esf atençao domiciliar

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Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Saúde Assessoria de Desenvolvimento Institucional PRÉ-PROTOCOLO DE ATENÇÃO DOMICILIAR EQUIPE COORDENADORA: Universidade Federal de Santa Catarina Prefeitura Municipal de Florianópolis Departamento de Saúde Pública Secretaria Municipal de Saúde Elza Berger Salema Coelho Coordenação da SMS Clair Castilhos Coelho Eleudemar F. Rodrigues Secretaria: Rosângela Leonor Goulart Gerusa Machado Marynes Terezinha Reibnitz

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  • Prefeitura Municipal de Florianpolis Secretaria Municipal de Sade

    Assessoria de Desenvolvimento Institucional

    PPRR--PPRROOTTOOCCOOLLOO DDEE AATTEENNOO DDOOMMIICCIILLIIAARR

    EQUIPE COORDENADORA:

    Universidade Federal de Santa Catarina Prefeitura Municipal de Florianpolis Departamento de Sade Pblica Secretaria Municipal de Sade Elza Berger Salema Coelho Coordenao da SMS Clair Castilhos Coelho Eleudemar F. Rodrigues Secretaria: Rosngela Leonor Goulart Gerusa Machado Marynes Terezinha Reibnitz

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    Prefeitura Municipal de Florianpolis

    Secretaria Municipal de Sade

    Assessoria de Desenvolvimento Institucional

    Prefeito Municipal Drio Elias Berger

    Secretrio Municipal de Sade Joo Jos Cndido da Silva

    Secretrio Adjunto de Sade Clcio Antnio Espezim

    Assessor de Desenvolvimento Institucional Eleudemar Ferreira

    Chefe do Departamento de Sade Pblica Selma Loch

    Assessoria de Ateno Sade Carin Loeffler

    Equipe Tcnica: Edla Zwiener Gonzlez Elisabete Amodio Estorilio

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    PR-PROTOCOLO DE ATENO DOMICILIAR PARA O MUNICPIO DE FLORIANPOLIS

    1. INTRODUO

    A modalidade de Ateno Domiciliar, tambm denominada Assistncia Domiciliar (AD) praticada desde a antiguidade, porm de diversas formas e motivada por diferentes princpios. Todas as formas, entretanto, so caracterizadas pelo atendimento prestado no domiclio, por parte de profissionais que integram a equipe de sade.

    Segundo Rehem & Trad (2005 apud RAMALLO & TAMAYO, 1998), ...a primeira unidade de Assistncia Domiciliar surgiu nos Estados Unidos em 1947 e teve como motivaes iniciais descongestionar o hospital e proporcionar aos pacientes e familiares um ambiente psicolgico mais favorvel. A partir de ento, as experincias deste tipo multiplicaram-se na Amrica do Norte e Europa. No Canad, os servios de AD foram orientados para a alta precoce de pacientes cirrgicos e funcionam desde os anos 60.

    Posteriormente, em 1987, desenvolveu-se uma experincia piloto em trs hospitais da rea de Montreal para o atendimento a pacientes clnicos agudos, com especial ateno para a administrao e controle de antibiticos parenterais no domiclio. (REHEM & TRAD 2005 APUD RIBEIRO, 1999). Na Europa, a primeira experincia formal aconteceu em Paris, Frana, onde, em 1957, se criou o Sant Service, que ainda hoje presta assistncia sociossanitria a pacientes crnicos e terminais. Na Espanha, a primeira unidade de Assistncia Domiciliar foi criada em 1981, e nos anos seguintes surgiram iniciativas similares em diversos hospitais.

    No Brasil, provavelmente a primeira experincia de abordagem domiciliar teria sido a desenvolvida pelo Servio de Assistncia Mdica Domiciliar e de Urgncia SAMDU, criado em 1949, ligado inicialmente ao Ministrio do Trabalho, tendo sido incorporado pelo INPS em 1967. Outra experincia, refere-se Fundao Servio Especial de Sade Pblica (FSESP), criada em 1960 e extinta em 1990, que desenvolvia, entre outras atividades: oferta organizada de servios na unidade, no domiclio e na comunidade; abordagem integral da famlia; visita domiciliar, realizada por visitador sanitrio e auxiliar de saneamento para atividades de promoo, preveno de doenas, monitoramento de grupos de risco; e vigilncia sanitria. Entre as atividades dos visitadores sanitrios, destacam-se as visitas domiciliares a purperas e recm-nascidos.

    Em 1963 foi implantado o Servio de Assistncia Domiciliar do Hospital de Servidores Pblicos do Estado de So Paulo (HSPE). A necessidade de racionalizar o uso de leitos hospitalares e reduzir o custo assistencial associado a expanso do Programa Sade da Famlia levou a modalidade apresentar expressivo crescimento, principalmente na ltima dcada. (DIOGO & DUARTE, 2006).

    Esta expanso culminou com a necessidade de criao de Leis e regulamentos tcnicos de funcionamento dos servios de ateno domiciliar, resultando na Lei n10424 de 16/04/2002 e na Resoluo da Diretoria Colegiada RDC n 11 de 26 de janeiro de 2006 respectivamente (ANEXO I). A Lei n 10.424 acrescenta Lei Orgnica da Sade o atendimento e a internao domiciliar. A Lei no explicita os servios

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    disponibilizados, coloca o municpio como provedor do servio, prev os critrios para incluso e no estabelece financiamento do nvel federal especfico para a AD. A RDC n11 estabelece que os Programas de Ateno Domiciliar (PAD) podem se apresentar com as seguintes modalidades: a) Assistncia domiciliar e; b) Internao domiciliar. A RDC estabelece exclusivamente os regulamentos tcnicos para exercer as modalidades.

    A Organizao Mundial de Sade define Assistncia domiciliar como a proviso de servios de sade por prestadores formais e informais com o objetivo de promover, restaurar e manter o conforto, funo e sade de pessoas num nvel mximo, incluindo cuidados para uma morte digna. Os servios de assistncia domiciliar podem ser classificados nas categorias preventivos, teraputicos, reabilitadores, acompanhamento por longo prazo e cuidados paliativos. O Municpio de Florianpolis adotar na modalidade Assistncia Domiciliar duas possibilidades de atendimento: a) Visita Domiciliar atravs da Estratgia de Sade da Famlia e; b)Programa de Atendimento Domiciliar de mdia complexidade. O municpio no ter capacidade no momento para implantar a modalidade Internao domiciliar segundo definio da RDC n11. 2. VISITA DOMICILIAR NA ATENO BSICA/ESF

    O Programa Sade da Famlia (PSF) veio a se consolidar como poltica oficial do Ministrio da Sade em 1994, com o objetivo de reordenar o modelo de ateno sade existente, utilizando como base a experincia do Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS), iniciado em 1991 (MINISTRIO DA SADE, 1997). A partir da comeouse a enfocar a famlia como unidade de ao programtica de sade. Para Kaloustian & Ferrari (1994), a famlia o espao indispensvel para a garantia da sobrevivncia e da proteo integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vm se estruturando. a famlia que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessrios ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educao formal e informal; em seu espao que so absorvidos os valores ticos e morais, e onde se aprofundam os laos de solidariedade. tambm em seu interior que se constroem as marcas entre as geraes e so observados valores culturais (GOMES,2005).

    A situao de vulnerabilidade social da famlia pobre se encontra diretamente ligada misria estrutural, agravada pela crise econmica que lana o homem ou a mulher ao desemprego ou subemprego. Para Kaloustian e Ferrari (1994), por detrs da criana excluda da escola, nas favelas, no trabalho precoce urbano e rural e em situao de risco, est a famlia desassistida ou inatingida pela poltica oficial. Corroborando com este autor, Martins (1993) afirma que a criana abandonada apenas a contrapartida do adulto abandonado, da famlia abandonada, da sociedade abandonada.

    A ESF, uma vez que objetiva a promoo e a qualidade de vida das pessoas em seu cotidiano, deve promover a garantia dessa qualidade no prprio ambiente em que as pessoas vivem, estimulando sua participao ativa no cumprimento desse objetivo.

    GOMES (2005), destacou diretrizes para as polticas de atendimento famlia, que consideramos apropriadas e propomos sua incorporao junto poltica municipal de ateno domiciliar:

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    Romper com a idia de famlia sonhada e ter a famlia real como alvo. A famlia pode ser fonte de afeto e tambm de conflito, o que significa consider-la um sistema aberto, vivo, em constante transformao.

    Olhar a famlia no seu movimento, sua vulnerabilidade e sua fragilidade, ampliando o foco sobre a mesma.

    Trabalhar com a escuta da famlia, reconhecendo sua heterogeneidade. No olhar a famlia de forma fragmentada, mas trabalhar com o conjunto de

    seus membros; se um membro est precisando de assistncia, sua famlia estar tambm.

    Centrar as polticas pblicas na famlia, reconhecendo-a como potencializadora dessas aes e como sujeito capaz de maximizar recursos.

    O Estado no pode substituir a famlia; portanto a famlia tem de ser ajudada. No d para falar de polticas pblicas sem falar em parceria com a famlia. Coelho (2002), considera que para se conseguir uma melhor relao mdico-

    famlia, a espontaneidade deve ser uma marca na visita domiciliar. Porm, destacamos a importncia de se agendar a visita domiciliar, evitando assim o constrangimento da famlia ou o risco de no encontrar um membro ou o cuidador, disponvel para acompanhar a equipe.

    2.1. Objetivos da Visita domiciliar na ateno bsica/ESF Geral: Proporcionar vigilncia, assistncia e promoo sade no domiclio, dentro dos princpios do SUS, em uma rea geogrfica adscrita (rea da ESF, ou PACS). Especficos:

    Eles devem ser estabelecidos considerando o(s) motivo(s) da sua solicitao e estar em consonncia com a finalidade para a qual a atividade foi proposta.

    As Situaes ou motivos que requerem VD e acompanhamento domiciliar, so as que esto atreladas aos programas e protocolos da Ateno Bsica, e obedecendo os princpios do SUS de acesso e equidade. Cada equipe deve priorizar e organizar as visitas conforme a situao da comunidade, indicao do Agente Comunitrio e recursos da equipe de modo a dar cobertura a todos os indivduos e famlias que por algum agravo, ou situao permanente ou provisria estejam incapacitados * de buscar a ateno sade na Unidade.

    2.2. Tipologia da Visita Domiciliar na Ateno Bsica/ESF

    2.2.1. Quanto ao:

    * A incapacidade de comparecer Unidade de Sade refere-se s condies delimitadas no item 2.2. Tipologia da Visita Domiciliar na ESF: pessoas com problemas agudos, temporariamente impossibilitadas de locomoo; de pessoas idosas com dificuldade permanente de locomoo; de egressos de hospitais que necessitem de acompanhamento e estejam em condies limitadas de movimento fsico ou em fase terminal, e ainda de portadores de doenas crnicas, incluindo doena mental, com dependncia fsica ou dificuldade de locomoo.

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    1) Com objetivo de promoo da sade o e de aes preventivas: a) visita purpera; b) busca de recm-nascido; c) busca ativa de doenas infecto-contagiosas ou marcador; d) abordagem familiar para diagnstico e tratamento. e) Outras situaes devem ser discutidas com a equipe.

    2) com o objetivo de realizar aes teraputicas:

    paciente portador de doena crnica que apresente dependncia fsica;

    pacientes idosos com dificuldade de locomoo ou morando sozinhos;

    pacientes com problema de sade que dificulte sua locomoo at a ULS.

    Outras situaes devem ser discutidas com a equipe.

    2.2.2. Quanto ao responsvel pela realizao:

    por um profissional da equipe local de sade lotado na ULS: mdico, dentista, enfermeiro, nutricionista, farmacutico, psiclogo, assistente social, tcnico ou auxiliar de enfermagem;

    pelo agente comunitrio de sade (ACS), sob superviso da equipe local de sade.

    2.3. Operacionalizao da visita domiciliar

    2.3.1. Planejamento e Operacionalizao da VD pela equipe da ULS O planejamento da assistncia na ESF (Estratgia Sade da Famlia) deve ser

    centrado nas necessidades da comunidade que ali reside e seus objetivos devem se aproximar ao mximo das peculiaridades e necessidades locais. A interveno da ESF atravs da VD favorece o exerccio da integralidade junto ao indivduo inserido num cotidiano e pertencente a uma famlia. A visita domiciliar , sem dvida, uma das principais ferramentas da Estratgia Sade da Famlia. Ela aproxima a equipe de sade famlia. Atravs dela, a equipe passa a conhecer melhor as condies de vida e sade da comunidade, e os recursos de que a famlia dispe. Propicia a co-responsabilidade do indivduo ou famlia, tornando-o sujeito para decidir junto com a equipe sobre os problemas de sade e agravos. Para isso necessrio o entendimento e o respeito por parte da equipe sobre o contexto de vida daquela comunidade, sua histria, costumes e dinmica das relaes familiares, eliminado-se a postura de superioridade ou de autoritarismo, o que seria apenas reproduzir o modelo mdico-centrado, ou procedimento-centrado, no domiclio. A visita domiciliar, como qualquer outra atividade de sade, tambm precisa ser planejada e sistematizada para se configurar como parte do arsenal da Estratgia Sade da Famlia ou, de outra forma, se configura como mera atividade social. Outra caracterstica importante a ser destacada e que deve ser valorizada na visita domiciliar o trabalho em equipe. A troca de informaes e conhecimentos sobre

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    o paciente, o conhecimento das competncias de todas as disciplinas envolvidas, o estabelecimento de respeito profissional entre os integrantes no trabalho em equipe so imprescindveis para uma resolutividade efetiva.

    FLUXOGRAMA 1 PLANEJAMENTO DA VISITA DOMICILIAR

    a) Discutir em equipe os casos de pacientes com visitas realizadas : revisar o plano de assistncia e responsabilidades de cada componente da equipe;

    b) Primeira visita: Traar o pr-plano de assistncia para pacientes no visitados;

    c) Definir executor da visita em ambos os casos.

    Registro de VD solicitadas pela comunidade

    Registro de VD indicadas por membros da ELS ou pelos ACSs

    1 vez/semana (sexta feira): Discusso, entre os membros disponveis da equipe da ESF sobre as solicitaes de Visita Domiciliar (VD), e programao do agendamento para a semana seguinte, conforme a situao de risco ou vulnerveis, utilizando a Escala de Risco de Coelho ( item 2.1.2.)

    Paciente no cadastrado na ULS Paciente cadastrado na ULS

    Cadastrar e preparar pronturio

    Roteiro para o planejamento da visita: Reunir todos os dados pesquisados com o solicitante sobre o paciente ou a famlia que ser visitada pela

    primeira vez, atravs de formulrio: idade, sexo, motivo da solicitao, sinais e sintomas que o paciente apresenta e condies atuais; endereo correto e formas de contato (telefone, outros).

    Revisando o pronturio do paciente j cadastrado, para inteirar-se de dados que podem ser teis; Avaliando se h condies de manejar o problema em casa; A partir da formulrio de registro da solicitao, estabelecer o espao de tempo em que deve ser

    realizada a visita ( urgente? pode ser agendada?); Avaliando qual o profissional da equipe indicado para avaliar a situao trazida, e se h necessidade de mobilizar outros recursos - da equipe ou externos; Anotando e confirmando o endereo antes da visita;

    Execuo da visita com registro de dados mediante formulrio de VD

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    FLUXOGRAMA 2 EXECUO DA VISITA DOMICILIAR

    Orientar a famlia sobre sinais de gravidade e condutas a serem adotadas.

    Avaliar, orientar e adotar procedimentos teraputicos ao paciente, conforme plano teraputico traado pela equipe e famlia.

    Avaliar a condio ambiental do domiclio, e construir proposta de adequao dentro da realidade familiar e do domicilio.

    Registrar dados e

    informaes no

    Formulrio de Visita

    Domiciliar

    Trabalhar as relaes familiares na busca pela harmonia, otimizando aes para um ambiente familiar teraputico, que promova qualidade de vida para o paciente, cuidador e sua famlia de maneira a construir uma rede de apoio .

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    FLUXOGRAMA 3 RETORNO DA VISITA DOMICILIAR ULS E EQUIPE

    Oferecer equipe e aos colegas que atendem o paciente o retorno sobre o atendimento realizado:

    a) no mesmo dia, caso seja necessrio o acompanhamento imediato por algum outro profissional da equipe;

    b) durante a reunio semanal para discusso, avaliao e agendamento de visitas domiciliares.

    RECOMENDAES PARA A EQUIPE DE VD:

    Compreender o indivduo como sujeito do processo de promoo, manuteno e recuperao de sua sade e visualiz-lo como agente co-responsvel pelo processo de equilbrio entre a relao sade-doena.

    Estar disponvel para fornecer esclarecimentos e orientaes famlia, sempre que solicitado.

    Monitorizar o estado de sade do paciente facilitando a comunicao entre famlia e equipe.

    Otimizar a realizao do plano teraputico estabelecido para cada pessoa.

    Registrar os dados do formulrio de atendimento no pronturio da ULS;

    Repassar enfermeira supervisora as informaes necessrias atuao dos ACSs junto quela famlia e demandas quanto VD do mesmos.

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    2.3.2. Utilizao da Escala de Risco de Coelho Para priorizar as visitas domiciliares, isto , estabelecer critrios para escolher

    quem visitar primeiro, apresentaremos a ESCALA DE RISCO DE COELHO usada no Municpio de Contagem, Minas Gerais, baseada na Ficha A do SIAB, que propomos utilizar em algumas ULSs do municpio de Florianpolis como projeto piloto, para posteriormente realizao de ajustes e implantao na rede. A escala um instrumento de priorizao das visitas domiciliares, simples e eficiente de anlise do risco familiar, no necessitando criar nenhuma nova ficha ou escala burocrtica.

    Elegem-se informaes da Ficha A (ficha de cadastro familiar em Florianpolis) como sentinelas para avaliao das situaes a que as famlias possam estar expostas no dia-a-dia, e a partir da realiza-se a pontuao de risco familiar, como explicitado na Tabela 01. Tabela 01. Dados da Ficha A do SIAB e escore de pontuao de risco. Dados da Ficha A Escore Acamado 3 Deficincia Fsica 3 Deficincia mental 3 Baixas condies de saneamento 3 Desnutrio (Grave) 3 Drogadio 2 Desemprego 2 Analfabetismo 1 Menor de seis meses 1 Maior de 70 anos 1 Hipertenso Arterial Sistmica 1 Diabetes Mellitus 1

    Se maior que 1 3 Se igual a 1 2

    Relao Morador/cmodo

    Se menor que 1 0 A partir da pontuao das sentinelas estabelece-se, de acordo com o Escore Total, a classificao de risco, que varia de R1 risco menor a R3 risco mximo (Quadro 02). Quadro 02. Classificao das famlias segundo a pontuao obtida.

    Escore 5 ou 6 = (R1) Escore 7 ou 8 = (R2) Maior que 9 = (R3)

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    2.3.3 Atribuies da equipe de sade da ULS quanto Visita Domiciliar

    A descrio das atribuies da equipe da ULS na visita domiciliar tem por

    fundamento a experincia relatada pelo Servio de Sade Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio (BRASIL, 2003), adaptando-se e/ou acrescentando itens demandados pela realidade do municpio de Florianpolis. Dentre as atribuies especficas da Equipe Sade de Famlia esto: Realizar o cuidado em sade da populao adscrita, prioritariamente no mbito da unidade de sade, no domiclio e nos demais espaos comunitrios (escolas, associaes, entre outros), quando necessrio (BRASIL, 2006). Destacamos como atribuies inerentes ao grupo encarregado da visita domiciliar:

    So atribuies do Agente Comunitrio de Sade:

    Desenvolver atividades de promoo da sade, preveno das doenas e agravos, e de vigilncia sade por meio de visitas domiciliares e de aes educativas individuais e coletivas nos domiclios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente respeito daquelas em situaes de risco.

    Discutir as visitas realizadas junto equipe, apontando as prioridades de visita da equipe, segundo o conhecimento da sua comunidade.

    Estabelecer forma de comunicao participativa com a famlia;

    Servir de elo de comunicao entre a pessoa, a famlia e a equipe.

    Registrar os atendimentos nas fichas especficas.

    Atribuies dos Recepcionistas:

    Receber a solicitao da visita domiciliar (VD), pessoalmente ou por telefone, preenchendo os dados do formulrio de solicitao de VD (ANEXOII);

    Encaminhar diariamente, a solicitao atravs do formulrio de solicitao de visita domiciliar, devidamente preenchido, ao responsvel pelo caso ou para o encarregado das avaliaes de solicitao visita domiciliar;

    Providenciar o pronturio e demais formulrios necessrios para a visita domiciliar.

    Atribuies do Mdico:

    Realizar consulta mdica principalmente para aqueles que apresentem incapacidade de se deslocarem at a ULS;

    Avaliar de modo integral a situao da pessoa enferma;

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    Esclarecer a famlia sobre os problemas de sade e construir plano de cuidados para a pessoa enferma;

    Estabelecer forma de comunicao participativa com a famlia;

    Levar o caso para discusso na Equipe;

    Emitir prescrio do tratamento medicamentoso;

    Realizar pequenos procedimentos auxiliado pela equipe;

    Registrar os atendimentos realizados;

    Promover e participar de avaliaes semanais do plano de acompanhamento de VD;

    Indicar internao hospitalar;

    Verificar e atestar o bito. Atribuies do Enfermeiro:

    Avaliar de modo integral a situao da pessoa enferma;

    Avaliar as condies e infra-estrutura fsica do domiclio para o planejamento da assistncia domiciliar, se necessria;

    Elaborar, com base no diagnstico de enfermagem, a prescrio dos cuidados;

    Identificar e treinar o cuidador domiciliar;

    Supervisionar o trabalho dos auxiliares de enfermagem e dos ACS;

    Realizar procedimentos de enfermagem que requeiram maior complexidade tcnica;

    Orientar cuidados com o lixo originado no cuidado do usurio e do lixo domiciliar (separao, armazenamento e coleta);

    Estabelecer via de comunicao participativa com a famlia;

    Comunicar equipe de sade as alteraes observadas e avaliar periodicamente o desempenho da equipe de enfermagem na prestao do cuidado;

    Dar alta dos cuidados de enfermagem;

    Registrar os atendimentos.

    Atribuies do Auxiliar e Tcnico de Enfermagem:

    Auxiliar no treinamento do cuidador domiciliar.

    Acompanhar a evoluo dos casos e comunicar equipe as alteraes observadas.

    Realizar procedimentos de enfermagem dentro de suas competncias tcnicas e legais.

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    Orientar cuidados com o lixo originado no cuidado do usurio e do lixo domiciliar (separao, armazenamento e coleta).

    Estabelecer via de comunicao participativa com a famlia.

    Identificar sinais de gravidade.

    Comunicar enfermeira e ao mdico, alteraes no quadro clinico do paciente.

    Registrar os atendimentos. Atribuies da Equipe de Sade Bucal:

    A principal atuao da equipe de sade bucal na visita domiciliar, se d nas

    aes educativas, orientao sobre o auto-cuidado, preveno e assistncia odontolgica. Frente ao desafio de proporcionar cuidados domiciliares em sade bucal, no que diz respeito assistncia, h que se considerar que na maior parte das vezes, exige equipamentos, instrumentais, condies de biosegurana e de ergonomia que dificilmente sero alcanadas plenamente no domiclio. O consultrio odontolgico da Unidade local de Sade o espao ideal para o desenvolvimento das atividades clnicas. As atividades de assistncia odontolgica oferecidas no domiclio devem ficar restritas aos casos em que a equipe que acompanha o paciente julgar necessrio, sempre considerando acima de tudo a necessidade apresentada pelo mesmo. Os agentes Comunitrios de Sade, tem um importante papel educativo, devendo ser encorajada e estimulada a sua atuao em atividades educativas relativas sade bucal, tanto na ULS e espaos sociais da comunidade, como na sua rotina de visitas domiciliares, independente dos indivduos estarem ou no incapacitados funcionalmente. Nos casos de incapacidade de locomoo, por transtornos fsicos e mentais, a avaliao conjunta da equipe mdica e de sade bucal, indicar a necessidade e a possibilidade das intervenes, baseada em aspectos tais como: a gravidade do quadro geral de sade, a urgncia do atendimento odontolgico a ser institudo, o perodo pelo qual o indivduo permanecer incapacitado, a complexidade dos procedimentos a serem executados, o grau de aceitao ao atendimento, a capacidade do profissional, a disponibilidade de recursos fsicos e materiais, a disponibilidade de servios de referncia, as condies que o domiclio apresenta para os tipos de procedimentos a serem realizados, entre outros. Atribuies do Cirurgio Dentista:

    Realizar diagnstico de sade bucal, incluindo leses, alteraes de mucosa e gengiva.

    Orientaes sobre higiene oral, preveno de doenas bucais, cuidado com prteses ao doente e/ou cuidador.

    Prescrio teraputica.

    Aplicao tpica de flor.

    Aplicao de cariosttico

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    Aplicao de verniz com flor.

    Escariao/selamento de cavidades com cimento provisrio ou ionmero de vidro.

    Raspagem coronria e radicular.

    Curetagem sub-gengival.

    Capeamento pulpar direto/ selamento da cavidade (em situaes de urgncia)

    Exodontia de dente decduo.

    Exodontia de dente permanente com grau de mobilidade III.

    Remoo de resto radicular

    Intervir em situaes de urgncia como:abcessos, dor, sangramentos, etc.

    Bipsia/ citologia esfoliativa.

    Pequenas cirurgias em tecidos moles.

    Tratamento de hemorragia.

    Tratamento de alveolite.

    Remoo de sutura.

    Gengivectomia.

    Ulotomia

    Ulectomia

    Outros procedimentos de urgncia.

    Estabelecer redes de comunicao participativa com a famlia.

    Registrar os atendimentos.

    Atribuies de Auxiliar de Consultrio Dentrio e Tcnico de Higiene Dental:

    As atribuies destes profissionais devem seguir o estabelecido na lei do exerccio profissional e acordado no plano assistencial.

    Estabelecer formas de comunicao participativa com a famlia.

    Orientar higiene oral, uso de flor, e cuidado com prteses pessoa e/ou cuidador.

    Auxiliar o CD (Cirurgio Dentista), na realizao dos procedimentos.

    Registrar os atendimentos.

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    3. ASSISTNCIA DOMICILIAR DE MDIA COMPLEXIDADE

    Definimos Assistncia Domiciliar de Mdia Complexidade como o conjunto de atividades de carter ambulatorial, programadas e continuadas desenvolvidas em domiclio. realizada por uma equipe tcnica multiprofissional de ateno domiciliar com habilidades mais complexas em relao equipe de Sade da Famlia, com a funo de prestar assistncia clnica-teraputica ao paciente em seu domiclio. O paciente atendido pode ter tempo finito de permanncia compreendido entre a data de admisso e a data da alta ou bito do paciente.

    O Programa de Assistncia Domiciliar de Mdia Complexidade de Florianpolis, a ser detalhado atravs de projeto especfico, prestar assistncia nas categorias de reabilitao, acompanhamento por longo prazo e cuidados paliativos.

    A assistncia domiciliria pode reduzir em at 70% dos custos assistenciais, comparativamente s mesmas intervenes realizadas em ambiente hospitalar, com a vantagem de permitir ao indivduo usufruir do conforto e convvio familiares. A assistncia domiciliria se configura em modalidade no apenas substitutiva dos servios hospitalares, mas especfica, com indicaes de incio e fim precisas, que, alm de melhorar a qualidade de cuidado ao indivduo, contribui para maior disponibilidade de leitos hospitalares a pacientes cuja assistncia envolva procedimentos exclusivos deste ambiente.

    3.1 Requisitos para implantao do Programa de Assistncia Domiciliar de

    Mdia Complexidade(PAD) de Florianpolis a) Estar de acordo com o regulamento tcnico de funcionamento de servios

    que prestam ateno domiciliar RDC n11, de 26 de janeiro de 2006; b) Possuir alvar expedido pelo rgo sanitrio local; c) Designar como Responsvel Tcnico um profissional de nvel superior da

    rea da sade, habilitado junto ao Conselho Regional; d) Estar inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade

    CNES. Alm dos requisitos legais descritos, necessrio prever:

    A disponibilizao de meio de locomoo fornecido pelo Servio de Sade;

    A criao e aprovao de Regimento Interno que defina o tipo de atendimento domiciliar e as diretrizes bsicas para seu funcionamento a ser elaborado pela equipe;

    A elaborao de manual e normas tcnicas de procedimentos para ateno domiciliar;

    A definio e equipamento de um local sede para equipe. Esta sede albergar os registros dos pacientes em ateno domiciliar;

    A elaborao do Pronturio Domiciliar com identificao, prescrio e evoluo, assim como resultados de exames, orientao para chamados, destinado cada paciente.

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    A manuteno, por meio de recursos prprios ou terceirizados, de profissionais, equipamentos, materiais e medicamentos de acordo com o perfil clnico do paciente. Os materiais e insumos a serem dispensados ficaro no almoxarifado central e no almoxarifado do CS II Centro.

    3.2. Composio da Equipe:

    O Programa de Assistncia Domiciliar de Mdia Complexidade(PAD) de

    Florianpolis dever dispor para o primeiro momento de implantao de uma equipe para atender ao municpio; equipe esta composta por no mnimo :

    a) 01 mdico com residncia mdica concluda em clnica mdica ou geriatria; b) 01 enfermeiro com experincia na rea hospitalar. No prazo de um ano dever dispor de uma equipe por Regional de Sade de

    Florianpolis, total de 05 equipes.

    3.3. Critrios de incluso no Programa de Assistncia Domiciliar de Mdia

    Complexidade:

    f) pacientes em ps operatrio complicados onde o mdico hospitalar indique acompanhamento pela equipe;

    g) Egressos hospitalares que necessitem apoio da equipe do PAD h) Pacientes com dificuldade de locomoo (plegias, seqelas motoras) que

    necessitem cuidados de maior complexidade i) Pacientes que necessitem uso e acompanhamento de sondas uretral,

    nasoenteral e gastroenteral, bolsa coletora; j) Pacientes que apenas necessitem fornecimento de insumos permanentes

    como sondas, fraldas, pomadas k) Acamados portadores de escaras Graus II a IV l) Pacientes com necessidade de O2 domiciliar m) Pacientes em fase terminal onde a famlia necessite orientao n) Pacientes que necessitem de cuidados paliativos

    O fluxo para incluso no PAD se dar atravs de solicitao por ficha prpria com identificao, diagnstico, descrio minuciosa do motivo. A solicitao pode ser proveniente dos hospitais que sero informados da existncia do programa e das ULS.

    3.4. Diretrizes Gerais para a Assistncia Domiciliar de Mdia Complexidade:

    O PAD deve fornecer aos familiares e/ou cuidadores orientaes verbais e escritas, em linguagem clara, sobre a assistncia a ser prestada;

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    O PAD deve preferencialmente contar com a existncia de um cuidador com condies de realizar as atividades pactuadas entre a equipe e a famlia;

    O PAD deve verificar a existncia de infra-estrutura fsica no domiclio para a modalidade assistncia domiciliar.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS REHEM, T. C. M. & TRAD, L. A. B.. Home health care: subsidies for a primary care project in Brazil. Cinc. sade coletiva. [online]. Sept./Dec. 2005, vol.10 suppl. [cited 25 July 2006], p.231-242. Disponvel: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- DIOGO,M J D; DUARTE, Y. A O. Cuidados em domiclio: conceitos e prticas. In: FREITAS, E.V., PY,L.,CANADO, F.A X., DOLL, J.; GORZONI, ML. Tratado de geriatria e gereontologia. 2 ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006,cap.118, pg 1123-1130. BRASIL. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo da Diretoria Colegiada- RDC n11, de 26 de janeiro de 2006. BRASIL-Norma Operacional Bsica do Sistema nico de Sade/NOB-SUS 96 - Braslia: Ministrio da Sade, 1997. 34 p. Brasil. Ministrio da Sade. Grupo Hospitalar Conceio Manual de assistncia domiciliar na ateno primria sade; organizado por Jos Mauro Ceratti Lopes.Porto Alegre : Servio de Sade Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio, 2003. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n648, de 28 de maro de 2006. Poltica Nacional de Ateno Bsica. ,2006 BRASIL, Ministrio da Sade. Decreto n 3.189, de 04 de Outubro de 1999. Fixa diretrizes para o exerccio da atividade de Agente Comunitrio de Sade (ACS), e d outras providncias. 1999. COELHO, Flvio Lcio G1; SAVASSI, Leonardo CM2. Aplicao de Escala de Risco Familiar como instrumento de priorizao das Visitas Domiciliares. http://www.smmfc.org.br/Escaladerisco.doc Consulta realizada em 25/07/06 FERRAZ, L. e AERTZ, DRGC. O cotidiano de trabalho do agente comunitrio de sade no PSF em Porto Alegre. Cadernos de Sade Pblica, 342:355, 2005. Disponvel on line em http.www.scielo.br/pdf/csc/v10n2/a12v10n2.pdf, obtido em 24/08/2006. MARASQUIN, H. G.; DUARTE, R. V. C.; PEREIRA, R. B. L.; MONEGO, E. T. - Visita domiciliar: o olhar da comunidade da quadra 603 Norte. Palmas (TO). Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on line (www.proec.ufg.br) CONSULTADO EM 27/07/06

    GOMES, Mnica Arajo; PEREIRA, Maria Lcia Duarte. Famlia em situao de vulnerabilidade social: uma questo de polticas pblicas. Cinc. sade coletiva., Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, 2005. Disponvel em: . Acesso em: 01 Ago 2006. doi: 10.1590/S1413-81232005000200013.

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    Kaloustian SM & Ferrari M 1994. Introduo, pp. 11-15. In SM Kaloustian (org.). Famlia brasileira, a base de tudo. Ed. Cortez-Unicef, So Paulo-Braslia. Petrini JC 2003. Ps-modernidade e famlia. Ed. Edusc, Bauru. Martins JS (org.) 1993. O massacre dos inocentes: a criana sem infncia no Brasil. (2 ed.). Ed. Hucitec, So Paulo. Brasil 1990. Estatuto da Criana e do Adolescente. Lei Federal n 8.069/90. Ministrio da Justia, Braslia, DF. Vicente CM 1994. O direito convivncia familiar e comunitria: uma poltica de manuteno do vnculo, pp. 47-59. In SM Kaloustian (org.). Famlia brasileira, a base de tudo. Ed. Cortez-Unicef, So Paulo-Braslia. Brasil 2002. Programa Sade da Famlia. Revista Brasileira de Sade da Famlia ano II: 7-17. SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE SO PAULO, Recomendaes sobre os cuidados domiciliares em Sade Bucal.

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    ANEXOS

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    ANEXO I RESOLUO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N11, DE 26 DE JANEIRO DE 2006.

    Dispe sobre o Regulamento Tcnico de Funcionamento de Servios que prestam Ateno Domiciliar

    A Diretoria Colegiada da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, no uso da atribuio que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da Anvisa aprovado pelo Decreto n 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o art. 111, inciso I, alnea b, 1, do Regimento Interno aprovado pela Portaria n 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunio realizada em 23 de janeiro de 2006,considerando a necessidade de propor os requisitos mnimos de segurana para o funcionamento de Servios de Ateno Domiciliar nas modalidades de Assistncia e Internao Domiciliar; considerando que os servios de sade que oferecem esta modalidade de ateno so responsveis pelo gerenciamento da estrutura, dos processos e dos resultados por eles obtidos, devendo atender s normas e exigncias legais, desde o momento da indicao at a alta ou bito;considerando a necessidade de disponibilizar informaes aos servios de sade, assim como aos rgos de vigilncia sanitria, sobre as tcnicas adequadas de gerenciamento da ateno domiciliar e sua fiscalizao;adota a seguinte Resoluo da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicao: Art. 1 Aprovar o Regulamento Tcnico para o funcionamento dos Servios de Ateno Domiciliar, nas modalidades de Assistncia e Internao Domiciliar, constante do Anexo desta Resoluo. Art. 2 Determinar que nenhum Servio de Ateno Domiciliar pode funcionar sem estar licenciado pela autoridade sanitria local, atendendo aos requisitos do Regulamento Tcnico de que trata o Art. 1 desta RDC e demais legislaes pertinentes. Art. 3 As Secretarias de Sade Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, visando o cumprimento do Regulamento Tcnico, podero estabelecer normas de carter supletivo ou complementar, a fim de adequ-lo s especificidades locais. Art. 4 Todos os atos normativos mencionados neste regulamento, quando substitudos ou atualizados por novos atos devem ter a referencia automaticamente atualizada em relao ao ato de origem. Art. 5 O descumprimento das determinaes deste Regulamento Tcnico constitui infrao de natureza sanitria sujeitando o infrator a processo e penalidades previstas na Lei n 6.437 de 20 de agosto de 1977, suas atualizaes, ou instrumento legal que venha a substitu-la, sem prejuzo das responsabilidades penal e civil cabveis. Art. 6 Esta Resoluo da Diretoria Colegiada entra em vigor na data de sua publicao. DIRCEU RAPOSO DE MELLO ANEXO Regulamento Tcnico para o funcionamento de Servios de Ateno Domiciliar Objetivo Estabelecer os requisitos de funcionamento para os Servios de Ateno Domiciliar. Abrangncia do Regulamento Esta resoluo aplicvel a todos os Servios de Ateno Domiciliar, pblicos ou privados, que oferecem assistncia e ou internao domiciliar. Definies

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    3.1 Admisso em Ateno domiciliar: processo que se caracteriza pelas seguintes etapas: indicao, elaborao do Plano de Ateno Domiciliar e incio da prestao da assistncia ou internao domiciliar. 3.2 Alta da Ateno domiciliar: ato que determina o encerramento da prestao de servios de ateno domiciliar em funo de: internao hospitalar, alcance da estabilidade clnica, cura, a pedido do paciente e/ou responsvel, bito. 3.3 Ateno domiciliar: termo genrico que envolve aes de promoo sade, preveno, tratamento de doenas e reabilitao desenvolvidas em domiclio. 3.4 Assistncia domiciliar: conjunto de atividades de carter ambulatorial, programadas e continuadas desenvolvidas em domiclio. 3.5 Cuidador: pessoa com ou sem vnculo familiar capacitada para auxiliar o paciente em suas necessidades e atividades da vida cotidiana. 3.6 Equipe Multiprofissional de Ateno Domiciliar - EMAD: profissionais que compem a equipe tcnica da ateno domiciliar, com a funo de prestar assistncia clnico-teraputica e psicossocial ao paciente em seu domiclio. 3.7 Internao Domiciliar: conjunto de atividades prestadas no domiclio, caracterizadas pela ateno em tempo integral ao paciente com quadro clnico mais complexo e com necessidade de tecnologia especializada. 3.8 Plano de Ateno Domiciliar - PAD: documento que contempla um conjunto de medidas que orienta a atuao de todos os profissionais envolvidos de maneira direta e ou indireta na assistncia a cada paciente em seu domiclio desde sua admisso at a alta. 3.9 Servio de Ateno Domiciliar - SAD: instituio pblica ou privada responsvel pelo gerenciamento e operacionalizao de assistncia e/ou internao domiciliar. 3.10 Tempo de Permanncia: perodo compreendido entre a data de admisso e a data de alta ou bito do paciente. Condies Gerais O SAD deve possuir alvar expedido pelo rgo sanitrio competente. O SAD deve possuir como responsvel tcnico um profissional de nvel superior da rea da sade, habilitado junto ao respectivo conselho profissional. O SAD deve estar inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade - CNES. O SAD deve possuir um regimento interno que defina o tipo de ateno domiciliar prestada e as diretrizes bsicas que norteiam seu funcionamento. O SAD deve elaborar manual e normas tcnicas de procedimentos para a ateno domiciliar, de acordo com a especificidade da assistncia a ser prestada. A ateno domiciliar deve ser indicada pelo profissional de sade que acompanha o paciente. 4.7 O profissional de sade que acompanha o paciente deve encaminhar ao SAD relatrio detalhado sobre as condies de sade e doena do paciente contendo histrico, prescries, exames e intercorrncias. 4.8 A equipe do SAD deve elaborar um Plano de Ateno Domiciliar - PAD. 4.9 O PAD deve contemplar: 4.9.1. a prescrio da assistncia clnico-teraputica e psicossocial para o paciente; 4.9.2. requisitos de infra-estrutura do domiclio do paciente, necessidade de recursos humanos, materiais, medicamentos, equipamentos, retaguarda de servios de sade, cronograma de atividades dos profissionais e logstica de atendimento; 4.9.3. o tempo estimado de permanncia do paciente no SAD considerando a evoluo clnica, superao de dficits, independncia de cuidados tcnicos e de medicamentos, equipamentos e materiais que necessitem de manuseio continuado de profissionais; 4.9.4 a periodicidade dos relatrios de evoluo e acompanhamento. 4.10 O PAD deve ser revisado de acordo com a evoluo e acompanhamento do paciente e a gravidade do caso. 4.10.1 A reviso do PAD deve conter data, assinatura do profissional de sade que acompanha o paciente e do responsvel tcnico do SAD. 4.11 O registro dos pacientes em ateno domiciliar e o PAD devem ser mantidos pelo SAD . 4.12 O SAD deve manter um pronturio domiciliar com o registro de todas as atividades realizadas durante a ateno direta ao paciente, desde a indicao at a alta ou bito do paciente.

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    4.12.1 O pronturio domiciliar deve conter identificao do paciente, prescrio e evoluo multiprofissional, resultados de exames, descrio do fluxo de atendimento de Urgncia e Emergncia, telefones de contatos do SAD e orientaes para chamados. 4.12.2 O pronturio deve ser preenchido com letra legvel e assinado por todos os profissionais envolvidos diretamente na assistncia ao paciente. 4.12.3 Aps a alta ou bito do paciente o pronturio deve ser arquivado na sede do SAD, conforme legislao vigente. 4.12.4 O SAD deve garantir o fornecimento de cpia integral do pronturio quando solicitado pelo paciente ou pelos responsveis legais. 4.13 O SAD deve fornecer aos familiares dos pacientes e/ou cuidadores orientaes verbais e escritas, em linguagem clara, sobre a assistncia a ser prestada, desde a admisso at a alta. 4.14 O SAD deve prover por meio de recursos prprios ou terceirizados, profissionais, equipamentos, materiais e medicamentos de acordo com a modalidade de ateno prestada e o perfil clnico do paciente. 4.15 O SAD deve observar, como critrio de incluso para a internao domiciliar, se o domiclio dos pacientes conta com suprimento de gua potvel, fornecimento de energia eltrica, meio de comunicao de fcil acesso, facilidade de acesso para veculos e ambiente com janela, especfico para o paciente, com dimenses mnimas para um leito e equipamentos. 4.16 O SAD deve controlar o abastecimento domiciliar de equipamentos, materiais e medicamentos conforme prescrio e necessidade de cada paciente, assim como meios para atendimento a solicitaes emergenciais. 4.17 O SAD deve assegurar o suporte tcnico e a capacitao dos profissionais envolvidos na assistncia ao paciente. 4.18 O SAD deve estabelecer contrato formal, quando utilizar servios terceirizados, sendo que estes devem ter obrigatoriamente Alvar Sanitrio atualizado. 4.19 O SAD deve elaborar e implementar um Programa de Preveno e Controle de Infeces e Eventos Adversos (PCPIEA) visando a reduo da incidncia e da gravidade desses eventos. 4.20 O SAD deve possuir sistema de comunicao que garanta o acionamento da equipe, servios de retaguarda, apoio ou suporte logstico em caso de urgncia e emergncia. 4.21 O SAD deve garantir aos pacientes que esto em regime de internao domiciliar, a remoo ou retorno internao hospitalar nos casos de urgncia e emergncia. 5 Condies Especficas 5.1 O SAD deve assegurar os seguintes servios bsicos de retaguarda de acordo com a necessidade de cada paciente e conforme estabelecido no PAD: 5.1.1 referncia para atendimento de urgncia e emergncia e internao hospitalar formalmente estabelecida; 5.1.2 referncia ambulatorial para avaliaes especializadas, realizao de procedimentos especficos e acompanhamento ps alta. 5.2 O SAD deve assegurar os seguintes suportes diagnsticos e teraputicos de acordo com o PAD: 5.2.1 exames laboratoriais, conforme RDC/ANVISA n. 302 de 2005; 5.2.2 exames radiolgicos, conforme Portaria SVS/MS n. 453 de 1998; 5.2.3 exames por mtodos grficos; 5.2.4 hemoterapia, conforme RDC/ANVISA n. 153 de 2004; 5.2.5 quimioterapia, conforme RDC/ANVISA n. 220 de 2004; 5.2.6 dilise, conforme RDC/ANVISA n. 154, de 2004; 5.2.6.1 na realizao da hemodilise o dialisador deve ser de uso nico. 5.2.7 assistncia respiratria com oferta de equipamentos, materiais e gases medicinais compreendendo procedimentos de diferentes graus de complexidade; 5.2.7.1 a ventilao mecnica invasiva s permitida na modalidade de internao domiciliar com acompanhamento do profissional da Equipe Multiprofissional de Ateno domiciliar - EMAD; 5.2.7.1.1 caso o equipamento seja acionado por energia eltrica o domiclio deve ser cadastrado na companhia de fornecimento de energia eltrica local; 5.2.7.1.2 deve haver sistema alternativo de energia eltrica ligado ao equipamento com acionamento automtico em no mximo 0,5 segundos;

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    5.2.7.2 quando houver instalao de sistema de suprimento de gases medicinais canalizada, esta deve estar de acordo com a NBR 12.188; 5.2.7.3 O enchimento dos cilindros de gases medicinais no deve ser realizado no domicilio do paciente. 5.2.8 Nutrio Parenteral conforme Portaria SVS/MS n. 272 de 1998; 5.2.8.1 compete a EMAD verificar e orientar as condies de conservao da nutrio seguindo as exigncias do regulamento do item 5.2.8. 6. Recursos humanos 6.1 O SAD deve possuir EMAD que atenda ao seu perfil de demanda e ser dimensionada para o atendimento de cada paciente conforme o PAD. 6.2 O SAD deve garantir educao permanente para a EMAD. 6.2.1 As capacitaes devem ser registradas contendo nome do responsvel, especificao de contedo, lista de participantes assinada, data e tempo de durao das atividades. 6.3 O SAD que mantiver em estoque medicamentos sujeitos ao controle especial deve contar com farmacutico habilitado, conforme Portaria SVS/MS n. 344 de 1998. 6.3.1 caso o SAD esteja inserido em um servio de sade, pode contar com o apoio do profissional da farmcia do mesmo. 6.4 O SAD deve garantir o fornecimento e orientar o uso de Equipamento de Proteo Individual (EPI), conforme as atividades desenvolvidas. 7. Infra-estrutura fsica 7.1. O domicilio do paciente deve possibilitar a realizao dos procedimentos prescritos no PAD. 7.2 Infra-estrutura da Sede do SAD 7.2.1 O SAD deve possuir infra-estrutura fsica conforme a RDC/ANVISA n. 50 de 2002; com os seguintes ambientes: 7.2.1.1 recepo; 7.2.1.2 rea de trabalho para a equipe administrativa com arquivo; 7.2.1.3 rea de trabalho para a EMAD; 7.2.1.4 almoxarifado; 7.2.1.5 instalaes de conforto e higiene; 7.2.2 O SAD que estiver inserido em um servio de sade pode compartilhar os ambientes descritos no item 7.3.1. 8. Equipamentos, medicamentos e materiais 8.1. O SAD deve prover equipamentos, medicamentos e materiais conforme definido no PAD. 8.2 Os equipamentos, medicamentos e materiais devem estar regularizados junto ANVISA/MS, conforme legislao vigente. 8.3 O SAD deve possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade dos equipamentos, dos medicamentos e dos materiais. 8.4 O transporte de equipamentos, medicamentos e materiais deve ser efetuado conforme orientao do fabricante, de forma a garantir sua integridade. 8.5 Os equipamentos devem ser calibrados periodicamente, conforme instrues do fabricante. 8.6 O SAD deve garantir a manuteno preventiva e corretiva dos equipamentos e manter registros das mesmas. 8.7 Para a instalao dos equipamentos no domiclio, o SAD deve: 8.7.1 Verificar as condies de instalao conforme manual de operao do fabricante; 8.7.2 Realizar os testes de funcionamento dos equipamentos; 8.7.3 Orientar o paciente, os familiares e cuidadores quanto ao manuseio dos equipamentos e os riscos a eles associados. 8.8 O SAD deve substituir prontamente os equipamentos com problemas de operao. 8.9 O SAD deve fornecer baterias dos equipamentos de suporte a vida. 9. Procedimentos de suporte tcnico e logstico 9.1 O SAD deve garantir a implantao das normas e rotinas de limpeza e desinfeco de artigos, superfcies e equipamentos utilizados diretamente na assistncia ao paciente, sob superviso do responsvel pelo PCPIEA. 9.2 O responsvel tcnico do SAD deve elaborar e implantar o plano de gerenciamento de resduos de servios de sade - PGRSS, conforme RDC/ANVISA n. 306, de 2004. 10. Avaliao da assistncia domiciliar

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    10.1 Compete ao SAD a realizao continuada de avaliao do desempenho e padro de funcionamento global. 10.2 A avaliao referida no item 10.1 deve ser realizada levando em conta os indicadores abaixo:

    (Nmero de bitos de pacientes em internao domiciliar no ms / Todos os pacientes que receberam ateno na

    1 Taxa de mortalidade para a modalidade internao domiciliar

    modalidade internao domiciliar no ms) * 100 [%]

    Mensal

    (Nmero de pacientes em ateno domiciliar que necessitaram de internao

    2 Taxa de internao aps ateno domiciliar

    hospitalar no ms / Todos os pacientes que receberam ateno domiciliar no ms) *100 [%]

    Mensal

    (Nmero de pacientes em internao domiciliar com episdios de infeco no ms / Todos os pacientes que receberam

    3 Taxa de infeco para a modalidade internao domiciliar

    ateno na modalidade internao domiciliar no ms) *100 [%]

    Mensal

    (Nmero de pacientes em assistncia domiciliar que receberam alta no ms /

    4 Taxa de alta da modalidade assistncia domiciliar

    Todos os pacientes que receberam ateno na modalidade assistncia domiciliar no ms) * 100 [%]

    Mensal

    (Nmero de pacientes em internao domiciliar que receberam alta no ms / Todos os pacientes que receberam ateno

    5 Taxa de alta da modalidade internao domiciliar

    na modalidade internao domiciliar no ms) * 100 [%]

    Mensal

    1 - Pacientes que receberam ateno domiciliar no ms: considerar o nmero de pacientes do dia 15 de cada ms. 10.3 O SAD deve encaminhar Vigilncia Sanitria local o consolidado dos indicadores do semestre anterior em todos os meses de janeiro e julho. 10.4 O consolidado do municpio dever ser encaminhado Secretaria Estadual de Sade e o consolidado dos estados ANVISA. 11. Disposies transitrias 11.1 O SAD j em funcionamento tm prazo mximo de 365 dias aps a publicao, para se adequar aos disposies deste regulamento. 11.2 Para o inicio ou reinicio das atividades os servios devem atender na ntegra as disposies deste regulamento.

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    12. Referncias Bibliogrficas 1 BRASIL. DECRETO N. 77052, de 1976 - Dispe sobre a fiscalizao sanitria das condies de exerccio de profisses e ocupaes tcnicas e auxiliares, relacionadas diretamente com a sade. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 1976. 2 BRASIL. LEI N. 6.437, 1977 - Configura infraes legislao sanitria federal, estabelece as sanes respectivas, e d outras providncias. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 1977. 3 BRASIL, Ministrio da Previdncia Social. Idosos: Problemas e cuidados bsicos. Braslia: MPAS/SAS, 1999. 4 BRASIL. PORTARIA SVS/MS n. 272, de 1998 - Aprova o Regulamento Tcnico para fixar os requisitos mnimos exigidos para a Terapia de Nutrio Parenteral, constante do texto Anexo desta Portaria. 5 BRASIL. PORTARIA SVS/MS n. 344, de 1998 - Aprova o Regulamento Tcnico sobre substncias e medicamentos sujeitos a controle especial. 6 BRASIL. PORTARIA SVS/MS n. 453, de 1998 - Aprova o Regulamento Tcnico que estabelece as diretrizes bsicas de proteo radiolgica em radiodiagnstico mdico e odontolgico, dispe sobre o uso dos raios-x diagnsticos em todo territrio nacional e d outras providncias. 7 BRASIL. RDC/ANVISA n. 153, de 2004 - Determina o Regulamento Tcnico para os procedimentos hemoterpicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso humano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordo umbilical, da placenta e da medula ssea. 8 BRASIL. RDC/ANVISA n. 154, de 2004 - Estabelece o Regulamento Tcnico para o funcionamento dos Servios de Dilise.

    9 BRASIL. RDC/ANVISA n. 220, de 2004 - Aprova o Regulamento Tcnico de funcionamento dos Servios de Terapia Antineoplsica.

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    ANEXO II

    FORMULRIO PARA AGENDAMENTO DE VISITA DOMICILIAR: Data da solicitao: Nome do paciente: Idade: Sexo: Motivo da solicitao:

    Sinais e sintomas atuais: Melhor horrio para visita: Nome do cuidador (se houver): Endereo: Ponto de referncia: Fone para contato