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Rev Port Cien Desp 7(3) 379–390 379 Uma ajuda na análise e interpretação de informação da aptidão física de crianças e jovens provenientes de amostras de grande dimensão. Um tutorial centrado na modelação hierárquica ou multinível José A.R. Maia 1 Rui Garganta 1 André Seabra 1 Vítor Lopes 2 Simonete Silva 1 Alcibíades Bustamante 1 Rogério César Fermino 1 Duarte Freitas 3 António Prista 4 Cássio Meira Jr 5 1 Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Portugal 2 Escola Superior de Educação Instituto Politécnico de Bragança, Portugal 3 Universidade da Madeira, Portugal 4 Faculdade de Ciências de Educação Física e Desporto Universidade Pedagógica de Moçambique, Moçambique 5 Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo – Brasil RESUMO Este estudo pretende apresentar, de modo didáctico, a utiliza- ção da modelação hierárquica ou multinível na análise e inter- pretação do desempenho motor de crianças e jovens a partir da prova da corrida-marcha da milha. As diferentes etapas da modelação são mencionadas, analisando o comportamento dos resultados a partir dos output´s do software utilizado, o HLM 6.02. Cada etapa da análise é devidamente esclarecida e men- cionada a sua relevância em termos interpretativos dos resulta- dos. Palavras-chave: modelação, hierarquia, desempenho motor, crianças ABSTRACT Helping in analyzing and interpreting information from physical fitness of children gathered in large samples. A tutorial based on hierarchical or multilevel modelling The aim of this study is to present, didactically, the use of hierarchical or multilevel modelling in analysing and interpreting children´s motor performance, namely the one mile run-walk. We mention briefly the steps of modelling, analysing the results from the output of the soft- ware used, HLM 6.02. Each step is duly explained, and presented its relevance in interpretative terms. Key-words: Modelling, hierarchy, motor performance, children

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Page 1: Uma ajuda na análise e interpretação de informação da aptidão … · 2020. 7. 14. · Para evitar a construção de um texto muito extenso, iremos centrar a nossa atenção,

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Uma ajuda na análise e interpretação de informação da aptidão física de crianças e jovens provenientes de amostras de grande dimensão. Um tutorial centrado na modelação hierárquica ou multinível

José A.R. Maia 1

Rui Garganta 1

André Seabra 1

Vítor Lopes 2

Simonete Silva 1

Alcibíades Bustamante 1

Rogério César Fermino 1

Duarte Freitas 3

António Prista 4

Cássio Meira Jr 5

1 Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Portugal2 Escola Superior de EducaçãoInstituto Politécnico de Bragança, Portugal

3 Universidade da Madeira, Portugal4 Faculdade de Ciências de Educação Física e DesportoUniversidade Pedagógica de Moçambique, Moçambique

5 Escola de Educação Física e EsporteUniversidade de São Paulo – Brasil

RESUMOEste estudo pretende apresentar, de modo didáctico, a utiliza-ção da modelação hierárquica ou multinível na análise e inter-pretação do desempenho motor de crianças e jovens a partir daprova da corrida-marcha da milha. As diferentes etapas damodelação são mencionadas, analisando o comportamento dosresultados a partir dos output´s do software utilizado, o HLM6.02. Cada etapa da análise é devidamente esclarecida e men-cionada a sua relevância em termos interpretativos dos resulta-dos.

Palavras-chave: modelação, hierarquia, desempenho motor,crianças

ABSTRACTHelping in analyzing and interpreting information from physicalfitness of children gathered in large samples. A tutorial based onhierarchical or multilevel modelling

The aim of this study is to present, didactically, the use of hierarchicalor multilevel modelling in analysing and interpreting children´s motorperformance, namely the one mile run-walk. We mention briefly thesteps of modelling, analysing the results from the output of the soft-ware used, HLM 6.02. Each step is duly explained, and presented itsrelevance in interpretative terms.

Key-words: Modelling, hierarchy, motor performance, children

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INTRODUÇÃOOs estudos de natureza epidemiológica acerca doestado, ou nível de aptidão física (AptF) de criançase jovens lidam, necessariamente, com amostras degrandes dimensões – normalmente na casa das cen-tenas ou milhares. Exemplos bem ilustrativos destetipo de pesquisas em Portugal são os de Almeida etal.(1) em 768 crianças e jovens dos 10 aos 16 anos,de mais de 30 escolas do Concelho de Lamego, deFerreira et al.(9) em 720 jovens de ambos os sexosdos 10 aos 18 anos do Concelho de Viseu provenien-tes de 33 escolas, de Freitas et al.(10) em 1470 obser-vações do seu estudo na região autónoma daMadeira oriundas de 29 escolas e de Maia et al.(17)

em 3744 crianças dos seis aos 10 anos de idade de57 escolas provenientes de oito Ilhas do arquipélagodos Açores. No Brasil, os exemplos são também cadavez maiores, de que destacamos os trabalhos deMatsudo (19), Nahas et al.(20), Guedes e Guedes(13),Marcondes et al.(18), Waltrick e Duarte(29).Estes estudos são de natureza transversal, observacio-nais na sua essência, cujos propósitos se podem situarem vários planos de que salientamos os seguintes: (1)descrever o nível ou estado de aptidão física relaciona-da á saúde (AptFS) das crianças e jovens em funçãodo sexo e idade, com recurso a medidas descritivasbem conhecidas (média, desvio-padrão, mínimo emáximo), e raras vezes intervalos de confiança (IC)para as respectivas médias; (2) avaliar aspectos dodimorfismo sexual, em que estas diferenças são atri-buídas a um conjunto variado de factores (peso, altu-ra, índice de massa corporal - IMC, valores de activi-dade física - ActF, estatuto sócio-económico, espaçoshabitacionais, etc.); (3) apresentar cartas centílicas docomportamento dos valores das diferentes provas deaptidão, propondo valores de referência que podemser da maior importância em termos educativos, peda-gógicos e de saúde pública.Raras vezes encontramos esforços de modelação dodesempenho das crianças e jovens a partir de umqualquer posicionamento biológico e/ou cultural, ouorientado por uma teoria do desempenho motor (seé que tal teoria existe, não obstante os relevantesesforços de Nevill e Holder(21). Para além deste factoque consideramos indesmentível, um dos principaisproblemas do tipo de pesquisa anteriormente refe-renciado reside na circunstância de dirigir toda a

atenção para o nível informacional mais baixo deuma vasta hierarquia, ou seja, os sujeitos. Ora estesestudos, de larga escala, realizam-se em grandesespaços territoriais, amostrando crianças de diferen-tes escolas, que estão localizadas em regiões distin-tas do ponto de vista socio-económico. Crianças,escolas, espaços de localização geográfica expressamuma estrutura hierárquica de forte dependência rela-cional que exige uma abordagem mais ecológi-ca(8,15,25), que não ignore os problemas da heteroge-neidade das rectas de regressão, dependência dasobservações e agregação(12,14, 24, 30).Como bem demonstraram diferentes pesquisas emcontexto escolar(4, 11, 23, 26, 28), é impossível pensarque o desempenho de crianças e jovens seja inde-pendente da dimensão das turmas, da qualidadediversificada dos professores, das condições distintasdas escolas, e por aí adiante. Estamos pois na presença de informação multinívelou hierárquica que reclama uma atenção urgente sobpena de se perder uma parte substancial da sua quali-dade interpretativa, bem como se incorre no risco dese concluir de modo reducionista sobre o desempe-nho motor de crianças e jovens. Já chamamos a aten-ção para este facto no espaço da língua portuguesa(16)

e os exemplos de outros países são bem claros nosdomínios da performance motora de bebés(6), desenvol-vimento do consumo máximo de O2

(2, 3), e climamotivacional nas aulas de educação física (EF)(22).Face à reduzida expressão de textos didácticos acercado uso da modelação hierárquica ou multinível(MHMN) quando a estrutura dos dados é de nature-za eminentemente transversal, é nosso propósitoapresentar um documento que auxilie os leitores noseu uso mais extenso, e sobretudo na necessidade deum maior cuidado no delineamento das suas pesqui-sas, ousadia no lançamento das hipóteses e maiorrobustez e elegância na análise e interpretação dosresultados. Deste modo este trabalho está dividido em três par-tes: na primeira apresentamos o problema com baseem informação concreta de um estudo acerca daAptF de crianças e jovens. A segunda refere-se aosaspectos da MHMN de um modo didáctico e sequen-cial a partir do lançamento de um conjunto diversifi-cado de questões que colocaremos aos dados. Naterceira, apresentaremos partes do output do progra-

José A.R. Maia, Rui Garganta, André Seabra, Vítor Lopes, Simonete Silva, Alcibíades Bustamante, Rogério César Fermino, Duarte Freitas, António Prista, Cássio Meira Jr.

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ma que utilizaremos, o HLM 6.02 colando-as aotexto e interpretando o seu significado.No sentido de não repetirmos informação previa-mente referenciada, solicitamos a todos os interessa-dos nesta abordagem a leitura da parte final do textode Sousa e Maia(27) concretamente o ponto setedessa obra, onde o leitor encontrará um breve rotei-ro auxiliador de pesquisadores que pretendam utili-zar este tipo de metodologia nos seus estudos.Chamamos a atenção do leitor que não é nosso pro-pósito abordar a complicada estrutura estatística for-mal e aspectos computacionais da MHMN [sobreestas matérias consultar Raudenbush e Bryk(24),Goldstein et al.(12)], mas tão somente apresentar deuma forma didáctica as etapas sequenciais da análi-se, pensando sempre na óptica do utilizador destetipo de metodologia e procedimento de análise [vero texto editado por Corgeau(7) acerca de aspectosfilosóficos, metodológicos e analíticos da MHMN].Não obstante lidarmos exclusivamente com o soft-ware HLM 6.0 (a versão estudante é gratuita bemcomo o respectivo manual, o site oficial possuiexemplos comentados muito interessantes e alta-mente didácticos; é um dos softwares de MHMN

mais “amigável” para os utilizadores), isto não sig-nifica que seja o único disponível, ou o melhor (sobre

esta matéria consultar refª 16).

Os dados para análiseO Concelho de Amarante pertence ao distrito doPorto, fica situado na região norte do país, tendo 40freguesias distribuídas por uma área de 301,5 Km2.Este Concelho é atravessado por zonas urbanas elitorais com forte variabilidade económica. A suarede escolar está distribuída por seis agrupamentos,com um total de 73 escolas do primeiro ciclo doensino básico. Foram amostradas 92% (n=2940) dascrianças dos seis aos 14 anos do universo escolar.Contudo, dado que o efectivo a partir dos 10 anos deidade era reduzido, consideramos somente 2801crianças. A inspecção detalhada dos dados obrigou àconsideração, para efeitos de apresentação daMHMN, de somente 1779 indivíduos distribuídospor 53 escolas dos seis agrupamentos (Quadro 1). Éevidente que a frequência de alunos por escola é bas-tante diversificada dadas as características demogra-fias e orográficas de cada freguesia.A AptFS foi avaliada de acordo com a bateria ameri-

Tutorial — Análise da AptFS de crianças e jovens

Quadro 1. Estatísticasdescritivas dos dois pla-nos da hierarquia infor-macional (output do HLM6.02)

*Infra-estruturas escola-res e recursos humanos“mais relevantes” poragrupamento escolar(Meio: 0=tipicamenterural; 1=rural; 2=urbano.Recreio: 0=não tem;1=espaço pequeno, masnão permite a prática dequalquer desporto;2=espaço que permite aprática de desporto;3=espaço que permite aprática de desporto, maisum ou dois campos defutebol de cinco. Demaisindicadores: 0=não e1=sim)

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cana Fitnessgram e a ActF a partir do questionário deGodin e Shephard(11). A determinação de aspectosrelativos às condições sócio-económicas de implan-tação da escola, das características das infra-estrutu-ras disponíveis, bem como do material humano dis-ponível para leccionar aulas de EF para as criançasestão extensamente detalhadas no livro de Sousa eMaia(27).Para evitar a construção de um texto muito extenso,iremos centrar a nossa atenção, exclusivamente, naprova da milha. Chamamos a atenção dos leitoresque foram utilizadas diferentes estratégias e procedi-mentos de análise (bivariada e multivariada) paraavaliar a qualidade de toda a informação recolhida, ecujos resultados são altamente satisfatórios e indi-ciadores da elevada qualidade dos dados disponíveis.Pode parecer descabido e incorrecto o cálculo de

médias com variáveis binárias tal como é ilustradono output anterior. Contudo, não deixa de ser escla-recedor tal cálculo. Por exemplo, se tivéssemos omesmo número de meninos e meninas, a médiaseria 0,50. Do mesmo modo, se pode entender que onúmero de escolas que têm ginásios (GINAS) éextremamente baixa, praticamente insignificante,dado que a média é 0,04. Deixamos ao leitor a inter-pretação das outras médias.

ETAPAS NA ANÁLISE DA MHMN Etapa nº1: ANOVA de efeitos aleatórios (do inglês ran-dom effects ANOVA)A primeira etapa de modelação consiste em determi-nar a extensão da variação que existe ao nível dosalunos e das escolas, isto é, estimar a magnitude davariância nos dois níveis da hierarquia informacio-

Quadro 2.Resultados do

modelo nulo(partes do out-

put do HLM6.02).

José A.R. Maia, Rui Garganta, André Seabra, Vítor Lopes, Simonete Silva, Alcibíades Bustamante, Rogério César Fermino, Duarte Freitas, António Prista, Cássio Meira Jr.

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nal. Este primeiro esforço é solucionado com basenos resultados da ANOVA de efeitos aleatórios(também designado de modelo nulo, ou intercept onlymodel, dado que não contém qualquer variável queexplique, em qualquer dos níveis da hierarquia, avariação encontrada). Os resultados estão no Quadro2, que passaremos a explicar com base no seguinteconjunto de questões (ver Quadro 2).Será possível ter uma ideia da grande média dodesempenho na prova da milha de todos os alunosde todas as escolas, algo semelhante a uma grandemédia? A grande média na corrida marcha da milhaé de 11,72 minutos. Com 95% de confiança (IC95%),a média do desempenho nesta prova que pretendemarcar a aptidão cárdio-respiratória de todas ascrianças dos seis aos 10 anos de idade do Concelhode Amarante, situa-se entre 11,31 e 12,13 minutos[11,72±1,96 (0,21)].Qual é a extensão da variância entre alunos e entreescolas? A variância inter-individual dos alunos detodas as classes e de ambos os sexos (efeito ao níveldos alunos) é de 4,75 (p<0,001); a variância quemarca as diferenças de desempenho na milha é de2,13 (p<0,001) ao nível das escolas.Será possível ter uma ideia da magnitude da depen-dência do desempenho à circunstância dos alunospertencerem a diferentes escolas? Isto é, qual a mag-nitude do efeito das escolas? A presença de umaestrutura hierárquica nos resultados requer o cálculodo coeficiente de correlação intraclasse (rho), cujafórmula é 2,12600/(2,12600+4,74675)≈0,31. 31%da variância total do desempenho é devido a umefeito da escola, o que é um valor substancial. Esteé, de facto, o passo essencial para justificar a presen-ça da modelação hierárquica. Por exemplo, no estu-do dos Açores(17), o valor da correlação intraclassepara a mesma prova foi de 7,5%, na pesquisa deZhu(30) no mesmo intervalo de idade foi de 22,4%, eem Maia et al.(16) foi de 22%, mas em crianças ejovens dos 10 aos 18 anos de idade. Estes valoresatestam, de uma forma substancial, a estrutura mul-tinível do desempenho.Qual é a magnitude da fiabilidade da média dodesempenho de cada escola? O seu valor é extrema-mente elevado, sendo de 0,891. Este valor salienta aelevada qualidade dos resultados em termos da suafiabilidade.

Será possível testar a hipótese das escolas terem amesma média de desempenho na prova da milha?Claro que sim. Se tivessem a mesma média, a com-ponente de variância na parte aleatória do modelo(random part no output relativo ao intercept) seria nãosignificativa, o que não se passa. O intervalo de con-fiança a 95% para a média das escolas é de 8,86 a14,58 [11,72±1,96(2,13)1/2], o que significa umaamplitude substancial dos níveis de aptidão cárdio-respiratória entre escolas. Há escolas com um bomdesempenho, e outras com um desempenho demenor qualidade (Figura 1).

Figura 1. Amplitude do desempenho (diagrama de extremos e quartis) deuma amostra aleatória ordenada (70%) das escolas em função da média do

seu desempenho. Na abcissa encontram-se escolas, e na ordenada o desem-penho expresso em minutos (gráfico obtido no HLM 6.02).

Etapa nº2: Modelo de efeitos fixos (do inglês Level-1random intercept model)A segunda etapa implica um esforço de modelaçãodo desempenho a partir dos predictores disponíveisao nível dos alunos, isto é, no primeiro nível da hie-rarquia informacional: idade, sexo, níveis de ActF e oIMC. O problema a ser esclarecido é saber se odesempenho melhora com a idade, se os meninospercorrem a distância num tempo menor, se os maisactivos têm performances melhores, e se os que têmvalores de IMC mais elevados são penalizados noseu desempenho (Quadro 3).

Tutorial — Análise da AptFS de crianças e jovens

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Interpretemos o output nos seus diferentes aspectos:Primeiro: A grande média do desempenho alterou-se pela circunstância de haver agora predictores nomodelo. O seu valor é de 12,3 minutos. O que é queeste valor significa? É o valor médio correspondenteao desempenho das meninas, uma vez que a variávelreferência relativa ao sexo no modelo é zero para asmeninas, e um para os meninos.Segundo: O aumento da idade implica uma reduçãosignificativa do tempo de prova, em cerca de 0,31

minutos por ano de idade (B1= -0,31±0,05 minu-tos). Os meninos têm performances superiores àsmeninas, em média uma redução significativa notempo de desempenho de 1,27 minutos (B2= -1,27±0,14). As crianças mais activas são as que per-correm a distância em menos tempo (B3= -0,02±0,005). As que têm valores mais elevados deIMC são penalizadas na prova, em média 0,29 minu-tos (B4=0,29±0,02).Terceiro: Ainda há variância inter-individual por

Quadro 3.Resultados do

modelo com efeitosfixos (parte do out-

put do HLM 6.02).

José A.R. Maia, Rui Garganta, André Seabra, Vítor Lopes, Simonete Silva, Alcibíades Bustamante, Rogério César Fermino, Duarte Freitas, António Prista, Cássio Meira Jr.

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explicar, e cujo valor é de 3,32. Está aberto o espaçopara a inclusão de outros predictores que não forampensados nesta pesquisa e que futuros investigado-res deverão considerar, como aspectos da economiade corrida, percepção do tempo de prova, motivaçãopara a sua realização, amplitude da passada quedepende do comprimento do membro inferior, etc..Quarto: Há variância significativa no desempenhomédio entre escolas, cuja magnitude é de 2,20, que éestatisticamente significativa (p<0,001), e que maisadiante modelaremos.Quinto: Dado o esforço de modelação, é importantesaber da sua qualidade. Isto é, precisamos não só deinformação acerca do significado estatístico dos parâ-metros incluídos (essa informação é providenciadapelo output), bem como de uma estatística que nosinforme acerca do valor de cada modelo. Essa estatís-tica é designada de Deviance. A Deviance só faz sentidoquando comparada com modelos contidos em si mes-mos (do inglês nested within). Ora relativamente aomodelo nulo, este que agora elaboramos, o de efeitosfixos, é mais expansivo, e neste sentido pode sercomparado com o modelo nulo. Assim, a Deviance decada modelo é sempre apresentada no final do output,bem como do número de parâmetros estimados. NoHLM 6.02 há uma opção de teste de hipóteses, quepermite comparar dois modelos entre si desde quesejam nested within, isto é, hierarquicamente contidos.O resultado encontra-se numa parte designada demodel comparison test. Dado que o resultado é estatisti-camente significativo (c2

(4)=619,27, p<0,001), onosso esforço de modelação foi bem sucedido.

Sexto: Qual é a variância explicada,ao nível do desempenho dos alunos,pela entrada destes predictores? Aresposta é bem simples. Basta paratanto contrastar as variâncias resi-duais entre os dois modelos, de talmodo que a variância explica-da=(4,74675-3,31603)/4,74675=0,30. O conjuntodos predictores idade, sexo, ActF eIMC explica 30% da variância total dodesempenho interindividual, o querepresenta um valor elevado.Na Figura 2 encontram-se as trajectó-rias dos sujeitos de todas as escolas.

Chamamos a atenção dos leitores para as diferençasnos dois gráficos, que reclamam duas explicaçõespara serem entendidos:como se assumiu que o modelo era de trajectóriasfixas, todas as rectas de regressão relativas asdesempenho são paralelas cujo declive é negativo.Isto significa que com o aumento da idade o tempopara percorrer a distância é cada vez menor.A idade (na abcissa) está expressa em duas métricasdistintas*. Na esquerda nos valores originais da idadedos sujeitos. Esta métrica coloca alguma dificuldade deinterpretação, dado que, conceptualmente, o valor naordenada corresponde ao desempenho das criançasquando a sua idade é zero, o que é uma impossibilida-de (não obstante estar nos seis anos de idade). O valorzero não tem pois qualquer significado, uma vez que àidade zero não pode corresponder qualquer desempe-nho na prova. Na figura da direita os diferentes valoresde idade de todos os sujeitos foram subtraídos à médiaglobal. O que aqui temos são, pois, dados centrados elogicamente interpretáveis, dado que o valor médioglobal do desempenho (o valor na ordenada) corres-ponde agora a uma criança média de idade igual a 7,69anos, o que tem todo o sentido. Não é pois de estra-nhar os valores de idade que aparecem na abcissa (aidade de 7,69 corresponde ao zero da abcissa). O valorna ordenada (intercept) corresponde ao desempenho deuma criança cujo valor é igual à média da sua respecti-va escola. Na situação deste modelo, as rectas sãoparalelas por não se ter assumido que diferenças nasdistribuições de idades, sexos e valores do IMC distin-guiria o desempenho entre escolas.

Tutorial — Análise da AptFS de crianças e jovens

Figura 2. Trajectórias modeladas do desempenho dos sujeitos das diferentes escolas no modelo de efeitos fixos (gráficos obtidos no HLM 6.02)

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Etapa nº 3: Modelo de efeitos aleatórios (do inglês Level-1 random-intercepts and random-slopes model)Tornando um pouco mais complexa a análise, e nosentido de explorar ainda mais o conteúdo da infor-mação disponível, poderia pensar-se que os desempe-nhos entre escolas sejam função da distribuição daidade das crianças (e nem todas têm o mesmo efecti-vo e a mesma distribuição de idades), das diferenças

nos efectivos de crianças de ambos os sexos na com-posição das turmas, e nas diferenças entre valores doIMC. Trata-se, agora de modelar aspectos aleatóriosdestas variáveis no contexto das suas respectivas esco-las. Os resultados estão no Quadro 4, e na Figura 3,onde são bem marcantes as diferenças nos declivesentre escolas, dado que o seu desempenho é condicio-nado pelas variáveis referidas no parágrafo anterior.

Quadro 4.Resultados do

modelo com efeitosaleatórios (parte

do output do HLM6.02).

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Interpretemos, então, os resultados do Quadro 4,tendo sempre presente que há diferenças nos valoresrelativamente ao modelo anterior dadas as novascondições deste modelo:Primeiro: A grande média do desempenho é agora de12,27 minutos, cuja interpretação nos é agora familiar.Segundo: O aumento da idade implica uma reduçãosignificativa do tempo de prova em cerca de 0,32minutos (B1=-0,32±0,05 minutos). Os meninostêm performances superiores às meninas, em médiauma redução significativa no desempenho de 1,17minutos (B2=-1,7±0,13). Os mais activos são osque cobrem a distância em menos tempo (B3=-0,02±0,002). Os que têm valores mais elevados deIMC são penalizados na prova, em média 0,26 minu-tos (B4=0,26±0,02).Terceiro: Ainda há variância inter-individual porexplicar, e cujo valor é de 3,11. As sugestões ante-riormente apresentadas são também transferíveispara aqui.Quarto: Há variância significativa no desempenhomédio entre escolas, cuja magnitude é de 2,50 que éestatisticamente significativa (p<0,001).Quinto: Ficou evidente que as variáveis idade, sexoe IMC são significativas na parte aleatória do mode-lo, sugerindo que a variação da sua distribuiçãopelas escolas implica uma atenção adequada para seentender o seu significado.

Sexto: A Deviance deste modelo passou a ser de7286,33, que contrastada com a do modelo anteriorse revelou estatisticamente significativa(χ2

(9)=43,34, p<0,001), implicando o sucesso donosso esforço de modelação.Sétimo: Qual é a variância explicada, ao nível dodesempenho dos alunos, por este modelo? A respos-ta é bem simples. Basta para tanto contrastar asvariâncias residuais entre os dois modelos, o nulo eeste, tal que a variância explicada=(4,74675-3,11103)/4,74675=0,35. Relativamente ao modelocom efeitos fixos, ganhou-se cerca de 5%.

Etapa nº4: Modelo com predictores do 2º nível (do inglês intercepts and slopes as outcomes)Resta agora a tarefa de maior dificuldade e que impli-ca algum esforço de contenção no uso dos predicto-res entre escolas. Da lista apresentada no Quadro 1,dos oito predictores, temos alguma dificuldade nasua escolha por dois motivos fundamentais:não conhecemos qualquer esforço de teorização rela-tivamente ao desempenho motor de crianças destenível de ensino, qualquer que seja a estrutura opera-tiva da bateria de testes utilizada.A maior parte dos predictores têm uma variabilidadeextremamente reduzida entre escolas. Daqui que anossa escolha recaia sobre a variabilidade da locali-zação das escolas (variável MEIO), e na diversidadematerial e de espaço do recreio escolar (RECREIO).Os resultados deste nosso esforço estão no Quadro5. A sua interpretação está condicionada ao valor daDeviance e à comparação correspondente com omodelo anterior. Ora o resultado do valor de prova(p=0,35) e que está na última linha do output, impli-ca que o aumento de complexidade deste modelonão redundou em aumento de capacidade explicati-va. Nesta situação preferimos um modelo mais par-cimonioso, precisamente o anterior (Level-1 random-intercept and random-slopes model). Dito de um modomais explícito, este modelo, enquanto intérprete dacomplexidade organizacional do desempenho situa-do em ambos os níveis da hierarquia, não se ajustabem aos dados disponíveis.Tentemos interpretar o porquê desta “falha” domodelo apresentado pelos autores para interpretaros resultados na prova da milha, e não o modeloestatístico subjacente à MHMN. Do ponto de vista

Tutorial — Análise da AptFS de crianças e jovens

Figura 3. Trajectórias modeladas do desempenhodos sujeitos das diferentes escolas, no modelo de

efeitos aleatórios (gráfico obtido no HLM 6.02)

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Quadro 5. Resultados do modelo com pre-dictores ao nível do envolvimento (parte

do output do HLM 6.02).

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“ecológico” faria todo o sentido em atribuir signifi-cado às condições do ambiente (meio sócio-econó-mico de implantação da escola, condições materiais eespaciais dos recreios) para dar algum significado àsdiferenças de desempenho entre crianças pertencen-tes a essas escolas. Tal não aconteceu. Contudo, nãonos parece que condições externas às crianças nãocondicionem o seu desempenho na prova da milha,um indicador indirecto da sua resistência aeróbia,dado que nenhum dos parâmetros estimados paratais variáveis seja estatisticamente significativo.A literatura da especialidade (concretamente a queutiliza delineamentos gemelares ou de famíliasnucleares) bem sumariada no texto de Bouchard etal.(5) sugere que os factores genéticos explicam apro-ximadamente cerca de 50% da variação total daresistência aeróbia. Há pois um espaço de outros50% de variabilidade que deve ser encontrado nasforças vivas e sempre cambiantes do meio envolven-te, cuja influência no desempenho e resposta ao trei-no são importantes.Pode ter bem acontecido que a operacionalização dosfactores do envolvimento considerados neste estudonão tenha sido a mais adequada. Neste sentido, cha-mamos a atenção dos leitores para a necessidade deum maior cuidado na operacionalização das condi-cionantes ambientais, sobretudo na construção dabase de dados de indicadores que com maior valida-de de conteúdo reflictam estas variáveis. Este é umexemplo “real” recheado dos ingredientes de algumaincerteza que povoam a investigação empírica. A suaexploração é sempre bem diferente e mais contin-gencial da que ocorre com os exemplos construídospara serem incluídos em manuais de MHMN. Daquia sua vantagem e valor ao permitir uma discussãomais esclarecedora dos resultados e dos problemasque estão normalmente associados à operacionaçãodas variáveis, i.e., a aspectos da sua validade.Finalmente para salientar, que no estudo de Zhu(30)

e precisamente na prova da milha, os factores doenvolvimento mais relevantes eram a presença deum professor de EF qualificado a dar as aulas àscrianças, bem como a avaliação da sua AptF e ainterpretação, juntamente com todos os alunos decada classe, do significado dos resultados obtidos e oestabelecimento de objectivos adequados para pro-mover uma melhor AptF. Ora no estudo de Sousa e

Maia(27) das 53 escolas amostradas, somente umatinha aulas com um professor de EF. Um triste factopara todas as crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAISEm resumo, quando se considera informação relativaao desempenho motor de crianças e jovens, e cujosdados estejam constituídos por uma estrutura orga-nizacional (e esta é a maior parte das situações), éimportante recorrer a MHMN para extrair todo “aessência” contida nos resultados. A não consideraçãodesta condição implica um viés sério em termos deinterpretação do desempenho. A riqueza da análise eda atribuição de significado aos parâmetros estima-dos por este tipo de metodologias representa umsalto qualitativo enorme na exploração do desempe-nho, e sobretudo no estabelecimento de hipótesesmais abrangentes e esclarecedoras.

AGRADECIMENTOSOs autores agradecem ao revisor anónimo os comen-tários que permitiram clarear diferentes aspectos dotrabalho. Do mesmo modo agradecem à Fundaçãopara a Ciência e Tecnologia o apoio na realizaçãodeste estudo (POCI/DES/62499/2004).

CORRESPONDÊNCIAJosé António Ribeiro MaiaFaculdade de DesportoUniversidade do Porto Rua Dr. Plácido Costa, 914200-450 PortoPortugal E-mail: [email protected]

Tutorial — Análise da AptFS de crianças e jovens

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