tese mestrado - importância do transporte de carga aérea
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ALEXANDRA MARISA DE SOUSA CAPELÃO TEIXEIRA
FERNANDES
A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE DE CARGA AÉREA
EM TEMPO DE PANDEMIA COVID-19 - ESTUDO DE
CASO DA EMIRATES NA ROTA LIS-DXB-LIS NUMA
APLICAÇÃO COM A PLSR
Orientador: Professor Doutor José Manuel Ivo Carvalho Vicente
Co-Orientadora: Professora Mestre Eliana Cristina Agostinho Mendes
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Escola de Ciências Económicas e das Organizações
Lisboa
2021
ALEXANDRA MARISA DE SOUSA CAPELÃO TEIXEIRA
FERNANDES
A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE DE CARGA AÉREA
EM TEMPO DE PANDEMIA COVID-19 - ESTUDO DE
CASO DA EMIRATES NA ROTA LIS-DXB-LIS NUMA
APLICAÇÃO COM A PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Escola de Ciências Económicas e das Organizações
Lisboa
2021
Dissertação apresentada para obtenção do Grau
de Mestre em Gestão Aeronáutica no Mestrado
em Gestão Aeronáutica, pela Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias, no dia
23 de março de 2021, perante o júri, nomeado
pelo Despacho de Nomeação nº 36/2021, de 04
de março de 2021, com a seguinte composição:
Presidente: Professor Doutor Idalino André
Rodrigues Nascimento Magrinho
Arguente: Professora Doutora Felipa Lopes dos
Reis
Orientador: Professor Doutor José Manuel Ivo
Carvalho Vicente
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
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O valor das coisas
não está no tempo
que elas duram,
mas na intensidade
com que acontecem.
Por isso existem
momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis, e
pessoas incomparáveis.
Fernando Pessoa
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Dedicatória
Esta Dissertação é dedicada ao meu filho Enzo,
a luz que entrou na minha vida!
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Agradecimentos
Em primeiro lugar o meu agradecimento dirige-se à Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias, designadamente, à Direção do Mestrado em Gestão
Aeronáutica, na pessoa do Senhor Professor Doutor André Magrinho.
Em segundo lugar agradeço ao meu orientador, Professor Doutor José Vicente,
pela transmissão de conhecimentos, pela colaboração e motivação.
Em terceiro lugar, e de forma mais particular, agradeço à minha co-orientadora,
Professora Eliana Mendes pelo apoio, incentivo e pela amizade.
À Joana pela partilha e experiências passadas durante o nosso percurso
académico.
Aos meus pais pelo contínuo incentivo e apoio em todos os momentos da minha
vida.
À minha família, em particular às minhas irmãs, cunhados, cunhada, sobrinhos e
sogros.
Por fim, mas não menos importante, ao meu marido, José Diogo, pelo apoio
incondicional, pela enorme compreensão e generosidade e ao meu filho Enzo que foi o meu
grande estímulo nesta caminhada, perdoa a minha falta de tempo e disponibilidade para
brincar contigo.
Quero agradecer também a todas as pessoas que contribuíram para a
concretização desta dissertação, estimulando-me intelectual e emocionalmente.
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Resumo
O transporte aéreo comercial é, atualmente, um setor essencial no desenvolvimento
económico pois funciona como agente facilitador nas trocas comerciais e culturais entre
países e representa cerca de 35% do comércio mundial (Comunicação da Comissão 2020/C
100 I/01).
Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde anuncia o COVID-19 como
pandemia, levando a que todos os países tomassem medidas rigorosas para conter o surto
pandémico. As restrições foram aplicadas pelos países sem uniformidade de critérios,
contudo, na indústria do transporte aéreo a decisão foi internacional e culminou com o
encerramento dos aeroportos, resultando numa grave crise económica para a aviação civil.
A presente investigação tem como objetivo demonstrar a importância estratégica do
transporte da carga aérea em contexto de pandemia. Este estudo trata de analisar a forma
como o COVID-19 influenciou o transporte de carga aérea, designadamente, na companhia
aérea Emirates na rota Lisboa-Dubai-Lisboa. Para este efeito, estabeleceu-se uma relação
entre as diferentes variáveis e o problema identificado, utilizando dados estatísticos
trabalhados através dos Dados de Painel e do método de Regressão dos Mínimos
Quadrados Parciais (PLSR), em virtude desta metodologia ter um algoritmo robusto e de
minimizar os efeitos da multicolinearidade de amostras de reduzida dimensão como as
analisadas no presente estudo.
Em síntese, o cenário provocado pela pandemia COVID-19 teve um impacto
negativo na indústria do transporte de carga aérea. No entanto, a Emirates ajustou a sua
estratégia ao contexto pandémico com o transporte de frete na cabine de passageiros,
mitigando as suas perdas durante a crise COVID-19.
Palavras-Chave: Carga Aérea, Transporte Aéreo, COVID-19, Pandemias, PLSR
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Abstract
The commercial air transportation is currently an essential sector for the economic
development as it enables commercial and cultural exchange between countries, and it
represents about 35% of the world commerce (Comunicação da Comissão 2020/C 100 I/01).
In March 2020, the World Health Organization announced COVID-19 as a
pandemic, prompting all countries to adopt strict measures to contain the outbreak. The
restrictions were applied by countries without uniformity of criteria, nevertheless, in the air
transportation industry the decision was international and led to airports closure, resulting in
a serious economic crisis for civil aviation.
The following presentation aims to demonstrate the strategic importance of air
freight transportation during a pandemic context. This study analyses the way COVID-19 has
influenced Air Freight, namely in Emirates airline on the Lisbon-Dubai-Lisbon route. For this
purpose, a relationship was established between the different variables and the identified
issue, based on statistical data worked through the Panel Data and Partial Least Squares
Regression method (PLSR), due to this methodology having a robust algorithm and
minimizing multicollinearity effects in smaller samples as the ones presented in this study.
In synthesis, the scenario caused by COVID-19 pandemic had a negative impact in
air freight transport. However, Emirates has adjusted its strategy to the pandemic context
with cargo transportation in the passenger cabin, mitigating their losses during COVID-19
crise.
Keywords: Air Cargo, Air Transport, COVID-19, Pandemics, PLSR
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Abreviaturas e Símbolos
ACI – Airports Council International
ACTK – Available Cargo Tonne Kilometers
ANAC – Autoridade Nacional de Aviação Civil
ATOL – Air Travel Organisers’ Licensing
AVI – Live Animals
AWB – Air Waybill
BIG – Oversized Cargo
CAA – Civil Aviation Authority
CAB – Civil Aeronautics Board
CITES – Convention on International Trade in Endangered Species and Wild Fauna
and Flora
COL – Cold Goods
CLF – Cargo Load Factor
CTK – Cargo Tonne Kilometers
DIP – Diplomatic Mail
DGAC – Direção Geral de Aeronáutica Civil
DGAV – Direção Geral de Alimentação e Veterinária
DGR – Dangerous Goods Regulations
DRAPLVT – Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo
DXB – Aeroporto Internacional do Dubai
EASA – European Aviation Safety Agency
EAT – Foodstuffs
EAU – Emirados Árabes Unidos
EIA – Estudo de Impacte Ambiental
EPI – Equipamentos de Proteção Individual
FAA – Federal Aviation Administration
FRI – Frozen goods subject to veterinary/phytosanitary inspection
FRO – Frozen Goods
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HEA – Heavy Cargo
HEG – Hatching Eggs
HUM – Human Remains
IATA – International Air Transport Association
ICAO – International Civil Aviation Organization
ICE – Dry Ice
INAC – Instituto Nacional de Aviação Civil atual ANAC
JAA – Joint Aviation Authorities
LAR – Live Animal Regulations
LHO – Live Human Organs/Blood
LIS – Aeroporto de Lisboa
NAV – Navegação Aérea de Portugal
OECD – Organization for Economic Cooperation and Development
OHG – Overhanging Cargo
OMS – Organização Mundial de Saúde
PEF – Flowers
PEM – Meat
PEP – Fruits and Vegetables
PER – Perishable Cargo (general)
PES – Fresh Fish/Seafood
PIA – Pakistan International Airlines
PIL – Pharmaceutical Products
PLF – Passenger Load Factor
PLSR – Partial Least Squares Regression
RIV – Regiões de Informação de Voo
SAC – Secretariado da Aeronáutica Civil
TVT – Transporte de carga aérea por camião
ULD – Unit Load Devices
UPS – United Postal Service
VAL – Valuable Cargo
VUN – Vulnerable Cargo
WHO – World Health Organization
XPS – Express Cargo
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Índice Geral
Introdução .......................................................................................................................... 13
Capítulo I – Contextualização do Transporte de Carga Aérea ....................................... 19
1.1 Breve História da Carga Aérea ................................................................................... 19
1.2 Carga Aérea ................................................................................................................. 22
1.3 Manuseamento ............................................................................................................ 27
1.4 Transporte .................................................................................................................... 31
1.5 Organismos na Indústria do Transporte de Carga Aérea ......................................... 36
1.6 Movimentos Aeroportuários ....................................................................................... 42
Capítulo II – Pandemias .................................................................................................... 53
2.1 Introdução .................................................................................................................... 53
2.1.1 Definição ................................................................................................................... 53
2.1.2 A História .................................................................................................................. 54
2.1.3 Características .......................................................................................................... 56
2.2 A Influência nas Transações Comerciais .................................................................. 61
2.3 A Relação do COVID-19 com o Transporte Aéreo ..................................................... 67
2.4 A Retoma das Operações do Transporte de Carga Aérea durante a Crise do
Coronavírus ....................................................................................................................... 71
CAPÍTULO III – A Emirates ................................................................................................ 77
3.1 Evolução Histórica ...................................................................................................... 77
3.2 Caracterização da Emirates SkyCargo ...................................................................... 79
3.2.1 Frota Aérea ............................................................................................................... 81
3.2.2 Serviços .................................................................................................................... 82
3.2.3 A Rede ....................................................................................................................... 84
3.3 SkyCargo em Portugal ................................................................................................ 87
3.4 A Relação Económica da Emirates em Portugal ....................................................... 88
3.5 Modelo Conceptual com Base nos Conhecimentos ................................................. 92
Capítulo IV – Metodologia e Procedimentos do Estudo de Caso .................................. 97
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4.1 Introdução .................................................................................................................... 97
4.2 Metodologia do Estudo de Caso ................................................................................ 98
4.3 Objetivos do Estudo de Caso ..................................................................................... 98
4.4 Modelo de Regressão dos Mínimos Quadrados Parciais (PLSR) ............................ 99
4.4.1 Aplicabilidade do Modelo de Regressão PLS ....................................................... 103
4.4.2 Vantagens e Desvantagens da Utilização do Modelo PLSR ................................ 106
4.5 Modelo Geral para Dados de Painel ......................................................................... 107
4.5.1 Aplicabilidade do Modelo Geral para Dados de Painel ........................................ 109
4.5.2 Vantagens e Desvantagens da Utilização dos Dados de Painel ......................... 110
4.6 Pressupostos e Considerações acerca da Recolha de Dados Estatísticos .......... 111
4.7 Fases do Processo Científico ................................................................................... 112
4.8 Síntese ....................................................................................................................... 116
Capítulo V – Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados .............................. 117
5.1 Introdução .................................................................................................................. 117
5.2 Estatística Descritiva................................................................................................. 117
5.3 Teste de Validação Cruzada ..................................................................................... 121
5.4 Modelo de Regressão Linear Produzido .................................................................. 123
5.5 Análise dos Coeficientes Padronizados .................................................................. 124
5.6 Análise dos Componentes Padronizados ................................................................ 126
5.7 Síntese e Discussão dos Resultados da Investigação ........................................... 130
Considerações Finais, Limitações e Estudos Futuros ................................................. 135
Bibliografia ....................................................................................................................... 139
Apêndice A – Dados Estatísticos ANA, Aeroportos ........................................................... I
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Índice de Quadros
Quadro 1 - Evolução do Transporte Aéreo Comercial .................................................... 21
Quadro 2 - Classificação dos Produtos Perecíveis ......................................................... 24
Quadro 3 - Classificação das Mercadorias Perigosas .................................................... 26
Quadro 4 - Capacidade Máxima de um Aeroporto ........................................................... 45
Quadro 5 - Evolução Histórica das Pandemias ............................................................... 55
Quadro 6 - Períodos Críticos na História do Transporte Aéreo ...................................... 63
Quadro 7 - PIB e Contributos de Portugal ....................................................................... 64
Quadro 8 - Evolução Histórica da Emirates ..................................................................... 78
Quadro 9 - Trabalhos com Aplicabilidade do Modelo de Regressão dos Mínimos
Quadrados Parciais ......................................................................................................... 104
Quadro 10 - Descrição dos Dados Recolhidos .............................................................. 111
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Índice de Tabelas
Tabela 1 - Organismos na Indústria do Transporte de Carga Aérea .............................. 39
Tabela 2 - Principais Características das Pandemias ..................................................... 57
Tabela 3 - Transporte de Carga Aérea – Mercado Global ............................................... 73
Tabela 4 - Transporte de Carga Aérea - Mercado Internacional ..................................... 74
Tabela 5 - Tipologias de Aeronaves e Características .................................................... 81
Tabela 6 - Serviços Emirates SkyCargo ........................................................................... 83
Tabela 7 - Principais Escalas de Ligação da Rede Global .............................................. 85
Tabela 8 - Questões, Hipóteses e Variáveis subordinadas ao Tema do Estudo ........... 93
Tabela 9 – Correlação de Variáveis versus Autores ...................................................... 119
Tabela 10 - Estatística Descritiva das Variáveis Estimadas no Modelo ....................... 120
Tabela 11 - Componentes do Modelo ............................................................................. 122
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Índice de Figuras
Figura 1 - Paleta (unidade composta por base metálica e rede) .................................... 28
Figura 2 - Contentores ....................................................................................................... 28
Figura 3 - Níveis da Estrutura da Aeronave ..................................................................... 33
Figura 4 - Remoção dos Assentos de Passageiros para Carregar Carga...................... 34
Figura 5 - Representação da Cabine no main deck do B747-400 combi da KLM com
lugares de passageiros e posição das paletas de carga ................................................ 35
Figura 6 - Alaska Airlines B737-400 combi ...................................................................... 35
Figura 7 - Airbus Beluga XL .............................................................................................. 36
Figura 8 - Circuito Geral da Carga no Aeroporto ............................................................. 44
Figura 9 - Capacidade de Carga Pré e Pós COVID-19 ..................................................... 68
Figura 10 - Transporte Exclusivo de Carga em Aeronaves de Passageiros .................. 70
Figura 11 - Capacidade Total de Carga Disponível – Mercado Internacional ................ 76
Figura 12 - Emirates SkyCargo Caracterização ............................................................... 81
Figura 13 - Mapa Operação Aérea Global Emirates SkyCargo ....................................... 86
Figura 14 - Mapa da Rede entre Portugal e restantes Mercados Mundiais .................... 90
Figura 15 - Modelo Conceptual de Relação entre as Hipóteses e as Variáveis ............. 96
Figura 16 - Etapas Processo de Investigação Científica ............................................... 114
Figura 17 - Qualidade do Modelo pelo Número de Componentes ................................ 121
Figura 18 - Coeficientes Padronizados em Função do "Aircargo Flow" ...................... 124
Figura 19 - Valores VIP para o Primeiro Componente ................................................... 125
Figura 20 - Observações sobre os Eixos t2 e t1 ............................................................ 127
Figura 21 - Comportamento das Variáveis do Aircargo Flow no Período em Análise 128
Figura 22 - Pesos w*/c2 e w*/c1 na PLSR ....................................................................... 129
Figura 23 - Comportamento dos Valores DModY Padronizados do Modelo ............... 130
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Introdução
A presente dissertação visa demonstrar a importância do transporte de carga aérea
em tempo de pandemia COVID-19, um estudo de caso da Emirates na rota Lisboa-Dubai-
Lisboa numa aplicação com a PLSR.
A sólida experiência profissional, nos serviços de assistência em escala e carga
aérea, permitiu-me percecionar a importância económica desta indústria, e assim refletir
sobre o tema, designadamente, a necessidade de desenvolver uma investigação sobre o
transporte de carga aérea.
O transporte aéreo comercial é um setor vital nos nossos dias, na medida em que é
um agente facilitador nas trocas comerciais e culturais entre países e uma fonte de
desenvolvimento económico e de criação de emprego, contudo foi, igualmente, um dos
setores mais afetados pelo surto da COVID-19.
De acordo com a Autoridade Nacional da Aviação Civil (2015) o transporte de carga
aérea refere-se a todos os bens e/ou mercadorias, com exceção do equipamento necessário
à realização do voo, dos aprovisionamentos, do correio e das bagagens, que são
transportadas a bordo das aeronaves.
No momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declara oficialmente,
a 11 de março de 2020, que a COVID-19 deixa de ser considerada uma epidemia e passa a
pandemia, todos os países são alertados para a tomada de medidas rigorosas com o intuito
de conter o surto pandémico. Assim cada país foi decretando, sem qualquer uniformidade
global as suas restrições, no entanto, apenas na indústria do transporte aéreo a decisão foi
internacional e culminou com o encerramento dos aeroportos (Fernandes, 2020), criando
uma crise económica sem precedentes na indústria da aviação civil.
Embora o mundo se tenha deparado com uma pandemia e uma grande restrição na
movimentação de pessoas, garantir a continuação das operações do transporte de carga
por via aérea constituiu uma necessidade premente para a maioria dos países. Por
conseguinte, a Comissão Europeia emitiu orientações para serem adotadas medidas
operacionais e organizacionais que assegurassem a continuidade dos fluxos do transporte
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aéreo, nomeadamente, nas cadeias de abastecimento globais e no transporte de
medicamentos urgentes e de produtos críticos, como equipamentos médicos, para o
combate à pandemia. Neste sentido convidou os Estados-Membros a flexibilizarem a
concessão dos direitos de tráfego temporários às operações de carga provenientes do
exterior da UE (União Europeia), ainda que estas operações fossem realizadas com
aeronaves de passageiros (Comunicação da Comissão 2020/C 100 I).
O transporte de carga aérea requer grandes recursos, uma vez que o fenómeno da
globalização e internacionalização impõe aos intervenientes uma resposta rápida e exigente
face aos fatores externos não controláveis a que está exposta (Cento, 2009). Nesta
sequência e com a chegada do surto pandémico, os fabricantes de aeronaves, para
responder à procura das companhias aéreas, tiveram de privilegiar a transformação das
aeronaves em aviões combi (transporte de passageiros e carga na cabine – main deck) e
em aviões cargueiro (somente para transporte de carga e correio) (ANAC, 2013a). Tais
especificidades demonstram a importância que o transporte de carga aérea assumiu neste
contexto de pandemia global.
Atualmente o transporte de carga aérea tem um papel estratégico no
desenvolvimento social e económico de qualquer país, tendo sido uma das principais razões
que motivou a escolha do tema, dado que representa cerca de 35% do comércio mundial
(Comunicação da Comissão 2020/C 100 I), o que se traduz numa parte essencial do
transporte de mercadorias.
Na revisão de literatura foi identificado que ainda existe um desconhecimento sobre
o papel significativo que a carga aérea pode assumir na recuperação económica da indústria
da aviação e dos países em tempo de pandemia. Desta forma, procurou-se responder à
seguinte problemática:
Qual a relação causa-efeito da pandemia COVID-19 no transporte de
carga aérea para a Emirates na rota Lisboa-Dubai-Lisboa?
Após a identificação do problema de partida foram definidas perguntas que derivam
da problemática central deste estudo, distinguindo-se as seguintes questões a considerar:
▪ Q1: Qual o contributo do transporte de carga aérea para a Emirates antes e
durante a pandemia COVID-19?
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▪ Q2: As variáveis económicas, como o PIB e a Inflação, influenciam o
transporte de carga aérea?
▪ Q3: O desempenho da empresa é afetado pela estabilidade económica e
pela cooperação entre as alfândegas?
▪ Q4: A localização geográfica dos aeroportos (LIS e DXB) potencia o
aumento do fluxo da carga aérea?
▪ Q5: A retoma da atividade do transporte aéreo, ainda que limitada,
influencia o comportamento da tarifa e do yield?
Este estudo pretende alertar e promover uma reflexão e maior conhecimento sobre
o segmento da carga aérea, de modo, a facilitar a sua compreensão e delinear estratégias
para o futuro, por parte das transportadoras e dos diferentes stakeholders desta indústria,
face a acontecimentos impactantes que condicionam a sua rentabilidade e performance,
representando, assim, um contributo para o alargamento do conhecimento científico na
Gestão Aeronáutica.
Tendo em consideração a fundamentação acima referida, foi definido o objetivo
central do presente estudo que visa demonstrar a importância estratégica do transporte de
carga aérea em contexto de pandemia, pretendendo-se, através do mesmo, desenvolver e
enquadrar três objetivos específicos que se consideram ser pertinentes para a temática:
▪ Analisar o comportamento dos determinantes da procura para a carga aérea
na rota LIS/DXB/LIS;
▪ Determinar a importância socioeconómica do transporte de carga aérea
entre Portugal e Emirados Árabes Unidos;
▪ Identificar o contributo do transporte de carga aérea para a sustentabilidade
organizacional num cenário de pandemia.
Atendendo à análise dos objetivos acima indicados, pretende-se fazer uma
caracterização da carga aérea nos seus diferentes aspetos, definindo conceitos associados
à especificidade da natureza de mercadoria, ao manuseamento, ao transporte, às normas e
entidades subjacentes ao transporte aéreo e ao relacionamento do transporte de carga
aérea com toda a estrutura aeroportuária, tanto na sua capacidade como na logística
oferecida, quer em situação de movimento regular quer em situação de emergência
provocada pela pandemia.
A insuficiência de estudos científicos e de investigações na presente matéria
evidenciou um problema aberto nesta área. Esta limitação constitui, por um lado, um desafio
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para a pesquisa deste estudo, por outro, um contributo para o setor da aeronáutica, na
medida em que o suporte à investigação irá ter como alicerce a regulamentação publicada
pelos principais organismos responsáveis no setor do transporte aéreo comercial,
nomeadamente nos manuais reguladores da indústria aeronáutica.
O projeto de investigação irá relacionar as diferentes variáveis e demonstrar, num
contexto de pandemia, se as medidas adotadas pela companhia aérea Emirates foram as
mais eficazes, em resposta a uma situação não prevista pelas várias projeções da indústria
de aviação para os próximos anos (AIRBUS, 2019; BOEING, 2019).
O tipo de pesquisa desenvolvida enquadra-se num estudo de caso que procurou
estabelecer uma relação entre as variáveis e o problema identificado. Serão utilizados dados
estatísticos trabalhados através dos Dados de Painel e do Modelo de Regressão dos
Mínimos Quadrados Parciais (PLSR) demonstrando as vantagens e desvantagens da
utilização desta metodologia.
Em termos de metodologia e instrumentos de recolha de dados utilizou-se o método
quantitativo que se define como aquele que procura medir a variação de um determinado
fenómeno (Kumar, 2011). A fim de ser definido o modelo estatístico e matemático foram
constituídas perguntas de investigação que de acordo com Creswell (2010) permitem a
verificação das hipóteses ou das suposições a serem validadas (Quivy & Campenhoud,
2008; Sarmento, 2013). Utilizaram-se técnicas estatísticas e matemáticas para estabelecer
relações entre dados objetivos e a inferência de dados (Good & Hatt, 1969), tais como, o
tratamento de Dados de Painel e do Modelo de Regressão dos Mínimos Quadrados Parciais
(PLSR) desenvolvido por Herman Wold (1966) e Tenenhaus et al. (2007), cujo propósito
assentou em estabelecer relações entre as variáveis e o problema identificado. Desta
análise resultaram seis hipóteses de investigação atendendo ao problema em estudo:
H1 – As restrições da pandemia COVID-19 têm um impacto negativo no transporte
aéreo e são determinantes para o fluxo da carga aérea.
H2 – As variáveis PIB e Inflação interagem positivamente na predição do fluxo de
carga aérea, na rota LIS/DXB/LIS, considerando o período pré e durante pandemia COVID-
19.
H3 – Um comportamento positivo do PIB, Ano e Yield implicam um incremento no
fluxo de carga aérea na rota LIS/DXB/LIS.
H4 – A estabilidade política e a sinergia entre as alfândegas fomentam,
positivamente, as trocas comerciais, na procura de passageiros e mercadorias.
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H5 – A localização geográfica dos aeroportos em análise e a rede onde estes estão
integrados aumentam o fluxo anual de carga aérea na rota LIS/DXB/LIS.
H6 – O fluxo de carga aérea é reativo ao comportamento da Tarifa e do Yield em
período de pandemia COVID-19.
A aplicação da PLSR permite a compreensão do comportamento do transporte de
carga aérea na rota LIS-DXB-LIS da companhia aérea Emirates antes e durante um cenário
de pandemia, como foi influenciada pelo surto mundial do coronavírus e de que forma a sua
estratégia de adaptação foi bem sucedida.
Em termos conceptuais, a pesquisa foi desenvolvida em cinco capítulos, de forma a
abordar todos os requisitos necessários ao conhecimento essencial do transporte da carga
aérea.
No primeiro capítulo inicia-se por uma contextualização do transporte de carga
aérea, onde é abordada a sua história, fazendo a caracterização nos seus diferentes
aspetos, definindo os conceitos associados à especificidade e natureza da mercadoria, ao
manuseamento, ao transporte, às normas e entidades subjacentes, ao relacionamento do
transporte de carga aérea com toda a estrutura aeroportuária, tanto na sua capacidade
como na logística oferecida, quer em situação de movimento regular quer em situação de
emergência provocada pela pandemia. Ainda é efetuada uma referência aos organismos da
indústria do transporte de carga aérea, como também uma abordagem concisa aos
diferentes stakeholders no enquadramento dos movimentos aeroportuários.
No segundo capítulo, analisa-se o tema de pandemias, a sua influência nas
transações comerciais, em especial a relação do COVID-19 com o transporte aéreo, como
também a retoma das operações do transporte de carga aérea durante a crise do
coronavírus.
O terceiro capítulo descreve a companhia aérea Emirates, onde é desenvolvida
uma contextualização da sua evolução histórica e posteriormente a caracterização da
Emirates SkyCargo na sua abrangência de frota aérea e terrestre e dos seus serviços em
rede. Em seguida desenvolve-se a evolução da SkyCargo em Portugal bem como a relação
económica da Emirates em Portugal, na sequência desta companhia aérea ser o objeto de
estudo nesta dissertação.
No quarto capítulo define-se o modelo que serve de base à parte empírica da
presente investigação, as bases de dados em que assenta a estimação do modelo e os
pressupostos teóricos que balizam a persecução da investigação. A apresentação, análise e
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discussão dos resultados serão apresentadas no quinto capítulo, seguindo-se as
considerações finais e limitações do presente trabalho.
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Capítulo I – Contextualização do Transporte de Carga
Aérea
O transporte de carga aérea assumiu, em 2020, um papel preponderante no
combate à pandemia do coronavírus. Se por um lado o transporte aéreo tem sido crucial
para assegurar o funcionamento das cadeias globais de abastecimento no que respeita às
mercadorias sensíveis ao fator tempo e ao valor elevado, por outro, foi também uma das
indústrias mais afetadas por esta pandemia (Comunicação da Comissão 2020/C 100 I/01).
Neste contexto a carga torna-se, efetivamente, um recurso considerável na recuperação do
transporte aéreo comercial uma vez que muitas das companhias aéreas modificaram os
seus aviões na ótica do transporte de carga, nomeadamente, a Emirates cujo presidente
reconhece que a carga chegou a representar cerca de 80% da receita (Spaeth, 2020b).
1.1 Breve História da Carga Aérea
A década de 1910 marcou o início da aviação comercial com o surgimento das
primeiras companhias aéreas. Foi durante a primeira guerra mundial (1914-1918) que a
engenharia aeronáutica aumenta e desenvolve a sua investigação de forma a colocar aviões
mais rápidos e com maior autonomia. Com o fim da guerra, a 11 de novembro de 1918,
muitos pilotos militares ficam sem atividade e os aviões militares parados. Em virtude desta
situação identificaram-se desde logo que os aviões militares não estavam adequados para o
transporte de carga aérea dado os elevados custos de manutenção a que estavam sujeitos,
sendo necessária uma melhor definição dos padrões de segurança e a criação de estruturas
adequadas ao seu transporte.
Fabricantes de aeronaves, impulsionados pelos resultados da 1ª guerra,
desenvolvem novos equipamentos que viriam a ter a sua grande utilização na segunda
guerra mundial (1939-1945). Durante a 2ª guerra a aviação militar recebe fortes
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investimentos que permitem grandes avanços tecnológicos, não só nas aeronaves como
também em todo o equipamento de suporte, como são os casos do radar, das cabines
pressurizadas, dos gravadores de voo, dos motores e dos sistemas de controlo.
Com o crescimento da atividade aérea torna-se óbvio e indispensável determinar
um conjunto de regras padronizadas, que sirvam de linhas mestras para a orientação de
todos aqueles que, de uma forma ou de outra, estejam ligados a este setor.
Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, onde a aviação deu um salto
gigantesco em termos tecnológicos, dá-se a Convenção de Chicago. Esta foi realizada com
a presença de representantes de 54 países, dando origem à ICAO (International Civil
Aviation Organization) e aos seus atuais 19 Anexos, dos quais, o anexo 18, menciona a
segurança no transporte de matérias perigosas por meio aéreo, referência clara ao
transporte de carga aérea.
Ainda em período de guerra, a 19 de abril de 1945, numa conferência realizada em
Havana é formada a Associação Internacional de Transportes Aéreos (International Air
Transport Association - IATA). Esta Associação, no ano de 2020, tem como membros 298
companhias aéreas que representam 120 países.
Com o fim da segunda guerra mundial, a 2 de setembro de 1945, a indústria
aeronáutica transforma aviões militares em aeronaves para transporte de passageiros,
abandonando mais tarde essa ideia e passando à construção exclusiva de aviões
destinados à aviação comercial.
Ficou demonstrada a capacidade de transporte de carga por via aérea, durante a
crise internacional da Guerra Fria, no Bloqueio de Berlim (24 de junho de 1948 - 12 de maio
de 1949) cujo conflito obrigou, os Aliados a recorrer, como única solução, à criação de uma
ponte aérea (Berlin Airlift) com o propósito de suprir as necessidades da cidade durante o
bloqueio de abastecimento de alimentos, carvão e outros suprimentos urgentes à população
de Berlim Ocidental. A ponte aérea durou 330 dias, com um total de 2,26 milhões de
toneladas de carga transportadas de avião para Berlim, com uma média de 6.800 toneladas
por dia. Esta movimentação de carga aérea para abastecimento de bens essenciais
demonstrou o interesse comercial no investimento desta área.
O desenvolvimento de motores mais potentes e a descoberta de materiais mais
leves e resistentes permitem que os fabricantes de aeronaves (Boeing e Airbus) projetem e
construam aviões com mais autonomia, maior capacidade e menor consumo e uma maior
oferta de espaço para passageiros e carga.
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Acompanhando o Quadro 1 pode concluir-se que o interesse comercial no
transporte carga aérea tem a sua expansão a partir da década de quarenta com
aparecimento de várias companhias aéreas dedicadas somente ao transporte de carga.
Quadro 1 - Evolução do Transporte Aéreo Comercial
Nos dias de hoje o objetivo primordial do setor da aviação assenta em transportar
pessoas, bens ou serviços da forma mais célere possível, sendo, neste momento, o meio de
transporte mais rápido.
Comparativamente com outras formas de transporte, tais como terrestre e marítimo,
o transporte aéreo revela-se uma comodidade indispensável a várias áreas da indústria e da
economia global. A Internet permitiu aumentar a visibilidade no transporte de carga aérea
Ano País Companhia Aérea PAX CARGO Mail
1910 EUA Particular X
1911 Índia Particular X
1919 EUA American Railway Express X
1919 Inglaterra Air Transport and Travel, Ltd X
1919 Holanda Royal Deutsch KLM X
Final 1920 e início de 1930
EUA Correios dos Estados Unidos X X
1924 – 1930 Inglaterra Imperial Airways X
1926 Alemanha Deutsche Luft Hansa AG X
1927 EUA National Air Transport X
1932 Rússia Aeroflot X X X
1940 EUA United Airlines X
1941 EUA Air Cargo, Inc X
1945 Portugal Transportes Aéreos Portugueses, TAP
X
1969 EUA DHL X X
1970 Luxemburgo Cargolux X
1973 EUA Federal Express X X
Entre 1977 e 1993
Alemanha German Cargo X
1988 EUA UPS X X
1994 Alemanha Lufthansa Cargo AG X
1994 EUA FedEX X X
Fonte: Elaboração própria
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porque proporcionou a capacidade de dispor de dados de voo em tempo real e de rastrear
os consignamentos transportados por esta via. No entanto foi devido ao crescimento do
comércio global que o transporte de carga aérea mais se expandiu. A movimentação de
mercadorias, de um país ou continente para outro, tornou-se uma prática comercial
estabelecida. A explosão do comércio eletrónico, na última década, tornou o movimento de
carga aérea ainda mais significativo para a economia global.
1.2 Carga Aérea
A 7 de dezembro de 1944, ocorria a Convenção sobre a Aviação Civil Internacional
em que, foram definidas as Normas e Recomendações Internacionais sobre Facilitação pela
ICAO, definindo-se os significados de algumas expressões. Uma delas foi precisamente a
«Carga», em que se definia como todos os bens transportados numa aeronave que não
sejam correio, provisões de bordo ou bagagem (Diário do Governo n.º 273/1965, p. 1573). A
ICAO considera a carga aérea como uma componente, cada vez mais importante, do
transporte aéreo internacional, identificando as características distintas da carga aérea e
descrevendo como o serviço de carga aérea é regulamentado.
Desde o seu início, a 7 de novembro de 1910, com a primeira carga transportada
por uma aeronave, que se debatem diferentes estratégias de negócio, justificando os
inúmeros estudos quer académicos quer científicos, para justificar a opção prioritária na
rentabilidade do transporte da carga, do correio e dos passageiros. Um desses estudos
avalia os diferentes modelos do negócio da carga aérea no que respeita às companhias
aéreas combinadas (transportadoras de passageiros, bagagem, carga e correio),
nomeadamente as estratégias definidas pelas transportadoras bem como do seu
posicionamento no mercado (Reis & Silva, 2016). No entanto, outros estudos apontam para
uma concorrência do transporte de carga entre as companhias aéreas combinadas e as
companhias aéreas de carga (transportadoras exclusivamente de carga e correio),
nomeadamente da Ásia e dos EUA, e da diferença do modelo de negócio entre estas
transportadoras e das suas estratégias (Zhang, A., & Zhang, Y., 2002).
O termo carga aérea também é usado num sentido mais amplo pelo setor aéreo
para significar qualquer bem (carga, expresso e correio) transportado por via aérea, exceto
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bagagem. Um serviço all-cargo é um serviço aéreo que transporta apenas carga, regular ou
não.
Todo e qualquer transporte de carga aérea requer a emissão de uma carta de
porte, designadamente, air waybill (AWB) que é um documento preparado pelo ou sob a
responsabilidade do expedidor e que atesta o contrato entre o expedidor e o(s)
transportador(es) para transporte de mercadorias nas linhas do(s) transportador(es) (IATA,
2020d). Neste âmbito é necessário referir o avanço digital que ocorreu, simplificando, todos
os trâmites nesta área, com a introdução da e-AWB. Trata-se, de acordo com a IATA, de um
contrato de carga eletrónico que vem substituir a clássica AWB produzida em papel (IATA,
2020d). Esta alteração mitigou constrangimentos alfandegários e processuais no que refere
ao transporte da carga aérea, simplificando sobretudo na rapidez, através da substituição do
papel por mensagens eletrónicas e pela preservação do meio ambiente (IATA, 2020d).
O conceito de carga aérea é extensivo, contudo é indispensável referenciar as
principais categorias nesta matéria para conhecer e compreender melhor a sua dimensão.
No processo do transporte de carga aérea identifica-se, desde logo, a natureza da
mercadoria porque é em função dessas características que todo o processo decorre. Assim
sendo a carga aérea subdivide-se em duas classes distintas:
I. Carga Geral é qualquer toda a carga cuja natureza de mercadoria não requer
armazenagem, manuseamento e carregamento especial, por exemplo, peças de
vestuário, calçado, componentes eletrónicos, peças de automóvel, livros e revistas,
rolhas de cortiça, refrigerantes, água, etc.
II. Carga Especial é toda a mercadoria cuja natureza requer armazenagem,
manuseamento e carregamento especial. Esta classe está segmentada em
diferentes categorias, as quais estão indicadas infra:
▪ Carga Perecível é toda a carga a que uma alteração acentuada das condições
de temperatura/humidade ou ainda o atraso no transporte da mesma, possa
causar a sua deterioração, como ilustra o Quadro 2 com a classificação de
alguns produtos perecíveis indicados infra:
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Quadro 2 - Classificação dos Produtos Perecíveis
Fonte: Elaboração própria com suporte no Perishable Cargo Regulations da IATA - PCR (IATA, 2020g)
▪ Animais Vivos (AVI - Live Animals) o transporte de animais vivos requer que a
sua aceitação, manuseamento e transporte obedeçam às normas e
procedimentos indicados no manual da IATA LAR - Live Animals Regulations
(IATA, 2020j), bem como, no CITES - Convenção sobre o Comércio
Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de
Extinção - Convention on International Trade in Endangered Species and Wild
Fauna and Flora também conhecida por Convenção de Washington,
regulamentada em Portugal pelo Decreto Lei nº 121/2017.
▪ Carga Valiosa (VAL - Valuable Cargo) é todo o consignamento que contenha
um ou mais dos seguintes artigos: ouro, notas de banco, diamantes, pedras
preciosas, joalharia e relógios de ouro ou pratas e todos os artigos de elevado
valor.
▪ Carga Vulnerável (VUN - Vulnerable Cargo) é todo o consignamento que esteja
sujeito a roubo devido à natureza da mercadoria ex.: tabaco, armas, PDA
(personal digital assistants), telemóveis, câmaras fotográficas, computadores
portáteis, etc.
Designação da Classe Codificação IATA (IMP Codes)
Frutas e Vegetais PEP
Flores PEF
Carne PEM
Peixe Fresco / Marisco PES
Produtos Farmacêuticos PIL
Ovos de Incubação HEG
Alimentos para consumo humano ou animal EAT
Mercadorias Congeladas FRO
Mercadorias Refrigeradas COL
Mercadorias Congeladas sujeitas a inspeção veterinária e fitossanitária
FRI
Órgãos Humanos LHO
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▪ Carga Pesada (HEA – Heavy Cargo) é qualquer carga igual ou superior a
150kgs /330Lbs.
▪ Carga Volumosa (BIG – Oversized Cargo) é qualquer carga que devido ao seu
peso e/ou dimensão carece de ser carregada em mais de uma paleta.
▪ Carga Suspensa (OHG – Overhanging Cargo) é qualquer volume carregado
numa ou mais paletas que devido às suas dimensões e/ou configuração, ocupa
uma(s) posição(ões) de paleta(s) adjacente(s).
▪ Carga Frágil (Fragile Cargo) é toda a carga que se pode avariar facilmente se
exposta a solavancos, quedas, choques, manuseamento pouco cuidadoso, etc.,
durante o seu transporte ex.: antiguidades, cerâmicas, artigos de vidro,
instrumentos musicais, óticos, etc.
▪ Carga Expresso (XPS – Express Cargo) – trata-se de pequenos volumes com
prioridade.
▪ Correio Diplomático (DIP – Diplomatic Mail) – artigo propriedade de um governo
e que é transportado segundo acordos especiais.
▪ Restos Mortais Humanos (HUM - Human Remains) – trata-se de carga, que pela
sua natureza de mercadoria, está sujeita a condições de carregamento e de
embalagem específicos ex.: caixões.
▪ Mercadorias Perigosas (DGR – Dangerous Goods) - são mercadorias que devido
às suas características química e/ou físicas podem ser perigosas para
passageiros, pessoal, avião ou restante carga e cujo transporte aéreo não é
permitido ou só é permitido dentro de determinados limites e condições de
carregamento e embalagem, de acordo com os critérios estabelecidos no “IATA
Dangerous Goods Regulations”. Estas mercadorias são classificadas, segundo o
Manual de Cargas Perigosas da IATA, DGR - Dangerous Goods Regulations
(IATA, 2020h), em 9 classes distintas, conforme indicado no Quadro 3 com a
classificação das mercadorias perigosas:
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Quadro 3 - Classificação das Mercadorias Perigosas
Fonte: Elaboração própria com suporte no Dangerous Goods Regulations da IATA (IATA, 2020h)
Em conclusão, como se pode depreender a carga é um segmento, no setor aéreo,
dotado de uma complexidade singular, uma vez que compreende toda uma cadeia logística,
a interação entre vários stakeholders, durante o seu transporte. Em virtude da
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operacionalização logística nesta temática, é compreensível, este ramo ser rigoroso na
padronização e regulamentação dos processos por forma a assegurar a segurança de
pessoas, bens e equipamentos.
1.3 Manuseamento
O manuseamento da carga aérea é, por excelência, uma condicionante de relevo
no processo do seu transporte. Por conseguinte torna-se fundamental abordar as diferentes
etapas de todo este processo, ainda que de forma genérica, para se compreender a sua
pertinência.
Nesta temática irão ser abordados, ainda que genericamente, os seguintes
conteúdos:
I. Carga contentorizada e paletizada
II. Carga a granel
III. Plataformas e Amarrações
I. Carga contentorizada e paletizada
A respetiva sequência do manuseamento de carga percorre múltiplas fases tendo o
seu início na aceitação e entrega pelo expedidor, seguida pela respetiva armazenagem, de
acordo com as características e especificidades do consignamento, e por último a etapa do
carregamento de carga no ULD (Unit Load Devices) e consecutivamente na aeronave.
Atualmente o transporte da carga aérea é maioritariamente efetuado em aviões
contentorizados/paletizados, o que agiliza todo o processo de carregamento e
descarregamento da aeronave. Nesta sequência torna-se indispensável abordar
sucintamente a temática dos ULDs.
Segundo o Manual de ULD da IATA, ULDR – ULD Regulations, o ULD é definido
pela unidade onde o deadload (bagagem, carga e correio) é carregado peça por peça, e
sujeito a posterior embarque na aeronave, formando um todo com o respetivo tráfego (IATA,
2020i).
A paleta é uma unidade de carregamento de metal no formato de uma chapa
retangular. Esta plataforma tem uma face inferior plana sobre a qual a carga é transportada,
acondicionada e fixada por redes, precintas, grampos e cordas, sendo o conjunto da paleta
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e carga subsequentemente posicionada e travada no avião. Contudo a utilização de paletas
é mais usual no transporte de carga e correio uma vez que implica a fixação da rede nos
seus pontos de apoio.
Figura 1 - Paleta (unidade composta por base metálica e rede)
Fonte: Pista73.com, sem data
Os contentores são unidades de carregamento em alumínio com diversos formatos
de grandes caixas. São, geralmente, utilizados no transporte de todo o tráfego, quer seja
bagagem, carga e/ou correio. O benefício que este equipamento proporciona é amplo pois
facilita o manuseamento e arrumação do tráfego, tornando mais célere o carregamento e
descarregamento da bagagem, carga ou correio dentro destas unidades (IATA, 2020i).
Figura 2 - Contentores
Fonte: Pista73.com, sem data
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Estas unidades são, sem dúvida, uma parte essencial na indústria da carga aérea.
As operações de carga aérea modernizaram-se e tornaram-se cada vez mais eficientes em
virtude da evolução dos ULDs. Todos os dias, milhares de toneladas de carga são
carregadas e descarregadas de ULDs, contribuindo amplamente para o transporte célere
das mercadorias transportadas via aérea. Recentemente e como resultado da pandemia, a
necessidade da distribuição da vacina contra o COVID-19, exigiu uma preparação logística,
a nível mundial, das operadoras aéreas para garantir que o seu transporte assegurasse
temperaturas constantes, nomeadamente com a utilização de contentores de temperatura
controlada (Farias, 2020).
II. Carga a granel
Paralelamente a este conceito é necessário abordar as mercadorias que são
transportadas a granel nas aeronaves não contentorizadas. Nestes casos o carregamento e
descarregamento dos compartimentos do avião são efetuados, especificamente, a granel
como é o caso dos aviões Fokker, Embraer, Bombardier, entre outros. É evidente que esta
tipologia de aeronaves, cujos porões são carregados e descarregados peça a peça, torna
todo o processo muito mais moroso na rotação da aeronave.
III. Plataformas e Amarrações
Não menos importante nesta matéria, é necessário considerar, sucintamente, o
tema das plataformas e amarrações. Estes casos são efetivamente significativos para a
segurança da aeronave e nesta perspetiva tanto são utilizados nos ULDs (contentores e
paletas) como nos compartimentos do avião.
O pavimento de cada compartimento e/ou ULD tem uma resistência que lhe permite
suportar um máximo peso por determinada área. Este limite, designado por Maximum Local
Load, em kg/m2, é estabelecido pelo fabricante para cada compartimento do avião e para
cada ULD (IATA, 2020e).
De acordo o Manual da IATA, AHM – Aircraft Handling Manual, o objetivo da
utilização de plataformas é distribuir o peso de um volume por uma área maior, isto é, face
ao seu peso e dimensões requer a construção de uma plataforma, na medida em que a
estrutura do avião e/ou dos ULDs tem igualmente um limite de peso que pode suportar em
cada seção do pavimento. (IATA, 2020e). Estes limites nunca podem ser ultrapassados em
virtude da segurança do avião que está sujeito, durante o voo, ao fator da gravidade. Assim
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o peso de qualquer volume pode aumentar inúmeras vezes devido à aceleração ou
desaceleração da aeronave, sendo designado por Fator G (gravidade). Quando o tráfego é
sujeito à ação das forças dianteira, traseira, ascendentes e laterais, pode sofrer variações
profundas que alteram o centro de gravidade da aeronave e, consequentemente, colocam
em risco a segurança do avião (FAA, 2016).
Consequentemente abordar, por último, a temática das amarrações, dá o
encadeamento necessário para compreender a correlação com o tema anteriormente
referenciado. A amarração é um termo utilizado para descrever a fixação de um
determinado volume a pontos de fixos dentro do avião ou do ULD, de modo a respeitar os
requisitos de segurança.
As amarrações são muitas vezes necessárias porque todos os corpos são
resistentes a qualquer alteração à velocidade que possuem ou à direção dessa velocidade.
Assim, corpos em movimento tenderão a continuar em movimento na mesma direção e à
mesma velocidade a menos que sofram o efeito de uma força externa. Segundo a IATA todo
o tráfego num avião em movimento viajará à mesma velocidade do avião. Se essa
velocidade varia subitamente, o tráfego tenderá a continuar à velocidade e na direção
anteriores, a menos que seja travado ou que não haja espaço dentro do compartimento para
a sua deslocação. Com efeito, a força que uma carga exerce sobre o restante tráfego ou
ainda sobre as paredes do porão pode variar de 1,5 a 3,0 vezes do seu peso (IATA, 2020f).
Sendo assim é compreensível que determinado tráfego quando em movimento possa
facilmente danificar um avião e pôr em risco a segurança, como é o caso de um volume com
peso igual ou superior a 150kgs (HEA). Nestes casos a amarração é necessária assim como
para as mercadorias perigosas porque contrariará a tendência da carga para se mover nas
diferentes direções.
A interdependência de todos os conteúdos acima referenciados é essencial para
assegurar a segurança do transporte aéreo uma vez que são estas as principais matérias a
ter conta, entre tantas outras aqui não indicadas, e que permitem não só o célere movimento
da carga aérea como também a garantia do seu manuseamento ser feito em segurança.
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1.4 Transporte
A velocidade como os produtos podem ser transportados é considerada, por
Bowersox, Closs e Cooper (2006), como a principal característica do transporte aéreo.
Atendendo a que este tipo de transporte é um dos que detém maiores restrições, quer pela
limitação da capacidade de espaço e peso no carregamento de produtos, quer por estes
estarem sujeitos a um custo mais elevado, são associados, geralmente, a produtos
perecíveis e/ou de valor agregado elevado. Contudo, é indispensável referir o aumento
significativo da capacidade de oferta de espaço das aeronaves, sobretudo para os aviões de
grande porte como é o caso da Boeing 747-8F com uma capacidade de 154 toneladas de
carga (Deagel, sem data).
As mercadorias são, em muitos casos, transportadas via aérea devido à sua
urgência, uma vez que os outros segmentos de transporte (via marítima, ferroviária e/ou
rodoviária) não conseguem assegurar a entrega de produtos em prazos tão reduzidos. A
importância do transporte aéreo tem vindo assumir um papel cada vez mais relevante para a
globalização de muitas empresas, que pretendem uma ramificação para diversas partes do
mundo e a célere distribuição dos seus produtos. Segundo o autor Ballou (1993), existem
alguns fatores decisivos na eleição deste transporte:
▪ Custo de serviço
▪ Tempo médio de entrega
▪ Tempo de trânsito
▪ Perdas e danos.
No entanto os custos associados ao transporte aéreo são uma das maiores
condicionantes em comparação com os outros meios de transporte (rodoviário, ferroviário ou
marítimo). Ainda assim, existe uma preferência pelo transporte de carga aérea dada a
grande amplitude de destinos que consegue atingir. Associando estes fatores à segurança e
à velocidade de entrega, que são componentes essenciais no transporte de alguns tipos de
carga especiais, é o meio de distribuição favorecido pelas empresas.
A importância do transporte aéreo comercial está ligada a funções distintas no que
respeita ao transporte de passageiros, de carga e de correio, uma vez que as mesmas
terminam numa uniformização da concessão da aeronave. A aquisição de uma aeronave
pressupõe um escrutínio criterioso de inúmeros fatores no momento da sua seleção, não só
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devido ao elevado investimento, como também de toda a complexidade no processo de
compra. Ter em consideração a estratégia de negócio da companhia aérea é essencial para
melhor adequar o modelo no momento da escolha da aeronave. Muitas são as variáveis que
condicionam esta seleção, uma delas, por exemplo, é ter em vista a configuração do avião,
nomeadamente dos aviões convertíveis (quick-change aircraft), isto é, de aeronaves que
podem mudar de uma configuração de passageiros para uma configuração all-cargo ou
combi e vice-versa (Case, 2020). A configuração de cabine e a versão para os porões dos
aviões são outros exemplos, uma vez que estes fatores estão diretamente relacionados com
a estrutura da aeronave, com o seu peso e centragem e com o plano de utilização do
espaço interior do avião. Os fabricantes de aeronaves comerciais foram melhorando os
aparelhos de forma a responder a estas três vertentes, assim os passageiros são
transportados na cabine (main deck) e o restante tráfego nos porões (lower deck).
Nesta sequência diferenciar e categorizar os modelos das aeronaves em
conformidade com o segmento de mercado que a transportadora determina é essencial para
melhor compreender esta temática. Assim identificam-se quatro principais tipos de aviões
onde o transporte de carga aérea pode ser efetuado, atendendo à estratégia de negócio da
companhia aérea, são eles:
1. Aeronave de passageiros
2. Aeronave convertível – Quick Change
3. Aeronave combinada – Combi
4. Aeronave Cargueiro
O primeiro modelo é o mais comum, tratam-se das aeronaves de passageiros que
transportam passageiros, carga e correio, e estão segmentados em duas principais áreas: o
nível da cabine localizado na zona dos lugares dos passageiros (main deck) e o nível dos
porões (lower deck) onde são posicionadas as unidades de carregamento – ULD, conforme
indica a Figura 3.
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Figura 3 - Níveis da Estrutura da Aeronave
Fonte: Coroflot.com, Rinky Takker – Foto cedida pela IATA, 2017
O segundo modelo é o avião convertível, designado por quick change – QC. Este
tipo de aeronave pode mudar de uma configuração de passageiros para outra configuração
de all-cargo, designadamente, para cargueiro ou combi e vice-versa. É uma opção muito
lucrativa dado que estas alterações são realizadas num período de tempo muito curto e
podem ser rentabilizadas para transportarem passageiros durante o dia e carga e/ou correio
durante a noite. Na atual situação pandémica muitas foram as companhias aéreas que
procuraram junto dos fabricantes, como é o caso da Airbus no A330 e A350, a modificação
dos seus aviões e permitir a utilização de paletes de carga na cabine de passageiros, isto é,
a instalação do ULD diretamente no seat track (calhas similares às existentes nos
compartimentos de carga e que se estendem ao longo da cabine e às quais são fixadas as
cadeiras dos passageiros), de modo a mitigar os constrangimentos da redução significativa
de passageiros e para a aumentar a capacidade de espaço oferecida em termos de porão. A
Figura 4 representa a configuração do modelo apresentado.
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Figura 4 - Remoção dos Assentos de Passageiros para Carregar Carga
Fonte: Travelcodex.com – Foto cedida por Capt. Joe, 2020
O terceiro modelo refere-se à aeronave combinada, também denominada por
combi. Este avião foi projetado com o objetivo de rentabilizar a utilização do espaço da
cabine (Feng et al., 2015). A referir que este A/C (aircraft) tem, além da típica cabine de
passageiros, uma porta para o embarque de carga com pavimento adequado ao
carregamento de paletas, designadamente, trilhos e calhas similares às existentes nos
porões, com olhais para fixação de grampos, a fim de permitir a instalação do sistema
contenção. O modelo pressupõe uma configuração mista de passageiros e de tráfego
paletizado (carga, correio ou bagagem) no main deck, ilustrada nas Figuras 5 e 6 para
melhor perceção. De acordo com Wensveen (2016) os fabricantes têm, cada vez mais, um
maior interesse na produção de aeronaves que incluam a vertente da rentabilização
eficiente do espaço do avião, na ótica do transporte de carga, em virtude da crescente
globalização da economia mundial.
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Figura 5 - Representação da Cabine no main deck do B747-400 combi da KLM com lugares de passageiros e posição das paletas de carga
Fonte: Travelcodex.com – Foto cedida por KLM, 2020
Figura 6 - Alaska Airlines B737-400 combi
Fonte: Travelcodex.com. - Foto cedida pela Alaska Airlines, 2020
Por último, o quarto modelo a especificar diz respeito às aeronaves cargueiro. Esta
tipologia de aviões é, de acordo com a ANAC, uma aeronave certificada, exclusivamente,
para o transporte de carga ou correio (ANAC, 2015).
Estes modelos, comparados com os restantes são, sem dúvida, os gigantes do céu.
O maior do mundo é o Antonov AN-225 “Mryia” com 6 seis motores e 88 metros de
comprimento, considerado como o supercargueiro e utilizado com fins industriais e
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humanitários dada a sua capacidade de volume e peso, podendo carregar até 250 toneladas
de carga (BBC, 2016).
Outro gigante dos céus é o Boeing B747-8F (Freight), a maior versão da B747 para
cargueiro, equipado com 4 motores e com uma capacidade de 154 toneladas para
transporte de carga, introduzido em outubro de 2011 com encomenda da Cargolux, uma
companhia aérea de carga.
Em analogia às rivais do segmento, a Airbus desenvolveu o A330 Beluga XL com o
propósito de transportar seções de fuselagem para outras aeronaves, nomeadamente as
asas do A350 e outros componentes, com o maior compartimento de carga do mundo, uma
volumetria de 2200 m³ e uma capacidade de 51 toneladas, e de um design ímpar conforma
ilustra Figura 7.
Figura 7 - Airbus Beluga XL
Fonte: Airbus.com, 2020
1.5 Organismos na Indústria do Transporte de Carga Aérea
O transporte aéreo internacional, de passageiros ou de carga, implica a existência
de determinadas barreiras jurídicas e organismos fiscalizadores internacionais que criaram e
definiram um conjunto de normas e regulamentos para a aviação civil.
A Conferência Internacional de Aviação Civil realizada em Chicago (EUA), entre 1
de novembro a 7 de dezembro de 1944, cria a International Civil Aviation Organization
(ICAO) tornando-se no principal instrumento de Direito Internacional Público a regular o
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tráfego e a navegação aérea na aviação civil. Esta organização veio assegurar, não só, a
cooperação internacional e estabelecer a uniformização das normas reguladoras da
segurança na aviação civil no que respeita aos “princípios e técnicas de navegação aérea
internacional e na organização e progresso dos transportes aéreos, de modo a favorecer a
segurança, a eficiência, a economia e o desenvolvimento dos serviços aéreos” (ANAC, sem
data, p. o), mas também em matéria de proteção ambiental.
Entre os documentos mais relevantes desta organização, encontram-se os 19
Anexos que definiram os padrões e as práticas para a aviação civil internacional.
Nesta sequência importa referenciar os direitos de tráfego, salientando as
Liberdades do Ar “Freedoms of the Air – ICAO” no documento International Air Services
Transit Agreement (IASTA) – acordado pelos Estados-Membros (ICAO, sem data). As
liberdades do Ar são compostas por nove liberdades divididas em duas categorias, as
fundamentais e as comerciais. A primeira e a segunda tratam-se de liberdades fundamentais
pois não carecem de acordos como o sobrevoo ou a paragem em escala técnica noutro
país. Da terceira à nona são liberdades comerciais e que dependem de acordos bilaterais ou
multilaterais entre os Estados-Membros (Bettencourt, 2014).
Atualmente a ICAO conta com 19 Anexos, dos quais, o anexo 18, designado por
Segurança no Transporte Aéreo de Mercadorias Perigosas (Safe Transport of Dangerous
Goods by Air), reporta para o transporte de carga aérea. Segundo Almeida (2003, p. 7),
após a Convenção de Chicago, ficaram definidos os seguintes princípios gerais:
▪ “Soberania completa e exclusiva de cada Estado sobre o espaço aéreo que
cobre o seu território;
▪ Exploração dos serviços aéreos internacionais numa base de igualdade de
oportunidades;
▪ Aplicação da lei nacional do Estado sobrevoado nos vários domínios relativos
ao transporte e navegação aérea;
▪ Igualdade de tratamento e não discriminação para as aeronaves dos Estados
contratantes;
▪ Obrigação de simplificar e harmonizar o conjunto de regulamentos técnicos,
jurídicos e económicos nacionais;
▪ A Convenção aplica-se apenas as aeronaves civis, isto é, a aeronaves que não
são do Estado. As aeronaves do Estado são as usadas nos serviços militares,
aduaneiros e policiais.” (Almeida, 2003, p. 7).
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Contudo todas as normas e regulamentos constituídos pela ICAO e que são,
geralmente, de enorme influência, são submetidas à aprovação dos Estados, isto é, todos
os estados são soberanos e têm o poder de ratificar ou não, a adoção e/ou cumprimento
dos respetivos procedimentos e políticas estabelecidas, como depreende na determinação
dos princípios gerais da Convenção de Chicago.
No mesmo período em que se firmavam as condições para a criação da ICAO,
surge, ao nível das companhias aéreas, a International Air Transport Association (IATA).
Fundada em Havana, Cuba, em abril de 1945, era o veículo privilegiado para a cooperação
entre as companhias aéreas. Tem como principal objetivo promover a segurança da aviação
civil, simplificar processos, reduzir custos, otimizar a eficiência dos serviços, aumentar a
comodidade dos passageiros e mitigar os impactos do transporte aéreo no meio ambiente.
Tem ainda como objetivo avaliar os problemas transversais ao sector e cooperar com a
ICAO e outras organizações internacionais para a sua resolução e/ou mitigação (IATA, sem
data-a). A IATA representa cerca de 290 companhias aéreas, correspondendo a 82% do
território aéreo global (IATA, sem data-b).
Neste âmbito torna-se, igualmente importante, abordar outros organismos
reguladores nesta indústria, incluindo entidades nacionais cujo propósito é definir as normas
e regulamentos dentro das suas competências, como se pode verificar na seguinte tabela:
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Tabela 1 - Organismos na Indústria do Transporte de Carga Aérea
Organismo Designação Ano Localidade Principais Responsabilidades
Autoridade Nacional de Aviação Civil
1944
Portugal
▪ Representação Internacional;
▪ Regula as atividades aeronáuticas nacionais;
▪ Licencia as atividades aeronáuticas nacionais (pessoal, infraestruturas, equipamentos e aeronaves);
▪ Fiscaliza e supervisiona o setor da aviação civil;
▪ Apresenta propostas à tutela para definição de políticas para a aviação em geral.
Nota: a sua 1ª designação foi Secretariado da Aeronáutica Civil
Navegação Aérea de Portugal
1977
Portugal
▪ Controlo de Tráfego Aéreo: Promove o fluxo ordenado, seguro e expedito das
aeronaves; Fornece todas as informações e sugestões úteis à
segurança dos voos; Evita colisões entre aeronaves e obstáculos no solo; Alerta organismos apropriados sempre que uma aeronave
se encontre numa situação de emergência e necessite dos serviços de busca e salvamento e prestar a esses organismos toda a cooperação necessária.
Nota: a sua 1ª designação foi Empresa Pública Aeroportos e Navegação Aérea
European Organization for the Safety of Air
Navigation - Organização Europeia para a Segurança da
Navegação Aérea
1960
Bélgica
▪ Coordena do tráfego aéreo entre os países da Europa;
▪ Implementa do programa de harmonização e integração do controlo do tráfego aéreo (EATMP), nos Estados membros da Conferência da Aviação Civil (ECAC).
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Airports Council International - Conselho
Internacional de Aeroportos
1991
Canadá
▪ Representa os interesses dos aeroportos com governos e organizações internacionais;
▪ Desenvolve padrões, políticas e práticas recomendadas para aeroportos;
▪ Fornece informações, orientações e assessoria no setor para promover padrões de excelência na gestão e nas operações aeroportuárias em todo o mundo.
Federal Aviation Administration -
Administração Federal de Aviação
1959
USA
▪ Responsável pelos regulamentos e todos os aspetos da aviação civil nos Estados Unidos;
▪ Emite e aplica regulamentos que cobrem a fabricação, operação e manutenção de aeronaves;
▪ Responsável pela certificação de aviadores e aeroportos que prestem serviços a transportadoras aéreas;
▪ Realiza pesquisas e desenvolve sistemas e procedimentos necessários para um sistema seguro e eficiente de navegação aérea e controlo de tráfego aéreo.
Civil Aviation Authority - Autoridade de Aviação
Civil
1972
Reino Unido
▪ Supervisiona a emissão de licenças de piloto, teste de equipamentos, calibração de auxiliares de navegação e muitas outras inspeções (Unidade de Voo da Aviação Civil);
▪ Gere a regulamentação dos padrões de segurança, incluindo a verificação de todo o pessoal da indústria da aviação (Direção de Segurança da Aviação);
▪ Supervisiona a estrutura de proteção nacional para clientes no exterior em caso de falha de uma agência de viagens (Air Travel Organisers’ Licensing - ATOL).
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Organization for
Economic Cooperation and Development - Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento
Económico
1961
França
▪ Organização económica intergovernamental com 37 países membros;
▪ Estimula o progresso económico e o comércio mundial.
European Aviation
Safety Agency - Agência Europeia para a
Segurança da Aviação
2002
Alemanha
▪ Promove elevados padrões de segurança e proteção ambiental na aviação civil da UE;
▪ Emite os certificados para aviões e respetivos componentes.
Joint Aviation Authorities -
Autoridades Comuns da Aviação
1970
Holanda
▪ Organismo europeu no qual várias autoridades, de diferentes países europeus, trabalham em conjunto em termos de regulamentação da aviação civil na Europa.
Fonte: Elaboração própria
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1.6 Movimentos Aeroportuários
A movimentação aeroportuária pressupõe uma articulação conjunta entre diferentes
stakeholders no transporte da carga aérea. Neste âmbito acresce a necessidade de
apresentar, sumariamente, os intervenientes envolvidos neste processo de forma a
contextualizar, adequadamente, os pressupostos inerentes a esta temática. Assim sendo
esta seção irá desenvolver, sumariamente, os seguintes conteúdos:
I. Aeroportos
II. Companhias Aéreas
III. Operadores de Assistência em Escala – Ground Handler
IV. Transitários e Despachantes Oficiais
V. Alfândega
VI. Autoridades Sanitárias
De acordo com Zondag (2006) todo o processo do transporte de carga aérea
pressupõe o envolvimento de diferentes entidades que atuam em cadeia, tanto no âmbito
das companhias tradicionais como das transportadoras integradas (ex.: UPS; DHL; FedEX)
e salienta para a importância das seguintes figuras: o transitário, o despachante oficial, as
companhias aéreas tradicionais e as transportadoras integradas. Especifica também outros
intervenientes neste processo, nomeadamente dos aeroportos (instalações físicas), as
empresas de handling (operadores de assistência em escala), as empresas de transporte
terrestre, entre inúmeros outros, pelo que se pode depreender a complexidade deste
segmento da indústria.
I. Aeroportos
Os aeroportos são parte essencial de toda a atividade da aviação civil. Nesta
sequência a designação aeroporto comunitário internacional é estabelecida, segundo ANAC,
por todo o aeroporto com entrada e saída de tráfego aéreo de e para Países Terceiros, com
qual se cumprem todas as formalidades de controlo aduaneiro, imigração, saúde pública,
fitossanitário e outros procedimentos similares (ANAC, 2015).
A sua instalação e construção é extremamente rigorosa suportada por leis, normas
e regulamentos nacionais e internacionais. Um bom exemplo disso é o atual aeroporto de
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Berlim, na Alemanha, projetado para iniciar as operações em 2011 e só concluído em 2020
devido às inúmeras irregularidades na sua construção (JPS/ots, 2020).
No que respeita à segurança, condição incontornável neste setor, é indispensável
abordar algumas das principais normas estabelecidas. Uma aérea aeroportuária dispõe de
instalações, equipamentos, pistas e serviços adequados ao tráfego aéreo. Devido a este
espaço estar sujeito a regras de segurança rigorosas, é fragmentado por zonas distintas de
segurança, designadamente por zonas públicas, zonas reservadas e zonas restritas
(Regulamento (CE) nº 300/2008).
Em função desta delimitação a segurança do aeroporto define dois espaços
aeroportuários distintos: o lado terra e o lado ar. O primeiro inclui todas as áreas públicas do
aeroporto. Porém, o lado ar compreende toda a zona de movimento dos aeroportos, assim
como, os terrenos e edifícios adjacentes cujo acesso é controlado (Regulamento (CE) nº
300/2008).
Para aceder a estas zonas é exigido uma identificação específica, tratando-se de
um cartão de identificação aeroportuário, cujo objetivo é autorizar a entrada às áreas
reservadas e a limitar a circulação do seu utilizador nas mesmas. Este controlo é feito
através da utilização de um código no cartão (código de cores e código de letras) que
restringe o acesso a determinadas áreas dentro das zonas reservadas do aeroporto (ANA,
2019).
O trajeto geral da carga aérea implica, necessariamente, o acesso ao Lado Ar, uma
vez que parte deste processo passa por diferentes fases, conforme exemplifica a Figura 8.
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Figura 8 - Circuito Geral da Carga no Aeroporto
Fonte: Elaboração própria a partir da ICAO e da ANAC
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No Lado Ar dos aeroportos são desenvolvidas múltiplas e complexas atividades,
onde pessoas e aviões estão expostos a perigos, sobretudo devido à movimentação e
operação de aeronaves, veículos e equipamentos. Por essa razão todas as operações com
aeronaves obedecem a um rigoroso cumprimento de normas, regulamentos e boas práticas
com o propósito de prevenir o risco e mitigar a probabilidade de ocorrer incidentes e/ou
acidentes que envolvam pessoas, aeronaves, veículos, equipamentos ou infraestruturas.
No contexto aeroportuário é indispensável fazer referência aos conceitos sobre a
capacidade aeroportuária e as faixas horárias de forma a melhor caracterizar um aeroporto.
A capacidade aeroportuária é a atividade aérea, diretamente, relacionada com as
infraestruturas e os equipamentos aeroportuários. Por conseguinte consideram-se
movimentos aeroportuários ou capacidade aeroportuária como sendo todos
movimentos/hora que são contabilizados em função do número máximo de aterragens e
descolagens. No entanto o número de movimentos, isto é, de aterragens e decolagens, está
dependente da gestão aeroportuária, das companhias aéreas e restantes stakeholders
(empresas de assistência em escala, catering, empresas de limpeza, gasolineiras, etc.).
Este cálculo é efetuado com base na análise das possibilidades efetivas de acolher o tráfego
aéreo (Síntese de Regulamento (CEE) nº 95/93).
O quadro 4 representa a capacidade máxima declarada por um aeroporto e que
depende, como se pode verificar das infra-estruturas aeroportuárias, nomeadamente, do
número de pistas e do número de stands (plataformas de estacionamento de aeronaves),
entre outros, como alguns dos principais fatores de constrangimento operacional nos
aeroportos.
Quadro 4 - Capacidade Máxima de um Aeroporto
Infra-estrutura Capacidade Máxima do Aeroporto
Pistas nº total movimentos/hora nº total movimentos/15 minutos
nº máximo de aterragens e descolagens/hora
nº máximo de aterragens e descolagens/15 minutos
Stands nº físico de infra-estruturas
Terminal de Passageiros
nº passageiros chegada/hora nº passageiros partida/hora
Portas de embarque nº físico de infra-estruturas
Pontes telescópicas nº físico de infra-estruturas
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Fonte: Elaboração própria com suporte no EIA (Estudo do Impacte Ambiental)
Atendendo à análise preliminar sobre a capacidade aeroportuária é inevitável
referenciar as faixas horárias, uma vez que a articulação das partes interessadas, em
matéria de aviação civil, é nesta área, excecionalmente, significativa.
De acordo com a União Europeia as faixas horárias são atribuídas após a
determinação da capacidade aeroportuária disponível. “Uma faixa horária aeroportuária é
uma autorização de pistas e terminais para efetuar um voo com origem ou destino num
aeroporto congestionado, numa data específica e a uma hora específica. As faixas horárias
são um instrumento de planeamento utilizado para racionar a capacidade nos aeroportos em
que a procura de transporte aéreo excede a capacidade disponível das pistas e dos
terminais. As faixas horárias aeroportuárias são muito importantes, em especial para as
transportadoras aéreas, dado que lhes permitem voar de e para alguns dos aeroportos mais
movimentados e congestionados da Europa.” (Pista 73, sem data).
II. Companhias Aéreas
As companhias aéreas são as principais entidades interessadas na disputa das
faixas horárias mais vantajosas. Assim a UE aprovou, em janeiro de 1993, o Regulamento
nº 95/93 para estabelecer as principais normas comuns a aplicar na atribuição das faixas
horárias nos aeroportos comunitários. Qualquer operador que pretenda aterrar ou descolar
num aeroporto coordenado deverá obter uma faixa horária, vulgarmente designada por slot,
e que é atribuída pela Coordenação Nacional de Slots. Esta atribuição é determinada duas
vezes por ano, consoante as duas estações de programação na aviação internacional.
Tratam-se dos períodos IATA de inverno e de verão no hemisfério norte, designadamente, o
primeiro ocorre entre o último domingo de outubro e o último sábado de março, e o segundo
entre o último domingo de março e o último sábado de outubro (Decreto-Lei nº 17/2008).
Os operadores aéreos disponibilizam diferentes tipos de serviços de acordo com
suas finalidades comerciais. Define-se como operador de transporte aéreo comercial,
segundo a ANAC, todo o operador que presta ao público, mediante uma retribuição,
serviços de transporte aéreo regular e não-regular de passageiros, correio ou carga (ANAC,
2015). Tendo em conta que os serviços de transporte aéreo de carga incluem, igualmente,
Terminal de Carga e Correio
nº toneladas chegada/ano nº toneladas partidas/ano
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os pequenos operadores como é o caso dos prestadores de serviços de táxi aéreo, conclui-
se que estes serviços estão categorizados segundo a ANAC, em duas naturezas distintas:
▪ Os serviços regulares comerciais contemplam todos os voos efetuados num
horário regular ou frequente, por meio de uma remuneração, e que
compreende o transporte de passageiros, carga ou correio. Estes serviços
também podem envolver apenas o transporte exclusivo de carga ou de
correio;
▪ Os serviços não-regulares comerciais consideram todos os voos operados
de forma irregular, atendendo a uma retribuição, com o objetivo de
satisfazer serviços específicos quer no transporte de passageiros (ex.: as
viagens “tudo incluído”), quer no transporte de carga e correio, integrando
também os voos regulares convertidos em charter.
De acordo com as características dos serviços comerciais aéreos é inequívoco que
para os serviços regulares comerciais, principalmente os que compreendem o transporte de
passageiros, são obtidos os slots mais favoráveis, em virtude das faixas horárias ficarem
salvaguardadas para a transportadora aérea desde que a mesma cumpra cerca de 80% do
período de programação sem desvios consideráveis (atrasos). Pressupõem-se então que os
serviços não-regulares obtenham faixas aéreas menos atrativas dado a inexistência de uma
operação frequente, no que respeita a aeroportos coordenados, isto é, aeroportos com
capacidade limitada.
III. Operadores de Assistência em Escala – Ground Handler
Os operadores de assistência em escala são parte integrante na área dos
movimentos aeroportuários. Segundo o conselho da União Europeia “os serviços de
assistência em escala são indispensáveis para o bom funcionamento do transporte aéreo e
contribuem, decisivamente, para uma utilização eficaz das infraestruturas do transporte
aéreo” (Diretiva 96/67/CE, p. 36).
Prestadores de serviços de assistência em escala, designadamente, um ou vários
ground handlers prestam uma ampla gama de serviços de suporte às operações das
companhias aéreas nos aeroportos. As atividades de assistência em escala estão
categorizadas em onze modalidades de serviços, para as quais os prestadores têm de
adquirir a(s) licença(s) junto da Autoridade Nacional da Aviação Civil para desenvolver a sua
atividade conforme se indica:
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1) Assistência administrativa em terra e supervisão
2) Assistência a passageiros
3) Assistência a bagagem
4) Assistência a carga e correio
5) Assistência de operações na pista
6) Assistência de limpeza e serviço do avião
7) Assistência de combustível e óleo
8) Assistência de manutenção em linha
9) Assistência de operações aéreas e gestão das tripulações
10) Assistência de transportes em terra
11) Assistência de catering
Os serviços de assistência a carga e correio desenvolvem a sua atividade,
maioritariamente, nas infraestruturas do terminal de carga cuja designação se define como
“um edifício no qual a carga é armazenada e processada entre o seu transporte aéreo e
terrestre ou vice-versa e onde se encontram localizados os serviços que permitem o seu
processamento” (ANAC, 2015, p. 180). As operações de carga são desenvolvidas entre
múltiplos intervenientes antes das mercadorias chegarem ao avião.
IV. Transitários e Despachantes Oficiais
O transporte de carga aérea implica dois circuitos que dizem respeito à importação
e a exportação de mercadorias. Neste processo logístico é imprescindível abordar dois
intervenientes incontornáveis e que são essenciais a todo o desenvolvimento operacional do
transporte de mercadorias, são eles:
▪ Transitários ou Agentes de Carga; e
▪ Despachantes Oficiais.
Os transitários são agentes que asseguram o cumprimento de todos os controlos
de segurança respeitantes ao transporte aéreo de carga e correio. Prestam serviços no
processo do transporte da carga e são agentes facilitadores do transporte logístico.
De acordo com o Decreto-Lei nº 255/99 (p. 4207) a atividade transitária consiste “na
prestação de serviços de natureza logística e operacional que inclui o planeamento,
controlo, coordenação e direção das operações relacionadas com a expedição, receção,
armazenamento e circulação de bens ou mercadorias, desenvolvendo-se nos seguintes
domínios de intervenção:
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a) Gestão dos fluxos de bens e mercadorias;
b) Mediação entre expedidores e destinatários, nomeadamente, através de
transportadores com quem celebram os respetivos contratos de transporte; e
c) Execução dos trâmites ou formalidades legalmente exigidos, inclusive no que se
refere à emissão do documento de transporte unimodal ou multimodal”
(Decreto-Lei nº 255/99, p. 4207).
Se por um lado os Transitários prestam serviços logísticos entre o cliente e o
transportador, por outro os Despachante Oficiais desempenham funções essenciais junto
das Autoridades Fiscais dos Estados, tratando da formalização documental necessária ao
despacho alfandegário das mercadorias que carecem este processo fiscal.
A globalização do comércio impeliu a evolução e atualização desta atividade para
mais e novas competências, tornando-a mais competitiva e eficiente nos serviços que
presta. Assim compreende-se a atividade de Despachante Oficial como elementos que
“intervêm como declarantes em nome e por conta de outrem, em qualquer parte do território
nacional, nos atos e formalidades previstos na legislação aduaneira, incluindo as
declarações de mercadorias sujeitas a impostos especiais sobre o consumo e outras
declarações com implicações aduaneiras ou cuja gestão ou receção venha a ser atribuída à
Direção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo” (Decreto-Lei nº
445/99, p. 7471).
V. Alfândega
As trocas comerciais entre diferentes Estados carecem, invariavelmente, de
controle alfandegário, no que respeita a circulação de pessoas e bens. Neste sentido a
Alfândega é uma componente obrigatória em todos os aeroportos uma vez que se trata da
instituição governamental que efetua o controlo da fronteira externa à União Europeia, bem
como, do território aduaneiro nacional com o propósito de proteger e garantir a segurança
da população. Fiscaliza, previne e identifica atos de fraude e luta contra a criminalidade
organizada e o terrorismo. É também responsável pelo controlo aduaneiro com o objetivo de
garantir o cumprimento da legislação aduaneira no que respeita à entrada, saída, trânsito,
armazenamento e circulação de bens que transitam entre o espaço da UE e países terceiros
(países que não fazem parte do espaço aduaneiro da União). Importa salientar para
execução das taxas e formalidades aduaneiras a pagar pela importação, exportação e
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trânsitos de mercadorias que se encontram sujeitas a imposto pelas leis locais com relação
à circulação de mercadorias.
Em Portugal quem exerce a inspeção tributária é a Autoridade Tributária e
Aduaneira, para o Aeroporto de Lisboa foi criada uma Delegação Aduaneira do Aeroporto
Humberto Delgado por Despacho nº 65/2020. Os Despachantes Oficiais desempenham
funções essenciais junto dessa Autoridade Fiscal, em especial quando da retenção de
mercadorias pela Alfândega que provoca atrasos de desalfandegamento e custos
adicionais. De forma a agilizar todo o processo burocrático aduaneiro e a simplificar os
processos daí decorrentes foi implementado um sistema de tratamento automático da
declaração aduaneira de mercadorias, designadamente, o STADA – Importação e STADA -
Exportação. Este sistema permite efetuar todo o tratamento alfandegário pela via digital, no
que concerne à informação respeitante com as declarações aduaneiras de mercadorias
sujeitas a um determinado regime aduaneiro (Decreto Lei n.º 21/2013).
Não obstante a importância deste conceito é essencial ressalvar o transporte de
mercadorias dentro da União Europeia. No que se refere em matéria de controle
alfandegário importa salientar a União Aduaneira da UE, representada por 27 países da
União Europeia que trabalham em conjunto, com o objetivo não só de facilitar as atividades
comerciais das empresas na Europa, através da livre circulação de bens dentro das
fronteiras da UE, nomeadamente, a isenção de custos aduaneiros para mercadorias
transportadas de um país da UE para outro, como também da uniformização dos direitos
aduaneiros aplicáveis a bens oriundos de países terceiros (fora da União Europeia),
promovendo a segurança e a preservação do todo o espaço comunitário (Regulamento (UE)
nº 952/2013).
De acordo com Doganis (2010) a cooperação entre alfândegas fomenta o
desenvolvimento económico, no que respeita à simplificação e padronização dos processos
aduaneiros inerentes no transporte de carga aérea oriunda de países terceiros. Esta sinergia
entre alfândegas permite, não só a simplificação do processamento alfandegário da carga,
como também a segurança do funcionamento das cadeias globais de abastecimento,
promovendo o crescimento da indústria de carga aérea.
A 17 de janeiro de 2011 decorreu a Convenção em Abu Dhabi entre Portugal e os
Emirados Árabes Unidos para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria
de impostos sobre o rendimento e protocolo (Decreto-Lei nº 47/2012).
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Neste contexto, convém fazer a distinção entre dois conceitos, anteriormente,
mencionados: o espaço da União Europeia e fora dela. O “acervo de Schengen” foi anexado
à legislação da UE, em 1999, com vista a promover a livre circulação de pessoas e bens.
Com este acordo ficou determinado dois espaços distintos, o Espaço Schengen inclui todos
os países europeus decorrentes desta convenção e o Espaço não-Schengen compreende
os restantes países.
No entanto existem algumas exceções na formação do espaço Schengen em razão
de:
▪ Excluírem países da UE cujos Estados-Membros não aderiram ao acordo:
Bulgária, Chipre, Irlanda, Croácia, Roménia e Reino Unido (saiu da UE a 31
de janeiro de 2021);
▪ Incluírem países fora da UE são eles: Islândia, Listenstaine, Noruega e
Suíça.
Este acordo também permitiu a supressão dos controlos documentais nas fronteiras
entre países, bem como, da cooperação entre polícias e da cooperação judicial, no que
respeita à celeridade do sistema de extradição e da transferência de execução de sentenças
criminais. Contudo os controles fronteiriços podem ser reativados temporariamente, pelos
Estados-Membros, em função da segurança nacional ou da ordem pública.
VI. Autoridades Sanitárias
As autoridades sanitárias são responsáveis pelo controle alfandegário, sobretudo
no que respeita à proteção animal, vegetal e da saúde pública. A DGAV (Direção-Geral de
Alimentação e Veterinária) tem por missão “a definição, execução e avaliação das políticas
de segurança alimentar, de proteção animal e de sanidade animal, proteção vegetal e
fitossanidade, sendo investida nas funções de autoridade sanitária veterinária e fitossanitária
nacional, de autoridade nacional para os medicamentos veterinários e de autoridade
responsável pela gestão do sistema de segurança alimentar” (Decreto-Lei nº 18/2014, p.
946). Este órgão tem como jurisdições a saúde e proteção animal, a sanidade vegetal e
fitossanidade e também a regulamentação e coordenação do controlo alimentar. Tem à sua
tutela os seguintes Postos de Inspeção:
▪ PIF - Posto de Inspeção Fronteiriços (Veterinário);
▪ PIFF - Posto de Inspeção Fitossanitário Fronteiriços.
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No que se refere ao PIF tem como principal missão controlar e verificar todos os
animais ou produtos à chegada da União Europeia, ou seja, de países provenientes fora do
espaço comunitário. Os médicos veterinários oficiais afetos a este organismo têm a função
de realizar os controlos veterinários (incluem o controlo documental, controlo de identidade e
controlo físico) e garantir que tanto animais vivos como produtos animais e géneros
alimentícios de origem animal reúnam todas as condições de segurança e atendam às
condições específicas de importação, definidas na legislação europeia, à entrada da UE.
Finalmente quanto ao PIFF tem como propósito realizar as inspeções necessárias a
vegetais e produtos vegetais com vista a impedir a entrada de organismos de quarentena
em Portugal e no espaço comunitário. A inspeção fitossanitária compreende, segundo a
DRAPLVT (Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo), “o controle
documental que inclui a verificação dos certificados fitossanitários emitidos pelas
autoridades fitossanitárias dos países terceiros, o controlo da identidade, e o controlo físico
que poderá implicar a colheita de amostras para análise laboratorial.” (Agricultura e Mar
Actual, 2018).
Como se pode verificar a movimentação aeroportuária implica, necessariamente,
uma articulação estruturada entre todos os players afetos ao setor, de forma a garantir a
continuidade do transporte aéreo, sobretudo em criar processos que mitiguem os terríveis
efeitos causados pela crise pandémica na indústria aeronáutica.
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Capítulo II – Pandemias
2.1 Introdução
As pandemias são surtos de doenças que se estendem a várias regiões do planeta
como resultado da disseminação da infeção entre humanos. Têm existido, ao longo da
história surtos de doenças, como a gripe espanhola, gripe de Hong Kong, o vírus de Zika, o
SARS, o H7N9 e o Ébola (W.H.O., 2011b).
As crises relacionadas às pandemias estão associadas a impactos negativos na
economia, saúde, segurança nacional e global das comunidades, além das significativas
perturbações políticas e sociais.
O surgimento da nova pandemia de coronavírus gerou, mundialmente, efeitos
devastadores em todas as vertentes. O COVID-19 provocou, num curto espaço de tempo, o
confinamento da maior parte da população mundial. Embora as transações comerciais
tenham sido largamente afetadas, o transporte aéreo de bens alimentares, materiais
médicos e equipamentos de proteção individual (EPI), entre outros produtos essenciais, não
foi descurado e muitos dos Estados (Comunicação da Comissão 2020/C 100 I/01)
promoveram a continuação deste tipo de operações, as quais se tornaram vitais para
preservar, não só, a continuação dos cuidados médicos às populações, como também, para
preservar o funcionamento das cadeias de abastecimento entre os países.
2.1.1 Definição
Pandemia provém, etimologicamente, do grego, é a união das palavras pan que
significa "tudo ou todos" e demos que significa "povo”. A designação de Pandemia utiliza-se
para referenciar uma doença infeciosa que se dissemina a nível mundial, isto é, uma doença
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que ataca ao mesmo tempo um elevado número de pessoas em vários países e que se
alastra a um ou mais continentes (Honigsbaum, 2009).
A definição internacionalmente aceite de uma pandemia, conforme aparece no
Dicionário de Epidemiologia, é clara e bem conhecida: "uma epidemia que ocorre em todo o
mundo, ou numa área muito ampla, cruzando fronteiras internacionais e geralmente
afetando um grande número de pessoas” (Last et al., 2001, p. 131). A definição clássica, no
entanto, não inclui nada sobre imunidade populacional, virologia ou gravidade da doença.
Com base nesta definição do dicionário, pode-se dizer que as pandemias ocorrem
anualmente em cada um dos hemisférios sul e norte, dado que a definição do termo é tão
ampla. Epidemias sazonais cruzam fronteiras internacionais e afetam um grande número de
pessoas. No entanto, dito isto, as epidemias sazonais não são consideradas pandemias. As
definições modernas incluem “epidemia extensa”, “epidemia [...] numa área muito ampla e
geralmente afetando uma grande proporção da população”, e “distribuído ou ocorrendo
amplamente numa região, país, continente ou globalmente”, entre outros (Morens, D. M.,
Folkers, G. K., & Fauci, A. S., 2009, p. 1018). No caso da gripe, os biólogos também exigem
que as estirpes pandémicas sofram mutações genómicas importantes, conhecidas como
mudança antigénica.
Para a OMS pronunciar um alerta de pandemia de nível seis deve haver
transmissão sustentada em pelo menos duas regiões ao mesmo tempo. A definição padrão,
da OMS, para a gripe pandémica refere que se trata de uma situação em que um novo e/ou
subtipo viral altamente patogénico, para o qual ninguém (ou poucos) na população humana
tem imunidade ou resistência e que é facilmente transmissível entre humanos, se introduz
na população humana e se dissemina de forma célere por todo o planeta (W.H.O., 2011a).
2.1.2 A História
Na história da humanidade registaram-se inúmeras pandemias, eventos
imprevisíveis, mas recorrentes, com consequências dramáticas nas sociedades em todo o
mundo, causando enormes impactos negativos na saúde e na economia.
A humanidade tem sido assolada por pandemias desde os tempos mais antigos. O
seguinte quadro regista as pandemias mais mortíferas desde 1590.
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Quadro 5 - Evolução Histórica das Pandemias
Ano Origem Pandemia
1590 Ásia Vírus da Gripe
1816 Índia Cólera
1889 Sibéria Gripe Russa
1918 Desconhecida Gripe Espanhola ou Pneumónica
1947 África Zika
1957 China Gripe Asiática
1968 Hong Kong Gripe de Hong Kong
1981 África VIH/SIDA
2003 China SARS
2009 México Gripe Suína ou Gripe A
2010 China Coronavírus
2013 África Ébola
2013 China H7N9
2015 Coreia do Sul MERS
2019 China COVID-19
Fonte: Elaboração própria
Cada pandemia prejudicou a vida humana e o desenvolvimento económico. Por
exemplo, a pandemia de 1918-1919 (gripe espanhola) foi considerada a doença mais
mortífera de todos os tempos e terá afetado uma em cada três pessoas da população
mundial, dizimando mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo (W.H.O., 2011b),
número superior ao atingido durante a 1ª Guerra Mundial com 17 milhões de vítimas.
Presentemente vivemos um momento histórico mundial em resultado da Pandemia
COVID-19. Fomos atingidos pelo coronavírus que afetou a população mundial com mais de
75 milhões de contágios e mais de 1 milhão e meio de mortes registadas em diversos
países (news@fmul, 2020). O COVID-19 considerado inicialmente um surto, com os
primeiros casos a manifestarem-se na cidade de Wuhan na República Popular da China em
dezembro de 2019, foi apontado, pela OMS, como uma situação de Emergência de Saúde
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Pública de Importância Internacional decorrido, sensivelmente, um mês após o surgimento
da epidemia. No entanto foi só a 11 de março de 2020 que a Organização Mundial de Saúde
reconheceu e elevou este surto para Pandemia, não obstante a mesma já se encontrar
disseminada por via de contágio em cinco continentes.
2.1.3 Características
Existem algumas características-chave que ajudam a chegar a um consenso sobre
a definição do termo "pandemia", uma vez que facilitam a compreensão do seu conceito
através do estudo entre as semelhanças e diferenças entre elas, salientando-se os
seguintes padrões:
✓ ampla extensão geográfica
✓ movimento da doença
✓ novidade
✓ gravidade
✓ altas taxas de ataque e explosividade
✓ imunidade populacional mínima
✓ infecciosidade e contagiosidade, que nos ajudam a entender o conceito
melhor, se examinarmos as semelhanças e diferenças entre eles.
Embora o termo "pandemia" já tenha sido amplamente discutido, a sua definição
continua sem conseguir um consenso mundial. No entanto, as seguintes características
ajudam a melhor identificar o seu conceito, conforme demonstra a Tabela 2:
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Tabela 2 - Principais Características das Pandemias
Características Descrição
Ampla extensão geográfica Recentemente, as pandemias foram caracterizadas como transregionais e globais (Taubenberger &
Morens, 2009). Um bom exemplo disso foi o caso da gripe A (H1N1), em 2009, que envolveu cento
e setenta e oito países (Rewar, Mirdha & Rewar, 2015). Assim, para se considerar um quadro
pandémico geralmente verifica-se a propagação de uma doenca por grandes áreas geográficas,
como é o caso da peste negra, no século XIV, da cólera, a gripe e do vírus HIV.
Movimentação de doenças Outro dos fatores relacionados com o termo de pandemia resulta da imprevisibilidade de
movimentos ou propagação de doenças com rápida disseminação, verificando-se que a transmissão
ocorre de uma localidade a outra, como foi o caso da peste. Doenças como a Cólera, o vírus SARS,
dengue e outras doenças respiratórias são exemplos da movimentação de algumas doenças que
incluem uma elevada disseminação na população. Outra das características relacionadas com o
termo pandemia é o fato de existirem transmissões de doença fora das suas estações habituais, a
título de exemplo podemos indicar a pandemia criada pela Gripe A (H1N1) que foi transmitida,
globalmente, entre os dois hemisférios no período compreendido entre abril e setembro de 2009,
que corresponde ao ínicio da temporada da gripe no hemisfério sul, mas fora da estação no
hemisfério norte (Barrelet, Bourrier, Burton-Jeangros, & Schindler, 2013).
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Novidade Novidade é um dos termos, frequentemente, relacionado com o conceito pandemia. Muitas das
vezes esta novidade é representada por novas variantes de organismos já existentes,
designadamente, as mutações que ocorrem nos vírus como o da gripe ou novos vírus como o HIV.
No entanto o termo “novidade” é um conceito relativo, dado que ocorreram “7 pandemias de cólera
durante os últimos 200 anos, provavelmente todas causadas por variantes do mesmo organismo”
(Morens, Folkers & Fauci, 2009, p. 1019). O vírus da SARS e a gripe aviária, com origem no
continente asiático, são as mais recentes infeções, com potencial pandémico, a ocorrer no início do
século XXI.
Gravidade
“Pandemias globais com alta mortalidade e morbidade ocorrem quando uma nova estirpe viral
emerge, contra a qual a população humana não tem imunidade” (Rewar et al., 2015, p. 645).
Doenças como a peste negra, HIV e SARS foram consideradas doenças graves e até fatais,
aplicando-se assim o termo de pandemia para sua designação. “A gravidade é estimada pela razão
de letalidade” (Donaldson et al., 2009).
Altas taxas de ataque e
explosividade
Para se classificar um cenário como pandémico é necessário, entre outros parâmetros, que se
verifiquem critérios de altas taxas de ataque e propagação, ou seja, que ocorra simultaneamente
uma transmissão explosiva. Caso contrário, raramente, é considerado um cenário pandémico, como
foi o caso da disseminação do vírus do Nilo Ocidental pelo Médio Oriente, Rússia e hemisfério
ocidental em 1999, onde se verificaram transmissões lentas e taxas de ataque de baixos níveis. No
entanto, podemos verificar registos de pandemias com gravidade baixa ou moderada e níveis
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recorrentes de propagação explosiva ou níveis geográficos generalizados, por exemplo, a
conjuntivite hemorrágica aguda, em 1981, e recorrências globais cíclicas de sarna (Donaldson et al.,
2009).
Imunidade populacional
mínima
Uma das principais características de uma pandemia é a falta de imunidade geral (Kaudhry, &
Fangriya, 2015; W.H.O., 2013) e que é causada por uma infeção e transmissão microbiana. Pode
tratar-se de uma mutação de um vírus, tendo como exemplo, a nova variante do vírus H7N9, uma
nova variante gripal, à qual pouca ou nenhuma parte da população tinha imunidade e, num curto
espaço de tempo, ocorreram múltiplos casos disseminados pelo mundo (Wildoner, 2016). Ainda
assim, é frequente encontrarem-se descrições de pandemias como, parcialmente, imunes pelas
populações, considerando-se assim, a imunidade de grupo como uma força poderosa no combate
de uma pandemia (Taubenberger & Morens, 2009).
Infecciosidade e
contagiosidade
Existe uma relação direta entre os termos pandemia e doenças infeciosas, quer isto dizer, que se
tratam de patologias transmitidas diretamente de pessoa para pessoa ou quando existem vetores de
transmissão indiretos, que passam a transmitir-se de pessoa para vetor para pessoa (Morens et al.,
2009). Dois exemplos deste tipo de transmissão foram os vírus SARS e H7N9. Enquanto o primeiro
era transmitido diretamente (pessoa para pessoa), o segundo desenvolvia-se através de uma
transmissão indireta, dado que a sua propagação ocorria mediante o contato com aves vivas (Su &
He, 2015). A disseminação do vírus H7N9 é, em última instância, um fator determinante a considerar
para a saúde humana, em virtude de tratar-se duma estirpe cuja capacidade consiste, precisamente,
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Fonte: Elaboração própria, com base no artigo científico “The Pandemic and its Impacts”, 2017
na disposição para ocorrer mutações que possibilitam a propagação de pessoa para pessoa.
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2.2 A Influência nas Transações Comerciais
Surtos de doenças infeciosas podem facilmente cruzar as fronteiras para ameaçar a
estabilidade económica e regional, como tem acontecido e sido demonstrado pelas
epidemias e pandemias de HIV, H1N1, H5N1 e SARS (Verikios, Sullivan, Stojanovski,
Giesecke e Woo, 2015).
Além das consequências debilitantes, às vezes fatais, para as pessoas diretamente
afetadas, as pandemias têm uma série de consequências sociais, económicas e políticas
negativas (Davies, 2013). Um bom exemplo disso foi o impacto da pandemia da gripe H1N1,
em 2009, cujas repercussões não foram apenas na mortalidade. Este vírus teve, igualmente,
um grande impacto nos sistemas de saúde das populações, e também, a outros níveis,
tratando-se de uma variante da gripe suína, afetou ainda os sistemas da saúde animal e da
agricultura. Como resultado os efeitos sentiram-se também na educação, nos transportes,
no turismo e no sistema financeiro. Em suma, um evento pandémico ameaça todos os
aspetos dos setores económico e social (Drake, Chalabi, & Coker, 2012).
Outros exemplos foram o SARS em 2003, o Ébola em 2013 o MERS em 2015, que
criaram instabilidade económica e social na China, na África Ocidental e na Coreia do Sul e
causaram o aumento de doenças e óbitos nas respetivas populações.
O Ébola, entre outras pandemias, reduziu a qualidade de vida das famílias e das
comunidades, paralisando serviços essenciais, como educação, transporte e turismo, e
consequentemente a contração das economias africanas do Ocidente, bem como das
populações isoladas, cujos impactos foram além do continente africano em virtude do
esforço global de contenção do surto (Nabarro & Wannous, 2016).
A Gripe Espanhola (março de 1918 a maio de 1919) é considerada por muitos, a
pandemia que mais impactos teve a todos os níveis, tendo infetado um terço da população
mundial. Se um contágio semelhante ocorrer nos dias de hoje, com uma população muito
maior, e com tempos de viagem mais rápidos pelo mundo, pode levar à morte de mais de 80
milhões de pessoas. Além de níveis trágicos de mortalidade, esta pandemia causou pânico,
e atingiu seriamente a economia global e o comércio.
É necessário salientar a gripe espanhola teve um impacto direto, extremamente,
negativo no que concerne à atividade económica, aos níveis de desemprego e rendimento
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das famílias nos países europeus e nos Estados Unidos. No entanto, é indispensável
referenciar o enfraquecimento da economia europeia como resultado da guerra, no
momento em que a pandemia surge. Este fato produz efeitos catastróficos e faz com que os
efeitos económicos das duas crises, provocada pela guerra e a pela gripe espanhola, sejam
confundidos entre 1918 e 1919. Embora os dados económicos da época sejam escassos,
alguns estimam que o impacto negativo da gripe espanhola no PIB mundial foi de 6%, e no
consumo agregado foi de 8% (Barro, Ursua & Weng, 2020). Cerca de doze países sofreram
desastres macroeconómicos baseados na queda do PIB e oito sofreram desastres similares
baseados na queda do consumo. Pelo exposto, a gripe espanhola ficou conhecida como o
quarto evento com maior impacto económico negativo desde 1870, considerando que os
primeiros três foram resultado da 2ª Guerra mundial, da grande depressão dos anos 1930 e
da 1ª Guerra mundial.
Alguns jornais da época davam conta de um impacto adverso no mercado de
trabalho, devido à elevada taxa de mortalidade entre pessoas em idade ativa (com idades
compreendidas entre os 15 e os 49 anos), em resultado da morte precoce de muitos
trabalhadores no pico da sua vida profissional. Esta foi, certamente, uma barreira para a
diminuição dos níveis de pobreza europeus cuja desvalorização económica já era elevada
em virtude da guerra.
Mesmo os países que não tinham impacto direto da guerra, como no caso da
Suécia, verificaram-se relatos do aumento no número de domicílios em condições de
pobreza, uma vez que cada morte causada pela pandemia, entre chefes de família, gerava
três pessoas adicionais para situações de pobreza. Os efeitos negativos, no caso da Suécia,
também foram conhecidos nos ganhos de capital, mas não ocorreram nos rendimentos em
geral. A escassez de mão de obra propiciada pela pandemia levou a um subsequente
aumento dos salários e dos rendimentos nos pequenos negócios (Karlsson, M., Nilsson, T.
& Pishler, S., 2013).
O transporte aéreo é uma indústria muito volátil e está, particularmente, exposto a
influências externas não controláveis, pois influenciam o PIB e, consequentemente, as
transações comerciais. O seu impacto é transversal à quase totalidade dos países e
condiciona a rentabilidade da atividade no transporte de aéreo. Estes eventos ocorrem, não
só, de surtos pandémicos no âmbito da saúde pública, mas também, de outros
acontecimentos adversos. A Quadro 6 indica alguns exemplos de períodos críticos na
história da indústria aeronáutica.
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Quadro 6 - Períodos Críticos na História do Transporte Aéreo
Eventos Ano Impacto no Transporte Aéreo
Guerra do Golfo 1991 Aumento dos preços do petróleo
Queda da Bolsa Nasdaq 2000 Impacto económico mundial
Ataques terroristas nos EUA 2001 Aumento exponencial dos custos com a
segurança na indústria da aviação civil
Guerra do Iraque 2003 Provocou uma retração na procura
(transporte aéreo)
Recessão Económica Mundial 2008 Caso Madoff
Crise das cinzas vulcânicas (Eyjafjallajökull) 2010 Encerramento do espeço aéreo europeu
(em especial todo o Atlântico Norte)
Fonte: Elaboração própria, com base Cento (2009)
Segundo Doganis (2006) o impacto na procura do tráfego aéreo, após o atentado
de 11 de setembro de 2001, foi sentido em todas as companhias aéreas do mundo. No
entanto estas repercussões tiveram consequências dramáticas muito tempo depois deste
evento, gerando um clima de pânico, incerteza e medo que, consequentemente, impediram
muitas pessoas de voar nos meses subsequentes aos ataques terroristas.
Em vários eventos são tomadas medidas adicionais e definidas novas estratégias
para mitigar a gravidade desses impactos. Além das inúmeras incertezas económicas que
levantam, falamos também de incertezas a nível de segurança que violam os direitos de
qualquer cidadão mundial, devidamente protegidos pelos quadros jurídicos europeus ou
outros.
Estes eventos provocam uma série de alterações que burocraticamente podem
levar a cabo a anos de liberalização e flexibilização de transações comerciais. Por exemplo,
os atentados de 11 de setembro provocaram inúmeras alterações em matéria de security.
Essas medidas adicionais de segurança foram implementadas por todos os países,
aeroportos e companhias aéreas, gerando enormes repercussões na indústria aeronáutica e
consequentemente nas transações comerciais feitas desde então.
A crise mais recente é a pandemia COVID-19, à semelhança da gripe espanhola,
teve um impacto profundo na saúde pública mundial e, consequentemente, consequências
críticas a nível económico, verificando-se efeitos adversos tanto do lado da procura como da
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oferta, comuns a um alargado conjunto de países. Ainda que tenham sido implementadas
medidas, quer a nível nacional, quer a nível internacional, para mitigar estes resultados, o
choque na economia terá efeitos negativos ao nível:
➢ Da produção;
➢ Emprego;
➢ Produtividade;
➢ Sistema financeiro; e
➢ Confiança dos agentes económicos.
A incerteza sobre a duração, magnitude e dispersão geográfica tornam,
particularmente, difícil a quantificação destes impactos na economia. Para Portugal a análise
económica prematura que podemos fazer é a seguinte, representada no Quadro 7:
Quadro 7 - PIB e Contributos de Portugal
Estes impactos, que resultam de efeitos na procura e na oferta, não se sentem
meramente a nível nacional, por seu lado a nível internacional tem-se verificado igualmente
um impacto na atividade económica muito significativo. Como referido anteriormente, este
fato deve-se ao critério aplicado a uma pandemia, por esta ser a um nível geográfico
abrangente.
Fazendo referência ao caso português, ainda que podendo ser aplicado a diversos
outros casos, o que se tem verificado é uma quebra significativa na cadeia de interligação
dos vários setores e agentes económicos, isto significa que, de várias formas as cadeias de
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fornecimento que dão lugar a uma capacidade produtiva têm vindo a ser interrompidas,
dando lugar a uma possível destruição da atividade económica associada. Este ciclo
envolve mais tarde outros agentes económicos. Repare-se que, quando existem restrições
ou obrigações de encerramento de empresas, quando é decretado um estado de
emergência e/ou de calamidade pública, é quebrada uma cadeia de interligação económica.
O mesmo acontece quando se verificam altos níveis de absentismo, seja pelo impacto direto
na saúde dos trabalhadores, seja pelo impacto indireto causado pela assistência à família.
Quando estas cadeias são atingidas desta forma, verifica-se um receio no lado da procura,
provocando uma contração do investimento, especialmente, em produtos e serviços não
essenciais, o que gera um impacto muito negativo na economia.
O Quadro 7 representa o impacto, da pandemia COVID-19, na economia
portuguesa, verificando-se como primeiro ponto a contração significativa no PIB, uma
redução de 2,3% relativamente ao ano anterior e, como se pode constatar, uma interrupção
significativa de resultados positivos ao longo dos últimos trimestres. Este resultado negativo
está subjacente à contração da procura interna, representando uma redução em 1,1% e
ainda da procura externa líquida, a representar uma contração de 1,3%.
Um dos grandes impactos no PIB, verificados no Quadro nº 7, é da considerável
diminuição ao nível das exportações e importações. Com a instabilidade económica, o fecho
ou a suspensão de grandes setores e agentes económicos, e ainda, o encerramento das
fronteiras, seria previsível uma contração nas trocas comerciais, pois se por um lado as
exportações têm uma redução em 4,9%, do outro as importações tiveram valores com um
decréscimo de 2,1%, contrariando assim a evolução positiva dos trimestres anteriores.
Embora estes dados sejam já reveladores, relativamente, ao impacto económico
que o coronavírus está a ter em Portugal, é aceitável considerar que se tratam de dados
muito preliminares, não espelhando totalmente a influência final que poderá resultar da
pandemia. No entanto, continua a constatar-se uma instabilidade considerável, o que
impacta negativamente todo o ciclo económico, sendo expectável que os indicadores
económicos permaneçam com perdas consideráveis.
Não obstante, algumas empresas esperam uma retoma da sua atividade normal e,
consequentemente, a recuperação de uma parte das suas perdas. Porém, o efeito negativo
envolveu toda atividade económica e, por isso, muitas das empresas já faliram e outras,
provavelmente não irão conseguir sobreviver nos próximos trimestres, situação esta que
levou a um aumento significativo do número de desempregados nos centros de emprego, e
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que se prevê que continue a aumentar até a situação pandémica estabilizar. Verificou-se
ainda o recurso generalizado ao regime de lay-off, o que limitará, significativamente, as
famílias pela possível perda de rendimentos, provocando a uma expressiva retração da
economia, nomeadamente, em produtos e serviços não essenciais.
Do ponto de vista económico, os efeitos negativos da pandemia foram sentidos não
só em Portugal, como também no resto do mundo. Alguns dos exemplos onde se
verificaram as repercussões mais dramáticas da pandemia COVID-19, foram nos seguintes
setores:
▪ Fabricantes de automóveis, como Volkswagen e Ferrari, suspendem
produção na Europa;
▪ Setores afetados pelo bloqueio - transporte, entretenimento, retalho, hotéis e
restaurantes - respondem por um quarto do PIB italiano;
▪ Euro 2020 e os Jogos Olímpicos de Tóquio são adiados para 2021;
▪ A desertificação de destinos turísticos como Paris, Madrid, Veneza e Roma;
▪ Cancelamento de feiras e eventos comerciais;
▪ Cancelamentos de reuniões públicas e eventos desportivos;
▪ As companhias aéreas começaram a deixar em terra parte das suas frotas.
Mais tarde acabam por deixar toda ou quase toda a frota parqueada nos aeroportos
por todo o mundo;
▪ As Companhias aéreas solicitaram aos funcionários dois meses de licença
sem vencimento;
▪ São suspensas as ligas de futebol, Fórmula 1 e a NBA;
▪ Maersk cancelou 50 viagens;
▪ Lufthansa reduz 90% de seus voos de longo curso e cancela mais de 23.000
voos até ao final de abril;
▪ A Alemanha ofereceu às empresas empréstimos "ilimitados" de modo a
conter o seu colapso;
▪ Norwegian Air cancela 85% dos voos e dispensa 90% do pessoal;
▪ O grande operador de turismo alemão, TUI, fez um pedido de ajuda estatal;
▪ Airbus suspendeu a produção na França e na Espanha.
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2.3 A Relação do COVID-19 com o Transporte Aéreo
Em 2003 o SARS foi responsável pelo cancelamento de 45% dos voos comerciais
(Spaeth, 2020a), no entanto, a pandemia COVID-19 (março de 2020), devido à sua
gravidade, teve um impacto dramático em todo o setor do transporte aéreo comercial,
cancelando quase toda a operação aérea e aeroportuária e transformando o ano de 2020
como o pior ano desde a crise financeira de 2008.
A carga aérea surge nesta crise pandémica como uma área crítica de resiliência
para os operadores aéreos, aeroportos e todos os stakeholders do transporte aéreo,
representando cerca de 35% do comércio global (Comunicação da Comissão 2020/C 100
I/01). Demonstrou como o transporte do frete aéreo conseguiu gerar valor e adaptar-se em
tempos críticos, contrariamente aos números de passageiros que são, hoje em dia,
incessantemente angustiantes e sem soluções à vista. O futuro do transporte aéreo carece
de uma reavaliação sobre as prioridades estratégicas da indústria, no que concerne ao
papel da carga aérea.
Sumariamente identificam-se alguns dos desafios, mais relevantes, verificados pela
indústria do transporte aéreo durante a pandemia COVID-19, são eles:
1. O acentuado decréscimo verificado na procura de passageiros causou uma
redução de 19% no rendimento global da carga aérea, em relação ao ano
anterior. Esta contração deve-se, em grande parte, à suspensão dos voos
das companhias aéreas de passageiros cujas aeronaves faziam o transporte
de carga aérea nos compartimentos do avião (ICAO, 2020a);
2. As tarifas aplicadas ao transporte aéreo de carga sofreram um aumento
generalizado e em alguns casos foram triplicadas (Brett, D., 2020), criando
enormes constrangimentos aos expedidores de carga;
3. As restrições governamentais, quanto à circulação de pessoas entre países,
sobretudo para as tripulações de aeronaves, geraram inúmeras limitações
na operação das companhias aéreas para o transporte da carga aérea a
determinados países. No entanto vários organismos, como é o caso da
IATA, emitiram diversos apelos para o levantamento das restrições
respeitantes a voos exclusivos de carga aérea (IATA, 2020a);
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4. Restrições semelhantes também foram aplicadas, aos expedidores de
carga, no acesso terrestre a aeroportos e terminais de carga;
5. A carga humanitária é prioritária relativamente à carga aérea comercial,
nomeadamente, sobre bens de consumo.
Como se pode verificar, na Figura 9, a redução da capacidade da carga aérea no
estado pré e pós COVID-19 foi significativa, causando consideráveis problemas no
transporte de carga aérea, nomeadamente, nas aeronaves de passageiros em
consequência da sua paralisação:
Figura 9 - Capacidade de Carga Pré e Pós COVID-19
Fonte: Statista, 2021
Identificaram-se, igualmente, outras considerações na sequência da crise
pandémica e do ajustamento que o transporte aéreo enfrenta, sobretudo na capacidade de
espaço disponibilizada para as operações da carga aérea, nomeadamente os significativos
congestionamentos do transporte de carga aérea, dado que a procura excede a capacidade
da oferta, provocando o aumento sobre as tarifas do seu transporte e, consequentemente,
os custos que passam ao consumidor final (Statista, 2020).
A ICAO divulgou algumas recomendações, na sequência dos diversos pedidos
resultantes de diferentes stakeholders, sobretudo, das companhias aéreas e dos
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despachantes de carga, com o intuito de promover junto dos reguladores o estímulo para as
trocas comerciais, designadamente:
▪ Flexibilização das regras para as tripulações de aeronaves com transporte
exclusivo de carga, no respeita às medidas de confinamento das
tripulações, assim como para as restrições das faixas horárias nos
aeroportos com operações cruciais de carga aérea (European Union, 2020);
▪ Facilitação dos voos charter, designadamente nas operações aos serviços
essenciais, atendendo a uma maior flexibilidade operacional e financeira
(EASA, 2020);
▪ Autorização temporária de direitos de tráfego suplementares em voos de
carga, pela aplicação a sétima liberdade do ar que refere o “direito de
transportar […] carga entre o território do outro Estado contratante e o
território de terceiro Estado, sem continuar o serviço aéreo para o território
do Estado de nacionalidade da aeronave” (ICAO, 2004, pp. 4.1-10);
▪ Prorrogação de licenças a expirar, nomeadamente as certificações ou
aprovações, como é o caso das licenças de piloto e a respetiva formação
em mercadorias perigosas (ICAO, 2020b).
No entanto as companhias aéreas procuraram encontrar outras alternativas face à
pandemia, fazendo modificações nas aeronaves, em cooperação com os fabricantes e as
autoridades de navegação aérea, de forma a rentabilizar todo o espaço disponível na cabine
de passageiros. Um bom exemplo disso é a companhia aérea Emirates que conseguiu
adaptar a capacidade da sua frota à procura do frete aéreo, conseguindo a proeza de
manter muitas das suas aeronaves a operar com carga aérea em grande escala (Spaeth,
2020b).
Nesta sequência o impacto provocado pelo COVID-19 no transporte aéreo
comercial, em particular, nas aeronaves de passageiros gerou um crescimento do transporte
de carga aérea nesta tipologia de aviões, conforme ilustra a seguinte figura:
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Figura 10 - Transporte Exclusivo de Carga em Aeronaves de Passageiros
Fonte: ICAO, 2020
Atualmente a carga é a principal fonte de receita nas companhias aéreas de
passageiros. A ICAO alerta, os Estado-Membros, para a importância de serem criadas
sinergias conjuntas que promovam o futuro das operações da carga aérea, em particular na
a adoção de políticas de incentivo ao seu transporte. Os Estados-Membros devem, por isso,
atuar preventivamente na adoção de medidas que fomentem ainda mais a flexibilização das
trocas comerciais. O principal objetivo é criar condições de estabilidade e desenvolvimento
ao transporte de carga aérea pelos operadores aéreos com o propósito destes conseguirem
fazer face a situações de crise, não só na atual como em crises futuras. Compreender, não
só as questões estruturais do negócio da carga aérea, como também, as limitações e
desafios que as companhias aéreas encontraram durante a crise pandémica é essencial
para todos os Estados-Membros, pois possibilita o encontro de soluções que permitam
responder adequadamente aos efeitos da crise e contribuir para uma recuperação
económica dos próprios países.
Embora a crise pandémica COVID-19 tenha sido transversal à maioria dos players
do transporte de carga aérea, nem todos têm a mesma capacidade de resposta face ao
excecional aumento de tarifas e taxas, consequente dos custos aeroportuários inerentes à
atividade, e em resposta à crise financeira no setor. Estes custos colaterais, consequentes
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do decréscimo das receitas aeroportuárias como resultado da ausência de passageiros, são
aplicados a todos os stakeholders e por isso é compreensível o acréscimo sentido nas
tarifas e taxas do transporte de carga aérea.
O transporte aéreo de produtos essenciais, medicamentos, materiais médicos e
equipamentos tiveram uma procura exponencial face aos efeitos da pandemia COVID-19,
gerando enormes constrangimentos aos operadores aéreos. Este fator foi determinante na
redefinição estratégica das companhias aéreas face à crescente procura deste nicho de
mercado. Assim muitas das companhias aéreas procuraram converter os seus aviões não
só para rentabilizar o espaço da cabine, como também para aumentar a capacidade do
espaço oferecida em termos de porão da aeronave, com vista a responder à procura do
transporte aéreo neste tipo de produtos.
Embora a Pandemia COVID-19 tenha causado impactos muito negativos no
transporte aéreo, verificou-se também um forte incremento na procura do e-commerce. Este
nicho de mercado teve um rápido crescimento no comércio global e também nos transportes
em geral, especialmente no transporte aéreo. Com a implementação do distanciamento
social, o comércio eletrónico evidencia um crescimento positivo, uma vez que as medidas de
confinamento prolongado são, para já, permanentes, pressionando os consumidores em
geral na procura da compra via online.
2.4 A Retoma das Operações do Transporte de Carga Aérea durante
a Crise do Coronavírus
A pandemia COVID-19 conferiu à carga aérea a uma visibilidade considerável no
quadro da aviação civil. Segundo Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da IATA, “o
transporte aéreo de carga com um melhor desempenho que o transporte de passageiros,
não consegue compensar a queda nas receitas de passageiros. Contudo, a receita da carga
tornou-se uma componente significativamente maior da receita das companhias aéreas
tornando possível às companhias manterem as suas rotas internacionais” (IATA, 2020b, p.
2).
Em 2021 o transporte aéreo de carga prevê-se continuar forte em resultado do
papel significativo que a carga aérea desempenha na distribuição de vacinas e que também
ajudarão a aumentar os volumes de carga. Algumas companhias aéreas, agentes de carga,
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entre outros, estão, temporariamente, a beneficiar desta situação onde a procura excede a
capacidade de oferta. No entanto quando o funcionamento das cadeias de abastecimento
regressar à normalidade, o transporte de carga aérea terá de se reajustar e implementar
processos e normas de segurança, agora atenuadas com a introdução de regulamentos
facilitadores temporários com vista a assegurar a continuidade dos serviços em tempo de
pandemia.
As companhias aéreas e os agentes de carga devem olhar para as rotas críticas
que precisam ser abertas para a viabilidade comercial e estratégica. Aeroportos,
companhias aéreas e agentes de carga também terão que criar percursos exclusivos de
carga aérea para aumentar a eficiência da movimentação de carga, como é o caso da DB
Shencker, agente de carga, que se associou à companhia americana de carga aérea,
National Cargo, para criar uma rota semanal que assiste três continentes (Europa, América
e Ásia).
O regime de alocação de slots ainda será um problema e a necessidade de
flexibilização de slots para operações de carga permanecerá. É nesta área que a
participação das autoridades aduaneiras é absolutamente necessária, uma vez que requer a
colaboração próxima com diferentes serviços localizados nos aeroportos para responder a:
➢ Flutuações da procura de carga aérea em termos de capacidade;
➢ Aprovação de protocolos para a transferência de dados;
➢ Redução do papel e o estímulo à partilha de serviços através das redes
globais (cloud) para os diferentes players.
As companhias aéreas e todas as entidades dos demais negócios da cadeia
logística de carga aérea são frágeis financeiramente, sendo uma indústria com custos
operacionais fixos em aviões, pessoal, combustível, direitos de sobrevoo de espaços
aéreos, taxas de aterragem, prestadores de serviços e materiais, entre outros. Todos estes
serviços precisam ser pagos, exigindo recursos financeiros que nem sempre são garantidos
em virtude da redução do transporte aéreo e das operações irregulares. Os Estados e as
autoridades locais devem compreender o papel essencial que a indústria de carga aérea
desempenha e que é fundamental para manter a sua subsistência e vitalidade. Muitos
governos para impedir a insolvência das companhias já anunciaram ajuda financeira para
apoiar as transportadoras aéreas e outros negócios relacionados com a aviação.
Em 2020 os parâmetros operacionais do número de passageiros e das receitas do
transporte de passageiros foram negativos. O transporte aéreo de carga foi, em 2020,
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inferior a 2019, contudo as receitas no transporte de carga aérea aumentaram em relação
ao ano anterior com uma melhoria acentuada para o comércio internacional e para o
comércio eletrónico (e-commerce),
A IATA analisa e divulga mensalmente resultados do transporte de carga aérea em
termos mundiais. Analisando o mês de novembro de 2020, podemos ter uma melhor
perceção do mercado, relativamente ao transporte de carga, pela Tabela 3, seguidamente
representada:
Tabela 3 - Transporte de Carga Aérea – Mercado Global
Fonte: IATA (2020)
O movimento total de carga aérea medido em toneladas de carga por quilómetro
(CTK) diminuiu 6,6% em comparação a novembro de 2019. O volume de carga aérea
internacional, que é o mais importante para as cadeias de abastecimento globais e domina
as principais rotas comerciais, diminuiu 7,7% em novembro relativamente ao ano anterior.
De acordo com a IATA e, conforme representado na Tabela 3, a capacidade de carga aérea
internacional diminui 21,3% e teve uma contração de 20% para todo o setor em relação ao
mesmo período de 2019, como resultado da redução dos voos operados com passageiros e
da consequente diminuição na procura de passageiros durante a pandemia. Contudo as
taxas de ocupação de carga atingiram valores consideráveis com um aumento de 8,4 pontos
percentuais em novembro. Este aumento indica a contínua procura de carga aérea cuja
resposta permanece aquém das necessidades do mercado, indicando também o
consequente aumento dos custos inerentes ao transporte.
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Tabela 4 - Transporte de Carga Aérea - Mercado Internacional
Fonte: IATA (2020)
No mês de novembro, o movimento de carga aérea por regiões, apresenta
resultados negativos exceto na América do Norte, com um resultado positivo, conforme se
pode verificar na Tabela 4. Relativamente à análise por regiões, constata-se o seguinte:
▪ As companhias aéreas de África apresentaram, em novembro de 2020, uma
queda de 1,7% em relação a novembro de 2019. A capacidade global, medida
em toneladas por quilómetro, de carga disponível (ACTK) diminuiu, em
novembro de 2020, cerca de 19,4%;
▪ As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico registaram uma queda de 9,5%
em relação à carga transportada quando comparado a 2019, no entanto,
registou-se uma pequena melhoria de 2,1% em relação à descida de 11,6%
verificada em outubro de 2020. A capacidade total de carga disponível por
toneladas/quilómetro (ACTK) permaneceu limitada na região, com um resultado
negativo de 25,3%, ao invés dos resultados positivos observados na taxa de
ocupação de carga (CLF) cujo aumento foi de 13.1%, consequentes do
crescimento no transporte de material médico e do e-commerce;
▪ As transportadoras aéreas da Europa têm um desempenho negativo de 13,7%
em relação ao ano anterior, o que representou um saldo negativo de 1,8% em
comparação com outubro de 2020. O transporte aéreo de carga na região foi,
significativamente, afetado pela 2ª vaga do coronavírus. A falta de oferta
continua a ser um desafio, pois a capacidade total (ACTK) diminuiu 24,9% em
novembro, apresentando um aumento de 8,7% na taxa de ocupação de carga
(CLF);
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▪ As transportadoras aéreas da América Latina apresentam um saldo negativo de
19,4% no volume de carga representando um declínio em relação à queda de
12,5% registada em outubro de 2020. A carga aérea na região tal como na
Europa foi afetada pelo ressurgimento da COVID-19. A capacidade total (ACTK)
diminuiu 24,8% em novembro, apesar de recuperar em relação ao resultado
negativo de outubro de 28,9%;
▪ As transportadoras aéreas do Médio Oriente registaram uma queda de 2,2% no
volume de carga em novembro, representando uma quebra de 0,3% em relação
a outubro. A falta de ligações aéreas está a dificultar a recuperação do
transporte aéreo de carga na região. A capacidade total (ACTK) diminuiu 18,6%,
contrariamente, aos valores verificados na taxa de ocupação de carga (CLF)
com um aumento de 10.1 pontos percentuais, face à procura do transporte de
vacinas e do material médico;
▪ As transportadoras aéreas da América do Norte foram, de todas as regiões do
mundo, as que registaram um saldo positivo 1% apesar de ser apenas o terceiro
positivo em 12 meses. Este desempenho em comparação com o restante do
setor foi impulsionado pela crescente procura do comércio eletrónico dos
produtos fabricados na Ásia, com queda de apenas 12,7% na capacidade total,
medida em toneladas, de carga disponível por quilómetro (ACTK) em novembro
de 2020 e consequentemente com um aumento de 8% na taxa de ocupação de
carga (CLF).
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Figura 11 - Capacidade Total de Carga Disponível – Mercado Internacional
Fonte: IATA, 2020
As aeronaves de passageiros, que continuam sem voar, diminuíram 53% na
capacidade de transporte de carga, contudo é compensada por um aumento de 20% nos
aviões cargueiros, conforme se pode verificar no mês de novembro da Figura 11. As
aeronaves de passageiros normalmente carregam cerca de 50% da tonelagem total de
carga aérea (Statista, 2020a). Um aumento na capacidade nos cargueiros e das taxas de
utilização neste ano, não foram suficientes para suprimir a escassez de transporte aéreo,
embora tenha melhorado gradualmente nos últimos nove meses.
A redução da capacidade é quatro vezes maior do que a perda da procura desde
2019, razão pela qual as taxas de carga aérea triplicarem ou quadruplicarem durante a
época alta de embarques e dificuldade de reservas das empresas.
Os fatores de ocupação atingiram um recorde histórico em novembro de 54,3%.
Espera-se que a capacidade diminua face à necessidade de transportar produtos de
emergência médica, como por exemplo, as vacinas COVID-19 cujo movimento já se
encontra a ser implementado junto das farmacêuticas e prevê-se um aumento gradual nos
próximos meses para cumprir a distribuição global à medida que as doses são
disponibilizadas.
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CAPÍTULO III – A Emirates
A Emirates foi fundada como companhia aérea a 25 de outubro de 1985 e iniciou os
seus voos no transporte de passageiros e carga para Bombaim e Karachi, com dois aviões,
um Airbus A300 e um Boeing B737-300, alugados em wet lease (avião e tripulação) à
Pakistan International Airlines (PIA).
A Emirates começa, em julho de 2012, a operar para Portugal, no aeroporto de
Lisboa. Desde então tem crescido rapidamente, no transporte de passageiros e carga,
nomeadamente nas rotas da Ásia e de África. A taxa de ocupação dos aviões na rota de
Lisboa é superior aos 80% da média da companhia, sustenta o diretor-geral da Emirates em
Portugal.
3.1 Evolução Histórica
A Emirates SkyCargo, com sede no Dubai, Emirados Árabes Unidos, foi criada em
1985 como divisão de carga da Emirates. Conta com 35 anos de experiência, tento tido uma
evolução no mercado e uma posição estratégica notáveis. Em sete anos consegue ampliar a
sua rede para 25 destinos e transportar mais de 200.000 toneladas.
A Emirates SkyCargo tornou-se membro, em 2016, da Cargo iQ, no World Cargo
Symposium - IATA, em Dallas, Texas, Estados Unidos da América. Com mais de três
décadas de experiência conseguiram expandir os seus negócios e assegurar a
disponibilidade de uma frota de mais de 260 aeronaves de passageiros, 11 cargueiros e
ainda um mega terminal de carga com 43.600 m2.
O Quadro 8 apresenta, sumariamente, a sua evolução histórica.
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Quadro 8 - Evolução Histórica da Emirates
Ano História
1985 A Emirates inicia as operações de passageiros e carga para Bombaim e Karachi com dois aviões alugados à Pakistan International Airlines (PIA)
1987 Recebe a sua primeira aeronave, um Airbus A310-304, com a matrícula A6-EKA
1989 Voa para 14 destinos - Dubai, Bombaim, Deli, Karachi, Amã, Colombo, Cairo, Daca, Male, Frankfurt, Istanbul, Damasco, Jidá (Jeddah), Kuwait
1992 Encomenda sete aeronaves Boeing B777 e voa para 25 destinos no Médio Oriente, Europa e Sudeste Asiático
1998 A Emirates SkyCargo transportou, durante o ano, mais de 200.000 toneladas de carga
1999 Voa para 50 destinos
2000 Primeira companhia a encomendar o Airbus A380 (sete A380 com opção de mais cinco)
2005 Encomenda de 42 Boeing B777; a Emirates SkyCargo apresenta o SkyChain, para otimizar a performance da gestão central das reservas de carga
2006 A Emirates voa para 87 destinos em 57 países; a Emirates SkyCargo transporta 1 milhão de toneladas de carga; a frota inclui quatro cargueiros Boeing B747-400F
2008 A Emirates SkyCargo inaugura o terminal de carga, com capacidade de 43.600 m2, no Dubai
2009 A Emirates inclui na frota aviões cargueiro Boeing B777F (Freighter); inédito no mundo, o e-commerce (frete eletrónico) é apresentado, com o primeiro voo sem papel entre Maurícia e Dubai
2014 A Emirates SkyCargo transporta mais de 2,3 milhões de toneladas de carga para 147 destinos nos 6 continentes
2015
A Emirates comemora 30 anos de operação; a 10 de novembro, a Emirates SkyCargo, inicia as operações no novo terminal de carga de última geração, o Emirates SkyCentral em Al Maktoum Internacional no Dubai Word Central (DWC)
2016 A transportadora lança a Emirates Pharma, um serviço especializado no transporte de produtos farmacêuticos sensíveis à temperatura
2017 A Emirates SkyCargo lança Emirates Fresh e Emirates Wheels
2018 A Emirates SkyCargo transportou cerca de 500 cavalos em 19 voos charter para os FEI World Equestrian Games
2019
A Emirates faz uma encomenda de 30 aeronaves Boeing B787-9; a Emirates SkyCargo faz mais de 300 operações cargueiro em todo o mundo; a 14 de outubro, lança plataforma eletrónica, Emirates Delivers, de entrega de compras online (e-commerce internacional)
2020 A Emirates realiza, de abril a junho, já no período COVID-19, mais de 200 voos de repatriação
Fonte: Elaboração própria
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A 24 de junho de 2020, a Emirates modifica a cabine da classe económica de 14
aeronaves Boeing B777-300ER, com a remoção dos assentos, conseguindo assim uma
capacidade adicional de carga até 17 toneladas ou 132 metros cúbicos por voo.
Em novembro de 2020, a Emirates começou a voar com o Airbus A380 como
cargueiro temporário, conhecido como Mini Freighters, para agilizar o despacho de carga
adicional necessário em países que vivenciavam uma segunda vaga de COVID-19. Uma
aeronave A380 poderá transportar cerca de 50 toneladas de carga no porão do avião,
correspondendo a pouco menos de 50% da quantidade de carga que um 777F pode
transportar. Esta situação está relacionada com o carregamento de carga na cabine, o qual
tem limitações estabelecidas de acordo com o “Guidance for the transport of cargo and mail
on aircraft configured for the carriage of passengers” da IATA (2020c). Só mais tarde foi
utilizada a capacidade de cabine nos A380. Mas dado que estes equipamentos não estão
devidamente automatizados, por não disporem de uma porta específica (porta de porão)
para o main deck, toda a operação de carregamento torna-se mais morosa e complexa
(Spaeth, 2020b).
3.2 Caracterização da Emirates SkyCargo
A forte capacidade estratégica e o contínuo investimento, na Emirates SkyCargo,
permitiram um desenvolvimento notável, facilitando o comércio global e a movimentação das
mercadorias. Esteve ainda na vanguarda de um desenvolvimento combinado de produtos
inovadores e de um investimento nas respetivas infraestruturas, adequadas a esse mesmo
desenvolvimento.
A crescente incerteza económica, tensão no comércio global e agitação nos
principais mercados caracterizam-se como os principais agentes responsáveis pelo
decréscimo do volume de carga aérea. O ano 2019 já comportava uma incerteza elevada,
no entanto, devido à Pandemia COVID-19, 2020 mostrou-se ainda mais desafiante. Ainda
assim, a Emirates SkyCargo conseguiu ver uma oportunidade e reviu a sua oferta
apresentando-a, aos seus clientes, de forma a garantir a liderança do mercado através dos
seus produtos especializados, recursos e infraestruturas excecionais, bem como através da
sua agilidade em encontrar soluções para as necessidades dos clientes e a sua procura.
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O seu lema de compromisso “Delivery as Promised” apoia-se numa rede global que
cobre mais de 155 destinos centralizados no Dubai. Compreende uma moderna frota de
aeronaves de grande porte e terminais de última geração (Emirates SkyCentral),
conseguindo um bom posicionamento no apoio ao comércio e ao crescimento económico.
Em 2020, com a Expo Dubai, esperava-se um aumento na movimentação e volume de
mercadorias, no entanto, a Emirates viu-se obrigada a adiar as relações com os seus
parceiros devido ao adiamento do evento para 2021.
Pela análise do Relatório de Contas 2019-2020 da Emirates (2020) pode constatar-
se uma redução de 10% no volume de carga transportada, que se deveu a uma diminuição
da capacidade de espaço durante o confinamento no Dubai e ainda, à retirada de uma
aeronave B777. Apesar do ano de pandemia, e fruto dos bons investimentos efetuados no
passado, a Emirates SkyCargo fortaleceu, a sua capacidade de oferta no segmento dos
produtos farmacêuticos, com a abertura de novas instalações em Chicago e em Copenhaga.
Foi, igualmente, possível lançar uma nova plataforma de comércio eletrónico, a
Emirates Delivers (door to door), que proporcionou uma preciosa ajuda a clientes individuais
e pequenas empresas a consolidarem as suas compras online nos EUA e a recebê-las nos
Emirados Árabes Unidos.
Não obstante os efeitos da pandemia COVID-19, a Emirates SkyCargo continuou a
reforçar múltiplos serviços para o transporte de carga ajustada e personalizada a cada
cliente, expandindo ainda mais as suas operações no apoio ao transporte de bens
essenciais e produtos médicos.
De acordo com Nataraja, S., & Al-Aali, A. (2011), num estudo de caso sobre a
Emirates, as estratégias operacionais competitivas, a diversificação de serviços e produtos,
o modelo de negócios competitivo e recursos humanos excecionais são determinantes para
o desempenho excecional de uma organização, sobretudo em cenários adversos.
A Figura 12 representa de uma forma resumida os principais destaques
mencionados anteriormente.
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Figura 12 - Emirates SkyCargo Caracterização
Fonte: Emirates SkyCargo, 2020
3.2.1 Frota Aérea
A Emirates SkyCargo é muito criteriosa com os investimentos que realiza, por isso,
a sua frota aérea é uma das mais jovens e eficientes. Possuem uma idade média de 7,6
anos e são aeronaves de grande porte (widebody). Os voos cargueiros foram introduzidos
para complementar a capacidade de carga disponível nos voos de passageiros.
Garantir eficiência e fiabilidade aos seus clientes é condição indispensável para a
Emirates, razão pela qual mantêm uma frota bem conservada através da relação estreita
com os seus parceiros a fim de assegurar que são utilizadas as tecnologias mais
inovadoras. A frota aérea da Emirates SkyCargo está composta, conforme a Tabela 5:
Tabela 5 - Tipologias de Aeronaves e Características
Modelo da Aeronave Total Características
Airbus A380-800 117 Capacidade: 17.000 kg de carga
Volume: 88m3
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Fonte: Elaboração própria com base na Emirates SkyCargo
Aeronave com a capacidade máxima de passageiros ocupada
transporte, aproximadamente, 8000kg de carga
Boeing 777-300
150
Capacidade: 16.700 kg de carga
Volume: 125m3
Aeronave com a capacidade máxima de passageiros ocupada
transporta, aproximadamente, 21000kg de carga
Boeing 777- F
(Freighter) 11
Capacidade: 107.000 kg de carga
Volume: 550m3
3.2.2 Serviços
Em 2019, a Emirates SkyCargo continuou a lançar serviços especializados para
setores específicos. Emirates Delivers é uma nova plataforma de comércio eletrónico que
permite aos consumidores, tanto clientes individuais como pequenas empresas, comprarem
os seus produtos de qualquer loja de retalho online, com sede nos EUA, e entregá-los nos
Emirados Árabes Unidos. A Emirates Delivers faz parte de uma vasta estratégia da Emirates
SkyCargo, e que tem como propósito promover o Dubai, como um centro de atendimento de
comércio eletrónico, para clientes com base no Médio Oriente, Ásia e Europa. Preveem
expandir o seu negócio para outros destinos, num futuro próximo, como nova fonte de
investimento.
Atendendo a outros serviços do portefólio da Emirates SkyCargo que apresentaram
um forte desempenho de vendas, em condições de mercado muito desafiantes, foi o
transporte de cerca de 11.000 expedições de alta prioridade e ainda de nove voos charter,
exclusivos, ao transporte de cerejas. Alguns exemplos dos inúmeros serviços que a
Emirates SkyCargo disponibiliza aos seus clientes estão identificados na Tabela 6:
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Tabela 6 - Serviços Emirates SkyCargo
Tipologia de serviço Descrição do serviço
Emirates Air Freight
Soluções de frete geral ideais para o rápido e eficiente transporte de todas
as mercadorias.
▪ Emirates Air Freight Priority - velocidade e confiabilidade excecionais quando há uma remessa urgente que deve ser entregue a tempo
Emirates Pharma
Distribuição de medicamentos que salvam vidas e produtos farmacêuticos
com proteção e controle em cada etapa do percurso, com instalações de
refrigeração de última geração no Dubai:
▪ Emirates Pharma - para produtos que podem lidar com pequenas flutuações de temperatura
▪ Emirates Pharma Plus – para produtos farmacêuticos com alta sensibilidade à temperatura
▪ Emirates Pharma Active – para produtos que exigem o máximo de proteção e controle de temperatura
Certificação em 2016 da European Union Good Distribution Practices (EU GDP)
Emirates Fresh
Uma solução para a refrigeração integrada que garante frescura e
integridade do produto para perecíveis e que já transportou mais de
400.000 toneladas de produtos perecíveis:
▪ Emirates Fresh - para produtos que podem lidar com pequenas flutuações de temperatura
▪ Emirates Fresh Breathe - para produtos delicados que possuam necessidade de ventilação
▪ Emirates Fresh Active – para produtos mais sensíveis exijam proteção extrema
Emirates Live
Transporte especializado para animais vivos:
▪ Emirates DOC - assistência especializada para pintos do dia
▪ Emirates Equine – serviços dedicados ao transporte de cavalos, onde o zelo e o cuidado são critérios indispensáveis na assistência operacional equestre
Emirates Safe
Proteção extra e segurança suplementar para mercadorias valiosas e
vulneráveis, apresentando um aumento anual de 6% no volume
transportado de produtos valiosos:
▪ Emirates Valuable – elevados padrões de segurança e na proteção de artigos preciosos
▪ Emirates Vulnerable - segurança melhorada para mercadorias vulneráveis ou de alto risco
Emirates Specialty Soluções personalizadas para carga especializada:
▪ Emirates AOG (aircraft on ground) – transporte urgente de peças para aeronaves (desde pequenas peças, a motor de aeronave com
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14.000kg)
▪ Emirates Wheels - serviços especializados para transporte automóvel, desde frotas comerciais a automóveis pessoais
Emirates Charter Soluções personalizadas para atender às necessidades de cada cliente,
no que respeita ao aluguer total, parcial e/ou combinado da sua frota
Emirates Pets A Emirates Pets garante um serviço exclusivo aos animais de estimação
compatível a uma assistência cuidada e diligente quando e onde quer que
ele voe. Este serviço teve uma procura com um acréscimo de 12%
3.2.3 A Rede
A Emirates SkyCargo conta com uma rede aérea, rodoviária e de parceiros
integrada, capaz de oferecer alcance e capacidade excecionais em todo o mundo.
Inclui uma rede virtual com mais de 300 destinos aéreos, abrangendo mais de 80
países em 6 continentes, garantindo aos seus clientes uma cobertura ilimitada por meio da
extensa rede de camiões.
A indústria do transporte de carga aérea permite, segundo Kasarda & Green (2004)
aproximar mercados remotos de forma eficaz, garantindo que as cadeias globais do
comércio sejam rápidas e seguras. Neste seguimento é defendido que os Estados que
incluam aeroportos com infraestruturas melhor capacitadas, são aqueles que têm maior
vantagem competitiva no mercado, essenciais ao desenvolvimento económico e,
consequentemente, ao aumento do PIB do país.
Rede Aérea
O hub da companhia aérea está localizado no Dubai International Airport (DXB),
com a vantagem geográfica de poder, de forma rápida e eficiente, ligar dois terços da
população mundial em apenas 8 horas às principais regiões do comércio internacional. A
extensa rede global abrange atualmente mais de 155 destinos em 80 países. Tem como
principais escalas de ligação as seguintes cidades indicadas na Tabela 7:
Fonte: Elaboração própria com base na Emirates SkyCargo
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Tabela 7 - Principais Escalas de Ligação da Rede Global
Cidade Descrição
Edimburgo
Lançado a 1 de outubro de 2018, o 2º destino da Emirates SkyCargo na Escócia
e o 8º no Reino Unido, o Aeroporto de Edimburgo, está idealmente localizado
para conexões rápidas com o resto do país e Reino Unido como um todo.
Situados na costa leste, os voos de e para Edimburgo aperfeiçoarão o acesso
logístico para toda a região e permitirão a movimentação de alimentos frescos,
uísque, produtos farmacêuticos e software
Maastricht
Disponível na rede de cargueiros, o Aeroporto de Maastricht Aachen opera
principalmente como uma instalação de manuseamento de carga e está
localizado no extremo sul da Holanda. Idealmente situado entre a Holanda,
Alemanha e Bélgica, o aeroporto tri-fronteiriço tem a capacidade de otimizar o
acesso logístico a toda a região e é uma facilidade chave para o movimento de
alimentos frescos, flores, gado e volumes de grandes dimensões
Tunes
A operar para esta cidade antiga e enérgica, Tunes, a capital da Tunísia no Norte
da África, é mundialmente conhecida pela sua rica cultura, vistas panorâmicas e
ruínas arqueológicas excecionais. As populares praias do Mediterrâneo tornam a
cidade um destino turístico movimentado e os 55 milhões de oliveiras são um
indicativo da paisagem fértil e da indústria agrícola
Bogotá
Com um serviço de cargueiro semanal para Bogotá. A capital colombiana é o 6º
destino de carga da Emirates SkyCargo na América do Sul, oferecendo uma
capacidade de carga semanal de cerca de 500 toneladas para clientes na
Europa, Extremo Oriente e Australásia. Com uma extensa rede de rotas,
juntamente com transporte contínuo por meio do hub no Dubai de última geração,
oferece uma cobertura global para este mercado próspero
Santiago
Capital do Chile e uma das maiores cidades das Américas, Santiago abriga 17,8
milhões de pessoas e está disponível na rede SkyCargo da Emirates desde 5 de
julho de 2018. Repleta de belas paisagens e litorais sem fim, a agitada metrópole
é uma grande exportadora de recursos minerais, consumíveis processados,
frutos do mar e vinho e é um ponto de acesso ideal para o Peru e Buenos Aires
Fonte: Elaboração própria com base na Emirates SkyCargo
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A Emirates é uma das transportadoras aéreas com o crescimento mais acentuado
das últimas décadas, expandindo a sua rede operacional pelos seis continentes, sobretudo
entre o sudeste asiático, a europa e o hub no Dubai (DXB). No ano fiscal de 2017-2018, a
companhia aérea gerou a maior receita da sua operação no mercado europeu,
transportando um total de 56 milhões de passageiros, em toda a sua rede, com uma taxa de
ocupação (PLF) de 77,5%, no segmento de passageiros e com uma movimentação total, no
transporte de carga, em 2,6 milhões de toneladas de frete aéreo (Mirza, 2021).
Segundo Doganis (2010) a rede global de uma companhia aérea permite melhorar
a conetividade para mercados distantes, nomeadamente, as cadeias de abastecimento
globais de forma rápida e fiável.
Pelo referido anteriormente é notável a ampla operação aérea que a Emirates
SkyCargo possui, muito principalmente devido à sua localização geográfica estratégica que
lhe permite chegar a vários destinos principais, conforme se verifica pela Figura 13,
seguinte:
Figura 13 - Mapa Operação Aérea Global Emirates SkyCargo
Fonte: Emirates SkyCargo, 2021
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Rede Rodoviária
A rede de distribuição rodoviária usa veículos de transporte especialmente
configurados para movimentar ULD (paletas e/ou contentores) e garante a articulação com
múltiplos destinos, complementando a rede aérea mediante o ajuste horário dos voos pelas
diferentes escalas, o que permite responder a uma ampla cobertura de percursos até ao
cliente.
A instalação da Emirates SkyCentral, no Dubai, está articulada com um serviço
alfandegário aberto 24 horas por dia e 7 dias por semana, que assegura o cumprimento das
formalidades de controlo aduaneiro das mercadorias, nomeadamente pela introdução dos
procedimentos eletrónicos, com especial destaque para a carga em trânsito, a fim de agilizar
todo o processo de transferência, garantindo deste modo, a rapidez, segurança e o
cumprimento dos prazos de entrega. Uma desenvolvida rede terrestre, fora dos EAU,
possibilita a ligação entre origem/destino cujo transporte por via aérea não consegue,
atualmente, atender às necessidades do consumidor.
Rede de Parceiros
Possuem uma combinada rede de parceiros que oferece acesso a uma das
maiores redes mundiais com mais de 300 destinos. Estabeleceram mais de 170 acordos de
parceria, através duma equipa especializada, com o propósito de encontrar a melhor
solução face às necessidades do cliente e às características da mercadoria.
3.3 SkyCargo em Portugal
A Emirates (EK) inicia a sua operação em Portugal, a 9 de julho de 2012, para o
Aeroporto de Lisboa com voos diários operados em B777.
A primeira companhia a estabelecer ligações de Portugal ao Médio Oriente,
realizava, pré pandemia COVID-19, 18 frequências semanais, com um total de 8500
toneladas de carga exportada durante o ano 2019.
Segundo David Quito, diretor da Emirates para Portugal, a suspensão forçada das
operações aéreas em março de 2020, na sequência das restrições da pandemia e do
cancelamento dos voos de passageiros, teve um impacto negativo nas receitas desse ano.
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A retoma dos voos sucedeu em agosto com a realização de três frequências semanais, no
entanto, dada a evolução favorável e a necessidade de aumentar a operação da companhia
em Portugal para quatro frequências semanais, os resultados estão a correr bem, dadas as
atuais circunstâncias da pandemia, mas muito aquém quando comparados com o ano
anterior (Matos, I., 2020).
Ainda assim, a Emirates SkyCargo foi sendo reconhecida ao longo dos anos como
a Melhor Transportadora de Carga Aérea – Oriente, tendo vencido 7 prémios consecutivos
fruto de iniciativas promovidas pela publicação Transporte & Negócios.
A Emirates SkyCargo é líder no seu setor em Portugal, nomeadamente, na
exportação de mercadorias, no que respeita a equipamentos eletrónicos, componentes
automóveis, calçado e têxteis. Alcançou o transporte de 13.800 toneladas de carga
movimentada de e para Portugal, no ano financeiro de 2018/19 (Pista 73, 2019). Parte da
estratégia da Emirates SkyCargo para Portugal também passou pelo desenvolvimento de
novas parcerias e produtos que vão ao encontro das expetativas e satisfação dos seus
clientes. A carga continua a registar um desempenho fantástico face aos resultados
negativos da pandemia.
A Emirates SkyCargo opera voos regulares de carga para mais de 40 destinos
todas as semanas e em 2019, realizou mais de 300 operações de fretamento em todo o
mundo.
Para contrariar os efeitos devastadores da pandemia a Emirates envolveu-se,
segundo o diretor da EK para Portugal, na repatriação de turistas e cidadãos retidos junto
das embaixadas e consulados. Além disso a companhia também procurou adaptar a sua
frota no transporte da carga. A Emirates SkyCargo, no final de março de 2020, efetuou
operações de carga para 35 destinos, ampliando em julho a sua rede para mais de 100
destinos no transporte exclusivo de carga a nível global, com especial destaque no
transporte de produtos farmacêuticos, medicamentos, alimentos, entre outros (Lopes, D.,
2020).
3.4 A Relação Económica da Emirates em Portugal
A Emirates conta com uma presença de 9 anos em Portugal, desde de 2012 que
Lisboa passou a fazer parte dos destinos da Emirates. Desde então, estima-se que tenham
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sido transportados mais de 2,1 milhões de passageiros e mais de 27.000 toneladas de
carga, de e para Portugal.
De acordo com o diretor comercial da Emirates, Thierry Antinori, Lisboa assume
uma importância geoestratégica, funcionando como uma plataforma de ligação a destinos
estratégicos para a Emirates, como é o caso do Brasil e do continente africano, em analogia
a Portugal onde esta rota cria uma oportunidade excecional de alcançar, rapidamente, os
mercados asiáticos e o do Médio Oriente (Turisver, 2012).
Segundo Doganis (2010) a localização geográfica do hub relativamente aos
mercados que assiste reduz, significativamente, o tempo e custo subjacentes ao transporte
de carga, atendendo à relação de conetividade do tráfego. Assim os tempos de
transferência de carga tornam-se eficazes, viabilizando as conexões entre o tempo de
chegada de um determinado voo e a conexão para a partida de outro voo.
Os fatores políticos e estratégicos são, de acordo com Zondag, elementos que
influenciam decisivamente a escolha da rota numa linha aérea. Alguns dos exemplos
indicados pelo autor referem as inúmeras restrições no espaço aéreo decorrentes da Guerra
Fria. Outro dos casos indica a abertura do espaço aéreo siberiano às companhias aéreas
ocidentais e as consequências significativas desse desbloqueio, permitindo executar rotas
mais económicas e diretas entre diferentes cidades do mundo: voos entre Londres e Tóquio
ou de Nova York e Hong Kong (2006).
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Figura 14 - Mapa da Rede entre Portugal e restantes Mercados Mundiais
Fonte: Emirates, 2020
A Emirates tem uma considerável posição na economia portuguesa, não só pela
importância da rota direta para o Dubai, como também de todos os intervenientes turísticos
e comerciais que acarretam, tais como, operadores turísticos e agências de viagens,
empresas de exportação e de importação nacionais que passaram a ter acesso a mercados
mais competitivos e rentáveis.
O Acordo assinado entre Portugal e Emirados Árabes Unidos para cooperação
económica, foi estabelecido a 17 de novembro de 2012 (Decreto-Lei nº 134/2013), uma
demonstração clara do interesse dos dois Estados em reforçar as trocas comerciais entre si.
Neste sentido compreende-se que a importância do impacto económico do transporte de
carga depende de múltiplos fatores, designadamente, do ambiente político do país onde a
carga aérea opera, considerando que a política de estabilidade dum Estado é determinante
para o desenvolvimento e crescimento das trocas comerciais entre países, permitindo,
assim, aumentar o volume da carga aérea transportada (Doganis, 2010).
O reforço dos acordos bilaterais entre Portugal e EAU na promoção e proteção
recíproca dos investimentos é um contributo significativo, não só, para o investimento entre
os dois territórios, como também, para o fortalecimento das relações comerciais e
empresariais entre os dois países, permitindo a promoção das transações comerciais e o
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acesso a novos segmentos de mercado, quer para Portugal, quer para os EAU (Decreto-Lei
nº 5/2012).
Uma referência significativa entre a Emirates e a economia portuguesa foi o
investimento que a companhia efetuou para aumentar o número de frequências para o
aeroporto de Lisboa, adicionando um segundo voo diário à rota de Lisboa no ano de 2016,
verificando-se um acréscimo de mais de 10 mil lugares por semana, para além da
capacidade de oferta de espaço para a carga aérea nos compartimentos do avião. Este
marco não só trouxe benefícios à própria empresa, permitindo um aumento de clientes,
como a nível turístico e comercial foi bastante proveitoso para Portugal.
A Emirates, em julho de 2019 inicia uma nova frequência para Portugal, desta vez
para a cidade do Porto. Previa-se um voo, quatro vezes por semana, que aumentasse não
só o número de passageiros como também uma capacidade até 18 toneladas de
capacidade de carga, criando a oportunidade para exportadoras portuguesas reforçarem o
seu mercado internacional. Pela proximidade de cidades espanholas como Vigo e Santiago
de Compostela, Porto torna-se uma possível ponte aérea que eleva os padrões de consumo
turísticos.
Ainda durante o ano 2019 a Emirates transportou cerca de 400 mil passageiros de
e para Portugal e um total de carga exportada de 8.500 toneladas. No pré COVID-19 a
companhia representava a única transportadora aérea a operar entre Portugal e os
Emirados Árabes Unidos.
De acordo com um estudo da Frontier Economics, a Emirates tem um impacto no
PIB português de 104 milhões de euros e, direta e indiretamente contribui para uma
empregabilidade de 2.620 pessoas. Relativamente ao turismo registado entre Portugal e os
EAU, em 2019 atingiram-se os 216 milhões de euros, representando um crescimento de
15% comparativamente a 2018, com uma representação de 80% das exportações no
comércio total (Frontier Economics, 2015).
Embora ainda não se saiba qual a dimensão do impacto total que a pandemia
COVID-19 terá na companhia aérea ou mesmo em Portugal, é certo que não será positivo.
A economia portuguesa viu-se privada dos voos da companhia aérea Emirates durante
cinco meses devido a todas as restrições de confinamento e, ainda que, tente recuperar
desse tempo as incertezas continuam a ser grandes e as vagas causadas pelo vírus têm,
cada vez mais, repercussões nocivas na economia.
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Pela primeira vez em 30 anos, a Emirates, enquanto grupo, registou prejuízos
semestrais na ordem dos 3,8 mil milhões de dólares, face ao período homólogo,
representando cerca de 74% de quebra. Ainda que não sejam disponibilizados dados
referentes à operação em Portugal, entende-se que o impacto foi significativo, e não terá
sido pior em virtude das operações com a carga aérea que atuaram como efeito mitigador
neste surto pandémico (Almeida, F., 2020).
3.5 Modelo Conceptual com Base nos Conhecimentos
Na sequência da revisão de literatura pôde-se constatar que a carga assumiu um
papel decisivo durante a pandemia, na sequência das orientações emitidas pelos principais
organismos reguladores e institucionais com o propósito de assegurar a continuidade das
operações do transporte de carga por via aérea e também pela procura das transportadoras
aéreas, para alterar os seus aviões, de forma, a minimizar os prejuízos subjacentes com a
suspensão das cadeias de abastecimento e com paralisação da frota das companhias
aéreas.
Num contexto de pandemia, como o que vivemos atualmente, ter em consideração
estratégias operacionais competitivas assentes numa diversificação contínua de serviços e
produtos, pode ser determinante na mitigação dos efeitos negativos face a um cenário
desfavorável (Nataraja & Al-Aali, 2011).
Atendendo à identificação e análise das variáveis para suporte desta investigação,
foram assinaladas a questão central e posteriormente as questões derivadas. Nesta
sequência as hipóteses foram formuladas em detrimento destas questões e mediante as
variáveis em estudo, conforma ilustra a Tabela 8.
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Tabela 8 - Questões, Hipóteses e Variáveis subordinadas ao Tema do Estudo
Questões (Central e Derivadas) Hipóteses formuladas Variáveis
Qual a relação causa-efeito da pandemia COVID-
19 no transporte de carga aérea para a Emirates
na rota Lisboa-Dubai-Lisboa?
H1 - As restrições da pandemia COVID-19 têm um impacto
negativo no transporte aéreo e são determinantes para o
fluxo da carga aérea.
“AirCargo Flow”
Q1: Qual o contributo do transporte de carga aérea
para a Emirates antes e durante a pandemia Covid-
19?
H2 – As variáveis PIB e Inflação interagem positivamente na
predição do fluxo de carga aérea, na rota LIS/DXB/LIS,
considerando o período pré e durante pandemia COVID-19.
“Year”
“GDP”
Q2: As variáveis económicas, como o PIB e a
Inflação, influenciam o transporte de carga aérea?
H3 – Um comportamento positivo do PIB, Ano e Yield implica
um incremento no fluxo de carga aérea na rota LIS/DXB/LIS.
“Fare”
“Yield”
Q3: O desempenho da empresa é afetado pela
estabilidade económica e pela cooperação entre as
alfândegas?
H4 – A estabilidade política e a sinergia entre as alfândegas
fomentam, positivamente, as trocas comerciais, na procura
de passageiros e mercadorias.
“Inflation”
“GeoHubs”
Q4: A localização geográfica dos aeroportos (LIS e H5 – A localização geográfica dos aeroportos em análise e a “CustomsCoop.”
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Fonte: Elaboração própria
DXB) potencia o aumento do fluxo da carga aérea? rede onde estes estão integrados aumentam o fluxo anual de
carga aérea na rota LIS/DXB/LIS. “GlobalInt.”
Q5: A retoma da atividade do transporte aéreo, ainda
que limitada, influencia o comportamento da tarifa e
do yield?
H6 – O fluxo de carga aérea é reativo ao comportamento da
Tarifa e do Yield em período de pandemia COVID-19.
“PoliticalStab.”
“CovidRes.”
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A seleção das variáveis para esta investigação está na base da revisão de
literatura. Conforme indica a Tabela 8 as variáveis identificadas para esta investigação são
caracterizadas como:
⮞ Variável Dependente:
“AirCargo Flow” - fluxo anual de carga aérea
⮞ Variáveis Independentes:
“Year” – ano civil
”GDP” – produto interno bruto
“Fare” – média da tarifa anual cobrada para a carga aérea
“Yield” – receita gerada em euros por mercadorias versus quilómetros percorridos
“Inflation” – inflação medida pelo índice de preços ao consumidor e reflete a variação
percentual anual no custo para o consumidor médio de adquirir uma cesta de bens e
serviços que que podem ser fixados ou alterados em intervalos especificados ou
anualmente
“GeoHubs” – localização geográfica estratégica dos aeroportos em análise (HUB)
“Customs Coop.” – Cooperação entre alfândegas
“GlobalInt.” – Aeroportos em análise no estudo estão integrados em rede global
internacional
“PoliticalStab.” – Existência de estabilidade política entre Portugal e EAU
“CovidRes.” – Existência de restrições à atividade do transporte aéreo decorrentes da
pandemia COVID-19
Para melhor compreensão da correlação entre as hipóteses elaboradas e a
definição das variáveis para este estudo econométrico, elaborou-se um modelo conceptual
da relação entre as variáveis e as hipóteses, conforme se verifica na seguinte figura.
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Figura 15 - Modelo Conceptual de Relação entre as Hipóteses e as Variáveis
Fonte: Elaboração própria
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Capítulo IV – Metodologia e Procedimentos do Estudo de Caso
4.1 Introdução
O quarto capítulo tem como objetivo a demonstração da metodologia utilizada para
as respostas enunciadas anteriormente. Para o efeito, subdividiu-se em três fases distintas:
a explicação da metodologia do estudo de caso, o método de regressão dos mínimos
quadrados parciais (PLSR) e o método econométrico para dados de painel.
A presente dissertação foi elaborada com suporte nas normas da American
Psychological Association (2020) e de acordo com o Despacho nº 30/2014 de 7 de julho de
2014 da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Normas para a
elaboração e apresentação de teses de doutoramento (aplicáveis às dissertações, trabalhos
de projeto e relatório de estágio de mestrado).
De acordo com diversos autores e investigadores, o valor contributivo da aplicação
de técnicas estatísticas e econométricas é indispensável para atingir a eficiência nos
resultados apurados, tendo o propósito de auxiliar a tomada de decisões tanto ao nível da
gestão, como também, da operacionalização. No entanto a grande maioria dos estudos
científicos não contemplam a inclusão duma análise econométrica com a metodologia de
dados de painel, designadamente, no estudo do transporte de carga aérea e dos impactos
económicos após um evento crítico global. Ainda assim pode-se verificar que as conclusões
obtidas na literatura existente baseiam-se, essencialmente, em pesquisas teóricas. Por essa
razão a escolha desta metodologia, na presente investigação, constitui um desafio, em
virtude dos escassos estudos empíricos que utilizam a mesma metodologia, dado a
impossibilidade de realizar comparações e retirar conclusões válidas a partir dos dados
obtidos nesses mesmos estudos. Contudo esta mesma limitação também constitui um
contributo para o enriquecimento científico e para o setor aeronáutico.
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A análise da variação do fluxo de carga transportada em contextos de pandemia,
pressupõe uma análise de fluxos pré e pós pandemia, através de um conjunto de variáveis e
de abordagens metodológicas.
Os diferentes modelos possuem diferentes particularidades, desta forma este
capítulo pretende apresentar uma revisão de literatura quanto às especificidades desses
modelos e das suas aplicabilidades.
4.2 Metodologia do Estudo de Caso
No panorama português a utilização do modelo de regressão dos mínimos
quadrados parciais (PLSR), assim como do modelo geral para dados de painel, aplicados no
contexto do transporte aéreo é considerado inovador, dado que ainda são raros os estudos
com aplicabilidade dos referidos modelos.
O objetivo desta tese é analisar a importância do transporte de carga aérea num
contexto pandémico, neste caso pela pandemia COVID-19, num estudo de caso da
Emirates na rota Lisboa-Dubai-Lisboa.
4.3 Objetivos do Estudo de Caso
O objetivo principal deste estudo de caso centra-se em demonstrar a importância
estratégica do transporte de carga aérea em contexto de pandemia, designadamente, pelo
coronavírus SARS-COV 2. Tendo em conta o objetivo principal da investigação como ponto
de partida, são definidos três objetivos específicos subjacentes ao propósito central do
estudo:
▪ Analisar os determinantes da procura para a carga aérea na rota
LIS/DXB/LIS;
▪ Determinar a importância socioeconómica do transporte de carga aérea entre
Portugal e Emirados Árabes Unidos;
▪ Identificar o contributo do transporte de carga aérea para a sustentabilidade
organizacional num cenário de pandemia.
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Atendendo à imprevisibilidade dos efeitos de uma pandemia pretende-se, com este
estudo de caso, compreender a causa-efeito do coronavírus num setor vital para a economia
global. Embora grande parte dos setores tenham visto a sua operação suspensa por tempo
indeterminado, a indústria do transporte aéreo continuou a ser indispensável para assegurar
o funcionamento de outros ramos cuja operação manteve a sua atividade, como são os
casos, do comércio de bens essenciais, da indústria farmacêutica e dos suprimentos
médicos.
Assim, selecionada a companhia aérea Emirates, na rota LIS-DXB-LIS, definidas as
variáveis representativas para a obtenção de resultados aproximados, o mais possível à
realidade do contexto atual, e escolhido o método de estudo através da aplicação PLSR,
poderá identificar-se qual foi o contributo da carga aérea para a sustentabilidade da
companhia aérea face à nova realidade pandémica.
Para obtenção de resultados fidedignos, a recolha de dados foi primordial, bem
como, a imprescindível correlação de variáveis, de forma a obter conclusões credíveis e que
considerem a realidade da situação atual. A análise temporal neste estudo de caso é, por
isso mesmo, um fator determinante, uma vez que nos permite avaliar os resultados das
variáveis escolhidas antes e durante o contexto pandémico.
Pretende-se com este estudo que os resultados não contemplem apenas a questão
do volume de carga transportado, mas a relação desta variável com o impacto económico
associado ao contexto pandémico, com o propósito de compreender as repercussões que
este evento teve na companhia aérea e quais os fatores que condicionaram esse impacto.
4.4 Modelo de Regressão dos Mínimos Quadrados Parciais (PLSR)
O modelo de Regressão dos Mínimos Quadrados Parciais (PLSR) é uma técnica
que envolve a redução de dimensão antes de ajustar o modelo de mínimos quadrados. A
abordagem de redução de dimensão transforma as variáveis originais, geralmente por meio
de uma combinação linear das mesmas. Assim, este modelo efetua uma análise
multivariada de dados por uma diminuição de dimensão, onde o objetivo passa pela
eliminação da multicolinearidade no conjunto de variáveis explicativas X, designada por
variável independente, e, com essa diminuição o subconjunto das variáveis descritas é
aprimorado de modo a prever a variável dependente Y. Desta forma é possível efetuar uma
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análise simultânea de múltiplas relações de dependência e independência entre variáveis
latentes, por meio de variáveis observadas.
Este modelo foi desenvolvido por Herman Wold, nos anos 60, tendo sido
inicialmente desenvolvido para aplicação em econometria e mais tarde tendo sido adaptado
na quimiometria (Tenenhaus, 1998). É denominado por Mínimos Quadrados Parciais
(Partial Least Squares) porque os parâmetros são estimados por via de uma série de
regressões de mínimos quadrados, enquanto que o termo “parciais” decorre do
procedimento de estimação iterativa dos parâmetros em blocos (por variável latente) em
detrimento de todo o modelo, simultaneamente (Lee et al., 2011).
Preferencialmente, o modelo de regressão dos mínimos quadrados parciais, é
considerado como uma técnica e predição, e não de interpretação, embora alguns trabalhos
possam fazer interpretação dos fatores extraídos (Morellato, 2010). Em virtude desta
metodologia ter este carácter de predição, a sua aplicação torna-se interessante na
monitorização do transporte de carga aérea, pois a comparação dos valores preditos pelo
modelo aos valores observados traz informação útil do comportamento aéreo antes e
durante a pandemia COVID-19.
A aplicabilidade deste tipo de modelo é aceite por vários setores de atividade, tais
como: química, ciências agrárias, ambiente, genética, energia, segurança, medicina, entre
outros.
O seu autor, Herman Wold, abordou vários estudos e melhorou as suas
abordagens com base nas suas conclusões e nas conclusões de outros colegas da sua
área, a economia. Por este fato, foi eleito como membro do Instituto de Estatística e
Matemática, o American Statistical Association e da Academia Sueca de Ciências. Foi ainda
membro honorário da Royal Statistical Association, a American Economic Association e da
Academia Americana de Artes e Ciências. Segundo Cavaco (2016), considerando os
contributos de H. Wold nesta área, “estudou diferentes técnicas de estimação usando
procedimentos iterativos, a partir dos quais desenvolveu um método especial denominado
de ponto fixo” (p. 14). Foi através dum algoritmo iterativo de mínimos quadrados ordinários
(MQO), do inglês Ordinary Least Squares, que se tornou possível estimar os coeficientes de
um sistema de equações simultâneas. Contudo, após uma conferência sobre o método do
ponto fixo, em 1964 na Universidade da Carolina do Norte, decidiu modificar o seu
algoritmo, pelo que estendeu-o ao cálculo de componentes principais. Pouco tempo depois,
aplicou ainda o algoritmo para o cálculo das correlações canónicas. Segundo Wynne W.
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Chin "A abordagem PLS tem as suas origens em 1966 quando Herman Wold apresentou
dois procedimentos iterativos usando mínimos quadrados (Least Squares), estimativa para
modelos individuais e múltiplos componentes e para a correlação canônica" (Chin, 1998, p.
297).
O Nonlinear Iterative Partial Least Squares (NIPALS), um algoritmo padrão, teve
origem nos dois procedimentos anteriores, em que uma sequência iterativa de regressões
simples, utilizando o modelo dos mínimos quadrados ordinários (MQO), permitia calcular as
componentes principais. Herman Wold também demonstrou o modo como uma sequência
iterativa de regressões múltiplas, utilizando MQO, possibilitava calcular as correlações
canónicas. Em 1977, é desenvolvido o algoritmo PLS, algoritmo esse que viabilizou o
encontro das variáveis latentes, de acordo com Fornell: “Em 1977, os dois algoritmos
iterativos, de H. Wold, foram seguidos pelo algoritmo PLS geral, originalmente, designado
por NIPALS para LS (least squares), estimação de modelos de caminhos com variáveis
latentes" (Fornell e Cha, 1994, p. 52).
Os interesses de pesquisa em PLS passaram a ter aplicações na área da química,
tendo sido Svante Wold, filho de H. Wold, o responsável por esta transição. Na década de
1980, em conjunto com Harald Martens, foi adaptado o método NIPALS (algoritmo padrão
usado para o cálculo dos componentes da regressão PLS), originalmente, desenvolvido pelo
seu pai Herman Wold em 1966 (Tenenhaus, 1998), para a resolução do problema de
multicolinearidade em modelos de regressão lineares. Desenvolveu, ainda, outro ramo das
técnicas PLS em química, como foi o caso da PLSR.
Como referido anteriormente, a PLSR, remove o problema de multicolinearidade
num modelo de regressão. Existe um número elevado de variáveis explicativas (X), com
uma relação de dependência extrema entre elas, onde os coeficientes de um modelo de
regressão têm que ser avaliados, existindo assim multicolinearidade. Esta multicolinearidade
pode levar a uma dificuldade acrescida na interpretação da equação de regressão devido
aos sinais dos coeficientes erráticos. Coloca-se a questão de como reduzir a
dimensionalidade de X, ora a solução passa, geralmente, por encontrar um conjunto de
novas variáveis que são criadas como uma combinação linear das originais, eliminando o
problema da multicolinearidade. Recentemente, o método das componentes principais, é
uma técnica de referência na redução de dimensionalidade.
Devido às suas exigências mínimas, relativamente às suas escalas de medição,
tamanho da amostra e distribuição residual, a PLS assume-se com uma ferramenta de
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análise poderosa (Vicente, 2015). E não carece que os dados sejam de distribuições
normais ou conhecidas (Falk e Miller, 1992).
Quando os fatores são demasiados e altamente colineares, considera-se que os
mínimos quadrados parciais sejam um método de construção de modelos preditivos. Tendo
em consideração que o foco não será, necessariamente, a compreensão da relação
subjacente entre as variáveis, mas sim na previsão das respostas.
A PLS pode ser uma ferramenta útil quando não existe a necessidade prática de
limitar o número de fatos medidos, dado não ser adequada para a triagem de fatores que
tenham um efeito negligenciável na resposta.
Segundo Vicente (2015), o modelo de regressão PLS permite, não só, a
identificação de fatores (combinações lineares das variáveis X) que melhor modelam as
variáveis dependentes Y, como também, trabalha com a eficiência dos conjuntos de dados
onde existem variáveis altamente correlacionadas e que apresentam ruído aleatório
considerável. A PLS relaciona uma ou mais variáveis resposta Y como uma técnica de
análise de dados multivariada, com diversas variáveis independentes X, com base no uso de
fatores.
A PLS é uma técnica que sintetiza dois conjuntos de dados, X e Y, por via de
variáveis latentes, sendo que Y representa um conjunto de respostas e X um conjunto de
indicadores (Tenenhaus et. al, 2007). De acordo com Vicente (2015, p. 35) “os componentes
da regressão PLS denominados por t₁, ..., tₘ encontram-se relacionados com X e retritos a
serem ortogonais. Os componentes da regressão PLS denominados por u₁, ..., uₘ
encontram-se relacionados com Y e não têm restrições ortogonais. X₀ e Y₀ apresentam-se
como blocos centralizados de X e de Y. De acordo com Höskuldsson (1988), o componente
da regressão PLS, hᵗʰ, tₕ = Xₕ₋₁ wₕ e uₕ = Yₕ₋₁ cₕ, é obtido através do critério de
maximização de Tucker (1958), descrito da seguinte forma:
cov² (Xₕ₋₁ wₕ , Yₕ₋₁ cₕ) = var (Xₕ₋₁ wₕ) corr² (Xₕ₋₁ wₕ, Yₕ₋₁ cₕ) var (Yₕ₋₁ cₕ), sujeito às
restrições | wₕ |= | cₕ |=1.”
Em conformidade com Geladi e Kowalski (1986) uma abordagem mais simples à
metodologia PLS, numa estimativa de regressão, passa pela construção de um modelo que
reflita uma relação entre Y e X (como Y = XB + E). Segundo Vicente (2015, pág. 48 e 49) “a
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PLS produz scores dos componentes como combinações lineares das variáveis originais X
para que a correlação entre os componentes identifiquem as variáveis utilizadas no modelo
final, de modo a serem removidas. Para se ter Y = XB + E, primeiro é necessário obter T =
XW + F (E e F são termos de erro) por extração dos fatores. T é uma matriz de pontuação
para um componente W matriz peso adequado, calculada através da maximização da
covariância entre as respostas e os scores fatoriais correspondentes. A matriz dos scores T
resume as variáveis X. Posteriormente, o modelo de regressão linear de Y em U é estimado
para obter C, contendo as cargas para Y: L = YC + G (G é um termo de erro). Uma vez que
as cargas são calculadas C, este modelo de regressão é equivalente a Y = XB + E, com B
= WC, o qual pode ser utilizado como um modelo de regressão preditivo (Morellato, 2010).”
O método VIP (importância variável na projeção) foi utilizado para simplificar este
modelo, identificando os preditores mais relevantes. Assim, todas as variáveis resultam de
uma pontuação VIP>0,8 (Wold, 1994).
Resumidamente, através da metodologia PLS é possível determinar o
comportamento de um determinado modelo, durante um período de tempo determinado, a
partir de um conjunto de variáveis independentes e explicativas e onde as variações
ocorridas ao longo das diversas variáveis estão, diretamente, relacionadas com uma
variação (Wooldridge, 2005; Vicente, 2015). Desta forma, pode-se afirmar que esta
metodologia, mediante um conjunto de variáveis pré-selecionadas e indicadas, sejam alvo
de uma observação repetida, durante um período de tempo determinado, permite uma
análise estatística de dados (Wooldridge, 2005; Vicente, 2015).
4.4.1 Aplicabilidade do Modelo de Regressão PLS
Conforme referido anteriormente o modelo de regressão PLS pode ter uma
aplicabilidade abrangente a vários setores de atividade. Desde a área da química, à
economia e mesmo ao turismo ou até à vinicultura. Segundo os autores Kelly e Pruitt (2015),
Fuentes et al. (2012), McWilliams e Montana (2010), Jia et al. (2009) e Wold et al. (2001)
pode ser aplicável em time series. Por sua vez, segundo os autores Kelly e Pruitt (2013) e
KubberØd et al. (2002), também pode ser aplicado em cross-section. Além disso esta
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metodologia é, segundo os autores Malec (2014), Wang et al. (2012), Krishnamurthy et al.
(2007) e Yin et al. (2006), aplicável em dados de painel.
De uma forma sumária e pela pesquisa efetuada foi possível encontrar estudos
indicados no Quadro 9 que aplicam o modelo PLSR:
Quadro 9 - Trabalhos com Aplicabilidade do Modelo de Regressão dos Mínimos Quadrados Parciais
Autor Publicação/Revista Objetivo do Estudo Amostra
Cohen, Pant, &
Sharp (1994)
Behavioral Research in
Accounting (Bria)
Investigar os determinantes
comportamentais da agressividade
do auditor nas relações com os
clientes.
62
Rodgers (1999) Journal of Economic
Psychology (JEP)
Avaliar a influência da perceção de
risco económico e do risco de gestão
sobre o julgamento e a tomada de
decisão.
268
Hartmann (2005) Abacus (ABA)
Avaliar a relação entre a incerteza na
tarefa, a incerteza ambiental e
tolerância para a ambiguidade em
medidas de desempenho de
contabilidade.
250
Chen, X., Li, H.,
Yap, C. W., Ung, C.
Y., Jiang, L., Cao,
Z. W., Li Y. X., &
Chen Y. Z. (2007)
Computer Prediction of
Cardiovascular and
Hematological Agents
by Statistical Learning
Methods,
Cardiovascular &
Hematological Agents
Avalia algoritmos para representar e
extrair adequadamente as
propriedades estruturais e físico-
químicas de compostos relevantes
para a previsão de agentes
cardiovasculares e hematológicos.
297
Trejo, L., Knuth, K.,
Prado, R., Rosipal,
R., Kubitz, K.,
Kochavi, R.,
EEG- Based Estimation
of Mental Fatigue:
Convergent evidence
Identificação do nível de fadiga
mediante análise de EEG.
16
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações 105
Matthews, B., &
Zhang, Y. (2007)
for a three-state model
Juthberg, Christina
(2008)
Samvetsstress hos
vårdpersonal i den
kommunala
äldreomsorgens
särskilda Boenden
(Stress moral em
enfermeiros e auxiliares
de enfermagem em
asilos especiais)
Analisar/ estudar a correlação entre o
conceito de consciência moral e o
stress profissional
102
Ariffin et
al., (2013)
Academic Journal of
Interdisciplinary
Studies
Identificar a relação entre a
Imagem Corporativa das
Companhias Aéreas e as
expectativas dos passageiros.
546
Wang &Tian (2013) International Journal of
Nonlinear Science
Fatores que influenciam as flutuações
nos preços dos combustíveis
45
Wang et al., (2014) Journal of Analytical
Methods in Chemistry
Análise quantitativa de adulterações
da farinha de aveia por
espectroscopia.
300
Lau & Roopnarain
(2014)
The British Accounting
Review
Os efeitos das medidas financeiras e
não financeiras na motivação dos
funcionários na participação e na
definição dos objetivos.
149
Baltaci et al., (2015) Journal of Economics
and Behavioral Studies
Determinar a relação entre o
transporte aéreo e o crescimento
económico na Turquia.
26
Vicente, J. (2015)
Três ensaios sobre a
aplicação de modelos
Identificar e compreender os fatores
que potenciam o desenvolvimento de
55
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações 106
estatísticos em
problemas de gestão
aeronáutica.
novas rotas aéreas, de forma a
expandir a rede aeroportuária,
nomeadamente, para os mercados
Chinês e de Taiwan, a partir do
aeroporto internacional de Lisboa.
Cavaco, R. (2016)
Os determinantes
responsáveis pelo
comportamento das
receitas totais numa
companhia aérea do
tipo tradicional (legacy):
um estudo empírico
usando a PLSR.
Determinar os fatores que
influenciam a receita total. 3.672
Löfroth, J., &
Wiklund, S (2018)
A multivariate process
analysis on a paper
production process
Analisar com base no método PLSR
ajudando a SCA Obbola a garantir
uma alta produção de papel a longo
prazo. Identificar se as variáveis de
preditiva já conhecidas pela empresa
afetam a produção com base no
PLSR
616
Fonte: Elaboração própria (adaptado de Nascimento e Macedo, 2016)
4.4.2 Vantagens e Desvantagens da Utilização do Modelo PLSR
O modelo de regressão PLS apresenta várias vantagens, destacando-se as
seguintes (Morellato, 2010):
▪ Modelação de regressões com múltiplas variáveis;
▪ Aceite;
▪ Alto poder de predição pelos fatores produzidos, em resposta às altas
covariâncias com as variáveis.
Quando a dimensão das amostras não é elevada, em que as observações
realizadas no estudo são diminutas, a técnica de regressão PLS mostra-se ser vantajosa por
fornecer uma solução criada pelo problema de multicolinearidade em modelos de regressão
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(Wold, 1979 e Barclay et al., 1995). Além de ser adequada em situações altamente
complexas onde a compreensão teórica é pouco desenvolvida, precisamente por ser mais
apropriado para fins preditivos (Chin et al., 2003).
No entanto, é necessário referir que o modelo de regressão PLS pode apresentar
algumas desvantagens, tais como (Wold, 1979 e Barclay et al., 1995):
▪ Maior dificuldade na interpretação das cargas dos fatores;
▪ Testes de significância de estimação dos coeficientes de regressão são
realizados por métodos de reamostragem, pelas respetivas distribuições não
serem conhecidas;
▪ Falta de estatísticas de teste para o modelo.
Segundo os autores Morellato (2010), Wold et al. (2001) e Tenenhaus (1998) o
modelo de regressão PLS apenas possuí o teste de validação cruzada e os testes de
qualidade – VIP das variáveis nos diversos fatores ou componentes.
4.5 Modelo Geral para Dados de Painel
Após uma análise a diferentes abordagens metodológicas e, tendo em conta as
vantagens encontradas no modelo geral para dados de painel, optou-se então pela
utilização desta metodologia para a análise econométrica. Esta metodologia permite analisar
uma grande quantidade de dados, aproximando-os mais da realidade, possibilitando ainda
ultrapassar algumas falhas, como no caso de estudo desta dissertação.
De uma forma geral, a utilização de técnicas estatísticas e econométricas são
comumente utilizadas de uma forma eficiente para extração de informações úteis que
ajudem nas tomadas de decisão necessárias. No entanto, não se encontram discussões de
métodos econométricos para dados de painel na maior parte das publicações científicas.
Ainda assim, mediante um processo de investigação compreende-se que a utilização de
dados painel permite uma resposta satisfatória a algumas questões difíceis. Segundo o
autor Wooldridge (2011) os dados de painel permitem a elaboração de modelos mais
realistas por unirem as vantagens de duas metodologias (séries transversais e séries
temporais) e que permitem ultrapassar dificuldades e falhas.
Alguns autores, como é o caso de Gujarati e Porter (2011), referem-se a dados de
painel como dados longitudinais, isto porque consideram que os mesmos são conjuntos de
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observações que combinam time series (séries temporais) e cross sections (dados
seccionais), proporcionando uma análise simultânea de respostas de variáveis dependentes
à mutação de variáveis explicativas, e que podem acontecer ao longo de um período de
tempo ou entre indivíduos (regiões, países, etc.). Segundo o autor Seetaram (2010) este
modelo possibilita, ainda, o estudo de modelos de comportamento mais complexos.
Este modelo proporciona, ainda, uma análise econométrica de um conjunto de
dados, através de observações repetidas durante um determinado período de tempo e que,
através de um modelo geral de regressão linear, pretende estimar o valor de uma
determinada variável dependente, uma vez que, existe um conjunto de variáveis pré-
estipuladas como base (Wooldridge, 2002 e 2012). Assim, é possível determinar o
comportamento de um determinado modelo Y, ao longo de um período de tempo t e a partir
de um conjunto de variáveis independentes (frequentemente denominadas variáveis
explicativas ou regressores) X.
Cada vez mais áreas de diversos setores utilizam o modelo de regressão para
dados de painel, uma vez que, para vários períodos temporais podem estar disponíveis
quantidades elevadas de dados de indivíduos (pessoas, empresas, municípios, países, etc.)
e não em apenas uma cross section (Gujarati e Porter, 2011).
A metodologia econométrica para dados de painel tem as suas especificidades,
nomeadamente os principais métodos de estimação que são os efeitos fixos e os efeitos
aleatórios (Marques, 2000):
▪ Efeitos fixos – método de estimação que elimina todos os efeitos que não
sofram qualquer alteração durante o período temporal do objeto de estudo.
Assume assim, a hipótese de homogeneidade das observações;
▪ Efeitos aleatórios – ao contrário do método anterior assume-se uma
heterogeneidade dos indivíduos, ou seja, não é possível prever o
comportamento de algumas variáveis durante o período temporal do objeto
de estudo.
É importante referir que enquanto o primeiro método é capaz de promover uma
melhor qualidade de resultados, quando se trata de uma amostra relativamente extensa, o
segundo método, por sua vez, é capaz de obter resultados de qualidade independentemente
do tamanho da amostra em análise, permitindo, desta forma, maior profundidade de
obtenção e correspondente interpretação dos resultados de estimação. Esta diferença pode
ser explicada devido ao fato de que no método de efeitos fixos, quanto maior for a dimensão
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da amostra maior será o número de parâmetros que necessitem de estimação, aumentando,
assim, o grau de dificuldade e morosidade. Em contrapartida no método de efeitos
aleatórios, a qualidade dos dados deve-se, essencialmente, à inexistência de correlação
entre os efeitos que são observados e os que não são.
4.5.1 Aplicabilidade do Modelo Geral para Dados de Painel
Após uma conferência realizada em Oxford, em 1988, com o propósito de abordar
temas relacionados com o transporte aéreo e com o turismo, a utilização desta metodologia
despertou o interesse de vários investigadores (Kitamura, 1990). Na sequência desta
conferência, ocorreu outra similar no ano seguinte, em Yokohama, onde se pôde constatar a
aplicação deste tipo de metodologia em diversas áreas, como por exemplo: na engenharia,
na medicina, nas ciências sociais, e ainda com maior incidência no campo da economia, do
transporte aéreo e do turismo.
Como referido a aplicabilidade do modelo geral para Dados de Painel é abrangente
e alguns dos trabalhos anteriormente referidos na aplicabilidade do modelo de regressão
PLS também utilizaram este modelo, dando primazia aos autores portugueses, tais como:
▪ Rui Jorge Cavaco (2016) - Os determinantes responsáveis pelo
comportamento das receitas totais numa companhia aérea do tipo
tradicional (legacy): um estudo empírico usando a PLSR;
▪ José Manuel Vicente (2015) - Três ensaios sobre a aplicação de modelos
estatísticos em problemas de gestão aeronáutica;
▪ Luís Lopes Ribeiro (2018) – A importância da TAP Air Portugal na economia
portuguesa: um estudo empírico usando a PLS-R.
Pela possibilidade de análise de uma grande quantidade de dados, durante um
período temporal, foi possível utilizar o modelo em outros estudos, nomeadamente na área
do transporte aéreo e do turismo. Foram realizados estudos que analisaram a qualidade das
ligações aeroportuárias, de e para grandes cidades, envolvendo a observação de dados em
treze países. Foram ainda efetuados estudos para verificar até que ponto a qualidade destas
infraestruturas podiam ou não influenciar a atratividade dos passageiros, aumentando assim
o seu fluxo (Khadaroo & Seetanah, 2007). Este tipo de estudos permite que os países
possam tomar as suas decisões com base em informação de modelos mais realistas.
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4.5.2 Vantagens e Desvantagens da Utilização dos Dados de Painel
Segundo os autores Stock e Watson (2003), o modelo geral para dados de painel é
um método que visa o controlo de algumas variáveis omitidas, sem a necessidade da sua
observação, através de um tipo específico de dados, observados em um ou mais espaços
temporais.
A possibilidade de união de dados dispostos em time serie e em cross sections
trouxe vantagens, o que fez com que os métodos de dados de painel e as suas técnicas de
estimação se tenham desenvolvido rapidamente. É possível utilizar um número maior de
observações e ainda assim manter a qualidade na interpretação de dados. Além destas
vantagens, podemos ainda referir as seguintes:
▪ Redução do risco de multicolinearidade, porque os dados dispostos entre as
observações de cross section apresentam estruturas diferentes;
▪ Maior acesso a um conjunto de informação, a partir da combinação de time
series com a informação entre observações de cross section;
▪ Aumento da eficiência e da estabilidade de dados, aplicando métodos de
estimação adequados e testes de hipóteses que permitem uma escolha
segura entre diferentes estimações;
▪ Capacidade de introduzir ajustes dinâmicos, o que não é possível na análise
de cross section.
No entanto, e embora a sua aplicação tenha sido amplamente diversificada, não se
pode afirmar que o modelo não tenha os seus pontos negativos. E as desvantagens neste
modelo podem ser:
▪ Enviesamento resultante da heterogeneidade entre os indivíduos;
▪ Enviesamento resultante da seletividade dos indivíduos que constituem a
amostra;
▪ Escassez de informação pode provocar uma maior ocorrência de erros;
▪ Instabilidade nas previsões, na utilização de regressões lineares em
detrimento das dinâmicas.
A escolha das variáveis é deveras importante na utilização desta metodologia, uma
vez que a escolha das mesmas deve cumprir a finalidade do investigador. Existe uma
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relação linear entre uma variável dependente Y e as variáveis independentes X (Wooldridge,
2011).
4.6 Pressupostos e Considerações acerca da Recolha de Dados
Estatísticos
Para o desenvolvimento desta dissertação de mestrado definiram-se variáveis
qualitativas e quantitativas, de forma a que a recolha de dados fosse ao encontro dos
objetivos previamente definidos. A ANA (Aeroportos de Portugal, S.A.) forneceu os dados
que foram compilados para a pesquisa em questão. Foram realizadas 9 observações, para a
rota LIS-DXB-LIS, ao longo de 9 anos, desde 2012 a 2020. Contudo o ano de 2012 não é
representativo para a amostra, dada a pouca relevância de dados apresentada, existindo
valores apenas de outubro e dezembro desse mesmo ano. O Quadro 10 evidencia as
variáveis escolhidas para o modelo no presente estudo:
Quadro 10 - Descrição dos Dados Recolhidos
Variável Definição Fonte Tipologia da
Variável
“AirCargo Flow” Fluxo anual de carga aérea, em
toneladas ANA Aeroportos Quantitativa
“Year” Ano civil
Elaboração própria
(adaptado de
Vicente, 2015)
Quantitativa
“GDP” Global Domestic Product (PIB a
preços de mercado)
World Data Bank
(www.worldbank.org) Quantitativa
“Fare” Média da tarifa anual cobrada
para a carga aérea ANA Aeroportos Quantitativa
“Yield”
Yield is Revenue in Euros per
RPKs. (Receita gerada em euros
por mercadoria versus
quilómetros percorridos)
ANA Aeroportos Quantitativa
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“Inflation”
A inflação é medida pelo índice
de preços ao consumidor e reflete
a variação percentual anual no
custo para o consumidor médio,
de adquirir uma cesta de bens e
serviços que podem ser fixados
ou alterados em intervalos anuais
e/ou especificados.
World Data Bank
(www.worldbank.org) Quantitativa
“GeoHubs”
Localização geográfica
estratégica fazendo com que os
Aeroportos em análise são
considerados de hub = 1;
ausência = 0.
Elaboração própria
(adaptado de
Doganis, 2010)
Qualitativa
“CustomsCoop.”
Existência de
relações/procedimentos
favoráveis nas Alfândegas dos
aeroportos em análise = 1;
ausência = 0.
Elaboração própria
(adaptado de
Doganis, 2010)
Qualitativa
“GlobalInt.”
Aeroportos em análise integrados
em rede global internacional = 1;
ausência = 0.
Elaboração própria
(adaptado de
Doganis, 2010)
Qualitativa
“PoliticalStab.”
Existência de estabilidade política
em Portugal e nos Emirados
Árabes Unidos = 1; ausência = 0.
Elaboração própria
(adaptado de
Doganis, 2010)
Qualitativa
“CovidRes.”
Existência de restrições à
atividade da aviação derivadas à
pandemia COVID-19 = 1;
ausência = 0.
Elaboração própria
(adaptado de
Doganis, 2010)
Qualitativa
Fonte: Elaboração própria (adaptado de Vicente, 2015 e Doganis, 2010)
4.7 Fases do Processo Científico
Para que possamos validar os objetivos propostos nesta tese foi necessário um
raciocínio lógico que permitisse não só o encadeamento das hipóteses, como também a
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análise das mesmas. Desta forma, com base na sugestão de Quivy e Campenhoudt (2008,
p. 26) seguimos três pilares que, segundo estes autores, são considerados os “atos de
procedimento” que devem constar em todos os trabalhos de investigação, e que consistem
em:
▪ Rutura – qualquer um de nós traz consigo ideias pré-concebidas em relação
a diversos pontos, por vezes, as mesmas podem inclusivamente enviesar
toda a análise que fazemos. Dessa forma, defende-se que este eixo rompa
com essas ideias pré-concebidas e com as falsas evidências, por forma a se
conseguir a construção de uma base sólida de pesquisa;
▪ Construção – para construirmos propostas e planos de pesquisa científica
sólidos é necessário um ponto fundamental de partida, a teoria. É com base
nesta teoria que se definem os passos a serem executados e uma previsão
dos resultados que se podem esperar. Sem esta construção não se
alcançarão propostas válidas;
▪ Constatação – também denominada por experimentação, considerando que
uma proposta de pesquisa pode ser avaliada por informações de realidade
concreta, considerando-a assim como pesquisa científica.
Embora exista uma independência entre estes três pilares, os mesmos estão
interligados e podem ocorrer mais do que uma vez num processo de pesquisa científica. A
construção não pode ocorrer sem que primeiro exista uma rutura e por fim uma constatação.
A qualidade estará sempre associada à qualidade da construção da pesquisa científica.
A Figura n.º 16 representa as fases do modelo de investigação utilizado para este
processo do estudo científico:
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Figura 16 - Etapas Processo de Investigação Científica
Fonte: Elaboração própria
Etapa 1 – definição da questão inicial, questão essa que permite compreender
melhor a situação que é alvo de estudo. Como tal, deve ser clara, realista e que
corresponda a uma realidade. Deve-se fazer uma abordagem a estudos que já existam, por
forma a conseguir-se justificar e fundamentar as descobertas do estudo e transformar o
mesmo em algo novo.
Etapa 2 – como explorar o tema, por via de leitura de revisão bibliográfica e por
uma recolha exploratória de dados. É importante que a escolha seja de fontes seguras e
que permita fundamentar o objetivo do estudo, para que se possa extrair alguma análise de
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dados semelhantes e, como os mesmos que foram interpretados nesses estudos, sirvam de
suporte comparativo do estudo a efetuar.
No que concerne à recolha exploratória de dados, esta é complementar à revisão
bibliográfica e muitas das vezes ajuda a definir com maior precisão a problemática ou
questão inicial. Mostram, muitas das vezes, aspetos que durante uma leitura bibliográfica ou
pela experiência do pesquisador não foram possíveis de alcançar. A recolha de dados, da
presente investigação, foi efetuada através de consultas de registos estatísticos pelo World
Data Bank e da ANA Aeroportos.
Etapa 3 – se por um lado a questão inicial coloca em questão um problema,
podendo ser considerada uma forma de interrogar o objeto de estudo, por outro a
problemática é o momento em que se realiza um levantamento de problemáticas possíveis,
evidenciando quais as suas características e comparando-as.
Etapa 4 – aborda a construção do modelo de estudo escolhido, passando pela
definição das variáveis e da forma como estas podem correlacionar-se com as hipóteses a
serem criadas. No caso desta investigação, a construção do modelo foi com base no
método estatístico (PLSR) com auxílio do software XLSTAT (versão 2020.5.1.1071),
utilizando dados de painel, enumerando as vantagens e desvantagens destas metodologias
e em que outro tipo de investigações já foram aplicadas.
Etapa 5 – compilação de dados de estudo, compreende quais os dados úteis que
podem ser utilizados para a confrontação com o modelo de análise escolhido. No caso esta
investigação científica passou por uma escolha criteriosa dos dados em estudo, com o
objetivo de responder à questão inicial: qual é a relação causa-efeito da pandemia COVID-
19 no transporte da carga aérea para a Emirates na rota LIS/DXB/LIS. Isto significa que a
verificação e discussão foram efetuadas, não só, através dos resultados obtidos, como
também, pela análise do comportamento dos determinantes, ou seja, do peso das variáveis
independentes na variável dependente.
Etapa 6 – análise dos dados que o modelo escolhido forneceu, corresponde ao
resultado esperado quando colocadas as questões de pesquisa. De que forma se pode
avaliar, comparar e mensurar, com o objetivo de se confirmar ou rejeitar o contributo desta
rota no transporte de carga aérea durante a pandemia COVID-19, ou seja, a análise é
efetuada para comprovar ou refutar a contribuição de cada variável independente na
variação do fluxo de carga aérea na rota Lisboa-Dubai-Lisboa.
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Etapa 7 – as considerações finais que podemos retirar com esta metodologia e com
os dados analisados. De que forma os mesmos foram de encontro às hipóteses esperadas e
quais as limitações sentidas na realização do estudo.
4.8 Síntese
O quarto capítulo apresenta, de forma clara e concisa, o tipo de metodologia
selecionada e como a mesma pode desenvolver a informação que se pretende analisar e
comparar.
Na primeira fase apresenta-se a metodologia escolhida e de que forma a mesma
pode enquadrar-se nas hipóteses esperadas, quais as vantagens e desvantagens e quais
são as outras aplicações que teve em outros trabalhos de investigação, dando uma maior
atenção ao modelo de regressão PLS (Partial Least Squares), sendo a ferramenta escolhida
e utilizada para a concretização do objetivo de estudo de caso, a importância do transporte
de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19, no estudo de caso da Emirates na rota
LIS-DXB-LIS.
Na segunda fase é constituída pela escolha das variáveis, fundamentais no
processo de investigação, que correspondem aos resultados esperados e à importância das
mesmas em todo o processo econométrico.
Na última fase, a síntese das etapas do processo de investigação, a forma como
estão relacionadas entre elas e a importância da correlação entre os três pilares
fundamentais e a razão de uns não poderem existir sem os outros, de forma a garantir a
qualidade e fiabilidade de cada um deles.
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Capítulo V – Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados
5.1 Introdução
Neste capítulo analisam-se e interpretam-se os dados do modelo de forma
detalhada com base na metodologia PLSR conforme foi mencionado no capítulo anterior
desta dissertação de mestrado.
5.2 Estatística Descritiva
De modo a conhecer-se o significado das variáveis, iremos descrever as variáveis
para melhor compreensão dos dados:
▪ Variável Independente
Quantitativa: “Year” – ano civil, em português, pretende compreender a influência e
os impactos que determinados acontecimentos podem ter e qual a sua infuência no fluxo da
carga (Vicente, 2015; Wooldridge, 2002). O período em análise decorre entre outubro de
2012 a novembro de 2020. No decorrer do estudo inclui-se o ano de 2012 (ano de abertura
da rota LIS/DXB/LIS), no entanto, os mesmos possuem pouca expressividade, uma vez que
de acordo com os dados da ANA Aeroportos, só se registam volumes de carga nos meses
de outubro e de dezembro.
Quantitativa: “GDP” – produto interno bruto, em português, utilizada para
compreender qual o seu impacto nas trocas comercias e na riqueza de Portugal e dos
Emirados Árabes Unidos (Vicente, 2015; Doganis, 2010; Wensven, 2007; Kasarda, J. &
Green, J., 2005).
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Quantitativa: “Fare” – corresponde à média da tarifa anual cobrada para a carga
aérea, utilizada para análise da sua relação com o incremento ou a inexistência do mesmo
no fluxo de carga aérea (Doganis, 2010; Zondag, 2006), nomeadamente, na elastecidade do
preço da procura. Dada a confidencialidade dos dados da companhia aérea é importante
referir que esta variável tem algumas limitações no seu uso, tratando-se de valores de
referência em virtude da confidencialidade dos dados da companhia aérea.
Quantitativa: “Yield” – corresponde à receita gerada em euros por mercadorias
versus quilómetros percorridos. A análise contributiva desta componente para o estudo em
causa é muito importante, pois reflete o crescimento do fluxo da carga (Doganis, 2010;
Zondag, 2006).
Quantitativa: “Inflation” – inflação em português, que corresponde à medida pelo
índice de preços ao consumidor para refletir a variação percentual anual no custo médio
para o consumidor médio. Geralmente são alterados anualmente e é um indicador
importante que corresponde ao aumento contínuo de preços. Esta variável é independente à
semelhança das outras, no entanto, propõe-se aferir a correlação desta componente, aliada
ao PIB e compreender o comportamento reativo com relação à carga aérea (Goeldner &
Ritchie, 2003).
Qualitativa: “GeoHubs” - consiste na localização geográfica estratégica dos
aeroportos do caso de estudo. A análise aqui desenvolvida, nesta componente
independente, procura determinar se esta localização influencia o fluxo da carga aérea ou
não (Doganis, 2010; Wensven, 2007). Neste estudo, apresenta valores entre 1, quando a
localização interfere no fluxo de carga aérea, e 0, quando não existe qualquer influência por
parte da localização.
Qualitativa: “CustomsCoop.” - está definida como a cooperação entre alfândegas,
com o objetivo de percecionar se estas relações nos aeroportos em análise favorecem o
incremento do fluxo da carga (Doganis, 2010; Kasarda, J. & Green, J., 2005).
Qualitativa: “GlobalInt.” - é analisada na perspetiva dos aeroportos da presente
investigação e se estes estão integrados em rede global internacional e são condição que
afeta o incremento no fluxo de carga (Doganis, 2010).
Qualitativa: “PoliticalStab.” - diz respeito com estabilidade política entre dois Estados
e se é fator determinante no incremento das trocas comerciais (Doganis, 2010; Kasarda, J.
& Green, J., 2005). É o indicador que define a estabilidade nas trocas comerciais, quanto
maior a estabilidade política de um país, maior a probabilidade de se obterem boas relações
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comerciais. Este estudo varia entre resultados de 1, para estabilidade política, e 0, para
ausência de estabilidade política. E esta estabilidade deve ser medida nos dois países
envolvidos nas trocas comerciais, no caso Portugal e Emirados Árabes Unidos.
Qualitativa: “CovidRes.” - que tem principal objetivo determinar ou não a existência
de restrições na atividade do transporte aéreo (Doganis, 2010; Cento, 2009; Kasarda &
Green, 2005). O estudo, apresenta resultados entre 1, quando existem resistências
derivadas da pandemia COVID 19, e 0, quando não existem restrições.
▪ Variável Dependente
Quantitativa: “AirCargo Flow” – corresponde ao fluxo anual de carga aérea e ainda à
variável dependente definida para o médodo econométrico. Tratando-se de uma variável
depende o seu estudo é efetuado na perspetiva do seu valor, isto é, o valor da carga
transportada via aérea tem valor relevante para as economias (Keedi, 2001; Zondag, 2006).
Tabela 9 – Correlação de Variáveis versus Autores
Variáveis Autores
“AirCargo Flow” (Keedi, 2001; Zondag, 2006)
“Year” (Vicente, 2015; Wooldridge, 2002)
“GDP” (Vicente, 2015; Doganis, 2010; Wensven, 2007;
Kasarda, J. & Green, J., 2005)
“Fare” (Doganis, 2010; Zondag, 2006)
“Yield” (Doganis, 2010; Zondag, 2006)
“Inflation” (Goeldner & Ritchie, 2003)
“GeoHubs” (Doganis, 2010; Wensven, 2007)
“CustomsCoop.” (Doganis, 2010; Kasarda, J. & Green, J., 2005)
“GlobalInt.” (Doganis, 2010)
“PoliticalStab.” (Doganis, 2010; Zondag, 2006)
“CovidRes.” (Doganis, 2010; Cento, 2009; Davies, 2013; Kasarda &
Green, 2004)
Fonte: Elaboração própria
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As variáveis citadas anteriormente nesta dissertação, encontram-se na tabela 10
detalhadamente, contendo nove (9) observações referentes às diferentes variáveis:
▪ Mínimo: corresponde ao menor valor na qual é observado em cada uma das
variáveis;
▪ Máximo: corresponde ao maior valor observado na qual é em cada uma das
variáveis;
▪ Média: consiste no somatório das variáveis dividindo pelo número de amostras;
▪ Desvio padrão: consiste na dispersão de valores em torno da média, ou seja,
quando os valores estão distanciados da média.
Os dados estatísticos para cada uma das variáveis definidas encontram-se
detalhadamente na tabela a seguir:
Tabela 10 - Estatística Descritiva das Variáveis Estimadas no Modelo
Variáveis
Quantitativas Obs. Mínimo Máximo Média Desvio padrão
AircargoFlow 9 1214088,000 28551670,000 10045791,222 7843071,293
Year 9 2012,000 2020,000 2016,000 2,739
GDP 9 1231890530180
52000000,000
10230824307717600
0000000,000
772503143705852
00000000,000
30829655425277700
000000,000
Fare 9 0,500 0,530 0,507 0,011
Yield 9 3703,000 80848,040 45511,687 23933,913
Inflation 9 -31,266 14,878 -2,236 12,598
Variáveis
Qualitativas Obs. Categorias Contagens Frequências %
GeoHubs 9 1 9 9 100,000
CustomsCoop 9 1 9 9 100,000
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0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Comp1
Índic
e
Componentes
Qualidade do modelo pelo número de componentes
Q² acum R²Y acum R²X acum
5.3 Teste de Validação Cruzada
De forma a evidenciar a qualidade do modelo obtido, usou-se o teste de validação
cruzada, explicando a significância das variáveis no modelo. Na presente figura, o modelo é
determinado por um componente (componente 1). Embora o modelo apresente um grau de
fiabilidade aproximado a 31%, evidencia algumas limitações, no entanto, do ponto de vista
estatístico e econométrico obedece a todas as permissas da presente metodologia.
GlobalInt 9 1 9 9 100,000
PoliticalStab 9 1 9 9 100,000
CovidRes 9
0 8 8 88,889
1 1 1 11,111
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
Figura 17 - Qualidade do Modelo pelo Número de Componentes
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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Os resultados obtidos pela análise do componente encontram-se resumidos na
Figura 17 e na Tabela 11.
A Tabela 11 demonstra em concreto, com base nos dados, as componentes do
modelo de modo a permitir uma melhor compreensão do modelo econométrico.
Tabela 11 - Componentes do Modelo
Estatística Comp1
Q² acum 0,307
R²Y acum 0,789
R²X acum 0,196
De acordo com os dados observados na Tabela 11, constata-se que todos os
indicadores apresentam valores de confiabilidade, sendo que Q² = 0,307.
O XLSTAT assume por defeito, a análise para os primeiros componentes
estatisticamente significativos (Vicente, 2015), tendo como qualidade global do modelo o
valor de 30,7%, neste caso, apenas, de um componente.
Neste sentido a regra da validação cruzada define um limite de significância de 0,05
para os modelos PLS com menos de 100 observações. Pelos resultados obtidos constata-se
o componente é estatisticamente significativo, isto é, Q² > 0,05 e estima em 30,7% a
variação do fluxo de carga aérea na rota LIS/DXB/LIS, o que assegura a confiabilidade e
robutez satisfatória do modelo.
Os componentes R²X e R²Y representam um coeficiente de variação de 19,6% e
78,9%, respetivamente, as variáveis independentes e a variável dependente (AirCargo
Flow). O objetivo desta dissertação de mestrado é averiguar o comportamento dos
determinantes na procura do fluxo de carga aérea, na rota Lisboa-Dubai-Lisboa, operada
pela Emirates, atendendo ao período anterior e durante a pandemia COVID-19, podendo
concluir-se que há existência de indicadores satisfatórios.
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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A eficiência e a confiabilidade do modelo são analisadas pelo percentual da
variância explicada (R²Y) e também pela capacidade de predição, considerando que o
componente é estatisticamente significante, estima-se um impacto de 30,7% para o fluxo de
carga aérea.
5.4 Modelo de Regressão Linear Produzido
O modelo produzido descreve-se na seguinte equação:
Equação 1 - Equação Produzida pelo Modelo
AircargoFlow=1610284623,31091+770267,356924542*Year+6,02372177266652E-
17*GDP
+104548638,300927*Fare+151,187449523545*Yield+600,098708108882*Inflation+3815119,4793
9189*CovidRes-0-3815119,47939189*CovidRes-1
Esta equação, como se pode verificar, não reflete determinadas variáveis,
designadamente, as variáveis qualitativas “GeoHubs”, “CustomsCoop”, “GlobalInt” e
“PoliticalStab”, uma vez que as mesmas apresentam valor nulo e por isso em termos
estatísticos a equação não engloba as respetivas variáveis, apenas as que apresentam
valores significativos como é o caso da “CovidRes”.
A equação produzida pelo modelo assume um comportamento linear que
representa o somatório dos coeficientes padronizados de cada variável independente em
função da variável dependente. Na equação produzida, um aumento em qualquer das
variáveis independentes, proporcionará um impacto positivo na variável dependente
(“Aircargo Flow”), exceto a relação negativa que existe na presença de restrições à atividade
da aviação devidas à pandemia COVID-19. Com a equação produzida no modelo é possível
interpretar e avaliar, cabalmente, a influência de cada variável independente com a variável
dependente.
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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5.5 Análise dos Coeficientes Padronizados
A Figura 18 tem como objetivo mostrar a relação entre a variável dependente e os
coeficientes padronizados, uma vez que é utilizado o método de Jack Kniffing e a estimativa
do intervalo de confiança é de 95%, atendendo ao impacto das correlações entre as
variáveis independentes, quer sejam quantitativas, quer qualitativas, na variável dependente
deste estudo, no caso o fluxo de carga aérea.
Figura 18 - Coeficientes Padronizados em Função do "Aircargo Flow"
Esta Figura demonstra que o ano, o GDP, a tarifa, o yield, a inflação e a
inexistência de restrições à aviação comercial derivadas da pandemia da COVID-19, têm
relações positivas no fluxo de carga aérea, cujos resultados estão alinhados às conclusões
encontradas durante a revisão de literatura, designadamente, com Vicente, 2015; Doganis,
2010; Zondag, 2006 e Goeldner & Ritchie, 2003.
Year
GD
P
Fare
Yiel
d
Infl
atio
n
Geo
Hu
bs-
1
Cu
sto
msC
oo
p-1
Glo
bal
Int-
1
Po
litic
alSt
ab-1
Co
vid
Res
-0
Co
vid
Res
-1
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
Coeficie
nte
s p
adro
niz
ados
Variável
AircargoFlow / Coeficientes padronizados(Int. de conf. 95%)
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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Por outro lado, este modelo permite reduzir os efeitos da multicolinearidade, e em
razão disso é possível aferir que a variável yield tem a correlação mais positiva no fluxo da
carga aérea, permitindo concluir que esta variável é muito significativa no crescimento do
transporte da carga aérea.
Relativamente à existência de restrições à aviação comercial, resultantes da
pandemia da COVID-19, verifica-se que têm um impacto negativo no fluxo de carga aérea, e
os resultados obtidos estão em conformidade com as pesquisas de Doganis, 2006; Cento,
2009, Davies, 2013 e Kasarda & Green, 2004. Nesta ótica compreende-se que o yield
assume um comportamento considerável, uma vez que o volume de carga diminui em
resultado das restrições da pandemia, em oposição ao aumento do valor da receita gerada
pela carga aérea.
O gráfico da Figura 19 demonstra a contribuição quantitativa de cada variável para
o fluxo de carga aérea, sendo visível o intervalo de confiança para o primeiro componente
no modelo. Para melhor escolha e caracterização do melhor componente obtido no modelo
da PLSR, é necessário avaliar o coeficiente de correlação R entre o eixo X e Y, sendo
analisado o conjunto de dados e considerado que os valores VIP do componente 1,
apresentam algumas variáveis com valores de amplitude superior a 0,8 conforme ilustra a
seguinte figura:
Figura 19 - Valores VIP para o Primeiro Componente
0
0,5
1
1,5
2
2,5
VIP
Variável
VIPs (1 Comp / Int. de conf. 95%)
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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O yield, o ano, o GDP apresentam valores superiores a 1. A variável dummy,
“existência de restrições à aviação derivadas à pandemia da COVID-19”, apresenta um valor
superior a 0,8 e a tarifa muito próximo deste limite inferior significativo, proporcionando
impactos positivos no fluxo de carga aérea, em toneladas.
Estas variáveis são as mais significativas do modelo e demonstram a sua
relevância na alavancagem da carga aérea. As demais variáveis consideradas no modelo
(com valores inferiores a 0,8) são consideradas como variáveis de baixa influência na
variável dependente, isto é, não têm qualquer peso estatístico.
Os resultados obtidos na análise empírica desta dissertação de mestrado, apontam
que o yield, o ano, o GDP e a existência e/ou ausência de restrições à atividade do
transporte aéreo, derivadas da pandemia COVID-19, como também, a tarifa dado que ainda
se encontra dentro do limite mínimo, são as variáveis mais relevantes na explicação do
modelo, permitindo ir ao encontro do que foi verificado durante a revisão de literatura, a
referir: Vicente (2015), Doganis (2010), Wensveen (2007) e Wooldridge (2011).
5.6 Análise dos Componentes Padronizados
A Figura 20 apresenta, de forma mais detalhada, o comportamento dos
componentes associados na descrição do painel e como atuam nos eixos t2 e t1. Na análise
desta figura verifica-se os condicionalismos decorrentes da pandemia e que influenciam
negativamente todas as variáveis correlacionadas com a carga aérea, isto é, refletindo-se no
quadrante negativo. Todas as variáveis que se apresentam próximas do zero têm um valor
praticamente nulo na relação com a variável da carga. Estas variáveis referem-se à tarifa, ao
“GeoHubs”, ao “CustomsCoop”, ao “GlobalInt” e à “PoliticalStab” e são variáveis com um
comportamento neutro dada a sua proximidade ao valor zero.
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Figura 20 - Observações sobre Eixos t2 e t1
A Figura 20 apresenta as observações do comportamento das variáveis sobre o
eixo t2 e t1 num plano, isto é, a projeção no plano das correlações identifica, claramente, a
variável dependente e as variáveis independentes, face à inexistência ou não de limitações
ao transporte aéreo, verificando-se que a sua localização está em conformidade com esta
condição, isto é, ou estão num quadrante positivo ou num quadrante negativo. Observa-se,
também, que todas as variáveis, à exceção da dummy, a existência de restrições à aviação
decorrentes da pandemia COVID-19, apresentam valores positivos (em maior ou menor
expressão) em função da variável dependente (Fluxo de Carga Aérea). O gráfico produz
apenas uma projeção relativa ao eixo t1 em virtude de o modelo ter produzido apenas um só
componente.
Year GDPFareYield
Inflation
GeoHubs-1CustomsCoop-1GlobalInt-1PoliticalStab-1
CovidRes-0CovidRes-1 AircargoFlow
-1
-0,75
-0,5
-0,25
0
0,25
0,5
0,75
1
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
t2
t1
Correlações com t sobre eixos t1 e t2
X
Y
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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A Figura 21 mostra o comportamento das variáveis explicativas no Fluxo de Carga
Aérea apresentando a relação entre os valores observados e os previstos pelo modelo. Em
termos de capacidade preditiva, o modelo assume um comportamento linear, uma vez que
as variáveis estão, genericamente, localizadas junto ao eixo da diagonal. Por conseguinte,
pode-se constatar que o modelo assume, em termos preditivos, um caráter satisfatório no
que concerne à distribuição dos valores que se encontram, maioritariamente, ao longo do
eixo da diagonal.
Figura 21 - Comportamento das Variáveis do Aircargo Flow no Período em Análise
Por outro lado, na Figura 21 observa-se um comportamento aproximadamente
linear. Apesar de não apresentar um modelo com muita concentração de valores, ao longo
de uma linha, verifica-se que se obteve um modelo satisfatório para estimar o
comportamento dos principais determinantes da procura para o fluxo de carga aérea, na rota
Lisboa-Dubai-Lisboa, operado pela Emirates, antes e em plena pandemia da COVID-19. Os
valores observados no eixo vertical em relação aos valores predito no contributo da Aircargo
-20000000
-10000000
0
10000000
20000000
30000000
40000000
-20000000 -10000000 0 10000000 20000000 30000000 40000000
Aircarg
oF
low
Pred(AircargoFlow)
Pred(AircargoFlow) - AircargoFlow
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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Flow, indicam um comportamento preditivo aceitável apesar de um declínio no gráfico, por
isso dá-nos uma perceção do modelo como uma opção de previsão e/ou evolução aceitável.
A Figura 22, dos pesos na PLSR, permite-nos compreender a relação que existe
entre as variáveis independentes (Year, GDP, Fare, Yield, Inflation, GeoHubs,
CustomsCoop., Global Int., PoliticalStab. e CovidRes.) e a variável dependente (AirCargo
Flow).
Figura 22 - Pesos w*/c2 e w*/c1 na PLSR
No gráfico da Figura 22 indica uma forte correlação negativa entre a existência de
restrições à aviação, derivadas da pandemia COVID-19, para com o fluxo de carga aérea.
No gráfico constata-se, ainda, uma correlação positiva entre as restantes variáveis no
modelo para com o fluxo de carga aérea.
YearGDPFare YieldInflation
GeoHubs-1
CustomsCoop-1
GlobalInt-1
PoliticalStab-1
CovidRes-0CovidRes-1 AircargoFlow
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
-0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9w*/
c2
w*/c1
Variáveis sobre eixos w*/c1 e w*/c2
X
Y
Fonte: Elaboração própria com base no Output XLSTAT
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Figura 23 - Comportamento dos Valores DModY Padronizados do Modelo
Pela análise do gráfico da Figura 23, é possível verificar o impacto que a pandemia
COVID-19 teve, através da transição da observação 8 (ano de 2019) para a observação 9
(ano de 2020). Este declíneo está, diretamente, correlacionado com a interrupção de voos
entre o Dubai e Lisboa, na sequência das medidas de confinamento e de encerramento das
fronteiras em Portugal, entre março e agosto de 2020. Não obstante esta descida pode
analisar-se que o impacto resultante do cancelamento operacional de cinco meses
consecutivos teve uma descida que não ultrapassou os valores constatados na observação
6 (ano de 2016).
5.7 Síntese e Discussão dos Resultados da Investigação
Neste capítulo, os dados foram analisados com o auxílio do software XLSTAT, e
com a equação produzida pelo software, descreveram-se as respetivas variáveis
dependentes e independentes, o seu comportamento ao longo do período em análise,
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Obs1 Obs2 Obs3 Obs4 Obs5 Obs6 Obs7 Obs8 Obs9
DM
odY
padro
niz
ados
Observações
Identificação dos valores extremos(DModY / DCrit(Y)=1,444)
Fonte: elaboração própria com base no Output XLSTAT
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outubro de 2012 a novembro de 2020, de modo a conhecer o contributo de cada variável
independente na evolução do fluxo de carga aérea, na rota Lisboa-Dubai-Lisboa, operada
pela Emirates, em contexto anterior e em plena pandemia da COVID-19.
O modelo PLSR permite analisar e quantificar a influência das várias variáveis e é
significativa a conclusão do impacto da pandemia COVID-19 no contexto de transporte de
carga aérea.
De acordo com as observações efetuadas conclui-se que a pandemia COVID-19
teve um grande impacto no transporte de carga aérea, em resultado do cancelamento de
quase toda a operação aérea e aeroportuária. Importa também salientar que estas
restrições advêm, essencialmente, da suspensão dos voos das companhias aéreas de
passageiros cujas aeronaves também fazem o transporte de carga aérea e que representa
cerca de 50% do volume total de carga aérea transportada no mundo. No entanto,
atendendo a revisão de literatura entende-se que a Emirates adaptou a sua estratégia ao
contexto pandémico e o contributo da carga aérea, que já tinha influência na estratégia da
companhia pré pandemia, teve um efeito mitigador aos efeitos da nefastos do COVID-19,
dado que a companhia procedeu às modificações das suas aeronaves com vista a
rentabilizar o espaço do avião, nomeadamente, na cabine de passageiros, para realizar
voos na ótica do transporte de carga em aviões exclusivos a passageiros, e de forma
contribuir no combate à pandemia através do transporte de vacinas e equipamentos
médicos, entre outros produtos.
O impacto provocado pela crise sanitária deve-se, sobretudo, a uma quebra
histórica no transporte aéreo de passageiros, um dos core business da companhia, com
quebras avultadas nas suas vendas. No caso concreto deste estudo, o resultado negativo
deve-se, principalmente, do cancelamento de todos os voos da companhia aérea para
Portugal, ficando com uma operação suspensa durante cinco meses consecutivos, entre os
meses abril e agosto de 2020, o que gerou, inevitavelmente, um desvio considerável aos
valores analisados.
Não obstante algumas variáveis económicas possam ter o seu impacto no
transporte da carga aérea, outras, por sua vez, podem ter um impacto muito reduzido ou até
mesmo inexistente. Entende-se que as variáveis como o PIB, seja no país de destino seja
no país de origem, possam afetar o transporte da carga aérea. Contudo as variáveis
económicas como a inflação podem ter pouca ou nenhuma expressão. Este fato explica-se
pela estabilidade que esta variável tem tido ao longo dos últimos anos, não existindo uma
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grande volutalidade da mesma aos impactos sentidos e que podem ser, igualmente, poucos
ou mesmo nulos.
A estabilidade económica de um determinado país pode condicionar a estabilidade
financeira de uma empresa. Quanto maior for a estabilidade económica, maior será a
oportunidade de uma empresa obter transações comerciais dentro e fora desse país através
da confiança dos parceiros comerciais. Apesar disso a referência às trocas comerciais
internacionais carece de compreender as normas e regulamentos a que o transporte de
mercadorias está subordinado. Em matéria de controlo aduaneiro esta é uma condição
essencial para o estudo de caso, visto que se trata da circulação de mercadorias com um
país terceiro. Quer isto dizer que no caso específico deste estudo, para o transporte de
mercadorias entre Portugal e EAU, existem regulamentos próprios a ter em conta, como é o
caso da cooperação entre as alfândegas e que inclui, por exemplo, a utilização do STADA
(sistema de tratamento automático da declaração aduaneira de mercadorias) que visa não
só a simplificação do processamento alfandegário da carga, como também da segurança
em termos de funcionamento das cadeias globais de abastecimento.
Relativamente à definição da estratégia de uma transportadora é inevitável
definirem-se as localizações geográficas mais adequadas aos aeroportos de origem e
destino no transporte de carga aérea, uma vez que o seu posicionamento geográfico é fator
condicionador ou potenciador do fluxo de carga transportada, não só, dentro do próprio país,
como nas plataformas de ligação entre dois destinos, em concreto o aeroporto do Dubai que
concentra grande parte dos seus movimentos nas transferências do tráfego para outros
destinos. Esta localização do hub reduz, significativamente, o tempo e o custo inerentes ao
transporte de mercadorias, pelo que os tempos de transferência de carga tornam-se mais
eficazes, viabilizando as conexões entre o tempo de chegada de um voo e a sua ligação
para a partida de outro voo.
No decurso da pandemia COVID-19 e todas as restrições que resultaram deste
surto pela imposição de medidas governamentais quanto à circulação de pessoas entre os
diferentes Estados, numa tentativa de conter a propagação do vírus, verificaram-se quedas
abruptas na economia de vários setores e países. Importa salientar que a indústria
aeronáutica foi no seu todo, sem dúvida, uma das mais afetadas. Contudo o transporte de
carga aérea, embora, afetado por esta crise sem precedentes, também foi um setor
primordial nas trocas comerciais e na realização do transporte de mercadorias
imprescindíveis à manutenção de venda de bens essenciais, como o caso dos alimentos,
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vacinas, EPI’s, produtos e equipamentos médicos, tão vitais durante crise sanitária. Apesar
das quedas acentuadas que se verificaram é importante abordar a questão dos custos fixos
que se mantiveram durante o período pandémico. Em razão deste fator, a retoma da
atividade do transporte aéreo de carga, ocorreu um aumento generalizado das tarifas, com
vista a compensar as perdas significativas derivadas dos custos fixos que as
transportadoras mantiveram, por exemplo, as taxas aeroportuárias.
Outro fator causador pelo aumento está relacionado com a capacidade de espaço
disponibilizada para as operações de carga aérea face à procura exceder a capacidade de
oferta, verificando-se que muitas transportadoras não conseguiram dar resposta à procura,
como é o caso da DHL, uma “companhia aérea cargueiro” que recentemente reforçou a sua
frota na sequência do aumento das vendas, em especial o crescimento exponencial do e-
commerce. Assim se explica que a receita gerada pela mercadoria transportada versus os
quilómetros percorridos diminuíram, não necessariamente, pela redução do fluxo de carga
transportada, mas pelos aumentos dos custos inerentes a esse mesmo transporte e à
escassez de espaço oferecido.
Na análise da problemática do presente estudo estabeleceram-se seis hipóteses
para o modelo estatístico:
H1 – As restrições da pandemia COVID-19 têm um impacto negativo no transporte
aéreo e são determinantes para o fluxo da carga aérea;
H2 – As variáveis PIB e Inflação interagem positivamente na predição do fluxo de
carga aérea, na rota LIS/DXB/LIS, considerando o período pré e durante pandemia COVID-
19;
H3 – Um comportamento positivo do PIB, Ano e Yield implicam um incremento no
fluxo de carga aérea na rota LIS/DXB/LIS;
H4 – A estabilidade política e a sinergia entre as alfândegas fomentam,
positivamente, as trocas comerciais, na procura de passageiros e mercadorias;
H5 – A localização geográfica dos aeroportos em análise e a rede onde estes estão
integrados aumentam o fluxo anual de carga aérea na rota LIS/DXB/LIS;
H6 – O fluxo de carga aérea é reativo ao comportamento da Tarifa e do Yield em
período de pandemia COVID-19.
Com base no que foi, anteriormente, apresentado e pela análise das hipóteses
concebidas e suportadas neste modelo econométrico, pode constatar-se que os resultados
obtidos são positivos face ao modelo e de acordo com a revisão de literatura, uma vez que
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permite uma melhor compreensão e conhecimento sobre o tema, nomeadamente, no
comportamento dos determinantes que influenciam a procura da carga aérea e, sobretudo,
para uma melhoria na tomada de decisões do ponto de vista empresarial, de modo, a que os
operadores aéreos possam ter em consideraração o segmento de carga e os seus
mercados na sua estratégia organizacional.
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Considerações Finais, Limitações e Estudos Futuros
A presente dissertação propôs-se a analisar um dos temas mais recentes da
atualidade, os efeitos da pandemia COVID-19 no transporte de carga aérea e os seus
impactos na rota específica ao estudo de caso desta investigação, Lisboa-Dubai-Lisboa, na
companhia aérea Emirates. Em razão deste tema ser tão atual e de não existir quaisquer
estudos nesta vertente, promove o contributo para o enriquecimento científico,
designadamente, por também utilizar a metodologia do PLSR no setor do transporte aéreo,
dado a sua limitada aplicabilidade na indústria.
Por conseguinte compreender e analisar qual a importância estratégica do
transporte de carga aérea num contexto de pandemia é objetivo central de todo este estudo.
Assim conclui-se que o setor foi, fortemente, afetado pelo contexto pandémico, à
semelhança de outros setores, e ainda assim demonstrou ser um dos principais pilares não
só no combate à pandemia, mas determinante na manutenção da atividade económica de
vários países e setores económicos.
É necessário salientar que a estratégia que cada empresa adota, neste tipo de
contextos adversos e diferentes do normal funcionamento, revela-se fundamental para a
estabilidade financeira de uma empresa e dos demais setores com quem mantenham trocas
comerciais. A sustentabilidade económica de cada país é, igualmente, importante para esta
estratégia ser bem sucedida e para a própria sustentabilidade económica de cada empresa.
Quando se trata de uma crise de saúde pública e, neste contexto, uma crise de saúde a
nível mundial, a cooperação entre Estados é, determinante, pelo que as sinergias têm que
ser ainda maiores e mais conciliadas num esforço comum. Por outro lado, as próprias
entidades reguladoras devem determinar quais as normas a seguir para manter a segurança
no transporte de carga aérea, mas, por outro lado, promover medidas que facilitem a
agilização de todo o processo burocrático neste transporte, com o propósito de
descongestionar os constrangimentos inerentes a esta indústria, que revelou ter, neste
contexto, um papel indispensável em tantas áreas.
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A utilização do método PLSR permitiu a correlação entre as variáveis qualitativas e
quantitativas no fluxo de carga aérea transportada. Desta forma, conseguiu-se entender de
que forma algumas variáveis se correlacionavam, como por exemplo, a tarifa, o retorno de
receita, o PIB e a cooperação das alfândegas e como podem influenciar o fluxo de carga
aérea transportada. De igual forma, permitiu também concluir que a pandemia COVID-19
teve algum impacto no sector de transporte de carga aérea. As hipóteses vieram a ser
confirmadas depois de corrido o modelo, embora pela revisão de literatura já se tivesse essa
perceção, com o modelo econométrico tornou-se ainda mais evidente este fato. Por outro
lado, entender de que forma outras variáveis poderiam ter tido a sua influência neste
contexto de pandemia. Pela análise dos dados e pela revisão de literatura torna-se claro que
algumas variáveis têm as suas flutuações, pois são condicionadas por outros fatores, neste
caso de causas externas. De um modo geral, os resultados obtidos encontram-se alinhados
aos indicadores decorrentes da exploração da revisão de literatura.
Entende-se que um contexto pandémico exerça uma influência transversal a todos
os setores económicos, em razão das imposições de confinamento decretadas pelos países.
Contudo é necessário considerar a importância de determinadas atividades continuarem o
seu funcionamento. No caso da indústria aérea verificou-se um aumento dos custos fixos,
por parte das transportadoras em geral, mesmo não existindo qualquer atividade
operacional desenvolvida nesse período. Este aspeto influenciará, necessariamente, o valor
das tarifas e taxas das receitas, quando a atividade operacional do transporte aéreo
regressar à normalidade, uma vez que todos estes custos têm que ser de alguma forma
recapitalizados, levando ao aumento das tarifas e taxas.
Noutra perspetiva o aumento destes custos está também associado à diminuição
do espaço em resultado da interrupção dos voos e com isso o aumento da procura de
espaço disponível para a carga aérea. É neste enquadramento que se percebe a
importância de uma gestão eficiente do espaço do avião perante circunstâncias adversas
como a que observamos no atual cenário.
Percebe-se que existe uma necessidade crescente de se ter em consideração uma
visão que aposte numa estratégia antecipada para a maximização e eficiência do espaço
total da aeronave, de forma a colmatar possíveis situações futuras idênticas aquelas que
vivenciamos hoje em dia. A evidência disso constata-se pela emergência que a maioria das
companhias aéreas de passageiros teve em recorrer à modificação dos seus aviões junto
dos fabricantes e dos organismos reguladores para utilizar o espaço da cabine de
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passageiros com o transporte de carga, rentabilizando o espaço não utilizado e colocando a
sua frota aérea em funcionamento.
A capacidade de adaptar toda uma frota em concordância com as necessidades de
mercado, é determinante para combater situações como aquelas que assistimos na indústria
aérea. Isto passa por incluir, por exemplo, no momento da compra da aeronave, uma
especificidade nas características do equipamento que contemple uma porta de carga na
cabine de passageiros, e com isto suprimir em grande parte os constrangimentos
decorrentes da sua inexistência, em termos de recursos humanos e tempo despendido,
agilizando todo o carregamento e descarregamento de carga ou correio com recurso aos
ULD. Além disso tornaria mais versátil e eficaz a alteração das configurações no main deck
em detrimento das flutuações na procura do mercado, com vista a viabilizar a rentabilidade
da companhia quando exposta a influências externas não controláveis.
A pandemia COVID-19 ainda está a decorrer e os impactos finais da sua existência
estarão ainda por apurar, no entanto, pode concluir-se que a sua passagem mundial tem
deixado marcas significativas que levarão o seu tempo a serem colmatadas e
restabelecidas.
Não obstante atual conjuntura do transporte aéreo e os enormes desafios que esta
indústria atravessa, desde as companhias aéreas, aeroportos, operadores de assistência
em escala, fabricantes e demais players deste segmento, é indiscutível o papel significativo
que a carga aérea proporcionou como fator mitigador e de recuperação da atividade em
contexto pandémico.
O segmento de carga pode contribuir, ativamente, na alavancagem do transporte
aéreo, sobretudo quando a procura de passageiros se mantém indefinida e sujeita a
grandes oscilações, em oposição à carga aérea cujo desempenho tem sido, nos últimos
meses, determinante e uma mais valia para muitas operadoras aéreas resistirem aos efeitos
devastadores desta crise na saúde pública. Por último importa sublinhar a tomada de
consciência por parte de todos os stakeholders envolvidos na avaliação deste setor como
um ativo estratégico na tomada de decisões.
Durante a realização desta dissertação existiram algumas dificuldades na recolha
de dados, pela confidencialidade inerente à companhia aérea. Por outro lado, pela ANA,
Aeroportos, embora se tenham obtido os dados necessários para desenvolver este estudo,
a novidade da existência da rota LIS-DXB-LIS tornaram os dados pouco expressivos no ano
2012. Ainda sobre o tema escolhido, o transporte de carga área e o impacto da pandemia, a
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pesquisa de dados recentes e de matérias consolidadas também se tornou um desafio pela
inexistência de investigações, evidenciando um problema em aberto nesta área. Por
conseguinte a presente dissertação visa contribuir, através dos resultados obtidos e da
compreensão da temática exploratória neste estudo, para uma melhoria na tomada de
decisão.
Para trabalhos futuros seria interessante voltar-se a estudar o tema da pandemia
COVID-19 e quais os seus impactos finais no setor do transporte de carga aérea. Outra
investigação a considerar seria incluir ou comparar este estudo a outras rotas como as
citadas na revisão de literatura, incluindo os destinos estratégicos para a Emirates como é o
caso das ligações para o Brasil e para o continente africano e também na perspectiva de
incluir o mercado asiático. De igual forma, ter-se acesso a uma base de dados mais ampla e
não limitada a dados confidenciais, que desse uma nova perspetiva de que estratégias
adoptar em contextos atípicos, seria muitíssimo pertinente para desenvolver analisar o tema
em estudo.
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Apêndice A – Dados Estatísticos ANA, Aeroportos
Report BI Analitics Quantidades
Ano Carga
Desembarcada Carga Local
Desembarcada Carga Trânsito Desembarcada
Carga Embarcada
Carga Local Embarcada
Carga Trânsito Embarcada
2012 266345,00 266345,00 0,00 947743,00 947743,00 0,00
2013 2033100,00 2033100,00 0,00 3597705,00 3597705,00 0,00
2014 2865977,00 2865977,00 0,00 5110472,00 5110472,00 0,00
2015 3959320,00 3959320,00 0,00 5556782,00 5556782,00 0,00
2016 5179152,00 5179152,00 0,00 6121429,00 6121429,00 0,00
2017 4853700,00 4853700,00 0,00 5593543,00 5593543,00 0,00
2018 6160224,00 6160224,00 0,00 6001560,00 6001560,00 0,00
2019 6861640,00 6861640,00 0,00 7414195,00 7414195,00 0,00
2020 1488835,00 1488835,00 0,00 2124564,00 2124564,00 0,00
Total Geral Até 22/11/2020 33668293,00 33668293,00 0,00 42467993,00 42467993,00 0,00
Fonte: ANA Aeroportos
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Análise Yield
Ano Prestação Sumário do Valor Total -
Assistência a Carga e Correio Total Geral
2012 3703,00 3703,00
2013 34359,46 34359,46
2014 42953,50 42953,50
2015 47746,50 47746,50
2016 58064,50 58064,50
2017 55897,50 55897,50
2018 67226,16 67226,16
2019 80848,04 80848,04
2020 18806,52 18806,52
Total Geral (Uni. Euros) 409605,18
Fonte: ANA Aeroportos
Análise Quantidades Carga
Ano Prestação Soma de Carga Desembarcada
Soma de Carga Embarcada
2012 266345,00 947743,00
2013 2033100,00 3597705,00
2014 2865977,00 5110472,00
2015 3959320,00 5556782,00
2016 5179152,00 6121429,00
2017 4853700,00 5593543,00
2018 6160224,00 6001560,00
2019 13723280,00 14828390,00
2020 1488835,00 2124564,00
Total Geral (un: kg) 40529933,00 49882188,00
Fonte: ANA Aeroportos
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Report BI Analistc Yield
Operador Aeroporto Aeronave Ano Mês Preco Unitário Valor Valor Total Quantidade Quantidade Total
Emirates DXB B772 2012 10 0,50 33,00 33,00 67,00 67,00
Emirates DXB B77W 2012 12 0,50 3 670,00 3 670,00 7 113,00 7113,00
Emirates DXB B772 2013 1 0,50 54,00 54,00 120,00 120,00
Emirates DXB B77W 2013 2 0,50 2 301,00 2 301,00 4 564,00 4564,00
Emirates DXB B77W 2013 3 0,50 3 113,00 3 112,23 7 455,00 7455,00
Emirates DXB B77W 2013 4 0,50 3 324,00 3 324,00 7 112,00 7112,00
Emirates DXB B77W 2013 5 0,50 3 113,00 3 113,00 6 223,00 6223,00
Emirates DXB B77W 2013 6 0,50 3 009,00 3 009,00 6 665,00 6665,00
Emirates DXB B77W 2013 7 0,50 3 003,00 3 003,00 6 333,00 6333,00
Emirates DXB B77W 2013 8 0,50 2 567,00 2 567,00 5 321,00 5321,00
Emirates DXB B77W 2013 9 0,50 3 113,00 3 112,23 6 123,00 6123,00
Emirates DXB B77W 2013 10 0,50 3 654,00 3 654,00 7 031,00 7031,00
Emirates DXB B77W 2013 11 0,50 3 765,00 3 765,00 8 123,00 8123,00
Emirates DXB B77W 2013 12 0,50 3 345,00 3 345,00 7 050,00 7050,00
Emirates DXB B772 2014 1 0,50 61,00 61,00 122,00 122,00
Emirates DXB B77L 2014 1 0,50 1 062,50 1 062,50 2 125,00 2125,00
Emirates DXB B77W 2014 1 0,50 1 118,50 1 118,50 2 237,00 2237,00
Emirates DXB B77W 2014 2 0,50 2 303,50 2 303,50 4 607,00 4607,00
Emirates DXB B77L 2014 2 0,50 217,00 217,00 434,00 434,00
Emirates DXB B77W 2014 3 0,50 3 325,50 3 325,50 6 651,00 6651,00
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações IV
Emirates DXB B77L 2014 3 0,50 701,50 701,50 1 403,00 1403,00
Emirates DXB B77L 2014 4 0,50 144,00 144,00 288,00 288,00
Emirates DXB B77W 2014 4 0,50 3 615,50 3 615,50 7 231,00 7231,00
Emirates DXB B77W 2014 5 0,50 3 243,50 3 243,50 6 487,00 6487,00
Emirates DXB B77W 2014 6 0,50 3 389,00 3 389,00 6 778,00 6778,00
Emirates DXB B77W 2014 7 0,50 3 222,00 3 222,00 6 444,00 6444,00
Emirates DXB B77W 2014 7 0,50 3 222,00 3 222,00 6 444,00 6444,00
Emirates DXB B77W 2014 8 0,50 2 710,50 2 710,50 5 421,00 5421,00
Emirates DXB B77W 2014 9 0,50 3 359,50 3 359,50 6 719,00 6719,00
Emirates DXB B77W 2014 10 0,50 3 531,00 3 531,00 7 062,00 7062,00
Emirates DXB B77W 2014 11 0,50 4 197,00 4 197,00 8 394,00 8394,00
Emirates DXB B77W 2014 12 0,50 3 530,00 3 530,00 7 060,00 7060,00
Emirates DXB B77W 2015 1 0,50 3 287,00 3 287,00 6 574,00 6574,00
Emirates DXB B77W 2015 2 0,50 3 413,00 3 413,00 6 826,00 6826,00
Emirates DXB B77W 2015 3 0,50 3 841,00 3 841,00 7 682,00 7682,00
Emirates DXB B77W 2015 4 0,50 4 280,00 4 280,00 8 560,00 8560,00
Emirates DXB B77W 2015 5 0,50 4 214,00 4 214,00 8 428,00 8428,00
Emirates DXB B77W 2015 6 0,50 3 815,00 3 815,00 7 630,00 7630,00
Emirates DXB B77W 2015 7 0,50 3 356,50 3 356,50 6 713,00 6713,00
Emirates DXB B77W 2015 8 0,50 4 181,50 4 181,50 8 363,00 8363,00
Emirates DXB B77W 2015 9 0,50 4 092,00 4 092,00 8 184,00 8184,00
Emirates DXB B77W 2015 10 0,50 4 287,50 4 287,50 8 575,00 8575,00
Emirates DXB B77W 2015 12 0,50 4 169,00 4 169,00 8 338,00 8338,00
Emirates DXB B77W 2015 11 0,50 4 810,00 4 810,00 9 620,00 9620,00
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações V
Emirates DXB B77L 2016 1 0,50 46,50 46,50 93,00 93,00
Emirates DXB B77W 2016 1 0,50 4 520,50 4 520,50 9 041,00 9041,00
Emirates DXB B77L 2016 2 0,50 322,50 322,50 645,00 645,00
Emirates DXB B77W 2016 2 0,50 4 173,00 4 173,00 8 346,00 8346,00
Emirates DXB B77L 2016 3 0,50 218,00 218,00 436,00 436,00
Emirates DXB B77W 2016 3 0,50 4 966,00 4 966,00 9 932,00 9932,00
Emirates DXB B77L 2016 4 0,50 132,50 132,50 265,00 265,00
Emirates DXB B77W 2016 4 0,50 5 689,00 5 689,00 11 378,00 11378,00
Emirates DXB B77W 2016 5 0,50 5 116,00 5 116,00 10 232,00 10232,00
Emirates DXB B77W 2016 6 0,50 4 853,00 4 853,00 9 706,00 9706,00
Emirates DXB B77W 2016 7 0,50 4 701,00 4 701,00 9 402,00 9402,00
Emirates DXB B77W 2016 8 0,50 4 166,00 4 166,00 8 332,00 8332,00
Emirates DXB B77W 2016 9 0,50 4 500,00 4 500,00 9 000,00 9000,00
Emirates DXB B77W 2016 10 0,50 4 682,00 4 682,00 9 364,00 9364,00
Emirates DXB B77W 2016 11 0,50 4 909,50 4 909,50 9 819,00 9819,00
Emirates DXB B773 2016 12 0,50 174,00 174,00 348,00 348,00
Emirates DXB B77W 2016 12 0,50 4 895,00 4 895,00 9 790,00 9790,00
Emirates DXB B77W 2017 1 0,50 4 700,50 4 700,50 9 401,00 9401,00
Emirates DXB B77W 2017 2 0,50 3 973,50 3 973,50 7 947,00 7947,00
Emirates DXB B773 2017 2 0,50 335,00 335,00 670,00 670,00
Emirates DXB B77W 2017 3 0,50 5 139,50 5 139,50 10 279,00 10279,00
Emirates DXB B77W 2017 4 0,50 4 449,50 4 449,50 8 899,00 8899,00
Emirates DXB B77W 2017 5 0,50 4 759,00 4 759,00 9 518,00 9518,00
Emirates DXB B77W 2017 6 0,50 4 420,50 4 420,50 8 841,00 8841,00
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações VI
Emirates DXB B77W 2017 7 0,50 4 736,00 4 736,00 9 472,00 9472,00
Emirates DXB B77W 2017 8 0,50 4 541,00 4 541,00 9 082,00 9082,00
Emirates DWC B772 2017 8 0,50 52,50 52,50 105,00 105,00
Emirates DXB B77W 2017 9 0,50 4 498,00 4 498,00 8 996,00 8996,00
Emirates DXB B77W 2017 10 0,50 4 906,00 4 906,00 9 812,00 9812,00
Emirates DXB B77W 2017 11 0,50 4 279,00 4 279,00 8 558,00 8558,00
Emirates DXB B77W 2017 12 0,50 5 107,50 5 107,50 10 215,00 10215,00
Emirates DXB B77W 2018 1 0,51 4 201,38 4 201,38 8 238,00 8238,00
Emirates DXB B77W 2018 2 0,51 3 978,00 3 978,00 7 800,00 7800,00
Emirates DXB B77W 2018 3 0,51 4 857,75 4 857,75 9 525,00 9525,00
Emirates DXB B77W 2018 4 0,51 4 527,78 4 527,78 8 878,00 8878,00
Emirates DXB B77W 2018 5 0,51 5 069,91 5 069,91 9 941,00 9941,00
Emirates DXB B77W 2018 6 0,51 4 602,75 4 602,75 9 025,00 9025,00
Emirates DXB B77L 2018 6 0,51 533,46 533,46 1 046,00 1046,00
Emirates DXB B77W 2018 7 0,51 5 994,03 5 994,03 11 753,00 11753,00
Emirates DXB B77W 2018 8 0,51 5 594,19 5 594,19 10 969,00 10969,00
Emirates DXB B77W 2018 9 0,51 5 897,64 5 897,64 11 564,00 11564,00
Emirates DXB B77L 2018 9 0,51 64,77 64,77 127,00 127,00
Emirates DXB B77W 2018 10 0,51 8 272,20 8 272,20 16 220,00 16220,00
Emirates DXB B77W 2018 11 0,51 7 122,66 7 122,66 13 966,00 13966,00
Emirates DXB B77L 2018 11 0,51 144,84 144,84 284,00 284,00
Emirates DXB B77W 2018 12 0,51 5 805,33 5 805,33 11 383,00 11383,00
Emirates DXB B77L 2018 12 0,51 559,47 559,47 1 097,00 1097,00
Emirates DXB B77W 2019 1 0,52 5 508,36 5 508,36 10 593,00 10593,00
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações VII
Emirates DXB B77L 2019 1 0,52 340,60 340,60 655,00 655,00
Emirates DXB B77W 2019 2 0,52 5 890,56 5 890,56 11 328,00 11328,00
Emirates DXB B77L 2019 2 0,52 173,68 173,68 334,00 334,00
Emirates DXB B77W 2019 3 0,52 7 568,60 7 568,60 14 555,00 14555,00
Emirates DXB B77L 2019 3 0,52 169,00 169,00 325,00 325,00
Emirates DXB B77W 2019 4 0,52 7 076,68 7 076,68 13 609,00 13609,00
Emirates DXB B77W 2019 5 0,52 6 235,84 6 235,84 11 992,00 11992,00
Emirates DXB B77L 2019 5 0,52 96,72 96,72 186,00 186,00
Emirates DXB B77W 2019 6 0,52 5 984,68 5 984,68 11 509,00 11509,00
Emirates DXB B77W 2019 7 0,52 6 432,92 6 432,92 12 371,00 12371,00
Emirates DXB B77W 2019 8 0,52 6 666,40 6 666,40 12 820,00 12820,00
Emirates DXB B77W 2019 9 0,52 6 290,96 6 290,96 12 098,00 12098,00
Emirates DXB B77L 2019 9 0,52 408,20 408,20 785,00 785,00
Emirates DXB B77W 2019 10 0,52 7 752,68 7 752,68 14 909,00 14909,00
Emirates DXB B77W 2019 11 0,52 7 353,84 7 353,84 14 142,00 14142,00
Emirates DXB B77L 2019 11 0,52 217,36 217,36 418,00 418,00
Emirates DXB B77W 2019 12 0,52 6 494,80 6 494,80 12 490,00 12490,00
Emirates DXB B77L 2019 12 0,52 186,16 186,16 358,00 358,00
Emirates DXB B77W 2020 1 0,53 4 503,94 4 503,94 8 498,00 8498,00
Emirates DXB B77L 2020 1 0,53 77,91 77,91 147,00 147,00
Emirates DXB B77W 2020 2 0,53 4 406,42 4 406,42 8 314,00 8314,00
Emirates DXB B77W 2020 3 0,53 3 169,40 3 169,40 5 980,00 5980,00
Emirates DXB B77L 2020 3 0,53 75,26 75,26 142,00 142,00
Emirates DXB B77W 2020 8 0,53 1 150,10 1 150,10 2 170,00 2170,00
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações VIII
Emirates DXB B77W 2020 9 0,53 2 568,38 2 568,38 4 846,00 4846,00
Emirates DXB B77W 2020 10 0,53 2 855,11 2 855,11 5 387,00 5387,00
Fonte: ANA Aeroportos
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações IX
Tarifa Mensal Carga
Ano Mês Preço Unitário (Uni.
Euros) Ano Mês
Preço Unitário (Uni. Euros)
2012 10 0,5 2016 10 0,5
2012 12 0,5 2016 11 0,5
2013 1 0,5 2016 12 0,5
2013 2 0,5 2017 1 0,5
2013 3 0,5 2017 2 0,5
2013 4 0,5 2017 3 0,5
2013 6 0,5 2017 4 0,5
2013 7 0,5 2017 5 0,5
2013 8 0,5 2017 6 0,5
2013 9 0,5 2017 7 0,5
2013 10 0,5 2017 8 0,5
2013 11 0,5 2017 9 0,5
2013 12 0,5 2017 10 0,5
2014 1 0,5 2017 11 0,5
2014 2 0,5 2017 12 0,5
2014 3 0,5 2018 1 0,51
2014 4 0,5 2018 2 0,51
2014 5 0,5 2018 3 0,51
2014 6 0,5 2018 4 0,51
2014 7 0,5 2018 5 0,51
2014 8 0,5 2018 6 0,51
2014 9 0,5 2018 7 0,51
2014 10 0,5 2018 8 0,51
2014 11 0,5 2018 9 0,51
2014 12 0,5 2018 10 0,51
2015 1 0,5 2018 11 0,51
2015 2 0,5 2018 12 0,51
2015 3 0,5 2019 1 0,52
2015 4 0,5 2019 2 0,52
2015 5 0,5 2019 3 0,52
2015 6 0,5 2019 4 0,52
2015 7 0,5 2019 5 0,52
2015 8 0,5 2019 6 0,52
2015 9 0,5 2019 7 0,52
2015 10 0,5 2019 8 0,52
Alexandra Marisa de Sousa Capelão Teixeira Fernandes – A importância do transporte de carga aérea em tempo de pandemia COVID-19 - Estudo de caso da Emirates na rota LIS-DXB-LIS numa aplicação com a PLSR
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Escola de Ciências Económicas e das Organizações X
2015 11 0,5 2019 9 0,52
2015 12 0,5 2019 10 0,52
2016 1 0,5 2019 11 0,52
2016 2 0,5 2019 12 0,52
2016 3 0,5 2020 1 0,53
2016 4 0,5 2020 2 0,53
2016 5 0,5 2020 3 0,53
2016 6 0,5 2020 8 0,53
2016 7 0,5 2020 9 0,53
2016 8 0,5 2020 10 0,53
2016 9 0,5
Fonte: ANA Aeroportos