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Teoria Geral do Estado Ciência Política

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Page 1: TGE 05 - Classificação

Teoria Geral do Estado

Ciência Política

Page 2: TGE 05 - Classificação

Classificação dos Estados

Os Estados são classificados de acordo com sua estrutura. Assim, podem ser simples ou compostos.

Page 3: TGE 05 - Classificação

ESTADO

Simples

Composto

Por Coordenação

União Pessoal

União Real

Confederação

União Federal

Por Subordinação

Estado Vassalo

Protetorado

Estado Cliente

País sob Tutela

Page 4: TGE 05 - Classificação

Estado simples é aquele que corresponde a um grupo populacional homogêneo, com o seu território tradicional e seu poder público constituído por uma única expressão, que é o governo nacional, ou seja, forma uma unidade estatal completa, por si só. Exemplos: França, Portugal, Peru, Bolívia, Chile, Colômbia, Congo, Arábia Saudita, África do Sul, Uruguai, entre outros.

Page 5: TGE 05 - Classificação

Estado composto é uma união de dois ou mais Estados, apresentando duas esferas distintas de poder governamental, e obedecendo a um regime jurídico especial, variável em cada caso, sempre com a predominância do governo da união como sujeito de direito público internacional. É uma pluralidade de Estados, perante o direito público interno, mas no exterior se projeta como uma unidade.

Estados compostos dividem-se em Estados compostos por coordenação e Estados compostos por subordinação.

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Estado composto por coordenação é constituído pela associação de Estados soberanos ou pela associação de unidades estatais que, em pé de igualdade, conservam apenas uma autonomia de ordem interna, enquanto o poder soberano é investido num órgão central.

No Estado composto por subordinação, a subordinação se apresenta sob as seguintes formas: Estado vassalo, protetorado, Estado cliente, país sob tutela.

Page 7: TGE 05 - Classificação

I – ESTADOS COMPOSTOS POR COORDENAÇÃO

União Pessoal é a reunião acidental e temporária de dois ou mais Estados independentes, sob a autoridade de um soberano comum. Por sua natureza, esse tipo de Estado composto quase só se pode conhecer sob a forma monárquica.

Atualmente não existem exemplos.

Exemplos antigos: Lituânia e Polônia (1386 a 1569); Grã-Bretanha e Hanover (1714 a 1837); Holanda e Luxemburgo (1815 a 1890); Bélgica e Congo (1885 a 1908).

Page 8: TGE 05 - Classificação

União Real é a reunião, sob o mesmo monarca ou chefe de Estado, de dois ou mais Estados soberanos, que conservam a sua plena autonomia interna, mas, por acordo mútuo, delegam a um órgão único os poderes de representação externa e, geralmente, fundem todos os interesses comuns, no tocante às relações exteriores.

Atualmente não existem exemplos.

Exemplos antigos: Dinamarca e Islândia (1918 a 1944); Suriname e as Antilhas Neerlandesas (1954).

Page 9: TGE 05 - Classificação

Confederação de Estados é uma forma tipicamente monárquica. Consiste na união íntima e definitiva de dois ou mais Estados, conservando cada um a sua autonomia administrativa, a sua existência própria, mas formando uma só pessoa jurídica de direito público internacional.

A autoridade central, normalmente, é o único órgão comum da confederação leva o nome de “Dieta”. A Dieta não se constitui em um governo supremo, mas apenas uma assembleia de plenipotenciários dos Estados confederados. Atualmente não há exemplo de confederação de Estados.

Exemplos antigos: Confederação Helvética (1291 a 1848); Confederação Americana (1781 a 1789); Confederação Germânica (1815 a 1866); União Centro-americana (1895 a 1898).

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Nota: A Comunidade Britânica de Nações é uma associação de Estados que não se inclui em nenhuma das modalidades conhecidas de Estado composto. Seus Estados-membros são plenamente soberanos e se acha associados em perfeita igualdade para fins de natureza política. O símbolo dessa livre associação de povos é a Coroa Britânica. Fazem parte dessa associação: Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Ceilão, Paquistão, Índia, Gana, Nigéria, Jamaica, Guiana Britânica.

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União Federal é a união permanente de dois ou mais Estados, na qual cada um deles conserva apenas sua autonomia interna, sendo a soberania externa exercida por um organismo central, ou seja, pelo governo federal, plenamente soberano nas suas atribuições, entre as quais se salientam a de representar o grupo nas relações internacionais e a de assegurar a sua defesa externa.

Neste tipo de união de Estados, a personalidade externa existe somente no Estado Federal. Os Estados federados (Estados-membros) possuem somente a autonomia interna, limitada, entretanto, pela Constituição Federal.

Page 12: TGE 05 - Classificação

Exemplos de Estados Federados:

Estados Unidos da América (desde 1789); Suíça (desde 1848); México (desde 1875); Argentina (1860); Venezuela (1893); União das Republicas Socialistas Soviéticas (de 1923 a 1991); República Federativa do Brasil (desde 24 de fevereiro de 1891).

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II – Estados Compostos por Subordinação

Estados Vassalos são os que gozam de autonomia na direção dos seus negócios internos, mas, no tocante aos negócios externos, dependem de outro Estado, ao qual devem vassalagem. Esse outro Estado é chamado suserano, em relação aos vassalos.

As principais características dos Estados Vassalos:

a) só excepcionalmente exercem a soberania externa;b) têm o dever de respeitar e executar, no que lhes diz

respeito, os tratados concluídos pelo Estado suserano;c) participam das guerras feitas pelo Estado suserano;d) pagam tributos ao Estado suserano.

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A vassalagem é condição geralmente transitória: ou se transforma em completa independência do Estado vassalo ou em completa anexação deste pelo Estado suserano.

Atualmente, não existem Estados vassalos. Como exemplos históricos, podemos citar: os principados de Valáquia e Moldávia, os da Sérvia e Montenegro, o da Bulgária, o Egito, todos sob a suserania da Turquia.

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Estados protegidos ou protetorados são aqueles que, em virtude de tratado e por tempo indeterminado, se colocam sob a proteção e direção de outro ou outros Estados, aos quais cede uma parte de seus direitos soberania. A relação entre o protegido e o protetor é chamada de protetorado, denominação que, por extensão, também se dá ao Estado protegido

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As principais características dessa situação jurídica são as seguintes:

a) a relação baseia-se num tratado entre o Estado protetor e o Estado protegido;

b) o Estado protegido mantém, até certo ponto, a qualidade de pessoa internacional;

c) o exercício da soberania externa cabe ao Estado protetor;d) o exercício de certos direitos da soberania interna também

cabe ao Estado protetor;e) o Estado protegido não é obrigado a participar das guerras

promovidas pelo Estado protetor;f) os tratados celebrados pelo Estado protetor não se aplicam,

necessariamente, ao Estado protegido.

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Considera-se a situação do protetorado como uma espécie de subordinação voluntária do protegido ao protetor, para certos fins de ordem externa, ao passo que na vassalagem goza apenas de pequeno grau de autonomia.

Quase não existem mais protetorados. Ainda existem República de Andorra, desde 1806, sob a proteção da França; a República de San Marino sob a proteção da Itália; e o Principado de Mônaco sob a proteção da França.

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Estados Clientes são os que confiam a outro Estado a defesa de alguns de seus negócios ou interesses. Os Estados clientes conservam perfeita independência em relação aos demais, embora cedam a outro Estado o exercício de certos poderes ou de certos atributos da Soberania.

Esta situação existiu entre Cuba e Estados Unidos, até 1934. E, também, entre Haiti, República Dominicana e o Panamá, todos em relação aos Estados Unidos.

Atualmente, não existem Estados clientes, porém, por analogia, em certos aspectos, alguns “países satélites” em relação à Rússia.

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Países sob tutela são aqueles que são administrados por diferentes Estados, enquanto são preparados para sua independência.

O art. 22, do Pacto da Liga das Nações (1918-1945) criou a figura dos países sob mandato que eram divididos, segundo seu grau de desenvolvimento, em classe A, B ou C.

A Carta das Nações Unidas, em seus arts. 75 a 85 criou o sistema internacional de tutela que era uma adaptação do sistema anterior. Os antigos territórios sob mandato foram colocados sob este novo sistema, especialmente, aqueles que estavam sob mandato dos Estados que perderam a Segunda Guerra (Alemanha, Japão e Itália).

Page 20: TGE 05 - Classificação

A diferença entre os dois sistemas reside no fato de que no primeiro sistema, as potências mandatárias consideravam os mandatos como mera colônias, enquanto no segundo sistema, independente do grau de atraso de desenvolvimento, todos deveriam alcançar sua independência. Atualmente, apenas a Micronésia ainda se encontra sob a tutela dos Estados Unidos da América e, tudo indica que, através de plebiscito, será incorporada ao território estadunidense.