trombose associada a cancro como diagnosticar? perspetiva ... · sexo masculino 10 insuficiência...

29
Ricardo Jorge Teixeira Pinto Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil T rombose A ssociada a C ancro Como Diagnosticar ? Perspetiva Clínica

Upload: dangdang

Post on 01-Dec-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Ricardo Jorge Teixeira PintoInterno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil

Trombose Associada a CancroComo Diagnosticar? Perspetiva Clínica

Page 2: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Panorama Geral

§ Tromboembolismo Venoso em Oncologia

§ Fatores de Risco Trombóticos

§ Tromboembolismo Venoso

§ Trombose Venosa Profunda

§ Tromboembolismo Pulmonar

§ Trombose em Locais Não Habituais

§ Algoritmos de Diagnóstico de TEV

§ Scores de Probabilidade Clínica

§ Avaliação Laboratorial: D-Dímeros

§ Profilaxia de Tromboembolismo

§ Conclusão

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Page 3: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Venoso em Oncologia

Incidência aumentada de TEV

§ Melhoria dos métodos e meios de diagnóstico

§ Novos tratamentos aumentam o risco de TEV

§ Aumento da sobrevivência do doente

§ Valorização do TEV no doente oncológico:

§ Suspensão e atraso do tratamento oncológico

§ Requer tratamento a longo prazo (risco aumentado de recorrências)

§ Elevados custos para o doente e para a sociedade

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Investimento científico no Estudo da Patofisiologia da coagulopatia em oncologia!

Gregory C. Connolly, Alok A. KhoranaThrombosis Research 125 Suppl. 2 (2010) S1–S7

Page 4: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Venoso em Oncologia

Tromboembolismo Venoso (TEV)

§ Complicação mais frequente em doentes oncológicos

§ 2ª causa de morte na população oncológica (1ª causa é a metastização)

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

DBODSP4-20% doentes

oncológicos têm TEV

TEV em 50% de doentes oncológicos autopsiados

UFW20% dos doentes com TEV

têm neoplasia ativa

4-12% dos doentes com TEV idiopático tem um cancro subjacente

Elyamany G et al; Clinical Medicine Insights Oncology, 2014 | Gregory C et al; Khorana Thrombosis Research, 2010

Page 5: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Fatores de Risco para TEV | Oncologia

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Localização

EstadioMaior para estadios avançados

HistologiaMaior para Adenocarcinoma

Tempo após Diagnóstico Maior nos primeiros 3-6 meses

Cancro

Quimioterapia

AntiangiogénicosTalidomida, Lenalidomida

Terapia Hormonal

Agentes Estimuladores da Eritropoiese

Transfusões

Dispositivos Acessos Venosos

Radioterapia

Cirurgia > 60 min

Tratamento

Idade Avançada

RaçaMaior Afro-americanos, menor em Asiáticos

ComorbilidadesInfeção, doença renal,doença pulmonar, trombose arterial

Obesidade

Antecedentes de TEV

Mutações Pró-trombóticas

Doente

Plaquetas

≥ 350000/µL

Leucócitos

> 11000/µL

Hemoglobina

< 10 g/dl

D-Dímeros

> 1.44 µg/ml

P-Selectina

≥ 53.1 mg/ml

Biomarcadores

Lyman GH. Venous thromboembolism in the patient with cancer. Cancer 2011;117:1334–1349

Page 6: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Trombose Venosa Profunda

Sintomas frequentes:§ Dor gemelar ou região da coxa§ Hipersensibilidade§ Edema do Membro Inferior§ Rubor (vermelho a violáceo)§ Sinal de Homans (dor com dorsiflexão do pé)

Sintomas pouco frequentes:§ Febre§ Sinais de Infeção local/sistémica

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Presença de coágulo sanguíneo que se desenvolve a nível dos trajetos

venosos profundos podendo dificultar ou bloquear o retorno venoso.

Schutgens RE. et al; Clinical diagnosis of venous thromboembolism; Circulation, 2013

TVP responsável por

25% casos de doentes

com estes sintomas

Page 7: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Trombose Venosa Profunda

Diagnóstico Diferencial

§ Síndrome Pós-Trombótico

§ Celulite ou Linfadenite

§ Trauma / Hematoma de Tecidos Moles

§ Lesão ou rutura muscular

§ Quisto de Baker (com ou sem rutura)

§ Tendinite / Artrite / Miosite / Sinovite

§ Edema Sistémico / Linfedema

§ Insuficiência Venosa Crónica

§ Compressão Venosa Extrínseca

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Schutgens RE. et al; Clinical diagnosis of venous thromboembolism; Circulation, 2013Taylor SL et al; Differential diagnosis of low limb venous thrombosis; Thrombosis and Hamostasis, 2016

Page 8: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Pulmonar

§ Largo espectro sindromático (assintomático a morte súbita)

§ TEP Agudo vs TEP Crónico

§ Evento Idiopático vs Evento Provocado

§ Sequelas incapacitantes a longo prazo

§ Prognóstico dependente de múltiplas variáveis

§ Aspetos mecânicos do trombo

§ Reserva funcional do doente

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Obstrução do fluxo arterial pulmonar por presença de trombo, tumor,

ar ou gordura, originado noutro local a montante do sistema venoso.

Schutgens RE. et al; Clinical diagnosis of venous thromboembolism; Circulation, 2013

Page 9: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Pulmonar

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Sintomas Comuns %

73%Dispneia Súbita

44%Dor Pleurítica

34%Tosse / Hemoptise

28%Ortopneia

44%Dor na Região Gemelar

41%Edema Membro Inferior

21%Pieira

Stein PD et Al; Signs and symptomns of Pulmonary Thromboembolism; Am J Med, 2007

Sinais Comuns %

54%Taquipneia

24%Taquicardia

18%Crepitações

17%Sons Pulmonares Diminuídos

15%S2 Pulmonar Acentuado

14%Distensão Venosa Jugular

8%Síncope

Page 10: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Pulmonar

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Tromboembolismo Pulmonar Proximal

Evento de Alto Risco

Síncope, Sudorese profusa, Precordialgia, Obnubilação,

Agitação, Má Perfusão, Cianose, Choque, Taquicardia,

Taquipneia, Hipoxémia, Paragem Cardiorrespiratória

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Stein PD et Al; Signs and symptomns of Pulmonary Thromboembolism; Am J Med, 2007

Tromboembolismo Pulmonar Distal

Evento de Baixo Risco

Ansiedade, Tosse, Dispneia, Desconforto, Sudorese,

Toracalgia Pleurítica intensidade mínima, Hemoptise,

Alterações Hemodinâmicas Leves

Page 11: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Pulmonar

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Lyman GH. Venous thromboembolism in the patient with cancer. Cancer 2011

Torbicki A et al; Guidelines on the diagnosis and management of acute pulmonar embolism, ESC 2008

Muscular

§ Pneumonia

§ Asma

§ DPOC

§ Pneumotórax

§ Edema Agudo

Respiratório

§ Pericardite

§ Miocardite

§ ICC

§ Síncope

§ Fibrilação Auricular

§ Mediastinite

Cardíaco

Psicológico

§ Distensão Muscular

§ Fratura Costela

§ Ansiedade

§ Depressão

Page 12: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Pulmonar

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Suspeita de TEP Agudo

Sim

Risco Elevado Risco Não Elevado

Não

Risco de Mortalidade Precoce Hospitalar ou em 30 dias

Choque ou HipotensãoPressão arterial sistólica < 90 mmHg ou queda da pressão > 40 mmHg por período

superior a 15 min (se não causada por arritmia de novo ou Sépsis documentada)

Torbicki A et al; Guidelines on the diagnosis and management of acute pulmonar embolism, ESC 2008

Page 13: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Tromboembolismo Pulmonar

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Preditores Pontos

+ 1/anoIdade

Índice de Severidade de TEP (PESI)

10Sexo Masculino

10Insuficiência Cardíaca Congestiva

10Doença Pulmonar Crónica

20Saturação < 90%

20Pulso = 110 bpm

20Frequência Respiratória = 30 ipm

20Temperatura < 36º C

30Doença Oncológica

30TA Sistólica < 100 mmHg

60Alteração Estado Mental

Soma Pontos

PESI - Desfechos (morte aos 30 dias)

Risco Mortalidade= 65

66 a 85

86 a 105

106 a 125

> 125

I

II

III

IV

V

0 a 1.6%

1.7 a 3.5%

3.2 a 7.1%

4 a 11.4%

10 a 24.5%

Page 14: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Trombose em Locais Não Habituais

§ Trombose Venosa Cerebral (Veias e Seios Venosos Cerebrais)

§ Trombose da Veia Retiniana

§ Trombose Venosa do Membro Superior (Axilar, Subclávia, Braquial e Jugular)

§ Trombose da Veia Cava (Superior e Inferior)

§ Trombose das Veias Abdominais (Porta, Hepática, Mesentérica e Esplénica)

§ Trombose das Veias Génito-Urinárias (Renal, Ovárica e Peniana)

§ Trombose Venosa Superficial do Membro Inferior

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Eventos trombóticos que ocorrem em trajetos venosos, excetuando:Tromboses Venosas Profundas dos Membros Inferiores (TVP)

Tromboembolismo Pulmonar (TEP)

Campbell T. et al; Guidelines on venous thrombosis at unusual sites; British Journal of Hematology, 2012

Page 15: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Scores de Probabilidade Clínica

§ Prevalência de TEV ≤ 20% em indivíduos com suspeita clínica

§ Falha de Diagnóstico§ Morte Súbita

§ Sequelas Cardiopulmonares

§ Limitação da Qualidade de Vida

§ Sobrediagnóstico§ Terapêuticas Desnecessárias

§ Aumento Potencial do Risco Hemorrágico

Scores Clínicos

Adam et al, D-Dimer in Clinical Practice and the Diagnosis of Venous Thromboembolism, Blood 2009Swaroopa Pulivarthi et al, Effectiveness of D-Dimer as a Screening Test for Thromboembolism, American Journal of Medicine, 2014

ImagiologiaD-Dímeros

Page 16: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Probabilidade Clínica | Trombose Venosa Profunda

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Item Clínico Pontos

+ 1Neoplasia nos últimos 6 meses

+ 1Paralesia ou parésia recente

+ 1Acamado > 3 dias ou Cirurgia < 4 semanas

+ 1Dor à palpação do trajeto sistema venoso profundo

+ 1Edema do Membro Inferior até ao Joelho

+ 1Diâmetro do Membro Inferior afetado > 3 cm

+ 1Edema com Sinal de Godet Positivo

+ 1Veias Superficiais Colateral (não varicosas)

- 2Diagnóstico Alternativo

Probabilidade Pontos

0Baixa

1 - 2Intermédia

≥ 3Alta

Score de Wells

Page 17: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Algoritmo de Diagnóstico | Trombose Venosa Profunda

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Probabilidade Clínica de TVP

TVP Improvável

D-Dímeros Ecodoppler Disponível

Sem Tratamento

< Cut-Off

Venografia ou

Doppler Seriado Venografia

Ecodoppler Negativo

TVP Provável

ProvávelImprovável

> Cut-Off

Tratamento

NãoSim

Ecodoppler Positivo

Adam et al, D-Dimer in Clinical Practice, Blood 2009; 113:2878-2887

Page 18: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Probabilidade Clínica | Tromboembolismo Pulmonar

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Score de Geneva Original

1Idade ≥ 65 anos

3Antecedentes de TEV

2Cirurgia ou Fratura < 1 mês

2Cancro Ativo

3Dor Membro Inferior Unilateral

2Hemoptises

3Frequência Cardíaca 75 - 94 bpm

5Frequência Cardíaca ≥ 95 bpm

4Dor e Edema no MI unilateral

Simples

1

1

1

1

1

1

1

1

1

≤ 5TEP Improvável

> 5TEP Provável

≤ 2

> 2

Score de Wells Original

3Suspeita de TEV

3Diagnóstico Alternativo de TEP

1,5Frequência Cardíaca ≥ 100 bpm

1,5Imobilização ou Cirurgia < 4 sem

1Hemoptises

1Cancro Ativo

Simples

1

1

1

1

1

1

≤ 4TEP Improvável

> 4TEP Provável

≤ 1

> 1

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Page 19: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Algoritmo de Diagnóstico | Tromboembolismo Pulmonar

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Adam et al, D-Dimer in Clinical Practice, Blood 2009; 113:2878-2887

Probabilidade Clínica de TEP

TEP Improvável

D-Dímeros TC

Sem Tratamento

< Cut-Off

TratamentoCintigrafia V/P

Doppler Seriado Sem Tratamento

TC TC NegativoD-Dímeros +

TEP Provável

PositivoNegativo

TC NegativoD-Dímeros -

> Cut-Off

Page 20: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Scores de Probabilidade Clínica

§ Nenhum score ou sentido clínico é sensível ou específico o suficiente

§ Não permite a exclusão ou diagnóstico de episódio de TEV se isolado

§ Tromboembolismo Pulmonar§ Scores mostraram igual performance na exclusão de evento

§ Associado a valores normais de D-Dímeros

§ Prevalência de TEV§ Probabilidade Clínica Baixa: < 5%

§ Probabilidade Clínica Intermédia: < 15%

§ Probabilidade Clínica Alta: < 70%

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Adam et al, D-Dimer in Clinical Practice and the Diagnosis of Venous Thromboembolism, Blood 2009Swaroopa Pulivarthi et al, Effectiveness of D-Dimer as a Screening Test for Thromboembolism, American Journal of Medicine, 2014

Page 21: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Diagnóstico de Tromboembolismo Venoso

Probabilidade Clínica: Baixa

§ Teste Negativo exclui eficazmente TEV, comparado com imagem (96% S)

§ N < 0,5 µg/ml compreende 100% S na exclusão de TEP agudo

§ Valor preditivo negativo (VPN) elevado; Falsos positivos entre 40 a 60%

§ Baixa especificidade em alguns grupos (idosos, doentes oncológicos, grávidas)

§ Mantém elevada sensibilidade e valor de VPN

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Em doentes com menos de 50 anos, o TEV pode ser excluído com segurança

se probabilidade clínica baixa e valor de D-Dímeros normal

Astein et al, Ann Intern Med, 2004; 140: 589-602

Kline J.A. et al, Journal of Thrombosis and Haematology, 2012; 10:572-81Pulivarthi et al, Clinical Advance in Haematology and Oncology, volume 11, May 2012

Page 22: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Diagnóstico de Tromboembolismo Venoso

Probabilidade Clínica: Intermédia/Alta

§ Sem relevância a utilização de D-Dímeros

§ Valores inferiores ao cut-off de diagnóstico são raros nesta população

§ Avaliação primordial da estabilidade clínica e hemodinâmica

§ Exame Complementar de Diagnóstico Imagiológico - Obrigatório

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Trombose Venosa Profunda

- Ecodoppler Venoso -

Tromboembolismo Pulmonar

- TC Torácico -

Astein et al, Ann Intern Med, 2004; 140: 589-602Kline J.A. et al, Journal of Thrombosis and Haematology, 2012; 10:572-81Pulivarthi et al, Clinical Advance in Haematology and Oncology, volume 11, May 2012

Page 23: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

D-Dímeros | Doente Oncológico

§ D-Dímeros é uma proteína de pequenas dimensões

§ Ligação cruzada de 2 fragmentos D de fibrina

§ Semi-vida plasmática de 6 horas

§ Metabolização Hepática e excreção Renal

§ D-Dímeros resultam da degradação da fibrina polimerizada

§ Indicam a presença de produtos de degradação de fibrina

§ Marcador de fibrinólise do coágulo formado

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Solicitar quantificação de D-Dímeros apenas se clínica sugestiva:

Tromboembolismo Venoso ou Coagulação Intravascular Disseminada

Cihan Ay et al, Prediction of Venous Thromboembolism in Cancer Patients, Thrombosis and Hemostasis, 2015

Page 24: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

D-Dímeros | Doente Oncológico

§ D-Dímeros elevados na apresentação da doença oncológica

§ Marcador de sobrevida global e sobrevida livre de doença

§ Indicativo da extensão e gravidade do evento trombótico

§ Provável relação com recorrência de evento trombótico

§ Mais frequente em doentes com doença oncológica

§ Doentes com cancro oculto (necessidade de investigação)

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Carrier M. et al, Journal of Thrombosis and Haemostasis, 2008

Cihan Ay et al, Prediction of Venous Thromboembolism in Cancer Patients, Thrombosis and Hemostasis, 2015

Adam et al, D-Dimer in Clinical Practice and the Diagnosis of Venous Thromboembolism, Blood 2009

Page 25: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

D-Dímeros | Doente Oncológico

Fatores que Influenciam o Valor de D-Dímeros

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Idade NeoplasiaTrombose

Pós-OperatórioDoença Inflamatória

CrónicaDoença Cardíaca

Etnia (Afro-Americanos)

TraumaDoença Hepática

Tabaco

Gravidez

Hemorragia

Anemia de

Células FalciformesDoença Renal

Infeção

Valor Preditivo Negativo ElevadoWolde et al VPN 97% | Di Nisio et al VPN 100% | Righini M. et al VPN 100%

Siragusa S. et al, D-Dimer Testing: Advantages and Limitations in medicine for managing acute venous thomboembolism, 2006

Page 26: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Cancro Oculto e Doença Disseminada

§ Prevalência de Cancro em doentes com TEV varia entre 7 e 26%

§ Incidência de cancro oculto em doentes com TEV idiopático varia 3 a 26%

§ Pesquisa neoplasia em doentes com TEV não recomendada por rotina

§ Controlo analítico, Rx Tórax e atualização de Rastreios Oncológicos

§ Risco de Diagnóstico Oncológico no 1º ano após TEV idiopático:

§ 3 a 7 vezes superior que nos casos de TEV secundário

§ D-Dímeros > 4 µg/ml na apresentação inicial e 4 dias após inicio de tratamento:

§ Maior prevalência de cancro no período de follow-up

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Carrier M. et al, Journal of Thrombosis and Haemostasis, 2008Cihan Ay et al, Prediction of Venous Thromboembolism in Cancer Patients, Thrombosis and Hemostasis, 2015Adam et al, D-Dimer in Clinical Practice and the Diagnosis of Venous Thromboembolism, Blood 2009

Page 27: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Profilaxia de TEV | Score de Probabilidade

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Item Clínico Pontos

21

Local da NeoplasiaMuito Alto Risco (Gástrico, Pâncreas)

Alto Risco (Pulmão, Limfoma, Ginecológico Génito-Urinário – Exclusão Próstata)

1Contagem Plaquetária ≥ 350000/mm3

1Hb < 10 g/dl ou uso de EPO

1Contagem Leucocitária > 11000/mm3

1IMC ≥ 35 Kg/m2

1D-Dímeros ≥ 1,44 µg/ml

1P-Selectina ≥ 53,1 mg/ml

Probabilidade Pontos

0Baixa

1 - 2Intermédia

≥ 3Alta

Score de Khorana

Score de Viena

Page 28: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Conclusão

§ Os doentes oncológicos apresentam múltiplos fatores de risco para TEV sendo

essencial a associação uma boa anamnese a um exame físico completo.

§ Aplicação dos Scores de Probabilidade Clínica e dos Algoritmos Clínicos

perante a suspeita de diagnóstico de Tromboembolismo Venoso.

§ Estratificação adequado do risco associado a Tromboembolismo Venoso

na avaliação inicial é essencial para ponderação de atitudes instituídas.

§ D-Dímeros úteis em doentes com uma Probabilidade Clínica Baixa/Intermédia

§ Doente de ambulatório com idade inferior a 50 anos (cut-offs ajustados)

Ricardo Jorge Teixeira Pinto - Interno de Formação Específica de Imuno-Hemoterapia

Trombose Associada a Cancro: Como Diagnosticar?

Avaliação adequada e constante dos doentes para avaliação do

Risco de TEV para ponderação da instituição de Tromboprofilaxia

Page 29: Trombose Associada a Cancro Como Diagnosticar? Perspetiva ... · Sexo Masculino 10 Insuficiência Cardíaca Congestiva 10 Doença Pulmonar Crónica 10 Saturação < 90% 20 Pulso

Ricardo Jorge Teixeira [email protected] de Formação Específica de Imuno-HemoterapiaInstituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil

FimObrigado pela atenção.