ttÚnel do tempoÚnel do tempo · 2015-08-10 · extraída do livro “memórias de um...

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CONTEÚDO DO BOLETIMO Redator é o único responsável pelo conteúdo de sua matéria, pelo formato

redacional e por eventual opinião manifestada.

João Cardoso, O Sombra, Antonio Henriques, Raimundo José Santana, Alberto José Antonelli, Vilmar Daleffe, Antonio Valmor Junkes e João Costa Pinto

DIRETORIA EXECUTIVAPresidente:William Marinho de Faria ........ (l1)5078-8239 [email protected] Vice-Presidente:Marcos de Souza ..................... (11)3255-5456 [email protected]ário:Walter Figueiredo Souza ............. (31)3641-1172 walter.fi [email protected] Tesoureiro: Paulo Barbosa Mendonça ........ (l9)[email protected] Espiritual: Pe. Manoel F. dos Santos Jr ......... (11)[email protected]

CONSELHO FISCAL - TITULARJosé Manoel Lopes Filho .......... (l4)3223-3399Lásaro A. P. dos Santos ............ (11)3228-9988

CONSELHO FISCAL - SUPLENTEItelvino Giacomelli .................. (l1)4695-1288Vanderlei dos Reis Ribeiro . ..... (l9)2512-0063

REGIONAIS Ibicaré André Mardula ......................... (49)3522-0840São PauloMarcos de Souza ..................... (11)3228-5967CampinasJercy Maccari ............................. (19)3871-4906CuritibaMarco Rossoni Filho ............... (41)3253-7135Pirassununga Renato Pavão ............................ (19)356l-605lBauru Gino Crês ................................ (14)3236-1259Itapetininga Sílvio Munhoz Pires ................. (15)3272-2145S. José dos CamposNatanael Ribeiro de Campos ......... (l2)3207-9869Itajubá José Célio da Silva .................. (35)3644-1144

COORDENADORIASBoletim Informativo Inter-Ex João Costa Pinto................Res. (11)2341-2759 Cel.(11)96493-4520

DIAGRAMAÇÃOMarcelo Silva Calixto .............. (11)3476-9601

CARAVANAMoacyr Peinado Martin ............ (11)2421-4460

ATOS RELIGIOSOS Daniel R Billerbeck Nery .......... (11)2976-5240Lásaro A P dos Santos ............... (11)3228-9988

EXPEDIENTEASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS MSC

PresidênciaAl. dos Uapés, 529 - São Paulo - CEP: 04067-031

Tel: (11) 5078-8239 Cel: [email protected]

Boletim Informativo Inter-ExRua dos Cíclames, 858 - Vila Prudente - SP

CEP: 03146-010 - São Paulo - SPE-mail: [email protected]

Tel: (11) 2341-2759

REDATORES DESTA EDIÇÃO

Colaboração do João Cardoso (1945-1949)extraída do livro “Memórias de um ex-seminarista”,

de Nelson Altran (1948-1954)

TÚNEL do TEMPOTÚNEL do TEMPO

INTER EX

2 Fevereiro | 2015 Túnel do Tempo

PROIBIÇÕES DEFINITIVAS(“Que o vosso falar seja: “Sim, se for sim; não, se for não”; pois o

mais vem do Maligno”. Mt. 5-37).

o “REGULAMENTO” ERA UMA ESPÉCIE de “Lei Marcial” existen-te, não propriamente uma “Carta Magna” ou “Código de Napoleão” decretado e ratifi cado, mas um conjunto de normas, respeitado pela tradição oral estabelecida pela Congregação.

Dizia o padre Superior que bastava seguir o “Regulamento” para chegar-se à santidade. Realmente assim devia ser, tão severo e mi-nucioso era sua consistência e tamanhos sacrifícios impunha sua observância. No entanto, a par desse “Regulamento” que nunca vi impresso, mas que sentia a cada minuto do dia e da noite em todas as obrigações da vida interna, existiam certas proibições taxativas e defi nitivas, as quais ninguém ousava transgredir, salvo raríssimas exceções. Moralistas umas, necessárias outras, sem sentido outras tantas, passo a enumerar apenas algumas que mais fi rmemente per-maneceram em minha memória:

... colocar as mãos nos bolsos das calças; andar sem camisa; olhar para trás e para baixo quando urinando; conversar quando urinando nos mictórios do pátio; falar “mijar” em vez de “urinar” (melhor não falar nem um nem outro); usar calção de futebol ou natação acima dos joelhos; deixar de usar gravata aos domingos; trepar na bacia da privada (tinha matuto que nunca havia «feito o serviço” sentado); comer qualquer coisa fora do refeitório e fora das horas normais das refeições; andar descalço; andar sozinho ou em dois; ir a qualquer lugar dentro do Seminário sem avisar o padre responsável pelo “poli-ciamento” (não há outra palavra); sair de dentro dos muros do Colégio: deixar de jogar volei nos recreios; deixar de engraxar os sapatos todos os dias; usar roupas ou pertences de outro colega; deixar de fazer a barba todos os dias, se necessário; deixar de lavar os pés e escovar os dentes todas as noites; deixar de tomar banho de manhã uma vez por semana nos dias escalados; deixar de jogar futebol todas as quar-tas-feiras e sábados à tarde, exceto por motivo de grande força-maior; deixar de responder à jaculatória “Amado seja ... Eternamente”, repe-

Dados BancáriosCNPJ/MF no. 50.857.762/0001-87Conta corrente - Bradesco S.A.No. 121760-7 / Agência 0151-1

tida duas mil vezes por dia; deixar de se levantar da cama incontinenti às palmas do Irmão Chico; chegar atrasado a qualquer lugar e acontecimento; passar os braços nos ombros do colega; tocar outro colega com as mãos; olhar para trás nas fi las, nem que o mundo desabasse; falar fora de hora; deixar de rezar; deixar de estudar; deixar de comer; comer demais; beber de-mais; correr nos corredores; falar durante o almoço; falar durante o jantar; falar, fazer sinais e olhar para o colega quando no dormitório (o lugar mais sagrado do Seminário, antes da Capela); fazer barulho com qual-quer coisa; desrespeitar os professores; brigar com os colegas; ofender os colegas; conversar com os Maio-res; conversar com os Menores; gastar muito “papel higiênico” (Diário Ofi cial da União, já lido, cortado em quadradinhos); gastar muita água; demorar demais no banho (“-Lembre-se: há um colega esperando!”); tre-par no muro; jogar papel no vaso sanitário; rabiscar ou rasgar folhas dos livros; estragar material escolar; rou-bar caqui na chácara junto aos campos de futebol; não varrer direito a sala de estudos; tocar piano, harmônio ou violino fora da hora marcada; deixar de estudar a próxima lição; sentar-se sem decoro; cruzar as pernas; coçar o nariz; enfi ar o dedo no ouvido;’ mastigar de boca aberta; comer com a faca; não limpar a boca com o guardanapo; fazer barulho com a cadeira ao sen-tar ou ao levantar; assoar o nariz com força (para não chamar a atenção sobre si, seu vaidoso! ): ser vaidoso; querer embelezar-se no vestir e no pentear; falar só de si próprio; querer ser o tal; dormir fora de hora; não dormir à noite; não cobrir-se convenientemente quan-do deitado; dormir descoberto; mijar na cama; deixar de arrumar a cama; ter piolhos; ter mau-hálito; jogar palitinho; falar mal dos outros; ler jornais; ler revistas; ouvir rádio (ainda não havia TV, senão também seria proibido); ter dinheiro; saber quem era o Presidente da República; saber quem ganhou a Copa do Mundo em 1950; cantarolar samba; pensar em mulher; pensar em sexo; pensar em riqueza; pensar no mundo lá fora; deixar de escovar o terno (eu só tinha um; de brim); brincar com o cachorro para não estimular a sexua-lidade própria e a do cachorro; falar com a cozinhei-ra; levantar os olhos do chão; ter amizade particular; calçar meias furadas; não ler “língua estrangeira” às quartas-feiras à noite; discutir com o bibliotecário; fu-mar; ingerir qualquer tipo de bebida alcoólica; comer pimenta; ir ao pátio dos Maiores; ir ao pátio dos Me-nores; chorar; sentir e demonstrar dor; ser maricas; rir à-toa; deixar de rir quando o padre Henrique contava piada; falar com os Irmãos Leigos; olhar para folhinhas pornográfi cas (moças de maiô, ainda não se inventara o biquini e muito menos a tanga); fantasiar o poster da Rose di Primo; falar o que se pensava; pensar ..........

Será que esqueci algo? Esclarecimento da Redação para ex-alunos mais

novos. No seminário de Pirassununga havia duas tur-mas de alunos: a Turma dos Maiores (antigos) e a Turma dos Menores (novos e recém chegados). Aluno da Turma dos Menores não podia conversar com outro da Turma dos Maiores e vice-versa. Proibição similar existia tam-bém nos seminários de outras Congregações.

3Fevereiro | 2015Túnel do Tempo

INTER EX

P A L A V R A D O L E I T O R

Santos, 12/12/14Caro amigo João Costa,com bastante atraso, cumprimento a nova Dire-

toria, presidida pelo amigo William, e a você, João, como novo coordenador do nosso Boletim.

O que mais admiro nas diretorias que se suce-dem é que não há solução de continuidade; pelo contrário, constata-se que cada uma delas se su-pera na ânsia de dar do seu melhor para o engran-decimento da nossa septuagenária Associação.

Com referência ao Inter-Ex, dizer da excelên-cia dos artigos publicados seria redundância pela qualidade dos colaboradores; mencionar o trabalho árduo do redator desde a revisão e a diagramação das matérias até a postagem da correspondência, seria inócuo..., mesmo porque todos reconhec-emos o seu esforço e a sua dedicação.

Agora, João, o que empolga mesmo no Boletim é ver as fotografi a dos colegas e respectivos familiares, fossem contemporâneos ou não, cujos únicos pontos de contato é termos a mesma origem: os seminários dos MSC, em Pirassununga, Itajubá ou Ibicaré ...

É neste sentimento de fraternidade que gostaria de cumprimentar cada ex-aluno (Padre ou leigo) individualmente. Na impossibilidade, solicito seja o portador do nosso abraço e do nosso carinho, meu e da minha família, a todos os confrades que um dia estivemos juntos, mesmo que em épocas e lugares diferentes ...

Um feliz e santo Natal, do amigo e irmão Alberto Maria da Silva

(a) Alberto Maria da Silva

Como leitor do nosso boletim, desejo manifestar admiração pelos colabora-dores, que ultimamente ofereceram ou vêm ofere-cendo aos colegas artigos, crônicas, relatos, fotogra-fi as, temas recentes ou situações vividas há tempos, transcrições, presentes o humor, o cotidiano, o de-boche, forte realismo, tipos humanos, crítica velada, o respeito, o dom da escrita e o talento. Incluo nesse rol, em ordem alfabética: Antonio Henriques, Antonio Valmor Junkes, Arlindo Giacomelli, Cláudio Carlos de Oliveira, Ézio Monari, Itelvino Giacomelli, João Baptista Gomes, José Alberto Antonelli, José Rai-mundo Santana, Luiz Carlindo Maziviero, Lupo da Gubbio, Monelo Biondo (Quem seriam esses aí?), O Sombra, Vanderlei dos Reis Ribeiro, Vilmar Daleffe e Walter Figueiredo Souza. A eles todos expresso meu especial agradecimento.O brilho do boletim tem origem nas valiosas colabo-rações desses nossos dedicados articulistas e de ou-tros tantos que frequentaram as páginas do Inter-Ex.

(a) João Costa Pinto

INTER EX

RELAÇÃO DE ANIVERSARIANTESCaro aniversariante, Ex-Aluno, Missionário ou Religioso, parabéns pelo aniversário. Que este seja festivamente celebrado com os familiares, os confrades e amigos. Para você, saúde, felicidade e as bênçãos do Alto.

11/07 – Mário Lobo (--) ----------15/07 – Alfredo Martins Aquino (--) ----------16/07 – Rogério Alberico Garbossa (41) 3049-272819/07 – José Gilberto Lemes (12) 3663-364820/07 – Adeval Romano (17) 3464-442522/07 – Gerard J. Gustav Bannwart (15) 3646-949926/07 – Alberto Maria da Silva (13) 3227-509626/07 – Luiz Gonzaga Rolim (11) ?619-761327/07 – José Maria Aguiar Santana (11) 2203-323127/07 – Leonel José Gomes de Souza (15)3152-689028/07 – Marcos Lelis Pinto (35) 3622-580929/07 – William Marinho de Faria (11) 5594-186630/07 – Paulo Figueiredo (31) 3577-0225 30/07 – Pedro Luís Brandão (17) 3011-1697

AGOSTO03/08 – Benedito Coldibelli (19) 3223-090805/08 – Ângelo José P. Marcondes (35) 3624-113107/08 – Afonso Peres da S. Nogueira (12) 3152-584807/08 – José Maria de Paiva (19) 3434-647607/08 – Valentim Hoinatz de Andrade (41) 3349-744009/08 – Antonio Henriques (11) 5184-016010/08 – José Carlos Barbosa (35) 8452-839411/08 – Francisco Lourenço (11) 3917-563612/08 – Alberto José Antonelli (13) 3227-915414/08 – Nicodemos Moreira Filho (27) 3362-529315/08 – José Raimundo Soares (12) 3622-343915/08 – Benedito Ângelo Ribeiro (11) 3936-862018/08 – Vanderlei de Marque (11) 4127-422019/08 – Luiz Gonzaga de Almeida (31) 3571-164320/08 – Walter Figueiredo Souza (31) 3641-117225/08 – José Genésio Fernandes (35) 9145-628226/08 – Manoel Evaristo da Costa (35) 3621-1310 26/08 – Pe. Tarcísio Pereira Machado (19) 3561-573329/08 – Paulo Cesar Morais Rennó (19) 3296-0410

MAIO03/05 – Luiz Carlos da Costa (12) 3912-953703/05 – Luiz Sergio Rech (47) 3366-702704/05 – Alexandre Araújo Pereira (19) 3232-661907/05 – Edson Niehues (41) 3011-423309/05 – Sílvio Munhoz Pires (15) 3272-214509/05 – Delfi m Pinto Carneiro Jr. (11) 2916-728311/05 – José Benedito Filho (35) 3623-487813/05 – Luiz Henrique da Costa (35) Itajubá15/05 – Antonio Benedito Rosa (35) 9138-231219/05 – Francisco Levandowski (46) ?523-200919/05 – Romeu Dias da Silva (35) 3423-4379l20/05 – Pe. Jorge de Oliveira Gonçalves (97) 3471-106322/05 – Ademilson Tiago de M. Ramos (35) 9224-2960)23/05 – Mário Ferrarezi (19) 3561-544324/05 – Moacyr Peinado Martin (11) 2421-446025/05 – Darci Donizette Ferreira São Paulo

JUNHO02/06 – Raul Carraro (19) 3421-203306/06 – Pe. Edvaldo Rosa de Mendonça (35) 3622-049406/06 – Pe. Nelson Ribeiro de Andrade (98) 3382-111608/06 – Paulo Barbosa Mendonça (19) 3542-328609/06 – Dimas Begalli de Figueiredo (35) 3212-898110/06 – Mauro Pavão (19) 99729-851614/06 – José Barbosa Ribeiro (35) 3465-476114/06 – Getúlio Gonçalves (35) 3623-768716/06 – Waldir Chaves de Mello (11) 4227-3148 17/06 – Tiago da Fonseca (18) 8143-699321/06 – Pe. Alex Sandro Sudré (11) 2736-224822/06 – Pe. Humberto Capobianco (19) 3561-573324/06 – João Negri Sobrinho (11) 4612-406425/06 – Jones Fabio de Lima (35) Itajubá-sem email25/06 – Cláudio Picolli Pirassununga-sem email25/06 – Pe. Ivo Trevisol (85) 3377-123429/06 – Edyr Borges da Silva (19) 3289-515230/06 – Eliseu Pavão (19) 3561-5742

JULHO01/07 – Alair de Almeida (35) 3291-365502/07 – Mário Walter Decarli (11) 4654-135102/07 – Orlando Os (35) 3622-459603/07 – Jair Ribeiro (35) 3622-4596 03/07 – Daniel Canale (49) 3256-015707/07 – José Benedito Ribeiro II (12) 3912-262909/07 – Norival José de Oliveira Paiva (35) Itajubá11/07 – Gino Crês (14) 3236-1259

Observação: há nomes de Colegas sem número de tele-fone ou com este incompleto. As tentativas de contato por e-mail para informação tiveram sucesso parcial, pois nem todos têm e-mail ativo. Quando disponível, estou informan-do o endereço da cidade em que residem ou residiam. Peço ao Diretor Regional que tente, por favor, localizar os seguin-tes Colegas: Romeu Dias da Silva, de Pouso Alegre-MG, (R. José Francisco do Prada, 35), Darci Donizetti Ferreira, de São Paulo, (R. Marmeleiro, 81 - Fundos), Jones Fabio de Lima, de Itajubá, (R. João Costa Machado, 135), Cláu-dio Picolli, de Pirassununga (Rua Antonio Magnani, 554) e Norival José de Oliveira Paiva, de Itajubá. Do Mário Lobo, nenhum dado disponível. Talvez se trate de Moacir Lobo, Itapema-SC (R. 209, no. 39 - Meia Praia), cujos envelopes com o boletim os Correios vêm devolvendo. Os nomes de dois Ex-Alunos falecidos ainda estavam na listagem maio--julho: Amilcar Monteiro Varanda e José Gaspar da Silva. INTER EX

5Fevereiro | 2015O SombraOOOO OO OO SoSoSoSoSoSoSSoSo bmbmbmbmbmbmbmbrarararararara

O SombraO Sombra• A melhor opção deste ano é o ENCONTRO EM IBICA-RÉ, nos dias 27, 28 e 29 de março. VAMOS TODOS!• Ibicaré e Treze Tílias são cidades lindas.• Ibicaré em meio às montanhas, aquela ponte históri-ca, a neblina nas montanhas, o rio do Peixe e o povo hospitaleiro.• Treze Tílias, a cidade turística, do povo suiço, da terra do leite, do queijo e do vinho, construções europeias, diferente, alegre. Vale a pena uma visita de quem não a conhece!• Ninguém faz uma leitoa assada tão saborosa, como a que é servida no sábado.• Gostei muito de ver a lista dos colegas no 68º En-contro de PIRA-14 e que muitos nomes estão sempre presente como: Mardula, Junkes, Coldibelli, Maziviei-ro, Schaffrath, Larizzatti, João Costa, Cachoeira ... e tantos outros.• Agora, achei a revista nº 127 um terror... uma das melhores edições, pois nós "já estamos com os pés na cova". Nós queremos ver fotos que "valem mais de mil palavras".• As fotos da revista nº 127 estão maravilhosas. Para-béns a toda a equipe, principalmente ao coordenador João Costa Pinto. Continue assim colega, já estamos de cabeça branca e queremos deixar aos nossos des-cendentes as nossas melhores imagens, fotos, fotos e mais fotos.• Estou lançando um desafi o - "a foto mais bonita do encontro” de Ibicaré deverá ser a capa da próxima re-

Ex-Alunos de Ibicaré - Turma da pesada. Ao longe, o Seminário.

vista. Que tal João? O Junkes e o Cachoeira poderiam colaborar apontando a mais bonita. • O SOMBRA está sentindo falta dos elogios e das crí-ticas de nossos colegas. Desçam o cacete, estou pre-cisando do incentivo de vocês.• Gostei muito da lembrança do JOÃO CARDOSO - A ROTINA - (revista 127), realmente também viví esse tempo. Mas, sabe João, aquele regime rotineiro, mas austero, serviu pra temperar e preparar nossos cami-nhos e nós acabamos numa geração - não de retarda-dos, mas de vencedores - pois saímos do seminário e acabamos vencendo na vida.• Mais uma vez tiramos o chapéu e admiramos o ta-lento de nosso grande poeta VALMOR ANTONIO JUNKES, assíduo participante dos encontros, para-béns pela nova e bela poesia.• Desta vez o VILMAR DALEFFE caprichou na página do FOTOFOCANDO. Gostei! Continue divulgando as famílias de nossos colegas.• As páginas 18, 19 e 20 do 68º Encontro de PIRA estão muito bonitas e ilustram bem que é tão gostoso se reu-nir e jogar conversa e risadas fora. Acredito que toda a família fi ca reunida só pra relembrar os encontros.• Desta vez gostei muito da contracapa mais alegre muito festiva.• A capa não tem nada a ver conosco. Acho que deve retratar o nosso momento: IBICARÉ – PIRA – ITAJU-BÁ, enfi m, de nossos encontros - e por que não fotos de países onde aparecem os MSC, missionários exer-cendo seus trabalhos?Até Ibicaré, todos os Paulistas e do Brasil todo. Vamos ligar os nossos estados dias 27, 28 e 29 de Março!!! VAMOS A IBICARÉ

INTER EX

6 Fevereiro | 2015 Testemunho

Testemunhodo saudoso José Raimundo de Souza (1961-1966)

“““Quando a redação do Inter--Ex solicitou-me um testemunho da viagem a Ibicaré, passou-me

pela cabeça um testemunho que nós estávamos acos-tumados a ouvir em Pirassununga, quando o Benedito Coldibelli, vestido de índio, é claro, proclamava a ple-nos pulmões: “Meninos eu vi!”

E eu vi mesmo! Depois de quase 16 dias de chuvas ininterruptas que ocasionaram alagamentos e desaba-mentos, surgiu de repente uma sexta-feira, 10 de feve-reiro, quase sem nuvens, com o sol aparecendo pela primeira vez nas últimas semanas. Vi minha mulher e meus fi lhos acordarem cedinho na expectativa da viagem programada há meses. Vi também os colegas como o Cachoeira, o Francisco Rosário, o Dilmo, o Se-bastião (aquele de Alfenas que nunca falta), o Moacyr Peinado que já estavam na Ponte Pequena, quando lá chegamos, para uma partida, sem atrasos, às 9:30 hs.

Vi a preocupação de todos, quando já 10:30hs, o ônibus com início de viagem em Limeira não apare-cia, talvez atrapalhado pelo horário entre as 2 cidades. Mas vi também a alegria de todos ao despontar, na esquina da Av. Cruzeiro do Sul com a Rua Guaporé, aquele ônibus vistoso capitaneado pelo Cardoso que, apesar de toda uma rígida vida de caserna, deixou que os poucos anos de Escola Apostólica predominassem, comportando-se como um líder companheiro que tudo fez para que nossa viagem, que estava começando, fosse uma reunião de amigos, cheia de agradáveis surpresas como os jogos que idealizou a bordo, os do-ces, os bolos e muito papo.

Extraído do Inter-Ex 61- Março de 1995 - Pgs. 7 e 8

Prédio que abrigou o Seminário de Ibicaré

Vi também a oração que todos fi zeram ao Sagrado Coração, Nossa Senhora do Sagrado Coração e São José pedindo sua proteção ao iniciarmos a viagem.

E viajamos tranquilos percorrendo os quase 800 km até Ibicaré, sem nenhum percalço. Via a disposição e o calor humano dos colegas do Sul que nos aguar-dam, sob a animação do Chico Levandowski, apesar do adiantado da hora, com um sopão revitalizante, ca-paz de tirar a canseira de quase 15 horas de viagem, antes de nos recolhermos ao simpático Hotel Álamo.

Vi amanhecer um lindo sábado ensolarado e com ele a chegada dos colegas sulinos que iam se iden-tifi cando, a maioria, posterior à minha passagem por Pirassununga. Contemporâneo meu, só o Ernesto Schafrath. Vi o dia transcorrer alegre com as espo-sas se enturmando, a criançada se esbaldando nas quadras de bocha e bolão, o churrasco oferecido pelo Prefeito (ausente por problemas de doença se fez re-presentar dignamente pelo Secretário Danilo) sendo servido à vontade, o trio tocando e cantando músicas regionais, muito papo e cerveja gelada, que o calor não estava fácil.

De ônibus para Ibicaré

Degustação de vinhos num dos Encontro de IbicaréINTER EX

7Fevereiro | 2015Testemunho

Vi ao entardecer a tradicional reunião dos Ex, para troca de ideias e planejamentos, onde transpareceu a preocupação dos organizadores com o número de ausentes e que a Regional Sul seja uma somatória na Associação. Vi depois da reunião todos darem um for-rada no estômago para participarem do sensacional bingo que iria acontecer e que não deixou ninguém sem um prenda ao menos. Vi todos se recolhendo para descansar, pois o domingo teria um horário mais rígido, com a Missa programada para as 9:00 hs., cel-ebrada pelo Padre Sírio Motter, coadjuvado pelos co-legas Dilmo Godinho e João Bannwart.

A propóstio, o Padre Sírio, contemporâneo meu de Escolasticado, foi grande goleiro do esquadrão que armamos em 1965, quando, pela primeira vez, pas-

Hora de deixar Ibicaré e voltar a São Paulo

samos as férias em Guararema e jogamos contra o time local conhecido na época por “Saci do Vale” e conseguimos segurar um honroso empate de 1 x 1. Esse jogo, Padres X Saci, para mim, particularmente, foi muito importante em razão das amizade que fi z e que culminaram, após minha saída, com um emprego na Rockwoolbras, indústria local, e, como consequên-cia, meu casamento com a Cida que, a partir de então, passou a ser conhecida como a mulher do “Zé Pa-dre”, meu apelido até hoje na cidade. Mas, voltando ao domingo em Ibicaré, eu vi o Padre Sírio inovar em sua pregação ao ceder após as leituras, a palavra aos presentes. Foram dados importantes testemunhos de colegas que contaram a infl uência dos poucos anos, que passaram no seminário, no destino de suas vidas.

Vi, após um passeio a Treze Tílias e um almoço de despedida, os colegas se abraçando e prometendo que daqui a 2 anos tem mais. Vi, após nossa oração invocando proteção, um regresso tranquilo com a che-gada em São Paulo na madrugada de segunda-feira na mais absoluta paz.

Vi ainda que, após nossa chegada, as chuvas co-meçaram e quando todos já estavam tranquilos em seus lares, a BR 116 foi interditada impossibilitando a passagem de quem ia ou vinha.

Mas isto todos vocês viram, uai, pois a TV Globo mostrou! Quem não acreditar em tudo que eu disse está convocado a participar com a gente, no último fi m de semana de Agosto, do encontro em Pirassununga e confi rmar com outros que conosco viajaram, se esta história é verdadeira ou não.

Abraços. José Raimundo de Souza”””

INTER EX

8 Fevereiro | 2015 Caravana para Ibicaré

CARAVANA PARA IBICARÉ 2015NÃO PERCA ESSA RARA OPORTUNIDADE em

sua vida. Você poderá participar de um deslumbrante passeio turístico pela região catarinense, colonizada por austríacos, que fi zeram de Treze Tílias, um pedaço de sua terra. E uma maravilha imperdível. Quem vai, fi cará encantado, maravilhado. Acrescente a tudo isso a hospitalidade dos imigrantes e o ambiente famíliar proporcionado pelos nossos colegas sulistas, gente maravilhosa. O valor do pacote, além de ser acessível a qualquer um, ainda poderá ser pago, parte no ato de adesão e o restante facilitado em suaves parcelas que cabem no bolso de qualquer Ex-Seminarista, Procure, desde já, a se organizar e planejar para que sua pos-sibilidade de participar se tome uma realidade. Não se esqueça de que a procura já está sendo muito boa e que, desta vez, somente um ônibus, com capacida-de para 44 passageiros, será fretado, que poderá sair, também, de Pirassununga desde que as adesões do interior justifi quem.

I – Saída ofi cial: Será do Santuário das Almas, às 07,30hs. A saída do Seminário, em Pirassununga, caso aconteça, será às 06h da sexta-feira, 27/março/2015, sob a direção de um colega local. Seguiremos pela Via Anhangüera. Depois de Jundiaí, tomaremos a Via dos Bandeirantes e faremos uma nova saída, às 8,00h, no estacionamento, atrás do Santuário das Almas, Pon-te Pequena, São Paulo. Seguiremos pela Via Régis Bittencourt, que liga São Paulo à Curitiba, até atingir Ibicaré.

2 – Retomo: Saída de Treze Tílias, às 07h de se-gunda -feira, 30/março/ 2015.

3 – Qualquer ponto do roteiro servirá de embarque, bastando comunicar, com antecedência, ao GUIA Ofi -cial, colega Peinado pelo telefone 11-2421-4460, ou pelo e-mail, [email protected]

4 – O ônibus poderá ter seu atraso, porém não aguar-dará os atrasados. Calcule bem o tempo da distância e aguarde no ponto de embarque com muita paciência.

5 – O menor de idade deverá estar de posse de sua CERTIDÃO DE NASCIMENTO.

6 – Não deixe de levar merenda com refrigerante ou água para os intervalos das refeições (almoço e janta). Leve também uma ou mais sacolinhas de plástico para o lixo individual. Os lanches poderão ser adquiridos, também, nas grandes paradas, às 12,30h e às 18,00h, para suprir as necessidades dos grandes irrtervalos,

7 – Os assentos do ônibus serão distribuídos pela ordem de adesão efetiva. Cada casal terá direito a ocupar o conjunto de.poltronas. Após o último embar-que, os participantes poderão acertar seus lugares de comum acordo com os demais colegas.

8 – A adesão poderá ser feita por e-mail, ou por carta, constando o nome do ex-aluno e seus acom-panhantes, mediante comprovante de depósito ban-cário dos valores exigidos no ato, de acordo com as

Igreja Matriz de Treze Tílias - SC

INTER EX

9Fevereiro | 2015Caravana para Ibicaré

modalidades de pagamento, à vista ou parcelado. No e-mail deverá constar o comprovante digitalizado de qualquer modalidade de pagamento praticada no ato, em depósito na conta corrente Associação, n° 121760 - 7, Agência 0151-1, Bradesco, Limeira, S/P.

A validade da adesão dependerá do pagamen-to efetivo, sob qualquer forma. Além da esposa, ou companheira, somente poderão fazer parte da ade-são, parentes de primeiro grau descendente. Caso não seja realizada a caravana os valores pagos se-rão devolvidos.

9 – Na desistência, após fechado contrato com a empresa de ônibus, os valores não serão devolvidos, a não ser que haja substituto. O motivo é que o ônibus nessa fase já está fretado (pago) e o rateio das des-pesas foi divulgado, não podendo os organizadores alterar, a cada instante, os valores, comprometendo a realização da caravana.

10 – Nosso objetivo maior é facilitar, ao máximo, para que todos os Ex-seminaristas tenham condições de participar desses momentos raros de nossas vidas. Quem tiver alguma difi culdade, procure manter conta-to com o Coordenador e Guia, colega PEINADO.

11 – Durante os dias do encontro, ninguém estará obrigado a cumprir o programa da caravana.

12 – Paradas do Roteiro • Registro-almoço (30') - 12:30h • BR l Iô-lanche .(30') - l8:00h • Recepção em Ibicaré - 22:00h • Treze Tílias 23:00h Obs: Nada nos impede de fazermos pequenas para-das, quando necessário.

13 – Estacionamentos • Pirassununga: Páteo do Colégio Kennedy• São Paulo: Santuário das Almas

O estacionamento de S. Paulo fi ca atrás da Igreja “Santuário das Almas”.

14 – Temporada • 27/março/2015 (sexta-feira): Viagem de ida • 28/março/2015 (sábado ) Encontro • 29/março/2015 (domingo) Encontro • 30/março/2015 (segunda-feira) Retorno, saída às 08hs.

15 – Pernoites (3), por tradição, no Hotel ALPEN-ROSE, em Treze Tílias. R. Min. João Cleophas, 340, Tel: 3537-0273 (uso local)

CONDIÇÕES DE PAGAMENTO1 – Não importando a idade, a adesão é realizada,

por participante, mediante o pagamento de RS 200,00, ou à vista de R$ 540,00, depositados na conta bancá-ria da Associação. Prazo, até 15 de fevereiro de 2015, para garantir a reserva de transporte e hotel.

2 – O restante será pago em 4 (quatro) parcelas de R$ 85,00, com vencimentos nas seguintes datas: 08/abril/2015, 08/maio/2015, 08/junho/2015 e 08/julho/2015 com boletos bancários acrescidos de 5% ( R$ 4,25).

3 – Os casos omissos e as possíveis exceções fi -cam a cargo do coordenador.

ROTEIRO PARA SE CHEGAR AO SANTUÁRIO DAS ALMAS

(PONTE PEOUENA - SANTANA - ZONA NORTE)Adentrando em São Paulo, pega a marginal Tie-

tê, sentido Lapa-Penha. Na altura do início da Av. do Estado ou dos fundos do clube Tietê, vai apoiando à direita. Passa por baixo da Ponte das Bandeiras e, an-tes da ponte Cruzeiro do Sul, entra à direita, seguindo para a Av. Cruzeiro do Sul. Depois do primeiro semá-foro, entra à direita pela rua Guaporé (sob o Metrô). Passa de frente da igreja SANTUÁRIO DAS ALMAS, vira à direita, e novamente à direita (rua Porto Seguro) até a altura dos fundos da igreja, onde os passageiros estarão aguardando o ônibus.

CONTATO de EMERGÊNCIA Peinado : (11) 99866-2024

Foto na escadariaSeminário de Ibicaré

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Alberto José Antonelli - (1944/1956)

10 Fevereiro | 2015 O jardim do Éden

O jardim do Éden

ecordávamos a saída dos alunos maiores para o sítio.

Ia em nossa companhia o Pe. Lourenço, sacerdote recém-che-gado da Holanda. Consultando

o caderninho que trazia à mão, tentava decorar pa-lavras da nossa língua, tão diferente do holandês. E desinibido, certo ou errado, fazia perguntas, dirigia pa-lavras aos alunos que caminhavam ao redor: “ser isto o melhor maneira para... ham... ham... aprrrre.. en... do...”- Saímos pelo portão lateral. Um grupo grande apressou o passo em direção ao morro visível ao lon-ge. Lá em cima era obrigatório parar e esperar que os últimos chegassem. Junto com o grupinho que rodea-va o padre, caminhávamos tranquilamente na rua ao lado da chácara. Por sobre a sebe viva plantada com cedrinhos, avistávamos mamões, laranjas, mangas nas árvores que enchiam o pomar.

Não havia construções como agora: todo o espa-ço era arborizado. Sob as árvores, em fi leiras longas, abacaxis: quão doces foram aqueles que comíamos escondido do Irmão Francisco. – Surgira, no entan-to, um problema grave. Esta riqueza de frutas, com o tempo, chamou a atenção das pessoas da redonde-za. Consequência: fi cou sendo uma atração irresistí-vel para os moleques do bairro. Quase todo dia havia furtos e, pior ainda, algumas depredações. Entravam pelo lado de trás, onde havia um barranco alto, aquele mesmo que marcava o lugar do campinho de futebol: o irmão Adriano, apito na boca, tinha difi culdades para escalar. A propósito: o barranco ainda está lá, agora aparado, bonitinho, intransponível, dando para o as-falto da rua. Mas naquela ocasião, o problema che-gou a tal ponto que os padres mandaram erguer um muro reforçado com cerca, ao redor da chácara. Me-dida prudente, resolveu-se a situação por algum tem-po. Só que... poucos anos depois, novas prioridades forçaram a decisão de algo terrível: todas as árvores frutíferas foram cortadas, e do magnífi co eucaliptal, só sobraram os troncos, aparados rentes ao chão. O mo-tivo alegado: fazer construções, atender às necessida-des do colégio John Kennedy, com casa para morar, galpão, e uma praça de esportes. Adeus para sempre, caminhadas à tarde, com o sol se pondo numa explo-são de cores, sentindo o perfume das laranjeiras em fl or, e recitando distraidamente os mistérios do rosário.

Todo ano no fi nal de agosto, quando uma centena de ex-alunos e familiares se reúne, vamos à chácara rezar e cantar para os antigos professores. Passamos sob umas mangueiras, percorremos o cemitério bem conservado, vemos o campo de futebol gramado. Atualmente os ve-lhos eucaliptos, após tantos anos, estão rebrotando: in-felizmente nunca voltarão à gloria dos nossos tempos.

Num exercício de memória, e para enumerar a abundância de frutas que havia na chácara, citarei aquelas que eu pessoalmente colhi nas árvores locais e comi - com autorização de um responsável ou ge-

R

ralmente sem. Aqui vai: caju, abacate, limão, laranja, mangas de muitas espécies, goiaba, caqui, romã, jaca, abacaxi, tamarindo, jatobá, cidra, mamão. Devo estar esquecendo algo! No sítio achávamos frutas diferen-tes: jabuticaba, pitanga, maracujá, banana, pera, orva-lho, melancia, e, é claro, uma infi nidade de mangas e laranjas. Exagerando um pouco, afi rmamos: era para nós um Jardim do Éden. Como se escreve no Gêne-sis: “foi tentador comer da árvore, sendo ela atraente aos olhos, e desejável para alcançar inteligência”...

Também em uma outra ocasião nós íamos rezar na chácara, e não era o terço. Acontecia nos três dias que antecediam a festa da Ascensão do Senhor ao céu. Segundo a narração do Evangelho, tal fato aconteceu quarenta dias após o domingo da Ressurreição. Por isto cai sempre na quinta-feira. O Rituale Romanum então em vigor prescrevia que nos três dias antece-dentes se fi zessem as Rogationes, isto é, Súplicas especiais por várias necessidades. Nestas manhãs geralmente no mês de abril, já um pouco frias, às seis e trinta, saiam todos os alunos em fi la, rezando e can-tando, em direção à chácara. Passávamos sob a alta arcada de eucaliptos (alguns aí viam uma catedral), contornávamos o perímetro do pomar, úmido de orva-lho, e retornávamos ao colégio, para a missa das sete, neste dia atrasada. Outono é o tempo quando muitas árvores frutíferas estão em fl or, quando os pássaros alimentam seus fi lhotes já crescidos, quando o céu é azul e não faz tanto calor. Quase sempre o Pe. Mário, voz forte de tenor, no meio da fi la, entoava as inten-ções: “Sancte Petre” – Ora pro nobis. “Sancte Pau-le” – Ora pro nobis. Lá vinha a série longa de Santos Patriarcas, Profetas, Bispos, mártires e confessores. Com pedidos diferentes: “Ab insidiis diaboli” – Libera nos Domine. “A peste, fame et bello”... Ou coisas ex-plicitas: Ut fructus terrae dare et conservare digneris” – Te rogamus audi nos. Recentemente eu contei as in-vocações: passaram de cento e sessenta. Seguiam-se algum salmo, e orações comuns. Nós fazíamos todos os anos, mas o mesmo fazia-se também em muitas ci-dades e campos, onde os párocos eram zelosos. Tudo isto é coisa do passado. Nem a lembrança fi cou. Muita coisa suprimida, quase nada colocado em seu lugar. Os tempos mudaram, as gerações atuais fi caram mais pobres. Alguns se contentam com... a internet e o You Tube. Aqui paramos por um tempo. Voltaremos!

INTER EX

11Fevereiro | 2015Fotofocando

Vilmar Daleffe (1959 - 1965)FOTOFOCANDO

Paisagens de Ibicaré

INTER EX

asos parecidos devem ter acontecido com

outros de nós. Contudo, se, inadvertidamente, es-tiver eu aqui exageran-do em meus rabiscos, ou se outros se atreverem a ‘afi rmar’ que eu possa es-tar mentindo, contestem--me no próximo Inter-ex, ou calem-se para sempre. Se permanecerem silen-tes, minhas prováveis mentiras terão transitado em julgado e estarão, en-tão, ofi cializadas.

Se não me engano (e eu estou fi rmemente conven-cido de que nunca me engano), em 1958(ou se-ria 1959?), tínhamos jogo de futebol no potreiro dos Bennemann, sendo que o espetáculo ocor-ria, semanalmente, em todas as saudosas quar-tas-feiras e sábados das tardes felizes de Ibica-ré. Tirantes dois ou três colegas que provinham de cidades, os demais eram fi lhos de colonos, com habilidades no manejo de foices e enxadas, que se utilizavam dos membros inferiores ape-nas para caminhar e ir à roça, das segundas aos sábados e, indubitavelmente, de fatiota limpa, à igreja, aos domingos.

As regras do pretenso jogo de futebol eram in-ventadas, manobradas e ditadas por aqueles pou-cos citadinos boleiros e que, por conhecerem a matéria, acusavam as transgressões dos outros, tais como, ‘mão-na-bola’, ‘bola-na-mão’, ‘pé--alto’, ‘falta’, ‘fi ssaide’, ‘córner’(escórnio, para

alguns), ‘pênalti’(pênis, para outros), ‘banheira’, ‘três córneres seguidos se transformavam em um pênalti’, e outros etecéteras dos quais não me lem-bro agora, criados de acordo com as necessidades do momento da peleia, mas que infl uenciavam unicamente o placar em favor dos espertos.

Ir até o ‘estádio’ era emocionante (ansiedade, disposição, os mais craques combinando joga-das). Confesso que eu tinha medo de passar por uma casa perto do cemitério, onde morava um rapaz que tinha um aleijão, pois tinha ambos os pés virados para dentro, ou seja, não sei se consi-go me fazer entender, para poder andar ele tinha que erguer bem uma das pernas para dar o passo, pois se assim não o fi zesse, tropeçaria no outro pé. Na verdade, eu tinha medo dele, que era um grandalhão, e sempre ameaçava a gente, com pe-dras na mão.

Na chegada, a taipa, feita de pedras brutas so-brepostas, era transposta em dois pulos. O nosso

1965 com Pe. Humberto Capobianco

12 Fevereiro | 2015 40 anos depois ... Capítulo XII

40 anos depois ... Capítulo XII Guerra no Potril dos Bennemann

Antonio Valmor Junkes (58 - 64)

C

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campo de futebol não passava de um potreiro, e nem plano era. Proliferavam monturos e vacas que, sendo também holandesas (elas andavam bem devagarzinho e eram pançudas, tal e qual o Irmão Cornélio), não poderiam, de forma algu-ma, ser molestadas. A arena, palco do espetácu-lo, apresentava-se num declive suave de alguns metros a partir da taipa, daí, estendia-se por mais alguns metros de gramado plano até imensas pi-lhas de tábuas serradas e, depois disso, despen-cava em pirambeira, no fundo da qual um riacho de águas geladas e cristalinas estorcia-se, baru-lhento, formando uma formosa cascata, e desli-zava, ladeira abaixo, sereno e feliz, borbulhante por sobre pedras escorregadias cobertas de limo verde, escondendo-se por caetés fl oridos e tou-ceiras espinhentas de nhapindá.

A bola era pesada, um capotão costurado com tiras de couro cru, que frequentemente furava, e depois de consertada pelo aluno que tinha a função de ‘costurador de bolas’, nem sempre continuava redonda, apresentando, quase sempre, bochechas que a deixavam ovóide e que, por isso, quando quicava no gramado, também irregular, driblava naturalmente a turba esbaforida que a perseguia. Embora cheia de nós e remendos, a bola tinha uma importância incomum (vejam que eu a des-crevi no singular) porque só tínhamos uma. Nas raras vezes em que, desastradamente, ela era chu-tada na direção do precipício, apesar de procurá--la com denodo, não conseguíamos encontrá-la, e então, acabava-se o jogo. Esse mistério do sumi-ço da bola só fi cou solucionado 40 Anos Depois, num de nossos encontros em Ibicaré. Contaram--me que, quando a bola descia pela grota, dois co-legas, já grandalhões à época, desciam céleres e lépidos ladeira abaixo e, sorrateiramente, a escon-diam nalguma touça de urtiga. E sabem por quê? Simplesmente porque os dois estavam autoriza-dos pelo Diretor a procurar pela bola na segunda--feira pela manhã. Saíam cedo e fi cavam os dois batendo bola a manhã inteira e só apareciam mi-nutos antes do almoço. Assim, gazeavam todas as aulas da manhã. E o pior é que foram os próprios fautores da malandragem que me contaram a fa-çanha, ufanos do feito...

Mas vamos às preliminares do jogo. A escolha dos times, feita pelos dois melhores jogadores, começava sempre pelos craques, descia para os melhores, daí eram escolhidos os bons-de-bola, chegava a vez dos mais-ou-menos e, então, so-bravam os intitulados pernas-de-pau, aqueles que não faziam qualquer diferença no resultado do jogo, ou seja, eu, e mais uns dois ou três.

Iniciado o jogo, todos corriam atrás da coitada da bola, com chutes, pernadas a torto e a direito. Bostas secas ou moles voavam pelos ares. Ah, se o capotão de couro cru pudesse fugir...

Uma das táticas regularmente utilizadas era a de, quando com a bola dominada, e desde que acuados pelo adversário, os craques de bola chu-tavam primeiro o monte de bosta para, daí, sor-rateiros, driblarem o contendor, deixando-o a es-fregar os olhos salpicados de merda.

Em todos aqueles embates, jamais consegui marcar um gol, nem me lembro de ter tido uma oportunidade como, por exemplo, ser chamado para chutar um pênalti. Lembro-me de uma vez em que a bola veio rolando em minha direção, e eu, livre diante do gol, preparei-me para o meu dia de glória. Avancei e... pimba! saiu um pífi o chu-tezinho mascado, fraco e torto, que mal chegou nas mãos do goleiro, que ainda por cima escarne-ceu de mim ao atirar-se escandalosamente sobre a bola e rolando-se diversas vezes pelo chão, como se fora uma difi cílima defesa a que acabara de fazer. Logo, eu nem imaginava chutar de trivela, peixinho ou, até mesmo, uma bicicleta.

Certa feita, o Antonio Sonaglio (por onde an-

13Fevereiro | 201540 anos depois ... Capítulo XII

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dará ele?), que corria fungando e esbravejando atrás da bola, com as ventas escancaradas como um touro brabo e que só chutava ‘de bico’, con-seguiu aplicar uma formidável ‘bicanca’ que, se tivesse seguido seu rumo sem interrupção, teria redundado num lindo ‘golo’. Ocorre que, por sorte malfazeja, eu vinha correndo ao encontro dele e levei um tirambaço nas virilhas, exata-mente nos ‘miúdos’, mas com tanta força que ‘a mixaria’ permaneceu roxa e inchada por vá-rios dias, o que não chegou a me incomodar, vez que não precisaria dos culhões na minha futura função sacerdotal, ante o juramento de castidade plena. Além do que, o acanho, que me continua sendo peculiar, não me encorajaria de mostrar ao enfermeiro Irmão Pedro os enormes estra-gos feitos nas minhas partes pudendas. Assim, o tempo, como sempre, se encarregou da cura. O roxo foi se tornando um amarelo-gemada que, por sua vez, foi esbranquiçando gradativamente até o branco-omo total.

Eu era um perna-de-pau, mas curtia admira-ção por aqueles poucos que recebiam a bola ani-

nhando-a carinhosamente no peito, deixavam-na escorrer suavemente pelas coxas, ajeitavam-na magistralmente nos pés, gingavam pra lá e pra cá, aplicavam um drible seco, acintoso até, e daí, ou fuzilavam impiedosamente o infeliz goleiro ou entregavam a pelota na medida para alguém, melhor colocado, acabar com toda a moral fute-bolística do guarda-metas que, saltando desastra-damente canhestro, além do fato gravíssimo de falhar na defesa ainda se esticava no gramado, inapelavelmente batido, em vergonhoso, com-prometedor e preocupante decúbito dorsal.

Havia um cuidado especial para não tropicar e cair entre as pedras que afl oravam na grama e evi-tar, assim, ou possível concussão cerebral ou pro-vável enterrada das fuças num monte de esterco.

Ocorriam jogadas atípicas, nunca dantes vis-tas, inclassifi cáveis, tão incríveis que se torna-ram por mim inenarráveis.

A beligerância existia escancarada, principal-mente quando o padre que nos acompanhava se distanciava um pouco da refrega. Blasfêmias em surdina... Insultos à boca miúda... Bofetadas, so-

Juvenil clube atlético Pirassununguense versus Seminaristas

14 Fevereiro | 2015 40 anos depois ... Capítulo XII

INTER EX

cos, pontapés, bordoadas, caneladas, numa bulha confusa de gritos engolidos, arquejos, gemidos e lamúrias, num estardalhaço de sons de ossos trin-cados ou, quiçá, triturados. Ficar parado era proi-bido. O tema principal, correr atrás da bola.

Confesso, sem estar arrependido, que eu, com mais alguns, muitas vezes escapulimos do jogo e fomos beber cachaça no engenho do Seu Müller, vizinho dos Bennemann. Ele parecia gostar da gente e liberava cachaça fresquinha, diretamente do alambique. Talvez visse em nós futuros padres e nos fornecia ‘branquinha’ à vontade para fi car ‘de boa’ e salvar a alma. Falava quase tudo em alemão, era-lhe penoso expressar-se em portu-guês. Aí, então, eu me sentia importante perante os demais, na qualidade de único intérprete.

Jogo terminado, tudo perdoado, todos se pre-cipitavam pelo despenhadeiro alcantilado à pro-cura da água gelada da cascata.

Na volta da peleja, descendo pela principal avenida de Ibicaré, que inveja a minha ao ouvir as conversas dos ‘boleiros’, elogiando-se, criti-cando-se mutuamente! E a canseira, o bodum e o chulé dos guerreiros fi cavam na água do Rio São Bento, na confl uência com o Rio do Peixe. So-bravam ainda forças para saltar daquela famosa pedra, fazendo piruetas no ar, dignas de serem apreciadas em efemérides olímpicas.

Por falta de espaço no Inter-ex, não posso me alongar mais.

Bons tempos! Quanta saudade! Até alguns dias, em Ibicaré!

15Fevereiro | 201540 anos depois ... Capítulo XII

Os cinco primeiros do seminário de Ibicaré entraram em janeiro de 1949.A. Pedro Egon Muller - Ex vice prefeito - falecido

B. Vicente Brunetta - Violinista - falecidoC. Licínio Poersch - Que nos dedica estas fotos

F. Irineu Bennemann - Que se tornou padre - falecido em acidenteH. Ivo Bottega - nosso colega em todos os encontros. Estes moravam em Ibicaré - SC

INTER EX

s linguistas, hoje, ensinam que nenhum escritor tece um texto qualquer sozinho, assim como um

galo sozinho não tece a madrugada e uma andorinha só não faz verão. Já não há escritores totalmente origi-nais; escritores, não há solitários, mas, sim, solidários, em razão do que se chama de intertexto. Um dos me-canismos da intertextualidade é, por certo, a paródia, cuja característica fundamental é a desconstrução. Proposta pela paródia, a desconstrução age em todas as áreas: religiosa, política, literária e demais. Veste--se de vários matizes: jocoso, gracioso, irreverente, licencioso e, até mesmo blasfemo.

A paródia na seara religiosa

“Pai dos pobres que estais em São Borja,

Glorifi cado seja o vosso nome,

Venha a nós o vosso governo,

Seja feita a vontade popular,

Assim nas urnas como depois da posse.

A certeza de vossa volta nos dai hoje,

Candidatando-vos à Presidência da República,

Assim como vão candidatar-se os vossos inimigos.

Não nos deixeis cair nas mãos da UDN

E livrai-nos doutro general e do Ademar,

Amém.”

Em princípio, sou avesso a que a religião seja para uso da paródia. Entretanto, a meu juízo, não vejo nem mesmo fumaça de sacrilégio nos versos acima, no tex-

Sobre a ParódiaAntonio Henriques (1937-1952)

to extraído do livro Getúlio, terceiro volume, p.137, de Lira Neto. Despertou atenção o verso “Não nos deixeis cair nas mão da UDN.”

Carlos Lacerda sustentava que o exército deveria impedir a posse de Getúlio, mesmo eleito. Quando Dilma foi reeleita, surgiram cartazes, em manifes-tações, pedindo a intervenção do exército. O resto nós sabemos; o próprio Lacerda foi vítima das for-ças armadas.

16 Fevereiro | 2015 Sobre a paródia

O

INTER EX

Ex-Alunos Contribuintes de 2014Afonso Peres da S. Nogueira, Afonso Celso da S. Meirelles, Alberto José Antonelli, Amaro de Jesus Gomes, André Mardula Filho, Angelo Garbossa Netol, Antoninho Marchesini, Antonio Pádua Si-queira, Antonio Valmor Junkes, Benedito Ignácio, Benedito Coldibelli, Bonifácio Eufrausino Bar-bosa, Carlos Hermano Cardoso, Carlos Saviet-to, Claudio A. Magnabosco, Baniel R. Billerbeck Nery, Dimas B. Figueiredo, Edmundo Vieira Cor-tez, Edwardus M. Mechtilda, Erci Frigo, Gerard G. Josef Bannwart, Isaías José de Carvalho, Itelvino Giacomelli, Ivo Bettega, Ivo Luiz Bortolazzi, Jerô-nimo A. Rocha, João Baptista Gomes, João Batis-ta Larizzatti Jr. , João Carlos Billerbech Nery, João Costa Pinto, José Benedito Ribeiro, José Benedito Ribeiro 2, José Genésio Fernandes, José Henri-que Chaves, José Luiz Zambiasi, José Manoel R. Filho, José Maria de Paiva, José Murad, José Mauro Pereira, Laert Costa de Toledo, Lásaro A. Pereira dos Santos, Lenita Silvestre Bogliatto, Licí-nio Poersch, Luiz Gonzaga de Almeida, Luiz Victor Martinello, Manoel dos Santos R. Pontes, Marcos de Souza, Mario Alcindo Rosin, Maurício Sinotti Jordão, Mauro Pavão, Paulo Barbosa Mendonça, Raimundo José Santana, Raul Carraro, Roberto Penteado, Rubens Dias Maia, Sebastião Mariano Franco de Carvalho, Sergio Luiz Dall´Acqua, Wal-demar Checchinato, Walter Figueiredo Souza e Paulo Lopes Costa.

Nota - Se você contribuiu e seu nome não apare-ceu na lista acima, pedimos que nos comunique. É possível que tenha ocorrido falha na identifi ca-ção feita pelo Banco no relatório de cobrança.

AgradecimentoExpressamos nosso agradecimento aos que cola-boraram, demonstrando confi ança nos propósitos da Diretoria e da Associação.

A Diretoria

Na década de 90, assisti a um fi lme francês, “Un Affaire de Femme” (Assunto de Mulher). Era o caso de uma aborteira, denunciada pelo marido à polícia de Vichy, e condenada à morte. No fi nal do fi lme, ela faz uma paródia terrível de parte da Ave-Maria, con-fi gurando uma verdadeira blasfêmia, que prefi ro não transcrever.

Alguns sonetos de Camões foram refundidos por Juó Bananére (Alexandre Ribeiro Marcondes Macha-do) com muita graça. Entre eles Sete anos de pastor.

“Sette anno di pastore, Giacó servia Labó, padre da Raffaela, serrana bella, ma non servia o pai, che illo non era troxa, nó!

Servia a Raffaela p’ra si gazá co’ella. I os dias, na esperanza di um dia só, apassava, spriano na giannela; ma o paio, fugino da gumbinaço, deu a Lia inveiz da Raffaella.

Quando o Giacó adiscobri o ingano, e che tigna gaído na sparella, fi cô c’un brutto d’un garó di arara.

I incominció di servi otros sette anno Dizeno: Si o Labó non fossi o pai della Io pigava elli i lí quibrava a gara.”

O mesmo soneto camoniano, Bastos Tigre o paro-diou com uma mistura de termos jurídicos e expres-sões populares:

“Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, gentil criatura, porém, servindo ao pai, Jacó queria a fi lha desposar, conta a Escritura.

Quando entretanto, foi chegando o dia de, no contrato, apor a assinatura mestre Labão quis impingir-lhe a Lia, que era feia, zarolha e já madura.

Porém Jacó, que percebe o logro, gritou ao pai Labão: - Não vou no embrulho! e ao demônio mandou a Lia e o sogro.

E ante os pastores escandalizados, Jacó raptou Raquel e, em doce arrulho, foram viver os dois... como casados.”

Para concluir, os exemplos poder-se-iam multi-plicar: casos há de haver paródia da paródia’; pode--se encontrá-la na pintura, no cinema e em qualquer outra forma de expressão estética. O fi lme “O Jovem Frankestein” retoma o monstro do cinema, cobrindo-o de deboche.

Pós-escrito:1) O texto sobre o fi lme citado passou pelo crivo do

Sebastião M. Franco de Carvalho.2) A “Banda de Música da UDN” continua em ativi-

dade agora regida pelo Lobão (Lobo bobo?)

17Fevereiro | 2015Sobre a paródia

INTER EX

Raimundo José Santana (1954-1961)

Manias, gestos e frases que fi caram

uando volto à década de 1950, aqueles padres e cole-gas lá do IPN não me saem

da cabeça: suas manias, gestos e frases acodem-me em tropel à memória. Atribuo a nitidez dessas lembranças ao fato de ter vindo muito criança lá da roça e ter re-cebido como que um choque de

civilização logo ao deparar-me com o novo ambiente do seminário. Por incrível que pareça, na época não sabia o que era tomar um banho de chuveiro e usar um pijama. Lá na roça, cheguei a morar, algum tempo, em casa de pau a pique... não havia banheiro (o banho era de canequinha e água na bacia); a carne era a de fumeiro ou de banha; o café, o de torrador; o sabão, o de cinza coada; o leite, o tirado na hora da teta da vaca. O pijama e o uso de sapatos eram um luxo des-necessário; vivia o tempo todo com os dedos dos pés desbeiçados, tantas as topadas nas relheiras pedrego-sas daquelas péssimas estradinhas de roça. Parecia, talvez, um selvagem, um curumim selvagem; quem sabe, um simulacro do bom selvagem de Rousseau. Mas, sem sombra de dúvida, vivia a vida, era feliz lá do meu jeito, como disse bem o nosso Casimiro:

“Livre fi lho das montanhas,Eu ia bem satisfeito,

De camisa aberta ao peito, – Pés descalços, braços nus -...” Escusado dizer, pois, que, ao chegar a essa minha

nova casa, fi cara encantado com as novidades da vida urbana; parecia aquele personagem de Eça em Pa-ris, o príncipe da Grã-Ventura, o deslumbrado Jacinto de Tormes. Tudo era motivo de assombro. Observava com muito respeito, quase com veneração, os padres e os colegas veteranos, sobretudo os que tinham vin-do (achava eu) de outros centros urbanos mais adian-tados. Tímido, quase me esbaforia diante de “tanta civilização”. Nas primeiras visitas de mamãe, contava--lhe, todo ancho e embevecido, que eu passara a con-viver com meninos de São José do Alegre, Machado, São Paulo, Piraçununga, Alfenas, e padres vindos do “estrangeiro”. O meu mundo agora era um mundão, não mais aquela nonada que ia da porteira de casa até as sebes de caraguatá e bambu na divisa com o chi-queirão do Tio Pedrinho. Achava-me chique ao repetir aquelas palavras estranhas da liturgia: “Kyrie, eleison” (“Senhor, tende piedade”). Imaginem, pra mim – santa jumentalidade - era o mais puro latim) ou “Vade retro, Satana!” (“Vai pra trás, Satanás”! Pra mim: “Vai reto, Santana!”). Ela, olhos esbugalhados, me ouvia calada, franzindo a testa, e, comovida, estupefacta, cerrava os lábios, coçava a orelha direita, meneando a cabeça... e sorria. Pensava que seu menino, agora com os pa-

18 Fevereiro | 2015 Manias, gestos e frases que ficaram

Colegas do Sul, de São Paulo, Minas e outros Estados em frente à Capela do Sítio São José do Barrocão.

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Vista aérea do Sítio São José do Barrocão e da capela com a torre

dres e essas línguas estranhas e tanta gente impor-tante, estaria, certamente, bem encaminhado na vida. Como são doces e imaginativas as mães!

Reminiscências daquela época me pululam insofi s-máveis na memória. Tenho certeza de que não são falsas memórias: é como ver e ouvir personagens de um fi lme de sessenta anos atrás, personagens que me marcaram irrefragavelmente a infância e a adolescên-cia e, por que não dizer?...A vida!

Dentre tantos (perdoem-me se sou um pouco chau-vinista; impossível mencioná-los todos), resumida-mente, citarei alguns. Começo pelo nestor da comu-nidade, o enfermeiro, o ecônomo, o superior da casa:

Padre Adriano van Iersel: Incansável, sempre dis-ponível. Vejo-o, já octogenário em sua batina surrada, barriga proeminente, rosto encarquilhado, ora em sala de aula, repetindo “ad nauseam” o “non scholae sed vitae discimus” (aprendemos não para a escola mas para a vida), ora, prestativo, no pátio rachando lenha para a cozinheira Dona Benedita, ou então, caminhan-do, com suas botinas rangedoras, ao redor da casa re-zando o breviário. Muito humilde, repetia-nos sempre que não sabia cantar nem tocar nenhum instrumento: o máximo que poderia fazer era ajudar a carregar o piano para o “show”.

Padre Mário Pennock: Dedicadíssimo diretor de nosso IPN. Era o nosso grande tenor ligeiro. Dizia-se holandês de nascimento, mas brasileiro de “Itchiubá”. Tinha um sestro interessante: antes de começar uma ária ou um solo qualquer, costumava, com os dedos da mão direita, tamborilar a testa, ajeitando seus ralos

cabelos grisalhos, como se estivesse dedilhando um piano. Segundo ele, três coisas só sabia fazer bem em sua língua materna: a tabuada e as quatro ope-rações (na matemática), e as orações pessoais. Mas não era muito dado aos esportes como os demais pa-dres: embora lépido e pressuroso, sempre a assobiar pelos corredores, nunca o vi participando de alguma atividade esportiva, nem de jogo de pingue-pongue.

Padre Henrique Alofs: Passou-nos o gosto pela Música e pela Literatura Francesa. Lia-nos trechos e trechos de Molière, Racine e Corneille. Conquanto vivesse castigando Voltaire, gostava de repetir frases desse famoso fi lósofo, como: “Mentez, mentez ...il en restera toujours quelque chose” (Mintam, mintam...sempre vai fi car alguma coisa). Ou uma outra, não sei se de Boileau ou Napoleão: “Du sublime au ridicule il n´y a qu´un pas” que ele alterava para “Du sublime (La France) au ridicule (L´Angleterre) il n´y a qu´un pas: le Pas de Calais.” (Do sublime –A França- ao ridículo -A Inglaterra- não há senão um passo: o Passo de Ca-lais). Outra frase dele (que sempre me norteou a vida) era: “O importante é a essência, não o acessório”.

Padre José Maria de Beer: Nosso dramaturgo e comediógrafo. Gostava de brincar com certas pala-vras, invertendo letras: por exemplo, “Parlos Cipa” por “Carlos Pipa”. Muitas vezes, ria não expelindo mas su-gando o ar, como estivesse se engasgando ou per-dendo o fôlego. Eu costumava chamá-lo de Padre das Hipérboles. Uma frase interessante dele foi aquela, dita num Retiro Espiritual, tentando explicar o sentido de eternidade: “Se nosso globo terrestre fosse feito do

19Fevereiro | 2015Manias, gestos e frases que ficaram

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mais puro aço inoxidável e uma pombinha viesse, a cada mil anos, roçar de leve com suas tênues asinhas essa superfície dura, no dia, enfatizava ele, no dia em que esse globo deixasse de existir em razão do leve atrito milenar provocado por tal pomba, certamente, não obstante todo esse tempo, ainda assim nem po-deríamos falar em começo da eternidade”.

Padre Luiz Bertazzi: Sempre calmo (nada de ele-var a voz), costumava, no futebol, arrepanhar a batina até a altura do joelho, soltar um risinho irônico e pedir aos companheiros: “Lutem, passem a bola, não quero cavalinho de luxo no meu time!”. Nas traduções do “De bello gallico”, de Júlio César, eu costumava, no fi m de cada capítulo, escrever (visando a que ele relevasse algum errinho): “Magister, aquila non capit muscas” (Professor, a águia não pega moscas). Um dia, acho que ele estava mal-humorado, rebateu logo abaixo: “Muscas non vídeo sed elephantos”. (Não vejo mos-cas mas elefantes). Certamente, a frase veio acompa-nhada daquele risinho sarcástico. Eh! Padre Bertazzi!

Padre Santo Marini: Ah! O fogoso e intempestivo Padre Santo Marini, o nosso “popstar”. Quem não se lembra dele, emocionando as multidões nos estádios com aquele seu famoso “saque-viagem”? E a sua ira de Torquemada, o martelo dos hereges, nas noites de sexta-feira, querendo acabar com os despachos de macumba lá no fundo de nosso campinho de futebol?

Padre Paulo: O espadaúdo Padre Paulo (padre brasileiro, de cujo sobrenome não me recordo), outro que empolgava os alunos no recreio da noite, rodo-piando na barra fi xa feito um saltitante e desgovernado ponteiro de relógio. Os constantes exercícios na barra o transformaram num latagão de espáduas de Golias

e cinturinha de pilão. Uma vez, quase me arrebentei no chão, tentando imitá-lo. Conseqüência: um grande susto e muitos calombos corpo afora.

Padre Henrique Roberto: Achava-o um homem muito reservado e sério. Deu-me algumas lições de piano. O povo lá da Ponte de Santo Antônio o admi-rava muito pelo seu vozeirão de barítono. Cheguei a ouvir de muitos fi éis que ele era o padre mais bonito que por ali passara até então.

Padre Francisco Janssen: Nunca tive contac-to com ele diretamente, mas lembro-me bem de sua risada forte e aos solavancos. Certa noite, quando provincial, numa visita protocolar ao IPN, ao passar pelo corredor ao lado do dormitório, teve um surto de riso, que, qual ola mexicana, se propagou, na calada da madrugada, a partir do quarto do Irmão Francisco, acordando e fazendo a turma toda cair em generaliza-da e interminável gargalhada.

Padre Adriano Seelen: Olhar aquilino, percucien-te, sempre de cara franzida, vivia repetindo aos novi-ços: “Nihil mirari, nihil mirari, nihil novi sub sole” (não se espantar com nada, não há nada de novo debai-xo do sol), mais ou menos o que Machado já dissera: “Não há verdades novas, há verdades velhas caiadas de novo”. Ao piano, era um artista que adorava tocar Chopin.

Padre Cornélio van de Made: Aplicava o “nihil novi sub sole” a todo instante. No pouco contacto que com ele tivemos, jamais conseguimos lhe contar uma piada nova por inteiro, tentando extrair dele um minúsculo sorriso. Objetivo e seco, no meio da frase, nos podava e nos mandava “contar outra”. Após frustradas tenta-tivas, intimidados, não nos restava outra alternativa senão abandonar a raia. Resultado: calamo-nos para sempre; nunca mais nos falamos!

Padre Martinho Geers: Bravo, enfezadinho, cari-nha enferrujada, enfrentou, por anos a fi o, com per-tinácia e galhardia, aquelas péssimas estradinhas de roça das muitas capelas rurais da Paróquia de Delfi m Moreira. Falava o Português num sotaque carregadís-simo. Nunca me esqueço de sua Ave Maria, mescla de Latim e Português: “Benedicta sois inter os nossos mulieribus”. Uma curiosidade: gostava de tomar café puro, sem açúcar.

Padre Alberto Brandts: Se nosso corpo docente fosse uma orquestra, ele, sem dúvida, seria, pelo ta-manho e pela voz grave, o nosso contrabaixo. O pou-co de Matemática que sei, devo-o a ele: apesar de

20 Fevereiro | 2015 Manias, gestos e frases que ficaram

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21Fevereiro | 2015Manias, gestos e frases que ficaram

todo seu empenho e sabedoria, cheguei, a duras pe-nas, mais ou menos engatinhando, até o teorema de Pitágoras; depois, ao chegar ao teorema de Tales, não entendi mais nada: me despenquei defi nitivamente no buraco negro da Matemática. “Après lui, le déluge!” (Depois dele foi um salve-se quem puder!).

Padre José Maria Pinto: Meu primeiro professor de Português. Nunca me esqueci até hoje de seus exemplos de período composto por coordenação: as casinhas do Catita (do outro lado da rua) eram as nos-sas coordenadas assindéticas. No futebol, bufava e espumava a boca enquanto gritava aos companhei-ros, tentando virar o jogo: “Vamos, seus mocorongos que não ajudam em nada, vamos que dá!”. E, às ve-zes, dava mesmo!

Padre Leopoldo van Liempt: O nosso Nicolau Co-pérnico. Um padre que nos incutiu o gosto pela Astro-nomia; um Baden Powel que ajudou a difundir o Esco-tismo; um músico que nos ajudou a entender mais o Canto Gregoriano. Enfi m, um homem de porte nobre, de visão progressista, um tanto panglossiano, que pro-jetava um “aggiornamento” do seminário. Entusiasta e muito confi ante, buscava sempre a melhoria de nosso nível cultural.

Padre Antônio Ferreira Cortez: O padre brinca-lhão, aquele que, muitas vezes, pedia a Deus que abençoasse nossa bagunça; o diretor sempre presen-te. Que dizer mais? O nosso irmão mais velho!

Frater João Batista Bannwart: meigo, fala mansa, fez o primeiro cenário de nossa primeira peça teatral no salão paroquial da Igreja Matriz de Itajubá. Ensi-nou-me a comer sanduíches de “bacon”, o que me leva até hoje a brigar com os médicos por causa do alto colesterol.

Frater Luiz Carnelós: Tímido, honesto, seco, prag-mático. Seu sim era sim e o não, não. Ria apenas pelos olhos; pela boca, quando muito, esboçava um arremedo daquele sorriso de Mona Lisa, secundado por um discre-to menear de cabeça. Deu-me umas lições de violino.

E, fi nalmente, “last but not least”: Irmão Francisco Strackx: Mais do que o Pe. An-

tônio Ferreira Cortez, ele nos aturava vinte e quatro horas por dia, ano após ano. Em nossa formação, ze-lando pela organização e disciplina, foi um verdadeiro burro de carga, outro que carregava o piano para o “show”. Merece uma taça de agradecimento como to-dos os demais MSC mencionados acima, mas a dele tem que ser uma taça cravejada de ouro!

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Notícias da Província de São PauloJoão Costa Pinto (1953 - 1966)

PALAVRA DO PROVINCIAL2014 foi um ano intenso de trabalhos, marcado

emocionamente com o falecimento do Pe. Agenor e a enfermidade de vários confrades. Alegrias também houve com a ordenação dos diáconos Fernando, Ro-drigo e Girley e com os vocacionados, que serão 10 a mais que em 2014. Os seminários estarão cheios de jovens em busca de vida consagrada. E faz um apelo: “não podemos baixar a guarda. Precisamos continuar rezando e trabalhando pelas vocações.”.

Três novos DiáconosDia 6.12.14, no Santuário de Vila Formosa, os re-

ligiosos Fernando Clemente, Girley Reis e Rodrigo Domingues, receberam o sacramento do Diaconato, presente numerosos fi éis, confrades MSC, padres do clero diocesano e Religiosas de outras congregações. Foi ordenante o novo bispo MSC, Dom Antônio Car-los (Maristelo), que insistiu no tema do serviço, razão de existir do ministério do diaconato. (Ver NR 2) Pe-diu que os ordenandos, durante a cerimônia, lavassem os pés de um familiar ou um confrade ou membro das comunidades por onde haviam passado. O ser-

Mais três diáconos e, portanto, em breve mais três mis-sionários, mais vocações, e mais um professo perpétuo, no Equador, são notícias promissoras para 2015. E estou certo de que a escolha dos heróis da Província, informada mais adiante, terá repercussões entre os Ex-Alunos. O Pe. Adria-no van Iersel teria a unanimidade dos que o conheceram e com ele conviveram.

viço é o caminho do discípulo de Cristo, que está no meio de nós "como aquele que serve" (Lc 22, 27). Na homilia, salientou que uma ordenação em nada se assemelha a uma formatura, promoção ou algo pare-cido. Quem foi ordenado coloca-se à disposição do Povo de Deus, não como quem sobe um degrau para reinar sobre o povo, mas como quem desce em dire-ção aos que estão caídos.

75 anos do Santuário de Nossa Senhora do Sa-grado Coração

Em 8 de dezembro, dia festivo da Imaculada Con-ceição de N. Senhora, foi encerrada, em momentos marcantes para os MSC das Províncias do Brasil, a festa dos 75 anos do Santuário de N. Senhora do Sa-grado Coração. Destaque para uma exposição, em 75 fotografi as, contando a história do Santuário e para o documentário “Nossa História - 75 Anos do Santu-ário de N. Senhora do Sagrado Coração”. Em Missa Solene, às 19hs, comemorativa dos 75 anos do San-tuário e dos 160 anos da Congregação no Brasil, pre-sidida pelo Pe. Provincial e concelebrada por Dom Antônio Carlos (Maristelo), Pe. Air José e mais de 50 MSC, foi encerrado o Ano Jubilar. O Pe. Provincial agradeceu solenemente ao Pároco e Reitor do Santu-ário, Pe. Air José de Mendonça MSC, pelas festivida-des e programação do ano jubilar.

22 Fevereiro | 2015 Notícias da Província de São Paulo

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Assembleias Nacional e ProvincialDia 9.12.14 foi rea-

lizada em São Paulo a Assembleia dos MSC do Brasil, presentes mais de 70 Missioná-rios do Sagrado Cora-ção. O dia seguinte foi dedicado à Assembleia Provincial. A pedido da Casa Geral, foram escolhidos nomes de missionários a serem apresentados como heróis da Província. Indicados os nomes e submeti-dos à votação, foram escolhidos três:

Adriano van Iersel, Hélio Pontes e Antônio Carlos de Meira.

Missão do EquadorNo dia 6 de de-

zembro, no Equador, o religioso Marcelo Patrício fez sua pro-fi ssão perpétua. É o segundo confrade do Equador a professar perpetuamente.

Estágio VocacionalDos dias 12 a 23 de dezembro, a Pastoral Voca-

cional realizou o Estágio vocacional, com o objeti-vo de acompanhar os aspirantes que iriam ingressar no Propedêutico. Estavam presentes 7 aspirantes, os quais, junto com os 5 vocacionados do Nordes-te, estão-se preparando para ingressar no Prope-dêutico, em Pirassununga em 2015. “Deus seja lou-vado pelas vocações que nos manda”, agradeceu o Pe. Provincial.

Bodas de Diamante SacerdotalDia 20 de dezembro foram celebradas, em Itape-

tininga, na Paróquia e Santuário de N. Sra. Apare-cida do Sul, as Bodas de Diamante Sacerdotal (60 anos) do Pe. Luiz Bertazzi, com a grande participação da comunidade, dos seus familiares e alguns con-frades. Ele estava feliz por mais esta conquista. Fez sua primeira profi ssão em 02.02.49 e em 18.12.54 era ordenado presbítero.

Volta para a ComunidadeO teologante José Marcos do Amaral foi acolhi-

do com alegria de volta à comunidade religiosa. Em 2014, ele fez uma experiência de oração, partilha e trabalho de inserção na comunidade “Fazenda da Esperança”. Fará sua primeira profi ssão junto com os confrades José Eduardo e Sandro, que renovarão seus votos no dia 31 de janeiro deste ano, no San-tuário das Almas. José Marcos havia escrito carta ao Conselho Provincial, pedindo para se ausentar da comunidade, tendo, assim, um tempo de refl exão pessoal e vocacional. (Ver NR 3).

Notas da RedaçãoNR 1 - Serviram de fonte às Notícias da Pro-

víncia as Comunicações 631.NR 2 - O termo diácono tem sua origem no

grego “διακονος”. Diácono é aquele que serve. Diaconia (διακονια) corresponde a serviço. A instituição do diaconato está no capítulo sexto dos Atos dos Apóstolos. Estevão, Filipe, Pró-coro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau fo-ram os primeiros diáconos da Igreja. (Atos 6,5)

NR 3 - As Famílias da Esperança, das quais as Fazendas da Esperança são estabelecimentos es-palhados pelo Brasil e pelo Mundo, são uma Asso-ciação Internacional de Fiéis, aprovada pelo Ponti-fício Conselho para os Leigos, no dia 24.05.11. A inspiração veio do carisma da unidade, desenvol-vido pelos Focolares (*) e do carisma franciscano da pobreza. Em 1979, chegou ao Brasil Frei Hans Stapel, OFM, vindo da Alemanha. Sua vivência do evangelho impressionou e atraiu jovens e adul-tos. A experiência com jovens drogados começou em 1983, quando Nelson Giovanelli, buscando a vivência do evangelho, aproximou-se de jovens que se reuniam para trafi car e usar drogas. An-tônio Eleutério foi o primeiro a pedir ajuda. Fo-ram os primeiros passos da primeira Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá-SP. Em 1989, Iraci Leite e Lucilene Rosendo iniciaram o trabalho de recuperação feminina, também em Guaratinguetá. O foco da atuação são os jovens recuperantes de drogas, álcool e outras dependências. As Famílias da Esperança estão presentes de Norte a Sul, no Brasil, nas Américas Latina e Central, na Europa, na África e na Ásia. Um grande impulso às Fazen-das foi dado pelo papa emérito Bento XVI, em sua visita ao Brasil e às obras do Frei Hans, chamando a atenção mundial para esse importante trabalho social. (*) O Movimento dos Focolares (do italia-no: focolare: lareira, lar, casa) ou Obra de Maria é um movimento laico de inspiração cristã-católica fundado na Itália por Chiara Lubich, em 1943, na cidade de Trento.

23Fevereiro | 2015Notícias da Província de São Paulo

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