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    XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produo - Florianpolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004

    ENEGEP 2004 ABEPRO 941

    Relacionamento e Cooperao na rede de distribuio no segmento

    automotivo: Uma anlise sob o ponto de vista das Concessionrias

    Volkswagen na Cidade de Fortaleza.

    Marcos Antonio Chaves Ricarte (UNICE) [email protected]

    Aymerr Quinder Sousa (UNICE) - [email protected] Maria Barros Ferreira Holanda (UNICE) [email protected]

    RESUMO

    A cadeia de suprimento da indstria automobilstica hoje uma das mais importantes doBrasil, seja pelo faturamento, seja pela quantidade de empresas que dela participam. Osrelacionamentos ao longo da cadeia consistem em um ponto de fundamental importncia parao atingimento de nveis de eficincia exigidos pelo mercado. O presente artigo tem comoobjetivo avaliar, dentro de critrios definidos, qual o grau de interao e relacionamento da

    cadeia de suprimentos automotiva, no estgio compreendido entre a montadora Volkswagen esuas concessionrias na cidade de Fortaleza-Cear. De acordo com o que foi coletado,concluiu-se que de forma geral a montadora tem um relativo relacionamento com suaconcessionria, preponderando o poder da primeira em relao segunda.

    Palavras-chave: Cadeia de suprimentos, Logstica, Relacionamento, Indstriaautomobilstica.

    1. Introduao

    O conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos est baseado no fato de

    que nenhuma empresa existe isoladamente no mercado. Uma complexa e interligada cadeia defornecedores e clientes, por onde fluem matrias-primas, produtos intermedirios e acabados,informaes e dinheiro, responsvel pela viabilidade do abastecimento de mercadosconsumidores.

    Para que a cadeia de suprimentos funcione de forma coordenada, osrelacionamentos so de extrema importncia. Em alguns casos observa-se relacionamentos

    baseados no poder, onde geralmente impera a vontade do mais forte. Em outros casosobserva-se os relacionamentos baseados na confiana.

    No que se refere cadeia de suprimentos automotiva, o problema dorelacionamento ainda mais complexo, principalmente se for considerado o espao

    compreendido entre a montadora e suas concessionrias. Nesse aspecto, existe umrelacionamento baseado na confiana e parceria ou h uma relao de poder clara, ondeimpera a ordem ou o imperialismo?

    O presente artigo tem como objetivo avaliar o grau de relacionamento da cadeiade suprimentos automobilstica, no segmento compreendido entre a montadora Volkswagen eas concessionrias na cidade de Fortaleza. A avaliao foi feita sob a ptica dasconcessionrias, englobando seis aspectos: o grau de participao da montadora na resoluode problemas envolvendo as concessionrias o grau de envolvimento da montadora namelhoria dos processos internos das concessionrias o grau de participao da montadora notreinamento e capacitao dos funcionrios das concessionrias o grau de confiana entre a

    montadora e as concessionrias e a transparncia das informaes entre as partes. O estudo focado predominantemente nas relaes da chamada cadeia de suprimentos imediata, mais

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    especificamente no estgio compreendido entre a montadora e a concessionria, mas traztambm evidncias de que a preocupao das OEMs (Original Equipament Manufacturer)tem sido cada vez mais no sentido de coordenar tambm o negcio entre seus fornecedores esub fornecedores.

    2. Conceitos de logistica e gerenciamento da cadeia de suprimentos

    A logstica tem sido considerada um dos elementos-chave na estratgiacompetitiva das empresas, pois ela controla as atividades operacionais com o propsito deatender s exigncias dos clientes. Assim, preciso conhecer as necessidades de cada um doscomponentes do processo, buscando sua satisfao. Conforme Wood Jr. (1999, p.4-5),diferentes autores atribuem diferentes origens palavra logstica. Alguns entendem que ela

    provm do verbo francs loger(acomodar, alojar). Outros dizem que ela derivada da palavragrega logos (razo) e que significa a arte de calcular ou a manipulao dos detalhes deuma operao.O conceito moderno de logstica fornecido por vrios autores, sendo que umdos mais utilizados fornecido pelo CLM (Council of Logistics Management, adotadotambm por Novaes (2001, p. 36) e Ballou (1993, p. 21), que definem logstica da seguinte

    forma:Logstica a parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta econtrola o fluxo eficiente e eficaz de matrias-primas, estoque em processo, produtosacabados e informaes relacionadas, desde seu ponto de origem at o ponto deconsumo, com o propsito de atender aos requisitos dos clientes.

    J o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos ou supply chainmanagement(SCM) remonta dcada de 1960, quando o mercado comeou a exigir maiordiversidade de produtos. A necessidade de controlar uma maior quantidade de estoques emtodas as reas de produo estava criada. A soluo da logstica foi otimizar o funcionamentoda cadeia de distribuio e, assim, baixar os custos que implicavam a administrao de mais

    produtos, a correta armazenagem e a entrega final. Segundo Vanzolini (2003) a expressoSupply Chain Management tem recebido bastante destaque na imprensa de negcios nosltimos anos. Como toda expresso nova, tem havido muita confuso no seu emprego. A maiscomum confundi-la como uma nova definio de logstica, ou como uma extenso do seuconceito. Assim, o CLM expe o conceito de SCM

    Supply Chain Management a integrao dos diversos processos de negcios eorganizaes, desde o usurio final at os fornecedores originais, que proporcionamos produtos, servios e informaes que agregam valor para o cliente.

    Lambert et al (1993, p. 39) entendem que o SCM pode ser considerado umatentativa de estabelecer um corte transversal das fronteiras organizacionais, visando viabilizara gesto de processos entre corporaes. Em linhas gerais, o supply chain managementpode

    ser definido como uma metodologia desenvolvida para alinhar todas as atividades deproduo de forma sincronizada, visando a reduzir custos, minimizar ciclos e maximizar ovalor percebido pelo cliente final por meio do rompimento das barreiras entre departamentos ereas. Trata-se de uma metodologia empregada principalmente por empresas de consultoria

    para implantao do conceito de logstica integrada, envolvendo a adoo de prticas deglobal sourcing, parcerias com fornecedores, sincronizao da produo, reduo de estoquesem toda a cadeia, reviso do sistema de distribuio, melhoria do sistema de informao,melhoria da previso de vendas, dentre outros. Projetos deste tipo costumam focalizar

    preferencialmente a busca de melhorperformance dentro da empresa, embora a tendncianatural seja a de avanar as fronteiras, aproximando fornecedores e clientes (WOOD JR,1999, p.7)

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    4. A importncia dos relacionamentos na cadeia de suprimentos

    A idia do SCM derivada da premissa segundo a qual a cooperao entre osmembros da cadeia de valores reduzir os riscos individuais e poder, potencialmente,melhorar a eficincia do processo logstico, eliminando perdas e esforos desnecessrios(BOWERSOX, 1996, p. 3).

    Segundo Chopra e Meindl (2003, p. 381), historicamente, os relacionamentos emcadeia de suprimento tm sido baseados em poder ou confiana. Em um relacionamento

    baseado em poder, o lado mais forte dita as regras. Embora a explorao do poder sejavantajosa a curto prazo, traz conseqncias negativas a longo prazo por trs motivos

    principais: a explorao do poder muitas vezes faz com que um estgio da cadeia desuprimento maximize seus lucros, comumente custa de outros estgios, o que reduz oslucros totais da cadeia de suprimento; o abuso de poder para conseguir concesses injustas

    pode prejudicar uma empresa j que o equilbrio de poder no imutvel; quando um estgioda cadeia de suprimento explora sistematicamente o seu poder, outros estgios tentamencontrar maneiras de resistir.

    Conforme ainda Chopra e Meindl (2003, p.5-6), um relacionamento baseado naconfiana entre dois estgios de uma cadeia de suprimento inclui segurana dos dois estgiose a capacidade de cada um deles de fazer um pacto de f. Confiana envolve a crena de quecada estgio est interessado no bem-estar dos outros e no tomaria medidas sem considerarseu impacto nos demais. Cooperao e confiana na cadeia de suprimento ajudam a melhoraro desempenho. Apesar de todos concordarem com a noo que cooperao e a confiana nacadeia de suprimento so valiosas, muito difcil iniciar e manter relacionamento com essasqualidades.

    5. A cadeia de suprimentos automobilistica

    Pires (2003) mostra que o setor automobilstico brasileiro tem vivenciado ummovimento de modernizao sem precedentes nos ltimos sete anos, o que originou umagrande exposio nos media locais, alm de diversos estudos realizados pela comunidadeacadmica nacional e internacional. Envolve-se, portanto, questes primordiais para acompetitividade, tais como ganhos de produtividade, iniciativas pioneiras no relacionamentomontadoras-fornecedores. Existem diversos estudos a indicarem que as funes na cadeia desuprimentos da indstria automobilsticas forma alvo de grandes modificaes na ltimadcada, como destaca Bronzo (2001). O autor mostra, atravs de seus artigos, que a indstriaautomobilstica tem alavancado a cadeia de suprimentos; mais especificamente tem-seapontado para um modelo em que os fornecedores assumem cada vez mais funes deagregao de valor, enquanto as montadoras assumem uma funo de coordenao e

    gerenciamento desta cadeia.Lamming (1993, 13-14) prope um modelo marcado pela reduo crescente da

    integrao vertical das montadoras, que, focadas cada vez mais em seu core business,transferem algumas de suas atividades, incluindo desenvolvimento tecnolgico, para seusfornecedores de primeiro e segundo nvel.

    Segundo Robles (2001, p. 4-5) na dcada de 1990, novas montadoras seinstalaram no Brasil, assim como novas plantas de montadoras j instaladas foramimplantadas, representando um volume de investimento direto dos mais significativos, ou sejamais de US$ 14 bilhes entre 1990 e 1999, segundo anurio da Anfavea. A carta mensal daentidade (2000) indica que, de 1996 a 2000, 16 novas plantas de autoveculos e motores se

    instalaram no Brasil, sendo cinco no estado do Paran, quatro em So Paulo, trs em MinasGerais, duas no Rio Grande Sul uma em Gois e uma no Rio de Janeiro. Em 2001 quatro

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    novas plantas, sendo duas no Paran e uma na Bahia e no Rio de Janeiro. Estes dados indicammaior distribuio do parque automotivo no Brasil e, com a inter-relao das plantas, oincremento da demanda de servios logsticos. importante salientar tambm a evoluo dasexportaes setoriais, que, na dcada, atingiram e se mantiveram no patamar de cerca de 20%das vendas da indstria. (ANFAVEA, 2000).

    Novas formas de organizao da produo tm sido implantadas no Brasil,principalmente nas novas fbricas da Volkswagen em Resende - RJ, da GM em Gravata - RSe a, em implantao, da Ford em Camaari na Bahia. Estas fbricas so organizadas sob aforma do consrcio modular ou condomnio industrial (SALERNO et al, 1998).

    6. Metodologia

    A pesquisa ora realizada de natureza exploratria em funo do poucoconhecimento das suas variveis. Utilizou-se tcnicas de analise descritiva com nfase nosmtodos quantitativos. A pesquisa descritiva justificada em funo da necessidade desomente observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos, sem que haja nenhumamanipulao por parte dos autores (MARTINS, 1994, p.15). Empregou-se uma metodologiaque combinou tanto aspectos bibliogrficos como empricos de pesquisa de campo.

    A investigao dividiu-se em etapas, conforme explicado a seguir: analisou-seinicialmente o referencial terico a partir de livros, artigos e outras fontes. Ao longo da

    pesquisa bibliogrfica, levantou-se os principais conceitos referentes ao tema estudado,identificando inclusive as variveis utilizadas para avaliao do relacionamento entre amontadora e as concessionrias. Para tanto, utilizou-se as variveis apresentadas no estudo deBronzo, (2001). Segundo o autor, o relacionamento entre os elos da cadeia pode ser avaliadosob o ponto de vista de quatro variveis, conforme apresentado na seqncia

    a) participao da montadora na resoluo de problema das concessionrias

    b) envolvimento da montadora na melhoria de processos das concessionriasc) envolvimento da montadora na capacitao e treinamento do pessoal das

    concessionrias

    d) confiana e transparncia entre montadora e concessionrias

    Aps a definio das variveis a examinar, elaborou-se o questionrio. Para cadavarivel fez-se algumas perguntas, onde as respostas disponveis estavam classificadas emgraus, conforme quadro 3

    LEGENDA DESCRIAO

    DT DISCORDO TOTALMENTEDM DISCORDO MUITO

    DP DISCORDO POUCO

    CP CONCORDO POUCO

    CM CONCORDO MUITO

    CT CONCORDO TOTALMENTE

    Fonte: Os autores (2003).Quadro 1. Respostas possveis do questionrio.

    A pesquisa de campo iniciou-se atravs de contato telefnico com os responsveispela rea de logstica das concessionrias. Utilizou-se a entrevista como mtodo de coleta dedados em virtude da necessidade de obteno de dados mais precisos sobre as variveis. Para

    cada pergunta do questionrio, solicitou-se que o entrevistado respondesse de acordo com as

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    respostas disponveis no quadro 3, de forma que, no final, o conjunto de respostas fornecesseos subsdios necessrios para avaliar as quatro variveis da pesquisa.

    7. Apresentaao e analise dos resultados

    Os grficos apresentados a seguir demonstram as respostas fornecidas pelas

    concessionrias. interessante observar que existe um agrupamento das respostas porvarivel analisada, de forma que permita uma avaliao mais precisa sobre os assuntos.

    7.1. Avaliao da participao da montadora na resoluo dos problemas dasconcessionrias

    A primeira varivel analisada consiste no grau de participao das montadoras naresoluo de problemas das concessionrias. Esta varivel importante em funo doconceito de que os problemas isolados dos elos da cadeia acabam refletindo no desempenhoglobal e a soluo destes problemas uma responsabilidade de todos. Como a montadora oelo mais prximo das concessionrias, faz-se necessria esta avaliao.

    Para analisar esta varivel, fez-se trs perguntas s concessionrias, conforme

    disposto abaixo

    1. A montadora esta sempre se antecipando aos problemas que envolvam aconcessionria ?

    2. Quando a concessionria esta com algum problema que envolva a montadora,esta sempre se dispes a resolve-lo ?

    3. Quando ocorre algum problema que envolva a montadora, o acesso s pessoas fcil e rpido ?

    4. Todos os problemas repassados para a montadora so resolvidos rapidamente ?

    A tabela 1 apresenta o resumo das respostas fornecidas pelas concessionrias.Observa-se que existe uma tendncia positiva quando o aspecto a participao da montadorana soluo dos problemas das concessionrias, uma vez que 82% das respostas se encontraminseridas no quadrante que indica concordncia. Isto mostra que existe um bomcompartilhamento na resoluo dos problemas neste estgio da cadeia.

    PERGUNTAS DT DM DP CP CM CT

    1. A montadora esta sempre se antecipando aos problemas queenvolvam a concessionria ?

    1 3

    2. Quando a concessionria esta com algum problema queenvolva a montadora, esta sempre se dispe a resolve-lo ?

    1 3

    3. Quando ocorre algum problema que envolva a montadora, oacesso s pessoas fcil e rpido ? 1 2 14. Todos os problemas que so repassados para a montadoraso resolvidos rapidamente ?

    1 2 1

    TOTAL 3 8 5

    PORCENTAGEM (%) 0 0 18 50 32 0

    Fonte: Os autores (2003).Tabela 1. Resumo das respostas que avaliaram a participao da montadora na soluo dos problemas.

    Com relao antecipao dos problemas, houve uma tendncia de concentraodas respostas, o que caracteriza um certo ceticismo com relao a este aspecto, apesar de 75%das respostas indicarem que concordam. Na pergunta que avalia a disponibilidade da

    montadora na resoluo dos problemas das concessionrias, observou-se uma tendnciapositiva forte, uma vez que 75% afirmaram que concordam muito com relao este aspecto.

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    A terceira pergunta diz respeito ao acesso das concessionrias s pessoas da montadora naocasio dos problemas, onde verificou-se novamente que 75% se posicionaram de forma

    positiva, apesar de 25% no concordarem to enfaticamente. Por fim, observa-se que, osresultados envolvendo a rapidez com que os problemas so resolvidos, 75% se posicionaramfavorveis, apesar de 50% concordarem pouco.

    7.2 Avaliao das melhorias e capacitao profissional da montadora com relao as

    suas concessionriasPara analisar esta varivel, faz-se cinco perguntas:

    1. Quando h conflitos entre a montadora e a concessionria, geralmente impera avontade da primeira em detrimento da segunda ?

    2. A montadora tem promovido melhorias continuas nos processos internos daconcessionria ?

    3. A montadora impe a forma como a concessionria deve operar suas rotinas internas?

    4. A montadora tem sido atuante no processo de treinamento e capacitao das pessoasda concessionria ?

    5. A concessionria consultada a respeito dos programas de treinamentos promovidospela montadora ?

    A tabela 2 apresenta o resumo das respostas fornecidas pelas concessionrias.Observa-se que existe uma tendncia positiva quando o aspecto envolvimento da montadorae participao da mesma no processo de treinamento e capacitao dos funcionrios. Noentanto, quando avaliado o relacionamento montadora-concessionria, observa-se que imperaa vontade da primeira em detrimento da segunda.

    PERGUNTAS DT DM DP CP CM CT5. Quando h conflitos entre a montadora e a concessionria, geralmenteimpera a vontade da primeira em detrimento da segunda ?

    4

    6. A montadora tem promovido melhorias continuas nos processosinternos da concessionria ?

    4

    7. A montadora impe a forma como a concessionria deve operar suasrotinas internas ?

    4

    8. A montadora tem sido atuante no processo de treinamento ecapacitao das pessoas da concessionria ?

    4

    9. A concessionria consultada a respeito dos programas detreinamentos promovidos pela montadora ?

    2 2

    TOTAL 0 0 2 2 0 16

    PORCENTAGEM (%) 25 25 100

    Fonte: Os autores (2003).Tabela 2. Resumo das respostas que avaliaram o envolvimento da montadora e a participao no processo de

    treinamento e capacitao dos funcionrios.

    possvel constatar, que a montadora e suas concessionrias tem uma relao deenvolvimento bastante assdua. Verifica-se que na pergunta que avalia se h conflitos entremontadora e concessionrias, geralmente a montadora fica na situao de tomar decisesquando se diz respeito aos conflitos existentes, uma vez que 100% afirmaram que concordamtotalmente com relao a este aspecto. Na segunda pergunta, 100% concordam que amontadora tem promovido melhorias contnuas nos processos internos da concessionria. Naterceira e na quarta pergunta, verifica-se que ambas atingiram 100% das respostas, ou seja, a

    montadora impe a forma como a concessionria deve operar suas rotinas internas e que ela atuante no processo de treinamento e capacitao das pessoas da concessionria, j na quinta

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    pergunta 50% concordam que a concessionria consultada a respeito dos programas detreinamentos promovidos pela montadora e 50% discordam.

    7.3 Avaliao do nvel de transparncia entre as informaes da montadora com as suasconcessionrias

    A terceira varivel analisa o grau de confiana a transparncia existente entre amontadora e concessionrias.

    Para avaliar a varivel fez-se suas perguntas

    10. A concessionria disponibiliza todas as suas informaes para que amontadora possa analisar e traar novas estratgias?

    11. O grau de transparncia existente entre a montadora e a concessionria excelente?

    A tabela 3 apresenta o resumo das respostas fornecidas pelas concessionrias.

    Observa-se que existe uma tendncia fraca quando o aspecto confiana e transparncia deinformaes entre a montadora e concessionria, verifica-se ainda que existe uma barreira

    para analisar e traar estratgias. Os grficos 10 e 11 mostram que no existe forte tendnciade transparncia.

    PERGUNTAS DT DM DP CP CM CT

    10. A concessionria disponibiliza todas as suas informaes paraque a montadora possa analisar e traar novas estratgias?

    2 2

    11. O grau de transparncia existente entre a montadora e aconcessionria excelente?

    3 1

    TOTAL 0 0 5 32 0 0PORCENTAGEM (%)

    Quadro 3. resumo das respostas que avaliaram o nvel de transparncia entre montadora e concessionrias. FonteAs autores (2003).

    Constata-se que a montadora e suas concessionrias ficam na estabilidade de 50%em concordar pouco com o grau de confiana entre ambas, a confiana tudo, e no deve serfeita pensando naquela venda, mas na prxima. Na segunda pergunta vimos que 75%discordam pouco com relao a transparncia das informaes entra montadora econcessionrias.

    8.Concluso

    Nota-se que as prticas de relacionamento apresentadas neste estudo tendem aaumentar o grau de dependncia, da concessionria/montadora, quele relacionamento. Esteaumento da dependncia mtua entre empresas tende, por sua vez, a unir os destinos dasorganizaes, mitigando os riscos de comportamentos oportunsticos. Existem evidncias deuma preocupao crescente com os relacionamentos em outros nveis na cadeia - porexemplo: certificaes e treinamentos em qualidade esto sendo cada vez mais exigidos pelamontadora; os problemas entre montadora e concessionria esto sendo resolvidos de maneiraconjunta e com rapidez.

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    ENEGEP 2004 ABEPRO 948

    A partir dos resultados deste estudo percebe-se que, nas recentes concessionriasda Volkswagen instaladas em Fortaleza/CE, o relacionamento imediato na cadeia desuprimentos tem sido caracterizado por diversas iniciativas de aproximao entre clientes efornecedores. Considera-se que estas iniciativas so um importante e necessrio passo parauma poltica mais abrangente de gerenciamento da cadeia de suprimentos total.

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