teste seus conhecimentos sobre o período regencial

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Teste seus conhecimentos sobre o Período Regencial (1831-1840) 1. (Enem 2010) Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises: as diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram por melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos representavam também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período, ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos "barões do café", para o qual era fundamental a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro. O contexto do Período Regencial foi marcado a) por revoltas populares que reclamavam a volta da monarquia. b) por várias crises e pela submissão das forças políticas ao poder central. c) pela luta entre os principais grupos políticos que reiindicavam melhores condições de vida. d) pelo governo dos chamados regentes, que promoveram a ascensão social dos "barões do café". e) pela convulsão política e por novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas realidades sociais. Resposta da questão 1:[E] O período regencial é normalmente entendido como “de crise”, perceptível pelas grandes rebeliões que ocorreram nas diversas regiões do Brasil, levadas a cabos pelas camadas excluídas do poder, agravadas pela exclusão econômica e social em alguns casos. Apesar de sabermos que o tráfico não permanecerá por muito tempo, ele ainda existiu por quase 20 anos após a abdicação de D. Pedro I. A Lei de 1831 do ministro Feijó não foi cumprida, dada à tendência da elite tradicional em manter o braço escravo na lavoura (situação que se modificou em grande parte fruto das pressões inglesas). 2. (Pucrs) Responder à questão sobre os grupos políticos no Império (período regencial), numerando a coluna II de acordo com a coluna

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Teste seus conhecimentos sobre o Perodo Regencial (1831-1840) 1. (Enem 2010) Aps a abdicao de D. Pedro I, o Brasil atravessou um perodo marcado por inmeras crises: as diversas foras polticas lutavam pelo poder e as reivindicaes populares eram por melhores condies de vida e pelo direito de participao na vida poltica do pas. Os conflitos representavam tambm o protesto contra a centralizao do governo. Nesse perodo, ocorreu tambm a expanso da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos "bares do caf", para o qual era fundamental a manuteno da escravido e do trfico negreiro. O contexto do Perodo Regencial foi marcado a) por revoltas populares que reclamavam a volta da monarquia. b) por vrias crises e pela submisso das foras polticas ao poder central. c) pela luta entre os principais grupos polticos que reiindicavam melhores condies de vida.d) pelo governo dos chamados regentes, que promoveram a ascenso social dos "bares do caf".e) pela convulso poltica e por novas realidades econmicas que exigiam o reforo de velhas realidades sociais. Resposta da questo 1:[E] O perodo regencial normalmente entendido como de crise, perceptvel pelas grandes rebelies que ocorreram nas diversas regies do Brasil, levadas a cabos pelas camadas excludas do poder, agravadas pela excluso econmica e social em alguns casos. Apesar de sabermos que o trfico no permanecer por muito tempo, ele ainda existiu por quase 20 anos aps a abdicao de D. Pedro I. A Lei de 1831 do ministro Feij no foi cumprida, dada tendncia da elite tradicional em manter o brao escravo na lavoura (situao que se modificou em grande parte fruto das presses inglesas). 2. (Pucrs) Responder questo sobre os grupos polticos no Imprio (perodo regencial), numerando a coluna II de acordo com a coluna I. COLUNA I 1. Farroupilhas 2. Chimangos 3. Caramurus COLUNA II ( ) Grupo composto basicamente por burocratas, comerciantes e proprietrios cafeeiros do Centro-Sul. Defendiam o retorno de D. Pedro ao trono brasileiro. ( ) Defendiam a manuteno da ordem atravs de um governo centralizado, opondo-se s reformas sociais e econmicas, mas admitiam alteraes na Carta de 1824. ( ) Defendiam reformas mais profundas, tais como a extenso do direito de voto e a autonomia das provncias. ( ) Representavam parcelas da aristocracia agrria e tambm eram conhecidos como liberais moderados. Relacionando-se a coluna da esquerda com a coluna da direita, obtm-se de cima para baixo, os nmeros na seqncia: a) 2, 1, 3, 2 b) 3, 2, 1, 2 c) 3, 1, 2, 1d) 1, 2, 3, 2 e) 3, 2, 1, 1 resposta da questo 2:[B] 3. (FGV) A abdicao de D. Pedro I em 1831 deu incio ao chamado perodo regencial, sobre o qual se pode afirmar: I. As elites nacionais reformaram o aparato institucional de modo a estabelecer maior descentralizao poltica. II. Foi um perodo convulsionado por revoltas, entre elas, a Farroupilha e a Sabinada. III. D. Pedro II sucedeu ao pai e imps, logo ao assumir o trono, reformas no regime escravista. IV. O exerccio do Poder Moderador pelos regentes e pelo Exrcito conferia estabilidade ao regime. As afirmativas corretas so: a) I e II b) I, II e III c) I e III d) II, III e IVe) II e lV resposta da questo 3:[A] 4. (Uel) "...valorizava-se novamente o municpio, que fora esquecido e manietado durante quase dois sculos. Resultava a nova lei na entrega aos senhores rurais de um poderoso instrumento de impunidade criminal, a cuja sombra renascem os bandos armados restaurando o caudilhismo territorial (...). O conhecimento de todos os crimes, mesmo os de responsabilidade (...), pertencia exclusiva competncia do Juiz de Paz. Este saa da eleio popular, competindo-lhe ainda todas as funes policiais e judicirias: expedies de mandatos de busca e seqestro, concesso de fianas, priso de pessoas, ..." Em relao ao perodo regencial brasileiro, o texto refere-se a) ao Ato Adicional. b) Lei de Interpretao. c) ao Cdigo de Processo Criminal. d) criao da Guarda Nacional. e) instituio do Conselhos de Provncias. Resposta da questo 4:[C] 5. (Ufrgs 2011) O cargo de juiz de paz teve suas funes regulamentadas pelo Cdigo de Processo Criminal de 1832. Esses juzes representavam o liberalismo brasileiro durante o perodo regencial. Esses magistrados eram a) nomeados diretamente pelo Imperador, exercendo as funes de chefe de polcia. b) designados diretamente pelo ministro da Justia, exercendo as funes de promotor pblico. c) eleitos pelos cidados para exercer funes conciliatrias e de qualificao eleitoral. d) eleitos pelos deputados gerais para administrar os bens dos rfos e de pessoas ausentes. e) indicados pelo presidente provincial para pacificar os conflitos pela terra. Resposta da questo 5:[C] O ano de 1832 foi marcado por uma srie de medidas consideradas liberais, no incio do perodo regencial. Nesse perodo, o ministro da justia Feij, era o homem forte do governo e ao criar o cargo de juiz de paz procurou descentralizar as estruturas administrativas. Os juzes de paz seriam eleitos localmente pelo voto censitrio; eles teriam funes de controle moral, papel conciliatrio e eleitoral. 6. (Uece) "O perodo regencial foi um dos mais agitados da histria poltica do pas e tambm um dos mais importantes. Naqueles anos, esteve em jogo a unidade territorial do Brasil, e o centro do debate poltico foi dominado pelos temas da centralizao ou descentralizao do poder, do grau de autonomia das provncias e da organizao das Foras Armadas." (FAUSTO, Boris. HISTRIA DO BRASIL. 2 ed. So Paulo: EDUSP, 1995. p. 161.) Sobre as vrias revoltas nas provncias durante o perodo da Regncia, podemos afirmar corretamente que: a) eram levantes republicanos em sua maioria, que conseguiam sempre empolgar a populao pobre e os escravos b) a principal delas foi a Revoluo Farroupilha, acontecida nas provncias do nordeste, que pretendia o retorno do Imperador D. Pedro I c) podem ser vistas como respostas poltica centralizadora do Imprio, que restringia a autonomia financeira e administrativa das provncias d) em sua maioria, eram revoltas lideradas pelos grandes proprietrios de terras e exigiam uma posio mais forte e centralizadora do governo imperial resposta da questo 6:[C] 7. (Mackenzie) Do ponto de vista poltico podemos considerar o perodo regencial como: a) uma poca conturbada politicamente, embora sem lutas separatistas que comprometessem a unidade do pas. b) um perodo em que as reivindicaes populares, como direito de voto, abolio da escravido e descentralizao poltica foram amplamente atendidas. c) uma transio para o regime republicano que se instalou no pas a partir de 1840. d) uma fase extremamente agitada com crises e revoltas em vrias provncias, geradas pelas contradies das elites, classe mdia e camadas populares. e) uma etapa marcada pela estabilidade poltica, j que a oposio ao imperador Pedro I aproximou os vrios segmentos sociais, facilitando as alianas na regncia. Resposta da questo 7:[D] 8. (Fuvest) O perodo regencial foi politicamente marcado pela aprovao do Ato Adicional que: a) criou o Conselho de Estado.b) implantou a Guarda Nacional. c) transformou a Regncia Trina em Regncia Una. d) extinguiu as Assemblias Legislativas Provinciais. e) eliminou a vitaliciedade do Senado. resposta da questo 8:[C] 9. (Fuvest) Em agosto de 1831, Feij cria a Guarda Nacional. Qual o papel dessa instituio militar no Perodo Regencial e no Segundo Reinado? resposta da questo 9: Com a Guarda Nacional, comea a se constituir no pas uma fora armada vinculada diretamente aristocracia rural, com organizao descentralizada, composta por membros da elite agrria e seus agregados. Os oficiais de alta patente so eleitos nas regies e, para muitos historiadores, um dos componentes fundamentais do coronelismo poltico instituio no-oficial determinante na poltica brasileira e que chega ao apogeu durante a Repblica Velha. 10. (Pucmg) O perodo regencial no Brasil (1830-1840) foi um dos mais agitados da histria poltica do pas. Foram questes centrais do debate poltico que marcaram esse perodo, EXCETO: a) a questo do grau de autonomia das provncias. b) a preocupao com a unidade territorial brasileira. c) os temas da centralizao e descentralizao do poder. d) o acirramento das discusses sobre o processo abolicionista. resposta da questo 10:[D] 11. (Ufrs) Associe os acontecimentos e medidas polticas do Brasil Imprio listados na coluna 1 com as respectivas conjunturas polticas constantes na coluna 2. Coluna 1 1 - Avano Liberal 2 - Regresso Conservador Coluna 2 ( ) aprovao do Cdigo de Processo Criminal ( ) criao da Guarda Nacional ( ) definio dos partidos polticos imperiais ( ) aprovao do Ato Adicional ( ) Lei de Interpretao do Ato Adicional A seqncia numrica correta de preenchimento dos parnteses, de cima para baixo, a) 1 - 1 - 2 - 2 - 1. b) 1 - 2 - 1 - 2 - 1. c) 1 - 1 - 2 - 1 - 2. d) 2 - 1 - 2 - 1 - 2. e) 2 - 2 - 1 - 1 - 2. resposta da questo 11:[C] 12. (Ufrgs 2008) Assinale a alternativa correta em relao aos eventos polticos ocorridos no perodo regencial. a) Na Regncia Una do Padre Feij, foi suspenso parcialmente o uso do Poder Moderador pelos regentes. b) Na Regncia Una de Arajo Lima, promulgou-se a Lei Interpretativa do Ato Adicional. c) Na Regncia Trina Provisria, foram criados os partidos progressista, regressista, liberal e conservador. d) Na Regncia da Princesa Isabel, eclodiu o movimento oposicionista da Confederao do Equador. e) Na Regncia Trina Permanente, foi criada a Guarda Nacional. Resposta da questo 12:[B] 13. (Ufv 2010) Observe a imagem a seguir: Com relao Guarda Nacional, criada durante o Imprio, CORRETO afirmar que: a) funcionava como nica fora armada que podia defender os interesses dos escravistas e coibir a fuga dos escravos. b) objetivava o controle da Corte e da burocracia imperial, alvos frequentes de manifestaes populares de descontentamento. c) tinha por finalidade a garantia da segurana e da ordem, defendendo a Constituio, a obedincia s leis e a integridade do Imprio. d) atuava na defesa das fronteiras externas brasileiras, impedindo a expanso dos pases platinos em direo ao territrio brasileiro. Resposta da questo 13:[C] A Guarda Nacional foi uma fora paramilitar organizada por lei no Brasil durante o perodo regencial para assegurar o respeito Constituio em vigor e conter rebelies nas provncias. Foi desmobilizada em 1922. 14. (Espm 2011) No sculo XIX, quando o Brasil era um imprio, ocorreu a aprovao de medida que continha algumas significativas decises, tais como: Art. 1 - Cmaras dos Distritos e Assembleias substituiro os Conselhos Gerais, sendo estabelecido em todas as provncias com o ttulo de Assembleias Legislativas Provinciais. Art. 26 - Se o Imperador no tiver parente algum, que rena as qualidades exigidas, ser o Imprio governado, durante a sua menoridade, por um regente eletivo e temporrio, cujo cargo durar quatro anos, renovando-se para esse fim a eleio de quatro em quatro anos. Art. 32 - Fica suprimido o Conselho de Estado. (Ilmar Rohloff de Mattos. O Imprio da Boa Sociedade: A consolidao do Estado Imperial Brasileiro) Os artigos devem ser relacionados com: a) Constituio de 1891; b) Cdigo do Processo Criminal; c) Projeto da Mandioca; d) Cdigo do Processo Civil; e) Ato Adicional de 1834. Resposta da questo 14:[E] Questo que exige conhecimento especfico e memorizao. Ao ler o texto necessrio saber e lembrar que tais mudanas foram realizadas pelo Ato Adicional, conjunto de leis de 1834 que promoveu alteraes na Constituio do pas. Tais medidas pretendiam promover menos centralizao da estrutura poltica e, para muitos historiadores, representou uma experincia republicana, pois garantia alguma autonomia s provncias e estabelecia a eleio do governante, com mandato definido, num modelo que se assemelhava ao existente nos Estados Unidos. 15. (Ufc 2009) O Ato Adicional, decretado no perodo das regncias no Brasil pela Lei n0. 16, de 12 de agosto de 1834, estabeleceu algumas modificaes na Constituio de 1824. Acerca dessas alteraes, assinale a alternativa correta.a) O Conselho de Estado foi reorganizado para que fosse possvel conter os conflitos provinciais. b) Os presidentes provinciais passaram a ser eleitos e a ter o poder de aprovar leis e resolues referentes ao controle dos impostos. c) O estabelecimento da Regncia Una, ao invs da Regncia Trina, significou a eleio de um nico regente, com mandato at a maioridade de D. Pedro II. d) As assembleias legislativas provinciais foram criadas para proporcionar autonomia poltica e administrativa s provncias no intuito de atender s demandas locais. e) A Corte, com sede no Rio de Janeiro, por meio da aliana entre progressistas e regressistas, continuou centralizando as aes em defesa da Constituio de 1824. Resposta da questo 15: [D] 16. (Ufc 2008) Em 07 de abril de 1831, o Imperador D. Pedro I renunciou ao trono do Brasil, deixando como herdeiro seu filho de apenas cinco anos de idade, o futuro D. Pedro II. a) Cite quatro elementos que provocaram a renncia de D. Pedro I. b) Como ficou conhecido o sistema de governo que vigorou no perodo entre a abdicao de D. Pedro I e a coroao de D. Pedro II? c) O que motivou a instalao desse sistema de governo? d) Cite dois fatores que contriburam diretamente para a antecipao da coroao de D. Pedro II, por meio do "golpe da maioridade". Resposta da questo 16: No incio da dcada de 1830, a continuidade do reinado de D. Pedro I tornou-se insustentvel. A crise financeira, desencadeada pelo declnio das exportaes, pelo crescente endividamento externo e pelos gastos com a Guerra da Cisplatina, resultou em um aumento da inflao e no agravamento da pobreza. A isso somou-se a insatisfao com a centralizao do poder e o autoritarismo do Imperador, levando a intensos conflitos entre faces favorveis (em sua maioria ligados ao Partido Portugus) e contrrias (em sua maioria ligados ao Partido Brasileiro) ao Imperador. Outro fator importante foi o empenho do Imperador na luta a favor de seu irmo, D. Miguel, o qual disputava, com a prpria filha, D. Maria II, a sucesso do trono portugus, aps a morte de D. Joo VI. A juno destes elementos provocou a renncia do Imperador ao trono brasileiro em favor de seu filho, o prncipe D. Pedro de Alcntara. A menoridade do herdeiro, que tinha, poca da abdicao, apenas cinco anos de idade, o impossibilitou de governar. Por esse motivo, foi estabelecido um governo regencial, que deveria dirigir o Imprio at que o prncipe atingisse a maioridade. Entrementes, alguns fatores ligados disputa poltica entre Regressistas (depois chamados Conservadores) e Progressistas (depois chamados Liberais) e s revoltas e rebelies que ocorriam nas provncias, fomentaram o "golpe da maioridade", antecipando a coroao do prncipe, que foi declarado Imperador do Brasil, sob o ttulo de D. Pedro II, em 1840, quando tinha apenas 14 anos de idade. Foram causas imediatas disso: a ascenso dos Regressistas ao poder, com a regncia de Pedro Arajo Lima (1837) e o consequente alijamento dos Progressistas; a limitao da autonomia provincial, com a aprovao da Lei de Interpretao do Ato Adicional (1840); a articulao entre liberais e palacianos ou ulicos em favor da antecipao da maioridade do prncipe herdeiro; o interesse dos grandes proprietrios rurais em restabelecer a "ordem social", convulsionada pelos sucessivos levantes populares ocorridos no perodo regencial, como a Revolta dos Mals (1835); o desejo das elites polticas de evitar que a unidade territorial brasileira fosse quebrada por movimentos separatistas, como a Farroupilha (1835) e a Sabinada (1837). 17. (Fuvest) Bernardo Pereira Vasconcelos, poltico brasileiro do perodo regencial, afirmou na segunda metade dessa fase da Histria do Brasil ser necessrio "parar o carro da revoluo". a) Qual o contexto poltico e social a que ele se referiu com essa avaliao? b) Como foi encaminhada a superao dessa situao? resposta da questo 17: a) Rebelies regenciais. b) A aristocracia rural reprimiu a esses movimentos com a guarda nacional. 18. (Uerj) O Sete de Abril de 1831, mais do que o Sete de Setembro de 1822, representou a verdadeira independncia nacional, o incio do governo do pas por si mesmo, a Coroa agora representada apenas pela figura quase simblica de uma criana de cinco anos. O governo do pas por si mesmo, levado a efeito pelas regncias, revelou-se difcil e conturbado. Rebelies e revoltas pipocaram por todo o pas, algumas lideradas por grupos de elite, outras pela populao tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. (...) A partir de 1837, no entanto, o regresso conservador ganhou fora, at que o golpe da Maioridade de 1840 colocou D. Pedro II no trono, inaugurando o Segundo Reinado. Estava estruturado o Imprio do Brasil com base na unidade nacional, na centralizao poltica e na preservao do trabalho escravo. (CARVALHO, J. Murilo et al. Documentao poltica, 1808-1840. In: "Brasiliana da Biblioteca Nacional". Rio de Janeiro: Fundao Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2001.) Indique um exemplo de revolta popular, ocorrida no perodo regencial e explique por que a antecipao da maioridade de D. Pedro II foi uma soluo para a crise. resposta da questo 18: O aluno poder mencionar: Cabanagem, Sabinada, Revolta dos Mals, Balaiada ou Guerra dos Farrapos. A antecipao da maioridade do imperador visava pacificar as diversas revoltas que eclodiram pelo pas ao longo do perodo regencial e ao mesmo tempo evitar o temor por parte das elites de que houvesse fragmentao poltica do territrio brasileiro uma vez que algumas revoltas eram republicanas e separatistas. 19. (Ufrrj) O texto a seguir refere-se ao perodo da poltica regencial no Brasil . A Cmara que se reunia em 1834 trazia poderes constituintes para realizar a reforma constitucional prevista na lei de 12 de outubro de 1832. De seu trabalho resultou o Ato Adicional publicado a 12 de agosto de 1834 (...) O programa de reformas j fora estabelecido na lei de 12 de outubro, o Senado j manifestara sua concordncia em relao ao mesmo e s havia em aberto, questes de pormenor. No decorrer das discusses poder-se-ia fixar o grau maior ou menor das autonomias provinciais, mas j havia ficado decidido que no se adotaria a monarquia federativa, o que marcava como que um teto ousadia dos constituintes. CASTRO, P. P. de. A experincia republicana, 1831-1840. In: HOLANDA, S. B. de. "Histria Geral da Civilizao Brasileira." v. 4. So Paulo: Difel, 1985, p. 37. a) Cite duas reformas institudas pelo Ato Adicional de 12 de agosto de 1834. b) Aponte a razo pela qual se costuma dizer que a Regncia correspondeu a uma "experincia republicana". resposta da questo 19: a) O Ato Adicional de 1834 transformou a Regncia Trina em Regncia Una e estabeleceu a criao das Assembleias Legislativas nas provncias brasileiras. b) O governo regencial representou uma vitria dos liberais moderados, que avanaram algumas propostas descentralizadoras de governo. Mas apesar de derrotados, algumas das propostas dos exaltados foram ao menos parcialmente contempladas. Entre elas est a autonomia provincial. Ora, o modelo de repblica que estes exaltados tinham na cabea era precisamente o modelo americano, que punha uma nfase forte na autonomia das unidades federativas. Assim, apesar de no se tratar de uma federao, tal como a americana, alguns autores tm falado em "experincia republicana" para se referir a algumas das conquistas dos exaltados/republicanos durante a Regncia, inclusive o autor citado, Paulo P. de Castro. 20. (Uff) O Perodo Regencial, compreendido entre 1831 e 1840, foi marcado por grande instabilidade, causada pela disputa entre os grupos polticos para o controle do Imprio e tambm por inmeras revoltas, que assumiram caractersticas bem distintas entre si. Em 1838, eclodiu, no Maranho, a Balaiada, somente derrotada trs anos depois. Pode-se dizer que esse movimento: a) contou com a participao de segmentos sertanejos - vaqueiros, pequenos proprietrios e artesos - opondo-se aos bem-te-vis, em luta com os negros escravos rebelados, que buscavam nos cabanos apoio aos seus anseios de liberdade; b) foi de revolta das classes populares contra os proprietrios. Ops os balaios (sertanejos) aos grandes senhores de terras em aliana com escravos e negociantes; c) foi, inicialmente, o resultado das lutas internas da Provncia, opondo cabanos (conservadores) a bem-te-vis (liberais), aprofundadas pela luta dos segmentos sertanejos liderados por Manuel Francisco dos Anjos, e pela insurreio de escravos, sob a liderana do Negro Cosme, dando caractersticas populares ao movimento; d) lutou pela extino da escravido no Maranho, pela instituio da Repblica e pelo controle dos sertanejos sobre o comrcio da carne verde e da farinha - ento monoplio dos bem-te-vis -, sendo o seu carter multiclassista a razo fundamental de sua fragilidade; e) sofreu a represso empreendida pelo futuro Duque de Caxias, que no distinguiu os diversos segmentos envolvidos na Balaiada, ampliando a anistia decretada pelo governo imperial, em 1840, aos balaios e aos negros de Cosme, demonstrando a vontade do Imprio de reintegrar, na vida da provncia, todos os que haviam participado do movimento. resposta da questo 20:[C] 21. (Ufpa 2008) Leia atentamente o texto a seguir sobre a Cabanagem: " preciso compreender que se fazer cabano no Par era uma opo difcil e que precisa ser analisada luz de todo um modo de pensar e de estratgias de lutas, que, em certo modo, constituam a vida cotidiana daqueles homens e mulheres de 1835 - 1837, porm que foram gestados muito tempo antes, entre pessoas concretas que vinham de inmeros lugares, com lnguas, tradies e trabalhos diferenciados dentro da realidade amaznica". Magda Ricci. De la independencia a la revolucin cabana: la Amazonia y el nacimiento de Brasil (1808-1840). In: PEREZ, Jos Manuel Santos & PETIT, Pere. "La Amazonia Brasilea en perspectiva histrica". Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2006, p. 88. A Cabanagem, um dos mais expressivos movimentos sociais do Brasil, ocorrido no Par, no sculo XIX, tem suas razes histricas na a) opresso histrica que ndios e tapuios sofreram do domnio portugus, e a prpria luta empreendida contra os privilgios das elites portuguesas, que foram mantidos aps a independncia do Pas, deixando esta gente pobre e at mesmo remediados e abastados, excludos da participao poltica e dos negcios do governo provincial. b) diferena no tratamento dos assuntos polticos, estabelecida pelo governo provincial, entre os que eram nativos, como os ndios e os tapuios, e aqueles que eram de nacionalidade estrangeira, ou que pelo menos tivessem um ttulo nobilirquico outorgado pelo Imperador do Brasil. c) memria de explorao que a sociedade nativa amaznica tinha do cativeiro imposto pelos senhores de escravos portugueses durante as lutas de Independncia, considerando-se que essas lutas levaram a provncia do Par a sofrer um perodo de escassez de produtos alimentcios, especialmente da farinha de mandioca. d) poca em que os "malvados" cabanos, sem qualquer sentimento humanitrio e sem comando revolucionrio, trucidavam todos aqueles que fossem simpatizantes do governo regencial ou tivessem propriedades fundirias na ilha do Maraj. e) revolta das camadas populares, especialmente negras e mestias, contra o governo do regente Diogo Feij, porque este havia determinado que todos os portugueses fossem expulsos da Provncia do Par e a direo do governo provincial fosse entregue ao Baro do Maraj. Resposta da questo 21:[A] 22. (FGV) Documentos inditos descobertos na Inglaterra relatam que, apenas 13 anos depois de proclamada a Independncia, o governo brasileiro pediu auxlio militar s grandes potncias da poca - Inglaterra e Frana - para reprimir a Cabanagem (...) no Par. (...) Em 1835, o regente Diogo Antnio Feij reuniu-se secretamente com os embaixadores da Frana e da Gr-Bretanha. Durante a reunio, Feij pediu ajuda militar, de 300 a 400 homens para cada um dos pases, no intuito de ajudar o governo central brasileiro a acabar com a rebelio. (Lus Indriunas, "Folha de S. Paulo", 13.10.1999) A partir das informaes apresentadas pelos documentos encontrados, correto afirmar que o perodo regencial a) foi marcado pela disputa poltica entre regressistas e progressistas, que defendiam, respectivamente, a escravido e a imediata abolio da escravatura. b) pode ser considerado parte de um momento especial de construo do Estado nacional no Brasil, durante o qual a unidade territorial esteve em perigo. c) no apresentou grande preocupao por parte das autoridades regenciais e nem da aristocracia rural, apesar das inmeras rebelies espalhadas pelo pas. d) teve como caracterstica marcante a ampliao da participao popular por meio do voto universal e da criao do Conselho de Representantes das Provncias do Imprio. e) teve como momento mais importante a aprovao do Ato Adicional de 1834, que estabeleceu medidas poltico-administrativas voltadas para a centralizao poltica. resposta da questo 22:[B] 23. (Ufg 2010) A ocorrncia de rebelies, tais como a Cabanagem (1835-1840), no Par, a Sabinada (1837-1838), na Bahia, e a Balaiada (1838-1841), no Maranho, determinou a caracterizao da Regncia como um perodo conturbado. Todavia, a ocorrncia de rebelies to distintas apresenta como aspecto comum a a) reivindicao popular pela abolio da escravatura, tornando invivel o apoio das camadas mdias urbanas aos movimentos contra a ordem regencial. b) influncia da experincia republicana da Amrica Hispnica, decorrente da proximidade intelectual entre as elites imperiais e os criollos. c) mobilizao das camadas populares pelos segmentos da elite, objetivando o controle do poder nas referidas provncias. d) tentativa de restabelecer o poder moderador, transferindo-o para a Regncia Una como forma de resistir s reformas liberais. e) rejeio ao regime monrquico, revelador da permanncia do privilgio concedido ao portugus desde a Colnia. Resposta da questo 23:[C] muito comum compreender a Histria a partir da postura das elites, desprezando as necessidades, reivindicaes e lideranas populares. Muitos autores no apenas historiadores entendem sempre a presena popular como massa de manobra, conforme prope o exerccio. Durante esse perodo, o poder moderador no foi exercido e nem todas as rebelies eram republicanas ou antilusitanas. 24. (Unesp) Sobre as revoltas do Perodo Regencial (1831-1840), correto afirmar que a) indicavam o descontentamento de diferentes setores sociais com as medidas de cunho liberal e antiescravista dos regentes, expressas no Ato Adicional. b) algumas, como a Farroupilha (RS) e a Cabanagem (PA), foram organizadas pelas elites locais e no conseguiram mobilizar as camadas mais pobres e os escravos. c) provocavam a crise da Guarda Nacional, espcie de milcia que atuou como poder militar da Independncia do pas at o incio do Segundo Reinado. d) a Revolta dos Mals (BA) e a Balaiada (MA) foram as nicas que colocaram em risco a ordem estabelecida, sendo sufocadas pelo Duque de Caxias. e) expressavam o grau de instabilidade poltica que se seguiu abdicao, o fortalecimento das tendncias federalistas e a mobilizao de diferentes setores sociais. resposta da questo 24:[E] 25. (Unb 2011) Durante sculos, os escravos afro-americanos aprenderam a ler em condies extraordinariamente difceis, arriscando a vida. Aqueles que quisessem se alfabetizar eram forados a encontrar mtodos tortuosos de aprender. Aprender a ler, para os escravos, no era um passaporte imediato para a liberdade, mas uma maneira de ter acesso a um dos instrumentos poderosos de seus opressores: o livro. Os donos de escravos (tal como os ditadores, tiranos, monarcas absolutos e outros detentores do poder) acreditavam firmemente no poder da palavra escrita. Como sculos de ditadores souberam, uma multido analfabeta mais fcil de dominar; uma vez que a arte da leitura no pode ser desaprendida, o segundo melhor recurso limitar seu alcance. Os livros, escreveu Voltaire no panfleto satrico Sobre o Terrvel Perigo da Leitura, dissipam a ignorncia, a custdia e a salvaguarda dos estados bem policiados. Alberto Manguel. Uma histria da leitura. (Trad. Pedro Maia Soares). So Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 312-15 (com adaptaes). A partir do texto acima, julgue o item abaixo. Em Salvador, na rebelio conhecida como a Revolta dos Mals confronto sangrento entre escravos africanos seguidores do islamismo e tropas do governo brasileiro , destaca-se o fato de muitos revoltosos estarem aptos para ler e escrever no idioma rabe, o que contribuiu para a preparao da insurreio. Resposta da questo 25: Correto considerando que a base da religio o Coro e que essa obra escrita em lngua rabe e no era traduzida, os convertidos de qualquer regio acabavam forados a aprender o rabe. Isso explica o fato de diversos povos africanos conhecerem essa lngua, pois desde o sculo VII houve um processo de islamizao em diferentes regies do continente. O conflito citado foi uma das rebelies do perodo regencial, ocorrida em 1835 e massacrada pelo governo. 26. (Ufc 2009) Leia o texto a seguir. No h sombra de dvidas sobre o papel central desempenhado pelos muulmanos na rebelio de 1835. Os rebeldes - ou uma boa parte deles - foram para as ruas com roupas usadas na Bahia pelos adeptos do islamismo. No corpo de muitos dos que morreram a polcia encontrou amuletos muulmanos e papis com rezas e passagens do Qur'n usados para proteo. REIS, Joo Jos. "Rebelio escrava no Brasil". So Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 158. Considerando os fatos descritos no episdio acima e o tema do islamismo, responda o que se pede a seguir. a) Por qual nome ficou conhecida a rebelio de que trata o texto? b) A imigrao forada de africanos ao Brasil trouxe para trabalhar como escrava uma populao de diversas etnias, que pode ser englobada genericamente em dois grupos bastante distintos, com claras diferenciaes culturais e lingusticas. I. De qual desses dois grupos se originou a maior parte dos africanos islamizados? II. De qual rea geogrfica da frica esse grupo procede? c) Como ocorreu a propagao da religio islmica entre as populaes da regio africana citada acima? Resposta da questo 26: O episdio descrito no texto ficou conhecido como a Revolta dos Mals, que teve a participao de uma maioria de negros muulmanos. Os africanos trazidos ao Brasil entre os sculos XVI e XIX procederam de duas grandes regies distintas. Os povos sudaneses, que desembarcaram em maior quantidade na Bahia, eram provenientes da frica Ocidental, da grande regio do Golfo da Guin ou Costa da Mina ou, ainda, Costa do Ouro, onde atualmente se localizam Gana, o Benin, a Nigria e a Guin, entre outros pases. Na Bahia, a maioria dos negros sudaneses islamizados pertencia s populaes hausss, e tambm quela dos nags ou iorub. J os povos bantos eram provenientes das atuais regies do Congo e de Angola. A islamizao de populaes habitantes da frica negra norte-ocidental foi feita a partir do sculo XI pelo contato delas com os mercadores rabes e berberes, viajantes atravs do deserto do Saara, principalmente pela rota de Tombuctou. Essas incurses islmicas provocaram a desagregao do antigo Imprio de Ghana. No sculo XVI, incio do trfico de escravos para o Brasil, era o Reino Songai, o atual estado do Mali (da uma das possibilidades para a origem do termo "mal"), que dominava todo o vale do rio Niger, regio original das populaes islmicas (principalmente hausss e nags) que chegaram ao Brasil. 27. (Fuvest 2009) "Nossas instituies vacilam, o cidado vive receoso, assustado; o governo consome o tempo em vs recomendaes... O vulco da anarquia ameaa devorar o Imprio: aplicai a tempo o remdio." Padre Antonio Feij, em 1836. Essa reflexo pode ser explicada como uma reao : a) revogao da Constituio de 1824, que fornecia os instrumentos adequados manuteno da ordem. b) interveno armada brasileira na Argentina, que causou grandes distrbios nas fronteiras. c) disputa pelo poder entre So Paulo, centro econmico importante, e Rio de Janeiro, sede do governo. d) crise decorrente do declnio da produo cafeeira, que produziu descontentamento entre proprietrios rurais. e) ecloso de rebelies regionais, entre elas, a Cabanagem no Par e a Farroupilha no sul do pas. Resposta da questo 27:[E] 28. (Unesp 2010) Entre as vrias rebelies ocorridas no perodo regencial, destaca-se a chamada Guerra dos Farrapos, iniciada em 1835. O conflito a) prosseguiu at a metade da dcada seguinte, quando o governo do Segundo Imprio aumentou os impostos de importao dos produtos bovinos argentinos e anistiou os revoltosos. b) demonstra que as disputas comerciais entre Brasil e Argentina se iniciaram logo depois da independncia e desde ento se agravaram, at atingir a atual rivalidade entre os dois pases. c) permitiu a adoo de um regime federalista no Brasil, uma vez que as negociaes entre o governo imperial e os rebeldes determinaram a autonomia poltica rio-grandense. d) revela a impossibilidade de estabelecer relaes polticas e diplomticas na Amrica Latina aps a independncia poltica e durante o perodo de formao dos estados nacionais. e) impediu a continuao do perodo regencial e levou aceitao de outra exigncia dos participantes da revolta: a antecipao da maioridade do futuro imperador Pedro II. Resposta da questo 28:[A] A Guerra dos Farrapos envolveu principalmente os gachos e tambm catarinenses contra o governo central. Iniciou-se ainda no perodo regencial em 1835 e terminou durante o Segundo Reinado, em 1845, fruto de grande represso movida pelo exrcito comandado pelo Duque de Caxias e por concesses aos revoltosos. A Guerra foi motivada pela elevao dos impostos internos sobre a carne do Rio Grande e por uma postura separatista da elite estancieira. 29. (Pucpr 2010) O Rio Grande do Sul era um caso especial entre as regies brasileiras desde os tempos da Colnia. Por sua posio geogrfica, formao econmica e vnculos sociais, os gachos tinham muitas ligaes com o mundo platino, em especial com o Uruguai. Os chefes de grupos militarizados da fronteira os caudilhos -, que eram tambm criadores de gado, mantinham extensas relaes naquele pas. A possuam terra e se ligavam, pelo casamento, a muitas famlias da elite. FAUSTO, Boris. Histria Concisa do Brasil. So Paulo: EDUSP, 2008, p. 91. Com base no exposto, CORRETO afirmar em relao Revoluo Farroupilha: a) Foi uma guerra civil que levou ao confronto dois grupos polticos rivais no Rio Grande do Sul: os maragatos e os farroupilhas. Estes ltimos exigiam mudanas profundas no governo, acusando-o de no atender s necessidades da provncia. b) Os farroupilhas exigiam maior autonomia da provncia em relao ao governo central, o que, no decorrer da luta, resultou na proclamao de uma Repblica Federal na regio Sul do Brasil, que englobava tambm Santa Catarina e partes do Paran.c) Foi causada essencialmente pelo descontentamento dos estancieiros gachos com os altos impostos que eram obrigados a pagar e com os baixos preos estabelecidos pelo governo para a venda de gado, charque, couros e peles ao restante do pas. d) A Guerra dos Farrapos, que durou dez anos, iniciou-se em 1893, quando os farroupilhas exigiram a destituio do novo presidente da provncia, Antnio Rodrigues Fernandes Braga. Em setembro daquele ano, as tropas do chefe farroupilha Bento Gonalves ocuparam Porto Alegre e proclamaram a independncia do Rio Grande do Sul. e) A Guerra dos Farrapos terminou em negociaes com o governo, que acabaram favorecendo os interesses da burguesia urbana de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Os estancieiros, que mais se dedicaram ao processo revolucionrio, pouco foram beneficiados. Resposta da questo 29:[C] A afirmativa correta j estabelece a causa fundamental da Guerra dos Farrapos (Revoluo Farroupilha), a mais longa (estendeu-se ao Segundo Reinado) e expressiva das revoltas ocorridas no perodo regencial do Brasil. O movimento teve carter separatista e republicano, o que pode ser identificado na proclamao das repblicas do Piratini (Rio Grande do Sul) e Juliana (Santa Catarina). 30. (Uerj 2011) Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador e entreguei o governo ao seu substituto legal. E em nome do Rio Grande do Sul, digo que nesta provncia extrema, afastada da Corte, no toleramos imposies humilhantes. O Rio Grande a sentinela do Brasil que olha vigilante o Rio da Prata. No pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos d um governador de nossa confiana, que olhe pelos nossos interesses, ou, com a espada na mo, saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade. Carta escrita em 1835 por Bento Gonalves, lder farroupilha, ao Regente Feij. Adaptado de PESAVENTO, S. J. A Revoluo Farroupilha. So Paulo: Brasiliense, 1990. Rio-grandenses! Tenho o prazer de anunciar-vos que a guerra civil que por mais de nove anos devastou esta bela provncia est terminada. Os irmos contra quem combatamos esto hoje congratulados conosco e j obedecem ao legtimo governo do Imprio do Brasil. Unio e tranquilidade sejam de hoje em diante nossa divisa. Viva a religio, viva o Imperador Constitucional e Defensor Perptuo do Brasil. Viva a integridade do Imprio. Proclamao feita pelo Baro de Caxias em 1845, fim da Revoluo Farroupilha. Adaptado de SOUZA, A. B. de. Duque de Caxias: o homem por trs do monumento. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2008. A consolidao do Imprio do Brasil, entre as dcadas de 1830 e 1850, significou a vitria de determinado projeto poltico e tambm o combate de propostas, como as defendidas pelos que lutaram na Revoluo Farroupilha. Aponte uma das propostas dos lderes farroupilhas e explique por que esse movimento foi considerado ameaador pelos dirigentes do Imprio do Brasil. Resposta da questo 30: Uma das propostas: defesa do federalismo. abolio da escravido. possibilidade de separatismo. defesa do regime republicano. reviso da poltica tributria imperial relativa ao charque sulino. Os farroupilhas criticavam a monarquia e principalmente sua poltica centralizadora e unitarista, ameaando a integridade territorial da nao e o ideal de unidade estabelecido pela Constituio de 1824. A principal ameaa da rebelio gacha era o separatismo, que romperia a integridade do imprio do ponto de vista poltico e territorial. A Revoluo Farroupilha iniciou-se no perodo regencial, marcado pela reorganizao do Estado brasileiro e por lutas que ameaam a estrutura tradicional de poder e encerrou-se j durante o Segundo Reinado, aps forte represso, mas com a preocupao de reconciliao, como se depreende do discurso de Duque de Caxias. 31. (G1 - col.naval 2011) "A revolta de 1835, tambm chamada a 'grande insurreio', foi o ponto culminante de uma srie que vinha desde 1807. A revolta desses escravos islamizados, em consequncia, no ser apenas uma ecloso violenta mas desorganizada, apenas surgida por um incidente qualquer. Ser, pelo contrrio, planejada nos seus detalhes, precedida de todo um perodo organizativo (...). Reuniam-se regularmente para discutirem os planos de insurreio, muitas vezes j untamente com elementos de outros grupos do centro da cidade. (...) O movimento vinha sendo articulado tambm entre os escravos dos engenhos e os quilombolas da periferia. (...) O plano no foi cumprido na ntrega porque houve delao. (...) os escravos, vendo que tinham de antecipar a revolta, lanaram-se carga de qualquer maneira. (...) Derrotada a insurreio, os seus lderes se portaram dignamente." (Moura,Clvis. Os Quilombos e a Rebelio Negra. 7 ed. So Paulo, Brasiliense, 1987. pp. 63-69.) Sobre a rebelio escrava relatada no texto, correto afirmar que: a) foi comandada por Ganga Zumba que planejava implantar um territrio livre no Recncavo Baiano. b) nessa rebelio, chamada de Revolta dos Males, participaram escravos de diversas etnias que pretendiam acabar com a escravido na Bahia. c) a revolta ocorreu devido intolerncia religiosa, j que os escravos foram impedidos de praticar sua religio, o Candombl. d) seu lder Zumbi dos Palmares, aps longa resistncia s tropas do governo, acabou sendo preso e enforcado e o quilombo foi destrudo. e) nessa rebelio, denominada Conjurao Baiana, os revoltosos queriam a independncia do Brasil e o fim da escravido. Resposta da questo 31:[B] Rebelio que ocorreu no perodo regencial pouco conhecida e pouco estudada. Organizada por escravos africanos muulmanos, o principal objetivo era a luta pela liberdade e, ao mesmo tempo, foi movida por forte sentimento racial, em oposio ao domnio branco. A organizao dos escravos de Salvador foi, ao longo do tempo, influenciada pelos acontecimentos no Haiti, que redundaram na independncia daquele pas, a partir de uma verdadeira Revoluo Negra. 32. (Unicamp simulado 2011) Desde 1835 cogitava-se antecipar a ascenso de D. Pedro II ao trono. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurana e estabilidade ao pas era muito grande. Na imagem do monarca, buscava-se unificar um pas muito grande e disperso. (Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trpicos. So Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 64, 70, 91.) No perodo regencial, a estabilidade e a unidade do pas estavam ameaadas porque a) a ausncia de um governo central forte causara uma crise econmica, devido queda das exportaes e alta da inflao, o que favorecia a ocorrncia de distrbios sociais e o aumento da criminalidade. b) o desenvolvimento econmico ocorrido desde a transferncia da corte portuguesa para o Rio de Janeiro levou as elites provinciais a desejarem a emancipao em relao metrpole. c) a ausncia de um representante da legitimidade monrquica no trono permitia questionamentos ao governo central, levando ao avano do ideal republicano e busca de maior autonomia por parte das elites provinciais. d) a expanso da economia cafeeira no sudeste levava as elites agrrias a desejarem uma maior participao no poder poltico, levando ruptura da ordem monrquica e instaurao da repblica. e) a expanso da economia cafeeira no sudeste levava as elites agrrias a desejarem uma maior participao no poder poltico, levando ruptura da ordem monrquica e instaurao da repblica. Resposta da questo 32:[C] Estendendo-se de 1831 a 1840, o governo regencial abriu espao para diferentes correntes polticas, como a dos liberais, subdivididos entre moderados e exaltados, cujas posies polticas iam desde a manuteno das estruturas monrquicas at a formulao de um novo governo republicano e a dos restauradores, em sua maioria portugueses defensores de que a estabilidade s se daria com o retorno de Dom Pedro I. A existncia de diferentes posies polticas, revelando a falta de unidade entre os integrantes da poltica nacional, gerou um quadro de disputas e instabilidade. Umas das mais claras consequncias desses desacordos foram as revoltas deflagradas durante a regncia. A Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranho e a Revoluo Farroupilha na regio Sul foram todas manifestaes criadas em consequncia da desordem que marcou todo o perodo regencial. 33. (Unicamp 2010) O imperador D. Pedro II era um mito antes de ser realidade. Responsvel desde pequeno, pacato e educado, suas imagens constroem um prncipe diferente de seu pai, D. Pedro I. No se esperava do futuro monarca que tivesse os mesmos arroubos do pai, nem a imagem de aventureiro, da qual D. Pedro I no pde se desvincular. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurana e estabilidade ao pas era muito grande. Na imagem de um monarca maduro, buscava-se unificar um pas muito grande e disperso. (Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz, As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trpicos. So Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 64, 70, 91) a) Segundo o texto, quais os significados polticos da construo de uma imagem de D. Pedro II que o diferenciasse de seu pai? b) Que caractersticas do perodo regencial ameaavam a estabilidade do pas? Resposta da questo 33: a) De acordo com o texto, a construo da imagem de D. Pedro II, diferenciada da de seu pai, representaria segurana e estabilidade para o pas e sua unificao em torno da figura do imperador. b) Das caractersticas do perodo regencial que ameaavam a estabilidade do pas, pode-se considerar a vacncia do trono em razo da menoridade de D. Pedro II e a ocorrncia de revoltas de carter separatistas autonomistas em algumas provncias. 34. (Unicamp 2007) Iniciada como conflito entre faces da elite local, a Cabanagem, no Par (1835-1840), aos poucos fugiu ao controle e tornou-se uma rebelio popular. A revolta paraense atemorizou at mesmo liberais como Evaristo da Veiga. Para ele, tratava-se de gentalha, crpula, massas brutas. Em outras revoltas, o conflito entre elites no transbordava para o povo. Tratava-se, em geral, de provncias em que era mais slido o sistema da grande agricultura e da grande pecuria. Neste caso est a revolta Farroupilha, no Rio Grande do Sul, que durou de 1835 a 1845. (Adaptado de Jos Murilo de Carvalho. "A construo da ordem: a elite imperial. Teatro de sombras: a poltica imperial". Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2003. p. 252-253.) a) Segundo o texto, o que diferenciava a Cabanagem da Farroupilha? b) Quais os significados das revoltas provinciais para a consolidao do modelo poltico Resposta da questo 34: a) A Cabanagem foi uma revolta de carter popular, realizada pelas camadas despossudas, representadas pelos cabanos, populaes ribeirinhas do Par. J a Revoluo Farroupilha teve carter elitista, por ter sido conduzida pelos estancieiros ligados grande propriedade rural. b) As revoltas provinciais puseram em risco a unidade do Brasil, na medida em que representaram a defesa de interesses localizados, representados pelas proposies federalistas e/ou separatistas presentes nos movimentos. Assim sendo, a derrota desses movimentos significou a consolidao do centralismo/unitarismo e dos interesses da aristocracia fundiria e escravista que marcaram a poltica do Segundo Reinado. c) Essas elites provinciais rebelavam-se fundamentalmente contra o excessivo centralismo do Imprio, pois aspiravam autonomia de suas provncias. No caso da Revoluo Farroupilha, deve-se acrescentar o descontentamento com as altas taxas cobradas sobre o charque e outros produtos sul-rio-grandenses. 35. (Ufc 2007) Leia o texto a seguir. "Frequentemente, os liberais reformistas propunham as reformas e os conservadores as implementavam." CARVALHO, Jos Murilo de. "A construo da ordem: a elite poltica imperial". 4. ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2003, p. 224. Os conservadores e os liberais, citados anteriormente, foram protagonistas de um sistema poltico engenhoso, que funcionava ao modo de uma monarquia parlamentar, de um lado garantindo a estabilidade poltica do Pas, a partir da defesa da "ordem" e da "civilizao", de outro retardando reformas necessrias, como a abolio. A partir dessas informaes e dos seus conhecimentos, responda s questes propostas. a) Cite dois grupos sociais que compuseram cada um desses dois partidos. (Partido Conservador e Partido Liberal) b) Apresente uma razo pela qual padres e soldados tiveram sua ao poltica limitada durante a Regncia e o Segundo Reinado. Resposta da questo 35: a) O partido Conservador congregava os proprietrios de terra ligados ao setor exportador e burocratas, em grande parte, magistrados, de importncia na consolidao do Estado brasileiro, devido a sua ao em prol da centralizao administrativa. O Partido Liberal reunia proprietrios ligados ao mercado interno e s reas recentes de colonizao e profissionais liberais, na sua maioria advogados, professores, jornalistas, mdicos e engenheiros. b) Os limites a atuao poltica de padres e soldados podem ser explicados pelo fato de: - A Constituio de 1824, por unir a Igreja ao Estado, conferindo ao ltimo o poder de nomear os bispos e a responsabilidade de pagar os salrios dos padres, a deteriorao do ensino religioso e do clero e a situao financeira dos seminrios maiores, colocava os religiosos sob a dependncia e a autoridade do Estado. - Os soldados, aceitos na vspera e aps a independncia, pela oposio aos oficiais e comerciantes portugueses, foram descartados na Regncia, com a criao da Guarda Nacional, por Feij. O histrico de participao desses militares em movimentos de cunho popular atemorizava as elites. Com o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, reativaram a ao poltica.

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