trotskismo x leninismo - parte ii - socialismo em um só país

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    Trotskismo x Leninismo - Lies Da histria Parte II

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    Trotskismo X Leninismo

    Lies da Histria

    Harpal BrarTraduo Pedro Castro

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    Parte II

    Socialismo em um S PasCaptulo 5

    Socialismo em um S Pas .......................................................................... ..............................3

    Captulo 6Coletivizao - A Construo do Socialismo no Campo................ ..................... ............... 24

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    Parte II

    Socialismo em um S Pas

    "O desenvolvimento econmico desigual uma lei absoluta do capitalismo. Da, a

    vitria do socialismo possvel primeiro em uns poucos ou mesmo em um s pas

    capitalista"

    Lnin

    Captulo 5

    Socialismo em um S Pas

    A posio de Trotsky

    Trotsky, atendo-se obstinadamente a sua 'teoria da revoluo permanente',sustentava que o socialismo no poderia ser construdo na Rssia, atrasada, sem aajuda de uma revoluo proletria vitoriosa nos pases capitalistas avanados.

    "Os antagonismos", dizia Trotsky no Prefcio a seu livro sobre a revoluo de

    1905, "que surgem sob um governo dos operrios em uma terra atrasada, onde a vastamaioria da populao composta de camponeses, s podem resolvidos na arenainternacional da revoluo mundial proletria.

    Na ausncia do apoio estatal direto por parte do proletariado europeu, a classeoperria russa no ser capaz de manter-se no poder e transformar sua direotemporria em uma ditadura socialista estvel. No h como duvidar destaverdade"(Trotsky, Our Revolution, 1906).

    A afirmao, repetida vrias vezes no Programa de Paz, de que a revoluo

    proletria no pode ser conduzida ao xito dentro do contexto nacional, parecer amuitos leitores ter sido refutada pela experincia de nossa Repblica Sovitica porquase cinco anos. Qualquer concluso desse tipo seria completamente semfundamento... no ser possvel um progresso estvel na economia socialista na Rssiaseno aps a vitria do proletariado nos principais pases dirigentes daEuropa"(Trotsky, Poscript to Programme of Peace, 1922).

    Esta a posio assumida por Trotsky, consistentemente, por um longo perodode tempo, e da qual de fato ele nunca se afastou, mesmo quando parecia t-lo feito.Com seu ponto de vista terico, que subestimava a capacidade das amplas massas dopovo russo de construir o socialismo e superestimava as foras obscuras da reao,Trotsky no poderia seno opor-se poltica de construo do socialismo na Rssia.

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    Assim, a posio de Trotsky no era mais que uma nova variante do menchevismo. Osmencheviques russos diziam: 'A Rssia um pas atrasado, e portanto a nicapossibilidade uma revoluo burguesa, que dar um mpeto ao desenvolvimento docapitalismo na Rssia'. Trotsky dizia: 'No. uma revoluo proletria possvel porm,a menos que ela seja rapidamente seguida por uma revoluo proletria na Europa,

    est condenada ao colapso.'Assim, pode-se ver que no h desacordo bsico entre asvises menchevique e trotskista. Ambas acreditam ardentemente que era impossvelpara a Rssia construir o socialismo por si prpria, devido ao seu atraso.

    O malogro da revoluo na Europa e as alternativas abertas classe operria

    sovitica

    Agora, perfeitamente verdadeiro que os bolcheviques pensavam e esperavamque a revoluo na Rssia seria seguida pela revoluo em muitos pases europeus.Sua expectativa era baseada na situao revolucionria objetiva ento prevalecendo

    na Europa. Porm, as esperanas e expectativas dos bolcheviques se frustraram,graas, entre outras coisas, traio e ao oportunismo da social-democracia oficial. Em1922, a burguesia europia tinha alcanado condies de relativa estabilidade, eestava claro que as chances de revoluo proletria vitoriosa na Europa tinham sidoadiadas por muitos anos. Assim, nessas condies - a saber, o proletariado russoestava ascendendo ao poder estatal porm sem revoluo proletria na Europa - quedeveria o proletariado russo fazer? Quais eram as alternativas abertas a ele?

    Havia dois rumos abertos ao proletariado russo:

    (1) Poderia seguir o conselho de Trotsky e declarar que, "na ausncia do apoioestatal direto do proletariado europeu", o proletariado russo no poderia permanecerno poder, muito menos construir o socialismo, e deveria fazer a paz com a burguesiainternacional e nacional e passar o poder do Estado para a mesma classe que deletinha sido privada em outubro de 1917 e assim demonstrar que a classe operria eraincapaz de dirigir e construir o socialismo; ou

    (2) Alternativamente, poderia resolver, a despeito das imensas dificuldades,construir o socialismo na URSS e assim demonstrar aos proletrios e s amplas massasno apenas da URSS mas de todo o mundo "a convico de que a classe operria podia

    seguir em frente sem a burguesia".

    Foi assim que o Camarada Stalin brilhantemente retratou o significado daconstruo do socialismo na URSS:

    "O que necessrio para que os proletrios do Leste conquistem seu caminhopara a vitoria'? Antes de tudo, eles necessitam de f em seus prprios poderes; umaconvico de que a classe operria pode seguir em frente sem a burguesia; a convicode que a classe operria competente, no apenas para destruir o velho, pormigualmente para construir o novo, para construir o socialismo. O principal esforo dossocal-democratas, os reformistas, introduzir o ceticismo no pensa-mento dosoperrios, fazer com que eles duvidem de seus prprios poderes, duvidem de sua

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    opacidade de conquistar pela fora uma vitria sobre a burguesia. O significado detodo nosso trabalho, de todo nosso trabalho construtivo, que ele serve como umademonstrao para a classe operria nos pases capitalistas de que ela capaz deseguir sozinha sem a burguesia e ser capaz, sem o auxlio desta, de construir umanova sociedade... uma vez que os operrios nos pases capitalistas tenham adquirido f

    em seus prprios poderes, podemos estar certos de que este o comeo do fim docapitalismo, e o sinal seguro de que a vitria da revoluo proletria est aoalcance"(Discurso no 14 Congresso do Partido).

    Esta era a alternativa poltica revolucionria apresentada por Stalin e o PartidoBolchevique. Conseqentemente, o 14 Congresso do PCUS(B) rejeitou os planoscapitulaciomstas de Trotsky e seus sequazes e registrou em sua agora famosaresoluo:

    Captulo 5 - Socialismo em um S Pas

    "Na esfera do desenvolvimento econmico, o Congresso sustenta que em nossaterra, a terra da ditadura do proletariado, h 'todos os requisitos para a construo deuma sociedade socialista completa'(Lnin). O Congresso considera que a principaltarefa de nosso partido lutar pela vitria da construo socialista na URSS."

    Resumindo os resultados do 14 Congresso e seu significado histrico, ocamarada Stalin escreveu:

    "O significado histrico do 14 Congresso do PCUS(B) reside no fato de que ele

    foi capaz de expor as prprias razes dos erros da Nova Oposio [isto . Zinoviev,Kamenev e Trotsky], que ele rejeitou seu ceticismo e suas lamrias, que claramente edistintamente indicou o caminho da luta subseqente pelo socialismo, abriu diante dopartido a perspectiva de vitria e assim armou o proletariado com uma f invencvel navitria da construo socialista" (Problems of Leninism).

    A classe operria da Rssia e as amplas massas do povo russo juntaram-se emapoio a esta alternativa revolucionria e decisivamente rejeitaram o desnimopequeno-burgus de Trotsky e sua desesperana dissimulada com palavreadorevolucionrio'. Fizeram-no porque a poltica que estava sendo projetada pelo Partido

    Bolchevique e por Stalin era revolucionria e fazia sentido; enquanto a projetada porTrotsky era uma confuso contra-revolucionria que no fazia sentido algum.

    Stalin era contra a revoluo mundial?

    Os mais ignorantes dos trotskistas muitas vezes afirmam que Stalin era umnacionalista limitado, enquanto Trotsky era um internacionalista, porque Stalin queriao socialismo na URSS, enquanto Trotsky queria o socialismo em toda parte, umarevoluo mundial. Se fosse verdade que Stalin queria uma revoluo apenas naRssia, e no em toda parte, ento esta acusao trotskista teria alguma substncia. Ofato verdadeiro que esta acusao uma mentira monstruosa e apenas um dosmuitos exemplos que demonstram o abismo em que o trotskismo tinha cado, aodepreciar um dos grandes dirigentes do Partido Bolchevique, o camarada Stalin. Quem

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    quer que tenha algum respeito pela exatido histrica e cuide de olhar os documentosque dizem respeito controvrsia em questo verificar que no havia diferenaalguma de opinio dentro do Partido em relao desejabilidade e necessidade deseguir uma poltica internacionalista proletria -a poltica de fornecer ajuda fraternaaos proletrios de outros pases engajados em lutas decisivas. O Partido Bolchevique

    sob a direo de Stalin compreendeu plenamente a importncia de seguir, e seguiu,uma poltica internacionalista proletria, porque reconhecia plenamente que averdadeira consolidao do socialismo na URSS s poderia ter lugar aps a vitria doproletariado em outros pases. Todas as revolues e lutas revolucionrias apiam-semutuamente entre si. Citemos, para beneficio dos trotskistas ignorantes, o conhecidopronunciamento sobre este assunto do camarada Stalin (o mesmo Stalin, cujo nomebasta ser mencionado para que os trotskistas e outros reacionrios comecem aespumar de raiva - embora espumar e mostrar sinais de delrio no sejam respostapara os duros fatos):

    "Aps consolidar seu poder e dirigir o campesinato, o proletariado do pasvitorioso pode e deve construir a sociedade socialista. Porm significa isto que, nessecaminho, o proletariado assegurar uma vitria completa e final pelo socialismo, isto ,significa que, com as foras de um s pas, ele poder finalmente consolidar osocialismo e garantir plenamente que este pas no sofrer interveno, querepresentaria a restaurao? No, no significa. Para esta vitria necessria arevoluo em pelo menos vrios outros pases. Portanto, o desenvolvimento e apoio darevoluo em outros pases tarefa essencial da revoluo vitoriosa. Portanto, arevoluo que foi vitoriosa em um pas no deve considerar-se uma entidade auto-suficiente, mas uma ajuda, um meio de acelerara vitria do proletariado em outros

    pases"(Stalin, Foundations of Leninism, nfase minha).1

    Assim, est claro que no havia diferenas de princpio no PCUS(B) quanto necessidade de seguir a poltica internacionalista. Havia, entretanto, diferenas quantoao teor desta poltica internacionalista. Baseando-se em sua notria teoria da'revoluo permanente', de acordo com a qual o socialismo no poderia ser construdona Rssia sem ajuda de uma revoluo proletria vitoriosa na Europa. Trotsky advogouvarias vezes polticas aventureiristas, a fim de exportar a revoluo socialista para aEuropa. Essas polticas de aventureirismo, inspiradas numa falta de f na capacidadeda classe operria e do campesinato russos em construir o socialismo sem auxlio de

    fora, foram natural e duramente rejeitadas pelo Partido.

    Portanto, no h controvrsia sobre se o proletariado da URSS deveria darassistncia fraterna s lutas revolucionrias dos demais proletariados. A controvrsiaera sobre se a URSS poderia construir o socialismo sem assistncia de um proletariadovitorioso da Europa. Stalin e a maioria esmagadora do Partido Bolchevique respondiama esta questo histrica mundial com a afirmativa. A histria confirmou plenamente oCamarada Stalin e o Partido Bolchevique, porm sobre isso teremos mais a dizeradiante.

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    Stalin levantou a questo do 'socialismo em um s pas' pela primeira vez?

    Outro mito espalhado pelos trotskistas de que foi Stalin, em 1924, a primeirapessoa a levantar a questo do 'socialismo em um s pas', e que antes ningum tinhaseriamente considerado a possibilidade de construo do 'socialismo em um s pas'.

    Que isto uma mentira mostra o fato de que, j em 1915, Lnin tenha dito:

    "O desenvolvimento econmico desigual3 uma lei absoluta do capitalismo. Daa vitria do socialismo ser possvel, primeiro em uns poucos pases ou mesmo em umnico pas capitalista. O proletariado vitorioso deste pas, tendo expropriado oscapitalistas e organizado sua prpria produo socialista, deveria confrontar-se com oresto do mundo capitalista, atrair para si as classes oprimidas de outros pases, induzirrevoltas entre eles e, caso seja necessrio, agir mesmo com fora armada contra asclasses exploradoras e seus Estados"(Lnin, The United States of Europe Slogan).

    E, outra vez, em 1916, Lnin formulou a mesma concluso em seuartigo Military Programme of the Proletarian Revolution:

    "O desenvolvimento do capitalismo acontece de maneira extremamentedesigual nos vrios pases. No pode ser diferente sob o regime de produo demercadorias. Disto segue-se irrefutavelmente que o socialismo no pode obter vitriassimultaneamente em todos os pases. Ocorreria primeiro vitria em um ou vriospases, enquanto os outros permanecero burgueses ou pr-burgueses por algumtempo. Isto no deve criar apenas frico mas um esforo direto por parte daburguesia de outros pases para esmagar o proletariado vitorioso no Estado socialista.

    Em tais casos, uma guerra de nossa parte ser uma guerra legtima e justa. Seria umaguerra pelo socialismo, para a libertao de outras naes daburguesia"(Lnin, Military Programme of the Proletarian Revolution).

    Lnin chegou a esta concluso a partir de seu estudo do imperialismo, quedescreveu como o 'estgio monopolista do capitalismo'. Lnin passou ento a dar umadefinio de imperialismo que inclui os seguintes cinco aspectos bsicos:

    "(1) A concentrao da produo e do capital tem-se desenvolvido em grau toacentuado que tem criado monoplios que desempenham um papel decisivo na vida

    econmica;

    (2) a fuso do capital banqueiro com o capital industrial e a criao, com baseneste 'capital financeiro', de uma oligarquia financeira;

    (3) a exportao de capital, distinta da exportao de mercadorias, adquireimportncia excepcional;

    4) a formao de trustes capitalistas monopolistas internacionais que repartemo mundo entre si; e

    (5) completa-se a diviso territorial de todo o mundo entre os poderescapitalistas maiores".

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    O imperialismo, disse Lnin, intensifica todas as contradies, internas eexternas, a um grau agudo. O crescimento do monoplio torna o jugo dos trustes esindicatos capitalistas cada vez mais pesado e insuportvel. Isto intensifica ascontradies entre a burguesia e a classe operria nos pases imperialistas, o que levaas massas revoluo proletria como sua nica salvao. A escravizao e explorao

    financeira e a opresso colonial dos povos que habitam a vasta maioria dos pases domundo por um punhado de pases 'avanados', intensifica a contradio entre oimperialismo e a vasta maioria, que consiste de pases coloniais e dependentes, queso compelidos a desenvolverem uma luta de libertao do jugo do imperialismo. Odesenvolvimento desigual do capitalismo leva a uma luta frentica pela rediviso domundo entre aqueles pases que j se apoderaram de vastos territrios e aqueles queacabaram de entrar em campo, demandando sua partilha na pilhagem. O imperialismoalemo, por exemplo, devido ao desenvolvimento desigual do capitalismo, estava maisou menos margem da pilhagem colonial, enquanto os capitalistas anglo-francesesdominavam o mundo todo. O capitalismo alemo, entretanto, tendo aprendido com os

    capitalistas anglo-franceses, agora demandava sua parte; reivindicava uma redivisobaseada na fora atual das partes. Queria deixar de lado a diviso do mundo baseadano desenvolvimento capitalista e portanto na fora das partes poca da divisoexistente. Os capitalistas anglo-franceses, naturalmente, consideravam esta demandacomo 'totalmente injusta'. Assim, o imperialismo alemo foi guerra contra oimperialismo anglo-francs. Desta forma, o desenvolvimento desigual do capitalismoconduz intensificao da contradio interimperialista. Da, desde que o imperialismoexiste, a guerra inevitvel, e a coalizo entre a revoluo proletria e o movimentode libertao nacional "em uma frente mundial nica da revoluo contra a frentemundial do imperialismo inevitvel"(Stalin, Fundamentos do Leninismo).

    Lnin resume todas estas concluses em uma concluso geral de que "oimperialismo a vspera da revoluo socialista".

    Lnin, portanto, chega s seguintes concluses:

    (1) Porque o crescimento do imperialismo tem criado uma economia mundial eas economias nacionais dos pases individuais eram como que um elo nesta cadeia daeconomia mundial a questo da revoluo proletria no poderia mais ser considerada maneira antiga, isto , do ponto de vista do desenvolvimento capitalista de um dado

    pas, nem do ponto de vista da classe operria constituindo uma 'maioria' dapopulao etc. O sistema imperialista como um todo estava maduro para a revoluo,e a cadeia da frente mundial imperialista se romperia em seu elo mais fraco, abrindoassim uma porta para a revoluo proletria. O elo mais fraco poderia ser um pascapitalista avanado ou um pas onde o avano capitalista no tenha ido muito longe.

    (2) O crescimento desigual do capitalismo dentro das condies doimperialismo e a intensificao, dentro do imperialismo, de contradies catastrficas,resultando em guerras imperialistas e crescimento dos movimentos revolucionriosem todos os pases, conduzem no somente possibilidade, mas tambm

    necessidade, da vitria do proletariado em pases individuais. O socialismo pode servitorioso em pases individuais porque o proletariado vitorioso pode tirar vantagem da

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    intensificao de todas as contradies - contradies interimperialistas, contradiesentre a burguesia e a classe operria em pases imperialistas, assim como entre oimperialismo e as naes oprimidas - para precaver-se da interveno peloimperialismo e construir o socialismo.

    Pouco antes de sua morte, Lnin retornou questo da construo dosocialismo na URSS:

    "De fato, o poder do Estado sovitico sobre todos os meios de produo delarga escala, o poder do Estado nas mos do proletariado, a aliana deste proletariadocom os muitos milhes de pequenos e muito pequenos camponeses, a direo segurado campesinato pelo proletariado etc., ... no isto tudo que necessrio para que apartir das cooperativas - das cooperativas isoladas, que formalmente tratamos comomercadoras, e que, em certo aspecto, temos o direito de tratar como tal agora, sob aNova Poltica Econmica (NEP) - no isto tudo que necessrio para que seja

    construda a sociedade socialista completa? Isto no ainda a construo da sociedadesocialista, mas tudo que necessrio e suficiente para esta construo"(Lnin, OnCo-operation).

    Esperamos que esteja agora claro que a questo que diz respeito possibilidade de construo do socialismo com sucesso em um nico pas no foiabordada pela primeira vez por Stalin. Foi abordada por Lnin j em 1915, enovamente ainda pouco antes da sua morte. Assim, os ataques trotskistas a Stalinsobre a questo da construo do socialismo em um s pas so de fato ataques aLnin e ao leninismo4. Isto deve ser entendido por todo operrio revolucionrio.

    Ao partir da teoria da 'revoluo permanente', o trotskismo no pode senoatacar o leninismo. O leninismo diz que o proletariado em um s pas pode construir osocialismo, enquanto Trotsky diz que no pode. O leninismo sustenta que ocampesinato um aliado confivel e firme do proletariado, enquanto Trotsky diz queno. O leninismo diz que, sob as condies da ditadura do proletariado e da direo daclasse operria, possvel mobilizar o campesinato pobre e mdio na tarefa deconstruir o socialismo, enquanto de acordo com o trotskismo isto umaimpossibilidade. O que temos aqui no so s diferenas de opinio de naturezacasual, ou dificuldades em matria de detalhes. O que temos aqui so duas tendncias

    fundamentalmente diferentes e mutuamente irreconciliveis: (i) o leninismorevolucionrio e (ii) o trotskismo contra-revolucionrio.

    O trotskismo incapaz de entender a teoria leninista da revoluo proletria ede construo do socialismo, no somente porque sua perspectiva poltica estcerceada pela aceitao da perversa teoria da 'revoluo permanente' porm,"tambm, porque nunca aceitou (aceitou na PRATICA, em oposio a aceitar emoalavras) as teses de Lnin sobre o imperialismo. Esses males gmeos - a aceitao dateoria da 'revoluo permanente' e a no-aceitao das teses de Lnin sobre oimperialismo - constituem a base terica do Trotskismo e explicam em grande medidapor que o trotskismo degenerou ao ponto de tornar-se um aliado do fascismo, comoexplanaremos mais adiante.

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    Foi o socialismo construdo na URSS? Trotsky diz que foi

    A resposta que damos que o socialismo foi construdo na Unio Sovitica, eem apoio desta nossa resposta afirmativa, citamos uma autoridade que no pode serdescrita como parcial a favor de Stalin e do Partido Bolchevique, ou mesmo a favor de

    construir o socialismo na URSS. Esta autoridade no outra seno aquela do criadorde frases feitas, o prprio Trotsky:

    "O socialismo demonstrou sua orientao para a vitria", dizia Trotsky, "nonas pginas de O Capital, porm em uma arena industrial que compreende um sextoda superfcie da terra, no na linguagem da dialtica mas na linguagem do ao,cimento e eletricidade. Mesmo se a Unio Sovitica, como um resultado dasdificuldades, golpes externos e os erros de sua direo, entrasse em colapso - o que nsfirmemente esperamos que no acontea [a natureza real das esperanas de Trotsky,entretanto, foi revelada pelos Julgamentos de Moscou] permaneceria como uma

    garantia do futuro o fato indestrutvel de que, graas apenas a uma revoluoproletria um pas atrasado alcanou em menos de dez anos sucessos sem precedentesna histria"(Trotsky, A Revoluo Trada).

    E outra vez: "O vasto quadro da industrializao na Unio Sovitica, emcontraste com o panorama de estagnao e declnio em quase todo o mundocapitalista, aparece de maneira inquestionvel nos seguintes ndices brutos ...

    Avanos gigantescos na indstria, um princpio de transformao enorme-mente promissor na agricultura, um crescimento extraordinrio das antigas cidades

    industriais e construo de novas, um rpido aumento no nmero de operrios, umaelevao no nvel cultural, nas demandas culturais - tais so os resultados indubitveisda Revoluo de Outubro ..."(Trotsky, A Revoluo Trada).

    No se poderia ter respondido com melhor contestao do trotskismo do quecom a opinio apresentada pelo prprio Trotsky nas notas anteriormente citadas.Estamos altamente agradecidos e em dvida com Trotsky por estas francas afirmaes.Trotsky estava certo quando admitiu que "o socialismo demonstrou sua orientaopara a vitria, no nas pginas de O Capital, porm em uma arena industrial quecompreende um sexto da superfcie da terra"; que tinha havido um gigantesco

    avano"; que "enormemente promissores"foram os resultados na esfera daagricultura; que se elevaram "o nvel e as demandas culturais do povo sovitico. Eleestava absolutamente correto. Tais fatos foram "os resultados indubitveis"da lutapela vitria da construo socialista na URSS - a luta lanada pelo Partido emconseqncia da deciso do 14 Congresso do Partido - uma deciso que encontrara amais perniciosa oposio de Trotsky e da Nova Oposio, isto , Zinoviev e Cia.

    O papel da poltica e da direo corretas

    Sob a bandeira do marxismo-leninismo e liderana correta do PartidoBolchevique, dirigida pelo grande leninista e o maior defensor resoluto do leninismo eda Ditadura do Proletariado, o camarada Stalin, o povo sovitico, superando todas as

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    dificuldades, esmagando os inimigos do socialismo - internos e externos -, marchou devitria em vitria. Realizou literalmente milagres, e no apenas por causa dascondies da propriedade social dos meios de produo criadas pela Revoluo deOutubro (a cujas condies Trotsky atribui exclusivamente todos e sucessos e logros daluta pela construo do socialismo na URSS), mas tambm por causa das polticasrevolucionrias do Partido Bolchevique e da qualidade de sua direo. O papel doPartido e a qualidade da direo foram fatores muito importantes, sem os quais nadateria sido realizado.

    As 'condies da propriedade socializada'no podem por si construir o socialismo

    As "condies da propriedade socializada"no podem por si construir osocialismo. Pode algum que no tenha rompido com seus sentidos ou - o que amesma coisa - aceitado a teoria da 'revoluo permanente', seriamente, sugerir que,se durante o perodo de construo do socialismo, a direo da URSS tivesse nas mos

    de pessoas como Trotsky, o povo sovitico teria realizado exatamente os mesmosresultados na construo socialista como ele fez? No seria uma sugesto absurda aafirmao de que a pessoa que dizia que "na ausncia do apoio estatal direto por partedo proletariado europeu, o proletariado russo no seria capaz de manter-se no poder etransformar sua direo temporria em uma ditadura socialista estvel"est tocapacitada (ou mais capacitada, como os trotskistas ignorantes geralmente asseguram)para dirigir a luta pela construo do socialismo quanto que aquelas que acreditam - eacreditam com base na realidade objetiva - que no s possvel construir osocialismo mas tambm que isso necessrio e o nico caminho revolucionrio parao proletariado? Sim, em nossa viso, uma sugesto dessas seria de fato o cmulo do

    absurdo e da estupidez.

    Como uma questo de verdade histrica, "a propriedade socializada"notriunfou e no poderia ter triunfado automaticamente sobre os elementos capitalistas.Poderia, e aconteceu, triunfar por ter a direo correta e planejada do Partido umapoltica definida. Porm, antes que a poltica do Partido pudesse ter sucesso e serposta em ao, polticas errneas e contra- revolucionrias teriam de ser e foramderrotadas. Mas, a despeito do que dissemos aqui, os trotskistas continuam a repetir afrmula decorada de que "as condies da propriedade socializada criadas pelarevoluo", e no a qualidade da direo, foram responsveis pela construo do

    socialismo. E no entanto eles culpam a direo por todo erro, real e imaginrio, menorou maior. Bem, no se pode querer tudo, prezados trotskistas! Vocs no podemcontinuar dizendo que o socialismo no pode ser construdo em um s pas e, todavia,assegurar que "as condies da propriedade socializada criadas pela revoluo"podempor si prprias, automaticamente, construir o socialismo! Vocs no podem afirmarque a direo no tem papel a desempenhar na construo do socialismo e no entantoresponsabilizar o "grupo de Stalin"por todos os infortnios, reais e imaginrios! Huma patente contradio no que vocs dizem! Vocs realmente se tornaram incapazesde perceber esta discrepncia? Seu sentido de percepo e sua posio poltica foramrealmente distorcidos a tal grau por sua cega aceitao da deplorvel teoria da

    'revoluo permanente'?

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    A histria provou que a teoria de Trotsky da 'revoluo permanente' completamente intil e errada. Trotsky poderia, neste caso, ter tomado a nicaposio correta para algum que se pretendia marxista, isto , renunciar teoria quetinha sido refutada na prtica e admitir francamente que estava errado. Trotsky nofez isso. A arrogncia intelectualista do indivduo pequeno-burgus (e no caso de

    Trotsky essa arrogncia atingiu os mais altos estgios de desenvolvimento) tornavaimpossvel para Trotsky engolir o que, aos olhos do intelectual pequeno-burgus, nadamais seria do que uma evidente humilhao. Assim, Trotsky tomou a posio de quesua teoria estava certa e que a histria que estava errada. Isto era uma posioidealista tpica, equivalente a dizer: se a realidade no se conforma com a minhaconcepo dela, ento h algo errado com a realidade, pois a realidade deveriaajustar-se a minha concepo dela. Esta posio idealista, digna do prprio BispoBerkeley, faz Trotsky ir cada vez mais longe no rumo da degenerao. O que poderiater sido um erro casual tornou-se uma monstruosidade, quando justificado, persistidoe elevado ao nvel de um sistema - uma teoria. A teoria errada levou a uma prtica

    errada e, ao no ser retificada luz da prtica, cada erro subseqente tornou-se umerro maior. A quantidade transformou-se em qualidade. Os erros transformaram-seem crimes. Somente este processo explica porque Trotsky degenerou ao ponto detornar-se um aliado e um agente do fascismo, disposto a qualquer preo a derrotar oEstado sovitico. Aquelas pessoas que esto seguindo o trotskismo esto sendolevadas pelo mesmo rumo de degenerao, como o prprio Trotsky. Apelamos a essesoperrios comuns, que se deixaram convencer pelo palavreado elegante e sedutor dostrotskistas para que considerem seriamente o que dissemos, abandonem o trotskismo,aceitem o marxismo-leninismo e dem uma contribuio vlida para a luta peladerrubada revolucionria da burguesia e pela construo do socialismo.

    Conquistas da industrializao socialista

    No comeo de 1926, a indstria sovitica, embora restaurada mais ou menosao nvel do pr-guerra, como resultado das medidas de restaurao tomadas pelogoverno sovitico sob a Nova Poltica Econmica (NEP), sofria de trs defeitos:

    (i) a maioria das fbricas era velha e equipada com maquinrio gasto e antiquado;

    (ii) no havia fbricas de bens de capital; e (iii) no havia indstria pesada digna de

    nota. Tudo isso estava para ser retificado pela adoo da poltica de industrializaosocialista. Alm disso, era preciso criar uma indstria de munies nova, para a defesado primeiro Estado da classe operria. Era tambm necessrio construir fbricas para aproduo de maquinrio agrcola e prover a agricultura com este maquinrio, a fim decapacitar milhes de pequenos fazendeiros individuais a passarem fazenda coletivade larga escala, e assim assegurar a vitria do socialismo no interior do pas. Emresumo, tinham de ser criadas muitas indstrias que nunca tinham existido na Rssia.

    Deve-se dizer, para grande crdito e glria das massas soviticas, que o PartidoBolchevique e seu tarimbado e experimentado dirigente, camarada Stalin, superandotodas as dificuldades, tcnicas e financeiras e derrotando os esquemas da intervenoimperialista, bem como esmagando os planos e conspiraes dos reacionrios internos

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    - de dentro e de fora do Partido - e exibindo um herosmo trabalhista exemplar - forambem sucedidos na construo do socialismo na Unio Sovitica. Tudo isso foi possveldevido ao entusiasmo das massas, seu envolvimento na tarefa de construo dosocialismo, e, mais importante, sua mudana de atitude frente ao trabalho. Daservido involuntria e penal que tinha sido sob o capitalismo, o trabalho foi se

    tornando, como disse Stalin, "uma questo de honra, uma questo de glria, umaquesto de coragem e herosmo".

    J em fins de 1930, estava em progresso em todo o pas a construo industrialem escala gigantesca.

    "O esquema hidroeltrico do Dnieper estava operando a todo vapor. O trabalhode construo das Oficinas de Ferro e Ao de Kramatorsk e Gorlovska e a reconstruoda fbrica de Locomotiva de Lugansk tinham comeado na Bacia do Donetz. Novasminas de carvo e altos-fornos foram surgindo. A Fbrica de Construo de Mquinas

    dos Urais e a Fbrica de Produtos Qumicos de Berezniki e Slikansk estavam sendoconstrudas nos Urais. Tinha comeado o trabalho de construo das Usinas de Ferro eAo de Magnitogorsk. Estava em andamento a construo de grandes plantas deautomveis em Moscou e Gorki, assim como a construo de gigantescas plantas detratores, plantas de colheitadeiras e uma gigantesca planta de maquinrio agrcola emRostov-sobre-o-Don. As minas de Kuznetsk, o segundo produtor de carvo da UnioSovitica, estavam sendo ampliadas. Imensas fbricas de tratores expandiram-se naestepe prxima a Stalingrado no espao de 11 meses. Na construo da EstaoHidroeltrica do Dnieper e das fbricas de tratores de Stalingrado os operrios bateramrecordes mundiais em produtividade do trabalho.

    A histria nunca conheceu construo industrial em tal escala gigantesca, comtal entusiasmo pelo novo desenvolvimento, com tal herosmo de trabalho por parte demilhes da classe operria.

    Foi uma verdadeira exaltao de entusiasmo pelo trabalho, produzido eestimulado pela emulao socialista" (Histria do PCUS (B)).

    Em 1938, em comparao com o ano de 1913, a indstria sovitica tinhacrescido 9 vezes. Eis uma tabela que mostra o crescimento da indstria sovitica,

    expresso em percentuais do nvel pr-Primeira Guerra Mundial. Esta tabela tambmrevela a taxa de crescimento da indstria em comparao com o crescimento daindstria nos principais pases capitalistas durante o mesmo perodo. reproduzida doRelatrio de Stalin ao 18 Congresso do CPSU, em maro de 1939, conforme constaem Problemas do Leninismo (p. 762).

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    nmeros do incremento em capital fixo agrcola, para o mesmo perodo, foram de 100(em 1931), 141 (1928) e 333 (em 1940) (ver pgs. 26 e 30).

    Que pas capitalista, atrasado ou avanado, poderia ostentar to gigantescosucesso no campo da industrializao?

    No obstante os sacrifcios envolvidos, o povo sovitico alegremente aceitou odesafio, com a firme determinao de construir um futuro socialista brilhante para siprprio e para seus filhos, ostentando grande orgulho no empreendimento, exibindogenuno herosmo no processo de trabalho. Hiroakl Kuromiya observa corretamente:

    "Por paradoxal que possa parecer, a acumulao forada foi uma fonte noapenas de privao e de inquietude, mas tambm do herosmo sovitico... A juventudesovitica, nos anos 1930, fundou o herosmo no trabalho em fbricas e na construode lugares como Magnitogosrk e os Kuznetsk..."(p. 305-6).

    "A rpida industrializao conduzida pelo Plano Qinqenal simbolizou ograndioso e dramtico objetivo de construo de uma nova sociedade. Promovidacontra o pano de fundo da Depresso e do desemprego em massa no Ocidente, ompeto da industrializao sovitica conseguiu evocar esforos hericos, romnticos e'sobre-humanos' entusiastas. 'A palavra entusiasmo, como muitas outras, tinha sidodesvalorizada pela inflao, escreveu Ilya Ehrenburg, 'contudo nenhuma outra palavrase ajustaria melhor aos dias do Primeiro Plano Qinqenal; era pura e simplesmenteentusiasmo o que inspirou o povo jovem a realizar diariamente faanhasespetaculares.' De acordo com outro contemporneo, aqueles dias foram 'um tempo

    romntico, intoxicante ... As pessoas estavam criando com suas prprias mos o queantes parecia mero sonho, e estavam convencidas na prtica de que aqueles planossonhadores eram uma coisa inteiramente realista" (p. 316).

    Expressando sua convico na capacidade do povo sovitico de construir osocialismo, mesmo se Unio Sovitica no se juntassem revolues proletriasvitoriosas na Europa ou Amrica, Lnin declarara: "O comunismo o poder soviticomais a eletrificao do todo o pas."Abordando o problema desta perspectiva, Lnintinha exposto em 1920 um plano para a eletrificao da Rssia que previa a construode 30 estaes de energia, com uma capacidade de 1,75 milho de kW, ao longo de 15

    anos. Realmente, ao chegar o ano de 1935, a URSS estava produzindo 4,07 milhes dekW de eletricidade, superando assim o sonho audacioso de Lnin em 233% - umtributo incrvel ao herosmo e auto-sacrifcio do povo sovitico e determinao esabedoria da direo leninista do PCUS, chefiada por Stalin (Ver 40 Years of SovietPower).

    Tais realizaes gigantescas s poderiam ter sido possveis atravs de umaacumulao interna sem precedentes e, em certa medida, s custas do consumoimediato. Em 1928 os fundos de acumulao alcanaram 3,6 bilhes de rublos,representando 14% da renda nacional. O valor elevou-se a 17,7 bilhes de rublos (44%da renda nacional) em 1932.

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    Tudo isso teve lugar no por causa da sensibilidade do regime sovitico paracom o terrvel infortnio da classe operria; teve lugar para assegurar a sobrevivnciada URSS e do socialismo na URSS. Sem dvida, a Unio Sovitica poderia ter facilmentemelhorado o padro de vida do povo sovitico a um grau muito mais alto do querealmente aconteceu, dando grande nfase ao desenvolvimento da indstria leve,

    produzindo mais bens de consumo, construindo mais casas e assim por diante. Teriaisso assegurado sua sobrevivncia na guerra ento iminente? Ningum deve esquecerque as bestas nazistas saquearam, puseram fogo e destruram 1.710 cidades e mais de70.000 vilas e aldeias, tornando 25 milhes de cidados soviticos desabrigados eprivados de proteo (ver 40 Years of Soviet Power). Somente a industrializao furiosados anos entre 1928 e 1940, com sua nfase na indstria pesada, metalrgica e debens de capital, e o desenvolvimento de uma indstria de armamentos moderna,poderia ter salvo (e salvou) a URSS frente ao violento ataque dos nazistas. Somente talindustrializao, combinada com a coletivizao, poderia ter permitido ao povosovitico ingressar no moderno mundo da maquinaria, arrancar milhes de

    camponeses iletrados de suas vidas medievais.

    Porm, no se conclua disso que as condies de vida da classe operria e docampesinato permaneceram to miserveis quanto sob o regime tzarista. Longe disso.A industrializao e a coletivizao lanaram as bases para a prosperidade da classeoperria e do campesinato soviticos. Em 1934, enquanto havia depresso edesemprego em massa no mundo capitalista, a URSS tinha abolido o desemprego.

    J em 1934, a face da cidade e do campo tinha mudado de forma irreconhecvelcomo resultado do sucesso da industrializao e da coletivizao. Em seu Relatrio ao

    17 Congresso do Partido, ocorrido em janeiro de 1934, esto os termos precisos emque Stalin descreve as mudanas feitas na esteira da industrializao e dacoletivizao:

    "Isto sem dizer que a vitria histrica sobre os exploradores no poderia senolevar a uma melhora radical no padro material do povo trabalhador e em suascondies gerais de vida.

    A eliminao das classes parasitas levou ao desaparecimento da explorao dohomem pelo homem. O trabalho do operrio e do campons est libertado da

    explorao. As rendas que os exploradores usavam para a opresso do trabalho dopovo agora permanecem nas mos do povo trabalhador e esto sendo usadasparcialmente para a expanso da produo e para o ingresso de novos contingentes depessoas trabalhando na produo e parcialmente para o propsito de aumentardiretamente as rendas dos operrios e dos camponeses.

    O desemprego, este flagelo da classe operria, desapareceu. Nos pasesburgueses, milhes de desempregados sofrem escassez e privao devido falta detrabalho; porm, em nosso pas, no existem mais trabalhadores que no tenhamtrabalho e educao.

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    Com o desaparecimento da escravido kulak, a pobreza no campo desapareceu.Cada campons, seja ele um fazendeiro coletivo ou individual, agora tem aoportunidade de gozar de uma existncia humana, bastando que ele queira trabalharconscientemente e no ser um vagabundo, um vadio, um despojado da propriedade dafazenda coletiva.

    A abolio da explorao, a abolio do desemprego nas cidades e a abolioda pobreza no interior so conquistas histricos na condio material do povotrabalhador que esto alm mesmo dos sonhos dos trabalhadores e camponeses nospases burgueses, mesmo nos mais 'democrticos' deles.

    A prpria aparncia de nossas grandes cidades e nossos centros industriaismudou. Um ambiente inevitvel das grandes cidades nos pases burgueses so asfavelas, os assim-chamados distritos da classe operria nos subrbios das cidades -umamontoado de habitaes escuras, midas e dilapidadas, a maioria do tipo poro, onde

    usualmente os pobres vivem na sujeira e maldizem sua sorte. A revoluo na URSSvarreu as favelas de nossas cidades. Elas foram substitudas por blocos de casas detrabalhadores claras e bem construdas; em muitos casos, os distritos da classeoperria de nossas cidades apresentam melhor aparncia que os distritos centrais.

    A aparncia de nossos distritos rurais mudou ainda mais. O velho tipo de vila,com a igreja no lugar mais proeminente, com as melhores casas - aquelas do oficial dapolcia, do padre e dos kulaks-no primeiro plano e os barracos dilapidados doscamponeses no segundo plano esto comeando a desaparecer. Seu lugar est sendotomado por um novo tipo de vila, com suas construes de fazendas pblicas, com seus

    clubes, radio, cinemas, escolas, livrarias e creches. Com seus tratores, colheitaderas,mquinas debulhadoras e automveis. Os personagens mais importantes da vila, oexplorador kulak, o usurrio sanguessuga, o mercador extorsivo, o chefe de polcia'paizinho' desapareceram. Agora, os personagens importantes da vila so ostrabalhadores dirigentes nas fazendas coletivas, nas escolas e nos clubes; os motoristasde tratores e colheitaderas seniores, os chefes de equipe dos trabalhos de campo ecriao de gado e os melhores trabalhadores, homens e mulheres, nos campos dasfazendas coletivas" (Problems of Leninism, pp. 612-619).

    "Ao fim de 1932, a fora de trabalho industrial dobrou em relao a 1928,

    atingindo mais de 6 milhes"(Kuromiya, p. 290).

    No mesmo perodo de quatro anos, diz Kuromiya, em todos os setores, 12,5milhes de pessoas encontraram novos empregos na cidade; 8,5 milhes delas eramantigos camponeses (p. 306).

    A essncia do livro de Kuromiya pode ser resumida na seguinte sentena: Stalinteve sucesso em mobilizar os trabalhadores industriais e outros para a rpidaindustrializao, ao apresentar o problema como o de uma guerra da classe dosoprimidos contra os sabotadores que surgiram em suas fileiras. Comentando isso, LudoMartens, Presidente do Partido da Blgica (PTB), em seu livro recm-publicado UnAutre Regar sur Stalin, fez as seguintes corretas observaes:

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    "Esta idia est correta. No obstante, por meio de obras literrias e histricasestamos constantemente sendo pressionados a identificar aqueles que foramreprimidos nas guerras de classes que ocorreram sob os nomes de industrializao ecoletivizao. Eles nos ensinam que a represso 'sempre desumana' e que no permissvel em um pas civilizado fazer mal a qualquer grupo social particular, seja ele

    realmente explorador ou classificado como tal.

    Como se pode fazer objeo a este argumento supostamente humanista?

    Mas como foi alcanada a industrializao no mundo civilizado? Como nossosbanqueiros e capites da indstria de Londres e Paris criaram sua base industrial?

    Teria sua industrializao sido possvel sem a pilhagem do ouro e da prata dosreis indianos - pilhagem que foi acompanhada pelo extermnio de 60 milhes de ndiosamericanos? Teria sido possvel sem o monstruoso banho de sangue levado a efeito na

    frica, isto , o negcio da escravido? Os experts da UNESCO estimam as perdasafricanas em 210 milhes de pessoas, incluindo aquelas assassinadas em incurses,aquelas mortas em rota e aquelas vendidas na escravatura. Teria nossaindustrializao sido possvel sem a colonizao que transformou povos inteiros emprisioneiros em seu prprio pas?

    Aqueles que industrializaram aquele pequeno canto da terra chamado Europa base de milhes de mortes de 'nativos' esto agora dizendo-nos que a repressobolchevique contra as classes proprietrias era uma coisa abominvel! Aqueles queindustrializaram seu pas base de retirada dos camponeses de suas terras fora de

    armas, que assassinaram mulheres e crianas subjugando-os a 14 horas dirias detrabalho, que foraram as pessoas a trabalhar sob ameaa do desemprego e da fome -estas pessoas ousam lanar ataques em sua literatura contra a industrializao'forada' na Unio Sovitica!

    Se a industrializao sovitica teve de ser feita por meio da represso de 5% quetinham a felicidade de serem ricos e/ou reacionrios, tambm verdadeiro que aindustrializao capitalista nasceu do terror exercido por aqueles mesmo bemsucedidos 5% contra o total das massas trabalhadoras de seus prprios pases e dospases oprimidos" (op. cit., Bruxelas, 1993).

    Enquanto a URSS estava assim se transformando e avanando a passos de setelguas, atravs da atividade criativa e do entusiasmo sem limites das dezenas demilhes de seu povo, que seguiam o PCUS e respondiam como uma s pessoa a seusapelos, este notrio "escritrio de informao da imprensa capitalista sobre matriasreferentes ao PCUS(B)"(Stalin, CW Vol 12, p. 52), a saber, o trotskismo, estava ocupadofazendo alarde sobre a suposta degenerao e burocratizao do Partido. Narealidade, o empreendimento fantasticamente ousado que foi a rpida industrializaoe coletivizao da Rssia no se teria realizado se o Partido no tivesse plantado razesprofundas entre as massas e sem o ativo e entusistico envolvimento destas em suasdezenas de milhes. Mesmo um intelectual pequeno-burgus como Kuromiya tempouca dificuldade em admitir aquilo que os intelectuais pequeno burgueses trotskistas

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    acham to difcil reconhecer. De acordo com Kuromiya, a filiao ao Partido cresceu de1,3 milho em 1928 para 1, 6 milho em 1930. Durante o mesmo perodo, aporcentagem de operrios industriais foi de 5 7% para 65% - sendo 80% dos novosmembros trabalhadores da brigada de choque. Em sua maior parte eram pessoasrelativamente jovens que tinham educao tcnica, ativistas do Konsomol que tinham

    se distinguido como operrios modelo, que estavam ajudando a racionalizar aproduo racional e estavam obtendo altos ndices de produtividade (ver pgs. 319 e115).

    Entre 1930 e 1933, a renda nacional sovitica passou de 35 bilhes para 50bilhes de rublos. Durante o mesmo perodo, a populao sovitica aumentou de 160milhes para 168 milhes, a fora de trabalho industrial em quase 8 milhes (de 14,5milhes para 21,8 milhes). A folha de pagamento de operrios e outros empregadospassou de 13.5 milhes para 34,2 milhes de rublos. Os salrios mdios anuaisaumentaram de 991 rublos para 1.591. O fundo de seguro social para operrios e

    outros empregados cresceu de 1,81 bilho de rublos para 4,61 bilhes.

    O mesmo perodo viu a introduo da jornada de 7 horas em todas as indstriasde superfcie; a introduo da educao elementar compulsria em toda a URSS - oque levou a um crescimento de alfabetizados na populao de 67% em 1930 para 90%ao final de 1933. O nmero de alunos matriculados em escola de todos os grauspassou de 14 milhes em 1929 para 26,4 milhes em 1933. O nmero de crianasrecebendo educao pr-escolar cresceu de 838.000 para 5.917.000. O nmero deinstitutos de educao superior aumentou de 91 em 1914 para 600 em 1933 (todosestes nmeros foram tomados do Relatrio de Stalin ao 17 Congresso do

    PCUS, Problems of Leninism, pp. 620-621).

    Desafiamos qualquer pas burgus a se igualar a estes desenvolvimentos emtudo tempestuosos na URSS daqueles dias.

    Passemos agora da indstria para a agricultura.

    Notas

    1. Em outro escrito, analisando as contradies externas e internas, os obstculos

    externos e internos vitria do socialismo em um s pas, Stalin corretamente afirmouque, enquanto as contradies internas poderiam ser resolvidas e o socialismoconstrudo em um nico pas (a URSS, na poca) isto em si no significava a vitria finaldo socialismo. Isto no garantia a URSS contra a interveno imperialista e arestaurao do capitalismo. Para tal vitria final era necessria a revoluo em vriospases. Eis aqui o que disse Stalin:

    "Enquanto a possibilidade da vitria do socialismo em um s pas significa a

    possibilidade de resolver as contradies internas, que podem ser completamente

    superadas por um pas (o que significa aqui, claro, o nosso pas) a possibilidade da

    vitria final do socialismo implica a possibilidade de resolver as contradies

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    externas entre o pas do socialismo e os pases capitalistas, contradies que s

    podem ser resolvidas como resultado da revoluo proletria em vrios pases.

    Quem quer que confunda estas duas categorias de contradies um tonto

    completo ou um oportunista incorrigfvel" (Social-Democratic Deviation in Our

    Party, Relatrio apresentado na 15aConferencia do PCUS(B), a Io de novembro de1926, Stalin CW Vol 8 p. 278).

    Completos tontos e oportunistas incorrigveis, assim so os trotskistas.

    2. Visto no ter o proletariado europeu tomado o poder, devido, entre outrascoisas, traio da social-democracia oficial, a posio do PCUS referente construoexitosa do socialismo na URSS era o nico caminho revolucionrio. Enquanto o povosovitico, sob a bandeira do marxismo-leninismo e sob a direo correta do PCUS(B),chefiado pelo camarada Stalin, diligentemente cumpriu a tarefa de construo do

    socialismo, e com isso ajudou a desenvolver a revoluo mundial, os tontos eoportunistas incorrigveis trotskistas comeavam sua longa espera, em vo, pelarevoluo mundial. A este respeito, deve-se dizer, que a posio do trotskismo eraidntica quela do kautskismo, o tipo de oportunismo apregoado por aquele mesmoKautsky cuja traio ao proletariado teve to considervel papel na derrota doproletariado europeu, e cuja ideologia colocou-se a servio da burguesia europia emoposio ao bolchevismo, Grande Revoluo de Outubro e construo dosocialismo na URSS. Vale pena apresentar ao leitor uma amostra do kautskismosobre o tema em discusso. Eis o que disse Kautsky, maneira de um ataque aosbolcheviques, em 1918:

    "A revoluo bolchevique baseou-se na premissa de que seria o ponto inicial deuma revoluo europia geral ... De acordo com esta teoria, a revoluo europia ...

    que produziria o socialismo na Europa seria tambm o meio de remover os

    obstculos efetivao do socialismo na Rssia que foram criados pelo atraso

    econmico daquele pas. Isto foi logicamente muito bem pensado e muito bem

    fundamentado, desde que se admitisse a premissa de que a revoluo russa

    inevitavelmente desencadearia a revoluo europia. Porm, e se isto no

    acontecer? ... Nossos camaradas bolcheviques apostaram todas as fichas na

    revoluo europia geral. Como esta no se confirmou, eles foram forados a tomar

    um rumo que os levou a se defrontarem com problemas insolveis" (Kautsky, TheDictatorship of the Proletariat).

    Uma comparao superficial da citao acima com a teoria da 'revoluopermanente' de Trotsky suficiente para tornar evidente que o trotskismo umavariedade do kautskismo.

    3. O trotskismo no aceita a tese de Lnin de que o desenvolvimento econmicodesigual uma lei absoluta do capitalismo. De acordo com Trotsky, o imperialismoabole todas as desigualdades no desenvolvimento econmico dos diversos pases. Aexplorao imperialista, defendeu Trotsky, leva obliterao de qualquerdesigualdade nas condies econmicas dos pases exploradores e explorados. Em

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    1928, por exemplo, Trotsky escreveu sobre "a diminuio do fosso entre a ndia e aInglaterra"! Da posio de rejeio da lei de desenvolvimento desigual do capitalismo,Trotsky passa, em oposio direta ao leninismo, para a errnea - no, contra-revolucionria - concluso de que uma revoluo nacional no possvel, porque, diziao trotskismo, o imperialismo aboliu a economia nacional e criou uma nica economia

    mundial. Justamente, como no pode haver revoluo socialista em uma s parte deum pas (isto , parte de uma economia nacional integrada), ento, dizia o trotskismo.no pode haver uma revoluo nacional, porque a economia nacional parte de umanica economia mundial integrada. Assim, de acordo com o trotskismo, a revoluomundial - uma revoluo em todos os pases do mundo - deve ter lugarsimultaneamente em todos os lugares. Pas aps pas deve alcanar a revoluosocialista numa sucesso rpida, justamente como aconteceria em diferentes partesde um pas em uma revoluo nacional. Se a viso de Trotsky da realidade fossecorreta, no teria havido a construo do socialismo na URSS. Porm, o sucesso daconstruo do socialismo na URSS forneceu a prova viva do abismo que havia entre a

    realidade e o trotskismo, da natureza completamente e incorrigivelmente oportunistado trotskismo, de seu contedo interno contra-revolucionrio.

    4. Na questo do socialismo, como de fato em outras questes, os ataques a Staline ao 'stalinismo' eram quase sempre ataques a Lnin e ao leninismo. Para mostrar acorreo desta afirmao, seria til recorrer a um livro chamado Let History Judge,escrito por um intelectal burgus sovitico de nome Roy Medvedev. Medvedev atacaStalin. porm 'elogia' Lnin. O ataque de Medvedev a Stalin no se baseia emquaisquer fatos ou documentao, mas em meras intrigas e na imaginao frtil de umcrebro burgus cujo produto em termos de inveno ilimitado.

    Mesmo o colunista anticomunista reacionrio Edward Crankshaw, um dos crticosdeste livro no Observer de 26 de Maro de 1972, teve que admitir que Medvedevteve "acesso negado a todos os arquivos oficiais". Isto, contudo, no evitou queCrankshaw concordasse com o ataque de Medvedev a Stalin e o admirasse, sendo omotivo para isso o fato de que seria "este livro o drama elevado de um indivduotalentoso lutando em busca da verdade, guiado apenas por sua luz interior". assimque a verdade estabelecida pelo pensamento burgus, isto , ignorandocompletamente os fatos e apoiando-se na "na luz interior" de algum.

    Crankshaw segue dizendo: "Porm, alm de ser histria de uma poca e um atode homenagem s inmeras vtimas e aos sofrimentos do povo sovitico como um

    todo, sua narrativa tem acima de tudo o objetivo de estabelecer as bases necessrias

    no apenas para a rejeio absoluta das tentativa de atribuir grandeza a Stalin mas

    tambm, mais profundamente, para a abertura de uma discusso inteligente da

    natureza da revoluo de Lnin e de sua perverso.

    Aqui onde Laocoonte1

    surge. Como o Professor Joravsky (cuja edio merece

    todo louvor) assinala em sua introduo, grande parte do impacto extraordinrio do

    livro como um todo deriva da tenso constante criada pelas contradies inerentes

    sua tese central. Como diagnosticar o "desastre" stalinista sem condenar o sistema

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    sovitico e seu progenitor, Lnin? Ns caminhamos com o autor sobre um fio de

    navalha."

    Como est certo o Professor Joravsky ao detectar esta contradio inerente! Eleest muito certo ao destacar que a "doena stalinista" no pode ser

    diagnosticada "sem condenar o sistema sovitico e seu progenitor, Lnin". Todatentativa deste gnero fracassa, e todos os que condenam o 'Stalinismo' estoobrigados a acabar condenando o leninismo. No toa que Crankshaw termina suacrtica expressando a esperana de que Medvedev "possa ainda um dia corrigir afraqueza [a incapacidade de Medvedev de diagnosticar a "doena stalinista" pelacondenao de Lnin], o que seria uma faanha muito notvel.

    De forma parecida, Mervin Jones, em sua crtica do mesmo livro (New Statesman,14 abril de 1972), comenta que "mesmo seus captulos analticos respondem aquesto 'Como?' mais do que a questo 'Por qu?'. Ele adota sem objeo a doutrina

    das 'normas leninistas', assume que Lnin esteve sempre certo e diz-nos que Stalin'liquidou quase completamente a democracia socialista que era um dos principais

    resultados da revoluo de Outubro' - sem perguntar quanto esta democracia tinha

    sido erodida na poca de Lnin, e ainda menos se ela realmente existiu. Ele at

    mesmo traa um contraste entre a polcia secreta Stalinista e a Cheka, escrupulosa,

    humana, que afinal de contas liquidou 6.000 pessoas sem julgamento em 1918 e foi

    autorizada por Lnin a embarcar em um 'terror vermelho macio'. Diz-nos que a

    teoria da revoluo permanente de Trotsky estava 'errada' e que a teoria da

    acumulao primitiva de Preobrazhensky estava 'incorreta', despachando

    sumariamente questes altamente complexas. O pior lapso surge quando Medvedev

    afirma solenemente que Beria era um agente antibolchevique em 1919 e que isso foi'estabelecido' por seu julgamento em 1953 - um julgamento que foi certamente

    secreto e provavelmente no existiu. Infelizmente difcil mesmo para o mais

    honesto produto do regime sovitico livrar-se dessa camisa-de-fora mental."

    Em outras palavras, Mervyn Jones diz que no se pode condenar Stalin semcondenar o sistema sovitico e o leninismo. E ele est certo. Certamente, no precisodizer, Mr. Jones gostaria de ver condenado no apenas o 'stalinismo' mas tambm oleninismo e o sistema sovitico. Os revolucionrios, entretanto, extrairiam a liooposta e no deveriam condenar Stalin, pois tal condenao conduz diretamente

    condenao do leninismo e do sistema sovitico. Stalin no fez mais nem menos doque aplicar o leninismo s condies da URSS na construo do socialismo. Pode-seassim ver que, quando os trotskistas, revisionistas e outros condenam Stalin, eles estode fato condenando o leninismo, a despeito de alguns desejos subjetivos em contrrioque alguns desses cavalheiros podem ter.

    Podemos tambm acrescentar que, mesmo antes da revoluo de Outubro, oPartido Bolchevique, no propriamente Lnin como um indivduo, estavacomprometido com a construo do socialismo na Rssia, no caso de o Partidoascender ao poder. No 6o Congresso do Partido Bolchevique, em Agosto de 1917, foi

    apresentada uma moo no sentido de que os operrios russos deveriam "desdobrartodos os esforos para conquistarem o poder do Estado ... e, em aliana com o

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    proletariado revolucionrio dos pases avanados, dirigi-lo para a paz e a

    reconstruo socialista da sociedade". Preobrazhensky, que mais tarde tornou-semembro da oposio trotskista, props que a moo fosse emendada para "dirigi-lopara a paz e, no caso de uma revoluo proletria no Ocidente, para o socialismo".

    No Congresso, Stalin, representando Lnin, que permanecia clandestino na poca,ops-se emenda de Preobrazhensky e disse:

    "Eu sou contra tal emenda. No se exclui a possibilidade de que a Rssia ser o

    pas que desbravar a estrada para o socialismo. Nenhum pas at aqui tem

    conjugado tal liberdade no tempo da guerra como a Rssia fez, ou tem tentado

    introduzir o controle da produo pelos operrios. Em nosso pas, os operrios esto

    apoiados pelos estratos mais pobres do campesinato. Por ltimo, na Alemanha o

    aparato estatal incomparavelmente mais eficiente do que o aparato imperfeito de

    nossa burguesia ... Devemos descartar a idia antiquada de que s a Europa pode

    mostrar-nos o caminho."

    A emenda de Preobrazhensky foi derrotada.

    Est claro que, mesmo antes da revoluo de outubro, o Partido Bolcheviqueestava comprometido com a construo do socialismo na Rssia. Somente osoportunistas incorrigveis querem esconder este fato dos operrios.

    1 Nota do tradutor: Laocoonte o personagem mitolgico que advertiu contra aaceitao do presente dos gregos - o cavalo - pelos troianos).

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    Captulo 6

    Coletivizao -A Construo do Socialismo no Campo

    O papel da direo

    "A propriedade socializada ", esperamos j ter mostrado, no constri aindstria socialista automaticamente. "A propriedade socializada" igualmenteincapaz de reorganizar a agricultura em bases socialistas. E aqui outra vez, como nocaso da poltica de industrializao socialista, polticas errneas sobre a questo dacoletivizao tiveram que ser enfrentadas e derrotadas. A poltica leninista,bolchevique, correta teve de batalhar por sua vitria contra as polticasantibolcheviques. Quais foram, ento, estas polticas erradas?

    A poltica do grupo Bukharin-Ryov sobre a coletivizao

    A primeira dessas polticas erradas foi perseguida por Bukharin, Rykov eTomsky. Esta poltica era a favor do abandono do ataque socialista aos kulaks nocampo, reduzindo a taxa de crescimento industrial e confiando mais nos indivduos doque na fazenda coletiva. Esta poltica teria criado problemas insuperveis no caso doscereais, e os elementos capitalistas no campo - os kulaks - teriam sido capazes de ditarregras ao governo sovitico. Bukharin tinha de fato lanado aos kulaks o slogan FiquemRicos. O Comit Central do Partido imediatamente condenou este slogan (a despeitodas manifestaes em contrrio de Trotsky), e Bukharin foi forado a escrever umartigo retirando tal slogan.

    A poltica de Trotsky e Zinoviev sobre a coletivizao

    A segunda dessas polticas erradas foi aquela advogada por Trotsky e Zinoviev.Esta poltica era repleta de aventureirismo, porque propugnava um ataqueaos kulaks prematuramente em 1925, antes que o proletariado tivesse feito umaaliana com o campesinato mdio e antes que os fazendeiros ricos tivessem sidosubstitudos pela fazenda estatal sovitica e pelas fazendas coletivas na esfera daproduo de gros.

    Os elementos capitalistas no campo - os kulaks - s poderiam ser eliminadospor uma luta de classes implacvel. Para esta luta de classes, o proletariadonecessitava de uma aliana firme com o campesinato mdio. Esta aliana s poderiaser consolidada pela converso do campesinato mdio coletivizao. Isto, por suavez, s poderia ser alcanado quando a indstria estivesse suficientementedesenvolvida para dar apoio ativo, real, ao campesinato pelo fornecimento detratores, outras mquinas agrcolas e fertilizantes e quando o Estado fosse capaz deadiantar crditos. Por ltimo, mas no menos importante, o campesinato mdio tinhade ser persuadido com base em sua prpria experincia e pelo exemplo - no pelacoero ou pela fora - a converter-se de fazendeiro individual em fazendeiro coletivo.E a, como veremos adiante, um papel de inestimvel importncia foi desempenhado

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    pelas fazendas estatais e pelas estaes de mquinas e tratores que se disseminarampelo pas. A fazenda estatal Shevshenko estabeleceu a primeira estao de mquinas etratores e ajudou o campesinato circundante com o emprstimo do maquinrio. Osucesso de medidas como essa, o desenvolvimento da indstria ao ponto de ser capazativamente de dar apoio ao campesinato e a capacidade do estado de fornecer

    crditos seriam todos responsveis por levar o campons mdio fazenda coletiva e,assim, fortalecer a aliana entre a classe operria e o campesinato mdio. Estefortalecimento da aliana, por sua vez, causaria uma virada firme na poltica sovitica arespeito dos kulaks - de uma poltica de mera restrio aos kulaks, o Partido adotou apoltica de eliminar os kulaks como classe. Isto, e apenas isto, explica porque no erapossvel atacar os kulaks em 1925, porm isso se tornou possvel em 1930. Aeliminao da classe dos kulaks no se realizaria por meros 'decretos', como foiproposto por Trotsky e Zinoviev em 1925. S poderia ser realizada por uma luta declasses implacvel no campo - uma luta de classes para a qual o proletariadonecessitava da firme aliana com o campesinato pobre e mdio - e para cuja luta o

    proletariado no estava preparado em 1925. Contudo, em 1930, todas as condiesnecessrias existiam para esta luta de classes implacvel contra os kulaks.

    Por estas razes pode-se ver que a poltica advogada por Trotsky e Zinoviev eraainda mais perigosa do que a advogada pelo grupo Bukharin-Rykov. Se seguida em1925, teria isolado o governo sovitico e a classe operria do campesinato mdio, queteria sido recrutado pelo campesinato rico. Esta poltica teria colocado o governosovitico em "coliso hostil", para usar a expresso favorita de Trotsky, com a maiorparte do campesinato e, assim, anteciparia o cumprimento das profecias de morte,destruio e desespero de Trotsky.

    Ambos os tipos de poltica antes mencionados estavam extremamente erradas.Elas tinham uma coisa em comum: se seguidas, teriam levado dominao doselementos socialistas pelos elementos capitalistas e, ao final, derrota da ditadura doproletariado. Assim, sua essncia era a mesma, embora no a forma em que elas seexpressavam. Em termos de forma, a poltica de Bukharin, Rykov e Tomsky eraoportunista-direitista, enquanto a de Trotsky e Zinoviev era aventureirista-esquerdista.

    A forma somente importante porque o aventureirismo esquerdista,disfarado como em frases ultra-revolucionrias, mais difcil de detectar e

    combater. Porm, no h a mais leve dvida de que ambos os tipos de oportunismodentro da classe operria constituem um apoio real e poderoso burguesia.

    Crticas de Stalin dessas polticas equivocadas

    Criticando os trotskistas e os bukharinistas por suas polticas errneas sobre aquesto da luta contra os kulaks e concentrando seu ataque sobre os trotskistas, ocamarada Stalin disse:

    "Ambos os desvios [isto , o que subestimava os kulaks e o que procuravadestru-los imediatamente] so perigosos; ambos so ruins; no devemos perdertempo discutindo se um deles pior do que o outro. Porm, uma necessidade prtica

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    discutir com qual deles estamos mais preparados para lutar. Se vocs perguntarem se oPartido est melhor preparado para encetar uma luta implacvel contra os kulaks ou(ignorando os kulaks, por enquanto) entrar em uma aliana com o campesinato mdio,acredito que noventa e nove comunistas em cada cem diriam que o Partido estmelhor preparado para agir em torno de um slogan: 'Vamos enfrentar os kulaks!' Se

    fssemos deixar aqueles camaradas seguirem seu caminho, os kulaks reagiriamprontamente. A respeito da poltica rival, a poltica daqueles que, em lugar detentarem destruir os kulaks de imediato, querem perseguir o plano mais complicado deisol-los, entrando em aliana com o campesinato mdio - isto algo que oscamaradas no esto prontos para aceitar. Da porque acredito que o Partido, em sualuta contra esses dois desvios, deve concentrar seu fogo sobre o segundodesvio [procurando destruir os kulaks imediatamente]" ("Stalin, Discurso deAbertura no 14 Congresso do Partido).

    A este respeito tambm pode-se ver que o infortnio de Trotsky decorre da

    teoria da 'revoluo permanente', a essncia da qual uma desconfiana docampesinato, uma falta de confiana no fato de que, sob as condies da ditadura doproletariado - sob a liderana da classe operria - as massas bsicas do campesinatopodem ser recrutadas para o trabalho de construo socialista, e uma falta deentendimento do papel das diferentes fraes do campesinato nos diferentes estgiosda revoluo e aps a revoluo socialista.

    Tudo isso - a necessidade de uma poltica e uma direo correta, almda "propriedade socialista"- est claro para qualquer um, mas no, ao que parece, paraos trotskistas e a intelligentsia burguesa. Por isso que nos foi necessrio prefaciar o

    tpico da coletivizao com uma reiterao das verdades elementares que j forampronunciadas mil vezes antes; foi necessrio no apenas contestar o Trotsky mortomas tambm enfrentar e colocar um basta nas distores e na corrupo que ostrotskistas contemporneos esto praticando com os operrios - especialmente nossajuventude, que tem a tendncia de ser seduzida pelo palavreado pequeno-burgus;porque apareceram "marxistas" ["Pobre Marx!", disse Lnin uma vez) que negam opapel de uma poltica correta, de uma direo correta e de uma teoria correta.Voltemos coletivizao.

    1927: A agricultura se atrasa em relao indstria

    Em 1927, houve rpido crescimento da indstria socialista de larga escala.Porm, o quadro era muito diferente no caso da agricultura. Embora a produoagrcola como um todo tivesse alcanado o nvel de antes da guerra, a produo degros foi apenas de 91% do nvel pr-guerra.

    Para tornar a coisa pior, a parte comercializada da produo de gros - aquantidade de gros vendida para suprir as cidades - mal alcanou 37% do quadro dopr-guerra. O processo de diviso de grandes fazendas em pequenas fazendas e daspequenas fazendas em fazendas ainda menores tinha ido muito longe.

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    Se se deixasse continuar esse estado de coisas na esfera da agricultura, apopulao urbana e o exrcito teriam enfrentado fome crnica. O nico caminho

    para resolver esta situao foi uma mudana no sentido da fazenda de grande escala,que permitiria o uso de tratores e de outras maquinas agrcolas modernas e com isso

    aumentar a produo de alimentos, bem como da parte comercializvel. O Estadosovitico tinha uma alternativa: poderia adotar a fazenda capitalista de grande escala,o que teria arruinado as massas do campesinato, destrudo completamente a alianaentre a classe operria e o campesinato e fortalecido enormementeos kulaks, impedindo assim para sempre a possibilidade de construo do socialismono campo; ou poderia adotar a alternativa socialista de amalgamento do campesinatopequeno, reunido em fazendas socialistas de grande escala, que no somentepermitiria o uso dos tratores e maquinrio para aumentar a produo agrcola, comotambm fortaleceria a aliana entre a classe operria e o campesinato e causaria umabalo nos kulaks e seus sonhos de restaurao do capitalismo.

    O Estado sovitico e o Partido Bolchevique poderiam somente, em vista do quetem sido dito, escolher, e de fato o fizeram, a segunda alternativa - o desenvolvimentoda agricultura por meio das fazendas coletivas em grande escala. Ao fazer tal escolha,o Partido Bolchevique foi guiado pelos seguintes preceitos de Lnin com respeito necessidade de passar da pequena fazenda camponesa para a fazenda coletivacooperativa de grande escala:

    "No h como escapar da pobreza pela pequena fazenda" (Selected Works, Vol.8, p. 195).

    "Para que o fazendeiro campons possa desenvolver-se mais, devemosfirmemente assegurar tambm sua transio para o prximo estgio, e este prximoestgio deve inevitavelmente ser aquele em que as fazendas de camponeses isolados,as menos lucrativas e mais atrasadas formaro, por um processo de fuso gradual, asfazendas coletivas de grande escala" (Selected Works, Vol. 9, p. 151).

    "Se continuarmos como antigamente com nossas pequenas fazendas, ainda nosdefrontaremos com a runa inevitvel" (Selected Works, Vol. 6, p. 198).

    "Somente se tivermos xito em fornecer aos camponeses na prtica asvantagens da fazenda comum, coletiva, cooperativa, a classe operria, que detm opoder do Estado, ser realmente capaz de convencer os camponeses da correo desua poltica e assegurar a fidelidade real e duradoura dos milhes de camponeses"(Selected Works, Vol. 8, p. 198).

    O 15 Congresso do Partido - a coletivizao

    0 15 Congresso do Partido foi aberto em 2 de dezembro de 1927. Em seurelatrio em nome do Comit Central, o camarada Stalin, enquanto se referia expanso rpida da indstria socialista, estabeleceu para o Partido as seguintestarefas:

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    "Estender e consolidar nossas posies socialistas chaves em todos os ramoseconmicos, na cidade e no campo, e seguir o rumo da eliminao dos elementoscapitalistas da economia nacional."

    Assinalando o atraso da agricultura, devido s pequenas fazendas individuais,

    que impediam o uso do maquinrio e estavam pondo em perigo o Estado sovitico, ocamarada Stalin perguntava:

    "Qual o caminho?"

    Ele prprio respondia:

    "O caminho transformar as pequenas fazendas camponesas e dispersas emunidades fazendrias grandes, baseadas no cultivo comum do solo, introduzir o cultivocoletivo do solo sobre a base de uma tcnica nova e mais elevada. O caminho unir as

    fazendas camponesas pequenas e minsculas gradual e seguramente, no pelapresso mas pelo exemplo e a persuaso, em fazendas grandes baseadas no cultivocomum, cooperativo, coletivo do solo, com o uso das mquinas e tratores agrcolas e osmtodos cientficos da agricultura intensiva. No h outro caminho."

    O 15 Congresso aprovou uma resoluo conclamando ao desenvolvimentomais pleno da coletivizao da agricultura. O Congresso tambm deu diretivaspara "Desenvolver uma ofensiva contra os kulaks e adotar uma srie de medidas querestrinjam o desenvolvimento do capitalismo no campo e orientem o fazendeirocampons no rumo do socialismo."(Resoluo do PCUS(B)).

    Finalmente, confiando em que este planejamento econmico tinha deitadorazes firmes e com a ajuda da eliminao sistemtica de todos os elementoscapitalistas e pela construo do socialismo, o Congresso instruiu as agnciasapropriadas a executarem o Primeiro Plano Qinqenal para o desenvolvimento daeconomia sovitica.

    A oposio do grupo Bukharin-Rykov coletivizao

    Quando, em seguida ao 15 Congresso do Partido, a coletivizao teve curso e oPartido assumiu a ofensiva contra os kulaks, apareceu um grupo de oportunistas dedireita, liderados por Bukharin e Rykov. O grupo Bukharin-Rykov ops-se poltica doPartido de coletivizao; eles repeliam as medidas de emergncia que o Partido tinhaadotado contra os kulaks e apresentavam a decadncia das fazendas kulaks como adecadncia da agricultura. O grupo Bukharin-Rykov declarava que nada de bom sairiada coletivizao, que o enriquecimento dos kulaks no representava nenhum perigopara o socialismo, se deixado que os kulaks 'crescessem' por si para o socialismo. A fimde fornecer uma justificativa terica para esses argumentos, eles lanaram mo dateoria do 'apaziguamento da luta de classes' segundo a qual, com cada avano dosocialismo, a luta de classes ser mais suave; que os kulaks 'cresceriam' pacificamenteno socialismo e, conseqentemente, no seria necessrio conduzir uma luta vigorosacontra eles; que a luta de classes seria amenizada mesmo antes de o inimigo ter sidodestrudo. Atravs desta absurda e traioeira teoria, o grupo Bukharin-Rykov fez uma

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    tentativa decidida de lanar ao mar e substituir as famosas e corretas teses doleninismo, de que com cada avano do socialismo a luta de classes se torna mais aguda- de que a classe inimiga multiplica por cem suas tentativas, recorrendo a todos equaisquer meios sua disposio para derrotar o socialismo e restaurar seu 'parasoperdido', isto , o capitalismo.

    A similaridade na essncia entre as teorias trotskista e bukharinista

    Aprendendo com os pronunciamentos na imprensa, os kulaks confiavam queno estavam sozinhos em sua oposio construo do socialismo na URSS e quetinham apoio tambm dentro do no Partido Bolchevique. Por um lado, havia o grupoliderado por Trotsky e Zinoviev, que entendia que o socialismo no podia serconstrudo em um nico pas atrasado como a Rssia. Eles iriam com toda fora opor-se poltica do Partido, no 14 Congresso e da em diante. Por outro lado, havia ogrupo Bukharin-Rykov. Este grupo estava em oposio ao Partido na questo da

    coletivizao e entendia que no havia necessidade de uma ofensiva contraos kulaks, e que eles deveriam 'crescer' at chegarem ao socialismo. V-se assim que, adespeito das diferenas de forma, no havia diferena em essncia entre oscapitulacionistas trotskistas e zinovievistas, que defendiam que o socialismo no podiaser construdo na Rssia atrasada e o grupo Bukharin-Rykov, de oportunistas dedireita. A nica diferena era que os capitulacionistas trotskistas e zinovievistas foramcapazes por algum tempo de esconder seu carter capitulacionista, sob a mscara devociferaes 'revolucionrias' 'esquerdistas' acerca da 'revoluo permanente',enquanto o grupo Bukharin-Rykov de oportunistas de direita no podia esconder suanatureza capitulacionista quando defendendo, como faziam, abertamente e sem

    mscara, as foras capitalistas na URSS, em particular os kulaks.

    Assim, est claro que estava lanada a base para o encontro das duastendncias oportunistas e reacionrias e sua transformao em uma nica frente nicacontra o Partido. A teoria da 'revoluo permanente' e a teoria do 'apaziguamento daluta de classes' levavam inexoravelmente as duas tendncias oportunistas a um pontode encontro comum. O inevitvel aconteceu: as duas tendncias oportunistasencontraram-se e uniram-se em sua oposio poltica revolucionria do PartidoBolchevique e formaram uma oposio compacta e slida ao Partido. A partir da,ento, os capitulacionistas trotskistas e zinovievistas e o grupo bukharinista de

    oportunistas de direita passaram a agir em conjunto. Falaremos mais sobre issoquando tratarmos dos julgamentos de Moscou.

    A resistncia dos kulaks e as medidas tomadas pelo Partido para conter esta

    resistncia

    Os kulaks compreenderam muito rapidamente que grande reserva de apoio efora para a sua posio eles tinham no ponto de vista da oposio. Sabiam que noestavam sozinhos; eles tinham defensores como Bukharin, Rykov, Trotsky, Zinoviev eoutros. Esta percepo no podia seno endurecer a resistncia dos kulaks polticado Partido e do governo sovitico. Os kulaks se recusaram em massa a vender grosexcedentes ao Estado sovitico. Recorreram a assassinatos e terrorismo contra os

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    operrios do Partido, os funcionrios do governo e os fazendeiros coletivos, eincendiaram fazendas coletivas e silos estatais.

    O Partido chegou concluso de que os kulaks tinham de ser derrotados embatalha abertamente, plena vista do campesinato; que, a menos que a resistncia

    dos kulaks fosse quebrada, a classe operria e o Exrcito Vermelho sofreriam fomecrnica, o movimento pela coletivizao seria paralisado e os kulaks seriam capazes deditar os termos ao Estado sovitico e finalmente derrot-lo.

    O Partido, ento, lanou uma ofensiva determinada contra os kulaks e, deacordo com as decises do seu 15 Congresso, o Partido ps em prtica oslogan: Apoiar-se firmemente no campesinato pobre, fortalecer a aliana com ocampesinato mdio e empreender uma luta resoluta contra os kulaks. Os kulaks serecusavam a vender os gros excedentes. O Partido e o governo responderamaplicando o artigo 107 do Cdigo Penal, que dava competncia s Cortes para

    confiscarem os gros excedentes dos kulaks, no caso de sua recusa a vend-los aoEstado a preos fixos. Ao campons pobre foi garantida uma srie de privilgios, e 25%do gro confiscado foram postos sua disposio. As diversas outras medidas deemergncia adotadas pelo Partido tiveram o efeito de levar o campesinato pobre emdio a juntar-se luta resoluta contra os kulaks, isolando-os e fazendo avanar omovimento da fazenda coletiva, ao mesmo tempo que era eliminado o problema deescassez de gros. O resultado foi que, ao final de 1928, o Estado sovitico tinhaestoque suficiente de gros sua disposio.

    A derrota dos bukharinistas na organizao do Partido em Moscou

    medida que a ofensiva do socialismo contra os kulaks se intensificou,tambm o grupo Bukharin-Rykov intensificou sua atividade anti-Partido. Este grupo foicapaz de ganhar o apoio de pessoas ocupando altos postos na organizao do Partidoem Moscou, como Uglanov, Kotov, Ukhanov, Ryutin, Yagoda, Polonsky e outros. Emreunies da organizao do Partido em Moscou e na imprensa alegou-se que atributao pesada sobre os kulaks estava errada, que deveriam ser feitas concesses aeles e que o desenvolvimento da indstria pesada era prematuro. A construo dosistema hidroeltrico do Dnieper sofreu oposio de Uglanov, que props que odinheiro a ele destinado fosse gasto na construo da indstria leve, e que nenhuma

    obra de engenharia de envergadura fosse construda em Moscou. Uglanov e outrosforam contrariados pela organizao do Partido em Moscou, que apoiou mais do quenunca o Comit Central do Partido. A necessidade de uma luta determinada contra osdesvios oportunistas no Partido, com o fogo concentrado no desvio de direita nestapoca, foi apresentada pelo camarada Stalin em uma Plenria do Comit de Moscoudo PCUS(B), ocorrida em 1928:

    "O triunfo do desvio direitista em nosso Partido liberaria as foras docapitalismo, enfraqueceria as posies revolucionrias do proletariado e aumentaria aschances de restaurao do capitalismo em nosso pas" (Problems of Leninism).

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    A despeito da oposio dos kulaks e dos trotskistas e bukharinistas, omovimento das fazendas coletivas continuou a se desenvolver. Superando todas asdificuldades - externas e internas - uma por uma, o Partido e o governo soviticocontinuaram o trabalho de construo com sucesso do socialismo na URSS,construindo a indstria pesada, desenvolvendo as fazendas estatais e as fazendas

    coletivas e lanando as bases para adoo e execuo do primeiro Plano Qinqenal.

    A 16a

    Conferncia do Partido

    O Partido realizou sua 16a Conferncia em Abril de 1929 e adotou o primeiroPlano Qinqenal para a construo do socialismo.

    "A tarefa fundamental do Primeiro Plano Qinqenal", disse Stalin, "era criarem nosso pas uma indstria que fosse capaz de reequipar e reorganizar, no apenas oconjunto da indstria, mas tambm o transporte e a agricultura - sobre a base do

    socialismo"(Stalin, Problemas of Leninismo).

    A Conferncia tambm aprovou um apelo a toda a populao operria,conclamando-a a prosseguir no desenvolvimento da emulao socialista.

    O rpido crescimento das fazendas coletivas

    Sem desanimar face imensido do Plano, as massas do povo soviticoresponderam a este chamado com uma nova onda de entusiasmo trabalhista erapidamente assumiram a tarefa de pr em prtica o Primeiro Plano Qinqenal.

    Desta vez os camponeses no ficaram atrs. Os camponeses se voltaram cada vez maisa favor da fazenda coletiva, como um resultado do que viam nas fazendas estatais enas estaes de mquinas e tratores. Os camponeses visitavam as fazendas estatais eas estaes de mquinas e tratores, observavam as operaes dos tratores e outrasmaquinarias agrcolas, admiravam seu desempenho e a partir da resolviam ingressarnas fazendas coletivas. Foi desta maneira que o movimento da fazenda coletiva sedesenvolveu, isto , os camponeses foram persuadidos pela natureza superior dasfazendas estatais e do maquinrio agrcola a ingressar nas fazendas coletivas - no peloemprego das armas ou pelo uso da fora, como afirmam os agentes pagos e no pagosda burguesia - os trotskistas, os professores burgueses eruditos e os intelectuais

    burgueses.

    Contudo, isto no significa que o Estado proletrio no tenha usado de foracontra os kulaks e seus agentes, os sabotadores e traidores que recorreram aassassinatos e sabotagem para se opor construo do socialismo e que desejavamrestaurar o capitalismo. A ditadura do proletariado exerceu sua ditadura sobreos kulaks, sobre a minoria dos exploradores, no interesse mais amplo da maioria dopovo sovitico - os trabalhadores e os camponeses - no sentido de assegurar que oscapitalistas dominantes no assumissem o poder outra vez. O Estado proletrioexerceu sua ditadura porque este era exatamente o propsito especifico para o qualele existe. No teramos plena justificativa de reprov-lo se no agisse assim,cumprindo uma de suas funes principais? Para tornar mais clara a posio marxista

  • 8/7/2019 Trotskismo x Leninismo - Parte II - Socialismo em um S Pas

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    Trotskismo x Leninismo - Lies Da histria Parte II

    Comunidade Josef Stlin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Pgina 32

    sobre o tema da ditadura do proletariado e refutar as mentiras e difamaes dostrotskistas e outros reacionrios contra a ditadura do proletariado na URSS e contra ocamarada Stalin, citaremos Marx e Engels, para mostrar o que eles diziam sobre otema da ditadura do proletariado, a propsito da Comuna de Paris:

    Marx: "Quando os operrios substituem a ditadura da burguesia por suaditadura revolucionria ... com o objetivo de quebrar a resistncia da burguesia ... osoperrios revestem o Estado com uma forma revolucionria e transicional..."

    Engels: "... se o Partido vitorioso [em uma revoluo] no quer ter lutado emvo, deve manter este domnio por meio do terror que suas armas inspiram aosreacionrios. Teria a Comuna de Paris subsistido apenas um dia se no tivesse feito usodesta autoridade do povo armado contra a burguesia? No se deveria, ao contrrio,reprov-la se no a tivesse usado o bastante?..." (Sobre Autoridade).

    Engels: "Como, portanto, o Estado apenas uma instituio transicional, que usada na luta de classes, na revoluo, a fim de manter o domnio sobre os adversriospela fora, puro contra-senso falar de um Estado popular liberal: na medida em que oproletariado ainda usa o Estado, no o usa nos interesses da liberdade,

    porm com a finalidade de subjugar seus advers