trabalho de conclusao de curso - gabriel caixêta cardoso - or. milton luiz da paz lima

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i GABRIEL CAIXÊTA CARDOSO ÓLEO MINERAL MISTURADO A CALDA DE FUNGICIDAS E SUA RELAÇÃO NO CONTROLE DE DOENÇAS DA SOJA URUTAÍ – GOIÁS 2017 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CÂMPUS URUTAÍ CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA

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Page 1: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

i

GABRIEL CAIXÊTA CARDOSO

ÓLEO MINERAL MISTURADO A CALDA DE FUNGICIDAS E

SUA RELAÇÃO NO CONTROLE DE DOENÇAS DA SOJA

URUTAÍ – GOIÁS

2017

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CÂMPUS URUTAÍ

CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA

Page 2: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

i

GABRIEL CAIXÊTA CARDOSO

ÓLEO MINERAL MISTURADO A CALDA DE FUNGICIDAS E SUA RELAÇÃO NO CONTROLE DE DOENÇAS DA SOJA

Trabalho de conclusão de

curso apresentado a banca de

avaliação para obtenção do

grau de Bacharel em

Agronomia pelo Instituto

Federal de Educação, Ciências

e Tecnologias Goiano –

campus Urutaí.

Orientador: prof. Dr. Milton Luiz

da Paz Lima.

URUTAÍ

2017

Page 3: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

ii

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/IF Goiano campus Urutaí

D585a Cardoso, G. C.

Óleo mineral misturado calda de fungicidas e sua relação no controle de doenças da soja / Gabriel Caixêta Cardoso. -- Urutaí, GO: IF Goiano, 2016.

30 fls.

Orientador: Prof. Dr. Milton Luiz da paz Lima .

Monografia (Graduação) – Instituto Federal Goiano

Câmpus Urutaí, 2016.

CDU 581.2

Page 4: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

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GABRIEL CAIXÊTA CARDOSO

ÓLEO MINERAL MISTURADO A CALDA DE FUNGICIDAS E SUA RELAÇÃO NO CONTROLE DE DOENÇAS DA SOJA Trabalho de Curso apresentado ao IF Goiano campus Urutaí como parte das

exigências do Curso de Graduação em Agronomia para obtenção do título de

Engenheiro Agrônomo.

__________________________________________________ Orientador Dr. Milton Luiz da Paz Lima

Instituto Federal Goiano campus Urutaí

__________________________________________________

Examinador Dr. Anderson Rodrigo da Silva

Instituto Federal Goiano campus Urutaí

__________________________________________________

Examinador Eng. Agr. Jakelinny Martins Silva

Instituto Federal Goiano campus Urutaí

Urutaí, 25 de Janeiro de 2017.

Page 5: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

iv

Dedico...

A todos os meus familiares,

minha namorada e meus

amigos, pelo apoio e por

sempre acreditarem na minha

capacidade de estar aqui

cursando este curso.

Page 6: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por sempre estar ao meu lado, me

dando força em momentos de dificuldade, sabedoria para conseguir obter

aprendizado.

Também agradecer a todos meus colegas de turma que me acompanharam

durante esse período, agradecer aos meus colegas que sempre estiveram do meu

lado onde tivemos a oportunidade desenvolver vários trabalhos em grupo, me

ajudaram durante as avaliações em campo do meu projeto, Sérgio Barbosa e

Rodrigo de Freitas.

Quero agradecer a meu professor e orientador Dr. Milton Paz Lima, que me

forço a correr atrás dos meus objetivos, me ensinou a trabalhar em grupo, me ajudo

sempre que tive dificuldade, me fez aprender a realizar todas as tarefas em seus

devidos horários e tempo certo.

Quero agradecer a todos os professores que me passaram seus

conhecimentos que me ensinaram muito durante esses cinco anos, que aos poucos

me transformaram em um profissional e me passaram varias experiências, graças a

todos vocês que me deram aula, em especial quero agradecer a Dr. Gleina Costa,

Dr. Flavio de Jesus, Dra. Carmem Curvelo, Dr. Paulo Cesar Cunha e Dr. Milton Luiz

da Paz Lima.

Queria aqui agradecer a minha família que me apoiaram durante o curso que

estou prestes a me formar, foram todos muito importe na minha graduação onde

cada um fez um pouco para me ajudar, minha mãe Telma Cardoso e meu pai

Nelson Cardoso fizeram o impossível para me ver aqui hoje concluindo meu curso,

meu irmão Gustavo Cardoso e minha irmã Sarah Cardoso, minha vó Eni Cardoso,

meu vô Nilson Vieira, também ao meu vô Valdir Caixeta e minha vó Maria de Fatima

Caixeta Queria agradecer aqui em especial a minha namora Débora Oliveira, me

apoiava e sempre me dando força, fazendo com que eu nunca desisti - se, por

momentos que achei que não era capaz ela me ajudou a conseguir obter sucesso

então agradeço por sempre estar me ajudando.

Page 7: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

vi

“Por isso não tema, pois estou

com você; não tenha medo,

pois sou o seu Deus. Eu o

fortalecerei e o ajudarei; eu o

segurarei com a minha mão

direita vitoriosa”.

Isaías 41:10

Page 8: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

vii

SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................................3

ABSTRACT...........................................................................................................................4

1.INTRODUÇÃO..................................................................................................................6

2.MATERIALEMÉTODOS.................................................................................................10

3.RESULTADOSEDISCUSSÃO...........................................................................................14

4.CONCLUSÕES................................................................................................................21

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Listagem de tratamentos representados por tipos de ingredientes ativos de

fungicidas aplicados em diferentes épocas do ciclo da cultura da soja. ................... 11

Tabela 2. Croqui da distribuição das aplicações das combinações de tratamentos

químicos conforme. ................................................................................................... 11

Tabela 3. Médias da severidade de manchas foliares em diferentes dias após o

plantio (dap) e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). ................. 19

Tabela 4. Eficiência de controle (EC) do número de vagens por planta (NVP), do

número de grãos por planta (NGP) e das produtividades em kg/ha e sc/ha. ............ 20

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Escala diagramática adaptada utilizada para avaliação da severidade da

manchas foliares da soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© (proposta por GODOY et al.,

2006). ......................................................................................................................... 12

Page 9: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

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Figura 2. Médias de severidade transformadas e curva de progresso temporal

apresentadas pelos tratamentos com (T2) e sem óleo mineral (T1) nos diferentes

dias de avaliação. ...................................................................................................... 15

Figura 3. Médias área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) nos

diferentes tratamentos aplicados sobre soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© na safra

2015/2016. ................................................................................................................. 16

Figura 4. Médias da taxa de infecção (TC) no período avaliado, nos diferentes

tratamentos aplicados sobre soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© na safra 2015/2016. . 17

Figura 5. Componentes principais da severidade e tipos de doenças (CE –

cercosporiose, CB crestamento bacteriano, MA mancha alvo, FU fumagina, FER

ferrugem asiática, NA) para as combinações químicas aplicadas (T1, T2, T3) aos 82

DAP (A) e 91 DAP (B). .............................................................................................. 18

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RESUMO CARDOSO, G.C. Óleo mineral misturado a calda de fungicidas e sua relação no

controle de doenças da soja. Trabalho de conclusão de Curso, 2017.

A soja que é uma importante cultura afetada por fitopatógenos fúngicos, tem o

manejo químico como a principal estratégia de controle. O objetivo deste trabalho foi

avaliar a eficiência do óleo mineral e adjuvante adicionado a calda do fungicida

trifloxistrobina+protioconazol no controle de doenças da soja. O experimento que

utilizou a cultivar de soja Ponta 7166RSF IPRO foi realizado no ano agrícola

2015/2016, no município de Ipameri, GO. Os tratamentos utilizados foram: 1)

testemunha sem aplicação; 2) adjuvante + (Trifloxistrobina + Protioconazol) + óleo

mineral. 3) adjuvante + (Trifloxistrobina + Protioconazol). Foram realizadas as

avaliações com 49 dias após o plantio (dap), 56 dap, 62 dap, 82 dap, 91 dap, da

severidade, integralizando-se em valores de área abaixo da curva de progresso da

doença (AACPD) e calculou-se a eficiência de controle (%EC), e dos tipos de

doenças associados a esses tipos. Ao final de 120 DAP avaliou-se DAP a

produtividade (Kg.ha-1), sendo estas variáveis dependentes submetidas à análise de

variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 %. Os danos lesionais

foram observados principalmente no terço inferior e médio. Os tipos de doenças

incidentes avaliados no campo foram míldio, oídio, antracnose, mancha alvo,

fumagina e crestamento bacteriano. A menor média de AACPD foi observada no

tratamento T2, sendo as maiores observadas nos tratamentos testemunha e T3. Em

relação aos demais tratamentos o T2 apresenta melhor eficiência de controle. Não

houve diferença significativa das medias de produtividade nos tratamentos

analisados. A presença de óleo mineral reduziu a severidade da doença na

combinação química testada. As duas aplicações de óleo mineral com as

combinações químicas não reduziram a AACPD, somente quando comparado com

as aplicações sem a presença de óleo mineral. Quando comparado com a

testemunha, os parâmetros de rendimento (NVG, NGP e Pr) não apresentaram

incrementos devido a ineficiência de controle da presença e ausência de óleo

mineral com as combinações químicas recomendadas para a soja.

Page 11: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

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Palavras-chave: controle químico, triazol, eficiência de controle, severidade de

manchas,

ABSTRACT CARDOSO, G.C. Mineral oil mixed with fungicide syrup and its non-control

relationship of soybean diseases. Finnal Work, 2016.

Soybean, which is an important crop affected by fungal plant pathogen, has chemical

management as a main control strategy. The objective of this work was to evaluate

the efficiency of the mineral oil and adjuvant added to the syrup of the fungicide

trifloxystrobin + prothioconazole. The experiment that used the soybean cultivar

Ponta 7166RSF IPRO© was carried out in the agricultural year 2015/2016, from

Ipameri, GO. The treatments used were: 1) control without application; 2) adjuvant +

(Trifloxystrobin + Prothioconazole) + mineral oil and 3) adjuvant + (Trifloxystrobin +

Prothioconazole). Evaluations were performed with 49 day after planting (dap), 56

dap, 62 dap, 82 dap and 91 dap. With severity values, calculated us area below the

disease progress curve (AACPD), and the control efficiency (% EC), and the types of

diseases was associated with these types. At the end of 120 DAP, was evaluated for

productivity (Kg.ha-1). These variables were subjected to analysis of variance and the

means were compared using the Tukey test at 5 %. Lesion damage was observed

mainly in the lower and middle third. The types of incident diseases evaluated in the

field were mildew, powdery mildew, anthracnose, target spot, mold and bacterial

blight. The lowest mean AACPD was observed in the T2 treatment, the largest

observed in the control and T3 treatments. In relation to the other treatments the T2

presents better control efficiency. There was no significant difference in the means of

productivity in the treatments analyzed. The two applications of mineral oil with the

chemical combinations did not reduce the AACPD, only when compared with the

applications without the presence of mineral oil. When compared to the control, the

yield parameters (NVG, NGP and Pr) did not increase due to inefficiency of control of

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the presence and absence of mineral oil with the chemical combinations

recommended for soybean.

Keywords: Chemical control, triazole, control efficiency, spot severity,

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1. INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max (L.) Merrill - Fabaceae), é atualmente muito diferente

dos ancestrais que lhe deram origem, espécies de plantas rasteiras que se

desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio Amarelo, na

China. Sua evolução começou com o aparecimento de plantas oriundas de

cruzamentos naturais, entre duas espécies de soja selvagem, que foram

domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China. A soja chegou ao Brasil

através dos EUA em 1882. Gustavo Dutra, então professor da Escola de Agronomia

da Bahia, realizou os primeiros estudos de avaliação de cultivares introduzida

daquele país (ZITO et al., 2007).

A soja faz parte da família das oleaginosa com grande destaque na

economia mundial. O Brasil é o segundo maior produtor de soja, após os EUA,

ressaltando a importância desta cultura para o país. Para que haja progresso

genético nesta cultura, é necessário que haja diversidade genética e uma das

maneiras de se estimar a diversidade genética de um grupo é através do conceito de

base genética, que pode ser definida como o número de ancestrais e a contribuição

genética relativa de cada um deles para cada cultivar (SEDIYAMA et al., 2015).

Responsável pela formação de uma grandiosa estrutura de produção,

armazenamento, processamento e de comercialização em todos os países onde é

cultivada em larga escala, a grande demanda no mercado internacional

proporcionou rápida expansão dessa cultura no Brasil, que ocorreu pela tomada de

áreas cultivadas com outras culturas e, principalmente, da conquista de novas

fronteiras agrícolas (REZENDE & CARVALHO, 2007).

Atualmente, o Brasil vem contando com uma crescente produção no seu campo

agrícola, tanto em qualidade, quanto em diversidades e quantidades de produtos.

Em sua balança comercial na exportação de commodities conforme dados da

Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, a soja é o produto que mais tem se

destacado por ter tido um crescimento expressivo nos últimos anos. É a soja, que no

ano safra de 1997/98 teve uma produção de 27,327 milhões de toneladas passando

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para o ano safra 2006/07 a 54,874 milhões segundo relatório da Conab (MISSÃO,

2006). Na safra 2015/2016 no Centro-Oeste (MT, MS, GO e DF) a área plantada de

soja foi de 15.054,80 mil ha (MT = 91400, MS = 24300, GO = 34148 e DF = 70 mil

ha) a produtividade média foi de 3077,75 kg.ha-1 (MT = 3.094,00, MS = 3.120,00, GO

= 3.064,00 e DF = 3.033,00 kg.ha-1), e por fim a produção obtida foi 46.536,0 mil t

(MT = 28.279,2, MS = 7.581,6, GO = 10462,9 e DF = 212,3 mil t), ficando o Estado

de GO na 2a posição regional em área plantada, 3a posição regional em

produtividade e na 2a posição regional em produção (CONAB, 2016).

Nas últimas safras, a cultura da soja tem exigido, de maneira crescente, um

nível maior de conhecimento técnico e acompanhamento prático das lavouras. O

sucesso no controle das doenças está intimamente ligado ao período da

interferência realizada, seja ela por meio de medidas legislativas e tratos culturais

que visam prevenir ou retardar a ocorrência de doenças para a safra seguinte ou por

meio do controle por intervenções químicas aplicadas de forma preventiva ou

curativa durante a safra. Nas intervenções químicas, independentemente do método

de controle ou dos produtos optados, antes do uso é preciso diagnosticar a

verdadeira causa dos sintomas existentes ou antecipar sua ocorrência, tendo como

base alguns procedimentos como a sanidade das sementes, o conhecimento das

características das variedades optadas, o histórico de ocorrência nas lavouras e as

condições favoráveis para a evolução das doenças (SEDIYAMA et al., 2015).

A cultivar Brasmax Ponta IPRO© (=7166RSF IPRO©), essa cultivar tem com

descrição um grupo de maturação de 6.9, com exigência a alta a fertilidade sendo

seus pontos fortes o elevado potencial produtivo, resistência a nematoide de cisto;

ciclo que amplia o plantio de segunda safra; tecnologia Intacta RR2 PRO© com

características agronômicas de hábito de crescimento indeterminado (BRASMAX,

2015). Possui característica porte médio, peso de mil sementes 166 g, o índice de

ramificação é médio; resistente ao acamamento, moderadamente resistente às

doenças como cancro-da-haste resistente; mancha-olho-de-rã; resistente a pústula-

bacteriana, suscetível aos nematoides-de-galha; resistente ao nematoide-do-cisto

raça 3 e moderadamente resistente nematoide-do-cisto raça 14 (BRASMAX, 2015).

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As doenças (mais de 40 – CARREGAL et al., 2015) de etiologia fúngicas

(mais de 80 %) são de maior incidência e danos nas plantas (AMORIM Et Al., 2011),

o que não deixa de ser verdade para a cultura da soja. As doenças fúngicas da soja

em que a fonte de inóculo é oriunda do solo afetam principalmente sementes (pré e

pós-emergência), raízes, colo e folhas são representadas por podridão-radicular-de-

fitóftora (Phytophthora sojae), podridão-carvão-da-raiz (Macrophomina phaseolina),

podridão-vermelha-da-raiz (Fusarium spp.), tombamento e murcha-de-esclerócio

(Sclerotium rolfsii), moro branco (Sclerotinia sclerotiorum), cacro da haste

(Phomopsis phaseoli f.sp. meriodionalis) podridão-da-raiz-de-rizoctonia (Rhizoctonia

solani) (SUMIDA e CANTERI, 2015). Já as doenças em que a fonte de inóculo é

oriunda do ar, e que afetam principalmente os órgãos aéreos são a ferrugem-

asiática (Phakopsora pachyrhizi), septoriose (Septoria glycines), oídio (Erysiphe

diffusa), antracnose (Colletotrichum spp.) mela (Rhizoctonia solani), mancha-alvo

(Corynespora cassiicola), cercosporiose (Cercospora sojina) (CARREGAL et al.,

2015; MATSUO et al., 2015).

Com a adoção em escala do plantio direto ou mínimo, e a não realização de

rotação de cultivo, e o uso quase que exclusivo de fungicidas como estratégia de

manejo para controle de doenças foliares principalmente, tem se verificado

resistência de fungos as moléculas e ineficiência do manejo unidirecional aplicado

(CARREGAL et al., 2015). O controle químico da principal doença (ferrugem-

asiática) representado pelo uso de triazóis (protioconazol), estrobirulinas

(trifloxistrobina) e benzimidazóis representam um dos métodos mais utilizados de

controle (MATSUO et al., 2015). Os fungicidas inibidores da desmetilação (IDM =

triazóis e misturas) e os fungicidas inibidores das quinonas externas (IQe =

estrobirulinas e misturas), ambos agem em uni-sítio, são grande indutores de

insensibilidade pelo uso contínuo (FRAC, 2016), então Silva et al. (2015) verificou

aumento da eficiência quando misturados a IDA e IQe a molécula de mancozeb, que

agem em multi-sítio, tanto controle da ferrugem-asiática como aumento do

rendimento de soja.

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A sustentabilidade do sistema de produção de soja, no que se refere ao

controle de doenças necessita do uso de rotação de moléculas de controle químico,

uso de sementes sadias, densidade populacional adequada, plantio de cultivares

tolerantes/resistentes, uso de cultivares precoces, semeadura no início da época

recomendada, sucessão/rotação de culturas, respeito ao vazio sanitário, eliminar

tigueras e plantas voluntarias (MATSUO et al., 2015).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do óleo mineral e adjuvante

adicionado a calda do fungicida trifloxistrobina+protioconazol (Fox©), Mancozebe

(Unizeb Gold©) +Trifloxistrobin + Ciproconasol (Sphere Max©) no controle de

doenças da soja.

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2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento que utilizou a cultivar de soja Ponta 7166RSF IPRO© foi

realizado no ano agrícola 2015/2016, situado na Estação Experimento RC Cruz,

Fazenda Esmeralda, (rodovia Br 050, latitude: 17°29’31.35’’ S, longitude: 48°12’56.93’’

O, altitude: 908 m), localizado no município de Ipameri, GO. O solo foi caracterizado

como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico.

O sistema de plantio adotado foi o plantio direto, portanto não foi feito

nenhuma atividade em relação ao solo, o plantio ocorreu sobre palhada de milho (cultivo

anterior). A adubação foi parcelada em três etapas, sendo realizada a primeira antes do

plantio, onde foi aplicado 100 kg.ha-1 a lanço, no sulco de plantio foi aplicado 180 kg.ha-1

do adubo formulado 05-33-00 e o cloreto de potássio (KCl) foi aplicado a lanço após o

plantio, onde foi aplicado 120 kg.ha-1.

Para o tratamento de semente foi utilizado o ingrediente ativo thiametoxan

(Cruiser© 350 fs) na dosagem de 0,150 L.100 kg-1, fludioxonil + metalaxyl (Maxim xl©) na

dosagem de 0,150 L.100 kg-1, Cromo Platinum© na dosagem de 0,170 L.100 kg-1 e

cinetina + ácido giberélico + ácido 4-indol3-ilbutírico (Stimulate©) na dosagem de 0,300

L.100 kg-1.

Para o controle das ervas daninhas foi realizado aplicações de herbicidas

aos 30 dias após o plantio (DAP). Os herbicidas utilizados foram glifosato (Roundap

Transorb R©) na dosagem de 3,0 L ha-1 e o fluazifope-p-butílico (FUSILADE 250 EW©)

na dosagem de 0,750 L.ha-1 dos produtos comerciais.

Para o controle de pragas foi feita a primeira aplicação de 2 inseticidas aos

30 DAP. Os inseticidas utilizados foram o bifentrina + carbosulfano (Talisman©) na

dosagem de 1,0 L.ha-1, e bifentrina (Talstar 100 EC©) 0,200 L ha-1. Estes inseticidas

foram usados para o controle de lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), vaquinha

(Diabrotica speciosa). O volume de calda utilizado para a aplicação tanto dos herbicidas,

inseticidas, adubos foliares e fungicida foi de 200 L.ha-1.

A semeadura foi realizada em 04/12/2015, o experimento foi dividido três

tratamentos (Tab. 1) e cinco repetições, totalizando 15 unidades experimentais (Tab. 2).

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11

Tabela 1. Listagem de tratamentos representados por tipos de ingredientes ativos de

fungicidas aplicados em diferentes épocas do ciclo da cultura da soja.

Trata-mentos Ingredientes Ativos Nomes Comerciais

Dosagens (L/ha)

1 Testemunha sem aplicação nd nd

2

1a. Aplic. Adjuvante +

(Trifloxistrobina +

Protioconazol) + (Mancozeb) +

óleo mineral; 2a. Aplic. Adjuvante

+ (trifloxistrobina+ciproconazol)

+ óleo mineral.

1a. Aplic. Disperse

Ultra© + Fox© +

Unizeb Gold© +

Áureo©; 2a. Aplic.

Disperse Ultra©+

Sphere Max© +

Áureo©

1a0,4/ 2,0; 2a0,2.

3

1a. Aplic. Adjuvante +

(Trifloxistrobina +

Protioconazol) + (Mancozeb); 2a. Aplic. Adjuvante +

(trifloxistrobina + ciproconazol).

1a. Aplic. Disperse

Ultra© + Fox© +

Unizeb Gold©; 2a. Aplic.

Disperse Ultra© +

1a0,4/2,0; 2a0,2

Cada bloco apresentava as dimensões de 9x4 m, com área de 36 m2 por

parcela, espaçamento de entre linhas utilizadas foi de 0,5 m, sendo que para

realização das avaliações foram desprezados 0,5 m das extremidades das duas

linhas centrais, totalizando uma área útil de 24 m2, consequentemente, as avaliações

foram realizadas nas seis linhas centrais. O número total de plantas por linha foi de

45 plantas, totalizando 405 plantas por parcela.

Tabela 2. Croqui da distribuição das aplicações das combinações de tratamentos

químicos conforme.

Tratamentos/Repetições B1 B2 B3 B4 B5

T1 T3 T1 T2 T2 T3

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12

T2 T1 T2 T3 T1 T1

T3 T2 T3 T1 T3 T2

Realizou-se cinco avaliações a severidade da doença (49 DAP, 56 DAP, 62

DAP, 82 DAP, 91 DAP), com auxílio de escala de notas (Fig. 1), afim de integralizar e

geral os valores de AACPD.

Figura 1. Escala diagramática adaptada utilizada para avaliação da severidade da

manchas foliares da soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© (proposta por GODOY et al.,

2006).

Foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD)

integrando a curva de progresso da doença para cada tratamento (severidade x dias),

por meio da fórmula:

Onde, n é o número de avaliações da severidade, Xi é a severidade da

doença e (ti+1-ti) é o número em dias entre as avaliações consecutivas (CAMPBELL

& MADDEN, 1990). O valor da AACPD sintetizou todas as avaliações de severidade

em um único valor.

Page 20: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

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13

Avaliou-se a produtividade aos 120 DAP contando o número de plantas

presentes em 4 linhas de plantio de 2,5 m, onde dividiu-se o número de plantas pelo

espaçamento entre linhas utilizado e multiplicou por 10 para saber a quantidade de

plantas por ha. Depois disso, contou-se o número de vagens em 10 plantas

consecutivas na linhas de plantio e dividiu-se o número de vagens por 10, sabendo-

se o número de vagens médio/planta. Tomou-se 50 vagens, e contou-se o número

de sementes presentes. Dividiu-se por 50 para achar o número médio de sementes

por vagem. Pesou-se 1000 sementes para saber o peso de 1000 grãos. A

produtividade foi calculada tomando-se a quantidade de plantas por ha x o número

médio de vagens por planta x número médio de sementes por vagem x peso de

1000 grãos ÷ 60.000 encontrando assim a estimativa de produtividade. A

produtividade foi avaliada em uma área útil de 25 m² sendo todas as plantas

colhidas e suas sementes coletadas para cálculo do rendimento dos tratamentos por

hectare.

A eficiência de controle sobre a AACPD (ECAACPD) foi calculada a partir da

seguinte fórmula: ECAACPD = [(AACPDtratamento * 100 / AACPDcontrole)-100] = sendo

resultados positivos indicam efeito de acréscimo do controle químico, e resultados

negativos indicam efeitos de redução promovidos pelo controle químico.

As médias de severidade (%), AACPD e produtividade (kg.ha-1) foram

submetidas a analise de variância e teste Tukey a P ~ 0,05.

Page 21: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

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14

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Rejeitou-se a hipótese de nulidade aos 49 DAP, 56 DAP, 62 DAP, 82 DAP e

91 dap, ou seja, existe diferença significativa entre as médias de pelo menos um dos

tratamentos testados (Figura 2). Segundo Nascimento et al (2012) após aos 78 DAS

as associações do fungicida picoxistrobina + ciproconazol com Nimbus e Natur’ 1 Oil

não diferiram da testemunha no número de lesões e urédias no terço inferior da

planta.

As médias de severidade da doença variaram de 0,8 a 10,2 %, no terço

inferior na lavoura de soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© avaliada na safra 2015/2016

(Figura 2). O pico máximo de avanço e expansão da severidade da doença

aconteceu a partir dos 82 DAP onde a severidade aumentou 4 vezes (Figura 2),

provavelmente devido redução do efeito residual das aplicações dos fungicidas.

Segundo Nascimento et al. (2012) o terço superior das plantas aos 91 DAS a adição

de Assist (adjuvante) ou Joint (adjuvante) ao fungicida, resultou em menor controle

da doença comparado aos demais adjuvantes.

A testemunha apresentou médias de severidade estatisticamente iguais aos

tratamentos sem a aplicação de óleo mineral em todos os dias avaliados (Figura 2).

Em contrapartida as médias de severidade foram estatisticamente iguais aos

tratamentos contendo óleo mineral aos 62 DAP e 91 DAP (Figura 2). Segundo

Nascimento et al. (2012) os tratamentos com os adjuvantes Assist© e Aureo©

associados ao fungicida não controlaram a doença no terço superior aos 103 DAS.

A AACPD que representa um resumo da epidemia sobre a cultivar cv. Ponta

7166RSF IPRO©, foi estatisticamente as duas combinações de tratamentos

químicos, no entanto, o tratamento T2, em que foi aplicado óleo mineral provocou a

menor média de severidade quando comparado com o tratamento T3 (Figura 3).

Vale ressaltar que as resposta aos tratamentos químicos como medida eficaz de

controle tem interferência do hospedeiro (mecanismos de resistência), do ambiente

(condições de favorecimento) e do patógeno (resistência a molécula química).

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15

15

aa

ab

a

ab

bb

bb

b

abab

a

a

a

0

2

4

6

8

10

12

49DAP 56DAP 62DAP 82DAP 91DAP

Severid

ade(%

)

DiasapósoplanJo

Testemunha

1a. Aplic. Adjuvante + (Trifloxistrobina + Protioconazol) + (Mancozeb) + óleo mineral; 2a. Aplic. Adjuvante + (trifloxistrobina+ciproconazol) + óleo mineral. 1a. Aplic. Adjuvante + (Trifloxistrobina + Protioconazol) + (Mancozeb); 2a. Aplic. Adjuvante + (trifloxistrobina + ciproconazol). Testemunha

1a. Aplic. Adjuvante + (Trifloxistrobina + Protioconazol) + (Mancozeb) + óleo mineral; 2a. Aplic. Adjuvante + (trifloxistrobina+ciproconazol) + óleo mineral. 1a. Aplic. Adjuvante + (Trifloxistrobina + Protioconazol) + (Mancozeb); 2a. Aplic. Adjuvante + (trifloxistrobina + ciproconazol).

Não rejeitou a hipótese de nulidade para a variável TC, não havendo

diferença significativa nos diferentes tratamentos. A variação de infecção na safra

variou nos diferentes tratamentos de 14 a 19 % (Figura 4).

Aos 49 DAP, 56 DAP e 62 DAP as avaliações foram com foco na severidade

em relação a infestação de doenças e aos 82 onde fizemos a quarta avaliação

apresentou antracnose cercosporiose, fumagina, míldio, mancha alvo e crestamento

bacteriano, e aos 91 DAP fizemos a quinta e última avaliação constatamos a

presença das seguintes doenças, mancha alvo, ferrugem, crestamento bacteriano

fumagina.

Figura 2. Médias de severidade transformadas e curva de progresso temporal

apresentadas pelos tratamentos com (T2) e sem óleo mineral (T1) nos diferentes

dias de avaliação.

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16

16

ab b

a

0

20

40

60

80

100

120

140

Testemunha 1a. Aplic. Adjuvante + (Trifloxistrobina +

Protioconazol) + (Mancozeb) + óleo mineral; 2a. Aplic.

Adjuvante + (trifloxistrobina+ciproconazol) + óleo mineral.

1a. Aplic. Adjuvante + (Trifloxistrobina +

Protioconazol) + (Mancozeb); 2a. Aplic. Adjuvante +

(trifloxistrobina + ciproconazol).

AA

CPD

Podemos observar que aos 49 DAP, 56 DAP,82 DAP o tratamento T2 teve

uma severidade menor da doença se referindo estatisticamente comparado com a

testemunha já aos 62 DAP e 91 DAP já não apresentaram diferenças significativas,

também podemos observar que o T3 sem óleo mineral apresentou maior resultado

em todas as avaliações. De 82 DAP para 91 DAP houve um aumento de

aproximadamente de 2 % para aproximadamente 10 %, então podemos falar que

poderia ser feita uma terceira aplicação para controle de doenças, constatamos que

nesse período já não havia residual dos fungicidas devido ao aumento da infestação

de doenças.

Figura 3. Médias área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) nos

diferentes tratamentos aplicados sobre soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© na safra

2015/2016.

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17

Observamos que maior valor da área abaixo da curva do tratamento sem

óleo mineral com a testemunha foi igual estatisticamente e o tratamento com óleo

mineral foi o menor mais no entanto o óleo mineral estatisticamente pelo teste de

Tukey nesta analise paramétrica com valores transformados.

Figura 4. Médias da taxa de infecção (TC) no período avaliado, nos diferentes

tratamentos aplicados sobre soja cv. Ponta 7166RSF IPRO© na safra 2015/2016.

A taxa de infecção que indica a porcentagem dia do crescimento das

doenças que afetaram a folha que provocaram severidade, então observamos que

não houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos, porém

numericamente podemos observar que temos maior taxa de infecção no tratamento

sem óleo mineral.

a a

a

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0,18

0,2

Testemunha 1a.Aplic.Adjuvante+(Trifloxistrobina+ProFoconazol)+(Mancozeb)+óleomineral;2a.

Aplic.Adjuvante+(trifloxistrobina+ciproconazol)+óleomineral.

1a.Aplic.Adjuvante+(Trifloxistrobina+ProFoconazol)+(Mancozeb);2a.Aplic.Adjuvante+(trifloxistrobina+ciproconazol).

Taxadeinfecção

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18

18

Figura 5. Componentes principais da severidade e tipos de doenças (CE –

cercosporiose, CB crestamento bacteriano, MA mancha alvo, FU fumagina, FER

ferrugem asiática, NA) para as combinações químicas aplicadas (T1, T2, T3) aos 82

DAP (A) e 91 DAP (B).

A figura 5.A refere a avaliação 82 DAP e a figura 5.B aos 91 DAP, analise de

análise de componentes principais que avaliamos nessas datas, que mostram as

variáveis que tem maior peso e maior relação as doenças, então observamos que

aos 82 DAP temos maior peso em crestamento bacteriano e cercosporiose e aos 91

DAP apresentaram cercosporiose e mancha alvo.

Dos parâmetros de rendimento avaliados somente rejeitou-se a hipótese de

nulidade para o número de vagens por planta (NVP) e o número de grãos por planta

(NGP). (Tab. 3).

B A

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Estatisticamente o NVP e o NGP foram superiores no tratamento

testemunha (Tab. 3); as combinações de fungicida com adjuvante mais óleo mineral

reduziram o NVP e NGP (Tab. 4).

Estatisticamente não houve diferença significativa da produtividade entre os

tratamentos (Tab. 3 e Fig. 6).

A amplitude de médias de produtividades entre os tratamentos variou de

2739,2 kg/ha e/ou 45,6 sc/ha para 2627,1 kg/ha e/ou 43,9 sc/ha, sendo a diferença

expressa em 112,1 kg/ha e 1,7 sc/ha. Produzir sem aplicação dos tratamentos é

mais rentável (Tab. 3).

Tabela 3. Médias da severidade de manchas foliares em diferentes dias após o

plantio (dap) e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD).

Tratamentos NVP NGP Pr (Kg/ha) Pr (Sc/ha)

Testemunha 30,8 a 67,0 a 2739,2 a 45,6 a

T2. Adjuvante + Trifloxistrobina

+ Protioconazol (Fox©) +

Mancozebe ( Unizeb Gold©)

+Trifloxistrobin + Ciproconasol

(Sphere Max©) +óleo mineral

(Nimbus©)

25,6 b 60,1 ab 2627,1 a 43,8 a

T3. Adjuvante + Trifloxistrobina

+ Protioconazol (Fox©) +

Mancozebe ( Unizeb Gold©)

+Trifloxistrobin + Ciproconasol

(Sphere Max©)

25,2 b 57,0 b 2631,9 a 43,9 a

Valor F F2,60=6,9005** F2,60=3,9579** F2,8=1,1707ns F2,8=1,1565ns

CV % 21,86 20,88 4,91 4,92

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Os tratamentos químicos não mostraram eficiência em nenhum dos

parâmetros de rendimento avaliados, sempre demonstraram reduções do NVP, NGP

e suas Pr (Tab. 5);

Tabela 4. Eficiência de controle (EC) do número de vagens por planta (NVP), do

número de grãos por planta (NGP) e das produtividades em kg/ha e sc/ha.

Tratamentos EC NVP EC NGP EC Pr

(kg/ha)

EC Pr

(sc/ha)

T2. Adjuvante + Trifloxistrobina +

Protioconazol (Fox©) + Mancozebe

( Unizeb Gold©) +Trifloxistrobin +

Ciproconasol (Sphere Max©) +óleo

mineral (Nimbus©)

-16,88 -10,29 -4,1 -3,9

T3. Adjuvante + Trifloxistrobina +

Protioconazol (Fox©) + Mancozebe

( Unizeb Gold©) +Trifloxistrobin +

Ciproconasol (Sphere Max©)

-18,18 -14,92 -3,9 -3,7

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4. CONCLUSÕES A presença de óleo mineral reduziu a severidade da doença na combinação

química testada.

As duas aplicações de óleo mineral com as combinações químicas não

reduziram a AACPD, somente quando comparado com as aplicações sem a

presença de óleo mineral

Quando comparado com a testemunha, os parâmetros de rendimento (NVG,

NGP e Pr) não apresentaram incrementos devido a ineficiência de controle da

presença e ausência de óleo mineral com as combinações químicas recomendadas

para a soja.

Page 29: Trabalho de Conclusao de Curso - Gabriel Caixêta Cardoso - Or. Milton Luiz da Paz Lima

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5. REFERÊNCIAS AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A. Manual de Fitopatologia - princípio

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