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Uma Vida Bem-Sucedida Um estudo de Princípios Econômicos e de Vida Baseados na Bíblia Para estudo pessoal ou em grupos Por Luke S. Weaver Tradução: Myron Paul Kramer

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Uma Vida Bem-SucedidaUm estudo de Princípios Econômicos

e de Vida Baseados na Bíblia

Para estudo pessoal ou em grupos

Por Luke S. Weaver

Tradução: Myron Paul Kramer

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Uma Vida Bem-SucedidaUm estudo de Princípios Econômicose de Vida Baseados na Bíblia

foi publicado originalmente no inglês sob o títuloSuccessful LivingA Study of Bible-based Economicand Lifestyle Principlespela Masthof Press219 Mill RoadMorgantown, PA 19543-9516 (USA)Copyright © 2010

e traduzido para o português pelaPublicadora MenonitaCaixa Postal 3575901-970 Rio Verde – GO (Brasil)

Fone: 64 3071 1831

e-mail: [email protected]

www.publicadoramenonita.com.br

RESERVADOS TODOS OS DIREITOSNenhuma parte desta edição pode ser uti-lizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma — seja mecânico, eletrônico ou mediante fotocópia, gravação, etc. — nem apropriada ou estocada em sistema de ban-co de dados, sem a expressa autorização da Publicadora Menonita.

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SumárioDesenvolvendo Princípios Econômicos

e de Vida com Base na Bíblia

Reconhecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v Um sumário da origem deste Livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vi Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii

1. Estabelecendo um modo correto de pensar . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Uma perspectiva econômica bíblica Fatos e atitudes com relação ao dinheiro Aceitação do controle supremo de Deus 2. O testemunho cristão no estilo de vida e nos tratos comerciais . . . . 15 3. Começando certo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 4. Envolvimentos e interações familiares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 A necessidade e as bênçãos da união no casamento Incluindo os fi lhos 5. Relacionamentos e conduta na vizinhança. . . . . . . . . . . . . . . . . 43 6. Responsabilidade, prestação de contas, autodisciplina e diligência . . 49 O registro de informações Ensinando responsabilidade à sua família 7. A ética de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 8. Ponderações para os empregadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 9. Instruções para empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 10. O trabalhador autônomo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 11. Gratidão e contentamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Encontrando realização 12. A generosidade e outros atos benevolentes. . . . . . . . . . . . . . . . .103 Colaborações e ajudas A hospitalidade 13. Poupança e investimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115 14. Frugalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121 15. Planejamento fi nanceiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125

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16. Gastando com responsabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129 Compreendendo prioridades Gastar com sabedoria e autodisciplina 17. Temperança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .139 18. Ética e valores comerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143 Parcerias O comerciante 19. Emprestando e tomando emprestado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .155 Dívidas Devedores Cartões de crédito Livrando-se das dívidas Credores O aval 20. O governo e os impostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .165 21. Lidando com o sucesso e o fracasso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .171 O sucesso O fracasso 22. Seguros e medidas de proteção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .179 23. Lidando com injustiças e litígios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185 Túnicas, capas e bens roubados Litígios 24. Advertências a respeito da inveja, ciúme, cobiça, avareza, etc. . . . . .189 25. Aposentadoria e terceira idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .197 26. Preparando-se para o fi nal da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .201 27. Enfrentando o futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .207 Sobre o autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .215

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ReconhecimentosEste livro é dedicado a todas as pessoas que desejam aprender mais sobre

a ordem de Deus para a vida aqui na terra e como viver uma vida aceitável ao Senhor nosso Criador, especialmente no tocante a questões de estilo de vida, fi nanças e negócios.

Reconhecimentos pela realização desta obra são devidos a muitas pessoas. Em primeiro lugar, muito tributo se deve ao meu próprio pai que procurou ensinar e exemplifi car a honestidade, a virtude e a integridade conforme ele as entendia com base na Bíblia. Mesmo reconhecendo que não era perfeito, ele conseguiu deixar uma herança de exemplos e ilustrações da sabedoria bíblica e do bom senso para a sua família. Ele nos ensinou muitas coisas, contando e recontando histórias, ditados e acontecimentos que ilustravam as lições a serem aprendidas. Muitos princípios foram fundamentados sobre versículos específi cos e outras histórias extraídas da Bíblia.

Houve também parentes e homens com os quais eu me criei ou com quem trabalhei que de diversas formas me ensinaram princípios valiosos.

Muito reconhecimento e agradecimento também são devidos às muitas pessoas que compartilharam as suas experiências, pensamentos e ideias, bem como o seu entendimento das Escrituras.

Agradecimentos também a todos aqueles que incentivaram a escrita deste livro e deram sugestões e apoio. Reconhecimentos convêm pelos esforços da-queles que revisaram esta obra e contribuíram com suas sugestões.

Este livro não é direcionado a nenhum grupo específi co de pessoas, faixa etária, cultura ou circunstâncias. O autor espera que possa servir de auxílio e ânimo para todos os leitores em sua vida cristã. Que o nome de Deus seja louvado e honrado.

Convém esclarecer mais um detalhe. Este livro provavelmente contém al-guns erros, citações equivocadas ou erros de interpretação de Escrituras, bem como outros tipos de erros. Ao leitor é franqueado o direito de discordar de qualquer colocação que representa as opiniões pessoais do autor. Espera-se que também se sinta à vontade para discutir tais assuntos com aqueles com quem estiver estudando este livro.

De igual modo o autor espera que os leitores possam sentir-se à vontade em comunicar com ele sobre os assuntos abordados ou correções que devem ser feitas.

Luke S. Weaver31 Rapp Road

Fleetwood, Pa. EUAemail: [email protected]

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Um resumo da origem deste livroNo ano de 1992, o autor participou de uma conversa onde se comentava

que muitos jovens parecem estar iniciando a vida sem uma preparação adequa-da quanto a assuntos fi nanceiros e com uma carência de sabedoria econômica bíblica tão necessária para uma boa vida cristã. Foi dito que em função disso muitos jovens já começam as suas vidas endividados e não demora até começa-rem a ter difi culdades fi nanceiras.

Esta conversa estimulou o autor a procurar medidas preventivas para ajudar os jovens a evitarem estas difi culdades fi nanceiras, em vez de tentar ajuda-los depois de já estarem em difi culdades. O primeiro resultado deste esforço foi uma lista de 32 perguntas. Estas perguntas foram elaboradas por inspiração e pensando nos jovens. Foi uma tentativa de estimular debate em grupos e abrir o caminho para encorajar os jovens a buscarem orientação na Bíblia para a sua vida, trabalho e atividades comerciais.

Estas perguntas foram apresentadas e discutidas em reuniões de estudo bíblico nas quartas-feiras na igreja. O interesse e participação por parte dos jovens foi muito bom. Não demorou até que vários casais jovens se interessa-rem em fazer o mesmo estudo. Mais tarde os pais também se interessaram e as-sim aconteceram diversas reuniões incluindo toda a congregação. A partir daí começou a surgir interesse em outras congregações por estes ensinamentos, tendo como resultado vários anos de palestras em diversos lugares nos Estados Unidos e no Canadá.

Ao longo do tempo em que estas palestras estavam sendo apresentadas, muitas anotações e referências bíblicas foram anotadas num caderno. Com o tempo, várias pessoas começaram a sugerir e pedir que este material acumula-do fosse disponibilizado na forma de um livro. Após algum tempo e depois de pedir conselho a várias pessoas, chegou-se à conclusão de que seria útil desen-volver este tipo de livro para estudo e debate.

O desejo e a esperança do autor é que este livro ajude muitas pessoas e seja uma bênção para famílias e amigos, de uma forma que traga honra e glória a Deus.

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IntroduçãoEste não é um seminário para ensinar como “fi car rico”. Não é um livro

guia recheado de fórmulas detalhadas ou instruções passo a passo para a vida. Contudo, o que se espera é que você, leitor, possa colher algum conhecimento que possa ajudar a sua vida funcionar de uma forma mais ordenada, para assim Deus poder abençoar você e aqueles em sua volta. Também, espera-se que pos-sa haver algumas coisas que o ajudem a lidar com os problemas, difi culdades ou circunstâncias aparentemente injustas que surgem no seu dia a dia.

Enquanto você estuda, lembre-se que não existe segurança fi nanceira to-tal. O que se deve buscar é a estabilidade fi nanceira que está ao alcance da maioria das pessoas em circunstâncias normais. Faça disso um de seus objeti-vos cristãos; de achar gozo em ter uma vida aprovada por Deus e notória pela sua estabilidade econômica.

Este estudo não aborda todas as áreas e circunstâncias da vida. Você poderá ter perguntas ou necessidades não mencionadas nele. Neste caso permita que Deus, através do Espírito Santo, fale a você e o oriente naquilo que está enfren-tando na vida, e isto na sua própria linguagem, conforme aconteceu em Atos 2:7-11 onde cada um ouvia o que estava sendo falado em sua própria língua.

Pelo fato de muitos assuntos serem interligados, alguns pensamentos e re-ferências bíblicas aparecem sob vários títulos.

Podemos fi car tão acostumados com o nosso modo de viver que nem co-gitamos fazer mudanças em nosso estilo de vida, práticas comerciais ou metas. Podemos estar com as mentes fechadas para a possibilidade de mudanças de rumo que são necessárias. À medida que você estuda, procure estar prepara-do e disposto a receber direção do Espírito Santo para a sua vida. Deus pode querer transformar alguém “de uma vara para uma fl auta” e esta transformação poderá vir acompanhada de algum desconforto mental ou, até mesmo, de al-guma dor.

Progresso e mudanças notáveis são possíveis se estivermos dispostos a re-ceber ajuda. Nunca é bom dizer: “Eu não dou conta” ou “Para mim, isso não dá certo”. Nunca subestime aquilo que o poder de Deus e um compromisso honesto com as suas diretrizes podem fazer em sua vida.

Nem todos os ensinamentos vão caber para todas as pessoas ou circuns-tâncias. Por exemplo, algumas pessoas possivelmente precisarão diminuir o

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ritmo de seus esforços e atividades materiais, enquanto outras talvez devam ser mais diligentes em seu trabalho e negócios para se enquadrarem dentro da ordem de Deus.

Com a exceção das citações bíblicas, este livro não deve ser visto como uma autoridade fi nal sobre qualquer assunto.

Procure assimilar e utilizar qualquer ponto que couber na sua vida e para a sua necessidade particular. Mesmo que seja somente um ponto, Deus poderá abençoá-lo se o colocar em prática.

As perguntas apresentadas neste estudo têm a fi nalidade de despertar a mente e estimular o debate. Espera-se que todos os participantes façam per-guntas e compartilhem os seus pensamentos e experiências. Tenha sempre a sua Bíblia por perto porque nem todas as referências bíblicas, especialmente as mais longas, são transcritas dentro do texto. De igual modo, você poderá querer procurar e citar versículos de sua própria inspiração ou pesquisas.

À medida que você lê, estuda e debate, tenha o cuidado de não formar opiniões e julgamentos sobre a administração fi nanceira ou estilo de vida e práticas de outras pessoas. Ainda que seja preciso corrigir alguns aspectos de suas vidas, as suas circunstâncias poderão ser bem diferentes daquilo que você imagina.

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Estabelecendo um modo correto de pensarCapítulo 1

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de ho-mens. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que

necessitando de alguma coisa, porque ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração, e todas as coisas. De um só fez todas as nações dos homens, para habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação. Deus fez isto para que o buscassem, e talvez, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós. Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos. Como também alguns dos vossos poetas disseram: Somos também sua geração” (Atos 17:24-28).

Esta escritura já nos dá uma boa ideia de como estabelecer um modo cor-reto de pensar. Ela deixa claro o fato de que o céu e a terra, bem como as coisas espirituais e naturais, não são assuntos distintos. Foi Deus quem fez tudo e ainda é soberano em todas as coisas. O cristão, que mantém uma visão de uma pátria melhor, leva uma grande vantagem em se tratando de manter um bom equilíbrio no tocante ao dinheiro e outras coisas terrenas.

Uma perspectiva econômica bíblica

O termo “economia” tem um signifi cado que vai muito além da simples aquisição e uso do dinheiro. É a “Ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo de bens e serviços” (Aurélio). Neste estudo queremos analisar esta ciência por uma perspectiva bíblica.

As questões econômicas são, até certo ponto, questões secundárias. Para

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2 Uma Vida Bem-Sucedida

o cristão, a busca do reino de Deus através de seu Filho, Jesus, precisa ser a primeira e mais importante (leia Mateus 6:30-34). Todas as outras coisas pre-cisam vir depois desta busca. Não obstante, as questões econômicas e opções de estilo de vida não são um assunto separado ou independente. Uma fé viva fará sentir os seus efeitos em todos os aspectos do seu dia a dia.

1. Muitas vezes os ideais quanto ao estilo de vida e as escolhas que as pessoas fazem com relação à aquisição de bens são intimamente ligados à sua condição fi nanceira. Isto é aceitável para o cristão? Se a resposta for não, por que não? Se for sim, até que ponto?

Muitos dos versículos que tratam destas questões econômicas, mostram cla-ramente que Deus importa com as coisas que de fato são importantes para nós. Ele importa como vivemos, como atuamos no comércio e como nos relaciona-mos com as nossas famílias e vizinhos. É importante a maneira que tratamos os comerciantes quando fazemos compras ou os nossos clientes quando vendemos para eles, bem como um sem-fi m de outras coisas. Deus tem toda razão em se preocupar com a nossa maneira de ver e pensar sobre as coisas desta terra.

2. Como esta compreensão deve infl uenciar nossos pensamentos e sentimentos?

3. Você está disposto a ser “vivifi cado” em suas ações e modo de pensar sobre as coisas desta vida e a maneira que vive?

4. Como Salmo 14:2-3 se aplica com relação a nosso modo de pen-sar sobre as coisas terrenas?

Na Bíblia existem muitos ensinamentos diretos e práticos sobre dinheiro, negócios e estilo de vida. Ela tem uma abundância de conselhos sábios para nos ajudar no caminho da vida. Já foi dito que Jesus ensinou mais sobre a vida terrena, os bens materiais e as atitudes corretas referentes ao dinheiro e o seu uso, do que sobre qualquer outro assunto.

5. Você acredita que isso seja verdade? Ou possivelmente seria mais fácil responder a esta pergunta no fi nal deste estudo?

É preciso avaliar todos os versículos e o seu contexto. Se somente lermos Lucas 6:20, onde diz:“Bem-aventurados os pobres”, e Marcos 10:24-26, sobre confi ar nas riquezas, o camelo e o fundo da agulha, bem como outros versículos parecidos, poderíamos concluir que as riquezas são más e que a pobreza é garantia de justiça.

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Por outro lado se lermos somente versículos como Provérbios 10:22: “A bênção do Senhor enriquece”, ou Lucas 18:29-30: “Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa... pelo reino de Deus, que não haja de re-ceber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna”, ou o desejo registrado em 3 João verso 2: “desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde”, ou a promessa de prosperidade do Salmo 1:3: “cujas folhas não caem. Tudo o que fi zer prosperará”, facilmente poderíamos criar a ideia de que a fé e a justiça nos garantem riquezas e saúde. Para chegarmos a uma conclusão certa, temos que levar em conta os dois lados do assunto. Alguns versículos enfatizam um lado e outros, o outro.

6. Então, o que é necessário para estarmos equilibrados em nossa compreensão da vontade de Deus para nós e nossas famílias?

7. Será este um dos maiores desafi os para o cristão hoje? 8. O desafi o de encontrar um equilíbrio nas coisas materiais é igual

para todas as gerações, países, culturas e eras?

O primeiro Salmo deixa claro que as consequências e resultado fi nal da vida dependem das virtudes e dos valores que a pessoa escolher.

“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedo-res. 2Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. 3Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na es-tação própria, e cujas folhas não caem. Tudo o que fi zer prosperará. 4Os ímpios não são assim, mas são como a moinha que o vento espalha. 5Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. 6Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”.

As folhas mencionadas no versículo três podem ser comparadas às ativi-dades e conduta do nosso dia a dia. No sentido natural aqueles que trabalham com plantas frutíferas sabem que quando há um problema, os primeiros sin-tomas normalmente aparecem nas folhas: folhas murchas ou enrugadas, com manchas pretas, manchas brancas, beiradas queimadas, entre outros sintomas. Para a planta ser produtiva, tanto ela e as suas folhas precisam ser mantidas em boa saúde. De igual modo, as “folhas” do cristão, ou seja, a sua conduta não deve murchar, nem deve ter manchas, etc. As folhas da vida no dia a dia devem estar sadias para a pessoa produzir fruto que glorifi que a Deus.

9. Então, podemos concluir que se a pessoa está tendo problemas espirituais, as primeiras evidências disso estarão nas “folhas”, nas

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4 Uma Vida Bem-Sucedida

atitudes com relação às coisas da vida, na rotina diária dos negó-cios, possivelmente uma falha na integridade pessoal, escolhas er-radas no estilo de vida, etc.?

10. Até que ponto o cristão pode se apegar à promessa contida no versículo 3 de que tudo que fará, prosperará?

Segue uma citação do livreto, Christian Stewardship in Estate Planning, (Administração Cristã de Espólios), publicado pela Gospel Publishers. A pri-meira frase diz: “A extensa responsabilidade da nossa administração de coisas materiais é tão importante que Cristo a coloca como um indicador da nossa fi delidade nas coisas espirituais e eternas”.

Esta declaração está se referindo ao requisito de cristãos serem fi eis “no mí-nimo”. Jesus disse: “Quem é fi el no mínimo, também é fi el no muito, e quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. Se nas riquezas injustas não fostes fi éis, quem vos confi ará as verdadeiras? E se no alheio não fostes fi éis, quem vos dará o que é vosso?” (Lucas 16:10-12).

Nestes versículos a ênfase está na fi delidade, não na aguçada consciência do dinheiro, nem mesmo em quantidades de dinheiro. Note bem a palavra “também”. Se a pessoa é fi el e confi ável, ou não, no pouco, a tendência é que ela também o seja no muito.

11. Sendo que o homem tem uma natureza depravada, não é difícil en-tender como a infi delidade nas coisas pequenas facilmente acaba aparecendo nas coisas maiores também. Mas, levando em conta esta natureza depravada, como pode ser verdadeiro o oposto, que a fi de-lidade nas coisas pequenas acaba passando para as coisas maiores?

12. É possível uma pessoa ser indiferente e negligente nas coisas ter-renas, mas fervorosa na vida espiritual?

13. É verdade que se a pessoa for cuidadosa e diligente nas coisas pequenas, que as coisas maiores normalmente não vão ser um grande problema?

14. Em se tratando da fi delidade com aquilo que pertence a outras pessoas (leia o verso 12), como pais podem instruir seus fi lhos nas virtudes tão necessárias de honestidade e fi delidade em prepara-ção para o serviço fi el, especialmente quando se trata dos bens e do dinheiro de outros?

15. Como esta instrução pode afetar a formação de um futuro diáco-no, ou esposa de diácono?

16. Quando esta instrução deve se iniciar? E como?

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Lucas 16:13 continua: “Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de aborrecer a um e amar ao outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.

Já foi dito que é possível servir a Deus com dinheiro, mas não é possível servir a Deus e ao dinheiro.

17. O que você pensa sobre esta declaração?

Seguem alguns exemplos que mostram a seriedade da fi delidade fi nan-ceira. Determinado homem, assim que ele procurava encontrar Deus e paz, começou a sentir-se muito culpado pela sua infi delidade como administra-dor da sua vida e pelo dinheiro que havia desperdiçado. Isto se tornou um ponto muito importante na sua experiência de arrependimento e ele passou a ter absoluta certeza de que Deus importa como usamos o nosso dinheiro e bens.

Outro homem arranjou um emprego novo. Poucos dias depois de come-çar neste novo trabalho, ele, todo feliz, contou ao seu patrão como havia sido muito esperto e quanto dinheiro a mais havia ganhado com aquela esperteza. O patrão, no entanto, ao invés de fi car feliz com a sua história, o demitiu ime-diatamente. Ele disse claramente que não podia aceitá-lo mais como funcioná-rio, pois um funcionário que roubasse para ele, também seria capaz de roubar dele, e assim, ele não aceitava nenhum tipo de fraude ou roubo. Esta história demonstra a infi delidade com o dinheiro de outra pessoa.

Paulo escreveu aos coríntios sobre a obrigatoriedade da fi delidade. “Ora, além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fi el” (1 Coríntios 4:2).

18. O que gera a verdadeira fi delidade?

A maneira como você administra os seus negócios hoje diz muito a res-peito da sua pessoa. Também serve como indicador para saber se a igreja ou os responsáveis pelas missões poderiam confi ar em você para administrar bem o dinheiro das missões. Responsabilidades podem mudar rapidamente o com-portamento de uma pessoa. Mas, normalmente, esta mudança de comporta-mento não é para melhor. Geralmente as boas qualidades precisam ser apren-didas antes de sair de casa.

19. Diante desta colocação, é justo julgar a aptidão de uma pessoa para determinado cargo ou serviço baseado na sua condição fi -nanceira ou conduta pessoal com o seu próprio dinheiro e bens?

Estabelecendo um modo correto de pensar

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6 Uma Vida Bem-Sucedida

O domingo é um dia especial para o cristão, mas a sua conduta nos outros seis dias da semana mostra que tipo de pessoa ele realmente é e o que a sua fé está fazendo, ou deixando de fazer por você. As suas atitudes nos outros seis dias da semana são seis vezes mais importantes do que as atitudes do domin-go. São nestes seis dias que ele dá a sua maior contribuição para a sociedade. Normalmente é nestes seis dias que você tem maior infl uência sobre aqueles à sua volta, ou para o bem, ou para o mal, dependo do conteúdo do seu coração. “Nisto é glorifi cado meu Pai, em que deis muito fruto, (todos os dias da sema-na), e assim vos tornareis meus discípulos” ( João 15:8).

20. Quão conscientes e preocupados devemos ser com a infl uência do nosso estilo de vida e conduta diária sobre outras pessoas?

21. É possível sermos totalmente neutros em nossa infl uência sobre outras pessoas e não deixar nenhuma marca na sociedade em que vivemos?

22. Quando os jovens se tornam responsáveis pelos efeitos de suas ações e atitudes?

As pessoas, seus temperamentos e circunstâncias, são distintas umas das outras. Parece mesmo que Deus nunca quis que todos fossem iguais e agissem iguais. Não obstante, os princípios da Bíblia são sempre iguais para cada nação, cultura e época.

“Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu” (Salmo 119:89). “Seca-se a erva, e caem as fl ores, mas a palavra do nosso Deus subsiste eterna-mente” (Isaías 40:8). Povos surgem e povos desaparecem, tempos mudam e con-dições variam, mas a verdade de Deus sempre permanece constante e confi ável.

23. Como é possível que um único livro tenha instruções para todas as circunstâncias?

Fatos e atitudes a respeito do dinheiro

O dinheiro é um meio de intercâmbio comercial, um sistema para regula-mentar o comércio. Por si só, ele não é nem bom, nem mau. No entanto, a ma-neira como as pessoas encaram o dinheiro, o amor que têm por ele, as muitas maneiras negativas pelas quais o adquirem e aquilo que fazem com ele, todas estas coisas podem e causam muitos problemas sérios para a humanidade. O dinheiro pode trazer sentimentos de júbilo, mas pode também com a mesma facilidade trazer ansiedade, tristeza, violência e sofrimento. Pelo fato do di-nheiro representar riqueza, poder e status, existe um perigo enorme da pessoa ser dominada por um desejo exagerado de vencer e fi car rico.

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1. Você pode citar alguns versículos que ajudam a manter uma pers-pectiva equilibrada com relação ao dinheiro?

2. Você conhece alguns fatores de bom senso que podem ser usa-dos para manter um equilíbrio neste assunto?

O dinheiro não compra amor, felicidade, amizade ou paz, mas o amor pelo dinheiro, com certeza, pode abafar estas virtudes. Ganhadores de loterias e pessoas que de uma hora para outra fi cam ricas muitas vezes descobrem esta verdade. Muitas pessoas que buscaram a realização nas riquezas e bens têm encontrado muitos problemas e grandes decepções.

3. Quais seriam algumas boas maneiras de lidar com a tendência de achar que as riquezas podem trazer felicidade?

4. O livro de Eclesiastes pode ajudar nisso?

Na verdade o dinheiro é muito limitado naquilo que pode fazer para nós.“O dinheiro pode comprar a casca de muitas coisas, mas não o cerne. Ele

pode proporcionar alimento, mas não apetite; remédio, mas não saúde; co-nhecidos, mas não amigos; servos, mas não fi delidade; dias de alegria, mas não paz e felicidade” (Henrik Ibsen 1828-1906).

“Veja a sua saúde; se a tem, louve a Deus por ela e valorize-a como sendo somente inferior à boa consciência; pois a saúde é a segunda mais valiosa bên-ção que nós como mortais podemos ter; uma bênção que o dinheiro não pode comprar” (Izaak Walton 1593-1683).

Não se engane; toda boa dádiva vem de Deus – não do dinheiro. Leia Tiago 1:16-17.

5. O que é necessário para entendermos o que o dinheiro pode e não pode fazer?

6. Se de fato o dinheiro é tão limitado naquilo que pode fazer, por que diz em Eclesiastes 10:19 que “o dinheiro é resposta para tudo”?

Em 1 Timóteo 6:10 diz: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males”. De fato isto é verdade. O amor pelo dinheiro provoca todo tipo imagi-nável de problemas e difi culdades entre as pessoas.

Ezequiel 7:19 fala da prata e do ouro das pessoas, ou seja, o seu dinheiro, e diz que “serviram de tropeço da sua maldade”. Aparentemente o seu dinheiro foi a causa de caírem no pecado.

Parece que uma atitude errada a respeito do dinheiro confere a ele um poder

Estabelecendo um modo correto de pensar

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8 Uma Vida Bem-Sucedida

estranho e assustador sobre as pessoas, às vezes fazendo-as cometer coisas que jamais pretendiam fazer.

7. O problema não é o dinheiro em si, mas o amor ao dinheiro é que cria os problemas. Certo ou errado?

8. Qual a melhor defesa contra a possibilidade de ser dominado pelo poder do dinheiro?

9. Se pudéssemos compreender a verdadeira realidade sobre as ri-quezas, será que o dinheiro perderia grande parte da sua atração?

Um termo muito usado entre cristãos, e até na sociedade secular, para ad-vertir contra o desequilíbrio nas coisas desta terra é materialismo. Uma defi ni-ção disto seria: “A teoria ou doutrina que o bem-estar físico e as posses terrenas constituem o maior bem e os mais altos valores na vida; um apego enorme ou excessivo a coisas ou interesses mundanos”. A primeira parte desta defi nição descreve o materialismo na sua forma mais agressiva. A segunda parte, onde fala de “apego excessivo”, muitas vezes é menos aparente na vida. 1 Timóteo 6:5 se refere a outro tipo de materialismo onde fala: “cuidando que a piedade é fonte de lucro”.

10. Pode haver muitos tipos e vários graus de materialismo. Será que todos são errados?

11. Como você iria defi nir “um apego excessivo a coisas ou interesses mundanos?”

12. Qual é a solução para este problema?

Um problema intimamente ligado ao materialismo é o de uma mente so-brecarregada com os cuidados desta vida quando Deus procura falar conosco. O nome disso é “preocupação”. O Dicionário Aurélio defi ne isso como sendo, “1. Ato ou efeito de preocupar-se. 2. Ideia fi xa e antecipada que perturba o espírito a ponto de produzir sofrimento moral: 3. Inquietação proveniente dessa ideia; cuidado: Os problemas fi nanceiros provocam-lhe um estado de grande preocupação”.

Isto não é um problema somente dos dias atuais. Em Mateus 22:4-5 vemos um exemplo bem claro disso: “Depois enviou outros servos, recomendando: Dizei aos convidados que já preparei o meu jantar: Meus bois e cevados já fo-ram mortos, e tudo está pronto. Vinde às bodas. Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio”.

Esta tendência de se interessar mais com as coisas materiais do que com

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as espirituais não está restrita a nenhum grupo de pessoas. Tanto pessoas bem de vida, pessoas de nível médio de vida e pessoas fracas de situação podem ser afl igidas com casos graves de materialismo.

13. A solução para este problema é igual para todos? Para os ricos, os de classe média e os pobres?

14. Você é capaz de citar um versículo que tenha a resposta para esta inclinação humana?

15. A oração de Provérbios 30:7-9 seria uma resposta adequada?

O dinheiro e as coisas são somente para este tempo, nesta terra. Em 2 Pedro 3:11 diz: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade?”

16. Você tem uma resposta para esta pergunta?

Em 1 Coríntios 7:30, Paulo escreveu como deve ser a nossa mentalidade em relação às coisas desta vida: “os que compram, [devem viver] como se nada possuíssem”.

17. O que isso quer dizer? Realmente é possível alcançar uma menta-lidade assim?

A vida como nós a conhecemos se resume ao tempo e, por sinal, um tempo bem curto. “O que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece” (Tiago 4:14). Em Hebreus 9:27, vemos que após esta breve vida terrena, o homem tem um encontro marcado: “E, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”.

18. Sendo este o caso com o homem e as coisas que ele possui, como podemos melhor “remir o tempo” e sermos bons administradores?

19. Sobre quais escrituras ou fatos você baseia a sua conclusão? 20. Como podemos nos precaver contra desapontamento e remor-

so com relação à maneira que tenhamos passado os nossos dias, quando chegar o momento de partir desta terra?

Tudo pertence a Deus; nós somos apenas administradores por algum tem-po. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habi-tam” (Salmo 24:1). Nada está isento desta declaração.

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10 Uma Vida Bem-Sucedida

21. Sendo assim, até que ponto é correto dizer ou pensar que “Isso é meu”, “Eu comprei” ou “Sou o dono disso ou daquilo”?

Outra mentalidade importante que se deve manter é reconhecer que não de-vemos pensar somente em nossos próprios interesses. “Não atente cada um somen-te para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Filipenses 2:4). Isso tem a ver com viver prudentemente conforme lemos em Efésios 5:15. Olhe em sua volta! Pense nas outras pessoas e seus interesses, condições e desejos.

Infelizmente existem pessoas que passam pela vida atropelando tudo e to-dos, atentos somente a seus próprios objetivos e desejos, gostos e desgostos. Em certo sentido é o cúmulo da imprudência quando alguém se atenta so-mente para o resumido campo de seus próprios interesses. Esta atitude torna a pessoa bruta e egoísta, disposta a passar por cima de todos os outros na busca daquilo que acha que merece.

22. Esta não é uma atitude saudável. Como ela pode ser corrigida? 23. Todo mundo deve desejar ter uma visão e compreensão melhor

sobre este assunto?

Aceitação do controle supremo de Deus

A quantidade de bens que temos ou deixamos de ter, em última análise, não muda muita coisa. Deus é capaz de multiplicar as coisas conforme ele vê por bem. Veja os exemplos a seguir:

1 Crônicas 21:3: A repreensão e encorajamento de Joabe para Davi: “O Senhor acrescente ao seu povo cem vezes tanto como ele é. Ó rei meu senhor, não são todos servos de meu senhor? Por que requer isto o meu senhor? Por que traria ele culpa sobre Israel?”

Josué 23:10: Sendo fi el o povo de Israel: “Um só homem dentre vós per-seguirá a mil”.

1 Reis 17:12-16: Falando da farinha e do azeite da viúva, diz: “A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra”.

João 6:9-13: Cinco pães e dois peixes para alimentar 5000 homens! E ain-da restarem 12 cestos de sobras?

2 Pedro 3:8: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia”.

1. Isso é possível com o dinheiro, ou outras coisas?

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2. Como podemos compreender e praticar confi ança na promessa de Deus de suprir as nossas necessidades? (leia Mateus 6:33).

Deus também pode fazer minguar recursos e materiais, ou não deixar au-mentar se ele assim determinar.

Analise Ageu 1:5-11, onde fala de semear muito e ceifar pouco, vestir-se, mas não aquecer-se, ganhar salários para pô-los em sacos (bolsas) furados, etc.

3. Por que as coisas não iam bem para eles? Qual foi o problema? 4. Provérbios 23:5, diz: “Porque certamente isso [a riqueza] fará para

si asas, e voará ao céu como a águia”. 5. Se Deus pode fazer aumentar ou diminuir, aparentemente sem

uma justifi cativa lógica, conforme ele desejar, até que ponto preci-samos sempre procurar fazer o nosso melhor?

Segundo profecias bíblicas e a história do mundo, não é sensato esperar pros-peridade material e econômica para sempre, por mais que isso pareça normal hoje. Lembre-se dos sete anos de fome de Gênesis capítulo 41 e da Grande Depressão e seca nos Estados Unidos na década de 1930. Lembre-se também da experiência de Jó: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou” (Jó 1:21). Jó também disse: “Recebere-mos [somente] o bem de Deus, e não receberemos o mal?” (Jó 2:10).

6. Qual seria a sua resposta a esta pergunta de Jó? 7. Como podemos nos preparar para alguma eventual recessão eco-

nômica sem, contudo, perder oportunidades para negócios ou sermos muito pessimistas?

Tempos difíceis normalmente fazem-nos crescer e nos preparam para de-safi os futuros. Foram os tempos difíceis que fi zeram com que os fi lhos de Israel estivessem dispostos a deixar a terra do Egito, onde antes gozavam uma vida muito boa.

8. Devemos pensar em tempos difíceis como sendo uma preparação para alguma tarefa ou circunstância futura?

9. Pais devem usar esta estratégia para prepararem seus fi lhos para enfrentar as realidades da vida?

Em Lucas 16:8 diz que “os fi lhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os fi lhos da luz”. Em muitos casos, isso parece ser verdade quando se

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trata de tomar decisões sábias em termos materiais e fi nanceiros. Visto como se de-dicam constantemente à análise destes assuntos, muitas vezes têm conhecimento de oportunidades fi nanceiras que os cristãos não conhecem ou nem têm interesse.

10. Diríamos que os cristãos estão em desvantagem material ou fi nan-ceira por causa de sua fé?

11. Como o segundo pensamento contido em Mateus 10:16 se aplica a este assunto?

Em contrapartida, os ensinamentos da Bíblia, quando seguidos, tornarão os cristãos mais sábios do que aquelas pessoas que andam no caminho errado. “Os teus mandamentos me fazem mais sábio do que os meus inimigos (ou seja, aqueles que não obedecem a Deus)” Salmo 119:98. O Salmo 19:7 diz: “A lei do Senhor é per-feita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fi el, e dá sabedoria aos simples”.

12. Quem é, pois, o servo fi el e prudente? (Mateus 24:45) 13. Esta sabedoria está disponível a todos? 14. Até que ponto é correto para as pessoas, à medida que adquirem

mais experiência, sentirem-se mais seguras e preparadas para to-mar decisões?

15. De quais formas o conhecimento bíblico protege os cristãos das ciladas ou reveses econômicos e dos perigos de um estilo de vida errado?

É comum ouvirmos falar de bom senso. (Diga o que você entende que seria o bom senso.) Em Isaías, capítulo 28, encontra-se uma possível explica-ção bíblica daquilo que seria o bom senso. Começando no verso 23, explica que o lavrador sabe, ou pelo menos deve saber, como lavrar a sua terra e como plantar. Poderíamos dizer que ele conhece estas coisas através da experiência. Isso pode bem ser verdade, mas no verso 26 diz que: “O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer”. Isso constitui a expressão máxima do bom senso, isto é, do entendimento presente no coração dedicado a Deus.

16. Existe alguma coisa que possamos fazer pessoalmente para adqui-rir mais bom senso?

17. Será que todas as pessoas, quer reconheçam a Deus ou não, pos-suem uma medida de bom senso?

Os cristãos não devem se apegar muito às coisas desta terra. É correto que entre mais forte que for o nosso interesse nas coisas de Deus, menos interesse

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teremos nas coisas desta vida. O apóstolo Paulo afi rmou: “Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Coríntios 6:12).

18. O que é necessário para termos um propósito igual ao de Paulo?

Uma atitude correta com relação ao dinheiro e bens terá um efeito po-sitivo em muitas (talvez todas) áreas da vida e ajudará a corrigir muitos dos problemas da vida. A sua atitude quanto a estas coisas, quer certa, quer errada, diz muito a seu respeito.

19. Você é capaz de entender a sua atitude quanto ao dinheiro e coi-sas relacionadas?

20. Uma atitude correta está ao alcance de todos? 21. Ela é igual para todas as pessoas e todos os tempos? 22. A Bíblia é a única fonte e autoridade fi nal sobre a qual devemos

fundamentar as nossas atitudes e objetivos com relação aos bens materiais e assuntos fi nanceiros?

No Salmo 24:3-5, há um diálogo interessante quanto à nossa atitude e modo de enfrentar a vida. Primeiro faz uma pergunta: “Quem subirá ao mon-te do Senhor? Quem estará no seu lugar santo?”

Depois segue a resposta: “Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação”. Note especialmente a frase “limpo de mãos”. Isso poderia envolver muita coisa.

23. Como você descreveria “limpo de mãos”? 24. E “puro de coração”?

Já foi dito que: “É possível mexer em quase qualquer parte da vida de uma pessoa, menos nos seus fi lhos ou seu bolso”. Sim, é verdade que estas são áreas muito sensíveis na vida das pessoas, mas certamente o cristão não deve ser uma pessoa intocável. Por outro lado, é possível falar muito e compartilhar infor-mações indevidas quanto à sua família, suas posses e suas circunstâncias, e as-sim criar outro tipo de problema.

25. Qual, então, é a atitude correta quanto a estes assuntos e com qual franqueza se deve falar deles?

26. De que forma Mateus 7:3-5 se aplica a esta questão?

Estabelecendo um modo correto de pensar

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14 Uma Vida Bem-Sucedida

Em se tratando do nosso interesse na vida daqueles em nossa volta, preci-samos tomar cuidado porque é fácil sermos muito críticos, ou fazermos muitas perguntas, querendo saber de coisas que não nos convêm, e assim nos tornar mexeriqueiros e intrometidos.

27. O que devemos fazer quando achamos que outra pessoa está se intrometendo em nossa vida?

Neste esforço de manter uma atitude correta e encontrar orientação para a vida, lembre-se de Provérbios 3:5-6: “Confi a no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”.

A exortação de Paulo em Tito 2:9-10, embora estivesse exortando aos ser-vos, ainda é muito pertinente para nós hoje.

Segue a tradução de uma poesia interessante quanto à mentalidade que devemos ter com relação às coisas terrenas.

Como você vive o travessão?Certo homem, ao falar no velório de seu amigo,

citou datas em lápide gravadas, de nascimento e morte do falecido.Do nascimento falou primeiro, depois da morte do distinto,

No entanto, disse, importante mesmo,É o travessão entre um e outro acontecimento.

(1944 — 2008)Pois o hífen representa todo o tempo, que seu amigo aqui passou,

Que agora passado, somente tem valor para quem ele amou.De casas, carros ou dinheiro, não era importante quantos tinha,

Importante mesmo era como agia, como vivia e como amava.Portanto, como está a tua vida; existem coisas pra consertar?

Do amanhã não tens certeza, nem daquilo que poderás mudar.Se puderes compreender o que realmente tem valor,

Procurar entender os anseios das pessoas em derredor,Estressar-se menos; mais tolerância, mais apreço demonstrar,

E às pessoas mais importantes da sua vida mais amar,Se aos outros puderes tratar com mais respeito, com um sorriso,

Sempre lembrando quão pequeno é este travessão, este tão pequeno risco.Para quando junto à tua urna alguém queira discursar,Do travessão da sua vida não precise se envergonhar.

– Autor Desconhecido

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O testemunho cristão no estilo de vidae nos tratos comerciais

Capítulo 2

Para a maioria das pessoas não importa em qual igreja você congrega, o que seu pastor prega, nem o que você pessoalmente diz que crê. Normal-mente elas julgam você pelo que é; pelas atitudes que você demonstra,

pelas palavras que usa e pelo que faz.As suas ações falam muito mais alto do que as suas palavras. Em 1 Pedro

2:12 diz: “O vosso procedimento [estilo de vida] entre os gentios seja correto, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras, glorifi quem a Deus no dia da visitação”.

1. Até que ponto nós devemos nos preocupar com as realidades ci-tadas acima?

Em Filipenses 2:14-15 somos instruídos a não murmurarmos para poder-mos resplandecer como astros no mundo.

2. Todas as murmurações e queixas diminuem a efi ciência do teste-munho cristão?

3. Todas as queixas e reclamações são erradas? 4. Como se pode ajudar alguém que sempre vive reclamando das coisas?

Provérbios 4:18 diz: “A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Esta vereda está se referindo ao caminho da vida.