unidade 2- teoria da empresa: registro, escrituração e propriedade industrial

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Unidade 2- Teoria da Empresa: Registro, Escrituração e Propriedade Industrial

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Unidade 2- Teoria da Empresa: Registro, Escrituração e Propriedade Industrial

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1 - Registro Público de Empresas

Como mencionado, registrar-se no registro de empresa, antes de iniciar a exploração de uma atividade empresarial, é uma das obrigações a que todos os empresários estão sujeitos (art. 967 do CC).

O registro de empresas está regulamentado na Lei n. 8.934/94, no Decreto n. 1.800/96 e na Lei n. 10.406/02.

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1 - Registro Público de Empresas

O registro de empresas é um sistema integrado por dois órgãos de níveis diferentes: no âmbito federal, como órgão integrante do Ministério da

Indústria, Comércio e Turismo, o Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC); e no âmbito estadual, a Junta Comercial.

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1 - Registro Público de Empresas

O Departamento Nacional de Registro do Comércio – DNRC é competente para, dentre outras atribuições previstas no art. 4º do Decreto n. 1.800/96:

a) Fixar as normas procedimentais que deverão ser observadas pelas Juntas Comerciais no desempenho de suas atribuições executivas;

b) Supervisionar e coordenar a execução do registro dos atos empresariais;

c) Orientar e fiscalizar as Juntas Comerciais.

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1 - Registro Público de Empresas

Por sua vez, cabe às Juntas Comerciais, dentre outras atividades previstas no art. 7º do Decreto n. 1.800/96:

a) Executar os serviços de registro de empresa, tais como o arquivamento de atos e

documentos, autenticação de instrumentos de escrituração e emissão de certidões;

b) Processar a habilitação, nomeação, matrícula e cancelamento de tradutores públicos e intérpretes

comerciais;

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1 - Registro Público de Empresas

c) Processar a matrícula e cancelamento de leiloeiros e administradores de armazéns-gerais, expedindo as respectivas carteiras de exercício profissional;

d) Proceder ao assentamento dos usos e práticas mercantis.

A subordinação hierárquica das Juntas Comerciais é híbrida, pois estão subordinadas tanto ao DNRC, no que se refere às questões pertinentes à técnica do registro empresarial, como ao Governo Estadual a que pertençam, no que tange às questões meramente administrativas.

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1.1 - Atos do Registro de Empresas

Os atos de registro de empresas praticados pelas Juntas Comerciais são a matrícula, o arquivamento e a autenticação. Nesse sentido, estabelece o art. 34 da Lei n. 8.934/94 que o registro de empresas compreende:

a) Matrícula: ato de inscrição dos tradutores públicos, intérpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazéns- gerais;

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1.1 - Atos do Registro de Empresas

b) Arquivamento e registro: consiste tanto no ato de inscrição do empresário individual, como no

ato de registro dos atos de constituição, alteração ou dissolução de sociedades empresárias,

consórcios, grupos de sociedades e empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil;

c) Autenticação: condição de regularidade dos instrumentos de escrituração, quais sejam, os livros comerciais e as fichas escriturais.

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2 - Escrituração Mercantil

Assim como o registro público, a escrituração mercantil consiste em outra obrigação a que todos os empresários estão sujeitos.

Desse modo, o exercício regular da atividade empresarial pressupõe a devida escrituração dos negócios em que participam os empresários, valendo-se, para tanto, do livro mercantil, como instrumento hábil a registrar tais negócios.

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2.1 - Livros Mercantis

Os livros podem ser classificados, em razão da obrigatoriedade de sua escrituração, em

obrigatórios ou facultativos.

Todos os empresários e as sociedades empresárias, exceto os pequenos empresários, são obrigados a escriturar os seus livros seguindo um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, de forma uniforme, em correspondência com a documentação respectiva. O número e a espécie de livros ficarão a critério dos interessados, conforme art. 1.179 do CC, salvo disposto no art. 1.180.

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2.1 - Livros Mercantis

O pequeno empresário está dispensado de manter escrituração de seus negócios, mas se achar conveniente, poderá adotar o sistema simplificado, usando regularmente dois livros: o caixa e o registro de inventário.

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a) Livros Obrigatórios:

Os livros obrigatórios são aqueles impostos ao empresário, que deve mantê-los devidamente escriturados, sob pena de sanção.

O livro diário é exemplo de livro mercantil cuja escrituração é imposta a todo e qualquer empresário. Trata-se de livro contábil em que se devem lançar, dia a dia, diretamente ou por reprodução, os atos e operações da atividade empresarial, bem como os atos que modificam ou podem modificar o patrimônio do empresário.

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a) Livros Obrigatórios:

O livro de registro de duplicatas também é considerado um livro obrigatório, uma vez que todo empresário que emitir duplicata mercantil ou de prestação de serviços deverá obrigatoriamente realizar a sua escrituração.

São ainda exemplos de livros obrigatórios: livro de registro de inventário; livros societários

obrigatórios às sociedades anônimas; livros societários obrigatórios às sociedades limitadas; livro de entrada e saída de mercadorias dos armazéns-gerais.

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b) Livros Facultativos:

Há certos livros que, apesar de não obrigatórios, auxiliam o empresário a desenvolver e controlar sua

contabilidade. Esses livros não obrigatórios são chamados de livros facultativos, dos quais são exemplos: livro caixa; livro razão; livro conta corrente, dentre outros de criação do empresário.

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3 - Empresário Irregular

Empresário irregular é aquele que explora determinada atividade empresarial sem

cumprir com as suas obrigações legais específicas. As principais restrições aplicadas aos empresários irregulares são as seguintes:

a) O empresário irregular não tem legitimidade ativa para requerer falência de seu devedor, cabendo-lhe, tão-somente, requerer sua autofalência;

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3 - Empresário Irregular

b) O empresário irregular não tem legitimidade ativa para requerer sua recuperação judicial;

c) O empresário irregular não pode ter seus livros comerciais autenticados no registro público de

empresas, não podendo valer-se da eficácia probatória atribuída a eles;

d) A falência do empresário irregular, uma vez decretada, será considerada, necessariamente, fraudulenta, incorrendo o comerciante no crime falimentar.

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4 - Propriedade Industrial

A propriedade industrial, tutelada em nosso ordenamento jurídico pela Lei

n. 9.279/96, compreende o conjunto de bens incorpóreos, passíveis de

exploração econômica, integrantes do patrimônio do empresário ou da sociedade empresarial.

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4 - Propriedade Industrial

Os bens incorpóreos tutelados pelo direito industrial são os seguintes:

a) Invenção: o legislador pátrio não conceitua invenção, podendo, entretanto, ser caracterizada como um produto original, fruto do intelecto humano e suscetível de aproveitamento industrial.

b) Modelo de utilidade: é o objeto de uso prático suscetível de aplicação industrial, que acarreta

um avanço tecnológico ou aperfeiçoamento da invenção já existente.

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4 - Propriedade Industrial

c) Desenho industrial: é a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto

ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, propiciando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.

d) Marca: é o designativo simbólico ou nominal, suscetível de percepção visual, que identifica, direta ou indiretamente, produtos e serviços.

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4 - Propriedade Industrial

O direito de exploração dos mencionados bens incorpóreos se materializa pela

concessão da carta patente ou do certificado de registro pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O INPI é uma autarquia federal que tem por finalidade a execução das normas atinentes à propriedade industrial no Brasil, bem como o processamento e o exame dos pedidos de concessão de patentes e de registros.

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4.1- Carta Patente

O direito de exploração da invenção e do modelo de utilidade pelo empresário se materializa no ato de

concessão da respectiva carta patente.

O prazo de duração da proteção jurídica de exclusividade na exploração econômica das invenções e dos modelos industriais concedido pelo INPI através da carta patente é, respectivamente, de 20 e 15 anos.

Extinta a carta patente, pelo término do seu prazo de validade ou outro motivo previsto na Lei da

Propriedade Industrial, o seu objeto cai em domínio público (LPI, art. 78, parágrafo único).

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4.2- Certificado de Registro

O direito de exploração do desenho industrial e da marca pelo empresário se materializa no ato de

concessão do respectivo certificado de registro. Para tanto, a lei estabelece certas condições

específicas para a concessão do direito industrial ao desenho industrial e à marca.

O prazo de duração da proteção jurídica de exclusividade na exploração econômica dos desenhos industriais e das marcas concedido pelo INPI através do certificado de registro é, respectivamente, de 10 anos, prorrogável por outros 3 períodos sucessivos de 5 ou 10 anos.