revista reviver 17ª edição

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REVIVER REVIVER Faça você mesmo Decorações de Natal Recicladas A velhice não passa de um estado de espírito Cartão Ati vo É muito mais do que um cartão de descont os Bimestral | Edição nº17 |Novembro 2015 | Gratuita Na Esplanada com... Pedro Vasconcelos Animais de Estimação A Merial Portuguesa esclarece o maneio da dor e deteção de cancro nos animais Animais de Estimação Faça você mesmo Na Esplanada com... Pedro Vasconcelos Watsu A combinação perfeita entre o Shiatsu e a Água Watsu A c ombinação perfeita entr e o Shiatsu e a Água Car tão Ativo É mu ito mais do que um car tão de descontos CID Sénior Saiba tudo sobre o Movimento de Cidadania Sénior CID Sénior Saiba tudo sobre o Movimento de Cidadania Sénior Decorações de Natal Recicladas Equoterapia Benefícios da companhia de um cavalo Equote rapia Benefícios da companhia de um cavalo

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17ª Edição da Revista REVIVER, que continua a mostrar que a velhice não passa de um estado de espírito.

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Page 1: Revista REVIVER 17ª Edição

REVIVERREVIVERFaça você mesmoDecorações de Natal Recicladas

A velhice não passa de um estado de espírito

Cartão AtivoÉ muito mais do que um cartão de descontos

Bimestral | Edição nº17 |Novembro 2015 | Gratuita

Na Esplanada com...

Pedro Vasconcelos

Animais de EstimaçãoA Merial Portuguesa esclarece o maneio da dor e deteção de cancro nos animais

Animais de Estimação

Faça você mesmo

Na Esplanada com...

Pedro Vasconcelos

WatsuA combinação perfeita entre o

Shiatsu e a Água

WatsuA combinação perfeita entre o

Shiatsu e a Água

Cartão AtivoÉ muito mais do que um cartão de descontos

CID SéniorSaiba tudo sobre o Movimento

de Cidadania Sénior

CID SéniorSaiba tudo sobre o Movimento

de Cidadania Sénior

Decorações de Natal Recicladas

EquoterapiaBenefícios da companhia

de um cavalo

EquoterapiaBenefícios da companhia

de um cavalo

Page 2: Revista REVIVER 17ª Edição

REVISTA REVIVER

Sumário Novembro de 2015REVIVER n.º 17

Editorial03 Nem bem nem mal passadopor António Ramos

Separador04 Uma frase de Deepak Choprapara refletir.

Faça você mesmo06 Aprenda a fazer decorações deNatal recicladas.

É tempo de semear!10 Saiba o que semear e plantar emNovembro e Dezembro.

Direitos e Cidadania Sénior14 A importância de conhecer osseus direitos enquanto cidadão.

CID Sénior18 - Saiba tudo sobre o Movimentode Cidadania Sénior.

Cartão Ativo25 Viver melhor é uma escolha. Nãoé mais um cartão de descontos.

14 36

Benefícios do Maracujá26 Descubra as 10 vantagens paraa sua saúde ao comer Maracujá

Dores de Costas28 Saiba como manter a sua coluna saudável.

Animais de Companhia33 A Merial Portuguesa fala sobre omaneio da dor e a detecção do cancro.

Receitas de 5 estrelas34 Helena Ramos apresenta-lhe umareceita para um bom lanche e jantar.

Na Esplanada com...36 Dr. Pedro Pestana Vasconcelos.Conheça a sua história aos 90 anos.

Separador40 O verdadeiro mal da velhice éa indiferença da alma.

Parque das Nações42 Acompanhe-nos num passeiopelo Parque das Mil e Uma Sensações.

Já exprimentou Watsu?46 Conheça os benefícios destaterapia para a sua saúde.

Equoterapia50 Descubra os benefícios dacompanhia de um cavalo.

Sabia que...55 Existem curiosidades que nos enriquecem culturalmente

Breves56 Saiba quais são as brevesdo momento.

Fotorreportagem: Myanmar e Singapura 60

Crónica 63

Quem foi...? 64

Agenda Cultural 66

Passatempos 68

Ficha Técnica 70

50503618

Page 3: Revista REVIVER 17ª Edição

Novos tempos trazem novas modas e novas maneiras de estar na vida. Temos de aceitar e acompanhar esse facto,

evoluir pessoalmente de forma a não sermos deixados para trás, caso contrário continuaremos a comer carne crua

enquanto outros já cozinham e temperam. Aí está o segredo do sucesso humano, não parar de evoluir nem de

acompanhar a evolução. Mas à velocidade que tudo se passa hoje em dia, será que devemos manter o pé pesado

da evolução dos tempos no acelerador, ou parar para pensar? E acho que aí reside a ideia chave que pretendo

transmitir, parar para pensar. O Mundo moderno, as novas tecnologias e a relação que as pessoas têm entre si e

com a informação, parecem criar um mundo de extremos, em que tudo é dito e feito da boca para fora, espon-

taneamente, sem raciocinar ou sem preocupação pela veracidade dos factos. O importante é termos uma indig-

nação ativa, mesmo em assuntos de menor relevância. E devemos certificar-nos de que a nossa indignação tem um

ponto de vista ou uma argumentação extremista, mesmo que não seja necessariamente lógica, até porque nos dias

que correm, a lógica e a veracidade passam para segundo plano, o que é importante é termos um computador ou

um telemóvel com ligação à internet que nos permita fazer parte dum grupo alargado de indignados. Se fizermos

uma retrospetiva histórica dos nossos atos enquanto seres humanos, veremos que já por várias vezes o passado

procurou ensinar-nos de que posições e atos extremistas não são a solução para nada. Este é um facto que não tem

a ver com paradigmas políticos, religiosos ou éticos, é a história que nos diz, mostrando-nos os mesmos atos hor-

rendos de extremos completamente opostos. Não posso ficar senão preocupado com o rumo da humanidade, ao

ver o que se passa diariamente pelo mundo fora, e pior, a maneira como as pessoas supostamente civilizadas

reagem a tudo isso. Depois de 9 de Novembro 1989, não era suposto erguerem-se mais muros, mas todos assisti-

mos à velocidade com que a Hungria demonstrou as suas intenções, todos assistimos à forma como Donald

Trump conquista corações republicanos nos Estados Unidos da América com os seus argumentos tirados do

fundo dum aterro. Num dia citamos Ghandi, Bob Marley, John Lennon, Mandela, abrimos o coração e gritamos

“Paz e Amor” para no dia seguinte apontarmos o dedo aos refugiados acusando-os de serem oportunos terroris-

tas. Não existe coerência, não existe raciocínio nem bom senso. Tem tudo de ser preto ou branco, o meio-termo já

não é mais bem-vindo. A indignação é boa, aliás, é muitas vezes isso que eu aqui faço neste meu espaço editorial,

é ela que nos faz expor as nossas opiniões mais relevantes. Será? Pelo menos devia ser. Faço esta pergunta porque

um dos fenómenos a que tenho assistido nestas ondas frívolas de indignação, é o que eu vou chamar de

“Indignação Cor-de-Rosa”, ou seja, aquela indignação que realmente não interessa a ninguém quando há tantos

outros assuntos que deviam merecer a nossa atenção, solidariedade e apoio. É mais fácil dizer mal do que apoiar,

do que tentar fazer a diferença. As pessoas ficaram horas a bater no assunto do rapaz que foi entregar uma pizza

ao Sócrates e que foi supostamente ridicularizado em televisão (quando na verdade foram os jornalistas que fi-

zeram figura de ridículos), e preferem esse tipo de indignação a direcioná-la para assuntos como atentados aos

direitos humanos. Preferem alimentar as disputas criadas pelos media entre o Ronaldo e o Messi, celebrar o facto

do nome do Messi ter sido manchado por alegada fuga ao fisco, só porque o Ronaldo é português, e na verdade

nunca ninguém soube quem é Oliveira e Costa, que devia dizer-nos muito mais respeito. Nos dias de hoje é tudo

muito passageiro, tudo fútil e esporádico, lutar ou defender algo em que realmente se acredita é transitório, se ca-

lhar porque já não acreditamos verdadeiramente em nada. O importante é pertencer, fazer parte, estarmos inte-

grados numa comunidade de indignados com os mesmos argumentos que o próximo nem que isso represente ser

completamente ignóbil. O Mundo muda bem sei, não vou ficar para trás, mas vou ser eu a marcar o meu ritmo.

António Ramos

editorial

03REVIVER

NEM BEM

NEMMAL PASSADO

Page 4: Revista REVIVER 17ª Edição
Page 5: Revista REVIVER 17ª Edição

“O que realmente revigorauma pessoa mais velha é

adquirir um novo propósitoe algo novo para amar.”

Deepak Chopra

SEPARADOR

05REVIVER

“O que realmente revigorauma pessoa mais velha é

adquirir um novo propósitoe algo novo para amar.”

Deepak Chopra

Page 6: Revista REVIVER 17ª Edição

DIA-A-DIA

Faça você mesmoA decoração do seu Natal

Faça você mesmoA decoração do seu Natal

Começou a contagem decrescente para o Natal. Todos os anos queremos decorar as nossas casas comalgo novo, marcar a diferença com a nossa árvore de Natal, mas sobretudo tornar o nosso lar maisaconchegante para esta altura de harmonia e convívio. Por isso decidimos apresentar nesta ediçãoalgumas soluções para fazer uma decoração única, bonita e poupando algum dinheiro.

Árvore de Natal Reciclada com rolhas de cortiçaEsta é uma excelente opção se quiser colocar uma pequena árvore de natal na sua mesa derefeições, na mesa de centro ou até mesmo numa cómoda. É fácil de fazer, é uma ideiaeconómica e não leva muito tempo a construir.

Material necessário: De 19 a 70 rolhas (conforme o tamanho que preferir); Cola quente; Alfinete com cabeça de cor à sua escolha;

Tinta acrílica ou de tecido (das cores que quiser pintar as bases das rolhas);

Uma fita de cetim ou uma pequena estrela brilhante- Uma base para a árvore

(pode ser um pouco de tronco ou rolhas coladas na vertical)

Page 7: Revista REVIVER 17ª Edição

Como fazer uma árvore de natal com rolhas de cortiça?

Se olhar para as fotografias que aqui lhe apresentamos não é difícil de perceber como sefaz esta árvore de natal. Mas deixamos-lhe todos os passos para não se enganar.

1º Passo: Para a árvore começar a ganhar forma precisamos colar as rolhas por fila. O nosso exemplo vai ser a fila maior com 7 rolhas, 2 filas compostas por 6 rolhas, 2 filascompostas por 5 rolhas e depois as filas mais pequenas, uma com 4 rolhas, uma com 3 rol-has, uma com 2 rolhas e uma rolha.

2º Passo: Não se esqueça que as rolhas devem ser coladas pela parte lateral umas nas out-ras. Depois é unir com cola quente as filas. Para ficarem bem seguras umas nas outrasconvém colocar alguma cola para a árvore não se desmontar mais tarde. Nesta fase, con-vém começar pela base da árvore. A cola deve ser aplicada na parte de cima das rolhas.Vamos colar a primeira fila de 5 rolhas com a de 6, a fila mais pequena deve ficar porbaixo. Por cima da fila de 6, colamos a de 7. A partir daqui é colar de modo decrescenteaté ficar a rolha sozinha no topo.

3ºPasso: Agora que a estrutura da árvore está feita, temos que colá-la a uma base parasuportá-la na vertical. Com um pequeno serrote conseguimos serrar um pequeno tronco demadeira, dando um ar mais rústico à nossa árvore de natal. Convêm que ele se cole a pelomenos 2 ou 3 rolhas para suportar bem o peso. Para isso basta uma boa dose de cola quentee ficar a pressionar o tronco contra as rolhas durante um tempinho.

4ºPasso: Faça um laço com a sua fita. É engraçado se as pontas ficarem compridas, cobrindoquase todo o comprimento da nossa árvore. Para colocar o laço no topo da árvore use umalfinete com a cabeça de cor que escolheu.

5ºPasso: Para terminar a nossa árvore basta pintar as rolhas que quiser. Faça um efeitoengraçado, entre as cores e a cor da cortiça. Deixamos essa decisão ao seu gosto. A suaárvore está pronta para o natal!

DIA-A-DIA

Page 8: Revista REVIVER 17ª Edição

DIA-A-DIA

08 REVIVER

Bola de Natal feita com botõesPode usar estas bolas de natal para os centros de mesa mas também para colocarnas portas ou numa árvore de natal tradicional ou que aguente o seu peso.

Material necessário:- Bolas de esferovite; alfinetes; fio ou corda; agulha e vários botões.

Existem várias formas para criar bolas de natal, feitas com materiais reciclados. Vamosdar um exemplo simples de ser feito, que não necessita de muita habilidade e rigor, ape-nas de bom gosto e criatividade.

Como fazer uma bola de natal com botões?

1ºPasso:Numa bola de esferovite, passe com uma linha grossa ou com um cordel numaagulha a bola de um lado ao outro, dê um pequeno nó, passe novamente a linha ou cordele faça uma espécie de laço se pretender pendurar a bola.

2ºPasso: Depois comece a decorar a sua bola. Vá prendendo com alfinetes os botões. Se escolher o branco para os botões, opte por escolher alfinetes com a cabeça branca paranão destoar do resto.

3ºPasso: Pode também fazer uma composição com um botão maior e um mais pequenoem cima, para dar mais relevo em algumas zonas. Para dar uns pormenores de cor, podecolocar botões pequenos com uma cor diferente à sua escolha. Veja alguns dos exemplos apresentados, inspire-se e use a sua criatividade.

Page 9: Revista REVIVER 17ª Edição

DIA-A-DIA

Sinos de natal com garrafas PETEsta é um ideia muito simples de executar e que irá dar um efeito encantador àsua porta ou parede. Explicamos a maneira mais fácil de criar esta peça mas con-tamos com a sua imaginação para tornar esta peça ainda mais bela.

Material necessário:- 1 Garrafas PET de 2litros e um x-acto; Verniz para vitrais (dourado ou prateado)- Um pincel, linha ou elástico, uma bola de natal pequena e um laço.

Como fazer o sino de natal?1º - Corte com o X-acto a sua garrafa pet. Uma boa medida de referência são 10 cm a con-tar do gargalo da garrafa.

2º- Pinte a sua garrafa com o verniz que escolheu.

3º Prenda à sua pequena bola de natal a linha ou o elástico e coloque-a dentro da garrafapet. Prenda a linha no gargalho para esta não cair.

4º Agora basta decorar o seu sino. Pode colocar um laço na parte de cima, colar uma faixaonde termina o seu sino, uma boa solução para esconder algumas imperfeições no corte.Pode também forrar o seu sino em vez de pintá-lo, seja com tecido ou com croché. Estasdecisões deixamos entregues ao seu bom gosto. Divirta-se a fazer. Isso sim é o maisimportante.

Com tantas ideias, a REVIVER acredita que terá a sua casa com uma decoração únicaeste Natal e toda feita por si. Divirta-se e Boas Festas!

05REVIVER

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É tempo de semear!

DIA-A-DIA

Semear em NovembroAntes de começar a semear e a plantar, quem tem árvores de fruto deve estrumar os pomares quando a luaestiver em fase crescente. Para podar as árvores deve fazê-lo no Minguante. Não se esqueça de começar apreparar os canteiros destinados às sementeiras e plantações da Primavera. O adubo e o estrume são indis-pensáveis nesta altura do ano. Nestes meses perto do fim do ano é muito importante proteger as plantasmais frágeis contra a geada com abrigos de plástico.

O que plantar em Novembro?Esta é uma boa altura para quem tem espaço começar a plantar algumas árvores de fruto quando

a lua estiver em fase crescente. Bons exemplos para esta altura são:

- Cerejeiras: Existem vários aspetos que deve ter em conta se pretende plantar uma cerejeira. Antes de comprar leiasobre as várias espécies, irá perceber que os cuidados variam consoante o propósito para a sua cerejeira e o clima ondeirá plantá-la. Se pretende uma cerejeira para dar fruto é muito importante a escolha do local onde a vai plantar.Escolha um local com bastante exposição solar mas que tenha horas de sombra. O solo deve ter profundidade, ricoem nutrientes, bem drenado e com pH neutro a alcalino. Quando encontrar o local certo, comece a mexer a terra. Façaum buraco com uma pá um pouco maior que o tronco da sua cerejeira e é aconselhável firmá-la com uma estaca,assim ela irá crescer de maneira vertical. Enterre as raízes, mas preencha o buraco só até a meio. Não se esqueça debater na terra para que esta fique compacta. Nesta primeira fase regue o solo todos os dias e se conseguir cobrir a terrano seu redor com uma manta de materiais orgânicos, melhor, esta ajuda a prevenir contra a humidade e ervas dan-inhas. Se pretende plantar mais que uma cerejeira, não se esqueça de plantá-las pelo menos a 6 metros de distância.

Para além das árvores de fruto, existem mais opções para plantar nesta altura do ano, como por exemplo a:

- Batata: A batata cresce melhor em regiões de clima ameno, com boa luminosidade e algumas horas de sol diretopor dia. Quanto ao solo, a batata deve ser plantada em solo bem drenado, sem pedras e detritos, fértil, rico emmatéria orgânica e em nitrogénio. Regue de forma a manter o solo sempre húmido, mas não exagere na água poisé esta que origina muitas vezes algumas doenças mais comuns. As batatas que vai escolher não devem apresentarqualquer tipo de doença e devem ser saborosas. Deve se deixar as batatas num local iluminado até que os brotoscresçam. Estas só devem ser plantadas quando os brotos atingirem pelo menos 2 cm de comprimento. Cada batatadeve ser colocada a 30 cm de profundidade e espaçadas também a 30 cm. É importante referir que os tubérculos daplanta não devem ficar expostos à luz, por isso de 30 em 30 dias acrescente terra junto aos pés das batateiras.

10 REVIVER

Page 11: Revista REVIVER 17ª Edição

Semear em Novembro

Para aqueles que gostam de usar as sementes e acompanhar todo o processo de crescimento dos seus alimentos, esta é uma boa altura para semear:

- Beterraba: É uma planta bienal e floresce a partir do seu 2ºano. Cresce muito bem em cli-mas amenos, precisa de uma boa luminosidade e de algumas horas de sol direto. O solodeve ser bem drenado, leve e sem detritos, profundo, rico em matéria orgânica e principal-mente rico em boro. Adicione se necessário adubos ricos em boro. A terra deve permanecerhúmida mas não encharcada. Quando for semear a beterraba faça-o a uma profundidadede 1 cm, num local definitivo. Dentro de 1 a 3 semanas a beterraba deve ter germinado. Nãose esqueça de cuidar dela regularmente.

- Nabo: Embora seja cultivada como uma planta anual, é uma planta bienal. O nabo crescebem em clima ameno e suporta temperaturas baixas e geadas mais leves. Deve ficar numlocal com luz solar direta mas tolera uma sombra com bastante luz. No que diz respeito aosolo e à rega, as condições são iguais às da beterraba. Deve semear o nabo a 0,5 cm e a suagerminação aparecerá em alguns dias. Quando semeado deve ter um espaçamento de 30 cm entre linhas e 15 cm entre plantas.

- Salsa: Esta pode ser cultivada em diversos climas, em lugares ensolarados ou em sombraparcial. Sendo uma planta rústica chega a crescer em solos pouco férteis. Deve apenasmanter o solo sempre húmido. A salda demora um pouco a germinar, pode demorar de 2a 6 semanas. Se deixar as sementes em água morna durante 24 h pode apressar a germi-nação. Esta deve ser plantada num local definitivo, seja num vaso ou no terreno. Deve teratenção à profundidade do local, deve ter no mínimo 30 cm de profundidade para ela crescer bem e atingir uma boa altura.

Em Novembro deve colher ou plantar:- As azeitonas, os chuchus, a amêndoa, castanhas, nozes e avelãs. Quanto aos pomares,esta é uma boa altura para começar a apanhar dióspiros, limões, laranjas, tangerinas,maçãs, romãs, pêras e kiwis.

- É altura de desbastar os nabais e aproveitar o desbaste para dar ao gado. Para aqueles que não têm gado pode vender se tiver grandes quantidades.

Para os amantes das flores:Devem estercar as covas onde vai plantar na primavera os arbustos e colocar estacas nasplantas contra o vento. Este não é um bom mês para semear flores, é sim altura de plan-tar e podar roseiras.

Lembre-se de alguns provérbios:“Cava fundo em novembro, para plantares em Janeiro.”; “Pelo São

Martinho, abatoca o teu vinho.”; “Novembro à porta, geada na horta.”;“Novembro pelos santos, neva nos campos.”

Page 12: Revista REVIVER 17ª Edição

DIA-A-DIA

Semear em DezembroNo mês de Dezembro continuam-se a preparar a terra e os canteiros para as culturas próprias da épocae da Primavera. A terra deve ficar bem afogada e sem torrões. Quando assim estiver deve-se incorporaro estrume que convém não estar completamente curtido. Não se esqueça de continuar a resguardar asplantas das geadas. Este mês, durante o minguante, lembre-se de começar a cortar as madeiras.

O que plantar em Dezembro?No seu pomar pode plantar este mês:

- Pereiras (Pera Rocha): Para quem está a começar a plantar árvores de fruta é aconselháveladquirir uma perto dos 2 anos. Com todas as árvores a decisão onde a irá plantar é muito impor-tante. Escolha um local quente, com muita luz solar, protegido de ventos fortes e de geadas. Apera rocha consegue um bom crescimento em solos profundos, com uma boa drenagem e comum pH entre os 6 e os 7. Esta pereira adapta-se com mais facilidade a solos com argila do que asolos arenosos e alcalinos. Se tiver um bom solo ela irá resistir melhor a pragas e doenças. Façaum buraco espaçoso e depois tape-a e aperte bem a terra, para segurar a pereira. Deve usar esta-cas para que esta tenha um bom crescimento e apoio enquanto é jovem. Vigie a sua árvore einforme-se de como cuidar da pera rocha.

- Macieiras: A macieira quando comprada jovem é fácil de crescer. A única preocupação é prepararo solo antes para receber a macieira. O solo ideal é argiloso ou argiloso/arenoso, com um Ph de 6.Não deve apresentar uma inclinação superior a 20% e não deve ser uma zona muito exposta a ven-tos fortes. O solo deve ser enriquecido com fósforo ou potássio. Prepare o terreno e cave um buracopara a sua macieira, três meses antes da compra deve aplicar em metade do buraco uma medidaindicada pela loja de especialistas de calcário. Depois deve realizar a aragem e só depois deve adi-cionar o restante calcário. Um mês antes de plantar a sua macieira deve adubar o solo com umadubo padrão das lojas de jardinagem. Depois de plantar a sua macieira acompanhe o seu cresci-mento, remova as ervas daninha, controle as pragas e regue a árvore periodicamente.

Na horta pode plantar ainda:

- Estolhos de morangueiros: A melhor maneira de ter morangos em sua casa é usar estolhos(extensões) que brotam da planta mãe e criam facilmente raízes. No início compre mudas defornecedores e nos anos seguintes obtenha as suas próprias mudas dos estolhos domorangueiro. A forma mais segura é esperar que estes ganhem raiz antes de separar da plantamãe. Deve existir um espaçamento entre 20 a 35 cm entre plantas. Estes devem permanecer emsolo húmido, com boa luminosidade e luz direta algumas horas por dia. Por ter raízes pouco pro-fundas pode ser cultivado em vasos ou jardineiras. Deve cobrir o solo com cobertura morta, paraimpedir o crescimento de plantas invasoras e que os morangos fiquem em contato direto com osolo, assim evita algumas doenças e o contacto com alguns seres vivos que estragam a fruta.

O que semear em Dezembro?-Chicória: A chicória cresce bem num clima ameno, sob sol direto ou sombra parcial,desde que exista uma boa luminosidade. O solo deve ter uma boa drenagem ser fértil erico em matéria orgânica. Deve ser regada com frequência para que o solo não fique resse-quido. Pode ser plantado em sementeiras e transplantado quando as mudas tiverem entre4 a 6 folhas. Faça o transplante ao final da tarde ou em dias nublados. O espaçamento parao cultivo deve ser entre 20 a 30 cm entre linhas e 15 a 30 entre plantas.

-Espinafre: O espinafre não precisa de grandes cuidados. Basta um clima ameno, luz solardireta e sombra parcial. O solo é o mais indicado para quase todos os casos, boa drenagem,fértil e rico em matéria orgânica, mas o espinafre precisa de nitrogénio. O solo deve per-manecer húmido mas não encharcado. Quanto às sementes, devem ser semeadas em localdefinitivo a 20 cm de cada planta. As folhas do espinafre podem ser colhidas individual-mente entre 40 a 120 dias, após ter sido plantado.

Page 13: Revista REVIVER 17ª Edição

Em Dezembro deve-se colher ou apanhar:Tudo aquilo que começamos a apanhar em Novembro. Esta é a altura do fim da apanha da azeitona e início da limpeza dos lagares.

Para os amantes de flores:Em Dezembro pode começar a semear cíclames, gladíolos, lírios, malvaíscos e ervilhas-de-cheiro. Pode continuar a plantar roseiras.

Lembre-se de alguns provérbios:“Dezembro molhado, Janeiro geado.”

“Em dezembro chuva, em Agosto uva.”“Em dezembro quem vareja antes do Natal, deixa azeite no olival.”

“Geada no dia mais curto, o Inverno será duro.”

DIA-A-DIA

13REVIVER

Page 14: Revista REVIVER 17ª Edição

A importância da Cidadania

A história demonstra-nos que as coisas só mudam quando existem pessoas com vontade de mudar o rumo

das coisas. Na maioria das vezes são os pequenos detalhes que fazem a diferença, pequenas e simples

soluções para melhorar a qualidade de vida local, da nossa própria comunidade, que pode ter um impacto

incrível no que nos rodeia. Não é preciso ambicionar mudar o Mundo para que o Mundo sinta a mudança.

Neste artigo pretendemos focar as nossas atenções na importância de exercer uma cidadania ativa. O envel-

hecimento e a reforma trazem consigo certos riscos, ainda mais para pessoas conformistas. É conformista

quem se resigna a uma determinada situação, e apesar do grande leque de opções disponíveis para um

envelhecimento ativo, exercer a cidadania deve ser encarado como mais que uma opção, um dever.

Ser Cidadão

Não se pode definir a cidadania, sem primeiro entender o que é ser cidadão. Num sentido muito

literal da palavra, o cidadão é o habitante da cidade, indivíduo com direitos civis e políticos de

um estado livre. Mas mais do que essa definição literal, um cidadão é alguém que se envolve

ativamente na vida das comunidades e na democracia política. Na Roma antiga, ser cidadão era

um privilégio para aqueles que se envolviam na vida política, um direito reservado apenas para

alguns, já que mulheres, crianças e escravos não tinham esse direito. Contudo, hoje em dia vive-

mos numa democracia que procura promover e respeitar os direitos humanos, combater as

desigualdades e a descriminação, defender a educação a cultura e o desenvolvimento sustentáv-

el. Os Estados de Direito, procuram promover estes direitos democráticos através das suas

próprias Instituições, ou então de ONGs (Organizações Não Governamentais).

Desta forma, a cidadania é hoje direcionada a qualquer pessoa, visando o cidadão comum, a

quem se pede que desempenhe um papel ativo, local, nacional ou internacionalmente, que este-

ja informado e consciente dos seus direitos, deveres e responsabilidades e que compreenda que

pode ser influente e marcar a diferença.

14 REVIVER

VIVER

Direitos eCidadania Sénior

Page 15: Revista REVIVER 17ª Edição

15REVIVER

VIVER

Page 16: Revista REVIVER 17ª Edição

VIVER

Porquê exercer a Cidadania Sénior?

Aos poucos a ideia de que os seniores são elementos descartáveis na nossa sociedade tem vindo

a ser dissuadida. Mas esse facto não seria possível sem a voz ativa de quem procura defender os

direitos dos cidadãos de idade mais avançada, batalhando dia após dia em busca de soluções que

contribuam para comunidades promotoras da qualidade de vida, da inclusão, da sustentabili-

dade e da igualdade. Assim, e porque os seniores são cidadãos como qualquer outro, ser cidadão

pode ser definido como “pessoa com direito a ter direitos” e é por isso que a cidadania ativa é tão

importante, porque por muito que existam instituições focadas e empenhadas nos seus direitos,

ninguém pode saber tão bem quais são as suas necessidades e problemas como o próprio. A

mudança só acontece quando os principais interessados pela mudança se envolvem, porque o

conformismo não é uma ajuda. Deve ser em defesa dos seus direitos, ou das causas em que

acredita que deve ter uma cidadania ativa e uma participação cívica

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, participação define-se como o “processo que possi-

bilita que as pessoas se envolvam ativa e genuinamente, na definição dos assuntos que as preocupam,

na decisão sobre os fatores que afetam as suas vidas, na formulação e implementação de políticas, no

planeamento, desenvolvimento e prestação de serviços e na ação para alcançar a mudança”.

4 Pontos de Argumentação Para Uma Cidadania Ativa

- Temos o direito a dar a nossa opinião sobre algo que afete as nossas vidas

- Sabemos mais e melhor sobre o sítio onde vivemos, o que queremos e o que é melhor para nós,

do que as pessoas que trabalham em grandes organizações.

- Estamos fartos de políticos e funcionários públicos, que querem saber a nossa opinião, mas que

depois essa opinião não é levada em conta.

- Todos temos alguma coisa com que contribuir, e as nossas ideias e pontos de vista são tão váli-

dos como os de qualquer outra pessoa

Outros Argumentos Para Participação Comunitária

- A participação comunitária pode ajudar a identificar os recursos de forma mais eficaz e eficiente.

- Envolver pessoas no planeamento e conceder-lhes serviços permite que se tornem mais responsi-

vas à necessidade, e assim aumenta a compreensão.

- Métodos de participação comunitária podem desenvolver habilidades e construir capacidades e

competências dentro das comunidades.

- Envolver as comunidades nas tomadas de decisão leva a que se tomem melhores decisões, que são

mais apropriadas e mais sustentáveis, porque são tomadas pelas próprias pessoas.

- A participação comunitária é uma forma de extensão do processo democrático, de reabrir a gover-

nação e de reparar a desigualdade de poderes.

- A participação comunitária oferece novas oportunidades de pensamento criativo e desenvolvi-

mento e planeamento inovador.

Fonte: Organização Mundial da Saúde

Page 17: Revista REVIVER 17ª Edição

VIVER

17 REVIVER

Independentemente da sua idade, tem direito a defender os seus direitos

Exercer a cidadania é uma forma de fazer valer os seus direitos garantidos democraticamente. Deve exi-

gir que estes sejam respeitados e zelar por eles, e é por isso que a democracia precisa de cidadãos:

- Conscientes dos seus direitos e responsabilidades; Informados relativamente a temas políticos e soci-

ais; Preocupados com o bem-estar dos outros; Coerentes nas suas opiniões e argumentos; Influentes

através da sua ação; Ativos na vida da comunidade; Responsáveis na ação cívica.

Como Exercer uma Cidadania Ativa

Portugal não é por norma um país onde a maioria se volte para uma cidadania ativa, e daí o nosso

alerta para o conformismo. Lembre-se que é a sua vida e a dos que o rodeiam que está em jogo.

Segundo a OMS, existem vários níveis hierarquizados de participação comunitária, que vai do

mais baixo para o mais alto. O mais baixo é o nível em que não há qualquer tipo de envolvimento

na comunidade, e vai subindo respetivamente através da, receção de informação, do ser consul-

tado, de aconselhar, de planear conjuntamente, ter autoridade delegada e por fim, controlo.

Desta forma, a melhor maneira de exercer uma cidadania ativa e mais significativa é através do

associativismo, ou seja, fundar ou fazer parte duma associação, ou movimento, que tenha obje-

tivos definidos comuns e delineados. Outra das formas, é através do voluntariado, que, mesmo

que não queria associar-se, pode fazer parte dum projeto que vise melhorar a sua comunidade,

ou os direitos duma causa que lhe seja querida. Opções não faltam, o necessário é combater o

conformismo, não nos resignarmos ao estado das coisas e procurar sempre algo melhor.

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Era uma daquelas manhãs agradáveis que precedem um Outono fresco. O pequeno-almoçoestava tomado e o encontro marcado. Numa das salas da DECO esperava-nos o Dr.Alberto Regueira, sócio fundador da Associação de Defesa do Consumidor, e que recente-mente passou de Vice-Presidente a Presidente da Assembleia Geral. No entanto, não erasobre a DECO que iamos falar, isto porque, Alberto Regueira ocupa também o cargo dePresidente da Direção do CID Sénior, Movimento de Cidadania Sénior, e essa era aAssociação que nos interessava. Acompanhado pela Engª Celeste Coimbra, membro daDireção Executiva do Cid Sénior, receberam-nos amavelmente, prontos para uma boa con-versa sobre todo o ADN do Movimento, como nasceu, como cresceu e o que pretende.

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CID Sénior: Cidadania em Movimento

As dificuldades que Portugal tem enfrentado nos últimos anos passou a ser senso comum, até as criançasjá falam de crise. Essa crise tem sido em grande parte suportada pelos reformados e pensionistas, que viramas suas pensões reduzidas como forma de sustentar o país, em prol de interesses mais políticos do que soci-ais. Como se não fosse suficiente que recaíssem sobre os mais velhos grande parte do sustento do Estado,ainda um dos príncipes da retórica que fala muito mas diz pouco, Carlos Peixoto, deputado do PSD, con-seguiu baixar ousadamente o nível de ignorância, referindo-se aos pensionistas e reformados portuguesescomo a “Peste Grisalha”, num argumento que, fosse qual fosse o ponto de vista, seria sempre ofensivo.

Foi neste ambiente económico, político e social, que alguns movimentos em defesa dos seniores secomeçaram a formar, e o CID Sénior não foi diferente. “Finais de 2012 princípios de 2013, um conjunto depessoas começaram a sentir-se maldispostas, irritadas, inconformadas, com o facto de haver tentativas per-tinazes na sociedade portuguesa de atirar de alguma forma os custos da crise e do ajustamento para cimados seniores, reformados e pensionistas. Sobretudo, para além do cortar nas pensões, o que os políticos pen-savam era que os mais velhos estavam a mais, a ocupar tempo, e espaço. Então houve um conjunto de pes-soas que além de acharem isto estúpido e malcriado, era uma desconsideração” diz-nos o Dr. A. Regueira.

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Motivadas por esta desconsideração, um grupo de pessoas conhecidas, com papéis relevantes nasociedade portuguesa, começaram a reunir-se e a trocar impressões. Uma das questões principaisdesses encontros, era se existia a necessidade de criar uma nova associação, até porque poucotempo antes tinha sido criada a APRE. “Prevaleceu que tínhamos realmente de criar uma novaInstituição, que tinha a sua razão de ser, porque a APRE tinha uma visão das questões que nospareceu, inteiramente respeitável como é óbvio, mas comportava-se como uma espécie de sindi-cato para pessoas idosas e pensionistas. Achámos que isso é uma vertente útil e importante, masque não cobria todo o espectro das nossas preocupações, e até das mais relevantes” prossegue oDr. Regueira. Acontece que, reconhecendo a importância de questões que dizem respeito à defe-sa das reformas e das pensões, o CID Sénior queria abranger mais do que isso. “Se as coisas tin-ham chegado ao ponto a que chegaram é porque tinha havido uma campanha de denegrimentopara com a população sénior. Nós entendemos que tínhamos longas carreiras profissionais atrásde nós, atingido patamares de conhecimento e de capacidade de reflexão relativamente impor-tantes, tínhamos muitas ideias sobre aquilo que importava fazer em Portugal e não achávamosque esses idiotas que faziam essa campanha contra nós teriam a décima parte do conhecimentoque nós tínhamos para dar contributos válidos ao país” completa o Presidente.

Nasce então o CID Sénior, o movimento para a cidadania sénior, cujo principal objeto segundoos estatutos da Associação, “é a promoção da imagem do cidadão sénior, a potenciação do seupapel na sociedade portuguesa, a valorização e operacionalização das suas capacidades e com-petências e a afirmação e defesa dos seus direitos e interesses legítimos”. Neste âmbito, e para oefeito dos objetivos referidos, entre outras, a Associação pode desenvolver atividades como:

- Fomentar o agrupamento dos seniores para a defesa dos interesses que lhes são próprios;

- Realizar ações que favoreçam a difusão da imagem do cidadão sénior, incluindo estudos e debates que per-mitam conhecer melhor a atividade dos seniores nos mais diferentes sectores económicos, sociais e culturais;

- Estudar e propor áreas e meios eficazes para a expansão do papel dos seniores na sociedade por-tuguesa, especificando as atividades onde ele se torne mais útil e valioso;

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- Participar na criação ou no desenvolvimento de instituições de ensino ou aprendizagem de matérias que tenhamum papel relevante na formação e aquisição de conhecimentos e competências de especial interesse para os seniores;

- Estudar e apresentar propostas com vista à defesa do direito à habitação por parte dos seniores, no quadroda legislação geral sobre a habitação e o arrendamento;

- Apoiar ou comparticipar em ações úteis à melhoria das condições de vida da população sénior;

- Fomentar ou comparticipar na criação ou desenvolvimento de atividades específicas de interesse para apopulação sénior, em particular as que visam a prestação de serviços no local de residência, favorecendo apermanência do sénior no seu domicílio habitual;

No sentido destas atividades, e apesar das diferenças, ilustrando bem a proximidade e convergência de inter-esses entre o Movimento Cid Sénior e a APRE!, ambas as instituições se uniram, com o apoio dum associadoconstitucionalista, para lutar contra um projecto de lei de fusão dos regimes de pensões do sector público eprivado. “Nós achámos que era inaceitável e munimo-nos dum estudo muito bem feito e eu fui entregá-lo aoTribunal Constitucional, com duas cartas, uma em nome do Cid Sénior e outra em nome da APRE! Foi emtão boa hora que foi talvez a única vez, pelo menos que me recorde, que o Tribunal Constitucional declaroua medida inconstitucional por 13-0 ou seja, por unanimidade” refere o Dr. Alberto Regueira.

O Cid Sénior estava já com um pequeno plano de actividades estruturado, quando alteraram as suas prioridadespara o que pretendiam então realizar, isto após a apresentação do Guião para a Reforma do Estado pelo Vice-primeiro-ministro. “Ficámos com os cabelos em pé! O engraçado é que era uma coisa com cento e poucas páginas,mas a apresentação do texto na página dava origem a grandes espaços nas linhas, nitidamente para fazer parecer umacoisa muito comprida, mas chegado à conclusão, aquilo a uma letra normal seriam para aí umas 30 páginas e na práti-ca, aquilo era objectivamente palha. Torcia-se e não saía rigorosamente nada” afirma o Presidente do Movimento.

Puseram de parte o plano de atividades, e dedicaram-se então a fazer uma contribuição a sério para a refor-ma do Estado. Arranjada a metodologia, definiram-se 27 temas em 6 categorias diferentes nomeadamente;A Organização do Estado; Funções de Soberania; Funções de Interesse Social; Regulação Económica;Desenvolvimento Económico; Novos Desafios. Para o efeito, encontraram-se pessoas extremamente capac-itadas em cada uma das áreas, e o Movimento para a Cidadania Sénior editou então, com o apoio daGulbenkian, um livro de 559 páginas para dar as suas contribuições ao Estado. Como na altura da ediçãoainda não tinham sido as eleições, o passo seguinte foi reunirem-se com alguns partidos para que estespudessem usufruir deste contributo, e quem sabe reconhecê-lo e aplica-lo. Dos partidos contactados, foramrecebidos pelo Livre, Bloco de Esquerda, CDS, PS e Partido Ecologista os Verdes, sendo que o PCP, o PSDe o PDR não se mostraram interessados. “A ideia era conversar com eles e convidá-los a aproveitarem o máx-imo possível as nossas ideias. Dissemos inclusive que nós não cobramos copyright, e que podiam copiá-lasà vontade” diz-nos o Dr. Regueira. Foram editados 500 exemplares, e ainda se encontram alguns naslivrarias, mas terminado esta fase, o movimento não estagnou, e está na organização de ciclos de conferênciaque irão abordar temas de interesse nacional, europeu e mundial. O objectivo é fazer 1 por mês, até 2017,com a exceção do mês de Natal os de férias. As dificuldades que o movimento enfrenta “naturalmente sãode ordem financeira. Muitas das coisas que nós gostaríamos de fazer, precisamos obviamente que hajaalguém que patrocine. As quotas são simbólicas, de 1 euro por mês, e a ideia é essa porque obriga a havervoluntariado ativo, e para que seja acessível a todos” completa o Presidente da Direção.

Após esta agradável conversa, não nos despedimos sem que o Dr. Alberto Regueira concluísse com algumas ver-dades. “Os seniores são cidadãos que arrastam atrás de si longas carreiras profissionais e experiência de vida ebom senso. Costuma dizer-se que quando morre um sénior é como uma biblioteca que desaparece, porque hátodo um conjunto de informação, de experiência de vida, conhecimento e competência que naturalmente só é par-cialmente transmissível às futuras gerações. Os seniores não são umas pessoas coitadinhas a quem se ajuda aatravessar a rua, eventualmente isso pode ser necessário, mas por exemplo o Ministro das Finanças da Alemanhatambém anda numa cadeira de rodas. O que interessa é que as pessoas tenham a cabeça em ordem, e nós temos odireito de nos pronunciarmos sobre todas as grandes questões importantes para o país, não só para os seniores,mas sobre tudo aquilo que importa aos nossos filhos, aos nossos netos, ao sistema económico, ao sistema de pro-tecção social, de saúde, educacional. E por outro lado, esse direito é também um dever de cidadania.Reivindicamos um estatuto de cidadania integral, com direitos e deveres” termina o Presidente.

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SEPARADOR

“O maior problema e o único que nos deve preocupar é vivermos felizes“

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O Cartão Ativo é um produto da marca REVIVER que tem como objetivo ajudar os seustitulares a viver de uma forma ativa e saudável, por um valor anual simbólico. Sabendoda atual dificuldade financeira vivida pelos portugueses, estabeleceram-se diversasparcerias na área da saúde, do bem-estar, do lazer entre outras, para que alguns serviçose produtos estejam ao alcance de todos.

A percentagem de portugueses com seguros de saúde ainda é pequena e nem todas as empre-sas disponibilizam este serviço aos seus trabalhadores. Desta forma o Cartão Ativo não sódisponibiliza descontos em clínicas gerais e especializadas, como também oferece descontosem apoio domiciliário, farmácias, casas de repouso, medicina alternativa e complementar,ginásios, spas, espaços culturais e de lazer e em muitos outros produtos e serviços.

Mas este cartão surge no mercado não só para ajudar os seus titulares mas também paraauxiliar financeiramente instituições e projetos de cariz social. A REVIVER decidiu criara compra solidária do Cartão Ativo. Para aqueles que quiserem ajudar os parceirossolidários, basta escolher qual é a instituição que querem ajudar e efetuarem a comprado cartão através desse mesmo parceiro. Desta forma 50% do valor do Cartão Ativoreverte a favor desse parceiro. Atualmente esta rede ainda está a ser desenvolvida e sãobem-vindas candidaturas de todas as instituições, associações e projetos que pre-tenderem fazer parte da rede de parceiros solidários.

Ao aderir ao Cartão Ativo, está também a ajudar a REVISTA REVIVER a manter-se no mer-cado, visto ser uma publicação gratuita e sem qualquer tipo de apoio financeiro. Podecomprar o cartão através do site do mesmo e ajudar a manter esta revista viva que temlutado contra todas as dificuldades para poder continuar a ajudar e incentivar os senioresa terem uma vida mais ativa, mas também mais saudável e mais feliz.

Neste momento o Cartão Ativo conta com cerca de 100 parceiros em Portugal Continental.Mas estes são os primeiros de muitos que estão por chegar a esta rede. Não existe uma metadefinida para o número de parceiros, o objetivo é estar sempre em constante expansão.Acima de tudo, o Cartão Ativo é um produto fácil de aderir, que custa apenas 14 eurosanuais, já com o IVA e custos de envio incluídos, e que vai diretamente para a moradaque o seu titular escolher. Oferece-lhe descontos significativos e ainda pode ajudar afazer a diferença na vida daqueles que mais precisam de apoio. Para si, para os seus, ou para oferta, adira ao Cartão Ativo .

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A PENSAR EM SI

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A PENSAR EM SI

É uma das frutas mais consumidas na América do Sul, mas a Europa já há muito quese rendeu ao sabor do maracujá. Para além de ser uma fruta bastante nutritiva, tempoucas calorias e é uma fonte de antioxidantes. No que diz respeito a vitaminas esais minerais é uma fruta extremamente rica e pode aproveitá-la desde a casca, àpolpa até às sementes. Durante estes últimos anos, alguns cientistas têm vindo aestudar os benefícios do maracujá para a saúde. A REVIVER apresenta-lhe 11 dosbenefícios desta fruta para a sua saúde, analisados por especialistas.

1º- Aumenta e melhora o fluxo sanguíneo no nosso corpo. Esta fruta contém 20% do valor diário necessário de ferro para o organismo. Sendo omaracujá rico em ferro e em vitamina C, tem a capacidade de aumentar a absorção deferro no nosso organismo. Assim consegue impedir a perda de ferro, o que faz aumentare melhorar o fluxo sanguíneo no nosso corpo.

2º- Melhora o processo de digestão. O maracujá é uma das frutas que contém uma grande quantidade de fibras solúveis.Estas não só ajudam a melhorar a digestão dos alimentos como também melhoram aabsorção dos nutrientes no nosso organismo.

3º - Aumenta a imunidade no organismo. Como foi referido o maracujá é rico em vitamina C que já é conhecida por ser eficaz a aumen-tar a imunidade no organismo. Por isso ao consumir citrinos e maracujá está a aumentar a imu-nidade contra doenças leves e comuns, como a gripe e algumas pequenas infeções.

10 Benefícios do Maracujá para a saúde

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4º- Reduz o stress e melhora a qualidade do sono. O maracujá durante muitos anos foi conhecido como um fruto sedativo, mas é na passi-flora (as folhas do maracujá) que se encontra essa substância de ação sedativa.O que está comprovado é que esta fruta, consegue diminuir levemente o stress e por con-sequência melhora a qualidade do sono.

5º - Diminui e controla a pressão arterial elevada. O maracujá é uma fruta muito rica em potássio, o que leva a equilibrar os níveis de sódiono organismo. Conseguindo diminuir valores elevados de sódio, previne-se o risco de ficarcom a pressão arterial elevada, o que auxilia na prevenção de doenças cardíacas e AVC´s.

6º - Ajuda a limpar as toxinas do cólonO maracujá é um dos melhores alimentos para limpar as toxinas do cólon, pois fornece maisde 20% (por 100g do fruto) das fibras exigidas pelo organismo diariamente. Estas fibrassolúveis são as responsáveis por limparem as toxinas armazenadas no cólon, toxinas estas queoriginam na maioria dos casos o cancro do cólon.

7º - Melhora a qualidade de visão e a saúde dos nossos olhos. Algumas pessoas desconhecem que a perda de visão, por vezes, está ligada à falta de algunsnutrientes. O maracujá é uma fruta muito importante numa dieta saudável para melhorar avisão. Para além da sua riqueza em antioxidantes, também é uma fonte em vitamina A, vitaminaC e em flavonoides, que são muito relevantes no combate aos radicais livres. Ao ingerir maracu-já está a ajudar a proteger os seus olhos e a melhorar a visão que pode já estar danificada.

8º - Equilibra os níveis de colesterol e previne problemas cardiovasculares.Devido ao alto teor de fibras já aqui falado, o maracujá consegue reduzir os níveis de LDL eaumentar o HDL. Conseguindo desta forma equilibrar os níveis de colesterol. Resultado destaação é o impedimento do bloqueio do fluxo de sangue para o nosso coração. Também é impor-tante referir que os antioxidantes protegem as artérias dos radicais livres, prevenindo proble-mas no sistema cardiovascular.

9º- Ajuda no processo de emagrecimento. Este tópico está mais relacionado com a farinha de maracujá. Esta é feita a partir da casca dofruto e é rica em pectina, uma fibra que para além de bloquear a gordura também reduz avelocidade com que o açúcar entra no sangue. A farinha de maracujá também diminui aabsorção de carboidratos e ainda produz a sensação de saciedade.

10º- Auxilia na prevenção do cancro e no envelhecimento precoce.Devido a todos os componentes do maracujá (como a vitamina C, vitamina A, flavonoides e oseu poder antioxidante) existe uma elevada ajuda na proteção e neutralização dos radicaislivres, que danificam o ADN das nossas células, acabando por ter um efeito preventivo contrao cancro. O maracujá já foi referido em estudos como um fruto benéfico na proteção contra ocancro na boca e no cancro do pulmão. Pelas mesmas razões, o maracujá previne também oenvelhecimento precoce de alguns órgãos e melhora o funcionamento do organismo.

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Dores de costas: mantenha a coluna saudável

Desengane-se se pensa que a dor de costas afeta apenas a terceira idade, pois esti-ma-se que cerca de 30 por cento dos adolescentes também padece do mesmo mal.Esta patologia representa, hoje, uma das maiores queixas nos consultórios médicos.

Com mais ou menos intensidade, em algum momento da vida, a maioria das pessoas acabapor viver com ela e, geralmente, na melhor fase da sua vida produtiva, por volta dos 45 anos.É de facto um dos incómodos mais comuns que afetam o ser humano.O tempo deixa marcas. Com o passar dos anos, os discos e as articulações desgastam-se e o espaçoentre as vértebras vai diminuindo. O processo depende de pessoa para pessoa e em alguns casoschega a provocar dor e falta de mobilidade. Por vezes, é possível verificar o estreitamento discal eas saliências anormais dos ossos, os osteófitos, conhecidos por “bicos de papagaio”. A doençadenomina-se a espondilose cervical. Com o prolongamento do problema, o espaço entre os discostorna-se tão pequeno que pressiona o nervo, diminuindo a circulação sanguínea, o que podeprovocar dor e formigueiro nas mãos. Alguns movimentos do pescoço podem também causar ton-turas. Em casos mais avançados, a pressão na espinha dorsal pode provocar fraqueza e dormêncianos braços e pernas. Se tal acontecer, deve consultar um médico de imediato. A causa específica deuma dor no pescoço é, na realidade, muito difícil de identificar, porque pode ter origem nos maisdiversos componentes, sejam eles músculos, discos ou ligamentos. A coluna vertebral protege amedula espinal, liga o corpo ao crânio e ajuda a gerir a postura e o equilíbrio de todo o corpo.

O aumento da esperança média de vida leva à busca de soluções que promovam o bem-estar e asaúde ao longo do tempo. O exercício físico é uma das soluções.Com o envelhecimento a coluna sofre um conjunto de alterações importantes: • Os discos e facetas perdem mobilidade; • As vértebras ficam achatadas e angulam; • Inicialmente há uma mobilidade excessiva, depois ocorre uma hiper-estabilização; • Os ossos deformam-se, surgem osteófitos (“bicos de papagaio”); • O espaço reservado para a medula e raízes é menor. A melhor forma de lutar contra o envelhecimento é manter-se ativo, tanto física como mentalmente.Além disso, lembre-se: atingir esta etapa da vida não tem de ser sinónimo de reforma e paragem.

Dores de costas: mantenha a coluna saudável

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Prevenção diáriaDurante o dia, as costas estão sujeitas a diversas agressões que se poderão tornar cróni-cas, caso não sejam devidamente corrigidas.

No trabalho – Certifique-se de que a sua cadeira, a secretária os instrumentos de que necessitapara desempenhar a sua atividade estão posicionados de forma ideal. Se tiver de executar umatarefa durante um longo período, procure interrompê-la de vez em quando, para fazer umapequena caminhada ou exercícios de alongamento, aliviando assim a tensão muscular que sevai acumulando ao longo do dia. Se costuma realizar atividades repetitivas, a adopção de umarotina de exercícios de alongamentos diários é por demais importante para evitar lesões.

A dormir – Se costuma sentir tensão nos músculos do pescoço, o uso de uma almofada anatómi-ca é um bom conselho, pois relaxa os músculos do pescoço e mantém a curvatura normal da zonacervical. Se costuma ler antes de dormir, deve usar uma poltrona confortável com bom apoiolombar. Evite dormir de barriga para baixo pois aumenta a curvatura lombar e a coluna cervicalfica no extremo da amplitude articular, podendo causar lesões ou piorar as já existentes.

Atividades quotidianas – Sempre que iniciar uma atividade que não pode ser interrompida,ou uma modalidade desportiva, faça alongamentos para preparar os músculos e as articu-lações para a tarefa. Se for possível, interrompa a sua atividade a cada hora e caminhe. Nasviagens, prefira levar duas malas pequenas, uma em cada mão, em vez de uma grande, evi-tando sobrecarregar um lado só.

As causas da dor nas costas Liga-se de forma direta ao próprio envelhecimento da coluna vertebral. A vida demasiado sedentária,os erros de postura e uma dieta deficiente em cálcio podem agravar os problemas do esqueleto.O que é e o que causa a dor persistente nas costas é uma questão complexa e abrangente, mas, emtermos básicos, refere-se ao envelhecimento da coluna. A dor aguda é entendida como aquela quepersiste por um curto período; a subaguda tem uma duração de entre de três a seis meses; e acrónica é aquela que se mantém por mais de seis meses. A aguda depende do estímulo nocicep-tivo (por exemplo, uma picada): a sua intensidade está diretamente relacionada com a intensidadedo estímulo. A dor crónica não, ou seja, não existe uma relação entre intensidade do estímulo egrau de sofrimento. A localização da dor é mais precisa na dor aguda e não está tão relacionadacom os aspetos emocionais, como ansiedade e depressão. A dor pode ser provocada por alguma alteração de músculos, nervos, ossos, articulações ou outrasestruturas na coluna vertebral. Pode ser constante ou intermitente, restrita a um local ou irradiar paraoutras áreas (se sentida no pescoço, pode estender-se aos braços; se proveniente da região lombar,pode estender-se às pernas). Na maioria dos casos, não se tratam de problemas médicos muito com-plicados; antes, são normalmente benignos e resultam de algum tipo de inflamação e têm umaduração relativamente curta (até cerca de três meses). No entanto, podem esconder problemasgraves, caso estejam associadas a problemas de incontinência ou fraqueza progressivas das pernas,cancro, após um acidente violento de carro, por exemplo, ou em pessoas que sofram de osteoporose.

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As queixas mais frequentesA dor crónica exige uma abordagem multidisciplinar e a falência do tratamento tem, entre outras, con-sequências fisiológicas adversas. Algumas pessoas sofrem de dor persistente nas costas e necessitam deuma investigação cuidadosa para descobrir a causa da dor: uma vez que a causa seja identificada, podeplanear-se um programa de tratamento adequado. As causas mais comuns da dor crónica nas costas são,de longe, os problemas mecânicos. Contudo, para uma pequena percentagem das pessoas, a dor é oresultado de doenças inflamatórias, patologias ósseas, tumores ou problemas no abdómen e na pelve.

São três os tipos fundamentais de queixas dolorosas: lombar, irradiada para a coxa (dor crural oupseudo-ciática) e irradiada para a perna (ciática).Existem adicionalmente as alterações sensitivas emotoras. Sobre os problemas mais comuns, a grande dicotomia reside entre diferenciar a dor de-vida à coluna, músculos e ligamentos, a dor neurológica e, por fim, a dor extra-locomotora (visceral),como por exemplo uma litíase renal (vulgo pedra no rim). Cada uma das situações referidas apre-senta causas diferentes, bem como abordagens distintas na sua abordagem e no tratamento respeti-vo. Todo o tratamento deverá ser adaptado ao indivíduo. Um quadro geral só faz sentido na pre-venção, mas não no tratamento. No entanto, sabe-se que é maioritariamente através da correcção dosdesequilíbrios musculares que se age sobre alguns dos problemas que atingem a coluna.

Técnicas que aliviam e ajudam a diminuir os efeitos do problema:• ACUPUNCTURA: Através das agulhas, a dor lombar é controlada. • QUIROPRÁTICA: Método de tratamento por manipulações das vértebras ou de outras par.• ELECTROTERAPIA: O fisioterapeuta recorre a aparelhos elétricos, térmicos e até radiote-rapêuticos, de forma a aliviar a dor do paciente. • MASSAGENS: Estas ajudam a aliviar a tensão muscular ao mesmo tempo que relaxam ocorpo, eliminando a dor temporariamente. • PILATES: Estes exercícios focam-se nos principais músculos que coordenam a postura, deforma a manter o corpo equilibrado e a fornecer suporte para a coluna. • CINESIOTERAPIA: Trata-se da terapia pelo movimento composta por alongamentos e exer-cícios de fortalecimento muscular, favorecendo, assim, uma melhor postura. • HIDROTERAPIA: Consiste em várias sessões de exercícios executados dentro de água cujoobjetivo é alongar os músculos e fortalecê-los, protegendo as articulações dos impactos.

Os benefícios da osteopatiaA osteopatia é um dos ramos da medicina natural que trata o sistema musculo-esquelético, cujoobjetivo é reequilibrá-lo, melhorando a postura e eliminando dores das articulações, através dorecurso a manipulações ósseas: estas denominam-se trust, uma vez que os movimentos realiza-dos pelo osteopata são de bastante rapidez e necessitam de técnica, sabedoria e confiança. A estimulação é feita, essencialmente, com a ajuda de manipulações ou ajustes articulares man-uais, mas também através de exercícios personalizados (posturas de alongamento, educaçãorespiratória) que o paciente deverá fazer sozinho, em diferentes momentos do seu dia.

Por: Rui Carmo

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Consultar folheto informativo em: http://goo.gl/BB5wbQ

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O maneio da dor e detecção de cancro em animais de estimaçãoPor Dr Pedro Fabrica (Médico Veterinário, Merial Portuguesa)

Como classificamos a dor?Os especialistas definem a dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável asso-ciada a um dano real ou potencial dos tecidos. A dor pode ser muito subjectiva e difícil de medir.No entanto, podemos usar uma classificação simples em função da duração:- Dor aguda: produz-se independentemente da duração da inflamação e da cicatrização da ferida.- Dor crónica: persiste para além da duração esperada da dor aguda.

Como identificar a dor no cão e no gato?A maioria dos cães e gatos que experimentam dor manifestam ligeiras alterações de comportamen-to, por essa razão devem ser observados com atenção. Alguns desses sinais são:◗ Choraminga ou geme, miar baixo◗ Permanece mais tempo inactivo, mais calmo ou murcho do que é habitual.◗Mostra agressividade inesperada quando alguém se aproxima ou toca nele (é uma maneira de evi-tar o contacto com algo que lhe pode causar dor).◗ Lambe com insistência uma zona dolorosa ou sensível.◗ Tem menos apetite.◗ Relutante a caminhar, correr, subir escadas, saltar ou brincar.◗ Coxeia.◗ Fica para trás nos passeios no caso dos cães◗Muda a sua personalidade.

Se observa algum destes sinais no seu cão ou gato, não medique o seu animal de companhia commedicamentos de uso humano por livre iniciativa, pois estes medicamentos podem causarreacções severas e mesmo levar à morte, pois na maioria dos casos não são indicados para o cãoou o gato. Deve portanto consultar o Médico Veterinário, que investigará a causa e escolherá otratamento adequado. É possível também que enquanto o diagnóstico não é realizado, que sejaadministrado tratamento para controlar a dor.

Como detectar precocemente cancro no seu animal de companhia?A vigilância do seu cão ou gato para cancro é fundamental, tal como acontece consigo. O cancro é um dos quadros mais dolorosos e a sua detecção precoce é crítica para aumentar aspossibilidades de sobrevivência.

Esteja atento/a a algum destes 10 sinais no seu cão ou gato, caso os detecte, consulte o médico veterinário:1. Inchaços que se mantém ou não param de crescer.2. Feridas que não cicatrizam.3. Perda de peso.4. Perda de apetite.5. Presença de sangramento ou secreções em qualquer orifício do corpo.6. Odor desagradável.7. Dificuldade em comer ou mastigar.8. Relutância em fazer exercício ou perda de resistência.9. Coxeira ou rigidez persistente.10. Dificuldade em respirar, urinar ou defecar.

Se estivermos atentos às alterações que os nossos amigos de 4 patas desenvolvem ao longo doseu processo de envelhecimento e agirmos precocemente, estaremos com a ajuda do médico vet-erinário, a investir no bem-estar e aumento da esperança de vida, destes tão especiais membrosda nossa família. Cuide deles, que eles estão lá sempre para si.

PUBLIREPORTAGEM

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A PENSAR EM SI

Receitas de

5 estrelas

Receitas deHelena Ramos

Nesta edição Helena Ramos apresenta-lhe uma receita de Muffins para o seu lanche.

Para prato principal sirva um maravilhoso Peito de Peru assado no forno

com Molho de Caju e Limão.

PEITO DE PERU com Molho de Caju e Limão

Molho de caju e limão - Ingredientes:

½ Chávena de cajus (demolhados, mais ou menos 1 hora)2 colheres de sopa de azeite; 2 colheres de sopa de sumo de limão

1 colher de chá de mel (ou outro adoçante); 1 dente de alho (pequeno)¼ chávena (4 colheres de sopa) de água; Sal e pimenta a gosto

Prepara-se, o molho de caju, colocando todos os ingredientes respetivos a esta recei-ta num liquidificador ou processador de alimentos, até ficar bem cremoso

(consistência de iogurte). Se necessário adicionem mais água.

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A PENSAR EM SI

Sobremesa ou Lanche: MUFFINS

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Ingredientes para 8 porções:

2 Chávenas, (chá) de farinha de trigo; 1/2 chávena de açúcar; 1 colher (sopa rasa) de fer-mento em pó; 1 pitada de sal; 1 ovo misturado ligeiramente; 1/4 de chávena de leite;4 colheres (sopa) de manteiga derretida ou 1/4 de chávena de azeite

Preparação:

Pré-aqueça o forno a 200º. Peneire e coloque em uma tigela a farinha, açúcar, sal e fermentoem pó. Bata levemente o ovo em outra tigela e acrescente a manteiga derretida/ ou azeite, e oleite. Misture bem. Despeje a mistura de líquidos sobre os secos e misture muito rapida-mente, evitando bater em excesso a mistura. O ponto correto é quando a massa fique leve-mente empolada, nunca lisa. Unte forminhas para muffins ou então colocam se forminhasde papel, e coloque massa só até 2/3 da altura. Leve ao forno por 20 a 25 minutos ou até queos muffins estejam bem dourados. Pode-se acrescentar à massa um dos ingredientes:2 colheres chá de essência de baunilha, 3 colheres de sopa rasas chocolate em pó,1/2 chávena de nozes trituradas, amoras silvestres ou 1 banana, bem desfeita.

PREPARAÇÃO DO PEITO DE PERU ASSADO NO FORNODe véspera tempera se a carne com sal, pimenta, alho em pó, sumo de laranja e limão. Embrulha-se em papel de alumínio, e deixa-se repousar no frigorífico o peito inteiro. Pré-aqueça o forno a 190 º. Após o que se coloca a carne, num tabuleiro de ir ao forno, regandoapenas com um pouco de azeite, colocam-se umas folhas de louro partidas e mais um pouco desumo de laranja. Vai a assar em forno médio (190º) e depois a meio do assado muda-se para(200º). Virando a carne e regando com o molho. Acompanha-se com batata-doce, assada, arrozbranco e salada. Rega-se depois com o molho de caju e limão.Nota: O tempero deve ser simples, mas pode ser ao critério e gosto pessoal

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Tem 90 anos, nasceu em Lisboa e numa vida cheia foi entre outras coisas, fundador doCDS, deputado, Provedor da SCML, Presidente do Fundo de Turismo e é hoje IrmãoProvedor da Irmandade da Misericórdia de São Roque de Lisboa. Aos 17 anos ficou pri-vado do apoio Paternal. Sem a sua principal referência masculina, encontrou apoio e con-selhos em Deus, numa relação que mantém até hoje. Diz que hoje em dia quando reza jánão é para pedir, é sim para agradecer. É viúvo, pai de 5 filhos, avô de 13 netos e Bisavôde 6 bisnetos, recebeu-nos no seu escritório da Irmandade de S. Roque.

Pedro Pestana de Vasconcelos

- O que é que as pessoas não sabem sobre o Dr. Pedro Pestana de Vasconcelos?

A primeira coisa que não sabem é que tenho a idade que tenho. A segunda coisa que não sabem é que tenho no

meu ADN uma coisa que é permanente, que é o prazer, o desejo, o objetivo de ser útil. Desde novo fiz muito

exercício físico, e desde os 17 anos nunca tive menos do que uma atividade intelectual ao mesmo tempo.

Cheguei a ter 14. O que me permite hoje estar ativo e na minha óptica estar lúcido. Continuo a achar que sou

um homem em realização e aprendi com o Professor Marcelo Caetano, que foi meu professor no 2º ano da

Faculdade de Direito que, a experiência da vida não é a simples passagem dos factos diante dos nossos olhos, é

a lição que tiramos deles. Eu aí aprendi a fazer o expurgo do que é útil e inútil, e isso é muito importante na vida.

Com um mestre português do classicismo aprendi outra lição. Ouvir a muitos, seguir a poucos.

- Diz que no momento em que começou a sua vida profissional, deixou de ter mão na sua vida.

O que quer isso dizer?

Quis ser advogado para não ter patrão, mas sucedeu que, 6 anos depois de ter começado a minha vida de advo-

cacia, ainda trabalhei para a CM Lisboa onde realizei o filme “A Alma duma Cidade” em 1954. A partir daí a

minha vida mudou muito. Fui convidado para Chefe de Repartição da Direção Geral dos Serviços Industriais

do Ministério da Economia. Naquela altura quem mandava no país eram engenheiros e juristas, mas ali, apoio

jurídico não havia, e então o Governo estava a ser torpedeado constantemente por astutos advogados que iam

aos tribunais e conseguiam anular os despachos dos governantes. Os governantes que eram engenheiros não

percebiam nada de leis e julgavam que tinham de decidir ao contrário, pelo que a economia do país andava à

deriva. Passei assim a ser o conselheiro jurídico. A partir dessa altura, tudo o que me aconteceu foi por convite.

- Exerce advocacia desde 1950. Que casos o marcaram mais?

Logo o meu primeiro caso marcou-me dramaticamente. O caso era dum advogado meu amigo, que não podia

ficar com ele e passou-o para o filho, que me pediu apoio. A história foi dramática, havia uma mulher que ficou

viúva, tinha uma casa e um filho. Juntou-se com outro homem e decidiram que a propriedade da casa passasse

para esse homem, reservando ela o direito de usufruto para toda a vida. Isso faz-se por acordo em tribunal, na

presença do juiz e dos advogados de ambas as partes. No dia em que marcaram esta sessão, apareceu a sen-

hora, não apareceu o seu advogado, apareceu a outra parte com o advogado, e não apareceu o juiz, de modo

que o advogado da outra parte ditou tudo para a acta, menos o usufruto da residência. Levou ao juiz para assi-

nar a dizer que esteve presente, e com uma certidão daquilo pôs a mulher na rua. O filho ficou revoltado como

é natural. Nós fizemos de tudo para desfazer isto, perdemos em todas as instâncias e como a justiça não se fez,

o rapaz miúdo matou o homem e ficou toda a vida na cadeia. Foi o meu batismo na advocacia.

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- Que circunstâncias o levaram a envolver-se na vida política?

Era advogado dum grupo de empresas dum amigo, que era militar, tinha tirado o curso de economia. Era um

homem prestigiado, conhecia muita gente. Quando acabou as suas missões militares dedicou-se ao mundo

empresarial. Depois do 25 de Abril formou-se o MFA e o Spínola chamou-o porque tinha que lidar com os

grandes industriais e empresários daqui e ele era o único que sabia de economia. A dada altura recebo um tele-

fonema desse meu amigo a convidar-me para assistir a um encontro entre ele e um coronel que vinha com a

incumbência do general Spínola para convencer o Professor Freitas do Amaral a criar um partido Democrata

Cristão. Estive calado o tempo todo, e quando acabou a reunião pensei que nunca mais tinha nada a ver com

aquilo. Naquela altura fizeram-se mais reuniões, esse meu amigo ia-me convidando, até que se decidiu formar

o partido e fui convidado para entrar no partido. Deus Pátria e Família sempre fizeram todo o sentido para

mim e naquela altura realmente vi que a minha Fé, a minha Igreja, Pátria e Família estavam em risco e eu não

podia ficar de braços cruzados. Nunca pensei entrar num partido, não tinha o menor respeito pelos partidos

políticos e ainda hoje tenho muito pouco, mas senti que não podia ficar indiferente ao que se passava e aderi.

Fui um dos fundadores do CDS apesar de não ter o meu nome na lista de fundadores.

- O que o levou a ser um dos fundadores do Instituto da Democracia e Liberdade?

A Alemanha tem o trauma enorme de ter sido antidemocrata e por consequência tinha necessidade de

ajudar ao estabelecimento e credibilidade da democracia na Europa. Por isso, como eram também democ-

ratas cristãos criaram institutos, que serviam para ensinar aos jovens democratas cristãos a política. Os

outros partidos também tinham os seus, mas o CDS criou 3 institutos com o apoio financeiro do Instituto

Adenauer, e o primeiro foi o IDL. Como era Dirigente do CDS fui um dos fundadores.

- Como é que os olhos de um dos fundadores do IDL vêm hoje em dia a política a democracia e a liber-

dade, portuguesa e mundial?Desde que começou a industrialização, que o Mundo vive debaixo duma realidade: o conflito entre o capital eo trabalho. Essa realidade, que tem vindo a dominar a política mundial em todos os estados do Mundo, porquetodos fazem a sua experiência de resolução deste problema. Temos experiências totalmente capitalistas, e ao con-trário, tudo a favor do trabalho. E temos as intermédias. Várias variantes ao longo do tempo e nenhuma resultou,e o conflito entre o capital e o trabalho mantém-se. Com esta crise, a noção de empregado por conta de outrem,vai dando lugar à noção de que cada um vai procurar o seu próprio rendimento, reencontrar uma Economiacapaz de absorver todos estes desempregados é uma utopia. Também a noção de empresa tende a mudar. Nãopode ser uma coisa que é duns, e em que uns mandam e os outros obedecem. Quer o capital da empresa, quero trabalho da empresa têm que ter interesses convergentes, o mesmo interesse no êxito da empresa e para isso,todos têm que ter uma palavra a dizer na gestão da empresa, a correr os seus riscos e partilhar do seus lucros.

- Foi Provedor da SCML entre 1980 e 1983. Segundo a sua experiência, quais são os maiores desafiosque um Provedor da Santa Casa da Misericórdia enfrenta?Uma vez mais não fui eu que comandei a minha vida, fui nomeado. Um provedor deve entrar com a humil-dade dum estagiário, porque, toda a gente tem uma ideia do que é a Stª Casa da Misericórdia, mas é umaideia muito vaga. Quando entramos percebe-se que é um mundo completamente diferente. Uma Casa colos-sal. Quem entra aqui não percebe nada da Casa. Estive 6 meses só a aprender o que era. O cargo de provedorda SCML é um cargo de magistério pessoal, quem cá estiver, entre outras coisas, é o pai legal de centenas decrianças. No meu tempo eram 500, e o provedor tem de tratá-las como se fossem seus filhos, não como umobjeto de exercício de funções. Quem diz crianças diz idosos, doentes. Ser pai nesta visão das coisas significaque as decisões que tem de tomar não são através dum parecer ou proposta dum diretor de serviços, mas simconhecer o caso e resolver como se fossem nossos filhos. E nalguns casos são casos de vida ou de morte.

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- O que é que o marcou tanto na primeira vez que a SCML organizou um teatro para seniores?

Porque vi uma sucessão de cenas feitas por idosos, com uma qualidade insuspeitada, que realmente me deixaram a certeza de

que a visão que temos diariamente em contacto com as pessoas não é aquela. Mas isso está dentro das pessoas, e quando lhes

damos oportunidade de as fazerem, saem coisas belas. Fiquei emocionado. O ser humano tem reservas de vida colossais.

“Se Deus me conserva assim é porque quer que eu faça qualquer coisa que ainda não fiz.” O que é que ainda falta fazer?

Não faço a menor ideia. Continuo a pensar, se eu estou assim é para qualquer coisa. Não é para ir tomar banho à praia

de certeza, apesar de ainda tomar. Tenho conversas constantes com Deus, mas Ele ainda não me disse o que é que quer

de mim. Cálculo que seja o livro que estou a escrever.

- Aos 90 anos, ainda há espaço para o desenvolvimento pessoal? (De que formas?)

Desenvolvimento físico, estou ótimo mas tenho a certeza de que amanhã não estarei melhor. Quanto ao desenvolvi-

mento intelectual, tenho uma vida riquíssima, rodeado com pessoas inteligentes, de modo que esta cabeça não pára

e está constantemente a ser enriquecida.

- Há quem diga que, apesar da idade a cada vez que o vê parece mais feliz. Qual é a fonte da sua felicidade?

Sinto-me permanentemente rodeado de muito amor, carinho e amizade. Na Irmandade de S. Roque é uma alegria, na

minha família é uma alegria assim como com os amigos que me restam. Ainda hoje tenho amigos dos meus primeiros

empregos que querem reconviver e não perder contacto. Faço as coisas de que gosto, estou bem.

- Como é que ocupa os seus dias de forma a manter-se ativo?

Praticamente não há dois dias iguais. Nos dias em que tenho obrigações, organizo a minha vida para esse dia e faço-as. Nos

dias em que consigo ter umas folgas, gozo-as fazendo o que gosto. Não tenho regras especiais para o dia-a-dia, vou fazendo

o que tem de ser feito, e há alturas em que o que tenho que fazer, devo dizer que é quase no limite das minhas capacidades.

- Como é que ocupa os seus dias de forma a manter-se ativo?

Perguntava ao Mundo se tinha 3 horas para me ouvir, e depois tinha muitas coisas para lhe dizer.

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“O verdadeiro mal davelhice não é o

enfraquecimento do corpo, é a

indiferença da alma”

André Maurois

“O verdadeiro mal davelhice não é o

enfraquecimento do corpo, é a

indiferença da alma”

André Maurois

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Amaioria dos portugueses dificilmente se vai esquecer que foi aqui que se realizou a Expo 98.

Já passaram 17 anos e o Parque das Nações continua a ser um local em Lisboa que vale a pena visitar. Porisso a REVIVER decidiu aproveitar um dia sem chuva, para dar a conhecer este paraíso moderno, onde nãoconseguimos perder o rio tejo de vista. Chegámos ao Parque das Nações depois da hora de almoço. Aindaconseguimos sentir a enchente habitual que se regista no Centro Comercial Vasco da Gama. Mas hoje esta-mos aqui para desfrutar da paz, da beleza e das atrações que o Parque das Nações tem para nos oferecer.

E se gosta de dar um passeio tranquilo, dificilmente vai encontrar um local com uma diversidade tão grandede jardins. Chegamos ao centro do Parque, conhecido por Rossio dos Olivais, onde os choupos formamuma cortina e as inúmeras bandeiras ali hasteadas fazem um lindo efeito de espelho na água. Se levantar-mos os olhos rapidamente eles irão fixar-se na imensidão do Tejo. E é nessa direção que seguimos.

No tempo da Expo 98 chamavam-no de “Caminho da Costa”, atualmente é conhecido pelo passeio ribeir-inho. Se vem aqui para dar uma caminhada junto ao rio, esta área foi criada para passeios pedonais, porisso condições não faltam para concretizar o seu objetivo. Para aqueles que querem desfrutar da calmaque imana perto do rio, existem vários bancos onde se pode sentar a ler ou a apreciar esta bela paisagem.Decidimos caminhar um pouco, para depois relaxarmos a ver o nosso tejo, sentados perto de um pinheiromanso a observar a imensidão da ponte vasco da gama. Mas estes não são os únicos jardins que aqui exis-tem. É engraçado ir descobrindo os jardins neste espaço, uns mais escondidos que outros. Os Jardinsd´Água é um espaço que achámos muito acolhedor. Pode-se ver e acompanhar um curso de água, desdeo seu nascente ao seu estuário. Aqui também se pode usufruir de diversas atividades, tanto desportivascomo de máquinas e engenhos que estão ligadas ao meio aquático.

O Parque das mil e uma sensações

MENTE SÃ; CORPO SÃO

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O Parque das mil e uma sensações

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

Depois existem três jardins que muitas vezes passam despercebidos àqueles que aqui vêm.Como o Parque das Nações abrange uma área enorme é difícil conhecermos o local a fundonuma só visita. Para quem gosta de estar em total sossego, deixamos a sugestão de visitar oJardim Sul. É um tesouro verde, escondido por trás de um edifício e muito pouco frequentado.Para aqueles que gostam de uma ótima vista, não podem deixar de ir ao Cabeço das Rolas. Esteé o ponto mais elevado do Parque das Nações e chega a estar a cima 33 metros do Tejo. Paraalém dos espaços verdes no local e de como está estruturado, não pudemos deixar de fazerreferência ao lago de 2500 m2, que contém uma diversidade de espécies vegetais aquáticas. Porfim perto da Estação do Oriente pode encontrar os jardins suspensos, que tapam os murosbrancos que separam o Parque das Nações e a linha férrea, com bonitas plantas e flores.

Seja qual for a direção que tomar, garantimos que pelo caminho vai encontrar obras de arteurbana encantadoras e edifícios que não deixam ninguém indiferente devido à sua grandiosaarquitetura moderna. Enquanto passeávamos por aqui, eram poucas as alturas que não ficáva-mos encantados com algo novo que víamos. “Olha ali” torna-se uma frase constante. Embora o tempo estivesse um pouco incerto, o vento não estava forte e o frio não era insu-portável. Mas estamos no Outono e embora não a desejássemos a chuva acabou por surgir.Ainda era cedo para deixar o Parque das Nações. Então pensamos em visitar algum dos locaisturísticos que ali se situa em vez de nos enfiarmos num café ou no centro comercial. As opções ainda eram algumas. A FIL tem sempre diversas exposições, o Pavilhão doConhecimento é uma ótima escolha para quem se fizer acompanhar por crianças, a Telecabineera uma boa opção se não tivesse a chover, o Teatro Camões e o Meo Arena são destinados paraoutras ocasiões e por último o Oceanário.

Após pensarmos um pouco decidimos que o Oceanário seria o nosso eleito para uma visita. Emboraos preços sejam um pouco elevados, decidimos optar pela opção mais barata que é a exposição perma-nente. Para quem tiver mais de 65 anos cada bilhete fica 9 euros. Devido ao horário de inverno, quaseque não conseguíamos apanhar a última entrada, contudo conseguimos chegar a tempo.Ao entrarmos no Oceanário esquecemo-nos de tudo o que ficou fora daquele edifício. Estamosperante algo que nos é quase desconhecido, o oceano. O grande aquário central tem cerca e 5 mil-hões de litros de água salgada e quatro habitat marinhos. Todavia ali não parece existir qualquerdivisão, parece um verdadeiro oceano dentro de um aquário gigante.

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A pouca iluminação do local faz todo o nosso foco ficar naquele aquário. Sei que pode parecer estran-ho, mas o primeiro ser vivo que reparamos foi um invertebrado, uma Medusa-de-pintas, o seu azulprende o olhar mais desatento. Para além dela também existe a Anémona-verde-gigante, na categoriados invertebrados. Quanto aos peixes é difícil explicar por palavras. São mais de 40 espécies que alihabitam. Claro que existem alguns que se destacam claramente dos outros, mas não pela sua beleza esim pelo seu tamanho imponente. A Manta-diabo, o Peixe-Lua, a Garoupa Gigante e as várias espéciesde tubarões são animais que não estamos habituados a ver, quanto mais assim tão perto. Depois exis-tem os peixes coloridos, como o peixe balão-pintado, o peixe palhaço, o peixe-picasso, as várias espé-cies de peixe cirurgião, entre tantas outras que ali estão.

Aproveitamos para nos sentarmo-nos no chão e apreciar aquela imagem durante o tempo. Afinal nãoé todos os dias que temos hipóteses de ver um oceano bem diante dos nossos olhos. Fomos espreitar como estava o exterior devido ao mau tempo, todavia a chuva tinha abrandado.Decidimos então ir visitar as lontras marinhas. Aqueles pequenos mamíferos são tão encantadores quenão nos apetece abandonar o local facilmente. Uma das curiosidades que ficámos a saber é que estaslontras, devido ao seu metabolismo rápido, precisam de comer o equivalente a 30% do seu peso pordia, o que num humano adulto seria o mesmo que comer 100 hambúrgueres em 24h.

O nosso tempo estava a terminar. Mas não iriamos partir sem antes ir ver o habitat onde se encon-travam as aves. Ali pudemos encontrar espécies como a Andorinha-do-mar-inca, o Arau-comum, oPapagaio-do-mar, o Pinguim de Magalhães, o Pinguim Saltador da Rocha e a Torda-Mergulheira. Nãosei se devido ao mau tempo, mas só conseguimos ver os Pinguins de Magalhães e o Arau. No entantoos pinguins são animais que nos deixam com um bom humor quase automático. Ficámos um pouco atentar ver mais alguma ave mas o nosso tempo tinha chegado ao fim.

Após tudo aquilo que presenciamos hoje, sem dúvida alguma que é um passeio que queremos repetir.Porém para a próxima vez iremos escolher um dia sem chuva, pois aumenta as excelentes possibili-dades que temos à nossa escolha, sendo que a maioria delas são totalmente gratuitas. Para aqueles quejá conhecem o espaço, não percam a oportunidade de explorar novos locais que ainda não tenham vis-itado. Sem dúvida que o Parque das Nações não se conhece num só dia. Ainda assim, mesmo que sejapouco tempo, acreditamos que será sempre um passeio agradável.

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Como surgiu a técnica de Watsu?É uma técnica de hidroterapia criada por Harold Dull em 1980, que começou numapiscina de água termal no Norte da Califórnia. Harold começou a flutuar os seuspacientes enquanto aplicava os alongamentos e princípios do Zen Shiatsu, que apren-deu no Japão com o seu mestre Shizuto Masunaga. Atualmente, a técnica de Watsu éaplicada em clínicas, centros termais e spas.

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Já experimentou Watsu?

Em Portugal poucos conhecem esta técnica que consegue alguns benefí-cios imediatos para a sua saúde. São inúmeras as vantagens em praticarWatsu a longo prazo e se procurar vai ver que é mais fácil do que pensaencontrar um terapeuta especializado perto de si, embora o número deprofissionais seja ainda reduzido. A REVIVER explica-lhe tudo sobre estatécnica de hidroterapia que pode ajudar os seniores a viver melhor.

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A combinação perfeita entre Shiatsu e água

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Em que consiste a técnica Watsu?Watsu são movimentos que combinam massagens e pressões dos pontos utiliza-dos pela técnica Zen-Shiatsu, enquanto o terapeuta ajuda quem estiver em trata-mento a flutuar numa piscina com a água a 35 graus. Hoje em dia o Watsu jáprovou a sua eficiência ao tratar de várias dores crónicas e muitas doenças, estápresente em mais de 40 países e é ensinada em universidades em todo o mundo.

Que tipo de pacientes têm recorrido a esta técnica?

Atualmente o Watsu está a começar a ser integrado em programas de tratamento de ter-apias aquáticas em hospitais, clínicas de reabilitação e centros de terapia de todo o mundo. Com os bons resultados registados por esta técnica, os médicos e terapeutas têm vindoa ficar muito entusiasmados com os resultados registados a curto e a longo prazo. Por isso em muitos casos, já é aconselhado a alguns tipos de doentes esta terapia.Exemplos disso são:- Pessoas que sofrem de dores crónicas ou lesões músculo-esqueléticas;- Doentes com Fibromialgia ou Espondilite anquilosante;- Pessoas que sofrem de Stress físico, mental, emocional ou pós-traumático;- Doentes com Paralisia cerebral, Parkinson ou pessoas que sofreram um AVC;- Pessoas que sofrem de insónia, depressão ou hiperatividade;- E ainda pessoas que sofrem de reumatismo ou problemas de artrite.

Que tipo de benefícios é que o Watsu tem na primeira sessão?

Segundo vários estudos realizados com praticantes de Watsu, os benefícios verificados logo na primeira sessão são:- Reequilíbrio da energia; reequilíbrio emocional e mental;- Aumento da amplitude de movimento e relaxamento muscular;- Alívio da tensão e de dores articulares;- Diminuição da espasticidade e da dor crónica.

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Que tipo de benefícios é que o Watsu tem a longo prazo?Após várias sessões de Watsu os benefícios começam a notar-se mais estruturais emais consistentes em alguns casos, como por exemplo:- Os fluxos energéticos começam a estar reequilibrados de forma estrutural;- Mentalmente e emocionalmente as pessoas ficam mais equilibradas;- Melhora a qualidade de sono de quem sofrem de perturbações no sono ou insónias;- Melhora as funções do sistema imunitário;- Diminui significativamente a dor física crónica;- Diminui bastante o stress e a ansiedade que levam a depressões leves.

O Watsu melhora as funções do sistema nervoso parassimpático,ocorrendo alterações fisiológicas. Que alterações podem ocorrer?

- Diminuição da atividade do sistema reticular;- Aumento da vasodilatação periférica;- Diminuição da frequência cardíaca e respiratória;- Melhora a atividade digestiva;- Diminui espasmos musculares;- Harmoniza as funções do sistema músculo-esquelético;- Reforça a resposta do sistema imunitário.

Outros benefícios registados:- Maior flexibilidade; maior sensibilidade e perceção;- Ampliação da consciência corporal;- Maior vitalidade e qualidade de vida

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Como saber que está perante um profissional especializado?A instituição internacional reguladora do Watsu é a Waba-Worldwide AquaticBodywork Association, que foi criada por Harold Dull. É esta instituição que estruturaprogramas de ensino desta técnica, estabelece critérios e rigor formativo para osprofissionais. Todos os anos é promovido o ajuste nos conteúdos dos cursos e na apli-cação da técnica de Watsu. Um terapeuta de Watsu após ter concluído o curso da Waba, deve ter completado 700horas de formação. Só depois deste processo é que estará habilitado e autorizado pelaWaba a realizar sessões de terapia de Watsu.

Conselhos antes de aderir a esta técnica:Se quiser experimentar esta técnica fale com um profissional sobre os seus problemas desaúde, as suas inseguranças e dúvidas. O seu diagnóstico clinico é sempre importante seravaliado pelo seu médico de família mas também pelo terapeuta profissional de Watsu.

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

A importância que representa para a nossa qualidade de vida o combate ao sedentarismo,já não é novidade para ninguém. Quanto mais a nossa idade avança, mais importante setorna esse combate. Qualquer que seja a atividade física, pode representar tremendas mel-horias para a nossa saúde, quando comparada com a ausência de qualquer tipo de activi-dade. Hoje em dia as opções são vastas, personalizadas e existem atividades que se ade-quam a qualquer tipo de pessoas e objetivos. Em todas as edições apresentamos aqui naREVIVER alguma atividade que promova esse bem-estar físico e emocional e esta não vaiser exceção, simplesmente a atividade de que vamos falar é menos comum para seniores.

O Que é a Equoterapia?

A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo na abordagem às áreas da saúde, edu-cação e equitação, em pessoas com algum tipo de deficiência ou debilidade físicas ou mentais. A equoterapia procura melhorias significativas a nível físico, psicológico, emocional, cognitivo,psicossocial entre outros, apresentando resultados bastante positivos no que diz respeito ao con-vívio social. Os benefícios da equoterapia não escolhem idades, e é um método terapêutico espe-cialmente eficaz para pessoas com necessidades especiais, onde o cavalo funciona como o agenteque facilita a aprendizagem e a inserção ou reinserção social. Através da relação e da interaçãocom um animal dócil e sensível como o cavalo, os praticantes desenvolvem novas formas desocialização, com benefícios para a sua auto-estima e auto-confiança.

Indicada Para:

- Pessoas com doenças neurológicas, ortopédicas, musculares e clinico-metabólicas;- Pessoas que sofram de sequelas de traumas e cirurgias;- Pessoas com doenças mentais, distúrbios psicológicos e comportamentais;- Pessoas com distúrbios de aprendizagem e linguagem.

Equoterapia: Benefícios da companhia de um cavalo

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

O movimento variável, rítmico e repetitivo do cavalo é utilizado para providenciar uma base desuporte para os seniores, principalmente para aqueles que sofrem de problemas de equilíbrio,descoordenação, baixa mobilidade, mau controlo postural, traumatismos cerebrais ouenfartes/derrames. Montar a cavalo, é uma atividade que exige equilíbrio e a participação docorpo inteiro, o que contribui para o desenvolvimento da força muscular, do relaxamento, da con-sciencialização do próprio corpo e do aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio.Montar um cavalo em movimento, simula a moção natural da marcha humana, o que permite aopraticante sénior, ganhos de flexibilidade e de controlo postural. Conforme o cavalo muda a mar-cha, a equoterapia treina o paciente a um subtil controlo de determinados músculos, essenciaispara manter o equilíbrio sentados no selim. Aqui, a aprendizagem passa também pela coorde-nação e controlo da respiração, o que promove o processo de cura dos sistemas neurológicos.

Benefícios Físicos Para Os Seniores

Benefícios Psicológicos Para Os SenioresAo trabalhar com cavalos, os pacientes seniores da equoterapia podem superar a ansiedade e adepressão, trabalhar em construir autoconfiança e em melhorar a linguagem não verbal. A ligaçãoque se cria com o cavalo promove a diminuição da sensação de isolamento, fortalecendo-os e incen-tivando-os a aceitarem e encararem novos desafios na vida. Os praticantes aprendem a escovar osanimais, a guiá-los com cordas ou montados, a alimentá-los e liderá-los, enquanto que ao mesmotempo têm um acompanhamento dum terapeuta licenciado para discutir e processar os seus senti-mentos. O cavalo torna-se o animal ideal para permitir que as pessoas, e os seniores em questãoconquistem os seus medos por várias razões. Para além do seu tamanho e da capacidade natural deinteragir honestamente com os humanos e com outros cavalos, este animal tem ainda a capacidadede refletir com precisão as nuances do corpo humano e da sua linguagem corporal, o que permitetambém a que os seniores sejam confrontados com os testes físicos do próprio envelhecimento.

- Segurança, auto-estima e afeto. Interação, comunicação, ritmo e interesse.- Equilibrio, psicomotricidade, coordenação motora.- Atividade de vida diária, autoconfiança, desenvolvimento psicossocial.- Reeducação postural, tonificação muscular, sensibilidade.

Objetivos Possíveis de Atingir com a Equoterapia

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

A importância dos cavalos anõesTanto quanto pudemos apurar, não existem projetos do género em Portugal, mas em paísesestrangeiros, o uso de cavalos miniatura em lares e casas de repouso, hospitais e residências assis-tidas já é utilizado, para promover a terapia com cavalos. Devido ao seu tamanho e temperamentocalmo, estes cavalos miniaturas podem ser tocados, levar festas e mimos de pessoas acamadas ouem cadeira de rodas. Um artigo lançado em 2009 no “The Virginian-Pilot Newspaper” refere avisita dum destes cavalos, chamado Tinkerbell, a uma instituição para doentes de Alzheimer, oque como resultado teve uma melhoria significativa nos pacientes que conseguiram ter algumasrecordações de infância. No mesmo ano, a Associação Americana para Reformados, nomeou umcavalo miniatura chamado Magic, como o seu animal de estimação mais heróico, pelo seu trabal-ho junto de pacientes em hospitais na área da Flórida.

Cuidados e Considerações a Ter

- Para um tratamento adequado, é importantíssimo a escolha dum local específico e certificado, quegaranta cavalos mansos, dóceis e bem treinados, para não comprometer os resultados da terapia. - A existência duma equipa multidisciplinar no acompanhamento terapêutico é essencial. Para além do tratador e treinador do cavalo, a presença de outros profissionais em áreas da saúde eda educação são importantes. - A segurança física dos praticantes deve ser uma preocupação constante de toda a equipa.

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Sabia que...

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Existe uma cidade debaixo do chão?

Vista à superfície parece apenas um amplo deserto, com apenas alguns hotéis espalhados, dando um arde cidade abandonada. Mas acontece que em Coober Pedy na Austrália vivem cerca de 3500 pessoas, amaioria debaixo do solo, em casas escavadas e feitas em grutas. Conhecida como a Capital da Opala (umpedra preciosa) a cidade foi fundada em 1915 depois da descoberta do mineral na zona. De facto, 95% daOpala mundial vem dessa área geográfica, mas as pessoas que para lá foram minar a pedra preciosa,descobriram rapidamente que a vida à superfície era extremamente exigente, com a temperatura a exce-der os 40º C normalmente. Há 100 anos atrás, as pessoas resolveram o problema construindo os chamados“dug outs”, cavernas feitas nas vertentes das colinas. Agora, com cem anos passados desde a fundaçãoda cidade mineira, tornou-se numa autêntica atração turística subterrânea, com casas apalaçadas, várioshotéis e pensões. Debaixo do solo, Coober Pedy tem inclusive uma Igreja, alguns museus, um casino, eum pub local. Apesar de todos os edifícios serem subterrâneos, as entradas são ao nível do chão, e têmtodos ventilação vertical para manter a temperatura regular. Para quem tiver possibilidade e gostar deturismo, é sem dúvida uma atração fora do comum, a não perder.

Existiu uma família com pele azul?

Ficaram conhecidos como “Os Fugates Azuis” (The Blue Fugates) ou “As Pessoas Azuis de Kentucky”(Blue People of Kentucky). A história desta família começa em 1820 quando o órfão francês Martin Fugatevai viver para Troublesome Creek reclamando o seu direito sobre um terreno local. Casou com ElizabethSmith, uma rapariga ruiva, de pele bastante pálida, e a sua união resultou num coincidente encontro dedois genes recessivos que resultou numa doença recessiva conhecida como Metemoglobinemia (Met-H),uma mutação genética que reduz a capacidade individual de carregar sangue oxigenado. Não existemregistos oficiais que confirmem que Martin Fugate tinha a pele azul, mas essa mutação genética mani-festou-se em Zachariah Fugate, filho do casal, que nasceu com pele azul. No século 19, um dos problemasda vida em zonas rurais isoladas era o intercasamento, ou seja, muitas vezes os casamentos e a procriaçãoeram feitos com parentes próximos o que não promovia a diversidade nem evolução genética. E foi issoque se passou com a família Fugate durante muitas gerações. Para além de Zachariah, Martin e Elizabethtiveram mais 6 filhos. Dos 7 filhos, 4 tinham a pele azul. Visto ser um gene recessivo, a família tinha 25%de hipóteses de ter um filho de pele azul, em cada gravidez. Zachariah casou com a sua tia, irmã da suamãe, e tiveram um filho chamado Levy que casou com uma familiar próxima e teve mais 8 filhos. Desses8 filhos, uma era Luna, que casou com John Stacy e tiveram 13 filhos. Luna era a bisavó de Bem Stacy, umsenhor que em pequeno ainda nasceu com tons de azul, principalmente nos lábios e nas unhas e queintrigou os médicos. Ainda existem vários parentes desta “Família Azul” mas a verdade é que conformea população aumentou e os Fugate começaram a casar com outras famílias, a diversidade genética tornou-se uma realidade e a probabilidade dessa mutação se manifestar é hoje muito menor.

REVIVER

Sabia que...

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Quem nunca ouviu falar de Baddie?

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Helen Ruth Van Winkle, mais conhecida por Baddie Winkle, tem 87 anos e é um fenómenonas redes sociais. Atualmente a americana regista mais de 1 milhão e 700 mil seguidores noInstagram, 332 mil no Facebook e 225 mil no Twitter.

Tudo começou quando Helen decidiu vestir as roupas da sua bisneta de 19 anos, Kennedy,e esta não conseguiu resistir a publicar a fotografia da bisavó nas redes sociais. Desde entãoos seguidores começaram a aparecer, e bastou a cantora Rihanna ser uma das seguidoraspara que milhares começassem a seguir a senhora de 87 anos. É a excentricidade e ousadiacom que aparece na maioria das fotografias que tornam Baddie Winkle adorada por milhõesde pessoas. Após ter passado pela perda precoce do seu marido e filho e ter sofrido imenso,decidiu dar um novo rumo à sua vida. Baddie, nome sugerido pela sua bisneta, tornou-senuma fonte de inspiração para muitas pessoas, embora muitos critiquem a sua maneira deestar na vida. É conhecida por fazer campanhas a favor da legalização da marijuana para finsmedicinais e gosta de representar a sua vida como se fosse sempre uma festa. Em entrevista ao site da revista Cosmopolitan Internacional Baddie Winkle afirmou quenão passa despercebida na rua. “Eu sou reconhecida em qualquer lugar que vá. Na maioriadas vezes por universitários. Fui a uma festa de uma faculdade e foram muito gentis, tireimilhares de fotografias e sou sempre bem recebida a qualquer festa que vá”.Segundo declarações de Helen ao site Refinery29 a “Baddie Winkle” ajudou-a muito.“Aprendi grandes lições como vive e deixa viver. Eu iria amar ser um modelo para as pes-soas mais velhas, pois nós só aqui estamos uma vez na vida, então divirtam-se.”E o seu sucesso não tem abrandado. Já foi convidada para o programa “The TodayShow”, usaram a sua imagem em campanhas e recentemente esteve na gala dos prémiosda MTV, Video Music Awards, onde celebridades como Miley Cyrus, Nicole Richie,quiseram tirar fotografias ao lado do fenómeno das redes sociais de 87 anos.

Quem nunca ouviu falar de Baddie?

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A arte urbana, street art, começou por ser vista por muitos como um ato de vandalismo. Hoje está pre-sente em quase todos os cantos do mundo e tem sido usada para requalificar edifícios e zonasdegradadas. A maioria das pessoas associa a arte urbana aos jovens, no entanto a REVIVER decidiumostrar alguns seniores que têm contribuído para embelezar e requalificar algumas zonas do mundo.

Grace Brett com 104 anos foi recentemente considerada a artista de rua mais velha do mundo.Grace nasceu em Londres e em 1978 mudou-se para a aldeia de Darnick na Escócia. Desde cedoaprendeu a tricotar e nunca mais parou. Atualmente integra um grupo de tricô de intervenção“Souter Stormers”. São várias as peças que Grace Brett criou para preencher 46 pontos de refer-ência do condado escocês. Juntamente com o grupo, Grace também participou no festival de arteYES “Yarrow-Ettrick-Selkirk”. “Eu pensei que era realmente uma boa ideia decorar a cidade egostei de ter o meu crochê incluído”, afirmou a artista centenária. As suas obras não passam des-percebidas e tornaram o condado mais alegre e divertido. O trabalho de Grace Brett não passoudespercebido nas redes sociais e milhares de pessoas partilharam fotografias das suas obras.

Agnes Kasparkova tem 87 anos e é conhecida por pintar a azul temas florais na sua vila na Morávia,República Checa. Está reformada há 30 anos e desde então dedica a maioria do seu tempo livre apintar. Agnes não consegue imaginar a sua vida sem fazer nada, por isso está sempre ocupada, sejaem casa, no jardim ou a pintar. A senhora Kasparkova tem contribuído com o seu talento a pintaras casas dos vizinhos e alguns locais de culto na sua aldeia. “Eu tento ajudar a decorar um pouquin-ho o mundo”, afirmou Agnes. No mês de Maio, todos os anos, Agnes Kasparkova usa o seu talentopara pintar as paredes da capela local. Um trabalho que exige concentração e dedicação, mas tam-bém esforço físico, visto ter que subir escadas e pintar no cimo de alguns andaimes.

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arte urbana

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arte urbana

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Luísa Cortesão tem 65 anos de idade e é conhecida como a avó que desenha bruxas nas paredes por-tuguesas. Seguiu o conselho da filha e inscreveu-se no workshop do projeto LATA 65. Emboratenha faltado ao primeiro dia, ficou rendida à aula de stencil do artista Adres. O seu primeiro cartãorecortado foi uma velhinha marreca com uma lata de spray. Essa imagem deu origem ao logotiponos crachás do projeto Lata 65 mas também pode encontra-la em Marvila, atrás do mural do SAM3.Hoje em dia, a sua imagem de marca são bruxas montadas em vassouras. Pode ver o trabalho deLuísa Cortesão no seu instagram: https://instagram.com/luisacortesao1/

LATA 65 é um projeto que tem como objetivo colocar os seniores em contacto com a arte urbana. Oprojeto teve início em 2012 e desde então tem tido uma ótima aceitação por parte dos seniores. Osalunos através dos workshops aprendem a história, cultura e técnicas de graffiti, ensinados por diver-sos artistas. Para além da teoria, rapidamente estes principiantes passam há ação nas ruas. A mentorado LATA 65, Lara Seixo Rodrigues, já conseguiu levar este brilhante projeto até ao Brasil para realizardois workshops. Quanto ao número de alunos que já frequentaram estes workshops desde o 2012 jáultrapassa os 120, com idades entre os 60 e os 101 anos, segundo a sua entrevista ao jornal Público.

A verdade é que as ruas estão a ganhar novas cores pelo mundo fora e desta vez a arte urbananasce pelas mãos dos seniores, deixando o preconceito da idade de lado.

por seniores por seniores

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FOTO-REPORTAGEM Por caminhos de My

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FOTO-REPORTAGEMyanmar e Singapura

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Foi numa noite quente de verão, sem brisas nem aragens, que pensei pela primeira vez no destino que tinha traçado paramim. Enquanto o meu esposo dormia num sono profundo, o som dos ponteiros do relógio levavam-me à loucura. Ali esta-

va eu, deitada na ponta da cama, num quarto que parecia uma sauna. Sentia-me sem ar, sem forças, a implorar que o sono

viesse ter comigo. Mas nada adiantava, estava condenada àquela malvada insónia.

Tentei levantar-me mas o meu corpo parecia que se tinha fundido com aquele lençol. Parecia um combate de titãs e no últi-

mo round eu erguera-me e vencera aquele temível adversário. Sim, hoje eu sei o quanto isso foi ridículo.

Cheguei à cozinha completamente exausta. Bebi meio litro de água num ápice. Dirigi-me até à casa de banho para lavar a cara,

mas fiquei presa ao reflexo no espelho. Quem era aquela mulher encharcada em suor? Era difícil acreditar que aquele reflexo

era meu. A minha expressão facial quase que desaparecera com a quantidade de gordura que a rodeava. Quanto mais olhava

menos me identificava com aquela pessoa, sentia tamanha repulsa por aquele ser. As lágrimas perdiam-se na minha velha

camisa de dormir. Queria sentar-me no chão e não estava a ser capaz. Furiosa comigo, deambulava pelas assoalhadas daquela

casa sem parar. Sei que já passava das 4h quando o cansaço finalmente venceu-me.

“Formosa estás doente?” Perguntou-me Augusto enquanto acariciava o meu braço. Mal conseguia abrir os olhos quanto mais

falar. Apenas abanei a cabeça como forma de negação. “Vem para a cama. Hoje precisas de repouso.” Aquelas palavras doces do

meu esposo atingiram-me como balas. Eu sabia perfeitamente que tudo aquilo que eu não precisava era repouso. Precisava de

viver. Foi então que olhei-o nos olhos e disse vem comigo. Lembrei-me que tinha uma balança guardada na casa de banho. Retirei

tudo o que estava em cima dela, limpei o pó que tinha camuflado a sua cor original e suspirei. Enquanto subia para aquele frágil

aparelho, Augusto olhava-me com estranheza. O ponteiro da pobre balança parecia que acusava a dor, até se fixar nos 144 kg.

“Vês Augusto? Percebes agora porque é que eu não posso repousar?” O meu marido não conseguia perceber a minha dor, riu-

se sem saber o quanto me estava a ferir naquele momento. Sentia-me fraca e cheia de tonturas e antes de desmaiar ouvi-o dizer:

“meu amor, gordura é formosura… nenhum homem gosta…”, não consegui perceber o resto pois já tinha perdido os sentidos.

Passei o dia na cama mesmo contra a minha vontade. O meu marido aqueceu a sopa e o jantar de ontem e levou-me à cama.

Não me deixava levantar. Percebi que não havia espaço para o diálogo naquele dia, já são mais 40 anos de casados. No entanto

eu sabia que aquele era o último dia daquela vida sedentária, dos costumes tradicionais, dos pratos cheios de enchidos, dos

bolos recheados, da ausência da minha autoestima e da presença do meu conformismo.

Na manhã seguinte preparei o tradicional pequeno-almoço para o meu marido. No entanto para mim, servi um chá verde, três

peças de fruta e uma torrada com queijo fresco. Não o podia obrigar a acompanhar-me naquela dieta, tinha que fazer aquela

jornada, se ele me acompanhasse tudo bem, senão caminharia sozinha. Aos 60 anos não sabia bem por onde começar, mas

sabia que tinha que começar. Era uma dona de casa. A única profissão que eu tive foi como cozinheira num restaurante de

comida típica transmontana, nunca me preocupei com uma alimentação saudável pois gostava demasiado de comer. Tinha

que aprender tudo novamente. Fui ter com uma vizinha minha, que era de uma elegância extrema. Ouvi dizer que ela fazia

desporto desde sempre e que levava uma alimentação regrada e saudável há muitos anos. Poucas tinham sido as palavras que

tínhamos trocado até à data, todavia Idália foi de uma simpatia e delicadeza incrível. Explicou-me que não ia ser fácil, era um

processo, uma nova forma de viver, no entanto se eu estava determinada era o mais importante. No próprio dia Idália veio

antes do jantar a minha casa cheia de planos alimentares, planos de exercícios e alongamentos e recomendou-me a ida ao giná-

sio. Foram tempos difíceis, odiava muitas daquelas refeições, as idas aos ginásios eram o meu maior pesadelo, mas continuei

afincadamente. Um dia o meu marido decidiu fazer uma tentativa e juntou-se há minha jornada por uma vida mais saudável.

Passaram-se 5 anos desde a noite em que o meu mundo desabou. Nunca pensei que ficaria tão agradecida a uma insónia, hoje

proclamo a toda a hora, “bendita insónia”. Agora olho para o meu corpo e já não choro, sorrio. Não, não me tornei numa modelo,

porém já perdi mais de 50kg, ou seja saiu uma modelo de mim. Sinto-me bem comigo e finalmente tenho orgulho na pessoa

que me tornei. Finalmente escolhi a estrada certa e o melhor de tudo é que não tive que percorre-la sempre sozinha. O meu

Augusto não diz, mas eu bem vejo o seu olhar, a chama acendeu-se novamente. Ele sempre soube que gordura não é formosura,

é desleixo. Mais que a gordura, o que eu nunca me tinha apercebido é que aos 60 anos estava a matar-me lentamente. E era isso

que me fazia sentir nojo e total repulsa de mim própria. E acreditem meus caros, passar da repulsa ao orgulho é uma proeza.

Natacha Figueiredo

Da repulsa ao orgulhocrónica:

Page 64: Revista REVIVER 17ª Edição

QUEM FOI JACK LONDON?

A Vida de Jack

1876. 12 de Janeiro. São Francisco, Estado da Califórnia nos Estados Unidos da América. Nasce John Griffith Chaney, uma das mais influentes figuras literárias americanas do Século XX.Mas é com o pseudónimo de Jack London que o seu nome depressa se torna mundialmentefamoso. Um reconhecimento invulgar à época, pois grande parte da obra de London, é baseada nassuas próprias vivências e experiência de vida. Sendo talvez um dos primeiros grandes romancistasa conseguir viver, e bem, das suas próprias histórias. A sua história foi marcada do princípio ao fim,por um número de casos que iriam marcar a sua vida e carreira.Filho de uma professora de música e assumida espirita, Jack London nunca teve a certeza da suafiliação paterna. Estudos biográficos levam a crer que deveria ser filho de um astrólogo, chamadoWilliam Chaney. Contudo, este sempre negou essa acusação, incluindo através de uma carta dirigi-da mais tarde a London quando este o questionou sobre o facto. Devido a este episódio, a mãe tentao suicídio disparando contra si própria. Entrega o bebé a uma antiga escrava, Virgínia Prentiss, queviria a ser a sua grande referência materna. A mãe volta a casar com um veterano da Guerra daSucessão, chamado John London, trazendo de volta Jack ainda bebé. Jack London casou duasvezes. O primeiro casamento, entre 1900 e 1904, com Elizabeth Maddern foi curto, penoso e demasi-ado conservador para Jack, todavia dele nasceram as suas duas únicas filhas. No ano seguinte, em1905, casa com Charmian Kittredge, aquela que viria a ser a grande companheira da sua vida e ooposto de tudo aquilo que “Bessie” havia sido; sem puritanismo e mesmo considerada uma mulhersexualmente desinibida: foi a verdadeira parceira na vida e na obra do grande escritor.

O seu percurso

Após uma vida de muitos trabalhos para sobreviver; como jornaleiro, varredor, operário, emprega-do de balcão, marinheiro, chegando a ser preso por vagabundagem: aos 30 anos já era um escritore uma personalidade famosa. Foi também um Jornalista perspicaz e um orador invulgar, próximodas ideias socialistas. Notabilizou-se igualmente como um perseverante ativista social.Aventureiro, correu mares e terras distantes. Participou na célebre corrida ouro no Klondike, ondepenou severamente a dureza dessa vida. Mas na verdade, foi este espírito indómito, que permitiuque Jack London fizesse da sua carreira profissional como gostava de sublinhar, um enorme suces-so. Autor com mais de meia centena de livros publicados, uma centena de contos editados e grandenúmero de artigos redigidos, fez com que acumulasse uma considerável fortuna, caindo na ruinano final da vida. Aliás, como dizia: a escrita era só o veículo, um meio, para a vida tranquila e pertoda natureza que sempre desejara. Jack London morre novo. A 22 de Novembro de 1916 naCalifórnia, apenas com 40 anos, devido a uremia (uma insuficiência renal com excesso de ureia nosangue), ao álcool e à morfina para suportar a dores. Morte deliberada ou não, a dúvida subsiste!

A sua Obra

Como um dos maiores vultos da língua inglesa, os seus trabalhos são a génese de todas as suasperceções de vida. Num estilo transparente, direto, vigoroso e realista, London retracta numaambiência autêntica: o homem e a natureza; tão cru e duro quanto na verdade é a essência davida e o seu meio. Imprescindíveis a uma leitura necessária estão: o famoso “O Apelo daSelva” ou ainda “Presa Branca”, “Memórias de um Alcoólico – John Barleycorn”, “O Filho doLobo”, “O Lobo do Mar” ou “Vagabundos Cruzando a Noite”. Como era de esperar várias dassuas obras foram também adaptadas ao cinema.

Por: Filipe Figueiredo

Page 65: Revista REVIVER 17ª Edição

“ Não teria nada a objetar contra o crescentesaber da Humanidade, se as pessoas com

isso se tornassem mais sensatas.”

“ Não teria nada a objetar contra o crescentesaber da Humanidade, se as pessoas com

isso se tornassem mais sensatas.”

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Agenda Cultural

Novembro e Dezembro de 2015

10 de Novembro 12 de Novembro

18 de Novembro

Concerto – RodrigoLeão & Orquestra &Coro Gulbenkian -Coliseu, Porto

16 de Novembro

Exposição – AgostinhoRicca, Arquitectura &

Desenho - Casa do Infante,Porto

14 de Novembro

26 de Novembro

Concerto – MarizaColiseu, Porto

22 de Novembro

Teatro – Os LusíadasQuinta da Regaleira,

Sintra

20 de Novembro

Teatro – O MandarimTeatro Municipal Joaquim

Benite, Almada

24 de Novembro

Concerto – Darmstadt,Passado e Futuro - Casa

da Música, Porto

28 de Novembro

Concerto – AntónioZambujo - Casa dasArtes, Arcos deValdevez

30 de Novembro

Exposição – Eis Bocage,Em Quem Luz AlgumTalento - ArquivoNacional Torre do

6 de Dezembro

Concerto – A Pintura deBeethoven, Orq.Sinf doPorto - Casa da Música,

Porto

4 de Dezembro2 de Dezembro

Concerto – Joe MorrisQuartet - CentroCultural de Belém,

Lisboa

8 de Dezembro

11 de Novembro 13 de Novembro

Concerto – Oferenda aBach, OrquestraSinfónica do PortoCasa da Música

15 de Novembro 17 de Novembro 19 de Novembro

Teatro – Bovary Teatro Nacional D.Maria II, Lisboa

21 de Novembro

Concerto – Rodrigo Leão,Orq & Coro Gulbenkian

Coliseu dos Recreios, Lisboa

23 de Novembro

Teatro – A CanoaCasa das Artes deMiranda do Corvo

27 de Novembro

Concerto – Jorge Palma& Sérgio Godinho

Casa das Artes, V.Novade Famalicão

25 de Novembro

Teatro – O Protagonista- Auditório FernandoLopes Graça, Cascais

29 de Novembro

TTeatro – É ImpossívelSaber - Teatro EstúdioMário Viegas, Lisboa

5 de Dezembro

Concerto – MiguelAraújo - Theatro Circo,

Braga

3 de Dezembro

Concerto – LondonCommunity Gospel

Choir - Centro Culturalde Belém, Lisboa

1 de Dezembro

Exposição de Pintura deLouro Artur - Casa doAlentejo, Lisboa

7 de Dezembro 9 de Dezembro

Fotografia – (Con)texto@ Galeria MunicipalAlmeida Garret - Porto

Teatro - E MorreramFelizes Para Sempre

Hospital Júlio de Matos

Concerto – Ópera emViena, OrquestraSinfónica do Porto Casa da Música, Porto

Concerto – Pólo Norte- Pavilhão Multiusos,

Guimarães

Concerto – QuartetoRuggeri, Música deCâmara - Casa daMúsica, Porto

Dança – “O HomemQue Só Pensava emNúmeros” - Cineteatro

de Estarreja

Concerto – CucaRoseta @ Cineteatro

de Estarreja

Concerto – Quarteto deCordas de Matosinhos -Casa da Música, Porto

Teatro – Neva Teatro Carlos Alberto,

Porto

Teatro – A República dasBananas - TeatroPoliteama, Lisboa

Page 67: Revista REVIVER 17ª Edição

Dezembro 2015 e Janeiro de 2016

10 de Dezembro 12 de Dezembro

18 de Dezembro

Concerto – Cuca RosetaCentro de Artes eEspectáculo dePortalegre

16 de Dezembro

TExposição – A Luz(Mostra do

PortoCartoon) - MuseuNacional da Imprensa

14 de Dezembro

26 de Dezembro

Concerto – Led-On,Tributo a Led Zeppelin -Cine Incrivel, Almada

22 de Dezembro

Prémio Conservatóriode Música do Porto -Casa da Música

20 de Dezembro

Teatro – Rei Lear (deShakespear e Kurosawa)Distilaria da Brogueira,

T. Novas

24 de Dezembro

Aproveite a véspera e oespírito natalício comquem mais ama

28 de Dezembro

Exposição – Centenáriode Manuel Guimarães -

Cineteatro Alba,Albergaria Velha

30 de Dezembro

Cinema – Numa IncertaMelodia | AntónioSalvado - CineteatroAvenida, C.Branco

5 de Janeiro

Exposição – Ah,Finalmente NaturezaFundação Eugénio deAlmeida, Évora

3 de Janeiro1 de Janeiro

Dia Para Descansar,Ponderar e Estabelecer

Objectivos Para o Novo Ano

7 de Janeiro

11 de Dezembro 13 de Dezembro

Concerto – OrquestraJazz de Matosinhos -Casa da Música, Porto

15 de Dezembro 17 de Dezembro 19 de Dezembro

Concerto – OrquestraClássica de EspinhoAuditório de Espinho

21 de Dezembro

Concerto – PedroAbrunhosa - Casino de

Lisboa

23 de Dezembro

Teatro – António eMaria - Teatro

Meridional, Lisboa

27 de Dezembro

Teatro – Os TrêsMosqueteiros - MuseuNacional de HistóriaNatural e da Ciência

25 de DezembroDisfrute do dia de Natal àsua maneira. Aproveitepara dar um passeio

29 de Dezembro

Faça Os Seus Planos ePreparações Para A Festa

de Ano Novo

4 de Janeiro

Ciência – FlorestasSubmersas - Oceanário

de Lisboa

2 de Janeiro

Concerto Tributo a LedZeppelin “MSVB

Christmas Gift” - MarySpot, Matosinhos

31 de Dezembro

Comemore a Passagemde Ano Da MelhorForma, à Sua Maneira

6 de Janeiro 8 de Janeiro

Teatro – O TempoTeatro da Politécnica,

Lisboa

Concerto – RuiMassena - Centro deArtes e Espectáculos,Figueira da Foz

Concerto – OrquestraMetropolitana de LisboaMeo Arena, Lisboa

Exposição – A Arte deTrabalhar o VidroMuseu do Vidro,Marinha Grande

Aproveite para darum passeio porBelém, Lisboa

Dança – A Branca deNeve no Gelo - CentroComercial AlegroAlfragide, Amadora

Exposição – A Luz deLisboa - Praça doComércio, Lisboa

Concerto – ResistênciaCampo Pequeno, Lisboa

Teatro – Revista Quer….É Parque Mayer - TeatroMaria Vitória, Lisboa

Visite um museu à sua escolha

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Passatempos

68 REVIVER

Descubra as 5 diferenças

Descubra as 10 diferenças

Page 69: Revista REVIVER 17ª Edição

69REVIVER

Sudoku Samurai

Anedotas

Encontram-se dois amigos e um dá os pêsames ao outro pela morte da sua segunda mulher.- E desta vez qual foi a causa da morte? O outro: - Foi a mesma da tragédia da primeira. Caiu do cavalo abaixo…O amigo: - Ó pá, então tens de te desfazer do animal! O outro: - Tás parvo ou quê?! Eu ainda tenciono voltar a casar…

Diz a ovelha para o carneiro: - Tens tão pouca lã…Diz ele: - Mas viemos fazer amor ou tricô?

Passatempos

Porque rir faz bem à alma

Page 70: Revista REVIVER 17ª Edição

REVISTA REVIVER

FundadoresAntónio RamosNatacha Figueiredo

Editor e Director GeralAntónio Ramos

Chefe de Redação e de PaginaçãoNatacha Figueiredo

RedacçãoAntónio RamosNatacha Figueiredo

ColaboradorRui Carmo e Filipe Figueiredo

Sede de RedacçãoRua do Alto da Bela Vista Lote 4B2715-268 Almargem do Bispo, Sintra

[email protected]: 212169069www.revista-reviver.wix.com/senioresfacebook e blog link: https://www.facebook.com/revistareviverwww.revistareviver.blogspot.ptComunicação e Publicidadedep.publicitario.reviver@[email protected]

Ficha Técnica

Novembro 2015 . Edição nº17

Redacçã[email protected]

DistribuiçãoNacional

Nota : Isenta de registo na ERC ao abrigodo decreto regulamentar 8/99 de 9/6artigo 12º nº1 - A

Locais de distribuição GratuitaJuntas de FreguesiaCâmaras MunicipaisCentros de diaCentros de ConvívioUniversidades da Terceira IdadeAssociações de ReformadosAssociações recreativasLares de idosos e Casas de repousoBibliotecasEspaços InternetSanta Casa da Misericórdia

Para particularesDevem efectuar o pedido através doemail [email protected]

Sugestões e participaçõesDevem ser efectuadas para os contactosgerais da revista, ou através do nossofacebook e do site integrado nesse.

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