uma perspectiva de gestão de recursos humanos

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© Francisco André Fernandes HR Manager Artigo publicado em 2007 1/2 Uma Perspectiva de Gestão de Recursos Humanos Actualmente, é consensual que o maior recurso das organizações encontra-se nas suas pessoas. De facto, nem sempre esta premissa fez parte do léxico corrente dos gestores, na medida em que as pessoas eram consideradas um custo e, como tal, a preocupação centrava-se no curto prazo e nas exigências do presente, com vista a diminuir os custos e a obter o máximo de benefícios. Assim se explica que práticas como: o recrutamento e selecção e a formação profissional estivessem assentes numa lógica de satisfação das necessidades primárias e do cumprimento da legislação. Somente, a partir de início dos anos 80, surge o período, que a generalidade dos autores (cf. Brandão e Parente, 1998; Peretti, 2001; Neves, 2000; Bilhim, 2004) classifica como, de Gestão de Recursos Humanos (GRH), caracterizado por uma gestão estratégica de Recursos Humanos integrada na estratégia global da organização, que considera as pessoas como um factor de competitividade, devido à sua criatividade e potencial que representam. Perante os desafios económicos, sociais e tecnológicos, que se colocam às organizações e à sociedade em geral, não se antevê uma estratégia organizacional que não passe pela valorização das suas pessoas, pela aposta na inovação e qualidade, intrinsecamente ligadas. A implementação de práticas de GRH avulso, ainda que permitam por vezes satisfazer necessidades pontuais no curto prazo, dificilmente traduzirá resultados a médio/longo prazo. Aos responsáveis compete a implementação e formalização de práticas integradas de GRH congruentes com a estratégia da organização, com vista a promover a motivação, mobilização e empenho de todas as pessoas e, consequentemente, melhorar os resultados da organização.

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Page 1: Uma Perspectiva de Gestão de Recursos Humanos

© Francisco André Fernandes HR Manager Artigo publicado em 2007

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Uma Perspectiva de Gestão de Recursos Humanos

Actualmente, é consensual que o maior recurso das organizações encontra-se nas suas

pessoas. De facto, nem sempre esta premissa fez parte do léxico corrente dos gestores, na

medida em que as pessoas eram consideradas um custo e, como tal, a preocupação

centrava-se no curto prazo e nas exigências do presente, com vista a diminuir os custos e a

obter o máximo de benefícios. Assim se explica que práticas como: o recrutamento e

selecção e a formação profissional estivessem assentes numa lógica de satisfação das

necessidades primárias e do cumprimento da legislação.

Somente, a partir de início dos anos 80, surge o período, que a generalidade dos autores

(cf. Brandão e Parente, 1998; Peretti, 2001; Neves, 2000; Bilhim, 2004) classifica como, de

Gestão de Recursos Humanos (GRH), caracterizado por uma gestão estratégica de Recursos

Humanos integrada na estratégia global da organização, que considera as pessoas como um

factor de competitividade, devido à sua criatividade e potencial que representam.

Perante os desafios económicos, sociais e tecnológicos, que se colocam às organizações e à

sociedade em geral, não se antevê uma estratégia organizacional que não passe pela

valorização das suas pessoas, pela aposta na inovação e qualidade, intrinsecamente ligadas.

A implementação de práticas de GRH avulso, ainda que permitam por vezes satisfazer

necessidades pontuais no curto prazo, dificilmente traduzirá resultados a médio/longo

prazo.

Aos responsáveis compete a implementação e formalização de práticas integradas de GRH

congruentes com a estratégia da organização, com vista a promover a motivação,

mobilização e empenho de todas as pessoas e, consequentemente, melhorar os resultados

da organização.

Page 2: Uma Perspectiva de Gestão de Recursos Humanos

© Francisco André Fernandes HR Manager Artigo publicado em 2007

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Contudo, a actuação destes responsáveis, não se deve restringir a um nível macro, mas

também a um nível micro, na medida em que são diversas as situações no dia a dia

susceptíveis de potenciar momentos de inércia e letargia nas pessoas, onde poderão

intervir. Imagine-se o fluxo constante de um rio, que em determinado momento é

confrontado com um obstáculo, capaz de suscitar a redução do seu ritmo ou mesmo o

desvio do seu curso desejável. Com o auxílio dos instrumentos e ferramentas mais

adequadas, os responsáveis pela GRH assumem um papel importante na remoção do

referido obstáculo. São disso exemplo, situações de conflito, de resistência à mudança e

falta de informação.

Por tudo isto, a comunicação reveste de uma grande importância, isto porque o

relacionamento interpessoal e a criação/manutenção de um clima de confiança dependem

sempre das competências de comunicação. A título de exemplo, cita-se a regra geral de

que: o reconhecimento deve ser público, a repreensão deve ser privada.

Com o presente artigo pretendeu-se levantar algumas ideias e apelar à reflexão crítica

acerca do papel da GRH e dos responsáveis de Recursos Humanos, em particular, dada a

predominância de uma gestão administrativa de Recursos Humanos e ausência de uma GRH

a um nível estratégico das organizações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRANDÃO, A. e PARENTE, C. (1998), Configurações da função pessoal: as especificidades do caso português, in Organizações e Trabalho, nº20, pp. 23-40;

PERETTI, J. (2001), Recursos Humanos, 3ª edição, Lisboa: Edições Sílabo;

NEVES, J. (2000), Clima Organizacional, Cultura Organizacional e Gestão de Recursos Humanos, Lisboa: Editora RH;

BILHIM, J. (2004), Gestão Estratégica de Recursos Humanos, Lisboa: ISCSP-UTL.