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FLAP INTERNACIONAL 67 FLAP INTERNACIONAL 66 FLAP INTERNACIONAL 42 FLAP INTERNACIONAL 43 Sediado nos Estados Unidos, o maior evento voltado ao setor de asas rotativas mostrou na edição de 2018 poucas novidades e muito otimismo quanto à recuperação de vendas a partir deste ano, sobretudo na América Latina. Texto e fotos: Túlio Brandão de olho na recuperação do mercado 2018 Heli -Expo HAI FLAP INTERNACIONAL 45

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Sediado nos Estados Unidos, o maior evento voltado ao setor de asas rotativas mostrou na edição de 2018 poucas novidades e muito otimismo quanto à recuperação de vendas a partir deste ano, sobretudo na América Latina. Texto e fotos: Túlio Brandão

de olho na recuperação do mercado

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A cidade de Las Vegas, no Estado de Nevada, sediou este ano a maior feira voltada ao setor de helicópteros em todo o mundo. Mesmo sob um clima muito frio, com temperaturas bem atípicas até para a localidade, a feira reuniu centenas de expositores e milhares de visitantes durante os três dias do evento.

No ano em que a Helicopter Association International (HAI) completa seu 70º aniversário, o presidente da entidade, Matt Zuccaro, deu as boas-vindas aos presentes na cerimônia de abertura, com um discurso inflamado, citando a recuperação do setor e mostrando muito otimismo quanto ao futuro em todos os setores da comuni-dade internacional de asas rotativas. Zuccaro ainda falou sobre os crescentes índices de segurança que a indústria vem obtendo, fruto incontestável do aparecimento de novas tecnologias aplicadas pelos fabricantes, manutenção mais rigorosa e

treinamento intensivo dos operadores.A estimativa de aquecimento do setor vem de

encontro à renovação gradual da frota mundial e também à busca de novos e modernos equipa-mentos, sobretudo com menor custo de operação/hora e manutenção.

De olho em novas máquinas, tanto os gran-des operadores, como empresas de táxi aéreo, e os que atuam no segmento offshore já realizam consultas para a troca natural de seus helicóp-teros. Os operadores particulares, corporativos e VIPs também prometem agitar o cenário, que nos últimos anos andou desaquecido. A projeção, segundo estudo recente da Hohewywell divulgado durante a realização da HAI 2018, é de que sejam vendidos entre 4.000 e 4.200 novas máquinas nos próximos cinco anos, o que equivale entre 5% e 10% a mais do que a projeção de 3.800 aparelhos entre 2013 e 2017. Isso vai de encontro à expecta-

tiva de melhora do cenário global econômico, ao potencial impacto positivo da reforma tributária dos EUA na demanda de novos helicopteros e à menor volatilidade nos mercados relacionados a petróleo e gás. Em linhas gerais, o estudo aponta que máquinas leves, com apenas um motor, sejam responsáveis pela metade das vendas, seguidas pelos helicóptetros médios biturbinas com 27%, leves biturbinas com 20% e de cabines grandes multimotores com 5%. Se olharmos para a Amé-rica Latina, os prognósticos são muito positivos, com expectativa de 35% das vendas mundias, o maior de todas as outras regiões -- um crescimen-to de 12 pontos percentuais se comparado com a previsão divulgada no último ano. A América Latina é a única região que antecipou o aumento de vendas baseada no segmento de óleo e gás e mais de 50% da expetativa de vendas é destinada a aeronaves leves monomotores.

Airbus Helicopterspresença do novo H160 e tour

pelos Estados UnidosA fabricante europeia Airbus Helicopters

divulgou durante a realização do evento em Las Vegas que entregou 409 helicópteros e registrou 350 encomendas brutas de helicópteros (335 líqui-das) em 2017, com forte desempenho comercial nos segmentos pesado e supermédio. A empresa registrou 54 encomendas de helicópteros da famí-lia Super Puma e 19 encomendas do supermédio H175, confirmando a liderança de vendas desses tipos em seus respectivos segmentos do mercado. Também foram registradas 168 encomendas de helicópteros leves de motor único e 105 encomen-das dos H135/H145 leves de dois motores. No final de 2017, a carteira total somava 692 helicópteros.

No ano passado, houve grandes avanços em termos de novos produtos, como o H160 – o primeiro da “Geração H” --, com três protótipos

O mercado deverá absorver entre 4 mil e 4,2 mil helicópteros nos próximos cinco anos.

Dezenas de expositores de peças e componentes de todo o mundo mostraram seus produtos no pavilhão central da feira.

Cerca de 20 mil pessoas estiveram presentes no evento de 2018, organizado na cidade de Las Vegas.

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agora em testes de voo para a sua certificação em 2019. Uma campanha de disparo em escala real do sistema de armamentos HForce também foi realizada com sucesso no H145M, que se beneficiará de capacidades militares aprimoradas e modulares até o final de 2018. O ano também foi marcado pelo lançamento da Airbus Corporate Helicopters (ACH), que possibilitou à empresa oferecer aos seus clientes privados e empresariais design e especificações de alta qualidade em toda a sua gama de helicópteros.

Uma das novidades da feira foi a aparição do protótipo do H160, que chegou a Las Vegas e pela primeira vez liderou a presença da Airbus Helicopters em uma feira internacional. “Estamos orgulhosos em trazer o protótipo do H160 para a Heli-Expo pela primeira vez”, disse Ben Bridge, vice-presidente executivo de Negócios Globais.

“Esta aeronave é emblemática na transformação da empresa em todos os domínios do conceito e do design para o modelo renovado de produção industrial que permite uma maior maturidade industrial desde a sua entrada em serviço e o aproveitamento de tecnologias digitais-chave para um melhor suporte ao cliente e manutenção. Tudo isso foi feito tendo em mente as prioridades dos nossos clientes e estamos ansiosos para que eles possam experimentar, em breve, o H160, com o início da turnê de demonstração nos EUA logo após a feira”, acrescentou.

Foram realizadas demonstrações diárias da ma-nutenção no H160 para mostrar como o processo foi otimizado e facilitado graças a seu design único e novos processos, como a campanha Operador Zero. No estande ao lado do segundo protótipo do H160, a Airbus Helicopters exibiu sua gama HGeneration de facilitadores de missão, incluindo os serviços HCare, que permitem que os clientes foquem em suas operações com segurança, efi-ciência e com ótimo custo-benefício. Foi exibido um H125 em configuração policial, o H135 equi-pado com Helionix e o H145 em configuração de aviação privada e comercial.

Em seu compromisso contínuo com a inova-ção e o futuro do voo, a Airbus Helicopters está incorporando novas tecnologias digitais e elétricas tanto em produtos como em serviços. Um exce-lente exemplo disso é o CityAirbus, a aeronave a bateria autopilotada da Airbus, projetada com os mais recentes padrões de segurança para transpor-tar quatro passageiros em voos dentro da cidade. Quanto ao projeto X6, a empresa está repensando seu lançamento, principalmente com relação a novas tecnologias, que segundo o fabricante ainda não estão prontas.

Ainda sobre o H160, a empresa Babcock, sediada no Reino Unido, surgiu como operadora global de lançamento para a nova aeronave.

Inicialmente eles vão operar das instalações na Europa antes de “cobrir, progressivamente, as bases da Babcock no mundo”.

A Babcock vai utilizar os helicópteros para 5,6-6,0toneladas para emergências médicas e outras missões críticas.

Não foram divulgados prazos de entrega, mas a certificação e entrada em serviço são esperadas para o início de 2019.

Ao fim do evento, a Airbus Helicopters termi-nou com pedidos para mais de 50 aparelhos da ampla gama de helicópteros para clientes em todo o mundo. As vendas mais esperadas incluíram o modelo de lançamento do H160, bem como as primeiras encomendas feitas para este helicóptero de nova geração no mercado norte-americano. Além disso, as famílias H145 e H125 receberam reservas sólidas, mostrando seu desempenho im-pressionante e popularidade contínua. No lado de suporte e serviços, a Airbus garantiu várias ordens do programa HCare e continuará a oferecer aos operadores um serviço de atendimento superior para suas frotas. Também foram assinadas parce-rias com a Safran Electronics e Defense para siste-mas de monitoramento de dados de helicópteros e com a Traxall para um sistema de rastreamento e gerenciamento de estoque de manutenção de aeronaves. A Airbus também anunciou planos para o centro de treinamento regional da América do Norte a ser construído em Grand Prairie, no Texas, que receberá o H145, o H175 e, eventualmente, os simuladores de voo do H160.

Bell Helicopter modelo 407 ganha nova versão e

505 será entregue no Brasil este anoOutra gigante do setor de asas rotativas, a

Bell, empresa subsidiária da Textron Inc., lançou durante a HAI Heli-Expo 2018 o Bell 407GXi, que marca a evolução do já bem-sucedido modelo 407. As novidades aprimoram de forma significativa a performance, o desempenho e a segurança do helicóptero.

Entre as atualizações, o modelo será o primei-ro helicóptero do mundo equipado com o painel

O H160 da Airbus foi apresentado em Las Vegas, de onde partiu para um tour pelos Estados Unidos.

O modelo 525 da Bell para 19 passageiros continua na campanha de ensaios de voo.

O biturbina médio terá uma empresa do Reino Unido como primeira operadora. No Brasil, a Helibrás anunciou a venda do primeiro H160 para missões corporativas - VIP.

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G1000H NXi. Além disso, traz a nova turbina Rolls-Royce M250-C47E/4 e um aumento da capacidade de carga do gancho.

A Bell é representada no Brasil pela TAM Aviação Executiva e seu diretor comercial, Rafael Mugnaini, esteve em Las Vegas para falar sobre o Bell 407GXi, afirmando que o modelo tem tudo para ser um sucesso no mercado brasileiro: “o produto chega ao mercado em um momento importante, em que a economia mostra sinais de recuperação, e a venda de helicópteros está aquecendo novamente. Além disso, as melhorias incorporadas ao novo 407GXi fazem com que o modelo se sobressaia na categoria, tanto no que diz respeito a custo operacional, muito mais baixo, como em tecnologia, graças ao novo painel e à nova turbina. O resultado é um produto superior, que tem tudo para ser um sucesso de vendas por

aqui também, assim como aconteceu com seus antecessores”.

Vale ressaltar que já foram fabricadas e entregues mais de 1.400 unidades do Bell 407 mundialmente.

Segundo dados divulgados pela empresa ame-ricana, os produtos Bell parecem ter caído mesmo no gosto do mercado brasileiro. Nos últimos dois anos, a TAM AE, a representante de vendas exclu-siva da marca, foi responsável por mais de 50% de market share em helicópteros vendidos no Brasil, ou seja, mais da metade de todos os helicópteros comercializados no País em 2015 e 2016 foram da marca Bell.

O modelo, com capacidade para até seis pas-sageiros, chega ao mercado com alta tecnologia. É o primeiro helicóptero do mundo equipado com a suíte de aviônicos G1000 NXi, a mais avançada do segmento de monoturbinas e que oferece ao piloto um design ainda mais moderno e eficiente (com processamento quatro vezes mais rápido), além de melhorias dos gráficos e na funcionali-dade, que incluem a sobreposição dos mapas no Horizontal Situation Indicator (HSI) e a aproxima-ção visual pelo painel.

O passageiro também pode ser conectado ao painel via bluetooth e wi-fi (com o opcional Flight Stream 510) com aparelhos celulares e tablets. Dessa forma, ele poderá acompanhar simultaneamente o voo, acessar a transmissão de plano de voo e sua localização via GPS e a opção de sistema de monitoramento remoto HUMS (Foresight MX). Para os pilotos, é possível fazer a aproximação visual pelo próprio painel, checar a situação do peso máximo da aeronave do início ao fim do voo antes de sua decolagem e ter a tela dividida para visualizar as cartas aeronáuticas e posição de GPS. Há ainda Fadec de duplo canal (redundância quádrupla contra falhas), que re-duz o trabalho e previne temperaturas e rotação fora do normal (over speed e over temperature). Trata-se do primeiro de seu porte a incorporar

um controle digital do motor de autoridade total de dois canais. O sistema vai gerenciar o motor turboeixo Rolls-Royce M250-C47E/4, que inclui um pacote de valor que pode reduzir o consumo específico de combustível em até 8%.

A turbina é mais leve e reduz ainda mais o custo operacional com menos queima de com-bustível. Houve ainda o aumento da capacidade de carga do gancho, em missões especiais, para até 3.100 libras.

A aeronave começará ser entregue na pri-mavera norte-americana, após a certificação do monomotor pela Transport Canada em janeiro.

Quanto ao Bell 525, o nome “Relentless” foi escolhido para divulgar seu desempenho e, ao mesmo tempo, é apropriado para descrever o longo caminho percorrido para a obtenção da certificação.

Após a promessa original de receber a certi-ficação Part 29 da FAA em 2015, quando lançou o programa em 2012, a Bell espera agora a vali-dação para a aeronave de 19 lugares e controles fly-by-wire para quatro anos mais tarde, em 2019, segundo o vice-presidente de Vendas do 525, Larry Thimmesch.

Um lote inicial de cinco aeronaves de produ-ção está sendo fabricado em Amarillo, Texas. Em 2012, no evento do lançamento, a Bell apresentou o 525 nas cores da PHI norte-americana, porém o colapso do mercado para o transporte de óleo e de gás exigiu uma reavaliação com relação à ordem de chegada ao mercado do Relentless.

Da mesma forma, a Bell declina fornecer a carteira de encomendas firmes e cartas de in-tenção do programa 525. Há cerca de dois anos ela se encontrava em 80 unidades, mas não foi

A evolução do bem-sucedido modelo 407 chega à versão GXI.

O aparelho de entrada da linha Bell já possui 20 certificações e centenas de encomendas.

Cockpit do Bell 505 JetRanger com painel Garmin G1000H. Executivos da Bell e Helisul durante a cerimônia de entrega dos novos helicópteros à empresa brasileira.

A Helisul possui uma larga parceria com a Bell ao longo dos anos.

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Page 5: Texto e fotos: Túlio Brandão de olho na recuperação …segundo estudo recente da Hohewywell divulgado durante a realização da HAI 2018, é de que sejam vendidos entre 4.000 e

atualizada desde então. A Bell reiniciou os ensaios em voo em 2017,

um ano após o acidente em que um teste mo-nomotor de alta velocidade terminou de forma errada.

Já o modelo menor, o monoturbina 505, equipado com um Turbomeca Arrius 2R da Sa-fran, conta atualmente com 20 certificações e centenas de encomendas e cartas de intenção em todo o mundo. Para quatro passageiros mais um piloto, a aeronave possui canal duplo Fadec, instrumentos Garmin G1000H e revisão (TBO) estimada em 3.000 horas. Brevemente passará também a compor a frota brasileira. Durante a feira, executivos da Helisul Táxi Aéreo firmaram contrato para a aquisição de quatro aeronaves do tipo. Segundo a empresa, as quatro aeronaves deverão ser entregues neste ano – sendo duas no primeiro semestre e as outras no segundo semestre -- e passarão a compor a frota no segmento de voos panorâmicos nas cidades do Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. A Helisul será a primeira empresa do Brasil a operar o 505 Jet Ranger e desde o dia 1o de fevereiro está homologada como Centro de Serviços Bell (CSF) no Brasil, oferecendo serviços de manutenção de aeronaves e venda de peças para aeronaves Bell.

Leonardobons contratos firmados em Las Vegas

A Leonardo Helicopters apresentou sua família AW e terminou a feira fechando promissores con-tratos. A empresa firmou um contrato no valor de 147 milhões de dólares para o fornecimento de 26 helicópteros para um distribuidor na China. A ven-da incluiu sete aparelhos AW119Kx, 15 AW109 e quatro AW139. A parceria com a empresa Sino-US Intercontinental Helicopter Investment na China já rendeu à Leonardo a venda de 110 equipamentos

de vários tipos, dos quais 50 já estão operando em 36 províncias do país asiático.

O fabricante também anunciou na HAI 2018 que a frota mundial de AW139, com 900 má-quinas em operação, já soma 2 milhões de horas de voo.

A empresa também se mostrou muito otimista com o AW169, biturbina médio que foi certificado pela FAA em fevereiro de 2017 e que recente-mente teve o peso máximo aumentado para 4,8 toneladas métricas, dando-lhe um acréscimo de carga útil de missão de 440 libras e autonomia de mais 80 milhas naúticas. Existem 160 encomendas firmes do AW169, sendo que 50 já foram entre-gues a seus operadores. Segundo o fabricante, aproximadamente 40% de todos os AW169 encomendados foram vendidos na versão VIP. A frota já acumula mais de 10 mil horas de voo.

O maior equipamento da família AW, o 189 está sendo oferecido agora com uma segunda opção de motorização, o Safran Aneto-1K. Com mais de 50 entregas deste supermédio, o AW189 é impulsionado originalmente com dois GE CT7-2E1 com potência de 2.000 SHP.

O CEO da empresa, Alessandro Profumo, disse que o ano de 2017 serviu para a empresa repensar algumas estratégias e nomear um novo diretor executivo e um novo diretor administrativo, ambos da Divisão de Helicópteros, e que espera que as sementes plantadas deem resultado em 2018. Entre este ano e 2020, a Leonardo estima um crescimento de pedidos de mais de 6% e um aumento de 10% na lucratividade no ano fiscal de 2020. O backlog atual é de 41 bilhões de dólares, o equivalente a três anos de receita. Já o mercado de helicópteros civis despencou 45% de 2013 até 2016 e o CEO observa que isso está em grande parte ligado ao declínio das vendas de máquinas destinadas à indústria de petróleo e gás. Foi aí que a empresa soube atuar neste espaço disputado, captando participação de mercado junto ao seu

consagrado produto AW139. O fabricante está produzindo entre cinco e seis AW139 por mês nas unidades de Vergiate (Itália) e na Filadélfia (EUA) para os segmentos de serviços de emergências mé-dicas (EMS), busca e salvamento (SAR), emprego policial, offshore, tranposrte VIP e militar.

Quanto ao programa civil do tiltrotor AW609, que está entrando na terceira década de desenvol-vimento, a empresa espera obter a certificação no próximo ano, bem como fazer a primeira entrega comercial para o Grupo ERA em 2020. Para isso, segue em sinergia com a Icao e FAA para que tudo saia como o planejado. Um quarto protótipo deverá voar este ano e integrar a campanha de ensaios. Este será o primeiro aparelho equipado com a suíte de aviônicos Rockwell Collins Pro Line Fusion.

Sikorskypróximo produto comercial pode

ser X2 já desenvolvido A busca incessante pelo próximo helicóptero

civil pela Sikorsky apontou para o conceito de peso acima das 4,5 toneladas (10.000 libras), distanciando ainda mais a empresa da Lockheed--Martin do mercado das aeronaves leves após ter descartado a marca Schweizer no início de 2017.

A estratégia do dimensionamento é resultado do ponto de vista da Sikorsky de que seus recursos e competências encontram uma aplicação melhor em grandes e complexos sistemas de asas rota-tivas, segundo Dana Fiatarone, vice-presidente da Sikorsky para Sistemas Comerciais e Serviços. “Qualquer desenvolvimento estaria provavelmente situado ao norte das 10.000 libras”, diz Fiatarone.

A estagnação do mercado tem tolhido, duran-te muitos anos, o lançamento de novos produtos pela indústria de helicópteros comerciais, que continua a fazer investimentos antecipando uma eventual recuperação das atividades.

Durante vários anos, a Sikorsky tem demons-trado interesse em substituir ou completar seus dois produtos comerciais, o S-76 de 5 toneladas e o S-92 de 12 toneladas. Mas a empresa se nega lançar um produto “eu também” no mercado co-mercial, o que significa que a Sikorsky contempla projetos que fogem do convencional em termos de velocidade e automação.

Durante uma década, a Sikorsky tem desenvol-vido aeronaves de asas rotativas de alta velocidade para o setor militar, projetadas em torno de um sistema de rotores coaxiais com hélice pusher para o voo horizontal, começando com a aeronave de demonstração X2, que mereceu o Trofeu Collier. “Espero que examinemos o projeto. Pessoalmente, gosto da tecnologia X2”, declara Fiatarone.

Estande da Leonardo Helicopters, um dos maiores da feira. O modelo AW139, que já acumulou mais de 2 milhões de horas de voo.

O AW119Kx obteve sete encomendas durante o evento.Sikorsky S-76D em exposição em Las Vegas. Trata-se do modelo de médio porte, biturbina e quadripá mais moderno oferecido pela empresa.

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MD Helicopters

encomendas militares geram euforia A MD Helicopters tem motivos de sobra para

comemorar. Segundo a presidente da empresa, Lynn Tilton, o ano de 2017 foi o melhor da história e 2018 seguirá no mesmo compasso. Isso porque a fabricante fechou uma série de contratos no âmbito militar que trarão frutos incontestáveis nos próximos anos. O maior deles, um contrato assinado em setembro do ano passado, prevê a venda de 150 helicópteros MD530 armados para o Exército dos Estados Unidos. O acordo inclui ainda suporte completo de serviços.

Até o final do ano a empresa espera entregar

até 30 MD530 para as Forças Armadas dos Estados Unidos. Existem ainda entregas programadas para a Força Aérea do Afeganistão, Quênia e Líbano.

A certificação do MD6XX civil de 2,5 toneladas foi adiada por pelo menos dois anos, para focar os recursos limitados na entrega de uma onda de encomendas de clientes militares, explicou a presi-dente. O cronograma foi revisado apenas um ano após Lynn revelar o mock-up do MD6XX, prome-tendo completar sua certificação no final de 2018.

O trabalho de certificação para apoiar as encomendas está afetando a disponibilidade da engenharia, diz Lynn, notando que sua empresa “não dispõe dos recursos” para também avançar no programa MD6XX.

RobinsonR66 com gancho para transporte

de cargas No último ano a empresa americana Robinson

entregou 305 helicópteros, um número bem acima se comparado com os 234 aparelhos entregues em 2016. As entregas do menor modelo, o R22, subiram de 19 para 34 e do R44 Cadet, de 12 para 20. O R44 Raven I mais do que dobrou as entregas, indo de 26 para 54 unidades, assim como o Raven II, com 120 helicópteros. Já o modelo top de linha do fabricante, o monoturbina R66 passou de 66 entregas em 2016 para 77 no último ano. Kurt Robinson, presidente da companhia, disse durante a coletiva de imprensa que em cada uma das cate-gorias de aeronaves fabricadas pela Robinson houve crescimento em vendas e obviamente isso faz com

que todos estejam muito otimistas em 2018. Algu-mas regiões que vinham demonstrando queda nas vendas nos últimos anos, como Canadá, Austrália, China e África do Sul, se recuperaram fortemente.

A única novidade apresentada pela Robinson foi uma versão do R66 equipada com gancho para transportar cargas de até 1.200 libras. Como parte da conversão, três instrumentos -- um medidor de temperatura, um medidor de carga e um medidor de torque -- foram adicionados ao lado do coletivo para auxiliar o piloto. Além disso, controles opera-cionais para o gancho de carga foram adicionados do lado esquerdo do cíclico. A certifcação do R66 nesta nova versão foi concedida pela FAA durante a realização da feira.

A próxima edição da HAI acontecerá em Atlanta, na Geórgia, entre os dias 4 e 7 de março de 2019.

Sikorsky S-70 Firehawk em exposição. A aeronave pertence ao governo da Califórnia e é empregado em missões de combate a incêndios. Diversos interiores estiveram em exposicão pelos principais fabricantes.

A linha MD530 ganhou folêgo com a grande encomenda feita pelo Exército dos Estados Unidos.

A Robinson apresentou o R66 equipado com gancho para transporte de cargas.

Conceito de aeronave elétrica para o transporte urbano de passageiros foi apresentado pela empresa Bell Flight.

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