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TIPOS DE ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
CLÁUDIA PINHO HARTLEBEN
MÉDICA VETERINÁRIA
Email: [email protected]
• População examinada quanto a presença
• ou ausência de uma condição de interesse
• em um ponto no tempo
PREVALÊNCIA
• População reunida por um fator comum e
• acompanhada durante um período de tempo para avaliação de um desfecho
INCIDÊNCIA
AMOSTRA
REPRESENTATIVA
POPULAÇÃO
DEFINIDA
• População examinada quanto a presença
• ou ausência de uma condição de interesse em um ponto no tempo
PREVALÊNCIA
Presença ou Ausência da condição de interesse. Ex: doença
Mais exemplos...
casos de leptospirose bovina no período primavera/verão na zona rural do Município de
Pelotas
OU ESTUDOS TRANSVERSAIS
ESTUDOS DE PREVALÊNCIA
ESTUDOS DE PREVALÊNCIA
Definindo um caso = definição de prevalência
Adequar a definição de caso = Importância do cut-off
Exemplo:
casos (soros com título de 100 na MAT) de leptospirose bovina no período primavera/verão na zona rural do Município de Pelotas
casos (soros com título de 50 na MAT) de leptospirose bovina no período primavera/verão na zona rural do Município de Pelotas
Exemplo:
casos (soros com título de 100 na MAT) de leptospirose bovina no período primavera/verão na zona rural do Município de Pelotas
casos (soros com título de 50 na MAT) de leptospirose bovina no período primavera/verão na zona rural do Município de Pelotas
CUT-OFF
neg
50 100
Titulação Policlonal anti PSO2
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
50 100 200 400 800 1600 3200 6400 12800 25600
diluição
AB
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mESTUDOS DE PREVALÊNCIA
No
de
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Título na MAT
PREVALÊNCIA COM A REDEFINIÇÃO DE CASO
Mais exemplos...
•medida da característica de interesse em um único momento
Prevalência
PONTUAL
• casos detectados durante um período de tempo determinado
Prevalência
PERÍODO
Exemplo: casos de leptospirose bovina no período primavera/verão na zona rural do município de pelotas
Mais exemplos...
• Fornecem informação sobre um tema de interesse em diferentes populações
• São a base para os testes diagnósticos:
• sensibilidade e especificidade
• Fornecem dados para instituição de programas de controle
• Poucas Evidências de Causa e Efeito:
• causa e efeito medidos no mesmo momento
• fator de risco conhecido e identificado
VALORES E LIMITAÇÕES
ESTUDOS DE PREVALÊNCIA
Características associadas ao desenvolvimento de doença
Presença de roedores na residência e casos de leptospirose humana
Contato com águas de inundação e
Casos de leptospirose
Trabalhar no atendimento ambulatorial e Hepatite B/ HIV
Presença de Terrenos Baldios
Casos de Leptospirose Canina e Humana, Equina
Consumo de água não tratada
Giardiose , Salmonelose,
Ausência de Boas Práticas manuseio de alimentos
Doenças Transmitidas por alimentos
População inicial livre de uma condição ou doença e que desenvolvem esta condição durante um período
de tempo.
Identificação de casos novos da doença
OU ESTUDOS de COORTES
ESTUDOS DE INCIDÊNCIA
•População inicial livre de uma condição ou doença e que desenvolvem esta condição durante um período de tempo.
INCIDÊNCIA
AMOSTRA
REPRESENTATIVA
POPULAÇÃO
DEFINIDA
Presença ou Ausência da condição de interesse. Ex: doença
Acompanhamento da Ausência da condição de interesse = Casos Novos
ESTUDOS DE INCIDÊNCIA
Exemplo:
• População de 100 indivíduos
• Identificação da condição inicial
•de ausência ou presença da
condição de interesse = 96 sadios e 4 doentes
• Acompanhamento dos sadios:
Identificação de casos anteriormente negativos
casos novos x exposição ao risco
• Período: 3anos
ESTUDOS DE INCIDÊNCIA
NOS ESTUDOS DE INCIDÊNCIA A POPULAÇÃO EM ESTUDO
É UMA COORTE
Exemplo:
• 100 indivíduos acompanhados por 3 anos
• Início estudo 96 sadios e 4 doentes (prevalência 4/100=4%)
• Acompanhamento dos sadios: 96
Identificação de casos anteriormente negativos
casos novos x exposição ao risco
• Período: 3 anos
• 1 ano: 5 casos/96 = 5,2/100
• 2 ano: 6 casos/91 = 6,59/100
• 3 ano: 5/85 = 5,88/100
ESTUDOS DE INCIDÊNCIA
CARACTERÍSTICA INCIDÊNCIA PREVALÊNCIA
Numerador
Todos os Casos contados em um único inquérito ou exame
Casos Novos em um período em um grupo livre doença
Denominador Todos os indivíduos suscetíveis sem a doença no início de cada período
Todos os indivíduos examinados: casos e não casos
Tempo Duração do período Um único ponto ou um período
ESTUDO Estudo de Coorte Estudo Transversal
ESTUDOS DE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA
• Qual proporção da população possui a condição de interesse?
Prevalência
• Qual da taxa de surgimento de casos novos na população?
Incidência
POR QUE É TÃO IMPORTANTE DIFERENCIAR ESTUDOS DE INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA?
Escolha da população = Definição do Denominador = amostra
• população adequada ao estudo (suscetíveis) = população risco
• representativas
Amostragem:
aleatórias = probabilidade igual de escolha
não aleatórias = de conveniência e disponibilidade
IMPORTANTE DEFINIR PARA QUE SE APLICAM OS RESULTADOS
ESTUDOS DE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA
Possibilidade de avaliar risco determinante de doença ou condição
Exemplos: Estudos de Coortes, Estudos Caso-Controle
ESTUDOS OBSERVACIONAIS
Quando não é possível submeter uma população experimentalmente a um fator de risco
Características Efeito Avaliado Exemplo
população
Idade Expectativa de vida para gatos domésticos com 5
anos
Idade
Data de Nascimento Tempo calendário
Taxas de Tuberculose indivíduos nascidos no
ano de 1985
Exposição Risco Tuberculose bovinos leiteiros
Prevenção Redução na Incidência de Leptospirose Bovina após Vacinação rebanho
Doença Prognóstico Sobrevida de caninos com tumor de útero
Intervenção Preventiva
ESTUDOS OBSERVACIONAIS Propósito dos Estudos de Coorte
Condução dos Estudos de Coorte
Prospectivo
Retrospectivo
Ou Coorte Histórica
Importância dos Bancos de Dados
Vantagens e Desvantagens
única forma de estabelecer incidência diretamente
Pouco Eficiente pela necessidade de número grande de indivíduos pois muitos não desenvolvem condição interesse
Segue uma lógica clínica: se há exposição há doença?
Oneroso, altos custos para acompanhamentos por longos períodos
A Exposição pode ser detectada sem o desfecho ocorrido
Os resultados não estão disponíveis por longo tempo
Pode avaliar a relação da exposição com várias doenças
Avalia a relação do desfecho e exposição somente com os fatores de risco iniciais do estudo
Estudos de Coorte
ESTUDOS CASO-CONTROLES
ESTUDOS Retrospectivos
• Possibilitam a identificação de risco relativo ou proteção com maior eficiência que o estudo de coorte • A população escolhida é semelhante em condições de exposição porém diferentes quanto ao desfecho (doença) • O grupo controle deve ser semelhante aos de casos = pareamento
Abordagem populacional de Estudo Caso-Controle
•Escolha dos controles aleatoriamente em uma população de NÃO CASOS na mesma população que desenvolveu os casos
•Quando os casos e os não casos são escolhidos aleatoriamente em uma população por escolha probabilística em uma população definida são ditos Estudos de Casos-Controle com base populacional
ESTUDOS CASO-CONTROLES
Características dos Delineamentos de Coorte, Caso-Controle e Prevalência
Coorte Caso-Controle Prevalência
Inicia com população
definida em risco Inicia com população definida
A população em risco pode ser indefinida
Os casos não são selecionados, mas determinados por vigilância Contínua
Os casos são selecionados por um pesquisador a partir de um grupamento de pacientes
Os casos não são selecionados mas determinados por um único levantamento da população
Os controles Não casos não são selecionados, evoluem naturalmente
Controles são selecionados por um pesquisador por serem semelhantes aos casos
Os não casos incluem aqueles livres da doença no único levantamento
Exposição medida antes do desenvolvimento da doença
Exposição medida e relembrada após o desenvolvimento da doença
A exposição é medida ao mesmo tempo que a doença
O risco ou incidência da doença são medidos diretamente
O risco ou incidência da doença são estimados pela razão de chances
O risco ou incidência da doença não podem ser medidos diretamente, são estimados pela razão de chances
Risco Relativo e Razão de Chances
Cálculo do Risco Relativo - Estudo de Coorte
Razão de Chances – Estudo Caso-Controle
Risco Relativo = Incidência da Doença no grupo exposto
Incidência da Doença no grupo não exposto
Compara a freqüência da exposição dos casos e não casos
Risco Relativo = Incidência da Doença no grupo exposto
Incidência da Doença no grupo não exposto
Expostos
Não Expostos
Casos Não-Casos
a b
c d
a+b
c+d
A / A+B
C / C+D
Compara a freqüência da exposição dos casos e não casos
Razão de Chances – Estudo Caso-Controle
Expostos
Não Expostos
Casos Não-Casos
a b
c d
a+b
c+d
A / A+C
C / A+C
B / B+D
D / B+D
= AxD
BxC
ESTUDOS EXPERIMENTAIS
•seleção de grupos de tratamento (tratado e controle)
•seleção de intervenções
•manejo controlado
•medida do desfecho
ENSAIOS CLÍNICOS
Concordância dos Pacientes
• Os Ensaios Clínicos podem ser randomizados, com distribuição aleatória de tratamentos ao grupo participante
• Necessitam da concordância dos pacientes envolvidos
• Os Ensaios Clínicos e Ensaios Clínicos randomizados
• possuem grupo experimental e
• grupo ou mais de um grupo não tratado, comparativo
• mais de um grupo recebendo diferentes tratamentos
Ex: comparação de utilização de AZT e carga viral HIV
E controle sem utilização; ou comparação de drogas
ENSAIOS CLÍNICOS / estudos experimentais
• Identifica causas e exposição não individualizada - Grupos
Utilização
• Avaliação de serviços de saúde
• Ou estudos em grandes populações
• A exposição não é individual e sim média de um grupo
•Chamados também de Estudos agregados de Risco
•úteis para gerar hipóteses a serem testadas
ESTUDOS ECOLÓGICOS
MEDIDA DE DESFECHO É REALIZADA EM MAIS DE UM MOMENTO NO TEMPO
antes e depois de uma suposta causa ser introduzida na população
Avaliação de mudanças na população com o passar do tempo ( tendências seculares)
Avaliação de efeitos de intervenções na população
ESTUDOS DE SÉRIE TEMPORAL
• Causa Suspeita é introduzida ao mesmo tempo em grupos diferentes e momentos diferentes
•Utilizados para :
• Avaliação da regularidade de causa e efeito
• Maior confiança e evidência de causa e efeito pela possibilidade de repetição ou não dos resultados entre grupos
ESTUDOS DE SÉRIE TEMPORAL
Múltiplas
TRADICIONAIS
resumo de evidências e recomendações por um
especialista
Abordagem de pontos como controle, diagnóstico, etc
SISTEMÁTICOS
rigor quanto as questões epidemiológicas descritas em
trabalhos de pesquisa
resultado é esperado que o leitor note a evidência das
conclusões
ESTUDOS DE REVISÃO
• ELEMENTOS DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA:
1. Definir a questão clínica investigada
2. Identificar todos os estudos completos sobre a questão, publicados ou não
3. Selecionar os estudos que preencham padrões elevados de validade científica
4. Procurar evidências de viés nos estudos selecionados
5. Descrever a qualidade científica dos estudos
6. Questionar se a qualidade está relacionada aos resultados dos estudos
7. Decidir se os estudos são semelhantes para justificar uma combinação
8. Se os estudos são semelhantes para combinação, calcular uma medida de efeito sumária e intervalo de confiança entre resultados sendo possível análise estatística entre trabalhos.
São erros sistemáticos que podem interferir no resultado do estudo
Qualquer tendência na coleta, análise, interpretação, publicação ou revisão de dados que levem a conclusões diferentes da verdade.
Ex: a recuperação de cirurgia de hérnia inguinal por laparoscopia recuperam-se mais rápido do que aqueles submetidos a cirurgia aberta tradicional.
Viés= tendência de realização em pacientes com melhores condições socioeconômicas, idade diferenciada, novidade do tratamento
VIÉS NOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Bibliografia
RECOMENDADA
Epidemiologia Clínica
Fletcher e Fletcher
Epidemiologia Conceitos e Princípios Fundamentais
José de Angelis Cortes
Epidemiologia Básica
Beaglehole, Bonita, Kjellstrom