teoria geral · 2019. 12. 6. · 1.3. os objetivos gerais do novo cpc a) reestruturação do cpc de...

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  • Teoria Geral do Processo

  • 1. O NOVO CPC

    1.1 A necessidade de um novo Código

    a) Evolução científica do Direito Processual Civil (década de 50);

    b) Restauração do regime democrático (década de 80);

    c) Promulgação de uma nova Constituição (1988);

    d) Edição das “Mini-Reformas” do CPC de 1973 (década de 1990).

  • 1.2. A construção do Novo CPC (Anteprojeto do Senado, PLS 166/10 e PLC 8.046/10)

    a) Início complicado: elaboração do anteprojeto pela Comissão de Juristas, com a participação da sociedade, mas sem divulgação de texto;

    b) Abertura democrática: tramitação do Projeto no Congresso com ampla participação da sociedade, da academia e instituições.

  • 1.3. Os objetivos gerais do Novo CPC

    a) Reestruturação do CPC de 1973: inclusão de uma Parte Geral (TGP), exclusão do Livro dedicado às cautelares, deslocamento dos procedimentos especiais para o Livro I (Processo de Conhecimento) e criação de um Livro para tratar dos recurso, no final do Código;

  • b) Harmonização do texto: utilização dos mesmos parâmetros teóricos para elaboração dos artigos, integração e sistematização dos institutos (por exemplo: tutela de urgência);

    c) Inclusão de novos institutos (por exemplo, os negócios jurídicos processuais, a cooperação jurídica internacional, o incidente de resolução de demandas repetitivas etc);

  • d) Consagração da diretriz hermenêutica do neoprocessualismo, vinculada às escolas neoconstitucionalistas do pós-positivismo (em especial da doutrina de Ronald Dworkin):

  • CPC/73: Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.

    CPC/15: Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

  • e) Adoção de uma estrutura principiológica própria;

    f) Resolução de controvérsias.

  • 2. NORMAS FUNDAMENTAIS

    2.1. Princípio da demanda (autonomia) e princípio do impulso oficial

    Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

  • 2.2. Princípio da inafastabilidade

    Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

  • 2.2-A. Dever de promoção da solução consensual

    Art. 3o (...)

    § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.

    § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. (...)

  • Art. 3o (...)

    § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

  • 2.3. Princípio da duração razoável do processo, princípio meritório (solução de mérito) e princípio da cooperação

    Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.

    Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva;

  • 2.4. Princípio da boa-fé processual

    Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.

    Art. 489. (...)

    § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

  • 2.5. Princípio do contraditório e princípio da ampla defesa

    Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

  • 2.5-A. Dever de oitiva prévia

    Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

    Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

    I - à tutela provisória de urgência;

    II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;

    III - à decisão prevista no art. 701.

  • 2.5-B. Proibição de surpresa

    Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

  • 2.6. Princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da proporcionalidade, princípio da razoabilidade, princípio da legalidade, princípio da publicidade e princípio da eficiência. Dever de observância dos fins sociais e do bem comum nos julgamentos

  • Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

  • 2.7. Princípio da publicidade e princípio da motivação (fundamentação)

    Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

    Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

  • Art. 489. (...)

    § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

    I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

    II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;(...)

  • Art. 489. (...)

    III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

    IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

  • Art. 489. (...)

    V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

    VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

  • Art. 489. (...)

    § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

  • 2.8. Dever de observância da ordem cronológica para o julgamento

    Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (...).

  • 2.9. O princípio da irretroatividade da norma processual

    Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

  • 2.10. A aplicação subsidiária do CPC

    Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

  • 3. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

    a) Regras de Direito Internacional Processual (arts. 26 a 41);

    b) Cooperação feita através de tratados ou com base na reciprocidade;

    c) Dispensa da homologação pelo STJ;

    d) Relação de princípios aplicáveis e atos sujeitos à cooperação;

    e) Regras sobre auxilio direto e carta rogatória.

  • 4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – GRATUIDADE DE JUSTIÇA – DEFENSORIA PÚBLICA

    4.1. Honorários advocatícios

    Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (...)

  • Art. 85. (...)

    § 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

    § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

  • Art. 85. (...)

    I - o grau de zelo do profissional;

    II - o lugar de prestação do serviço;

    III - a natureza e a importância da causa;

    IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

    § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais:

  • Art. 85. (...)

    I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;

    II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;

  • Art. 85. (...)

    III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;

    IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;

  • Art. 85. (...)

    V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.

    § 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o:

    I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;

  • Art. 85. (...)

    II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;

    III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;

  • Art. 85. (...)

    IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.

  • Art. 85. (...)

    § 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.

  • Art. 85. (...)

    § 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.

    § 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.

  • Art. 85. (...)

    § 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o.

    § 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.

  • Art. 85. (...)

    § 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo.

  • Art. 85. (...)

    § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento.

  • Art. 85. (...)

    § 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77.

    § 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais.

  • Art. 85. (...)

    § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.

  • Art. 85. (...)

    § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.

    § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão.

  • Art. 85. (...)

    § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria.

    § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.

    § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.

  • 4.2. Gratuidade de justiça a) Previsão de regras sobre a gratuidade de justiça (arts. 98 a 102); b) Revogação parcial da Lei 1060/50; c) Lista de atos sujeitos a gratuidade; d) Gratuidade parcial e parcelamento; e) Regime de gratuidade dos notários; f) Regulamento da impugnação (incidental e sujeita a agravo) g) Regime da revogação do benefício.

  • 4.3. Defensoria Pública a) Previsão de regras sobre a Defensoria Pública (arts. 185 a 187); b) Prazo em dobro; c) Intimação pessoal dos atos e termos do processo; d) Possibilidade de requerer a intimação pessoal do assistido; e) Responsabilidade civil do defensor; f) Contestação por negativa geral (art. 341, parágrafo único).

  • 5. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

    a) Manutenção de apenas 4 modalidades (art. 120 a 132 e 996): assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo e recurso de terceiro; b) Prazo de 15 dias para impugnação ao pedido de assistência; c) Realização da denunciação da lide na petição inicial ou na contestação;

  • d) Fracionamento da execução do autor da demanda principal na hipótese de acolhimento da denunciação da lide; e) Previsão de ônus sucumbenciais na hipótese de perda de objeto da denunciação da lide; f) Realização do chamamento ao processo na contestação; g) A oposição se transformou em rito especial (arts. 682 a 686).

  • 6. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

    a) Criação de um incidente processual para desconsideração (exceto se o pedido é formulado na petição inicial); b) Previsão da desconsideração inversa; c) Citação do interessado; d) Prazo de 15 dias para a defesa; e) Resolução por decisão interlocutória.

  • 7. CONVENÇÕES PROCESSUAIS

    7.1. Regra geral para formação de negócios jurídicos processuais

    Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. (...)

  • Art. 190. (...)

    Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

  • 7.2. Calendário processual

    Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.(...)

  • Art. 191. (...)

    § 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.

    § 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

  • 8. ATOS ELETRÔNICOS

    a) Regramento dos atos eletrônicos (arts. 193 a 199); b) Definição dos requisitos para a prática dos atos eletrônicos; c) Competência do CNJ para tratar da matéria; d) Garantia de acesso gratuito aos autos eletrônicos nos tribunais ou possibilidade de prática por meio físico.

  • 9. PROVIMENTOS JUDICIAIS

    Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

    § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.(...)

  • Art. 203. (...)

    § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.

    § 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. (...)

  • Art. 203. (...)

    § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

  • 10. PRAZOS

    a) A intimação precisa ser feita com 48 horas de antecedência; b) Mantém-se o prazo geral de 5 dias; c) Os prazos são contados em dias úteis; d) Suspende-se os prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, mas os órgãos continuam funcionando; e) Maioria dos prazos para as partes passa a ser de 15 dias;

  • f) O juiz terá 5 dias para despachar, 10 dias para decidir e 30 dias para sentenciar;

    g) O serventuário tem 1 dia para abrir vista e 5 dias para executar atos; h) O prazo em dobro para partes com advogados diferentes é mantido só para processos físicos; i) Os autos têm que ser devolvidos dentro do prazo do ato.//

  • Rito

    Comum

  • Estrutura do rito comum

    O rito comum (art. 318 a 512):

    Petição inicial

    Audiência de conciliação ou mediação;

    Resposta do réu;

    Providências preliminares/Saneamento;

    Provas/Audiência de instrução e julgamento;

    Sentença.

  • Improcedência liminar do pedido

    Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

    I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;

  • Art. 332. (...)

    II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

    III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

    IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. (...)

  • Art. 332. (...)

    § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

    § 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.(...)

  • Art. 332. (...)

    § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.

    § 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

  • Audiência de conciliação ou de mediação

    Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. (...)

  • Art. 334. (...)

    § 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.

    § 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. (...)

  • Art. 334. (...)

    § 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.

    § 4o A audiência não será realizada:

    I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;

    II - quando não se admitir a autocomposição. (...)

  • Art. 334. (...)

    § 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.

    § 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. (...)

  • Art. 334. (...)

    § 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.

    § 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. (...)

  • Art. 334. (...)

    § 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.

    § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. (...)

  • Art. 334. (...)

    § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.

    § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.

  • Resposta do réu

    Contestação

    Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

    I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;

  • Art. 335. (...)

    II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;

    III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.

  • Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

  • Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.

  • Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.

  • Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.

  • Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

  • Resumo da contestação

    a) Questões prévias: Pressupostos processuais, incompetência (absoluta ou relativa), gratuidade de justiça, falsidade documental, exibição de documento e valor da causa;

    b) Mérito;

    c) Reconvenção.

  • Exceções (incidentes processuais)

    a) Impedimento e suspeição (arts. 146 a 148);

    b) Desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137).

  • Providências preliminares

    Após o prazo para a contestação, o juiz deverá tomar as providências preliminares (art. 347): determinará que o autor fale em réplica (art. 350/351) e especifique as provas (art. 348). O NCPC permite que o réu revel postule por provas, se estiver representado nos autos (art. 349);

  • Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 dias (art. 352). Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz verificará se pode proferir julgamento conforme o estado do processo.

  • Julgamento conforme o estado do processo

    Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.

    Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.

  • Julgamento antecipado do mérito

    a) Julgamento antecipado da totalidade do mérito (art. 355);

    b) Julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356 – decisão sujeita a agravo de instrumento e a execução definitiva).

  • Decisão de saneamento

    Na nova sistemática (art. 357), a decisão de saneamento deverá ser proferida em gabinete. Só se houver complexidade é que será marcada audiência. Nesta decisão de saneamento, o juiz:

    a) resolve as questões processuais;

    b) delimita as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória;

  • c) especifica os meios de prova admitidos;

    d) define a distribuição do ônus da prova;

    e) delimita as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

    f) designa audiência de instrução e julgamento, fixando prazo para as partes apresentarem rol de testemunhas (salvo se for marcada audiência de saneamento).

  • As partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou ajustes, no prazo comum de 5 dias, findo o qual a decisão de saneamento se torna estável. Antes da estabilização da decisão, as partes podem apresentar ao juiz, para homologação, negócio jurídico processual delimitando as questões de fato e de direito a serem julgadas.

  • Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve nomear o perito e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de um hora entre as audiências.

  • Audiência de instrução e julgamento

    a) O juiz deve iniciar a audiência buscando a autocomposição e registras em ata os requerimentos formulados (art. 359);

    b) A ordem da produção da prova não é obrigatória e pode ser modificada; o juiz deve autorizar o aparte (art. 361);

  • c) a audiência poderá ser adiada por convenção das partes, se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar ou se houver atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 minutos do horário marcado (art. 362);

  • d) O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado, defensor público ou promotor que não tenha comparecido à audiência; Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas (art. 362);

  • f) As parte tem o prazo de 20 minutos, prorrogável por 10 minutos, para alegações finais; se houver litisconsórcio, o prazo de 30 minutos será divido entre as partes de um mesmo polo, salvo convenção das partes; no caso de causas complexas, é possível a apresentação de alegações por memoriais, no prazo de 15 dias (art. 364);

  • g) A audiência é una, mas poderá ser cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes (art. 365);

    h) Se o juiz não proferir sentença em audiência, terá o prazo de 30 dias para fazê-lo (art. 366).

    i) As partes poderão gravar a audiência, independentemente de autorização judicial (art. 367).

  • DIREITO PROBATÓRIO

    a) Nova visão sobre a prova e seus destinatários

    b) Construção do direito probatório (conjunto de regras e princípios sobre a prova)

    c) Divisão do direito probatório em Teoria Geral da Prova e provas em espécies

  • Direito à prova, limites à produção da prova, sistema probatório e objetivos da prova

    Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.;

  • Atividade probatória judicial

    Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.

    Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.

  • Avaliação da prova

    Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.

  • Desnecessidade da prova

    Art. 374. Não dependem de prova os fatos:

    I - notórios;

    II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;

    III - admitidos no processo como incontroversos;

    IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

  • Autonomia subjetiva da prova (comunhão) e convencimento motivado do juiz

    Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

  • Tipificação da prova emprestada

    Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.

  • Regra geral da distribuição do ônus da prova (distribuição estática)

    Art. 373. O ônus da prova incumbe:

    I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

    II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

  • Distribuição dinâmica do ônus da prova

    Art. 373. (...)

    § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

  • Limites à redistribuição do ônus da prova

    Art. 373. (...)

    § 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

  • Convenção sobre o ônus da prova

    Art. 373. (...)

    § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:

    I - recair sobre direito indisponível da parte;

    II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

    § 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo.

  • Ônus da prova em relação ao direito

    Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

  • Suspensividade do encerramento da instrução em relação às cartas e auxílios diretos

    Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória

    e o auxílio direto suspenderão o julgamento

    da causa no caso previsto no art. 313, inciso V,

    alínea “b”, quando, tendo sido requeridos

    antes da decisão de saneamento, a prova

    neles solicitada for imprescindível. (...)

  • Deveres probatórios das partes e de terceiros

    Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.;

  • Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:

    I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;

    II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;

    III - praticar o ato que lhe for determinado.

  • Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:

    I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento;

    II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.

    Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias.

  • O momento para a produção da prova

    Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:

    I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;

    II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;

    III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.

  • Art. 381. (...)

    § 1o O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão.

    § 2o A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.

    § 3o A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.

  • Art. 381. (...)

    § 4o O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.

    § 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.

  • Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.

    § 1o O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso. (...)

  • Art. 382. (...)

    § 2o O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas.

    § 3o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora.

    § 4o Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.

  • Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados.

    Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida.

  • PROVAS EM ESPÉCIE

    a) Tipificação da ata notarial (arts. 384 e 405);

    b) Previsão expressa da videoconferência (art. 385, § 3º);

    c) Definição da natureza satisfativa da exibição de provas incidental (arts. 396/403);

  • d) A arguição de falsidade do documento deve ser alegada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias da sua juntada aos autos, sob pena de preclusão (art. 430);

    e) Regras específicas sobre os documentos eletrônicos (arts. 439/441);

    f) A intimação da testemunha passa a ser atribuição do advogado (art. 455);

  • g) As perguntas serão feitas diretamente pelo advogado à testemunha – cross examination (art. 459);

    h) Prova pericial simplificada - expert witness (art. 464);

    f) Perícia consensual (art. 471);//

  • Tutela Provisória e

    Ritos Especiais

  • A TUTELA PROVISÓRIA NO NOVO CPC

    Introdução

    O NCPC dedica um Livro (V), dentro da sua Parte Geral, à tutela provisória (arts. 294 a 311). A tutela provisória pode ser definida como a tutela voltada a combater os malefícios do tempo no processo. Seu objetivo é redistribuir os encargos do tempo entre as partes da demanda;

  • De fato, se o direito é evidente, deve a outra parte suportar a natural demora do processo. Da mesma forma deve ocorrer se existe um risco, seja para o bem da vida deduzido em juízo ou para o resultado útil do processo. a) Pontos positivos: formação de um sistema sobre o tema e inclusão na parte geral do NCPC; b) Pontos negativos: regulamentação confusa e com falhas técnicas.

  • Principais modificações (comparação com o CPC/1973): a) Extinção do Livro sobre Cautelares; b) Extinção dos ritos cautelares típicos; c) Reunião das regras sobre as tutelas provisórias; d) Tratamento simétrico das regras sobre tutela provisória; e) Inclusão da ação preparatória de antecipação e de sua estabilização.

  • Classificações tutela provisória

    Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

    a) Tutela provisória de urgência (arts. 300 a 310) b) Tutela provisória de evidência (art. 311)./

  • a) Tutela provisória de urgência

    Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

  • b)Tutela provisória de evidência

    Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

    I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;(...)

  • Art. 311. (...)

    II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

    III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;(...)

  • Art. 311. (...)

    IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

    Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

  • Classificações da tutela provisória quanto à natureza da urgência

    Art. 294. (...)

    Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, (...)

    a) Tutela provisória de urgência cautelar (instrumental);

    b) Tutela provisória de urgência antecipatória (satisfativa).

  • Classificações da tutela provisória quanto ao meio de vinculação da tutela de urgência

    Art. 294. (...)

    Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. a) Tutela provisória antecedente (ação)

    b) Tutela provisória incidental (liminar).

  • Quadro resumido das espécies de tutela provisória

    a) Tutela provisória de urgência antecipatória antecedente (ação preparatória de antecipação de tutela);

    b) Tutela provisória de urgência antecipatória incidente (liminar de tutela antecipada);

  • c) Tutela provisória de urgência cautelar antecedente (ação preparatória cautelar); d) Tutela provisória de urgência cautelar incidente (liminar cautelar); e) Tutela provisória de evidência (liminar de evidência)./

  • As custas na tutela provisória

    Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.

    a) Tutela provisória preparatória (ação autônoma): com pagamento de custas; b) Tutela provisória incidental (liminar): sem pagamento de custas./

  • A eficácia da tutela provisória

    Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

    Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.

  • A atipicidade das medidas para efetivação da tutela provisória

    Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.

    Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber

  • A mutabilidade das tutelas provisórias e a necessidade de fundamentação

    Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.

  • A competência das tutelas provisórias

    Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.

    Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.

  • A possibilidade de exigência de caucionamento para a concessão da tutela provisória de urgência

    Art. 300. (...)

    § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

  • A possibilidade da realização de audiência de justificação para a concessão liminar da tutela provisória de urgência

    Art. 300. (...)

    § 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

  • A reversibilidade dos efeitos do provimento para a concessão da tutela provisória de urgência antecipatória

    Art. 300. (...)

    § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

  • Relação exemplificativa das tutelas provisórias de urgência cautelares

    Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

  • Responsabilidade civil por danos causados por tutelas provisórias

    Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: (...)

  • Art. 302. (...)

    I - a sentença lhe for desfavorável;

    II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

    III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

    IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. (...)

  • Art. 302. (...)

    Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.

  • Procedimento da tutela antecipada antecedente

    Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. (...)

  • Art. 303. (...)

    § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

    I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; (...)

  • Art. 303. (...)

    II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;

    III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

    § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. (...)

  • Art. 303. (...)

    § 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.

    § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

    § 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. (...)

  • Art. 303. (...)

    § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

  • Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.

    § 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

    § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. (...)

  • Art. 304. (...)

    § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.

    § 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. (...)

  • Art. 304. (...)

    § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

    § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.

  • Procedimento da tutela cautelar antecedente

    Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. (...)

  • Art. 305. (...)

    Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.

    Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir.

  • Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.

    Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.

  • Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. (...)

  • Art. 308. (...)

    § 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.

    § 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. (...)

  • Art. 308. (...)

    § 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.

    § 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

  • Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:

    I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;

    II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;

    III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. (...)

  • Art. 309. (...)

    Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

    Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. //

  • OS RITOS ESPECIAIS NO NOVO CPC

    a) Supressão de procedimentos especiais (usucapião, p. ex.) e criação de novos (oposição, p. ex.); b) Sem modificações significativas nos procedimentos de consignação em pagamento, divisão e demarcação, dissolução parcial de sociedade, embargos de terceiro, habilitação, restauração, penhor legal etc;

  • c) Mudanças pontuais nos procedimentos de jurisdição voluntária (correção de erros e incorporação dos ritos que no CPC/1973 era “cautelares”); d) Previsão da dissolução consensual de união estável e da alteração de regime matrimonial como ritos de jurisdição voluntária; e) Antinomia entre o NCPC e o Estatuto da Pessoa portadora de deficiência (rito de interdição).

  • Prestação de contas (arts. 550 a 553)

    a) Eliminação da ação para apresentação de contas (passa a ser processada pelo rito comum); b) Ampliação do prazo para resposta (o réu é citado para responder e prestar contas em 15 dias); c) Aumento do prazo de réplica (15 dias) e previsão de impugnação pelo autos das contas prestadas pelo réu (neste caso, com tréplica);

  • d) Se o réu na contestação nega o dever de prestar contas, haverá uma sentença tratando da questão; sendo o réu condenado, terá 15 dias para apresentar as contas (antes eram 48 horas); e) Se o réu na contestação não nega o dever de prestar as contas, mas não as apresenta (ou fica revel), o autor terá 15 dias para apresentá-las;

  • f) Após a etapa de apresentação das contas, por qualquer das partes, em qualquer das fases, o rito será o comum;

    g) O saldo apurado constitui título executivo e pode ser executado, nos próprios autos, por quem for titular do crédito (natureza dúplice).

  • Possessória (arts. 554 a 568)

    a) Criação de regras para a ação possessória multitudinária, com oitiva do MP, do Estado e da DP (havendo réus hipossuficientes), além de citação das pessoas identificáveis e, por edital, os demais, além de divulgação nos meios de comunicação e previsão de realização de uma audiência de mediação (quando a lesão à posse ocorreu há mais de ano e dia);

  • b) Manutenção do pedido contraposto; c) Possibilidade de uma das partes na ação possessória intentar ação dominial contra terceiro; d) Dispensa da caução para a parte hipossuficiente; e) Aplicação das regras sobre ações possessórias multitudinárias às ações coletivas sobre posse.

  • Dissolução parcial de sociedade (arts. 599 a 609)

    a) Criação do rito para a ação de dissolução parcial de sociedade; b) A dissolução total de sociedade, prevista nos arts. 655 a 674 do CPC/1939, que ainda estavam em vigor (art. 1.218 do CPC/1973), passa a ser processada pelo rito comum.

  • Inventário e partilha (arts. 610 a 673)

    a) Exclusão da possibilidade de abertura do inventário pelo juiz; b) Menção expressa ao companheiro do falecido; c) Exclusão da possibilidade de citação por edital de herdeiros residentes fora da comarca do inventário; d) Unificação dos prazos (15 dias);

  • e) Previsão de antecipação de tutela ao herdeiro (utilização de bens); f) Previsão de regras para a elaboração da partilha; g) Substituição da OTN por salário mínimo nacional; h) Previsão da cumulação de inventários;

  • Família (arts. 693 a 699)

    a) Criação de regras para as ações contenciosas de família; b) Prioridade da autocomposição, com possibilidade de suspensão do rito para as partes buscarem auxílio; c) Audiência de mediação e conciliação obrigatória; d) Citação sem a petição inicial; e) Citação com 15 dias de antecedência da audiência;

  • f) Citação pessoal; g) Necessidade de acompanhamento de advogado nas audiências; h) Após a etapa de audiência, o rito será o comum; i) O MP só intervém quando houver interesse de incapaz; j) Necessidade de acompanhamento de um especialista para oitiva de incapaz quando a causa versar sobre abuso ou alienação parental.

  • Regulação de avaria grossa (arts. 707 a 711)

    a) Previsão da ação de regulação de avaria grossa, prevista nos arts. 766 e 768 do CPC/1939, que ainda estavam em vigor; b) Aprimoramento do procedimento, com a fixação de garantias, deveres e prazos para a realização e homologação da regulação da avaria.

  • Ratificação de protesto marítimo (arts. 766 a 770)

    a) Previsão da ação de ratificação de protesto, prevista nos arts. 727 a 729 do CPC/1939, que ainda estavam em vigor; b) Aprimoramento do procedimento, com a definição dos requisitos para homologação dos protestos e processos testemunháveis marítimos.

  • Execução

  • A TUTELA EXECUTIVA NO NOVO CPC

    Introdução

    O NCPC fez poucas alterações no sistema executivo existente no CPC/1973, que foi profundamente reformado na última década. Além de alterações pontuais, procurou-se dar maior lógica ao sistema (reorganizando os temas), corrigir erros e solucionar controvérsias;

  • O sistema executivo permanece dividido em duas partes: de um lado, a execução de título judicial (arts. 509/512 – liquidação de sentença; arts. 513/538 – cumprimento de sentença), inserido no Livro I da Parte Especial, ao lado do Processo de Conhecimento; de outro, a execução de título extrajudicial (arts. 771/925), no Livro II da Parte especial;

  • O problema, que já existia no CPC/1973, é que para compreender a execução judicial (que é especial – art. 513) é preciso conhecer as regras gerais da execução, que estão previstas no Livro dedicado à execução extrajudicial. O ideal seria que a reunificação da execução (como ocorria antes da Reforma de 2004) e que colocação da execução judicial depois da execução extrajudicial.

  • A liquidação de decisão

    a) Substituição do nome “liquidação por artigos” por “liquidação pelo procedimento comum”; b) Determinação para que o CNJ desenvolva um programa unificado para atualizar valores;

  • c) Previsão de apresentação de pareceres técnicos pelas partes na fase postulatória da liquidação por arbitramento, que podem substituir a perícia; d) Detalhamento do procedimento da “liquidação pelo procedimento comum”: réu citado em 15 dias para contestar.

  • A execução judicial

    a) Reafirmação da necessidade de provocação para a deflagração da tutela executiva pecuniária; b) Reafirmação da necessidade de intimação do devedor para cumprir a decisão (pelo DO, quando tiver advogado, por AR, nos demais casos); c) Previsão da intimação ficta quando o devedor se muda sem comunicar ao juízo;

  • d) Reafirmação da necessidade do coobrigado ter participado do módulo de conhecimento para poder ser executado; e) Ausência de executividade da sentença declaratória; f) Inclusão dos créditos de serventuários e peritos homologados judicialmente como títulos judiciais; g) Inclusão da decisão interlocutória estrangeira como título judicial;

  • h) Extensão aos títulos heterogêneos da regra de modificação da competência executiva; i) Previsão do protesto da decisão judicial passível de execução; j) Previsão de que todas as questões podem ser deduzidas pelo executado nos autos da execução (decisões agraváveis, salvo se forem sentenças); k) Aplicação das regras executivas à tutela provisória.

  • A execução judicial provisória pecuniária

    a) Previsão de honorários e multa de 10% caso o executado não pague o débito em 15 dias da intimação; b) Previsão do depósito do débito em juízo para afastar a multa de 10%;

  • c) Previsão de que a reforma da decisão executada não implica no desfazimento dos negócios realizados, mas em indenização; d) Ampliação das hipóteses de dispensa da caução (crédito alimentar, hipossuficiente, decisão sujeita a agravo em recurso excepcional, recurso contra a jurisprudência); e) Dispensa da juntada de cópias no caso de autos eletrônicos.

  • A execução judicial definitiva pecuniária

    Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (...)

  • Art. 523. (...)

    § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.

    § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. (...)

  • Art. 523. (...)

    § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.

  • Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:

    I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; (...)

  • Art. 524. (...)

    II - o índice de correção monetária adotado;

    III - os juros aplicados e as respectivas taxas;

    IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;

    V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;

    VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;

  • Art. 524. (...)

    VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.

    § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.

  • Art. 524. (...)

    § 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.

    § 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. (...)

  • Art. 524. (...)

    § 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. (...)

  • Art. 524. (...)

    § 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.

  • Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação...

  • A impugnação à execução judicial pecuniária

    a) Manutenção da estrutura da impugnação do CPC/1973; b) Concentração das defesas na impugnação (exceto suspeição e impedimento); c) Definição de que as defesas supervenientes devem ser apresentadas por simples petição;

  • d) Prazo em dobro para impugnantes com advogados diferentes; e) Definição de que a inexigibilidade do título executivo por decisão declaratória de inconstitucionalidade do STF não será aplicada se houver modulação ou se tiver sido tomada após o trânsito em julgado da decisão exequenda (nesse caso, caberá ação rescisória, cujo prazo de 2 anos será contado do trânsito da decisão do STF).

  • Pagamento voluntário pelo devedor

    Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.

    § 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. (...)

  • Art. 526. (...)

    § 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.

    § 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.

  • Execução judicial definitiva ou provisória de alimentos

    a) Manutenção da estrutura da execução de alimentos do CPC/1973; b) Previsão da inclusão das parcelas que se vencerem no curso do rito; c) Previsão da prisão do executado, de um a três meses, em regime fechado, mas separado dos presos comuns; d) Regras para justificar o inadimplemtento e afastar a prisão;

  • e) Limitação da cobrança das três últimas parcelas para legitimar o pedido de prisão; f) Competência para realização da execução: juízo prolator, domicílio do executado, domicílio do exequente ou onde estão os bens a serem executados; g) Detalhamento do desconto em folha, com parcelamento do débito limitado a 50% dos ganhos líquidos do executado

  • Execução judicial contra a Fazenda Pública

    a) Fim da execução autônoma; b) Necessidade da apresentação de um memorial para cada exequente; c) Expressa previsão da inaplicabilidade da multa de 10%; d) Intimação da FP para em 30 dias impugnar a execução; e) Previsão da expedição de precatório ou RPV, após a fase de impugnação, de todo ou de parte do débito.

  • Execução judicial provisória ou definitiva mandamental (prestação de fazer, não fazer ou entregar)

    a) Distinção entre o julgamento e a execução das prestações mandamentais; b) Tratamento conjunto das regras sobre as ações mandamentais; c) Consagração da tutela inibitória; d) Manutenção da estrutura da execução mandamental;

  • e) Previsão da expedição de precatório ou RPV, após a fase de impugnação, de todo ou de parte do débito; f) Menção ao crime de desobediência no caso de resistência injustificada à execução mandamental; g) Previsão da exigibilidade dos deveres não obrigacionais; h) Novo tratamento da astreintes;* i) Regramento sobre a benfeitoria e o direito de retenção.

  • Obs.: Em razão da sua importância, o NCPC dedicou especial atenção às astreintes. Embora tenha mantido as bases do regime anterior, o NCPC inovou ao prever a multa para prestações pecuniárias (art. 139, IV) e para a exibição de documento (art. 400, parágrafo único), além de permitir a sua execução provisória (art. 537).

  • Execução extrajudicial judicial (regras gerais)

    a) Poucas modificações, basicamente correções e aprimoramentos; b) Aplicação subsidiária do Livro II à todas as formas de tutela executiva; c) Menção ao poder do juiz de exigir informações das partes e de terceiros; d) Consolidação das regras sobre competência executiva;

  • e) Possibilidade de inclusão do nome do devedor no cadastro de inadimplentes; f) Possibilidade do credor com título executivo ajuizar demanda de conhecimento; g) Previsão da ação pauliana; h) Distinção entre direitos reais e direitos de superfície; i) Reestruturação da fraude à execução.

  • Execução extrajudicial para entrega de coisa

    a) Possibilidade do juiz expedir a ordem de busca e apreensão ou imissão na posse, tão logo escoado o prazo para entrega da coisa (15 dias); b) Desnecessidade de segurança do juízo para oposição de embargos.

  • Execução extrajudicial da obrigação de fazer e não fazer

    Sem modificações significativas

  • Execução extrajudicial pecuniária

    a) Poucas modificações e manutenção da confusa ordem procedimental existente no CPC/1973; b) Definição do percentual de 10% de honorários executivos, que podem ser elevados até 20% ao longo do rito; c) O pagamento deve ser feito pelo executado em 3 dias da citação; d) Determinação expressa de arresto e citação por hora certa.

  • Penhora

    a) Limite de 50 salários mínimos para a impenhorabilidade de salário (não aplicável para obrigações alimentares); b) Atualização da ordem (facultativa) dos bens penhoráveis; c) O executado é nomeado depositário provisório dos bens penhorados, para depois ser nomeado um definitivo;

  • d) Intimação da penhora por adovgado; e) Aprimoramento das regras sobre a penhora online e da penhora sobre faturamento de empresa; f) Substituição do “usufruto” por “penhora dos frutos de imóvel ou empresa”.

  • Execução extrajudicial pecuniária contra a Fazenda Pública

    a) Menção expressa dessa execução; b) Definição do prazo de 30 dias para a Fazenda embargar; c) Submissão do pagamento ao sistema de precatório ou RPV.

  • Execução extrajudicial pecuniária de obrigação alimentar

    a) Menção expressa dessa execução; b) Previsão do pagamento das prestações anteriores e das que se vencerem ao longo do processo; c) Previsão expressa de prisão civil.

  • Embargos à execução

    a) Menção expressa dessa execução; b) Aperfeiçoamento das regras sobre o pagamento parcelado; c) Concentração da defesa nos embargos (exceto impedimento ou suspeição);

  • d) A impugnação da penhora ou da avaliação deve ser feita por simples petição (fim dos embargos de segunda fase); e) Aplicação do regime da tutela provisória aos embargos; b) Previsão do rito dos embargos: petição inicial, resposta (15 dias), AIJ e sentença.

  • JURISPRUDÊNCIA

  • Novo papel da jurisprudência

    Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.

    § 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. (...)

  • Art. 926. (...)

    § 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

  • Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

    I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

    II - os enunciados de súmula vinculante;

    III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; (...)

  • Art. 927. (...)

    IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

    V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

    § 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo. (...)

  • Art. 927. (...)

    § 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. (...)

  • Art. 927. (...)

    § 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. (...)

  • Art. 927. (...)

    § 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. (...)

  • Art. 927. (...)

    § 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

  • Fundamentação da decisão

    Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

    I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

    II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

    III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. (...)

  • Art. 489. (...)

    § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

    I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

    II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

    III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (...)

  • Art. 489. (...)

    IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

    V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

    VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (...)

  • Art. 489. (...)

    § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

    § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

  • Incidente de assunção da competência

    Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos...

  • Incidente de resolução de demandas repetitvas

    Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:

    I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;

    II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

    § 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.

    § 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

    § 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.

    § 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

    § 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

    Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:

    I - pelo juiz ou relator, por ofício;

    II - pelas partes, por petição;

    III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

    Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.

    Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.

    Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.

    Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça.

    § 1o Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no cadastro.

    § 2o Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela relacionados.

    § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão geral em recurso extraordinário.

    Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

    Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário.

    Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do art. 976.

    Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

    I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso;

    II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;

    III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias.

    § 1o A suspensão será comunicada aos órgãos jurisdicionais competentes.

    § 2o Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo suspenso.

    § 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.

    § 4o Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência prevista no § 3o deste artigo.

    § 5o Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente.

    Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.

    § 1o Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.

    § 2o Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento do incidente.

    Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:

    I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;

    II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:

    a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta) minutos;

    b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sendo exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.

    § 1o Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.

    § 2o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

    Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:

    I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;

    II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.

    § 1o Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.

    § 2o Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.

    Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.

    Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso.

    § 1o O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida.

    § 2o Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.

  • Art. 976. (...)

    § 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.

    § 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

    § 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado. (...)

  • Art. 976. (...)

    § 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

    § 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

  • Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:

    I - pelo juiz ou relator, por ofício;

    II - pelas partes, por petição;

    III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

    Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.

    Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.

    Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.

    Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça.

    § 1o Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no cadastro.

    § 2o Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela relacionados.

    § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão geral em recurso extraordinário.

    Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

    Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário.

    Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao seu juíz