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Artigo Original Comportamento masculino diante da mulher com Síndrome Pré-Menstrual: narrativas de mulheres* Luiza Akiko Komura Hoga 1 , Marcela Alexandre Vulcano 2 , Carolina Morais Miranda 3 , Adriana Manganiello 4 RESUMO Objetivo: Descrever as percepções de mulheres com Síndrome Pré-Menstrual a respeito do comportamento de seus parceiros diante delas. Métodos: Pesquisa de abordagem qualitativa com desenvolvimento das cinco etapas do método de análise da narrativa para conhecer as representações a respeito dessa experiência. Resultados: As experiências das 20 mulheres entrevistadas estão representadas nas categorias: Dificuldades para identificar a síndrome e adotar práticas de cuidado; Falta de conhecimento e sensibilidade dos homens e suas consequências sobre a relação entre o casal. Conclusão: Orientações sistematizadas sobre a Síndrome Pré-Menstrual devem ser fornecidas a todas as pessoas, em momento anterior à menarca, para evitar o surgimento de problemas decorrentes do desconhecimento da síndrome e suas consequências nas esferas pessoal, familiar e social das mulheres. Descritores: Síndrome pré-menstrual; Homens; Pesquisa qualitativa ABSTRACT Objective: To describe the perceptions of women with premenstrual syndrome regarding the behavior of their spouses in face of this event. Methods: It is a qualitative research, with the method of the five stages of narrative analysis to know the representations of the women that experience the conjugal behavior. Results: The experiences of 20 women interviewed are represented in the following categories: Difficulties in identifying the syndrome and in adopting care practices, lack of knowledge and sensitivity of men and, its impact on the couple relationship. Conclusion: It is necessary to provide systematized guidance on Premenstrual Syndrome to all people, before menarche, to avoid problems arising from the ignorance of the syndrome and its consequences in the women’s person, family and social areas. Keywords: Premenstrual syndrome; Men; Qualitative research RESUMEN Objetivo: Describir las percepciones de las mujeres con Síndrome Premenstrual a respecto del comportamiento de sus compañeros delante de ellas. Métodos: Investigación de abordaje cualitativo con desarrollo de las cinco etapas, del método análisis de narrativa, para conocer las representaciones a respecto de esa experiencia. Resultados: Las experiencias de las 20 mujeres entrevistadas están representadas en las categorías: Dificultades para identificar el síndrome y adoptar prácticas de cuidado; falta de conocimiento y de sensibilidad de los hombres y, sus consecuencias sobre la relación de la pareja. Conclusión: Es necesario ofrecer orientaciones sistematizadas sobre el Síndrome Premenstrual a todas las personas, en un momento anterior a la menarca, para evitar el surgimiento de problemas provenientes del desconocimiento del síndrome y de sus consecuencias en las esferas personal, familiar y social de las mujeres. Descriptores: Síndrome premenstrual; Hombres; Investigación cualitativa Autor Correspondente: Luiza Akiko Komura Hoga Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 - Cerqueira César - São Paulo (SP), Brasil Cep: 05403-000. E-mail: [email protected] Artigo recebido em 17/02/2009 e aprovado em 25/06/2009 Acta Paul Enferm 2010;23(3):372-8. * Estudo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa “Núcleo de Assistência para o Autocuidado da Mulher - NAAM da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - EEUSP - São Paulo (SP), Brasil. 1 Livre-docente em enfermagem. Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - USP, São Paulo (SP), Brasil. 2 Ex-bolsista de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Membro do NAAM. 3 Especialista em Enfermagem Obstétrica. Professora da Univesidade Paulista – UNIP. Membro do NAAM. 4 Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da EEUSP. Professora da Faculdade Santa Marcelina – FASM. Membro do NAAM. Comportamiento masculino delante de la mujer con Síndrome Premenstrual: narrativas de mujeres Male behavior in front of women with Premenstrual Syndrome: narratives of women

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  • Artigo Original

    Comportamento masculino diante da mulher com SndromePr-Menstrual: narrativas de mulheres*

    Luiza Akiko Komura Hoga1, Marcela Alexandre Vulcano2, Carolina MoraisMiranda3, Adriana Manganiello4

    RESUMOObjetivo: Descrever as percepes de mulheres com Sndrome Pr-Menstrual a respeito do comportamento de seus parceiros diante delas.Mtodos: Pesquisa de abordagem qualitativa com desenvolvimento das cinco etapas do mtodo de anlise da narrativa para conhecer asrepresentaes a respeito dessa experincia. Resultados: As experincias das 20 mulheres entrevistadas esto representadas nas categorias:Dificuldades para identificar a sndrome e adotar prticas de cuidado; Falta de conhecimento e sensibilidade dos homens e suas consequnciassobre a relao entre o casal. Concluso: Orientaes sistematizadas sobre a Sndrome Pr-Menstrual devem ser fornecidas a todas aspessoas, em momento anterior menarca, para evitar o surgimento de problemas decorrentes do desconhecimento da sndrome e suasconsequncias nas esferas pessoal, familiar e social das mulheres.Descritores: Sndrome pr-menstrual; Homens; Pesquisa qualitativa

    ABSTRACTObjective: To describe the perceptions of women with premenstrual syndrome regarding the behavior of their spouses in face of this event.Methods: It is a qualitative research, with the method of the five stages of narrative analysis to know the representations of the womenthat experience the conjugal behavior. Results: The experiences of 20 women interviewed are represented in the following categories:Difficulties in identifying the syndrome and in adopting care practices, lack of knowledge and sensitivity of men and, its impact on thecouple relationship. Conclusion: It is necessary to provide systematized guidance on Premenstrual Syndrome to all people, before menarche,to avoid problems arising from the ignorance of the syndrome and its consequences in the womens person, family and social areas.Keywords: Premenstrual syndrome; Men; Qualitative research

    RESUMENObjetivo: Describir las percepciones de las mujeres con Sndrome Premenstrual a respecto del comportamiento de sus compaeros delantede ellas. Mtodos: Investigacin de abordaje cualitativo con desarrollo de las cinco etapas, del mtodo anlisis de narrativa, para conocer lasrepresentaciones a respecto de esa experiencia. Resultados: Las experiencias de las 20 mujeres entrevistadas estn representadas en lascategoras: Dificultades para identificar el sndrome y adoptar prcticas de cuidado; falta de conocimiento y de sensibilidad de los hombresy, sus consecuencias sobre la relacin de la pareja. Conclusin: Es necesario ofrecer orientaciones sistematizadas sobre el SndromePremenstrual a todas las personas, en un momento anterior a la menarca, para evitar el surgimiento de problemas provenientes deldesconocimiento del sndrome y de sus consecuencias en las esferas personal, familiar y social de las mujeres.Descriptores: Sndrome premenstrual; Hombres; Investigacin cualitativa

    Autor Correspondente: Luiza Akiko Komura HogaAv. Dr. Enas de Carvalho Aguiar, 419 - Cerqueira Csar - So Paulo (SP), BrasilCep: 05403-000. E-mail: [email protected]

    Artigo recebido em 17/02/2009 e aprovado em 25/06/2009

    Acta Paul Enferm 2010;23(3):372-8.

    * Estudo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Ncleo de Assistncia para o Autocuidado da Mulher - NAAM da Escola de Enfermagem daUniversidade de So Paulo - EEUSP - So Paulo (SP), Brasil.1 Livre-docente em enfermagem. Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquitrica da Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo -USP, So Paulo (SP), Brasil.2 Ex-bolsista de iniciao cientfica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq. Membro do NAAM.3 Especialista em Enfermagem Obsttrica. Professora da Univesidade Paulista UNIP. Membro do NAAM.4 Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da EEUSP. Professora da Faculdade Santa Marcelina FASM.Membro do NAAM.

    Comportamiento masculino delante de la mujer con Sndrome Premenstrual: narrativas de mujeres

    Male behavior in front of women with Premenstrual Syndrome: narratives of women

  • Acta Paul Enferm 2010;23(3):372-8.

    373Comportamento masculino diante da mulher com Sndrome Pr-Menstrual: narrativas de mulheres

    INTRODUO

    A Sndrome Pr-Menstrual (SPM), referida nesteartigo apenas como sndrome, com a finalidade de evitarrepeties e, popularmente, conhecida como TensoPr-Menstrual (TPM). Trata-se de uma sndrome queenvolve a manifestao de sintomas fsicos ecomportamentais na segunda metade do ciclo menstruale manifesta-se em milhes de mulheres ao redor domundo, provocando interferncias na qualidade de vida,nas relaes familiares e sociais e no desenvolvimentodas atividades dirias(1).

    Fatores sociais e culturais interferem na forma, comoa mulher percebe a sndrome e seus efeitos. Embora ascircunstncias envolvidas e a intensidade do impactosofrido possam diferir de uma mulher para outra, o fato que a sndrome acomete mulheres de todas as partesdo mundo. Os resultados das pesquisas demonstram queesta sndrome apresenta uma prevalncia alta, tendovariado entre 40%(2), 43,3%(3), 53%(4), 60,3%(5), 86%(6-7),86,2%(8), 90%(9), 95%(10) e 97%(10-11).

    Seus principais sinais e sintomas so a irritabilidade,cansao, depresso, cefaleia, mastalgia, dor abdominal,ansiedade e mudanas de humor(3,12-13). Segundo a visosubjetiva das mulheres, a sua manifestao contrbui paraconfigurar uma condio considerada incontrolvel, e otratamento medicamentoso diminui o desconfortoprovocado. Mas, esta medida no foi suficiente paraimpedir sua interferncia em outras dimenses da vidada mulher, como o desempenho no trabalho(5,14), orelacionamento cotidiano(11,13,15) e a relao conjugal(16).Muitos investimentos na rea da pesquisa e da assistnciaainda devem ser realizados para evitar a manifestao dasndrome ou atenuar seus efeitos na vida da mulher.Sugeriu-se que os inmeros aspectos que a envolvem,devem ser enfocados nas pesquisas(17).

    Um estudo direcionado ao relacionamento marital foirealizado com o intuito de conferir maior amplitude abordagem da sndrome. Por meio dele, foi possvelconstatar que provoca muitas interferncias na vida doscasais, sobretudo, na comunicao que se estabelece entreeles. Percebeu-se que, na fase pr-menstrual, o dilogoentre os cnjuges diminuiu e a intensidade desse fenmenoteve relao com a severidade dos sinais e sintomas quese manifestavam nas mulheres(16).

    Observou-se que, em geral, os homens no possuemconhecimentos suficientes a respeito dos efeitos dasndrome sobre as mulheres. Consequentemente, ficamdesnorteados por no saber o que fazer, mesmo quandotm a inteno de fornecer apoio quando as mulheresmanifestam os efeitos da sndrome(18). O relacionamentomarital pode ser profundamente afetado em razo dessedesconhecimento, assim, a situao matrimonial, a vivnciada sexualidade e a satisfao da mulher em relao

    famlia encontravam-se em melhores condies quandoos maridos conheciam os efeitos da sndrome sobre ocorpo e o psiquismo de suas esposas(19).

    A perspectiva masculina da sndrome deve ser maisexplorada, pois a temtica ainda carece de conhecimentosque so necessrios para prestar assistncia qualificada ebem fundamentada sob o ponto de vista cientfico(18).Com base nesta justificativa, a presente pesquisa foidesenvolvida e seu objetivo foi descrever as percepesde mulheres com Sndrome Pr-Menstrual a respeito docomportamento de seus parceiros diante delas.

    MTODOS

    Em razo do carter naturalstico do problemaenfocado nesta investigao, adotou-se a abordagemqualitativa de pesquisa, sendo desenvolvido o mtodode anlise da narrativa. Sua essncia consiste no acesso experincia primria, tal como representada pela pessoaque a vivencia. As cinco etapas do mtodo(20) foramintegralmente desenvolvidas pela autora deste artigo.

    A primeira etapa, propor a pesquisa, teve a finalidadede acessar a experincia das mulheres relativa aocomportamento de seus parceiros, na poca damanifestao dos sinais e sintomas da sndrome.

    Na segunda etapa, permitir o relato da experincia,foram feitos contatos com as mulheres com o intuito desolicitar a concesso dos depoimentos. Em algumaocasio, ter manifestado o fato de se sentir afetada pelossinais e sintomas da sndrome, ter permanecido com omesmo parceiro na condio de namorada, noiva ouesposa h, pelo menos, um ano, no estar na menopausae possuir condies mentais e fsicas para expressar asprprias representaes sobre a experincia, foram oscritrios de incluso nesta pesquisa. A primeira mulherincluda no estudo, integrava o crculo social de uma daspesquisadoras. Ao trmino da entrevista, solicitou-se queapresentasse uma amiga ou outra pessoa da famlia quese enquadrasse nos critrios de incluso estabelecidos.Semelhante medida foi adotada at a incluso da ltimacolaboradora. A estratgia adotada possibilitou a inclusode mulheres com caractersticas pessoais distintas quanto idade, escolaridade, religio, profisso, hbitos de vida,entre outros. Esta diversidade conferiu grande riquezaaos contedos das narrativas. Todas as mulheresabordadas foram informadas da proposta da pesquisa esolicitadas a contribuir, sem recusas a colaborar.

    A pergunta introdutria foi feita para iniciar as entrevistas:Fale-me a respeito do comportamento de seu namorado/noivo/marido diante de voc na fase de manifestao dossinais e sintomas da Sndrome Pr-Menstrual, que as pessoasdenominam popularmente de TPM. Esta pergunta denatureza descritiva(21) foi feita para que as mulheres sesentissem livres para relatar as experincias vividas,

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    Acta Paul Enferm 2010;23(3):372-8.

    conforme as representaes que tinham a esse respeito.Perguntas adicionais foram feitas quando foi percebida anecessidade de aprofundar assuntos abordadossuperficialmente(21). A atitude de escuta ativa foi mantidano decorrer de todo o depoimento, para priorizar aperspectiva da prpria mulher. A adoo desteposicionamento por parte do pesquisador consideradarelevante na obteno de depoimentos a respeito deexperincias de natureza subjetiva(20).

    Os dados pessoais das mulheres foram obtidos, antesdas entrevistas, feitas em um recinto de sua prpriaresidncia (oito), no local de trabalho (trs) ou de estudo(nove) onde apenas a pesquisadora e a entrevistadaestavam presentes. Os depoimentos foram obtidos, entreagosto de 2006 e fevereiro de 2007, com a durao entre20 e 60 minutos, com mdia de 40 minutos. A repetiodos dados foi o critrio adotado para encerrar a inclusode novas mulheres, percebida a partir da 15a entrevista.Seu seguimento possibilita a obteno da saturao tericados dados, que constitui um dos principais critrios derigor no desenvolvimento de pesquisas qualitativas(22).Foram includas 20 mulheres com o propsito de garantirque a saturao terica fosse atingida.

    A terceira etapa, transcrever a experincia, foi realizadamediante a transformao das entrevistas gravadas em umtexto escrito. As caractersticas individuais de expresso forampreservadas, e os erros gramaticais evidentes foramcorrigidos, pois a adoo desses procedimentos constituiuma das premissas do mtodo de pesquisa desenvolvido(22).

    Analisar a narrativa individual foi a quarta etapadesenvolvida de forma interpretativa e indutiva, conformea recomendao de estudiosos do mtodo qualitativo(20-22).O trabalho analtico foi permeado pela atitude aberta,isenta de preconceitos ou suposies previamenteestabelecidas em relao aos possveis resultados. Aps aleitura preliminar atenta de cada depoimento e das leiturassubsequentes, as principais representaes da experinciaforam identificadas, possibilitando a elaborao de umacodificao preliminar.

    A quinta etapa foi a leitura da dimenso coletiva daexperincia. A visualizao dos cdigos, preliminarmente,elaborados durante a anlise das narrativas individuais,permitiu verificar que alguns poderiam ser agrupados.Mediante o seguimento desta estratgia, as categorias quedescrevem as representaes das mulheres sobre suasexperincias foram elaboradas. O desenvolvimento destetrabalho assemelhou-se ao processo de criao de umacoreografia, pois um grau de liberdade deve ser mantidoem seu desenvolvimento, e o pesquisador deve manter origor com a finalidade de garantir a retratao fiel daexperincia coletiva e preservar a perspectiva individual(20).

    Pequenos trechos extrados das narrativas foram usadospara exemplificar os contedos e os significados constantesnas categorias descritas. Cada segmento da narrativa que

    serviu de exemplo, foi separado pelo sinal , Estesindicam que cada fragmento foi extrado de determinadodepoimento, um recurso considerado crucial paraapresentar os resultados de pesquisas qualitativas(20,22).

    A perspectiva subjetiva e individual de cada mulher foipreservada, conforme a exposio de seus nomes e dorespectivo aspecto essencial da narrativa, antes daapresentao das categorias, como apregoada pela autorado mtodo desenvolvido(20). Cada um deles foi levado aoconhecimento da respectiva mulher, por via telefnica oupor correio eletrnico. Pequenos ajustes em cada aspectoessencial foram incorporados, conforme solicitado pelasdepoentes. Nos dez nomes e correspondentes aspectosessenciais apresentados, so citadas as experincias das 20mulheres que participaram da pesquisa, a reduo teve afinalidade de evitar repeties.

    A pesquisa foi desenvolvida de acordo com opreconizado pela Resoluo n. 196/1996 do ConselhoNacional de Sade(23). O projeto foi aprovado, medianteo n. 457/05, por um Comit credenciado no ConselhoNacional de tica em Pesquisa do Brasil. Todas asmulheres assinaram o Termo de Consentimento Ps-Informao em que estavam explicitados seus direitos,inclusive, obter esclarecimentos a respeito da sndrome eos cuidados com a sade. Os deveres das pesquisadorasde manter o anonimato em relao aos depoimentos eutilizar os dados apenas para finalidades cientficas,tambm, estavam assegurados nesse Termo.

    RESULTADOS

    Caractersticas pessoais das mulheresA idade das mulheres variou entre 19 e 44 anos (mdia

    de 29,5 anos), sete mulheres eram casadas, duasdivorciadas e 11 solteiras. O tempo de relacionamentocom o parceiro variou entre 2 e 27 anos (mdia de 6,5anos). Em relao ao trabalho, 19 desempenhavamatividades profissionais e suas ocupaes eram estudante(10), professora do Ensino Fundamental e Mdio (3),professora universitria (2), artista (2), administradora deempresa (1) e enfermeira (1). Quanto aos anos de estudo,houve variao entre 10 e 16 anos (mdia de 13,5 anos).

    Nomes (fictcios) das mulheres e respectivosaspectos essenciais da narrativa

    Paula - Para os homens, a TPM fingimento, eles no sabemlidar com a sensibilidade da mulher.

    Roberta - Os homens so machistas em relao TPM, sopoucos os que compreendem.

    Camila - Qualquer nervosismo ou irritao consequncia daTPM, os homens usam a TPM para culpar a mulher por todas asbrigas.

    Marta Ele no entende e nem tenta compreender, acha que

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    TPM frescura.Rose - Ele prefere aguentar calado ao invs de entender

    realmente o que se passa.Letcia - Meu marido me compreende como pessoa que tem

    TPM e ajuda com a conversa, o carinho e a compreenso.Clara - Quando estou na TPM, ao invs de entender e ajudar,

    ele fica impaciente, intolerante, irritado, ento, esse comportamentos pode resultar em briga.

    Amanda - Meu marido uma exceo, os homens, em geral,no respeitam, no so compreensivos quanto TPM.

    Cludia - O homem joga toda a culpa na TPM e isto acabasendo uma vlvula de escape.

    Laura - A TPM um fenmeno que os homens no entendem,ento, falam deste assunto com cautela.

    Categorias descritivas das representaes sobrea experincia

    As mulheres foram solicitadas a narrar suas experinciasa respeito do comportamento masculino diante delas napoca da manifestao dos sinais e sintomas da TPM.Iniciam com narrativas contando suas vivncias, comomulheres que se sentiam afetadas pela sndrome. Dessemodo, as categorias descritivas dizem respeito ao conjuntodas experincias vividas por elas.

    Dificuldades para identificar a sndrome e adotarprticas de cuidado

    As primeiras reaes diante da manifestao dasndrome foram distintas e dependeram das peculiaridadesde cada mulher. Algumas tinham familiaridade em relaoaos sinais e sintomas fsicos e emocionais e clareza de queeram afetadas pela sndrome.

    Comecei a perceber que tinha TPM, desde a adolescncia, sempretive a menstruao como problema.

    Outras enfrentaram dificuldades pelo fato de no teremconseguido estabelecer relaes entre as alteraescorporais e psquicas que se apresentavam com amanifestao da sndrome. As caractersticas deconcomitncia e sobreposio dos sinais e sintomascontriburam, para que a associao entre eles e a sndromeno tenha sido estabelecida. O retardo no desenvolvimentoda capacidade de se identificar, como pessoa afetada pelasndrome provocou impacto negativo nos inmerosmbitos da vida das mulheres.

    Eu ficava insuportvel, mas eu no sabia que tinha TPM, fuipercebendo aos poucos, sofri por causa dessa ignorncia, ficava mal-humorada, tinha dor de cabea.

    Para algumas mulheres, a percepo como pessoaafetada pela sndrome ocorreu apenas quando elas foramalertadas pelas amigas, membros da famlia ou os prprios

    parceiros sobre esta possibilidade.

    Meu namorado perguntou se no era TPM, comecei a observare vi que era ... achava que no tinha TPM. Um dia uma pessoafalou que eu pensava que no tinha, mas, na verdade, eu tinhaTPM... s percebi quando ficava mal-humorada, irritada e meavisavam que poderia ser TPM.

    Vrios sinais e sintomas foram referidos pelas mulheres,os sintomas fsicos mais comuns foram cefaleia e clicamenstrual e os emocionais, o aumento da irritabilidade,da sensibilidade e da agressividade e desejo de chorar. Afalta de clareza quanto condio da pessoa que afetadapela sndrome fez com que as prticas de cuidado tenhamsido adotadas apenas, aps o enfrentamento de muitosproblemas. Este retardo causou malefcios em muitosaspectos, inclusive, na qualidade de vida da mulher.

    Depois que eu percebi que eu tinha TPM, comecei a tomarcuidado para no ser agressiva com as pessoas, mas, enquanto nosabia, era agressiva e isto prejudicou meus relacionamentos, minhaqualidade de vida.

    As prticas de cuidado foram sendo incorporadas medida que as associaes entre os sinais e sintomasmanifestavam-se. A incorporao de tais prticas atenuouseus efeitos e contribuiu para um convvio maisharmonioso com a prpria condio, beneficiando suaqualidade de vida.

    Na medida que fui me descobrindo como mulher com TPM,procurei me manter mais calma, relaxada. Hoje tenho uma qualidadede vida melhor por controlar melhor os efeitos da TPM.

    Falta de conhecimento e sensibilidade doshomens e suas consequncias sobre a relao entreo casal

    A percepo de que os homens no compreendiam osofrimento das mulheres afetadas pela sndrome estevepresente em quase todas as narrativas. A falta decompreenso referia-se, sobretudo, a seus efeitos nasdiversas esferas da vida feminina, inclusive, seucomportamento em relao aos prprios homens.

    As mulheres justificativam s atitudes masculinas,disseram que isto ocorria porque eles no sofriam asconsequncias da sndrome no prprio corpo e, portanto,no poderiam ser culpados pela falta de capacidade decompreend-las.

    Os homens no sentem os sintomas, no tm culpa, no sabemo que clica... eles nunca vo entender porque no sentem isso ... nosabem que a mulher fica estressada, tem comportamento diferente.

    O receio e a insegurana dos homens na abordagem

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    das mulheres durante a poca da manifestao dasndrome foram observados. Na viso das mulheres, odistanciamento dos homens constitua-se em um recursopara evitar complicaes profundas ou definitivas nasrelaes conjugais, estes evitavam abordar tais assuntoscom elas, mas, quando isto era imprescindvel, faziam-no com muita cautela.

    Os homens ficam perdidos, no entendem o que se passa, mesmoque a mulher explique ... os homens no sabem lidar com asensibilidade da mulher ... ele se afasta falando que vou comearcom frescuras... eles no entendem, ento, tentam tocar no assuntocom cautela.

    Observou-se o predomnio do desconhecimento doshomens em relao sndrome. Mas, algumas referiramque seus parceiros eram capazes de perceber os sinais esintomas que se manifestavam em determinada pocado ciclo menstrual. Homens que tinham este preparo,mostravam-se mais compreensivos e tentavam respeitaras condies fsicas e emocionais das mulheres. Chegavamat a oferecer ajuda na tentativa de amenizar os efeitosda sndrome sobre a mulher e contribuir, para que estaconseguisse superar os incmodos que surgiam.

    Meu marido percebe e fala: j sei, TPM e me deixa quieta ...ele entende, evita falar comigo .... ele me dava ateno e tentava medistrair ... quando ele percebe evita fazer baguna, eles so bemcompreensivos ... ele respeitava, carinhoso e falava: posso fazeralguma coisa para te ajudar?

    Foi mencionado que os homens referiam-se s queixasmanifestadas pelas mulheres, como sendo uma frescuraou coisa de mulher. A desconfiana que elesdemonstravam em relao possibilidade de suasparceiras aproveitarem a sndrome, como um mecanismode fuga foi fonte de grandes aborrecimentos.

    Ele achava estranho, falava que eu inventava aquilo .. ele achaque frescura ... ele achava que eu estava carente e queria chamarateno, queria aproveitar ... eles pensam que fingimento paratirar proveito ... acham que desculpa para no transar e isso medeixava muito chateada.

    Na viso das mulheres, a maneira pejorativa de sereferir sndrome est associada ao fato dos homensatriburem a este mal a responsabilidade pelos insucessosem vrios mbitos da vida, sendo fonte de intensairritao. O costume masculino de culpar a sndrome pelacondio emocional instvel ou negativa das mulheresconstitui-se em muita chateao s mulheres.

    Os homens adoram fazer piada com TPM ... falam de maneirapejorativa... qualquer irritao era TPM, colocam toda a culpa na

    TPM .... ele me v como culpada por ter TPM.

    As mulheres queixaram-se por que os homens nodo importncia s condies fsicas e emocionaisvivenciadas por elas na poca da manifestao dasndrome. Segundo a percepo delas, eles mostravam-se impacientes, irritados e estressados quanto aosepisdios que podem estar relacionados sndrome. Afalta de sensibilidade dos homens faz com que elas sintam-se incompreendidas e contrariadas, e esta condio, porsua vez, favorece o surgimento de atritos e interfernciasnegativas sobre o relacionamento entre o casal.

    Ele ficava sem pacincia ... ele no compreendia e ao invs deajudar, ficava estressado tambm... algumas brigas foram motivadaspela TPM ... brigamos nessa fase, porque eu fico sensvel, ele, aoinvs de ajudar, fica mais irritado.

    Algumas mulheres percebiam que seus parceirostentam disfarar, quando elas se encontram sob os efeitosda sndrome. Esta constatao gera sentimentos defrustrao e cria uma atmosfera desagradvel norelacionamento entre os casais.

    Ele tentava disfarar o incmodo, mas eu percebia que eletentava me agradar ... eu ficava fingindo que ele entendia minhasituao, e ele fingia que nada estava acontecendo.

    Quando os homens conseguiam compreender asituao vivenciada pelas mulheres, evitavam abordar osproblemas gerados pela sndrome com o intuito de nocomplicar ainda mais as relaes conjugais. Quando esteera o caso, referiam-se sndrome como uma ocorrnciainerente fisiologia feminina e posicionavam-se diante dasituao com mais naturalidade. Por sua vez, outros homenstentavam adequar-se aos comportamentos femininos, eesta atitude era vista como uma considerao que elestinham em relao condio vivenciada pelas mulheres.

    Ele sabia que eu estava num dia que no era bom, ento elepreferia ficar na dele... ele sabe o que TPM ... meu marido percebee fala ah, j sei, voc est na TPM.

    DISCUSSO

    Os resultados tornaram evidente que as mulheresnecessitam obter informaes precisas e fidedignas arespeito das alteraes hormonais prprias do ciclomenstrual. Estima-se que este conhecimento contribua paraa incorporao de prticas de cuidado que atenuem oueliminem os sintomas provocados pela sndrome, o quepode promover a qualidade de vida da mulher. Apesar daexistncia de uma grande demanda neste mbito, quedecorre da alta prevalncia de mulheres afetadas por esta

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    Acta Paul Enferm 2010;23(3):372-8.

    sndrome, a proporo de mulheres que busca assistnciaprofissional por esse motivo muito reduzida(6).

    As atividades de educao e promoo da sade queabordam temas relacionados sndrome devem serdesenvolvidas pela busca ativa das jovens. Por meio damdia e da educao em sade, possvel proporcionaroportunidades de voz ativa s mulheres e aos homensnas discusses relacionadas sndrome(24).

    Os esclarecimentos devem ser fornecidos antes damenarca, para evitar que as jovens enfrentem situaesadversas em razo do desconhecimento da sndrome eseus efeitos sobre a vida da mulher. A abordagem dasndrome requer que vrios fatores nela envolvidos sejamconsiderados. Adquirir uma viso mais abrangente eprofunda a respeito da prpria condio faz com que amulher obtenha maior grau de autoconfiana paradesempenhar seus papis sociais. Tambm, considera-seque o melhor esclarecimento do pblico vital paraqualificar o imaginrio social a respeito da sndrome queatualmente ainda se encontra prejudicado. O conhecimentodas alteraes sofridas pelas mulheres e a conscincia deque elas no so utilizadas, como mecanismo de fugapara os problemas so cruciais para mudar as atitudesmasculinas e promover a qualidade do relacionamentoentre homens e mulheres. A educao do pblico arespeito da sndrome um desafio que os profissionaisdevem tomar para si(24).

    Os profissionais da rea de sade e educao devemcriar oportunidades para que as pessoas participem dasdiscusses sobre as relaes de gnero, importante paraque as noes a esse respeito sejam sedimentadas de modopositivo e construtivo, tanto no imaginrio individual comono coletivo. A equidade de gnero constitui aspectoimportante para favorecer a transformao da visomasculina. As mudanas fsicas e emocionais que integramas diferenas entre homens e mulheres devem serabordadas nessas discusses. Desse modo, aspeculiaridades de cada sexo e suas associaes com ospapis familiares e sociais podem ser bem compreendidas,com reflexos positivos nas relaes entre homens emulheres na sociedade(25).

    A capacitao para reconhecer os efeitos da sndromecontribui para diminuir a coero psicolgica e a adoode atitudes estigmatizadas. O alcance desse idealimpulsiona o desenvolvimento de aes concretasdirecionadas superao dos problemas mencionados.

    Sua abordagem requer a considerao de um discursocristalizado, que vincule temas relacionados sade a umuniverso restrito dimenso feminina. uma realidadeque dificulta a dissoluo do forte elo entre o servio desade e o atendimento limitado sade da mulher(26).

    CONSIDERAES FINAIS

    Esforos devem ser feitos pelo conjunto da sociedade,especialmente pelos profissionais de sade, comunicaoe educao, visando a superar prticas culturaispredominantes, entre elas a hegemonia masculina nasdecises relativas sade da mulher(27). O alcance destepropsito requer investimentos no sentido de superarobstculos. Um deles a persistente dificuldade para obtera cumplicidade masculina nos servios pblicos de sade.Esta realidade faz com que a obteno de dados concretossobre as necessidades especficas dos homens permaneapermeada por grandes dificuldades, impedindo aconsolidao de aes direcionadas aos homens(26).

    Reitera-se a premissa de que as vises a respeito docontexto familiar devem ser captadas, pois conhecimentosdessa dimenso so fundamentais para compreender oncleo familiar, como integrante de outros sistemas quepossuem alcance muito mais abrangente(28).

    A contextualizao sociocultural da assistncia sadeconstitui um princpio que deve ser observado noprocesso de implementao da Prtica Baseada emEvidncias, uma demanda crescente da assistncia sadena atualidade. O seguimento desse princpio requer aadoo de critrios apropriados no processo de cuidarque, alm do emprego das evidncias cientficas, demandao desenvolvimento de atividades que sejam prticas epraticveis em dado contexto e apropriadas, sobretudosob o ponto de vista tico. A concretizao dessepropsito depende das experincias, opinies, crenas evalores das pessoas, que devem ser conhecidas econsideradas pelos profissionais. A correspondncia sdemandas que emergem dos usurios dos servios desade deve constituir o principal alvo do trabalho a serdesenvolvido pelos profissionais da rea da sade(29). Nestembito, esta pesquisa pretendeu dar sua contribuio.

    AGRADECIMENTOS: Ao Conselho Nacional deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) peloauxlio concedido ao processo n. 113751/2006-0.

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