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MILTON BERNARDINO DE ASSIS

O TRANSTORNO DE DFICIT DE ATENO: HIPERATIVIDADE NAS CRIANAS AOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

BRASLIA 2011

MILTON BERNARDINO DE ASSIS

O TRANSTORNO DE DFICIT DE ATENO: HIPERATIVIDADE NAS CRIANAS AOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia apresentada como trabalho de concluso de curso de Ps-graduao Especializao para obteno do ttulo de especialista em Neuropedagogia Psicanlise Incluso pelo Instituto Saber, sob a orientao da Prof. Ms Janana Mota.

BRASLIA 2011

Termo de Aprovao

A monografia O Transtorno de dficit de ateno: hiperatividade nas crianas aos anos iniciais do ensino fundamental elaborada pelo acadmico Milton Bernardino de Assis foi julgada adequada por todos os membros da Banca Examinadora, para obteno de grau de Especialista em Neuropedagogia Psicanlise Incluso, e aprovada em sua forma final pela Coordenao de Monografia do Instituto Saber. Braslia, de 2011.

_______________________________________ Prof. Ms Janana Mota ________________________________________ Prof.

________________________________________ Prof.

Assis, Milton Bernardino. O Transtorno do Dficit de Ateno/Hiperatividade nas crianas aos anos iniciais Milton Bernardino de Assis. Total de folhas: 55f. Monografia (Ps - graduao) Instituto Saber Educacional Curso de Neuropedagogia. Taguatinga - DF, 2011. Orientadora: Janaina Mota Palavras-Chave: Transtorno do Dficit de Ateno, Hiperatividade, Crianas.

Agradeo, primeiramente, a DEUS por esta realizao. Aos professores do curso de Ps- Graduao, ao Marista Champagnat, aos meus familiares, em especial a minha amada e companheira Maria Eniuza; a minha filha Beatriz Lima ao meu enteado Daniel Lima que contribuiu muito. Aos meus amigos, e a todos que contriburam pelo apoio na realizao e concluso desta monografia.

Dedico a presente pesquisa aos meus pais, que me incentivaram a estudar, e sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos, dando-me fora para concluso deste curso.

Cada criana como todas as outras, como algumas crianas e como nenhuma outra criana. Mattos Paulo (2005, p.50)

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma seleo de informaes sobre o transtorno do dficit de ateno/ hiperatividade TDAH de grandes pesquisadores entre os quais citamos: Goldstein & Goldstein, Barkley, Vigotsky & Luria, Silva e outros. Realizamos a pesquisa de campo numa escola pblica em Vicente Pires-DF, com crianas e adultos, sujeitos do sexo masculino e feminino. Com intuito de conhecer melhor esse distrbio do transtorno do dficit de ateno / hiperatividade. Apresentamos como foram construdos os conceitos (histrico) assim como os aspectos fisiolgicos do transtorno, os sintomas, as causas, o diagnstico e como foram trabalhados aps cada diagnstico. Utilizamos tambm o questionrio com questes abertas possibilitando o trabalho desenvolvido analisando os casos por meio dos dados coletados. As maiores dificuldades encontradas pelas crianas consideradas hiperativas eram de concentrao, de fazer os deveres, inquietas e muito desatentas. Acreditamos que este trabalho possa servir de suporte para pesquisa e tambm poder entender melhor a criana com os sintomas de hiperatividade visando alcanar maior compreenso para a criana portadora do Transtorno do Dficit de Ateno/Hiperatividade TDAH. Palavras-chave: Transtorno do Dficit de Ateno. Hiperatividade. Crianas.

ABSTRACT This study aims to develop a selection of information about the disorder of attention deficit / hyperactivity of ADHD including major researchers cite: Goldstein & Goldstein, Barkley, Vigotsky & Luria, Silva and others. We conducted the field research subjects with male and female aged 27 to 50 years. (mean 26.3 years) in order to know that the disorder of attention deficit disorder of / hyperactivity. Introducing the concepts they were built (history) as well as the physiological aspects of the disorder, symptoms, causes, diagnosis and were worked after each diagnosis. We also use the questionnaire with open questions allowing the work of analyzing the cases by the collected data. The major difficulties encountered by children in concentration was considered hyperactive, difficult to do the duties, restless and very ill. We believe that this work can serve as support for research and also to better understand the child with symptoms of hyperactivity to achieve greater understanding to the child carrier of the disorder of Attention Deficit / Hyperactivity ADHD. Keywords: Disorders of Attention Deficit. Hyperactivity. Children

SUMRIO

INTRODUO CAPTULO I- Conhecendo o transtorno do dficit de ateno hiperatividade e suas questes interdisciplinares.............................................................................. CAPTULO II- A Famlia como base na vida das crianas com o transtorno do dficit de ateno........................................................................................................ 2.1- O convvio social com crianas portadoras do transtorno do dficit deAteno hiperatividade.................................................................................................. 28

14

24

2.2- A Importncia da Educao social, dentro Contexto Escolar de Crianas portadoras de TDAH................................................................................ CAPTULO III - METODOLOGIA........................................................................ 1.1-Referencial Metodolgico...................................................................................... 1.2- Sujeito de Pesquisa................................................................................................ 1.3- Histrico do Bairro- Vicente Pires........................................................................ 1.4- Instrumentos de Coleta de Dados......................................................................... CAPTULO IV- Anlise e Interpretao de Dados................................................ REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................... APNDICE.............................................................................................................. APNDICE 1 - Observao.................................................................................31

35 36 37 38 39 40 42 44 45

INTRODUO

Este tema de grande importncia, pois visa a aprofundar o conhecimento sobre o Transtorno do Dficit de Ateno / Hiperatividade TDAH. Esta pesquisa investiga os principais sintomas relacionados hiperatividade nos anos iniciais do ensino fundamental em uma escola pblica do Distrito Federal. A dificuldade para diagnosticar o transtorno, os preconceitos, o como se deve corrigir uma criana, a resistncia da famlia e a falta de preparo dos professores dos anos iniciais so alguns itens determinantes para a discriminao que normalmente sofre as crianas portadoras do Transtorno Dficit de Ateno Hiperatividade. TDAH. Normalmente, rotulados como mal educados, preguiosos, indisciplinados, barulhentos e com enorme dificuldade para acompanhar o ritmo dos demais colegas em sala de aula, as crianas que sofrem de dficit de Ateno e/ ou hiperatividade, precisam de apoio familiar; de acompanhamento e tratamento com mdicos, psiclogos e psiquiatras. Profissionais estes que tenham conhecimento nessa rea, educadores preparados para ajudar a minimizar o reflexo deste distrbio. Independente da classe social freqente a resistncia dos pais em aceitar o problema do filho. Esse comportamento torna muitas vezes tardio. O incio das terapias e medicamentos possveis so tratamentos que podem ser eficazes, quando tem um uso adequado, podendo assim trazer resultados positivos. Infelizmente muitos pais associam a ajuda profissional ao fracasso pessoal. Essa resistncia pode prejudicar a criana antes de seu diagnstico, ento deve ser feito um acompanhamento psicolgico com essas famlias para ajudarem na aceitao de uma possvel criana com sintomas de dficit de ateno e/ou hiperatividade, feito esse acompanhamento inicia o processo que pode durar um perodo longo, talvez uma vida inteira. O tema alm de relevante deve ser sempre discutido pelas famlias, educadores, mdicos, psiclogos, psiquiatras e sociedade, enfim todos aqueles que possam de alguma maneira contribuir para maior e melhor divulgao do assunto, encaminhando aos profissionais especializados os casos mais graves, buscando melhoria e soluo para aqueles que necessitam de uma ateno especial. Assim, as crianas com distrbio precisam ter um olhar diferenciado, em relao famlia, escola e principalmente as crianas amigas, seus irmos esses que fazem parte de seu cotidiano.

14 As escolas devem ter educadores que saibam observar diariamente seus alunos, pois este profissional assume um papel fundamental na histria do desenvolvimento cognitivo e psquico da criana. Para isso fundamental o educador ter conhecimento de cada educando por intermdio do diagnstico de cada um. Assim, continuar a observao e quando verificar alguma diferena, acionar o psiclogo famlia para uma observao maior e iniciar o tratamento para minimizar o problema. A importncia de se discutir este tema com especialistas, auxiliando aos pais e professores destas crianas, est na contribuio para o desenvolvimento e melhoria constante dos que necessitam de um acompanhamento especial. O relacionamento dessas crianas com os pais, professores irmos e amigos s vezes visto de forma pouco compreensiva at mesmo de forma estressante devido o comportamento hiperativo da criana. Muita agitao, euforia, falantes, e com pouca concentrao. Esta pesquisa poder contribuir com a comunidade escolar pretendendo diminuir queixas de alunos que no prestam ateno em sala de aula. Os professores podero contribuir com os mdicos especialistas ajudando no diagnstico de Distrbio de Dficit de Ateno DDA e o Transtorno Dficit de Ateno / Hiperatividade TDAH, encontrando assim meios para o incio de um tratamento que melhore a condio desta criana para uma concentrao mais equilibrada e promover o tratamento adequado a cada caso. A criana portadora de dficit de ateno e/ ou hiperatividade um desafio enorme para professores e pais. A integrao da criana em casa e na comunidade bastante prejudicada devido desateno, agitao em excesso, emotividade, impulsividade e baixo limiar de frustrao. O comportamento e suas causas devem ser observados pelos pais e professores visando evitar que a criana sofra de ansiedade, depresso e conduta destrutiva. Assim buscando um tratamento. A pesquisa realizou-se nos anos iniciais de uma Escola Classe da rede pblica que se localiza em Vicente Pires, Taguatinga-DF. Em nossa sociedade existem casos de Distrbio de Dficit de Ateno (DDA) e o Transtorno Dficit de Ateno / Hiperatividade TDAH, que por falta de conhecimento dos pais e professores s crianas com casos especiais so tratados ou vistos como mal educados. De que maneira a escola reage quando identifica um caso de

15 hiperatividade em sala de aula? O primeiro passo a observao, aps a observao feito uma triagem e quando identificado um caso suspeito de hiperatividade em sala de aula a equipe de professores procuram ajuda de quem est mais prximo, neste caso a direo assim, sendo feito um acompanhamento individual da criana e observao nas atividades. De acordo com o comportamento da criana, comunica-se aos pais e buscam ajuda profissional dos especialistas da rea para o incio do tratamento. Este trabalho est assim estruturado: O objetivo geral desta pesquisa foi analisar como o distrbio de dficit de ateno vivenciado nos anos iniciais 1 ao 5 anos e como aplicado esse trabalho nas crianas com esse transtorno e quais so os primeiros tratamentos. Os objetivos especficos so: Analisar a relao entre educador e educando que tem os sintomas de hiperatividade. Relacionar as principais dificuldades dos alunos em sala de aula. Compreender os casos verificados e acionar os profissionais da rea. No captulo I foi apresentado o trabalho, opinies e pesquisas de profissionais que estudam e/ou lidam com crianas portadoras do Transtorno Dficit de Ateno e Hiperatividade TDAH. So mdicos, psiquiatras, psiclogos, professores especialistas que pesquisaram e acompanharam etapa por etapa das crianas com sintoma de Hiperatividade. Eles relatam suas experincias no convvio ou estudo dessa sndrome e o reflexo da mesma na vida social, escolar e familiar de quem sofre desse mal. No captulo II falamos da importncia da famlia na vida da criana com dficit de ateno e ou hiperatividade. No captulo III falamos da metodologia que foi elaborada um roteiro de entrevista e questionrio constando vrias perguntas com respostas alternativas e opcionais e outras com opinies prprias a respeito do dficit de ateno e ou hiperatividade em crianas nos anos iniciais. Tratamos tambm da importncia de compreender o comportamento da criana com Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade, os fatores do funcionamento fsico e mental, as caractersticas, o desenvolvimento do transtorno, como os pesquisadores iniciaram as pesquisas e como foi aprimorando a nomenclatura para encontrar o Distrbio de Dficit de Ateno DDA e o Transtorno Dficit de Ateno Hiperatividade TDAH assim definida o quadro de hiperatividade. A criana considerada hiperativa aquela desinquieta, agitada e sem concentrao, com dificuldade de pensar e no consegue se organizar como as outras crianas consideradas normais. No captulo IV foi feito a interpretao e anlise de dados.

16 CAPTULO I CONHECENDO O TRANSTORNO DO DFICIT DE ATENO HIPERATIVIDADE E SUAS QUESTES INTERDISCIPLINARES

A Hiperatividade ou o Distrbio de Dficit de Ateno por Hiperatividade DDAH um distrbio comportamental, no uma doena. O Transtorno do Dficit de

Ateno Hiperatividade vem sendo estudado e pesquisado pela medicina atual com uma freqncia maior. Envolvendo crianas com os sintomas, os pais e a sociedade. De acordo com a pesquisa foi abordado s dificuldades das crianas portadoras de dficit de ateno e ou hiperatividade de estarem atentas aos acontecimentos em seus arredores, tentando controlar suas emoes e ansiedades.Estes so os portadores do Transtorno do Dficit de Ateno/ Hiperatividade TDAH. O Transtorno de Dficit de Ateno com Hiperatividade vem sendo pesquisado desde

1902 quando uma srie de palestras que foram ministradas no real colgio de medicina de Londres por George Frederick Still, onde foi abordado assuntos de crianas problemticas que apresentavam um comportamento anormal de forma agressiva, indisciplinada, desafiadoras e de difcil controle. Aps as palestras e pesquisas de estudos sobre o TDAH foi constatado que essas crianas tinham um defeito de conduta moral (BENZCIK, 2002, p.21; CONDEMARIN, GOROSTEGUI, MILICIC, 2006, p.20). Os autores relacionados acima: tem uma linha de pensamento de grande concordncia com Silva (2003, p.170) quanto caracterizao que Still apresentou ao referir-se s crianas com este mesmo problema alegando:

Um defeito de conduta moral: crianas de temperamento violento. Desenfreada mente revoltadas, perversas, destrutivas, que no respondem a castigos, inquietas, perturbadoras, incapazes de manter a ateno e estudantes problemticos (CONDERMARIM; GOROSTEGUI & MILICIC, 2006, p. 20).

Ento, tal comportamento no foi atribuindo a m criao ou a perversidade das crianas como resultado de danos cerebrais hereditrios, disfuno do crebro ou problemas ambientais como cita Benzcik (2002, p.21).

17 De acordo com Silva (2003), as teorias do comportamento em relao ao pesquisador George Frederick Still, foram bem recebidas a ponto de serem publicadas no British Medical Journal. Porm, passaram-se aproximadamente quase duas dcadas para que fossem divulgados novos estudos dos trabalhos realizados sobre o TDHA Transtorno do Dficit de Ateno/Hiperatividade. Assim veremos a seguir:Aproximadamente duas dcadas depois, mdicos americanos estudaram crianas que apresentaram caractersticas comportamentais similares s descritas por Still. Mais do que isso, as crianas estudadas nesse perodo tinham em comum o fato de serem sobreviventes da pandemia de encefalite ocorrida entre 1917-1918 (SILVA, 2003, p.170).

Isto , o estudo avaliou crianas consideradas de comportamento normais e que se tornaram inquietas, desatentas, impacientes com dficit de ateno e/ou hiperativas. Desta forma o prejuzo cerebral observado foi atribudo doena. Aps a referida doena, este modelo de conduta foi ento descrito como uma desordem ps-encefaltica (BENDER, apud, BENZCIK, 2002, p. 23). Feito todo o estudo chegaram concluso de que este distrbio recebe sua primeira nomenclatura oficial, conforme Silva (2003, p.170), como Distrbio de Comportamento Ps- encefalite. Em 1934 Kahn e Cohen pesquisavam novas maneiras de comportamento no qual afirmaram haver base biolgica para o comportamento, pois estudaram as mesmas vtimas da epidemia de encefalite e aps observarem outras crianas que no eram vtimas da epidemia, concluram que existia um dano cerebral que poderia ter acontecido de alguma forma. Criou-se, ento, segundo Silva (2003, p.171), o termo Crebro Danificado ou Lesionado para descrever estas crianas, sendo ento com o termo Leso Cerebral Mnima, no entanto este conceito foi reavaliado e repensado quando se verificou a generalizao deste termo para todos os sujeitos pesquisados, tendo em vista a ocorrncia da no presena de leses em alguns casos:Depois de alguns estudos concluiu-se que se a criana no apresenta leso cerebral, mas apresentam sintomas de comportamento, o termo anteriormente utilizado estava inadequado sendo necessrio redefinir o nome da doena a qual mudou para disfuno cerebral mnima (SILVA, 2003, p.171).

As pesquisas deram continuidade de acordo com as descobertas. Alguns mdicos e psiclogos avanavam em seus experimentos buscando sempre encontrar maneiras

18 para que pudesse retardar o avano do TDAH Transtorno do Dficit de Ateno/Hiperatividade. A cada pesquisa elaborada pelos doutores e psiclogos foi descoberto algo alm do que eles j tinham conhecimento. Ao longo do processo cada um contribua com suas descobertas para diminuir ou sanar esse distrbio que envolve as crianas, adolescentes e at mesmo adultos. De acordo com o avano das pesquisas alguns mdicos encontraram um tipo de medicamento para minimizar a ansiedade e facilitar a concentrao das crianas consideradas hiperativas. Algumas dcadas depois:

Em 1937 Charles Bradley descobre acidentalmente as anfetaminas que iriam ajudar na concentrao das crianas hiperativas. Em 1957 Laufer faz uso do termo hiperatividade infantil, o mesmo acreditava ser uma dificuldade exclusiva de meninos. Em 1960 Stella Chess tambm fez uso do termo hiperatividade infantil e acreditava que as causas deste problema estavam na gentica individual, a partir de ento surge o termo Sndrome da Criana Hiperativa. Em 1968 foi publicado o DSM-II (Manual Diagnstico e Estatstico de Desordens Mentais) em que foi utilizado o termo Reao Hipercintica da infncia para se referir ao problema. Em 1970 comearam a mudar o foco das pesquisas, por Virgnia Douglas apresenta sua teoria em que destaca especialmente o dficit de ateno que estava subvalorizando a respeito da hiperatividade. Para ela, o dficit em manter a ateno poderia vir a surgir sob condies em que no houvesse hiperatividade. Manteve-se, ento, a terminologia desta maneira: sndrome Hipercintica (SILVA, 2003, p.172-173).

Entre 1937 e 1970 diversos pesquisadores sugeriram diferentes causas para explicar o comportamento diferenciado de algumas crianas. Chegou-se a acreditar que este fosse um problema exclusivo dos meninos. O termo Distrbio do Dficit de Ateno passou a ser usado a partir dos anos 80. Desde ento os estudos foram avanando de acordo com novas descobertas foram formados vrios manuais dos diagnsticos encontrados como segue:

A partir de 1980 o manual Diagnstico e Estatstico de Desordens Mentais DSM III alterou o termo para Distrbio do Dficit de Ateno. Em 1987 o Manual Diagnstico e estatstico de Desordens Mentais DSM III foi revisado e o termo utilizado para o Transtorno mauda para Distrbio de Hiperatividade com Dficit de Ateno em 1994 o Manual Diagnstico e Estatstico das Doenas Mentais DSM IV denominou a doena como o Transtorno de Dficit de Ateno / Hiperatividade subdividindo o mesmo peso em dois grandes grupos o da desateno e o da Hiperatividade / impulsividade apresentando o mesmo peso para o diagnstico, e uma combinao de ambos... em que sintomas desatentos e de Hiperatividade/ Impulsividade esto presentes no mesmo grau de intensidade (SILVA, 2003, p.173)

19 A cincia continua buscando constantemente meios para encontrar o caminho certo para o entendimento a respeito do crebro que apresenta DDA Distrbio do Dficit de Ateno ou TDA Transtorno do Dficit de Ateno com ou sem hiperatividade. O termo hiperatividade tem sido substitudo na atualidade pelo termo transtorno do dficit de ateno e hiperatividade TDAH por ser mais voltado incluso do problema existente. O Transtorno do Dficit de Ateno/ Hiperatividade TDAH composto por trs sintomas: impulsividade, distrao e hiperatividade. As crianas demonstraram ser distradas, mas criana com TDAH tem uma distrao muito maior que as crianas sem este tipo de transtorno. So crianas que se distrai facilmente por qualquer coisa, trazendo um desconforto e uma falta de concentrao em tudo que faz, acarretando prejuzos e perdas no decorrer da sua vida. Dentro dos estudos pesquisados foram feitas algumas definies para a diagnose de uma criana considerada hiperativa. Essas so algumas linhas diagnsticas, pois:

Queixas de pais e/ ou professores sobre desateno, impulsividade, Excesso de atividade motora e no seguimento de regras (faltam de obedincia, autocontrole e resoluo de problemas); escore em escalas padronizadas de comportamento infantil completado pelos pais ou professores, dois desvios padro acima da mdia para crianas normais de mesmo sexo e idade, nos fatores desateno ou hiperatividade; incio dos problemas por volta dos seis anos de idade; durao desses problemas por no mnimo 12 meses; um QI maior do que 85 ou, entre 70 e 85, em comparao com crianas de mesma idade mental, usando critrio; a excluso de significante atraso de linguagem, prejuzos sensoriais (surdez,cegueira) ou psicopatologia grave (esquizofrenia).(QUEIROZ, 2009, p.19).

De acordo com o autor, essa forma de tratamento deve diminuir os problemas causados pelo transtorno do dficit de ateno TDAH um transtorno que vem sendo desenvolvido e de grande autocontrole e condutas sociais, podendo ser reduzido sensivelmente, mas no eliminado completamente. O Distrbio de Dficit de Ateno resulta de um funcionamento alterado no sistema neorobiolgico cerebral, Silva (2003) outra definio apresentada a que diz que o DDA ocorre como resultado de uma disfuno neurolgica no cortex pr-frontal (AMEN, 1998, p.125). J em outro momento colocado conforme o DSM IV, que define o Transtorno de Dficit de Ateno/hiperatividade, considerado como um distrbio bidimensional. Faz a definio de duas maneiras um pelo problema da ateno e outro pelo problema da hiperatividade/impulsividade. Ocorrer impulsos na vida de uma criana considerado natural, mas a criana constatada com TDAH

20 movida por impulsos constantemente, em algumas situaes acaba envolvendo com outras crianas e por ser impulsiva demais acaba colocando outras crianas em situao de perigo. O indivduo que age dessa maneira no age com perversidade mais sim porque no consegue controlar seus impulsos, dentro dessas situaes a criana acaba sendo rotulada de criana indisciplinada, egosta, toca o terror, entre outros. Gerando assim uma situao de culpa, inferioridade, acarretando um quadro crtico levando at a depresso, pois:

A Hiperatividade pode ser fsica ou mental. A hiperatividade fsica faz com que a criana TDAH se comporte de forma agitada, pulando sempre, mexendo em tudo o que v, esbarrando-se em tudo, deixando os objetos cair de suas mos, etc. E outros rtulos sero impostos como: desengonadas, sem jeito, eltricas entre outros. Na Hiperatividade Mental o crebro do TDAH bombardeado com uma gama imensurvel de pensamentos incessantes, ou seja, at durante o sono, gerando assim, uma exausto mental, que ser refletida na baixa qualidade de suas tarefas durante o dia. (QUEIROZ, 2009, p.20).

As diferentes maneiras em que os sintomas apresentam, dificulta definio que mais engloba as caractersticas exigindo mais pesquisas e tornando a busca de tratamento tanto mais dispendioso. Em outro momento Silva (2003) aps um estudo minucioso de muito trabalho, em alguns casos foram atendidos, apoiado pela teoria e observando na prtica as experincias vivenciadas, analisou e concluiu que o Distrbio do Dficit de Ateno DDA e o Transtorno do Dficit de Ateno TDA so trio de base alterada, formada por grandes alteraes na ateno, impulsividade e da velocidade fsica e mental das pessoas. Observa-se que a caracterstica fundamental ao diagnosticar este problema est em maior clareza na desateno, pois esta caracterstica era valorizada em relao hiperatividade, com base nas pesquisas pode-se afirmar que nem todas as pessoas com este problema so hiperativas. Amen (2002, p.125) acredita que somente metade das pessoas com problema de DDA sejam hiperativas. Esta hiptese est apoiada, pois:

Alterao da ateno: este , com certeza, o sintoma mais importante no entendimento do comportamento DDA, uma vez que esta alterao condio sine qua non para se efetuar diagnstico. Uma pessoa com comportamento DDA pode ou no apresentar hiperatividade fsica, mas jamais deixar de apresentar forte tendncia disperso (SILVA, 2003, p.20).

21 O Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade TDAH causado por um pequeno distrbio cerebral, alguns nem so diagnosticados na infncia, acarretando na adolescncia grandes problemas de depresso tornando mais difcil a convivncia com a famlia, escola e sociedade. Embora muitas pessoas ainda no tivessem conhecimento a respeito desse assunto. Para compreender melhor o comportamento dessa criana ou adolescente com transtorno do dficit de ateno/ hiperatividade TDAH muito importante entender um pouco sobre eles para poder ajud-los em seu relacionamento dentro da sociedade e para a construo de um futuro com base em estudos pesquisados:

Superexcitao e atividade excessiva: As crianas hiperativas tendem a ser excessivamente agitadas e ativas, e facilmente levadas a uma emoo excessiva. Elas tm dificuldade de controlar o corpo em situaes que exijam que fiquem sentadas em silncio por muito tempo. As crianas hiperativas tm dificuldades de pensar antes de agir. Elas tm dificuldades de seguir regras. Na maioria das vezes, elas entendem e conhecem as regras, mas na sua necessidade de agir rapidamente sobrepuja sua reduzida capacidade de autocontrole. Isso resulta em um comportamento inadequado e irrefletido (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1998, p.23).

A criana hiperativa tem dificuldade em prestar ateno na aula, o seu grau de aprendizagem afetado, e algumas das conseqncias do seu comportamento so: ansiedades, depresso, e isolamento, desta forma elas descarregam suas frustraes em seus colegas e amigos por este dficit de ateno, consequentemente so tratadas de forma diferenciada, em alguns casos essa excluso se torna um fator negativo, ocasionando a excluso social. Os educadores que lidam diretamente com crianas hiperativas precisam estar preparados para poder entender e identificar os casos que geralmente so encontrados no ambiente escolar, e antes de tudo saber que esto lidando com ser humano que possui sentimentos e que devem ser respeitados por cada profissional que vive no meio. E a partir desse conhecimento interagir essas crianas para que elas possam sentir valorizadas em relao s outras. Cada educador precisa estar apto para lidar com essas crianas atravs de cursos de preparao, formao continuada, palestras, contatos com psiclogos, psiquiatras e famlia. Para poder entender, preciso acompanhar juntamente com os psiclogos e mdicos, para obterem uma boa relao para o bom andamento do processo. E num futuro prximo poder comemorar o sucesso juntamente com essas crianas consideradas hiperativas. A

22 criana hiperativa geralmente tem muita dificuldade de aceitao nas normas disciplinares que as escolas ditam. A relao professor x aluno extremamente importante nesta fase que se inicia, onde a criana tem mais dificuldade de desenvolver suas habilidades, por isso a escola deve estar preparada para receber esses alunos oferecendo salas especiais com programa de autocontrole. O professor tambm precisa estar preparado para receber essas crianas desenvolvendo atividades que busquem o interesse de cada uma delas, Assim:As crianas hiperativas tm longas histrias de fracasso. Normalmente a criana cria um problema punida e raramente tem a oportunidade de voltar situao de ser bem sucedida. Se um problema resultante de desobedincia, essencial que aps a punio a criana volte situao problema e obedea ao seu pedido inicial. A mensagem o seu filho deve ser por esta razo melhor fornecer perodo breves de punio destinados a dar criana a mensagem de que voc esta descontente, e imediatamente faz-la voltar situao problema (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1998, p.174).

Ateno, carinho, dedicao so essenciais para uma pessoa que convive com uma criana hiperativa. Essas se tornam no convvio mais triste, sem motivao e em alguns momentos negativas. A hiperatividade um desafio a ser enfrentado tanto pelos pais como pelos professores, que so os principais responsveis pelo futuro de aprendizagem da criana com dificuldade de comportamento. Os pais precisam compreender que este mau comportamento no resulta da falta de obedincia e sim da falta de capacidade que a criana tem de controlar sua impulsividade, pois no consegue seguir as regras impostas pelo ambiente. Ao descobrir um problema de hiperatividade na famlia, eles devem o mais rpido possvel procurar um especialista para incio de um tratamento evitando assim uma adolescncia problemtica, com resultados positivos na escola evitando assim a baixa estima, agressividade e conflito familiar. Com acompanhamento de um especialista facilitar o trabalho de outros que estudam o mesmo problema, encaminhando para psiclogos e se preciso receitam alguns estimulantes para melhoria constante da criana:

O argumento de que os estimulantes no apresentam efeitos positivos duradouros sobre as conquistas acadmicas enganoso, planejado pelos maiores esforos para que os pais considerem o uso desses estimulantes para seus filhos portadores de TDAH quando assumem uma viso simplista do termo conquista acadmica e esperam que os estimulantes aumentem diretamente a quantidade de sabedoria ou habilidade em uma determinada matria (BARKLEY, 2002, p.282).

23

Os mdicos discordam que o tratamento adequado seja s o medicamento. Pois, esses remdios no deixam de serem drogas, podendo deixar alguns efeitos colaterais; como a fadiga, a baixa estima, a sonolncia e outros. Somente alguns casos. Existem outros tipos de soluo at mais adequado, como terapia, dilogo com a famlia, e outros. O sucesso de aprendizagem da criana hiperativa depende da pacincia e da persistncia dos pais e professores em estar desenvolvendo mtodos adequados no processo de conhecimento intelectual do aluno hiperativo, assim instigando ao aluno a novas descobertas, para melhor favorecer seus conhecimentos e aprendizagem:

Sabemos que a ateno desempenha a funo mais importante na vida do organismo. Esta funo trata da organizao do comportamento, com a criao de um determinado contexto, que prepara o homem para a percepo ou para a atividade (VYGOTSKY e LURIA, 1996, p.195).

De acordo com Vygotsky e Luria (1996) a ateno tem importante papel na vida do indivduo ela o prepara para a percepo ou para a atividade. A ateno do indivduo estimulada desde os primeiros dias de vida. Nessa fase facilmente percebido resposta da criana aos estmulos percebendo luz forte, rudo intenso e outros. Esta uma maneira natural de ateno, normalmente chamada de ateno intintivo- reflexiva. No entanto a ateno primitiva no o bastante para o indivduo superar certas exigncias na execuo de certas tarefas (por mais simples que seja), sendo necessrio, diferenciadas formas de ateno. Algumas dessas pessoas apresentam enormes dificuldades de reter ateno e essa deficincia associadas a dois fatores: impulsividade e a velocidade do funcionamento fsico e ou mental do indivduo denominado como Distrbio de Dficit de Ateno. Para Mattos (2005, p.15) comum dizer que crianas, adolescentes e adultos com dificuldade de manter ateno, vivem no mundo da lua, isto , esto sempre pensando em outra coisa, ou em um monte de outras coisas, quando conversam com eles, quando esto estudando ou lendo, quando esto trabalhando, enfim em uma grande variedade de situaes. Quase sempre so indivduos que no conseguem ficar quietos por tempo prolongado e no suportam monotonia e coisas repetidas. Age com impulsividade, muda de planos e interesses constantemente e tem muita dificuldade de terminar a tarefa por ele

24 iniciada. Apesar das inmeras pesquisas sobre o Transtorno de Dficit de Ateno Hiperatividade TDAH continua desconhecida a causa especfica do problema, mesmo assim possvel definir e afirmar em muitas situaes os sintomas que envolvem o transtorno e seu tratamento. Geralmente os sintomas so idnticos nos indivduos com sintomas de TDAH apresentando de forma semelhante nas diversas etapas da vida:Aluno que no presta ateno ao que a professora diz e o marido que parece no escutar o que a mulher est contando aluna que no pra sentada um minuto sequer e o profissional que vive arranjando coisas para fazer e se movimentar o tempo todo; o garoto que responde a pergunta sem ler at o final porque impulsivo e o marido que decide as coisas sem consultar a esposa (MATTOS, 2005, p.19).

As pessoas que convivem com portadores de TDAH vo identificar ou vivenciar situaes similares, uma vez que a dano causado por essa sndrome vai depender de quem o indivduo que sofre desse mal. A Associao Psiquitrica Americana, entidade responsvel para elaborar todos os sintomas de todas as enfermidades psiquitricas existentes, com a finalidade de se obter diagnsticos mais uniformes entre os profissionais, definiu 18 (dezoito) sintomas que constituem as trs formas de TDAH, que foram divididos em dois mdulos; A e B. Identificar o sintoma predominante no indivduo de suma importncia para poder definir a forma de TDAH que o mesmo portador e procurar o melhor tratamento para a situao. Apresentamos dois mdulos: Mdulo A: Sintomas de desateno (eles devem Ocorrer freqentemente). Prestar pouca ateno a detalhes e cometer erros por faltade ateno; Dificuldade de se concentrar (tanto nas tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras); Parecer estar prestando ateno em outras coisas numa conversa; Dificuldade em seguir as instrues at o fim ou deixar tarefas e deveres sem terminar; Dificuldade de se organizar para fazer algo ou planejar com antecedncia; Relutncia ou antipatia em relao a tarefas que exijam esforo mental por muito tempo (tais como estudo ou leitura); Perder objetos necessrios para realizar as tarefas ou atividades do dia-a-dia; Distrair-se com muita facilidade com coisas sua volta ou mesmo com seus prprios pensamentos. comum que pais e professores se queixem de que estas crianas parecem sonhar acordadas; Esquecer de coisas que deveria fazer no dia - a - dia. Mdulo B: Sintomas de Hiperatividade e Impulsividade (eles devem ocorrer freqentemente); Ficar mexendo as mos e ps quando sentado ou se mexer muito na cadeira; Dificuldade de permanecer sentado em situaes em que isso esperado (sala de aula, mesa de jantar, etc). Correr ou escalar coisas, em situaes nas quais isto inapropriado (em adolescentes e adultos pode se restringir a um sentir-se inquieto por dentro);

25Dificuldades para se manter em atividades de lazer (jogos ou brincadeiras) em silncio; Parecer ser eltrico e a mil por hora; Fala demais; Responder perguntas antes de elas serem concludas. comum responder a pergunta sem ler at o final; No conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas, etc) Interromper os outros ou se meter nas conversas dos outros: (MATTOS, 2005, p.20).

Assim, como as seguintes formas:

Forma predominante desatenta, quando existem mais sintomas do Mdulo A. Esta forma mais comum na populao em geral; Forma predominante hiperativa / impulsiva, quando existem mais sintomas do Mdulo B. Esta a forma mais rara; Forma combinada, quando existem muitos sintomas do Mdulo A tambm do Mdulo B. Esta a forma mais comum nos consultrios e ambulatrios, provavelmente porque causa mais problemas para o prprio portador e para os demais, o que leva os pais a procurarem ajuda para seu filho. (MATTOS, 2005, p.20).

O transtorno se faz a definio de duas maneiras um pelo problema da ateno e outro pelo problema da hiperatividade/impulsividade. As diferentes maneiras em que os sintomas apresentam dificultam a definio que mais engloba as caractersticas exigindo mais pesquisas e tornando a busca de tratamento tanto mais dispendioso. Amen (2002) e Silva (2002) concordam que o foco gerador ou determinante para detectar ou diagnosticar o paciente que tem TDA observado nos primeiros momentos falta de ateno que o paciente apresenta. Ou seja, desateno total. (BARKLEY, 2002, p.53) quando diz que crianas com TDAH tem problemas para fixar sua ateno nas coisas por mais tempos, diferentes das outras, tambm tm concordado que a falta de ateno um dos sintomas que mais implica para o diagnstico da questo que envolve o Transtorno do Dficit de Ateno TDA, apesar de sua pesquisa estar voltada com um foco especial ao Transtorno do Dficit de Ateno direcionada Hiperatividade. Estudos vm demonstrando que a falta de ateno tende a no ser o nico sintoma para diagnosticar o TDA com ou sem hiperatividade, mas sim o principal sintoma. Podemos citar que outras caractersticas aparecem logo nos primeiros anos de vida ou at mais tarde, por volta dos 12 (doze) anos de idade e que so elas: a inquietao fsica e a falta de ateno (os sintomas aparecem de forma generalizadas em determinadas situaes), apresenta oposio entre o desenvolvimento cognitivo e autocontrole, demonstra imaturidade em relao idade que tem. (BENCZIK, 2002, p. 25). A desorganizao tambm considerada um diferencial entre ambos a respeito do TDA (Transtorno do Dficit de

26 Ateno) com ou sem hiperatividade como segue: crianas predominantemente desatentas so mais passivas e medrosas, desligadas ao que acontece sua volta, seu tempo para construo da aprendizagem mais lento, apresenta grande retraimento social diferentemente dos hiperativos que apresentam maiores problemas de conduta e comportamento autodestrutivo (FURMAN, GOODYEAR & HYND, 1992, apud BENCZINK, 2006, p. 26). Concordando com os autores acima acrescentando que Topczewski (1999, p.42) a como se processa a hiperatividade em nvel cerebral o chamado DDA (Distrbio do Dficit de Ateno) contribui para a falta de ateno da criana, fazendo com que a criana no consiga concentrar e nem memorizar prejudicando o resultado final de seu aprendizado enfatiza:O TDAH um transtorno que inicia na infncia e se estende por toda a vida adulta, acarretando uma srie de dificuldades em vrias reas como, na aprendizagem, nos relacionamentos e na vida profissional. (QUEIROZ,

2009, p.23). Segundo este autor, cada etapa prejudicada devido ao distrbio, assim na aprendizagem tem dificuldades de ateno, fica impossibilitado at mesmo de participar de uma simples brincadeira, s vezes esquece, no consegue concluir as frases e j muda para outro assunto sem concluir o primeiro, apresenta dificuldades na fala ou na leitura, so taxados de lerdos ou isolados pelos prprios colegas de turma. Nos relacionamentos o indivduo com TDAH, geralmente so vistos de forma conturbadas, no consegue controlar seus impulsos, fala muito e pensa pouco. J na vida profissional vive sobre presso ativa, pelo fato da desorganizao e de no conseguir levar uma rotina, improvisa tudo perde os prazos, algumas oportunidades passam e pode vir a perder devido a essas situaes; se irrita com freqncia, perdendo o controle com facilidade levando a demisso at do seu prprio trabalho, demisso essa que causar um transtorno muito maior para toda a famlia. No prximo captulo estaremos apresentando algumas situaes onde a famlia foco principal das dificuldades encontradas nas crianas e nos adolescentes com Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade TDAH, caracterstica do relacionamento familiar, Como esses pais lidam com essa situao? As normas de convivncia e comportamento que so estabelecidos entre pais e filhos que apresenta esse distrbio.

CAPTULO II

27 A FAMLIA COMO BASE NA VIDA DAS CRIANAS COM O TRANSTORNO DO DFICIT DE ATENO/ HIPERATIVIDADE Dentro da nossa sociedade a famlia o primeiro grupo na vida do ser humano. Nesse contexto, qual o papel da famlia dentro da sociedade? Quais a contribuies positivas ou negativas que os pais podem apresentar as crianas com o Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade? Por sabermos que a famlia tem um papel muito importante dentro da sociedade e que d significado ao ser humano realizaremos alguns comentrios a respeito do conceito famlia e suas finalidades, relacionado criana com o Transtorno do Dficit de Ateno/ Hiperatividade vivenciada do passado ao presente. Sua importncia e como foi se modificando ao longo dos anos. A famlia ocupa um papel significante na vida de uma criana ou adolescente com Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade, esse distrbio acaba acarretando grandes desordens e perturbaes para sua famlia. Mas, falando de famlia e por meio do dicionrio pesquisamos seu significado que Famlia, sf. Marido, Mulher e filhos; pessoas do mesmo sangue: conjunto das pessoas que vivem na mesma casa; descendncia; linhagem; estripe; raa; (FERNANDES; PEDRO; GUIMARES; (1996, p.283). Dentro das perspectivas o conceito famlia vem evoluindo com o decorrer dos anos tanto nas caractersticas, quanto na composio familiar, nas funes das classes ou a cada elemento que a compe como famlia. A modificao dentro da sociedade, da cultura e dentro da modernidade a partir de diferentes variveis, vem organizando o conceito Famlia de forma mais extensa variando de acordo com o contexto de cada um. A famlia da atualidade vem apresentando por meio dos valores tanto emocional quanto afetivo, portanto, existe a chave mestra que faz funcionar a famlia: o amor, que gratuito e incondicional segundo Leandro (2003, p.64). Ento apesar de algumas mudanas na estrutura da formao familiar uma coisa permanece, a preocupao com os filhos que so hoje criados com muito mais desvelo e cuidados com seu bem estar e crescimento harmnico (LEANDRO, 2003, p.64) Podemos dizer que a forma mais preocupante das famlias do sculo XXI, a maneira das famlias educarem seus filhos, em algumas situaes so tratados como adultos em miniaturas. Hoje criana criana e cada uma com sua individualidade, dentro do contexto familiar. Assim fazendo parte no grupo familiar e na sociedade desenvolvendo sua forma e seu prprio aprendizado.

28 natural que os pais, diante de um resultado positivo de Transtorno do Dficit de Ateno / Hiperatividade TDAH, sintam-se pequenos, angustiados, culpados, com medo e at mesmo envergonhados. Impotentes e angustiados por no saberem o que fazer perante a situao. Culpados por acreditarem que eles so responsveis pelo problema. E por fim envergonhados por entenderem que a sociedade bastante preconceituosa e de saber que seu filho ser discriminado. Em algumas situaes a resistncia em aceitar o diagnstico do filho, muito complicada e inaceitvel, de acordo com o que o mdico diz o casal normalmente abalado profundamente pela situao e desenvolvem uma tristeza absoluta, gerando discrdias, acusaes e s vezes at a separao. Em alguns casos que uma das partes omite tentando minimizar o problema na inteno de proteger um ao outro, e geralmente a parte que protegida criar falsas expectativas com a criana, causando mais tarde uma insatisfao que no poder suprir. Ocasionando assim um desgaste muito grande tanto para o casal ou at mesmo para a criana, e ao perceber a situao de que no aceita como realmente , procura se isolar tornando-se muito agressiva. vital a importncia que a criana com TDAH sinta-se aceita por seus pais, mesmo com tantos problemas como cita Queiroz (2009, p.32). Caso contrrio no se sentir segura e poder perder a confiana neles. E com o tempo poder se afastar gerando uma situao comprometedora ficando mais solitria e triste. Em caso de criana com TDAH, com mais de um irmo, os pais precisam comunicar a todos dando uma explicao a respeito do assunto e unindo foras para auxiliar no tratamento do irmo. A situao continua, certamente tero alguns problemas que o irmo considerado normal ter que se adaptar as novas regras impostas pelos pais, como ter que arrumar o quarto do irmo com TDAH, ou qualquer outra tarefa que antes do diagnstico era obrigatrio para os outros, e geralmente essas tarefas agora sero repassadas para seus irmos, que normalmente no aceitaram de forma amigvel, e se sentiram injustiados, transformando o meio em que vivem em brigas constantes. Manifestaro suas insatisfaes atravs de gritos que expressaro o descontentamento por terem um irmo com TDAH, sendo assim criana hiperativa responder de forma agressiva ou se isolar dos outros. Os pais nesse momento precisam estar atentos observando e buscando a proximidade do filho com TDAH, juntamente com seus irmos.

29 Assim como o pai e a me, o irmo tambm tem um papel significativo na vida da criana que possui esse sintoma, podendo contribuir negativamente ou positivamente na educao e na sua vida. Os irmos constituem um papel significativo na vida familiar. Eles tambm so base do relacionamento da socializao de uma famlia, portanto os irmos desempenham um papel que vem ajudando a estabelecer e manter algumas normas que foram desenvolvidas pela famlia. Alm disso, um grande exemplo para o irmo que tem TDAH, esses tambm contribuem para o desenvolvimento cultural na escola e na famlia. Os irmos tambm participam da dinmica familiar desenvolvendo um ambiente agradvel e harmnico para todos. Ou seja, contribuem para a formao da identidade uns dos outros servindo de defensores e protetores interpretando o mundo exterior, ensinando os outros sobre equidade, formando alianas, discutindo, negociando e ajustando mutuamente os comportamentos na famlia (STANHOPE, 1999, p.502). Observando o que as pesquisas nos mostram, verdadeiros transtornos familiares a falta de compreenso de um irmo com o outro, sentindo-se incomodado ou incomodando o outro. Dentro desse contexto preciso ter o cuidado e trabalhar com esses irmos por meio de dilogo conscientizando cada um que o comportamento da criana com TDAH, pode lhes causar raiva e frustrao, e que eles no se sintam culpados (CONDEMARIN; GOROSTEGUI; MILICIC; (2006, p.197). Cabe ento organizar e criar um clima harmonioso entre todos, respeitando as relaes e o limite de cada um. Para que esse ambiente fique melhor todos da famlia precisam buscar ajuda, tirando as dvidas com especialista da rea, como: psiclogos, psiquiatras e outros. At mesmo nos livros direcionados a estudos sobre hiperatividade, esses que auxiliam na relao entre pais e os filhos com esse distrbio. Pais que tem dificuldades em estabelecer normas de comportamento bem claras e definidas podem contribuir para um aumento dos vrios comportamentos inadequados das crianas com TDAH, porque elas no tero parmetros que norteiem seu comportamento. (MATTOS, 2005, p.57) Vejamos alguns exemplos de situaes vivenciadas pelos pais em casa: O pai pede ao filho para no gritar dentro de casa, mas ele mesmo grita quando briga com a me ou qualquer outra pessoa. O mesmo vale palavres; o pai explica que mentir feio, mas o filho presencia o pai dizer pequenas mentiras; ao telefone, em vez de dizer a verdade; me insiste para que ele coma com modos quando est fazendo refeies

30 com o restante da famlia ou com estranhos, mas o pai come sem modos em vrias outras ocasies e ela nada faz ou nenhuma conseqncia mais evidente observada pela criana. Quando ocorre algum tipo de desentendimento entre o casal em relao como educar seu filho; as regras familiares ficam confusas para quem vai ser educado. A criana fica sem saber o que realmente ser exigido dela, podendo ocorrer que o pai coloca de castigo e a me por ser mais sensvel retira do castigo sem ter cumprido o tempo que o pai determinou. (MATTOS, 2005, p.58) A proteo quando necessria faz bem e ajuda a criana romper alguns obstculos que so indispensveis para seu desenvolvimento, assim como vencer o medo, o isolamento e at mesmo a solido. Em algumas situaes as famlias muito exigentes no conseguem controlar de forma segura e em vez de dosar a liberdade que deve dar a pequenos erros; esses pais pensam que toda criana pode errar de vez em quando! Podendo colaborar para o aumento de ansiedade assim trazendo um momento de frustrao, irritao dessas crianas e adolescentes com sintomas de TDAH. Nesse momento, esse apoio dos pais fundamental para que a superao possa alcanar e melhorar sua auto-estima, fazendo com que essa criana se sinta mais feliz. At porque a criana sente uma vontade incontrolvel de participar das atividades, das brincadeiras e das situaes em que so envolvidas no meio em que vive. O que os pais podem fazer para ajudar no tratamento dos filhos com sintomas de TDAH? Vimos que a ateno da famlia da criana com sintomas de TDAH precisa est focalizada, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos; contudo sem menosprezar a relao com os outros filhos, pois a super proteo, pode acarretar situaes desagradveis aos outros membros da famlia. Levando em considerao que os irmos tm grande importncia na vida familiar. A famlia ser a base principal que dever ser a geradora de amor, afeto, carinho, amizade e segurana, desenvolvendo assim um ambiente harmonioso onde as regras bsicas so seguidas trazendo um bom convvio e um relacionamento sadio entre os membros da famlia. Veremos a seguir algumas consideraes da convivncia da famlia e a criana com TDAH.

2.1 O Convvio Social com crianas portadoras do Transtorno do Dficit de Ateno / Hiperatividade.

31 Vrios autores pesquisaram as relaes voltadas para casos de crianas com TDAH, apresentando manejos que devem ser levados em considerao colocando em prtica para as famlias sugestes para lidar com as crianas garantindo afeto e um grande cuidado com sua auto imagem preservando para que esta venha apresentar um desenvolvimento positivo ao cognitivo afetivo e social equilibrado. Essas sugestes sero apresentadas nesse captulo, onde faremos referncia ao papel dos pais na vida da criana com TDAH. De acordo com (MATTOS, 2005, p.60) O primeiro passo informar-se sobre o que exatamente o TDAH, suas causas e como ele se manifesta nas diferentes situaes do dia-a-dia e nos diferentes locais que a criana freqenta. A resistncia dos pais em aceitar esse distrbio, prejudicar o tratamento da criana em vez de ajudar, simplesmente retardar a situao. muito importante ter aceitao quando diagnosticado que a criana possui os sintomas, procurando entender que um problema real e que merece cuidados especiais, e no rejeitando, ou mesmo fingindo que nada est acontecendo e no ver como resultado de difcil temperamento ou teimosia. interessante saber que os pais tambm procurem se orientar como devem se comportar diante de seus filhos, buscando amplo conhecimento e se tornando verdadeiros amigos. Os pais devem manter o dilogo com muita franqueza com a criana ou adolescente, procurando entender as dificuldades de comportamento e suas necessidades. Escutar os filhos uma tarefa rdua. Principalmente quando se trata de um assunto bastante complexo mais, nesse momento preciso ouvi-los deix-los falar principalmente sobre os aspectos do seu comportamento que facilitam ou dificultam em seus a fazeres. Nesse contexto as relaes familiares tende a piorar. Em relao ao indivduo (criana), o problema pode se transformar em uma bola de neve, dificultando encontrar uma soluo. Quando manifestado todas as caractersticas do dficit de ateno pela dificuldade de aprendizagem, relacionamento, isolamento, pela sua impulsividade e tambm pelo excesso de desateno. Os pais consideram que o indivduo tenha capacidade de mudana, mas por falta de vontade e esforo por parte da criana. Segundo Benczik (2002) os pais se esquecem que devem tentar ver o mundo atravs dos olhos de suas crianas, porm, o que se apresenta so os constantes apelos como segue:O discurso que a criana escuta diariamente que deve mudar no esquecer seus cadernos no colgio no perder seus objetos, no mentir acerca de ter feito ou no suas tarefas, no acreditar que o mundo persegue injustamente (CONDERMARIN; GOROSTEGUI; MICILIC; (2006, p.187).

32

A partir desse contexto, fica muito difcil para a criana mudar sem ajuda, tambm se torna difcil mudar o sistema familiar. Principalmente quando se tem o convvio durante muitos anos em torno dessa criana considerada problema refere-se criana com TDAH. Um dos pontos principais tornarem-se amigo de seu prprio filho ouvindo suas opinies sobre os aspectos de seu comportamento que pode facilitar ou dificultar as coisas para ele. O incentivo poder contribuir para uma parceria um ajudando o outro. As normas elaboradas pelos pais a respeito do comportamento precisam ser claramente estabelecidas de forma tranqila e agradvel, assim formando um meio familiar que tenha rotinas, que seja transparente e que especifique exatamente o que esperado desse filho. Algumas regras podem fazer sentido e ser constantes com as pessoas que se interage diretamente com a criana portadora do TDAH. Assim (MATTOS, 2005, p.61), o modo como as pessoas se comportam sempre tem um sentido, uma razo de ser. a) Explique por que as pessoas devem se comportar desta ou daquela maneira, por isto no muito evidente na maioria das vezes. Fale das conseqncias de se comportar de modo diferente daquilo que esperado pelas demais pessoas. b) procure se comportar sempre do mesmo modo em situaes semelhantes quando estiver com seu filho. No faa de um jeito em uma ocasio e de outro completamente diferente em outra. importante que o mesmo comportamento que voc o incentiva a ter em casa seja incentivado em todos os outros locais. Qualquer norma s deve ser colocada em prtica se todos os responsveis da famlia estiverem de acordo, cada item deve ser pontuado passo a passo, aps serem discutidos e analisados organizam as idias. Em outro momento repassam para a criana e discute os pontos positivos e negativos em relao s normas realizadas. Para que se possa, obter resultados imediatos positivos, tambm preciso dividir e ser de conhecimentos de todos os castigos e prmios oferecidos a criana portadora do TDAH. Mas, preciso manter um equilbrio em relao a algumas situaes, pois em hiptese nenhuma dever ocorrer discusses em relao s regras na frente da criana. As caractersticas com dificuldade pela parte da famlia em estabelecer normas de comportamento bem definidas; dificulta o princpio desse tratamento, principalmente com a discordncia entre os pais, uma educao permissiva, com dificuldades de lidar com limites, por outro lado pais muito exigentes que no perdoam aqueles pequenos erros da criana,

33 quando tem que chamar ateno chama a criana aos berros, discusses freqentes, com um estilo muito agressivo de resolver as situaes. (MATTOS, 2005:59). Alm das situaes que acarretam as dificuldades encontradas pelas famlias de lidar com a criana com TDAH, ainda enfrenta uma dificuldade difcil de lidar, manter e fazer novos amigos. A criana com TDAH, segundo SILVA (2003) tende a ter dificuldades em manter amizades prolongadas e tambm relacionamentos afetivos por causa do problema da ateno, do interesse no outro, como pessoa, alm disso, tem dificuldades de expressar sentimentos. Os relacionamentos com os amigos tende a ser instvel porque os grupos dos amigos da criana com Transtorno do Dficit de Ateno / Hiperatividade TDAH, no consegue acompanhar e nem seguir as instrues em relao s normas das brincadeiras, e s vezes no se comporta com algum da sua idade, trazendo assim um desconforto para toda a famlia. Freqentemente apresenta um comportamento diferenciado das outras crianas principalmente quando h discusses, e quando sempre discutem no aceita devido intolerncia frustrao dos resultados colhidos das brincadeiras. Tambm para iniciar e conseguir manter uma conversa por mais tempos temos que respeitar certo jogo. De acordo, com MATTOS (2005) preciso estar atento e perceber se o outro est gostando do que se est falando, se aquele assunto apropriado para a ocasio, se devemos prosseguir ou interromper determinado tpico. Os pais que se capacitam sabem diferenciar quando o filho est sendo desobediente e quando est com dificuldades, e como deve agir a cada situao. preciso respeitar a troca de turnos. Com muita sabedoria os pais comeam uma nova etapa a de acompanhamento diferenciado a seus filhos com o Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade TDAH, e com essas mudanas pode se observar que a criana com esse distrbio com muita freqncia interrompe os outros e sempre querem ser o da vez trocam o assunto da conversa continuamente e prestam pouca ou nenhuma ateno no que os outros falam, ficam despercebidos e parecem que est no mundo da lua. Muitas vezes o desinteresse to grande que no lembra a conversa que teve anteriormente com os pais. (se ele importasse, lembraria). A hiperatividade caracterstica desse transtorno faz com essas crianas fiquem desatentas e no conseguem ficar paradas e sentadas por muito tempo, fazendo barulho e espalhando todo seu material escolar, causando um grande transtorno em sala de

34 aula, falam muito durante as aulas, mexem com os colegas o tempo todo importunando a todos que se encontra em seu redor. Esses comportamentos atrapalham a aula e provocando um desconforto a seus colegas e professores, que muitas das vezes julgam e interpretam esses comportamentos como mal educados, vindo de uma m criao, considerados baderneiros ou com problemas de personalidade. Dentro dessa situao os castigos so freqentes, acarretando para essa criana a incompreenso, frustrao tornando-se agressiva, complicando e agravando ainda mais o seu quadro de disciplina. A criana com o Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade TDAH, tem ainda sua auto-estima e seu auto conceito bem limitado, pois prejudicado pelas suas frustraes, baixo rendimento escolar, castigos. Isso provocando grandes sentimentos de incompetncia, por causa das constantes crticas de seu esquecimento crnico. Em algumas vezes se percebe como o diferente do grupo sendo aquele que sempre fica por ltimo nas atividades, tanto individual quanto em grupo, taxado de mole, e em outros casos nem faz as atividades propostas pelo professor. Por estarem sempre necessitando de ajuda, mais ateno, mais aulas extras, reforo e concentrao e monitoramento constante, essas crianas crescem como se estivessem predestinadas ao fracasso (MATTOS, 2005, p.70), fazendo com que sua baixa e auto-estima fique volvel.

2.2- A Importncia da Educao social, dentro Contexto Escolar de Crianas portadoras de TDAH. As crianas portadoras de TDAH apresentam uma srie de dificuldades no que tange a aprendizagem, devido desateno e a hiperatividade. Para Green Hill (apud Rhodes e Mattos, 2002, p.201) os sintomas do TDAH, no ambiente escolar revelam uma dificuldade em terminar um trabalho de aula na classe ou de participar tranquilamente de uma equipe de esportes. As crianas com TDAH, no conseguem dar seqncia em suas tarefas, ou seja, comeam uma atividade e antes de terminar j passam para outra, assim interrompendo uma no terminando a outra costumam perder o interesse pelas atividades, e os constantes problemas em sala de aula como brigas, desentendimentos, culminam em uma no socializao, acarretando assim uma evaso escolar, que para o futuro dessa criana acarretar prejuzos que refletiro uma vida inteira, prejudicando sua vida acadmica e em outra rea tanto pessoal ou profissional.

35 Em nossas leituras vimos que a educao social de grande importncia para o desenvolvimento escolar da criana com TDAH, assim apresenta VIGOSTSKI quando se refere experincia scio-cultural:

O desenvolvimento do pensamento determinado pela linguagem... Pela experincia scio-cultural da criana... funo, direto de sua fala socializada. O crescimento intelectual... Depende de seu domnio dos meios sociais do pensamento, isto , da linguagem (VYGOSTSKY, 1998, p.62).

Por meio da interao social que d incio ao processo da construo da linguagem, da fala e do pensamento a partir da que a criana comea ento a construir ou abstrair do meio em que vive as descobertas de palavras novas, levando ento a organizar seus conceitos para a criao e entendimento dos significados das palavras e para o desenvolvimento cultural. Assim coloca Vygostsky:

O desenvolvimento dos conceitos, ou dos significados das palavras, pressupe o desenvolvimento de muitas funes intelectuais: ateno deliberada, memria lgica, abstrao, capacidade para comparar e diferenciar (VYGOSTSKY, 1998, p.104).

Esses processos na criana no so construdos somente a partir da fase inicial escolar, segundo Vygostsky (1998, p.125) de fato, a criana domina... sua lngua materna muito antes de entrar na escola, porm esse domnio no consciente, foi construdo bem antes juntamente com a interao do meio onde vive. Dentro dessas expectativas, a criana j traz uma bagagem desde o princpio do convvio familiar. O grupo social responsvel por essa criana faz com que ela se torne responsvel pelas transmisses de informaes durante o processo de desenvolvimento, pois cabe a famlia a satisfao das necessidades bsicas como: proteo dos perigos, limpeza, cuidados com a alimentao, o estabelecimentos de vnculos afetivos, a explorao do meio fsico e social bem como a disponibilidade de utilizao de atividades ldicas, para que esteja motivada biologicamente (COOL; PALCIOS; MARCHESI, 1995, p.82), e para a participao de um grupo social maior. Podemos afirmar como j foi dito anteriormente que a famlia o cunho principal e o primeiro grupo social de uma criana, que nasce indefesa necessitando dos cuidados destes para sua sobrevivncia. A famlia tambm responsvel por atender a necessidades bsicas de uma criana bem como a de transmitir a cultura acumulada ao longo

36 de todo o discurso do desenvolvimento (COLL; PALACIOS; MARCHESI; (1995, p.82) da mesma em todos os aspectos, pois:

Esta transmisso cultural envolve valores, normas, costumes atribuies de papis, ensino da linguagem, habilidades e contedos escolares bem como tudo aquilo que cada grupo social foi acumulado ao longo da histria (COLL; PALACIOS; MARCHESI; (1995, p.82)

As famlias juntamente com os professores so consideradas agentes sociais na vida de uma criana, esses que utilizam de diferentes recursos para a socializao da criana. Para finalizar, seguem algumas dicas teis aos pais, professores e para aqueles que lidam diretamente com crianas com TDAH, baseado nos diferentes autores aqui trabalhados e pesquisados: (MATTOS, 2005) (VYGOSTSKY, 1998) (BENCZIK, 2002) (CONDEMARIN; GOROSTEGUI, MILICIC, 2006).

imprescindvel um bom diagnstico, com especialistas da rea e ter a certeza de que no h outros diagnsticos associados ao TDAH; as orientaes devem ser repassada aos pais, incluindo a modificao do ambiente de casa e aconselhamento sobre a forma de se lidar com o transtorno ento inicia o uso de medicamentos, por outro lado preciso manter diariamente uma atividade fsica de preferncia antes dos estudos e evitar permanecerem todos os finais de semana em casa, programar atividades diferentes, sair da rotina; so essenciais para o incio do tratamento. Outro quisito importante indicaes de livros, associaes ou sites da internet para que os pais (e o adolescente) conheam melhor o TDAH, ser otimista, paciente e persistente com o filho (a), buscar no cobrar resultados, e sim cobrar desempenho, as tarefas devem ser subdivididas e reduzidas para que em menores tempos possam ser realizadas e nesse mesmo perodo busque elogiar seu filho (a) procure falar sempre com muita clareza, olhando nos olhos, mantendo regras e limites claros, e estando atentos para que o comando seja obedecido outro ponto essencial manter o dilogo com a criana, preocupando-se em saber a sua opinio a respeito dos acontecimentos, como est se sentindo e conversar negociando pedidos que deva ser atendido no que for possvel, assim, procurar organizar e arrumar o ambiente como o meio de alcanar sucesso e evitar conflitos, ajudando a criana organizar um mural para fixar informaes como datas, importantes, provas, lembretes e outros. Fazer o uso da agenda, encontrar um espao

37 reservado para realizar as tarefas de casa, pode ser o quarto, porm no pode ser repleto de estmulos, aprender a controlar a impacincia, e dialogar mais, no sobrecarregar as atividades, com extracurriculares no exigir mais do que a criana pode oferecer e no esperar a perfeio, no meio a tanta correria procure encontrar um tempo dirio para o filho. Ensina a no interromper o que comeou, e sim finalizar tudo o que comear; Estabelea rotina diria quanto aos horrios e responsabilidades, principalmente as brincadeiras com jogos e regras, cuidar da ateno e equilbrio dos outros filhos, preciso buscar equilbrio e evitar o mximo as situaes de conflitos. Buscar meios para que a famlia trabalhe sempre em equipe, Mantendo vrias formas de incentivo, procurando dar respostas mais imediatas a seus filhos e no falar muito com cobranas e sempre praticando o perdo, essencial no fazer comparaes dos filhos. O tratamento pode ajudar acompanhado de algumas regras, identificamos neste captulo alguns modos de socializao da criana com TDAH, seu relacionamento com a famlia, e de acordo com alguns autores, foi dado dicas para lidar com crianas que tem os sintomas de hiperatividade. Algumas outras dicas e estudos sero estudados nos prximos captulos.

38 CAPTULO III

METODOLOGIA

1.1 REFERENCIAL METODOLGICO Para realizao deste trabalho foi feito uma abordagem qualitativa, foi necessrio buscar conhecer um pouco desse distrbio, uma vez que a pesquisa avaliou uma situao escolar e familiar na qual esteja inserida ao educando com Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade. Segundo Ludke e Andr (1986, p.13):

A pesquisa qualitativa ou naturalista (...) envolve a obteno de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situao estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes.

1.2 Sujeitos da Pesquisa Participaram da nossa pesquisa como sujeitos uma amostra de quatro professores, uma coordenadora e uma diretora. Os professores atuam diretamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, cujas salas tm alunos diagnosticados como portadores do Distrbio de Dficit de Ateno e/ou Hiperatividade. Foi tambm analisada a rotina escolar de crianas com Transtorno de Dficit de Ateno / Hiperatividade, objetivando entender como se d o processo e desenvolvimento cognitivo dessas crianas. 1.3 Local de Pesquisa A pesquisa realizou-se na escola classe colnia agrcola Vicente Pires situado na rea especial I na cidade de TaguatingaDF. A escola observada composta por vinte professores e quatrocentos e trinta e nove alunos e treze funcionrios de reas internas da escola. Oferece os anos iniciais do ensino fundamental, possuem sete salas de aulas, outras salas so compostas por uma diretoria com um banheiro exclusivo e dois banheiros um para aluno masculino e outro para feminino, uma secretaria, uma de informtica, uma cantina com depsito, uma de orientao, uma dos servidores e uma dos professores. Todas em bom estado de conservao. A escola no apresenta sinais de vandalismo e possveis denncias de atos de violncia. Os professores juntamente com a direo se envolvem em trabalhos pedaggicos dando segmento a tendncia pedaggica da escola seguindo uma linha

39 diversificada, ou seja, no tem uma tendncia fixa, de acordo com a necessidade de cada caso aplicado. A tendncia pedaggica muito usada por uma maioria a tradicional. Os professores trabalham os temas transversais, pois mostram os alunos as maneiras de como conviver com as diversas diferenas, pluralidade cultural, sade e igualdade. O Setor Habitacional Vicente Pires foi criado em 1998 e teve sua poligonal definida na Lei N 1.823/1998, que destinava vrias reas, j com algumas ocupaes irregulares para implantao de setores habitacionais, ou seja, conforme definido na prpria lei: VI rea de estudo para implantao do Setor Habitacional Vicente Pires, na Regio Administrativa de Taguatinga - RA III, compreendida entre a calha sudeste do crrego Samambaia, a margem norte da rodovia DF 085 e os limites sul e oeste do Complexo de Diverses, Cultura e Lazer.... Em 08 de janeiro de 2002 a Lei Complementar N 467, publicada no DODF em 15/01/2002 alterou a poligonal da rea de estudo para implantao do Setor Habitacional Vicente Pires SHVP. A poligonal do Setor Habitacional Vicente Pires definida nas leis citadas engloba as ex-colnias agrcolas Vicente Pires, Samambaia, Cana do Reino, Governador e Vila So Jos. Em 08 de agosto de 1994 foi criada a Associao dos Produtores Rurais da Colnia Agrcola Vicente Pires ARVIPS, no intuito de pleitear e resguardar os interesses da comunidade. Atualmente, e por fora das circunstncias, a ARVIPS, conforme definido em seu Estatuto denominada Associao Comunitria do Setor Habitacional Vicente Pires. Desde sua criao esta Associao vem promovendo incansvel luta em prol dos direitos dos moradores quer sejam eles chacareiros, comerciantes ou moradores dos condomnios. Neste sentido a ARVIPS vem buscando junto aos rgos do Governo Federal e Distrital sanar as carncias bsicas da comunidade, tais como: gua; Luz Telefone; Pavimentao asfltica; Segurana; Escolas, etc. Hoje a maior ocupao de terras da Unio esta localizada no Setor Habitacional Vicente Pires que concentra cerca de 45 mil habitantes em mais de 300 condomnios. Com mais de 15 anos a cidade evoluiu nas reas de comrcio, como padarias, farmcias, mercados, madeireiras, escolas, e outros facilitando a disponibilidade dos moradores da regio.

FONTE: http://www.arvips.com.br consultado dia 02/04/09 s 13h.

1.4. Instrumentos de Coleta de Dados

40 A pesquisa realizou-se por meio da observao participativa. A observao foi feita em sala de aula, avaliando e anotando os fatos registrados no decorrer das aulas, onde existam alunos com Distrbio de Ateno e/ou Hiperatividade, objetivando avaliao comportamental dos mesmos. Para Marconi e Lakatos (2006, p.91):Observao participativa uma tcnica de coleta de dados para conseguir informaes e utiliza os sentidos na obteno de determinados aspectos da realidade, no insiste apenas em ver ouvir, mas, tambm em examinar fatos ou fenmenos que se deseja estudar.

Durante o processo foi usado um questionrio misto, para professor coordenador e diretor de alunos hiperativos, onde os questionamentos formulados foram embasados no tema pesquisado. Este mtodo d nfase ao assunto pesquisado, porm, no induz as respostas do entrevistado, pois seu objetivo conhecer a rotina da criana com dficit de ateno e/ou hiperatividade. Saber das atividades dirias como o relacionamento com a famlia e outros. Para Marconi e Lakatos (2006, p.98):

Questionrio um instrumento de coleta de dados constitudo por uma srie ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presena do entrevistador, o pesquisador envia o questionrio ao informante, depois de preenchido o pesquisador devolve-o do mesmo modo.

Os professores que possuem alunos em sala de aula com diagnstico do Transtorno do Dficit de Ateno / Hiperatividade TDAH, receberam os questionrios, respondendo as perguntas, assim atuando diretamente com a participao da pesquisa; e suas respostas serviro de subsdios para maior compreenso de como atua a criana portadora do Transtorno Dficit de Ateno / Hiperatividade (TDAH), em sala de aula, e o relacionamento com a famlia e a sua convivncia dentro da sociedade.

41 Assim foram concludos os trabalhos relacionados s crianas com esse distrbio. O roteiro da entrevista foi padro e tambm foram utilizados como coleta de dados para captar detalhes acerca do Transtorno do Dficit de Ateno Hiperatividade. TDAH. Desta forma, a entrevista, Para Ludke e Andr (1986, p.34):

Pode permitir o aprofundamento de pontos levantados por outras tcnicas de coleta de dados de alcance superficial, como o questionrio. E pode tambm, o que a torna particularmente til, atingir informantes que no poderiam ser atingidos por outros meios de investigao.

A entrevista foi realizada com os professores que trabalham com alunos com dficit de ateno e ou hiperativos, e tambm com pais de alunos com Distrbio de Dficit de Ateno Hiperatividade. A entrevista foi de grande interesse de todos, pois ajudaram a encontrar formas de lidar com essas crianas com esses distrbios.

42 CAPTULO IV ANLISE E INTERPRETAO DE DADOS

Este captulo trata da apresentao e anlise dos dados referentes ao tema de pesquisa observao, questionrio e entrevista, que se deu no campo da escola Classe Vicente Pires, com duas crianas, uma com o dficit de ateno e a outra com dficit de ateno e hiperatividade. Passa-se, ento, ao relatrio de observao. Aos vinte e quatro dias do ms de abril de dois mil e nove, foram realizadas a observao, e os questionrios relacionado ao transtorno do dficit de ateno/ hiperatividade (TDAH). A observao ocorreu na Escola Classe Vicente Pires, situada na rea especial I na cidade de Taguatinga-DF. Teve como objetivo de observar em sala de aula os alunos diagnosticados com dficit de ateno e/ ou hiperatividade. A escola observada composta por vinte professores e quatrocentos e trinta e nove alunos e treze funcionrios de reas internas da escola. Oferece os anos iniciais do ensino fundamental, possuem sete salas de aulas, outras salas so compostas por uma diretoria com um banheiro exclusivo e dois banheiros um para aluno masculino e outro para feminino, uma secretaria, uma de informtica, uma cantina com depsito, uma de orientao, uma dos servidores e uma dos professores. Todas em bom estado de conservao, no apresenta sinais de vandalismo e possveis denncias de atos de violncia. Os professores juntamente com a direo se envolvem em trabalhos pedaggicos dando segmento a tendncia pedaggica da escola seguindo uma linha diversificada, ou seja, no tem uma tendncia fixa, de acordo com a necessidade de cada caso aplicado. A tendncia pedaggica muito usada por uma maioria a tradicional. Os professores trabalham os temas transversais, pois mostram os alunos as maneiras de como conviver com as diversas diferenas, pluralidade cultural, sade e igualdade. A sala de aula observada foi 4 ano com um nmero de vinte e um alunos com idade entre dez e doze anos, cujo duas crianas do sexo masculino, possuem dficit de ateno, esses so completamente agitados e desatentos, andam o tempo todo e fazem perguntas sem parar. O relacionamento da turma com a educadora em algumas situaes tranquila, e em outras um desafio a enfrentar. Embora falta de interesse e a desateno desses alunos com dficit de ateno so critrios preocupantes para a professora.

43 A direo vem desenvolvendo projetos juntamente com as professoras, desenvolvendo trabalhos com os educandos com sintomas do dficit de ateno e hiperatividade, trabalhando incluso social, de forma a estimular o educando com relatos e experincia da histria de sua vida. Trabalham individualmente com eles com um diferencial aos outros sem discriminar ningum. Faz perguntas para os considerados com dficit de ateno voltados ao pessoal, assim como foi o fim de semana, o que eles mais e menos gostam de fazer, as festas que frequentam, se vo igreja se passeiam no parque, e se tem uma boa sintonia com as famlias entre outros. A professora, busca interagir com atividades de motivao e auto estima, fazendo com que esses alunos participem de projetos e atividades similares. Procura sempre informar os pais e propem atividades extracurriculares. Traando um acompanhamento pscopedaggico mais prximo a eles. A experincia vivenciada na escola a respeito da observao e os questionrios foram bem receptivos, demonstraram muito conhecimento na rea desenvolvendo um timo trabalho com alunos que precisam da ajuda para uma boa aprendizagem. Para enriquecer a pesquisa, optou-se, tambm, pela aplicao de um questionrio e de uma entrevista. A realizao da pesquisa foi por meio de questionrio e entrevista. Foi entrevistada uma diretora uma coordenadora. O questionrio foi aplicado para quatro professoras. Os professores entrevistados tm idade entre 26 a 45 anos todos com nvel superior e ps graduados. Exercem somente a funo de educadores, todos com experincia acima de dez anos na rea de educao, todos com hbito de leitura, gostam de ler jornais, revistas, livros didticos, literatura, gibis e outros. A escola no est totalmente apta a receber alunos com dficit de ateno, mas tem procurado a se adequar nesse quadro, trabalhando em sala de aula com materiais didticos, jornais, revistas, folders e literatura. Os educadores conseguem identificar os alunos com dficit de ateno por intermdio da falta de ateno com comportamento agitado, inteligncia aliada oralidade e a falta de registro por escrito, no fizeram nenhum curso de capacitao para essa rea, mas sempre pesquisam quando se deparam com algum tipo de diagnstico observado por eles. No tem dificuldades de se relacionar com os alunos os com dficit de ateno e os considerados normais so todos sociveis.

44 A relao entre aluno com dficit de ateno e o professor bastante agitada e s vezes estressante, requer muita pacincia e dedicao exclusiva, a relao com os pais bem amigvel e a orientao feita com muita cautela e os pais colaboram, mais no sabem lidar muito bem com a situao, s vezes at mesmo com medo. Ou at mesmo frustrados em saber que seus filhos possuem os sintomas do DDA ou TDAH. Os trabalhos desenvolvidos em relao avaliao so diferenciados, privilegiando a oralidade, mas a escrita observada diretamente, quanto s tarefas, os alunos com dficit de ateno trabalham prximos a carteira do professor para que possa acompanhar mais de perto e orientando com mais preciso.

45 CONSIDERAES FINAIS Pode-se concluir que grande interesse nesse trabalho era conhecer mais a respeito do TDA Transtorno de Dficit de Ateno e TDAH Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade, suas caractersticas, sintomas, incluso, famlia, relao dos portadores desse distrbio, sociedade, amigos, escola entre outros. Observamos que o dficit de ateno diferente de hiperatividade, porm uma situao est intrinsecamente ligada outra. Notamos que uma criana no apresenta apenas sintomas do problema relacionado hiperatividade, tambm os sintomas de desateno e quer alguns momentos aparece de forma acentuada e em outros momentos de forma mais tranquila. Isso prejudicando a memria lgica da criana. Consequentemente pode ser verificado com uma maior dificuldade acarretando assim problemas na aprendizagem, pois sua ateno deliberada. Buscamos entender e conhecer um pouco a respeito da criana com o distrbio do dficit de ateno e hiperatividade, por meio dos educadores e psiclogos que trabalham diretamente com eles. Conclumos que muitos tm dificuldades de concentrao e em algumas situaes desatentas, dificuldades na escrita e muito inteligente na oralidade. Outros casos so crianas com o distrbio do dficit de ateno e o envolvimento da dinmica da famlia numa situao extremamente nova, adaptao nova vida, sendo necessrio acompanhamento de mdicos especialistas, psiclogos,

psicopedagogos, psiquiatras, educadores e outros se necessrio. Este trabalho nos possibilitou identificar a importncia para os pais que tm filhos com dficit de ateno e ou hiperatividade, em especial para aqueles que descobrem desde cedo por intermdio do diagnstico, que o filho apresenta sintomas de dficit de ateno, evitando assim, consequncias mais graves para os filhos e para a famlia. Ainda h muitos profissionais com os quais as crianas portadora de TDAH se relacionam que no foram preparados para lidar com estes estudantes especiais. Assim, comum alguns deles relatarem que j foram tratados por algum servidor com adjetivos grosseiros, tais como, desequilibrados, mal educados e etc. em razo dessas crianas quase sempre estar envolvidas em alguma traquinagem. Essa tratativa as rotulam negativamente, constrangendo-as e suas respectivas famlia, e consequentemente a baixa estima ser acentuada nessas crianas. Lamentavelmente, em muitos casos, esta situao se estende ao seio familiar, principalmente naquelas onde no existe a aceitao do distrbio como uma patologia capaz de alterar o comportamento do filho.

46 Por isso partilhar as vivncias e experincias positivas e significantes que foram facilitadores na vida prtica da criana com dficit de ateno, pode contribuir para a melhoria da vida de outras famlias com problemas semelhantes. Acreditamos que este trabalho possa servir de suporte para pesquisa e tambm poder entender melhor a criana com os sintomas de hiperatividade visando alcanar maior compreenso para a criana portadora do Transtorno do Dficit de Ateno/Hiperatividade TDAH. Acima de tudo, essas crianas precisam de serem tratadas com firmeza, amor, apoio e ajuda. E muitas delas iro florescer, no devem ser tratadas como levadas, desobedientes ou preguiosas, mas receber compreenso e a ajuda prtica de que necessitam para realizar seu potencial individual e levar uma vida plena e feliz.

47 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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