trabalho de dieto-doenças do sangue

Upload: lukasedf

Post on 08-Jul-2015

147 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1. INTRODUO O sistema hematopoitico constitui-se num complexo formado por rgos

hemoformadores (medula ssea, gnglios linfticos, bao e fgado) e o sangue, e a medula ssea o principal rgo hemoformador. O sangue formado por um componente lquido (plasma) e por clulas em suspenso (eritrcitos, leuccitos e plaquetas). As hemcias apresentam como principal funo o transporte de oxignio o qual realizado pela hemoglobina. As clulas leucocitrias tm funo de conferir imunidade ao organismo e so constitudas pelos granulcitos, linfcitos e moncitos (clulas originrias dos macrfagos). Os granulcitos so compostos de trs tipos de clulas, a saber: neutrfilo, eosinfilo, e basfilo. As clulas neutroflicas tm como principal funo prevenir ou retardar a introduo de agentes infecciosos e outros materiais estranhos. Os eosinfilos apresentam dois principais papis no mecanismo de defesa: ao contra parasitas e modulador das reaes de hipersensibilidade. J os basfilos migram para os locais onde foi injetada uma protena estranha (OLIVEIRA, 1990; JAMRA & LORENZI, 1997). Os moncitos apresentam capacidade de fagocitao de elementos estranhos e participam de reaes imunolgicas. As plaquetas fazem parte do mecanismo primrio da hemostasia e da coagulao (OLIVEIRA, 1990). A hematopoiese designa um complexo processo de proliferao e diferenciao de elementos figurados do sangue, necessrio contnua substituio das clulas sanguneas de curta sobrevida. A ao hematopoitica dependente dos minerais ferro e cobre, das vitaminas piridoxina, cianocobalamina, riboflavina, cido flico e cido ascrbico, sendo influenciada por diversos mediadores endgenos, como interleucinas, eritropoietina, fatores de crescimento mielides e outros. A carncia de um desses agentes hematopoiticos ou alguma disfuno neste sistema por condies genticas ou adquiridas ao longo da vida tem como consequncia inadequao das clulas sanguneas funcionais acarretando em agravos a sade como as doenas hematolgicas. 2. DOENAS HEMATOLGICAS 2.1. ANEMIAS A anemia definida como processo patolgico no qual a concentrao de hemoglobina (Hb), contida nos glbulos vermelhos, encontra-se anormalmente baixa, respeitando se as variaes segundo idade, sexo e altitude em relao ao nvel do mar, em conseqncia de vrias situaes como infeces crnicas, problemas hereditrios sanguneos, carncia de um ou mais nutrientes

essenciais, necessrios na formao da hemoglobina, como cido flico, Vitaminas B12, B6 e C e protenas (OMS, 1968). Neste sentido, as anemias caracterizadas pela sntese deficiente de hemoglobina podem ser divididas em trs grupos, dependendo de qual dos trs compostos est deficiente. No grupo das anemias caracterizadas por distrbios do metabolismo de ferro, podemos classificar a anemia ferropriva e a anemia de doena crnica como sendo as mais comuns (KRUSHNER, 1993). 2.1.1 ANEMIAS CARENCIAIS ANEMIA FERROPRIVA Na anemia ferropriva ocorre diminuio dos nveis plasmticos de ferro. Os locais de reserva de ferro dos macrfagos esto depletados e, portanto, no podem fornec-lo para o plasma. Conseqentemente, a concentrao plasmtica de ferro cai a nveis que limitam a eritropoese. Os grupos mais vulnerveis para o desenvolvimento da anemia ferropriva so lactentes, crianas menores de 5 anos e mulheres em idade frtil (LEE, 1998). Os sinais e os sintomas mais freqentemente observados so inespecficos, como anorexia, palidez, perverso do apetite, geofagia, apatia, adinamia, irritabilidade, cansao, fraqueza muscular e dificuldade na realizao de atividade fsica. O diagnstico do estado nutricional relativo ao ferro realizado principalmente por meio de exames laboratoriais. Os indicadores de deficincia de ferro so difceis de interpretar em crianas, devido s variaes fisiolgicas em diversas fases do crescimento e do desenvolvimento, alm de sofrerem influncia de outros fatores, como os processos infecciosos (SBP, 2007). As perdas dirias do ferro situam-se em torno de 1 mg em decorrncia, principalmente, da descamao celular. Alm disso, pequenas quantidades so tambm perdidas pela urina, suor e fezes. Outras situaes como menstruao, lactao e parasitoses, podem determinar perdas adicionais de ferro (De Angelis, 1993). O trato intestinal tem um papel muito importante no mecanismo de reciclagem do ferro corporal, pois a absoro pode ser modificada conforme as necessidades do organismo, ou seja, quando as reservas so baixas, ocorre aumento significativo da absoro e, contrariamente, quando altas, sua inibio (QUEIROZ et al, 2000). A preveno da anemia ferropriva e da deficincia de ferro deve ser planejada priorizandose a educao nutricional e condies ambientais satisfatrias e envolvendo-se: o incentivo ao aleitamento materno exclusivo at o sexto ms; a no utilizao do leite de vaca no primeiro ano de vida; a suplementao medicamentosa profiltica; a fortificao de alimentos de consumo massivo; o controle de infeces; acesso a gua e esgoto adequados; e o estmulo ao consumo de alimentos

que contenham ferro de alta biodisponibilidade na fase de introduo da alimentao complementar e em fases de maior vulnerabilidade a essa deficincia, como a adolescncia (SBP, 2007). ANEMIA MEGALOBLSTICA 2.1.2 ANEMIAS POR INSUFICINCIA MEDULAR ANEMIA DE DOENA CRNICA Na anemia de doena crnica, ocorre tambm diminuio dos nveis plasmticos de ferro. Entretanto, apesar do nvel de ferro dos macrfagos serem considerados normais ou aumentados, o fluxo ao plasma parece estar parcialmente bloqueado. Deste modo, o ferro acumula-se no macrfago, enquanto o nvel plasmtico cai e a medula est privada de suprimentos adequados (LEE, 1998). Freqentemente, as doenas infecciosas, inflamatrias, traumticas ou neoplsicas, que persistem por mais de um ou dois meses, so acompanhadas por uma anemia leve a moderada, denominada muitas vezes como anemia da inflamao ou infeco ou ainda como anemia de doena crnica (Carvalho et al, 2006). A anemia normoctica e normocrmica ou hipocrmica, podendo ainda ocorrer hipocromia e microcitose em 20 a 30% dos pacientes com doena crnica. Porm, a microcitose, quando ocorre, no to acentuada como na anemia ferropriva, sendo que o volume corpuscular mdio VCM - raras vezes se encontra abaixo de 72 fL (fentolitros) (KUSHNER, 1993) Na patognese da anemia de doena crnica ocorre encurtamento leve a moderado da sobrevida das hemcias (cerca de 80 dias, ao invs de 120 dias normais), (ALVIN et at, 1987). Este fenmeno atribudo ao estado de hiperatividade do sistema mononuclear fagocitrio, desencadeado por processo infeccioso, inflamatrio ou neoplsico, levando remoo precoce dos eritrcitos circulantes. Outros fatores tais como a febre, a liberao de hemolisinas e a liberao de toxinas bacterianas, podem levar ao aumento da hemlise. A anemia de doena crnica representa uma defesa do organismo contra a proliferao de microrganismos e de clulas neoplsicas e pode estar envolvida, juntamente com a febre, como estratgia complementar que o organismo emprega para se proteger da doena. O baixo nvel de ferro plasmtico inibe o crescimento bacteriano. Desta forma, as anormalidades no metabolismo de ferro podem representar um mecanismo evoludo de defesa do hospedeiro contra a invaso bacteriana (CANADO & CHIATTONE, 2002). Tal fenmeno denominado imunidade nutricional.

Nas anemias de doena crnica, importante ter cautela ao se utilizar o ferro, pois este pode representar um papel crtico, podendo estar biodisponvel para os organismos patognicos, os quais se utilizaro deste para suas prprias funes, agravando assim as infeces. ANEMIA DE INSUFICINCIA RENAL Esse quadro anmico uma complicao frequentemente encontrada nos pacientes portadores de IRC e est relacionada com a intensidade da insuficincia renal. Ela pode ser consequente s diversas causas, sendo a deficincia relativa de eritropoetina o fator mais comum (ABENSUR, 2004). Alm da deficincia de eritropoetina outras situaes podem contribuir para o advento de anemia em pacientes portadores de doena renal crnica, como: deficincia de ferro, deficincia de cido flico e vitamina B12; perdas sangneas, hemlise e inflamao. Os seguintes exames podero fazer parte de uma investigao sumria de causa de anemia nesta populao de pacientes: ndices hematimtricos, contagem de reticulcitos, ferro srico, saturao de transferrina, ferritina srica e pesquisa de sangue oculto nas fezes. A anemia, principal conseqncia hematolgica da IRC, constitui o fator responsvel pela limitao da capacidade fsica dos pacientes renais crnicos, prejudica a sua reabilitao social e profissional e acarreta uma qualidade de vida insatisfatria. A eritropoietina humana recombinante tem sido utilizada no tratamento de anemia de IRC desde 1986. A eritropoetina e uma glicoproteina responsvel pela estimulao da formao de eritrcitos atuando como fator hormonal de estimulao mittica e diferenciao e aumentando a formao de eritrcitos a partir dos precursores do compartimento celular de origem. O tratamento com Epo possibilita a reduo na mortalidade e na morbidade, a melhora das funes cardaca, cerebral e cognitiva e contribui para a melhor qualidade de vida de renais crnicos (Romo et al, 1992). Frmaco: Segundo Jenner Cruz et al, 2002, o sacarato de hidrxido de ferro III, para reposio parenteral de ferro, o que diminui em 40% a dose de rHuEPO (forma recombinante humana), alm de estar associada a menor efeito colateral, ANEMIA APLSTICA As anemias aplsticas so caracterizadas pelos seguintes achados diagnsticos: pancitopenia perifrica e alteraes na medula ssea (depleo celular e presena de hipoplasia grave ou aplasia). Nesses quadros h substituio das clulas hematopoiticas por tecido adiposo (YOUNG, 2002). O sangramento o sintoma inicial mais comum, manifestado, principalmente,

atravs de hemorragia gengival e fluxo menstrual excessivo. Os quadros infecciosos apresentam-se incomuns no incio da doena, podendo vir a ocorrer com o avano da mesma. As anemias aplsticas so basicamente classificadas em congnitas, adquiridas e idiopticas (JAMRA & LORENZI 1997; YOUNG, 2002). Em geral, homens e mulheres so acometidos com igual freqncia, sendo mais comum em crianas e adultos jovens, apresentando, tambm, pico importante em indivduos idosos. Em termos etiolgicos vrios fatores qumicos, fsicos e farmacolgicos tm sido apontados como associados ao aparecimento de anemia aplstica. Os fatores que esto, ocasionalmente, associados a casos de aplasia medular so: agentes antimicrobianos, anticonvulsivos, analgsicos e dipirona (OLIVEIRA, 1990). 2. ANEMIAS HEMOLTICAS TALASSEMIA ANEMIA FALCIFORME uma das doenas hereditrias mais comuns no Brasil e apresenta, j nos primeiros anos de vida, manifestaes clnicas importantes, o que representa um srio problema de sade pblica no pas. A doena falciforme resultante de alterao gentica caracterizada pela presena de um tipo anormal de hemoglobina denominada Hemoglobina S (HbS). Ela faz com que as hemcias adquiram a forma de foice (da o nome falciforme), em ambiente de baixa oxigenao, dificultando sua circulao e provocando obstruo vascular. As hemcias tm a funo de carregar oxignio para os tecidos, principal combustvel para os rgos. No caso da doena falciforme, pelo fato de as hemcias apresentarem a forma de foice so destrudas precocemente, alm de se agregarem e diminuir a viscosidade do sangue nos pequenos vasos do corpo. Com isso, ocorre leso nos rgos atingidos, causando dor, destruio dos glbulos vermelhos, ictercia e anemia. A forma mais frequente da doena, e tambm a mais grave, a homozigtica, que denominada Anemia Falciforme ou Drepanocitose (Hb SS) e ocorre quando a criana herda de ambos os pais o gene S. Quando a criana herda o gene S de um dos pais e, do outro, o gene para a Hemoglobina A normal, ela ser apenas portadora do Trao Falciforme (HbAS). Nesse caso, no apresentar a doena, podendo, no entanto, transmiti-la aos filhos.

4. DEFEITOS DA COAGULAO

PRPURA A prpura trombocitopnica idioptica (PTI), tambm conhecida como prpura trombocitopnica imunonolgica, autoimune ou isoimune, uma doena adquirida e geralmente benigna, de causa desconhecida, que se caracteriza por trombocitopenia (baixas contagens de plaquetas), (MS, 2010), e o resultado um aumento da tendncia para as hemorragias. Apesar da etiologia desconhecida, reconhecem-se autoanticorpos, geralmente da classe IgG, direcionados a antgenos da membrana plaquetria. Uma vez que a plaqueta apresenta um anticorpo aderido sua membrana, reconhecida por macrfagos localizados no bao e em outras reas de tecido reticuloendotelial, onde so destrudas, levando a um menor tempo de vida mdio plaquetrio e, consequentemente, a menores contagens de plaquetas circulantes. Pode ser classifcada, de acordo com a faixa etria acometida, como infantil ou adulta e, quanto ao tempo de evoluo, como aguda ou crnica. A prpura trombocitopnica aguda mais comum em crianas com uma incidncia anual em torno de 3-8 casos por 100.000, com maior nmero de casos entre os 2-5 anos de idade e com leve predomnio no sexo masculino. Em cerca de 75% dos pacientes, o episdio segue vacinao ou infeco, como varicela ou mononucleose infecciosa. A maioria dos casos deve-se a ligao de imunocomplexos inespecficos. As remisses espontneas so usuais, mas em cerca de 5 a 10% dos casos a doena fica crnica (durao superior a 6 meses). Felizmente a morbidade e a mortalidade na PTI aguda so muito baixas. J na PTI crnica, existem incidncias mais altas em mulheres com idade entre 15 e 50 anos, mas alguns relatos recentes sugerem haver aumento da incidncia com o passar dos anos. a causa mais comum de trombocitopenia sem anemia ou neutropenia. Geralmente idioptica (por isso a sigla PTI, tambm serviria para prpura trombocitopnica imunolgica), mas pode ser vista em associao com outras doenas como lpus eritematoso sistmico, infeco por vrus (HIV, HCV), leucemia linfoctica crnica, doena de Hodgkin e anemia hemoltica auto-imune. O incio quase sempre incidioso, com petquias, equimoses fceis e, em mulheres, menorragia. Sangramento das mucosas, como epistaxe ou sangramento gengival, ocorre em casos graves, mas, felizmente, a hemorragia intracraniana rara. HEMOFILIAS A Hemofilia um distrbio de coagulao sangunea geneticamente determinado quase que exclusivamente aos homens (doena recessiva ligada ao cromossomo X). Em 85% dos casos causada por deficincia do fator VIII, sendo denominada hemofilia tipo A ou hemofilia clssica. Em

aproximadamente 15% dos casos, ocorre deficincia do fator IX (hemofilia tipo B). A reduo dos nveis funcionais dos FVIII e FIX resulta em prolongamento do tempo de sangramento. As hemofilias tm a mesma apresentao clnica, sendo a dosagem especfica dos fatores a nica forma de distino entre as mesmas. A diferenciao importante, pois o tratamento especfico com relao ao tipo do fator a ser reposto. Historicamente, a mortalidade dos portadores de hemofilia e outros distrbios congnitos de coagulao era devida hemorragia incontrolada associada severa deficincia de fatores de coagulao VII e IX. Dependendo dos nveis de fatores mensurados no plasma, a hemofilia pode ser classificada em leve (6 25% de atividade de fator), moderada (1 5% de atividade) e grave (< 1%). Todos os membros com hemofilia de uma mesma famlia tm o mesmo grau de deficincia de fator. Ospacientes com hemofilia podem apresentar sangramentos espontneos ou relacionados a traumas. O sangramento espontneo mais comum na hemofilia grave. As articulaes so geralmente as mais afetadas, mas qualquer outra parte do corpo, inclusive o sistema nervoso central (SNC), pode estar sujeito hemorragia espontnea (GUYTON & HALL, 1997).

Na infncia, um sangramento pode se manifestar como mancha ou hematoma, mas medida que a criana vai ficando mais velha a hemorragia intra-articular ou a hemartrose ocorre com maior freqncia. O quadro clnico da hemofilia mostra que o sucesso do tratamento a preveno de hemorragias associando o tratamento precoce de reposio e a fisioterapia como parte dos cuidados integrais ao indivduo hemoflico. Somente o conjunto desses dois acompanhamentos pode reduzir a incidncia de artropatias hemoflicas. Esses derrames articulares so sempre provocados por microtraumas e so mais freqentemente notados nas grandes articulaes, apenas nos casos mais graves da doena ocorrem hemorragias espontneas. A hemofilia uma doena cara, pois seu tratamento extremamente dependente de fatores de reposio para a coagulao. Porm, a introduo do tratamento com plasma derivado do fator VIII (FVIII) humano tem proporcionado aos pacientes com hemofilia A uma qualidade e expectativa de vida similar da populao em geral. FARMACOTERAPIA Desmopressina: um anlogo sinttico da vasopressina, til nos pacientes com hemofilia leve que obtiverem boa resposta aps realizao de um teste prvio com a droga. A desmopressina estimula a liberao do fator VIII endgeno pelas clulas endoteliais para circulao sistmica, podendo aumentar de 2 a 3 vezes os nveis do fator VIII. Assim, uma alternativa para hemorragias menos graves em pacientes com hemofilia leve. A administrao pode ser por via venosa, subcutnea ou intranasal (spray especfico para hemoflicos). A dose por via venosa de 0,3 g.kg -1 diludo em 30

a 50 ml de soluo fisiolgica, infundidos em 15 a 20 minutos. A dose intranasal de 150 g.kg -1, para indivduos com menos de 50 kg e 300 g.kg-1, para indivduos com mais de 50 kg (DiMichele D et al, 1998). DOENA DE VON WILLEBRAND uma doena hemorrgica hereditria causada por uma diminuio ou uma disfuno da protena chamada fator de von Willebrand (O fator de von Willebrand uma glicoprotena produzida pelas clulas endoteliais e megacaricitos, presente no plasma e nas plaquetas - FvW). Isto ocorre devido mutao no cromossomo 12 e caracterizada por deficincia qualitativa ou quantitativa do fator de von Willebrand. A diversidade de mutaes leva ao aparecimento das mais variadas manifestaes clnicas possibilitando a diviso dos pacientes em vrios tipos e subtipos clnicos. A coagulopatia se manifesta basicamente atravs da disfuno plaquetria associada diminuio dos nveis sricos do fator VIII coagulante. Essa a doena atinge igualmente ambos os sexos; porm, mulheres tm mais probabilidade de ter a doena diagnosticada pelas manifestaes durante a menstruao. O quadro clnico, em geral, de instalao abrupta, podendo ocorrer: sangramentos cutneos (presena de petquias - pequenos pontos vermelhos no corpo, na pele ou mucosas, causada por uma pequena hemorragia de vasos sanguneos); equimoses; sangramentos mucosos: presena de epistaxe (sangramentos nasais), gengivorragia, menorragia, hematria ou sangramentos no trato gastrointestinal, sangramentos menstruais prolongados. 6. LEUCEMIA Leucemias so neoplasias malignas das clulas primitivas hematopoiticas que se originam na medula ssea e se distribuem pelo sangue circulante e por outros rgos. Esses tipos de neoplasias constituem-se em cerca de 3% dos cnceres mundiais. A incidncia mundial destas doenas da ordem de 2 a 12 casos por 100.000 em homens e de 1 a 11 por 100.000 no sexo feminino. No Brasil, a proporo de bitos por leucemias, no perodo de 1995 e 1999, foi de 3,79% no sexo masculino e de 4,49% no sexo feminino (BRASIL, 2002). As leucemias mais freqentes so classificadas segundo: o grau de diferenciao das clulas (agudas e crnicas) e a linhagem predominante de clulas (mielide e linfide) e sua incidncia varia de acordo com a idade, o tipo de leucemia e o sexo acometido.

LEUCEMIA MIELIDE AGUDA (LMA) A LMA definida como um grupo de neoplasias de base medular que apresentam analogias clnicas entre si, porm aspectos morfolgicos e citogenticos distintos. A clula de origem, em casos de LMA, um blasto que mais frequentemente possui uma diferenciao mielide ou monoctica (JAMRA & LORENZI, 1997).

LEUCEMIA LINFOBLSTICAS AGUDA (LLA) Acometem, mais comumente, crianas e adultos jovens e representam aproximadamente

30% dos cnceres infantis, sendo mais comum em indivduos brancos do sexo masculino. Estas doenas so definidas como linfoproliferativas malignas e se originam a partir da proliferao de uma nica clula linfocitria (JAMRA & LORENZI, 1997). Nas leucemias agudas comum encontrar queixas de fadiga, febre, dores sseas e articulares; ao exame fsico poder ser encontrada palidez, petquias ou prpuras, sangramento e hepatoesplenomegalia. 7. DOENAS LINFOPROLIFERATIVAS CRNICAS LEUCEMIAS MIELIDES CRNICAS (LMC) Podem manifestar-se em qualquer idade, porm sua frequncia aumenta regularmente com o passar dos anos, afetando mais homens que mulheres. A incidncia geral desta neoplasia de 1,3 por 100.000 indivduos/ano (ASTER & KUMAR, 2002). Os sintomas clnicos das leucemias modificam-se de acordo com seu tipo. Nas leucemias crnicas os sintomas iniciais so inespecficos e inclui fadiga, perda de peso, e anorexia; ao exame fsico podero ser encontrados quadros de hepatoesplenomegalia e adenomegalia (JAMRA & LORENZI, 1997; ATHENS, 1998). Inmeros fatores etiolgicos tm sido associados ocorrncia das leucemias, como por exemplo: radiao ionizante, radiao no-ionizante (campos eletromagnticos de freqncia extremamente baixa), agentes quimioterpicos, agentes infecciosos virais, benzeno, agrotxicos e fatores genticos. Dentre os tipos de leucemia, a LMC a que apresenta uma relao mais definida do ponto de vista gentico, medida que, cerca de 90% dos casos desta doena, parecem estar associados presena de um cromossomo denominado de Philadelphia (SULLIVAN, 1998). O aumento do risco de leucemia, tambm, tem sido associado exposio a alguns tipos de agrotxicos, a exemplo dos organoclorados e alguns herbicidas. O DDT apontado como mais associado ocorrncia de leucemia do tipo mielide.

REFERNCIA http://www.hemominas.mg.gov.br/hemominas/menu/cidadao/doencas_sangue.html, 17:07 do dia 21/04/201. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_purpura_trombocit_idiop_livro_2010.pdf, acessado as 18:14 do dia 23/04/2011. http://hemofiliaumavisaobrasileira.blogspot.com/p/artigos-cientificos.html, acessado as 11:16 do dia 24/04/2011. FLORES, RAFAEL PY GONALVES et al. Hemofilia e anestesia. Rev. Bras. Anestesiol. [online]. 2004, vol.54, n.6 [cited 2011-04-24], pp. 865-871. Available from:.ISSN 0034-7094. doi: 10.1590/S0034- 709420040006 00017. World Health Organization, Nutritional Anemias. Report of a WHO Scientific Group. Technical Report Series n 405. Genebra; 1968. LEE JR. Microcitose e as anemias associadas com sntese prejudicada da hemoglobina. In: Lee GR et al. Wintrobe Hematologia Clnica. So Paulo: Mir; 1998a. p.884-919. KUSHNER JP. Anemias hipocrmicas. In: Wyngaarden JB, Smith LH, Bennett JC. Cecil Tratado de Medicina Interna. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 1993; p.858-865. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, Documento Cientfico; Nutrologia - Anemia Carencial Ferropriva. Fev de 2007. ALVIN RC, AZEVEDO WM, SILVA CM. Manifestaes hematolgicas das doenas infecciosas na infncia: In: Tonelli E. Doenas infecciosas na infncia. Rio de Janeiro: Medsi; 1987. p.12741288. CANADO RD & CHIATTONE CS. Anemia de doena crnica. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia 2002; 4: 127-136. ABENSUR H. Anemia da Doena Renal Crnica, J Bras Nefrol Volume XXVI - n 3 - Supl. 1 Agosto de 2004. ROMO JR JE, ABENSUR H, DAIBE AS, BANDEIRA F, RUZZANY F, LOWEN J, ET AL. Uso da eritropoetina humana no tratamento da anemia do paciente em hemodilise: Um estudo Multicntrico, Revista Assoc Med Brass 1992;38(2):67-61. acessado as

CRUZ, J.; KESROUANI, S.; PELARIGO, F. C. M.; GOMES, R. A.; LIMA, A. O.; CAGLIAZZI, M. T.; CAETANO, S. H. Tratamento da anemia do paciente portador de insuficincia renal crnica em hemodilise crnica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 24, n. 3,p. 127-135, 2002.

LOPES M.C.S, Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio Preto, 2009.GUYTON AC, HALL JE - Tratado de Fisiologia Mdica, 9 Ed, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1997;421-430. DIMICHELE D, NEUFELD EJ - Hemophilia. A new approach to an old disease. Hematol Oncol Clin North Am, 1998;12:1315-1344.

MINISTRIO DA SADE. Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas-Prpura Trombocitopnica Idioptica; Portaria SAS/MS n 715, de dezembro de 2010. CARVALHO, M.C.; BARACAT, E.C.E.; SGARBIERI, V.C. Anemia ferropriva e anemia de doena crnica: Distrbios do metabolismo do ferro. Segurana Alimentar e Nutricional, Campinas, 13(2): 54-63, 2006. OLIVEIRA, H. P. Anemias aplsticas e diseritropoiticas. In: ______. Hematologia Clnica. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990, cap. 11, p. 215-225. JAMRA, M.; LORENZI, T. F. Sistema Hematopoitico. In: PORTO, C. C. Semiologia Mdica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997, pt. 10, cap. 142, p. 763-787 YOUNG, N. S. Anemia aplsica, mielodisplasia e sndromes de insuficincia medular relacionadas. In: BRAUNWALD, E. et al. Harrison Medicina interna. 15 ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2002, s. 2, pt. 6, cap. 109, p. 735-744. BRASIL. Ministrio da Sade. Atlas de mortalidade por cncer no Brasil 1979-1999. Rio de Janeiro, RJ, 2002. p 124 De Angelis RC, Ctenas MLB. Biodisponibilidade de ferro na alimentao infantil. Temas de Pediatria 52, Nestl Servio de Informao Cientfica; 1993. QUEIROZ SS, TORRES MAA. Anemia ferropriva na infncia. J Pediatr 2000; 76(3 Suppl):298304. SULLIVAN, A. K. Classificao, patognese e etiologia das doenas neoplsicas do sistema hematopotico. In: LEE, G. R. et al. Wintrobe Hematologia clnica. So Paulo: Manole, 1998, v. 2, pt. 6, s. 1, cap. 68, p. 1897- 1970. ATHENS, J. W. Leucemia mielide crnica. In: LEE, G. R. et al. Wintrobe Hematologia Clnica. So Paulo: Manole, 1998, v. 2, pt. 6, s. 2, cap. 75, p. 2169-2201.