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1 Tribunal de Contas do Estado do Ceará Relatório de Auditoria Operacional Gestão de Recursos Hídricos A água é fonte da vida. Não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos, nós dependemos dela para viver Autor Desconhecido

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Tribunal de Contas do Estado do Ceará Relatório de Auditoria Operacional

Gestão de Recursos Hídricos

A água é fonte da vida. Não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos, nós dependemos

dela para viver

Autor Desconhecido

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Agradecimentos da Equipe de Auditoria

A realização desta auditoria operacional foi possível devido ao apoio incondicional da Presidência e da Secretaria de Controle Externo deste Tribunal e as parcerias firmadas com a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará – SRH e a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH que ofereceram pleno apoio ao desenvolvimento deste trabalho.

De modo especial destacam-se a colaboração do corpo técnico da COGERH, empresa responsável pelo gerenciamento e disciplinamento de mais de 90% das águas acumuladas no Estado, que de forma muito transparente apresentou a realidade hídrica do Estado do Ceará e do Secretário de Recursos Hídricos do Estado, Dr. Francisco José Coelho Teixeira, que oportunamente nos brindou com uma aula sobre gestão de recursos hídricos.

Merece destaque, ainda, a gestão das informações hídricas do Estado do Ceará, disponíveis no Portal Hidrológico do Ceará, apresentando dados do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos, os quais sobressaem por sua transparência, simplicidade, tempestividade, completude e confiabilidade.

Por fim, deixam-se consignados agradecimentos ao Dr. Alexandre Araújo Costa, Cientista do Clima, Professor Titular da Universidade Estadual do Ceará e ao Dr. Francisco Vieira Paiva, Doutor em Recursos Naturais, Professor Adjunto da Universidade de Fortaleza – UNIFOR pelas orientações oferecidas na fase de planejamento da Auditoria.

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LISTA DE SIGLAS

AMR – Adutora de Montagem Rápida ANA – Agência Nacional de Águas CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará CAOVP – Comissão de Acompanhamento de Operação de Vales Perenizados CBH – Comitê de Bacia Hidrográfica CIPP – Complexo Industrial e Portuário do Pecém COGERH – Companhia de Gestão de Recursos Hídricos CONERH – Conselho de Recursos Hídricos do Ceará DNOCS – Departamento \nacional de obras contra as Secas EBE – Estação de Bombeamento Elevatória FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos FUNERH – Fundo Estadual de Recursos Hídricos MIN – Ministério da Integração Nacional ONU – Organização das Nações Unidas PBH – Plano de Bacia Hidrográfica PLANERH – Plano Estadual de Recursos Hídricos PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PPA – Plano Plurianual RMF – Região Metropolitana de Fortaleza SIGERH – Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos SOHIDRA – Superintendência de Obras Hidráulicas SPE – Sociedade de Propósito Específico SRH – Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará STF – Supremo Tribunal Federal STJ – Superior Tribunal de Justiça TCE – Tribunal de Contas do Estado TCE/CE – Tribunal de Contas do Estado do Ceará TCU – Tribunal de Contas da União TJ – Tribunal de Justiça

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Valor orçado e executado – Gestão de Recursos Hídricos. Segundo o tipo das ações desenvolvidas - 2012

Quadro 2 - Valor orçado e executado – Gestão de Recursos Hídricos. Segundo o tipo das ações desenvolvidas - 2013

Quadro 3 - Valor orçado e executado – Gestão de Recursos Hídricos. Segundo o tipo das ações desenvolvidas - 2014

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Precipitação média anual (histórico de 1961a2007) nas regiões hidrográficas brasileiras

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Canal da Integração Figura 2 - Aplicação dos questionários com Membros do CBH Acaraú Figura 3 - Aplicação dos questionários com Membros do CBH Coreaú Figura 4 - Divisão Hidrográfica Nacional Figura 5 - Delimitação do Semiárido Cearense

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Histórico do aporte hídrico açudes gerenciados pela COGERH 1986 a 2014

Gráfico 2 - Média da distribuição pluviométrica – Quixeramobim/CE

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 06 1.1 Antecedentes 06 1.2 Identificação do Objeto da Auditoria 08 1.3 Objetivo e Escopo da Auditoria 08 1.4 Procedimentos e Metodologia 09 1.4.1 Limitação da auditoria 10 1.4.2 Seleção da amostra 10 1.5 Forma de organização do relatório 11 2 VISÃO GERAL DA AÇÃO 13 2.1 Relevância do Tema 13 2.2 Objetivos 17 2.3 Responsáveis 17 2.4 Histórico 18 2.5 Legislação Pertinente 19 2.6 Indicadores 19 2.7 Aspectos Orçamentários e Financeiros 20 3 ACHADOS DE AUDITORIA 24 3.1 A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente? 24 3.2 A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará? 28 3.3 A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa? 35 4 CONCLUSÃO 42 5 PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 44 5.1 Recomendações 44 5.2 Determinações 45 6 ANEXOS 47 6.1 Referências 47 7 APÊNDICES 48

7.1 Apêndice 1 – Questionário Membros dos Comitês de Bacias 48 7.2 Apêndice 2 – Questionário Membros Comissão de Acompanhamento de Operação de vale 54 7.3 Apêndice 3 – Matriz de Achados 58

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Antecedentes

O Brasil, a partir de 2014, passou a viver, os primeiros grandes focos daquilo que pode ter sido a maior crise hídrica de sua história. Com um problema grave de seca e também de gestão dos recursos naturais, o país apresentou níveis baixos em seus reservatórios em épocas do ano em que eles costumavam estar bem mais cheios.

O Estado do Ceará, não destoou muito dessa realidade, especialmente nos últimos anos. A partir de 2012, os níveis de precipitação ficaram muito abaixo do esperado, com aportes de água reduzidos na maioria dos reservatórios gerenciados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH, razão pela qual, os reservatórios em todo o estado mantiveram baixas históricas, conforme demonstrado no gráfico 1.

A escassez de água não afeta somente a disponibilidade de água tratada nas residências. As indústrias e a agricultura, principais consumidores, são os setores que mais sofreram e sofrem com o problema, o que acarreta impactos na economia.

Pela Constituição Federal de 1988, cabe aos governos estaduais a missão de gerir e administrar a captação e distribuição de água, embora o governo federal também precise atuar por intermédio do fornecimento de verbas públicas e obras interestaduais.

A gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará, considerada modelo, baseia-se na construção de grandes reservatórios e canais voltados para o incremento do abastecimento de água, que visam impactar positivamente o desenvolvimento socioeconômico do Estado.

Obs. Não inclui os reservatórios do sistema de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (Pacoti, Riachão, Pacajus e Gavião) que recebem transferência do sistema Castanhão – Eixão das Águas Fonte: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME

GRÁFICO 1 HISTÓRICO DO APORTE HÍDRICO AÇUDES GERENCIADOS PELA COGERH

1986 a 2014

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O principal exemplo da consolidação da política de abastecimento hídrico do Estado do Ceará é o Canal da Integração (Figura 1) que visa abastecer de água as manchas do agrohidronegócio, bem como a área industrial do Estado (Região Metropolitana de Fortaleza - RMF).

Figura 1 Canal da Integração

FONTE: SRH

O modelo de gestão hídrica implantado no Ceará, regulamentado mediante a Lei Estadual nº 14.844, de 28 de dezembro de 2010, pauta-se nos seguintes princípios:

1. Água, bem de uso comum do povo e direito de todos;

2.Gerenciamento integrado, participativo e descentralizado;

3. Indissociabilidade da quantidade/qualidade da água;

4. Bacia hidrográfica como unidade de gestão;

5. Água, recurso natural limitado dotado de valor econômico;

6. Cobrança pelo uso, como elemento de racionalização e conservação

7. Outorga como forma de controle de uso; e

8. Institucionalização de um Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos.

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Consoante observações da auditoria, verificou-se que na prática, a atual política de gerenciamento das águas cearenses não está tão aderente à legislação como esperado. A gestão deveria ser realizada de maneira descentralizada, participativa e integrada, mas na realidade as decisões estão cada vez mais centralizadas no Estado. A participação da população, que se processa nos Comitês de Bacias hidrográficas – CBHs, se resumem às decisões a respeito das vazões a serem liberadas.

Nesse contexto, a gestão adequada dos recursos hídricos reveste-se de importância crucial à sustentabilidade social, ambiental e econômica do Ceará, com impactos que serão sentidos pela geração atual e por gerações vindouras. Portanto, faz-se necessário, que o Tribunal de Contas do Estado do Ceará – TCE/CE, ao exercer sua função de controle, contribua com a melhoria da qualidade de vida da população do Ceará, avaliando o desenvolvimento da Política Estadual de Recursos Hídricos.

1.2 Identificação do Objeto da Auditoria

O Estado do Ceará atualmente dispõe da seguinte infraestrutura hídrica, distribuída em 12 bacias hidrográficas:

• 151 açudes, sendo 76 estaduais, 66 federais, 7 municipais e 2 privados, todos esses gerenciados pelo Estado;

• 12 eixos de transferência de água com uma extensão total de 426,21 km; • 2.535 km de rios perenizados há uma vazão estimada 102 m3/s, distribuídos em

88 rios; • 23 Estações de Bombeamento Elevatórias - EBEs; • 181,4 km de adutoras convencionais; • 660,26 km de Adutoras de Montagem Rápida – AMRs.

A presente auditoria tem como objeto avaliar a Gestão dos Recursos Hídricos desenvolvida pelo Governo do Estado do Ceará, no período de 2012 a 2014, tendo a Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, Órgão Gestor da Política Estadual de Recursos Hídricos, como responsável pela formulação das políticas e diretrizes para a gestão e a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH pelo gerenciamento desses recursos.

1.3 Objetivo e Escopo da Auditoria

O principal objetivo desta auditoria é o de avaliar aspectos da gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará, relativos à capacidade de assegurar que a água, possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, por seus usuários, em todo o território estadual.

O trabalho tem como escopo o planejamento e a gerência da oferta de água, os usos múltiplos, o controle, a conservação, a proteção e a preservação dos recursos hídricos de forma integrada, descentralizada e participativa.

Neste sentido, constituíram-se três questões de auditoria, a saber:

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1ª questão: A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente?

2ª questão: A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará?

3ª questão: A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

1.4 Procedimentos e Metodologia

Diagnóstico realizado na fase de levantamento de dados, por ocasião da definição do objeto do estudo, indicou oportunidade de melhoria de desempenho da Gestão de Recursos Hídricos, sobretudo no que tange o comportamento do ciclo hidrológico da região, a garantia mínima de água para o consumo humano e a dessedentação animal, bem como a implementação de uma gestão descentralizada, participativa e integrada.

À luz dessa situação, considerou-se oportuno e conveniente que a presente auditoria avaliasse a Gestão de Recursos Hídricos quanto à dinâmica do ciclo hidrológico, sua capacidade em assegurar que a água possa ser ofertada e a forma que se implementa sua gestão, constituindo o escopo da Auditoria.

Três grupos distintos fazem parte do estudo, são eles:

1. Representante do Órgão Gestor da Política Estadual de Recursos Hídricos e técnicos da Instituição de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

2. Membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs e Comissão de Vales Perenizados; e

3. Representantes das Comissões de Defesa Civil dos Municípios do Estado do Ceará.

Com o objetivo de investigar as questões de auditoria, diante dos riscos encontrados, adotaram-se como estratégias metodológicas:

a) pesquisa documental;

b) visitas de estudo com o gestor da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará – SRH e com o corpo técnico da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará – COGERH;

c) Aplicação de questionários aos Membros dos CBHs, das Comissões de Usuários dos Vales Perenizados e aos Representantes das Comissões de Defesa Civil dos Municípios do Estado do Ceará;

d) reuniões técnicas com especialistas;

e) consulta a banco de dados e sistemas.

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1.4.1 Limitação da auditoria

As limitações encontradas na realização do trabalho foram:

1. Reduzido número de técnicos envolvidos na aplicação dos questionários e no registro e processamento dos dados e análise dos resultados encontrados;

2. Compatibilizar as entrevistas com os Membros dos CBHs e Comissões de Usuários de Vales Perenizados às suas reuniões ordinárias e/ou extraordinárias, as quais já haviam sido previamente agendadas.

As consequências dessas limitações geraram atraso no desenvolvimento dos trabalhos, tendo em vista a maioria das reuniões ordinárias dos CBHs e das Comissões de Usuários de Vales Perenizados estarem agendados para acontecerem, na sua maioria, na segunda quinzena e novembro e no mês de dezembro do ano de 2015.

1.4.2 Seleção da amostra

A seleção da amostra teve como premissa a disponibilidade dos membros dos CBHs e das Comissões de Usuários de Vales Perenizados, os quais eram possíveis de serem entrevistados nas suas reuniões ordinárias e/ou extraordinárias.

Em virtude das limitações da auditoria não foi possível adotar modelo probabilístico para definir a amostra.

Face o calendário de reuniões dos CBHs e das Comissões de Usuários de Vales Perenizados, definiu-se como amostra, os membros dos CBHs e das Comissões de Usuários de Vales Perenizados possíveis de serem visitados, sendo seis (6) CBHs dentre os doze (12) constituídos e instalados e de uma (1) Comissão de Usuários de Vales Perenizados dentre os quinze (15) constituídos, são eles:

1. CBH Acaraú; 2. CBH Alto Jaguaribe; 3. CBH Coreáu; 4. CBH Metropolitana; 5. CBH Serra da Ibiapaba; 6. CBH Sertões do Crateús; e 7. Comissão de Usuários Vale Perenizado do Rio Jaguaribe

Quanto aos Representantes das Comissões de Defesa Civil dos Municípios do Estado do Ceará, adotou-se procurar entrevistar todos os representantes cujo o município teve representação nos CBHs visitados, sendo entrevistados cinquenta e oito (58) representantes, são eles: Acaraú, Acopiara, Aiuaba, Alcântaras, Altaneira, Aquiraz, Aracati, Aracoiaba, Araripe, Assaré, Barreira, Barroquinha, Beberibe, Camocim, Campos Sales, Cariré, Cariús, Carnaubal, Cascavel, Catarina, Caucaia, Coreaú, Crateús, Croatá, Cruz, Forquilha, Fortaleza, Guaraciaba do Norte, Guaramiranga, Ibiapina, Icó, Iguatu, Independência, Ipaporanga, Itarema, Jucás, Maracanaú, Maranguape, Massapê, Mucambo, Novo Oriente, Pacajús, Pacatuba, Poranga, Quixelô, Redenção, Saboeiro, Santa Quitéria, São Benedito, Sobral, Tarrafas, Tauá, Tianguá, Ubajara, Uruocas, Varjota, Viçosa.

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Os dados foram coletados pelos 6 membros componentes da Equipe de Auditoria Operacional do Tribunal de Contas do Estado do Ceará – TCE.

Figura 2

Aplicação dos questionários com Membros do CBH Acaraú

Foto: Equipe de Auditoria

Figura 3

Aplicação dos questionários com Membros do CBH Coreaú

Foto: Equipe de Auditoria

1.5 Forma de organização do relatório

Além do Capítulo 1, que trata da Introdução, dos Antecedentes, da Identificação do Objeto da Auditoria, do Objetivo e Escopo da Auditoria, dos Procedimentos Metodologia incluindo aí a definição da amostra pesquisada há outros quatro capítulos, dentre os quais tem-se o Capítulo 2 que versa sobre a Visão Geral da Ação discorrendo sobre a Relevância do Tema, os Objetivos, os Responsáveis, seu Histórico, a Legislação Pertinente, os Indicadores de Desempenho e por fim seus Aspectos Orçamentários.

O terceiro capítulo é dedicado a demonstrar os Achados de Auditoria, pautados nas seguintes questões: A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente? A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser

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ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará? A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

Por fim restam dois capítulos sendo um dedicado as conclusões finais do trabalho e outro as propostas de encaminhamento, em que são apresentadas propostas de recomendações e determinações que, se implementadas, contribuirão para proporcionar as melhorias objetivadas para a Gestão dos Recursos Hídricos.

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2 VISÃO GERAL DA AÇÃO

2.1 Relevância do Tema

O Brasil apresenta uma situação confortável, em termos globais, quanto aos recursos hídricos. A disponibilidade hídrica per capita, determinada a partir de valores totalizados para o País, indica uma situação satisfatória, quando comparada aos valores dos demais países informados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Entretanto, apesar desse aparente conforto, existe uma distribuição espacial desigual dos recursos hídricos no território brasileiro. Cerca de 80% de sua disponibilidade hídrica estão concentrados na região hidrográfica amazônica, onde se encontra o menor contingente populacional e valores reduzidos de demandas consuntivas.

O nordeste brasileiro concentra a menor disponibilidade hídrica e o segundo contingente populacional do País.

No País, a precipitação média anual (histórico de 1961-2007) é de 1.761 mm, variando de valores na faixa de 500 mm, na região semiárida do Nordeste, a mais de 3.000 mm, na região Amazônia. A Tabela 1 mostra a precipitação média em cada uma das regiões hidrográficas brasileiras.

Tabela 1 Precipitação média anual (histórico de 1961a2007) nas regiões hidrográficas brasileiras

REGIÕES HIDROGRÁFICAS TOTAL

PRECIPITADO (MM) Amazônica 2.205 Tocantins-Araguaia 1.774 Atlântico Nordeste Ocidental 1.700 Atlântico Sul 1.644 Uruguai 1.623 Paraná 1.543 Atlântico Sudeste 1.401 Paraguai 1.359 Parnaíba 1.064 Atlântico Nordeste Oriental 1.052 Atlântico Leste 1.018 São Francisco 1.003 MÉDIA BRASIL 1.761 Fonte: Agência Nacional das Águas – ANA

A figura 4 apresenta a divisão hidrográfica nacional, regulamentada pela Resolução nº 32 de 15 de outubro de 2003 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

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Figura 4 Divisão Hidrográfica Nacional

Fonte: Conselho Nacional de Recursos Hídricos -

Além da grande variação espacial, é importante considerar a sazonalidade da precipitação.

No Nordeste do País, as chuvas concentram-se entre os meses de março a julho, entretanto no Nordeste Setentrional, a precipitação é mais intensa no período de março a maio, como mostra o histograma da estação pluviométrica de Quixeramobim-CE (Gráfico 2).

GRÁFICO 2 MÉDIA DA DISTRIBUIÇÃO PLUVIOMÉTRICA – QUIXERAMOBIM/CE

Fonte: Agência Nacional das Águas – ANA

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Os reservatórios desempenham relevante papel na gestão de recursos hídricos pela capacidade de estocar e atender a diversos usos da água, sejam eles consuntivos ou não consuntivos. Além de armazenar água nos períodos úmidos, podem liberar parte do volume armazenado nos períodos de estiagem, contribuindo, deste modo, para a garantia da oferta de água para abastecimento humano e irrigação, por exemplo.

O volume de água armazenado em reservatórios artificiais per capita tem sido utilizado para avaliar o nível de estoque de água. Segundo informações do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a comparação do volume armazenado de água per capita possibilita identificar o grau de vulnerabilidade hídrica para atender aos usos da água.

Os baixos índices de precipitação e a irregularidade do seu regime na região Nordeste, notadamente no semiárido brasileiro, aliados ao contexto hidro geológico, contribuem para os reduzidos valores de disponibilidade hídrica dessa região.

Além dos baixos índices pluviométricos (inferiores a 900 mm), a região semiárida caracteriza-se por apresentar temperaturas elevadas durante todo ano, baixas amplitudes térmicas (entre 2ºC e 3ºC), forte insolação e altas taxas de evapotranspiração. Os elevados índices de evapotranspiração normalmente superam os totais pluviométricos, configurando taxas negativas no balanço hídrico.

Outras características marcantes do semiárido são (CEARÁ, 2008):

1. Embasamento cristalino predominante; 2. Cobertura vegetal de caatinga; 3. Solos geralmente rasos, pouco permeáveis e sujeitos a erosão; 4. Rios, em sua maioria, intermitentes; 5. Eventos hidrológicos extremos frequentes: secas e cheias; 6. Escoamento específico reduzido (4 l/s/km²).

Segundo o Ministério da Integração Nacional – MIN, o Estado do Ceará possui 86,8% da sua área inserida na região do semiárido brasileiro, Figura 5.

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Figura 5 Delimitação do Semiárido Cearense

Fonte: Ministério da Integração Nacional – MIN

O Estado do Ceará, assim como a maioria dos estados do Nordeste, enfrenta problemas ligados à falta de água e, consequentemente, à fome, ocasionados pelos frequentes períodos de estiagem, que caracterizam o clima semiárido desta região.

Nesses períodos de chuvas escassas ou inexistentes, os pequenos mananciais de superfície geralmente secam e os grandes chegam a atingir níveis críticos, provocando muitas vezes colapso no abastecimento de água.

A seca é um fenômeno conhecido entre as famílias nordestinas que periodicamente assistem à morte do gado e plantação pela falta de água, trazendo grandes danos à população e promovendo o êxodo desses habitantes.

Especialistas afirmam que, com o aquecimento global, em um futuro próximo, as secas podem se tornar ainda mais frequentes na região, podendo se converter em permanentes. Alertam para o fato de que o aquecimento do planeta pode acelerar o surgimento de desertos no Brasil, transformando as áreas semiáridas em zonas áridas, momento em que a caatinga tende a ser substituída por uma vegetação mais rala, o que aumentaria ainda mais as taxas de evaporação, reduzindo a disponibilidade hídrica e inviabilizando a presença humana na área atingida.

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A importância dessas projeções para o governo e sociedade está na oportunidade que se tem em dar maior atenção ao Semiárido com o incremento e adoção de programas que visem criar condições dignas de vida às populações da região e promover a revitalização das suas bacias hidrográficas, dentro do entendimento de que essas duas condições são interdependentes e complementares e que o modelo de desenvolvimento para o Semiárido requer uma gestão hídrica consciente das fragilidades e das potencialidades dessa região e bioma. Dessa maior ou menor atenção dependem os cenários que se projetarão na região, em especial, no Estado do Ceará, com vistas a proporcionar àquela população as mínimas condições para enfrentar as possíveis complicações que advirão desse cenário de seca.

2.2 Objetivos

A auditoria de Gestão dos Recursos Hídricos no Estado do Ceará teve como objetivo avaliar aspectos da gestão relativos à capacidade de assegurar que a água, possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, por seus usuários, em todo o território estadual.

Dessa forma, a equipe de auditoria entendeu por oportuno conhecer estudos, pesquisas e ações dos diferentes promotores da gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará, tendo por foco averiguar se a Gestão de Recursos Hídricos está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico, está sendo capaz de assegurar oferta de água de boa qualidade em todo o Estado e está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa.

2.3 Responsáveis

A Gestão dos Recursos Hídricos no Estado do Ceará está a cargo da Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH, órgão gestor da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Constituem, ainda o Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos – SIGERH:

I – O Conselho de Recursos Hídricos do Ceará – CONERH, órgão de coordenação, fiscalização, deliberação coletiva e de caráter normativo;

II – Os Comitês de Bacias Hidrográficas, entes regionais de gestão de recursos hídricos com funções consultivas e deliberativas, com atuação em bacias, sub-bacias ou regiões hidrográficas;

III – A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, instituição responsável pelo gerenciamento de recursos hídricos de domínio do Estado ou da União, por delegação;

IV – A Superintendência de Obras Hidráulicas – SOHIDRA, instituição responsável em planejar, executar e acompanhar a fiscalização de obras e serviços de interferência hídrica, no âmbito da Política Estadual de Recursos Hídricos;

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V – A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, instituição envolvida com a gestão do clima e dos recursos naturais.

Também colaboram com a Gestão dos Recursos Hídricos no âmbito do Estado do Ceará as prefeituras municipais, as instituições federais, estaduais e as organizações civis envolvidas com recursos hídricos, inclusive associações de usuários que participam nos Comitês de Bacias Hidrográficas ou no Conselho de Recursos Hídricos do Ceará em função de atribuições relevantes perante o sistema.

2.4 Histórico

No ano de 1987, com o intuito de promover o uso racional e integrado dos recursos hídricos, foi criada a Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH. A SRH também é encarregada de coordenar, gerenciar e operacionalizar estudos, pesquisas, programas, projetos e serviços associados à água, além de promover a articulação entre os órgãos federais (DNOCS e ANA, por exemplo) e municipais que atuam no setor das águas.

Posteriormente foi criada a SOHIDRA, órgão executor da SRH, responsável pela construção de açudes, barragens, adutoras, poços, entre outros. Nesse mesmo período foi reestruturada a FUNCEME, com a atribuição de desenvolver pesquisas no campo dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos e a prestação de serviços a empresas privadas na área de meteorologia e recursos hídricos.

E para consolidar a gestão dos recursos hídricos no Estado, no ano de 1992 foi estabelecido o Plano Estadual de Recursos Hídricos e instituído o Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos (SIGERH) pela Lei Estadual n°11.996, de 24 de junho do mesmo ano. Em consonância com os princípios da Lei 9.433, que tem a bacia hidrográfica como unidade básica de gestão; o gerenciamento seria integrado, participativo e descentralizado; a água seria reconhecida como bem econômico; a outorga, vista como um instrumento indispensável ao gerenciamento; defendia-se o reconhecimento da indissociabilidade quantidade/qualidade; e, por último, a necessidade da implantação de um órgão que auxiliasse a SRH na gestão das águas, a COGERH. Atualmente fazem parte do SIGERH a FUNCEME, a SRH, a SOHIDRA e a COGERH.

Embora instituído em 1992, o SIGERH só foi consolidado em 1993, quando o Estado cria a COGERH

Como instituição encarregada de gerenciar os recursos hídricos de domínio do Estado, a COGERH atua de acordo com três princípios básicos, quais sejam, a integração (com a população e com as instituições encarregadas da gestão), a descentralização (tomada de decisões de forma democrática) e a participação (se daria pela implantação dos Comitês de Bacia, onde se encontram os principais atores envolvidos na gestão: Estado e usuários da água).

O Estado do Ceará foi o pioneiro na criação de uma companhia de gestão das águas e junto com os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul foi o pioneiro, também, na instituição dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs). Destes, o primeiro a ser implantado

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no Ceará foi o CBH do rio Curu, e, atualmente, todas as doze bacias hidrográficas existentes no Estado possuem comitê.

Cabe ainda à COGERH responder por dois dos pontos mais polêmicos do gerenciamento dos recursos hídricos: a outorga e a cobrança pela captação da água bruta.

2.5 Legislação Pertinente

A gestão de recursos hídricos é dinâmica e nova. O Brasil procura caminhos para um adequado gerenciamento dos recursos hídricos desde o final dos anos 1970. Dos modelos de alocação mais utilizados, o Mercado de Água (Estados Unidos, Chile, México, Peru, Espanha, Austrália) e o Modelo de Negociação (França), o Brasil adotou este último.

O Estado do Ceará antecipou-se relativamente à elaboração da uma legislação voltada para a gestão da água e, em 1992, instituiu o seu Sistema Estadual de Gerenciamento, por meio da Lei Estadual nº 11.996, de 24 de julho de 1992, com políticas próprias, e no mesmo ano aprovou seu Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Esta preocupação inovadora com a gestão dos recursos hídricos é fruto da necessidade de sobrevivência dos cearenses, em face das adversidades que a natureza lhes impõe, pois, o Estado está localizado no semiárido brasileiro, possui mais de 70% de seu solo formado de rochas cristalinas dificultando assim a absorção e retenção de água no solo, além de possuir precipitação média de chuvas na ordem dos 900mm, considerada baixa pelos técnicos.

Em decorrência de condições tão inóspitas, o Poder Público foi obrigado a desenvolver instrumentos capazes de viabilizar a utilização mais racional de um recurso já naturalmente tão escasso neste Estado, de forma mais técnica, responsável e urgente, viabilizados mediante a edição da Lei nº 14.844, 28 de dezembro de 2010, que dispõe sobre a política estadual de recursos hídricos, institui o sistema integrado de gestão de recursos hídricos – SIGERH, modernizando a Lei nº 11.996, de 24 de julho de 1992.

A parte institucional foi garantida em 1987, quando foi criada a Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH, que, juntando esforços com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, Superintendência de Obras Hidráulicas – SOHIDRA e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará – COGERH, atua neste mister.

2.6 Indicadores

A avaliação da capacidade de gestão de recursos hídricos pode ser avaliada a partir de indicadores relacionados a quatro princípios: financeiro, participativo, normativo e desempenho. O primeiro revela os gastos relacionados à gestão de recursos hídricos, o segundo indica a participação da sociedade civil nas tomadas de decisões ligadas direta ou indiretamente aos recursos hídricos. O princípio normativo refere-se à existência de leis relacionadas a proteção dos recursos hídricos e, por fim, os indicadores de desempenho

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refletem se a gestão dos recursos hídricos é satisfatória em relação a serviços relacionados à suficiente oferta de água e se é de boa qualidade.

O Estado do Ceará, não disponibiliza indicadores que permitem avaliar o desempenho da gestão hídrica.

2.7 Aspectos Orçamentários e Financeiros

Quadro 1 Valor orçado e executado – Gestão de Recursos Hídricos

Segundo o tipo das ações desenvolvidas - 2012

EXERCÍCIO 2012 TIPO DAS AÇÕES ORÇADO EXECUTADO %

Ações de Manutenção Administrativa dos Órgãos vinculados ao SIGERH

R$ 5.695.307,00 R$ 1.553.096,35 27,27%

SUBTOTAL COM AÇÕES DE MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA

R$ 5.695.307,00 R$ 1.553.096,35 27,27%

Ações de Estudos e Projetos - Adutora R$ 27.314.498 R$ 4.312.888,87 15,79% Ações de Estudos e Projetos - Pequenos e Médios Reservatórios

R$ 2.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Açudes e Barragens R$ 49.869.604,10 R$ 25.996.740,77 52,13% Ações de Estudos e Projetos - Transposição Águas entre Bacias

R$ 0,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Caixa d'água R$ 5.000,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água

R$ 0,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Águas de Reuso R$ 550.000,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Águas Subterrâneas R$ 460.000,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Distribuição R$ 15.000,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE ESTUDOS E PROJETOS R$ 78.216.102,10 R$ 30.309.629,64 38,75%

Ações de Obras Hídricas - Adutora R$ 21.151.539,00 R$ 1.232.374,50 5,83% Ações de Obras Hídricas - Pequenos e Médios Reservatórios

R$ 850.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Obras Hídricas - Açudes e Barragens R$ 44.199.973,64 R$ 7.505.131,15 16,98% Ações de Obras Hídricas - Transposição Águas entre Bacias

R$ 410.127.642,64 R$ 14.775.588,69 3,60%

Ações de Obras Hídricas - Caixa d'água R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Obras Hídricas - Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água

R$ 12.959.854,00 R$ 288.597,72 2,23%

Ações de Obras Hídricas - Águas Subterrâneas R$ 970.000,00 R$ 577.946 59,58% Ações de Obras Hídricas - Distribuição R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Obras Hídricas - Perenização rios e riachos R$ 0,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE OBRAS HÍDRICAS R$ 490.259.009,28 R$ 24.379.638,06 4,97%

Ações de Gestão Participativa R$ 1.878,700,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO PARTICIPATIVA R$ 1.878,700,00 R$ 0,00 -

Ações de Gestão Ambiental R$ 3.665.000,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL R$ 3.665.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Gestão hídrica em geral R$ 3.076.218,00 R$ 465.197,77 15,12% Ações de Gestão hídrica - Concessão de outorgas R$ 250.000,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Investimento apoio R$ 2.691.000,00 R$ 2.691.000,00 100,00% Ações de Gestão hídrica - Capacitação técnica R$ 55.000,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Fiscalização R$ 6.042.767,00 R$ 1.584.827,91 26,23% Ações de Gestão hídrica – Qualidade de água R$ 2.750.000,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Alocação de água R$ 4.000,.000,00 R$ 494.519,48 12,36% SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO HÍDRICA R$ 18.864.985,00 R$ 5.235.545,16 27,75%

TOTAL GERAL R$ 598.579.103,38 R$ 61.477.909,41 10,27% FONTE: Base de dados do Sistema Integrado de Contabilidade do Estado do Ceará – SIC

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Quadro 2 Valor orçado e executado – Gestão de Recursos Hídricos

Segundo o tipo das ações desenvolvidas - 2013

EXERCÍCIO 2013 TIPO DAS AÇÕES ORÇADO EXECUTADO %

Ações de Manutenção Administrativa dos Órgãos vinculados ao SIGERH

R$ 4.140.000,00 R$ 1.656.540,22 40,01%

SUBTOTAL COM AÇÕES DE MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA

R$ 4.140.000,00 R$ 1.656.540,22 40,01%

Ações de Estudos e Projetos – Adutora R$ 9.667.076,23 3.144.750,06 32,53% Ações de Estudos e Projetos - Pequenos e Médios Reservatórios

R$ 0,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Açudes e Barragens R$ 9.921.836,62 R$ 5.795.817,83 58,41% Ações de Estudos e Projetos - Transposição Águas entre Bacias

R$ 0,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Caixa d'água R$ 7.125,09 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água

R$ 70.194,24 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Águas de Reuso R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Águas Subterrâneas R$ 27.750,54 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Distribuição R$ 0,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE ESTUDOS E PROJETOS

R$ 19.693.982,72 8.940.567,89 45,4

Ações de Obras Hídricas - Adutora R$ 52.371.534,71 R$ 824.818,79 1,57% Ações de Obras Hídricas - Pequenos e Médios Reservatórios

R$ 505.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Obras Hídricas - Açudes e Barragens R$ 22.416.755,58 R$ 6.101.163, 03 27,22% Ações de Obras Hídricas - Transposição Águas entre Bacias

R$ 336.083.020,52 R$ 11.983.589,40 3,57%

Ações de Obras Hídricas - Caixa d'água R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Obras Hídricas - Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água

R$ 33.751.087,25 R$ 256.552,96 0,76%

Ações de Obras Hídricas - Águas Subterrâneas R$ 2.520.201,61 R$ 66.988,80 2,66% Ações de Obras Hídricas - Distribuição R$ 3.173.683,00 R$ 0,00 - Ações de Obras Hídricas - Perenização rios e riachos R$ 1.550.000,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE OBRAS HÍDRICAS R$ 452.371.282,67 R$ 19.233.112,98 4,25%

Ações de Gestão Participativa R$ 180.000,00 R$ 51.153,00 28,42% SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO PARTICIPATIVA

R$ 180.000,00 R$ 51.153,00 28,42%

Ações de Gestão Ambiental R$ 15.000,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL R$ 15.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Gestão hídrica em geral R$ 69.000,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Concessão de outorgas R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Investimento apoio R$ 10.373.000,00 R$ 361.081,08 3,48% Ações de Gestão hídrica - Capacitação técnica R$ 35.000,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Fiscalização R$ 6.757.3260,65 R$ 2.977.672,67 44,07% Ações de Gestão hídrica – Qualidade de água R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Alocação de água R$ 3.124.500,00 R$ 706.300,61 22,61 SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO HÍDRICA R$ 20.358.860,65 R$ 4.045.054,36 19,87%

TOTAL GERAL R$ 496.759.126,04 R$ 33.926.428,45 6,83% FONTE: Base de dados do Sistema Integrado de Contabilidade do Estado do Ceará – SIC

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Quadro 3 Valor orçado e executado – Gestão de Recursos Hídricos

Segundo o tipo das ações desenvolvidas - 2014

EXERCÍCIO 2014 TIPO DAS AÇÕES ORÇADO EXECUTADO %

Ações de Manutenção Administrativa dos Órgãos vinculados ao SIGERH

R$ 71.940.274,51 R$ 2.628.713,74 3,65%

SUBTOTAL COM AÇÕES DE MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA

R$ 71.940.274,51 R$ 2.628.713,74 3,65%

Ações de Estudos e Projetos – Adutora R$ 21.596.120,08 R$ 2.248.835,05 10,41% Ações de Estudos e Projetos - Pequenos e Médios Reservatórios

R$ 0,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Açudes e Barragens R$ 37.481.791,00 R$ 1.244.975,47 3,32% Ações de Estudos e Projetos - Transposição Águas entre Bacias

R$ 294.000,00 R$ 294.000,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Caixa d'água R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água

R$ 0,00 R$ 0,00 -

Ações de Estudos e Projetos - Águas de Reuso R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Águas Subterrâneas R$ 9.000,00 R$ 0,00 - Ações de Estudos e Projetos - Distribuição R$ 0,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE ESTUDOS E PROJETOS

R$ 59.380.911,08 R$ 3.493.810,52 5,88%

Ações de Obras Hídricas - Adutora R$ 97.319.989,85 R$ 13.239.119,67 13,60% Ações de Obras Hídricas - Pequenos e Médios Reservatórios

R$ 60.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Obras Hídricas - Açudes e Barragens R$ 48.776.041,80 R$ 2.317.514,25 4,75% Ações de Obras Hídricas - Transposição Águas entre Bacias

R$ 499.146.856,74 R$ 117.183.571,56 23,48%

Ações de Obras Hídricas - Caixa d'água R$ 5.000,00 R$ 0,00 - Ações de Obras Hídricas - Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água

R$ 23.246.213,55 R$ 1.567.300,92 6,74%

Ações de Obras Hídricas - Águas Subterrâneas R$ 1.461.351,70 R$ 45.653,24 3,12% Ações de Obras Hídricas - Distribuição R$ 3.059.087,00 R$ R$ 0,00 - Ações de Obras Hídricas - Perenização rios e riachos R$ 0,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE OBRAS HÍDRICAS R$ 673.074.540,64 R$ 134.353.159,64 19,96%

Ações de Gestão Participativa R$ 815.000,00 R$ 0,00 - SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO PARTICIPATIVA

R$ 815.000,00 R$ 0,00 -

Ações de Gestão Ambiental R$ 127.120,00 R$ R$ 47.834, 73 37,63% SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL R$ 127.120,00 R$ R$ 47.834, 73 37,63%

Ações de Gestão hídrica em geral R$ 1.529.580,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Concessão de outorgas R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Investimento apoio R$ 12.000,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Capacitação técnica R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Fiscalização R$ 8.309.138,26 R$ 2.624.676,30 31,59% Ações de Gestão hídrica – Qualidade de água R$ 0,00 R$ 0,00 - Ações de Gestão hídrica - Alocação de água R$ 1.000.000,00 R$ 494.519,48 49,45% SUBTOTAL COM AÇÕES DE GESTÃO HÍDRICA R$ 10.850.718,26 R$ 3.119.195,78 28,75%

TOTAL GERAL R$ 816.188.564,49 R$ 143.462.714,41 17,60% FONTE: Base de dados do Sistema Integrado de Contabilidade do Estado do Ceará – SIC

Apesar da grave crise hídrica que o estado do Ceará enfrenta, observamos pelas

demonstrações acima:

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1. Redução da despesa orçada com Gestão Ambiental/Saneamento entre os anos de 2012 a 2013;

2. Baixa execução orçamentária ao longo dos exercícios sob análise, especialmente nas ações de obras hídricas.

Donde se conclui que, apesar das necessidades por que perpassa o Estado, pouco se investiu no intuito de melhorara a oferta de água.

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3 ACHADOS DE AUDITORIA

3.1 A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente?

A questão de auditoria teve como objeto identificar até que ponto a Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente

Primeiro Achado

a) Situação Encontrada

O Estado do Ceará encontra-se em situação de escassez na sua disponibilidade hídrica.

b) Critérios

Instrução Normativa nº 1, de 24 de agosto de 2012 do Ministério da Integração Nacional, estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento federal das situações de anormalidade decretadas pelos entes federativos e dá outras providências.

c) Evidências

Decreto nº 31.808 de 22 de outubro de 2015 que declara em situação anormal, caracterizada como situação de emergência, as áreas dos municípios do Estado do Ceará afetados pela seca.

Segundo registros da COGERH disponibilizados em 21/12/2015, dos 153 reservatórios gerenciados pelo Estado, 136 (88,24%) dispõem de menos de 30% de sua capacidade de reservação de água, dos quais:

• 9 (5,88%) estavam secos; • 84 (54,90%) estavam com menos de 10% de sua capacidade; • 27 (17,65%) estavam com menos de 20% de sua capacidade; e • 15 (9,80%) estavam com menos de 30% de sua capacidade.

Dentre os membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs entrevistados, 70,97% afirmaram que o principal problema relacionado às águas de sua Bacia está relacionado a escassez de água.

Dentre os membros da Comissão de Acompanhamento de Operação de Vales Perenizados – CAOVP, todos, sem distinção, afirmaram que o principal problema relacionado às águas está relacionado a escassez de água.

A SRH não dispendeu recursos, ao longo dos exercícios de 2012, 2103 e 2104, com a construção e recuperação de pequenos e médios reservatórios.

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Os recursos dispendidos com a construção de açudes e barragens, cumulativamente ao longo dos exercícios financeiros de 2012 a 214 importaram apenas em 13,80% do valor orçado cumulativamente para essas ações.

d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Ciclo da água ocorrendo com frequência menor; • Reservatórios com baixa profundidade e de grande espelho d’água; • Crescimento populacional, aumento das atividades produtivas e elevação do

consumo de produtos que utilizam muita água na sua produção, a exemplo do Complexo Industrial e Portuário do Pecém – CIPP;

• Saneamento básico ambiental inadequado; Remoção de matas ciliares, queimadas e desmatamento;

• Deficiência no planejamento hídrico.

e) Efeitos

A escassez hídrica proporciona:

• Alto índice de evapotranspiração dos reservatórios. • Aumento considerável no consumo de água, que contribui para a diminuição

da disponibilidade hídrica. • Poluição de rios e mananciais, tornando-os inutilizáveis. • Deposição de sedimentos no leito dos rios e nos reservatórios, causando seus

assoreamentos, diminuindo consideravelmente a vazão dos rios e o volume dos reservatórios.

• Total de outorgas para uso de águas, superiores à capacidade média de reposição dos reservatórios.

• Colapso no fornecimento de água nos diversos Municípios do Estado do Ceará.

f) Recomendações

Recomendar à Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, que:

• Conceda outorgas de uso de água, compatível com a média histórica das precipitações pluviométricas responsáveis pela reposição hídrica dos reservatórios;

• Nas situações possíveis, aprofunde os reservatórios de baixa profundidade e aqueles assoreados pela ação do tempo;

• Construa pequenos e médios reservatórios, para aumentar a capacidade de reservação hídrica do Estado;

• Implemente um sistema sustentável de preservação da infraestrutura hídrica para promover a eficiência e reduzir as perdas no que tange ao armazenamento, captação e distribuição da água.

g) Determinações

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Determinar à SRH, que elabore estudos sobre a viabilidade econômica de dessalinização de água do mar para suprir necessidade hídrica de grandes consumidores instalados próximos ao litoral, comparando esses custos ao custo das águas transpostas do Rio São Francisco.

h) Benefícios Esperados

Oferta de água suficiente e satisfatória para atender as necessidades demandadas.

Segundo Achado

a) Situação Encontrada

A integração da Gestão de Recursos Hídricos com a Gestão Ambiental é muito incipiente

b) Critérios

Na conformidade da Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 4º, III, a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental constitui-se numa diretriz da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Na conformidade da Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 3º, III, a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental constitui-se numa diretriz geral da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Na conformidade da Constituição Federal, Art. 225, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

c) Evidências

Decreto

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 91,13% afirmaram que não identificam a integração das políticas de recursos hídricos com as políticas ambientais;

• 18,55% afirmaram que entendem que deveria haver uma maior integração das políticas de recursos hídricos com as políticas ambientais;

Não foram identificadas, nos Orçamentos Programas do Estado do Ceará relativo aos exercícios financeiros de 2012, 2013 e 2014, dispêndios com ações que visem integrar a Gestão Hídrica à Gestão Ambiental.

d) Causas

A principal causa identificada se consiste no Planejamento Governamental Setorial elaborado de forma desconexa, sem observar a inter-relação de setores, especialmente a existente entre gestão de recursos hídricos e gestão ambiental.

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e) Efeitos

Gestão ambiental desassociada da Gestão dos Recursos Hídricos

f) Recomendações

Recomendar à SRH, que estabeleça convênio com o Órgão responsável pela gestão ambiental com o fim de garantir uma plena integração da Gestão de Recursos Hídricos com a Gestão Ambiental.

g) Determinações

Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável pelo controle da implementação das Políticas de Recursos Hídricos integrada as de Meio Ambiente.

h) Benefícios Esperados

Mitigar os efeitos da degradação ambiental sobre a disponibilidade de recursos hídricos e sobre os corpos d’água em geral.

Terceiro Achado

a) Situação Encontrada

Não estão sendo promovidas ações de educação ambiental para uso dos recursos hídricos

b) Critérios

Na conformidade da Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 4º, VI, a promoção da educação ambiental para o uso dos recursos hídricos, com o objetivo de sensibilizar a coletividade para a conservação e utilização sustentável deste recurso, capacitando-a para participação ativa na sua defesa constitui-se numa diretriz da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Resolução nº 98, de 26 de março de 2009, estabelece princípios, fundamentos e diretrizes para a educação, o desenvolvimento de capacidades, a mobilização social e a informação para a Gestão Integrada de Recursos Hídricos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

c) Evidências

Não foram identificadas, nos Orçamentos Programas do Estado do Ceará relativo aos exercícios financeiros de 2012, 2013 e 2014, dispêndios com ações que visem promover ações de Educação Ambiental para uso de Recursos Hídricos.

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 75,00% afirmaram que não identificam a educação ambiental como uma atividade desenvolvida no âmbito de seu CBH;

• 37,10% afirmaram que entendem que a educação ambiental deveria ser uma atividade mais desenvolvida no âmbito de seu CBH.

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d) Causas

A principal causa identificada se consiste na ausência de previsão orçamentária para o desenvolvimento de Ações de Educação Ambiental voltadas para a Gestão Integrada de Recursos Hídricos.

e) Efeitos

A debilidade nas ações de educação ambiental tem proporcionado:

• Uso irracional dos recursos hídricos. • Coletividade pouco sensibilizada para a importância da conservação e

utilização sustentável dos recursos hídricos;

f) Recomendações

Recomendar à SRH, que institua Programas de Educação Ambiental no âmbito da Gestão Integrada de Recursos Hídricos visando garantir uma gestão em equilíbrio com o meio ambiente.

g) Determinações

Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável pelo controle da implementação das Políticas de Recursos Hídricos integrada as de Meio Ambiente.

h) Benefícios Esperados

Coletividade mais sensibilizada para a conservação e utilização sustentável dos recursos hídricos

3.2 A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará?

A questão de auditoria teve como objeto identificar se a Gestão de Recursos Hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado.

Primeiro Achado

a) Situação Encontrada

O uso da água para o consumo humano não tem sido tratado com a prioridade devida.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 3º, VIII, consigna que o uso prioritário dos recursos hídricos, em situações de escassez, é o consumo humano e a dessedentação de animais. Tal consignação é corroborada pelo mesmo estatuto, Art. 4º, I, que estatuí, a prioridade do uso da água será o consumo humano e a dessedentação animal, ficando a ordem dos demais usos a ser definida pelo órgão gestor, ouvido o respectivo Comitê da Bacia Hidrográfica.

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A Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 1º, III, consigna que em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. Consignação ratificada pelo mesmo estatuto, Art. 2º, I, o qual estabelece que é um dos objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos é assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos.

c) Evidências

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 70,97% afirmaram que o principal problema relacionado às águas da sua Bacia Hidrográfica está relacionado à sua escassez e 13,71% afirmaram que a escassez é para o consumo humano;

• 87,10% afirmaram que existem Municípios que estão sofrendo com a falta de água para o consumo humano na sua Bacia Hidrográfica;

• 58,06% afirmaram que está sendo liberado água para atender projetos de irrigação bem como para ser usado como insumo de processo produtivo na sua Bacia Hidrográfica.

• 29,03% afirmaram que participaram de conflitos no âmbito de seu Comitê, sendo que, 94,44% desses conflitos foram relativos a alocação de água.

Dentre os membros da Comissão de Acompanhamento de Operação de Vales Perenizados – CAOVP entrevistados, todos, sem distinção, afirmaram que o principal problema relacionado às águas está relacionado a sua escassez e 28,57% afirmaram que a escassez é para o consumo humano.

Dentre os membros das Defesas Civil dos Municípios, entrevistados, 93,10% afirmaram que a população não residente na sede do Município tem sido, essencialmente, abastecida por carro pipa e que este meio de abastecimento não tem sido satisfatório para atender as necessidades dessa população.

d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Escassez de água em geral; • Excesso de demanda pelo uso da água em projetos de irrigação e como

insumo de processos produtivos; • Interesses incompatíveis entre os diversos atores que dependem do uso da

água; • Poder de barganha diferenciado entre os diversos agentes membros dos

CBHs; • Tomadas de decisão envolvendo a alocação da água, sem observar o

posicionamento dos respectivos CBHs.

e) Efeitos

O uso inapropriado da água tem proporcionado:

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• Colapso no fornecimento de água nos diversos Municípios do Estado do Ceará;

• Racionamento no abastecimento de água para o consumo humano; • Liberação de uso de água para suprir a projetos de irrigação e como insumo

de processos produtivos em detrimento do abastecimento humano.

f) Recomendações

Recomendar à Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, que:

• Construa pequenos e médios reservatórios, para aumentar a capacidade de reservação hídrica do Estado;

• Nas bacias com pouca oferta hídrica, porquanto durar o período de escassez, sejam suspensos provisoriamente as outorgas de uso de água que não se destinam ao consumo humano;

• No âmbito de cada bacia, siga as deliberações do respectivo CBH quanto à alocação negociadas de água;

• Constitua ações que viabilizem a transposição de água entre bacias.

g) Determinações

Determinar à SRH, que adote mecanismos que visem garantir uma efetiva participação da sociedade civil organizada nas discussões e deliberações no processo de alocação negociada de água nos CBHs.

h) Benefícios Esperados

Em situações de escassez será priorizado o consumo humano.

Segundo Achado

a) Situação Encontrada

A qualidade dos recursos hídricos está sendo afetada pela degradação ambiental e poluição.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 3º, IX, consigna que os recursos hídricos devem ser preservados contra a poluição e a degradação. Tal consignação é corroborada pelo mesmo estatuto, Art. 4º, VII, que estatuí, o desenvolvimento permanente de programas de conservação e proteção das águas contra a poluição, exploração excessiva ou não controlada.

c) Evidências

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 51,61% afirmaram que o principal problema relacionado às águas de sua Bacia residem na poluição ambiental e desmatamento das nascentes e matas ciliares;

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• 26,61% afirmaram que o tema degradação ambiental não tem sido discutida no âmbito dos CBHs;

• 83,87% entendem que os CBHs devem incorporar às suas discussões outras questões, tais como, uso do solo e desmatamento das matas ciliares.

Dentre os membros das Defesas Civil dos Municípios, entrevistados, todos afirmaram que mais de 60% da população residente em seu Município não é atendida por saneamento básico.

d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Crescimento populacional, aumento das atividades produtivas; • Saneamento básico ambiental inadequado; • Falta de controle e fiscalização sobre o uso do solo; • Remoção de matas ciliares, queimadas e desmatamento; • Deficiência no processo de fiscalização ambiental; • Deficiência no monitoramento da qualidade das águas dos diversos corpos

hídricos.

e) Efeitos

A debilidade na qualidade dos recursos hídricos tem proporcionado:

• Aumento considerável na produção de esgotos urbanos e industriais; • Despejo de efluentes nos corpos hídricos sem o devido tratamento; • Poluição de rios e mananciais, tornando-os inutilizáveis; • Seca de nascentes; • Deposição de sedimentos no leito dos rios e nos reservatórios, causando seus

assoreamentos, diminuindo consideravelmente a vazão dos rios e o volume dos reservatórios.

f) Recomendações

Recomendar à Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, que:

• Fortaleça as atividades de monitoramento, fiscalização e controle dos impactos produzidos pela poluição e degradação ambiental dos recursos hídricos e dos solos;

• Combata a degradação da terra através da conservação e uso do sole e de atividades de florestamento e reflorestamento.

g) Determinações

Determinar à SRH, que incentive a criação de programas de recuperação ambiental de áreas degradadas.

h) Benefícios Esperados

Corpos hídricos ladeados por matas ciliares e afetados o mínimo possível pela degradação e poluição ambiental.

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Terceiro Achado

a) Situação Encontrada

Estão sendo concedidas e mantidas outorgas de direito de uso sem a observância das prioridades de uso dos recursos hídricos.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 6º, §§ 1º e 3º, consigna que a outorga de direito de uso de recursos hídricos tem por objetivo efetuar o controle do uso e assegurar o direito de acesso à água, condicionada às prioridades estabelecidas no Plano Estadual de Recursos Hídricos e nos Planos de Bacias Hidrográficas e estará condicionada às exigências desta Lei e das demais normas regulamentares, como também, dos critérios fixados pelo Conselho de Recursos Hídricos do Ceará – CONERH e pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, no que couber.

A Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 13, consigna que toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.

c) Evidências

O documento apresentado pela SRH como sendo o Plano Estadual de Recursos Hídricos, elaborado em 2006, não está atualizado e suas prioridades não atendem as exigências da legislação específica.

Não foi identificado nas outorgas concedidas pela SRH sua compatibilidade com as prioridades de uso do respectivo corpo hídrico.

d) Causas

As principais causas identificadas foram Planos de Recursos Hídricos, Estadual e de Bacias, em desuso e que não refletem a realidade hídrica atual do Estado.

e) Efeitos

Concessão de outorgas de direito de uso sem observar as prioridades de uso dos recursos hídricos de cada Bacia Hidrográfica.

f) Recomendações

Recomendar à Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, que conceda outorgas fundamentadas nas prioridades de uso dos corpos hídrico, definidas nos respectivos planos.

g) Determinações

Determinar à SRH, que reformule, revise e elabore, os planos de recursos hídricos, estadual e de Bacias, para que esses definam as prioridades de uso de cada corpo hídrico.

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h) Benefícios Esperados

Concessão de outorgas de uso de água, concedidas com esteio na prioridade de uso dos respectivos corpos hídricos

Quarto Achado

a) Situação Encontrada

O gerenciamento das águas subterrâneas não está sendo desenvolvido de forma integrada com as águas superficiais e sua fiscalização está sendo exercida de forma deficiente

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 5º, III, Arts. 14, 32 e 33, 51, I, V, VI, XI e XII, consigna que os planos de recursos hídricos são instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos; que a fiscalização do uso dos recursos hídricos será exercida nas águas superficiais e subterrâneas de domínio do Estado do Ceará e realizar-se-á com base nos objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos por esta Lei e tendo como enfoques a orientação aos usuários, a fim de assegurar o cumprimento da legislação de recursos hídricos e ambientais; que as águas subterrâneas deverão ser gerenciadas de forma integrada com as águas superficiais e estarão sujeitas, permanentemente, às ações de conservação e proteção, visando ao seu uso sustentável; que nas outorgas de direito de uso de águas subterrâneas deverão ser considerados critérios que assegurem a gestão integrada das águas e que evitem o comprometimento qualitativo e quantitativo dos aquíferos.

Também deve ser observado como critério a publicação da Agência Nacional das Águas, Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil – 2005.

c) Evidências

Em reunião com a equipe técnica da COGERH, foi declarado por esses técnicos que o gerenciamento das águas subterrâneas não é realizado de forma integrada com as águas superficiais e sua fiscalização não é desenvolvida de forma satisfatória.

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 79,84% afirmaram que não identificam o monitoramento e fiscalização dos recursos hídricos como um tema que tem sido tratado de forma relevante nas reuniões dos CBHs;

• 22,58% avaliam que o monitoramento e fiscalização dos recursos hídricos devem ser mais discutidos e trabalhados nas reuniões dos CBHs;

• 12,10% entendem que o processo de fiscalização dos recursos hídricos deve melhorar.

Dos 438 poços perfurados no período de janeiro a outubro de 2015, pela SOHIDRA, 30% estavam secos e o restante tinha vazão menor do que a demanda emergencial.

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d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Necessidade de perfurar poços nas diversas regiões do Estado do Ceará, como medida de enfretamento emergencial a seca;

• Carência de técnicos para desempenhar as atividades de monitoramento e fiscalização nas águas subterrâneas.

e) Efeitos

O gerenciamento e a fiscalização das águas subterrâneas estar sendo exercida de forma deficiente, proporciona:

• Proliferação de poços (clandestinos e outorgados) nas diversas regiões do Estado do Ceará.

• Deficiência no monitoramento e fiscalização das águas subterrâneas • Acesso descontrolado à aquíferos e reservatórios subterrâneos, podendo levar

a seu esgotamento e contaminação

f) Recomendações

Recomendar à Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, que instrumentalize o Núcleo de Águas Subterrâneas, com o fim de implementar e garantir o gerenciamento de águas subterrâneas, com o monitoramento contínuo dos aquíferos e águas subterrâneas, objetivando preservar a qualidade e a disponibilidade hídrica desses mananciais.

g) Benefícios Esperados

Intensificação do processo de fiscalização das águas subterrâneas, com a identificação dos poços clandestinos, integrando-os à rede de poços outorgados e controlados pela SRH.

Monitoramento mais eficaz dos poços, controlando a compatibilidade do volume de água explorado com o outorgado, bem como a qualidade desses recursos.

Aperfeiçoamento no processo de gerenciamento das águas subterrâneas, sendo desenvolvida de forma integrada com as águas superficiais.

Quinto Achado

a) Situação Encontrada

A prática de reuso de água não está institucionalizada, tampouco é estimulada, pelo Estado do Ceará.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Arts. 37 e 38, consigna que o reuso de água é parte de uma atividade mais abrangente de gestão integrada, onde o uso racional ou eficiente da água compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água e o Poder Executivo deve institucionalizar e estimular a prática do reuso de água e integrá-la aos planos de bacias hidrográficas.

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c) Evidências

Ausência de publicação no Diário Oficial do Estado do Ceará de dispositivo legal que institucionaliza a água de reuso.

d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Falta de regulamentação pelo Estado do Ceará da prática de reuso de água; • Falta de implementação de dessalinização da água do mar

e) Efeitos

Perda de possíveis fontes hídricas, que advêm do reuso das águas e da dessalinização da água do mar.

f) Boas Práticas

Concorrência Pública 011/2013 organizada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE, com o fim de constituir Sociedade de Propósito Específico – SPE, cujo objeto trata da prestação de serviços de tratamento e fornecimento de água industrial, coleta, tratamento e disposição de efluentes e resíduos industriais

g) Determinações

Determinar à SRH, que implemente estudos visando e apresentar uma legislação específica sobre as águas de reuso.

h) Benefícios Esperados

Edição de uma legislação específica para a “água de reuso”.

3.3 A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

A questão de auditoria teve como objeto identificar se a Gestão de Recursos Hídricos está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa.

Primeiro Achado

a) Situação Encontrada

O Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH do Estado do Ceará está desatualizado.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 5º, III, Art. 18, consigna que os planos de recursos hídricos são instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos e que o Estado deverá atualizar a cada quatro anos o Plano Estadual de Recursos Hídricos - PLANERH, assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais, para sua implementação.

A Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 7º, consigna que os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos.

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c) Evidências

Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH do Estado do Ceará foi elaborado e publicado em 2006 e nunca foi atualizado.

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 9,68% não sabiam que o Estado dispõe de um Plano de Recursos Hídricos; • 70,97% nunca participaram de nenhum processo que discutiu o PLANERH; • 52,42% não conheciam o PLANERH.

Também deve ser observado como critério a publicação Relatório de conjuntura dos recursos hídricos do Brasil - informe 2015.

d) Causas

A principal causa identificada foi a inércia da SRH em promover a atualização e revisão do PLANERH.

e) Efeitos

Plano Estadual de Recursos Hídricos obsoleto, não retrata a realidade hídrica atual do Estado, inócuo.

f) Determinações

Determinar à SRH, que atualize o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH, adequando-o às necessidades de uso da água, compatibilizando-o aos objetivos estratégicos e ao PPA do Estado.

g) Benefícios Esperados

Planejamento da gestão hídrica do Estado do Ceará compatível com seus objetivos estratégicos e Plano Plurianual – PPA.

Segundo Achado

a) Situação Encontrada

Bacias Hidrográficas, cujos respectivos Planos de Bacias estão desatualizados.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 20, § 2º, consigna que os planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas terão conteúdo compatível com o do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

c) Evidências

Planos das Bacias Hidrográficas do Curu; Baixo, Médio e Alto Jaguaribe; Banabuiú e Salgado estão desatualizados a 14 anos.

Dentre os membros dos CBHs entrevistados, integrantes dos CBHs identificados:

• 37,50% não sabiam que a Bacia dispunha de um Plano de Recursos Hídricos; • 75,00% não participaram da elaboração do Plano;

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• 62,50% não conheciam o Plano.

Também deve ser observado como critério a publicação Relatório de conjuntura dos recursos hídricos do Brasil - informe 2015.

d) Causas

A principal causa identificada foi a inércia da SRH em promover a atualização e revisão dos Planos de suas Bacias.

e) Efeitos

Planos de Bacias Hidrográficas, que não retratam a realidade hídrica de suas Bacias, inócuos.

f) Recomendações

Recomendar à SRH, que incentive a atualização e reformulação dos Planos de Bacias Hidrográficas - PBHs, adequando-os à realidade fática dos Recursos Hídricos das respectivas bacias.

g) Determinações

Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável para apoiar a elaboração e revisão permanente dos PBHs visando mantê-los adequados a realidade hídrica de suas respectivas bacias.

h) Benefícios Esperados

Planejamento da gestão hídrica das Bacias Hidrográficas compatível com sua realidade hídrica.

Terceiro Achado

a) Situação Encontrada

Bacias Hidrográficas que não dispõe de Planos.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 20, § 2º, Art. 46, II, consigna que os planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas terão conteúdo compatível com o do Plano Estadual de Recursos Hídricos, cabendo aos Comitês de Bacias Hidrográficas propor a elaboração e aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica.

c) Evidências

Publicação Relatório de conjuntura dos recursos hídricos do Brasil - informe 2015.

d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Ausência de Planos da Bacia Hidrográfica; • Inércia dos CBHs em elaborar seus Planos de suas Bacias.

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e) Efeitos

Gestão Hídrica desassociada da realidade fática dos Recursos Hídricos das referidas bacias.

f) Recomendações

Recomendar à SRH, que incentive a elaboração de Planos de Bacias Hidrográficas das Bacias que não dispõem de Plano, adequados à realidade fática dos Recursos Hídricos das respectivas bacias.

g) Determinações

Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável para apoiar a elaboração e revisão permanente dos PBHs visando mantê-los adequados a realidade hídrica de suas respectivas bacias.

h) Benefícios Esperados

Planejamento da gestão hídrica das Bacias Hidrográficas compatível com sua realidade hídrica.

Quarto Achado

a) Situação Encontrada

O Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNERH não está regulamentado e implementado.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Arts. 21 a 23, consigna que o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FUNERH, vinculado à Secretaria dos Recursos Hídricos, tem a finalidade de dar suporte financeiro à Política Estadual de Recursos Hídricos e será regido pelas normas estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento.

A Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 22, consigna que os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados

c) Evidências

Leis Orçamentária Anuais, relativo aos exercícios financeiros de 2012, 2013 e 2014, não destacam a Unidade Orçamentária Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNERH.

d) Causas

Falta de vontade política em implementar o FUNERH.

e) Efeitos

Debilidade no fomento de programas, projetos e estudos definidos pela SRH, CONERH e CBHs que visem assegurar a melhoria da gestão dos recursos hídricos e da qualidade de vida da população do Estado em equilíbrio com o meio ambiente e em consonância com o PLANERH e os PBHs.

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f) Determinações

Determinar à SRH, que regulamente e implemente o FUNERH.

h) Benefícios Esperados

Disponibilização de recursos financeiros para fomentar programas, projetos que visem assegurar a melhoria da gestão dos recursos hídricos e da qualidade de vida da população do Estado em equilíbrio com o meio ambiente.

Quinto Achado

a) Situação Encontrada

Os membros dos CBHs não detêm conhecimento satisfatórios sobre suas atribuições e competências.

b) Critérios

A Lei Estadual nº 14.844/2010, Arts. 44 a 47, consigna que os Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs, são entes regionais de gestão de recursos hídricos com funções consultivas e deliberativas, atuação em bacias, sub-bacias ou regiões hidrográficas, vinculados ao CONERH, cuja formação e funcionamento serão objeto de regulamentação.

A Lei Federal nº 9.433/1997, Arts. 37 a 40, consigna que definem a área de atuação, as competências e a composição dos Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs.

Também deve ser observado como critério a publicação da Agência Nacional das Águas – ANA, O Comitê de Bacia Hidrográfica, Prática e Procedimento.

c) Evidências

Dentre os membros dos CBHs entrevistados:

• 78,23% afirmaram que não possuem pleno conhecimento sobre suas atribuições e competências;

• 77,42% afirmaram que não possuem pleno conhecimento acerca da acerca da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água;

• 76,61% afirmaram que as reuniões dos CBHs são organizadas e conduzidas por suas Secretarias Executivas (desempenhadas pela COGRH), não cabendo a eles nenhuma definição.

d) Causas

Falta de conhecimento dos membros dos CBHs sobre gestão de recursos hídricos.

e) Efeitos

Decisões, no âmbito dos CBHs, sendo tomadas a partir das orientações indutivas dos técnicos da COGERH (Secretaria Executiva) cabendo aos membros dos CBHs concordar ou não com os encaminhamentos apresentados por esses técnicos.

f) Recomendações

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Recomendar à SRH, que implemente capacitações para os membros dos CBHs visando emponderá-los acerca de suas atribuições e competências e da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água.

g) Benefícios Esperados

Membros dos CBHs conhecedores de suas atribuições e competências e com pleno domínio da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água.

Sexto Achado

a) Situação Encontrada

A frequência das reuniões dos CBHs não contempla a maioria absoluta de seus membros.

b) Critérios

Quórum deliberativo é a quantidade mínima necessária as deliberações do Plenário, nos maiores órgãos deliberativos do País e dos Estados (STF, STJ, TJs, TCU, TCEs, Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas, Conselhos Nacionais e Estaduais, etc), para poder deliberar é requerida a presença de mais de metade dos seus membros em efetividade de funções, ou seus respectivos suplentes.

c) Evidências

Dentre os membros dos CBHs entrevistados 54,84% afirmaram que têm dificuldades em participar das reuniões dos CBHs.

As reuniões dos CBHs de Acaraú, Coreaú e Crateús foram frequentadas por menos de 50% de seus membros.

d) Causas

As principais causas identificadas foram:

• Falta de incentivo financeiro para participação nas reuniões; • Custo com transporte até o local das reuniões; • Falta de tempo; • Distância e tempo gasto com viagem até o local das reuniões; • Realização das reuniões em dias de pouca conveniência para seus membros.

e) Efeitos

A falta de dispositivos que estimulem e garantam a participação dos membros dos CBHs nas reuniões de seus Comitês, promovem:

• Baixa participação dos membros dos CBHs nas reuniões; • Decisões sendo deliberadas sem a participação da maioria dos membros dos

Comitês.

f) Boas Práticas

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Regimento Interno do Conselho dos Recursos Hídricos – CONERH, Arts. 15 e 24, que assim definem:

“Art. 15. Somente haverá reunião do Conselho com a presença de metade mais um

de seus membros, conforme definido em lei.

(...)

Art. 24. As deliberações do Colegiado serão tomadas por maioria simples, desde que

presente a maioria absoluta dos seus Conselheiros, cabendo ao Presidente, o voto de

desempate. “

g) Recomendações

Recomendar à SRH, que implemente medidas que visem estimular e garantir a participação dos membros dos CBHs nas reuniões dos Comitês.

h) Benefícios Esperados

Participação massiva dos membros dos CBHs nas reuniões dos Comitês.

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4 CONCLUSÃO.

No Estado do Ceará, o desempenho da Gestão dos Recursos Hídricos não tem se mostrado satisfatória. Fatores como precipitação pluviométrica muito abaixo do esperado, com aportes de água reduzidos na maioria dos reservatórios gerenciados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH, com reservatórios em todo o estado mantendo baixas históricas.

Nesse contexto, a presente auditoria objetivou avaliar aspectos da gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará, relativos à capacidade de assegurar que a água, possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, por seus usuários, em todo o território estadual, mediante 3(três) questões de auditoria, a saber: A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente? A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará? e A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

Da análise realizada a auditoria constatou-se que:

• O Estado do Ceará encontra-se em situação de escassez na sua disponibilidade hídrica.

• A integração da Gestão de Recursos Hídricos com a Gestão Ambiental é muito incipiente

• Não estão sendo promovidas ações de educação ambiental para uso dos recursos hídricos

• O uso da água para o consumo humano não tem sido tratado com a prioridade devida.

• A qualidade dos recursos hídricos está sendo afetada pela degradação ambiental e poluição.

• Estão sendo concedidas e mantidas outorgas de direito de uso sem a observância das prioridades de uso dos recursos hídricos.

• O gerenciamento das águas subterrâneas não está sendo desenvolvido de forma integrada com as águas superficiais e sua fiscalização está sendo exercida de forma deficiente

• A prática de reuso de água não está institucionalizada, tampouco é estimulada, pelo Estado do Ceará.

• O Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH do Estado do Ceará está desatualizado.

• Bacias Hidrográficas, cujos respectivos Planos de Bacias estão desatualizados.

• O Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNERH não está regulamentado e implementado.

• Os membros dos CBHs não detêm conhecimento satisfatórios sobre suas atribuições e competências.

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• A frequência das reuniões dos CBHs não contempla a maioria absoluta de seus membros.

Destarte, faz-se necessário que os gestores adotem medidas com o objetivo de sanar as fragilidades encontradas as quais são objetos de propostas de recomendações e determinações no capítulo seguinte deste relatório.

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5 PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Diante do exposto, e visando contribuir para a melhoria da Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, a Equipe de Auditores responsável pela auditoria operacional, submete este relatório à consideração superior, com fulcro no inciso VI, art. 15 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, sugerindo a oitiva do Secretário de Recursos Hídricos do Ceará, para sua manifestação acerca das Recomendações e Determinações propostas a seguir:

5.1 Recomendações

Que a SRH:

5.1.1 Conceda outorgas de uso de água, compatível com a média histórica das precipitações pluviométricas responsáveis pela reposição hídrica dos reservatórios;

5.1.2 Nas situações possíveis, aprofunde os reservatórios de baixa profundidade e aqueles assoreados pela ação do tempo;

5.1.3 Construa pequenos e médios reservatórios, para aumentar a capacidade de reservação hídrica do Estado;

5.1.4 Implemente um sistema sustentável de preservação da infraestrutura hídrica para promover a eficiência e reduzir as perdas no que tange ao armazenamento, captação e distribuição da água;

5.1.5 Estabeleça convênio com o Órgão responsável pela gestão ambiental com o fim de garantir uma plena integração da Gestão de Recursos Hídricos com a Gestão Ambiental;

5.1.6 Institua Programas de Educação Ambiental no âmbito da Gestão Integrada de Recursos Hídricos visando garantir uma gestão em equilíbrio com o meio ambiente;

5.1.7 Nas bacias com pouca oferta hídrica, porquanto durar o período de escassez, sejam suspensos provisoriamente as outorgas de uso de água que não se destinam ao consumo humano;

5.1.8 No âmbito de cada bacia, siga as deliberações do respectivo CBH quanto à alocação negociadas de água;

5.1.9 Constitua ações que viabilizem a transposição de água entre bacias; 5.1.10 Fortaleça as atividades de monitoramento, fiscalização e controle dos

impactos produzidos pela poluição e degradação ambiental dos recursos hídricos e dos solos;

5.1.11 Combata a degradação da terra através da conservação e uso do solo e de atividades de florestamento e reflorestamento;

5.1.12 Conceda outorgas fundamentadas nas prioridades de uso dos corpos hídrico, definidas nos respectivos planos;

5.1.13 Instrumentalize o Núcleo de Águas Subterrâneas, com o fim de implementar e garantir o gerenciamento de águas subterrâneas, com o monitoramento contínuo dos aquíferos e águas subterrâneas, objetivando preservar a qualidade e a disponibilidade hídrica desses mananciais;

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5.1.14 Incentive a atualização e reformulação dos Planos de Bacias Hidrográficas - PBHs, adequando-os à realidade fática dos Recursos Hídricos das respectivas bacias;

5.1.15 Incentive a elaboração de Planos de Bacias Hidrográficas das Bacias que não dispõem de Plano, adequados à realidade fática dos Recursos Hídricos das respectivas bacias;

5.1.16 Implemente capacitações para os membros dos CBHs visando emponderá-los acerca de suas atribuições e competências e da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água;

5.1.17 Implemente medidas que visem estimular e garantir a participação dos membros dos CBHs nas reuniões dos Comitês.

5.2 Determinações

Que a SRH:

5.2.1 Elabore estudos sobre a viabilidade econômica de dessalinização de água do mar para suprir necessidade hídrica de grandes consumidores instalados próximos ao litoral, comparando esses custos ao custo das águas transpostas do Rio São Francisco;

5.2.2 Constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável pelo controle da implementação das Políticas de Recursos Hídricos integrada as de Meio Ambiente;

5.2.3 Adote mecanismos que visem garantir uma efetiva participação da sociedade civil organizada nas discussões e deliberações no processo de alocação negociada de água nos CBHs;

5.2.4 Incentive a criação de programas de recuperação ambiental de áreas degradadas;

5.2.5 Reformule, revise e elabore, os planos de recursos hídricos, estadual e de Bacias, para que esses definam as prioridades de uso de cada corpo hídrico;

5.2.6 Implemente estudos visando e apresentar uma legislação específica sobre as águas de reuso;

5.2.7 Atualize o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH, adequando-o às necessidades de uso da água, compatibilizando-o aos objetivos estratégicos e ao PPA do Estado;

5.2.8 Constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável para apoiar a elaboração e revisão permanente dos PBHs visando mantê-los adequados a realidade hídrica de suas respectivas bacias;

5.2.9 Regulamente e implemente o FUNERH.

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Secretaria de controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. Fortaleza, 22 de dezembro de 2015.

Jocyrrégia Maria Peixoto Alves Membro da Comissão de AOP

João Vier Freires Neto Membro da Comissão de AOP

Maria de Fátima Teixeira Brasil Membro da Comissão de AOP

Sérgio Luiz Conde de Oliveira Membro da Comissão de AOP

Francisco das Chagas Evangelista Subcoordenador da Comissão de AOP

Confere:

José Ricardo Moreira Dias Coordenador da Comissão de AOP

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6 ANEXOS

6.1 Referências

Agência Nacional de Águas / ANA. Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil. Disponível em: http://www.portalpnqa.ana.gov.br/ Acesso em: 28.dec. 2015. Agência Nacional de Águas. Brasília, DF. 2005.

________. O Comitê de Bacia Hidrográfica, Prática e Procedimento. Disponível em: http://www.comiteibicui.com.br/ Acesso em: 28.dec. 2015. Agência Nacional de Águas. Brasília, DF. 2011.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF; Senado Federal.

________. Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Publicado no Diário Oficial da União 09/01/1997.

________. Ministério da Integração Nacional. Instrução normativa nº 1, de 24 de agosto de 2012. Estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento federal das situações de anormalidade decretadas pelos entes federativos e dá outras providências. Disponível em: http://www.mi.gov.br/ Acesso em: 28.dec. 2015

________. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Resolução nº 98, de 26 de março de 2009. Estabelece princípios, fundamentos e diretrizes para a educação, o desenvolvimento de capacidades, a mobilização social e a informação para a Gestão Integrada de Recursos Hídricos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Disponível em: http://www.ceivap.org.br/ Acesso em: 28.dec. 2015

CEARÁ. Decreto nº 14.844, 28 de dezembro de 2010. Dispõe sobre a política estadual de recursos hídricos, institui o sistema integrado de gestão de recursos hídricos - SIGERH, e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial do Estado 30/12/2010.

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7 APÊNDICES

7.1 Apêndice 1 – Questionário Membros dos Comitês de Bacias

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QUESTIONÁRIOS – MEMBROS DOS COMITÊS DE BACIAS

I. Identificação do Entrevistado e Caracterização do Comitê: 1. Comitê: ( ) Acaraú ( ) Alto Jaguaribe ( ) Baixo Jaguaribe

( ) Banabuiú ( ) Coreaú ( ) Curu

( ) Litoral ( ) Médio Jaguaribe ( ) Metropolitanas

( ) Salgado ( ) Serra da Ibiapaba ( ) Sertões do Crateús

2. Setor que representa no Comitê: ( ) Poder Público Estadual/Federal ( ) Poder Público Municipal ( ) Sociedade Civil ( ) Usuário

3. Instituição: _______________________________________________________

4. Sua função na Instituição: ___________________________________________

5. Município: ________________________________________________________

6. Sua função no Comitê: ______________________________________________

7. Desde quando você participa do Comitê (mês/ano): _______________________

8. Você participa como membro: ( ) Titular ( ) Suplente

9. Quantos Municípios integram essa Bacia Hidrográfica? __________ ( ) NÃO SABE

10. Com qual frequência acontece as reuniões ordinárias do seu Comitê? ( ) MENSAL ( ) BIMESTRAL ( ) TRIMESTRAL ( ) QUADRIMESTRAL ( ) SEMESTRAL ( ) ANUAL ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO:____________________________________

II. Planejamento:

II.1 Plano Estadual de Recursos Hídricos: 11. Você sabe se o Estado do Ceará possui um Plano Estadual de Recursos Hídricos?

( ) SIM ( ) NÃO

12. Você conhece esse Plano? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SE APLICA

13. Você participou de alguma reunião para discutir o Plano Estadual de Recursos Hídricos? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE ( ) NÃO SE APLICA

14. Você participou da reunião de aprovação do Plano Estadual de Recursos Hídricos? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE ( ) NÃO SE APLICA

II. 2 Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica: 15. Essa Bacia Hidrográfica possui um Plano de Recursos Hídricos?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

16. Você conhece esse Plano?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SE APLICA

17. Você participou da elaboração desse Plano? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SE APLICA

18. Você participou da aprovação desse Plano? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SE APLICA

III. Gerenciamento de Recursos Hídricos: 19. O modelo de gestão prioriza:

I. a descentralização a nível de bacia hidrográfica; II. fortalecimento da participação da sociedade e III. atribuição de um valor econômico a água, estabelecendo-se cobrança pelo seu uso. Na sua opinião, esse modelo é suficiente para a resolução dos problemas da sua bacia? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

Se não, o que deve melhorar?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 20. Como você avalia o gerenciamento dos recursos hídricos na sua Bacia Hidrográfica?

( ) BOM/ÓTIMO ( ) REGULAR ( ) RUIM/PÉSSIMO

21. Como você avalia a participação dos usuários outorgados no gerenciamento dos recursos hídricos na sua Bacia Hidrográfica? ( ) MUITO ATUANTE ( ) POUCO ATUANTE ( ) INDIFERENTE

22. Qual a influência dos usuários no gerenciamento dos recursos hídricos na sua Bacia Hidrográfica? ( ) MUITO INFLUENTE ( ) POUCO INFLUENTE ( ) INDIFERENTE

23. Qual setor representativo exerce maior influência nas decisões do Comitê de sua Bacia Hidrográfica? ( ) PODER PÚBLICO ESTADUAL/FEDERAL ( ) PODER PÚBLICO MUNICIPAL ( ) SOCIEDADE CIVIL ( ) USUÁRIO

24. Quem exerce maior poder nas deliberações do Comitê de Bacia Hidrográfica? ( ) TÉCNICOS DA COGERH ( ) CAGECE/SAAEs ( ) GRUPOS EMPRESARIAIS ( ) GRANDES PRODUTORES AGROPECUÁRIOS ( ) PESSOAS COM MAIOR PODER ECONÔMICO ( ) PEQUENOS PRODUTORES AGROPECUÁRIOS ( ) ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

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( ) NINGUÉM EXERCE MAIOR PODER NA GESTÃO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________

25. Dentre os temas elencadas abaixo, qual é o mais discutido? ( ) OUTORGA ( ) COBRANÇA ( ) ALOCAÇÃO NEGOCIADA DE ÁGUA ( ) USUÁRIO ( ) SOBRE A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS ( ) FISCALIZAÇÃO ( ) DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ( ) SOBRE PLANO DE BACIA ( ) OUTRO:___________________________ ( ) NÃO SABE

26. Dentre os temas elencadas abaixo, quais são os menos discutidos? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) OUTORGA ( ) COBRANÇA ( ) ALOCAÇÃO NEGOCIADA DE ÁGUA ( ) USUÁRIO ( ) SOBRE A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS ( ) FISCALIZAÇÃO ( ) DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ( ) SOBRE PLANO DE BACIA ( ) OUTRO:___________________________ ( ) NÃO SABE

27. Dentre as ações e atividades elencadas abaixo, quais as três mais trabalhadas pelo seu

Comitê? ( ) AVALIAÇÃO DO PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA, INDICANDO PROVIDÊNCIAS ( ) MEDIAR CONFLITOS PELO USO DA ÁGUA ( ) COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA ( ) APLICAÇÃO DOS RECURSOS ADVINDOS DA COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA ( ) CONCESSÃO E ANÁLISE DAS OUTORGAS ( ) ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA ( ) MELHORIA NO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA ( ) MELHORIA NO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ESGOTOS) ( ) REDE DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO ( ) INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE RECUSOS HÍDRICOS ( ) MOBILIZAÇÃO SOCIAL ( ) EDUCAÇÃO AMBIENTAL ( ) INTEGRAÇÃO DA POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS COM AS POLÍTICAS AMBIENTAIS ( ) INTEGRAÇÃO DA POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS COM AS DEMAIS POLÍTICAS PÚBLICAS ( ) ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS EMERGENCIAIS ( ) OUTRO ____________________________________________________________

28. Na sua opinião quais as três ações e atividades elencadas abaixo devem ser trabalhadas pelo seu Comitê? ( ) AVALIAÇÃO DO PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA, INDICANDO PROVIDÊNCIAS

( ) MEDIAR CONFLITOS PELO USO DA ÁGUA ( ) COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA ( ) APLICAÇÃO DOS RECURSOS ADVINDOS DA COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA

( ) CONCESSÃO E ANÁLISE DAS OUTORGAS

( ) ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA ( ) MELHORIA NO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA ( ) MELHORIA NO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ESGOTOS) ( ) REDE DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO ( ) INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE RECUSOS HÍDRICOS ( ) MOBILIZAÇÃO SOCIAL ( ) EDUCAÇÃO AMBIENTAL ( ) INTEGRAÇÃO DA POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS COM AS POLÍTICAS AMBIENTAIS ( ) INTEGRAÇÃO DA POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS COM AS DEMAIS POLÍTICAS PÚBLICAS ( ) ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS EMERGENCIAIS ( ) OUTRO ____________________________________________________________

29. Na sua opinião, qual o principal problema relacionado às águas da sua Bacia Hidrográfica? ( ) ESCASSEZ DE ÁGUA EM GERAL ( ) ESCASSEZ DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

( ) POLUIÇÃO AMBIENTAL ( ) DESMATAMENTO DAS NASCENTES E MATA CILIAR ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________

30. A prioridade do uso da água na sua Bacia Hidrográfica é para consumo humano? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

31. Existem Municípios que estão sofrendo com a falta de água para o consumo humano na sua Bacia Hidrográfica? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

32. Na sua Bacia Hidrográfica está sendo liberado água para atender projetos de irrigação bem como para ser usado como insumo de processo produtivo? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

33. Na sua opinião, o Comitê deveria se preocupar com outros problemas que afetam os reservatórios que integram sua Bacia Hidrográfica? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

34. Para quais problemas? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) COMBATE À POLUIÇÃO AMBIENTAL (INCLUINDO SANEAMENTO) ( ) COMBATE AO USO DE AGROTÓXICO ( ) PRESERVAÇÃO DAS MATAS CILIARES ( ) ASSOREAMENTO DOS RIOS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

IV. Cobrança: 35. Tendo em vista a realidade de sua bacia, qual sua opinião sobre a cobrança pelo uso da

água?

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( ) SEM A COBRANÇA O GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS É INEFICIENTE ( ) SEM A COBRANÇA O GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS PODE SER EFICIENTE ( ) COM A COBRANÇA O GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS PODE SER INEFICIENTE ( ) NÃO SABE

36. Em sua opinião quem deve pagar pelo uso da água? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) TODOS OS QUE CAPTAREM E CONSUMIREM ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS ( ) GRANDES PRODUTORES ( ) IRRIGANTES ( ) A INDÚSTRIA ( ) EMPRESA DE SANEAMENTO (CAGECE / SAAEs) ( ) NINGUÉM DEVERIA PAGAR ( ) NÃO SABE

37. Na sua opinião quem deve pagar mais pelo uso da água? ( ) QUEM CONSUMIR MAIS ( ) QUEM POLUIR MAIS ( ) QUEM TIVER MAIOR CAPACIDADE DE PAGAMENTO ( ) NÃO SABE

38. Na sua opinião os valores cobrados pelo uso da água são satisfatórios? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

V. Conflito: 39. Você já participou de algum processo de negociação de conflito no seu Comitê?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

40. Qual foi o conflito? ________________________________________________________________

________________________________________________________________ _______________________________________________________________

41. Quem conduziu o processo de negociação desse conflito? (Pode ter mais de uma resposta)

( ) OS DIRIGENTES DO COMITÊ ( ) A PLENÁRIA DO COMITÊ ( ) O MINISTÉRIO PÚBLICO ( ) AS PARTES DE FORMA INDEPENDENTE ( ) TÉCNICOS DA COGERH ( ) CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO _____________________________

42. Como você avalia esse processo de negociação? ( ) INSATISFATÓRIO ( ) PARCIALMENTE SATISFATÓRIO ( ) SATISFATÓRIO ( ) NÃO SABE

43. Em sua opinião quais fatores determinam o surgimento de um conflito? (Pode ter mais de uma resposta)

( ) DIFERENÇA DE PODER (ECONÔMICO, INFORMAÇÃO, POLÍTICO) ( ) EXCESSO DE DEMANDA ( ) ESCASSEZ DE ÁGUA ( ) INTERESSES INCOMPATÍVEIS ( ) PODER DE BARGANHA DOS AGENTES ( ) SISTEMA DE INFORMAÇÕES INADEQUADO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________

44. Como você avalia seus conhecimentos sobre conflito pelo uso da água? ( ) POUCO CONHECIMENTO ( ) CONHECIMENTO PARCIAL ( ) PLENO CONHECIMENTO ( ) NÃO SABE

VI. Participação Social: 45. O que o motivou a participar do Comitê?

( ) COLABORAR PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ( ) FOI DESIGNADO ( ) EXERCER A CIDADANIA ( ) NECESSIDADE DE ÁGUA ( ) FAZER RESPEITAR SEUS DIREITOS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO _____________________________

46. Sobre o conhecimento que os membros do Comitê têm a respeito do papel a desempenhar, o que você acha? ( ) POUCO CONHECIMENTO ( ) CONHECIMENTO PARCIAL ( ) PLENO CONHECIMENTO ( ) NÃO SABE

47. Como você avalia seu conhecimento acerca da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água? ( ) POUCO CONHECIMENTO ( ) CONHECIMENTO PARCIAL ( ) PLENO CONHECIMENTO ( ) NÃO SABE

48. Em qual instância são decididas e encaminhadas as questões discutidas pelo Comitê?

( ) NAS REUNIÕES PLENÁRIAS DO COMITÊ ( ) NAS REUNIÕES DA DIRETORIA DO COMITÊ ( ) NA SECRETARIA EXECUTIVA ( ) NAS REUNIÕES DAS COMISSÕES TEMÁTICAS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO _________________________________

49. Como as decisões do Comitê vêm sendo deliberadas? ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS SEUS MEMBROS ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DE 2/3 DE SEUS MEMBROS ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DA MAIORIA ABSOLUTA DE SEUS MEMBROS ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DE QUALQUER NÚMERO DE SEUS MEMBROS ( ) NÃO SABE

50. Qual a principal dificuldade que afeta o funcionamento do Comitê? ( ) FALTA DE RECURSOS FINANCEIRO PARA O DESEMPENHO DAS SUAS ATIVIDADES ( ) FALTA DE INCENTIVO FINANCEIRO PARA SEUS MEMBROS ( ) FALTA DE MOTIVAÇÃO DE SEUS MEMBROS ( ) FALTA DE CONHECIMENTO DOS MEMBROS SOBRE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

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( ) FALTA DE APOIO TÉCNICO/ADMINISTRATIVO ( ) CONFLITOS PELO USO DA ÁGUA DE DÍFICEIS SOLUÇÕES ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

51. Qual a principal dificuldade que afeta sua participação no Comitê? ( ) FALTA DE INCENTIVO FINANCEIRO ( ) DISTÂNCIA E TEMPO GASTO COM VIAGEM ( ) CUSTO COM TRANSPORTE ( ) FALTA DE TEMPO ( ) DIFICULDADE DE LIBERAÇÃO DO TRABALHO ( ) NÃO TEM DIFICULDADES PARA PARTICIPAR DAS REUNIÕES ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________

52. Como você contribui para o funcionamento do seu Comitê? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) PARTICIPANDO DE TODAS AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO COMITÊ ( ) PARTICIPANDO DAS REUNIÕES DO COMITÊ ( ) PARTICIPANDO DAS COMISSÕES TEMÁTICAS DO COMITÊ ( ) PARTICIPANDO DAS REUNIÕES DO FÓRUM CEARENSE DOS COMITÊS DE BACIA ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

56. De que maneira a Secretaria Executiva (COGERH) contribui no desenvolvimento do Comitê? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) NA ORGANIZAÇÃO, APOIO E CONDUÇÃO DAS REUNIÕES ( ) NA CAPACITAÇÃO DOS MEMBROS DO COMITÊ ( ) FOMENTANDO AS DISCUSSÕES COM DADOS TÉCNICOS SUFICIENTES E COM QUALIDADE ( ) COM TRABALHOS DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO ( ) NA ORGANIZAÇÃO DE USUÁRIOS ( ) NÃO CONTRIBUI ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ___________________________________

57. Na sua opinião qual dessas afirmativas melhor retrata um Comitê de Bacia Hidrográfica?

( ) AS ATIVIDADES DO COMITÊ DEVEM SE LIMITAR AOS PROBLEMAS DE ALOCAÇÃO E USO DA ÁGUA

( ) AS ATIVIDADES DO COMITÊ DEVEM INCORPORAR OUTRAS QUESTÕES RELACIONADAS AOS RECURSOS HÍDRICOS, TAIS COMO, USO DO SOLO, DESMATAMENTO DE MATAS CILIARES, PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO À OUTRAS POLÍTICAS SETORIAIS

58. Se você tivesse que tomar uma decisão, qual das opções abaixo você consideraria que

melhor retrata sua escolha? ( ) QUE AS DECISÕES SEJAM TOMADAS PRIORIZANDO AS INFORMAÇÕES TÉCNICAS ( ) QUE AS DECISÕES SEJAM TOMADAS DE FORMA DEMOCRÁTICA, OBSERVANDO-SE AS

VIABILIDADES TÉCNICAS, ( ) QUE AS DECISÕES SEJAM TOMADAS DE FORMA DEMOCRÁTICA ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

59. Como você avalia sua participação no Comitê? ( ) PARTICIPA DA MAIORIA DAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) PARTICIPA DE POUCAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NÃO PARTICIPA DE REUNIÕES PLENÁRIAS

60. Como você interage nas reuniões do Comitê? ( ) COSTUMA SE MANIFESTAR NA MAIORIA DAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) COSTUMA SE MANIFESTAR EM POUCAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NÃO SE MANIFESTA NAS REUNIÕES PLENÁRIAS

61. Qual seu grau de envolvimento com as deliberações do Comitê? ( ) COSTUMA APRESENTAR PROPOSTAS NA MAIORIA DAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) COSTUMA APRESENTAR PROPOSTAS EM POUCAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NÃO APRESENTA PROPOSTAS NAS REUNIÕES PLENÁRIAS

62. Como você contacta com as entidades do segmento que você representa? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) MEDIANTE RELATÓRIOS ( ) RELATOS EM REUNIÃO ( ) PESSOALMENTE ( ) POR TELEFONE ( ) VIA E-MAIL ( ) NÃO MANTÉM CONTATO ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

63. Com que frequência você leva outras pessoas do seu segmento para assistir as reuniões ou participar de atividades do Comitê? ( ) NUNCA ( ) RARAMENTE ( ) AS VEZES ( ) SEMPRE

64. Você se relaciona (interage) regularmente com outros órgãos no âmbito de suas atividades no Comitê? ( ) SIM ( ) NÃO

65. Qual o principal objetivo desses contatos? ( ) DISCUTIR PROBLEMAS E SOLUÇÕES RELACIONADOS À GESTÃO DA BACIA ( ) DISCUTIR QUESTÕES ESTADUAIS OU NACIONAIS DE RECURSOS HÍDRICOS ( ) PEDIR CONSELHOS OU TROCAR EXPERIÊNCIAS ( ) OUTROS __________________________________________________________________

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66. Qual desses grupos que contribuem com o Comitê de sua Bacia Hidrográfica mais lhe

inspira confiança? ( ) IGREJAS ( ) IMPRENSA/MÍDIA ( ) GOVERNO MUNICIPAL ( ) GOVERNOS ESTADUAL/FEDERAL ( ) PODER JUDICIÁRIO ( ) MINISTÉRIO PÚBLICO ( ) CÂMARAS MUNICIPAIS ( ) ONGs ( ) GRANDES USUÁRIOS ( ) NENHUM ( ) OUTROS ______________________________________________________________

67. Qual desses grupos que contribuem com o Comitê de sua Bacia Hidrográfica menos lhe inspira confiança? ( ) IGREJAS ( ) IMPRENSA/MÍDIA ( ) GOVERNO MUNICIPAL ( ) GOVERNOS ESTADUAL/FEDERAL ( ) PODER JUDICIÁRIO ( ) MINISTÉRIO PÚBLICO ( ) CÂMARAS MUNICIPAIS ( ) ONGs ( ) GRANDES USUÁRIOS ( ) TODOS ( ) OUTROS ______________________________________________________________

68. O que você acha que pode melhorar na gestão dos recursos hídricos de sua bacia hidrográfica e no Estado do Ceará: ____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________

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7.2 Apêndice 2 – Questionário Membros Comissão de Acompanhamento de Operação de vale

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QUESTIONÁRIO

MEMBROS COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DE OPERAÇÃO DE VALE

I. Identificação do Entrevistado e Caracterização da Comissão: 1. Essa comissão discute a gestão hídrica acompanhando a operação de Vale Perenizado de

qual(is) rio(s): ______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

2. A qual Comitê você pertence: ( ) Acaraú ( ) Banabuiú ( ) Litoral ( ) Salgado ( ) Alto Jaguaribe ( ) Coreaú ( ) Médio Jaguaribe ( ) Serra da Ibiapaba ( ) Baixo Jaguaribe ( ) Curu ( ) Metropolitanas ( ) Sertões do Crateús

( ) Nenhum Comitê

3. Qual segmento você representa no seu Comitê: ( ) Poder Público Estadual/Federal ( ) Poder Público Municipal ( ) Sociedade Civil ( ) Usuário

4. Município em que reside: ___________________________________________________

5. Desde quando você participa da Comissão (mês/ano): ____________________________

6. Você participa como membro: ( ) Titular ( ) Suplente

7. Com qual frequência acontece as reuniões na Comissão? ( ) MENSAL ( ) BIMESTRAL ( ) TRIMESTRAL ( ) QUADRIMESTRAL ( ) SEMESTRAL ( ) ANUAL ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO:____________________________________

II. Gerenciamento de Recursos Hídricos: 8. Como você avalia o gerenciamento dos recursos hídricos no âmbito dessa Comissão de

Acompanhamento de Operação? ( ) BOM/ÓTIMO ( ) REGULAR ( ) RUIM/PÉSSIMO

9. Como você avalia a participação dos usuários no processo de discussão dos recursos hídricos no âmbito dessa Comissão? ( ) MUITO ATUANTE ( ) POUCO ATUANTE ( ) INDIFERENTE

10. Quem exerce maior influência nas decisões tomadas no âmbito dessa Comissão? ( ) TÉCNICOS DA COGERH ( ) CAGECE/SAAEs ( ) GRUPOS EMPRESARIAS ( ) GRANDES PRODUTORES AGROPECUÁRIOS ( ) PESSOAS COM MAIOR PODER ECONÔMICO

( ) PEQUENOS PRODUTORES AGROPECUÁRIOS ( ) ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS ( ) NINGUÉM INFLUENCIA NO PROCESSO DE DECISÃO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________

11. Dentre os temas elencadas abaixo, qual é o mais discutido?

( ) ALOCAÇÃO NEGOCIADA DE ÁGUA ( ) DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ( ) GESTÃO HÍDRICA DAS BACIAS QUE COMPÕE O VALE ( ) FISCALIZAÇÃO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO:_____________________________________________________________

12. Dentre os temas elencadas abaixo, quais são os menos discutidos? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) ALOCAÇÃO NEGOCIADA DE ÁGUA ( ) DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ( ) GESTÃO HÍDRICA DAS BACIAS QUE COMPÕE O VALE ( ) FISCALIZAÇÃO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO:_____________________________________________________________

13. Na sua opinião, qual o principal problema relacionado às águas na área de atuação dessa Comissão?

( ) ESCASSEZ DE ÁGUA EM GERAL ( ) ESCASSEZ DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO ( ) POLUIÇÃO AMBIENTAL ( ) DESMATAMENTO DAS MATAS CILIARES ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________

14. A prioridade do uso da água no âmbito de atuação dessa Comissão é para consumo humano? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

15. No âmbito geográfico de atuação dessa Comissão, existem Municípios que estão sofrendo com a falta de água para o consumo humano? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

16. No âmbito geográfico de atuação dessa Comissão, está sendo liberado água para atender projetos de irrigação bem como para ser usado como insumo de processo produtivo? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

17. Na sua opinião, essa Comissão deveria se preocupar com outros problemas que afetam os reservatórios que interagem com o Vale? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

18. Para quais problemas? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) COMBATE À POLUIÇÃO AMBIENTAL (INCLUINDO SANEAMENTO)

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( ) COMBATE AO USO DE AGROTÓXICO ( ) PRESERVAÇÃO DAS MATAS CILIARES ( ) ASSOREAMENTO DOS RIOS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

19. Você sabe o que a Comissão de Acompanhamento da Operação dos Vales deve fazer? ( ) SIM ( ) NÃO

Se sim, qual é essa atribuição? ______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 20. O modelo de gestão proposto na lei prioriza:

I. a descentralização a nível de bacia hidrográfica; II. fortalecimento da participação da sociedade e III. atribuição de um valor econômico a água, estabelecendo-se cobrança pelo seu uso. Na sua opinião, esse modelo é satisfatório para a resolução dos problemas de gestão de recursos hídricos? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

Se não, o que deve melhorar? ______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

III. Conflito: 21. Você já participou de algum processo de negociação de conflito no âmbito de atuação

dessa Comissão? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE

22. Qual foi o conflito? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________

_______________________________________________________________ 23. Quem conduziu o processo de negociação desse conflito? (Pode ter mais de uma resposta)

( ) OS DIRIGENTES DA COMISSÃO ( ) A PLENÁRIA DO COMISSÃO ( ) O MINISTÉRIO PÚBLICO ( ) AS PARTES DE FORMA INDEPENDENTE ( ) TÉCNICOS DA COGERH ( ) CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO _____________________________

24. Como você avalia esse processo de negociação?

( ) INSATISFATÓRIO ( ) PARCIALMENTE SATISFATÓRIO ( ) SATISFATÓRIO ( ) NÃO SABE

25. Em sua opinião quais fatores determinam o surgimento de um conflito? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) DIFERENÇA DE PODER (ECONÔMICO, INFORMAÇÃO, POLÍTICO) ( ) EXCESSO DE DEMANDA ( ) ESCASSEZ DE ÁGUA ( ) INTERESSES INCOMPATÍVEIS ( ) PODER DE BARGANHA DOS AGENTES ENVOLVIDOS ( ) SISTEMA DE INFORMAÇÕES INADEQUADO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________

26. Como você avalia seus conhecimentos sobre conflito pelo uso da água? ( ) POUCO CONHECIMENTO ( ) CONHECIMENTO PARCIAL ( ) PLENO CONHECIMENTO ( ) NÃO SABE

IV. Participação Social: 27. O que o motivou a participar do Comitê?

( ) COLABORAR PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ( ) FOI DESIGNADO ( ) EXERCER A CIDADANIA ( ) NECESSIDADE DE ÁGUA ( ) FAZER RESPEITAR SEUS DIREITOS ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO _____________________________

28. Sobre o conhecimento que os membros da Comissão têm a respeito do papel a desempenhar, o que você acha? ( ) POUCO CONHECIMENTO ( ) CONHECIMENTO PARCIAL ( ) PLENO CONHECIMENTO ( ) NÃO SABE

29. Como você avalia seu conhecimento acerca da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água? ( ) POUCO CONHECIMENTO ( ) CONHECIMENTO PARCIAL ( ) PLENO CONHECIMENTO ( ) NÃO SABE

30. Em qual instância são decididas e encaminhadas as questões discutidas pelo Comissão? ( ) NAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NAS REUNIÕES DA DIRETORIA ( ) NA SECRETARIA EXECUTIVA ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ________________________________________________________________________

31. Como as decisões da Comissão vêm sendo deliberadas? ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS SEUS MEMBROS ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DE 2/3 DE SEUS MEMBROS ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DA MAIORIA ABSOLUTA DE SEUS MEMBROS ( ) COM A PARTICIPAÇÃO DE QUALQUER NÚMERO DE SEUS MEMBROS ( ) NÃO SABE

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32. Qual a principal dificuldade que afeta o funcionamento da Comissão?

( ) FALTA DE RECURSOS FINANCEIRO PARA O DESEMPENHO DAS SUAS ATIVIDADES ( ) FALTA DE INCENTIVO FINANCEIRO PARA SEUS MEMBROS ( ) FALTA DE MOTIVAÇÃO DE SEUS MEMBROS ( ) FALTA DE CONHECIMENTO DOS MEMBROS SOBRE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ( ) FALTA DE APOIO TÉCNICO/ADMINISTRATIVO ( ) CONFLITOS PELO USO DA ÁGUA DE DÍFICEIS SOLUÇÕES ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

33. Qual a principal dificuldade que afeta sua participação no Comissão? ( ) FALTA DE INCENTIVO FINANCEIRO ( ) DISTÂNCIA E TEMPO GASTO COM VIAGEM ( ) CUSTO COM TRANSPORTE ( ) FALTA DE TEMPO ( ) DIFICULDADE DE LIBERAÇÃO DO TRABALHO ( ) NÃO TEM DIFICULDADES PARA PARTICIPAR DAS REUNIÕES ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________

34. Como você contribui para o funcionamento da Comissão? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) PARTICIPANDO DE TODAS AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA COMISSÃO ( ) PARTICIPANDO DAS REUNIÕES DA COMISSÃO ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

35. De que maneira a COGERH contribui no desenvolvimento das ações da Comissão? (Pode ter mais de uma resposta) ( ) NA ORGANIZAÇÃO, APOIO E CONDUÇÃO DAS REUNIÕES ( ) NA CAPACITAÇÃO DOS MEMBROS DA COMISSÃO ( ) FOMENTANDO AS DISCUSSÕES COM DADOS TÉCNICOS SUFICIENTES E COM QUALIDADE ( ) COM TRABALHOS DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO ( ) NA ORGANIZAÇÃO DE USUÁRIOS ( ) NÃO CONTRIBUI ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ___________________________________

36. Se você tivesse que tomar uma decisão, qual das opções abaixo você consideraria que melhor retrata sua escolha? ( ) QUE AS DECISÕES SEJAM TOMADAS PRIORIZANDO AS INFORMAÇÕES TÉCNICAS ( ) QUE AS DECISÕES SEJAM TOMADAS DE FORMA DEMOCRÁTICA, OBSERVANDO-SE AS

VIABILIDADES TÉCNICAS, ( ) QUE AS DECISÕES SEJAM TOMADAS DE FORMA DEMOCRÁTICA ( ) NÃO SABE ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

37. Como você avalia sua participação na Comissão? ( ) PARTICIPA DA MAIORIA DAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) PARTICIPA DE POUCAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NÃO PARTICIPA DE REUNIÕES PLENÁRIAS

38. Como você interage nas reuniões da Comissão?

( ) COSTUMA SE MANIFESTAR NA MAIORIA DAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) COSTUMA SE MANIFESTAR EM POUCAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NÃO SE MANIFESTA NAS REUNIÕES PLENÁRIAS

39. Qual seu grau de envolvimento com as deliberações da Comissão? ( ) COSTUMA APRESENTAR PROPOSTAS NA MAIORIA DAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) COSTUMA APRESENTAR PROPOSTAS EM POUCAS REUNIÕES PLENÁRIAS ( ) NÃO APRESENTA PROPOSTAS NAS REUNIÕES PLENÁRIAS

40. Você discute antecipadamente com os membros de sua Bacia a pauta da reunião da Comissão, com o fim de estabelecer qual será seu posicionamento no processo de discussão e votação promovido na reunião da Comissão? ( ) SIM ( ) NÃO

Se não, como faz para discutir a pauta com os demais membros da Bacia? ______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 41. Como você transmite aos membros de sua Bacia as deliberações da Comissão? (Pode ter

mais de uma resposta) ( ) MEDIANTE RELATÓRIOS ( ) RELATOS EM REUNIÃO ( ) PESSOALMENTE ( ) POR TELEFONE ( ) VIA E-MAIL ( ) NÃO INFORMA O REESULTADO DA REUNIÃO ( ) OUTRO ____________________________________________________________________

42. Com que frequência você leva outras pessoas de sua Bacia para assistirem as reuniões da Comissão? ( ) NUNCA ( ) RARAMENTE ( ) AS VEZES ( ) SEMPRE

43. O que você acha que pode melhorar na gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará:

____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

____________________________________________________________ ____________________________________________________________

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7.3 Apêndice 3 – Matriz de Achados

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MATRIZ DE ACHADOS

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS 1ª Questão – A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

O Estado do Ceará encontra-se em situação de escassez na sua disponibilidade hídrica

» Instrução Normativa nº 1, de 24 de agosto de 2012 do Ministério da Integração Nacional

» Decreto nº 31.808 de 22 de outubro de 2015 que declara em situação anormal, caracterizada como situação de emergência, as áreas dos municípios do Estado do Ceará afetados pela seca.

» Segundo registros da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH disponibilizados em 21/12/2015, dos 153 reservatórios gerenciados pelo Estado, 136 (88,24%) dispõem de menos de 30% de sua capacidade de reservação de água, dos quais:

� 9 (5,88%) estão secos; � 84 (54,90%) estão com menos de 10%; � 27 (17,65%) estão com menos de 20%; e � 15 (9,80%) estão com menos de 30%;

» 70,97% dos membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs entrevistados, afirmaram que o principal problema relacionado às águas de sua Bacia está relacionado a escassez de água;

» 100,00% dos membros da Comissão de Acompanhamento de Operação de Vales Perenizados – CAOVP, afirmaram que o principal problema relacionado às águas está relacionado a escassez de água

» Não houve execução orçamentária, ao longo dos exercícios de 2012, 2103 e 2104, com a construção e recuperação de pequenos e médios reservatórios;

» Ciclo da água ocorrendo com frequência menor;

» Reservatórios de baixa profundidade e de grande espelho d’água;

» Crescimento populacional, aumento das atividades produtivas e elevação do consumo de produtos que utilizam muita água na sua produção, a exemplo do Complexo Industrial e Portuário do Pecém – CIPP;

» Saneamento básico ambiental inadequado;

» Remoção de matas ciliares, queimadas e desmatamento;

» Deficiência no planejamento hídrico.

» Secas severas com baixas precipitações pluviométricas;

» Alto índice de evapotranspiração dos reservatórios

» Aumento considerável no consumo de água, que contribui para a diminuição da disponibilidade hídrica;

» Poluição de rios e mananciais, tornando-os inutilizáveis;

» Deposição de sedimentos no leito dos rios e nos reservatórios, causando seus assoreamentos, diminuindo consideravelmente a vazão dos rios e o

» Recomendar à Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, que:

� Conceda outorgas de uso de água, compatível com a média histórica das precipitações pluviométricas responsáveis pela reposição hídrica dos reservatórios;

� Nas situações possíveis, aprofunde os reservatórios de baixa profundidade e aqueles assoreados pela ação do tempo;

� Construa pequenos e médios reservatórios, para aumentar a capacidade de reservação hídrica do Estado;

� Implemente um sistema sustentável de preservação da infraestrutura hídrica para promover a eficiência e reduzir

Oferta de água suficiente e satisfatória para atender as necessidades demandadas.

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1ª Questão – A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

» Ao longo dos exercícios de 2012 a 2104, o Estado do Ceará não executou, cumulativamente, 13,80% de sua previsão orçamentária com a construção de açudes e barragens.

volume dos reservatórios;

» Total de outorgas para uso de águas, superiores à capacidade média de reposição dos reservatórios.

» Colapso no fornecimento de água nos diversos Municípios do Estado do Ceará.

as perdas no que tange ao armazenamento, captação e distribuição da água

» Determinar à SRH, que elabore estudos sobre a viabilidade econômica de dessalinização de água do mar para suprir necessidade hídrica de grandes consumidores instalados próximos ao litoral, comparando esses custos ao custo das águas transpostas do Rio São Francisco.

A integração da Gestão de Recursos Hídricos com a Gestão Ambiental é muito incipiente

» Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 4º, III » Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 3º, III » Constituição Federal, Art. 225

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 91,13% não identificam a integração das políticas de recursos hídricos com as políticas ambientais;

� 18,55% entendem que deveria haver uma maior integração das políticas de recursos hídricos com as políticas ambientais;

» Nos Orçamentos Programas do Estado do Ceará relativo aos exercícios financeiros de 2012, 2013 e 2014, não foram identificadas nos órgãos responsáveis pela Gestão Hídrica ações que visem integrar a

» Planejamento Governamental Setorial elaborado de forma desconexa, sem observar a inter-relação de setores, especialmente a existente entre gestão de recursos hídricos e gestão ambiental.

» Gestão ambiental desassociada da Gestão dos Recursos Hídricos

» Recomendar à SRH, que estabeleça convênio com o Órgão responsável pela gestão ambiental com o fim de garantir uma plena integração da Gestão de Recursos Hídricos com a Gestão Ambiental.

» Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um

Mitigar os efeitos da degradação ambiental sobre a disponibilidade de recursos hídricos e sobre os corpos d’água em geral

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1ª Questão – A Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará está compatível com a dinâmica do ciclo hidrológico de forma a assegurar as condições para o desenvolvimento social e econômico e em equilíbrio com o meio ambiente?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

Gestão Ambiental às suas atividades e vice-versa.

serviço responsável pelo controle da implementação das Políticas de Recursos Hídricos integrada as de Meio Ambiente.

Não estão sendo promovidas ações de educação ambiental para uso dos recursos hídricos

» Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 4º, VI » Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, Resolução nº 98/2009

» Nos Orçamentos Programas do Estado do Ceará relativo aos exercícios financeiros de 2012, 2013 e 2014, não foram identificadas nos órgãos responsáveis pela Gestão Hídrica programação orçamentária com ações que visem promover ações de Educação Ambiental para uso de Recursos Hídricos, tampouco nos órgãos de Gestão Ambiental;

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 75,00% não identificam a educação ambiental como uma atividade desenvolvida no âmbito de seu CBH;

� 37,10% entendem que a educação ambiental deveria ser uma atividade mais desenvolvida no âmbito de seu CBH.

Ausência de previsão orçamentária para o desenvolvimento de Ações de Educação Ambiental voltadas para a Gestão Integrada de Recursos Hídricos.

» Uso irracional dos recursos hídricos;

» Coletividade pouco sensibilizada para a importância da conservação e utilização sustentável dos recursos hídricos.

» Recomendar à SRH, que institua Programas de Educação Ambiental no âmbito da Gestão Integrada de Recursos Hídricos visando garantir uma gestão em equilíbrio com o meio ambiente.

» Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável pelo controle da implementação das Políticas de Recursos Hídricos integrada as de Meio Ambiente.

Coletividade mais sensibilizada para a conservação e utilização sustentável dos recursos hídricos

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2ª Questão – A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

O uso da água para o consumo humano não tem sido tratado com a prioridade devida

» Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 3º, VIII, Art. 4º, I » Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 1º, III, Art. 2º, I

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 70,97% que o principal problema relacionado às águas da sua Bacia Hidrográfica está relacionado à sua escassez e 13,71% a escassez para o consumo humano

� 87,10% que existem Municípios que estão sofrendo com a falta de água para o consumo humano na sua Bacia Hidrográfica;

� 58,06% que está sendo liberado água para atender projetos de irrigação bem como para ser usado como insumo de processo produtivo na sua Bacia Hidrográfica.

» Dos membros dos CBHs entrevistados, 29,03% participaram de conflitos no âmbito de seu Comitê, sendo que, 94,44% desses conflitos foram relativos a alocação de água.

» Dos membros da CAOVP entrevistados, afirmaram:

� 100,00% que o principal problema relacionado às águas está relacionado a sua escassez e 28,57% a escassez para o consumo humano.

» Dos membros das Defesas Civil dos Municípios entrevistados, afirmaram:

� 93,10% que a população não residente na sede do Município tem sido, essencialmente, abastecida por carro pipa e que este meio de abastecimento não tem sido satisfatório para atender as necessidades

» Escassez de água em geral;

» Excesso de demanda pelo uso da água em projetos de irrigação e como insumo de processos produtivos;

» Interesses incompatíveis entre os diversos atores que dependem do uso da água;

» Poder de barganha diferenciado entre os diversos agentes membros dos CBHs;

» Tomadas de decisão envolvendo a alocação da água, sem observar o posicionamento dos respectivos CBHs.

» Colapso no fornecimento de água nos diversos Municípios do Estado do Ceará;

» Racionamento no abastecimento de água para o consumo humano;

» Liberação de uso de água para suprir a projetos de irrigação e como insumo de processos produtivos em detrimento do abastecimento humano.

» Recomendar à SRH, que:

� Construa pequenos e médios reservatórios, para aumentar a capacidade de reservação hídrica do Estado;

� Nas bacias com pouca oferta hídrica, porquanto durar o período de escassez, sejam suspensos provisoriamente as outorgas de uso de água que não se destinam ao consumo humano;

� No âmbito de cada bacia, siga as deliberações do respectivo CBH quanto à alocação negociadas de água;

� Constitua ações que viabilizem a transposição de água entre bacias.

» Determinar à SRH, que adote mecanismos que visem garantir uma efetiva participação da sociedade civil organizada nas discussões e

Em situações de escassez será priorizado o consumo humano.

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2ª Questão – A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

deliberações no processo de alocação negociada de água nos CBHs.

A qualidade dos recursos hídricos está sendo afetada pela degradação ambiental e poluição

Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 3º, IX, Art. 4º, VII

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 51,61% que o principal problema relacionado às águas de sua Bacia residem na poluição ambiental e desmatamento das nascentes e matas ciliares;

� 26,61% que o tema degradação ambiental não tem sido discutida no âmbito dos CBHs;

» Dos membros dos CBHs entrevistados, 83,87% entendem que os CBHs devem incorporar às suas discussões outras questões, tais como, uso do solo e desmatamento das matas ciliares;

» Dos membros das Defesas Civil dos Municípios entrevistados, afirmaram:

� 100,00% que mais de 60% da população não é atendida por saneamento básico.

» Crescimento populacional, aumento das atividades produtivas;

» Saneamento básico ambiental inadequado;

» Falta de controle e fiscalização sobre o uso do solo;

» Remoção de matas ciliares, queimadas e desmatamento;

» Deficiência no processo de fiscalização ambiental;

» Deficiência no monitoramento da qualidade das águas dos diversos corpos hídricos.

» Aumento considerável na produção de esgotos urbanos e industriais;

» Despejo de efluentes nos corpos hídricos sem o devido tratamento;

» Poluição de rios e mananciais, tornando-os inutilizáveis;

» Seca de nascentes;

» Deposição de sedimentos no leito dos rios e nos reservatórios, causando seus assoreamentos, diminuindo consideravelmente a vazão dos rios e o volume dos reservatórios.

» Recomendar à SRH, que:

� Fortaleça as atividades de monitoramento, fiscalização e controle dos impactos produzidos pela poluição e degradação ambiental dos recursos hídricos e dos solos;

� Combata a degradação da terra através da conservação e uso do sole e de atividades de florestamento e reflorestamento.

» Determinar à SRH, que incentive a criação de programas de recuperação ambiental de áreas degradadas.

Corpos hídricos ladeados por matas ciliares e afetados o mínimo possível pela degradação e poluição ambiental.

Estão sendo concedidas e mantidas outorgas de direito de uso sem a

» Lei Estadual nº 14.844/2010, Art. 6º, §§ 1º e 3º

» O documento apresentado pela SRH como sendo o Plano Estadual de Recursos Hídricos, elaborado em 2006, não está

Planos de Recursos Hídricos, Estadual e de Bacias, em desuso e que não

Concessão de outorgas de direito de uso sem observar as prioridades de uso

» Recomendar à SRH, que conceda outorgas fundamentadas nas prioridades de uso dos

Concessão de outorgas de uso de água, concedidas com esteio na prioridade

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2ª Questão – A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

observância das prioridades de uso dos recursos hídricos

» Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 13

atualizado e suas prioridades não atendem as exigências da legislação específica.

» Não identifica nas outorgas sua compatibilidade com as prioridades de uso do respectivo corpo hídrico

refletem a realidade hídrica atual do Estado

dos recursos hídricos de cada Bacia Hidrográfica

corpos hídrico, definidas nos respectivos planos.

» Determinar à SRH, que reformule, revise e elabore, os planos de recursos hídricos, Estadual e de Bacias, para que esses definam as prioridades de uso de cada corpo hídrico.

de uso dos respectivos corpos hídricos

O gerenciamento das águas subterrâneas não está sendo desenvolvido de forma integrada com as águas superficiais e sua fiscalização está sendo exercida de forma deficiente

» Lei nº 14.844/2010, Art. 5º, III, Arts. 14, 32 e 33, 51, I, V, VI, XI e XII » Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil – Agência Nacional das Águas, 2005

» Em reunião com a equipe técnica da COGERH, foi declarado por esses técnicos que o gerenciamento das águas subterrâneas não é realizado de forma integrada com as águas superficiais e sua fiscalização não é desenvolvida de forma satisfatória

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 79,84% não identificam o monitoramento e fiscalização dos recursos hídricos como um tema que tem sido tratado de forma relevante nas reuniões dos

� 22,58% avaliam que o monitoramento e fiscalização dos recursos hídricos devem ser mais discutidos e trabalhados nas reuniões

� 12,10% entendem que o processo de fiscalização dos recursos hídricos deve melhorar

» Dos 438 poços perfurados no período de janeiro a outubro desse ano, pela Superintendência de Obras Hidráulicas – SOHIDRA, 30% estavam secos e o restante

» Necessidade de perfurar poços nas diversas regiões do Estado do Ceará, como medida de enfretamento emergencial a seca.

» Carência de técnicos para desempenhar as atividades de monitoramento e fiscalização nas águas subterrâneas

» Proliferação de poços (clandestinos e outorgados) nas diversas regiões do Estado do Ceará.

» Deficiência no monitoramento e fiscalização das águas subterrâneas

» Acesso descontrolado à aquíferos e reservatórios subterrâneos, podendo levar a seu esgotamento e contaminação

» Recomendar à SRH, que instrumentalize o Núcleo de Águas Subterrâneas, com o fim de implementar e garantir o gerenciamento de águas subterrâneas, com o monitoramento contínuo dos aquíferos e águas subterrâneas, objetivando preservar a qualidade e a disponibilidade hídrica desses mananciais.

» Intensificação do processo de fiscalização das águas subterrâneas, com a identificação dos poços clandestinos, integrando-os à rede de poços outorgados e controlados pela SRH;

» Monitoramento mais eficaz dos poços, controlando a compatibilidade do volume de água explorado com o outorgado, bem como a qualidade desses recursos;

» Aperfeiçoamento no

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2ª Questão – A gestão estadual de recursos hídricos está sendo capaz de assegurar que a água possa ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, em todo o território do Estado do Ceará?

ACHADOS

Boas Práticas Recomendações / Determinações

Benefícios Esperados Situação Encontrada Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

tinha vazão menor do que a demanda emergencial.

processo de gerenciamento das águas subterrâneas, sendo desenvolvida de forma integrada com as águas superficiais.

A prática de reuso de água não está institucionalizada, tampouco é estimulada, pelo Estado do Ceará

Lei nº 14.844/2010, Arts. 37 e 38

» Ausência de publicação no Diário Oficial do Estado do Ceará de dispositivo legal que institucionaliza a água de reuso.

Falta de regulamentação pelo Estado do Ceará da prática de reuso de água;

Falta de implementação de dessalinização da água do mar

Perda de possíveis fontes hídricas, que advêm do reuso das águas e da dessalinização da água do mar

Concorrência Pública

011/2013 organizada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE, com o fim de constituir Sociedade de Propósito Específico – SPE, cujo objeto trata da prestação de serviços de tratamento e fornecimento de água industrial, coleta, tratamento e disposição de efluentes e resíduos industriais

» Determinar à SRH, que implemente estudos visando e apresentar uma legislação específica sobre as águas de reuso

Edição de uma legislação específica para a “água de reúso”

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3ª Questão – A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

ACHADOS Boas Práticas Recomendações /

Determinações Benefícios Esperados Situação Encontrada

Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

O Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH do Estado do Ceará está desatualizado

» Lei nº 14.844/2010, Art. 5º, III, Art. 18

» Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 7º

» Relatório de conjuntura dos recursos hídricos do brasil - informe 2015.

» Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH do Estado do Ceará foi elaborado e publicado em 2006 e nunca foi atualizado.

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 9,68% não sabiam que o Estado dispõe de um Plano de Recursos Hídricos;

� 70,97% nunca participaram de nenhum processo que discutiu o PLANERH;

� 52,42% não conheciam o PLANERH.

Inércia da SRH em promover a atualização e revisão do PLANERH

Plano Estadual de Recursos Hídricos obsoleto, não retrata a realidade hídrica atual do Estado, inócuo.

» Determinar à SRH, que atualize o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH, adequando-o às necessidades de uso da água, compatibilizando-o aos objetivos estratégicos e ao PPA do Estado;

Planejamento da gestão hídrica do Estado do Ceará compatível com seus objetivos estratégicos e Plano Plurianual – PPA

Bacias Hidrográficas, cujos respectivos Planos de Bacias estão desatualizados

Lei nº 14.844/2010, Art. 20, § 2º

» Relatório de conjuntura dos recursos hídricos do brasil - informe 2015.

» Planos das Bacias Hidrográficas do Curu; Baixo, Médio e Alto Jaguaribe; Banabuiú e Salgado estão desatualizados a 14 anos.

» Dos membros dos CBHs entrevistados, dentre as Bacias identificadas, afirmaram:

� 37,50% não sabiam que a Bacia dispunha de um Plano de Recursos Hídricos;

� 75,00% não participaram da elaboração do Plano;

� 62,50% não conheciam o Plano.

Inércia dos CBHs em promover a atualização e revisão dos Planos de suas Bacias

Planos de Bacias Hidrográficas, que não retratam a realidade hídrica de suas Bacias, inócuos.

» Recomendar à SRH, que incentive a atualização e reformulação dos Planos de Bacias Hidrográficas - PBHs, adequando-os à realidade fática dos Recursos Hídricos das respectivas bacias.

» Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável para apoiar a elaboração e revisão permanente dos PBHs visando mantê-los adequados a realidade hídrica de

Planejamento da gestão hídrica das Bacias Hidrográficas compatível com sua realidade hídrica.

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3ª Questão – A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

ACHADOS Boas Práticas Recomendações /

Determinações Benefícios Esperados Situação Encontrada

Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

suas respectivas bacias.

Bacias Hidrográficas que não dispõe de Planos

Lei nº 14.844/2010, Art. 20, § 2º, Art. 46, II

» Relatório de conjuntura dos recursos hídricos do brasil - informe 2015.

» As Bacias Hidrográficas da Serra da Ibiapaba e do Sertões de Crateús não dispõem de Plano de Bacia específico

» Dos membros dos CBHs das Bacias Serra da Ibiapaba e Sertões de Crateús, entrevistados, afirmaram:

� 100,00% não sabiam que a Bacia dispunha de um Plano de Recursos Hídricos.

Ausência de Planos da Bacia Hidrográfica;

Inércia dos CBHs em elaborar seus Planos de suas Bacias

Gestão Hídrica desassociada da realidade fática dos Recursos Hídricos das referidas bacias

» Recomendar à SRH, que incentive a elaboração de Planos de Bacias Hidrográficas das Bacias que não dispõem de Plano, adequados à realidade fática dos Recursos Hídricos das respectivas bacias.

» Determinar à SRH, que constitua no âmbito de sua organização, um serviço responsável para apoiar a elaboração e revisão permanente dos PBHs visando mantê-los adequados a realidade hídrica de suas respectivas bacias.

Planejamento da gestão hídrica das Bacias Hidrográficas compatível com sua realidade hídrica.

O Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNERH não está regulamentado e implementado

» Lei nº 14.844/2010, Arts. 21 a 23

» Lei Federal nº 9.433/1997, Art. 22

» Leis Orçamentária Anuais, relativo aos exercícios financeiros de 2012, 2013 e 2014.

Falta de vontade política em implementar o FUNERH.

Debilidade no fomento de programas, projetos e estudos definidos pela SRH, CONERH e CBHs que visem assegurar a melhoria da gestão dos

‘ Disponibilização de recursos financeiros para fomentar programas, projetos que visem assegurar a melhoria da gestão dos recursos hídricos e da qualidade de vida da população do

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3ª Questão – A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

ACHADOS Boas Práticas Recomendações /

Determinações Benefícios Esperados Situação Encontrada

Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

recursos hídricos e da qualidade de vida da população do Estado em equilíbrio com o meio ambiente e em consonância com o PLANERH e os PBHs.

Estado em equilíbrio com o meio ambiente.

Os membros dos CBHs não detêm conhecimento satisfatórios sobre suas atribuições e competências

» Lei nº 14.844/2010, Arts. 44 a 47

» Lei Federal nº 9.433/1997, Arts. 37 a 40

» Agência Nacional de Águas (ANA) – O Comitê de Bacia Hidrográfica, Prática e Procedimento

» Dos membros dos CBHs entrevistados, afirmaram:

� 78,23% não possuem pleno conhecimento sobre suas atribuições e competências;

� 77,42% não possuem pleno conhecimento acerca da acerca da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água;

� 76,61% as reuniões dos CBHs são organizadas e conduzidas por suas Secretarias Executivas (desempenhadas pela COGRH), não cabendo a eles nenhuma definição

Falta de conhecimento dos membros dos CBHs sobre gestão de recursos hídricos

Decisões sendo tomadas a partir das orientações indutivas dos técnicos da COGERH (Secretaria Executiva) cabendo aos membros dos CBHs concordar ou não com os encaminhamentos apresentados por esses técnicos

» Recomendar à SRH, que implemente capacitações para os membros dos CBHs visando emponderá-los acerca de suas atribuições e competências e da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água

Membros dos CBHs conhecedores de suas atribuições e competências e com pleno domínio da legislação que determina as prioridades sobre o uso da água.

A frequência das reuniões dos CBHs não contempla a maioria absoluta de seus membros

Quorum deliberativo é a quantidade minima necessária as deliberações do Plenário, nos maiores órgãos deliberativos do País e dos Estados (STF, STJ, TJs, TCU, TCEs, Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas, Conselhos Nacionais

» As reuniões dos CBHs de Acaraú, Coreaú e Crateús foram frequentadas por menos de 50% de seus membros.

» Dos membros dos CBHs entrevistados, 54,84% afirmaram que têm dificuldades em participar das reuniões dos CBHs.

» Falta de incentivo financeiro para participação nas reuniões.

» Custo com transporte até o local das reuniões.

» Falta de tempo.

» Distância e tempo gasto com viagem até o local das reuniões.

» Baixa participação dos membros dos CBHs nas reuniões.

» Decisões sendo deliberadas sem a participação da maioria dos membros dos Comitês.

Regimento Interno do Conselho dos Recursos Hídricos – CONERH, Arts. 15 e 24, que assim definem:

“Art. 15.

Somente haverá

reunião do Conselho

com a presença de

metade mais um de

seus membros,

conforme definido em

lei. “

» Recomendar à SRH que implemente medidas que visem estimular e garantir a participação dos membros dos CBHs nas reuniões dos Comitês.

Participação massiva dos membros dos CBHs nas reuniões dos Comitês

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3ª Questão – A gestão dos recursos hídricos, no Estado do Ceará, está sendo desenvolvida de forma integrada, descentralizada e participativa?

ACHADOS Boas Práticas Recomendações /

Determinações Benefícios Esperados Situação Encontrada

Critério Evidências e Análises Causas Efeitos

e Estaduais, etc), para poder deliberar é requerida a presença de mais de metade dos seus membros em efetividade de funções, ou seus respectivos suplentes

» Realização das reuniões em dias de pouca conveniência para seus membros.

“Art. 24.

As deliberações do

Colegiado serão

tomadas por maioria

simples, desde que

presente a maioria

absoluta dos seus

Conselheiros,

cabendo ao

Presidente, o voto de

desempate. “