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UNIJUÍ- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Departamento de Ciências Sociais TEORIA DO ESTADO COMTENPORÂNEO Professor: Dr. Dejalma Cremonese Acadêmica: Rosangela Vargas Rodrigues ABSTENÇÃO ELEITORAL Ijuí 2008

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Page 1: UNIJUÍ- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Departamento de Ciências Sociais TEORIA DO ESTADO COMTENPORÂNEO Professor: Dr

UNIJUÍ- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Departamento de Ciências Sociais

TEORIA DO ESTADO COMTENPORÂNEO

Professor: Dr. Dejalma Cremonese

Acadêmica: Rosangela Vargas Rodrigues

ABSTENÇÃO ELEITORAL

Ijuí

2008

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ABSTENÇÃO

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• Do latim abstinere, abster, suprimir, privar-se de, evitar.

• A expressão usada no direito privado,

• Como renúncia ou não-exercício de um direito ou obrigação, a uma herança.

• Passa para a linguagem política,

• A renúncia ao exercício de direitos políticos; o fato de um eleitor não ir às urnas.

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• Alain Lancelot : os abstencionistas exercem papéis sociais subordinados, indivíduos mal integrados, correndo-se o risco das eleições se transformarem num debate entre privilegiados.

• O abstencionismo a não participação no sufrágio ou em atividades políticas, equivalendo à apatia ou indiferença.

 • A abstenção eleitoral atitude política

defendida pelos anarquistas e condenada por grande parte dos democratas e pessoas que apóiam o voto obrigatório.

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Abstenção eleitoral:aspectos relevantes

• A crise de representatividade que expressa os altos índices de abstenção eleitoral nas democracias ocidentais:

1. Europa2. Estados Unidos – nos quais historicamente pelo menos

metade da população se abstém.

3. Brasil: é ilustrativo a debilidade do sistema partidário e da crise de representação política.

• A atual Constituição brasileira manteve a tradição do voto obrigatório iniciada com o Código Eleitoral de 1932.

• perspectiva histórica: debilidade e falta de legitimidade dos partidos, acompanham nossa história política.

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Debates sobre o voto facultativo e voto obrigatório

Argumentos favoráveis ao voto obrigatório:

• o voto é um poder-dever;

• a maioria dos eleitores participa do processo eleitoral; • o exercício do voto é fator de educação política do eleitor;

• o atual estágio da democracia brasileira ainda não permite a adoção do voto facultativo;

• a tradição brasileira e latino-americana é pelo voto obrigatório;

• a obrigatoriedade do voto não constitui ônus para o País;

• o constrangimento ao eleitor é mínimo, comparado aos benefícios que oferece ao processo político-eleitoral.

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Argumentos favoráveis ao voto facultativo:• o voto é um direito e não um dever;

• o voto facultativo é adotado por todos os países desenvolvidos e de tradição democrática;

• o voto facultativo melhora a qualidade do pleito eleitoral;• pela participação de eleitores conscientes e motivados;

• a participação eleitoral da maioria em virtude do voto obrigatório é um mito;

• é ilusão acreditar que o voto obrigatório possa gerar cidadãos politicamente evoluídos;

• o atual estágio político brasileiro não é propício ao voto facultativo;

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PAÍSES QUE ADOTAM O VOTO FACULTATIVO

AMÉRICA DO SUL

• Suriname

• Guiana (membro da Comunidade Britânica)

• Colômbia

• Paraguai

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PAÍSES QUE ADOTAM O VOTO OBRIGATÓRIO:

AMÉRICA DO SUL • Brasil • Venezuela • Equador • Peru • Bolívia • Chile • Argentina • Uruguai

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• Democracia no Brasil enfrenta um paradoxo: as instituições democráticas são objeto de ampla e continuada desconfiança dos cidadãos brasileiros.

• pesquisas de opinião mostram: apesar do apoio ao regime democrático cerca de 2/3 dos brasileiros não confiam nos políticos, nos parlamentos, nos partidos, nos executivos e em serviços de saúde, educação, segurança e justiça.

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• A crise na democracia no Brasil: deteriorização das condições de vida da população (baseado nos Índices de Desenvolvimento Humano)

• Vitullo diz que “aceleram os processos de desinteresse e apatia política”, refletido na fragmentação e volatilidade das opções eleitorais;

• tem suas origens nas “regras instrumentais que ordenam as conformações da representação política - como é o caso do sistema de listas abertas - (...) que estimulam o crescimento do absenteísmo” (Vitullo, 2000 )

Crise da democracia contribuição ao abstencionismo

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• índices mostram: que nas regiões menos desenvolvida (Norte e Nordeste) os índices de alienação eleitoral são maiores;

• havendo, portanto, uma relação entre as condições de vida e alienação eleitoral.

• Levantamento constata que, em torno de 45% dos analfabetos, sequer estavam inscritos para as eleições de l998.

• Os altos índices de alienação eleitoral, põe em xeque a legitimidade das instituições e significa, o “esvaziamento do regime democrático”.

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Alguns modelos de explicação do comportamento eleitoral :

• As estimativas da eficiência do voto está atribuída responsabilidade pela variação nas taxas de alienação eleitoral:

• o sentimento de impotência diante do mundo e a crença de que o voto não irá alterar coisa alguma o destino que os aguarda, tenderia a elevar a taxa de absenteísmo dessa população.

• Quanto maior a incerteza de que o desdobramento do processo político se fará de acordo com os resultados eleitorais, tanto mais negativo será o peso da dimensão ‘retorno esperado do voto’ e, pois, tanto maior o incentivo à alienação.

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• os estudos a respeito do comportamento eleitoral, podem ser classificados, segundo em três grandes grupos: os de orientação sociológica, psicossociológica e o institucionalista.

• Na orientação sociológica “ a suposição básica é a de que fatores sócio –econômicos globais e estruturais influem no comportamento eleitoral”;

• psicossociológicos “introduz na análise as percepções, atitudes, opiniões, crenças e expectativas como fatores importantes para explicar o comportamento eleitoral” ;

• a perspectiva institucionalista “cuja proposta central é a de que as instituições políticas, especialmente o sistema partidário e eleitoral, o formato do Estado, enfim, os fatores político-institucional afetam de forma decisiva o comportamento eleitoral”.

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• Observados os dados relativos a Europa, a maioria dos países da América do Sul e do Brasil em particular, em que pesem diferenças substanciais, há um fator comum, que é:

• os fatores político-institucional, a conformação institucional do sistema político;

• debilidade dos sistemas partidário; • descrença nos partidos (e nas instituições

democráticas),• conseqüência uma crise de representação

política.

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• fatores de natureza ecológica e social condicionam o comportamento eleitoral no Brasil,

• dificultando o processo decisório do eleitor e levando-o a optar por não comparecer às urnas ou votar em branco ou anular o voto.

Esta conclusão se explicita através das seguintes proposições: 

• O acesso às urnas, que não está distribuído de forma homogênea pelas diversas unidades da Federação. 

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• O absenteísmo eleitoral é determinado por fatores de natureza ecológica extensão do território e pelo grau de urbanização. 

• Quanto maior a extensão do estado, maior a taxa de abstenção eleitoral. 

• Quanto maior a população urbana residente, menor o absenteísmo eleitoral. 

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• O comportamento eleitoral é também afetado pelo grau de escolarização da população.

• Quanto maior o analfabetismo, maior a taxa de abstenção eleitoral. 

• Quanto maior o analfabetismo, maior a taxa de votos brancos e nulos. 

• significado político do processo eleitoral, qualificação remete para custos, de origem física e social, a que está submetido o eleitor brasileiro. 

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l945-2002 e taxas de Alienação EleitoralFazendo uma comparação: Eleições Presidenciais

:

Ano eleitoral Abstenções Brancos Nulos Alienação

1945 1.446.201(18,48%) 70.328 (l,l8%) 65.614 (1,09%) 21,76%

1950 3.200.160(27,94%) 211.433(2,56%) 145.473 ( 1,76%) 32,26%,

1955 6.146.232(40,32%) 161.852(1,78%)310.185(3,41%)

45,51%

1960 3.001.978(19,31%) 423.346(3,38%) 473.727(3,78%) 26,47%

1989 9.778.818(11,67%) 1.176.256(1,63%) 3.478.815(4,83) 18,13%

1989 11.806.032(14,09%) 986.312(1,40%) 3.107.691(4,42) 19,81%

1994 16.822.410(17,76%) 7.191.856(8,03%) 7.443.144(10,6%) 36,46%

1998 22.777.177(21,48%) 6.688.239(8,03%) 8.886.131(10,67%) 40,18%

2002 20.418.668(17,73%) 2.872.953(3,03) 6.975.390(7,36%) 28,12%

2002 23.515.591(20,45%) 1.727.011(1,88%) 3.771.358(4,12%) 26,45%

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Sobre o Indicador: • calculado como o percentual sobre o número

de eleitores aptos a votar.

• a abstenção eleitoral nos primeiros e segundos turnos das eleições de 1994, 1998, 2002 e 2004.

• Também é apresentada a abstenção eleitoral no primeiro turno das eleições de 1996 e 2000.

Para Comparação:

• De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral: • abstenção eleitoral no 1º turno das eleições de

2004, no Brasil, foi de 14,19%. • no Rio Grande do Sul, este valor foi de 10,97%.

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• Percentual de abstenção eleitoral em relação ao total de eleitores Fonte: Tribunal Regional Eleitoral.

Fonte: Tribunal Regional Eleitoral.

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Para Pensar:• O cidadão pode exercer o seu direito ao

voto a partir dos 16 anos de idade.• Estimular os jovens a votar e a participar

da vida política da comunidade é um desafio para os governos municipais e estadual.

• O ato de votar é apenas uma das formas de participação na vida política da comunidade.

• Outras formas importantes de envolvimento são:

• o trabalho voluntário e participação em campanhas institucionais promovidas pelos governos municipais e estadual.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Alain Lancelot e Jean Meynaud, L’Abstentionnisme Électoral en France Paris, Librairie Armand Colin, 1968. · F. Subileau e M.-F.Toinet, Les Chemins de l’Abstention. Une Comparaison Franco-Américaine, Paris, Éditions La Découverte, 1993.

• Maltez, José Adelino ( http://maltez.info). • Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio Grande do Sul• www.scp.rs.gov.br/principal.asp?

conteudo=indicadores&act=view&cod_menu=162&cod_indicador=53...

• www.treto.gov.br/.../ele2006/resultado/2turno/comparecimento_abastencao_brancos_nulos_zona_eleitoral.pdf

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Abstenção• www.pnud.org.br/administracao/entrevistas/index.php?

id01=2273&lay=apu • www.senado.gov.br/conleg/textos_discussao/texto6%20-%20voto

%20facultativo.pdf