temas para o grupo reviver

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Sugestão de temas para grupos de saúde mental

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8.1) Lista de temas mais comuns nos grupos deusurios:a) formas de estimular o bem-estar e a sade, e de lidar com as dificuldades no dia a dia, ao alcance das pessoas (exemplo: fazer mais coisas que do paz e diminuem a ansiedade, como caminhadas, pescar, soltar pipa, ir danar, ir ao cinema, visitar amigos etc.);b) coisas e eventos da vida mais comuns que causam ansiedade e estresse, e que podem ser evitados, ou como criar estratgias para lidar com eles;c) sentimentos, sintomas e sinais mais comuns que indicam a proximidade de uma crise ou que a pessoa deve procurar ajuda imediata; Obs.: sobre estes trs primeiros temas, recomendamos utilizar o apndice da cartilha intitulado Plano de ao para o bem-estar e a recuperao, com base na experincia norte-americana dos grupos de ajuda mtua. Sugerimos inclusive que este apndice deva ser usado nas primeiras reunies temticas, logo na fase inicial dos grupos. d) relatos da experincia cotidiana dos membros do grupo sobre a convivncia com o transtorno mental, sobre seus desafios e as estratgias de como lidar com eles. Este tema o mais frequente no tipo de reunies que chamamos de arroz com feijo.e) plano de crise (ver anexo neste manual sobre o tema);f) os cuidados necessrios durante e aps a internao psiquitrica, por parte da prpria pessoa, seus familiares, amigos e companheiros de grupo;g) boas formas de suporte e de tratamento, em servios sociais, de sade e sade mental de qualidade disponveis na regio;h) recursos culturais, musicais, artsticos, sociais, esportivos, religiosos, comunitrios e de lazer disponveis na regio e a experincia de interao social e convivncia neles;i) como lidar com e avaliar os diferentes tipos de tratamento em sade mental;j) como lidar com a medicao psiquitrica: efeitos de cada um no corpo e na mente; ajuste dos remdios, da dosagem, e dos efeitos colaterais; as experincias informais e sem conhecimento dos tcnicos, de diminuio da dosagem ou retirada, e suas consequncias; como conversar e negociar com os mdicos e com a equipe dos servios sobre a medicao, etc.;k) como lidar com os servios de sade mental, com seus psiquiatras e demais profissionais, bem como com os servios de sade em geral; como avaliaro momento de tomar decises mais difceis, como mudar de profissional ou de servio;l) bons cuidados com a sade fsica: alimentao, atividades fsicas e teraputicas, sono, preveno e acompanhamento de doenas crnicas etc.;m) a experincia de buscar uma atividade laborativa e de trabalho, capacitao e treinamento para o trabalho;n) os vrios tipos de famlia e formas de viver sozinho, e a experincia de moradia; alternativas e servios de moradia na regio;o) a experincia de lidar com drogas lcitas (bebidas alcolicas, caf, cigarro etc.) e ilcitas;

8.2) Lista de temas mais comuns nos grupos defamiliares16:Os desafios da participao e as questes trazidas pelos familiares para os grupos apresentam muitas especificidades. Em primeiro lugar, no fcil mobiliz-los para as reunies, pois isso implica quebrar a longa rotina diria de cuidados e afazeres, e superar a frequente tendncia ao desnimo e mesmo depresso. Em segundo, os grupos precisam construir um nvel de cumplicidadee confiana mtua muito alto entre si e com os trabalhadores que eventualmente assessoram os grupos, para que se disponham a falar de temas to difceis e dolorosos, como os listados abaixo:a) o sofrimento, dvidas e esperanas vividas quando os servios de sade mental informam o diagnstico;b) a procura por servios e profissionais comprometidos com o cuidado ao longo do tempo, humanizados, competentes e capazes de um bom acolhimento e sensibilidade com os usurios e particularmente com os prprios familiares;c) como conversar com os profissionais sem censuras e aprender mais sobre medicamentos, os efeitos colaterais, o que se pode e no se fazer, incluindo a possibilidade de expressar dvidas e questionamentos;d) como reconhecer os sinais de piora no quadro do usurio, e de um eventual prximo surto;e) a definio e deciso do melhor momento e da melhor forma de se internar (voluntria e involuntria) o usurio, seus dilemas e consequncias;f) a fragilidade e as necessidades prprias dos familiares durante o perodo da internao;g) a necessidade de ter um arsenal de estratgias de convivncia diria, no lidar com as particularidades da relao com o usurio e com seus comportamentos mais desafiantes;h) estratgias de lidar com o uso frequente e abusivo de lcool e outras drogas, com suas conseqncias e dilemas;i) os enormes desafios de lidar com os comportamentos autoagressivos e suicidas;j) os dilemas e estratgias relacionadas recusa de tratamento e a suas consequncias na piora no quadro do usurio;k) as diversas estratgias de lidar com os comportamentos ofensivos aos prprios cuidadores e familiares, ou como cuidar bem de seu algoz;l) como lidar com a tristeza em ver as expectativas frustradas e os comprometimentos mais acentuados da vida afetiva, social e profissional de seu familiar com transtorno;m) os desafios da busca e conquista de atividades que ampliem as possibilidades de vida e que respeitem as limitaes e potencialidades de seu familiar, nas reas de tarefas do cotidiano, cultura, lazer, sociabilidade, esporte, vida comunitria, educao, trabalho etc.;n) como avaliar a melhor indicao e a dosagem, com o menor nvel de efeitos colaterais; como conseguir a medicao e garantir a rotina que garanta o uso regular e adequado de todos os medicamentos;o) o reconhecimento e as estratgias de garantir o direito ao descanso, ao cuidado de si e a um projeto de vida por parte dos familiares e cuidadores; p) o dilema de gerao na produo do cuidado, ou seja, como os familiares lidam com o medo/pavor de se confrontarem com a prpria morte e com o desafio de quem e como se prover o cuidado para seu familiar com transtorno no futuro;q) os desafios adicionais de lidar com usurios idosos;r) as dificuldades prprias dos casos que envolvem infrao penal e medidas de segurana.

8.3) Lista de temas comuns aos grupos de usuriose familiares:Esta lista indica temas que so comuns aos grupos de usurios e de familiares, levantam questes mais coletivas e so fundamentais para as demais estratgias de empoderamento:a) como lidar com o preconceito e a discriminao contra a pessoa com transtorno mental e sua famlia, e como promover mudanas na comunidade e na sociedade a este respeito;b) direitos das pessoas com transtorno mental e de suas famlias na sociedade e junto a servios e rgos pblicos;c) os direitos civis da pessoa com transtorno mental e de suas implicaes na famlia: o que , e como lidar com a incapacidade civil, tutela, imputabilidade (no responsabilidade por crimes) etc.d) a luta poltica por servios e por uma poltica de sade mental na sociedade; a reforma psiquitrica e a luta antimanicomial; a participao nos conselhos de poltica social e de sade;e) como difundir a luta pelos direitos das pessoas com transtorno mental: educao poltica, materiais e formas de educao popular em sade e sade mental etc.f) a luta pelos direitos civis, polticos e sociais e a aliana com outros movimentos sociais populares, partidos polticos, ONGs, intelectuais e profissionais engajados etc.

Sero tratados aqui os dois tipos bsicos de reunio:- Tipo 1: reunies de relatos pessoais e trocas de experincias e apoio emocional, entre os participantes associados do grupo ou novatos- Tipo 2: reunies temticas de troca de experincias e apoio emocional com base na vivncia dos participantes associados ou novatosEstes dois tipos nos parecem os mais desafiantes e pelos quais todos os grupos devem se iniciar.Como dissemos acima, eles constituem o dia a dia dos grupos de ajuda mtua, ou seja, os doistipos de reunio que devem sempre existir nestesgrupos, a partir do quais os outros tipos sero umdesdobramento natural.10.1) Primeira fase: acolhimento e regras da reunio:a) Recepo: trata-se de receber os membros j veteranos, mas particularmente acolher de forma calorosa os novatos, que iro participar da reunio pela primeira vez. Para isso, os facilitadores e principalmente a equipe de boas-vindas, j descritaacima, tm um papel fundamental. Como indicado naquela ocasio, a equipe de boas-vindas mostra o lugar, apresenta a verso mais simples da cartilha, explica como funciona o grupo e suas regras bsicas (indicando o contrato), apresenta os novos aosmembros antigos. Para isso, sempre que houver novatos, os integrantes desta equipe devem estar disponveis pelo menos 30 minutos antes do inciooficial da reunio, e os novos membros devem ser estimulados a chegar mais cedo para terem este contato com a equipe.b) Apresentao: j sentados em crculo, faz-se uma apresentao pessoal de todos os participantes. Esta fundamental particularmente nos dias em que h novatos no grupo. Formas mais dinmicas de apresentao podem ser usadas, substituindo adinmica de quebra-gelo indicada logo abaixo. Nas reunies iniciais dos grupos em que as pessoas no se conhecem previamente, pode ser interessante sugerir o uso de crachs improvisados18.c) Exposio das regras bsicas da reunio: Este procedimento se inicia com a apresentao dos dois facilitadores, indicando claramente quem ser o guardio e quem ser o incentivador naquela reunio.Particularmente quando h novatos, importante reler os objetivos e as regras do contrato de participao, que integram a cartilha do participante. Isso deve ser feito pelo facilitador guardio do dia. Mesmo na ausncia de novatos, em caso do grupo terdemonstrado nas reunies anteriores uma tendncia a quebrar uma ou mais regras bsicas ou dos itens do contrato, este facilitador pode lembrar o grupo desta(s) regra(s) de forma positiva, dizendo algo assim: bom lembrar das regras X e Y, que dizem ..., e esperamos que o grupo hoje tenha uma reunio tranquila e proveitosa para ns todos.d) Dinmica simples de quebra-gelo: os participantes do grupo podem propor uma pequena dinmica para quebrar a timidez e esquentar o grupo, e se os vrios participantes no tiverem nenhuma ideia, a os facilitadores devem prop-la. A forma mais simples de quebrar o gelo e estimular a amizade e a imaginao cantar uma msica sugestiva e conhecida de todos. Para isso, inclumos na cartilha dos participantes alguns exemplos de letras de msicas brasileiras sugestivas para este fim. Os facilitadores e o prprio grupo devem estimular que seus participantes tambm indiquem outras boas letras de msica para isso, com as quais se sintam identificados e gostem de cantar, e que valorizem a cultura local. Como indicado antes, uma dinmica de apresentao mais estimulante pode tambm ser uma boa forma de quebrar o gelo entre os participantes. Os facilitadores de grupos devem pesquisar e conhecer como aplicar alguns jogos e dinmicas de grupo simples, rpidas, no invasivas e que no exijam conhecimento complexo para sua aplicao, podendo ser reproduzidas facilmente nos demais grupos. Existem tambm tcnicas simples e breves de relaxamento que podem ser teis em caso de haver pessoas que aparentam um nvel de ansiedade mais alto. A mais comum e fcil de se utilizar em grupos sentar-se de forma cmoda e posio ereta, baixar os olhos (apenas olhar para facilitadores e o prprio grupo devem estimular que seus participantes tambm indiquem outras boas letras de msica para isso, com as quais se sintam identificados e gostem de cantar, e que valorizem a cultura local. Como indicado antes, uma dinmica de apresentao mais estimulante pode tambm ser uma boa forma de quebrar o gelo entre os participantes. Os facilitadores de grupos devem pesquisar e conhecer como aplicar alguns jogos e dinmicas de grupo simples, rpidas, no invasivas e que no exijam conhecimento complexo para sua aplicao, podendo ser reproduzidas facilmente nos demais grupos. Existem tambm tcnicas simplese breves de relaxamento que podem ser teis em caso de haver pessoas que aparentam um nvel de ansiedade mais alto. A mais comum e fcil de se utilizar em grupos sentar-se de forma cmoda e posio ereta, baixar os olhos (apenas olhar para o cho, fixando em um ponto, mas no fechar) e respirar espontnea e relaxadamente, sem forar o ritmo, contando cada inspirao at dez, e depoisvoltar e recomear de novo a conta, no devendo durar em grupos do campo da sade mental mais de dois ou trs minutos.