teoria de henri wallon - trabalho

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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE BIOLOGIA DISCIPLINA: Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem PROFª: Rita Walchan A teoria do Desenvolvimento de Henri Wallon Joilma dos Santos Santana Oscarina da Silva Oliveira Filha Rúbia Cristina de Freitas Gritlet Ursula Fernanda Tavares Rodrigues da Silva

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Page 1: Teoria de Henri Wallon - Trabalho

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE BIOLOGIA

DISCIPLINA: Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem

PROFª: Rita Walchan

A teoria do Desenvolvimento de Henri Wallon

Joilma dos Santos Santana

Oscarina da Silva Oliveira Filha

Rúbia Cristina de Freitas Gritlet

Ursula Fernanda Tavares Rodrigues da Silva

RJ, Junho / 2011

Page 2: Teoria de Henri Wallon - Trabalho

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE BIOLOGIA

A teoria do Desenvolvimento de Henri Wallon

Joilma dos Santos Santana - 08105178

Oscarina da Silva Oliveira Filha- 11100382

Rúbia Cristina de Freitas Gritlet - 06201862

Ursula Fernanda Tavares Rodrigues da Silva - 11103572

1º período

RJ, Abril / 2011

Page 3: Teoria de Henri Wallon - Trabalho

Introdução

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em

medicina, psicologia e filosofia, é autor da teoria do desenvolvimento através da psicogenética,

é interacionista, além de ser militante apaixonado pela politica provocou uma revolução da

educação da época. Seu interesse em integrar a atividade cientifica à ação social permeou sua

trajetória, numa atitude de coerência e engajamento. Buscando compreender o psiquismo

humano, Wallon volta sua atenção para a criança, pois através dela é possível ter acesso à

gênese dos processos psíquicos. De uma perspectiva abrangente e global, investiga a criança

nos vários campos de sua atividade e nos vários momentos de sua evolução psíquica. Enfoca

o desenvolvimento em seus domínios afetivo, cognitivo e motor, procurando mostrar quais são,

nas diferentes etapas, os vínculos entre cada campo e suas implicações com o todo

representado pela personalidade. Considerando que o sujeito constrói-se nas suas interações

com o meio, Wallon propõe o estudo contextualizado das condutas infantis, buscando

compreender, em cada fase do desenvolvimento, o sistema de relações estabelecidas entre a

criança e seu ambiente.

Em 1902, aos 23 anos, formou-se em filosofia, viveu num período marcado por muita

instabilidade social e turbulência política, duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), atuando

intensamente na Resistência Francesa foi perseguido pela Gestapo, polícia política dos

nazistas, obrigando-o a viver na clandestinidade, interrompendo suas atividades acadêmicas.

Envolveu-se em diferentes movimentos de protesto contra os sistemas excludentes e

autoritários, engajando-se em partidos de esquerda e tomando a frente em ações coletivas em

prol da liberdade e da cidadania. È provável que a vivência de momentos históricos tão

turbulentos tenha evidenciado a influência fundamental que o meio social exerce sobre o

desenvolvimento da pessoa humana, aspecto que tem destaque em sua teoria. Cursou

medicina e formou-se em 1908. Até 1931 atuou como médico em instituições psiquiátricas,

dedicando-se ao atendimento de crianças com deficiências neurológicas e distúrbios

comportamentais. Em 1914, mobilizado como médico do exército francês, permaneceu por

vários meses no front de combate. De 1920 a 1937 é o encarregado de conferências sobre

psicologia da criança na Sorbonne e em outras instituições de ensino superior. Em 1925, funda

um laboratório destinado à pesquisa e atendimento clínico de crianças ditas anormais. Por 14

anos o Laboratório de Psicobiologia da Criança, neste mesmo ano publica sua tese de

doutorado “A criança turbulenta”. De 1939 a 1949, lecionou no Colégio de França. Em 1948,

cria a revista Enfance, com pesquisas em biologia e informações para os educadores.

Escreveu diversos artigos sobre temas ligados à educação, como orientação profissional,

formação do professor, interação entre alunos, adaptação escolar, participando do Grupo

Francês de Educação Nova que presidiu, de 1946 a 1962. Integrou também a Sociedade

Francesa de Pedagogia que presidiu de 1937 a 1962. Durante a Resistência, envolveu-se em

discussões sobre a reforma do sistema de ensino francês. Logo após a Libertação, foi

designado pelo Conselho Nacional da Resistência, como secretário-geral da educação

Page 4: Teoria de Henri Wallon - Trabalho

nacional, por um período de um mês, até a nomeação de um ministro por parte do governo de

De Gaulle. Ainda em 1944, Wallon foi chamado a integrar uma comissão integrada pelo

Ministério da Educação Nacional, encarregada da reformulação do sistema de ensino francês.

Assumiu a presidência da comissão, resultando num ambicioso projeto de reforma do ensino, o

Plano Langevin-Wallon, e permaneceu nesta função até morrer em 1962.

Teoria do Desnvolvimento

A idéia central de Henri Wallon é que o individuo e o ato de conhecer é importante,

porém não mais importante que o afeto e as transformações. O individuo em desenvolvimento

integra cada conhecimento a outras aprendizagens, ou seja, o comportamento aprendido não é

externo e sim agregado ao posterior, o que confronta o behaviorismo que acredita na

aprendizagem é modelada, os comportamentos são condicionados e depois extinguidos. A

teoria de Wallon está de acordo com a teoria de Piaget em relação aos estágios do

desenvolvimento, mas é contra a qualquer movimento delimitador, pois o aprendizado é

constante. O indivíduo é resultado das influências sociais e fisiológicas, passaria pelos estágios

e os conhecimentos seriam reciclados quando necessários, assim sendo produto do meio em

que vive, podendo intervir no mesmo. O meio é um complemento indispensável ao homem, que

supre suas necessidades e as suas aptidões sensório-motoras e psicomotoras.

Wallon estuda o homem em sua forma integral em seu desenvolvimento (intelectual,

afetiva e social), as emoções seriam a maneira da criança exteriorizar seus desejos e suas

vontades, são manifestações que expressam um universo importante e perceptível. Desta

forma fundamentou suas idéias em quatro campos funcionais que são etapas percorridas pela

criança: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.

1 - A afetividade por sua vez, seria a primeira forma de interação com o meio ambiente e a

motivação primeira do movimento.

2 - O movimento tem grande importância na atividade de estruturação do pensamento no

período anterior à aquisição da linguagem. Enquanto atividades cognitivas podem estar em

duas categorias: movimentos instrumentais e movimentos expressivos. Os movimentos

instrumentais são ações executadas para alcançar um objetivo imediato e, em si, não

diretamente relacionado com outro indivíduo; este seria o caso de ações como andar, pegar

objetos, mastigar etc. Os movimentos expressivos têm uma função comunicativa intrínseca,

estando usualmente associados a outros indivíduos ou sendo usados para uma estruturação

do pensamento do próprio movimentador. Falar, gesticular, sorrir.

3 - A inteligência está diretamente relacionada com duas importantes atividades cognitivas

humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem. À medida que a criança vai aprendendo a

pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e o poder de abstração vão

sendo desenvolvidos.

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4 - A formação do eu como pessoa é responsável pelo desenvolvimento da consciência e da

identidade do eu. As relações entre estes três campos funcionais não são harmônicas, de

modo que constantemente surgem conflitos entre eles. A pessoa, como campo funcional,

cumpre um papel integrador importante, mas não absoluto. A cognição desenvolve-se de

maneira dialética, em um constante processo de tese, antítese e síntese entre os campos

funcionais.

Wallon propõe estágios no desenvolvimento, sendo flexível ao perceber que os

estágios não são sequências lineares e fixas, ou que um estágio suprima o outro, ele acredita

que o estagio anterior amplia e reforma os anteriores, sendo permeado por conflitos internos e

exteriores, sofrendo rupturas, retrocessos e reviravoltas. Desta forma há diferentes momentos

do desenvolvimento que não são propriamente “superados” por outros, mas podem reaparecer

em outra fase da vida, ganhando novos sentidos de acordo com as diferentes condições do

sujeito. Com base neste estudo, identifica o processo de alternância na predominância dos

campos funcionais em cada estágio de desenvolvimento, classificados em: impulsivo-

emocional (0 a 1 ano), sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos), personalismo (3 a 6 anos),

categorial (6 a 11 anos), puberdade e adolescência (11 anos em diante).

1 - Impulsivo-emocional, que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da afetividade

orienta as primeiras reações do bebê ás pessoas, ás quais intermediam sua relação com o

mundo físico. A criança expressa sua afetividade através de movimentos descoordenados,

respondendo a sensibilidades corporais: proprioceptiva (sensibilidade dos músculos) e

interoceptivas (sensibilidade das vísceras).

2 - Sensório- motor e projetivo, que vai até os três anos. Quando o interesse da criança se volta

para a exploração sensório-motora do mundo físico. a aquisição da marcha  e da preensão,

dão á criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços.

Ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao

fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental “projeta-se”

em atos motores. O ato mental se desenvolve a partir do ato motor.

3 - Personalismo ocorre dos três aos seis anos. Desenvolve-se a construção da consciência de

si, mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas.

4 - Categorial graças à consolidação da função simbólica e à diferenciação da personalidade

realizadas no estágio anterior, traz importantes avanços no plano da inteligência. Os

progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e

conquista do mundo exterior.

5 – No estágio da Puberdade a crise pubertária rompe a "tranqüilidade" afetiva que

caracterizou o estágio categorial e impõe a necessidade de uma nova definição dos contornos

da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação

Page 6: Teoria de Henri Wallon - Trabalho

hormonal. Este processo traz a tona questões pessoais, morais, existenciais, retomando a

predominância da afetividade.

Na sucessão de estágios, há uma alternância entre as formas de atividades (campos

funcionais) e de interesses da criança, na qual cada fase predominante (afetividade, cognição)

incorpora as conquistas realizadas pela outra fase, construindo-se, reciprocamente, num

permanente processo de integração e diferenciação.

Conclusão

Todos os conceitos vistos na teoria de desenvolvimento de Henri Wallon são

instrumentos que auxiliam na compreensão do processo de construção da pessoa, no

movimento que vai do bebê ao adulto, que ocorre de maneira não sequencial e interrupta,

levando em conta aspectos de seu contexto social, familiar, cultural.

A sua teoria trouxe muitas contribuições para a educação, principalmente a relação

ensino/aprendizagem, onde ao compreender os processos do desenvolvimento o professor

pode refletir sobre uma prática mais adequada às necessidades e possibilidades de cada etapa

do desenvolvimento infantil. Outro ponto é a importância do meio nesta construção do sujeito,

Wallon trata a escola como um meio social que tem a participação do professor, do aluno e da

própria escola, que na verdade são sujeitos carregados de valores e histórico que estão em

constante desenvolvimento.

Wallon vai chamar de educação humanista, todas as disposições que constituem o

homem completo, mesmo estando desigualmente repartidas entre os indivíduos, pois qualquer

indivíduo potencialmente pode se desenvolver em qualquer direção, a depender de seu aparato

biológico e das condições em que vive.

Esta pesquisa contribuiu para a compreensão da importância da escola como um meio

promotor no desenvolvimento, focando em uma pratica que venha interagir com a dimensão

social e individual de cada sujeito, ou seja, pensar em uma educação que venha desenvolver o

sujeito não somente no aspecto intelectual e sim na sua totalidade.

 Bibliografia:

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Petrópolis, RJ: Vozes, 1995 – Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/15955596/Henri-Wallon-

Uma-concepcao-dialetica-do-desenvolvimento-infantil-Isabel-Galvao

Escola de Henri Wallon. Acessado em: 31/05/2011,

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Page 7: Teoria de Henri Wallon - Trabalho

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MAHONEY, Abigail Alvarenga. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de

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www.anped.org.br/reunioes/24/T2071149960279.doc

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Paul_Hyacinthe_Wallon

Page 8: Teoria de Henri Wallon - Trabalho