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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Transações Imobiliárias Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário

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Escola Estadual deEducação Profissional - EEEPEnsino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Bases Jurídicas doComércio Imobiliário

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Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 1

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2

DIREITO CIVIL 3

TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE IMÓVEIS 33

O CORRETOR DE IMÓVEIS E A LEGISLAÇÃO BÁSICA 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 65

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 2

INTRODUÇÃO

Caro (a) Aluno (a),

A apostila de Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário tem como objetivo proporcionar ao

futuro profissional em Transações Imobiliárias conhecimentos básicos de Direito, sua estrutura,

objeto e relações jurídicas, como também alguns aspectos da legislação que regulamentam a

profissão de Corretor de Imóveis.

Os assuntos aqui abordados – Direito Civil, Tributário e Lei 6.530/78 – podem servir não só

como fonte de conhecimentos mas, também, como fonte de consultas.

Bom curso!

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 3

DIREITO CIVIL

DAS PESSOAS

Pessoa: é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo de sujeito

de direito.

Personalidade jurídica: é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações.

Capacidade: é a medida jurídica da personalidade; é a manifestação do poder de ação implícito

no conceito de personalidade (Teixeira de Freitas).

Direitos da personalidade: são direitos subjetivos da pessoa defender o que lhe é próprio, ou

seja, a sua integridade física, a sua integridade intelectual e sua integridade moral.

Pessoa Natural: é o homem, a criatura humana, proveniente de mulher; é o ser humano

considerado como sujeito de direitos e obrigações.

Capacidade jurídica: é a maior ou menor extensão dos direitos de uma pessoa (art. 2º, CC); esta

aptidão oriunda da personalidade, para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil, dá-se

o nome de capacidade de gozo ou de direito; não pode ser recusada ao indivíduo; tal capacidade

pode sofrer restrições legais quanto ao seu exercício pela intercorrência de um fator genérico;

logo, a capacidade de fato ou de exercício é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil.

Incapacidade: é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser sempre

encarada estritamente, considerando-se o princípio de que a capacidade é a regra e a

incapacidade a exceção.

Incapacidade absoluta: a incapacidade será absoluta quando houver proibição total o exercício

do direito pelo incapaz, acarretando, em caso de violação do preceito, a nulidade do ato (CC,

art. 145, I); os absolutamente incapazes têm direitos, porém não poderão exercê-los direta ou

pessoalmente, devendo ser representados; são absolutamente incapazes (CC, art. 5º), os menores

de 16 anos, os loucos de todo gênero, os surdos-mudos que não possam manifestar sua vontade,

por não terem recebido educação adequada (CC, art. 446, II) e os ausentes, declarados como tais

por sentença.

Incapacidade relativa: diz respeito àqueles que podem praticar por si os atos da vida civil desde

que assistidos por quem o direito positivo encarrega deste ofício, em razão de parentesco, de

relação de ordem civil ou de designação judicial; o efeito da violação desta norma é gerar a

anulabilidade do ato jurídico (CC, art. 147, I); se enquadram nessa categoria (CC, art. 6º), os

maiores de 16 e menores de 21 anos, os pródigos e os silvícolas.

Proteção aos incapazes: realiza-se por meio da representação ou assistência, o que lhes dá

segurança, quer em relação à sua pessoa, quer em relação ao seu patrimônio, possibilitando o

exercício de seus direitos; além disso há várias medidas tutelares, determinadas por normas,

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 4

para defender seus interesses; se houver um conflito de interesses entre o absolutamente incapaz

e seu representante, ou entre o relativamente incapaz e seu assistente, será imprescindível que o

juiz nomeie um curador especial, em favor do menor, para protegê-lo (ECA, art. 148, VII, §

único, f; CC, art. 387).

Cessação da incapacidade: a incapacidade termina, em regra, ao desaparecerem as causas que a

determinaram; em relação à menoridade, a incapacidade cessa quando o menor completar 21

anos ou quando houver emancipação.

Emancipação: se o menor tiver idade superior a 18 anos, os pais podem conceder-lhe

emancipação, dada por escritura pública ou particular, que deverá ser registrada no Cartório de

Registro Civil; à falta dos pais, por sentença do Juiz, ouvido o tutor, se houver; pode dar-se,

também, pelo casamento, pelo exercício de função pública, pela colação de grau em curso

superior ou pelo estabelecimento, com recursos próprios, de sociedade civil ou comercial; uma

vez concedida, por qualquer meio, a emancipação é irrevogável e definitiva.

Começo da personalidade: inicia-se com o nascimento com vida, ainda que o recém-nascido

venha a falecer instantes depois, ressalvados desde a concepção os direitos do nascituro.

Nascituro: é o ser gerado, mas que ainda está por nascer; possui direitos (in fieri), isto é,

expectativas de direitos, que irão materializar-se quando nascer com vida; o nascituro é

herdeiro, pode receber doações e legados, pode ser adotado, reconhecido e legitimado; pode agir

através de seu curador (art. 462, CC); a eficácia de tudo depende do nascimento com vida.

Comoriência: se 2 ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar

se algum dos comorientes precedeu os outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos (art. 11,

CC); a conseqüência do preceito é que não se estabelece sucessão entre eles.

Individualização da pessoa: a identificação se dá pelo nome, que individualiza a pessoa; pelo

estado, que define sua posição na sociedade política e na família, como indivíduo; pelo

domicílio, que é o lugar de sua atividade social.

Nome: é o sinal exterior pelo qual se designa, se individualiza e se reconhece a pessoa no seio

da família e da sociedade; é inalienável, imprescritível; em regra são 2 os elementos

constitutivos do nome: o prenome, próprio da pessoa, e o nome de família ou sobrenome,

comum a todos os que pertencem a uma certa família.

Estado da pessoa: é o seu modo particular de existir, que pode ser encarado sob o aspecto

individual ou físico (é a maneira de ser da pessoa quanto à idade, sexo, saúde mental e física),

familiar (indica sua situação na família em relação ao matrimônio, no que concerne ao

parentesco cosanguíneo e quanto à afinidade.

Domicílio: é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito e

onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos; pode ser necessário ou

legal, quando for determinado por lei, em razão da condição ou situação de certas pessoas

(recém-nascido, incapaz), e voluntário, quando escolhido livremente, podendo ser geral, se

fixado pela própria vontade, e especial, se estabelecido conforme os interesses das partes em um

contrato a fim de fixar a sede jurídica onde as obrigações contratuais deverão ser cumpridas ou

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 5

exigidas; perde-se o domicílio pela mudança, por determinação de lei ou por contrato.

Extinção da personalidade natural: extingue-se pela morte real, pela morte civil, pela morte

presumida e pela morte simultânea ou comoriência.

PESSOA JURÍDICA

Conceito: é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônio, que visa à consecução de certos

fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações; são 3 os seus

requisitos: organização de pessoas ou de bens; lícitude de seus propósitos ou fins; capacidade

jurídica reconhecida por norma.

Pessoas jurídicas de direito público externo: países estrangeiros, organismos internacionais,

como ONU, OEA, etc..

Pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados, Municípios, os Territórios e as

autarquias.

Pessoas jurídicas de direito privado: sociedades civis ou comerciais, as associações, os partidos

políticos, as fundações e as entidades paraestatais, como as empresas públicas, as sociedades de

economia mista e os serviços sociais autônomos; são instituídas por iniciativa de particulares,

conforme o art. 16 do CC.

Fundações particulares: é um acervo de bens livres, que recebe da lei a capacidade jurídica para

realizar as finalidades pretendidas pelo seu instituidor, em atenção aos seus estatutos; sua

natureza consiste na disposição de certos bens em vista de determinados fins especiais, logo

esses bens são inalienáveis (RT, 252:661); uma vez que assegura a concretização dos objetivos

colimados pelo fundador, embora, em certos casos, comprovada a necessidade de venda, esta

possa ser autorizada pelo magistrado, ouvido o MP, que a tutela, para oportuna aplicação do

produto em outros bens destinados ao mesmo fim (RT, 242:232, 172:525, 422:162; CC, arts. 26

e 30).

Sociedade civil: é que visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser repartido entre os sócios,

sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos; tem

ela uma certa autonomia patrimonial e atua em nome próprio, pois sua existência é distinta dos

sócios (CC, art. 20), de modo que os débitos destes não são da sociedade e vice-versa.

Associações: é a que não tem fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha

patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais,

educacionais, esportivos, etc.

Sociedades comerciais: visam lucro, mediante exercício de atividade mercantil; para diferenciá-

la da civil, basta considerar-se a natureza das operações habituais; se estas tiverem por objeto

atos de comércio, a sociedade será comercial, caso contrário, civil.

Empresa pública: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com

patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade

econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência

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administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

Sociedade de economia mista: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado

criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob forma de sociedade anônima, cujas

ações com direito a voto pertençam em sua maioria a União ou à entidade de Administração

Indireta.

Existência legal: as pessoas jurídicas de direito público iniciam-se em razão de fatos históricos,

de criação constitucional, de lei especial e de tratados internacionais, se tratar-se de pessoa

jurídica de direito público externo; nas pessoas de direito privado, o fato que lhes dá origem é a

vontade humana, sem necessidade de qualquer ato administrativo de concessão ou autorização,

salvo os casos especiais do CC (arts. 18 e 20,§§ 1º e 2º), porém a sua personalidade jurídica

permanece em estado potencial, adquirindo status jurídico, quando preencher as formalidades

ou exigências legais; o processo genético apresenta-se em 2 fases: a do ato constitutivo, que

deve ser escrito, e a do registro público.

Capacidade da pessoa jurídica: decorre da personalidade que a ordem jurídica lhe reconhece por

ocasião de seu registro; essa capacidade estende-se a todos os campos do direito; pode exercer

todos os direitos subjetivos, não se limitando à esfera patrimonial; tem direito à identificação,

sendo dotada de uma denominação, de um domicílio e de uma nacionalidade; a pessoa jurídica

tem capacidade para exercer todos os direitos compatíveis com a natureza especial de sua

personalidade.

Responsabilidade contratual: a pessoa jurídica de direito público e privado, no que se refere à

realização de um negócio jurídico dentro do poder autorizado pela lei ou pelo estatuto,

deliberado pelo órgão competente, é responsável, devendo cumprir o disposto no contrato,

respondendo com seus bens pelo inadimplemento contratual (CC, art. 1.056); terá

responsabilidade objetiva por fato e por vício do produto e do serviço.

Responsabilidade extracontratual: as pessoas de direito privado devem reparar o dano causado

pelo seu representante que procedeu contra o direito; respondem pelos atos ilícitos praticados

pelos seus representantes, desde que haja presunção juris tantum de culpa in ligendo ou in

vigilando , que provoca a reversão do ônus da prova, fazendo com que a pessoa jurídica tenha

de comprovar que não teve culpa nenhuma (STF, Súmula 341); as pessoas de direito público

são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem danos

a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando dever prescrito por lei, salvo o

direito regressivo contra os causadores do dano; bem como as de direito privado que prestem

serviços públicos.

Domicílio: é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das

obrigações; é o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou,

ainda, o determinado no ato constitutivo.

Fim da pessoa jurídica: as pessoas de direito público extinguem-se pela ocorrência de fatos

históricos, por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais; termina a pessoa de

direito privado, conforme prescreve os arts. 21, 22, § único, e 30, § único, do CC: a) pelo

decurso do prazo de sua duração; b) pela dissolução deliberada unanimemente entre os

membros; c) por determinação legal, quando se der qualquer uma das causas extintivas previstas

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no art. 1.399 do CC; d) por ato governamental; e) pela dissolução judicial. Percebe-se que a

extinção da pessoa jurídica não se opera de modo instantâneo; qualquer que seja o fator

extintivo, tem-se o fim da entidade; porém se houver bens de seu patrimônio e dívidas a

resgatar, ela continuará em fase de liquidação, durante a qual subsiste para a realização do ativo

e pagamento de débitos, cessando, de uma vez, quando se der ao acervo econômico o destino

próprio; sua existência finda pela sua dissolução e liquidação.

Grupos despersonalizados: constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de

bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação; dentre

eles podemos citar a família, as sociedades irregulares, a massa falida, as heranças jacente e

vacante, o espólio e o condomínio.

Despersonalização da pessoa jurídica: o órgão judicante está autorizado a desconsiderar a

personalidade jurídica da sociedade, se houver, de sua parte: abuso de direito, desvio ou excesso

de poder, lesando consumidor; infração legal ou estatutária, por ação ou omissão, em detrimento

ao consumidor; falência, insolvência, encerramento ou inatividade, em razão de sua má

administração; obstáculo ao ressarcimento dos danos que causar aos consumidores, pelo simples

fato de ser pessoa jurídica (Lei 8.078/90, art. 28); na hipótese de desconsideração, haverá

responsabilidade subsidiária das sociedades integrantes do grupo societário e das controladas,

responsabilidade solidárias das sociedades consorciadas e responsabilidade subjetiva das

coligadas, que responderão se sua culpabilidade for comprovada.

DOS BENS

Conceito: bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem

servir de objeto a uma relação jurídica; para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é

preciso que ele apresente os seguintes caracteres, idoneidade para satisfazer um interesse econômico, gestão econômica autônoma e subordinação jurídica ao seu titular.

Bens corpóreos e incorpóreos: corpóreos são os que têm existência material, como uma casa, um terreno, um livro; são o objeto do direito; incorpóreos são os que não têm existência tangível

e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os

produtos de seu intelecto ou com outra pessoa, apresentando valor econômico, tais como os

direitos reais, obrigacionais e autorais.

Bens móveis e imóveis: móveis são os que podem ser transportados por movimento próprio ou

removidos por força alheia; imóveis são os que não podem ser transportados sem alteração de sua substância.

Bens imóveis por sua natureza: abrange o solo com sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.

Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem incorporar

permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.

Bens imóveis por acessão intelectual: são todas as coisas móveis que o proprietário do imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial, aformoseamento ou

comodidade.

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Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis (usufruto, uso, habitação,

enfiteuse, anticrese, servidão predial), inclusive o penhor agrícola e as ações que o asseguram;

apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inaliebilidade, decorrente de doação ou de testamento; o direito à sucessão aberta, ainda que a herança só seja formada de bens móveis.

Bens móveis por natureza: são as coisas corpóreas que se podem remover sem dano, por força própria ou alheia, com exceção das que acedem aos imóveis, logo, os materiais de construção,

enquanto não forem nela empregados, são bens móveis.

Bens móveis por antecipação: são bens imóveis que a vontade humana mobiliza em função da finalidade econômica; ex: árvores, frutos, pedras e metais, aderentes ao imóvel, são imóveis;

separados, para fins humanos, tornam-se móveis; ex: são móveis por antecipação árvores

convertidas em lenha.

Bens móveis por determinação de lei: são os direitos reais sobre objetos móveis e as ações

correspondentes, os direitos de obrigação e as ações respectivas e os direitos de autor.

Bens fungíveis e infungíveis: fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por

outros de mesma espécie, qualidade e quantidade; infungíveis são os insubstituíveis, por

existirem somente se respeitada sua individualidade.

Bens consumíveis e inconsumíveis: consumíveis são os que se destroem assim que vão sendo

usados (alimentos em geral); inconsumíveis são os de natureza durável, como um livro.

Bens divisíveis e indivisíveis: divisíveis são aqueles que podem ser fracionados em porções

reais; indivisíveis são aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes alterar a substância,

ou que, mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela lei ou pela vontade das partes.

Bens singulares e coletivos: as coisas singulares são as que, embora reunidas, se consideram de

per si, independentemente das demais; são consideradas em sua individualidade; coletivas são as constituídas por várias coisas singulares, consideradas em conjunto, formando um todo único,

que passa a ter individualidade própria, distinta de seus objetos componentes, que conservam

sua autonomia funcional.

Bens principais e acessórios: principais são os que existem em si e por si, abstrata ou

concretamente; acessórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal.

Bens particulares e bens públicos: são respectivamente, os que pertencem a pessoas naturais ou

jurídicas de direito privado e os que pertencem as pessoas jurídicas de direito público, políticas,

à União, aos Estados a aos Municípios.

Bens públicos de uso comum do povo: são os que embora pertencentes as pessoa jurídica de

direito público interno, podem ser utilizados, sem restrição e gratuitamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial.

Bens públicos de uso especial: são utilizados pelo próprio poder público, constituindo-se por

imóveis aplicados ao serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, como prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas, secretarias, ministérios, etc.; são os que têm uma

destinação especial.

Bens públicos dominicais: são os que compõem o patrimônio da União, dos Estados ou dos

Municípios, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas; abrangem bens móveis ou

imóveis.

Bens que estão fora do comércio: os bens alienáveis, disponíveis ou no comércio, são os que se

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 9

encontram livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação,

podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro, quer por sua

natureza, quer por disposição legal, que permite, por exemplo, a venda de bem público; os bens inalienáveis ou fora do comércio são os que não podem ser transferidos de um acervo

patrimonial a outro ou insuscetíveis de apropriação.

Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a luz

solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar para

extrair certos elementos com o escopo de atender determinadas finalidades, pode ser objeto de

comércio.

Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo homem, têm

sua comercialidade excluída pela lei, para atender aos interesses econômico-sociais, à defesa social e à proteção de determinadas pessoas; poderão ser alienados, por autorização legal apenas

em certas circunstâncias e mediante determinadas formalidades; entram nessa categoria: os bens

públicos; os dotais; os das fundações; os dos menores; os lotes rurais remanescentes de loteamentos já inscritos; o capital destinado a garantir o pagamento de alimentos pelo autor do

fato ilícito; o terreno onde está edificado em edifício de condomínio por andares; o bem de

família; os móveis ou imóveis tombados; as terras ocupadas pelos índios.

Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de inalienabilidade,

temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato inter vivos ou causa mortis.

Benfeitorias: são bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem principal; podem ser

necessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou para evitar-lhe a deterioração), úteis

(aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e voluptuárias (embelezam o imóvel, para mero

deleite ou recreio).

Frutos: são bens acessórios que derivam do principal; podem ser naturais (das árvores),

industriais (da cultura ou da atividade) e civis (do capital, como os juros).

Bem de família: divide-se em voluntário e legal; voluntário é um instituto em que o casal, ou

um dos cônjuges, destina um imóvel próprio para domicílio da família, com a cláusula de ficar isento de execução por dívidas, salvo as que provierem de impostos relativos ao mesmo imóvel

(art. 70, CC); essa isenção durará enquanto viverem os cônjuges a até que os filhos completem a

maioridade, não podendo o imóvel ter outro destino ou ser alienado, sem o consentimento dos

interessados e dos seus representantes legais; também não entra no inventário, nem será partilhado, enquanto continuar a residir nele o cônjuge sobrevivente ou filho menor (art. 20 do

Decreto-Lei 3.200/41); é o instituído pela Lei 8.009/90, que estabeleceu a impenhorabilidade

geral de todas as moradias familiares próprias, uma para cada família, independentemente de qualquer ato ou providência dos interessados; a impenhorabilidade abrange os seguintes bens,

desde que quitados: a casa e seu terreno, os móveis que guarnecem a casa, as plantações, as

benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional; se a casa for alugada, aplica-se aos bens móveis, que guarnecem a residência; se for imóvel rural,

aplica-se só a sede de moradia móveis.

A seguir apresentaremos uma tabela que classificará melhor os bens

públicos:

BENS PÚBLICOS DE USO COMUM

Pertencentes à União

a) águas marítimas (mares territoriais, incluindo baías, golfos, enseadas e portos);

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b) os lagos e os cursos d’água que, no todo ou em parte, sirvam de limites do Brasil com países

estrangeiros;

c) os cursos d’água que se dirijam a países estrangeiros ou deles provenham; d) os lagos e os cursos d’água que, no todo ou em parte, sirvam de limites a estados brasileiros;

e) os cursos d’água que percorram territórios de mais de um estado brasileiro;

f) os lagos e os cursos d’água existentes dentro da faixa de 150 km ao longo das fronteiras, desde que, em todos esses casos, os lagos e os cursos d’água naturais sejam, em algum trecho,

flutuáveis ou navegáveis por um tipo qualquer de embarcação;

g) as estradas de rodagem e os caminhos públicos compreendidos no plano de viação federal,

desde que construídos ou adquiridos pela União.

Pertencentes ao Estado

a) as águas, quando sirvam de limite a dois ou mais municípios ou quando percorram parte dos

territórios de dois ou mais municípios; b) as estradas de rodagem e os caminhos públicos compreendidos no plano estadual de viação,

desde que construídos ou adquiridos pelos estados.

Pertencentes ao Município

a) as águas, quando situadas exclusivamente em seus territórios, respeitadas as restrições que

possam ser impostas pela legislação dos Estados;

b) as estradas e os caminhos públicos circunscritos ao território municipal; c) as ruas, avenidas, praças, parques, jardins e quaisquer outros logradouros públicos, feitos ou

adquiridos pelas prefeituras;

d) os cemitérios.

BENS PÚBLICOS DE USO ESPECIAL

Pertencentes à União

a) os edifícios e os terrenos destinados aos serviços ou estabelecimentos públicos federais; b) as fortalezas, fortificações, construções militares, navios de guerra, material da marinha e do

exército.

Pertencentes aos Estados

a) edifícios e terrenos destinados aos serviços ou estabelecimentos públicos estaduais.

Pertencentes aos Municípios

a) edifícios e terrenos destinados aos serviços ou estabelecimentos públicos municipais

BENS PÚBLICOS DOMINICAIS

da União

a) as estradas de ferro, telégrafos, rádios, fábricas, oficinas e fazendas federais;

b) os terrenos de marinha e os acrescidos natural ou artificialmente; c) as jazidas, ou depósitos minerais;

d) as quedas d’água e outras fontes de energia hidráulica existentes em águas públicas

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 11

de uso comum ou dominicais;

e) os bens declarados vagos.

dos Estados

a) os terrenos reservados às margens das correntes e lagos navegáveis, se, por algum título, não

forem do domínio federal, municipal ou particular;

b) as terras devolutas;

c) as estradas de ferro, fábricas, oficinas e fazendas estaduais, etc.

dos Municípios

a) telefones;

b) terrenos destinados à alienação ou aforamento; c) bens que tiverem adquirido por qualquer título legítimo.

FATO JURÍDICO

Conceito de fato jurídico em sentido amplo: fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos

em norma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as

relações jurídicas; para Savigny, são os acontecimentos em virtude dos quais as relações nascem

e se extinguem; pode ser natural ou humano.

Fato natural: advém de fenômeno natural, sem intervenção da vontade humana, que produz

efeito jurídico; esse evento natural consiste no fato jurídico stricto sensu, que se apresenta ora como ordinário (nascimento, decurso do tempo, etc.) ou extraordinário (caso fortuito, força

maior).

Fato humano: é o acontecimento que depende da vontade humana, abrangendo tanto os atos lícitos como ilícitos; pode ser voluntário, se produzir efeitos jurídicos queridos pelo agente, caso

que se tem o ato jurídico em sentido amplo (abrande o ato em sentido estrito e o negócio

jurídico); e involuntário, se acarretar conseqüências jurídicas alheias à vontade do agente, hipótese em que se configura o ato ilícito, que produz efeitos previstos em norma jurídica, como

sanção, porque viola mandamento normativo.

Aquisição de direitos: aquisição de um direito é a sua conjunção com seu titular; no âmbito

patrimonial são 2 os modos de aquisição: o ordinário, se o direito nascer no momento em que o

titular se apropria do bem de maneira direta, sem interposição ou transferência de outra pessoa;

o derivado, se houver transmissão do direito de propriedade de uma pessoa a outra, existindo uma relação jurídica entre a anterior e o atual titular.

A aquisição pode ser ainda, gratuita, se não houver qualquer contraprestação, e onerosa, quando o patrimônio do adquirente enriquece em razão de uma contraprestação; levando-se em

consideração a maneira como se processa, temos: aquisição a título universal, se o adquirente

substitui o seu antecessor na totalidade de seus direitos ou numa quota ideal deles, e aquisição a

título singular, quando se adquire uma ou várias coisas determinadas, apenas no que concerne aos direitos, como sucede o legatário, que herda coisa individuada.

Quanto ao processo formativo, pode ser: simples, se o fato gerador da relação jurídica consistir num só ato, ou complexa, se for necessário a intercorrência simultânea ou sucessiva de mais de

um fato, por exemplo, o usucapião que requer posse prolongada, lapso temporal, inércia do

titular e em certas hipóteses justo título e boa-fé.

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Normas legais sobre a aquisição de direitos: adquirem-se direitos mediante ato adquirente ou

por intermédio de outrem; pode uma pessoa adquiri-los para si, ou para terceiros; dizem-se

atuais os direitos completamente adquiridos, e futuros os cuja aquisição não se acabou de operar.

Expectativa de direito: é uma mera possibilidade ou esperança de adquirir um direito.

Direito eventual: ocorre se houver interesse, ainda que incompleto, pela falta de um elemento

básico protegido por norma jurídica.

Direito condicional: é o que se perfaz pelo advento de um acontecimento futuro e incerto, de

modo que o seu titular só o adquire se sobrevier a condição.

Modificação dos direitos: tem-se modificação objetiva quando atingir a qualidade ou quantidade

do objeto ou conteúdo da relação jurídica; qualitativa será a modificação quando o conteúdo do

direito se converte em outra espécie; há uma modificação na natureza do direito creditório, sem quaisquer alterações no crédito; será quantitativa a modificação se o seu objeto aumentar ou

diminuir no volume, sem aumentar a qualidade do direito, em virtude de fato jurídico stricto

sensu; a modificação subjetiva é a pertinente ao titular, subsistindo a relação jurídica, hipótese

em que se pode ter a substituição do sujeito de direito inter vivos ou causa mortis.

Defesa dos direitos: para resguardar seus direitos, o titular deve praticar atos conservatórios

como o protesto, retenção, arresto, seqüestro, caução fideijussória ou real, interpelações judiciais para constituir devedor em mora, quando esta não resulta de cláusula expressa na

convenção ou de termo estipulado com esse escopo de notificação extrajudicial; quando sofrer

ameaça ou violação, o direito subjetivo é protegido por ação judicial; o titular também está

provido de instrumentos de defesa preventiva, para impedir a violação de seu direito, que poder ser extrajudicial (arras, fiança, etc.) ou judicial (interdito proibitório, ação de dano infecto, etc.);

esta prevista também a autodefesa, em que a pessoa lesada, empregando força física, se defende

usando meios moderados, mediante agressão atual e iminente, sem recorrer ao Judiciário.

Extinção dos direitos: extinguem-se quando ocorrer:

a) perecimento do objeto sobre o qual recaem se ele perder suas qualidades essenciais ou o valor

econômico; se se confundir com outro de modo que não se possa distinguir; se cair em lugar

onde não pode mais ser retirado;

b) alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, havendo perda do

direito para o antigo titular;

c) renúncia, que é o ato jurídico pelo qual o titular de um direito dele se despoja, sem transferi-

lo a quem quer que seja, sendo renunciáveis os direitos atinentes ao interesse privado de seu

titular, salvo proibição legal;

d) abandono, que é a intenção do titular de se desfazer da coisa;

e) falecimento do titular, sendo o direito personalíssimo e por isso intransmissível;

f) prescrição, que extinguindo a ação faz com que o direito desapareça pela ausência da tutela

jurídica;

g) decadência, que atinge o próprio direito;

h) confusão, quando numa só pessoa se reúnem as qualidades de credor e de devedor;

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i) implemento de condição resolutiva;

j) escoamento do prazo, se a relação jurídica for constituída a termo;

k) perempção da instância ou do processo, ficando ileso o direito de ação;

l) aparecimento de direito incompatível com o direito atualmente existente e que o suplanta.

NEGÓCIO JURÍDICO

Conceito: é o poder de auto-regulação dos interesses que contém a enunciação de um preceito,

independentemente do querer interno.

Os negócios jurídicos: classificam-se:

1) quanto as vantagens que produz, em gratuitos e onerosos;

2) quanto às formalidades, em solenes e não solenes;

3) quanto ao conteúdo, em patrimoniais e extra patrimoniais;

4) quanto à manifestação de vontade, em unilaterais e bilaterais;

5) quanto ao tempo em que produzem efeitos, em inter vivos e causa mortis;

6) quanto aos seus efeitos, em constitutivos, se sua eficácia operar-se ex nunc, ou seja, a partir

do momento da conclusão (compra e venda, por exemplo), e declarativos, em que a eficácia é ex

tunc, ou melhor, só se efetiva a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a

declaração de vontade (divisão de condomínio, partilha);

7) quanto à sua existência, em principais e acessórios;

8) quanto ao exercício dos direitos, em negócios de disposição e de simples administração.

Interpretação do negócio jurídico: pode ser: declaratória, se tiver por escopo expressar a

intenção dos interessados; integrativa, se pretender preencher lacunas contidas no negócio, por

meio de normas supletivas, costumes, etc.; construtiva, se objetivar reconstruir o ato negocial

com o intuito de salvá-lo.

Normas interpretativas: o Código Civil possui as seguintes: a) nas declarações de vontade

atender-se-á mais a sua intenção do que ao sentido literal da linguagem; b) a transação

interpreta-se restritivamente; c) a fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação

extensiva; d) os contratos benéficos interpretar-se-ão estritamente; e) quando a cláusula

testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a

observância da vontade do testador.

A doutrina e a jurisprudência têm entendido em matéria interpretativa que: a) em relação aos

contratos deve-se ater à boa fé, às necessidades de crédito e a equidade; b) nos contratos que

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tiverem palavras que admitam 2 sentidos, deve-se preferir o que mais convier a sua natureza; c)

nos contratos de compra e venda, no que concerne à extensão do bem alienado, deve-se

interpretar em favor do comprador; d) no caso de ambigüidade, interpreta-se de conformidade

com o costume do país; e) na interpretação contratual considerar-se-ão as normas jurídicas

correspondentes; f) nas estipulações obrigacionais dever-se-á interpretar do modo menos

oneroso para o devedor; g) no conflito entre 2 cláusulas a antinomia prejudicará o outorgante e

não o outorgado; h) na cláusula suscetível de 2 significados, interpretar-se-á em atenção ao que

poder ser exeqüível; i) nas cláusulas duvidosas, prevalecerá o entendimento de que se deve

favorecer quem se obriga.

Os elementos constitutivos abrangem: os elementos essenciais, imprescindíveis à existência do

ato negocial, pois forma sua substância, podem ser gerais e particulares; os naturais, que são

efeitos decorrentes do negócio jurídico, sem que seja necessário qualquer menção expressa, pois

a própria norma jurídica já lhe determina quais são essas conseqüências jurídicas; os acidentais,

que são estipulações ou cláusulas acessórias que as partes podem adicionar em seus negócios

para modificar uma ou algumas de suas conseqüências naturais, como condição, modo, encargo

e o termo.

Capacidade do agente: se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração de vontade, a

capacidade do agente é indispensável à sua participação válida na seara jurídica; a capacidade

especial ou legitimação distingue-se da capacidade geral das partes, para a validez do negócio

jurídico, pois para que ele seja perfeito não basta que o agente seja plenamente capaz; é

imprescindível que seja parte legítima, isto é, tenha competência para praticá-lo, dada a sua

posição em relação a certos interesses jurídicos; sua falta pode tornar o negócio nulo ou

anulável; a legitimação depende da particular relação do sujeito com o objeto do ato negocial.

Objeto lícito e possível: para que o negócio se repute perfeito e válido deverá versar sobre

objeto lícito, conforme a lei; além de lícito deve ser possível, física ou juridicamente, o objeto

do ato negocial.

Consentimento: é a anuência válida do sujeito a respeito do entabulamento de uma relação

jurídica sobre determinado objeto; pode ser ele expresso ou tácito desde que o negócio, por sua

natureza ou disposição legal, não exija forma expressa.

DIREITO DAS COISAS

Direito das coisas é um conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens materiais ou imateriais suscetíveis de apropriação pelo homem; visa regulamentar as

relações entre os homens e as coisas, traçando normas tanto para a aquisição, exercício,

conservação e perda de poder dos homens sobre esses bens como para os meios de sua utilização econômica.

POSSE

Quanto às teorias acerca da posse, temos:

A teoria subjetiva define a posse como o poder direto ou imediato que tem a pessoa de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção ou

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agressão de quem quer que seja; em linhas gerais para essa teoria, a posse só se configura pela

união de corpus e animus, a posse é o poder imediato de dispor fisicamente do bem, com o

animus rem sibi habendi, defendendo-a contra agressões de terceiros e a mera detenção não possibilita invocar os interditos possessórios, devido à ausência do animus domini.

Pela teoria objetiva posse é a exteriorização ou visibilidade do domínio, ou seja, a relação exterior intencional, existente normalmente entre o proprietário e sua coisa; para essa escola: a

posse é condição de fato da utilização econômica da propriedade; o direito de possuir faz parte

do conteúdo do direito de propriedade; a posse é o meio de proteção do domínio; a posse é uma

rota que conduz à propriedade, reconhecendo, assim, a posse de um direito.

Podem ser objeto da posse, as coisas corpóreas, salvo as que estiverem fora do comércio, ainda

que gravadas com cláusula de inalienabilidade, as coisas acessórias se puderem ser destacadas da principal sem alteração de sua substância, as coisas coletivas, os direitos reais de fruição

(uso, usufruto, etc.) e os direitos pessoais patrimoniais ou de crédito.

Quanto à natureza, a posse pode ser considerada um direito; para a maioria de nossos civilistas é

um direito real devido ao seu exercício direto, sua oponibilidade erga omnes e sua incidência em

objeto obrigatoriamente determinado.

São elementos constitutivos da posse:

a) o corpus, exterioridade da propriedade, que consiste no estado normal das coisas, sob o qual desempenham a função econômica de servir e pelo qual o homem distingue quem possui e

quem não possui;

b) o animus, que já está incluído no corpus, indicando o modo como o proprietário age em face do bem de que é possuidor.

Possuidor é o que tem pleno exercício de fato dos poderes constitutivos do domínio ou somente de alguns deles, como no caso dos direitos reais sobre coisa alheia, como o usufruto, etc.

Posse direta é a do possuidor direto que recebe o bem, em razão de direito ou de contrato, sendo, portanto, temporária e derivada.

Posse indireta é a do possuidor indireto que cede o uso do bem a outrem; assim, no usufruto, o

nu-proprietário tem a posse indireta, porque concedeu ao usufrutuário o direito de possuir, conservando apenas a nua propriedade, ou seja, a substância da coisa.

A composse ocorre quando, em virtude de contrato ou herança, duas ou mais pessoas se tornam possuidoras do mesmo bem, embora, por quota ideal, exercendo cada uma sua posse sem

embaraçar a da outra; para que se tenha a posse comum ou compossessão será mister a

pluralidade de sujeitos e a coisa ser indivisa.

Composse pro diviso ocorre quando há uma divisão de fato, embora não haja de direito, fazendo

com que cada um dos compossuidores já possua uma parte certa, se bem que o bem continua

indiviso.

Composse pro indiviso dá-se quando as pessoas que possuem em conjunto o bem têm uma parte

ideal apenas, sem saber qual a parcela que compete a cada uma.

Posse justa é a que não é violenta, não clandestina e que não é precária.

A posse injusta é aquela que se reveste de algum dos vícios acima apontados, ou melhor, de violência, clandestinidade ou de precariedade.

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A posse é de boa fé quando o possuidor está convicto de que a coisa realmente lhe pertence.

Já a posse de má fé é aquela que o possuidor tem ciência da ilegitimidade de seu direito de

posse, em razão de vício ou obstáculo impeditivo de sua aquisição.

Posse ad interdicta é a que se pode amparar nos interditos, caso for ameaçada, turbada,

esbulhada ou perdida.

Posse ad usucapionem é quando der origem ao usucapião da coisa desde que obedecidos os requisitos legais.

A posse será nova se tiver menos de ano e dia.

Da mesma forma, será posse velha se contar com mais de ano e dia.

Quanto ao princípio geral sobre o caráter da posse, temos que, salvo prova em contrário,

entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida; essa afirmação contém uma

presunção juris tantum, no sentido de que a posse guarda o caráter de sua aquisição; quer isso

dizer que se uma posse começou violenta, clandestina ou precária presume-se ficar com os mesmos vícios que irão acompanhá-la nas mãos dos sucessores do adquirente; do mesmo modo

se adquirida de boa fé ou de má fé, direta ou indireta, entende-se que ela permanecerá assim

mesmo, conservando essa qualificação; contudo sendo juris tantum, tal presunção admite prova em contrário.

A aquisição originária da posse realiza-se independentemente de translatividade, sendo,

portanto, em regra, unilateral, visto que independe da anuência do antigo possuidor, ou seja,

efetiva-se unicamente por vontade do adquirente sem que haja colaboração de outrem.

São modos aquisitivos originários:

a) a apreensão da coisa, que é a apropriação do bem pela qual o possuidor passa a ter condições

de dispor dele livremente, excluindo a ação de terceiros e exteriorizando, assim, seu domínio;

b) o exercício do direito, que, objetivado na sua utilização econômica, consiste na manifestação

externa do direito que pode ser objeto da relação possessória (servidão , uso);

c) a disposição da coisa ou do direito, isto porque a disponibilidade é o ato mais característico

da exteriorização do domínio; logo se adquiri a posse de modo unilateral, pelo fato de se dispor

da coisa ou do direito.

A aquisição derivada da posse requer a existência de uma posse anterior, que é transmitida ao

adquirente, em virtude de um título jurídico, com a anuência do possuidor primitivo, sendo,

portando, bilateral; assim, pode-se adquirir a posse por qualquer um dos modos aquisitivos de

direitos, ou seja, por atos jurídicos gratuitos ou onerosos, inter vivos ou causa mortis.

São modos aquisitivos derivados as posse, a tradição, o constituto possessório e a acessão:

a) tradição é a entrega ou transferência da coisa, sendo que, para tanto, não há necessidade de

uma expressa declaração de vontade; basta que haja a intenção do tradens (o que opera a

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tradição) e do accipiens (o que recebe a coisa) e efetivar tal transmissão; pode ser efetiva ou

material (que se manisfesta por uma entrega real do bem, como sucede quando o vendedor passa

ao comprador a coisa vendida), simbólica ou ficta (substitui-se a entrega material do bem por

atos indicativos do propósito de transmitir a posse) e consensual, que se apresenta sob 2 formas,

traditio longa manu e traditio brevi manu.

b) o constituto possessório ocorre quando o possuidor de um bem (imóvel, móvel ou

semovente) que o possui em nome próprio passa a possuí-lo em nome alheio; é uma modalidade

de transferência convencional da posse, onde há conversão da posse mediata em direta ou

desdobramento da posse, sem que nenhum ato exterior ateste qualquer mudança na relação entre

a pessoa e a coisa.

c) pela acessão, a posse pode ser continuada pela soma do tempo do atual possuidor com o de

seus antecessores; essa conjunção de posse abrange a sucessão (ocorre quando o objeto da

transferência é uma universalidade, como um patrimônio, ou parte alíquota de uma

universalidade) e a união (se dá na hipótese da sucessão singular, ou melhor, quando o objeto

adquirido constitui coisa certa ou determinada).

No que se refere a quem pode adquirir a posse, considerando subjetivamente a aquisição, poderá

ela efetivar-se:

a) pela própria pessoa que a pretende desde que se encontre no pleno gozo de sua capacidade de

exercício ou de fato e que pratique o ato gerador da relação possessória, instituindo a

exteriorização do domínio;

b) por representante ou procurador do que quer ser possuidor, caso em que se requer a

concorrência de 2 vontades: a do representante e a do representado;

c) por terceiro sem procuração, caso em que a aquisição da posse fica na dependência da

ratificação da pessoa em cujo interesse foi praticado o ato.

PERDA DA POSSE

A perda da posse pelo abandono se dá quando o possuidor, intencionalmente, se afasta do bem

com o escopo de se privar de sua disponibilidade física e de não mais exercer sobre ela

quaisquer atos possessórios.

A tradição, além de meio de aquisição da posse pode acarretar sua extinção; é uma perda por

transferência.

A perda da própria coisa se dá quando for absolutamente impossível encontrá-la, de modo que

não mais se possa utilizá-la economicamente.

A destruição da coisa decorre de evento natural ou fortuito, de ato do próprio possuidor ou de

terceiro; é preciso que inutilize a coisa definitivamente, impossibilitando o exercício do poder

de utilizar, economicamente, o bem por parte do possuidor; a sua simples danificação não

implica a perda da posse.

A perda pela inalienabilidade da coisa ocorre por ter sido colocada fora do comércio por motivo

de ordem pública, de moralidade, de higiene ou de segurança coletiva, não podendo ser, assim, possuída porque é impossível exercer, com exclusividade, os poderes inerentes ao domínio.

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Perda pela posse de outrem se verifica ainda que contra a vontade do possuidor se este não foi

manutenido ou reintegrado em tempo competente; a inércia do possuidor, turbado ou esbulhado no exercício de sua posse, deixando escoar o prazo de ano e dia, acarreta perda da sua posse,

dando lugar a uma nova posse em favor de outrem.

O constituto possessório que, simultaneamente, é meio aquisitivo da posse por parte do

adquirente, e de perda, em relação ao transmitente.

A perda da posse dos direitos ocorre:

a) pela impossibilidade de seu exercício, isto porque a impossibilidade física ou jurídica de

possuir um bem leva à impossibilidade de exercer sobre ele os poderes inerentes ao domínio;

b) pela prescrição, de modo que, se a posse de um direito não se exercer dentro do prazo

previsto, tem-se, por conseqüência, a sua perda para o titular.

A perda da posse para o ausente se configura quando, tendo notícia da ocupação, se abstém o

ausente de retomar o bem, abandonando seu direito; quando, tentando recuperar a sua posse, for,

violentamente, repelido por quem detém a coisa e se recusa, terminantemente, a entregá-la.

EFEITOS DA POSSE

Os efeitos da posse são as conseqüências jurídicas por ela produzidas, em virtude de lei ou de

norma jurídica.

Ação de manutenção de posse é o meio de que se pode servir o possuidor que sofrer turbação a

fim de se manter na sua posse, receber indenização dos danos sofridos e obter a cominação da pena para o caso de reincidência ou, ainda, se de má fé o turbador, remover ou demolir

construção ou plantação feita em detrimento de sua posse.

Turbação é todo ato que embaraça o livre exercício da posse, haja, ou não, dano, tenha, ou não,

o turbador melhor direito sobre a coisa; pode ser de fato (consiste na agressão material dirigida

contra a posse) ou de direito (é a que opera judicialmente, quando o réu contesta a posse do

autor, ou por via administrativa).

Ação de reintegração de posse é movida pelo esbulhado, a fim de recuperar a posse perdida em

razão de violência, clandestinidade ou precariedade; pode o possuidor intentá-la não só contra o esbulhador, mas também contra terceiro, que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era.

Esbulho é o ato pelo qual o possuidor se vê despojado da posse, injustamente, por violência, por

clandestinidade e por abuso de confiança.

Interdito proibitório é a proteção preventiva da posse ante a ameaça de turbação ou esbulho;

assim o possuidor direto ou indireto, ameaçado de sofrer turbação ou esbulho, previne-os, obtendo mandado judicial para segurar-se da violência iminente; só produz efeitos depois de

julgado por sentença.

Nunciação de obra nova é a ação que visa impedir que o domínio ou a posse de um bem imóvel

seja prejudicada em sua natureza, substância, servidão ou fins, por obra nova no prédio vizinho;

só cabe se a obra contígua está em vias de construção; seu principal objetivo é o embargo à

obra, ou seja, impedir sua construção.

Ação de dano infecto é uma medida preventiva utilizada pelo possuidor, que tenha fundado

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receio de que a ruína ou demolição ou vício de construção do prédio vizinho ao seu venha

causar-lhe prejuízos, para obter, por sentença, do dono do imóvel contíguo caução que garanta a

indenização de danos futuros; não é propriamente uma ação possessória, mas sim cominatória, ante sua finalidade puramente acautelatória.

Ação de imissão de posse é a que tem por escopo a aquisição da posse pela via judicial; embora o novo CPC não a tenha previsto, de modo específico, o autor poderá propô-la desde que

imprima ao feito o rito comum (ação ordinária de imissão de posse), que objetivará a obtenção

da posse nos casos legais.

Embargos de terceiro senhor e possuidor é o processo acessório que visa defender os bens

daqueles que, não sendo parte numa demanda, sofrem turbação ou esbulho em sua posse ou

direito, por efeito de penhora, depósito, arresto, seqüestro, venda judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha ou outro ato de apreensão judicial.

No direito à percepção dos frutos, o possuidor tem direito à percepção dos frutos, que são utilidades que a coisa periodicamente produz, cuja percepção se dá sem detrimento de sua

substância; em relação a sua percepção, que é o ato material pelo qual o possuidor se torna

proprietário dos frutos dividem-se em: pendentes (quando unidos à coisa principal); percebidos

(quando colhidos); estantes (quando armazenados para venda); percepiendos (quando deviam ter sido, mas ainda não foram colhidos) e consumidos (quando, ante sua utilização pelo

possuidor, não mais existem), o possuidor de boa fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos

percebidos tempestivamente, equiparando-se ao dono, uma vez que possui o bem; o possuidor de má fé responde por todos os prejuízos que causou pelos frutos colhidos e percebidos, bem

como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber; tem, porém, direito às despesas de produção

e custeio, a fim de se evitar enriquecimento ilícito, mas não tem direito a quaisquer frutos.

O possuidor tem direito à indenização das benfeitorias, que são obras ou despesas efetuadas

num coisa para conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la, bem como o direito de retenção, que é o

direito que tem o devedor de uma obrigação reter o bem alheio em seu poder, para haver do credor da obrigação as despesas feitas em benefício da coisa; o possuidor de boa fé, privado do

bem em favor do reivindicante ou evictor, tem direito de ser indenizado das benfeitorias

necessárias e úteis, e de levantar, desde que não danifique a coisa, as voluptuárias; o possuidor de má fé sé é ressarcido do valor das benfeitorias necessárias, executadas para a conservação da

coisa.

O possuidor tem responsabilidade pela deterioração e perda da coisa, sendo que o de boa fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa, a não ser que concorra

propositadamente para que se dê a deterioração ou a perda do bem; o de má fé responde pela

perda e deterioração, mas poderá exonerar-se dessa responsabilidade se demonstrar que esses fatos se verificariam de qualquer modo, ainda que estivesse o bem em poder do reivindicante.

PROPRIEDADE

Propriedade é o direito que a pessoa, física ou jurídica, tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem

injustamente o detenha; a propriedade não é a soma desses atributos, ela é direito que

compreende o poder de agir diversamente em relação ao bem, usando, gozando ou dispondo dele.

Jus utendi é o direito de usar a coisa, dentro das restrições legais, a fim de evitar o abuso de

direito, limitando-se, portanto, o bem-estar da coletividade; o direito de usar da coisa é o de tirar dela todos os serviços que ela pode prestar, sem que haja modificação em sua substância.

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Jus fruendi exterioriza-se na percepção dos frutos e na utilização dos produtos da coisa; é o

direito de gozar da coisa ou de explorá-la economicamente.

Jus abutendi ou disponendi equivale ao direito de dispor da coisa ou poder de aliená-la a título

oneroso (venda) ou gratuito (doação), abrangendo o poder de consumi-la e o poder de gravá-la

de ônus (penhor, hipoteca, etc.) ou de submetê-la ao serviço de outrem.

Rei vindicatio é o poder que tem o proprietário de mover ação para obter o bem de quem

injustamente o detenha, em virtude do seu direito de seqüela, que é uma das características do

direito real.

O caráter pode ser absoluto devido a sua oponibilidade erga omnes, por ser o mais completo de

todos os direitos reais e pelo fato de que o seu titular pode desfrutar do bem como quiser, sujeitando-se apenas às limitações legais impostas em razão do interesse público ou da

coexistência do direito de propriedade de outros titulares.

O caráter pode ser exclusivo em virtude do princípio de que a mesma coisa não pode pertencer

com exclusividade e simultaneamente a duas ou mais pessoas; o direito de um sobre

determinado bem, exclui o direito de outro sobre o mesmo bem.

Caráter perpétuo é característica da perpetuidade do domínio resulta do fato de que ele subsiste

independentemente de exercício, enquanto não sobrevier causa extintiva legal ou oriunda da

própria vontade do titular, não se extinguindo, portanto, pelo não uso.

No caráter elástico o domínio pode ser distendido ou contraído, no seu exercício, conforme lhe

adicionem ou subtraiam poderes destacáveis.

Quanto ao objeto, inicialmente, poder-se-á dizer que pode ser objeto da propriedade tudo aquilo

que dela não for excluído por força da lei; tanto as coisas corpóreas como as incorpóreas podem

ser objeto do domínio desde que apropriáveis pelo homem, que, como sujeito da relação jurídica, poderá exercer sobre ela todos os poderes dentro dos limites impostos pela ordem

jurídica.

A propriedade é plena quando todos os seus elementos constitutivos se acham reunidos na

pessoa do proprietário, ou seja, quando seu titular pode usar, gozar e dispor do bem de modo

absoluto, exclusivo e perpétuo, bem como reivindicá-lo de quem, injustamente o detenha.

A propriedade será restrita ou limitada quando se desmembra um ou alguns de seus poderes que

passa a ser de outrem, caso em que se constitui o direito real sobre coisa alheia.

Propriedade perpétua é a que tem duração ilimitada.

Propriedade resolúvel ou revogável é a que encontra, no seu título constitutivo, uma razão de sua extinção, ou seja, as próprias partes estabelecem uma condição resolutiva.

O proprietário responde objetiva ou subjetivamente pelos prejuízos, se houver nexo de

causalidade entre o dano causado pela coisa e sua conduta; responde subjetivamente por danos causados por animais de sua propriedade, porque há presunção juris tantum de que tem

obrigação de guardá-los e fiscalizá-los; responde pelos prejuízos causados por coisa que ante

sua periculosidade deve ser controlada por ele; responde pelos danos causados por coisas não perigosas.

No que se refere a tutela específica do domínio, existe a ação de reivindicação para retomar o

bem de quem o injustamente o detenha; ação negatória se sofrer turbação no exercício de seu direito; ação declaratória para dissipar dúvidas concernentes ao domínio; ação de indenização

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por prejuízo causado por ato ilícito; ação de indenização quando sua propriedade é diminuída

em razão de um acontecimento natural como no caso de avulsão.

Ter-se-á aquisição originária da propriedade imobiliária quando o indivíduo faz seu o bem sem

que este lhe tenha sido transferido por alguém, não havendo qualquer relação entre o domínio

atual e o anterior, como ocorre com a acessão e o usucapião.

A aquisição será derivada quando houver transmissibilidade de domínio por ato causa mortis ou

inter vivos; tal se dá no direito hereditário e no negócio jurídico seguido de registro do título de

transferência na circunscrição imobiliária competente.

Na aquisição pela transcrição do título estão sujeitos à transcrição no respectivo registro os

títulos translativos da propriedade imóvel por ato inter vivos, onerosos ou gratuitos, porque os

negócios jurídicos não são hábeis para transferir o domínio de bem imóvel; sem o Registro

Público não há transferência de propriedade; a transcrição só produz efeitos a partir data em que

se apresentar o título ao oficial do Registro e este o prenotar no protocolo.

Aquisição por acessão é o modo originário de adquirir, em virtude do qual fica pertencendo ao

proprietário tudo quanto se une ou se incorpora ao seu bem; a acessão vem a ser o direito em

razão do qual o proprietário de um bem passa a adquirir o domínio de tudo aquilo que a ele

adere; possui duas modalidades:

a) a acessão natural que se dá quando a união ou incorporação de coisa acessória à principal

advém de acontecimento natural (formação de ilhas, aluvião, avulsão e o abandono de álveo);

b) a acessão industrial ou artificial, quando resulta do trabalho do homem (plantações e as

construções de obras).

Formação de ilhas é a acessão em rios não navegáveis ou particulares, em virtude de

movimentos sísmicos, de depósito pauliano de areia, cascalho ou fragmentos de terra, trazidos

pela própria corrente, ou de rebaixamento de águas, deixando descoberto e a seco u ma parte do

fundo ou do leito.

Aluvião dá-se quando há acréscimo paulatino de terras às margens de um rio, mediante lentos e

imperceptíveis depósitos ou aterros naturais ou desvio das águas, acréscimo este que importa

em aquisição de propriedade por parte do dono do imóvel a que se aderem essas terras; será

própria a aluvião quando o acréscimo se forma pelos depósitos ou aterros naturais nos terrenos

marginais do rio; e imprópria quando tal acréscimo se forma em razão do afastamento das águas

que descobrem parte do álveo.

Avulsão se dá pelo repentino deslocamento de uma porção de terra por força natural violente,

desprendendo-se de um prédio para se juntar a outro; o proprietário do imóvel desfalcado não

perderá a parte deslocada; poderá pedir sua devolução desde que reconhecível, mas não lhe será

lícito exigir indenização.

O abandono de álveo tem-se por um rio que seca ou se desvia em virtude de fenômeno natural.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 22

Acessões artificiais são as que derivam de um comportamento ativo do homem, dentre elas as

plantações e construções de obras, processando-se de móvel a imóvel; possui caráter oneroso e

se submete à regra de que tudo aquilo que se incorpora ao bem em razão de uma ação qualquer,

cai sob o domínio de seu proprietário ante a presunção juris tantum.

Aquisição por usucapião é um modo de aquisição da propriedade e de outros direitos reais pela

posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais; é uma aquisição de domínio

pela posse prolongada; o usucapião tem por fundamento a consolidação da propriedade, dando

juridicidade a uma situação de fato: a posse unida ao tempo; a posse é o fato objetivo, e o

tempo, a força que opera a transformação do fato em direito.

USUCAPIÃO

Os requisitos pessoais do usucapião consistem nas exigências em relação ao possuidor que

pretende adquirir o bem e ao proprietário que, conseqüentemente, o perde; há necessidade que o

adquirente seja capaz e tenha qualidade para adquirir o domínio por essa maneira; os requisitos

reais são alusivos aos bens e direitos suscetíveis de serem usucapidos, pois nem todas e nem

todos os direitos podem ser adquiridos por usucapião.

Jamais poderão ser objeto de usucapião:

a) as coisas que estão fora do comércio;

b) os bens públicos que estando fora do comércio são inalienáveis;

c) os bens que, por razões subjetivas, apesar de se encontrarem in commercio, dele são

excluídos, necessitando que o possuidor invertesse o seu título possessório.

Quanto aos direitos, somente os reais que recaírem sobre bens prescritíveis podem ser

adquiridos por usucapião; dentre eles, a propriedade, as servidões, a enfiteuse, o usufruto, o uso

e a habitação; seus requisitos formais compreendem quer os elementos necessários e comuns do

instituto, como a posse, o lapso de tempo e a sentença judicial, quer os especiais, como o justo

título e a boa fé.

Alienação é a forma de extinção subjetiva do domínio, em que o titular desse direito, por

vontade própria, transmite a outrem seu direito sobre a coisa; é a transmissão de um direito de

um patrimônio a outro; essa transmissão pode ser a título gratuito, como a doação, ou oneroso,

como a compra e venda, troca, dação em pagamento.

Renúncia é um ato unilateral, pelo qual o proprietário declara, expressamente, o seu intuito de

abrir mão de seu direito sobre a coisa, em favor de terceira pessoa que não precisa manifestar

sua aceitação.

Abandono é o ato unilateral em que o titular do domínio se desfaz, voluntariamente, do seu

imóvel, porque não quer mais continuar sendo, por várias razões, o seu dono; é necessário a

intenção abdicativa; simples negligência ou descuido não a caracterizam.

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Como não há direito sem objeto, com o perecimento do imóvel extingue-se o direito; esse

perecimento pode decorrer de ato involuntário, se resultante de acontecimentos naturais, ou de

ato voluntário do titular do domínio, como no caso de destruição.

Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público, compulsoriamente, por ato

unilateral despoja alguém de um certo bem, fundado em necessidade pública, utilidade pública

ou interesse social, adquirindo-o, mediante prévia e justa indenização, pagável em dinheiro ou

se o sujeito concordar, em títulos de dívida pública, com cláusula de exata correção monetária,

ressalvado à União o direito de saldá-la por este meio nos casos de certas datas rurais, quando

objetivar a realização de justiça social por meio de reforma agrária.

Requisição é o ato pelo qual o Estado, em proveito de um interesse público, constitui alguém de

modo unilateral e auto executório, na obrigação de prestar-lhe um serviço ou ceder-lhe,

transitoriamente, o uso de uma coisa, obrigando-se a indenizar os prejuízos que tal medida,

efetivamente, acarretar ao obrigado.

Temos condomínio quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma

delas igual direito, idealmente, sobre o todo e cada uma de suas partes; concede-se a cada consorte uma quota ideal qualitativamente igual da coisa e não uma parcela material desta; por

conseguinte, todos os condôminos têm direitos qualitativamente iguais sobre a totalidade do

bem, sofrendo limitação na proporção quantitativa em que decorrem com os outros comunheiros

na titularidade sobre o conjunto.

A classificação quanto à sua origem pode ser convencional (se resultar de acordo de vontade

dos consortes, nascendo de um negócio jurídico pelo qual 2 ou mais pessoas adquirem ou colocam um bem em comum para dele usar e gozar), incidente ou eventual (quando ela vier a

lume em razão de causas alheias à vontade dos condôminos, como ocorre com a doação em

comum a 2 ou mais pessoas) e forçado ou legal (quando derivar de imposição de ordem jurídica, como conseqüência inevitável do estado de indivisão da coisa).

Quanto ao seu objeto pode ser a comunhão universal (se compreender a totalidade do bem,

inclusive frutos e rendimento) ou particular (se se restringir a determinadas coisas ou efeitos, ficando livres os demais).

Quanto à sua necessidade, tem-se o condomínio ordinário ou transitório (denomina-se assim, aquele que, oriundo ou não de convenção, vigora durante um certo lapso de tempo ou enquanto

não se lhe ponha termo, mas que sempre e em qualquer momento pode cessar) e o permanente

(não poderá extinguir-se dada a natureza do bem ou em virtude da relação jurídica que o gerou

ou do exercício do direito correlativo).

Quanto à sua forma, apresenta-se como condomínio pro diviso (a comunhão existe

juridicamente, mas não de fato, já que cada comproprietário tem uma parte certa e determinada do bem) e pro indiviso (a comunhão perdura de fato e de direito; todos permanecem na

indivisão, não se localizando o bem, que se mantém indiviso).

O fundamento das limitações encontra-se no primado do interesse coletivo ou público sobre o

individual e na função social da propriedade, visando proteger o interesse público social e o

interesse privado, considerado em relação à necessidade social de coexistência pacífica; sua

natureza é de obrigação propter rem, porque tanto o devedor como o credor são titulares de um

direito real, pois ambos os direitos incidem sobre a mesma coisa, só que não são oponíveis erga

omnes nem interessam a terceiros.

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As restrições em virtude de interesse social pressupõe a idéia de subordinação do direito de

propriedade privado aos interesses públicos e às conveniências sociais; são restrições

imprescindíveis ao bem-estar coletivo e à própria segurança da ordem econômica e jurídica do

país.

As limitações ao domínio baseadas no interesse privado inspiram-se no propósito de

coexistência harmônica e pacífica de direitos, fundando-se no próprio interesse do titular do

bem ou de terceiro, a quem este pretende beneficiar, não afetando, dessa forma, a extensão do

exercício do direito de propriedade; caracteriza-se por sua bilateralidade ante o vínculo

recíproco que estabelece.

Direito de vizinhança são limitações impostas por normas jurídicas às propriedades individuais,

com o escopo de conciliar interesses de proprietários vizinhos, reduzindo os poderes inerentes

ao domínio e de modo a regular a convivência social.

Passagem forçada é o direito que tem o proprietário de prédio rústico ou urbano, que se encontra

encravado em outro, sem saída para a via pública, fonte ou porto, de reclamar do vizinho que

lhe deixe passagem, fizando-se a esta judicialmente o rumo, quando necessário.

No que se refere ao direito de tapagem, o proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar

de qualquer modo o seu prédio urbano ou rural, para que possa proteger, dentro de seus limites,

a exclusividade de seu domínio, desde que observe as disposições regulamentares e não cause

dano ao vizinho.

O direito de construir constitui prerrogativa inerente da propriedade o direito que possui o seu

titular de construir em seu terreno o que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os

regulamentos administrativos.

São modos aquisitivos e extintivos da propriedade mobiliária: a ocupação, a especificação, a

confusão, a comistão, a adjunção, o usucapião, a tradição e a sucessão hereditária; são

considerados modos originários de aquisição e perda: a ocupação e o usucapião, porque neles

não há qualquer ato volitivo de transmissibilidade, aos passo que as outras modalidades, acima

citadas, são tidas como derivados, porque só se perfazem com a manifestação do ato acima

mencionado.

Ocupação é o modo de aquisição originário por excelência de coisa móvel ou semovente, sem

dono, por não ter sido ainda apropriada, ou por ter sido abandonada não sendo essa apropriação

defesa por lei;

Apresenta-se sob 3 formas:

a) a ocupação propriamente dita, que tem por objeto seres vivos e coisas inanimadas; suas

principais manifestações são a caça e a pesca, disciplinadas por leis especiais;

b) a invenção, que é relativa a coisas perdidas;

c) tesouro, concernente à coisa achada.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 25

Usucapião é o modo originária de bens móveis; o fundamento em que se baseia o usucapião de

bens móveis é o mesmo que inspira o dos imóveis, ou seja, a necessidade de dar juridicidade a

situações de fato que se alongaram no tempo.

Especificação é o modo de adquirir a propriedade mediante transformação de coisa móvel em

espécie nova, em virtude do trabalho ou da indústria do especificador, desde que não seja

possível reduzi-la à sua forma primitiva.

Confusão, comistão e adjunção ocorrem quando coisas pertencentes a pessoas diversas se

mesclarem de tal forma que seria impossível separá-las; tem-se a confusão, se a mistura se der

entre coisas líquidas; a comistão, se se der entre coisas secas ou sólidas; quando, tão-somente,

houver uma justaposição de uma coisa a outra, que não torne mais possível destacar a acessória

da principal, sem deterioração, dá-se a adjunção.

Tradição vem ser a entrega da coisa móvel ao adquirente, com a intenção de lhe transferir o

domínio, em razão de título translativo de propriedade; o contrato, por si só, não é apto para

transferir o domínio, contém apenas um direito pessoal; só com a tradição é que essa declaração

translatícia de vontade se transforma em direito real.

Propriedade resolúvel é aquela que no próprio título de sua constituição encerra o princípio que

a tem de extinguor, realizada a condição resolutória, ou vindo o termo extintivo, seja por força

de declaração de vontade, seja por determinação da lei; imprescindível é a expressa declaração

de vontade nesse sentido; pode advir de um negócio jurídico a título gratuito ou oneroso, inter

vivos ou causa mortis.

Direito de autor é um conjunto de prerrogativas de ordem não-patrimonial e de ordem

pecuniária que a lei reconhece a todo criador de obras literárias, artísticas e científicas de

alguma originalidade, no que diz respeito à sua paternidade a ao seu ulterior aproveitamento,

por qualquer meio durante toda sua vida e aos sucessores, ou pelo prazo que ela fixar.

Direitos morais são aqueles em que se reconhece ao autor a paternidade da obram sendo,

portanto, inseparáveis de seu autor, perpétuos, inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis,

uma vez que são atributos da personalidade do autor.

Direitos patrimoniais são direito de utilizar-se economicamente da obra, publicando-a,

difundindo-a, traduzindo-a, transferindo-a, autorizando sua utilização, no todo ou em parte, por

terceiro.

Direitos reais são os direitos subjetivos de ter, como seus, objetos materiais ou coisas

corpóreas ou incorpóreas; as coisas a que se referem os direitos reais são, primordialmente, objetos pertencentes aos titulares desses direitos, como propriedade deles, constituindo o

domínio desses indivíduos.

ENFITEUSE

Enfiteuse é o desmembramento da propriedade, do qual resulta o direito real perpétuo. em que

o titular (enfiteuta), assumindo o domínio útil da coisa, constituído de terras não cultivadas ou terrenos por edificar (prazo, bem enfitêutico ou bem foreiro), é assistido pela faculdade de lhe

fruir todas as qualidades, sem destruir a substância, mediante a obrigação de pagar ao

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proprietário (senhorio direto) uma pensão anual invariável (foro);

Dá-se a enfiteuse, aforamento ou aprazamento quando, por ato entre vivos, ou de última

vontade, o proprietário atribui a outrem o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o

adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro anual, certo e invariável.

Quanto à natureza, a enfiteuse é o mais amplo direito real sobre coisa imóvel alheia, já que com ela se pode tirar da coisa todas as utilidades e vantagens que encerra e de empregá-la nos

misteres a que, por sua natureza, se presta, sem destruir-lhe a substância e com a obrigação de

pagar ao proprietário uma certa renda anual.

Só pode ter objeto coisa imóvel, limitando-se a terras não cultivadas e aos terrenos que se

destinem à edificação; pode ter por objeto terrenos de marinha e acrescidos.

Constitui-se a enfiteuse pela transcrição (lei 6015/73, art. 167, I, n.10), pela sucessão

hereditária e pelo usucapião.

Extingue-se a enfiteuse:

a) pela natural deterioração do prédio aforado;

b) pelo omisso, deixando o foreiro de pagar as pensões devidas por 3 anos consecutivos;

c) pelo falecimento do enfiteuta sem herdeiros, salvo direito de credores;

d) pela confusão, ou seja, quando as condições de senhorio e enfiteuta reúnem-se na mesma

pessoa;

e) pelo perecimento do prédio aforado;

f) pelo usucapião do imóvel enfitêutico;

g) pela desapropriação do prédio aprazado, tendo o enfiteuta direito de receber a indenização,

da qual se deduzirá o que se deve pagar ao senhorio direto.

SERVIDÕES PREDIAIS

Servidões prediais são as restrições às faculdades de uso e gozo que sofre a propriedade em

benefício de alguém; é o direito real constituído em favor de um prédio (dominante), sobre outro

prédio (serviente), pertencente a dono diverso (Lafayette); é um direito real de fruição ou gozo

de coisa imóvel alheia, limitado e imediato, que impõe um encargo ao prédio serviente em

proveito do dominante.

Têm por objetivo precípuo proporcionar uma valorização do prédio dominante, tornando-o mais

útil, agradável ou cômodo; implica, por outro lado, uma desvalorização econômica do prédio

serviente, levando-se em conta que as servidões prediais são perpétuas, acompanhando sempre

os imóveis quando transferidos.

Quanto aos princípios fundamentais:

1) é em regra, uma relação entre prédios vizinhos (praedia debent esse vicina), embora a

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contigüidade entre prédios dominante e serviente não seja essencial;

2) a servidão não pode recair sobre prédio do próprio titular, logo não há servidão sobre a

própria coisa;

3) a servidão serve a coisa e não o dono, por essa razão distingue-se da obrigação;

4) não se poder uma servidão constituir outra;

5) a servidão não se presume, porque deve ser constituída de modo expresso e transcrita no

Registro de Imóveis;

6) a servidão, uma vez constituída em benefício de um prédio, é inalienável.

No que se refere à natureza jurídica, é um direito real de gozo ou fruição sobre imóvel alheio, de

caráter acessório, perpétuo, indivisível e inalienável.

Quanto aos modos de constituição, pode ocorrer por:

a) ato inter vivos ou causa mortis;

b) sentença judicial;

c) usucapião;

d) destinação do proprietário.

No direito brasileiro as ações que amparam as servidões são:

a) ação confessória, que tem por escopo reconhecer sua existência, quando negada ou

contestada pelo proprietário do prédio gravado;

b) ação negatória a que pode recorrer o dono do prédio serviente para provar que inexiste ônus

real, ou para defender seus direitos contra o proprietário do imóvel dominante que, sem título,

pretender ter a servidão sobre o prédio, ou então para ampliar os direitos já existentes;

c) ação de manutenção de posse, outorgada ao dono do prédio dominante, se este tiver sua posse

protestada pelo dono do serviente;

d) ação de nunciação de obra nova para defender a servidão tigni immitendi;

e) ação de usucapião, nos casos expressamente previstos em lei.

A servidão extingue-se pela:

a) renúncia do seu titular;

b) impossibilidade de seu exercício;

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c) resgate, ou seja, quando o proprietário do imóvel serviente resgatar a servidão;

d) pela confusão;

e) pela supressão;

f) pelo desuso durante 10 anos;

g) pelo perecimento ou desaparecimento do objeto;

h) pelo decurso do prazo (se foi constituída a termo, ou o implemento da condição, se a ela

estava subordinada);

i) pela convenção, se a servidão é oriunda de um ato de vontade.

USUFRUTO

Usufruto é o direito real conferido a alguém de retirar, temporariamente, da coisa alheia os

frutos e utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância.

Seu objeto poder ser os bens móveis infungíveis e inconsumíveis, os imóveis; pode ter ainda

como objeto um patrimônio, no todo ou em parte, o que, comumente, ocorre na sucessão

hereditária, quando o testador grava, por exemplo, parte de seu patrimônio com o ônus do

usufruto; pode, ainda, gravar direitos, desde que sejam transmissíveis.

É um direito real sobre a coisa alheia, temporário, intransmissível, inalienável e impenhorável.

São espécies de usufruto:

1) quanto à origem pode ser legal (quando for instituído por lei em benefício de determinadas pessoas) ou convencional (ocorre quando um direito real de gozar e usar, temporariamente, dos

frutos e das utilidades de uma coisa alheia, advém de um ato jurídico inter vivos (um contrato)

ou causa mortis (testamento));

2) quanto ao seu objeto, subdivide-se em próprio (é o que tem por objeto coisas inconsumíveis e

infungíveis, cujas substâncias podem ser conservadas e restituídas ao nu proprietário) ou

impróprio (é o que recai sobre bens consumíveis ou fungíveis;

3) quanto a sua extensão, apresenta-se como: a) universal (é o que recai sobre uma

universalidade de bens, como o patrimônio) ou particular (quando tem por objeto uma ou várias coisas individualmente determinadas);

b) pleno (quando abranger todos os frutos e utilidades, sem exceção que a coisa produz) ou

restrito (se se excluem do gozo do bem algumas de suas utilidades);

4) quanto a sua duração, pode ser temporário (quando sua duração se submete a prazo

preestabelecido, extinguindo-se com sua verificação) ou vitalício (perdura até a morte do usufrutuário).

Constitui-se o usufruto por lei, por ato jurídico inter vivos ou causa mortis, por sub-rogação

real, por usucapião ou por sentença.

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O usufruto extingue-se:

a) pela morte do usufrutuário;

b) pelo advento do termo de sua duração;

c) pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor;

d) pela cessação da causa de que se origina;

e) pela destruição da coisa não sendo fungível;

f) pela consolidação;

g) pela prescrição;

h) por culpa do usufrutuário;

i) pela renúncia;

j) pela resolução do domínio de quem os constituiu.

USO

Uso é um direito real, que a título gratuito, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de

coisa alheia, todas as utilidades para atender às suas próprias necessidades e às de sua família; O

usuário fruirá a utilidade da coisa dada em uso, quando o exigirem as necessidades pessoais

suas e de sua família.

É um direito real sobre coisa alheia, temporário, indivisível, intransmissível ou incessível e é

personalíssimo.

Pode recair tanto sobre bens móveis (infungíveis e inconsumíveis) como imóveis, como sobre

bens corpóreos ou incorpóreos; pode também ser objeto terrenos públicos e particulares.

Não pode ser constituído por lei; deriva ele de ato jurídico inter vivos ou causa mortis; por

sentença judicial; por usucapião, desde que cumpridos os requisitos exigidos por lei.

Extingue-se pelas mesmas causas do usufruto: morte do usuário, advento do prazo final,

perecimento o objeto, consolidação, renúncia, etc.

CONTRATOS

Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer um regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir,

modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial; sendo um negócio jurídico,

requer, para sua validade, a observância dos requisitos legais (agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei).

Requisitos subjetivos: existência de duas ou mais pessoas; capacidade genérica das partes contratantes para pratica atos da vida civil; aptidão específica para contratar; consentimento das

partes contratantes.

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Requisitos objetivos: dizem respeito ao objeto do contrato; a validade e eficácia do contrato,

como um direito creditório, dependem da: a) licitude de seu objeto; b) possibilidade física ou jurídica do objeto; c) determinação de seu objeto, pois este deve ser certo ou, pelo menos,

determinável; d) economicidade de seu objeto, que deverá versar sobre interesse

economicamente apreciável, capaz de se converter, direta ou indiretamente, em dinheiro.

Requisitos formais: são atinentes à forma do contrato; a regra é a liberdade de forma,

celebrando-se o contrato pelo livre consentimento das partes contratantes (CC, arts. 129 e 1079).

Quanto aos princípios fundamentais do direito contratual, temos os seguintes:

Princípio da autonomia da vontade: nele se funda a liberdade contratual dos contratantes, consistindo no poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de

vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica.

Princípio do consensualismo: segundo o qual o simples acordo de 2 ou mais vontades basta para

gerar o contrato válido.

Princípio da obrigatoriedade da convenção: pelo qual as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas (pacta sunt servanda), sob pena de execução patrimonial contra o

inadimplente.

Princípio da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual: visto que não aproveita nem

prejudica terceiros, vinculando exclusivamente as partes que nele intervierem.

Princípio da boa fé: segundo ele, o sentido literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção inferida da declaração de vontade das partes.

DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Elementos indispensáveis são o acordo de vontades das partes contratantes, tácito ou expresso,

que se manifesta de um lado pela oferta e de outro pela aceitação, e a proposta e a aceitação são

elementos indispensáveis à formação do contrato.

As negociações preliminares nada mais são do que conversações prévias, sondagens e estudos

sobre os interesses de cada contratante, tendo em vista o contrato futuro, sem que haja qualquer

vinculação jurídica entre os participantes.

Proposta é uma receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende

celebrar um contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar

vinculada, se a outra parte aceitar.

A obrigatoriedade da proposta consiste no ônus, imposto ao proponente. de não revogá-la por

um certo tempo a partir de sua existência.

A aceitação é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do destinatário de uma

proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos, tornando o contrato

definitivamente concluído, desde que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.

Momento da conclusão do contrato: entre presentes, as partes encontrar-se-ão vinculadas no

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 31

mesmo instante em que o oblata aceitar a oferta; só então o contrato começará a produzir efeitos

jurídicos; entre ausentes, os contratos por correspondência epistolar ou telegráfica tornam-se

perfeitos desde que a aceitação é expedida, desde que não se apresentem as exceções legais,

hipótese em que se aplica a teoria da recepção.

Lugar de celebração: O negócio jurídico contratual reputar-se-á celebrado no lugar em que foi

proposto.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

Contratos comutativos são aqueles em que a prestação e a contraprestação são equivalentes

entre si e suscetíveis de imediata apreciação quanto à sua equivalência; ex: compra e venda.

Contratos aleatórios são aqueles cujas prestações somente serão cumpridas pela ocorrência de

evento futuro e imprevisível, sendo, portanto, incertas quanto à quantidade ou extensão, e

podendo culminar em perda, em lugar de lucro; ex: seguro

Contratos nomidados e inominados: nominados são aqueles que possuem denominação legal

(nomen iuris), obedecem a um padrão definido e regulado em lei; inominados são aqueles que

não se enquadram em nenhum diploma legal e não têm denominação legal própria; surgem,

geralmente, na vida cotidiana, pela fusão de 2 ou mais tipos contratuais.

Contratos gratuitos são aqueles em que somente uma das partes cumpre a prestação, e a outra

não se obriga, limitando-se a aceitar a prestação; ex: doação sem encargo, comodato.

Contratos onerosos são aqueles em que uma das partes paga à outra em dinheiro; ex: locação.

Contratos consensuais, também denominados contratos não solenes, são aqueles que

independem de forma especial, para cujo aperfeiçoamento basta o consentimento das partes.

Contratos formais, denominados solenes, são os que somente se perfazem se for obedecida

forma especial; ex: compra e venda de valor superior ao legal, que depende de escritura pública

e também transcrição do ato no Registro Imobiliário.

Contratos reais são aqueles que, para se aperfeiçoaram, necessitam não apenas do

consentimento mútuo dos contratantes, mas também da entrega da coisa; ex: depósito.

Contratos principais são aqueles que podem existir independentemente de quaisquer outros; ex:

compra e venda.

Contratos acessórios são aqueles que têm por finalidade assegurar o cumprimento de outro

contrato, denominado principal; ex: fiança.

Contratos paritários são aqueles em que as partes interessadas, colocadas em pé de igualdade,

discutem, os termos do ato negocial, eliminando os pontos divergentes mediante transigência

mútua.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 32

Os contratos de adesão excluem a possibilidade de qualquer debate e transigência entre as

partes, uma vez que um do contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições previamente

redigidas e impressas pelo outro, aderindo a uma situação contratual já definida em todos os

seus termos.

Contratos de execução imediata são os que se esgotam num só instante, mediante uma única

prestação; ex: compra e venda de uma coisa à vista.

Contratos de execução continuada são os que se protraem no tempo, caracterizando-se pela

prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se num espaço mais ou menos longo de

tempo; ocorrem quando a prestação de um ou ambos os contraentes se dá a termo; ex: compra e

venda à prazo.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 33

TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE IMÓVEIS

TRIBUTOS MUNICIPAIS - FORTALEZA:

IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

Fato Gerador

A propriedade, o domínio útil, a posse do bem imóvel por natureza ou acessão física.

Contribuinte

O proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, o seu possuidor a qualquer título, o titular do direito de usufruto, de uso ou habitação, o compromissário comprador, o comodatário

ou credor anticrético.

Alíquotas Aplicadas (Lei Complementar nº 033/2006)

Imóvel Residencial

Valor Venal Alíquota Redutor

até R$58.500,00 0,6% Não há redutor

acima de R$58.500,00 e

até R$ 210.600,00

0,8% Aplicar um redutor de R$ 117,00 sobre o valor do imposto

acima de R$ 210.600,00 1,4% Aplicar um redutor de R$ 1.380,60 sobre o valor do

imposto

Não Residencial

Valor Venal Alíquota Redutor

até R$ 210.600,00 1,0% Não há redutor

acima de R$ 210.600,00 2,0% Aplicar um redutor de R$ 2.106,00 sobre o valor do imposto

Terreno não edificados

Localização Alíquota Redutor

Localizados em áreas desprovidas de infra-estrutura

urbana

1,0% Não há redutor

Localizados em áreas que possuam infra-estrutura

urbana.

2,0% Não há redutor

Recolhimento do Imposto

É anual, podendo ser pago na rede bancária conveniada em até 11 (onze) parcelas mensais e sucessivas, a partir de fevereiro, sendo cada parcela não inferior a R$ 30,00 (trinta reais),

vencíveis no quinto dia útil de cada mês.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 34

Isenção

contribuinte que comprove possuir um único imóvel no município de Fortaleza, e que o mesmo

seja utilizado exclusivamente para sua residência, desde que o valor venal seja de até R$

26.373,85 (vinte e seis mil trezentos e setenta e três reais e oitenta e cinco centavos);

imóveis que servem exclusivamente de sede a templos religiosos, independentemente da

condição de locatário ou proprietário do imóvel;

imóvel pertencente a servidor público municipal de sua propriedade e que o utilize

exclusivamente para sua residência;

imóvel pertencente a ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, que tenha participado de

operações bélicas como integrantes do Exército, da Marinha de Guerra, da Marinha Mercante e

da Aeronáutica, cuja situação esteja definida na Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, bem

assim à viúva e herdeiro menor, desde que nele resida;

imóvel pertencente a entidades populares, tais como, sindicatos, associações de moradores, de

jovens, de mulheres, estudantis, círculo operário e associação de caráter beneficente,

filantrópico, caritativo, artístico ou científico, que preencha a requisitos do art. 14, incisos I, II e

III, da Lei nº 5.672, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional) e desde que

ocupado pela entidade para o exercício exclusivo de suas atividades, independente da sua

condição de locatário ou proprietário do imóvel;

imóvel pertencente à pessoa viúva, órfã menor, aposentada, pensionista ou inválida para o

trabalho em caráter permanente, quando nele resida e desde que não possua outro imóvel no

município. O contribuinte deve ter renda mensal de até 3 (três) salários mínimos e o valor venal

do imóvel deve ser de até R$ 70.000,00 (setenta mil reais);

A parcela do terreno situada em área de preservação ambiental.

Descontos Especiais

Imóveis residenciais situados na área compreendida entre as ruas: a leste, com a Rua João

Cordeiro; a oeste, a Av. Padre Ibiapina e a Av. Filomeno Gomes; ao norte, com a Av. Leste

Oeste; e ao sul, Av. Antônio Sales e Av. Domingos Olímpio, terão redução de 50% sobre o

valor do imposto;

Imóveis comerciais situados na área compreendida entre as ruas: a leste, com a Rua João

Cordeiro; a oeste, a Av. Padre Ibiapina e a Av. Filomeno Gomes; ao norte, com a Av. Leste

Oeste; e ao sul, Av. Antônio Sales e Av. Domingos Olímpio, terão redução de 20% sobre o

valor global do imposto;

Para obter estes benefícios o contribuinte deve estar em situação de regularidade junto ao

Fisco Municipal.

Imunidade

Imóvel pertencente a partido político, inclusive suas fundações, entidades sindicais dos

trabalhadores, instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os

requisitos da lei, desde que relacionados com as finalidades essenciais das entidades

mencionadas;

Autarquias e Fundações, instituídas e mantidas pelo poder público;

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 35

Patrimônio pertencente a União, Estado ou Municípios (Administração Direta);

Templos de qualquer culto.

ITBI - Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis.

Fato Gerador

Transmissão onerosa, a qualquer título, da propriedade ou domínio útil de bens imóveis por

natureza ou acessão física. Transmissão a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto

os de garantia. A cessão de direito relativos às transmissões referidas anteriormente.

Incidência

Incide sobre bens imóveis situados no Município de Fortaleza.

Nas situações em que o ITBI não é pago, que são não incidência, isenção e imunidade, é

necessário solicitar, por escrito, o reconhecimento do benefício.

Não Incidência

Sobre bens e direitos, quando a transferência é realizada para incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica, em pagamento de capital nela subscrito ou decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, desde que a empresa não tenha como atividade

preponderante a compra e venda de bens imóveis e seus direitos reais, a locação de bens

imóveis ou arrendamento mercantil.

Isenção

Servidor Público Municipal (ativo e inativo)

Viúva (o) e filho (menor ou inválido) de Servidor Público Municipal

Ex-Combatente da 2ª Guerra Mundial (viúva e herdeiro menor)

Contribuinte comprovadamente pobre (renda até 3 salários mínimos) que não possua outro

imóvel residencial e que a avaliação seja inferior a R$ 33.220,97.

Imunidade

Imóveis pertencentes à União, Distrito Federal e Município;

Imóveis pertencentes a templos de qualquer culto;

Imóveis pertencentes a partidos políticos, inclusive suas fundações; entidades sindicais dos

trabalhadores;

das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos.

Base de Cálculo

É calculado sobre o valor venal do imóvel, considerando os valores aferidos no mercado

imobiliário.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 36

Alíquotas

Financiamento Valor Alíquota

Imóvel financiado pelo Sistema Financeiro da

Habitação

Sobre o valor financiado 0,5%

Sobre o valor não-financiado 2,0%

Nas demais transmissões Antecipado à escritura 2,0%

No registro 3,0%

Prazos para o Pagamento do Imposto

Alíquota normal (3%) Até 30 dias da data de lavratura do instrumento que servir de

base à transmissão do imóvel.

Alíquota com desconto

(2%)

Por antecipação, até a data da lavratura do instrumento que servir

base à transmissão do imóvel.

Multas

20% Por recolhimento do imposto fora do prazo (após os 30 dias da data da

lavratura).

30% Por falta de pagamento do imposto.

60% Por fraude, sonegação ou conluio.

Restituição

Recolhimento a maior;

Declarada, por decisão judicial, a nulidade do contrato pelo qual tiver sido pago;

For reconhecida a isenção ou declarada a não incidência;

Não se completar o ato ou contrato por força do qual tiver sido pago.

ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza

Modificações da Lei Complementar Municipal nº 14 de 26 de dezembro de 2003

O Município de Fortaleza, visando adequar a legislação do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN à Lei Complementar Federal nº 116, de 31 de julho de 2003, editou a Lei

Complementar Municipal nº 14, de 26 de dezembro de 2003, publicada no Diário Oficial do

Município do mesmo dia.

A lei trouxe mudanças significativas no ISS, entre elas citamos as seguintes:

Nova lista de incidência do imposto;

Novas alíquotas para o imposto devido por pessoa jurídica;

Novas cotas devidas pelos profissionais autônomos e sociedade de profissionais;

Mudanças no local onde o imposto será devido;

Inovações quanto aos contribuintes substitutos e responsáveis solidários pelos serviços

tomados;

Mudanças na base de cálculo dos serviços de construção civil;

Novas penalidades por descumprimento de obrigações acessórias, principalmente para os

usuários de cupom fiscal;

Obrigatoriedade do uso de equipamento emissor de cupom fiscal para os prestadores de

serviços a serem eleitos em regulamento;

Incentivo fiscal para os prestadores de serviço que iniciarem o uso do cupom fiscal.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 37

Estas mudanças introduzidas pela LC 14/2003 foram regulamentadas pelo Regulamento do ISSQN, aprovado pelo Decreto nº 11.591, de 01 de março de 2004, que consolidou todas as

normas relativas ao ISSQN no Município de Fortaleza.

Veja como ficaram os principais elementos do ISSQN e as principais obrigações

acessórias, a partir das alterações:

Fato Gerador

O imposto sobre serviços de qualquer natureza tem como fato gerador a prestação de serviços

constantes da lista do anexo único da Lei Complementar nº 14/2003.

Base de Cálculo

A base de cálculo do imposto devido por empresa ou pessoa e esta equiparada é o preço do serviço, incorporando-se à mesma os materiais envolvidos na prestação do serviço, salvo no caso dos serviços de construção civil, em que podem ser deduzidos os valores dos materiais

empregados na obra.

Alíquotas em vigor a partir de 01 de janeiro de 2010

ISS devido por Pessoas Jurídicas (conforme artigo 146-A da Lei nº 4.144/1972, com a redação da LC nº 14/2003)

ISS devido por Profissionais Autônomos (valores vigentes em 2010)

(conforme parágrafo 1º do artigo 148 da Lei nº 4.144/1972, com a redação da LC nº 14/2003)

Categoria Cota Fixa Anual

Nível Superior ou Equiparados R$ 297,48

Nível Médio

Agentes auxiliares do comércio

Artistas

Atletas

Modelos

Manequins

R$ 148,72

Motoristas autônomos R$ 121,68

Nível fundamental (não caracterizados como

trabalhadores avulsos)

R$ 81,11

ISS devido por Sociedades de Profissionais (valores vigentes em 2010)

(conforme artigo 149-A da Lei nº 4.144/1972, com a redação da LC nº 14/2003)

Número de Profissionais Cota Mensal por Profissional

Sem equipe de

apoio

Com equipe de

apoio

Até 20 profissionais R$ 91,95 R$ 114,94

A partir de 21

profissionais

R$ 101,40 R$ 126,74

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Inscrição Municipal

A inscrição no Cadastro de Produtores de Bens e Serviços - CPBS deverá ser requerida previamente ao início das atividades pelas seguintes pessoas, conforme estabelecido no

CAPÍTULO II do Regulamento do ISSQN:

Pessoas Jurídicas, inclusive imunes ou isentas;

Pessoas Físicas (profissionais autônomos).

De acordo com o Regulamento do ISSQN todas as pessoas jurídicas e equiparadas, sediadas no Município de Fortaleza, independentemente do ramo de atividade, ficam obrigadas a

inscreverem-se no CPBS para fins de pagamento de ISS referente aos serviços prestados e/ou retidos na fonte e à entrega de informação referente a estes serviços, através da Declaração

Digital de Serviços - DDS.

Os documentos a serem apresentados, por ocasião da solicitação de inscrição, deverão ser

apresentados em cópia autenticada ou acompanhada da original, para fins de verificação da

autenticidade.

Livros fiscais

Os Livros Fiscais obrigatórios para os prestadores de serviços são os seguintes:

Registro de Prestação de Serviços;

Registro de Impressos Fiscais, para uso nos estabelecimentos gráficos.

A partir da competência OUT/2003, o Livro de Registro de Prestação de Serviços será

impresso a partir do programa DDS, devendo ser encadernado ao final de cada exercício e

conservado pelo prazo decadencial.

As normas relativas à obrigatoriedade do uso dos Livros Fiscais encontram-se na Seção II do

CAPÍTULO III do Regulamento do ISSQN.

Emissão de Documentos Fiscais

Os prestadores de serviço são obrigados a emitir os seguintes documentos fiscais, de acordo

com a atividade exercida:

Nota fiscal de serviço;

Cupom fiscal;

Bilhete de ingresso;

Recibo de retenção de ISSQN.

O tipo de documento fiscal a ser emitido pelo prestador de serviço deverá ser obtido no

CAPÍTULO IV do Regulamento do ISSQN.

As Notas Fiscais de Serviços somente podem ser impressas por gráficas credenciadas, após

autorização da Secretaria de Finanças.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 39

As normas para o credenciamento de estabelecimentos gráficos e a autorização para a impressão

de documentos fiscais podem ser obtidas no Regulamento do ISSQN (Art. 232 a 247) e/ou

no Manual de Orientação de Credenciamento de Estabelecimento Gráfico e Autorização

de Documentos Fiscais.

EMISSÃO DE TAXAS MUNICIPAIS

Fato Gerador

As taxas são geradas pela utilização efetiva ou potencial ,de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição , ou pelo exercício regular do poder

de polícia.

Exemplos de Taxas

Taxa de Expediente e Serviços Diversos

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

Será cobrada pela expedição de certidões, despachos ou

lavraturas de termos ou contratos e demais atos emanados

de autoridades Municipais e por outros diversos serviços

prestados ao contribuinte.

No ato do pedido.

Taxa de Fiscalização de Anúncios

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

A atividade municipal de fiscalização do cumprimento da

legislação disciplinadora da exploração de engenhos de

divulgação de propaganda/publicidade, incidindo sobre

todos os engenhos instalados nos imóveis particulares e

logradouros públicos do Município.

Será lançada anualmente, tomando-se como base as

características e

classificações do engenho de

divulgação de propaganda/publicidade.

Taxa de Licença

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

Funcionamento de estabelecimento de produção, comércio,

indústria, prestação de serviços e similares;

No início das atividades.

Ocorrerá nova cobrança

somente quando existir mudança de endereço,

alteração de área, ou de razão

social que modifique a finalidade original da

atividade econômica.

Aprovação e execução de projetos de urbanização em

terrenos particulares;

No início das atividades. Nenhuma construção,

reconstrução, reforma,

demolição, arruamento ou

obra de qualquer natureza poderá ser iniciada sem

prévio pedido de licença à

Prefeitura.

Licenciamento ambiental. Tem como fato gerador o

exercício do poder de polícia para fiscalizar e autorizar a

Na entrada do pedido de

licenciamento, o interessado

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 40

realização de empreendimentos e atividades consideradas

efetivas ou potencialmente causadoras de significativa

degradação ao meio ambiente, em conformidade com as

normas estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente.

recolherá antecipadamente

aos cofres do Município, o

valor correspondente a 10% da respectiva taxa ficando o

restante a ser recolhido

somente quando for expedida.

Taxa de Pavimentação

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

Execução por parte do Município de obras ou serviços de

pavimentação em vias e logradouros públicos, no todo ou

em parte ainda não pavimentados, ou cujo calçamento por

motivo de interesse público, a critério da Prefeitura deva

ser substituído por outro, de tipo mais perfeito ou custoso.

Após a conclusão das obras

de pavimentação.

Taxa de Registro e Inspeção Sanitária

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

O Poder de Polícia Sanitária do Município,

consubstanciado na inspeção dos seguintes

estabelecimentos: indústrias, hospitais, clínicas, farmácias,

drogarias, óticas, escolas, depósitos, oficinas,

estacionamentos, instituições financeiras, lojas,

laboratórios, casas de massagem, salões de beleza,

academias, casas de diversões, clubes recreativos e

desportivos, postos de combustíveis, abatedouros,

frigoríficos, supermercados, mercearias, restaurantes,

bares, panificadoras , sorveterias, cafés, lanchonetes, hotéis,

motéis e estabelecimentos congêneres, prestadoras de

serviços e similares, visando à manutenção dos padrões de

asseio, higiene e salubridade desses locais, postos à

disposição da comunidade de Fortaleza.

Será devida por ocasião da solicitação do Registro

Sanitário ou de sua

renovação, cujo prazo de validade é de doze meses,

contados da data de sua

expedição.

Taxa de Turismo

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

A utilização efetiva ou potencial, dos serviços,

equipamentos públicos e a infra - estrutura do Município

de Fortaleza, postos a disposição do turista. Os hotéis, flats

e pousadas ficam obrigados a recolher à Secretaria de

Finanças do Município, a taxa de turismo devida por diária

de hospedagem.

Até o 10º dia útil do mês subseqüente à data do

pagamento da taxa, pelo

hóspede.

Taxa de Vistoria e Controle Operacional dos Transportes Coletivos Urbanos

Fato Gerador Recolhimento da Taxa

A atividade do Poder Público Municipal de vistoria dos

veículos destinados ao transporte coletivo urbano, bem

como de controle operacional do referido sistema de

transporte, neste compreendida a fiscalização da frota

Mensalmente, até o último

dia útil de cada mês.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 41

operante, do número de viagens e de passageiros

transportados e de outros fatos que motivam o exercício do

Poder de Polícia Municipal.

TRIBUTO ESTADUAL

ITCD

O QUE É ?

Imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação de bens e direitos, a título gratuito. É

também conhecido como imposto de herança e de doação. Decorre da abertura de sucessão

hereditária para o caso de transferência de patrimônio em razão de morte. Ou, ainda, em conseqüência de cessão por ato de liberalidade e generosidade para o caso de transferência de

patrimônio em razão de doação pura e simples.

QUALQUER PESSOA PODE SOLICITAR O CÁLCULO DO ITCD?

Sim, desde que esta pessoa tenha relação ou interesse com a transmissão, na condição de

inventariante, herdeira, meeira, legatária, cessionária, donatária, ou profissional que represente

seus interesses.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

Processo formalizado junto ao Poder Judiciário ou junto ao Tabelionato de Notas. Termo de

Doação ou Declaração de Doação indicando o bem a ser transmitido, com reconhecimento da

firma do doador.

ALÍQUOTA

* Para fato gerador ocorrido a partir de 01.01.1992 e de conformidade com o valor da base de

cálculo, as alíquotas são, para “causa mortis”:

- 4% para base de cálculo até 8.740 UFIRCE;

- 6% para base de cálculo acima de 8.740 e até 26.220 UFIRCE;

- 8% para base de cálculo acima de 26.220 UFIRCE.

O imposto devido é apurado através da multiplicação da base de cálculo por sua alíquota

correspondente. Lei 11.527/1988 e Resolução Senado n. 9.

** Para fato gerador ocorrido a partir de 01.01.2004 e de conformidade com o valor da base

de cálculo, as alíquotas são:

Para transmissão “causa mortis”:

- 2% para base de cálculo até 5.000 UFIRCE;

- 4% para base de cálculo acima de 5.000 e até 15.000 UFIRCE;

- 6% para base de cálculo acima de 15.000 e até 40.000 UFIRCE;

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 42

- 8% para base de cálculo acima de 40.000 UFIRCE.

Para transmissão por doação:

- 2% para base de cálculo até 25.000 UFIRCE;

- 4% para base de cálculo acima de 25.000 UFIRCE;

O imposto devido é apurado mediante a decomposição em faixas do valor da base de

cálculo convertido em UFIRCE e multiplicado por sua alíquota correspondente.

O imposto total será calculado mediante a soma dos valores parciais apurados para cada

uma das faixas. Lei 13.417/2003. Valor da UFIRCE para o ano de 2008: R$ 2,2204.

BASE DE CÁLCULO

O valor venal apurado mediante avaliação administrativa realizada pela SEFAZ, considerando o

valor corrente de mercado para o bem ou direito.

QUANTOS DIAS PARA CONHECER O VALOR DO IMPOSTO?

Em média 15 dias úteis, após entrega ou apresentação dos documentos exigidos. O prazo poderá

ser menor no caso de solicitação para bens ou direitos de imediata avaliação.

PARCELAMENTO

Para transmissão por falecimento, o valor do imposto acima de 750 UFIRCE poderá ser

recolhido em até 10 parcelas mensais de valor não inferior a 150 UFIRCE.

PRAZO LIMITE PARA PAGAMENTO

- No caso de transmissão “causa mortis”, o recolhimento do imposto deverá ser efetuado até o dia 10 do terceiro mês subseqüente ao do seu lançamento pela SEFAZ.

- No caso de transmissão por doação, o imposto deverá ser recolhido antes da lavratura de

instrumento público ou até o dia 10 do terceiro mês subseqüente ao da lavratura de instrumento

particular. - Para transmissão por qualquer instrumento público ou particular lavrado fora do Estado, o

imposto deverá ser recolhido até o dia 10 do quinto mês subseqüente ao da lavratura do ato ou

contrato.

A IMUNIDADE OU NÃO

- Adquirente do bem ou direito seja identificado dentre as seguintes entidades: partido político e

suas fundações, sindicato de trabalhadores, instituição de educação ou de assistência social sem

fins lucrativos. Além da União, Estado ou Município, extensivo às autarquias e fundações

mantidas pelo Poder Público, e, ainda, os templos de qualquer culto. - Transmissão de créditos oriundos de seguro de vida e pecúlio por morte.

- Renúncia à herança sem ressalva ou condição, em benefício do monte.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 43

BENEFÍCIO DA ISENÇÃO

* Para transmissão por falecimento:

- Imóvel urbano, desde que constitua o único bem imóvel a ser partilhado e que sua avaliação

seja igual ou inferior a 20.000 UFIRCE; - Imóvel rural não superior a três módulos rurais, desde que feita a quem não seja proprietário

de imóvel;

- Acervo hereditário não superior a 3.000 UFIRCE;

- Créditos oriundos de salário, direito trabalhista, FGTS, PIS/PASEP, benefício da previdência oficial ou privada, limitada à soma dos créditos equivalentes a 5.000 UFIRCE. O que exceder

será tributado.

** Para transmissão por falecimento ou por doação:

- Imóvel estabelecido em núcleo oficial ou reconhecido pelo Governo em atendimento à política

de redistribuição de terras, desde que feita a colono não proprietário de imóvel;

- Bens e direitos a associações comunitárias e a entidades de moradores de bairro.

TRIBUTO FEDERAL

ITR

Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996

Capítulo I

DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR

Seção I

Do Fato Gerador do ITR

Definição

Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como

fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da

zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.

§ 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma

agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou

mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município.

§ 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser enquadrado no município onde

fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município onde se localize a

maior parte do imóvel.

Imunidade

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 44

Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre

pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua

outro imóvel.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área

igual ou inferior a :

I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal

mato-grossense e sul-mato-grossense;

II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia

Oriental;

III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

Seção II

Da Isenção

Art. 3º São isentos do imposto:

I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas

autoridades competentes como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes

requisitos:

a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;

b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites estabelecidos no artigo anterior;

c) o assentado não possua outro imóvel.

II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os limites

fixados no parágrafo único do artigo anterior, desde que, cumulativamente, o proprietário:

a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;

b) não possua imóvel urbano.

Seção III

Do Contribuinte e do Responsável

Contribuinte

Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o

seu possuidor a qualquer título.

Parágrafo único. O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel,

vedada a eleição de qualquer outro.

Responsável

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 45

Art. 5º É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a qualquer título, nos termos dos arts.

128 a 133 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Sistema Tributário Nacional).

Seção IV

Das Informações Cadastrais

Entrega do DIAC

Art. 6º O contribuinte ou o seu sucessor comunicará ao órgão local da Secretaria da Receita

Federal (SRF), por meio do Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR - DIAC, as informações cadastrais correspondentes a cada imóvel, bem como qualquer alteração

ocorrida, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal.

§ 1º É obrigatória, no prazo de sessenta dias, contado de sua ocorrência, a comunicação das

seguintes alterações:

I - desmembramento;

II - anexação;

III - transmissão, por alienação da propriedade ou dos direitos a ela inerentes, a qualquer título;

IV - sucessão causa mortis;

V - cessão de direitos;

VI - constituição de reservas ou usufruto.

§ 2º As informações cadastrais integrarão o Cadastro de Imóveis Rurais - CAFIR, administrado

pela Secretaria da Receita Federal, que poderá, a qualquer tempo, solicitar informações visando

à sua atualização.

§ 3º Sem prejuízo do disposto no parágrafo único do art. 4º, o contribuinte poderá indicar no DIAC, somente para fins de intimação, endereço diferente daquele constante do domicílio

tributário, que valerá para esse efeito até ulterior alteração.

Entrega do DIAC Fora do Prazo

Art. 7º No caso de apresentação espontânea do DIAC fora do prazo estabelecido pela Secretaria

da Receita Federal, será cobrada multa de 1% (um por cento) ao mês ou fração sobre o imposto

devido não inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais), sem prejuízo da multa e dos juros de mora pela

falta ou insuficiência de recolhimento do imposto ou quota.

Seção V

Da Declaração Anual

Art. 8º O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de

Informação e Apuração do ITR - DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e

condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal.

§ 1º O contribuinte declarará, no DIAT, o Valor da Terra Nua - VTN correspondente ao imóvel.

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§ 2º O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano a que se

referir o DIAT, e será considerado auto-avaliação da terra nua a preço de mercado.

§ 3º O contribuinte cujo imóvel se enquadre nas hipóteses estabelecidas nos arts. 2º e 3º fica

dispensado da apresentação do DIAT.

Entrega do DIAT Fora do Prazo

Art. 9º A entrega do DIAT fora do prazo estabelecido sujeitará o contribuinte à multa de que trata o art. 7º, sem prejuízo da multa e dos juros de mora pela falta ou insuficiência de

recolhimento do imposto ou quota.

Seção VI

Da Apuração e do Pagamento

Subseção I

Da Apuração

Apuração pelo Contribuinte

Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte,

independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições

estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.

§ 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerar-se-á:

I - VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a:

a) construções, instalações e benfeitorias;

b) culturas permanentes e temporárias;

c) pastagens cultivadas e melhoradas;

d) florestas plantadas;

II - área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas:

a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de

1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989;

b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do

órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea

anterior;

c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira,

aquícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente,

federal ou estadual;

d) as áreas sob regime de servidão florestal. (Incluída pela Medida Provisória nº 2.166-67, de

2001)

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d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; (Incluída pela Lei nº 11.428, de 22 de

dezembro de 2006)

e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de

regeneração; (Incluída pela Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006)

f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder

público. (Incluída pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008)

III - VTNt, o valor da terra nua tributável, obtido pela multiplicação do VTN pelo quociente

entre a área tributável e a área total;

IV - área aproveitável, a que for passível de exploração agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou

florestal, excluídas as áreas:

a) ocupadas por benfeitorias úteis e necessárias;

b) de que tratam as alíneas "a", "b" e "c" do inciso II;

b) de que tratam as alíneas do inciso II deste parágrafo; (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 22

de dezembro de 2006)

V - área efetivamente utilizada, a porção do imóvel que no ano anterior tenha:

a) sido plantada com produtos vegetais;

b) servido de pastagem, nativa ou plantada, observados índices de lotação por zona de pecuária;

c) sido objeto de exploração extrativa, observados os índices de rendimento por produto e a

legislação ambiental;

d) servido para exploração de atividades granjeira e aquícola;

e) sido o objeto de implantação de projeto técnico, nos termos do art. 7º da Lei nº 8.629, de 25

de fevereiro de 1993;

VI - Grau de Utilização - GU, a relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área

aproveitável.

§ 2º As informações que permitam determinar o GU deverão constar do DIAT.

§ 3º Os índices a que se referem as alíneas "b" e "c" do inciso V do § 1º serão fixados, ouvido o

Conselho Nacional de Política Agrícola, pela Secretaria da Receita Federal, que dispensará da

sua aplicação os imóveis com área inferior a:

a) 1.000 ha, se localizados em municípios compreendidos na Amazônia Ocidental ou no

Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;

b) 500 ha, se localizados em municípios compreendidos no Polígono das Secas ou na Amazônia

Oriental;

c) 200 ha, se localizados em qualquer outro município.

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§ 4º Para os fins do inciso V do § 1º, o contribuinte poderá valer-se dos dados sobre a área

utilizada e respectiva produção, fornecidos pelo arrendatário ou parceiro, quando o imóvel, ou

parte dele, estiver sendo explorado em regime de arrendamento ou parceria.

§ 5º Na hipótese de que trata a alínea "c" do inciso V do § 1º, será considerada a área total objeto de plano de manejo sustentado, desde que aprovado pelo órgão competente, e cujo

cronograma esteja sendo cumprido pelo contribuinte.

§ 6º Será considerada como efetivamente utilizada a área dos imóveis rurais que, no ano

anterior, estejam:

I - comprovadamente situados em área de ocorrência de calamidade pública decretada pelo

Poder Público, de que resulte frustração de safras ou destruição de pastagens;

II - oficialmente destinados à execução de atividades de pesquisa e experimentação que

objetivem o avanço tecnológico da agricultura.

§ 7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d"

do inciso II, § 1º, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante,

ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo

de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

(NR)

Valor do Imposto

Art. 11. O valor do imposto será apurado aplicando-se sobre o Valor da Terra Nua Tributável -

VTNt a alíquota correspondente, prevista no Anexo desta Lei, considerados a área total do

imóvel e o Grau de Utilização - GU.

§ 1º Na hipótese de inexistir área aproveitável após efetuadas as exclusões previstas no art. 10, § 1º, inciso IV, serão aplicadas as alíquotas, correspondentes aos imóveis com grau de utilização

superior a 80% (oitenta por cento), observada a área total do imóvel.

§ 2º Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00 (dez reais).

Subseção II

Do Pagamento

Prazo

Art. 12. O imposto deverá ser pago até o último dia útil do mês fixado para a entrega do DIAT.

Parágrafo único. À opção do contribuinte, o imposto a pagar poderá ser parcelado em até três

quotas iguais, mensais e consecutivas, observando-se que:

I - nenhuma quota será inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais);

II - a primeira quota ou quota única deverá ser paga até a data fixada no caput;

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III - as demais quotas, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema de

Liquidação e de Custódia (SELIC) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a

partir do primeiro dia do mês subseqüente à data fixada no caput até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês do pagamento, vencerão no último

dia útil de cada mês;

IV - é facultado ao contribuinte antecipar, total ou parcialmente, o pagamento do imposto ou das

quotas.

Pagamento Fora do Prazo

Art. 13. O pagamento do imposto fora dos prazos previstos nesta Lei será acrescido de:

I - multa de mora calculada à taxa de 0,33% (zero vírgula trinta e três por cento), por dia de

atraso, não podendo ultrapassar 20% (vinte por cento), calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que

ocorrer o seu pagamento;

II - juros de mora calculados à taxa a que se refere o art. 12, parágrafo único, inciso III, a partir

do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do

pagamento, e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.

Seção VII

Dos Procedimentos de Ofício

Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal

procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações

sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total,

área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização.

§ 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º,

inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados

pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios.

§ 2º As multas cobradas em virtude do disposto neste artigo serão aquelas aplicáveis aos demais

tributos federais.

Seção VIII

Da Administração do Imposto

Competência da Secretaria da Receita Federal

Art. 15. Compete à Secretaria da Receita Federal a administração do ITR, incluídas as

atividades de arrecadação, tributação e fiscalização.

Parágrafo único. No processo administrativo fiscal, compreendendo os procedimentos

destinados à determinação e exigência do imposto, imposição de penalidades, repetição de

indébito e solução de consultas, bem como a compensação do imposto, observar-se-á a

legislação prevista para os demais tributos federais.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 50

Convênios de Cooperação

Art. 16. A Secretaria da Receita Federal poderá celebrar convênio com o Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária - INCRA, com a finalidade de delegar as atividades de

fiscalização das informações sobre os imóveis rurais, contidas no DIAC e no DIAT.

§ 1º No exercício da delegação a que se refere este artigo, o INCRA poderá celebrar convênios de cooperação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis - IBAMA, Fundação Nacional do Índio - FUNAI e Secretarias Estaduais de

Agricultura.

§ 2º No uso de suas atribuições, os agentes do INCRA terão acesso ao imóvel de propriedade

particular, para levantamento de dados e informações.

§ 3º A Secretaria da Receita Federal, na forma do convênio a que se refere este artigo, colocará à disposição do INCRA as informações contidas no CAFIR, para fins de levantamento,

pesquisas e proposição de ações administrativas e judiciais de política fundiária.

§ 4º Às informações enviadas ao INCRA na forma do parágrafo anterior, aplica-se o disposto no

art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Sistema Tributário Nacional.

§ 3º A Secretaria da Receita Federal, com o apoio do INCRA, administrará o CAFIR e colocará

as informações nele contidas à disposição daquela Autarquia, para fins de levantamento e

pesquisa de dados e de proposição de ações administrativas e judiciais. (Redação dada pela Lei

nº 10.267, de 2001)

§ 4º Às informações a que se refere o § 3º aplica-se o disposto no art. 198 da Lei no 5.172, de 25

de outubro de 1966. (Redação dada pela Lei nº 10.267, de 2001)

Art. 17. A Secretaria da Receita Federal poderá, também, celebrar convênios com:

I - órgãos da administração tributária das unidades federadas, visando delegar competência para

a cobrança e o lançamento do ITR;

II - a Confederação Nacional da Agricultura - CNA e a Confederação Nacional dos

Trabalhadores na Agricultura - CONTAG, com a finalidade de fornecer dados cadastrais de

imóveis rurais que possibilitem a cobrança das contribuições sindicais devidas àquelas

entidades.

Seção IX

Das Disposições Gerais

Dívida Ativa - Penhora ou Arresto

Art. 18. Na execução de dívida ativa, decorrente de crédito tributário do ITR, na hipótese de

penhora ou arresto de bens, previstos no art. 11 da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, será

penhorado ou arrestado, preferencialmente, imóvel rural, não tendo recaído a penhora ou o

arresto sobre dinheiro.

§ 1º No caso do imóvel rural penhorado ou arrestado, na lavratura do termo ou auto de penhora,

deverá ser observado, para efeito de avaliação, o VTN declarado e o disposto no art. 14.

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§ 2º A Fazenda Pública poderá, ouvido o INCRA, adjudicar, para fins fundiários, o imóvel rural

penhorado, se a execução não for embargada ou se rejeitados os embargos.

§ 3º O depósito da diferença de que trata o parágrafo único do art. 24 da Lei nº 6.830, de 22 de

setembro de 1980, poderá ser feito em Títulos da Dívida Agrária, até o montante equivalente ao

VTN declarado.

§ 4º Na hipótese do § 2º, o imóvel passará a integrar o patrimônio do INCRA, e a carta de

adjudicação e o registro imobiliário serão expedidos em seu nome.

Valores para Apuração de Ganho de Capital

Art. 19. A partir do dia 1º de janeiro de 1997, para fins de apuração de ganho de capital, nos

termos da legislação do imposto de renda, considera-se custo de aquisição e valor da venda do

imóvel rural o VTN declarado, na forma do art. 8º, observado o disposto no art. 14,

respectivamente, nos anos da ocorrência de sua aquisição e de sua alienação.

Parágrafo único. Na apuração de ganho de capital correspondente a imóvel rural adquirido

anteriormente à data a que se refere este artigo, será considerado custo de aquisição o valor

constante da escritura pública, observado o disposto no art. 17 da Lei nº 9.249, de 26 de

dezembro de 1995.

Incentivos Fiscais e Crédito Rural

Art. 20. A concessão de incentivos fiscais e de crédito rural, em todas as suas modalidades, bem como a constituição das respectivas contrapartidas ou garantias, ficam condicionadas à

comprovação do recolhimento do ITR, relativo ao imóvel rural, correspondente aos últimos

cinco exercícios, ressalvados os casos em que a exigibilidade do imposto esteja suspensa, ou em

curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora.

Parágrafo único. É dispensada a comprovação de regularidade do recolhimento do imposto

relativo ao imóvel rural, para efeito de concessão de financiamento ao amparo do Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF.

Registro Público

Art. 21. É obrigatória a comprovação do pagamento do ITR, referente aos cinco últimos

exercícios, para serem praticados quaisquer dos atos previstos nos arts. 167 e 168 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei dos Registros Públicos), observada a ressalva prevista

no caput do artigo anterior, in fine.

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis pelo imposto e pelos acréscimos legais, nos

termos do art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Sistema Tributário Nacional, os serventuários do registro de imóveis que descumprirem o disposto neste artigo, sem prejuízo de

outras sanções legais.

Depósito Judicial na Desapropriação

Art. 22. O valor da terra nua para fins do depósito judicial, a que se refere o inciso I do art. 6º

da Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, na hipótese de desapropriação do imóvel

rural de que trata o art. 184 da Constituição, não poderá ser superior ao VTN declarado,

observado o disposto no art. 14.

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Parágrafo único. A desapropriação por valor inferior ao declarado não autorizará a redução do

imposto a ser pago, nem a restituição de quaisquer importâncias já recolhidas.

Capítulo II

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos, quanto aos arts.

1º a 22, a partir de janeiro de 1997.

Art. 24. Revogam-se os arts. 1º a 22 e 25 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994.

Brasília, 19 de dezembro de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

TABELA DE ALÍQUOTAS

(Art.11)

Área total do imóvel

(em hectares)

GRAU DE UTILIZAÇÃO - GU (EM %)

Maior

que80

Maior que

65 até 80

Maior que

50 até 65

Maior que

30 até 50

Até 30

Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00

Maior que 50 até

200

0,07 0,40 0,80 1,40 2,00

Maior que 200 até

500

0,10 0,60 1,30 2,30 3,30

Maior que 500 até

1.000

0,15 0,85 1,90 3,30 4,70

Maior que 1.000 até

5.000

0,30 1,60 3,40 6,00 8,60

Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Pedro Malan

Raul Belens Jungmann Pinto

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CONCEITO DE TRIBUTO

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade

administrativa plenamente vinculada. Tributo é a obrigação imposta as pessoas fisicas e

pessoas jurídicas de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes (p.e. tribos e grupos revolucionários). É vulgarmente chamado por imposto, embora tecnicamente este seja mera

espécie dentre as modalidades de tributos.

Excluídos do conceito de tributo estão todas as obrigações que resultem de aplicação de pena ou

sanção (p.e. multa de trânsito), os tributos sempre são obrigações que resultam de um fato

regular ocorrido.[1]

Os tributos podem ser pagos em dinheiro ou em trabalho, como na figura medieval da corvéia.

Modernamente, nos sistemas tributários capitalistas, somente o dinheiro é aceito como

pagamento, subsistindo a corvéia em Estados tradicionais e pré-capitalistas.

Função dos tributos

No Brasil, os tributos podem ter função:

Fiscal: Quando tem como objetivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado.

Imposto de Renda, por exemplo; Extrafiscal: Quando o objetivo é interferir no domínio econômico, buscando regular

determinados setores da economia. As mudanças no IPI possuem essa função;

Parafiscal: Quando ocorre a delegação, pela pessoa política (União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municipios), mediante lei, da capacidade tributária ativa à terceira

pessoa (de direito público ou privado), de forma que esta arrecade o tributo, fiscalize

sua exigência e utilize-se dos recursos auferidos para a concecução de seus fins. Por

exemplo, a contribuição anual paga pelos advogados à OAB.

Tipos de tributos

São tributos cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Os impostos se caracterizam por serem de

cobrança compulsória e por não darem um retorno ao contribuinte sobre o fato gerador. Por

exemplo, um imposto sobre posse de automóvel não necessariamente será revertido em

melhorias das condições das vias urbanas ou rodovias. Principais Tipos de Impostos:

FEDERAIS No caso dos impostos federais, somente a União tem competência para instituí-los.

Os principais são:

II - Imposto sobre Importação

IE - Imposto sobre Exportação

IR – Imposto de Renda : tributo pago ao Estado a partir de um cálculo feito em cima das

remunerações (salários, lucros, juros, dividendos e aluguéis.) Há dois tipos de IR: o

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IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) e IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa

Jurídica).

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados: tributo pago a todo produto

industrializado, mesmo que este esteja em fase intermediária, parcial ou incompleta de industrialização. O IPI é regulamentado pelo Decreto 4.544 de 2002 (RIPI/2002). São

imunes ao IPI:

I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;

II – os produtos industrializados destinados ao exterior;

III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

IV – a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

IOF – Imposto sobre Operações Financeiras (Crédito, Câmbio, Seguro, ou relativas a

Títulos e Valores Imobiliários): tributo pago pelos envolvidos nas operações, com base

de cálculo diferenciada para cada uma delas.

ITR – Imposto sobre Territorial Rural: tributo pago por proprietário de terras fora do perímetro urbano. A base de cálculo é apenas em cima da terra em si, sem levar em

consideração beneficiamentos, tais como plantações.

ESTADUAIS

Os impostos Estaduais são de competência dos Estados e do Distrito Federal. Os principais são:

ITCMD - Imposto de Transmissão "causa mortis" e Doação, de qualquer bens ou

direitos.

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: tributo pago por qualquer

pessoa, física ou jurídica, que realize operações com intuito comercial e prestação de

serviços. Casos que o ICMS não é cobrado:

I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e

produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

III – operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e

combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à

comercialização;

IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento

cambial;

V – operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na

prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei

complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios,

ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;

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VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de

estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;

VII – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada

pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;

VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao

arrendatário;

IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de

sinistro para companhias seguradoras. Equipara-se às operações de que trata o item II a saída de

mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a: a)

empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa;

b) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.

IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores : tributo pago anualmente

pelos proprietários de automotores terrestres (automóveis, motocicletas). O imposto

varia de acordo com o Estado, o modelo do automotor, estado de conservação e

quilometragem e sua base de cálculo é em cima do valor de mercado.

MUNICIPAIS Os principais impostos municipais são:

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana: tributo pago

anualmente por pessoas física ou jurídicas, proprietários de imóveis em áreas urbanas.

O cálculo do tributo é baseado no valor de mercado dos imóveis, por meio de critérios

estabelecidos em lei municipal e da aplicação de alíquotas diferenciadas.

ITBI – Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis: sua hipótese de incidência, ou fato gerador in abstrato, é, genericamente, a transmissão, por ato oneroso,

de bens imóveis, excluindo-se a sucessão (causa mortis). Tem a legislação própria de

cada município. O ITBI não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos: I – quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de

capital nela subscrito; II – quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma

pessoa jurídica por outra ou com outra.

ISS – Impostos sobre Serviços: tributo pago sobre a mão-de-obra utilizada para a

execução dos serviços. Considera-se que mão-de-obra é tudo que sobrar após o desconto dos valores referentes as notas fiscais de compra de materiais. A base de

cálculo varia conforme o município.

Existe uma distinção entre impostos indiretos e impostos diretos. Estes são pagos diretamente

pelo contribuinte (o Imposto de Renda, por exemplo), enquanto aqueles têm o valor embutido no preço da transação. Um exemplo é o ICMS. Impostos indiretos também não têm qualquer

variação na renda do contribuinte.

Taxas

As taxas são tributos incidentes sobre um fato gerador e que são aplicados em contrapartida a esse fato gerador, ou seja, a taxa é a contrapartida que o contribuinte paga em razão de um

serviço público que lhe é prestado ou posto à sua disposição. Além da contrapartida de um

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serviço público prestado ou posto à disposição, as taxas também estão relacionadas ao poder de

polícia da administração, englobando fiscalizações e licenciamentos em geral.

Uma taxa só pode ser instituída por uma entidade tributante da mesma competência. Por

exemplo: taxas de luz pública só podem ser cobradas pelos municípios. Não necessariamente o

pagante da taxa vai usar o serviço, apenas terá o serviço à disposição.

As contribuições de melhoria são tributos que têm como fato gerador o benefício decorrente

das obras públicas. Cobradas somente na região beneficiada pela obra. Não necessariamente

essas contribuições refletem em "melhoria", uma vez que algumas obras públicas em

determinadas regiões tendem a desvalorizar os imóveis locais. O fundamental para o fato

gerador é o benefício decorrente da obra pública.

Assim, a contribuição de melhoria é instituída para custear obras públicas das quais decorram

em valorização de bens imóveis e tem como limite total da cobrança o custo da obra e limite

individual, a valorização acrescida a cada imóvel.[2]

Contribuições Especiais

Também chamadas de contribuições sociais ou parafiscais,[2]

estão previstas nos artigos 149 e 149-A da Constituição Federal, sendo tributos cuja característica principal é a finalidade para a

qual é destinada sua arrecadação. Podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico, de

interesse de categorias econômicas ou profissionais e para custeio do serviço de iluminação

pública (COSIP).

As contribuições especiais possuem finalidade e destino certo, definidos na lei que institui cada

contribuição.

Empréstimo compulsório

Segundo o art. 148 da Constituição Federal, a União poderá instituir, mediante lei

complementar, empréstimos compulsórios:

1. para atender às despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra

externa ou sua iminência;

2. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 57

CONCEITO DE IMPOSTO

Definição

Impostos são valores pagos, realizados em moeda nacional (no caso do Brasil em reais), por

pessoas físicas e jurídicas (empresas). O valor é arrecadado pelo Estado (governos municipal, estadual e federal) e servem para custear os gastos públicos com saúde, segurança, educação,

transporte, cultura, pagamentos de salários de funcionários públicos, etc. O dinheiro

arrecadado com impostos também é usado para investimentos em obras públicas (hospitais,

rodovias, hidrelétricas, portos, universidades, etc.).

Os impostos incidem sobre a renda (salários, lucros, ganhos de capital) e patrimônio (terrenos,

casas, carros, etc.) das pessoas físicas e jurídicas.

A utilização do dinheiro proveniente da arrecadação de impostos não é vinculada a gastos

específicos. O governo, com a aprovação do legislativo, é quem define o destino dos valores,

através do orçamento.

O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Atualmente, ela corresponde

a, aproximadamente, 37% do PIB (Produto Interno Bruto).

Lista dos principais impostos cobrados no Brasil são:

Federais

- IR (Imposto de Renda) - Imposto sobre a renda de qualquer natureza. No caso de salários,

este imposto é descontado direto na fonte.

- IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados.

- IOF - Imposto sobre Operações Financeiras (Crédito, Operações de Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários).

- ITR - Imposto Territorial Rural (aplicado em propriedades rurais).

Estaduais

- ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

- IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (carros, motos, caminhões)

Municipais

- IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (sobre terrenos, apartamentos, casas, prédios comerciais)

- ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a eles

relativos

- ISS - Impostos Sobre Serviços

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 58

CONCEITO DE TAXAS

Taxa é a exigência financeira a pessoa privada ou jurídica para usar certos serviços

fundamentais, ou pelo exercício do poder de polícia, imposta pelo governo ou alguma

organização política ou governamental. É uma das formas de tributo.

Definição

Na legislação tributária brasileira, taxa é um tributo em que "a contraprestação de serviços públicos ou de benefícios feitos, postos à disposição ou custeados pelo Estado, em favor de

quem paga ou por este provocado" (definição de Aliomar Baleeiro, amplamente utilizada nos

circuitos jurídicos).

Ou seja, é uma quantia obrigatória em dinheiro paga em troca de algum serviço público

fundamental (ou para o exercício do poder de polícia), oferecido diretamente pelo estado.

A taxa, assim como os demais tributos, possui base de cálculo a ser definida na lei instituidora. No entanto, a base de cálculo deve ser diversa daquela determinada aos impostos, diante da

vedação expressa na Constituição Federal. Além disso, a base de cálculo deve ter correlação ao

custo da atividade prestada pelo Estado, caso contrário haverá o enriquecimento sem causa, fato não permitido pelo Direito. Os valores dependem apenas do serviço prestado. Taxas também

são vinculados a um destino: à manutenção e desenvolvimento do próprio serviço prestado.

Sob pena de se configurar a proibida "bi-tributação", não pode ser cobrada Taxa dos serviços ou

circunstâncias que servem como "base de cálculo" de qualquer outro tributo.

Um conceito bastante similar é de tarifa. Em tarifa o serviço prestado é facultativo, e o

pagamento é coletado indiretamente pelo Estado, através de terceiros.

Exemplos de taxas são as taxas de recolhimento de lixo urbano, pedágios em rodovias estatais,

etc

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O CORRETOR DE IMÓVEIS E A LEGISLAÇÃO BÁSICA

LEI Nº 6.530, DE 12 DE MAIO DE 1978.

Dá nova regulamentação à profissão de Corretor

de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus

órgãos de fiscalização e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, no território nacional, é regido

pelo disposto na presente lei.

Art. 2º O exercício da profissão de Corretor de Imóveis será permitido ao possuidor de

título de Técnico em Transações Imobiliárias.

Art. 3º Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda,

permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária.

Parágrafo único. As atribuições constantes deste artigo poderão ser exercidas, também, por

pessoa jurídica inscrita nos termos desta lei.

Art. 4º A inscrição do Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica será objeto de Resolução do

Conselho Federal de Corretores de Imóveis.

Art. 5º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos de disciplina e

fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imóveis, constituídos em autarquia, dotada de personalidade jurídica de direito público, vinculada ao Ministério do Trabalho, com

autonomia administrativa, operacional e financeira.

Art. 6º As pessoas jurídicas inscritas no Conselho Regional de Corretores de Imóveis

sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos direitos das pessoas físicas nele inscritas.

Parágrafo único. As pessoas jurídicas a que se refere este artigo deverão ter como sócio

gerente ou diretor um Corretor de Imóveis individualmente inscrito.

Art. 7º Compete ao Conselho Federal e aos Conselhos Regionais representar, em juízo ou fora dele, os legítimos interesses da categoria profissional, respeitadas as respectivas áreas de

competência.

Art. 8º O Conselho Federal terá sede e foro na Capital da República e jurisdição em todo o

território nacional.

Art. 9º Cada Conselho Regional terá sede e foro na Capital do Estado, ou de um dos

Estados ou Territórios da jurisdição, a critério do Conselho Federal.

Art. 10. O Conselho Federal será composto por dois representantes, efetivos e suplentes, de

cada Conselho Regional, eleitos dentre os seus membros.

Art. 11. Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos,

eleitos dois terços por votação secreta em assembléia geral especialmente convocada para esse

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fim e um terço integrado por representantes dos Sindicatos de Corretores de Imóveis que

funcionarem regularmente na jurisdição do Conselho Regional.

Art. 11. Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos e

igual número de suplentes, eleitos em chapa pelo sistema de voto pessoal indelegável, secreto e obrigatório, dos profissionais inscritos, sendo aplicável ao profissional que deixar de votar, sem

causa justificada, multa em valor máximo equivalente ao da anuidade. (Redação dada pela Lei

nº 10.795, de 5.12.2003)

Parágrafo único. O disposto neste artigo somente será observado nas eleições para

constituição dos Conselhos Regionais após o término dos mandatos vigentes na data desta lei.

(Revogado pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

Art. 12. Somente poderão ser membros do Conselho Regional os Corretores de Imóveis

com inscrição principal na jurisdição há mais de dois anos e que não tenham sido condenados

por infração disciplinar.

Art. 13. Os Conselhos Federal e Regionais serão administrados por uma diretoria, eleita

dentre os seus membros.

§ 1º A diretoria será composta de um presidente, dois vice-presidentes, dois secretários e

dois tesoureiros.

§ 2º Junto aos Conselhos Federal e Regionais funcionará um Conselho Fiscal, composto de

três membros, efetivos e suplentes, eleitos dentre os seus membros.

Art. 14. Os membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais terão mandato de

três anos.

Art. 15. A extinção ou perda de mandato de membro do Conselho Federal e dos Conselhos

Regionais ocorrerá:

I - por renúncia;

Il - por superveniência de causa de que resulte o cancelamento da inscrição;

III - por condenação a pena superior a dois anos, em virtude de sentença transitada em

julgado;

IV - por destituição de cargo, função ou emprego, mencionada à prática de ato de

improbidade na administração pública ou privada, em virtude de sentença transitada em julgado;

V - por ausência, sem motivo justificado, a três sessões consecutivas ou seis intercaladas

em cada ano.

Art. 16. Compete ao Conselho Federal:

I - eleger sua diretoria;

II - elaborar e alterar seu regimento;

III - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua diretoria, bem como a previsão

orçamentária para o exercício seguinte;

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 61

IV - criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-regiões, fixando-lhes a sede e jurisdição;

V - baixar normas de ética profissional;

VI - elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imóveis, de observância

obrigatória pelos inscritos;

VII - fixar as multas, anuidades e emolumentos devidos aos Conselhos Regionais;

VIII - decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;

IX - julgar os recursos das decisões dos Conselhos Regionais;

X - elaborar o regimento padrão dos Conselhos Regionais;

XI - homologar o regimento dos Conselhos Regionais;

XII - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Regionais;

XIII - credenciar representante junto aos Conselhos Regionais, para verificação de

irregularidades e pendências acaso existentes;

XIV - intervir temporariamente nos Conselhos Regionais, nomeando diretoria provisória,

até que seja regularizada a situação ou, se isso não ocorrer, até o término do mandato:

a) se comprovada irregularidade na administração;

b) se tiver havido atraso injustificado no recolhimento da contribuição;

XV - destituir diretor de Conselho Regional, por ato de improbidade no exercício de suas

funções;

XVI - promover diligências, inquéritos ou verificações sobre o funcionamento dos

Conselhos Regionais e adotar medidas para sua eficiência e regularidade;

XVII - baixar resoluções e deliberar sobre os casos omissos.

§ 1o Na fixação do valor das anuidades referidas no inciso VII deste artigo, serão

observados os seguintes limites máximos: (Incluído pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

I – pessoa física ou firma individual: R$ 285,00 (duzentos e oitenta e cinco reais);

(Incluído pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

II – pessoa jurídica, segundo o capital social: (Incluído pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

a) até R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais): R$ 570,00 (quinhentos e setenta reais);

(Incluído pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

b) de R$ 25.001,00 (vinte e cinco mil e um reais) até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais): R$ 712,50 (setecentos e doze reais e cinqüenta centavos); (Incluído pela Lei nº 10.795, de

5.12.2003)

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 62

c) de R$ 50.001,00 (cinqüenta mil e um reais) até R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais):

R$ 855,00 (oitocentos e cinqüenta e cinco reais); (Incluído pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

d) de R$ 75.001,00 (setenta e cinco mil e um reais) até R$ 100.000,00 (cem mil reais): R$

997,50 (novecentos e noventa e sete reais e cinqüenta centavos); (Incluído pela Lei nº 10.795,

de 5.12.2003)

e) acima de R$ 100.000,00 (cem mil reais): R$ 1.140,00 (mil, cento e quarenta reais).

(Incluído pela Lei nº 10.795, de 5.12.2003)

§ 2o Os valores correspondentes aos limites máximos estabelecidos no § 1

o deste artigo

serão corrigidos anualmente pelo índice oficial de preços ao consumidor. (Incluído pela Lei nº

10.795, de 5.12.2003)

Art. 17. Compete aos Conselhos Regionais:

I - eleger sua diretoria;

II - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua diretoria, bem como a previsão orçamentária para o exercício seguinte, submetendo essa matéria à consideração do Conselho

Federal;

III - propor a criação de sub-regiões, em divisões territoriais que tenham um número

mínimo de Corretores de Imóveis inscritos, fixado pelo Conselho Federal;

IV - homologar, obedecidas as peculiaridades locais, tabelas de preços de serviços de

corretagem para uso dos inscritos, elaboradas e aprovadas pelos sindicatos respectivos;

V - decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretor de Imóveis e de pessoas jurídicas;

VI - organizar e manter o registro profissional das pessoas físicas e jurídicas inscritas;

VII - expedir carteiras profissionais e certificados de inscrição;

VIII - impor as sanções previstas nesta lei;

IX - baixar resoluções, no âmbito de sua competência.

Art. 18. Constituem receitas do Conselho Federal:

I - a percentagem de vinte por cento sobre as anuidades e emolumentos arrecadados pelos

Conselhos Regionais;

II - a renda patrimonial;

III - as contribuições voluntárias;

IV - as subvenções e dotações orçamentárias.

Art. 19. Constituem receitas de cada Conselho Regional:

I - as anuidades, emolumentos e multas;

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Il - a renda patrimonial;

III - as contribuições voluntárias;

IV - as subvenções e dotações orçamentárias.

Art. 20. Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscritos nos órgãos de que trata a

presente lei é vedado:

I - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados;

Il - auxiliar, ou por qualquer meio facilitar, o exercício da profissão aos não inscritos;

III - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado através de

documento escrito;

IV - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade de profissional sem mencionar o

número de inscritos;

V - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o número de registro do

loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis;

VI - violar o sigilo profissional;

VII - negar aos interessados prestação de contas ou recibo de quantias ou documentos que

lhe tenham sido entregues a qualquer título;

VIII - violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão;

IX - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou

contravenção;

X - deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional.

Art. 21. Compete ao Conselho Regional aplicar aos Corretores de Imóveis e pessoas

jurídicas as seguintes sanções disciplinares;

I - advertência verbal;

II - censura;

III - multa;

IV - suspensão da inscrição, até noventa dias;

V - cancelamento da inscrição, com apreensão da carteira profissional.

§ 1º Na determinação da sanção aplicável, orientar-se-á o Conselho pelas circunstâncias de

cada caso, de modo a considerar leve ou grave a falta.

§ 2º A reincidência na mesma falta determinará a agravação da penalidade.

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§ 3º A multa poderá ser acumulada com outra penalidade e, na hipótese de reincidência na

mesma falta, aplicar-se-á em dobro.

§ 4º A pena de suspensão será anotada na carteira profissional do Corretor de Imóveis ou

responsável pela pessoa jurídica e se este não a apresentar para que seja consignada a

penalidade, o Conselho Nacional poderá convertê-la em cancelamento da inscrição.

Art. 22. Aos servidores dos Conselhos Federal e Regionais de Corretores de Imóveis

aplica-se o regime jurídico das Leis do Trabalho.

Art. 23. Fica assegurado aos Corretores de Imóveis, inscritos nos termos da Lei nº 4.116,

de 27 de agosto de 1962, o exercício da profissão, desde que o requeiram conforme o que for

estabelecido na regulamentação desta lei.

Art. 24. Esta lei será regulamentada no prazo de trinta dias a partir da sua vigência.

Art. 25. Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Art. 26. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei número 4.116, de 27

de agosto de 1962.

Brasília, 12 de maio de 1978; 157º da Independência e 90º da República.

ERNESTO GEISEL

Arnaldo Prieto

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Transações imobiliárias – Bases Jurídicas do Comércio Imobiliário 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FELIPE, Jorge Franklin Alves e Geraldo Magela Alves. O Novo Código Civil Anotado, Rio de

Janeiro: Forense, 2003.

REZENDE, Afonso Celso F. de. Dicionário: Direito Imobiliário e Afins, Campinas/SP :

Coppola, 2000.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, São Paulo: Atlas, 2000.

Código Tributário Nacional – CTN, São Paulo: Saraiva, 2002.

Constituição Federal de 05/10/ 1988, São Paulo: Saraiva, 2002.

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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