

áreas.

A sede localizada na Via de Acesso à Rodovia Marechal Rondon, é

constituída de aproximadamente seis setores:

a) contábil;

b) recursos humanos;

c) financeiro;

d) compras;

e) faturamento;

f) controladoria; e

g) diretoria.

Todos os departamentos são acompanhados por um gerente geral,

responsável pelo serviço realizado no escritório, que conta com

aproximadamente doze funcionários que colaboram com a administração e

organização dos negócios, bem como ajudam no suporte aos administradores

das fazendas de cultivo da cana-de-açúcar e a criação de bovinos.

Os proprietários possuem vinte e seis fazendas espalhadas por diversos

estados do país. Cada uma delas conta com um administrador direto, que

reside dentro da propriedade. São eles que possuem a responsabilidade de

organizar o serviço dos demais funcionários, delegando funções específicas a

cada um, para que se mantenha a ordem do trabalho.

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O trabalho realizado no campo é acompanhado pelos proprietários que,

percorrem as fazendas verificando o andamento da produção e resolvendo

eventuais pendências que possam fugir das atribuições do administrador.

1.2.1 Política de Recursos Humanos

A empresa conta com um quadro de aproximadamente cento e trinta

funcionários sendo apenas doze da área administrativa e o restante estão

alocados nas fazendas, trabalhando diretamente no cultivo de cana-de-açúcar

e na criação do gado de corte.

Por possuir formação familiar, na Mercantil Industrial e Exportadora

Junqueira Ltda não há política de recursos humanos bem definida. Em sua

maioria os funcionários contratados são trazidos por indicação de alguém que

já trabalha na empresa, ou que seja indicado diretamente aos sócios por

conhecidos.

A definição de cargos e salários também não é padronizada, pois as

contratações acontecem de acordo com as necessidades observadas pela

administração para um determinado setor. O processo de contratação nas

fazendas é feito pelo administrador daquela sede e na parte administrativa pelo

gerente.

A rotatividade de funcionários é muito pequena, pois em sua maioria os

colaboradores vêm acompanhando a família antes mesmo de criarem

personalidade jurídica para seu negócio. Um dos motivos principais da

permanência dos funcionários é o ambiente agradável que procura se manter,

para que se sintam valorizados e motivados ao serviço que prestam.

1.3 Serviço social e responsabilidade sócio-ambiental

Os proprietários da Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda,

procuram manter apoio às entidades filantrópicas que necessitam de ajuda

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para manter-se em funcionamento de toda a região da cidade de Lins-SP, pois

acreditam que independente de receberem algum benefício fiscal é importante

apoiar as obras de caridade existentes na cidade. Mesmo porque, antes de ser

empresários, colocam-se como cidadãos comprometidos com o

desenvolvimento da região onde atuam.

Não há por parte da empresa uma distinção entre os locais de apoio. Por

manter sua sede em uma cidade pequena, as entidades sabendo da pré-

disposição em ajudar, procuram pela empresa solicitando o que precisam por

escrito. É feita uma análise da solicitação bem como do órgão solicitante e

assim é decidido diretamente pelos proprietários quanto a aceitação ou não do

pedido.

Muitas entidades em Lins, recebem freqüentemente o apoio da Mercantil

Industrial e Exportadora Junqueira Ltda como a Associação dos Pais e Amigos

dos Excepcionais de Lins (APAE), o Clube Atlético Linense, a Casa dos Cegos

e o Asilo São Vicente de Paula, sem contar as contribuições esporádicas como

a construção da unidade do Corpo de Bombeiros.

Na questão sócio-ambiental a empresa possui medidas de preservação

do meio ambiente como manter o cuidado necessário com os agrotóxicos

utilizados na preservação de pragas nos canaviais e na criação de gado de

corte, e cumprindo a Lei, não praticam a queimada da cana.

1.4 Áreas de atuação

A empresa está inserida no agronegócio, atuando na plantação, cultivo,

colheita e venda de cana-de-açúcar e de maneira informal, atua através de

seus proprietários no setor da pecuária.

Desde sua fundação, a cana-de-açúcar está entre as commodities que

os proprietários comercializam, por ser um produto que tem grande demanda

no mercado em todas as regiões do país e por ser matéria-prima principal de

um mix muito grande de produtos essenciais aos seres humanos como, por

exemplo: açúcares, o álcool e combustível.

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O agronegócio está em constante competição pelos recursos escassos

da sociedade. Nessa situação, é fundamental que se tenha uma clara visão do

quadro conjuntural dos acontecimentos e das variáveis macroeconômicas a

seu redor. Precisa-se saber a influência de políticas econômicas sobre taxas de

juros, renda, demanda e produção. Além disso, é necessário também conhecer

os princípios econômicos básicos que regem a demanda e a oferta pelos

produtos agrícolas, os quais também regem a alocação de recursos dentro da

empresa. (MARQUES; MELLO; MARTINES FILHO, 2008)

De acordo com BM&F (2007d), objetivo de lucro de toda atividade

produtiva pressupõe a canalização de esforços para obter a maior

produtividade dos fatores de produção, ao menor custo possível e o maior

preço de venda da mercadoria produzida. Desta forma, procura-se maximizar a

receita obtida na comercialização e minimizar o custo de produção.

Na agropecuária, à semelhança de outros processos produtivos, estes

resultados são influenciados por diversos riscos, dentre os quais destacam:

a) risco de produção: refere-se à possibilidade do volume de produção

esperada não se concretizar devido a eventos relacionados ao clima;

seca, excesso de chuva, geada e etc.; ou a outros, como pragas. Os

riscos de produção podem ser cobertos com apólices de seguros

agrícolas e utilização de tecnologia;

b) risco de crédito: surge sempre na contratação entre partes, sendo

expresso pela possibilidade de uma delas não honrar o compromisso

assumido como o pagamento em dinheiro ou entrega do

produto/serviço. As garantias exigidas por ocasião da contratação de

uma operação visam, fundamentalmente, a cobertura deste risco;

c) risco operacional: decorre de falhas com equipamentos e/ou

humanas administração cadastral. Costuma ser associado com a

gestão empresarial inadequada; e

d) risco de preço: representa a possibilidade dos preços oscilarem em

sentido contrário ao interesse do agente no momento da

comercialização do produto.

Para os produtores rurais o risco de preço é preocupante, pois trazem a

incerteza de continuidade do negócio, principalmente porque esse risco é

influenciado com facilidade por qualquer mudança no mercado. Para a

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proteção dos riscos de preços, existem os mecanismos vinculados aos

mercados futuros e de opções.

1.5 Processo de comercialização

Segundo Marques, Mello e Martines Filho (2008), o problema da

agropecuária geralmente está associado a preços baixos e relativamente

instáveis. Do ponto de vista da comercialização, o problema torna-se

particularmente importante porque é difícil para quem produz ajustar

rapidamente sua produção às alterações de mercado. Para complicar ainda

mais esse cenário, mudanças climáticas, pragas, doenças e outros fatores

impedem que se façam estimativas precisas de produção e preços.

O setor agropecuário, os consumidores e todos aqueles envolvidos na

atividade têm muito a ganhar caso a comercialização se dê de forma técnica e

economicamente eficiente, sem sobressaltos e interrupções.

Para Marques, Mello e Martines Filho (2008), do ponto de vista do setor

agropecuário, um sistema de comercialização será eficiente se a venda da

produção obtiver o melhor resultado financeiro após deduzirem-se todos os

custos de produção e comercialização. Existem algumas questões importantes

que merecem ser discutidas para que a comercialização acompanhe os

movimentos de mercado e ocorra de forma eficiente como:

a) o que produzir e quais os cuidados que se deve tomar para obter o

máximo de receita na venda;

b) quando e onde comprar e vender, pois diferentes insumos e produtos

possuem diferentes curvas de distribuição de preços durante o ano e

conhecer a curva de sazonalidade e os custos de armazenamento e

transporte pode elevar os ganhos;

c) o que pode ser feito para diferenciar o produto e expandir e

diversificar o mercado;

d) que tipo de contrato de mercados derivativos deve-se fazer;

e) como financiar a comercialização e reduzir os riscos de mercado; e

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f) que outras políticas podem ser implementadas para aumentar a

eficiência da comercialização.

1.5.1 Demanda de produtos agropecuários

Um alqueire ou hectare de terra na fazenda não apresenta nenhuma

utilidade para o consumidor típico da cidade. Quando o agricultor junta terra,

semente, adubo, aração, gradeação, colheita e secagem e os intermediários

transformam o produto em algo capaz de proporcionar satisfação é que os

consumidores sentem-se dispostos a pagar algo em troca do prazer de usufruir

o produto agrícola. Diz-se, então, que existe uma demanda pelo produto

agrícola, a qual é definida como uma relação que descreve quanto será

adquirido a cada nível de preços com renda, preços de outros produtos e

condições socioeconômicas constantes. (MARQUES; MELLO; MARTINES

FILHO, 2008)

A função de demanda, tem suas origens nos anseios psicológicos que

caracterizam os seres humanos e é algo abstrato, difícil de medir e, por isso

mesmo, apenas de interesse teórico. O importante para todos que lidam com a

comercialização é reconhecer a relação entre a curva de demanda do

consumidor e sua origem nos anseios e necessidades dos consumidores.

Segundo Marques, Mello e Martines Filho (2008), o produto

agropecuário é o insumo que será utilizado pela indústria transformadora na

fabricação de seus produtos. Em função de quanto imagina que conseguirá ao

vender seu produto, o intermediário em qualquer nível decide quanto poderá

pagar a seu fornecedor, originando, dessa forma, uma curva de demanda ao

nível de fornecedor de insumos. Essa curva de demanda, chamada de

demanda derivativa, é a demanda normalmente defrontada pelo produtor rural.

O ponto de partida na análise da demanda é admitir que o consumidor

tem necessidades ilimitadas, as quais ele gostaria de satisfazer, porém é

impossibilitado devido à limitação de renda. Admite-se também que os

consumidores são racionais, isto é, que utilizam a renda disponível de forma a

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obter a mesma satisfação por unidade monetária gasta para todos os produtos

consumidos.

1.5.2 Processo de comercialização de cana-de-açúcar

Severo (2004), afirma que após a desregulamentação do setor

sucroalcooleiro, em maio de 1998, os produtores de cana e industriais do

açúcar e álcool tiveram que conviver com a nova realidade do livre mercado na

hora de comercializar os seus produtos. A indefinição do governo quanto às

políticas públicas para o setor impôs a necessidade de se estabelecer nova

forma de relacionamento do produtor com o industrial da cana. Nesta

conjuntura, nasceu o Consecana - Conselho de Produtores de Cana, Açúcar e

Álcool do Estado de São Paulo. O modelo transformou-se no principal

instrumento de comercialização de um setor que possui 60 mil fornecedores de

cana e emprega cerca de dois milhões de pessoas.

A credibilidade do modelo Consecana está fundamentada na

transparência nos mecanismos que determinam o valor final do Açúcar Total

Recuperável (ATR). Os preços de mercado interno e externo e outras variáveis

que compõem a fórmula paramétrica de cálculo do ATR são realizados pela

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) para o Consecana de

São Paulo, e pela Universidade Federal do Paraná para o Consecana do

Paraná. Os valores coletados pelos professores da ESALQ são analisados

pelos técnicos do Conatec e aprovados em reunião plenária. Outra vertente do

modelo é a dinâmica em que são tomadas as decisões: representantes dos

produtores de cana-de-açúcar e dos industriais se reúnem e aprovam os

valores a serem pagos pelo quilo do ATR.

Neste modelo de gestão, o produtor não é apenas fornecedor de

matéria-prima para indústrias, mas participa dos lucros do produto

industrializado e enfrenta as oscilações dos preços do mercado de açúcar e

álcool. A formação dos preços do ATR é resultado dos preços de mercado do

açúcar e do álcool, conferindo ao produtor de cana a tarefa de entender o

sistema de comercialização interna e externa do açúcar e do álcool, cujos

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fatores influenciarão os preços a serem recebidos pela tonelada do produto.

Esta nova percepção levou o setor a optar pela forma de pagamento em ATR,

na safra de 98/99, pois cerca de 85% dos produtores já comercializavam seu

produto pelo modelo do Consecana, mesmo com o tabelamento do Governo.

(SEVERO, 2004)

Segundo Jank (2008), nas últimas três décadas, a indústria da cana-de-

açúcar recebeu fortes investimentos em ciência e tecnologia, tanto do setor

público quanto do privado. Hoje, a cana-de-açúcar é o insumo básico não

apenas para o açúcar, como para uma variedade incrível de produtos com

valor agregado, particularmente o etanol que abastece os automóveis e ajuda a

romper o domínio dos combustíveis fósseis sobre nossa sociedade.

Agora, a cana-de-açúcar está prestes a dar mais um salto, desta vez

para oferecer ao mundo uma fonte dupla de energia limpa e renovável. Além

do açúcar e do etanol, a cana já está fornecendo eletricidade, em um momento

em que essa eletricidade é urgentemente necessária para impulsionar o

crescimento econômico do Brasil.

O etanol brasileiro produzido da cana não é apenas economicamente

rentável como também ambientalmente consistente. Devido a ganhos de

eficiência, o preço atual do etanol no Brasil é de apenas 30% do que era há

três décadas, quando País tomou a decisão de utilizar o etanol em grande

escala. Hoje, o etanol brasileiro é competitivo com a gasolina devido ao preço

do barril de petróleo. Isso torna o etanol viável mesmo sem subsídios

governamentais.

Além do etanol, a bioeletricidade também está sendo produzida a partir

da cana-de-açúcar, solução que pode muito bem deflagrar outra revolução, na

mesma escala do etanol. A bioeletricidade é produzida a partir da queima de

subprodutos da cana – o bagaço e a palha – em caldeiras. A energia gerada

nesse processo não só faz com que nossas usinas sejam 100% auto-

suficientes, como também permite que elas forneçam excedentes de

eletricidade para as redes nacionais de distribuição.

Até recentemente, cerca de dois-terços do potencial energético da cana contido no bagaço e na palha, não eram utilizados. Com a intensificação do uso da biomassa que vem da cana, e a utilização de caldeiras de alta eficiência, estima-se que a capacidade de geração do setor pode atingir até 15.000 megawatts médios até 2020. Isso seria

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suficiente para fornecer até 15% das necessidades do País, ou o equivalente ao consumo de países inteiros, como Suécia ou Holanda. (JANK, 2008)

Portanto acredita-se que o etanol da cana-de-açúcar está nitidamente à

frente dos produzidos a partir de outros insumos, seja em termos de balanço

energético, eficiência ambiental, produtividade e custo-benefício. É por isso que

a sua produção e o uso devem ser ampliados e seu comércio internacional

estimulado.

Fonte: Empresa Mercantil Industrial e Exportadora Ltda, 2008. Figura 02: Cana – de – açúcar

A Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda atua na plantação e

cultivo da cana, fornecendo o produto in natura às usinas Lins, Equipav Açúcar

e Álcool, São Martinho e São José da Estiva.

Focada na venda do produto diretamente dos campos aos clientes, a

empresa mantém parceria com as usinas para divisão dos custos de transporte

e de tributação.

O preço físico é determinado de acordo com a média da região na qual

está inserida. Para acompanhar o preço da cana-de-açúcar utilizam-se da

referência fornecida pela Consecana na data de formalização dos contratos de

venda.

1.5.3 Processo de comercialização de boi gordo

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O processo de comercialização do boi gordo, praticado pelos

proprietários da Mercantil Junqueira, segue as práticas de criação existentes no

Brasil, considerando as características da região atuante e procurando focar

sempre em atributos que o diferenciem dos demais produtores. Como na

pecuária é difícil agregar valor ao produto, visto que as características são

intrínsecas a todos os animais, buscam diferenciá-los utilizando-se de tudo o

que há de mais moderno neste mercado.

De acordo com Haddad e Queiroz (2008), o sistema de produção de

bovinos de corte no Brasil é realizado em três fases independentes ou

integradas, designadas de cria, recria e terminação para a produção de animais

com mais de 450 kg também denominados por boi gordo.

O período de cria é a fase que compreende a reprodução para produção

de bezerros que são desmamados com 180 kg e comercializados de 7 meses a

um ano ou de sobreano com mais de 210 kg.

A recria é conhecida por produzir boi magro que geralmente são animais

de três anos com aproximadamente 330-390 kg que ganharam em torno de

130-190 kg em dois anos.

A engorda ou terminação conhecida por produzir boi gordo, sendo o

período que o animal ganha mais peso por unidade de tempo, 120 a 140 kg em

um ano. Aproximadamente, 90% dos animais no Brasil são criados, recriados e

engordados de forma extensiva, ou seja, apenas com a pastagem, sendo a

duração da produção média de 3,5 anos.

Por outro lado, a comercialização na pecuária de corte de animais vivos

envolve duas principais categorias. A categoria dos animais que vão para o

abate como boi gordo, vaca gorda, novilha de descarte, toruno e vitelos

negociados com frigoríficos ou matadouros, e a categoria que não vai para o

abate que compreende boi magro, bezerro, garrote, vaca matriz e touro

comercializados na própria fazenda ou em leilões. Aproximadamente 80% dos

animais são comercializados nas propriedades e 20% em leilões. O comércio

de bovinos na propriedade é realizado sob uma seqüência básica que

compreende o recolhimento dos animais, a apartação por categoria e

desenvolvimento corporal, a apresentação do lote, a oferta, contra-oferta e a

conclusão.

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Fonte: Empresa Mercantil Industrial e Exportadora Ltda, 2008. Figura 03: Comercialização na propriedade (apartação dos animais). Comercialização em leilões

Geralmente, o pecuarista interessado em vender um lote de animais

procura na região um indivíduo intermediário como um corretor informando ao

mesmo qual a idade dos animais e o tipo, mestiço ou cruzamento industrial,

para divulgação. A todo indivíduo que está vendendo cabe o ônus de fixar o

preço dos animais. Esse preço é a média ponderada dos animais em

consonância com o preço médio praticado na região. Da mesma forma, quem

vai a uma propriedade para realizar a compra pode solicitar uma apartação

prévia dos animais para facilitar a visão dos animais disponíveis.

Após esses passos a comercialização torna-se uma arte de negociação

concretizada após a satisfação de expectativas de ambos os lados.

A alternativa de comercializar os animais em leilões também apresenta

algumas características. O primeiro passo é conhecer as condições de trabalho

da leiloeira, fixação de responsabilidades, e preço mínimo se houver comissão

e possibilidade de defesa. Defesa nada mais é que uma venda ou lance fictício

realizado pelo leiloeiro. Não é uma prática ilegal, mas imoral.

Por outro lado, quando o pecuarista é o comprador, este realiza algumas

práticas básicas que compreende fazer uma vistoria prévia dos animais ainda

nos currais a luz do dia antes da entrada do recinto de venda, avaliação dos

custos de transporte como frete e comissões, além das normas que regem o

leilão. Na fixação dos custos do frete, segue-se o princípio da gaiola cheia, ou

seja, o número de animais transportados deve ser igual ou múltiplo da

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capacidade de carga do veículo transportador. O cálculo envolve a distância de

ida e volta ao destino e o preço por quilômetros rodados.

As principais diferenças na comercialização em leilão ou na propriedade

é o caráter especulativo de preços, como também a margem de lucro por

animal negociado. A maior profissionalização dos principais agentes envolvidos

na cadeia de corte através das tecnologias como deferimentos de pastagens,

adoção de misturas múltiplas, cuidados ao transporte, medidas preventivas

para a sanidade podem ser o diferencial na qualidade dos animais

comercializados. Porém, a maior parte dos pecuaristas ainda apresenta

fragilidades no momento mais importante na conclusão de todos os seus

esforços na cadeia produtiva, que é a comercialização em si. (HADDAD,

QUEIROZ, 2008)

Os produtores mantêm a criação em diversos estados do país,

caracterizando sua criação em extensiva e semi-extensiva, principalmente nos

estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O sistema extensivo de

criação é mais usado com gado misto, sem padrão racial definido, e consiste

em criar os animais soltos no pasto, pois a pastagem é a base da alimentação

e as instalações são simples.

Os rebanhos dos proprietários da empresa são apenas de 25% a 30%

de animais próprios, isto é, nascem e são criados nas propriedades. Em sua

maioria são adquiridos de outros produtores já na fase de entrar no período de

engorda.

O produto final é comercializado ainda vivo. Na verdade, eles servem

como intermediadores do mercado pecuário, adquirindo, criando e repassando

o gado aos frigoríficos. No estado de São Paulo, atende basicamente a três

grandes nomes do mercado de carnes que são: Marfrig, Bertin Ltda e Minerva.

1.6 A utilização do mercado derivativo na empresa

Desde a época que a BM&F passou a fazer operações de derivativos

sem a obrigação da entrega física do produto, apenas a liquidação financeira

dos contratos. Os produtores em questão utilizam-se desse instrumento para

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fazer a proteção do preço de aproximadamente 80% de seu rebanho, através

das operações de hedge.

De acordo com BM&F (2007d), o gerenciamento do risco de preço pode

ser realizado por um produtor rural através da utilização de contratos futuros e

de opções disponíveis na BM&F. Produtores, exportadores e/ou indústrias

realizam operações de hedge nos mercados da BM&F para fixar o preço de

venda ou de compra da commodity, garantindo uma rentabilidade, considerada

razoável , antes da comercialização.

Além disso, estes mercados permitem que os agentes:

a) planejem suas atividades de forma mais eficiente, já que é possível

ter uma idéia do cenário dos preços de seu produto em um momento

futuro;

b) utilizem a posição em futuros como colateral de garantia de

empréstimos: os agentes financeiros, ao observarem que o cliente

não está exposto ao risco de preço, fornecem crédito a custo inferior

em relação à situação de não existir esta cobertura;

c) amenizem problemas quanto à captação de recursos: ao combinar

operações nos mercados futuros com Cédulas de Produto Rural

(CPR), o agente pode captar recursos a taxas atrativas. Além disso,

os mercados futuros viabilizam operações de financiamento ao

servirem como base para o apreçamento na negociação de títulos

como a CPR.

No intuito de proteger-se das oscilações dos preços da arroba do boi

gordo, os produtores da Mercantil Junqueira entraram no mercado futuro.

Utilizando-se de seus custos de produção e comercialização, procuram

através da Corretora Terra Futuros, acompanhar as estimativas de preços que

estarão vigorando em determinada data futura.

A decisão de comprar ou vender uma posição no mercado é feito

particularmente por um dos proprietários que vê na prática de negociar o preço

do boi agora para uma data futura, uma opção de planejamento financeiro e

escudo para as oscilações, já que o setor agropecuário é tão vulnerável a

desvalorização do produto, por inúmeras razões como mercados externos,

crises internacionais, clima, doenças, entre outros, que independem de seu

controle pessoal.

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Para Urso (2008), o pecuarista, como os demais produtores

agropecuários, associa o processo de produção ao momento da venda da

mercadoria. E o que se encontra no dia-a-dia, é que o pecuarista produz os

bois, e quando os animais estão prontos para o abate, inicia-se o processo de

venda. Se os preços não estiverem remunerando adequadamente a sua

produção, o produtor, dependendo da situação de mercado, ficará aguardando

uma melhora dos preços, que pode não ocorrer. Se o animal estiver em

confinamento, esta espera normalmente não existirá, pois significará um

aumento dos custos.

A pecuária vivenciou nos últimos anos a redução das margens de

rentabilidade, face à desvalorização real dos preços do boi e o aumento dos

custos de produção, especialmente da reposição. Como em qualquer atividade

produtiva está sujeita a alguns riscos, como o de produção, de crédito e o de

preço.

O risco de preço interfere na atividade produtiva, na medida em que

pode determinar a redução da margem de rentabilidade. A pecuária moderna

não pode ficar refém das variações indesejadas dos preços e requer

instrumentos de gerenciamento do risco de preço. E isto requer que o

pecuarista, ao tomar a decisão de produção, deve neste momento, garantir o

seu preço de venda através dos instrumentos dos mercados futuros e de

opções, para evitar a deterioração da sua rentabilidade.

Ao antecipar o processo de venda, o pecuarista poderá garantir a rentabilidade da sua atividade, e não ficará exposto ao preço de mercado quando for entregar os bois para o frigorífico. É preciso modificar a estrutura de venda, e não mais vender os bois “olhando para o retrovisor”. (URSO, 2008)

Por isso para garantir, antecipadamente, o preço de venda, alguns

pecuaristas utilizam os mercados futuros e de opções disponíveis na Bolsa de

Mercadorias & Futuros (BM&F). Mas para operar nestes mercados, é desejável

que o pecuarista conheça o seu custo de produção. Com esta informação,

poderá avaliar se os preços remuneram ou não a sua atividade. Além disso,

deve trabalhar com a idéia de formar um preço médio, ou seja, vender aos

poucos, sempre que o preço remunerar a sua atividade.

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Com o uso do mercado futuro o pecuarista pode planejar melhor sua

atividade. Ao fixar seu preço de venda, ele determina o quanto irá produzir de

acordo com o retorno que poderá obter. No dia-a-dia dos negócios, os

pecuaristas continuarão vendendo seus bois para os frigoríficos com os quais

mantém relações comerciais, mas o preço de venda não será conhecido

apenas quando entregar os bois para o abate e sim quando tiver fixado o preço

anteriormente na BM&F.

Apesar de não ser utilizado na Mercantil Industrial e Exportadora

Junqueira Ltda, o mercado de opções da BM&F é outra alternativa de fixação

do preço de venda ou de compra para uma data futura. As opções possibilitam

negociação de contratos através da compra de uma opção de venda

denominada put, no jargão do mercado ou de compra denominada call,

pagando por elas um prêmio ao vendedor que é chamado lançador da opção.

O comprador, ao pagar o prêmio ao vendedor da operação, detém o direito de

exercê-la em uma data futura. Vale destacar que a opção de boi gordo é

americana, ou seja, pode ser exercida a qualquer momento.

O uso dos mercados futuros e de opções pelos pecuaristas tem

aumentado significantemente, revelando o maior interesse pela garantia

antecipada do preço de venda por parte dos agentes da cadeia produtiva da

carne bovina. Em 2006, a BM&F negociou o equivalente a 7,8 milhões de

cabeças, através de 393 mil contratos de boi gordo. No primeiro semestre de

2007, foram negociados 279 mil contratos o que corresponde a cerca de 5,6

milhões de cabeças, com um crescimento de 151% sobre os 111 mil contratos

negociados no mesmo período de 2006. (URSO, 2008).

Para os sócios da Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda, o

uso do mercado futuro há aproximadamente 10 anos, só tem trazido

benefícios, uma vez que é utilizado como ferramenta de planejamento

estratégico essencial para proporcionar segurança em seus negócios na

comercialização física e garantir liquidez futura.

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CAPÍTULO II

O AGRONEGÓCIO E OS MERCADOS DERIVATIVOS

2 PRINCÍPIOS DO AGRONEGÓCIO

O agronegócio é atualmente o setor mais importante da economia

brasileira, respondendo por um terço do Produto Interno Bruto. Ocupa posição

de destaque no âmbito global e tendo importância crescente tanto no processo

de desenvolvimento econômico por ser um setor dinâmico, quanto pela

capacidade de impulsionar outras áreas.

Devido à dinâmica desse mercado, o acesso a informações confiáveis e

serviços de qualidade para auxílio na tomada de decisão torna-se cada vez

mais necessário para a realização de bons negócios. (QUE É O..., 2008)

O conceito de agribusiness foi proposto pela primeira vez em 1957, por

Davis e Goldberg como a soma das operações de produção e distribuição de

suprimentos agrícolas, processamentos e distribuição dos produtos agrícolas e

itens produzidos à partir deles.

Assim de acordo com o conceito de agronegócio a agricultura passa

a ser abordada de maneira associada dos outros agentes responsáveis por

todas as atividades que garantam a produção, transformação, distribuição e

consumo de alimentos, considerando assim, a agricultura como fazendo parte

de uma extensa rede de agentes econômicos. Com este conceito formalizado

por tais autores a visão sistêmica passa a ganhar importância, abrangendo

todos os envolvidos, desde a pesquisa até o consumidor final, desde o que

comumente se chama: antes da porteira até pós-porteira.

As exportações do agronegócio em 2007 segundo dados do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento totalizaram US$ 58,415 bilhões, um

recorde histórico para o setor. Em relação a 2006, as exportações

apresentaram um aumento de US$ 8,992 bilhões, o que significou uma taxa de

crescimento de 18,2%. Com isso, as exportações do agronegócio

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corresponderam a 36,4% das exportações totais brasileiras no período, que

foram de US$ 160 bilhões. As importações apresentaram variação anual de

30,2%, totalizando US$ 8,719 bilhões. Como conseqüência, registrou-se um

superávit da balança comercial do agronegócio de US$ 49,696 bilhões,

também um recorde histórico, que automaticamente repercute no saldo

brasileiro como um todo, já que em 2006 o agronegócio teve a participação de

35,9%, subindo para 36,4% em 2007, apresentando queda de participação nas

importações totais de 7,3 para 7,2%.

O agronegócio brasileiro tem potencial de crescer, dentre os fatores

principais destacam o aumento da renda que elevará a demanda por alimentos,

dentre os principais países destacam a demanda criada com aumento da renda

pela China e Índia, sendo ainda a disponibilidade de recursos naturais do Brasil

permitem que o Brasil cresça de forma significativa no Agronegócio Mundial.

2.1 A agropecuária no Brasil

De acordo com Ribeiro (2004) a exemplo da agricultura, a pecuária

registra um crescimento espetacular. De 1990 à 2003, a produção de carne

bovina aumentou 85,2% ou 6,1% a.a, passando de 4,1 milhões para 7,6

milhões de toneladas. O complexo carne, que inclui outros tipos do produto,

também investe em pesquisa, por intermédio do melhoramento genético, e na

certificação de origem do produto. Tudo para oferecer aos consumidores

alimentos seguros e de alta qualidade, como o chamado boi verde, um animal

alimentado apenas com pastagem, muito diferente dos sistemas mantidos em

outros países produtores.

Dono do maior rebanho bovino comercial do mundo, o Brasil tem mais

de 83% das suas 183 milhões de cabeças em áreas livres da febre aftosa, uma

doença altamente contagiosa e economicamente devastadora. O país também

é considerado pelo Comitê Veterinário da União Européia como área de risco

desprezível para a ocorrência do chamado mal da vaca louca, a doença que

dizimou rebanhos inteiros na Europa e chegou recentemente ao continente

americano.

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2.1.1 Características da produção agropecuária

De acordo com Marques, Mello e Martines Filho (2008), na atividade

agropecuária observam-se basicamente dois tipos de riscos:

a) de produção: que compreendem perdas por estiagem, geadas,

doenças e pragas e podem ser minimizada pelo uso adequado de

tecnologia, utilização do zoneamento agrícola e por seguro rural;

b) de preços: são os decorrentes das oscilações nos preços das

mercadorias e ocorrem influenciados por motivos externos. Quando

as oscilações de preços são bruscas ocorre o risco do produtor não

ter capital para cobrir seus custos de produção.

2.2 Commodities

Segundo Pinheiro (2002), por muito tempo os referenciais para

mercados futuros foram os produtos agrícolas. Apenas a partir da década de

70, devido à grande volatilidade das taxas de juros e de câmbio, as bolsas

começaram a introduzir contratos referenciados em ativos financeiros. A

história tem mostrado que alguns contratos permanecem outros não.

Essas commodities necessitam de alguns requisitos para sua apuração

como: disponibilidade do produto, facilidade de armazenagem, oferta e

demanda suficiente, padronização, volatilidade de seus preços, habilitação de

lugares para entrega física, informações fáceis de obter, concorrência com os

contratos similares e mercado técnico.

Os fatores padronizadores nas commodities são:

a) qualidade;

b) quantidade;

c) meses de vencimento;

d) datas e termos de entrega física;

e) flutuações máximas e mínimas diárias dos preços;

f) horários e dias de operações.

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No quadro abaixo pode-se verificar algumas das principais commodities

utilizadas como ativos-objetos nos mercados futuros.

Ativos não

financeiros

Gênero alimentícios

Grão

Arroz

Milho

Aveia

Trigo

Animais

Bovinos

Suínos

Aves

Óleos e farelos Soja

Girassol

Outros gêneros

Café

Cacau

Laranja

Batata

Açúcar

Metais

Ouro

Prata

Platina

Alumínio

Cobre

Chumbo

Energia

Petróleo cru

Óleo combustível

Gasolina

Gás liquefeito (GLP)

Ativos financeiros

Taxas de juros

CDBs

CDI

TR

Índices de ações Ibovespa

Moedas

Dólar americano

Marco alemão

Iene japonês

Irano suíço

Real

Fonte: Pinheiro 2002, p. 160 Quadro 01: Principais commodities utilizadas.

2.3 Derivativos

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De acordo com BM&F (2007c), derivativos é o nome dado à família de

mercados em que operações com liquidação futura são implementadas,

tornando possível a gestão do risco de preço de diversos ativos. Quatro

modalidades de contratos são negociadas nesses mercados: termo, futuro,

opções e swaps.

A origem do termo derivativo está associada à idéia de que os preços

desses contratos possuem estreita ligação, ou seja, derivam dos preços do

ativo subjacente ao contrato. As negociações com derivativos podem ocorrer

no mercado de balcão ou em bolsas organizadas.

O mercado de balcão é, em boa parte dos casos, espontâneo e informal.

Surge, geralmente, entre grandes instituições, sem local fixo de encontro, com

baixa transparência na divulgação de preços e não segue regras específicas.

É, basicamente, um mercado em que as partes negociam diretamente entre si.

Por essa razão, nada impede que à mesma hora e até no mesmo lugar se

pratiquem preços diferentes na compra-venda de produtos semelhantes, como

por exemplo, as commodities.

Segundo Corrêa e Raíces (2005), o estudo dos mercados derivativos

ganhou impulso nos últimos tempos com o avanço das negociações de

commodities no mundo e a evolução da engenharia financeira e dos fundos de

investimentos. Por isso, são importantes instrumentos de proteção e

investimento para pessoas físicas ou jurídicas, financeiras e não-financeiras.

Podem lançar mão desse caminho produtores, bancos, empresas, cooperativas

e investidores. Como os movimentos econômicos têm repercussão direta e

imediata nas bolsas, no valor das moedas, nas commodities e nas taxas de

juros, as operações com derivativos ganham espaço e sofisticam-se a cada

dia.

Na base dos negócios com derivativos está a lei de oferta e demanda.

As mudanças na quantidade produzida e/ou na demanda têm reflexo natural no

volume e no preço. E esses movimentos merecem a atenção dos operadores,

que buscam identificar o ponto de equilíbrio entre as forças de oferta e

demanda.

2.3.1 Origem

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Segundo Pinheiro (2005), embora o termo derivativo seja bastante

recente, muitos dos instrumentos financeiros já estavam disponíveis no

mercado há muito tempo. O primeiro dos derivativos a surgir foi o contrato

futuro criado no comércio e baseado em mercadorias de feira, no fim da Idade

Média. Exemplo disso foi o Oriente, onde os primeiros contratos para entrega

futura foram os recibos de arroz, que eram aceitos como moeda corrente e

foram legalizados em 1730, no Japão.

Todavia, o mercado de derivativos, como é conhecido atualmente, teve

início em 1972, quando a Chicago Mercantile Exchange (CME), uma bolsa de

mercadorias que já negociava há muitos anos com contratos futuros, lançou

um contrato de moedas. Em 1975, a Chicago Board of Trade, outra grande

bolsa de futuros de Chicago, lançou o primeiro contrato futuro de taxa de juros.

Entretanto, foi nas décadas de oitenta e noventa que os derivativos financeiros

ganharam relevância e passaram a ser negociados em diversas bolsas

especializadas nesse contrato.

Os derivativos de ações, negociados desde o início dos anos setenta,

começaram a ser regulamentados em 1979 nas bolsas de valores brasileiras.

Em 1982, iniciaram-se as negociações com opções na Bolsa de Valores do Rio

de Janeiro (BVRJ) e, em 1979, foram regulamentadas as operações a termo e

a futuro. O contrato futuro de Índice Bovespa começou a ser negociado em

1986 e está atualmente entre os contratos mais negociados do mercado

brasileiro. Os mercados de derivativos de taxas de juros e câmbio, embora

mais recentes, representam a maior parte dos negócios com derivativos no

país. O sucesso de tais contratos colocou o Brasil entre os maiores mercados

de derivativos do mundo. A combinação de uma base institucional sólida,

capaz de garantir confiabilidade no cumprimento de contratos e, no passado

recente, um ambiente econômico de alta volatilidade, especialmente nas taxas

de juros e câmbio, tornou tais contratos especialmente atraentes para o público

investidor. Os derivativos relacionados a mercadorias apresentam pouca

relevância em termos de volumes negociados, especialmente se for

considerada a participação do setor de agribusiness no total do PIB brasileiro.

Tal fato é justificado pelo modelo de política agrícola brasileiro, no qual o

governo exerce a função de principal agente financiador, mantenedor de

estoques reguladores e garantidor de preços mínimos para compra de safras.

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A presença governamental na maior parte das atividades agrícolas contribui de

forma decisiva para reduzir, e às vezes eliminar, os riscos inerentes à

atividade, inibindo a criação de produtos derivativos.

2.3.2 Evolução

Em função da globalização dos mercados financeiros internacionais e da

evolução tecnológica na última década, percebeu-se grande expansão no

mercado de derivativos. É de especial importância a mudança vista na função

de tesouraria que, devido às necessidades, tem-se tornado cada vez mais

responsável pela administração do risco financeiro. À medida que as empresas

vão se expandindo, primeiramente em bases nacionais para se tornarem

verdadeiras corporações internacionais, os riscos financeiros aumentam de

tamanho e de complexidade.

Muitas empresas têm-se voltado para os derivativos para proteger seu

risco financeiro, fazendo este segmento do mercado financeiro crescer

rapidamente. Enquanto boa parte desses hedges tenha sido feita por meio de

transações de futuros de câmbio ou por intermédio de simples transações de

câmbio, uma parcela significativa tem sido feita mediante produtos

relativamente novos, feitos sob medida para cada empresa.

Esses novos produtos têm sido promovidos vigorosamente por um

grande número de distribuidores de títulos e valores mobiliários, bancos de

investimentos e bancos comerciais que atuam no mercado internacional, pois

são considerados por esses agentes como a mais nova e melhor geração de

lucros.

Três fatores contribuem para o nascimento de mercados futuros

financeiros, aumento do risco de preços macroeconômicos; crescimento da

demanda por proteção contra riscos de preços; e disposição dos

especuladores para assumirem riscos de preços. Esses fatores estiveram

presentes na criação dos mercados futuros de índices de ações, cuja

implantação deu-se em 1982, nos EUA, e em 1986, no Brasil.

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De acordo com Pinheiro (2005), o desenvolvimento do mercado

financeiro brasileiro tem acompanhado de perto a evolução dos sistemas

financeiros de países mais avançados. Essa semelhança evolutiva pode ser

vista em instituições, instrumentos e técnicas operacionais da área financeira.

Nos anos recentes, tem-se assistido à implantação no país de mecanismos

financeiros de grande importância econômica, que são os contratos futuros de

ativos financeiros. Introduzidos nos EUA na década passada, os contratos

futuros de taxas de juros, taxas de câmbio e índices de ações apresentaram

crescimento explosivo de volumes negociados e de posições em aberto. Esse

crescimento deveu-se ao aumento da eficiência dos mercados futuros como

instrumentos modernos de transferência de riscos.

2.3.3 Função econômica

Segundo Pinheiro (2005), o mercado de derivativos, por utilizar os

mercados futuros, possui várias funções econômicas importantes, que podem

ser traduzidas em termos de sua conseqüência comum, a redução dos custos

de transação da economia. Devido a baixos custos de transação que são

gerados por baixa corretagem, maior liquidez, margem reduzida do objeto

negociado, o mercado de derivativos acaba por compensar deficiências dos

mercados à vista. Os benefícios do mercado de derivativos não se restringem

apenas a seus participantes diretos, mas na verdade, a economia como um

todo é beneficiada por sua existência. Tais benefícios estão materializados no

desempenho eficiente dos mercados futuros, particularmente no que tange às

funções básicas de formação de preços e de transferência de seus riscos.

Várias são as funções gerais dos mercados futuros, consideradas

relevantes pelos especialistas. Algumas são confundidas com o objetivo básico

de um mercado futuro e outras, muitas vezes, são desconsideradas. Os

mercados futuros têm como maior função econômica oferecer mecanismos

simples, eficientes e baratos para que seja feita a transferência de risco de

produtores para aqueles que queiram assumir esse risco, como os

especuladores. (PINHEIRO, 2005).

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Além desta, pode-se citar as seguintes funções básicas do mercado de

derivativos:

a) os mercados futuros constituem o instrumento mais eficaz para

eliminar o risco da variação de preços dos bens econômicos, pela

forma de permuta de riscos, possibilitando a transferência de risco de

uma atividade para outra e com regras claras de negociação, como

são as bolsas de futuros de todo o mundo;

b) negociação em bolsa, mediante um mecanismo aberto e competitivo,

traz grande estabilidade e continuidade na formação de preços;

c) operações de hedge, operação que visa à proteção do investimento,

menor risco e permite garantir a rentabilidade desejada;

d) nos países onde são fortes o mercados futuros, as empresas que

fazem hedge de seus estoques ou de sua produção conseguem

empréstimos bancários para financiá-los a taxas mais baixas. Há

inclusive bancos que exigem o hedge em bolsa como requisito para a

concessão de crédito;

e) proporcionam condições de visibilidade de preços futuros, que pode

determinar ajustes necessários dentro do próprio mercado, evitando,

assim, possíveis desequilíbrios prejudiciais em qualquer economia.

2.4 Tipos de mercados derivativos

Os derivativos negociados em balcão possuem grande flexibilidade na

negociação dos itens do contrato, tais como a qualidade e a quantidade do

ativo, as garantias do negócio, a forma de liquidação etc. Os riscos devem ser

totalmente assumidos pelas partes, cabendo a elas a requisição de garantias à

contraparte para assegurar a boa liquidação do negócio. Isto é, garantia que

assegurem que o pagamento será feito e a mercadoria entregue respeitando os

padrões de qualidade previstos na negociação. Exemplo desses derivativos

são os contratos a termo, os swaps e as opções.

Já as bolsas oferecem locais e sistemas apropriados para negociação,

registro, compensação e liquidação das operações de compra e venda de

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contratos e para divulgação das transações ali realizadas. Além disso,

estabelecem mecanismos e normas para o acompanhamento e a regulação

dos mercados, garantindo a autenticidade das operações e sua boa liquidação.

Os contratos ali negociados são padronizados, tais como os contratos futuros e

de opções.

2.4.1 A termo

Um contrato a termo representa um acordo entre duas partes para

comprar ou vender uma mercadoria, numa data futura, por um preço

preestabelecido. O produtor negocia um preço e efetua a venda da safra em

qualquer fase da lavoura, que compreende desde o preparo da terra até a

colheita, podendo receber ou não adiantamento de recursos. O acerto de

contas, no caso do não recebimento antecipado, fica para o vencimento do

contrato, quando o vendedor entrega o produto negociado ao comprador e este

paga o preço combinado anteriormente, quando o contrato foi assinado. Esse

mercado resolve o problema básico da comercialização, que é achar um

comprador para um vendedor ou vice-versa.

2.4.2 Futuro

De acordo com Pinheiro (2005), mercado futuro é aquele no qual se

negociam lotes-padrões de ações com datas de liquidação futura, escolhidas

entre aquelas fixadas periodicamente pela bolsa. Ele representa um

aperfeiçoamento do mercado a termo, permitindo a ambos os participantes de

uma transação reverter sua posição, antes da data de vencimento.

Nesse mercado, cada investidor relaciona-se com a caixa de liquidação

da bolsa e não com seu parceiro original. Isto permite que ambos tenham o

direito de liquidar sua posição antecipadamente. Por sua vez, a reversão da

posição só é viável se houver liquidez no mercado.

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A fim de proporcionar liquidez no mercado futuro, as datas de

vencimento são padronizadas pela bolsa. As operações são fechadas para

aqueles vencimentos que estão em aberto.

Para assegurar o cumprimento dos compromissos, são depositadas

margens pelos detentores de posições de compra ou venda, as quais oscilam

com a variação dos preços no mercado a vista. O que caracteriza uma

operação no mercado futuro é a padronização dos contratos e a forma de

acerto dos preços realizada diariamente (ajuste diário), e não no vencimento do

contrato.

O mercado futuro caracteriza-se pela compra ou venda de um ativo (mercadoria, no caso agrícola) padronizado para entrega e pagamento futuros, com ajustes diários de acordo com a movimentação dos preços no mercado. (RAÍCES, 2003, p.76).

2.4.2.1 O mercado futuro e o agronegócio

Segundo Marques, Mello e Martines Filho (2008), a competitividade no

agronegócio mundial, especialmente nos últimos anos, vem indicando a

necessidade de os agentes do agronegócio, por exemplo: produtores rurais,

cooperativas, agroindústrias, indústrias de insumos, trading, buscarem maior

eficiência na comercialização agropecuária. Bom desempenho na

comercialização relaciona-se diretamente ao desempenho de rentabilidade no

sistema de produção. Conhecer o mercado e saber utilizar adequadamente as

ferramentas disponíveis são excelentes receitas para os produtores rurais

obterem boa performance em sua comercialização.

O sistema produtivo agropecuário, no período entre plantio, colheita e

comercialização, apresenta basicamente dois tipos de risco: de produção e de

preços. Com relação aos riscos inerentes à preço, os agentes atuantes

poderão se valer das operações atinentes aos mercados de derivativos

agropecuários que compreende entre outros os mercados de futuros e de

opções, fixando seus preços a qualquer momento e, principalmente,

procurando aproveitar as melhores oportunidades ocorridas no mercado.

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O mercado futuro mantém a característica da proteção de preço. Com isso, produtores, agroindústrias e exportadores (hedgers) encontram uma eficiente solução de proteção de preço (hedging). (CORRÊA, RAÍCES, 2005, p.12).

O mercado futuro funciona como uma garantia tanto para o produtor

rural quanto para a indústria processadora em operações de hedge de preço,

eliminando incertezas de preços na época da comercialização da safra.

Entretanto, para que esses mercados funcionem efetivamente como um

instrumento de garantia de preços, é necessário que haja liquidez no mercado,

ou seja, facilidade de entrar e sair das operações, o que implica um volume

considerável de contratos negociados diariamente.

O preço futuro desses contratos é a cotação para uma data futura. Esse

preço reflete as expectativas que os participantes do mercado têm sobre as

condições de oferta e demanda futuras do produto. Os preços futuros são

negociados em pregão eletrônico e de viva-voz e mudam constantemente a

cada dia de negociação. Os preços futuros referem-se ao local de formação de

preço, ou seja, uma região geográfica representativa daquele mercado que a

bolsa considera como local de referência do preço do produto.

Na BM&F, atualmente são negociados contratos futuros de café Arábico

e Conillon, boi gordo e bezerro, açúcar, álcool e etanol, soja e milho, e algodão.

Apesar de o Brasil colocar-se como um dos grandes produtores mundiais de

commodities agrícolas, esse tipo de contrato representa um volume em torno

de apenas 1% do total de contratos negociados na bolsa.

2.4.2.2 Negociação de contratos futuros

De acordo com Marques, Mello e Martines Filho (2008), mercados

futuros são mercados nos quais são negociados, comprados e vendidos

contratos futuros. Estes contratos são negociados a viva-voz num pregão, que

é um local organizado e sujeito às regras da bolsa, ou pelo mercado eletrônico.

O pregão viva-voz ocorre na sala de negociações, sendo realizado entre os

operadores de pregão que recebem – dos operadores de mesa das corretoras

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– ordens de venda e/ou de compra transmitidas por clientes. A bolsa apenas

organiza e fornece o local de negociação e suas regras, não influenciando, de

forma alguma, o preço ou os acordos entre compradores e vendedores.

Nos pregões ocorrem operações de compra e venda de uma

determinada quantidade de um ativo padronizado, por um preço combinado

entre as partes, para liquidação numa data futura, existindo basicamente duas

funções, a de administração de risco de preços, também chamadas de

operações de hedge e especulação.

Ao contrário dos mercados físicos, nos mercados futuros negociam-se

contratos que são compromissos de entrega e recebimento numa data futura a

um determinado preço.

2.4.3 Opções

O mercado de opções é uma modalidade operacional em que não se

negocia ativo-objeto, mas direitos sobre eles. São, assim, direitos de uma parte

comprar ou vender a outra, até determinada data, certa quantidade de ativos-

objetos a um preço preestabelecido. Desta forma, no mercado de opções não

ocorre à negociação do produto, mas dos direitos sobre ele.

Os contratos de opções podem ser considerados como uma evolução

dos contratos futuros das commodities mais negociadas e são operados e

regulados igualmente pelas bolsas de futuros e, no caso de opções de ações,

pelas bolsas de valores. A diferença fundamental entre eles é que no contrato

futuro existe a obrigação de comprar ou vender, enquanto no de opções tem-se

o direito a comprar ou vender o ativo-objeto, mas não a obrigação.

Uma opção é um contrato que concede o direito e não a obrigação de

vender ou comprar um ativo a um preço estipulado durante determinado

período de tempo.

Diz-se que o vendedor de uma opção está, na verdade, vendendo um

direito para que alguém, o comprador da opção, faça algo em data futura a

suas custas. O comprador da opção paga em data presente o prêmio, ou preço

da opção, sendo essa a remuneração do vendedor do título, por ter assumido a

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responsabilidade de tomar uma posição no mercado em data futura se assim o

solicitar o comprador da opção.

O conceito de opções evoluiu sempre relacionado, no início, à

necessidade de controlar as flutuações de preço nos mercados de agricultura e

por se tratar de um instrumento derivativo, o valor e as características de

negociação estão ligados ao ativo adjacente às opções, isto é, será o direito de

comprar o ativo, denominado opção de compra, ou o direito de vender o ativo,

denominado opção de venda, a determinado preço e dentro de determinado

período de tempo no futuro. O ativo ao qual a opção está sendo negociada

pode ser uma ação, um índice, um contrato futuro entre outros.

Um contrato de seguro é um bom exemplo de uma opção, pois o

segurado tem o direito de ser ressarcido caso haja um sinistro, mas não tem

nenhuma obrigação futura. O vendedor da opção, ou seguradora, tem a

obrigação de pagar ao comprador, se o sinistro ocorrer e assim lhe for

solicitado. Por adquirir esta obrigação, o vendedor da opção recebe um

pagamento. Dessa forma, defini-se uma opção como sendo todo contrato que

define direitos futuros ao comprador e obrigações também futuras ao vendedor,

ou seja, o comprador de uma opção paga hoje para ter um direito em data

futura, mesmo que esse pagamento não esteja explícito, como no caso das

debêntures conversíveis.

Apesar de relativamente recentes, as opções assumiram um importante

papel na administração dos riscos e na formação de derivativos agropecuários,

que são aqueles que possuem como ativo objeto commodities agrícola, tais

como café, boi, milho e soja.

2.4.3.1 Tipos de opções

O mercado de bolsa, com base nas práticas e idéias desses papéis,

criou dois tipos básicos de opções, as de compra ou call e as de venda ou put,

ambas padronizadas, nos mesmos moldes e motivos dos contratos futuros

bolsados, a fim de possibilitar a formação de um preço único.

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Nas opções de call, o titular tem o direito de comprar algo que é objeto

da negociação por determinado preço, ou preço de exercício. As pessoas que

querem possuir um bem no futuro irão comprar esta opção, garantindo assim o

preço máximo de compra do bem. Quem possui o bem hoje, poderá dispor do

mesmo em data futura, é o vendedor dessa opção, que adquire a obrigação

futura de entregar o bem, ao valor acordado, mediante o recebimento presente

do prêmio.

Nas opções de put, o comprador da opção tem o direito de vender algo

por terminado preço. As pessoas que possuem o bem e o negociarão em data

futura irão comprar a opção de venda sobre esse bem, garantindo desta forma

o preço mínimo de venda da mercadoria. O vendedor da opção irá adquirir a

obrigação de comprar o ativo, se assim solicitado pelo titular da put.

2.4.4 Swap

Segundo Pinto (2000?), a força de uma economia competitiva é capaz

de revelar riscos inerentes a vários setores e atividades, bem como criar, por

meio de segmentos especializados do mercado financeiro, mecanismos cada

vez mais apurados e flexíveis para sua gestão. Por esse motivo, os derivativos

passaram por grandes mudanças.

A palavra swap significa troca e é uma estratégica financeira em que

dois agentes concordam em trocar fluxos futuros de fundos de uma maneira

preestabelecida. Esse tipo de contrato surgiu da necessidade de proteção ao

risco que muitas empresas possuíam em meados da década de 70, devido às

suas atividades comerciais internacionais, muito afetadas pelas enormes

variações das taxas de câmbio no período. Neste mercado, negocia-se a troca

de rentabilidade entre dois bens que são mercadorias ou ativos financeiros, a

partir da aplicação da rentabilidade de ambos a um valor em reais.

Um dos swaps mais utilizados nesse período era o de taxa de câmbio

onde as partes trocavam o principal mais os juros em uma moeda pelo principal

mais juros em outra moeda. Esse tipo de contrato trava o custo dos recursos

pela eliminação dos riscos tanto para o principal como para os juros, sem

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importar qual seja a flutuação do câmbio nos mercados futuros. Na prática,

ocorre quase que uma conversão de ativos e passivos de moeda para outra

moeda. A partir dessas trocas iniciais de moedas, o swap passou a ser

utilizado para trocas de taxas de juros e até de mercadorias, sem que haja

entrega efetiva, zerando-se as diferenças de valor.

Um dos tipos mais comuns de swap é aquele originado da necessidade

que algumas empresas possuem de trocar seus empréstimos de taxas fixas

para taxas flutuantes e vice-versa, por causa de vantagens que essas

empresas possuem nesses mercados. Dessa forma, uma empresa X concorda

em pagar a Y fluxos de caixa indexados a juros prefixados sobre um principal

por certo período; em troca Y concorda em pagar a X uma taxa flutuante sobre

o mesmo principal pelo mesmo período de tempo.

No swap, o principal não é pago, pois constitui somente um valor-base

para cálculo dos juros, notional value, sendo a liquidação financeira feita por

diferença mediante verificação de quem tem mais a pagar do que a receber.

Pode ser visualizado como um contrato a termo, sendo que a BM&F denomina

seus contratos de swap como contratos a termo de CDI e de dólar. Isso ocorre

porque se pode decompor o relacionamento dos agentes envolvidos em dois

contratos a termo com as características especificadas. Os swaps não são

negociados nos pregões da Bolsa, sendo apenas registrados em seu sistema

eletrônico.

2.5 Classificação dos derivativos

Os derivativos podem ser classificados em:

a) derivativos agropecuários: têm como ativo objeto commodities

agrícola, como café, boi, milho, soja e outros;

b) derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em

alguma taxa ou índice financeiro, como taxa de juros, taxa de

inflação, taxa de câmbio, índice de ações e outros;

c) derivativos de energia e climáticos: têm como objetivo de negociação

energia elétrica, gás natural, créditos de carbono e outros.

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2.6 Hedge

O hedge é uma operação que reduz o risco de uma posição, que pode

ser interpretada como uma diminuição ou mesmo eliminação da probabilidade

de perda de dinheiro, causada por alterações em taxas de câmbio, taxas de

juros, índices e preços. Por meio do hedge as empresas se vêem livres de

riscos inerentes a sua atividade econômica principal, abrindo mão de possíveis

ganhos futuros para não incorrer em perdas futuras.

Segundo Silva Neto (2006), o hedge pode ser definido como uma

operação que tem por objetivo diminuir o risco de determinada posição de

caixa, estoque ou até mesmo outra operação. Portanto, fazer hedge é realizar

operações que auxiliem na administração dos riscos inerentes às atividades,

geralmente essas operações indicam uma posição, ou uma combinação de

posições, que acabam reduzindo determinados tipos de riscos.

Se hedge é a defesa, hedging é o ato de fazer o hedge e hedger é quem

pratica a ação. O hedger pode variar em pessoa física ou jurídica, sendo quem

compra ou vende commodity ou qualquer outro tipo de contrato na bolsa.

Com as operações de hedge evitam-se perdas pela oscilação de preços transferindo o risco a outro participante do mercado de derivativos. O hedge permite que produtor, exportador, administrador, industrial, armazenador, comerciante ou outro agente de mercado transfira os riscos de preços das mercadorias com as quais trabalham. (CORRÊA; RAÍCES, 2005, p.64).

Apesar de o hedge visar proteção, um desvio do seu inicial objetivo foi

realizado por ação de especuladores. Eles apostam que um determinado

investimento terá maior rendimento que outro, fazem uma troca e, assumindo

os riscos, almejam auferir apenas o retorno financeiro ou lucro.

Outra vantagem do hedge é que ele pode melhorar a liquidez e reduzir

os custos de transação, porque reúne em um mesmo mercado compradores e

vendedores de diversas praças, onde a qualquer momento um participante

poderá vender ou comprar mercadorias na bolsa. São operações mais

democráticas, pois permitem criar um parâmetro de preço a partir da opinião de

vários participantes, trazendo mais segurança e menores custos operacionais.

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Segundo Corrêa e Raíces (2005), no caso da agricultura brasileira, a

internacionalização cada vez maior dos negócios, tem levado o setor a olhar

com mais atenção o mercado de derivativos. Com a ampliação do

conhecimento sobre o mercado, vários produtores, cooperativas, indústrias e

bancos também estão enxergando nesse mercado uma forma de garantir

rentabilidade, já que contam cada vez menos com o Estado, que tende a

canalizar recursos para outro tipo de ação.

No entanto, no mundo real, as operações não são simples ou perfeitas

no casamento preço e proteção. Nas bolsas de mercadorias nem sempre

existe a opção de vender ou comprar um contrato para o mês exato de sua

necessidade. Por exemplo, se o ideal para determinado produtor seria vender

um contrato de algodão em junho, logo após a colheita e preparo da pluma,

terá de optar por maio ou julho, meses de negociação de contrato. Além disso,

existem impostos, taxas, fretes, seguros problemas climáticos que podem por

sua vez tornar o hedge imperfeito, porém esses elementos precisam ser

levados em conta.

Com a estabilização econômica no Brasil a partir dos anos 90, mais

agentes de mercado passaram a lançar mão das operações de derivativos para

proteger seus negócios. As margens de lucro mais apertadas e a maior

previsibilidade da economia levaram a isso. No período de inflação elevada,

era mais difícil fixar preços futuros, bem como estabelecer margem de lucro

operacional, por isso as bolsas lançavam operações de contratos utilizando o

dólar como base de negociação. Como as operações em dólar foram proibidas

pelo governo, um atalho encontrado pelo mercado foi cotar os contratos em

pontos, sendo que cada ponto era equivalente a um dólar.

A depender da posição do participante do mercado, ele estará à mercê

da ação de mais de uma força de mercado. É o caso de algumas indústrias de

soja. Elas compram grão, mas vendem também outras commodities: farelo

e/ou óleo. É preciso se proteger em dois ou mais mercados, fazer o

cruzamento entre eles e ainda observar o câmbio. Um hedger pode realizar

operações de compra de um tipo de contrato e venda de outros contratos a

futuro para criar um melhor arcabouço de proteção contra riscos.

Ao hedgear, tomando uma posição contraria à natural em sua origem, estará neutralizando as mudanças de preços da mercadoria de seu

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interesse no mercado à vista. Ao comprar contratos de soja na bolsa, a indústria de esmagamento se protege contra altas nos preços de grãos. Se o custo da soja subir no mercado físico no momento da aquisição, ela terá de desembolsar mais do que previa, por sua vez, receberá mais pelo contrato colocado em bolsa. (CORRÊA; RAÍCES, 2005, p. 67)

O hedge de venda é normalmente buscado por pessoas físicas ou

jurídicas que temem uma possível queda nos preços da mercadoria que

pretende vender no futuro, pois vende agora um contrato do produto que tem

ou terá nas mãos para garantir antecipadamente um valor de venda adequado.

Já o hedge de compra é aquele que espera que o preço do ativo-objeto da

opção aumente. Ao comprar uma opção de compra, o comprador fixa o valor

máximo pelo qual vai adquirir a mercadoria, sendo também utilizado por quem

quer comprar uma proteção contra aumento nos preços da opção.

2.7 Especulação

Tecnicamente, especulação é muito mais do que apenas comprar e

vender tentando antecipar movimentos de preços. Uma vez que todos os

especuladores ganham e perdem, é importante estabelecer um plano de

trabalho e ter disciplina para cumpri-lo. Assim, antes de supor uma posição

especulativa, é preciso ter um capital de risco, o qual pode ser operado sem

comprometer a saúde financeira do especulador.

Uma definição simples é estar vendido quando se espera que os preços

cairão e estar comprado quando se espera que eles subirão. É um processo

que envolve informação, análise de mercado e autocontrole. Diz-se que é um

jogo de soma zero, porque para todos os ganhadores sempre haverá

perdedores. Seu objetivo é operar a tendência do mercado.

2.8 Arbitragem

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Arbitragem é a operação na qual se busca tirar proveito das variações

na diferença de preços entre dois ativos ou entre dois mercados, ou então,

procura-se tirar proveito das expectativas futuras de mudanças nas diferenças

entre dois mercados. Geralmente surgem oportunidades para arbitragem

quando os preços estão fora do que seria, teoricamente, o esperado.

Segundo Marques, Mello e Martines Filho (2008), existem vários tipos de

operações de arbitragem: entre mercados do mesmo produto em diferentes

bolsas; entre mercados de diferentes produtos, como arbitragem entre

contratos de soja e farelo de soja, milho e boi gordo, entre outros. Essas

diferentes operações recebem o nome de spread, reservando-se o termo

arbitragem para a compra e venda simultânea da mesma commodity em bolsa

diferentes. Defini-se, então, spread como a operação de compra/venda e

venda/compra simultânea de outro contrato. Sendo utilizada quando a

diferença de preços entre contratos comprados e vendidos é considerada fora

de sintonia e, basicamente, busca-se ganhar com as diferenças nos preços.

2.9 Participantes do mercado de derivativos

De acordo com Silva Neto (2006), o desenvolvimento do mercado levou

à especialização de seus participantes, que passaram a ser classificados

conforme seu relacionamento com o produto objeto do contrato. As funções de

uns completam as de outros, em uma relação ativa e permanente, garantindo

então um mercado de derivativos forte e líquido.

O mercado de derivativos apresenta os tipos principais de participantes,

que são: o Hedger, o Arbitrador, o Especulador e uma outra categoria de

participante, que é o Market Markers.

2.9.1 Hedger

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O hedger é um agente econômico que participa do mercado com intuito

de desenvolver proteção diante dos riscos de flutuações nos preços derivativos

ativos como moedas, ações, commodities etc. e nas taxas de juros, tomando

nos mercados futuros uma posição contraria àquela assumida no mercado à

vista, minimizando o risco de perda financeira diante de uma eventual variação

nos preços do mercado, garantindo-se assim, de quaisquer oscilações no

preço do ativo objeto do contrato. Sua função é administrar o risco, que se

elimina pelo emprego de um derivativo e que deve ser parte natural e inerente

à sua atividade.

Uma forma possível bastante conhecida de proteger-se contra a

desvalorização da moeda nacional é atuar de forma inversa, adquirindo títulos

indexados à variação cambial.

Sua principal preocupação não é obter lucros em derivativos, mas

garantir o preço de compra ou venda de determinada mercadoria em data

futura e eliminar o risco de variações adversas de preço.

Os hedgers constituem-se em usuários dos mercados futuros que, por meio de operações de compra e venda, procuram eliminar o risco de perda determinado por variações adversas nos preços. (ASSAF NETO, 2003, p. 362)

Hedgers são pessoas ou empresas que enfrentam o risco relacionado

ao preço de um ativo, e que usam mercados derivativos para reduzir ou

eliminar esse mesmo risco. São clientes que buscam eliminar os riscos

provenientes de perdas com as oscilações de preços.

2.9.2 Arbitrador

O arbitrador é o participante que tem como meta o lucro, mas não

assume nenhum risco. Sua atividade consiste em buscar distorções dos preços

entre mercados e tirar proveito dessas diferenças ou da expectativa futura

delas. São eles os responsáveis pelo estabelecimento de preços futuros e pela

manutenção de uma relação entre preços futuros e à vista.

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O arbitrador de mercado procura tirar proveito dos diferenciais de preços dos ativos negociados nos mercados a vista e a futuro. Ao perceber, por exemplo, que a taxa de juros de aplicações de renda fixa está abaixo dos juros praticados nas negociações a futuro, assume a decisão de compra a vista e venda simultânea no futuro. (ASSAF NETO, 2003, p.369)

O valor do contrato futuro de um bem tem relação direta com o preço

atual da mercadoria. Quando essas relações são quebradas, os arbitradores

operam ao mesmo tempo no mercado à vista e no mercado de liquidação

futura, para ganhar dinheiro quando a relação entre os preços à vista e a futuro

for restabelecida.

Normalmente, os arbitradores são grandes bancos que possuem uma

fonte de financiamento barata, ou grandes empresas que trabalham com o

produto objeto do derivativo e que possuem a facilidade de negociá-lo no

mercado à vista. Portanto, fazer arbitragem é travar um lucro sem correr risco,

realizando transações simultâneas em dois ou mais mercados.

2.9.3 Especulador

O especulador pode ser definido como uma empresa ou pessoa cuja

atividade principal não está relacionada com o bem objeto do contrato de

derivativos, este assume posições no mercado para obter a exposição ao risco

de oscilações de preço, assumindo hoje o risco de perdas futuras, na

esperança de auferir ganhos futuros. Sem ele o hedger não teria para quem

repassar o seu risco.

Desse fato deriva uma importante função dos contratos derivativos, pois

qualquer atividade econômica gera risco, e esse risco está diretamente ligado

ao mercado, podendo ter um grande custo econômico e social. O hedger lança

mão desses instrumentos e repassa o risco indesejado para quem quiser tê-lo.

Portanto o mercado de derivativos não gera riscos, ele distribui um risco gerado

pela atividade econômica.

O especulador é responsável também pela formação futura dos preços

dos bens. Como está assumindo riscos que não tinha anteriormente, irá buscar

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o maior número de informações possível sobre o bem que está negociando,

compondo, assim, suas expectativas futuras sobre o comportamento dos

preços. Quanto maior for o número de especuladores que operam em

determinado segmento, maior será a transparência de preços para aquele

produto.

De acordo com Silva Neto (2007), o especulador não é nocivo ao

mercado, pelo contrário, ele é muito necessário. Quando um produtor planta

uma semente, planta também um risco, o de seu produto não dar preço na

hora da venda e colocar toda a sua safra a perder. A atividade econômica gera

o risco, o que é inevitável. Quando o hedger não quer correr o risco, deve-se

encontrar outra pessoa para assumi-lo, aí então entra o especulador.

2.9.4 Market maker

Segundo Silva Neto (2007), os market markers são normalmente,

bancos ou corretoras que operam sempre em determinado mercado,

carregando posições próprias que é investir seu próprio capital, e que se

especializaram em determinados produtos e papéis. Esses participantes

possuem uma vantagem grande sobre os demais, pois gozam de redução de

custos operacionais e possuem a preferência em qualquer negócio.

Em contra partida, são sempre obrigados a oferecer preços de compra e

venda para o produto em que se especializaram. Esses preços seguem,

obrigatoriamente, regras estabelecidas pela bolsa, e devem atender a um

spread máximo.

Sua atuação no mercado garante boa liquidez ao produto operado e

auxilia muito na formação de seus preços. Quando o especialista atuar em uma

ação, negociada em bolsa de valores, nunca poderá ter vínculos com a

empresa que opera. Entretanto, torna-se um especialista naquele papel.

2.10 Margem de garantia e ajustes diários

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Margem de garantia é um depósito em dinheiro ou em ativos aceitos

pela bolsa exigido de todos os clientes para cobrir o risco de suas posições,

dentro de cenários preestabelecidos pelo Comitê de Risco da Bolsa. Esta

margem fica depositada na Bolsa até o término da operação. A BM&F divulga

diariamente no site oficial da instituição, os valores exigidos para margem de

garantia dos contratos.

Segundo Figueiredo (2005), ao abrir uma posição no mercado futuro,

seja comprando ou vendendo contratos, o investidor deve depositar a garantia

no dia útil subseqüente (D + 1). O cálculo dessa margem de garantia é

relativamente complexo. Quanto maior a volatilidade do ativo-objeto, maior o

valor da margem de garantia exigida pela BM&F. Esse valor pode mudar a

qualquer momento, em função das condições do mercado.

Todas as posições em aberto no mercado futuro são ajustadas

diariamente. Ou seja, os ganhos e perdas obtidos pelos investidores em

determinado pregão são recebidos ou pagos em dinheiro em D + 1, por meio

de crédito ou débito em conta corrente na corretora pela qual foi feito o

negócio. O valor em que a Bolsa se baseia para calcular esses ganhos e

perdas, nos diversos contratos, é obtido através de uma média ponderada dos

negócios que acontecem com esses contratos nos últimos 15 ou 30 minutos do

pregão ou qualquer outro tempo especificado no contrato.

O objetivo principal desses acertos diários de ganhos e perdas é o de

reduzir o risco de mercado. Na medida em que as perdas têm que ser pagas

em D + 1, o risco de o investidor não ter como pagá-las fica bastante reduzido.

Caso o pagamento não seja efetuado, a Bolsa lança mão de margens de

garantias depositadas e encerra a posição do investidor.

É importante não confundir margem de garantia com a necessidade de

recursos para fazer frente aos ajustes diários. A margem é uma garantia do

sistema e só será utilizada caso o cliente se torne inadimplente, enquanto os

recursos para ajustes diários são necessários para pagar eventuais ajustes

negativos.

2.11 A Clearing da BM&F: Estrutura da Câmara de Compensação

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A clearing house da BM&F é o sistema pelo qual a bolsa garante o

cumprimento dos compromissos de compra/venda assumido em negociações.

A estrutura é responsável pelo registro das operações realizadas, pelo

acompanhamento e controle da evolução das posições mantidas, pela

compensação financeira, por diferença de preços, dos contratos e pela

administração das garantias financeiras exigidas dos participantes.

Ainda segundo Cavalcante, Misumi e Rudge (2005), é comum confundir

as atribuições de um sistema de compensação de cheque, isto é a

compensação bancária, com as câmaras de registro, liquidação e

compensação que operam a função financeira que conclui as negociações de

uma bolsa de negócios.

As câmaras de compensação bancária organizam a transferência de

fundos entre sacados e sacadores, mas não são parte legal na transação, não

atuam como garantidoras da liquidação, nem operam com instituto auto-

regulador do mercado bancário.

Já as câmaras de compensação que organizam o registro, a liquidação e

a compensação das operações financeiras de uma bolsa ou mercado de títulos

têm atribuições específicas, elas são parte integrante daquilo que um contrato

de futuros representa, e realizam duas funções primordiais:

a) tentam assegurar a integridade financeira das transações a futuro,

garantindo diretamente alguns contratos, ou estabelecendo

mecanismos de auto-regulação que mantenham a saúde financeira

de seus associados, que são os agentes de compensação;

b) proporcionam um meio simples e conveniente às partes para o ajuste

e liquidação dos contratos.

2.11.1 Os membros da compensação

De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2005), as câmaras de

compensação de futuros podem existir como uma divisão de bolsas

capitalizadas e fortes, ou como empresa independente, especialmente

constituída para registrar, compensar e liquidar contratos futuros.

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Quase sempre, seus sócios majoritários têm alta expressão patrimonial

e financeira. As sociedades corretoras são empresas especialmente

interessadas em formar empresas de compensação com forte expressão

patrimonial, normas rígidas para o cumprimento efetivo dos contratos e

integridade financeira e operacional do mercado de futuros.

A câmara é operada por:

a) clientes individuais;

b) clientes corporativos;

c) corretores de mercadorias;

d) operadores especiais.

Os responsáveis por registrar, compensar e liquidar na câmara de

compensação são os membros ou agentes de compensação, que respondem

pela qualidade do intermediário e de seus clientes.

Por essa razão, os membros da compensação adotam sistemas

controlados de cadastramento e limites operacionais para os intermediários

que representam e para seus clientes. Essa situação impõe mecanismos

sofisticados de auto-regulação, para suportar o risco elevado que operações

alavancadas invariavelmente acarretam.

2.12 Cédula de Produto Rural (CPR)

Segundo Corrêa e Raíces (2005), a Cédula de Produto Rural é um dos

instrumentos de comercialização agrícolas nascidos com missão de auxiliar na

obtenção de crédito para plantio e comercialização, seja por parte de

produtores, associação de produtores ou cooperativas. É um caminho para se

obter recursos antecipados para o plantio ou estocagem de produtos. São

títulos (letras de câmbio) que representam produto físico (CPR Física) ou

compromisso de liquidação financeira (CPR Financeira) de um contrato

equivalente a um volume de produto agropecuário. O título representa a

promessa de entrega futura de uma determinada mercadoria agrícola, com ou

sem garantia. A vantagem da CPR, em relação a um contrato a termo ou um

simples contrato de compra e venda, é que a CPR é um título liquido e certo,

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endossável, sempre valendo a quantidade de produto nele previsto, podendo

ser emitido em qualquer etapa da produção.

Os caminhos para se operar são os mais diversos. Podem ser montadas

estratégias diferentes para cada tipo de atividade com commodities

agropecuárias, prazos e custos. Vai desde a simples emissão de papel por um

agricultor, pecuarista ou cooperativa com compromisso de venda desse

produto mediante adiantamento de receita para o plantio ou engorda, até

operações mais sofisticadas envolvendo vendas internacionais atreladas a

operações de hedge em bolsas de futuro, envolvendo produtores, indústrias e

exportadores. As CPRs muitas vezes são lançadas em leilão nas bolsas de

futuros ou mercadorias.

2.13 Bolsas de Mercadorias no Mundo

Segundo Pinheiro (2005), as Bolsas de Mercadorias foram, de modo

geral, criadas com o intuito de regular o preço futuro e garantir o ganho dos

produtores e consumidores de algumas commodities, porém não há uma

definição histórica clara sobre este fato.

Sabe-se somente que surgiram em épocas distantes, com atribuições

que não a vinculavam especificamente a valores mobiliários, onde o

comportamento dos mercados sintetizava o comportamento comercial que

daria vida às bolsas.

À partir do século XIX as bolsas restringiram sua atuação aos mercados

de capitais, títulos e valores mobiliários e, à medida que surgiam os mercados

de títulos representativos de mercadorias, os commodities, foram criados locais

específicos para sua negociação, às bolsas de mercadorias.

De acordo com Pinheiro (2005), esse mercado vem crescendo muito nos

dias de hoje e cada vez mais é possível ver, uma tendência de integração entre

algumas dessas bolsas. Com essas fusões de algumas bolsas e o fato de

alguns produtos nelas negociados terem ganhado muita importância hoje,

algumas dessas bolsas ganharam muita importância no cenário mundial. Em

diversas partes do mundo, as movimentações nos índices das bolsas

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passaram a integrar o ritmo do dia-a-dia, sendo apresentadas em tempo real

em diversos canais de comunicação.

O papel central desempenhado pelas bolsas na criação de riqueza social

está claro pela utilização que vários segmentos da economia vêm

demonstrados tanto no setor privado como no público.

2.13.1 Bolsa de mercadorias e futuros no Brasil

De acordo com Pinheiro (2005), no Brasil devido à necessidade dos

empresários paulistas, ligados à exportação, ao comércio e à agricultura, em

26 de outubro de 1917 foi criada a Bolsa de Mercadorias de São Paulo

(BMSP). Primeira no Brasil a introduzir operações a termo, alcançou, ao longo

dos anos, rica tradição na negociação de contratos agropecuários,

particularmente café, boi gordo e algodão.

Em julho de 1985, surge a Bolsa Mercantil & de Futuros (BM&F). Seus

pregões começam a funcionar em 31 de janeiro de 1986. Em pouco tempo,

conquista posição invejável entre suas congêneres, ao oferecer à negociação

produtos financeiros em diversas modalidades operacionais.

Já em maio de 1991, BM&F e BMSP, resolvem fundir suas atividades,

aliando a tradição de uma ao dinamismo da outra, é então que surge a Bolsa

de Mercadorias & Futuros, continuando então com a sigla BM&F em junho de

1997, ocorre uma nova fusão com a Bolsa Brasileira de Futuros (BBF), tendo

como objetivo fortalecer o mercado nacional de commodities, consolidando a

BM&F como o principal centro de negociação de derivativos do Mercosul.

Ao completar quatorze anos de atividade e inaugurar novas e modernas

instalações, a BM&F ingressa na aliança Globex, formada pelas de Chicago

(Chicago Mercantile Exchange), Paris (Euronext NV), Cingapura (Singapore

Exchange-Derivatives Trading), Madri (MEFF – Mercado Oficial de Futuros y

Opiciones Financeiros) e Montreal (Montreal Exchange), adquirindo então o

sistema Francês NSC, para viabilizar a integração das bolsas aliadas, que por

meio dele os participantes de um mercado podem negociar os produtos

oferecidos em outro.

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Em 22 de abril de 2002, deu-se inicio às atividades da clearing de

Câmbio BM&F. No dia 25 do mesmo mês, a BM&F adquiriu da Companhia

Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) os direitos de gestão e

operacionalização das atividades da câmara de compensação e liquidação de

operações com títulos públicos, títulos de renda fixa e ativos emitidos por

instituições financeiras e os títulos patrimoniais da Bolsa de Valores do Rio de

Janeiro (BVRJ) de seus titulares, bem como os diretores de administração e

operacionalização do sistema de negociação de títulos públicos e outros ativos,

conhecido como Sisbex.

Passado sete meses a BM&F negociou acordo com a Federação

Brasileira das Associações de Bancos (FEBRABAN) e com a Central de

Compensação e Liquidação S.A, visando à cessação das atividades de

registro, compensação e liquidação de operações com títulos públicos e

privados de renda fixa desenvolvida por esta última e a sua conseqüente

centralização na BM&F.

Com isso a BM&F ampliou a abrangência de sua atuação para se

transformar na principal clearing da América Latina, proporcionando um

conjunto integrado de serviços de compensação e ativos e derivativos, ao

mesmo tempo em que oferece economia de escala, custos competitivos e

segurança operacional. (PINHEIRO, 2005)

Em 2004 a BM&F lança o Web Trading, sistema de negociação de

minicontratos via internet. Passados três anos ocorre a desmutualização da

Bovespa que passa a se chamar Bovespa Holding, e da BM&F, que passa a

ser a BM&F S.A., realizando então ofertas públicas no Novo Mercado.

Em 2008, a Bovespa Holding e BM&F S.A. se integram e criam a Bolsa

de Valores, Mercadorias e Futuros – BM&FBOVESPA S.A., sendo a terceira

maior bolsa do mundo em valor de mercado.

2.13.2 Objetivos da BM&F

Conforme Pinheiro (2005), o principal objetivo da BM&F é desenvolver,

organizar e operacionalizar mercados livres e transparentes para negociação

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de títulos e/ou contratos que possuam como referência ativos financeiros,

índices, indicadores, taxas, mercadorias e moedas, nas modalidades a vista e

liquidação futura. Para tanto, deve efetuar o registro, a compensação e a

liquidação, física e financeira, das operações com tais títulos e/ou contratos

realizadas em seus ambientes de negociação.

Além disso, possui mecanismo para acompanhar e regular seus

mercados e normas que asseguram aos participantes o adimplemento das

obrigações assumidas, em face das operações efetuadas em seus pregões

e/ou registradas em quaisquer de seus sistemas de negociação, registro,

compensação e liquidação.

Segundo Cavalcante, Misumi e Rudge (2005), no âmbito do seu poder

de auto-regularização, a bolsa estabelece normas visando a preservação de

princípios eqüitativos de negociação e comércio e de elevados padrões éticos

para as pessoas que nelas atuam, direta ou indiretamente; regulamenta e

fiscaliza as negociações e as atividades de seus associados; resolve questões

operacionais; concede crédito operacional a seus associados, de acordo com

seus programas e objetivos; defende seus interesses, bem como de seus

associados junto com às autoridades constituídas; e dissemina a cultura de

mercado de derivativos no país, por meio de eventos educacionais,

treinamento e publicações.

2.13.3 Tipos de contratos negociados na BM&F

2.13.3.1 Contratos agropecuários

(Continua)

Tipos de Contratos Mercados

Contrato de açúcar cristal especial Futuro

Opção de Venda

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(Conclusão) Contrato de álcool anidro carburante Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Contrato de algodão Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Contrato de Bezerro Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Contrato de boi gordo denominado em reais Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Contrato de café arábica Disponível

Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Contrato de café robusta conillon Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Contrato de milho em grão denominado em

reais

Futuro

Contrato de soja Futuro

Opção de compra sobre futuro

Opção de venda sobre futuro

Fonte: Cavalcante, 2005, p. 119 Quadro 02: Contratos Agropecuários

2.13.3.2 Contratos Financeiros

Os contratos financeiros são classificados como:

a) contrato de ouro;

b) índices;

c) taxas de câmbio;

d) taxas de juros;

e) títulos da dívida externa.

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2.13.3.3 Contratos de Balcão

Segundo Cavalcante, Misumi e Rudge (2005), são contratos de swap

negociados em balcão e registrados na BM&F via sistema eletrônico. Nesse

caso, as partes trocam um índice de rentabilidade por outro, com o intuito de

fazer hedge, casar posições ativas com posições passivas, eqüalizar preços,

arbitrar mercados ou até alavancar posições. Para tanto, devem escolher a

combinação de variáveis apropriada a sua operação e definir preço, prazo e

tamanho, optando igualmente pela garantia ou não da bolsa.

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CAPÍTULO III

A EMPRESA E O MERCADO FUTURO VERSUS MERCADO DE OPÇÕES

3 INTRODUÇÃO DA PESQUISA

Para demonstrar que o Mercado Futuro é uma alternativa para gerenciar

os riscos de sua atividade, de seu produto ou ativo, assegurando um patamar

mínimo de retorno para o produto ou título negociado, garantindo preço e

margens de lucro, foi realizado um estudo de caso na empresa Mercantil

Junqueira, no período de 05/02/2008 a 28/09/2008 demonstrando a

possibilidade de gerenciamento através da utilização de Mercado Futuro na

BM&F.

a) Foi observado, analisado e acompanhado, como são gerenciados os

riscos da atividade da empresa e seus atuais resultados.

3.1 Como entrar no mercado futuro

Segundo BM&F (2007b), a negociação no mercado de futuros é

realizada por meio de contratos, onde um contrato futuro é um acordo para

comprar ou vender uma commodity ou um instrumento financeiro em uma

determinada data futura. Tudo no contrato é padronizado, com exceção do

preço. Todos os termos sob os quais o ativo será transferido são estabelecidos

pela bolsa antes de começar a negociação. É importante que não haja

ambigüidade e que todas as cláusulas estejam bem claras para os

participantes.

A negociação de contratos futuros, à diferença de outros mercados derivativos, é sempre realizada em Bolsa para melhor aproveitar as

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vantagens da padronização dos contratos e devido ao procedimento de liquidação das obrigações. (BM&F, 2007b)

3.1.1 Especificações dos contratos

De acordo com BM&F (2007b), os termos de negociação são resumidos

nas chamadas especificações dos contratos, que, dentre outros, incluem os

seguintes itens:

a) ativo objeto, é a commodity física ou financeira;

b) tamanho do contrato 100 sacas de café;

c) apregoação, R$/60 Kg;

d) vencimento, meses pares;

e) último dia de negociação;

f) data de entrega;

g) local de entrega ou mecanismo de liquidação.

3.1.2 Negociação de Contratos Futuros

A negociação em Bolsa está sujeita a um conjunto de normas, princípios

e regras operacionais próprias, caracterizando-se pela existência de diversas

categorias de membros, com funções e responsabilidades específicas.

Quando um cliente; hedgers, arbitradores e especuladores; dá uma

ordem de compra ou de venda, ela é canalizada para um membro negociador,

a corretora, o qual tentará fechar o negócio na Bolsa. Estabelece-se assim uma

relação entre o cliente e a corretora que vai executar a ordem. O cliente

deposita diversas garantias que, caso sejam superiores aos mínimos

estabelecidos, são livremente negociadas entre ele e a corretora.

3.1.3 Agentes intervenientes no Mercado Futuro

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Fonte: BM&F (2007b), p 45. Figura 04: Agentes intervenientes no mercado futuro.

3.1.4 Corretoras e Pregões

Segundo BM&F (2007b), para negociar no mercado futuro, tanto o

vendedor como o comprador devem operacionalizar suas intenções através de

uma corretora de mercadorias que seja membro da Bolsa. Essas corretoras

são credenciadas a participar do pregão através de seus operadores de pregão

que ficam dentro dos pits de negociação. Os pits são estruturas metálicas em

forma hexagonais situadas dentro do ambiente da BM&F onde ocorrem as

negociações. Cada pit negocia um tipo de contrato. Nesses pits de negociação

são executadas as ordens de compra e venda que vêm das corretoras por

ordens dos seus clientes e, além de executar as ordens de seus clientes,

Clientes

Hedgeres Especulador Arbitradores

Bolsas

Câmara de Compensação

Membro de Compensação

Corretoras Operadores especiais

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acompanham as suas contas e zelam pelo cumprimento das obrigações e

direitos dos seus clientes.

3.1.5 Mapa do pregão

Fonte: BM&F (2007b), p 46. Figura 05: Mapa do pregão

Fonte: BM&F, 2008. Figura 06: Visualização dos pits

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3.1.6 Funcionamento da Bolsa

Conforme BM&F (2007b), todas as transações de futuros precisam ser

realizadas em pregão, obedecendo a regras rígidas de controle, transparência

e ajustes financeiros.

A BM&F não participa de forma alguma no processo de formação de

preços. Ela não compra ou vende e não tem nenhum interesse em que preços

fiquem altos ou baixos. A renda da Bolsa vem da venda de licenças para

operação, taxas operacionais e outras fontes menores de receita.

A BM&F, em um dia típico de funcionamento, reúne em seu pregão de

800 a 1000 pessoas, entre operadores de pregão representando corretoras,

operadores especiais trabalhando por conta própria e funcionários da Bolsa.

No mundo todo, no entanto, o pregão eletrônico, ganha terreno e, cada

vez mais, substitui os pregões tradicionais, permitindo inclusive, o acesso direto

do investidor por meio da Internet. Outra tendência, crescente e associada à

primeira, é a transformação, através de fusões de Bolsas e da criação de novos

mecanismos de negociação, das Bolsas já existentes, em mercados

globalizados, sem pregão viva voz e altamente automatizadas.

Na BM&F os três sistemas de negociação coexistem:

a) Pregão Viva Voz, onde se negociam, durante períodos determinados

do dia, os contratos com maior liquidez dos mercados futuros de

café, taxa de juros, dólar e índice de ações;

b) GTS ou Pregão eletrônico, por meio do qual se negociam

diariamente das 9h às 18h, todos os produtos da BM&F. Dentro

desse horário, a negociação no GTS é interrompida somente para os

vencimentos do pregão viva voz, quando este último está aberto; e;

c) WTr ou Web Trading, onde é possível negociar mini-contratos por

meio da Internet.

3.1.7 Etapas para operar no mercado

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Para operar no mercado, sugere-se seguir as seguintes etapas:

Etapa 1: Conhecer o mercado, mensurar as vantagens e desvantagens

advindas das operações nos Mercados Futuros de acordo com interesses

individuais.

Etapa 2: Acompanhar as cotações, pois é necessário o

acompanhamento das oscilações e tendências de preço do produto que

pretende negociar ou receber tempestivas informações a esse respeito, para

que se possa decidir em quando e como entrar no mercado.

Etapa 3: Estabelecer número e valor dos contratos, uma vez que se

conheça o custo de produção e/ou o lucro desejado.

Etapa 4: Efetuar a ordem de venda ou compra mediante uma corretora.

Etapa 5: Acompanhar o mercado, verificando as variações do preço do

produto diariamente para decisão sobre o melhor momento para liquidação ou

continuidade do contrato.

Etapa 6: Liquidar o contrato, tomada a decisão sobre a tendência

favorável do preço. Emite-se, então, uma Ordem de Fechamento da operação,

invertendo a posição junto a Bolsa, comprando um contrato na mesma

quantidade do inicialmente vendido ou vice-versa.

Conforme BM&F (2007b), para decidir-se em entrar ou não neste tipo de

mercado é importante considerar alguns aspectos como por exemplo: O custo

direto de produção ou o custo direto médio da região, onde o custo direto

abrange as despesas variáveis mais os dispêndios com transporte interno,

colheita e preparo, o mês-alvo mais interessante, se o produto é cotado em

reais ou em dólares, qual o local de base que a Bolsa encerra a cotação do

produto em questão, qual o valor do encerramento do contrato do produto no

mês-alvo nas últimas duas safras, calcular o diferencial de base no mês-alvo e

definir qual a margem mínima necessária e o preço-alvo desejado.

3.1.8 Ciclo operacional de um contrato

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Fonte: Marques, Mello, Martines Filho, 2008, p. 45 Figura 07: Fluxo das operações

3.1.9 Custos

De acordo com Marques, Mello e Martines Filho (2008), os custos são

pagos na entrada e na saída da operação, por compradores e vendedores.

Tais custos são tabelados.

Conforme BM&F (2007d), a metodologia em vigor desde 2004

contempla a definição do custo de corretagem pela Taxa Operacional Básica

(TOB) nos mercados agrícolas como uma porcentagem do preço do dia

anterior do derivativo negociado e dos emolumentos devidos à Bolsa por

parâmetros que incidem em quatro tipos de categorias de tarifas conforme

tabela:

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a) Taxa Operacional Básica (TOB)

Futuro Normal (%) Day trade (%) Base de cálculo

Agropecuários 0,3 0,07 Ajuste (dia anterior) do 2º

vencimento

Opções sobre

futuro

Normal Day

trade

Base de

cálculo

Exercício

Normal Casado Base de

cálculo

Agropecuários 50% da TOB do

futuro-objeto

Preço de

ajuste (dia

anterior) do

vencimento

Valor da

TOB do

futuro-

objeto

Valor da

TOB do

futuro-

objeto (p/

day

trade)

Preço de

ajuste

(dia

anterior)

do 2º

venciment

o

Fonte: BM&F, 2007d, p. 06 Quadro 03: Taxa operacional básica (TOB)

b) Taxa de Emolumentos (TE)

A Taxa de Emolumentos é cobrada por ocasião da negociação de

qualquer contrato, via negócios realizados em quaisquer ambientes autorizados

pela BM&F ou na entrega decorrente de exercício ou de vencimento. Há

incidência desta taxa também no encerramento do contrato por liquidação

financeira no vencimento; na liquidação do contrato por reversão de posições;

no exercício de direitos no mercado de opções; e nos procedimentos de cessão

de direitos.

(Continua)

Contratos agropecuários Futuro (1) Opções sobre futuro

Açúcar FB= US$0,61 por contrato

TE por contrato = FB x Dólar

30% do valor da TE do futuro

Álcool anidro FB = R$3,45 por contrato 30% do valor da TE do futuro

Algodão FB= US$0,76 por contrato

TE por contrato = FB x Dólar

30% do valor da TE do futuro

Bezerro FB= R$2,23 por contrato

30% do valor da TE do futuro

Boi gordo FB= R$3,34 por contrato

30% do valor da TE do futuro

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(Conclusão) Café arábica (2) FB= US$0,60 por contrato

TE por contrato = FB x Dólar

30% do valor da TE do futuro

Café conillon FB= US$1,50 por contrato

TE por contrato = FB x Dólar

30% do valor da TE do futuro

Milho FB= R$0,32 por contrato

30% do valor da TE do futuro

Soja FB= US$0,12 por contrato

TE por contrato = FB x Dólar

30% do valor da TE do futuro

(1) Day trade, 30% do valor da FB (2) Café arábica disponível: FB= R$ 3,26 por contrato Valor mínimo da TE: R$ 0,01 (quando valor final for inferior a R$ 0,01). Obs.: FB= fórmula base Fonte: BM&F, 2007d, p. 07 Quadro 04: Taxa de Emolumentos (TE)

c) Taxa de Registro (TR)

Conforme BM&F (2007d), a taxa de registro será cobrada sempre que

um contrato tiver registro pela Câmara de Derivativos. Eventos como:

negociação de qualquer contrato via negócios realizados nos ambientes

autorizados pela BM&F ou na entrega decorrente de exercício ou de

vencimento; na liquidação do contrato por reversão de posições; no exercício

de direitos no mercado de opções; e nos procedimentos de cessão de direitos.

(Continua)

Futuro Base de cálculo

Açúcar 5% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Álcool anidro 20% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Algodão 5% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Bezerro 20% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Boi gordo 20% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Café arábica 5% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Café conillon 20% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Milho 20% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Soja 5% do valor da taxa de emolumentos para operação normal

Opções sobre futuro Base de cálculo

Commodities agrícolas (cotadas em

US$)

5% do valor da taxa de emolumentos para

operação normal

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(Conclusão) Commodities agropecuárias (cotadas em

R$)

20% do valor da taxa de emolumentos

para operação normal

Fonte: BM&F, 2007d, p. 07 Quadro 05: Taxa de registro (TR)

d) Taxa de permanência (TB)

Ainda conforme BM&F (2007d), a taxa de permanência tem como base

de incidência o número de contratos mantidos em aberto no dia anterior e que

se aplica aos contratos futuros, posições no mercado de opções estão

excluídos desta tarifa.

Futuro Fator de redução TP diária

Na unidade Em R$

Açúcar (1) 0,90 0,0000000 0,000

Álcool anidro (1) 0,96 0,0000000 0,000

Algodão (1) 0,96 0,0000000 0,000

Bezerro (1) 0,95 0,0000000 0,000

Boi Gordo (1) 0,86 0,0000000 0,000

Café arábica (1) 0,57 0,0000000 0,000

Café conillon (1) 1,00 0,0000000 0,000

DI de um dia 0,73 0,0065486 0,006

Dólar comercial 0,46 0,0060846 0,012

Milho (1) 0,90 0,0000000 0,000

(1) O valor da taxa de permanência reduzido a zero até dia 31/12/2007, conforme ofício Circular 150/2006-DG, de 22/12/2006. Fonte: BM&F, 2007d, p. 08 Quadro 06: Taxa de permanência

e) Taxa de Liquidação

A taxa de liquidação é um valor fixo, devido quando ocorrer uma

liquidação por entrega. Essa taxa é de 0,45% sobre o valor de liquidação

financeira no vencimento em todos os contratos futuros agrícolas, aplicando-se

desconto de 25% sobre o valor devido por Sócio Efetivo da BM&F e/ou

investidor institucional.

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3.1.9.1. Outros Custos

No Mercado Futuro, o contratante tem que arcar com os ajustes diários e

com a Margem de Garantia.

Segundo Pinto (2000?), o ajuste diário é o mecanismo de equalização

de todas as posições no mercado futuro, com base no preço de compensação

do dia, resultando na movimentação diária de débitos e créditos nas contas dos

clientes, de acordo com a variação negativa ou positiva no valor das posições

por eles mantidas. Assim, os participantes recebem seus lucros e pagam seus

prejuízos de modo que o risco assumido pela câmara de compensação das

bolsas se dilua diariamente até o vencimento do contrato.

Conforme Marques, Mello e Martines Filho (2008), a Margem de

Garantia é um depósito realizado em dinheiro ou em ativos aceitos pela Bolsa

exigido de todos os clientes para cobrir o risco de suas posições, dentro de

cenários preestabelecidos pelo Comitê de Risco da Bolsa. Ela fica depositada

na Bolsa até o término da operação e serve para cobrir uma eventual falha de

pagamento do ajuste diário. A Bolsa aceita depósito em dinheiro, Certificado de

Depósito Bancário (CDB), carta de fiança, ouro, ações ou títulos do governo.

Encerrada a operação e todos os compromissos saldados, a margem é

devolvida. As margens de garantia podem variar de acordo com a volatilidade

do mercado, isto é, quanto mais o mercado estiver oscilando, maiores podem

ser as margens necessárias para manter a segurança do sistema e garantir

todos os recebimentos. Diariamente, a BM&F divulga em seu site os valores

exigidos para a margem de garantia.

No Mercado de Opções não há ajustes diários, nem margem de

garantia. Há o Prêmio que de acordo com Pinto (2000?), é o valor pago pelo

titular ao lançador da opção para ter direito de comprar ou de vender o objeto

da opção, onde titular é o comprador da opção. Aquele que adquire os direitos

de comprar ou de vender a opção, e o lançador é o vendedor da opção, aquele

que cede os direitos ao titular, assumindo a obrigação de comprar ou de vender

o objeto da opção.

Exemplo de Ajuste diário:

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De acordo com Marques, Mello e Martines Filho (2008), um produtor de

boi fez a seguinte operação de hedge de venda de 10 contratos de boi gordo

na BM&F.

Data Operaçã

o

Preço

Negociado

R$/@

Preço de

Ajuste

R$/@

Ajuste

R$

Ajuste

Total R$

Fluxo de

Caixa R$

Indicador

Esalq/BM

&F R$/@

21/05 Vende 10

contratos

40,6 41 -0,4 -1.320 -1.320 40,57

22/05 41,3 -0,3 -990 -2.310 40,79

23/05 41,3 0 , -2.310 40,98

24/05 41,15 0,15 495 -1.815 41,14

25/05 41,15 0 0 -1.815 41,22

28/05 41 0,15 495 -1.320 41,23

29/05 41,13 -0,13 -429 -1.749 41,22

30/05 41,17 -0,04 -132 -1.881 41,21

31/05 C10 40,3 0,87 2.871 990 41,17

Fonte: Marques, Mello, Martines Filho, 2008, p. 93. Quadro 07: Ajustes diários

Resultado

Obtêm-se o resultado da transação através da seguinte equação

matemática:

-(40,3 – 40,6) x 330 x 10 = 990,00

Conclui - se que, o valor de uma operação é a diferença entre o seu preço de

entrada e saída do mercado, multiplicado, no caso do boi gordo, por

330@(valor mínimo de contrato fixado pela BM&F) e ainda pela quantidade de

contratos negociados.

3.2 Liquidação

A liquidação pode ser financeira ou física, por entrega do produto. A

física é menos utilizada, menos de 2% dos contratos futuros negociados pelas

bolsas de futuro. A financeira é mais usual, pois dispensa classificação,

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documentos que comprovem a propriedade e depósito da mercadoria em

armazém credenciado pela BM&F.

Conforme BM&F (2007b), a reversão pode ser feita a qualquer momento

entre o início da operação e o vencimento da mesma.

O interessado deve comunicar ao seu corretor a intenção de compra

para quem estiver vendido ou de venda para quem estiver comprado de

contratos para o mesmo vencimento. No caso de comprar ou vender todos os

contratos necessários, a posição é totalmente liquidada e cessam todas as

obrigações do interessado com a Bolsa.

Na entrega física o encerramento pode ser feito pela entrega no

vencimento. Nesse caso, deverá ser emitido um aviso de liquidação por

entrega pelo vendedor em um período definido pela Bolsa.

A liquidação financeira nada mais é do que uma forma de encerramento

da posição por reversão, sendo que a grande diferença é que o detentor da

posição não tem a alternativa de recomprar ou revender os contratos em

pregão, sendo a reversão compulsoriamente feita pelo indicador de preços. A

difícil implementação de entrega física de determinados ativos devido às

características dos produtos, ou a não permissão por restrições legais, exigiram

o desenho de contratos que permitissem a liquidação utilizando-se um

indicador de mercado.

O funcionamento dos mercados futuros torna-se possível na medida em

que uma Câmara de compensação realize o acompanhamento das operações

realizadas pelos agentes econômicos interessados em realizar alguma das

operações básicas: hedge, especulação ou arbitragem. A fixação de exigências

de garantias aos participantes e os ajustes diários configura uma situação

diferente de negociação, onde as partes compradora e vendedora devem

depositar pequenas margens de garantia para serem autorizados a operar e,

enquanto mantenham suas posições em aberto, devem pagar os ajustes

negativos e receber os positivos em uma base diária. Embora de aparência

complicada, o mecanismo é crucial para que qualquer um possa entrar ou sair

do mercado facilmente, a qualquer momento.

3.3 Vantagens

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Segundo BM&F (2007b), o mercado futuro de commodities

agropecuárias funciona como uma garantia de preços tanto para o produtor

rural, quanto para a indústria agroprocessadora, pois propicia a ambos a

proteção contra eventuais quedas ou elevações de preços, sendo uma forma

eficaz de proteção contra oscilações de preços dos produtos agropecuários

diminuindo incertezas na época da comercialização da safra.

Há, portanto, a fixação antecipada da remuneração da produção,

possibilitando a melhor administração de recursos dos participantes desse

mercado o que proporciona maior segurança na comercialização da safra,

garantindo ganhos em competitividade no mercado globalizado.

Assim, para o produtor que efetua venda de contratos: fixa o preço na

Bolsa. Se o preço subir, vende o seu produto por um preço mais alto no

mercado físico e paga o diferencial de fechamento, ajuste, para a Bolsa. Se o

preço cair, venderá o produto por um valor menor, porém receberá o diferencial

da Bolsa, sendo creditado por sua perda no mercado físico.

Para as agroindústrias a idéia é proteger-se contra possível alta de

preços, o que oneraria seu custo de produção. Com a compra de contratos

futuros, se o preço subir, obterá sua matéria-prima por um preço mais elevado

no mercado físico, porém receberá o ajuste da Bolsa. Se o preço cair, pagará

um preço mais baixo pela matéria-prima e arcará com ajuste à Bolsa, nesse

caso, o valor repassado à Bolsa será o ajuste pago ao produtor, compensando-

o pela sua perda no mercado físico.

Segundo Marques, Mello e Martines Filho (2008), conclui-se que o

Mercado futuro apresenta como vantagens: a fixação de um preço futuro para a

mercadoria, não há pagamento antecipado pelo contrato, o risco de crédito é

menor do que o mercado a termo, há intercambialidade de posições e

transparência de preços.

Já o Mercado de Opções as vantagens são: limitação do valor do

prejuízo ao valor do prêmio pago, não há ajustes diários e não há exigências

de depósito de margem de garantia para o comprador.

3.4 Desvantagens

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Segundo BM&F (2007b), é possível observar duas características que

limitam as estratégias nos mercados futuros: primeiramente o mercado futuro

proporciona uma estratégia para fixar um preço. O preço de abertura da

posição a futuro, como hedge de uma posição no mercado físico, será o preço

líquido alcançado com a estratégia. Isso significa que quem vende ou compra

contratos futuros a um preço X, no fim da operação recebe ou paga esse preço

pelo produto, independente das cotações do mercado físico terem subido ou

descido. Ao garantir um preço fixo, o hedger se cobre dos movimentos

desfavoráveis de preço, mas não aproveita as oscilações favoráveis.

Outra característica é que, quem decide entrar numa estratégia de

hedge deve depositar as garantias que são exigidas pelas bolsas e só são

devolvidas no final da operação, que não raro perdura bastante tempo; isto é,

alguns meses. Além disso, o participante deve disponibilizar certa soma de

dinheiro para estar pronto a atender eventuais ajustes diários negativos.

Portanto além de imobilizar garantias por um tempo prolongado, é necessário

administrar os ajustes diários, o que demanda tempo e dinheiro. Neste último

aspecto, é fundamental que os hedgers realizem um acompanhamento diário

de mercado.

No Mercado de Opções a desvantagem é que o valor pago como prêmio

pode ser muito alto.

3.5 Escolhas dos mercados

Segundo BM&F (2007b), a negociação a futuro apresenta consideráveis

vantagens sobre a negociação de contratos a termo. Pode-se dizer que, após a

introdução dos mercados futuros, as operações feitas com o objetivo de

proteção de preço ganharam maior flexibilidade, reduziram as exigências de

garantias contra o risco de crédito das partes e possibilitaram uma maneira

mais eficiente de difusão dos preços descobertos nos pregões das bolsas.

Cabe dizer que os Contratos futuros e as Opções são instrumentos

complementares que permitem moldar estratégias de comercialização, assim

como a arbitragem de preços entre mercados e de especulação. Tudo isso

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contribui para um ambiente de negociação mais líquido, em que a qualquer

momento os participantes dispõem de derivativos para traçar, modificar ou

recriar suas estratégias.

As posições de hedge assumidas com opções podem ser entendidas

como operações de proteção que permitem aproveitar as variações favoráveis

dos preços, pois se negociam direitos de compra ou de venda do ativo objeto

do derivativo. Além disso, margens e ajustes diários são substituídos por um

único pagamento inicial.

3.5.1 Características e comparações entre os diferentes derivativos

(continua)

Detalhes Contrato a termo Contrato Futuro Contrato de

Opções

Contrato de

Swaps

Natureza do

Contrato

Comprador e

Vendedor acordam

a compra ou venda

de uma certa

quantidade de

commodity a um

determinado preço

e numa

determinada data

futura.

Comprador e

vendedor se

comprometem a

comprar e vender,

respectivamente,

certa quantidade de

uma commodity a

um determinado

preço e numa

determinada data

futura.

Comprador

paga para ter o

direito de

comprar

(vender) e

vendedor fica

obrigado a

vender

(comprar) se a

contraparte

exercer seu

direito.

As partes se

obrigam a

trocar o

resultado

líquido das

diferenças

entre dois

fluxos de

rendimentos

(juros fixos x

pós-fixados

etc.).

Tamanho do

contrato

Negociável Padronizado Geralmente

padronizado

Negociável

Data e Local

de entrega

Negociável Padronizado Geralmente

padronizado

Negociável

Método de

negociação

Preços são

determinados

privadamente entre

comprador e

vendedor.

Preços são

determinados em

pregão em um tipo

de mercado de

leilão em bolsa de

futuros

Admite

negociação em

pregão de

bolsa ou no

mercado de

balcão

Preços são

negociados

privadamente

entre

comprador e

vendedor.

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(Conclusão) Depósito

de

Segurança

Dependente das

relações de crédito

entre o comprador

e o vendedor

Comprador e

vendedor

depositam margem

de garantia na

Bolsa. As variações

diárias de preços

são compensadas

no dia seguinte.

Somente o

vendedor

(chamado

lançador) é

obrigado a

depositar

margem de

garantia. Não

há ajustes

diários

Dependente

das relações

de crédito

entre o

comprador e

o vendedor.

Freqüência

de entrega

física

Muito alta Muito Baixa Muito Baixa Muito Baixa

Regulação Leis comerciais;

Banco Central do

Brasil e Comissão

de Valores

Mobiliários

Comissão de

Valores Mobiliários

e Auto-regulação

das Bolsas

Comissão de

Valores

Mobiliários e

Auto-regulação

das Bolsas.

Comissão de

Valores

Mobiliários e

Auto-

regulação

das Bolsas.

Emitente e

Garantidor

Ninguém Departamento de

Clearing da Bolsa

Admite garantia

do

Departamento

de Clearing da

Bolsa ou pode

ser definida

entre as partes.

Admite

garantia do

Departament

o de Clearing

da Bolsa ou

pode ser

definida entre

as partes.

Fonte: BM&F, 2007b, p.64 e 65 Quadro 08: Comparativo dos diferentes derivativos negociados no mercado financeiro

3.6 Riscos

De acordo com Pinto (2000?), o risco é proveniente de variações

imprevistas nos níveis de preços de mercado, devido a fatores políticos,

econômicos, geográficos, dentre outros. O risco de mercado é comum a todos

os ativos e existe para quaisquer períodos de tempo.

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Assim como o valor dos ativos negociados é determinado pelas

expectativas dos agentes de mercado, a incerteza em relação ao valor futuro

desses ativos, cuja oscilação pode representar perdas ou ganhos, caracteriza o

que chamamos de risco de mercado.

O risco de base pode ser definido como a diferença de preço do local de

origem e a cotação do derivativo negociado na Bolsa. Tal diferença pode ser

atribuída a diversos fatores como a localização geográfica, condições sazonais,

oferta e demanda local, frete, dentre outros.

Devido ao fato de a diferença de cotação entre dois pontos de formação

de preço de uma determinada commodity não ser constante, pode-se dizer que

existe o risco quanto à expectativa de base.

A operação de hedge ou de proteção pode ser vista como forma de

preservar as atividades correntes dos negócios de variação inesperada nos

preços. Supondo que se tenha uma dívida em dólares o risco consistiria na

elevação da taxa de câmbio, pois a dívida está indexada à variação cambial,

portanto o risco é esta dívida crescer mais que o valor em reais disponível para

seu pagamento, por isso é necessário travar o risco de alta da taxa de câmbio,

de modo que a dívida fique estável.

3.7 Exemplos

3.7.1 Mercado Futuro

Hedge de exportação de soja com uso de contratos futuros de soja e de

dólar.

Especificações do contrato futuro de soja:

(Continua)

• Objeto: soja brasileira em grão, tipo exportação;

• Cotação: US$/saca

• Unidade de negociação: 450 sacas de 60 Kg.

• Liquidação: é permitida a entrega da mercadoria;

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(Conclusão)

• Meses de vencimento: março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro.

• Formação de preço: Porto de Paranaguá – PR

Fonte: BM&F, 2007d, p. 26 Quadro 09: Especificações do contrato futuro de soja

Um exportador fecha um contrato de 3.300.000 sacas de soja a US$

18,20/saca para embarque em junho de 2007, ele pode se proteger efetuando

compra de 7.333 contratos de soja com vencimento Julho/2007. A cotação da

soja com vencimento para Julho/2007 é de US$ 17,80/saca, portanto ele

garante a margem operacional de US$ 0,40/saca. Em consonância com o

hedge de soja, o exportador fixa a cotação do câmbio para o vencimento

Maio/2007 a R$ 2,10/dólar, pois os riscos da operação são: alta no preço da

soja e redução na cotação do dólar.

Como o hedge de exportação travou a rentabilidade do exportador em

US$ 0,40/saca o volume travado em dólar é igual a: 3.3000.000 sacas x US$

0,40/saca = US$ 1.320.000,00.

Para a montagem do hedge cambial, como o contrato futuro de dólar

negociado na BM&F tem a unidade de negociação de US$ 50.000,00, o

exportador vende 27 contratos futuros, por exemplo, a R$ 2,10/US$ e então

fixa em reais o valor de: 27 x 2,10 x 50.000 = R$ 2.835.000,00.

Supondo que na data de liquidação da exportação o dólar esteja a R$

2,08/dólar, os valores recebidos na Bolsa e na exportação são:

Ajustes diários dólar = (2,10 - 2,08) x 27 x 50.000 = R$ 27.000,00

Exportação da soja = 3.3000.000 x 18,20 x 2,08 = R$ 124.924.800,00

A soma entre os ajustes diários do dólar e do recebimento da exportação

totaliza R$ 124.951.800,00, o que corresponde a um preço de venda de US$

18,20.

Supondo que a soja no mercado físico esteja US$ 18,00/saca no ato da

aquisição para a exportação, os valores dos ajustes diários em Bolsa e da

compra no mercado interno são:

Ajustes diários da soja = (-17,80 + 18,00) x 2,08 x 450 x 7.333 =

R$1.372.737,60.

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Compra da soja no mercado interno = 3.3000.000 x 18,00 x 2,08 =

R$123.552.000,00.

A soma algébrica dos ajustes diários da soja e da aquisição totaliza

R$122.179.262,40, sendo, então o preço de compra igual a US$ 17,80/saca.

Subtraindo-se os valores da venda e da compra da soja obtêm-se em

reais: R$ 2.772.537,60, ou seja, uma margem de US$ 0,40/saca.

Há uma pequena diferença entre os valores do hedge e o apurado,

devido arredondamentos na quantidade dos contratos futuros comprados de

soja e vendidos em dólar.

Percebe-se que o hedge de exportação de soja acompanhado do dólar

futuro proporciona ao exportador uma fixação do preço em reais.

3.7.2 Comparação entre mercado futuro e de opções

Comparação entre compra de contratos futuros de boi gordo e compra

de opções de venda, put.

Especificações do contrato futuro do boi gordo:

a) objeto de negociação: Boi gordo acabado para abate;

b) cotação: Reais por arroba líquida, com duas casas decimais;

c) variação mínima de apregoação: R$0,01, um centavo de real, por

arroba líquida;

d) oscilação máxima diária: O limite de oscilação será fixado pela

BM&F, através de Ofício Circular. A BM&F poderá, a qualquer

momento, alterar os limites de oscilação, bem como sua aplicação

aos diversos vencimentos;

e) unidade de negociação: 330 arrobas líquidas;

f) meses de vencimento: Todos os meses;

g) número de vencimentos em aberto: No mínimo quinze, conforme

autorização da Bolsa.

Um comprador de boi, em agosto, decidiu comprar contratos futuros de

boi gordo a R$63,00/@ para o vencimento outubro/07. No vencimento, se o boi

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gordo estiver cotado a R$66,00/@, o comprador receberá R$3,00/@

(R$66,00/@ – R$63,00/@) de ajustes diários e pagará R$66,00/@ pelos bois

no físico, retornando ao preço de compra fixado anteriormente na BM&F:

R$63,00/@ (R$66,00/@ – R$3,00/@). Porém, se os preços em outubro

estiverem desvalorizados, cotados a R$58,00/@, o comprador pagará

R$5,00/@ (R$63,00 – R$58,00/@) de ajustes na Bolsa e retornará ao mesmo

preço do exemplo anterior: R$63,00/@ (R$60,00/@ + R$5,00/@). O comprador

pode utilizar o mercado de opções para se beneficiar caso ocorra

desvalorização do mercado. Suponha que ele adquiriu uma opção de venda

(put) para o vencimento outubro/07 – mesmo vencimentos da compra no futuro

– pagando o prêmio de R$0,40/@ e preço de exercício de R$61,00/@.

Resultado

Em outubro, no vencimento do contrato, o comprador estará sujeito a

diferentes resultados. O vencimento outubro/07 pode ter se valorizado para

R$66,00/@. Nesse caso, a compra da opção de venda (put) não será exercida,

resultando na perda máxima de R$0,40/@ referente ao prêmio. Porém, a

operação de compra no mercado futuro a R$63,00/@ resultará em ganho de

R$3,00/@ (R$66,00@ – R$63,00/@) em ajustes diários. O comprador, mesmo

adquirindo os bois a R$66,00/@ no mercado físico, retornaria ao preço máximo

de compra de R$63,40/@: R$66,00/@ (físico) – R$3,00/@ (ajustes diários) +

R$0,40/@ (prêmio pago).

Se houver redução nos preços do boi gordo e o vencimento outubro/07

estiver cotado a R$58,00/@, o comprador arcará com R$5,00/@ (R$63,00/@ –

R$58,00/@) em ajustes diários, já que fixou seu preço de compra em

R$63,00/@ no mercado futuro. Porém, a compra da put a R$61,00/@

possibilitará exercício em função da desvalorização do mercado de boi gordo,

gerando ganho de R$3,00/@ que, descontado o prêmio de R$0,40 pago

anteriormente, geraria lucro de R$2,60/@, ou seja, R$61,00/@ (compra put) –

R$58,00/@ (físico) – R$0,40/@ (prêmio pago).

Observe que o preço máximo de compra foi fixado a R$63,40/@

independente de qualquer movimentação do mercado. Porém, o comprador

reduzirá seu preço de compra à medida que houver desvalorização nos preços

do boi gordo, pois exercerá a opção de venda (put) a R$61,00/@. O comprador

perderia R$5,00/@ em ajustes diários se tivesse apenas a operação de compra

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no futuro. Entretanto, a compra da put melhorou seu preço de compra em

R$2,60/@. Ele adquiriu os bois por R$58,00/@ do pecuarista no mercado físico

que, somados aos R$5,00/@ pagos de ajustes na Bolsa, projetariam o preço

de compra para R$63,00/@. No entanto, como ganhou R$2,60/@ no mercado

de opções, o comprador obtém o preço final de compra de R$60,40/@:

R$58,00/@ (físico) + R$5,00 (ajustes diários) – R$3,00/@ (compra put) +

R$0,40 (prêmio pago). Note que o preço máximo que será pago pelos bois é

R$63,40/@. Portanto, o comprador fixa um limite para a compra dos bois,

porém ele observa melhora em seu preço de compra à medida que o mercado

de boi gordo se desvaloriza.

De acordo com BM&F (2007d), o objetivo de lucro de toda atividade

produtiva pressupõe a canalização de esforços para obter a maior

produtividade dos fatores de produção, ao menor custo possível e o maior

preço de venda da mercadoria produzida, procura-se maximizar a receita

obtida na comercialização e minimizar o custo de produção.

O gerenciamento do risco de preço pode ser realizado mediante a

utilização dos contratos futuros e de opções da BM&F conforme o exposto à

cima.

Vale também mencionar que, em muitos casos, as estratégias

implementadas nos mercados futuros da Bolsa complementam a negociação

realizada no mercado de balcão entre os agentes do agronegócio.

As opções sobre contratos futuros de produtos agropecuários fornecem

alternativas mais baratas e de fácil implementação para a gestão de riscos

pelos agentes do agronegócio. A flexibilidade deste instrumento torna possível,

inclusive, a realização de transações que visam explorar alguma característica

do mercado, como, por exemplo, a volatilidade do preço de um determinado

produto.

3.8 A atual crise econômica mundial e o mercado de derivativos

Como já exposto o especulador é o agente que compra o risco que os

outros não querem ou não podem assumir no mercado.

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De acordo com Buainain (2008), toda vez que um agente fica livre do

risco inerente aos negócios na economia contemporânea, na outra ponta está

um especulador, que pode ganhar ou perder na transação. Nesse sentido, o

especulador é uma das figuras mais importantes da economia contemporânea.

Seu papel é absorver riscos e antecipar fluxos de renda para agentes que não

querem ou não podem esperar o futuro chegar. Quando um agricultor vende

hoje o seu produto para entregar em seis meses a um preço preestabelecido –

essencial para garantir o planejamento da safra e dar o mínimo de

tranqüilidade ao produtor, está transferindo os riscos de preço para um

especulador.

Tem-se lido muitas explicações sobre a crise financeira, a primeira mais

séria, a associa aos empréstimos para devedores duvidosos no setor

imobiliário americano e à falta de controle das operações no mercado

financeiro.

Uma versão nacionalista atribui a crise às operações de crédito em

cadernetas feitas pelo Sr. Biu, conhecido botequeiro do interior de

Pernambuco. Com a venda de cachaça em alta por causa da abertura de uma

obra do PAC nas redondezas, o Sr. Biu securitizou a caderneta e seu

banqueiro emitiu títulos que tiveram grande sucesso num mercado exuberante

e que absorvia qualquer título. Com a súbita paralisação da obra por falta de

licença ambiental e outras irregularidades, os clientes do boteco sumiram, o Sr.

Biu não teve como honrar os compromissos e acabou falindo, com

repercussões globais. A última versão, mais criativa e irrealista que a da

caderneta do Sr. Biu, explica que a crise só venceu as sólidas barreiras que o

Brasil tinha erguido contra problemas internacionais porque alguns empresários

gananciosos resolveram especular, entraram num tal mercado de derivativos,

perderam e internalizaram o problema que era dos outros.

A especulação é útil para capitalizar as empresas, valorizar seus ativos e

alavancar novos recursos para investimentos. Os agricultores são os maiores

especuladores deste país, beirando a loucura. Correm todos os riscos de uma

natureza cada vez mais imprevisível e inquieta com as agressões que vem

sofrendo, não têm a menor idéia, hoje, do preço a que venderão a safra no

futuro, compram insumos em alta quando os preços estão em queda, sofrem

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corte de crédito e insistem em produzir. Só a especulação explica. (Buainain,

2008)

Diante do exposto, constata-se que a atual crise econômica mundial

desencadeou-se nos mercados derivativos, a partir das letras hipotecárias

emitidas pelos bancos aos chamados sub-prime. Os mercados derivativos de

futuros e opções, objetos centrais de estudo dessa pesquisa, foram atingidos

por conseqüência, pois com a economia de todos os países em alta

instabilidade, houve o chamado efeito dominó. As bolsas de valores sentiram o

impacto através de fortes quedas sucessivas e por isso o dólar, que é o

termômetro dos mercados financeiros, disparou, trazendo alta de juros e de

preços de diversos tipos de produtos, entre eles as commodities.

No mercado de comercialização de bovinos e derivados, observa-se

uma disparada nos preços. Segundo Thadeu Filho (2008), os consumidores

brasileiros já estão pagando caro pela forte arrancada dos preços do dólar que,

nos últimos dois meses, subiu mais de 40%. Os principais frigoríficos do país

(Marfrig, JBS, Bertin, Minerva e Independência) estão restringindo a oferta de

carne bovina no mercado interno e destinando a maior parte da produção —

que é menor, por causa do período da entressafra — para o exterior, com

objetivo de ampliar os lucros. Com isso, os preços da carne nos

supermercados aumentaram, na média, 21% em outubro, com picos de

reajuste de até 54%, e quase todas as promoções com esses produtos foram

suspensas.

Ainda não é possível identificar a proporção da crise pela qual o mundo

está passando e nem as conseqüências futuras que ela trará. Segundo

economistas a melhor alternativa agora são as empresas estarem atentas às

mudanças do mercado e proteger-se mantendo reservas e controlando suas

despesas.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

De acordo com Marques, Mello e Martines Filho (2008), os integrantes

das cadeias do agronegócio enfrentam riscos de produção e de preços os

quais, além de causar instabilidade à própria atividade, também podem

provocar instabilidade em todos os demais membros da cadeia de produção do

qual participam. Os mercados futuros possibilitam a administração e redução

dos riscos de preços, permitindo melhor planejamento, diminuição dos custos

de transação e aumento na competitividade das cadeias.

Através da pesquisa de campo foram analisadas operações nos

mercados derivativos de futuro e opções. Observou-se que na verdade,

contratos futuros e opções são instrumentos complementares que permitem

moldar as estratégias de comercialização, assim como as de arbitragem de

preços entre mercados e de especulação. Tudo isso contribui para um

ambiente de negociação mais líquido, em que a qualquer momento os

participantes dispõem de derivativos para traçar, modificar ou recriar suas

estratégias.

De acordo com BM&F (2007b), as posições de hedge assumidas com

opções podem ser entendidas como operações de proteção que permitem

aproveitar as variações favoráveis dos preços, pois se negociam direitos de

compra ou de venda do ativo objeto do derivativo. Além disso, para essas

posições, margem e ajustes diários são substituídos por um único pagamento

inicial.

A empresa Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira Ltda, analisada

nessa pesquisa, assume uma posição de hedge no mercado futuro para

proteger-se das possíveis oscilações de preço da arroba do boi gordo em uma

determinada data futura. Analisando o mercado de opções como uma

alternativa de redução de riscos na atividade agropecuária, propõe-se o

seguinte plano de intervenção:

Analisar a viabilidade de utilizar o mercado de opções, juntamente com o

mercado futuro para criar escudo de proteção contra as variações negativas de

preços na negociação de bovinos, pois as opções apresentam algumas

características que lhe conferem maior flexibilidade com relação às operações

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a termo e futuro. Por meio de um único pagamento, uma das partes realiza o

hedge sem abrir mão dos movimentos que lhe favorecem. A outra parte da

operação recebe o pagamento como remuneração por sua exposição ao risco,

que pode chegar a ser ilimitado.

Apesar do prêmio pago na contratação da operação, há ainda a

possibilidade de participar da alta de preço no mercado físico, verificar

portanto, se na data de vencimento da opção é viável exercê-la ou não.

Para a obtenção de ótimos resultados no mercado de opções é

importante verificar se o valor pago como prêmio será menor do que o

possivelmente alcançado na venda da mercadoria no mercado físico, levando

em consideração a experiência de atuação já adquirida pelo proprietário da

empresa, visto que já atua a muitos anos no mercado futuro, além do

acompanhamento do mercado, principalmente agora com esta crise

desencadeada pela queda da bolsa nos EUA, o que afetou todas as bolsas no

mundo inclusive a BM&FBOVESPA S.A.

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CONCLUSÃO

De acordo com o trabalho realizado, concluímos que a agropecuária é

uma atividade produtiva que apresenta características econômicas que a

diferenciam dos setores industrial e comercial. Tais diferenças dizem respeito,

principalmente, à dependência de fatores climáticos, ao elevado tempo em que

algumas culturas e/ou criações permanecem no campo sem apresentar retorno

ao investimento realizado, à dificuldade da comercialização devido ao elevado

perecimento dos produtos, bem como a volatilidade e dúvida a respeito dos

preços que serão recebidos.

O mercado de derivativos é uma forma de propiciar certo seguro em

meio a tanto risco para o produtor rural, para a indústria agroprocessadora e

para todos aqueles que detêm o produto ou contratos sobre o mesmo,

possibilitando uma garantia quanto aos efeitos negativos de uma queda ou

elevação dos preços.

É de fundamental importância que a empresa e os agropecuaristas,

situem-se no contexto do mercado financeiro, investindo em mecanismos de

proteção de preço para seus produtos finais de comercialização, obtendo

resultados otimizados principalmente por tratar-se de empresa de grande porte.

A partir das referências teóricas utilizadas na pesquisa, observa-se que

uma forma de alcançar um ótimo desempenho financeiro na agropecuária é

investir no mercado de futuros e opções.

Os compradores e vendedores de contratos futuros têm a vantagem de

proteger-se contra as oscilações de preços do produto agropecuário, uma vez

que este mercado funciona como uma garantia de preços tanto para o produtor

rural – que figura como vendedor – quanto para a indústria agroprocessadora –

compradora – pois propicia a ambos o hedge contra eventuais quedas ou

elevações de preços. Esse mecanismo constitui uma forma eficaz de seguro de

preços, pois diminui as incertezas na época de comercialização da safra, bem

como se beneficiam com a fixação antecipada da remuneração da produção,

pois ao fixar antecipadamente o preço de seu produto, calculado a partir do

custo de produção, assegura a sua rentabilidade e lucros pretendidos.

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As opções, todavia, apresentam algumas características que lhe

conferem maior flexibilidade com relação às operações a termo e futuro. Por

meio de um único pagamento, uma das partes realiza o hedge sem abrir mão

dos movimentos que lhe favorecem. A outra parte da operação recebe esse

pagamento como remuneração por sua exposição ao risco, que pode chegar a

ser ilimitado.

A pesquisa realizada foi de extrema importância, pois tivemos a

oportunidade de conhecer a Bolsa de Mercadorias e Futuros bem como a

Bolsa de Valores de São Paulo, que agora já foi unificada como

BM&FBOVESPA S.A, presenciando seu funcionamento in loco. Podemos

observar a importância deste tipo de operação para o agronegócio e

conseqüentemente para um bom desempenho de uma empresa deste ramo,

bem como a contribuição que tem no desenvolvimento econômico do país, pois

conseguindo estabilidade em seus negócios a atividade agropecuária terá um

fortalecimento, proporcionando assim a geração de mais empregos, recursos e

oportunidades para toda a sociedade.

Diante do exposto concluímos que o objetivo da pesquisa, de entender o

funcionamento e a participação no Mercado futuro, a forma como uma empresa

pode participar desta alternativa de negociação, e que este mercado é uma

excelente oportunidade para um empresário do agronegócio obter melhores

resultados, foi alcançado.

Acreditamos que o tema abordado proporcionará a abertura de novos

horizontes de estudos e reflexões não somente neste assunto, mas também

em outros campos, contribuindo para as fundamentações e técnicas de

obtenção de melhores resultados, ou resultados menos oscilantes tornando

mais eficiente à busca por retornos financeiros.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Apresentação dos objetivos relacionados aos estudos de caso.

Descrevendo os métodos e técnicas utilizadas na pesquisa, caracterizando

os aspectos principais do mercado futuro e de opções voltados para

proteção de preço.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO

ESTUDADO

a) Descrição dos mercados futuros e de opções, com ênfase na

proteção de preço.

b) Depoimentos do gerente de atendimento da agência local do Banco

Santander S/A e do sócio-administrador da empresa Mercantil Industrial

e Exportadora Junqueira LTDA.

3 DISCUSSÃO

Confronto entre teoria e prática utilizada na empresa Mercantil Industrial

e Exportadora Junqueira Ltda.

4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE

MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS

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APÊNDICE B - Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:..............................................................................................................

Localização:..........................................................................................................

Cidade:............................................................Estado:..........................................

Atividade Econômica:............................................................................................

Porte:.....................................................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da empresa

2 Importância do planejamento no mercado futuro

3 Descrição do mercado futuro

4 Conceito de mercado futuro e de opções

5 Descrição das fontes de mercado futuro de opções voltadas para

agropecuária

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APÊNDICE C - Roteiro de entrevista para o proprietário da empresa Mercantil

Industrial e Exportadora Junqueira Ltda.

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo de empresa:...............................................................................................

Cargo/Função:.......................................................................................................

Escolaridade:.........................................................................................................

Especialidade:........................................................................................................

Experiências profissionais anteriores:...................................................................

Experiências profissionais atuais:..........................................................................

Residência:Cidade:................................................Estado:....................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual a importância do investimento em mercado futuro e de opções para

a empresa Mercantil Industrial e Exportadora Junqueira LTDA,?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 De que forma a empresa escolhe qual o melhor momento de efetuar

compra de contratos futuros na BM&F?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.1 De que forma a empresa escolhe qual o melhor momento de efetuar

venda de contratos futuros na BM&F?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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3 Garantir o preço do boi gordo em uma data futura é garantir também

estabilidade financeira futura?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Em qual posição a empresa atua na BM&F, e qual a corretora utilizada?

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4.1 Qual a corretora utilizada pela empresa para negociação de contratos na

BM&F?

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_______________________________________________________________

5 Até que ponto as operações de mercado futuro e de opções influenciam

na hora da sua tomada de decisão em uma venda e/ou compra de contrato

futuros?

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Qual a ferramenta a empresa utiliza para saber a tendência dos preços

em data futura?

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7 Qual a melhor forma de decisão?

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APÊNDICE D - Roteiro de entrevista para pessoas que possuem conhecimento

de mercados futuros e de opções

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo de empresa:.............................................................................................

Cargo/Função:......................................................................................................

Escolaridade:........................................................................................................

Especialidade:.......................................................................................................

Experiências profissionais anteriores:...................................................................

Experiências profissionais atuais:..........................................................................

Residência:Cidade:................................................Estado:....................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Em sua opinião, garantir os preços da produção em uma data futura é

garantir também estabilidade financeira ao agropecuarista?

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_______________________________________________________________

2 Você acha que negociar contratos futuros e de opções na posição de especulador é um bom investimento para rentabilizar capital? _______________________________________________________________

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_______________________________________________________________

3 Para você a unificação da BM&F com a Bovespa, fará com que a pratica

de negociar contratos nos mercados derivativos, se torne mais popular, de

modo que possa chegar aos pequenos e médios produtores?

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_______________________________________________________________

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4 Em sua opinião uma pessoa que quer obter lucro, deve optar pelo

mercado futuro ou mercado de opções?

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5 O que você entende por mercado futuro?

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6 O que você entende por mercado de opções?

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7 Você arriscaria fazer uma operação em um dos mercados citados

anteriormente?

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8 Se não, justifique sua resposta.

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9 Você conhece alguém que opera com a BM&F?

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10 Você acha que as vantagens em relação ao mercado físico, compensam

o risco da operação?

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ANEXOS

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ANEXO A – FOTOS DIVERSAS

Foto 1: Grupo com o orientador Ms. Ricardo Yoshio Horita na BM&F.

Foto 2: Fachada do prédio da BM&F

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Foto 3: Pits de negociação da BM&F - 13/06/2008

Foto 4: BM&F - 13/06/2008

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Foto 5: Fachada do prédio BM&FBovespa – São Paulo, 13/06/2008

Foto 6: Grupo no interior do prédio da BM&F – São Paulo, 13/06/2008

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ANEXO B – QUADRO RESUMO

DESTAQUES: Volume Negociado a) O mercado agropecuário negociou 308.863 contratos futuros e de opções no mês de setembro, representando um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo mês de 2007. b) O volume negociado de contratos de opções atingiu 27.829 em setembro, um incremento de 88,9% quando comparado a agosto de 2008. O mercado de opções de boi gordo negociou no mês 23.857 contratos, mais do triplo em relação a agosto.

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ANEXO C – QUADRO RESUMO

DESTAQUES: Volume Financeiro a) O volume financeiro no mercado agropecuário totalizou US$4,22 bilhões em setembro, representando um aumento de 46,7% em relação ao mesmo mês de 2007. O volume financeiro de contratos futuros e de opções de boi gordo duplicou em relação ao mesmo período no ano anterior, atingindo US$2,52 bilhões. b) O mercado de opções dos ativos agropecuários apresentou um total de US$7,7 milhões neste mês, um incremento de 1,4% em relação a setembro de 2007.

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ANEXO D – QUADRO RESUMO

DESTAQUES: Média Diária a) A média diária de contratos negociados em setembro de 2008 foi de 14.039, uma variação positiva de 6,1% em relação ao mesmo mês no ano passado. b) No mês, a média diária de volume financeiro de futuros e de opções foi de US$192,0 milhões, com destaque para o mercado de boi gordo, com um volume diário de US$114,5 milhões.

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ANEXO E - ESPECIFICAÇÕES DO CONTRATO FUTURO DE BOI GORDO DENOMINADO EM REAIS

1. Objeto de negociação Boi gordo acabado para abate. Tipo: bovinos machos, castrados, bem acabados (carcaça convexa), em pasto ou confinamento. Peso: vivo individual entre o mínimo de 450 quilos e o máximo de 550 quilos, verificado na balança do local de entrega. Idade máxima: 42 meses. 2. Cotação Reais por arroba líquida, com duas casas decimais. 3. Variação mínima de apregoação R$0,01 (um centavo de real) por arroba líquida. 4. Oscilação máxima diária O limite de oscilação será fixado pela BM&F, através de Ofício Circular. A BM&F poderá, a qualquer momento, alterar os limites de oscilação, bem como sua aplicação aos diversos vencimentos. 5. Unidade de negociação 330 arrobas líquidas. 6. Meses de vencimento Todos os meses. 7. Número de vencimentos em aberto No mínimo quinze, conforme autorização da Bolsa. 8. Data de vencimento e último dia de negociação Último dia útil do mês de vencimento. 9. Dia útil Considera-se dia útil, para efeito deste contrato, o dia em que há pregão na BM&F. Entretanto, para efeito de liquidação financeira, a que se referem os itens 10, 11, 12.1, 12.2(d) e 16.1, considerar-se-á dia útil o dia que, além de haver pregão na BM&F, não for feriado bancário na praça de Nova Iorque, EUA. 10. Day trade São admitidas operações day trade (compra e venda, no mesmo dia, da mesma quantidade de contratos para o mesmo vencimento), que se liquidarão automaticamente, desde que realizadas em nome do mesmo cliente, por intermédio da mesma Corretora de Mercadorias e sob a responsabilidade do mesmo Membro de Compensação, ou realizadas pelo mesmo Operador Especial, sob a responsabilidade do mesmo Membro de Compensação. A liquidação financeira dessas operações se fará no dia útil subseqüente, sendo

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os valores apurados de acordo com o item 11(a), observado, no que couber, o disposto no item 17. 11. Ajuste diário As posições em aberto ao final de cada pregão serão ajustadas com base no preço de ajuste do dia, estabelecido no call de fechamento, conforme regras da Bolsa, com liquidação financeira no dia útil subseqüente, observado, no que couber, o disposto nos itens 12 e 17. O ajuste diário será calculado de acordo com as seguintes fórmulas: a) ajuste das operações realizadas no dia AD = (PAt - PO) x 330 x n (1) b) ajuste das posições em aberto no dia anterior AD = (PAt – Pat-1) x 330 x n (2) Onde: AD = valor do ajuste diário; PAt = preço de ajuste do dia; PO = preço da operação; n = número de contratos; PAt–1 = preço de ajuste do dia anterior. O valor do ajuste diário, se positivo, será creditado ao comprador e debitado ao vendedor. Caso o valor seja negativo, será debitado ao comprador e creditado ao vendedor. O ajuste diário das posições em aberto será realizado até a data de vencimento. 12. Liquidação no vencimento As posições que não forem encerradas em pregão até o último dia de negociação mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda) inversa, poderão ser liquidadas no vencimento, alternativamente, de duas formas: liquidação por índice de preços ou liquidação por entrega. Os clientes residentes poderão optar tanto pela liquidação por índice de preços quanto pela liquidação por entrega. Os clientes não-residentes não poderão optar pela liquidação por entrega. 12.1. Liquidação por índice de preços As posições em aberto, após o encerramento do pregão do último dia de negociação, que não atenderem às condições necessárias à liquidação por entrega, descritas no item 12.2, serão liquidadas pela BM&F na data de vencimento, mediante o registro de operação de natureza (compra ou venda) inversa à da posição, na mesma quantidade de contratos, pelo preço calculado de acordo com a seguinte fórmula:

(3)

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Onde: POi = preço da operação relativa à liquidação por índice de preços, expresso em reais por arroba líquida; IBGt = Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo ESALQ/BM&F, relativo ao último dia de negociação, expresso em reais por arroba líquida, apurado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e divulgado pela Bolsa em seu Boletim Diário; d–4 = quarto dia útil anterior à data de vencimento do contrato; d = data de vencimento do contrato. Os valores relativos à liquidação da posição por índice de preços serão liquidados financeiramente no dia útil subseqüente ao último dia de negociação, observado, no que couber, o disposto no item 17. 12.2. Liquidação por entrega a) Aviso de Intenção de Liquidação por Entrega A liquidação das posições mediante o procedimento de entrega só poderá ser realizada caso o vendedor queira realizar a entrega e caso haja compradores interessados por seu recebimento. O cliente-vendedor que optar pela liquidação por entrega deverá, por intermédio de sua Corretora de Mercadorias, apresentar o Aviso de Intenção de Liquidação por Entrega (AILE) à BM&F no período compreendido entre o quinto dia útil anterior à data de vencimento, inclusive, e o dia útil anterior à data de vencimento, inclusive. O AILE poderá, nesse período, ser apresentado das 8:30 às 18:00, devendo ser protocolado pela Diretoria de Liquidação e Custódia (DLC). Os AILEs que forem apresentados até as 9:00 serão divulgados ao mercado no mesmo dia, durante o pregão; os que forem apresentados após as 9:00 serão divulgados no dia útil subseqüente. Os AILES ficarão disponíveis na sala de negociações até a data de vencimento. Os clientes-compradores interessados por seu recebimento deverão comunicar essa intenção à BM&F no mesmo dia. Terão prioridade no recebimento os compradores com posições mais antigas, ou seja, que tiverem sido abertas há mais tempo. Não havendo nenhum cliente-comprador interessado pelo recebimento dos bois, a(s) posição(ões) será(ão) liquidada(s) pelo índice de preços, conforme o item 12.1. No caso de um cliente-vendedor apresentar o AILE após as 9:00 e decidir, mediante operação de compra em pregão, encerrar sua posição de venda ou reduzi-la a um número de contratos inferior ao constante do AILE, este deverá comunicar tal fato, até as 18:00 do dia da operação, à BM&F, que cancelará o AILE. Havendo vendedores interessados pela entrega e compradores interessados pelo recebimento, confirmados pela BM&F, estes acertarão entre si a data de pesagem, que deverá ser realizada em qualquer dia do período compreendido entre o segundo, inclusive, e o oitavo, inclusive, dias úteis posteriores à data de vencimento. A Corretora de Mercadorias do cliente-vendedor deverá comunicar esse acerto à BM&F, mediante apresentação do Aviso de Entrega até as 18:00 do sexto dia útil posterior à data de vencimento. Caso a BM&F não receba o

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Aviso de Entrega no prazo estabelecido, esta determinará compulsoriamente a data de pesagem. O cliente-vendedor deverá anexar ao Aviso de Entrega a seguinte documentação, para efeito de faturamento: – declaração de propriedade da mercadoria e de que está livre de ônus de qualquer natureza, de emissão do cliente-vendedor; – declaração de estabelecimento da data de pesagem, emitida em conjunto com o cliente-comprador. É facultado aos clientes-vendedores e compradores indicar terceiros para entrega e recebimento dos bois, mas somente por ocasião da apresentação do Aviso de Entrega. Nesse caso, os terceiros indicados deverão igualmente fornecer as informações para faturamento e assumirão todas as obrigações e exigências deste contrato, até sua liquidação final. Adicionalmente, o comprador e o vendedor originais assumirão total responsabilidade pelas obrigações dos terceiros por eles indicados, até a liquidação final do contrato. b) Ponto de entrega Curral localizado no município de Araçatuba (SP), credenciado pela BM&F. c) Procedimentos de entrega A entrega dos animais deverá ser realizada, no curral determinado pela BM&F, das 7:00 às 22:00 do dia anterior à data de pesagem, quando o recinto será fechado, para reabertura no dia seguinte. A movimentação física dos animais, do local de origem do cliente-vendedor, dentro do Estado de São Paulo, ao curral credenciado pela BM&F em Araçatuba, SP, estará amparada por Regime Especial de ICMS, concedido pela Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo. A pesagem e a classificação dos animais serão efetuadas pela BM&F no dia posterior à entrada dos animais no curral, dentro do horário estabelecido pela Bolsa, podendo os clientes-comprador e vendedor fiscalizar esses atos. Haverá reidratação dos animais, desde o momento da chegada ao curral até o momento da pesagem. Não será oferecida ração aos animais no curral credenciado. A ordem de pesagem obedecerá à ordem de chegada de cada caminhão ao curral. Poderá haver a pesagem dos animais no mesmo dia em que derem entrada no curral, caso os clientes-comprador e vendedor estejam de acordo, devendo as duas partes assinar tal acordo em impresso apropriado e comunicar essa decisão às respectivas Corretoras e estas, à BM&F. Para a formação do lote de 330 arrobas líquidas, deverão ser observados os seguintes critérios: i. Os animais deverão ser pesados individualmente; ii. O peso bruto de cada animal deverá estar em estrita observância ao disposto no item 1; iii. Considerar-se-á peso líquido de cada animal 54% (rendimento líquido) de seu respectivo peso bruto; iv. O peso líquido do lote, apurado com duas casas decimais, será o somatório dos pesos líquidos dos animais; v. O peso obtido no item iv acima deverá ser igual a 330 arrobas, com tolerância, para mais ou para menos, de 5%.

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No ato da entrega, o cliente-vendedor deverá comprovar o bom estado dos animais, por meio de atestado sanitário exigido por lei. Concluída a pesagem, os animais deverão ser retirados do curral, não havendo nenhuma responsabilidade do curral, nem da BM&F, sobre os animais. Caso o cliente-comprador não esteja presente para a retirada dos animais, estes serão pesados e arbitrados, permanecendo no curral. Durante o período em que os animais estiverem sob a responsabilidade do curral, terão a cobertura de apólice de seguro. A responsabilidade pelo transporte dos bois ao curral de entrega, bem como pelos custos e despesas correspondentes, inclusive aqueles relativos ao seguro, caberá ao cliente-vendedor. Após a pesagem, constatada sua conformidade, todas as despesas e a responsabilidade pela retirada dos animais caberão ao cliente-comprador. O não cumprimento de qualquer das obrigações previstas nos procedimentos descritos acarretará multa à parte faltosa, a ser fixada pela BM&F. d) Liquidação financeira da entrega A liquidação financeira, relativa à entrega e ao recebimento dos bois-objeto de negociação, será realizada pelo cliente-comprador no dia útil anterior ao de pesagem dos animais, observado, no que couber, o disposto no item 17. O valor de liquidação por contrato será calculado de acordo com a seguinte fórmula:

(4) Onde: VL = valor de liquidação por contrato; IBGt , d–4 e d = variáveis definidas no item 12.1. No dia de pesagem, será feito um ajuste no valor de liquidação, com base no peso efetivo apurado no curral de entrega, que será creditado ou debitado no dia útil seguinte, mais o ICMS, se devido, menos a Contribuição de Seguridade Social. A BM&F somente pagará à Corretora de Mercadorias, e esta ao cliente-vendedor, um dia útil depois de o cliente-comprador comprovar o recebimento dos bois, mediante documento próprio, disponibilizado pela BM&F. Caso o cliente-comprador não esteja presente no dia de pesagem para comprovar o recebimento, o representante da BM&F no curral de entrega assinará o documento à revelia do mesmo, não cabendo, nesse caso, nenhum recurso. e) Arbitramento Todas as entregas serão arbitradas por árbitros escolhidos pela BM&F, que acompanharão o processo de entrega. A arbitragem assim realizada será final, não cabendo nenhum recurso contra ela. 13. Hedgers Pecuaristas, frigoríficos, indústrias processadoras e comerciantes de carne.

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14. Margem de garantia Valor por contrato, com redução de 20% para hedgers, alterável a qualquer momento, a critério da Bolsa. A margem será devida no dia útil subseqüente ao de abertura da posição. No caso de clientes não-residentes, se o dia útil subseqüente for feriado bancário em Nova Iorque, a margem será devida no primeiro dia, após o de abertura da posição, em que não for feriado bancário naquela praça. No caso de clientes não-residentes, quando o atendimento da exigência de margem for feito em dinheiro, deverá ser observado, no que couber, o disposto no item 17. 15. Ativos aceitos como margem Dinheiro, títulos públicos federais, ouro, cotas do Fundo dos Intermediários Financeiros (FIF) e, mediante autorização prévia da Bolsa, títulos privados, cartas de fiança, ações e cotas de fundos fechados de investimento em ações. Para não-residentes, dólares dos Estados Unidos e, mediante autorização prévia da BM&F, títulos do governo dos Estados Unidos (T-Bonds, T-Notes e T-Bills). 16. Custos operacionais • Taxa operacional básica Operação normal: 0,30%; day trade: 0,07%. A taxa operacional básica, sujeita a valor mínimo estabelecido pela Bolsa, será calculada sobre o preço de ajuste do dia anterior do segundo vencimento em aberto. • Taxa de liquidação por entrega 0,45% sobre o valor de liquidação financeira no vencimento. • Taxas da Bolsa (emolumentos e fundos) 6,32% da taxa operacional básica. • Taxa de registro Valor fixo divulgado pela BM&F. • Taxa de arbitramento Valor estabelecido pela BM&F e devido pelo comprador. Os Sócios Efetivos pagarão no máximo 75% da taxa operacional básica e da taxa de liquidação por entrega e 75% das taxas de registro e da Bolsa. 16.1. Data de pagamento a) As taxas operacional básica, da Bolsa e de registro serão devidas no dia útil seguinte ao da operação, observado, no que couber, o disposto no item 17. b) A taxa de liquidação por entrega será devida na data de liquidação financeira no vencimento, observado, no que couber, o disposto no item 17. c) A taxa de arbitramento será devida no dia útil seguinte ao de sua realização. 17. Forma de pagamento e recebimento dos valores relativos à liquidação financeira

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A liquidação financeira das operações day trade, de ajustes diários, das liquidações financeiras relativas à liquidação por índice de preços e à liquidação por entrega, de depósitos de margem em dinheiro e dos custos operacionais será realizada observando-se o seguinte: i. Para os clientes não-residentes: em dólares dos Estados Unidos da América, na praça de Nova Iorque, EUA, por meio do Banco Liquidante das operações da BM&F no Exterior, por ela indicado. A conversão dos valores respectivos de liquidação financeira, quando for o caso, se fará pela Taxa de Câmbio Referencial BM&F, descrita no Anexo I deste contrato e relativa a uma data específica, conforme a natureza do valor a ser liquidado, a saber: a) na liquidação de operações day trade: a Taxa de Câmbio Referencial BM&F do dia da operação; b) na liquidação de ajuste diário: a Taxa de Câmbio Referencial BM&F do dia a que o ajuste se refere; c) na liquidação financeira relativa à liquidação por índice de preços: a Taxa de Câmbio Referencial BM&F do último dia de negociação; d) na liquidação dos custos operacionais: a Taxa de Câmbio Referencial BM&F do dia da operação. ii. Para os clientes residentes: em reais, de acordo com os procedimentos normais dos demais contratos da BM&F não autorizados à negociação pelos investidores estrangeiros, observado o disposto no item 9. 18. Normas complementares Fazem parte integrante deste contrato o Anexo I e, no que couber, a legislação em vigor, as normas e os procedimentos da BM&F, definidos em seus Estatutos Sociais, Regulamento de Operações e Ofícios Circulares, bem como normas específicas das autoridades governamentais que possam afetar os termos do mesmo.