textualidade e discursividade_(2)

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DISCURSIVIDADE E TE XTUALIDADE

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Page 1: Textualidade e discursividade_(2)

DISCURSIVIDADE

E

TEXTUALIDADE

Page 2: Textualidade e discursividade_(2)

“Se você rouba ideias de um autor, é plágio. Se você rouba de muitos autores, é pesquisa” (Wilson Mizner)

Page 3: Textualidade e discursividade_(2)

Caminho das Letras

Ler o mundo sempre precede ler a palavra, e ler a palavra implica continuamente ler o mundo... Neste caminho, entretanto, nós podemos ir mais longe e dizer que ler a palavra não precede meramente o ato de ler o mundo, mas de uma certa forma de inscrevê-lo ou reescrevê-lo, que é de transformá-lo por significados de consciência, trabalho prático. Para mim, esse movimento é central para o processo de Letramento.

(FREIRE; MACEDO, 1987, p. 35)

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Ontem, o texto era escolar, hoje ele é a própria sociedade.

Ele tem forma urbanística, industrial, comercial,

televisiva ou hipertextual. (PARENTE, 1999)

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DEFINIÇÃO DE TEXTO PELO PCN:

[...] o texto é uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição) que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor e ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida independentemente da sua extensão.

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TEXTOTEXTO

Todos os termos ligados à construção elaborada de uma rede, na qual cada fio tem sua função e o arranjo dos elementos do conjunto conspiram para um produto final predeterminado!

Um texto não é simplesmente uma sequência de frases isoladas, mas uma unidade linguística com propriedades estruturais específicas. (KOCH, 1989. p. 11)

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 É TEXTO?

Amor

Humor

Andrade, Oswald. Primeiro Caderno, 1927.

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OXÍMORO: amor/humor; humor/amor: a potência do poético

• O amor e o riso, as partes baixas do corpo, dos humores fabricados por ele, o gozo e o desrespeito por si mesmo.

•O humor e o sério, a nobreza dos sentimentos e da razão, pertencentes a Deus.

•Crítica ao Romantismo.

•Húmus, matriz latina da palavra “humor” .

•Húmus: umidade. O amor carnal, tesão de pele, roçar de coxas, arranca do corpo o suor que é pura umidade.

•O amor sexual melhora nosso humor. É, enfim, alegria mútua, festiva, um estado de ficar bem e de fazer ficar bem.

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O QUE É?

A.C. D.C. W.C.

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Cronologia 

A.C. D.C. W.C.

José Paulo Paes

• um resumo crítico e bem-humorado da história humana.

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Texto

É uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir.

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Ambiguidade

Qual a ambiguidade nas frases? Como poderia ser desfeita?

a)Mando-lhe uma cadelinha pela minha criada que tem as orelhas cortadas. b) Vi o ladrão da janela.

c) Comprei o retrato do menino.

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TEXTUALIDADE, PARA QUE ELA SE MATERIALIZE:

•Não basta somente ter ideias, elas precisam estar bem articuladas;

•O texto deve estar claro, preciso e objetivo;

•O texto deve estar bem construído e, naturalmente, bem interpretado, não

apenas uma sequência de frases.

•Há, segundo Beaugrande e Dressier, sete aspectos que são responsáveis pela

textualidade:

Coesão,

Coerência,

Intertextualidade,

Intencionalidade,

Aceitabilidade,

Informatividade e

Situacionalidade.

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Propriedades Aspectos especificadores

Coerência • Intertextualidade;

• Unidade tópica ou temática;

• Progressão da informação;

• Conclusividade;

• Relevância e pertinência do conteúdo informacional.

Coesão • Recorrência e retomada de elementos;

• Articulação, associação semântica entre os conceitos e as relações formuladas no texto.

Intencionalidade • Intenção de produzir manifestação linguística coesa e coerente;

• Indicação de pistas necessárias à construção de sentido pretendida pelo texto;

• Argumentatividade.

Aceitabilidade • Atitude cooperativa;

• Disposição de participar ativamente do processo interlocutivo e compartilhar do processo comunicativo do autor.

Informatividade • Relação equilibrada entre o já conhecido e o novo;

• Seleção e destaque das informações relevantes.

Situacionalidade • Adequação aos interlocutores (papéis sociais e conhecimento compartilhado);

• Adequação aos objetivos e interação;

• Adequação às condições espacio-temporais e culturais do evento comunicativo.

Intertextualidade • Superestruturação típica do texto, conforme seu gênero;

• Vinculação ampla e/ou restrita, explícita ou implícita a textos prévios.

Fidelidade às normas da língua escrita • Correção linguística (acentuação, pontuação, ortografia, regência, concordância nominal e verbal... )

Apresentação e legibilidade • Boa apresentação visual (letra legível, ausência de rasuras...).

PROPRIEDADES DA TEXTUALIDADE

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Fatores Linguísticos

Coesão: no nível das frases (pronomes, conjunções...);

no nível do próprio texto (introdução, desenvolvimento e conclusão;

expressões, sequências numéricas, conjunções de oposição...);

por meio dos articuladores lógicos do texto e

dos próprios conectivos.

Tipos:

•referência, substituição, elipse, conjunção e léxico (Halliday e Hasan-1976) ;

•repetidores, substituidores, sequenciadores e moduladores (Marcushi-1983);

•referencial, recorrencial e sequencial (Fávero-1995).

A coesão não nos revela a significação do texto, revela-nos a construção do texto

enquanto edifício semântico.“ Hallyday

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Fatores Linguísticos: COESÃOReferencial: substituição (anafórica e catafórica – pronomes, verbos, advérbios, numerais): Moro em Patos de Minas. Aqui não vejo muitos patos. (anáfora)Eu preciso fazer isto: telefonar para o mecânico.(Catáfora) Reiteração (repetição, sinonímia, hiponímia e hiperonímia, expressões nominais e nomes genéricos): Cuidado com a gripe. Essa doença mata. (gripe é hipônimo e doença é hiperônimo)

Recorrencial: recorrência de termos: Rosa falava, falava, falava... paralelismo: Pão no forno, água na garrafa e fruta na geladeira não alimentam. paráfrase: Ela não compareceu, ou seja, sumiu. Recursos fonológicos: A bola não ficou triste, a bola alegre resiste.

Sequencial: temporal: (ordenação linear, expressões ordenadoras ou continuadoras, partículas temporais, correlações dos tempos verbais); Por conexão ( operadores do tipo lógico e do discurso: conjunção, complementação, implicação lógica, justificativa...) Pausa

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Fatores Extralinguísticos

Intencionalidade

Aceitabilidade Informatividade

Situacionalidade

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COESÃO (ENEM 2011)

Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, quea) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.d) o termo “Também” exprime uma justificativa.e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

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Planejar um texto – A DISCURSIVIDADE

•Quais os objetivos do texto?

•Qual é o assunto em linhas gerais?

•Qual o gênero mais adequado aos objetivos?

•Quem provavelmente vai ler?

•Que nível de linguagem deve ser utilizado?

•Que grau de subjetividade ou de impessoalidade deve ser atingido?

•Quais as condições práticas de produção?

( condições práticas: tempo, apresentação, formato). (GARCEZ, 2001, p.15)

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Modalização

Modalização é o sustentáculo da enunciação na medida em que ela permite

explicitar as posições do sujeito falante em relação a seu interlocutor, a ele

mesmo e a seu propósito (Charaudeau, 1990). É a marca que o sujeito deixa no

seu discurso.

As Expressões Modalizadoras:

a) são elementos linguísticos diretamente ligados ao evento de produção do

enunciado;

b) funcionam como indicadores de intenções, sentimentos e atitudes do locutor

com relação a seu discurso;

c) revelam o grau de engajamento do falante em relação ao conteúdo

proposicional veiculado.

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Tipos Básicos de modalização:

a) Modalidades Epistêmicas: referem-se ao eixo do saber (certeza/

probabilidade);

· Crer – eu acho, é possível

Provavelmente virei.

· Saber – eu sei, é certo

Virei sem falta.

b) Modalidades Deônticas: referem-se ao eixo da conduta (obrigatoriedade/

permissibilidade).

· Proibido: Não se deve fumar na sala de espera do consultório.

· Obrigatório: A vida tem que valer a pena.

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OBRIGADA.

Sua presença é importante.

Seu ponto de vista contribui para o nosso crescimento.

Lourdes Vinhal

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Irandé Costa. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2009.

KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2012.

KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2012.

KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça. Argumentação e Linguagem. São Paulo: Cortez, 2011.

KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2009.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2004.