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194 v. 4, n. 2, p. 194-214, ago./dez. 2018 Tratamento domiciliar de águas negras: tanque de evapotranspiração Gabriela Domício de Oliveira Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected] Italo Andrade Pereira Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), italocapital93@hotmail com Alexandra Fátima Saraiva Soares Doutora em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (UFMG), docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected] Geraldo Magela Perdigão Diz Ramos Mestre em Administração (FNH), docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected] Resumo O trabalho objetiva demonstrar as vantagens de se implantar sistema viável técnico- economicamente para promover o tratamento de esgoto domiciliar, considerando a necessidade social e a preservação do meio ambiente. Trata-se de pesquisa exploratória, realizada a partir de revisão da literatura técnica pertinente. O método selecionado consiste no tanque de evapotranspiração (Tevap), que se destaca dos demais por sua característica simplificada para segregação das águas negras e cinzas e para propiciar o tratamento de esgoto. Foram apresentadas diretrizes construtivas, requisitos de ordem sanitária e modo de operação do sistema proposto. A implantação do Tevap demonstrou-se economicamente viável, com facilidade de implantação/manutenção e acessível à população de baixa renda. A técnica consiste em alternativa ecologicamente correta e não demanda energia elétrica. Palavras-chave: Saneamento Ecológico. Tevap. Tratamento de esgotos domésticos. Tanque de evapotranspiração. 1 Introdução Um dos problemas enfrentados atualmente consiste em falhas no sistema de saneamento que, consequentemente, resulta em diversos transtornos à sociedade. O elevado descarte de esgoto

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v. 4, n. 2, p. 194-214, ago./dez. 2018

Tratamento domiciliar de águas negras: tanque de

evapotranspiração

Gabriela Domício de Oliveira

Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Metodista Izabela

Hendrix (CEUNIH), [email protected]

Italo Andrade Pereira

Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Metodista Izabela

Hendrix (CEUNIH), italocapital93@hotmail com

Alexandra Fátima Saraiva Soares

Doutora em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (UFMG), docente do Centro

Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH),

[email protected]

Geraldo Magela Perdigão Diz Ramos

Mestre em Administração (FNH), docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

(CEUNIH), [email protected]

Resumo O trabalho objetiva demonstrar as vantagens de se implantar sistema viável técnico-

economicamente para promover o tratamento de esgoto domiciliar, considerando a

necessidade social e a preservação do meio ambiente. Trata-se de pesquisa exploratória,

realizada a partir de revisão da literatura técnica pertinente. O método selecionado consiste no

tanque de evapotranspiração (Tevap), que se destaca dos demais por sua característica

simplificada para segregação das águas negras e cinzas e para propiciar o tratamento de

esgoto. Foram apresentadas diretrizes construtivas, requisitos de ordem sanitária e modo de

operação do sistema proposto. A implantação do Tevap demonstrou-se economicamente

viável, com facilidade de implantação/manutenção e acessível à população de baixa renda. A

técnica consiste em alternativa ecologicamente correta e não demanda energia elétrica.

Palavras-chave: Saneamento Ecológico. Tevap. Tratamento de esgotos domésticos.

Tanque de evapotranspiração.

1 Introdução

Um dos problemas enfrentados atualmente consiste em falhas no sistema de saneamento que,

consequentemente, resulta em diversos transtornos à sociedade. O elevado descarte de esgoto

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doméstico no ambiente sem o devido tratamento afeta o maior bem comum, que é a água,

também considerado direito humano fundamental. Neste contexto, uma das metas do

saneamento é tratar as águas residuárias, advindas de dejetos fecais e também de outros

efluentes líquidos, de modo a propiciar a preservação da qualidade das águas. Segundo

Guimarães, Carvalho e Silva (2013), investir em saneamento é uma das formas de se reverter

o quadro precário das condições de saúde, vez que muitas doenças estão associadas à

inexistência de tratamento de dejetos humanos.

A composição do esgoto domiciliar é classificada em águas negras e cinzas. As águas negras

são aquelas provenientes do esgoto sanitário, contendo urinas e fezes, e necessita de

tratamento específico para redução de patógenos. Já as águas cinza são aquelas provenientes

de pias, chuveiros e lavanderias, que podem ser reutilizadas, inclusive para irrigação de

jardins (DROSTE, 1997).

Para simplificar o tratamento de esgotos domésticos, a segregação dos mesmos em sua origem

consiste em boa opção. Após estudos de alguns sistemas, foi selecionada a tecnologia

denominada tanque de evapotranspiração (Tevap). Essa técnica é composta por tanque

impermeabilizado, preenchido com diferentes camadas de substrato e plantio com espécies

vegetais de folhas largas, crescimento rápido e alta demanda por água. O sistema propicia o

tratamento de esgotos (águas negras) por meio de processos naturais de degradação da matéria

orgânica (ação microbiana anaeróbia), mineralização de nutrientes contidos no esgoto,

absorção e evapotranspiração pelas plantas (água limpa no meio ambiente). Devido a sua

facilidade operacional, pode ser instalado tanto em áreas rurais como urbanas e periurbanas

(PAULO; BERNARDES, 2004; GALBIATI, 2009). Isto posto, o objetivo deste artigo é

demonstrar, por meio de levantamento na literatura técnica pertinente, os procedimentos para

o funcionamento eficiente do sistema proposto (Tepav). Ademais, pretende-se apresentar a

viabilidade social, econômica e ecológica deste método, em relação a outras modalidades.

2 Esgotos domésticos

A composição dos esgotos domésticos altera de acordo com os usos que a água foi submetida.

Esses usos variam em função da disponibilidade do recurso hídrico, situação social,

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econômica e hábitos da população. Conforme Von (2014), as características dos esgotos

domésticos são físicas (temperatura, cor, odor e turbidez), químicas (DBO, DQO, nitrogênio,

fósforo, pH, alcalinidade, cloretos e óleos) e biológicas (fungos, vírus, protozoários e

bactérias). As características físico-químicas típicas dos esgotos sanitários

predominantemente domésticos, utilizadas usualmente nos estudos e projetos, estão

apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Características físico-químicas dos esgotos sanitários predominantemente

domésticos.

Parâmetro Contribuição per capita (g/hab.d) Concentração

Faixa Típco Unidade Faixa Típico

Sólidos Totais

Em suspensão

- Fixos

- Voláteis

Dissolvidos

- Fixos

- Voláteis

Sedimentáveis

120-220

35-70

7-14

25-60

85-150

50-90

35-60

-

180

60

10

50

120

70

50

-

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

700-1350

200-450

40-100

165-350

500-900

300-550

200-350

10-20

1100

400

80

320

700

400

300

15

Matéria Orgânica

Determinação indireta

- DBO5

- DQO

- DBO última

Determinação direta

- COT

40-60

80-130

60-90

30-60

50

100

75

45

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

200-500

400-800

350-600

170-350

350

700

500

400

Nitrogênio Total

Nitrogênio orgânico

Amônia

Nitrito

Nitrato

6,0-112,0

2,5-5,0

3,5-7,0

=0

0,0-0,5

8,0

3,5

4,5

=0

=0

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

mg/L

35-70

15-30

20-40

=0

0-2

50

20

30

=0

=0

Fórforo

Fósforo orgânico

Fósforo inorgânico

1,0-4,5

0,3-1,5

0,7-3,0

2,5

0,8

1,7

mg/L

mg/L

mg/L

5-25

2-8

4-17

14

4

10

pH - - mg/L 6,7-7,5 7,0

Alcalinidade 20-30 25 mg/L 110-170 140

Cloretos 4-8 6 mg/L 20-50 35

Òleos e Graxas 10-30 20 mg/L 55-170 110

Fonte: VON (2014).

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O consumo de oxigênio, que ocorre no processo de decomposição da matéria orgânica

biodegradável pelos microrganismos, pode resultar em mortandade de peixes. Os nutrientes

(fósforo e nitrogênio) presentes nesses esgotos, quando em altas concentrações, podem

ocasionar a eutrofização dos corpos de água, com excessiva proliferação de algas no ambiente

aquático, além de ocasionar desequilíbrio ao ecossistema local (REBOUÇAS; BIANCHI;

GONÇALVES, 2007).

As águas negras possuem maior quantidade de patógenos por unidade de volume, quando

comparadas às cinzas. Ao analisar a geração anual de esgoto doméstico, constatou-se que para

25.000 a 100.000 L de águas cinzas geradas por pessoa, tem-se 500 L de urina e 50 L de fezes

produzidos (GALBIATI, 2009).

Em um ano, a quantidade total de fezes excretadas por cada pessoa varia de 25 a 50 kg e

contém, em média, 550 g de nitrogênio, 180 g de fósforo e 370 g de potássio. A maior parte

dos nutrientes, encontrados na forma ideal para absorção pelas plantas, são provenientes da

urina (ESREY et al., 1998). Já outros elementos, como cálcio e magnésio, estão presentes

quase que na mesma proporção nas fezes e urinas (GALBIATI, 2009).

2.1 Saneamento básico

O saneamento relaciona-se diretamente com a qualidade dos recursos hídricos e ambos são

considerados essenciais à vida. A qualidade da água influencia tanto no desenvolvimento

econômico, quanto na saúde da população e na preservação dos ecossistemas, sendo

extremamente necessária para a sobrevivência das espécies (BENJAMIN, 2013).

No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, demonstraram que 71,8%

dos municípios não possuíam, em 2011, uma política municipal de saneamento básico e

revelaram, ainda, que somente 45% dos esgotos são tratados. Isso quer dizer que os outros

55% são lançados diretamente na natureza, o que corresponde a 5,2 bilhões de metros cúbicos

por ano (IBGE, 2016).

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Dados divulgados pelo Ministério da Saúde e citados pelo Ministério das Cidades, afirmam

que, para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$4,00 na área de

medicina curativa (BRASIL, 2009). Ao utilizar o saneamento como instrumento de promoção

da saúde, faz-se um pressuposto à superação entre tecnologia, política e gerenciamento,

dificultando a extensão dos benefícios para áreas rurais e localidades de pequeno porte

(GUIMARÃES; CARVALHO; SILVA, 2013).

2.1.1 Saneamento ecológico

Diante da escassez e do modo de utilização dos recursos hídricos, têm sido propostas

tecnologias simplificadas de tratamento de esgotos próximo ou direto à fonte geradora dos

resíduos (BENJAMIN, 2013).

A reciclagem de nutrientes, por meio do reaproveitamento das águas residuárias, previne a

contaminação direta ocasionada pelo lançamento de esgoto doméstico nos mananciais e

demais ecossistemas devolvem os nutrientes ao solo e às plantas, reduzindo a necessidade de

fertilizantes (ESREY, et al., 1998).

A fim de simplificar o tratamento de esgoto doméstico, a segregação na fonte representa um

avanço, que possibilita a reutilização das águas cinza e o tratamento das águas negras em

sistemas mais compactos, descentralizados e vantajosos ambientalmente.

O Saneamento Ecológico busca meios para melhorar as formas com que a natureza absorve os

dejetos biológicos, transformando-os em algo que possa ser reaproveitado, ensina Galbiati

(2009). Baseia-se na permacultura, que possui princípios para implantação de sistemas

simples e sustentáveis em equilíbrio com as necessidades humanas (habitação, alimento e

energia) e ambientais. O foco principal é o aumento da disponibilidade hídrica por meio da

economia de água, do não lançamento de esgoto, tratado ou não, nos cursos de água e da

reutilização de todos os nutrientes presentes no esgoto (GALBIATI, 2009).

199

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2.2 Sistemas alternativos (descentralizados)

Os sistemas convencionais de tratamento de esgotos, em abundância nas literaturas, são as

ETE’s, onde o efluente é recebido, centralizado, tratado, com disposição do efluente final

comumente nos corpos de água (VON, 2014).

Os conceitos e técnicas apresentados pelo Saneamento Ecológico e pela Permacultura

compõem uma nova abordagem dessa questão. As alternativas de tratamento são, segundo

Galbiati (2009), denominadas “sistemas não convencionais e ecológicos”.

De acordo com Benjamin (2013), o uso de sistemas ecológicos no tratamento de efluentes

domésticos apresenta-se como técnica adequada por se adaptar à realidade de comunidades,

onde há serviços precários ou inexistentes de saneamento básico, por produzir alimento, pelo

baixo custo da construção e reuso do efluente como biofertilizante do solo.

2.3 Fossa negra

A fossa negra é prática primitiva e retrógrada, definida como escavação no terreno, sem

revestimento interno impermeabilizante e com a cota inferior do poço situada a menos de 1,5

m de distância do lençol freático. Essas construções apresentam condições propícias para

poluição da água subterrânea, bem como a contaminação do solo e a disseminação de doenças

(ALVES, 2009). A Figura 1 ilustra uma dessas escavações no solo.

Figura 1- Fossa negra

Fonte: BENJAMIN (2013)

200

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No interior da fossa, ocorrem reações para estabilização da matéria orgânica presente nos

esgotos, em virtude da atividade microbiana, altas concentrações de nitrato e coliformes

fecais, além da liberação de líquido com odor desagradável (chorume). O líquido que se

infiltra percola através do solo e pode contaminar as águas subterrâneas. Essa prática não

garante o tratamento do esgoto lançado, vez que não segue critérios técnicos de engenharia

em sua execução, de forma a garantir, por exemplo, o tempo de detenção hidráulica (TDH)

dos esgotos no sistema. Portanto, a prática deve ser substituída por métodos já normatizados,

como tanques sépticos/sumidouros e outras alternativas ambientalmente adequadas. No

entanto, há de se destacar que, em áreas rurais, por exemplo, ainda se encontra fossas negras

devido à falta de fiscalização e conhecimento das pessoas (TADEU, 2007).

2.4 Fossa séptica com filtro anaeróbio e sumidouro

A fossa séptica, esquematicamente demonstrada na Figura 2, constitui alternativa indicada

para imóveis localizados em regiões não atendidas por sistema público de esgotamento

sanitário. No filtro anaeróbio, há separação dos líquidos de elementos mais densos, ocorrendo

processo biológico para estabilização da matéria orgânica carbonácea, por microrganismos. O

sumidouro recebe efluentes dos tanques com a função de infiltrá-los no solo. A construção do

sistema deve ser de acordo com as diretrizes estabelecidas nas normas técnicas - NBR

7.229/93 e 13.969/97 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (DACACH,

1979).

Figura 2- Esquema de uma fossa séptica com filtro e sumidouro.

Fonte: VIEIRA (2010)

201

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A eficiência desse sistema varia com o tempo de utilização, pois, com a acumulação de

resíduos, a eficiência do filtro anaeróbio tende a reduzir. Para que a fossa séptica opere

corretamente, por meio da sedimentação e apenas a matéria orgânica solúvel chegue ao filtro

anaeróbio, é importante proceder a lavagem do leito filtrante e remover anualmente o lodo

acumulado. Isso torna a operação mais complexa e o custo mais elevado, dificultando a

manutenção por parte de famílias de baixa renda (ANDRADE NETO, 1997).

Recomenda-se que, no procedimento anual de manutenção do sistema, cerca de 10% do

volume de lodo seja mantido no interior do tanque. Antes de se realizar qualquer

procedimento no interior do sistema, deve-se deixar a tampa aberta por cerca de cinco

minutos, de forma a propiciar a liberação dos gases e, assim, prevenir o risco de explosões e

intoxicação do operador do sistema (NBR 7229/93).

2.5 Wetlands construídos

Os wetlands, construídos e apresentados esquematicamente na Figura 3, são também

denominados filtros plantados. Constituem sistemas naturais de tratamento de esgoto

compostos por substratos (brita, areia, bambu, entre outros) e plantas aquáticas (macrófitas).

Essas plantas são resistentes a ambientes saturados de água, matérias orgânicas e nutrientes, e

possuem a capacidade de transportar o oxigênio, proporcionando degradação aeróbia da

matéria orgânica e transformações de nutrientes (PHILIPPI; SEZERINO, 2004). Utiliza-se

para tratamento de esgotos e recuperação de rios degradados (wetlands naturais). As diversas

técnicas de construção e manejo de wetlands são combinadas com processos químicos, físicos

e biológicos. Esse sistema de terras úmidas construídas consiste em alternativa com baixo

custo de instalação, manutenção e operação, não utiliza produtos químicos e a biomassa

gerada pode ser reutilizada como adubo e ração animal. A água residuária a ser tratada escoa

através da zona das raízes e rizomas das macrófitas, situadas a cerca de 15 a 20 cm abaixo da

superfície do substrato, funcionando como um filtro (CORAUCCI FILHO et al., 2007).

202

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Figura 3- Esquema de Wetlands.

Fonte: DIENER (2006)

2.6 Tanque de evapotranspiração

Não existem normas específicas para dimensionamento do Tevap. No entanto, utiliza-se as

recomendações das normas ABNT para tanques sépticos. O Tanque de evapotranspiração

(Tevap), demonstrado na Figura 4, foi proposto pelo permacultor Tom Watson, denominado,

originalmente, de “Watson Wick”, nos Estados Unidos da América e adaptado por vários

permacultores brasileiros.

Esta tecnologia tem como pré-requisito, o tratamento e reuso domiciliar de águas negras por

um sistema simples, onde ocorre decomposição anaeróbia da matéria orgânica e liberação de

água limpa através das plantas. As águas cinza provenientes de pias e chuveiros devem ser

reutilizadas de outras formas, como para lavagem de calçadas, irrigação e descargas (PAULO;

BERNARDES, 2004).

203

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Figura 4- Esquema Tanque de evapotranspiração (Tevap).

Fonte: GALBIATI (2009)

Segundo Vieira (2010), o Tevap funciona da seguinte forma:

1. Fermentação

O esgoto é decomposto pelo processo de fermentação (digestão anaeróbia), realizado pelas

bactérias na câmara biosséptica de pneus. Os patógenos são enclausurados no sistema pelo

fato de o tanque ser fechado (não há como garantir eliminação completa). Deve ser

construído, tecnicamente, evitando infiltrações e vazamentos.

2. Percolação

A água retida no tanque tem fluxo ascendente e, com isso, depois da segregação de dejetos,

atravessa as camadas de brita, areia e solo, chegando até as raízes das plantas 99% limpas.

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3. Evapotranspiração

Consiste no tratamento final do efluente, que só é eliminado do sistema em forma de vapor,

sem nenhum contaminante. Etapa realizada através das plantas (folhas largas como as

bananeiras, mamoeiros, caetés, taioba, etc.), que, além disso, consomem os nutrientes em seu

processo de crescimento, para que o tanque não encha.

4. Manejo

A cobertura vegetal deve ser completada com as próprias folhas e caules das plantas, evitando

entrada de chuva no tanque. Deve-se, também, coletar amostras de água para se observar os

dutos de inspeção e caixa de extravase.

3 Metodologia

O presente artigo consiste em pesquisa exploratória, com levantamento bibliográfico e revisão

de trabalhos que abordam estudos de caso, com implantação e monitoramento de sistema

simplificado de tratamento de esgoto, para possibilitar compreensão do funcionamento e

benefícios referentes ao Tevap.

Foram elaboradas tabelas com os resultados extraídos das pesquisadas avaliadas, de forma a

propiciar análise comparativa das eficiências obtidas nos sistemas de tratamento implantados

e monitorados. Variáveis inerentes a cada sistema avaliado como custos, consumo de energia,

geração de odor foram apresentadas e comparadas para os diferentes estudos avaliados.

Foram utilizados resultados das pesquisas realizadas por Benjamin (2013), sobre o sistema de

evapotranspiração, em comparação com resultados do trabalho de Teixeira (2011), sobre fossa

séptica, trabalho de Batista et al. (2008), sobre Wetland, com valores de eficiência

encontrados por Rebouças, Bianchi e Gonçalves (2007), Vieira (2010), Vieira e Alem

Sobrinho (1983), Martinetti (2015) e Matos (2010), tendo como referência também, a

Resolução CONAMA 430/2011 e Deliberação Normativa COPAM/CERH Nº 01 (padrão de

lançamento de efluente).

205

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4 Resultados e discussão

O trabalho apresentado por Vieira (2010) contempla implantação do sistema de tratamento em

propriedade rural localizada no município de Carrancas-MG. Para seleção da área de

implantação do sistema, foi observada a posição do sol (hemisfério sul) e a inexistência de

árvores de grande porte nas proximidades, de forma a facilitar a ventilação. De acordo com as

diretrizes adotadas no artigo considerado, para residências com quatro habitantes, utilizou-se a

seguinte fórmula para calcular o volume: (LxPxC), sendo o dimensionamento de 2 metros

cúbicos por morador, largura (L) de 2m, profundidade (P) de 1 metro e comprimento (C) igual

ao número de usuários (2x1x4 = 8 m³).

O revestimento do tanque foi de ferrocimento, técnica de construção que utiliza ferro e tela

coberta com argamassa. Após implantação do tanque, foi construída uma câmara, composta

por um duto de pneus com 55 cm de altura e tijolos na mesma altura, proporcionando espaços

livres para a água e beneficiando a proliferação de bactérias anaeróbias que irão decompor os

sólidos. Procedeu-se a fixação de três dutos de inspeção (50 mm de diâmetro), obtendo a

primeira camada do sistema. Para a composição da segunda camada utilizou-se brita (+/- 10

cm) e manta geotêxtil. A terceira camada foi composta por areia (+/- 10 cm). A quarta camada

foi constituída com solo arenoso (+/- 25 cm) até o limite superior. A última camada foi de

palha, acima do nível do tanque, visando a evitar alagamento pela chuva. Por fim, cultivou-se

espécies vegetais de folhas largas, tais como bananas (Musa spp) e taiobas (Xanthosoma),

devido ao alto potencial de evapotranspiração e também à finalidade de produção de alimento.

Nesta pesquisa, foram conduzidas análises laboratoriais pelo Laboratório de Análise de Água

no Departamento de Ciência de Solo, para parâmetros de: pH, condutividade elétrica (CE),

sólidos suspensos totais (ST), demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de

oxigênio (DBO), coliformes totais e possíveis patógenos na folha e no fruto. Já as análises

microbiológicas (coliformes termotolerantes e Salmonella spp) foram realizadas no

Laboratório de microbiologia do Departamento de Ciência dos Alimentos, ambos da

Universidade Federal de Lavras. Houve também coletas de amostras do solo para determinar

a fertilidade do solo.

206

v. 4, n. 2, p. 194-214, ago./dez. 2018

A eficiência do tratamento do efluente foi verificada por monitoramento do tanque visando a

garantir o seu bom funcionamento. Esse monitoramento foi realizado por meio de coletas de

amostras compostas de efluente bruto para análises microbiológicas e químicas de

contaminantes.

Diferente da fossa séptica, que necessita de limpeza anual, o sistema Tevap pode ter maior

intervalo de limpeza de até 5 anos para a taxa de acumulação de lodo (K), apresentada na

NBR 7.229/93.

Considerando a média de 32 L de água/dia por usuário e volume útil superior a 1.200 L, a

possibilidade de extravasamento mensal é mínima (GALBIATI, 2009). O efluente que adentra

o sistema de tratamento é, em parte, absorvido e evapotranspirado pela vegetação e, em outra,

evaporado através do solo. O restante compõe a solução do tanque.

A seleção das bananeiras ocorreu por serem plantas de rápido desenvolvimento, que requer

quantidades adequadas de nutrientes disponíveis no solo para seu crescimento. Cerca de 66%

da massa vegetativa produzida é devolvida ao solo, em forma de pseudocaule, folhas e rizoma

(BORGES; SOUZA, 2004).

Os resultados comparativos das pesquisas estão apresentados na Tabela 2.

207

v. 4, n. 1, p. 194-214, ago./dez. 2018

Tabela 2 – Resultados médios das análises físico-químicas do efluente de entrada e da saída dos sistemas, comparado com dados encontrados na

literatura técnica.

Parâmetros

Analisados

Tevap Eficiência%

Fossa séptica Eficiência%

Wetland

Eficiência

%

Resolução

Conama

430/2011

Rebouças et

al. (2007)

%

Vieira e

Sobrinho

(1983) Entrada Saída Entrada Saída Entrada Saída

DBO (mg/L)

893 44,6 95 1427 185,5 87 107 12 89 ≤ 60% 40-70 62

DQO (mg/L)

1723 137,8 92 1067 117,3 89 241 27 88 40 a 70% 40-70 57

Nitrogênio

amonical (mg/L) 104,2 11,98 88 110 35,2 68 45 20 56 ≤ 20 30-60 65

Sólidos Totais

(mg/L) 1137,5 11,37 99 969,7 90 92 240 17 93 500-100 50-80 70

pH 7,8 6,9 - 7,5 6,2 - 6,8 7,2 - 5 - 9 7,8 7,5

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

208

v. 4, n. 2, p. 194-214, ago./dez. 2018

Pela análise dos dados apresentados na Tabela 2, nota-se que a fossa séptica apresentou

eficiência inferior ao Tevap, mas também atendeu aos padrões da legislação. Somente o

nitrogênio apresentou valor acima do permitido na norma para lançamento. A remoção da

taxa de nitrogênio pode variar de acordo com a composição de esgoto, condições ambientais e

de operação. É possível que a aeração natural do filtro não seja completamente adequada,

necessitando de revisão da tubulação para ocorrer total nitrificação. De acordo com Vieira e

Sobrinho (1983), o filtro de areia, desde o início do processo, remove grande quantidade de

material orgânico, entretanto, ao final, sua eficiência de remoção é menor e o efluente pode

possuir maior concentração de DQO. Este comportamento foi explicado pelos autores como

um período de defasagem (“lag”), mas como há habilidade de remoção de sólidos totais,

pode-se reutilizar o efluente final em sistemas de irrigação.

Já o sistema Wetland apresentou boa eficiência dos parâmetros analisados. O pH manteve-se

na ordem e os valores da DBO e DQO, obtidos na saída do sistema, estão atendendo às

exigências estabelecidas na legislação pertinente (CONAMA, 2011). Quanto à remoção de

nitrogênio, verificou-se que a eficiência é média na remoção de nutrientes e boa para sólidos

totais. Ainda que o sistema seja similar ao Tevap, difere em condições de degradação da

matéria orgânica, que, em sua maior parte, é aeróbia e possui efluente final. Os valores de

eficiência são próximos, mas inferiores e seu desenvolvido é mais indicado para tratamento de

águas cinzas ou como tratamento secundário (polimento final) de efluente proveniente de

águas negras, pois como tratamento principal demanda uma área de grande dimensão, o que

pode inviabilizar financeiramente o sistema.

No Tevap, o pH se alterou significativamente, mas manteve um valor ideal para bactérias

anaeróbias e o nitrogênio foi removido consideravelmente, sendo aproveitado pelo próprio

solo para nutrição e crescimento das plantas. Os efluentes tratados (saída do tanque)

apresentaram valores dentro dos limites permitidos pela Resolução CONAMA 430/2011,

mesmo não havendo lançamento do efluente em corpos de água, e satisfatórios, em

comparação com os apresentados por Rebouças, Bianchi e Gonçalves (2007) e Vieira e

Sobrinho (1983). Isso significa que o tanque foi bem dimensionado e os processos de

decantação, sedimentação, decomposição da matéria orgânica e filtragem pelo solo e pelas

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raízes das plantas estão exercendo a função de tratamento do efluente, demandando futuras

pesquisas para a determinação de outros índices.

Os valores de DQO e DBO evidenciam a estabilidade do sistema, mesmo frente a altas cargas

de esgoto, com êxito nas remoções. Analisando os sólidos totais, sua concentração é

importante por influenciar a operação e o desempenho evidenciando que o sistema efetua sua

remoção com êxito, abaixo de 100mg/L, valor estabelecido na Deliberação Normativa

COPAM/CERH Nº 01 (MINAS GERAIS, 2008).

O Tevap possui vantagens em relação aos outros sistemas, além dos valores apresentados em

relação à eficiência. A técnica é acessível à população de baixa renda e se adéqua à realidade

social (MARTINETTI, 2015). Ademais, a tecnologia “Tevap”, além de contribuir para

melhoria da qualidade de vida da sociedade e preservação dos recursos hídricos, possui a

vantagem de reduzir o impacto e a pressão sobre estações de tratamento de esgotos (ETE’s) já

implantadas. A Tabela 3 apresenta uma comparação de alternativas versus variáveis contendo

três tipos de tratamento/disposição para o caso de águas negras.

Tabela 3 - Alternativa versus variáveis de tratamento/disposição para o caso de águas negras

TRATAMENTO ÁGUAS NEGRAS

Alternativas Variáveis Fossa negra Fossa séptica Wetland Tevap

Materiais constituintes

Valas com

areia e tubos de

PVC

Reservatório concreto,

tubos PVC, bombas,

filtro, brita, areia

Tubos PVC, areia,

brita, macrófitas,

manta

Pneus usados,

tubosPVC, brita, areia

manta, tijolos, entulho,

bananeiras

Odor desagradável sim sim não não

Contaminação recursos hídricos

alta média média baixa

Operação e manutenção troca de

areia

Retirada de lodo e

limpeza do filtro

manejo das

macrófitas controle da vegetação

Custo de implantação R$ 40 – 80 R$ 2500,00 R$ 1700,00 R$ 1.200,00

Uso de energia elétrica não sim não não

Presença de vermes e

insetos média baixa baixa baixa

Eficiência (remoção DBO) - 50 – 90% 60 – 92% 60 – 95%

Grau de aceitação baixo médio médio médio

Riscos à saúde alto baixo baixo baixo

Acesso à tecnologia sim sim sim sim

Fonte: adaptada de MARTINETTI (2015).

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Análises de fertilidade do solo para o Tevap indicaram os resultados demonstrados na Tabela

4. Para classificação foram utilizados os resultados apresentados por Ribeiro, Guimarães e

Alvarez (1999).

Tabela 4 - Valores médios para as análises de fertilidade do solo dentro do Tevap.

Parâmetros

analisados Valor Unidade

Classificação segundo Ribeiro,

Guimarães e Alvarez (1999) Classificação

pH 7.5 - > 7 Muito alto

K 544 mg/dm3 > 20 Muito alto

P 74.2 mg/dm3 > 45 Muito bom

Ca 7.55 cmol/dm3 > 4 Muito bom

Mg 1.95 cmol/dm3 > 1.5 Muito bom

Al 0 cmol/dm3 ≤ 0,2 Muito baixo

M.O. 4.11 dag/kg > 7 Muito bom

Condutividade elétrica 0,63 mS/cm ≤ 2,0 Muito bom

Fonte: BENJAMIN (2013)

A presença de nutrientes, como o fósforo e nitrogênio, sugere a indicação de utilização como

composto para solo (fertilizante). O nitrogênio pode ser absorvido pela vegetação sob a forma

amoniacal podendo ser retido nos sítios de troca na matéria orgânica do solo (MATOS, 2010).

A interpretação dos resultados da Tabela 4 mostram elevação do pH e que justifica o aumento

dos nutrientes K, P, Ca, Mg, T., M.O e diminuição do zinco, cobre, ferro, manganês e na falta

de boro. Segundo Ribeiro Guimarães e Alvarez (1999), para correção do pH, deve-se aplicar

sulfato de amônio (NH4)2SO4 no solo.

A medição de condutividade elétrica apresentou cálcio elevado, afetando a acidez,

considerando o valor máximo de 2 mS/cm, a média dentro do tanque foi de 0,63 mS/cm,

caracterizando solo mais ácido, entretanto a espécie bananeira do sistema plantado é adequada

para essas características de solo.

Nas análises microbiológicas de verificação, não foi detectada a presença de coliformes totais,

termotolerantes e de Salmonella sp., portanto não houve contaminação entérica, no solo, nas

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folhas ou nos frutos da bananeira, portanto os alimentos podem ser consumidos após devida

higienização (BENJAMIN, 2013).

5 Considerações finais

Este artigo apresenta sistema alternativo para tratamento de esgotos doméstico. O método

Tanque de Evapotranspiração (Tevap) demonstrou-se eficiente, de fácil construção, baixo

custo de implantação e manutenção e, portanto, alternativa viável especialmente para áreas

rurais e população de baixa renda. Além da preservação ambiental, promove qualidade de

vida à população e reaproveitamento de materiais de construção como entulhos e pneus

usados. Ademais, os resultados de análises laboratoriais do efluente tratado indicaram, ainda,

seu potencial para reuso como biofertilizante do solo, devido à presença de nutrientes.

Por fim, destaca-se a vantagem desse sistema de tratamento, em relação a outros usualmente

adotados, pelo fato de utilizar o processo de evapotranspiração e não requerer corpo de água

para lançamento do efluente tratado, preservando, assim, a qualidade das águas e o

ecossistema aquático.

Household black water treatment: evapotranspiration tank

Abstract

This survey was conducted from an analytical survey of the relevant technical literature and

aims to demonstrate the advantages of deploying an efficient system for household sewage

treatment, taking into account the need of society and preservation of the environment. The

Tevap-Tank of evapotranspiration stands out for your simplified feature for segregation of

black waters of greywater. The criteria were submitted for the construction, health care and

the operation processes. The deployment of the system was shown to be economically viable,

with ease of deployment/maintenance and affordable for the low-income population, since

electricity demand. It is ecologically correct alternative that contributes to reduction of the

polluting load in bodies of water.

Keywords: Ecological sanitation. Tevap. Treatment of domestic sewage. Evapotranspiration

tank.

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Recebido em: 22/11/2018 - Aprovado em: 10/05/2019 -- Disponibilizado em: 31/05/2019