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Guia do profissional em treinamento – ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA 9 Unidades avulsas de beneficiamento de resíduo de construção Há alternativas de unidades para manejo de frações do resíduo de construção, que podem ser implantadas nas ATTs, nos aterros e nas recicladoras. Uma delas é a unidade de reciclagem de reciclagem de reciclagem de reciclagem de madeira madeira madeira madeira, baseada na triagem, beneficiamento e expedição de produtos de madeira de reuso ou reciclada. Outra é a recuperadora de solo recuperadora de solo recuperadora de solo recuperadora de solo, para triagem e armazenamento de subtipos de solo em separado. Esta unidade pode ser dotada de uma separadora de solo, para separar este material de outros, como madeira, pneus, podas... Figura 35 - Foto de recuperadora de solo, mostrando a alimentação e o transportador de correia (fonte: I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/ SP). Há também a unidade de processamento de podas processamento de podas processamento de podas processamento de podas, com encaminhamento das peças grandes para a reciclagem de madeira e compostagem das folhas. Algumas ATTs contam com desmontadoras de volumosos desmontadoras de volumosos desmontadoras de volumosos desmontadoras de volumosos, onde se recuperam metal, madeira, plástico e outros materiais dos resíduos volumosos (móveis, equipamentos domésticos, grandes embalagens etc. 17 ). Há ainda unidades de produção de artefatos de concret unidades de produção de artefatos de concret unidades de produção de artefatos de concret unidades de produção de artefatos de concreto com agregado reciclado, como blocos de vedação, pisos, meios-fios e outros componentes. A decisão de implantar essas unidades depende das diretrizes do órgão de limpeza pública, de suas articulações com serviços de obras (para uso com produtos obtidos), da quantidade de resíduos e de recursos disponíveis, além da realidade local de produção e consumo de materiais com os quais os produtos recuperados ou reciclados terão que competir. Este guia Este guia Este guia Este guia contém, mais adiante, contém, mais adiante, contém, mais adiante, contém, mais adiante, um um um um item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas. construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas. construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas. construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 9

Unidades avulsas de beneficiamento de resíduo de construção

Há alternativas de unidades para manejo de frações do resíduo de construção, que podem ser

implantadas nas ATTs, nos aterros e nas recicladoras. Uma delas é a unidade de reciclagem de reciclagem de reciclagem de reciclagem de

madeiramadeiramadeiramadeira, baseada na triagem, beneficiamento e expedição de produtos de madeira de reuso ou

reciclada. Outra é a recuperadora de solorecuperadora de solorecuperadora de solorecuperadora de solo, para triagem e armazenamento de subtipos de solo

em separado. Esta unidade pode ser dotada de uma separadora de solo, para separar este

material de outros, como madeira, pneus, podas...

Figura 35 - Foto de recuperadora de solo, mostrando a alimentação e o

transportador de correia (fonte: I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/

SP).

Há também a unidade de processamento de podasprocessamento de podasprocessamento de podasprocessamento de podas, com encaminhamento das peças grandes

para a reciclagem de madeira e compostagem das folhas.

Algumas ATTs contam com desmontadoras de volumososdesmontadoras de volumososdesmontadoras de volumososdesmontadoras de volumosos, onde se recuperam metal, madeira,

plástico e outros materiais dos resíduos volumosos (móveis, equipamentos domésticos,

grandes embalagens etc. 17).

Há ainda unidades de produção de artefatos de concretunidades de produção de artefatos de concretunidades de produção de artefatos de concretunidades de produção de artefatos de concretoooo com agregado reciclado, como blocos

de vedação, pisos, meios-fios e outros componentes.

A decisão de implantar essas unidades depende das diretrizes do órgão de limpeza pública, de

suas articulações com serviços de obras (para uso com produtos obtidos), da quantidade de

resíduos e de recursos disponíveis, além da realidade local de produção e consumo de

materiais com os quais os produtos recuperados ou reciclados terão que competir.

Este guiaEste guiaEste guiaEste guia contém, mais adiante, contém, mais adiante, contém, mais adiante, contém, mais adiante, um um um um item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 10

Pontos de recepção de pequenos volumes

A nova gestão de resíduos de construção em municípios prevê soluções para pequenos e

grande geradores. Alguns municípios consideram pequenos geradores aqueles que geram

menos de 1 m3 ou 2 m3 por dia12.

Para esses geradores, deve-se criar rede de pontos de recepçãorede de pontos de recepçãorede de pontos de recepçãorede de pontos de recepção distribuídos pela cidade

segundo algumas diretrizes básicas:

• Os pontos devem ser locados onde há número significativo de deposições irregulares,

preferencialmente perto das grandes.

• Suas posições devem facilitar o acesso dos usuários, considerando que muitos deles

transportarão os resíduos em carrinhos de mão, carroças a tração animal, pequenos

veículos e até mesmo a pé. Assim, obstáculos urbanos podem dificultar o acesso,

incentivando as deposições irregulares. Exemplos destes obstáculos são: grandes vias

movimentadas; morros ou terrenos íngremes; rios sem ponte; ferrovias; parques etc.

Analisando pontos de recepção já implantados em várias cidades, pode-se afirmar que não há

impedimentos quanto à locação perto de residências, pois os materiais recebidos são em geral

inertes e não perigosos.

Há também a possibilidade de associar a instalação do Ponto de Recepção com coletores

autônomos avulsos, que operem na região do ponto.

Um ponto de recepção é formado basicamente pelos elementos:

• Terreno com dimensões variáveis, dependendo da capacidade de recepção. Um ponto de

recepção padrão ocupa área aproximada de 600m2, mas pode-se viabilizar instalações com

terrenos de até 100m2.

• Cercamento com portão e cerca viva (desejável).

• Sinalização com placa.

• Guarita de alvenaria, madeira ou fibra de vidro e sanitário pequeno.

• Rampa e local para estacionamento de caçambas brooks (caixas estacionárias de aço).

• Baias descobertas e cobertas para estoque provisório de resíduos triados.

• Iluminação externa, energia elétrica, água, esgoto.

• Cobertura do piso com pedra convencional ou reciclada.

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Figura 36 - Representação de um ponto de recepção de pequenos volumes (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 37 - Fachada de um Ponto de

Recepção de Pequenos Volumes (fonte:

I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/

SP).

Figura 38 - Vista interna de Ponto de

Recepção de Pequenos Volumes (fonte:

I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/

SP).

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 12

Figura 39 - Baias para armazenamento de

resíduos (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 40 - Transferência de resíduos para

as caçambas brooks (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 41 - Usuário de Ponto de Recepção

(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São

Paulo/ SP).

Figura 42 - Usuários de Ponto de

Recepção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 43 - Usuários de Ponto de

Recepção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 44 - Alternativa para Ponto de

Recepção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 13

Resultados da existência de áreas de manejo de resíduos de

construção no meio urbano

A associação de ATTs, aterros de resíduo de construção, recicladoras de resíduo de construção,

Pontos de Recepção e de outras unidades, cria condições para uma gestão adequada de resíduo

de construção na cidade, reduzindo a quantidade aterrada, aumentando a quantidade

reutilizada e reciclada e reduzindo deposições irregulares.

Comparando as duas figuras a seguir, observa-se a mudança que se espera. As áreas de

manejo de resíduos de construção apresentadas neste item podem ser dispostas no meio

urbano, pois são implantadas com cuidados na minimização de impactos ambientais e não

armazenam ou processam resíduos perigosos em grandes quantidades.

Assim, forma-se uma rede de pontos para onde o resíduo pode ser levado, formada por áreas

próximas aos locais de geração. Os transportadores podem trafegar menos com o material,

reduzindo custos de transporte e aumentando o número de viagens por dia. Esses fatores

inibem a deposição irregular que, entretanto, só será totalmente eliminada com ação firme de

fiscalização e punição dos infratores por parte dos órgãos de limpeza pública.

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 14

SITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUAL

1. A CIDADE CRESCE E HÁ GRANDE GERAÇÃO DE

RESÍDUOS.

2. HÁ CADA VEZ MENOS LOCAIS DE RECEPÇÃO DE

RESÍDUOS, QUE COMEÇAM A COBRAR PELO

RECEBIMENTO. OS CUSTOS DE GERENCIAMENTO DO

RESÍDUO AUMENTAM CONSIDERAVELMENTE.

3. ESSAS DIFICULDADES INCENTIVAM PRÁTICAS

IRRESPONSÁVEIS, COMO DEPOSIÇÕES IRREGULARES E

OPERAÇÃO DE ATERROS CLANDESTINOS.

4. OS CUSTOS DE CORREÇÃO DOS PROBLEMAS

AMBIENTAIS AUMENTAM BASTANTE, ONERANDO OS

COFRES PÚBLICOS.

SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:

1. A CIDADE CRESCE E HÁ GRANDE GERAÇÃO DE

RESÍDUOS.

2. HÁ VÁRIAS OPÇÕES DE DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS

DE CONSTRUÇÃO, O QUE DIMINUI AS DISTÂNCIAS A

PERCORRER E OS CUSTOS DE OPERAÇÃO.

3. O ACESSO ÀS ÁREAS DE RECEPÇÃO TORNA-SE

MUITO MAIS FÁCIL, PRINCIPALMENTE PARA OS

PEQUENOS GERADORES.

4. A QUANTIDADE E O TAMANHO DAS DEPOSIÇÕES

IRREGULARES DIMINUEM, REDUZINDO OS GASTOS

PÚBLICOS COM GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO E MELHORANDO A QUALIDADE

AMBIENTAL.

LEGENDALEGENDALEGENDALEGENDA

ZONA OCUPADA PELA CIDADE

LOCAIS AUTORIZADOS A RECEBER RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO

LIMITE DA ÁREA ABRANGIDA PELA REDE DE LOCAIS

AUTORIZADOS A RECEBER RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO

DEPOSIÇÕES IRREGULARES

LOCAIS PARA RECEPÇÃO DE RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO JÁ ESGOTOS

PONTO DE RECEPÇÃO DE PEQUENOS VOLUMES

ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM

Figura 45 – Ilustração das diferenças entre o modo de gerenciamento de resíduos de construção praticado

atualmente o gerenciamento diferenciado baseado na Resolução Conama 307/2002, nas normas da ABNT

e em ações adotadas por administrações municipais no Brasil (baseado em Pinto, 1999).

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 15

ATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URBANOBANOBANOBANO

Nesta atividade, vamos simular a gestão de resíduos de construção em uma cidade, para

pensarmos junto sobre o que pode interferir nisso.

a) Analise a figura da cidade e identifique:

• As principais regiões geradoras de resíduo de construção.

• Os “estruturadores urbanos”: grandes vias e rodovias; córregos e rios; áreas com grande

declividade; grandes áreas cercadas como campus de faculdades, hospitais, escolas,

parques, zoológicos, penitenciárias; ferrovias; morros e grandes depressões; aeroportos;

indústrias; várzeas etc.

• Os aterros de resíduo de construção existentes.

• As regiões com áreas livres e terrenos baldios.

b) A partir das regiões geradoras, dos estruturadores urbanos e das posições dos aterros, os

participantes discutirão quais as formas de destinação de grandes volumes de resíduo de

construção para:

• Coletores operando com caçambas metálicas ou basculantes.

• Coletores operando com pequenos veículos.

• Coletores operando com carroças a tração animal.

• Coletores operando com carrinhos de mão.

• Munícipes operando com veículos próprios de pequeno porte.

(Identificar facilidades, dificuldades e comportamentos esperados de cada um destes agentes.

Quanto tempo demorará cada viagem? Quais as distâncias a percorrer? Quais locais poderiam

ser escolhidos para dispor o resíduo de construção irregularmente? Quais impactos dos fatores

analisados nos custos de destinação e na lucratividade dos coletores?)

c) Idem para pequenos volumespequenos volumespequenos volumespequenos volumes de resíduo de construção.

d) Idem para resíduos volumososresíduos volumososresíduos volumososresíduos volumosos (sofás, carcaças de geladeiras e similares).

e) Os participantes analisarão duas opções de posição de dois novos aterros, implantados após

o esgotamento do aterro existente.

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f) Os passos B-C-D serão repetidos para a nova realidade e os resultados serão comparados

para identificação dos fatores que são fundamentais na definição da gestão do resíduo de

construção em meio urbano.

g) Os participantes definirão uma rede de Pontos de Recepção de Pequenos Volumes:

• A primeira atividade será a definição do volume individual a aceitar, com justificativas.

• A segunda atividade será a identificação de terrenos adequados à implantação dos pontos.

• A terceira atividade será a definição da bacia de captação de cada ponto, considerando os

estruturadores urbanos e a lógica de gestão discutida nos itens B-C-D. Para cada bacia

deverão ser listados os critérios de definição, com justificativas.

• A última atividade será a locação dos pontos e pré-dimensionamento de suas instalações,

de acordo com a capacidade diária prevista.

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RECICLAGEM DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO

Já vimos que o resíduo de construção é composto por materiais reaproveitáveis e agora vamos

conhecer algumas formas de fazer este reaproveitamento.

Reuso e reciclagem de resíduos classe A

A fração mineral é a que tem maior participação no resíduo de construção, representando mais

da metade do total. Desconsiderando-se o solo, esta fração é composta por concreto,

alvenaria, argamassas, azulejos, componentes de concreto, componentes cerâmicos, areia,

pedra e materiais similares. A reciclagem desse material é feita desde o Império Romano, com

bons resultados. Nos Estados Unidos, Europa e Japão esta reciclagem é forte13. No Brasil, ela

começou a ganhar força a partir em 1980 e hoje está em pleno crescimento.

Há três normas da ABNT sobre reciclagem e uso do resíduo de construção:

• NBR 15114/2004. Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de reciclagem. Diretrizes

para projeto, implantação e operação19.

• NBR 15115/2004. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução

de camadas de pavimentação. Procedimentos20.

• NBR 15116/2004. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização

em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos21.

A reciclagem deste material é relativamente simples, consistindo dos seguintes passos:

• RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE

ALVENARIAALVENARIAALVENARIAALVENARIA13,19,20,21,22: isso é feito porque a areia e a pedra reciclada obtidas do resíduo de

concreto têm mais qualidade para uso em concretos e argamassas. A areia e a pedra que

vêm da alvenaria tem boa aplicação em pavimentação, mas não é tão boa para concretos.

• RETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSORETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSORETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSORETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSO13,19,20,21,22:::: não se pode, de jeito jeito jeito jeito

nenhumnenhumnenhumnenhum, reciclar o resíduo classe A junto com o gesso, pois isso gera expansão no

concreto com reciclado e destrói as peças a serem produzidas35. Também não se pode

reciclar resíduo classe A com outros materiais como papel, plástico, madeira etc.

• HOMOGENEIZAÇÃOHOMOGENEIZAÇÃOHOMOGENEIZAÇÃOHOMOGENEIZAÇÃO13,23:::: consiste em misturar as diversas descargas de resíduo a reciclar

(de concreto ou de alvenaria), pois assim a areia e a pedra ficam mais uniformes. A

homogeneização deve ser feita em todas as etapas, como na trituração, peneiramento e até

na expedição.

• RETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUORETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUORETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUORETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUO13,22:::: é possível reciclar o resíduo como vier (parte

graúda e parte miúda), mas a retirada da parte miúda antes da trituração tem vantagens:

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(1) o material já vem “triturado” e basta peneirá-lo, sem precisar gastar dinheiro com

trituração; (2) alguns resíduos têm a parte miúda misturada com solo, grama, serragem,

lodo e outros materiais miúdos – a retirada deles melhora a qualidade da areia e pedra

recicladas. A fração miúda retirada, chamada por alguns de agregado “pré-classificado”,

tem boa aplicação em pavimentação, revestimento primário de vias, cobertura de célula em

aterros e usos similares.

• TRITURAÇÃO DO RESÍDUOTRITURAÇÃO DO RESÍDUOTRITURAÇÃO DO RESÍDUOTRITURAÇÃO DO RESÍDUO13:::: o resíduo de construção tem partículas finas e grandes. Por

isso, é aconselhável triturar o resíduo, reduzindo tudo ao tamanho de areia a pedra. Esta

trituração é feita em britadores de impacto e britadores de mandíbulas. Dá para triturar,

também, em outros tipos de equipamentos, mas isso é menos comum.

• RETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEMRETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEMRETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEMRETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEM13:::: usa-se um separador magnético para

retirar fragmentos de metais ferrosos e deve-se, também, retirar pequenos fragmentos de

madeira, papel, plástico etc.

• PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO:PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO:PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO:PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO: para separar em areia, pedrisco, pedra 1 e pedra

2.

A vantagem do uso do agregado reciclado em pavimentaçãopavimentaçãopavimentaçãopavimentação é que se tolera maior parcela de

materiais não minerais e solo, o que simplifica e barateia a reciclagem e aumenta a quantidade

de resíduo apto a esta aplicação20,21. O agregado reciclado funciona muito bem em

pavimentação, até melhor que o agregado convencional, em muitos casos. Aplica-se em

camadas de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentação.

Pode-se obter segurança no serviço seguindo-se as recomendações da norma NBR 15115, que

é bem detalhada20.

Figura 46 - Uso de agregado reciclado em

pavimentação – revestimento primário de

vias (fonte: I&T – Informações e Técnicas,

São Paulo/ SP).

Figura 47 - Via pavimentada com

agregado reciclado nas camadas abaixo

do revestimento asfáltico (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 19

Quanto ao concretoconcretoconcretoconcreto, pode-se aplicar agregado recicladoagregado recicladoagregado recicladoagregado reciclado em peças não estruturais, sendo

vetado o uso em peças estruturais usadas em fundações, pilares, vigas, lajes21. A definição da

NBR 15116/2004 de concreto com agregado reciclado é: “material destinado a usos como

enchimento, contrapiso, calçadas e fabricação de artefatos não estruturais, como blocos de

vedação, meio-fio (guias), sarjeta, canaletas e placas de muro”.

O veto ao uso em peças estruturais não chega a ser um grande problema, pois há muitos

serviços onde se emprega concretos não estruturais, tais como: base para piso, revestimento

de pisos, enchimentos em alvenaria, contrapiso, reforços de menor responsabilidade, produção

de blocos de vedação, tubos e canaletas de drenagem, meio-fio, sarjetas, mourões, briquetes

para pavimentação etc.

Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em concretos com consumo concretos com consumo concretos com consumo concretos com consumo de de de de cimento de até 150 kg/mcimento de até 150 kg/mcimento de até 150 kg/mcimento de até 150 kg/m3333.... 13,22

O preparo do concreto com agregado reciclado é praticamente igual ao preparo do concreto comum, com umcom umcom umcom uma diferençaa diferençaa diferençaa diferença fundamental:::: deve-se pré-umidificar o material antes de misturar o cimento, senão ele pode absorver água e complicar a preparação e o endurecimento do concreto. 13,22

Figura 48 - Pilhas de agregados reciclados

(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São

Paulo/ SP).

Figura 49 - Agregado reciclado graúdo

(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São

Paulo/ SP).

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 20

Figura 50 - Agregado reciclado graúdo

(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São

Paulo/ SP).

Figura 51 - Agregado reciclado miúdo

(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São

Paulo/ SP).

Figura 52 - Blocos produzidos com

agregado reciclado (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 53 - Blocos produzidos com

agregado reciclado (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 54 - Pré-moldados produzidos

com agregado reciclado (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 55 - Pré-moldados produzidos

com agregado reciclado (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 21

Figura 56 - Pré-moldados produzidos

com agregado reciclado (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 57 - Pré-moldados produzidos

com agregado reciclado (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

As aplicações do agregado reciclado são variadas, devendo-se tomar cuidados com o controle

tecnológico e com as condições de uso dos elementos construtivos, como ocorre com qualquer

material aplicado na construção civil. Além dos usos em concretos e pavimentação,

conseguem-se bons resultados nas aplicações em argamassasargamassasargamassasargamassas24. Pode-se obter informações

sobre estas aplicações em documentos relativos a pesquisas13,24,25,26,27,28,29,30, bem como no site

www.reciclagem.pcc.usp.br.

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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 22

Reciclagem de madeira do resíduo de construção

A madeira é um material com alto valor comercial e amplo uso na construção civil. Sua

obtenção causa impactos ambientais negativos, como destruição de florestas e da fauna e flora

locais10.

Sua participação no resíduo de construção é considerável, em torno de 10% do volume10% do volume10% do volume10% do volume****, mas

muitas vezes esse material é simplesmente aterrado, desrespeitando-se a legislação. Em Em Em Em

resumo: estamos enterrando dinheiro.resumo: estamos enterrando dinheiro.resumo: estamos enterrando dinheiro.resumo: estamos enterrando dinheiro.

A madeira pode ser reusada e reciclada, com maior ou menor simplicidade no beneficiamento.

Apresentam-se abaixo algumas opções:

• REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI:REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI:REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI:REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI: vigas, caibros, ripas e tábuas de madeira de lei

ocorrem em pequena quantidade (5% da madeira do resíduo de construção), mas têm alto

valor comercial. Podem ser separadas do resíduo, classificadas e estocadas para revenda,

para uso em cobertura, marcações de obras etc.

• QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS:QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS:QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS:QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS: a madeira pode ser serrada em pequenas peças

e usada como combustível em fornos, caldeiras, olarias, padarias, saunas... Só tem que

tomar cuidado para não queimar madeira com contaminantes em fornos sem controle dos

gases.

• QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA:QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA:QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA:QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA: a madeira triturada pode ser usada como combustível

mais facilmente que a madeira em peças, inclusive em processos industriais.

• PRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MPRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MPRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MPRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MÓVEISÓVEISÓVEISÓVEIS

• PRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRAPRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRAPRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRAPRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRA

• FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRAFABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRAFABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRAFABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA

• OUTRAS APLICAÇÕESOUTRAS APLICAÇÕESOUTRAS APLICAÇÕESOUTRAS APLICAÇÕES

* Fonte: I&T – Informações e Técnicas (São Paulo/SP).

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Figura 58 - Madeira do resíduo de

construção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 59 - Madeira do resíduo de

construção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 60 - Madeira do resíduo de

construção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 61 - Madeira do resíduo de

construção (fonte: I&T – Informações e

Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 62 - Triturador de madeira (fonte: I&T – Informações e Técnicas,

São Paulo/ SP).

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Figura 63 - Madeira triturada pronta para

uso como combustível (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Figura 64 - Madeira triturada pronta para

uso como combustível (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

Um cuidado é fundamental no uso da madeira como combustível: separar madeira contaminada separar madeira contaminada separar madeira contaminada separar madeira contaminada

da madeira não contaminadada madeira não contaminadada madeira não contaminadada madeira não contaminada. Madeira tratada, pintada, com fórmica, com adesivos etc. pode

conter produtos perigosos que poluem o ar na queima, caso não haja controle dos gases

emitidos.

Em geral, somente indústrias têm dispositivos para lavagem de gases. Por isso, a madeira para

uso em padarias, olarias, fornos, caldeiras, saunas e similares deve ser pura, sem

contaminantes.

As peças grandes de poda podem ou não ser processadas junto com a madeira. Isso depende

do uso previsto para a madeira reciclada.

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Um problema que tem solução: o GESSO

Está ocorrendo uma mudança na gestão de resíduos de gesso: em alguns municípios, o gesso

não pode ser aterrado em aterros de resíduos domiciliares ou resíduos classe A e os geradores

têm que pagar para disposição em aterros de resíduos classe IIA. Isto aumIsto aumIsto aumIsto aumenta a possibilidade enta a possibilidade enta a possibilidade enta a possibilidade

de aterramento irregularde aterramento irregularde aterramento irregularde aterramento irregular de parte deste resíduo.

Figura 65 - Resíduos de gesso separados em ATT (fonte: I&T –

Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).

O resíduo de gesso é praticamente igual à matériaO resíduo de gesso é praticamente igual à matériaO resíduo de gesso é praticamente igual à matériaO resíduo de gesso é praticamente igual à matéria----prima usada para produzir prima usada para produzir prima usada para produzir prima usada para produzir o go go go gesso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de esso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de esso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de esso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de novo.novo.novo.novo. 31.32

Um entrave para esta reciclagem é a necessidade de concentrar o resíduo e transportar aos

produtores de gesso, que podem estar longe da cidade que gera o resíduo.

Mas Mas Mas Mas o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:

• Quando colocado em aterro, libera gás sulfídrico, com forte cheiro de ovo podre, que é

tóxico e causa problemas nos olhos, dor de cabeça e fadiga31,32.

• O gesso é solúvel em água e pode contaminar a água subterrânea com sulfato, que é um

contaminante secundário. Embora não represente grande ameaça à saúde, modifica

aspectos da água como cor, odor e sabor33.

• A incineração de resíduos com gesso é problemática, pois reduz a eficiência dos

dispositivos de controle de poluição atmosférica do incinerador34.

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• O gesso não pode ser usado na produção de agregado reciclado, pois o sulfato nele

presente reage com o cimento, gerando expansão que chega a destruir as peças de

concreto35.

O gesso pode ser reciclado para uso eO gesso pode ser reciclado para uso eO gesso pode ser reciclado para uso eO gesso pode ser reciclado para uso em:m:m:m:

• Produção de novo gesso de construção, como dito acima.

• Produção de cimento: esta aplicação exige elevada pureza do gesso endurecido, o que

pode dificultar sua realização32.

• Uso como corretor de solos: o gesso serve como fonte de cálcio e enxofre; neutraliza

formas de alumínio nocivas a algumas plantações; ajuda na redução do problema da

compactação de solos; reduz problemas associados à presença de sódio em alguns

solos34,36.

DeveDeveDeveDeve----se consultar especialistas para buscar as melhores opções de se consultar especialistas para buscar as melhores opções de se consultar especialistas para buscar as melhores opções de se consultar especialistas para buscar as melhores opções de

reciclagem dreciclagem dreciclagem dreciclagem do gesso.o gesso.o gesso.o gesso.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESINFORMAÇÕES COMPLEMENTARESINFORMAÇÕES COMPLEMENTARESINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

RESÍDUOS DE GESSORESÍDUOS DE GESSORESÍDUOS DE GESSORESÍDUOS DE GESSO

O gesso usado na construção civil é o sulfato de cálcio hemihidratado (CaSO4.0,5H2O), resultante da desidratação

térmica da gipsita (sulfato de cálcio dihidrato - CaSO4.2H2O) e que, ao reagir com água, endurece liberando calor,

voltando à forma dihidrato. O gesso hemihidrato é utilizado em vários serviços na construção civil e sua aplicação é

caracterizada, entre outros fatores, pela considerável geração de resíduos31,32.

Os resíduos de gesso constituem um problema de limpeza pública, pois este material apresenta limitações para

disposição em aterros, onde, na ausência de nitrato e oxigênio, o sulfato do gesso pode ser reduzido

biologicamente por bactérias anaeróbicas, formando três tipos de sulfetos, entre eles o sulfeto der hidrogênio

(H2S), também denominado gás sulfídrico. Este composto é corrosivo e tem odor característico de ovo podre39.

Um forte razão para se proibir o aterramento do gesso juntamente com a fração mineral do resíduo de construção

é o incentivo à reciclagem da maior parcela possível do resíduo, evitando-se que resíduos classe B, madeira e

gesso sejam aterrados em vez de reciclados ou reusados. Outro motivo do não aterramento de resíduos de gesso é

que o sulfato de cálcio é altamente solúvel em água, liberando íons sulfato em solução, que podem contaminar o

lençol freático. O sulfato é definido com um contaminante secundário da água que, embora não represente ameaça

considerável à saúde humana, modifica aspectos da água como cor, odor e sabor33. A incineração de resíduos

contendo gesso também é um problema, pois, na queima, o sulfato do gesso se converte em dióxido de enxofre,

reagindo com dispositivos alcalinos de controle de poluição atmosférica e reduzindo sua eficiência34.

O gesso não pode, também, ser reciclado juntamente com a fração mineral do resíduo de construção para

produção de agregados, pois o sulfato nele presente causa reações expansivas no concreto, chegando a destruir

elementos construtivos com este material34. A norma brasileira de especificação de agregados reciclados limita o

teor de sulfato, nestes agregados, a 1% para uso em concretos sem função estrutural e 2% para uso em

pavimentação21.

Algumas opções de reciclagem de gesso são:

Reciclagem do gesso na prReciclagem do gesso na prReciclagem do gesso na prReciclagem do gesso na produção de cimento:odução de cimento:odução de cimento:odução de cimento: a gipsita é usada pela indústria cimenteira, sendo adicionada ao

clínquer para controle do tempo de pega de cimentos Portland 34. Entretanto, esta aplicação exige elevada pureza

da gipsita, o que pode dificultar o uso dos resíduos de gesso que, além disso, devem competir com outras opções

como o fosfogesso e o resíduo de gesso industrial, que em geral apresentam maior pureza32.

Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos:Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos:Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos:Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos: A gipsita, também conhecida como “gesso agrícola”

(CaSO4.2H2O) pode ser usada como corretor de solos na agricultura, com os possíveis efeitos benéficos: (1) serve

como fonte de cálcio e enxofre; (2) neutraliza formas de alumínio nocivas a algumas plantações; (3) ajuda na

redução do problema da compactação de solos; (4) reduz problemas associados è presença de sódio em alguns

solos. Seu uso em solos pobres em cálcio e enxofre pode trazer benefícios para culturas como soja, amendoim,

milho, tomate, entre outras31,32,33,34. No Brasil, a presença de alumínio tóxico (Al3+) no solo é um problema, pois

prejudica a penetração das raízes e, conseqüentemente, o crescimento das plantas. Isto pode ser combatido com a

colocação de calcário no solo, mas nem sempre é possível a aração até a profundidade necessária para que esta

técnica tenha efeito. Por sua solubilidade, o sulfato do gesso atinge as camadas inferiores do solo por percolação,

atingindo profundidades não aráveis e diminuindo a concentração de alumínio36.

Outros usos:Outros usos:Outros usos:Outros usos: Corretor de solos em áreas urbanas públicas; Forração de piso na criação de animais; Outros.

Pelos problemas que podem causar, os resíduos de gesso devem ser estudados, buscando-se opções para sua

reciclagem. Isto pode ser viabilizado pela captação, triagem e concentração dos resíduos de gesso, pois o

processamento e a destinação de grandes quantidades reduzem os custos operacionais. Com a implantação de

grandes ATT (áreas de transbordo e triagem) operando conforme a Resolução 307/2002, deverá haver maior

concentração de resíduos de gesso do que ocorre atualmente, o que é um fator positivo para sua reciclagem.

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UMA PALAVRA FINAL

Espera-se que as informações apresentadas neste guia permitam que o leitor forme uma visão

geral das possibilidades de ação na gestão do resíduo de construção em sua cidade.

Buscou-se apresentar as diretrizes básicas de uma gestão integrada e diferenciada,

priorizando-se o reusoreusoreusoreuso e a reciclagemreciclagemreciclagemreciclagem.

Sentimo-nos muito à vontade ao apresentar as opções de destinação, principalmente aquelas

relacionadas ao reaproveitamento dos resíduos, porque sabemos que são viáveis e funcionam.

A adoção destas opções de destinação se deu, desde o início, muito mais por iniciativa própria

dos agentes envolvidos do que por pressões externas.

Elas foram e são são são são adequadas na solução de problemas relacionados à destinação dos resíduos e

quase todas têm uma característica comum: apresentam vantagens econômicas, reduzindo

custos e podendo gerar lucros para o setor privado e redução de despesas para o setor público.

É por essa razão que estão em implantação grandes ATTs e recicladoras no país atualmente:

porque elas são um bom negócio.

O leitor interessado em fazer uma gestão responsável do resíduo de construção tem a opção de

consultar a Resolução Conama 307, as normas ABNT NBR 15112 a 15116 e instituições que

lidam com o assunto, algumas delas citadas no Guia. Podem também consultar instituições de

ensino como as Universidades Federais, que podem auxiliá-los na busca por informações.

O importante é que busquem conhecer as alternativasO importante é que busquem conhecer as alternativasO importante é que busquem conhecer as alternativasO importante é que busquem conhecer as alternativas, realizar visitas a cidades onde foram

implantadas unidades de beneficiamento de resíduos, adquirindo conhecimentos a serem

adaptados a suas realidades locais.

Não há soluções milagrosas. Cada cidade deve achar as suas e implantá-las da melhor forma

possível. As chances de sucesso aumentam quando se inclui agentes de várias naturezas nestas

iniciativas, partindo para uma ação preventivapreventivapreventivapreventiva, inclusivainclusivainclusivainclusiva e incentivadoraincentivadoraincentivadoraincentivadora, em vez de corretiva,

exclusiva e punitiva.

BOA SORTE!!!

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