Universidade Anhanguera-Uniderp

PÓS-GRADUAÇÃO Unidade de Transmissão

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Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes

ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE CONSTITUCIONALIDADE

LUCAS DE SOUZA GAMA/Turma 19

IMPERATRIZ/MA

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2013

1. INTRODUÇÃO

A Constituição possui superioridade jurídica sobre todo o

emaranhado de normas do sistema e, contudo, qualquer ato jurídico

poderá subsistir validamente se nela não encontrar preceitos para que

com ela seja compatível. Diante disto, verifica-se a necessidade de um

aparelho de controle dos atos normativos inferiores em face à

constituição, motivo pelo qual surge o controle de constitucionalidade.

O controle de constitucionalidade nada mais é que um meio como o

escopo de garantir a supremacia da Constituição, espesso na analise da

compatibilidade entre as condutas dos poderes públicos e os comandos

constitucionais, com finalidade que, acaso seja verificada a

incompatibilidade, em qualquer de suas facetas, venha a ser declarada a

inconstitucionalidade do ato.

O controle jurisdicional de constitucionalidade em face da sua

dualidade jurisdicional prevê tanto o controle pela via difusa (concreto)

como pela via concentrada (abstrato). Em tese, independente de

interesses jurídicos específicos e a sua decisão implica em efeitos erga

omnes. Diferentemente, ocorre com o controle concreto, onde é exercido

em um processo judicial, visando solucionar controvérsias envolvendo

direitos subjetivos, sendo a argüição de inconstitucionalidade analisada

como um incidente, tornando-se uma questão prejudicial, tendo a decisão

eficácia, em regra, somente entre as partes litigantes.

O presente trabalho tem por objeto, de forma clara, tecer algumas

considerações sobre a tendência que vem sendo a abstrativização do

controle de constitucionalidade concreto, fazendo uma analise no seu

âmbito constitucional e também no âmbito da legislação

infraconstitucional.

2. O FENÔMENO DA ABSTRATIVIZAÇÃO

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Em suma o fenômeno da abstrativização é tornar uma decisão,

proveniente do controle concentrado, que em tese possui apenas efeitos

inter partes, visto que é uma decisão incidental de um processo concreto,

para da-lhe efeitos erga omnes. Destarte que a aplicação das decisões de

controle difuso possui apenas eficácia entre as partes envolvidas e

tornando assim seus feitos para partes não envolvidas neste processo.

O Supremo Tribunal Federal em suas decisões vem adotando esta

postura de estender os efeitos da decisão proferida em casos de controle

difuso de constitucionalidade, passando ater tais decisões efeitos erga

omnes, quando a inconstitucionalidade suscitada for apreciada pelo Pleno

do Excelso Tribunal, entre as ocorrências de tal ampliação dos efeitos da

decisão encontram-se o RE 376.852 e o Caso da Cidade de Mira Estrela,

onde consta menção expressa do ministro Gilmar Ferreira Mendes que o

Recurso Extraordinário deve ser transformado em "remédio do controle

abstrato de constitucionalidade".

Cumpre deixar claro que o alargamento dado aos efeitos do

controle abstrato não obedece à previsão do Artigo 52, X da Constituição

Federal, onde, não tem a participação do Senado Federal.

Um dos exemplos claros da aplicação de tal instrumento é a decisão

o HC 82.959/SP, que declarou inconstitucional o §1, do art. 2º da Lei

8.072/90 (Progressão de Regime em Crime Hediondo). Tal julgamento foi

proferido em um caso concreto, tendo seus efeitos ampliados aos demais

casos, posto que o que foi apreciado pelo Pleno não foram as questões

particulares do caso, mas sim a constitucionalidade do dispositivo legal.

O instituto da abstrativização são os reflexos da modernização do

direito pátrio, frente ao afogamento em que se encontra a celeridade para

ser obter a tutela jurisdicional, podendo ter a abstrativização como

suporte dos meios constitucionais para ser obter as garantias da

aplicação dos direitos constitucionais nas relações sociais.

3. CONCLUSÃO

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Como demonstrado, a abstrativização do controle concreto de

constitucionalidade uma tendência, talvez inevitável, da abstrativização,

uma vez que vem sendo conferida, tanto na esfera legislativa quanto na

jurisdicional, eficácia geral e vinculante, característica do modelo

abstrato, às decisões emanadas do Supremo Tribunal Federal, no instante

da análise concreta de constitucionalidade.

Entretanto e finalizando, cumpre deixar claro que aduziu-se que

apesar das cristalinas vantagens resultantes da utilização da

abstrativização dentro do controle concreto de constitucionalidade, a sua

utilização no ordenamento jurídico brasileiro encontra obstáculos no

próprio Texto Constitucional, no art. 52, X, da Constituição Federal, cabe

ao Supremo Tribunal Federal, no instante de conferir efeitos gerais e

vinculantes às suas decisões proferidas em controle concreto, utilizar-se

de súmula vinculante ou proceder à remessa da decisão ao Senado para

que este, facultativamente, promova a suspensão do ato normativo.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. São Paulo: Editora Método, 2012.

RAMOS, Elival da Silva. Ativismo Judicial. São Paulo: Saraiva, 2010.

LENZA , Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 13ª edição. São Paulo: Saraiva: 2009. P. 185.