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DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI-SÓLIDA UTILIZADA PARA PERFUMAR O CORPO Brenda Paula Batista Magalhães Rousana Ferreira de Sousa RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo desenvolver uma formulação cosmética semi-sólida utilidade para perfumar o corpo. Os cosméticos e perfumes são elaborações constituídas por substâncias sintéticas ou naturais, que se destinam ao contato com as partes superficiais do corpo humano como epiderme, sistema piloso ou capilar, lábios, unhas, órgãos genitais externos, dentes e mucosa da cavidade oral. O seu objetivo principal é perfumar, limpar, alterar e corrigir odores corporais, bem como proteger e conservar em bom estado. O desenvolvimento de uma formulação cosmética é um trabalho meticuloso onde estão reunidos inúmeros conceitos, a mesma é uma mistura complexa de ingredientes no qual vários fatores são levados em consideração. Critério na seleção de matéria-prima, processo de fabricação, fragrância, embalagem para acondicionamento, apresentação do produto ao público alvo e custo-benefício entre outros. O presente estudo desenvolveu um cosmético semi-sólido para a perfumação do corpo destinado à comercialização em escala industrial. A Legislação e Normas Vigentes segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foram consultadas para o desenvolvimento do perfume semi-sólido. A partir de amostragem foram realizadas as análises como ensaios organolépticos e físico-químicos, que foram determinantes para a qualidade do produto final. A estabilidade do cosmético desenvolvido foi realizada através de estufa e refrigerador em ciclos alternados com variações de temperatura. De acordo com os resultados obtidos, o produto desenvolvido apresenta características satisfatórias em termos de estabilidade e aspectos sensoriais. Finalmente, com o seguimento arrisco de todas as normas estabelecidas pela ANVISA para o controle tanto no desenvolvimento quanto na produção do cosmético, o mesmo proporcionou qualidade e segurança ao consumidor, sendo encaminhado para o mercado em escala industrial. PALVRAS-CHAVE: ANVISA, Cosméticos e Perfume. INTRODUÇÃO Cosméticos e perfumes são definidos pela legislação vigente como preparações constituídas por substâncias sintéticas ou naturais, que se destinam ao contato com as partes superficiais do corpo humano como epiderme, sistemas piloso ou capilar, lábios, unhas, órgãos genitais externos, dentes e mucosa da cavidade oral. O objetivo principal dos cosméticos e do perfume é perfumar,

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DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI-SÓLIDA

UTILIZADA PARA PERFUMAR O CORPO

Brenda Paula Batista Magalhães

Rousana Ferreira de Sousa

RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo desenvolver uma formulação cosmética semi-sólida utilidade para perfumar o corpo. Os cosméticos e perfumes são elaborações constituídas por substâncias sintéticas ou naturais, que se destinam ao contato com as partes superficiais do corpo humano como epiderme, sistema piloso ou capilar, lábios, unhas, órgãos genitais externos, dentes e mucosa da cavidade oral. O seu objetivo principal é perfumar, limpar, alterar e corrigir odores corporais, bem como proteger e conservar em bom estado. O desenvolvimento de uma formulação cosmética é um trabalho meticuloso onde estão reunidos inúmeros conceitos, a mesma é uma mistura complexa de ingredientes no qual vários fatores são levados em consideração. Critério na seleção de matéria-prima, processo de fabricação, fragrância, embalagem para acondicionamento, apresentação do produto ao público alvo e custo-benefício entre outros. O presente estudo desenvolveu um cosmético semi-sólido para a perfumação do corpo destinado à comercialização em escala industrial. A Legislação e Normas Vigentes segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foram consultadas para o desenvolvimento do perfume semi-sólido. A partir de amostragem foram realizadas as análises como ensaios organolépticos e físico-químicos, que foram determinantes para a qualidade do produto final. A estabilidade do cosmético desenvolvido foi realizada através de estufa e refrigerador em ciclos alternados com variações de temperatura. De acordo com os resultados obtidos, o produto desenvolvido apresenta características satisfatórias em termos de estabilidade e aspectos sensoriais. Finalmente, com o seguimento arrisco de todas as normas estabelecidas pela ANVISA para o controle tanto no desenvolvimento quanto na produção do cosmético, o mesmo proporcionou qualidade e segurança ao consumidor, sendo encaminhado para o mercado em escala industrial.

PALVRAS-CHAVE: ANVISA, Cosméticos e Perfume.

INTRODUÇÃO

Cosméticos e perfumes são definidos pela legislação vigente como preparações constituídas

por substâncias sintéticas ou naturais, que se destinam ao contato com as partes superficiais do

corpo humano como epiderme, sistemas piloso ou capilar, lábios, unhas, órgãos genitais externos,

dentes e mucosa da cavidade oral. O objetivo principal dos cosméticos e do perfume é perfumar,

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limpar, alterar e corrigir odores corporais. A segurança oferecida pelos mesmos ao consumidor

torna-se indispensável, visto que para tais produtos, todos tem acesso. A legislação não se

preocupa unicamente com a atuação do cosmético, mais igualmente com os problemas de defesa

do consumidor e de saúde pública. Assim, existem referências à rotulagem, aos requisitos de

qualidade, às atividades industriais e aos meios técnicos de produção e controle, com evidência

para obrigação de um responsável técnico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), que é o órgão regulamentador, apresenta listas de substâncias proibidas ou permitidas

em determinadas porcentagens, como por exemplo, conservantes e corantes entre outros. O

controle de qualidade não pode apenas estar restrito ao laboratório, mas sim, em todo o âmbito

relacionado ao produto, desde a entrada de matéria-prima na indústria até o produto acabado

(ANVISA, 2007).

Segundo Ashcar (2008), a partir de 1900, o perfume se tornou efetivamente um produto

industrial, produzido em grande escala, o que antes era feito apenas para um número limitado de

pessoas, passa a ser artigo indispensável na rotina das pessoas, dando assim o início de uma nova

etapa da perfumaria. Grandes marcas começam a se destacar e ainda hoje ditam tendências

mundiais no âmbito olfativo tais como Chanel e Christian Dior. Devido ao crescimento

extremamente significativo da área de perfumaria na cosmetologia, a ANVISA exige o

cumprimento de diretrizes regulamentadoras para evitar e prevenir os riscos na qualidade e

segurança dos produtos. Neste contexto, o presente estudo formulou e desenvolveu um cosmético

semi-sólido utilizado para perfumar o corpo, com características organolépticas e físico-químicas

de acordo com as exigências do órgão público regulamentador ANVISA, e foi inserido no

mercado em escala industrial.

OBJETIVOS

Objetivo geral

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo geral desenvolver uma formulação

cosmética semi-sólida utilizada para perfumar o corpo, com sensorial confortável e emoliente que

agrade e satisfaça o consumidor.

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Objetivos específicos

• Desenvolver e formular um cosmético semi-sólido emoliente com óleos essenciais para

perfumar o corpo;

• Realizar testes de estabilidade com a formulação desenvolvida;

• Avaliar os resultados obtidos com a estabilidade acelerada.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A história da perfumaria

A palavra perfume origina-se do latim que significa fumaça ou através de fumaça. As

plantas e seus componentes: raízes, caules, folhas, flores e frutos, são usados há muito tempo pela

humanidade para fins religiosos e medicinais. O homem moderno só ganhou forma e vida a cerca

de 50 mil anos. A partir, de então começou a fazer uso das plantas. Desde as civilizações antigas

o homem já tinha conhecimento do fogo e modificava o odor da fumaça pela adição de plantas

para fazer oferenda aos deuses. A invocação dos espíritos do céu era realizada por meio de

cremação de ervas em rituais, e o incenso era considerado o alimento dos deuses. Na era polida,

os homens organizados em tribos, aprenderam a cultivar as plantas e a extraírem os óleos graxos

de gergelim e oliva vegetais através de pressão executada por meio das pedras, transformadas em

utensílios. Já os egípcios consideravam o coração como o altar e o corpo como o templo da alma,

o complexo processo de mumificação que abrange banho com unguentos, essências aromáticas e

unções alquímicas, era executado durante 70 dias para preservar faraós e sacerdotes, preparando-

os para entrada no reino da morte. Também, desenvolveram a técnica de produção de papiro,

quando foram registrados os conhecimentos a respeito do uso medicinal de ervas (CORAZZA,

2002).

Os papiros de Ebers e Edwin-Smith, expostos no museu de Leipzig, na Alemanha, oriundo

da primeira dinastia, indicam fórmulas compostas por aproximadamente 125 ervas e óleos

essenciais, entre eles podemos citar a canela, cardamomo, mostarda, gergelim, açafrão, semente

de papoula entre outros. De acordo com o historiador e egiptólogo francês Pierre Montet, os

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cuidados com a aparência física atingem o auge no reinado dos Ramsés, quando os egípcios

perfumavam a água de banho com ervas aromáticas em cuja composição predominava o olíbano,

vindo da Somália. O banho instituía um ritual realizado pela manhã e antes das principais

refeições, mas quem eternizou a perfeição na arte da perfumação sedutora foi Cleópatra, amante

do imperador romano Júlio César e depois esposa do general também romano Marco Antonio,

que usava perfumes especiais, feitos com óleo essencial extraído das flores de henna, açafrão,

menta e zimbro (CORAZZA, 2002).

Na Babilônia, o uso de óleos essenciais, principalmente de cedros fazia parte da rotina de

cuidados com a saúde, sendo que sumérios, egeus, assírios, caldeus e persas também

compartilhavam deste conhecimento. Ao construir os Jardins Suspensos, o rei Nabucodonosor

ordenou que plantassem alecrim e açafrão junto das rosas. O surgimento e a ativação do comércio

civil levaram ao abrandamento da organização agrária e ao declínio dos feudos, marcando o

início da fabricação dos perfumes de forma mais organizada. Por volta do ano de 1200 d.C., o rei

Felipe Augusto II reconhece a profissão de perfumista, concedendo licença para abertura para

locais característicos destinados à comercialização das essências criadas. Com esse apoio, surgem

as primeiras escolas de aprendizes e oficiais, de onde saem os mestres da profissão, que passam

também a supervisionar os trabalhos de prensagem, maceração e combinações de ingredientes

para formular as composições olfativas (CORAZZA, 2002).

Para Ashcar (2008), tal atitude de reconhecimento oficial, foi apoiada, e expandida nos

séculos seguintes em 1582 d.C., por Henrique III, que na ocasião casado com Catarina Médicis,

uma nobre florentina que trabalhava na Officina Profumo di Santa Maria Novella, em cuja matriz

os frades dominicanos produziam essências, pomadas, bálsamos e outros preparados medicinais

desde 1221 d.C. Quando se casaram, Henrique e Catarina se mudaram para a França e levaram

consigo seu perfumista pessoal, Renato Bianco, conhecido como René Blanc, ele aferiu a França

lições na arte da perfumaria e instituiu a primeira butique de perfumes em Paris, o que deu

impulso definitivo à produção e comercialização de itens aromáticos, e por Luis XIV, conhecido

como o “Rei Sol”, que era muito sensível a odores e tinha um perfume para cada semana. Foi ele

e sua amante Madame de Pompadour, que estimularam a difusão do perfume da França por toda

a Europa. Isso porque ela ditava a moda, a beleza e a arte da época, contam os historiadores, que

ele gastava horas no toalete, banhando-se com sabonetes de lavanda e incrementava o penteado

com pomadas perfumadas. Com o generoso estímulo ao seu amante, ela encorajou a prosperidade

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da cidade de Grasse que passou da produção artesanal para a produção industrial em grande

escala de produtos e derivados aromáticos. Luís XIV, por meio de admirável cerimonial procurou

acirrar sua realeza no admirável Palácio de Versalhes, que instituiu para si a sua corte. Foi uma

época de amplo brilhantismo social e cultural, mas tanto o rei quanto a sua refinada corte

pareciam ter perdido de contínuo toda e qualquer noção de higiene, tornando os banhos

inexistentes. Marcial então foi escolhido como perfumista da corte, cujo mandato era criar

diferentes composições olfativas para cada dia da semana, a fim de perfumar os aposentos reais e

dissimular os odores desagradáveis. Este foi um bom período para os perfumistas, que, de certa

forma, pelos conhecimentos químicos e de rudimentos extraídos de vegetais e animais, traziam

também saída para dor de dentes e outras enfermidades.

Mas não foi na pequena cidade Grasse no sul da França que começou a jornada mundial da

Água de Colônia. A história nos diz que foi o italiano Jean-Marie Farine que registrou na cidade

de Colônia na Alemanha um produto de nome Kölnisch Wasser, que era feito com essências

naturais como neroli, bergamota, lavanda e alecrim diluídos em álcool neutro, e forçou os

perfumistas a desenvolverem novos temas para suas composições olfativas. Esse produto

produzido por Jean era usado por Napoleão Bonaparte que foi o responsável por colocar a França

à frente nas pesquisas científicas e na produção de artigos luxuosos. A família Bonaparte teve

outra personalidade ilustre no mundo dos aromas, a alinhada espanhola Eugênia, esposa de Luis

Bonaparte, sobrinho de Napoleão. A imperatriz lançou um novo estilo de perfume, o Eau

Impériale, uma mistura de notas cítricas e lavanda, era considerada reanimadora para as pobres

mulheres da época, que sofriam com espartilhos. A fragrância foi criada em 1861 d.C., por

Guerlain que tinha no frasco o brasão dos Bonaparte (ASHCAR, 2008).

E é no século XX que os laboratórios começaram a pesquisar matérias-primas sintéticas,

promovendo a aquisição de produtos para a indústria em grande escala. Em 1920 d.C., com a

obtenção de aldeídos, o mundo perfumístico ganha uma importante família de elementos

químicos tendo como resultado, a criação de Chanel nº 05 (um dos perfumes mais vendidos do

mundo). Nessa mesma época, o químico Maurice René de Gattefossé começa seu trabalho com

óleos essenciais em cosméticos, dando início ao termo aromacologia. O mesmo sofreu severas

queimaduras no laboratório, recuperando-se em passo acelerado ao usar o óleo essencial de

lavanda para antecipar a cicatrização dos tecidos cutâneos (CORAZZA, 2002).

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Matérias-primas para o desenvolvimento de formulação cosmética

O desenvolvimento de uma formulação cosmética deve ser sempre iniciado, pela consulta

prévia dos ingredientes que compõem a formulação na legislação vigente da ANVISA. A mesma

determina que os fabricantes de matérias-primas disponibilizem documentação comprobatória

atestando que o insumo atende a legislação que compreendem: Boletins Técnicos, que deve

demonstrar as características físico-químicas da matéria-prima, o FISP (Ficha de Segurança de

Produtos Químicos), onde são indicados ao meio ambiente. Laudo Analítico que deve ser emitido

lote a lote, indicando as características físicas e químicas analisadas, seus parâmetros e os

métodos aplicados e a Identificação do fabricante contendo claramente o nome e o endereço do

fabricante (GOUVÊA, 2007).

Para Barata (2003), mesmo que as indústrias químicas forneçam constantemente novas

substâncias e as possibilidades de escolha sejam enormes, as matérias-primas utilizadas em cada

fórmula são bem reduzidas. Veja algumas regras básicas para a escolha e seleção das matérias-

primas:

• Ausência de substâncias tóxicas (sais e metais pesados);

• Ausência de sustâncias irritantes (cáusticas);

• Ausência de substâncias alérgicas;

• Ausência de substância com caráter cancerígeno (certos corantes);

• Características organolépticas adequados (cor, odor, etc.);

• Ausência de contaminação microbiológica ou alterações.

As matérias-primas podem ser de origem dos reinos mineral, vegetal, e semi-sintéticas ou

de síntese da indústria química. A vaselina líquida é hidrofóbica, não oxida nem saponifica. O

óleo de palma igualmente chamado de manteiga de palma é extraído do fruto da Elacis guinancis,

uma palmeira. É um óleo espesso pegajoso de cor amarelado com odor de violeta pouco intenso.

Após o processo de hidrogenação passa para o estado sólido onde a temperatura do corpo

humano se dissolve. A cera de carnaúba é obtida por fusão das raspas cerosas da parte inferior

das palmeiras, principalmente da Copérnica cerífera. Tem a cor amarelada seu, ponto de fusão

varia entre 80 e 85°C, razão pela qual é utilizada para aumentar o ponto de fusão de outras

gorduras, quando acrescentadas em determinadas proporções. Oferece aspecto de brilho. Os

materiais graxos de origem vegetal ou animal, base de numerosas preparações cosméticas, são

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aptos à oxidação, pois contêm triglicérides mais ou menos instauradas. A oxidação resulta da

incorporação do oxigênio do ar numa reação química, devido à presença de bactérias e fungos,

por essa razão se recomenda o uso de antioxidantes nos óleos que apresentam facilidade em

oxidar-se, evitando assim, inconvenientes (BARATA, 2003).

Todos os métodos de preservação tem como finalidade impedir ou diminuir alterações

prejudiciais provocada pela ação de microorganismos ou fungos. Quando um microorganismo se

introduz numa preparação cosmética, no decorrer da fabricação, encontra aí as condições ideais

para o seu desenvolvimento e multiplicação. O emprego de um preservante no produto é de

necessidade fundamental, sob pena deste se tornar em passo acelerado inutilizado ou de sua

aplicação vir a ser menos aconselhável. As preparações cosméticas são sujeitas a tratamentos

físicos para preservação, só se mantêm estáveis se forem sujeitas à proteção por

acondicionamento esotérico do recipiente que as contém. Após a abertura do recipiente, a

preparação já não está mais protegida e, portanto, sujeita à contaminação. Os principais métodos

físicos de contaminação são calor, frio, dessecação e irradiação. A preservação química apresenta

vantagens em relação à física, por manter sua capacidade protetora, após a preparação do

produto, precede-se a incorporação de substâncias químicas que protegem a preparação contra as

alterações bacterianas e fúngicas, mesmo quando aquela está exposta a contaminações repentinas,

que podem acontecer tanto durante o acondicionamento como no decorrer da utilização. Os

preservantes mais usados são os ésteres de ácido p-hidroxibenzóico (metil e propil parabenos),

além dos mais específicos como ácido ascórbico, ácido sórbico entre outros. Embora os

preservantes químicos ofereçam uma proteção de uso, não se deve esquecer do fato de que o

poder antibacteriano ou antifúngico diminui com a contaminação, e ainda, se a mesma for no

processo de fabricação (matérias-primas contaminadas), a ação do conservante é ligeiramente

atenuada e a vida do produto também. É nesse conceito que se baseiam as regras de boa

qualidade que consiste em trabalhar com boas matérias-primas e nas melhores condições de

higiene (BARATA, 2003).

Segundo Barata (2003), as matérias-primas utilizadas tradicionalmente na produção dos

cosméticos são, na maior parte dos casos, usadas na indústria farmacêutica. No entanto, a

invariável busca por novidades tem dado origem ao aparecimento de um número continuamente

maior de novas substâncias de utilização quase peculiar da cosmética. Na maioria das vezes,

pretende-se um resultado específico e característico com um produto cosmético. Destinado à

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aromatização do corpo, o perfume é um produto cosmético muito antigo e de uso essencial entre

toda a população mundial.

Composição aromática de perfumes

Ashcar (2008) afirma que a criação de um perfume é uma arte comparável à composição de

uma música, exige inspiração, harmonia, mistério e, principalmente, sensibilidade. O perfumista

usa a fábula e o nariz para criar fragrâncias memoráveis, que podem incorporar até 300 matérias-

primas. É capaz de apontar mais de três mil cheiros e consegue combiná-las em quantidade

indefinida de fórmulas. Como um maestro compõe as diferentes notas, e a sua mistura resulta no

acorde ou na harmonia da fragrância, imaginando o papel que cada ingrediente terá em sua

composição olfativa. A força de um perfume depende de concentração de extratos aromáticos

empregados em sua composição, transformar essa mistura em sucesso está nas mãos dessa

categoria restrita e valiosa de profissionais. O “bom nariz” se desenvolve desde a infância, existe

uma ligação forte entre as coisas que acontecem durante a vida e os cheiros que o acompanham.

A harmonia das composições aromáticas

Há uma infinidade de ingredientes que podem ser usados para criar um perfume, natural ou

sintético, conferem à fragrância a sua mais pura essência. As flores são efetiva e definitivamente

as principais fontes de inspiração para os perfumistas na criação de uma nova fragrância. No

entanto, o óleo essencial usado na elaboração de um perfume pode vir também de raiz, caule,

sementes, folhas, resinas, cascas de árvores, entre outros, que proporciona um leque indefinido de

combinações. A laranjeira, por exemplo, oferecem o neroli (extraído das flores), óleo cítrico

(extraído da fruta) e o petitgrain (oriundo das folhas e galhos). Em meio a tantas possibilidades,

cabe ao perfumista decifrar harmoniosas composições, combinações e interpretar o segredo da

transformação que cada nota irá suscitar em um novo acorde, ou seja, em uma nova fragrância.

Há um século existiam apenas cerca de 150 substâncias que poderiam ser empregados na fórmula

de uma fragrância, hoje em dia, esses números saltou para mais de mil extratos naturais e graças à

química, existem atualmente mais de 3000 substâncias sintéticos que são à base de muitos

perfumes (ASHCAR, 2008).

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Ingredientes naturais

De acordo com Corazza (2002), atualmente existem uma gama enorme de ingredientes

naturais que podem se incorporadas em perfumes, dentre os quais podemos destacar:

Flores, não são por acaso que fragrância é praticamente o sinônimo de flor, é com o seu

aroma que a maioria dos perfumistas compõe suas criações. Rosas e jasmim, por exemplo, são

considerados os pilares da perfumaria. Tuberosa, ylang ylang e flor de laranjeira, ou neroli,

também tem o seu lugar de relevo, outras espécies se juntam nessa preciosa fonte de inspiração,

como calêndula, champaca, fragipane, gardênia, gerânio, íris, jacinto, lavanda, lilás, frésia, lírio,

lírio de vale, madressilva, narciso, mimosa, osmanthus e violeta. Osmanthus é uma flor nativa da

China e tem um delicioso aroma frutal de damasco. Champaca pertence à família das magnólias,

é encontrada na Índia, e é bastante usada nos perfumes tradicionais. Frangipani é uma espécie

tropical nativa da Índia, também conhecida como plumeria.

Raízes e rizomas, resultam em essências notáveis como gengibre, valeriana e vetever.

Este, muito usado na perfumaria, é um tipo de planta com raízes fortes e fibrosas que oferecem o

cheiro de terra com um toque amadeirado. Já o orris, obtidos dos rizomas infecundo de íris por

meio da destilação, resulta em uma manteiga de perfume abundantemente delicado. Como é

muito valioso, é raramente empregado.

Folhas e raízes, são mais de 300 variedades diferentes que emprestam seu cheiro a

perfumaria, entre elas, destacam-se as folhas de violeta, gerânio, cálamo, figo, cipreste, murta,

cedro, petitgrain, tabaco e eucalipto. Outro personagem importante dessa categoria é o patchuli,

cujo óleo essencial extraído das folhas e do caule é um extravagante item de muitos dos aromas

estáveis, bem como as resinas e os bálsamos que são substâncias extraídas de certas árvores que

se transformam em cristais, dentre os mais conhecidos estão os olíbanos. A mirra é uma resina

obtida de um arbusto que é encontrado na África e no Oriente. Benjoim é uma essência balsâmica

extraída da árvore estoraque. Galbano é uma resina de cheiro verde. Opopânace, ao mesmo

tempo conhecido como mirra doce ou mirra bisabolol, tem o odor doce e alavandado, e era um

dos aromas favoritos do rei Salomão, filho do rei Davi. Bálsamo-de-tolu é originário de uma

árvore nativa do Peru, cuja resina lembra aroma de baunilha e canela. Bálsamo do copahu (ou

copaíba) é uma planta nativa da África do Sul e tem um cheiro suave doce e balsâmico. Elemi é

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uma resina que oferece um cheiro com características cítricas e frescas. Labdanum é uma resina

obtida da espécie cistus, seu odor é doce idêntico ao ambergris, pode ser empregado como acorde

de couro.

Semente e grãos, esses elementos trazem um estilo muito especial para a perfumaria, e

entre eles estão o ambrette, cardamomo, cominho, coentro, feno grego e fava-tonka, um toque de

vagem nativa do Brasil com cheiro similar ao da baunilha, mas com um toque de cravo, canela e

amêndoas. O ambrette tem um odor similar ao do musk. Em relação às frutas, as cítricas são as

mais empregadas desde os primórdios das águas de colônia, o destaque vai para o abacaxi,

ameixa, amêndoa, amora, bergamota, cereja, coco, damasco, framboesa, groselha, laranja, limão,

mandarina, manga, pêssego, toranja, e yuzu, fruta cítrica nativa do Japão, cujo aroma transmite

entre o grapefruit e a mandarina.

Especiarias, condimentos, e ervas aromáticas, conferem toque especiario ou

condimentado às fragrâncias, são usados com bastante frequência nos perfumes destinados ao

público masculinos e com saídas mais refrescantes. Alecrim, anis, artemísia, baunilha, canela,

citronela, cominho, cravo dill, erva-cidreira, estragão, louro, manjericão, manjerona, menta, noz-

moscada, orégano, pimenta, sálvia, tomilho, verbena e zimbro são exemplos que podemos citar.

Ingredientes sintéticos

A perfumaria contemporânea começou por volta do século XX, quando a química ofereceu

novas escolhas de materiais aos perfumistas, os aromas sintéticos, isto é, réplicas dos naturais,

que permitiam inúmeras combinações antes duvidosas. Um bom exemplo desses ingredientes são

os aldeídos, substâncias que fixam as fragrâncias das flores, o que possibilita o uso de matéria-

prima natural em menor quantidade. O sucesso de Chanel nº 05, criado em 1921 pelo perfumista

Hernest Beax, foi devido à porção excessiva de compostos orgânicos aldeídicos usado na

formulação, isso porque o efeito que esse perfume produz de duração na pele jamais seriam

alcançadas apenas com substâncias naturais. Desde então, as pesquisas caminham rapidamente e

novos métodos elaborados de análises revelam segredos da natureza capazes de abrir novos

horizontes para a indústria da área de perfumaria (ASHCAR, 2008).

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Os aldeídos são compostos orgânicos que apresentam o grupo carbonila na extremidade da

cadeia carbônica, que tem a propriedade de desnaturar proteínas tornando-as mais resistentes à

decomposição natural (SOLOMONS; FRYHLE, 2005).

Quando identificamos os compostos de um óleo essencial, possivelmente será possível a

obtenção do mesmo para fabricá-lo sinteticamente tornando assim mais barato e acessível à

indústria. Existe também a possibilidade de síntese de novos compostos com aroma parecido ao

natural, entretanto, apresentam estruturas completamente diferentes. A Figura 1 apresenta a

fórmula estrutural de um composto sintético utilizado na perfumaria (Limoeiro), com

característica cítrica (DIAS; SILVA, 1996).

.

Figura 1: Fórmula estrutural do Limoeiro. Fonte: DIAS; SILVA, 1996.

A sintonia das notas olfativas

Ao abrir um frasco, é possível sentirmos várias misturas de odores. A fragrância final é

alcançada, na verdade, por meio lento e gradual de notas olfativas, um processo habilidoso e

curioso. O olfato é considerado o sentido mais elementar e talvez o mais apurado dos seres

humanos. Facilmente, ao lidar com tão precioso sentido, a criação de um perfume só poderia ser

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considerada uma arte, e é na música que encontramos a principal relação com a linguagem da

perfumaria moderna. Todo aroma em si é chamado de nota e seu blend (mistura), é conhecido

como arcode ou harmonia de uma determinada fragrância. Essas sinfonias aromáticas tem seu

próprio ritmo olfativo, graças às notas de saída, notas de corpo e notas de fundo. Elas precisam

estar em balanceamento sutil e delicado, para que uma não se sobre-saia a outra gerando assim

uma desarmonia entre as notas. Esse balanceamento das notas pode ser demonstrado, de forma

clara e específica em uma pirâmide olfativa como mostra em detalhes a Figura 2, nela podemos

identificar visivelmente todas as notas olfativas que compõem um determinado perfume

(ASHCAR, 2008).

Figura 2: Pirâmide olfativa Fonte MANE, 2009.

Na ponta da pirâmide estão as notas de saída mais voláteis do composto, aquelas matérias-

primas que evaporam primeiro, tem maior difusão e não tem percepção de qual é o cheiro que

estamos experimentando, duram apenas poucos minutos depois se sublimam. Os óleos essenciais

de bergamota, limão, laranja, lavanda, petit-grain, encontram-se nessa categoria denominadas

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notas de topo, de saída ou de cabeça do perfume. O meio da pirâmide refere-se às matérias-

primas de volatilidade e tenacidade intermediária, que são a alma do perfume, permanecendo até

4 horas após a aplicação e evaporando-se mais lentamente. Os óleos essenciais de tomilho, cravo,

rosa, jasmim, ylang-ylang, patchuli, sândalo e também as notas sintéticas de aldeídos estão nessa

categoria, que são denominadas notas de corpo, do meio, ou coração do perfume. No dia seguinte

ou após 4 à 5 horas, podemos sentir o odor remanescente das matérias-primas mais pesadas e

persistentes, de baixo ponto de evaporação e difusão lenta. Nesta categoria se encaixam as resinas

de madeira e derivados animalitos. São denominadas notas de fundo ou base do perfume

(CORAZZA, 2002).

A força de um perfume está sujeito, essencialmente da concentração de matéria-prima

utilizada em sua composição. Do ponto de vista técnico, incide em várias misturas de

ingredientes voláteis dissolvidos em álcool que se alastram no ar em temperaturas habituais. A

palavra perfume aplica-se somente ao tipo de composição que contém a mais alta proporção de

extrato aromático com o menor teor de álcool possível, as outras combinações quase sempre

levam uma pequena quantidade de água na fórmula. Essa concentração, portanto, é fator decisivo

na classificação de acordo com o Quadro 1. É comum ouvir fala de tempo de duração das

fragrâncias, mas o feito não é mérito do agente fixador, como há quem acredite, na verdade a

fixação se deva as notas de fundo, também chamadas de notas de base. As fragrâncias densas e

persistentes, capazes de atuar na composição de modo a proporcionar uma difusão mais lenta

(ASHCAR, 2008).

Quadro 1: Classificação dos perfumes.

Classificação dos Perfumes

Denominação/Classificação % do extrato

Parfum (perfume, extrato) 15 a 35

Eau de Parfum ou Parfum de Toilette 10 a 18

Eau de Toilette (Água de Toilette) 5 a 10

Eau de Cologne (Água de Colônia) 3 a 5

Splash (deo Colônia) Até 3

. Fonte: ASHCAR, 2008.

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As famílias olfativas

De acordo com a conotação olfativa e o grau de volatilização, as matérias-primas

fragrantes destinadas ao uso na indústria de perfumes são classificadas em Famílias Olfativas que

compreende: Cítricas e Lavandas, que normalmente são usadas como notas de cabeça, doando

leveza, frescor e vivacidade aos perfumes. Verdes/leguminosas largamente usadas nas notas de

corpo, onde confere a conotação de folhas molhadas cortadas, um aroma de seiva. Aldeídicas,

aplicadas como notas de fundo, dão conotações picantes. Tanto as Florais, quanto as Frutais são

usadas como notas de cabeça/corpo e corpo/fundo proporcionando um odor peculiar. As

Amadeiradas são aplicadas como notas de corpo/fundo, arredondando as notas de cabeça. As

Especiarias são usadas com notas de corpo/fundo, dando um aspecto típico temperado.

Aromáticas, compreendem as notas de cabeça/corpo/fundo, dando sensações típicas provenientes

de elemento de culinária. Polvorosas e Doces apresentam características adocicadas. O óleo

essencial extraído do Couro é usado como notas de corpo/fundo, dando uma conotação típica,

atualmente a preferência é para base sintética, de odor animal, fenólico, lembrando o alcatrão,

que remete o odor de couro. Os óleos essenciais que emitem cheiro característico de animais são

usados como notas de fundo, doando sensualidade. As matérias-primas naturais estão em desuso,

sendo substituídas por sintéticas. As Ozônicas e Marinhas são usadas coma notas de cabeça/corpo

e de corpo/fundo, de grande poder de irritação e potência, proporcionando um odor aquático

peculiar. É uma família desenvolvida nos últimos anos, formada principalmente por

especialidades químicas, são matéria-primas que lembram natureza, ar, água fresca, cachoeira,

mar maresia, etc., ou seja, são notas frescas leves e aquosas (CORAZZA, 2002).

Extração de óleos essenciais

Os óleos essenciais podem ser extraídos de deferentes maneiras, onde podemos citar a

destilação a vapor onde a planta é introduzida no alambique e os princípios voláteis são

encadeados pelo vapor da água, obtendo-se assim, uma substância aquosa ou oleosa perfumada.

Esse método é utilizado para plantas cujas essências não são modificadas pela temperatura.

Existem também por enfloração onde as flores são colocadas em placas de vidros, recoberta por

uma pomada a base de gordura como a banha ou óleo mineral, estas flores são renovadas de 20 a

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30 vezes obtendo-se assim o “absoluto de pomada”. As flores são ainda enfraquecidas pelo éter

de petróleo, pela pomada e pelo álcool, obtendo-se assim o “absoluto de chassi”, esse processo só

é utilizado para flores mais nobres. Outro processo que podemos citar é o de extração com

solventes voláteis, onde depois de um banho de solventes, tais como éter, petróleo, e hexano, são

levados para evaporação, obtendo-se então os “concretos ou resinóides”. Esse método é utilizado

para tratar as substâncias de origem animal (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999).

Estabilidade e controle de qualidade de cosméticos

Pelo perfil de estabilidade de um produto é possível avaliar seu desempenho, segurança e

eficácia. Os estudos de estabilidade fornecem indicações sobre o comportamento do produto em

determinado intervalo de tempo frente às condições ambientais a que o mesmo possa ser

submetido desde a formulação até o término da estabilidade (ANVISA, 2004).

Para Barata (2003), a estabilidade consiste e compreende uma parte primordial em um

processo de desenvolvimento de um novo produto para ser inserido no mercado. A escolha

qualitativa e quantitativa destes elementos, tal como estudos do seu comportamento, compõem

antecedentes indispensáveis para qualquer formulação correta no sentido de se obter produtos de

qualidade. Além dos fatores apresentados, teremos ainda de considerar o aspecto cosmético

propriamente dito, tornando o produto agradável ao consumidor. Deverá ser escolhido

aromatizante mais adequado, e estudado a sua compatibilidade com os outros elementos da

fórmula, dado que só por si ou em conjunto, pode apresentar alguma intolerância cutânea e

também de aspecto físico. Para se ter uma proporção de quantidade de todos os ingredientes

contido na formulação, deverá haver um acerto de proporções, procurando melhorar o

balanceamento de matérias-primas de forma a assegurar a estabilidade do produto final onde o

seu objetivo inicial não seja abalado. Ao término destes estudos preliminares de formulação em

que se fizeram os ensaios de laboratórios, deve-se prosseguir com a fabricação de ensaios pilotos.

Estes vão permitir corrigir e adaptar corretamente as quantidades de matérias-primas, de forma a

garantir a transposição de escala e assim passar a fase de produção industrial.

A estabilidade preliminar ou estabilidade de curto prazo tem como objetivo auxiliar e

orientar a escolha das formulações. O estudo de estabilidade preliminar dar-se na realização do

teste na fase inicial do desenvolvimento do produto, utilizando-se diferentes formulações de

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laboratório e com duração reduzida. Aplicam-se ao produto condições extremas de temperatura

com o objetivo de antecipar possíveis reações entre seus componentes e o aparecimento de sinais

que devem ser observados e analisados conforme as características específicas de cada tipo de

produto. Devido às condições em que é conduzido, este estudo não tem a finalidade de estimar a

vida útil do produto, mas sim de auxiliar na triagem das formulações. O agrupamento de ar no

produto precisa ser evitado durante o envase na embalagem de teste. É importante não completar

o volume total da embalagem permitindo um espaço vazio de aproximadamente um terço da

capacidade do frasco para possíveis trocas gasosas. A duração do estudo é comumente de quinze

a vinte dias e auxilia na triagem das formulações (ANVISA, 2004).

Na estabilidade acelerada ou exploratória tem como objetivo fornecer dados para prever a

estabilidade do produto, tempo de vida benéfico e útil e a compatibilidade da formulação com o

material de acondicionamento. Este estudo serve como auxílio para a determinação da

estabilidade da formulação. É um estudo preceptivo que pode ser criado para prever o prazo de

validade do produto, e também pode ser realizado ainda quando existir modificações

significativas em ingredientes que compõem o produto e do processo de fabricação. O prazo de

duração é estimado em noventa dias e as formulações em testes são submetidas a condições mais

amenas que as do teste de estabilidade preliminar. Esse prazo pode ser estendido para até um ano

dependendo do tipo de produto. As amostras podem ser submetidas a aquecimento em estufas,

resfriamento em refrigeradores, exposição à radiação luminosa e ao ambiente (ANVISA, 2004).

O teste de prateleira, também conhecido como estabilidade de longa duração, tem como

alvo autenticar os limites de estabilidade do produto e confirmar o prazo de validade estimado no

teste de estabilidade acelerada. É um estudo realizado no período de tempo igual ao prazo de

validade estimado durante os estudos pautados anteriormente. Sua utilização serve para analisar o

comportamento do produto em condições habitual de armazenamento. A assiduidade deste estudo

deve ser determinada conforme o produto, o número de lotes produzidos e o prazo de validade

estimado (ANVISA, 2004).

A estabilidade do produto e sua compatibilidade com o material de acondicionamento ou

embalagem são conceitos bem diferentes que devem ser aplicados ao produto antes de ser

inserido no mercado para comercialização. Com esse teste, uma série de alternativas de materiais

de acondicionamento é considerada para determinar a mais adequada para o produto. As

condições ambientais e a periodicidade das análises podem ser as mesmas utilizadas nos estudos

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de estabilidade para a formulação, mencionada anteriormente e, nesta fase, são examinadas as

presumíveis interações entre o produto e o material onde está sendo acondicionada, onde o

contato é direto. Alguns fenômenos devem ser observados tais como absorção, migração,

corrosão exudação e outros que afetam sua integridade do produto final (ANVISA, 2004).

Ensaios organolépticos e físico-químicos

Segundo Nicolósi (2007), as características organolépticas consideram que os produtos

cosméticos não devem apresentar alegorias intrínsecas que possam comprometer o impacto do

produto no consumidor, será necessário ter em equilíbrio o odor, a cor e aspecto físico da

matéria-prima após incorporação, para a execução dos ensaios deve ser considerada a forma

física de cada produto, tais como líquidos, semi-sólidos e sólidos. Já os ensaios físico-químicos,

são operações técnicas que consistem em determinar várias características de um produto,

processo ou serviço, de acordo com um procedimento específico. Os equipamentos devem ser

submetidos à manutenção e à calibração periodicamente de acordo com as normas internas

estabelecidas pela empresa, a fim de garantir resultados válidos.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2007), empresas

fabricantes são responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos. Para isso devem

disponibilizar recursos para garantir que todas as atividades sejam realizadas adequadamente por

pessoas devidamente treinadas. Quem realiza as tarefas específicas devem ser qualificados com

base na sua formação profissional, habilidades pessoais e treinamento. É fundamental que esse

processo seja auditado, de maneira a corrigir possíveis falhas e assegurar melhorias contínuas.

MATERIAL E MÉTODOS

Levando em consideração os assuntos abordados anteriormente, nesse momento estão

sendo tratados os procedimentos metodológicos que estão sendo utilizados neste trabalho. O

cosmético semi-sólido foi produzido no laboratório de Desenvolvimento e Controle de Qualidade

da empresa Abelha Rainha Indústria e Comércio de Cosmético Ltda., situada na rodovia Br-153

km 10 S/N bairro Granjas Reunidas Nossa Senhora de Lourdes em Aparecida de Goiânia-Goiás.

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Matérias-primas

As matérias-primas usadas para o desenvolvimento da formulação cosmética semi-sólida

estão apresentadas de acordo com a legislação e normas vigentes estabelecida pela ANVISA,

apresentada pela publicação da RDC nº. 211, de 14 de julho de 2005, onde se encontram as

determinações técnicas sobre a rotulagem obrigatória geral para produtos de higiene pessoal,

cosméticos e perfumes, onde diz: Composição ou Ingredientes é descrição qualitativa dos

componentes da fórmula através de sua denominação genérica, usando a codificação de

substâncias determinada pela nomenclatura International Nomenclature of Cosmetic Ingredients

(INCI) (ANVISA, 2009).

As matérias-primas utilizadas em conformidade com a International Nomenclature of

Cosmetic Ingredients (INCI), estão descritas no Quadro 2.

Matérias-primas

• Hidrogenated palm oil

• Metiylparaben

• Propylparaben

• Butil hidroxitolueno (BHT)

• Ozokerite wax

• Euphorbia wax

• Bee wax

• Microcrystalline wax

• Copernicia cerifera wax

• Mineral oil

• Silica

• Parfum

Quadro 2: Matérias-primas usadas em conformidade com a International Nomenclature of Cosmetic Ingredients

(INCI).

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Materiais e equipamentos para análises

Os equipamentos e materiais envolvidos no desenvolvimento da formulação estão descritos

em Quadro 3.

Equipamentos e materiais

• Balança eletrônica semi-analítica modelo BG 4400 (marca Gehaka com capacidade

de pesagem de 4200g com leitura de 0,01g)

• Beckers com capacidade volumétrica de 100 e 250 mL (marca Satelit)

• Chapa aquecedora (marca Armad)

• Termômetro com escala de 0 à 100°C (marca Inconterm)

• Bastão de vidro

• Agitador mecânico (marca Fisaton)

• Embalagens de polieticelene com capacidade de 10g

• Espátula de metal

• Estufa (marca Tecnal)

• Geladeira (marca Eletrolux)

Quadro 3: Equipamentos e materiais envolvidos no desenvolvimento da formulação.

O cosmético semi-sólido foi produzido no laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e

Controle de Qualidade cedido em caráter de gentileza pela empresa Abelha Rainha Indústria e

Comércio de Cosmético Ltda., situada na rodovia Br-153 km 10 S/N bairro Granjas Reunidas

Nossa Senhora de Lourdes em Aparecida de Goiânia-Goiás. Foram decorridas as seguidas fases:

Em um Becker de 250 mL pesou-se a fase 1:

1. 12,20 g de hidrogenated palm oil

2. 0,10 g de metylparaben

3. 0,15 g de propylparaben

4. 0,10 g de BHT

5. 2,70 g de ozokerite wax

6. 2,70 g de euphorbia wax

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7. 10,60 g de bee wax

8. 5,00 g de microcrystalline wax

9. 4,15 g de copernicia cerifera wax

Em um Bécker de 100 mL pesou-se a fase 2:

1. 40,30 g de mineral oil

2. 2,00 g de sílica

Em um Bécker de 100 mL pesou-se a fase 3:

1. 20,00 g de Parfum.

Fundiu-se a Fase 1 à 70°C, agitando até completa homogeneização. Agitou-se a fase 2 até

homogeneizar, após a mesma foi adicionada sobre a fase 1. A fase 3 foi acrescentada sobre as

fases 1 e 2 após o resfriamento até 45°C,e com agitação mecânica homogeinizou. No Quadro 4

está apresentada a formulação quantitativa do cosmético semi-sólido bem como seus

fornecedores.

Ingredientes Fabricantes/fornecedores Concentração (%)

A 1 - Hidrogenated palm oil Bungue 12,20

A 2 - Metylparaben Ipiranga 0,10

A 3 - Propylparaben Ipiranga 0,15

A 4 -Butil hidroxitolueno (BHT) M.cassab 0,10

A 5 – Ozokerite wax G&M 2,70

A 6 - Euphorbia wax G&M 2,70

A 7 - Bee wax G&M 10,60

A 8 - Microcrystalline wax Unichen 5,00

A 9 - Copernicia cerifera wax G&M 4,15

B 1 - Mineral oil Ipiranga 40,30

B 2 - Sílica Cabosil 2,00

C 1 - Parfum Drom 20,00

Somatória 100,00

Quadro 4: Formulação quantitativa do cosmético semi-sólido.

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As especificações dos ingredientes descritos no Quadro 4 são:

A 1 – Cera semi-sólida emoliente que promove deslize, espalhabilidade e hidratação.

A 2 – Possui propriedades conservantes amplamente utilizados em cosméticos.

A 3 – Possui propriedades conservantes amplamente utilizados em cosméticos.

A 4 - Possui propriedade anti-oxidante.

A 5 – Cera semi-sólida que atribui corpo e absorção de oleosidade.

A 6 – Cera vegetal semi-sólida que gera corpo firmeza e brilho ao produto.

A 7 – Cera semi-sólida emoliente que confere desmoldagem e estabilidade.

A 8 – Cera semi-sólida de polietileno que afere corpo e estabilização em diversas formulações.

A 9 – Cera semi-sólida que possui alto ponto de fusão.

B 1 – Óleo mineral com excelente hidratação e redução de pegajosidade.

B 2 – Possui elevado grau de absorção de oleosidade, promove toque seco e deslize com sensorial

sedoso.

C 1 – Fragrância que proporciona aroma.

Metodologia para estudos de estabilidade

Neste presente estudo, a estabilidade do produto acabado baseou-se na metodologia

recomendada pela ANVISA (2004), onde os estudos de estabilidade de um produto cosmético

devem ser conduzidos sob condições que permitam fornecer informações sobre a estabilidade do

produto em menos tempo possível. Para isso, essas amostras foram armazenadas em condições

que acelerem as mudanças propícias de ocorrerem durante o limite de validade. Nesse momento

houve uma atenção especial para que as condições não fossem tão extremas para evitar que ao

invés de acelerar o envelhecimento, fosse provocada alteração que não ocorreriam

espontaneamente no mercado ao qual o produto será submetido.

Na estabilidade preliminar as amostras foram submetidas a aquecimento em estufas,

resfriamento em refrigeradores e a ciclos alternados de resfriamento e aquecimento. Os valores

para temperaturas elevadas em estufa foram: T= 37 ± 2 °C. Para as baixas temperaturas os

valores considerados em geladeira foram: T= 5 ± 2 °C. E os valores em ciclos são: de 24 horas a

38 ± 2 °C 5 ± 2 °C, no período de 30 dias. Neste tipo de estudo, as amostras foram armazenadas

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em condições distintas de temperatura, alternadas em intervalos regulares de tempo (ANVISA,

2004).

Na estabilidade acelerada as amostras foram submetidas ao aquecimento em estufas,

resfriamento em refrigeradores, exposição à radiação luminosa a temperatura ambiente. Os

valores para temperaturas elevadas ou baixas foram as mesmas adotadas na estabilidade

preliminar no período de 90 dias. Para a efetivação deste estudo acelerado, os parâmetros

avaliados foram determinados pelo formulador e está sujeito às características da formulação em

estudo e dos componentes utilizados nesta formulação. Na maioria das vezes, avaliam-se as

características organolépticas que são aspecto, cor, odor e sabor, quando o mesmo é um produto

aplicável, as características físico-químicas, valor de pH, viscosidade e densidade, características

microbiológicas, se aplicam a estudos do sistema de conservação do produto. Como não existe

nenhum parâmetro para essa classe de cosméticos, foi realizado um lote piloto que foi

considerado como padrão para a produção do perfume semi-sólido (ANVISA, 2004).

Classificações das análises organolépticas

De acordo com a ANVISA, as classificações organolépticas das amostras em estudo

seguem os seguintes critérios relacionados com o produto já acabado, pertencente ao lote piloto.

-Normal, sem alteração (sem alteração visível):

-Levemente modificada (percepção visível);

-Modificada (percepção visível);

-Intensamente modificada (alterações bruscas nos aspectos).

Ensaios organolépticos

Aspecto

Observou-se visualmente se as amostras das formulações em estudo mantiveram as mesmas

peculiaridades “macroscópicas” da amostra piloto (produto semelhante). Verificou-se se

ocorreram alterações do tipo separação de fases, precipitação, exudação (ANVISA, 2007).

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Cor

Realizou-se a análise de cor através da colorimetria visual comparando a cor da amostra

com a cor da amostra piloto, ambos armazenados em frasco da mesma especificação (ANVISA,

2007).

Odor

Foram verificadas as amostras juntamente com a amostra piloto, acondicionados no mesmo

material de embalagem, seu odor foi conferido diretamente através do olfato (ANVISA, 2007).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente trabalho de conclusão de curso pretendeu desenvolver um cosmético semi-

sólido para a perfumação do corpo para ser produzido em escala industrial, o qual possa ser

apreciado pelos consumidores. O mesmo se preocupou em garantir a qualidade do produto

desenvolvido obedecendo às normas estabelecidas pela ANVISA, levando em conta os

procedimentos que garantem a qualidade do produto final.

Resultados dos ensaios organolépticos

Resultados referentes ao aspecto

Os resultados obtidos em ensaios organolépticos referentes aos aspectos das amostras em

estudo estão relacionados no Quadro 5, as mesmas não apresentaram alterações expressivas.

Quadro 5: Ensaio organoléptico referente ao aspecto das amostras em estudo.

Aspecto Precipitação Separação de Fases

Amostra

teste Amostra

piloto Amostra

teste Amostra

piloto

Perfume semi-sólido

Normal, sem alteração Original

Normal, sem alteração Original

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Resultados referentes à cor

Com relação à cor não foi observado nenhum tipo de alteração visível nas amostras em

comparação ao padrão. Possivelmente, isso se deu pelo fato de não conter em sua composição

nenhum tipo de corantes ou pigmentos. Os resultados dos ensaios organolépticos referentes à cor

das amostras em estudo, encontram-se no Quadro 6.

Quadro 6: Ensaio organoléptico referente à cor das amostras em estudo.

Resultados referentes ao odor

Em uma observação constante e diária não foram detectadas alterações nas características

olfativas das amostras que foram submetidas à comparação com a amostra padrão. Os resultados

dos ensaios organolépticos referentes ao odor das amostras em estudo, seguem descritos no

Quadro 7.

Quadro 7: Ensaio organoléptico referente ao odor das amostras em estudo.

Resultados da estabilidade preliminar

Cor Amostra teste Amostra piloto Perfume semi-sólido Levemente amarelada Levemente amarelada

Odor Amostra teste Amostra piloto

Perfume semi-sólido Normal, sem

alteração original

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Os resultados alcançados da análise de estabilidade preliminar em temperaturas extremas

para a formulação do perfume semi-sólido encontram-se no Quadro 8, onde foram observadas

pequenas variações nas temperaturas mais baixas e nas mais elevadas, entre um ciclo e outro,

porém com resultados dentro dos parâmetros aceitáveis. Essa pequena variação ocorreu devido às

distintas temperaturas, as quais o mesmo foi submetido.

Perfume Semi-sólido Análise para estabilidade preliminar em cosméticos sob exposição extrema de

temperaturas

dias ciclos Temperatura

ºC Precipitação Separação de

Fases Cor Odor

1º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 24h 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

5º 24h 6ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

6º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

7º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

8º 72h 39ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

9º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

11º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

13º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

14º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 72h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

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16º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

18º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

20º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

21º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

22º 72h 39ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

23º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

24º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

26º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

27º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

29º 72h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

30º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Quadro 8: Resultados de estabilidade preliminar em amostras de perfume semi-sólido sob exposição extrema de temperaturas.

Resultados da estabilidade acelerada

Os resultados alcançados da análise de estabilidade acelerada em temperaturas extremas

para a formulação do perfume semi-sólido encontram-se no Quadro 9, onde foram observadas

pequenas alterações nas temperaturas mais baixas e nas mais elevadas, entre um ciclo e outro,

porém com resultados dentro dos parâmetros aceitáveis. Essa relevante alteração ocorreu devido

ao uso do veículo ser mineral oil e às distintas temperaturas, as quais o mesmo foi submetido.

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27

Perfume semi-sólido Análise para estabilidade acelerada em cosméticos sob exposição extrema de

temperaturas

dias ciclos Temperatura

ºC Precipitação Separação de

Fases Cor Odor

1º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

5º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

6º 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

7º 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

8º 72h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

9º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

11º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

13º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

14º 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 72h 39ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

16º 24h 6ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

18º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

20º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

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28

21º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

22º 72h 4ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Levemente modificada

Normal, sem alteração

23º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

24º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 24h 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

26º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

27º 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 5°C Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

29º 72h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

30º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

1º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

5º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

6º 72h 4ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

7º 24h 38ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

8º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

9º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

11º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

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29

13º 72h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

14º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 24h 39ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

16º 24h 6ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

18º 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

20º 72h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

21º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

22º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Levemente modificada

Normal, sem alteração

23º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

24º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

26º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

27º 72h 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 24h 5°C Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

29º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

30º 24h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

1º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 72h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

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30

5º 24h 6ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

6º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

7º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

8º 24h 39ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

9º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

11º 72h 4ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

13º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

14º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

16º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

18º 72h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

20º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

21º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

22º 24h 39ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

23º 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

24º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 72h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

26º 24h 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

Page 31: DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI …pos.anhanguera.edu.br/wp-content/uploads/2015/07/cad_curso_quimica... · Os papiros de Ebers e Edwin-Smith, expostos no museu de

31

27º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 24h 38ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

29º 24h 5ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

30º 37ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Quadro: 9 Resultados de estabilidade acelerada em amostras de perfume semi-sólido sob exposição extrema de temperaturas.

Resultados da estabilidade acelerada sob exposição à radiação luminosa e à

temperatura ambiente

Os resultados alcançados da análise de estabilidade acelerada em temperaturas ambientais e

sob a exposição à radiação luminosa para a formulação do perfume semi-sólido encontram-se no

Quadro 10, onde foram observadas pequenas alterações, entre os ciclos, porém com resultados

admissíveis dentro dos parâmetros. Essa alteração ocorreu devido à radiação luminosa intensa, a

qual o produto foi submetido.

Perfume semi-sólido Análise para estabilidade acelerada em cosméticos sob exposição à radiação luminosa e

a temperatura ambiente

dias ciclos Temperatura

ºC Precipitação Separação de

Fases Cor Odor

1º 24h 25°C Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

5º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

6º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

Page 32: DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI …pos.anhanguera.edu.br/wp-content/uploads/2015/07/cad_curso_quimica... · Os papiros de Ebers e Edwin-Smith, expostos no museu de

32

7º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

8º 72h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

9º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

11º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

13º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

14º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 72h 28ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

16º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

18º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

20º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

21º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

22º 72h 26ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Levemente modificada

Normal, sem alteração

23º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

24º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

26º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

27º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 25°C Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

29º 72h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

Page 33: DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI …pos.anhanguera.edu.br/wp-content/uploads/2015/07/cad_curso_quimica... · Os papiros de Ebers e Edwin-Smith, expostos no museu de

33

30º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

1º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

5º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

6º 72h 26ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

7º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

8º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

9º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

11º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

13º 72h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

14º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

16º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

18º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

20º 72h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

21º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

Page 34: DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI …pos.anhanguera.edu.br/wp-content/uploads/2015/07/cad_curso_quimica... · Os papiros de Ebers e Edwin-Smith, expostos no museu de

34

22º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Levemente modificada

Normal, sem alteração

23º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

24º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

26º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

27º 72h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 24h 25°C Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

29º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

30º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

1º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

2º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

3º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

4º 72h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

5º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

6º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

7º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

8º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

9º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

10º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

11º 72h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

12º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

13º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

Page 35: DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA SEMI …pos.anhanguera.edu.br/wp-content/uploads/2015/07/cad_curso_quimica... · Os papiros de Ebers e Edwin-Smith, expostos no museu de

35

14º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

15º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

16º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

17º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

18º 72h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

19º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Levemente modificado

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

20º 24h 27ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

21º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

22º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

Normal, sem alteração

23º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

24º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

25º 72h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

26º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

27º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

28º 24h 26ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Levemente modificada

Normal, sem alteração

29º 24h 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração

30º 25ºC Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Normal, sem

alteração Quadro: 10 Resultados de estabilidade acelerada em amostras de perfume semi-sólido sob exposição à radiação luminosa e à temperatura ambiente.

CONCLUSÃO

O presente estudo teve como objetivo principal o desenvolvimento e a formulação de um

cosmético semi-sólido que seguisse rigorosamente as especificações pré-estabelecidas pela

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ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que garante qualidade e segurança do

produto ao consumidor.

Para formular um cosmético é necessário ter critérios desde a escolha de fornecedores, bem

como a origem das matérias-primas, passando pelas análises laboratoriais até o produto final

acabado.

Todas as especificações cabíveis a esse tipo de cosmético, contidas na ANVISA foram

seguidas neste estudo. Tanto os testes de estabilidade quanto os testes físico-químicos,

apresentaram parâmetros aceitáveis de segurança para o uso humano. Foi possível perceber leves

alterações nas avaliações de cor e aspecto do produto entre um ciclo e outro, mas no geral as

amostras apresentaram uma boa estabilidade em comparação com a amostra piloto.

Os valores alcançados neste período de estabilidade demonstraram que o produto

desenvolvido é estável à temperaturas extrema que podem variar de 4 à 38°C, sem perder sua

característica própria. Vale ressaltar que a ANVISA contribuiu de forma decisiva para a

realização deste estudo, fornecendo informações valiosas desde dados técnicos até parâmetros

para as análises de controle de qualidade de cosméticos.

Finalmente, conclui-se que o perfume semi-sólido desenvolvido a base de ceras, sílica,

conservantes e óleo essencial conferiu aplicação agradável, suave, sedosa, com sensorial

confortável, odor aprazível, sem aspecto gorduroso ou aparência pegajoso, com boa

espalhabilidade, fixação, e com bom deslizamento na superfície aplicada, portanto, pode ser

produzido e comercializado em escala industrial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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