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Uni- ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS
CURSO DE AGRONOMIA
VOLATILIZAÇÃO DE AMÔNIA PROVENIENTE DE UREIA COM TECNOLOGIAS
AGREGADAS EM ARROZ DE TERRAS ALTAS
LAENE NEPOMUCENO ALMEIDA
Goiânia
Maio/2015
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LAENE NEPOMUCENO ALMEIDA
VOLATILIZAÇÃO DE AMÔNIA PROVENIENTE DE UREIA COM TECNOLOGIAS
AGREGADAS EM ARROZ DE TERRAS ALTAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso
de Agronomia do Centro Universitário de Goiás, Uni-
ANHANGUERA, sob orientação da Drª. Maria
Conceição Santana Carvalho, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Agronomia.
Goiânia
Maio/2015
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Dedico este trabalho a meus pais, minhas irmã,
a meu namorado, e principalmente a Deus que
fez com que tivesse força e determinação para a
conclusão deste trabalho que representa a
conquista de mais uma etapa de minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, pois sem Ele eu nada seria e não
teria forças para continuar diante das primeiras dificuldades.
A meus pais Donizete e Heleni, minha irmã Layz, e ao meu
namorado, pois sempre me motivaram e se puseram a
minha disposição.
Ao Centro Universitário, seu corpo docente, direção e
administração que oportunizaram a janela que hoje
vislumbro um horizonte superior.
A minha orientadora e co-orientadora pelo suporte, suas
correções e incentivos.
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RESUMO
A adubação com nitrogênio (N) é um dos principais fatores de produção de arroz de terras
altas. A ureia é a fonte de N mais utilizada no Brasil por possuir vantagens econômicas e
operacionais; porém a sua desvantagem é possuir alto potencial de perdas de N por
volatilização de amônia, quando aplicada na superfície do solo. O objetivo desse trabalho foi
estimar as perdas de nitrogênio por volatilização de amônia proveniente da aplicação de ureia
comum e ureia com tecnologias agregadas na cultura do arroz de terras altas, bem como seus
efeitos na nutrição e produtividade de arroz. Para tal, um experimento de campo foi conduzido
na Fazenda Capivara da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás, GO, na safra
2012/13, em área cujo solo é classificado como Latossolo Vermelho Ácrico, textura argilosa. A
cultivar de arroz utilizada foi a Primavera em sucessão à cultura da soja. O delineamento
experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições. Foram avaliados seis tratamentos
na adubação de cobertura: controle sem aplicação de N; ureia comum; ureia revestida com
polímero de liberação lenta; ureia revestida com NBPT; ureia revestida com zeolita; ureia
revestida com sais de boro (B) e cobre (Cu), sendo os três últimos inibidores de urease. A dose
aplicada foi de 120 kg ha-1
de N parcelada em duas aplicações, aos 15 e 48 dias após a
semeadura. As perdas de nitrogênio por volatilização de NH3 só ocorreram em quantidades
significativas na primeira adubação de cobertura do arroz, quando as condições de umidade do
solo e precipitação pluviométrica foram favoráveis. As tecnologias agregadas à ureia
proporcionaram a redução das perdas por volatilização de N-NH3 em 63%, 59%, 44% e 41%
para ureia + NPBT, ureia + polímero, ureia + zeólita e ureia + Cu e B, respectivamente.
Palavras-chave: Arroz. Nitrogênio. Inibidor de urease. Fertilizantes nitrogenados.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO 10
2.1 A cultura do arroz no mundo e no Brasil 10
2.1.1 Ecossistemas de várzeas 11
2.1.2 Ecossistemas de terras altas 11
2.2 A importância do nitrogênio para as plantas e para cultura do arroz 12
2.3 A dinâmica do nitrogênio no sistema solo-planta-atmosfera e sua influência
sobre a eficiência da adubação das culturas
13
2.4 A ureia como fonte de nitrogênio para outras culturas 15
2.5 Tecnologias para aumento da eficiência da ureia 16
3 MATERIAL E MÉTODOS 19
3.1 Localização e descrição da área experimental 19
3.2 Tratamentos e delineamento experimental 19
3.3 Instalação e condução do experimento de campo 19
3.4 Avaliações realizadas no experimento 20
3.4.1 Volatilização de amônia 20
3.4.2 Avaliações na cultura do arroz de terras altas 21
3.5 Análise estatística dos resultados 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 24
4.1. Volatilização de amônia 24
4.2 Componentes de produção, produtividade, absorção de nitrogênio e severidade
de brusone na cultura do arroz
26
5 CONCLUSÕES 29
REFERÊNCIAS 30
8
1 INTRODUÇÃO
O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais consumidos no mundo desde a
antiguidade, principalmente na Ásia. É considerado um alimento básico para 2,4 bilhões de
pessoas e em 2050 será para aproximadamente para 4,6 bilhões (SANTOS et al., 2004). A
cultura é importante, não somente do ponto de vista econômico e social, mas também devido ao
seu valor nutricional. É um dos alimentos com melhor balanceamento nutricional, contribuindo
com 20% de energia e 15% da proteína necessária a dieta humana (EMBRAPA, 2005).
Há aproximadamente um século, o arroz se tornou um habito alimentar na vida dos
brasileiros. Seu consumo anual, em media, é de 25 quilos por habitante (MAPA, 2014). Maior
produtor da américa latina e o décimo primeiro produtor mundial, o Brasil colheu 11,85
milhões de toneladas de grãos de arroz na safra (2012/13) (NAKAMAI, 2014). Os estados que
mais produzem são Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso, projeções do MAPA
mostram que o Brasil deve colher 14,12 milhões de toneladas na safra 2019/2020 (MAPA,
2014).
O cultivo do arroz ocorre basicamente em dois ecossistemas: o de várzeas, irrigado por
inundação controlada; e o de terras altas, sem irrigação e/ou com irrigação suplementar por
aspersão (SANTOS et al., 2006).
A produção de arroz no ecossistema de terras altas ocorre no Brasil e, em menores
áreas, no continente africano e caracteriza-se pela condição aeróbica de desenvolvimento
radicular da planta. No Brasil, os estados produtores de arroz de terras altas são Mato Grosso,
Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul; porém, a região Centro-Oeste é a
mais importante.
O cultivo em sequeiro é realizado desde as ultimas quatro décadas, quando teve a
“Marcha para o Oeste”, que foram políticas criadas para incentivar a exploração do cerrado
para produção de alimentos. Por ser uma planta rustica e tolerante a solos ácidos, o arroz foi
utilizado na abertura de áreas para implantação de pastagens e outras culturas.
As novas tecnologias e as técnicas agronômicas como o manejo correto da adubação é
primordial para maximizar a produção, reduzir custo e diminuir impactos ambientais. A
nutrição desbalanceada da planta pode ser fator limitante para o desenvolvimento e produção
dos grãos, em especial o nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).
O nitrogênio é o principal elemento exigido pela cultura do arroz de terras altas,
especialmente nas cultivares modernas é o nutriente que mais limita a produtividade de grãos
(MORO, 2011). Este nutriente propicia, entre outros, os seguintes benefícios ao arroz: aumenta
9
o número de perfilhos e com isso o número de panículas, aumenta o número e o tamanho dos
grãos e o teor de proteína (FAGERIA et al., 2003).
Devido à importância do nitrogênio para o aumento da produtividade das culturas,
incluindo o arroz, há necessidade da aplicação desse nutriente por meio de fertilizantes
nitrogenados para complementar a quantidade fornecida pelo solo. Dentre os fertilizantes
nitrogenados a ureia é a fonte mais utilizada no mundo, devido ao baixo custo, a alta
solubilidade, e a elevada concentração de N (46%). Entretanto, devido às suas características
químicas, as perdas por volatilização de N-NH3 constitui um dos principais fatores
responsáveis pela sua baixa eficiência em fornecer nitrogênio às culturas. Por essa razão, novas
tecnologias têm sido desenvolvidas para minimizar as perdas de N da ureia por volatilização.
O objetivo desse trabalho foi estimar as perdas de nitrogênio por volatilização de
amônia proveniente da aplicação de ureia comum e ureia com tecnologias agregadas na cultura
do arroz de terras altas, bem como seus efeitos na nutrição e produtividade de arroz.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A cultura do arroz no Brasil e no mundo
O arroz é um dos cereais de extrema importância na alimentação humana, e o principal
componente da dieta básica da população mundial. O grão de arroz é fonte alimentar de
proteínas, sais minerais e vitaminas do complexo B, se constituindo em excelente fonte
energética. Por se tratar de um alimento de extrema importância para a segurança alimentar
mundial, é importante manter o seu suprimento para atender à demanda e, para isso, é
necessário a geração e o uso de tecnologias visando ao aumento da produtividade e da
qualidade de grãos com o mínimo de impacto ambiental.
Tem também um papel importante tanto na questão econômica como na social por ser
cultivado e consumido em todos os continentes, ganhando destaque pela grande área de cultivo
e produção. A área cultivada anual de arroz no mundo é de, aproximadamente, 150 milhões de
hectares, chegando a produzir 590 milhões de toneladas, sendo a maior proporção por meio do
cultivo irrigado (EMBRAPA, 2005).
No Brasil, segundo o quarto levantamento de grãos, divulgado em janeiro de 2015 pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de cultivo de arroz no Brasil deve
recuar 0,8% na safra 2014/2015, para 2,359 milhões de hectares, contra 2,372 milhões de
hectares plantados na safra 2013/2014. A produção brasileira de arroz em casca está estimada
em 12,197 milhões de toneladas na safra 2014/2015, apenas 0,6% acima da safra 2013/2014,
cuja colheita atingiu 12,121 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a área cultivada com
arroz na safra 2014/2015 está estimada em 1,119 milhão de hectares, 0,1% abaixo da cultivada
na safra anterior (CONAB, 2015).
O maior desafio da área agrícola é aumentar a produção de alimentos nas próximas
décadas, visto que a população mundial tende a dobrar nos próximos 50 anos, baseado em
estimativas que em 2050 o planeta tenha aproximadamente 9,3 bilhões de pessoas
(STAFANATO et al., 2013). Por isso terá que aumentar em torno de 50 a 70% a produção de
grãos como o milho, trigo e arroz. Nem todos os países tem o mesmo potencial que o Brasil de
fazer parte dessa evolução, por possuir tecnologias sustentáveis de produção para alcançar
incrementos de produtividade em varias culturas e possuir 550 milhões de hectares de terras
agricultáveis (STAFANATO et al., 2013).
O arroz (Oryza sativa L.) é uma espécie hidrófila, cujo processo evolutivo fez com que a
planta se adaptasse as mais variadas condições ambientais. Sendo assim, é cultivado em dois
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grandes ecossistemas: o de várzeas e o de terras altas. O sistema de terras altas é encontrado
principalmente no Brasil e, menor proporção, no continente africano.
2.1.1 Ecossistemas de várzeas
Solos de várzeas apresentam características comuns como aluviais e/ou hidromórficos
(deficiência em drenagem), em sua maioria plana e abundante em matéria orgânica. Inundados
temporariamente ou não (margens de córrego, rios e vales úmidos), muitas vezes apresentam
umidade excessiva (FAGERIA et al., 2003).
A grande parte da produção de arroz do Brasil é derivada do ecossistema de várzeas,
onde a orizicultura irrigada é responsável por 69% da produção nacional, e sua grande
vantagem é não depender das condições climáticas como nos cultivos de terras altas. O Brasil
possui 33 milhões de hectares de várzeas, e somente 3,7% são utilizados para o cultivo do arroz
(SANTOS et al., 2006).
Nesse ecossistema, a orizicultura é encontrada sob dois cultivos: várzeas sistematizadas
com controle de água, como também em várzeas úmidas não sistematizadas, irrigadas pela
água da chuva ou pela elevação do lençol freático (FORNASIERI; FORNASIERI FILHO,
2006).
2.1.2 Ecossistemas de terras altas
A cultura do arroz de sequeiro teve um papel muito importante na abertura de fronteiras
agrícolas na região dos Cerrados, usada em áreas de abertura para implantação de pastagens ou
em áreas para fins agrícolas onde era cultivado por um a dois anos em solos preparados e
corrigidos de forma precária (MORO, 2011). Considerada a “desbravadora” do cerrado pelo
fato de se adaptar às condições naturais dos solos ácidos, após a derrubada e queimada da
vegetação nativa, e menos exigente em relação às outras culturas como soja e milho
(BRESEGHELLO; STONE, 1998).
Porém a cultura do arroz de sequeiro utilizada estritamente para a abertura de áreas
novas vem apresentando um decréscimo na sua área plantada devido a dois fatores principais.
Primeiro, devido aos impactos ambientais decorrentes da abertura de áreas novas, e segundo
por causa da preferência do consumidor pelo arroz com grãos tipo agulhinha (MORO, 2011).
Com os avanços tecnológicos e o lançamento de novas cultivares altamente produtivas
surgiu o chamado “arroz de terras altas”, tornando a cadeia produtiva mais tecnificada. Uma
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maneira completamente diferente da praticada pelo tradicional arroz de sequeiro. Sendo
adicionada em sistemas de rotação, integrando sistemas mais complexos com outras culturas ou
até mesmo com pastagens (BRESEGHELLO; STONE, 1998).
No ecossistema de terras altas, o arroz pode ser cultivado sem irrigação sendo
dependente da precipitação pluvial ou com irrigação suplementar por aspersão. O cultivo de
arroz de terras altas no Brasil ocorre nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo, com destaque para os Estados da região Centro-Oeste, onde
predominam os Latossolos com boas características físicas, mas de baixa fertilidade natural,
com pH entre 4,5 e 5,5. Nessa região, a precipitação pluviométrica média anual de 1.500 mm,
distribuídos entre os meses de outubro a abril (FORNASIERI; FORNASIERI FILHO, 2006),
pode ser instável, ocasionando períodos de estiagem que podem afetar a produção. Além do
estresse climático, a cultura sofre com estresses bióticos tais como a incidência de doenças,
sobretudo a brusone, e de insetos-praga como cupins, de modo que a soma desses fatores pode
provocar queda significativa da produtividade, o que confere a essa cultura o rótulo de “cultura
de alto risco” (SANTOS et al., 2006).
No sistema de produção de arroz de terras altas com irrigação suplementar por irrigação
a única diferença é a capacidade do produtor em efetuar a irrigação sempre que necessário e,
assim, diminuir os riscos de condições climáticas desfavoráveis com a distribuição irregular de
chuvas.
2.2 A importância do nitrogênio para as plantas e para a cultura do arroz
Elemento indispensável para os seres vivos, o nitrogênio faz parte das moléculas de
aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos. Nas plantas, apenas elementos como oxigênio,
carbono e o hidrogênio são mais abundantes que o N (BERNARDES, 2011).
De modo geral, o sintoma característico de deficiência de nitrogênio na planta é a
coloração amarelo-esverdeada das folhas mais velhas. Plantas deficientes em nitrogênio
apresentam folhas pequenas, caules finos e pouca ramificação (MORO, 2012).
Na cultura do arroz o nitrogênio e o potássio são os nutrientes mais exigidos e
exportados como produto colhido (FORNASIERI, 2006; FAGERIA 2006). O nitrogênio
propicia, entre outros, os seguintes benefícios ao arroz: aumenta o número de perfilhos e com
isso o número de panículas, aumenta o número e o tamanho dos grãos e o teor de proteína nos
grãos (FORNASIERI, 2006; FAGERIA 2006).
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O nitrogênio é móvel na planta, por isso a deficiência aparece primeiramente nas folhas
mais velhas. Nos casos de deficiência severa, com a morte da lâmina da folha, o tecido fica
com coloração marrom-chocolate (FAGERIA et al., 2003). É absorvido principalmente nas
formas de nitrato e amônio: em solos bem drenados a forma NO3- predomina, entretanto em
condições anaeróbicas encontra-se maior proporção de NH4+
(FAGERIA et al., 2003).
A absorção e a acumulação de N na planta de arroz variam com o estágio de
desenvolvimento da cultura. O período de demanda máxima ocorre durante o máximo
perfilhamento e o início da fase reprodutiva, com a absorção praticamente completada na
emergência da panícula. Entretanto, altas doses de nitrogênio, afeta também a altura de plantas,
causando acamamento (STAFANTO, 2009).
O N, portanto, é necessário durante todo o período vegetativo do arroz, exigindo,
porém, maior atenção em duas fases fisiológicas críticas que são o perfilhamento e o início da
diferenciação de primórdio floral (STAFANTO, 2009).
2.3 A dinâmica do nitrogênio no sistema solo-planta-atmosfera e sua influência sobre a
eficiência da adubação das culturas
No sistema solo-planta-atmosfera, a quantidade mais significativa do N se encontra na
atmosfera em forma combinada de N2. O processo de transferência do nitrogênio atmosférico
para o solo se dá por: i) descargas elétricas na atmosfera quando o nitrogênio elementar é
reduzido a óxidos, passando de N2 para N2O, NO, NO2 e NO3; ii) fixação biológica do
nitrogênio por bactérias assimbióticas de vida livre ou em associações simbióticas com
leguminosas; iii) fixação industrial onde, através do processo de síntese de amônia (NH3) e
ácido nítrico (HNO3) são produzidos os vários tipos de fertilizantes nitrogenados
(STAFANATO, 2009).
O ciclo do nitrogênio envolve vários processos sendo eles: adsorção iônica, erosão,
lixiviação, imobilização, mineralização, nitrificação, desnitrificação e volatilização. Os fatores
que contribuem para a ocorrência desses processos podem ser de natureza física, química e
microbiológica do solo, disponibilidade de energia e de água (BERNARDES, 2011).
A disponibilidade de N do solo para as plantas depende dos processos de mineralização
e imobilização, que ocorrem concomitantemente durante a decomposição de materiais
orgânicos e da matéria orgânica do solo pelos microrganismos presentes. Quando se trata de
solos não fertilizados, o N absorvido do solo pelas plantas provém da mineralização no N
orgânico (BERNARDES, 2011).
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A mineralização é o processo que envolve a conversão do N orgânico para a forma
mineral por meio de organismos heterotróficos como bactérias, fungos e actinomicetos. Neste
processo, a NH3 é o primeiro produto formado e por isso este processo também é chamado de
amonificação. A molécula de NH3 liga se com um próton formando o NH4+
, que é estável nos
solos ácidos, mas nos solos alcalinos a disponibilidade de prótons é pequena ocorrendo a
formação de NH3, aumentando, assim, a volatilização com a elevação do pH (FAGERIA et al.,
2003).
Já o processo de nitrificação começa quando há acúmulo de NH4+
devido à
mineralização do N orgânico do solo. Dá-se em duas etapas: na primeira o íon NH4+
é oxidado
em nitrito pela bactéria Nitrosomonas, e na segunda o nitrito é oxidado em nitrato pela bactéria
Nitrobacter. O íon nitrato é estável na solução do solo, entretanto por ter carga negativa
permanece na solução do solo e sujeito a perda por lixiviação. Os fatores determinantes deste
processo são pH, temperatura, umidade e O2 (FAGERIA et al., 2003).
A imobilização é o contrário da mineralização, o que significa a conversão de íons
(NO3- e NH4
+) inorgânicos para a forma orgânica. Quando não existem quantidades suficientes
de nitrogênio no material orgânico a ser decomposto, as bactérias que decompõem os restos
culturais consomem o nitrogênio inorgânico (NH4+ e NO3
-) existente no solo e as plantas
podem sofrer deficiência de nitrogênio. A mineralização e a imobilização podem ocorrer ao
mesmo tempo no solo e os efeitos dependem da relação C/N dos resíduos orgânicos sujeitos a
decomposição (FAGERIA et al., 2003).
A volatilização é uma das principais causas de perdas de N, aonde o gás amônia (NH3) é
produzido conforme a seguinte equação:
NH4++ OH
- NH4OH H2O + NH3 (gás)
Desta forma, pode definir que a perda do gás amônia aumenta com a elevação do pH do
solo. O íon amônio (NH4+) pode ser adsorvido pelos coloides da argila, se o adubo for
incorporado ao solo (FAGERIA et al., 2003). O nitrato formado pelo processo de nitrificação
está sujeito à lixiviação com o excesso de chuvas ou em arroz inundado. Junto com água de
drenagem ou lixiviação o íon NO3 é completamente móvel.
Outra perda que o nitrogênio pode sofrer é a desnitrificação, controlado principalmente
pelo teor de matéria orgânica, pH do solo e temperatura. Bactérias anaeróbicas são
responsáveis pela desnitrificação, como Pseudomonas, Bacillus, Micrococcus e
Achromobacter. Elas são heterotróficas e adquirem sua energia do carbono, pela oxidação de
compostos orgânicos. Algumas espécies de bactérias autotróficas também participam do
processo de desnitrificação como Thiobacillus denitrificans e Thiobacillus thioparus
15
(FAGERIA et al., 2003). No caso da desnitrificação, além de perda de N, a produção de óxido
nitroso (N2O) tem um grande impacto ambiental por ser um dos gases causadores do efeito
estufa. O N2O apresenta 298 vezes maior potencial de aquecimento global que o CO2 (SIGNOR
& CERRI, 2013).
2.4 A ureia como fonte de nitrogênio para as culturas
A ureia é considerada como um dos mais importantes fertilizantes nitrogenados devido
ao seu baixo custo relativo, à alta solubilidade em água e pela boa assimilação dos produtos de
sua hidrólise pelas plantas (URQUIAGA; MALAVOLTA, 2002). Trata-se de um composto
nitrogenado sólido, que se apresenta na forma de grânulos brancos e possuem 45% a 46% de N
na forma amídica (MALAVOLTA, 1981), sendo o fertilizante nitrogenado mais utilizado no
mundo (IFA, 2012, FAO, 2012) e também no Brasil (ANDA, 2001). A produção de ureia a
partir de amônia e gás carbônico (URQUIAGA; MALAVOLTA, 2002), torna o produto menos
oneroso que os demais fertilizantes nitrogenados pelo fato de possuir maior concentração de N,
comparado aos demais produtos. Assim, a ureia apresenta o mais baixo custo de transporte e
estocagem por unidade de N em sua composição (FRANCO; SARAIVA NETO, 2007).
Existem outras vantagens que explicam a preferência pela ureia, tais como menor
corrosividade, ser compatível com vários defensivos e fertilizantes e apresentar alta taxa de
absorção foliar (CANTARELLA; MARCELINO, 2006).
Porem a grande desvantagem da ureia é apresentar altas perdas de nitrogênio por
volatilização de amônia, que pode comprometer sua eficiência. Essas perdas ocorrem quando a
ureia [CO(NH2)2] aplicada ao solo sofre hidrolise pela enzima urease, formando carbonato de
amônio [CO(NH2)2] + 2H2O (NH4)2 CO3] modificando, e resultando em amônio,
bicarbonato e hidroxila [(NH4)2 CO3 + H2O 2NH4+
+OH- +HCO3
-], o que ocasiona na
elevação do pH ao redor das partículas do adubo (TASCA, 2010) . Dessa forma a volatilização
de amônia acontece quando o fertilizante possui ou produz amônio e quando são lançados a
solos com reação alcalina, como na reação: NH4+ NH3 + H
+. Parte do amônio que se
converte em NH3 pode se perder na atmosfera, caso a ureia não seja incorporada ao solo
(SANGOI et al., 2003; ROCHETTE et al., 2009). Em outras fontes de N, como nitrato de
amônio e sulfato de amônio o N permanece na forma de NH4+ porque a reação desses
fertilizantes no solo não eleva o pH ao redor do grânulo. A volatilização da amônia é altamente
influenciada pelas práticas de manejo e as características do solo, associadas às condições
climáticas. A volatilização de NH3 proveniente da ureia depende de vários fatores associados às
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condições climáticas, às características do solo e às práticas de manejo, tais como: teor de
matéria orgânica, alta temperatura, umidade do solo, cobertura vegetal no caso de SPD, doses
de N aplicadas, capacidade de troca de cátions, pH do solo (DA ROS et al., 2005; TASCA,
2010). Assim, a aplicação de dose elevada de ureia na superfície do solo coberto por palhada
(no SPD) associada à combinação de fatores como solo úmido, temperatura alta e pH do solo
elevado aumenta o potencial de perdas de N da ureia por volatilização de NH3 (MA et al., 2010;
CLAY et al., 1990; SENGIK et al., 2001; ROCHETTE et al., 2009).
No Brasil, a ureia representa mais da metade do consumo dos adubos nitrogenados
(ANDA, 2006), sendo que mais de 70% desse adubo é importado (BRASIL, 2011). No entanto,
grande parte da ureia aplicada nas lavouras não é aproveitada pelas culturas. Segundo RAO et
al. (1992), a recuperação do nitrogênio dos fertilizantes pelas plantas é relativamente baixa,
alcançando em muitos casos menos que 50%. Outros estudos indicam que a eficiência de
recuperação de N pelas plantas diminui com o aumento da dose aplicada (MELGAR et al.,
1991; GROVE et al, 1980). Dobermann (2005), em ampla revisão sobre o assunto, mostrou que
em 850 experimentos realizados ao redor do mundo, sendo 36 com milho, 307 com arroz e 507
com trigo, a média de eficiência de recuperação de N pelas plantas foi de 63%, 44% e 54% para
milho, arroz e trigo, respectivamente, com a dose de N variando de 102 a 117 kg/ha. No Brasil,
de acordo com Fageria & Barbosa Filho (2006), a eficiência de recuperação do N pelo arroz é
menor que 50 %, tanto em solo de várzea como de Cerrado. Contudo, há indícios de que nas
fazendas a eficiência pode ser ainda menor (CASSMAN et al., 2002; ROBERTS, 2008), pois
nas grandes propriedades a ureia tem sido aplicada preferencialmente a lanço para facilitar as
operações no campo.
É importante ressaltar, por outro lado, que a incorporação da ureia ao solo diminui
drasticamente esse tipo de perda (TRIVELIN et al., 2002; SANGOI et al., 2003; ROCHETTE
et al., 2009). Contudo, a prática que predomina atualmente na maioria das regiões produtoras
na adubação de cobertura das culturas com nitrogênio é a aplicação de ureia a lanço na
superfície do solo, sem incorporação. Dessa forma, é necessário o desenvolvimento e a
avaliação agronômica de novas tecnologias agregadas à ureia visando ao aumento de sua
eficiência.
2.5 Tecnologias para aumento da eficiência da ureia
A adubação com nitrogênio (N) é um dos principais fatores de produção de arroz de
terras altas. Dentre os fertilizantes nitrogenados minerais disponíveis no mercado brasileiro, a
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ureia possui alta concentração de N, é de fácil manipulação e causa menor acidificação do solo,
o que a torna potencialmente superior a outras fontes, do ponto de vista econômico. Contudo,
quando aplicada na superfície dos solos, especialmente naqueles cultivados em sistema plantio
direto (SPD), cobertos com resíduos de plantas, podem ocorrer perdas de N por volatilização de
amônia (NH3), cuja magnitude depende das características do solo e de fatores climáticos.
Considerando a forte dependência brasileira da importação de fertilizantes, o setor
agrícola tem sido cada vez mais pressionado a aumentar a eficiência de uso desse insumo por
questões econômicas e, também, ambientais. Nesse sentido, algumas tecnologias estão sendo
agregadas à ureia pela indústria de fertilizantes com o objetivo de aumentar a sua eficiência e
reduzir as perdas por volatilização. Alternativas de produtos fertilizantes nitrogenados, com a
finalidade de aumentar a eficiência de uso do N, incluem compostos de baixa solubilidade,
produtos de liberação lenta por recobrimento por resinas ou outros materiais inorgânicos ou
sintéticos, e fertilizantes contendo inibidores de urease ou nitrificação (TRENKEL, 2010). Os
produtos denominados inibidores ou de estabilização reduzem as perdas de N por retardarem a
conversão das formas originais do fertilizante em formas que podem ser facilmente perdidas.
A proporção de utilização desses produtos ainda é menor que 1%, comparado com os
fertilizantes convencionais, mas o seu consumo no mercado agrícola tem aumentado 21% ao
ano nos Estados Unidos (LANDELS, 2010). No Brasil, embora não existam estatísticas
disponíveis, há produtos de diversas empresas sendo comercializados, além de pesquisas em
desenvolvimento, e a tendência é de aumento da oferta de novos fertilizantes nitrogenados com
características de liberação lenta ou com inibidores de urease, desenvolvidos tanto por
empresas privadas como por parcerias público-privadas (ALVES et al., 2006; BERNARDI et
al, 2008; FREITAS et al., 2013). Dentre os produtos já disponíveis no mercado brasileiro ou
em fase de desenvolvimento para avaliação agronômica, destacam-se: o recobrimento com
polímeros de liberação lenta e o uso de inibidores da enzima urease, tais como o NBPT
(tiofosfato de N-butiltriamida), os micronutrientes cobre (Cu) e boro (B) (STAFANATO et al.,
2013) e o aluminossilicato zeolita (WERNECK et al., 2012).
A opção de novos produtos mais largamente testada é a ureia contendo inibidor da
urease NBPT (CANTARELLA, 2007), um composto químico que apresenta características de
solubilidade e difusividade similares à ureia. Basicamente, a função dos inibidores de urease é
diminuir a velocidade de hidrólise da ureia, por meio da inibição da atividade da urease.
Resultados de pesquisas experimentais indicam que o NBPT ao ser misturado à ureia tem
retardado o pico de volatilização (CLAY et al., 1990; ROCHETTE et al., 2009), diminuído a
quantidade de NH3 volatilizada (CLAY et al., 1990; CANTARELLA et al., 2008; SANZ-
18
COBENA et al., 2008), com reflexos positivos no rendimento das culturas (CANTARELLA &
MARCELINO, 2007). Contudo, a magnitude desses efeitos positivos tem variado muito com as
características de solo, de manejo da lavoura e com as condições climáticas que alteram a
volatilização de NH3, na época de aplicação do fertilizante e nos primeiros dias subsequentes a
essa prática (CANTARELLA et al., 2008).
Resultados de outros experimentos com ureia associada com tecnologias como
polímeros de liberação lenta, recobrimento com enxofre, recobrimento com sulfatos de Cu e B
e mistura com zeolita (CARVALHO et al., 2011; MADARI et al., 2011; WERNECK et al.,
2012; STAFANATO et al., 2013), mostraram que mesmo quando não ocorrem acréscimos de
produtividade, em relação à ureia comum, há maior recuperação aparente do nitrogênio pelas
plantas e menores perdas de N por volatilização de NH3 ou por emissão de N2O, indicando
potencial de maior eficiência a longo prazo, considerando a ciclagem de nutrientes em sistemas
integrados de produção. Outras pesquisas relatadas na literatura com alguns produtos
comerciais com polímero de liberação lenta e com NBPT indicam ganhos incrementais em
produtividade e redução de perdas de N por volatilização de amônia (PEREIRA et al., 2009;
CANTARELLA et al., 2008; SANZ-COBENA et al., 2008; FARIA et al., 2013).
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e descrição da área experimental
O estudo foi conduzido na Fazenda Capivara pertencente à Embrapa Arroz e Feijão e
situada no município de Santo Antônio de Goiás, com altitude de 823 metros. Segundo a
classificação de Köppen, o clima é do tipo Aw, tropical de savana, megatérmico, com
temperatura média anual do ar de 22,6 ºC, com médias mínimas e máximas de 14,1 ºC e 31,3
ºC, respectivamente. A perda média anual por evaporação, medida em tanque classe "A", é da
ordem de 1938 mm (SILVA et al., 2004). Adicionalmente, os dados climáticos de temperatura
do ar e precipitação pluviométrica foram monitorados durante o período de condução do
experimento. O solo é classificado como Latossolo Vermelho Ácrico (EMBRAPA, 2006), de
textura argilosa.
A área experimental vem sendo cultivada há dez anos em sistema plantio direto e
integração lavoura-pecuária, que consiste na seguinte rotação de culturas: soja (verão) seguida
por arroz de terras altas (verão) e feijão-comum (inverno), seguido por milho consorciado com
Brachiaria (verão), seguido por três anos de pastagem de braquiária. O presente experimento
com feijão arroz de terras altas foi conduzido na safra de verão 2012/2013 na área com arroz de
terras altas, cultivado em sucessão à soja.
3.2 Tratamentos e delineamento experimental
O experimento foi formado por seis tratamentos de adubação de cobertura do arroz com
nitrogênio: 1) controle (sem aplicação de nitrogênio), 2) ureia comum, 3) ureia recoberta com
polímero de liberação lenta, 4) ureia tratada com inibidor de urease NBPT, 5) ureia revestida
com zeólita, e 6) ureia revestida com B e Cu. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso
com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por sete linhas de arroz com 10 m de
comprimento, em espaçamento de 0,35 m entre linhas, considerando-se as cinco linhas centrais
como área útil, descartando-se 1,0 m de cada extremidade.
3.3 Instalação e condução do experimento de campo
Antes da instalação do experimento coletou-se uma amostra composta de solo, na
camada de 0-20 cm de profundidade, para análise química, cujos resultados são mostrados na
Tabela 1. Os métodos de análise utilizados são os descritos em EMBRAPA (1997). O pH foi
20
determinado em solução CaCl2 0,01 M com relação solo:solução 1:2,5. Os elementos P, Ca,
Mg, K, Cu, Fe, Mn e Zn foram extraídos com o extrator Mehlich-1. O K foi determinado por
fotometria de chama de emissão, e o P por colorimetria; o Ca, o Mg e os micronutrientes foram
determinados por espectrometria de absorção atômica. O Al trocável foi determinado por
titulometria, utilizando-se azul de bromotimol como indicador, após extração com KCl 1M. O teor
de matéria orgânica (M.O.) foi determinado pelo método Walkley-Black. De posse desses
resultados, calcularam-se os valores da CTC, em cmolc dm-3
(Ca+Mg+K+H+Al) e da saturação
por bases ou V ([Ca+Mg+K]/CTC*100), em porcentagem.
Tabela 1 - Resultados da análise de solo, nas camadas 0-20 cm de profundidade, antes da
instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, novembro de 2012.
M.O. pH P (Mehl.) K Ca Mg Al+3
H+Al CTC V Cu Zn Mn Fe
g kg-1
CaCl2 ---- mg dm-3
---- ------------ cmolc dm-3
-------------- % -------- mg dm-3
---------
32 5,0 15 140 2,0 1,1 0,0 4,2 7,7 45 2 5 21 32
A área experimental foi dessecada com 2,5 l ha-1
de glifosato, quinze dias antes da
semeadura do arroz. A semeadura do arroz foi realizada mecanicamente com semeadora-
adubadora em 19/11/2012, utilizando-se 60 kg ha-1
de sementes da cultivar Primavera
Clearfield (CL®
). A adubação na semeadura foi realizada de acordo com os resultados da
análise do solo antes da instalação do experimento com 350 kg ha-1
da formulação 5-30-15 (N-
P2O5-K2O) + 0,5% Zn. A dose de nitrogênio utilizada nos tratamentos, exceto o controle, foi de
120 kg ha-1
de N, a qual foi parcelada em duas aplicações de 60 kg ha-1
, aos 15 e 48 dias após a
semeadura do arroz. Os fertilizantes nitrogenados foram aplicados manualmente na superfície
do solo em área total. A colheita do arroz foi realizada em 12/03/2013. A precipitação
pluviométrica foi medida diariamente durante todo o período experimental.
3.4 Avaliações realizadas no experimento
3.4.1 Volatilização de amônia
As perdas de amônia (N-NH3) por volatilização foram quantificadas utilizando-se a
metodologia adaptada de Araújo et al. (2009). O sistema consiste em câmara coletora de N-
NH3 semiaberta livre estática, confeccionada a partir de frasco plástico transparente tipo PET
de 2 litros sem a base, com diâmetro de 10 cm, abrangendo 0,008 m2 de superfície, no interior
do qual fixou-se um frasco de 50 mL contendo 40 mL de solução de H2SO4 1 mol/L + glicerina
21
2% (v/v), no qual é adicionada lâmina de espuma de poliuretano com 3 mm de espessura,
2,5 cm de largura e 25 cm uma de comprimento, umedecida na solução, sendo a amônia
volatilizada capturada na forma de (NH4)2SO4 (Figura 1). Foram colocadas duas câmaras
coletoras por parcela, sendo uma na linha e outra na entrelinha. As amostras de N-NH3
volatilizado foram coletadas durante todo o ciclo da cultura do arroz, mediante a troca dos
frascos contendo a solução acida em intervalos de 24 horas a 48 horas do 1º ao 10º dia após a
adubação, e a cada 72 horas do 11º após a adubação em diante. A análise da amônia
volatilizada e capturada pelas lâminas de espuma foi realizada por meio de destilação em
sistema semi-micro Kjeldhal, seguido de titulação.
Figura 1 - Esquema da câmara coletora de N-NH3 semiaberta livre estática “SALE”,
(Adaptado de ARAÚJO et al., 2009; STAFANATO et al., 2013).
3.4.2 Avaliações na cultura do arroz de terras altas
Altura de plantas - tomada do nível do solo até a extremidade da panícula do colmo mais alto.
Média de 10 medidas por parcela no estádio de emissão da panícula.
Teor de nitrogênio na folha bandeira - amostragem de 30 folhas-bandeira, isto é, última folha
expandida antes da emissão da panícula. As amostras foram secadas em estufa a 65 oC por 72
horas, moídas e submetidas a análise para determinação do teor de N, segundo metodologia
22
descrita por Malavolta et al. (1997), que consiste na digestão à quente do tecido vegetal com
uma mistura de ácido sufúrico e agentes catalisadores (Cu e Se) (micro-Kjeldahl) e posterior
determinação do N amoniacal formado por destilação a vapor, seguida de titulação com solução
padronizada de H2SO4.
Produção de massa seca da parte aérea das plantas (MSPA) – a amostragem foi realizada
na mesma época da amostragem de folhas-bandeira, mediante o corte rente ao solo de plantas
de em 1,0 m linear da parcela na área útil, seguida de secagem das amostras em estufa a 65 oC
por 72 horas. Após a pesagem para o cálculo da produção de massa seca por hectare, realizou-
se a moagem das amostras para determinação do teor de N na parte aérea, utilizando-se a
mesma metodologia descrita para análise da folha. De posse desses dados, calculou-se a
quantidade de N acumulada na parte aérea do arroz, multiplicando-se a concentração de N pela
produção de massa seca.
Número de perfilhos por m2 (PERF) - calculado com base na contagem do número de
perfilhos em duas amostras de 1m linear por parcela, durante a colheita.
Número de panículas por m2 (PAN) - calculado com base na contagem do número de
panículas em duas amostras de 1,0 m linear por parcela, durante a colheita.
Produtividade de grãos, em kg ha-1
(PROD) - calculada em quilogramas por hectare,
considerando a produção obtida em 3 linhas centrais de 5 m , a 13% de umidade.
Porcentagem de grãos cheios (GCH) - percentagem calculada a partir da contagem do
número de grãos cheios e do número de grãos vazios em uma amostra composta por dez
panículas.
Massa de 1000 grãos (P1000) - determinada em amostras de grãos com 13% de umidade de
todas as parcelas, obtidas através da homogeneização e em duas amostras de 1.000 sementes
cada.
Teor de N nos grãos - amostras de grãos de cada parcela foram moídas, secadas a 65 oC e
analisadas quanto ao teor de N, utilizando-se a mesma metodologia descrita para análise da
23
folha. Calculou-se a quantidade exportada de N multiplicando-se a produtividade de grãos pela
concentração de N nos grãos.
Severidade de brusone nas folhas de arroz (BF) – medida mediante pela percentagem da
área foliar com sintomas de Magnaporte oryzae (brusone), por infecção natural, avaliada a
partir de amostras coletadas no campo (PINHEIRO; et al., 2009).
Incidência de brusone na nanícula (BP) – medida pela porcentagem de panículas infectadas
com lesões típicas de brusone, por infecção natural, avaliada a partir de amostras coletadas no
campo (PINHEIRO; et al., 2009).
3.5 Análise estatística dos resultados
Os resultados foram analisados estatisticamente por meio da análise de variância (teste
F; Pr<0,05). Para as variáveis cujos resultados foram significativos pela análise de variância, os
tratamentos foram comparados pelo teste de Tukey (Pr<0,05). Utilizou-se o programa
estatístico SAS (Statistical Analysis Software), versão 9.2.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Volatilização de amônia
Os resultados apresentados na Figura 2 mostram que só ocorreu volatilização de N-NH3
decorrente da aplicação dos fertilizantes nitrogenados na primeira adubação de cobertura. Isso
pode ser explicado pelo padrão de distribuição de chuvas durante o período experimental. Por
ocasião da primeira adubação de cobertura do arroz com nitrogênio, em 03/12/2012, o solo
estava úmido, devido à ocorrência de uma chuva de 48 mm no dia anterior (Figura 4). Por outro
lado, nos doze dias seguintes a esta adubação as chuvas foram inferiores a 10 mm (Figura 4),
suficientes para manter o solo úmido, mas, provavelmente, insuficientes para incorporar os
fertilizantes no solo. Hargrove (1988) mostrou que em áreas de solo descoberto, 10 a 20 mm de
água proveniente de chuvas ou de irrigação são suficientes para incorporar a ureia e reduzir ou
mesmo eliminar as perdas de NH3. No entanto, alguns trabalhos de pesquisa realizados no
Brasil (LARA CABEZAS et al., 1997; OLIVEIRA et al., 1999; PRAMMANEE et al., 1989)
mostraram que a presença de palha na superfície do solo aumenta a exigência de lâmina de
água para incorporar a ureia.
Assim, no presente estudo, as condições de alta umidade do solo associada com altas
temperaturas do verão do Cerrado brasileiro favoreceram a rápida hidrólise da ureia nos quatro
dias após a primeira adubação de cobertura do arroz e os maiores picos de perda de NH3
ocorreram logo no primeiro dia (Figura 2). CANTARELLA; et al. (2001) também relataram
que os picos de perda de NH3 em pastagens de capim coastcross adubados com ureia
ocorreram no primeiro dia, indicando que em condições favoráveis à hidrólise, o período para
incorporação do fertilizante ao solo, por meio mecânico ou por água, pode ser bastante curto.
Observa-se na Figura 2 que o maior pico de volatilização de NH3 foi da ureia comum, que
atingiu 730 mg m-2
no primeiro dia após a sua aplicação. As tecnologias agregadas à ureia
proporcionaram a diminuição dos picos de volatilização, com destaque para ureia + NBPT que
apresentou o melhor desempenho.
Na segunda adubação de cobertura do arroz a precipitação de 33 mm que ocorreu menos
de 24 horas após a aplicação dos fertilizantes deve ter sido suficiente para enterra-los no solo,
pois não houve perdas significativas de N-NH3 (Figura 2).
Na Figura 3 são mostrados os resultados de volatilização de N-NH3 acumulada a partir
da primeira adubação de cobertura até a colheita do arroz. Nota-se que a maior perda
acumulada de N-NH3, totalizando 21 kg ha-1
de N (11,7 % do N aplicado, descontando-se a
25
quantidade volatilizada do tratamento controle), ocorreu com a aplicação de ureia comum. As
tecnologias agregadas à ureia proporcionaram a redução das perdas por volatilização
acumulada de N-NH3 em 63%, 59%, 44% e 41% para ureia + NPBT, ureia + polímero, ureia +
zeólita e ureia + Cu e B, respectivamente (Tabela 2). Resultados semelhantes foram
encontrados por outros autores com ureia + NBPT (CANTARELLA; MARCELINO, 2007),
ureia + polímero (PEREIRA et al., 2009), ureia + Cu e B (STAFANATO et al., 2013) e ureia +
zeólita (WERNECK et al., 2012).
Figura 2 – Taxa diária de N-NH3 volatilizado como resultado da adubação do arroz com ureia
comum (ureia) e ureia com tecnologias aregadas.
Figura 3 – Volatilização acumulada de N-NH3 como resultado da adubação do arroz com ureia
comum (ureia) e ureia com tecnologias aregadas.
26
Figura 4 - Precipitação pluviométrica durante o período experimental, da semeadura até a
colheita do arroz.
Tabela 2 - Perdas de N por volatilização de NH3 medidas calculados como resultado da
aplicação de ureia comum e ureia com tecnologias agregadas.
Tratamento Perdas de N-NH3 Redução de perdas
% N-aplicado* %
Ureia 11.7 -
Ureia + NBPT 4.3 63
Ureia + polímero 4.8 59
Ureia + Cu,B 6.9 41
Uriea + zeólita 6.5 44
* Subtraído o valor do tratamento controle
4.2 Componentes de produção, produtividade, absorção de nitrogênio e severidade de
brusone na cultura do arroz
A aplicação de 120 kg ha-1
de nitrogênio não afetou as varáveis altura de plantas, o
número de perfilhos, número de panículas, massa de 1000 grãos produtividade de grãos e
produtividade de massa seca da parte aérea (Tabela 3). Isso significa que a quantidade de
nitrogênio disponível no solo oriunda, provavelmente, da mineralização do N da matéria
orgânica e de restos de cultura da soja foi suficiente para fornecer o nitrogênio requerido pela
cultura nas condições desse experimento.
27
No entanto, a adubação com nitrogênio proporcionou o aumento dos teores de N na
folha e na parte aérea da planta, resultando em maior acúmulo de N na biomassa da planta
(Tabela 4). A quantidade de N acumulada variou de 95 a 129 kg ha-1
, enquanto a quantidade
exportada nos grãos variou de 69 a 77 kg ha-1
de N, mas não diferiu significativamente entre os
tratamentos. Assim, é importante ressaltar que mesmo quando a cultura não responde à
adubação nitrogenada, deve-se repor a quantidade de N exportada nos grãos, seja via adubação
mineral ou com adubação verde, via fixação biológica do N, para evitar o empobrecimento
gradual do solo.
Observa-se que o aumento da concentração de nitrogênio na planta apresentou uma
correlação positiva com a severidade de brusone na folha que, por sua vez, apresentou
correlação negativa com a porcentagem de grãos cheios (Figura 5), sugerindo que a adubação
com doses elevadas de nitrogênio pode causar um excesso de N na planta que favorece o
desenvolvimento da doença nas folhas, prejudicando o enchimento de grãos. Essa também pode
ser uma explicação para a falta de resposta à adubação nitrogenada do arroz em aumento de
produtividade nesse experimento. (Fillipi; Prabhu, 1998) alertaram que o suprimento excessivo
de nitrogênio inorgânico nas adubações é um dos fatores que aumenta o risco de ocorrência de
brusone no arroz.
Tabela 3 – Altura de plantas, número de perfilhos (PERF), número de panículas (PAN),
porcentagem de grãos cheios (PGCH), massa de mil grãos (P1000), produtividade de grãos
(PROD) e produtividade de massa seca da parte aérea (MSPA) como resultado da adubação
nitrogenada com ureia comum e ureia com tecnologias agregadas.
Tratamentos ALTURA PERF PAN PGCH P1000 PROD MSPA
cm
% g --------- kg ha-1
-------
Controle 108 a 330 a 319 a 84 a 24.6 a 5.229 a 7.069 a
Ureia comum 106 a 332 a 326 a 78 b 24.0 a 4.578 a 6.872 a
Ureia + polímero 107 a 316 a 311 a 76 b 23.3 a 4.696 a 6.920 a
Ureia + NBPT 104 a 325 a 321 a 75 b 23.0 a 5.235 a 7.663 a
Ureia + Cu + B 104 a 336 a 328 a 75 b 23.1 a 4.869 a 7.271 a
Ureia + Zeólita 110 a 345 a 327 a 78 b 23.5 a 4.612 a 7.134 a Valores seguidos de mesma letra, dentro de cada variável, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
28
As fontes de nitrogênio testadas (ureia comum e ureia com as quatro tecnologias
avaliadas) não diferiram entre si em nenhuma das variáveis avaliadas na cultura do arroz
(Tabelas 3 e 4). Isso ocorreu, provavelmente, porque as quantidades perdidas por volatilização
de N-NH3 foram relativamente pequenas, variando de 4,3% a 11,7% dos 120 kg ha-1
do N
aplicado (Tabela 2), comparadas com a quantidade que permaneceu no solo.
Tabela 4 – Teor de N na folha (N-FOLHA), na massa seca da parte aérea (N-MSPA), nos
grãos (N-GRÃOS), quantidade acumulada de N na massa seca da arte aérea (N-ACUM),
quantidade de N exportada nos grãos (N-EXP) e severidade de brusone na folha (BF) e nas
panículas (BP) como resultado da adubação nitrogenada com ureia comum e ureia com
tecnologias agregadas.
Tratamentos N-FOLHA N-MSPA N-ACUM N-GRÃO N-EXP BF BP
--------- g kg-1
---------- kg ha-1
g kg-1
kg ha-1
--------- % --------
Controle 28,2 c 13,5 b 95 b 13,4 b 72 a 8 b 2 a
Ureia comum 30,4 b 17,2 a 118 a 15,3 a 70 a 21 a 5 a
Ureia + polímero 31,1 ab 18,5 a 129 a 14,6 ab 69 a 24 a 4 a
Ureia + NBPT 32,2 ab 17,0 a 125 a 14,7 ab 77 a 28 a 6 a
Ureia + Cu + B 30,7 b 17,0 a 123 a 15,5 a 75 a 23 a 6 a
Ureia + Zeolita 32,6 a 16,5 a 118 a 14,6 ab 67 a 24 a 8 a Valores seguidos de mesma letra, dentro de cada variável, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Figura 5 – Relação entre severidade de brusone nas folhas com porcentagem de grãos cheios
(PGCH) e teor de N foliar.
y = -1.8135x + 162.07 R² = 0,91*
0
5
10
15
20
25
30
70 75 80 85
Bru
son
e n
a fo
lha
(%)
PGCH
y = 3.9526x - 100.51 R² = 0,80*
0
5
10
15
20
25
30
26 28 30 32 34
Bru
son
e n
a fo
lha
(%)
N na folha (g kg-1)
29
5 CONCLUSÕES
As perdas de nitrogênio por volatilização de NH3 só ocorreram em quantidades
significativas na primeira adubação de cobertura do arroz, quando as condições de umidade do
solo e precipitação pluviométrica foram favoráveis.
As tecnologias agregadas à ureia proporcionaram a redução das perdas por volatilização
de N-NH3 em 63%, 59%, 44% e 41% para ureia + NPBT, ureia + polímero, ureia + zeólita e
ureia + Cu e B, respectivamente.
A adubação do arroz com 120 kg ha-1
de nitrogênio não afetou a produtividade, mas
proporcionou o aumentou da concentração desse nutriente na folha e na parte aérea, resultando
em maior quantidade de nitrogênio acumulada na biomassa da planta, aumento da severidade
de brusone na folha e redução da porcentagem de grãos cheios. As fontes de nitrogênio testadas
não diferiram entre si em nenhuma das variáveis avaliadas na cultura do arroz.
30
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DECLARAÇÃO E AUTORIZAÇÃO
Eu, Laene Nepomuceno Almeida, portadora da Carteira de Identidade nº 1354362730
emitida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, inscrita no CPF sob nº
057.677.815-08, residente e domiciliada na Rua Pinheiro Chagas, telefone (062) 8257-1288,
endereço eletrônico: [email protected], declaro, para os devidos fins e sob
pena da lei, que o Trabalho de Conclusão de Curso VOLATILIZAÇÃO DE AMÔNIA
PROVENIENTE DE UREIA COM TECNOLOGIAS AGREGADAS EM ARROZ DE
TERRAS ALTAS, é de minha exclusiva autoria.
Autorizo o Centro Universitário de Goiás, Uni - ANHANGUERA a disponibilização do
texto integral deste trabalho na biblioteca (consulta e divulgação pela Internet, estando vedadas
apenas a reprodução parcial ou total, sob pena de ressarcimento dos direitos autorais e penas
cominadas na lei).
________________________________________
Laene Nepomuceno Alemida
Goiânia (GO), 18 de Maio de 2015.