revista reviver 10ª edição

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REVIVER Bimensal | Edição nº10 |Julho 2014 | Gratuita REVIVER Marcha Atlética Os benefícios da Marcha para os seniores A velhice não passa de um estado de espírito Faça você mesmo Bolos decorados com pasta de Açúcar Não perca ainda nesta edição: A FOTORREPORTAGEM: Bienvenidos a Madrid Plan tas Me dicinais 10 plan tas que melh oram a saúde Reflexologia Podal Equilibre todo o corpo pelos seus pés Na Esplanada com... Daniel Serrão Taekwondo Vantagens para o corpo e para a mente

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Leia a 10ª Edição da primeira revista portuguesa dedicada ao envelhecimento ativo e saudável.

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Page 1: Revista REVIVER 10ª Edição

REVIVERBimensal | Edição nº10 |Julho 2014 | Gratuita

REVIVER

Marcha AtléticaOs benefícios da Marcha para os seniores

A velhice não passa de um estado de espírito

Faça você mesmoBolos decorados com pasta de Açúcar

Não perca ainda nesta edição:A FOTORREPORTAGEM:

Bienvenidos a Madrid

Plantas Medicinais10 plantas que melhoram a saúde

Reflexologia PodalEquilibre todo o corpo pelos seus pés

Na Esplanada com...

Daniel Serrão

TaekwondoVantagens para o corpo e para a mente

Page 2: Revista REVIVER 10ª Edição

REVISTA REVIVER

Sumário Julho de 2014REVIVER n.º 10

Editorial03 “O Bem Comum” porAntónio Ramos

Separador04 É na velhice que conseguimoscompreender

Faça você mesmo06 Aprenda a fazer bolos decora-dos com pasta de açúcar.

Vencer o Tempo10 Conheça todos os projetos daAssociação Vencer o Tempo.

Aula de Pintura em Porcelana14 Fomos até ao Seixal acompanhara Pintura em Porcelana.

Marcha Atlética18 Entre andar ou correr, porquenão marchar? Saiba os benefícios.

Separador22 Uma frase de Leonardo DaVinci para si.

10 5036

Plantas Medicinais24 Conheça 10 plantas que melho-ram a sua saúde.

Hipertensão28 O que deve saber e o que podefazer para controlar a sua tensão

Benefícios do Mel30 Conheça as vantagens que tem omel para a saúde.

Receitas de 5 estrelas34 A dona Aurora apresenta-lhe re-ceitas tipicamente portuguesa.

Na Esplanada com...36 O Doutor Daniel Serrão.Médico e Investigador de 86 anos

Separador40 Uma frase de Charles Chaplin.Uma citação para si

Lagoa de Albufeira42 Venha dar um passeio emcomunhão com a natureza

Reflexologia Podal46 Conheça as vantagens quea reflexologia podal pode ter.

Taekwondo50 Os inúmeros benefíciosdo Taekwondo para seniores

No meu tempo...55 Não era fácil ser livre porMaria Glória Trindade

Breves56 Saiba quais são as brevesdo momento.

Fotorreportagem: Bienvenidos a Madrid 60

Crónica 63

Horóscopo Bimensal 64

Agenda Cultural 66

Passatempos 68

Ficha Técnica 70

Page 3: Revista REVIVER 10ª Edição

O Planeta Terra, nos seus longos anos de existência, continua a ser palco de selváticos conflitos entre todas as espé-

cies de seres vivos. A Natureza atribui a cada espécie as suas próprias armas ou defesas, de forma a definir os estatu-

tos hierárquicos da cadeia alimentar e a manter o equilíbrio. Nós seres humanos, somos donos e senhores do topo

dessa cadeia, e olhamos bem de cima para todos os outros seres vivos. O mais complexo, inteligente e complicado ani-

mal domina e, no entanto, não temos dentes afiados, a nossa força não é nada por aí além, nem o nosso tamanho, peso

ou agilidade. Atrevo-me a dizer que teríamos todas as condições para ocupar um lugar bastante modesto na hierar-

quia, não fosse a nossa capacidade de sonhar, de imaginar, de criar e de desafiar todas as probabilidades da Natureza.

O facto é, que estas armas que a Natureza nos deu, esta capacidade de a questionar e de raciocinar, de nada nos valia

individualmente. “A união faz a força” deve ser uma expressão tão antiga, que provavelmente foi um líder primitivo

que a inventou, pois só em grupo é que a fraca figura humana conseguia sobreviver em ambientes selvagens.

Conseguimos definir o caminho para a emancipação do Ser Humano logo nos primórdios da nossa existência.

Caminho esse que parecia tão simples, não fossemos nós tão complicados. “Para que possam sobreviver sem medo

ou ameaça de qualquer outro animal, dei-vos a inteligência. Com ela, devem unir-se e serão capazes de uma vida segu-

ra e confortável” disse-nos a Natureza. Lição aprendida, criámos comunidades, pensámos, refletimos, partilhámos

conhecimento e juntos fizemos coisas magníficas. Desenvolvemos a noção de bem comum, e chegámos a um ponto

em que nenhum outro animal representava grande perigo para a nossa espécie. Esse foi o momento determinante. Se

todos os outros animais estão controlados, só resta um a temer, o Homem. Nós, animais sociais que não sobrevivemos

sem o grupo, também não conseguimos viver segundo códigos naturais tão simples como os definidos primordial-

mente. Depressa a união determina a divisão, a inclusão determina a exclusão, o bem comum é estratificado e passa a

ser relativo e o conhecimento privado e controlado. Nós, que juntos saímos da selva e não olhámos a meios para obter

conforto e segurança longe do perigo, não conseguimos proteger-nos de nós próprios. Nós que juntos criámos a nossa

própria subsistência, criámos arte, arquitetura, mecânica, medicina, música e que domámos os animais mais perigosos,

também juntos destruímos tudo isso. Nós, que dominámos todas as áreas do saber, que construímos cidades e civiliza-

ções magníficas fomos os seus piores inimigos. Vejamos o exemplo do Império Romano, considerado o maior império

de sempre. O seu pior inimigo e a causa da sua destruição foi o Homem. Não foi nenhum leão, leopardo, elefante ou

tubarão, mas sim o Homem. De tão perigoso que o ser humano é para si próprio, até um adjetivo que caracteriza os

seus atos mais atrozes foi criado. De facto, somos o único ser vivo capaz de cometer algo desumano. De todos os con-

flitos que este planeta já viu, os piores foram cometidos quando um homem quer matar outro. A nossa espécie carrega

uma bagagem com milhares de anos de guerras, conflitos e ódio, e mesmo assim, em 2014, continuamos incapazes de

seguir aquela simples lição. Se observarmos como é o nosso mundo hoje em dia e tentarmos fazer uma comparação

com o dos nossos antecessores, talvez possamos compreender verdadeiramente os benefícios da união, e o perigo da

desunião. O Mundo vive pendente da decisão de algumas pessoas não começarem uma guerra, de não lançarem mis-

seis nucleares ou não começarem uma chacina. Todos os dias homens e mulheres unem-se e fazem coisas incríveis, e

outros tantos cometem atos desumanos. Dependemos da decisão de poucos homens para evitarmos a extinção. Se pro-

duzíssemos e partilhássemos mais conhecimento e menos armas, seguramente o bem comum não seria tão relativo e

estratificado. Está na altura de voltarmos às armas básicas de sobrevivência que a natureza nos deu, a capacidade de

raciocinarmos, de nos unirmos e de aprendermos uns com os outros, em prol do verdadeiro bem comum.

António Ramos

editorial

O BEM COMUM

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04 REVIVER

Na mocidade aprendemos, na velhice compreendemos.

Marie Von Ebner-Eschenbach

Page 5: Revista REVIVER 10ª Edição

05REVIVER

SEPARADOR

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DIA-A-DIA

06 REVIVER

Faça você mesmoBolos decorados com pasta de açúcar

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Mais uma vez apresentamos-lhe um novo hobby que poderá ocupar o seu tempo. Depois das hor-tas biológicas e de móveis com pallets apresentamos-lhe uma opção bem diferente. Se gosta decozinhar, principalmente de fazer bolos e sobremesas, vai gostar do hobby sugerido nesta edição. Muitas pessoas adoram fazer bolos. É fácil variar e agradar à maioria das pessoas que vamosservir. Se tem imaginação e gosta de criar, vai adorar os bolos decorados com pasta de açúcar. A REVIVER apresenta-lhe como fazer um de forma perfeita.

9 PASSOS PARA FAZER UM BOLO DECORADO COM PASTA DE AÇÚCAR

1º Recheie toda a superfície do seu bolo – Normalmente quando escolhemos decorar um bolocom pasta de açúcar, optamos por fazer um bolo com recheio seja de que tipo for. Faça mais doque o necessário pois o recheio deve passar por toda a superfície do bolo. Esta ação vai permi-tir que a pasta de açúcar cole-se facilmente ao bolo.

2º Crie uma pasta de açúcar com uma espessura de 2 ou 3 milímetros – Quando for comprar apasta de açúcar, tente informar-se da elasticidade, sabor e das cores que deseja, pois hoje em diaexiste uma vasta gama no mercado. Antes de começar o processo, coloque na bancada farinhamaizena para que a pasta não se agarre à superfície. Não exagere, se for preciso colocar mais vápulverizando à medida que vai estendendo a pasta. Lembre-se que a pasta deve ocupar a super-fície toda do bolo, por isso mais vale estender a mais do que lhe faltar depois. Quando a espes-sura da pasta de açúcar for entre 2 a 3 mm está pronta. Não deve usar farinha normal, só amidode milho, porque esta altera a consistência e a cor da nossa pasta.

3ª Transporte a pasta até ao bolo com o rolo – Não tente levar a pasta com as mãos até ao bolo, nor-malmente ela acaba por partir-se ou danificar-se. Com o rolo que usou para estender a pasta, enrole estalentamente e desenrole com muita calma e paciência. Tenha atenção para o bolo ficar todo tapado.

4ª Alisar e cortar o excesso – Depois de ter colocado a pasta no bolo pode ajudar a moldar comas mãos a mesma, para evitar que se criem bolhas de ar. Depois com uma espátula para alisar vápassando desde o topo até à parte inferior do bolo, ajude com a outra mão se necessário. Corteo excesso da pasta com um cortador de pizza ou uma faca de manteiga. A pasta de açúcar quesobrou, mesmo que vá utilizar novamente para o resto da decoração deve ser guardada. Por issofaça uma bola com ela e coloque de imediato num saco de plástico ou película aderente. Assima pasta de açúcar não vai ficar ressequida devido à perda de humidade.

5ª Eliminar as bolhas de ar que ficaram – Mesmo com cuidado em todo o processo, muitas vezesnão conseguimos evitar a formação de pequenas bolhas de ar. Se a decoração permitir devemosfazer uma cruz no topo do bolo para esse ar sair. Se não for possível, devemos alisar o bolo dotopo até ao fundo pelas laterais. Desta forma eliminamos as bolhas pelo fundo do bolo.

6ª Após ter alisado novamente o bolo veja se há pasta de açúcar em excesso - Se sim pegue nocortador de pizzas e percorra toda a base do bolo. Se ficou tudo bem, a cruz que fez no topoquase já nem se nota e estará com um aspeto uniforme.

7ª Dê uso à sua imaginação – Após a base do bolo já estar forrada com a pasta de açúcar com acor que escolheu, use a sua imaginação para decorar o seu bolo. Deve já ter uma ideia em menteantes de começar a fazer. Lembre-se que existem vários moldes à venda, desde bolas, flores, ani-mais, estrelas, letras, etc… Se ganhar o gosto por este hobby é um investimento que compensa,pois fazer tudo à mão nem sempre é fácil e dá bastante trabalho.

DIA-A-DIA

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DIA-A-DIA

09REVIVER

8ª Como colar as figuras no bolo – Normalmente quem costuma fazer este tipo de bolos com-pra uma cola comestível à base de açúcar que deve ser aplicada com um pincel. Esta cola per-mite uma ótima aderência. Caso não tenha essa cola não se preocupe pois também conseguecolar com compota de maçã ou outro tipo de doce. Nunca tente colocar a decoração com águaou com uma mistura à base de água na pasta. A água é inimiga da pasta de açúcar, acaba pordesfazer a massa e pode estragar todo o trabalho de decoração.

9ª Após estar terminada a decoração surpreenda os seus convidados – Quando terminar o seubolo provavelmente vai sentir orgulho do seu trabalho. Por mais simples que seja o seu boloirá surpreender sempre as pessoas. É uma criação sua e por isso será única e especial. Se tiveruma máquina fotográfica registe o momento. À medida que for fazendo mais bolos terá o seupróprio portfólio das suas criações. É agora o momento de deliciar-se com o seu esforço.

CUIDADOS A TER QUANDO DECORAMOS UM BOLO COM PASTA DE AÇÚCAR

Compra da Pasta – Tente comprar pasta portuguesa ou fabricada em Portugal. Adequa-se aonosso clima e ao grau de humidade e é uma boa opção em termos de qualidade/preço.

Não deixe a pasta de açúcar ao ar – Faça bolas compactas para a pasta não ficar com bolhasde ar no interior. Guarde-a em película aderente sempre que não a está a utilizar. Se possív-el coloque numa caixa plástica hermética para reduzir o contacto com o ar.

Evitar o frigorífico – O bolo decorado com pasta de açúcar, seca bastante no frigorífico.Quanto à pasta de açúcar, após sair do frigorífico tem tendência a perder a forma e por con-sequência desfazer-se ou debotar.

A pasta de açúcar não disfarça as imperfeições do bolo – Para aqueles que pensam que umbolo imperfeito ou torto pode ficar com um óptimo aspecto se for usada pasta de açúcar,desenganem-se. A pasta de açúcar acaba por realçar as imperfeições. Para conseguir o resul-tado desejado, deve ter um bolo bem montado, recheado, aparado e coberto de forma correc-ta. Este deve estar perfeito para conseguirmos o resultado que pretendemos.

Estender a pasta de forma uniforme – Tente que a massa tenha a mesma espessura. Ao esten-der a pasta deve levar o rolo de uma ponta à outra, sem qualquer tipo de paragem para evi-tar as marcas. É na bancada que devem ser retiradas todas as imperfeições.

Delicie-se!

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AssociaçãoVENCER O TEMPO

DIA-A-DIA

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DIA-A-DIA

11REVIVER 11

Criada em 2009, a Associação Vencer o Tempo envolveu-se logo no ambicioso projeto “Vencer oTempo nas 7 cidades”, com o apoio da Direção Geral de Saúde. Aderiram 7 autarquias ao proje-to, que tinha como objetivo, prepará-las cuidadosamente a serem consideradas cidades amigasdas pessoas idosas, segundo os requisitos da Organização Mundial da Saúde. “Foi um processodemorado mas em que cada uma das etapas foi solidamente construída e teve sempre, comofinalidade, melhorar as condições de vida de muitos idosos” diz-nos Ivone Dias Ferreira, presi-dente da Associação. Das autarquias que aderiram, Maia, Póvoa de Lanhoso e Vila Nova de FozCoa, foram até ao fim, e foi-lhes entregue em mãos o Diploma da OMS, em Genebra. “Foi umprocesso demorado mas em que cada uma das etapas foi solidamente construída e teve sempre,como finalidade, melhorar as condições de vida de muitos idosos” confirma a Presidente.Segundo Ivone Dias Ferreira, adaptar o Guia da Cidades Amigas das Pessoas Idosas, que seencontra disponível no site da OMS, a cada região, cidade, ou bairro é cada vez mais urgente eimperioso. “Preencher todos os requisitos de uma Cidade Amiga das Pessoas Idosas implica, sese for responsável e honesto, trabalhar continuamente num projeto que, muitas vezes, não dánem votos, nem visibilidade. E, na minha opinião, deveria ter-se feito uma maior campanha desensibilização para a grande melhoria que implica esse galardão.” Com esse capítulo fechado, a dinâmica e ambiciosa associação, que em 2012 venceu o prémiode Cidadão Europeu, criou a Academia Sénior de Vilamoura que completa o seu 1º ano leti-vo. “Vivem cerca de 6 mil pessoas em Vilamoura ao longo de todo o ano, mas estão muitolonge umas das outras e não temos um espaço de convívio social e cultural que possa seraglutinador. A Academia Sénior de Vilamoura tenta ser esse espaço e procura, a cada dia,encontrar pessoas que, com capacidades, com disponibilidade mas sozinhas, querem mesmointegrar um grupo que ensina e aprende, que se insere e opina de forma ativa sobre a vida”diz-nos Ivone. Com vontade de ajudar a promover uma maior dinamização intelectual, físicae social, a jovem Academia Sénior cresce aos poucos, realizando protocolos com instituiçõespúblicas ou privadas, inspirada num modelo de organização britânico. Os próprios cidadãosestrangeiros que residem no Algarve são convidados a integrarem a Academia, e podem atéencontrar a disciplina de “Português para Estrangeiros”.

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DIA-A-DIA

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O financiamento e os Recursos Humanos voluntários representam os maiores obstáculos, para umaassociação que todos os dias luta para melhorar a sua comunidade e a qualidade de vida das pes-soas, e depende desse mesmo voluntariado. No entanto, a vontade que a Presidente Ivone Ferreiratem de ser uma cidadã ativa, politizada e envolvida em causas que melhoram a vida das pessoas,sobrepõe-se ao facto do trabalho ser voluntário. “É muito motivante perceber que contribuímospara que os outros possam adquirir mais ferramentas que lhes vão proporcionar condições paraserem mais felizes” diz-nos. Aos 56 anos, a ex-jornalista dedica-se de corpo e alma à AssociaçãoVencer o Tempo, dedicação que surge quase naturalmente depois de ter integrado a Estrutura daMissão contra a Violência Doméstica e de ter trabalhado sempre em áreas de cariz social.Apesar do foco da associação estar mais virado para o desenvolvimento da Academia Sénior,onde para além dos cursos, fizeram várias outras atividades como visitas de estudo, e o Quiosquedo Coração para Maio, o mês do Coração, a Vencer o Tempo foi também responsável por váriosoutros projetos. “Quem conta um conto” foi um deles. Para crianças e seniores, são recordadashistórias infantis, e é sugerido a recriação de outras personagens e um final diferente. Tambémo “ver, recordar e contar” é um projeto desenvolvido principalmente para os seniores, ondeatravés de imagens, recordam-se antigos objetos para promover a socialização e a reflexão sobrea mudança dos tempos. Outro dos notáveis projetos que a Vencer o Tempo desenvolveu foi o“Meu Amigo Sénior” que promovia as relações intergeracionais, onde um grupo de 3 pessoas,um jovem e dois seniores, mantinham uma relação baseada no afeto, troca de experiências e con-hecimentos. Aos jovens era atribuída a responsabilidade de serem o líder do grupo e manteremlaços de amizade com dois seniores da sua autarquia. Com este projeto, puderam criar-se ver-dadeiras amizades entre gerações completamente distintas.Nestes 5 anos de vida, a Associação Vencer o Tempo provou que a dedicação e a força de vontadepara mudar o Mundo, pode ser uma tarefa árdua mas possível. O tempo não pára e estão já a tra-balhar no que querem que seja o 1º Encontro de Coros Seniores, a ser realizado no final desteano. Também nestes 5 anos, Ivone Dias Ferreira diz “aprendemos que nem sempre as promessassão cumpridas, e aprendemos que, por vezes, basta tão pouco para se fazer muita gente feliz.”

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DIA-A-DIA

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AULA DE PINTURA EM PORCELANAAULA DE PINTURA EM PORCELANA

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15REVIVER

Como no ensino normal, as Universidades Sénior respeitam também os períodos letivos eas férias. Assim, com o aproximar do final de ano letivo, decidimos acompanhar de novoo trabalho da UNISSEIXAL e dos seus alunos. Desta vez escolhemos uma linda formaartística com milhares de anos e origens chinesas. A pintura em porcelana.

Escoltados até à sala por uma das alunas, rapidamente somos apresentados aos 13 alunos lá presentes.

A alegre turma acolhe-nos simpaticamente, mas são rápidos a voltar às suas criações ou a pôr a conver-

sa em dia. Dos 13 alunos, apenas dois eram homens, e a turma era ainda lecionada por duas professoras.

Semelhante às outras aulas, a boa disposição e o convívio reinam na Pintura em porcelana. Para todas as

mesas que olhávamos víamos peças de porcelana lindíssimas. Pratos, jarras e travessas pintadas à mão,

refletiam todo o espírito artístico de cada pessoa. À sua frente, todos os alunos tinham obras espantosas,

que podiam muito bem ter espaço numa loja, mas estes criadores optavam por oferecê-las como prendas

aos familiares e amigos. As senhoras divididas em grupo e mais capacitadas para as multitarefas, con-

versavam entre si enquanto pintavam cuidadosamente os padrões na porcelana. Já o Sr. Raposo e o Sr.

Costa, os únicos homens da sala, permaneciam em silêncio na mesa mais próxima da entrada, focados e

dedicados exclusivamente ao seu trabalho. A professora Fernanda Cunha, dá a sua opinião relativa-

mente à cor a combinar com a pintura em azul que o Sr. Costa tinha numa travessa. “O Sr. Costa faz aqui

coisas lindas” comenta connosco a professora. “Ainda estou a aprender” retribui o aluno, com um tími-

do e humilde sorriso. De facto, entre a travessa e uma tampa de um pote, a forma cuidadosa e perfec-

cionista que aplicava a cada pincelada captaram a maior parte da nossa atenção.

O Sr. Costa estava tão concentrado no seu trabalho, que decidimos não interromper, e dirigimo-nos

então para conversar com a bem disposta Sra. Eugénia Amor. A finalizar o seu 1º ano na Universidade

Sénior do Seixal, garante-nos que no próximo ano estará inscrita de novo. “Inscrevi-me na UNISSEIX-

AL porque estava com uma depressão. Vim para pintura em porcelana, porque gosto destas áreas

artísticas, e ajudou-me bastante” confidencia-nos. “Perdi a minha mãe e agora estou a superar mel-

hor”. Desempregada e com 56 anos, já tinha estado a aprender pintura em tecido numa loja, e diz que

ao contrário do que se passou na universidade, só agravou a sua depressão. “Aqui ando bem dispos-

ta e já fiz novas amizades. É ótimo para convivermos e conhecermos novas pessoas”.

Page 16: Revista REVIVER 10ª Edição

Frequenta também inglês e bordados, mas com o telemóvel, mostra-nos com orgulho fotos das peças de

porcelana que já criou. “Já fiz umas 6 ou sete peças. Ofereci umas e outras já estão lá em casa” diz-nos.

Eugénia Amor sente-se tão bem como aluna da UNISSEIXAL que admite passar os fins-de-semana

ansiosa por voltar às aulas. “O meu marido ainda está a trabalhar, mas eu já o aconselhei e quando se refor-

mar vem comigo” conclui. De repente, um agradável silêncio instala-se na sala. Um claro sinal de que

todos os alunos estavam agora completamente mergulhados nas suas pinturas. “Ai que silêncio tão bom!

Entra a inspiração e tina o piu” comenta a professora Fernanda Cunha. Os risos e a conversa voltam rap-

idamente entre todos os alunos. De aluno em aluno, a professora Fernanda Cunha vai dando a sua ajuda

e divertida comenta “Nós somos todos da 2ª idade. A terceira idade é para quando ficarmos em casa”.

Uns fazem os desenhos em papel químico, outros vão canetando os contornos na porcelana, e a maior

parte vai colorindo as suas obras. António Raposo, aos 65 anos, é aluno da Universidade Sénior do

Seixal há 3. “Inscrevi-me para aprender, e também para passar o tempo, em vez de estar nos jardins e

tabernas” diz-nos. O aluno, que não ficou seduzido pelas aulas de inglês, optou por começar a apren-

der a tocar cavaquinho. Apesar de ainda estar a aprender, não coloca de lado a opção de no futuro

poder vir a integrar uma banda. Quanto à pintura em porcelana diz “Quando soube que havia achei

interessante. Fiz a iniciação, aprendi as técnicas e já estou cá há 3 anos. Já fiz mais de 20 peças, que foram

principalmente para oferta”. António Raposo, já aprendeu também ginástica e informática. Com os

computadores admite ainda não se entender muito bem, “ainda estou cru”. Na sua mesa tinha dois

pratos com amoras do seu quintal. “Quando as apanho trago-as para quem quiser. Tenho lá muitas, e

é melhor do que se estragarem”. E segundo uma colega, que não conseguiu resistir aos frutos silvestres,

eram mesmo muito boas. Antes de voltar à sua pintura, António Raposo ainda nos diz “Mantermo-nos

ativos é importante. Quando chegamos à reforma vamos ficar parados. Aqui a cabeça está sempre a tra-

balhar. É uma espécie de regresso às aulas e já lá vão mais de 30 anos desde que estudei”.

VIVER

16 REVIVER

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Para comemorar o final do ano letivo, a professora Fernanda Jacinto refere que tem de haver um almoço

ou lanche. No meio de todo aquele bom ambiente, podemos dizer que esse almoço, não passa de uma boa

desculpa para todos voltarem a conviver e a partilhar experiências e gargalhadas. Antiga professora de 1º

ciclo, Fernanda Jacinto foi a 1ª professora a voluntariar-se para dar aulas, ainda pela Casa do Educador,

antes de existir a Universidade. “Comecei principalmente porque estava em casa sem nada para fazer”.

Apesar de não ter sido a sua área de ensino enquanto trabalhava, dedica-se agora exclusivamente a ensi-

nar pintura em porcelana, e dá também workshops de pintura em tecido. “Aprendi pintura em porcelana

com uma amiga. É um hobbie muito giro. Quando se começa, deixa um bichinho, eles que vos digam”

referindo-se aos alunos. A professora, para além de ensinar e ajudar, é ainda uma peça essencial para as

obras. É Fernanda Jacinto quem leva a louça para casa para cozer, para que os alunos depois possam pintá-

las. “Eles no primeiro ano tiveram uma boa adaptação. Começaram com algumas dificuldades, principal-

mente em espalhar a tinta e em canetar devido aos tremores. Os homens tê, mais dificuldades em combi-

nar as cores” diz-nos. Falando dos benefícios das aulas, Fernanda Jacinto realça o convívio, visto que

muitas pessoas não o têm em casa. Encontram ali uma boa forma de conviver, e claro, usarem toda a sua

criatividade para criarem bonitas peças. “Eu já estou a fazer uma para herança” brinca uma aluna.

Ao abandonarmos a aula, despedimo-nos de uma turma com pessoas dos 56 aos 82 anos, que tão bem nos

receberam e nos mostraram que a reforma não é o fim de nada, mas o início de uma outra fase da vida,

onde a felicidade e novos projetos estão disponíveis para quem se mostrar disponível.

À turma de Pintura em Porcelana da UNISSEIXAL, o nosso obrigado.

VIVER

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Entre andar ou correr porque não marchar?

VIVER

Quando pensamos em marcha lembramo-nos de duas coisas, uma modalidade olímpica ou sol-dados a deslocarem-se. A marcha nasceu em Inglaterra, criada para os soldados da infantaria per-correrem grandes distâncias. Só no final do século XIX é que foi adaptada para se tornar umdesporto masculino. Mas na hora de escolhermos uma atividade física para praticarmos nuncanos lembramos da marcha atlética. Talvez por não ter grande destaque nas televisões ou não sersuficientemente divulgada. Entre andar e correr, a marcha pode ser uma solução muito mais viá-vel. Em primeiro lugar porque apresenta um menor índice de impacto nas nossas articulações emrelação à corrida. Mas antes de falarmos dos benefícios que a marcha atlética pode ter, vamosexplicar como desempenhar de forma correta este desporto.

Como Marchar

Ao observarmos alguém que está a marchar pode parecer um pouco complicado devido à coordenaçãodos movimentos com uma pequena rotação das ancas. Mas na verdade não é. É quase tão fácil comocaminhar se nos habituarmos aos pequenos detalhes e aprendermos com calma esta modalidade.A Marcha não é nada mais que uma sucessão de passos que têm que ser realizados de forma especí-fica. A melhor forma de entendermos é, se estivermos a caminhar, a perna que avança deve estar retae o outro pé tem que se manter no chão. Enquanto desempenhamos esse movimento deve existiruma pequena rotação de ancas. A parte superior do tronco deve estar direita ou ligeiramente incli-nada para a frente, no entanto vai acabar por ter uma rotação como as ancas mas no sentido oposto.Quanto aos braços e ombros devem acompanhar o movimento do corpo. Não é fácil descrever oprocesso da marcha em palavras. Vários treinadores acabam por não chegar a um consenso por issomesmo. Por isso nada melhor que ver com os seus próprios olhos alguém a marchar, seja na tele-visão, na internet ou mesmo ao vivo. Vai perceber melhor toda esta mecânica que parece tão com-plexa, mas no fundo é só uma forma de andar mais exigente e que exercita eficientemente o corpo.

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VIVERVIVER

20 REVIVER

Benefícios que a Marcha pode trazer à sua saúde

- Fortalece os músculos das costas, o abdómen, os braços, os músculos pélvicos e como é óbvio osmembros inferiores do corpo.

- Proporciona um intenso trabalho cardiovascular, que acaba por fortalecer o coração.

- Não esforça em demasia as articulações, reduzindo a probabilidade de lesões.

- Queima bastantes calorias e tonifica o corpo.

- Melhora a coordenação motora e o equilíbrio

- Exercita o cérebro, pois ao querermos desempenhar corretamente todos os movimentos somosobrigados a enviar diversas informações para o nosso cérebro, mantendo-o ativo.

- Ao conseguirmos marchar corretamente sentimo-nos mais realizados. É lógico que é um desafiocomplexo no início mas que vai dar-lhe prazer quando conseguir atingir o objetivo final.

A Marcha Atlética

Os atletas profissionais treinam bastante para conseguirem aguentar a prova de esforço queé a marcha atlética. As provas masculinas dividem-se entre os 20 e os 50 km, as mulheres cos-tumam fazer os 20 km de marcha. Se os atletas não efetuarem os movimentos da marcha cor-retamente são penalizados no seu tempo. Mas o objetivo da marcha nos seniores não é a com-petição mas sim, conseguir obter os benefícios que esta traz à saúde. Por isso vá até a um par-que com um amigo ou familiar e experimente um pequeno trajeto. Há medida que foremtreinando, aumentem o percurso. Não fique preso aos preconceitos que existem desta moda-lidade, pense sim no bem-estar que esta lhe pode proporcionar.

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SEPARADOR

“O conhecimento torna aalma jovem e diminui a

amargura da velhice. Colhe a sabedoria. Armazena

suavidade para o amanhã.”

Leonardo da Vinci

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A PENSAR EM SI

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A PENSAR EM SI

Cada vez mais as pessoas procuram formas naturais para tratar problemas de saúde. Não é nenhu-ma novidade que as plantas medicinais ajudam a tratar e a prevenir inúmeras doenças. Antes deexistirem comprimidos, as populações procuravam a cura nos efeitos e benefícios das plantas e con-seguiam tratar inúmeros males. Se é uma pessoa que procura a solução em produtos naturais dei-xamos-lhe algumas informações sobre os benefícios das plantas medicinais. Aconselhe-se com oseu médico e saiba se esta é uma boa opção para si. Nunca opte por colher plantas de locais que nãoconhece, para fins medicinais. Se quiser comprar deve fazê-lo numa loja de produtos naturais mas,se prefere poupar algum dinheiro experimente fazer a sua própria horta biológica.

A REVIVER apresenta-lhe 10 plantas medicinais que melhoram a sua saúde

25REVIVER

Plantas que melhoram a sua saúde

1.–Alfazema: A Alfazema ou Lavanda é conhecida por ajudar a tratar proble-mas de digestão. Para além de oferecer mais energia ao organismo e comba-ter a alergia a picadas de insetos, também alivia as náuseas, congestão linfáti-ca, tosses, dores reumáticas, problemas digestivos e até menstruais. Ajudaquem tem problemas de circulação, hipertensão, enxaquecas e até diminui aflatulência. Esta não deve ser utilizada por pessoas que têm úlceras.

2.–Alecrim: É conhecido por ter um ótimo desempenho no aumento damemória. Além da sua função relaxante, principalmente a nível muscu-lar, o alecrim ajuda na desinfeção, na digestão e no fortalecimento dosmúsculos do nosso coração. Estimula o metabolismo, combate a anemia eproblemas de circulação sanguínea. O alecrim também é usado contra aqueda de cabelo e no combate à caspa.

3.–Salsa: São muitas as doenças que a salsa pode ajudar a tratar. Esta éprocurada para o tratamento de problemas pulmonares, bronquite,artrite, feridas, furúnculos, prisão de ventre e úlceras gástricas. A salsatambém é utilizada para acompanhar tratamentos a reacções alérgicas porser anti-inflamatória e antisséptica.

4.–Arnica: Esta planta possui propriedades medicinais devido aosflavonoides que a compõem. É usada para a cicatrização de feridas superfici-ais, combate hemorragias leves, tem efeitos anti-inflamatórios. Também éutilizada para baixar a febre. A arnica não deve ser utilizada por via oral.

5.–Camomila: Desde pequenos que nos aconselham a beber chá de camomi-la. Para além do seu efeito calmante, que diminui a ansiedade, nervosismo einsónias, também ajuda a tratar gripes, inflamações nasais, sinusite e diarreia.Ajuda a tratar infeções urinárias e diminui as dores musculares.

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6.– Erva cidreira: É conhecida por melhorar a qualidade do sono por ser umcalmante suave. Esta alivia as dores de cabeça, ajuda a diminuir cólicasmenstruais e intestinais, previne distúrbios digestivos e renais e alivia atosse. É conhecida por promover o bem estar e a tranquilidade.

7.- Erva-príncipe: São várias as propriedades que podem beneficiar ao utilizaresta planta numa infusão. A erva príncipe tem propriedades calmantes, anti-depressivas, analgésicas, diuréticas e também bactericidas. Além disso, destapode extrair-se um óleo essencial que é usado como repelente de insetos.

8.– Coentros: Embora tenham passado a ser mais utilizados na culinária,os coentros antigamente eram usados para fins medicinais. São diges-tivos, antissépticos e calmantes. Para além disso combatem a fadiga,alguns tipos de enxaquecas, aliviam as dores de estômago, os vómitos e aflatulência. Quando usados externamente conseguem aliviar dores nasarticulações e problemas de reumatismo.

9.- Hortelã: Os benefícios provenientes da hortelã devem-se sobretudo aomentol fazer parte da sua composição. Esta planta previne infeções respi-ratórias, alivia dores de dentes, náuseas e vómitos. Embora não esteja compro-vado cientificamente, muitos têm tido bons resultados no tratamento docólon irritável, na diarreia, no controlo de asma leve e no alívio do stress.

10.– Malva: Em Itália, na época renascentista, acreditavam que a malva era acura para todos os males. Embora não cure todas as doenças são muitos osbenefícios comprovados desta planta. A malva trata queimaduras de sol,inflamações na garganta e na boca, como é o caso das aftas e da gengivite.Trata úlceras, gastrite e prisão de ventre. Mas há quem afirme que esta tam-bém ajuda a tratar problemas respiratórios, de estômago e até diabetes.

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O Enfarte do Miocárdio (EM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) são das maiores causas de mor-bilidade e mortalidade no Mundo, e Portugal não é exceção. A hipertensão é considerada um dosfatores mais importantes para este tipo de doenças cardiovasculares. Segundo um estudo realizadopelo Prof. Mário Espiga de Macedo, especialista em Medicina Interna e Cardiologia, cerca de 3 mi-lhões de portugueses são hipertensos, o que representa cerca de 42,1% da população adulta. Apenasmetade das pessoas sabe que sofre de hipertensão, e dessa metade pouco mais de 10% tem realmentea tensão controlada. Segundo o autor deste estudo, existir uma percentagem tão alta de hipertensosmal controlados deve-se principalmente “à má passagem da mensagem sobre os cuidados a ter coma Hipertensão Arterial elevada. Por outro lado, como a doença tem poucos sintomas os doentes aban-donam a terapêutica com mais facilidade”.

O que é a Hipertensão Arterial ?

Uma doença crónica, sem cura mas que pode ser controlada. Ao circular pelas artérias, o sangue criapressão nas suas paredes e distendem-nas, colocando-as assim em tensão. Daqui surge a expressão“tensão arterial” que, em situações normais, tem um valor máximo de 12 cm Hg e mínimo de 8 cm Hg(12\8 centímetros de mercúrio). Quando o coração se comprime e bombeia o sangue, ou seja, na bati-da, obtém-se o valor máximo de tensão arterial, e o mínimo quando o coração relaxa, ou seja, entrecada batida. Quando o máximo é igual ou superior a 14 cm Hg e o mínimo a 9 cm Hg, considera-sehipertensão arterial, uma doença silenciosa que pode ter resultados gravíssimos a longo prazo. Noentanto, podemos ter a tensão alta sem sermos hipertensos, por exemplo, em situações de stress. Porisso, a tensão arterial deve ser medida com frequência mínima de 1 vez por ano, para que possamosconfirmar se os valores se mantêm normalmente altos, e no caso de hipertensão, possamos controla-la.

O que deve saber sobre a Hipertensão

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9 Passos Para Controlar a Pressão Alta

- Mantenha o peso ideal: A obesidade resulta num maior esforço do coração para conseguir bombear o sangue.

- Pratique exercício físico: Fazer desporto melhora a nossa capacidade física, respiratória e cardíaca. Um coração mais forte é menos propício a problemas de saúde.

- Reduza o consumo de sal: Excesso de sal leva à retenção de líquidas o que pode resultar em hipertensão.

- Evite o consumo de bebidas alcoólicas: O álcool é um dos maiores inimigos da tensão alta. Se beber, beba com redobrada moderação.

- Tenha uma alimentação saudável: Evite alimentos com demasiada gordura ou demasiado sal. Opte por frutas, legumes, e carnes magras.

- Medicação: Consulte um médico e caso sejam necessários medicamentos, não deixe de os tomar. Mas se for para medicar-se, siga apenas as indicações de um profissional.

- Consumo de tabaco: Se fuma, pense em deixar de fumar ou em reduzir drasticamente. O consumo de tabaco aumenta a pressão arterial imediatamente.

- Controle o stress: O stress resulta da resposta do organismo às sobrecargas físicas e emocionais, o quepode terminar em hipertensão e doenças cardiovasculares. Controle-se emocionalmente e não abdiquede atividades relaxantes.

- Meça a pressão arterial: Para que possa controlar os seus valores arteriais é essencial que os meça com reg-ularidade. Caso ache necessário, mantenha contacto com o seu médico.

Alimentos a Evitar

− Sal: Evite sal ao máximo, mas caso seja necessário opte pelo light, com teor de sódio reduzido. − Temperos: De novo, evite o sal e os temperos prontos, como os que encontra no supermercado. Economizano tempo, mas prejudica-lhe a saúde.− Evite conservas: Para que conservas e enlatados possam ter um prazo de validade extenso, necessitam deuma extraordinária quantidade de sódio. Muito prejudicial para hipertensos.− Pães e Queijos: Opte por pães integrais e queijos brancos, como ricota e cottage sem sal.− Carnes: Opte por grelhados ou assados de peixe ou carnes magras. Evite fritos, e carnes com gordura.− Óleos: Utilize óleos vegetais como o azeite, óleo de girassol ou soja. Evite Manteigas e margarinas.− Açucares e doces: Evite açucares, doces, fast food e bebidas alcoólicas.

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Não é de hoje que o mel é conhecido por fazer bem a nossa saúde, já os nossosantepassados usavam-no para fins medicinais. Para além de ser o único produtodoce que contém proteínas, sais minerais e vitaminas essenciais à saúde humana,também tem um alto valor energético e uma excelente ação antibacteriana.

Mel não é todo igual

Quando falamos de mel, há que ter noção que existe mais que um tipo. O mel não é todo igual.Existem sabores, aromas e cores diferentes. Os benefícios que o mel tem na nossa saúde depen-dem essencialmente desses fatores. São vários os fatores que originam a diversidade. A cor e osabor estão relacionados com a predominância da florada utilizada durante a produção. O melde cor mais clara e sabor mais suave é o mais comum de adquirir no mercado, mas são os de cormais escura que são mais nutritivos e ricos em proteínas e sais minerais.

A REVIVER apresenta-lhe os 7 benefícios do mel para a saúde

Atenua a dor de garganta: O mel é conhecido pela sua ação antimicrobiana que é capaz deimpedir o crescimento ou até destruir micro-organismo. Como tal, ele consegue aliviar a dorde garganta momentaneamente.

Alivia problemas respiratórios: Algumas pesquisas revelam que bactérias causadoras dediversas doenças respiratórias, são sensíveis a ação antibacteriana do mel. Certos micro-organ-ismos que causam infeções respiratórias, tuberculose e pneumonia conseguem ser combati-dos. Mas tal como as dores de garganta, o mel alivia os sintomas de desconforto dessasdoenças embora não promova a cura das mesmas.

MELO doce que faz bem

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Melhora problemas intestinais: O mel é um ótimo aliado na manutenção da flora intestinal.Desta forma proporciona um melhor trânsito intestinal, consistência normal das fezes e previnea diarreia e infeções urinárias.

Previne o envelhecimento da pele: Rico em antioxidantes, como ácidos fenólicos, os flavonoidese os carotenoides, o mel ajuda a diminuir os radicais livres. Com esta diminuição consegue pre-venir o envelhecimento precoce da pele, fazendo esta mais bonita e saudável. Alguns estudosconcluíram que o mel pode agir como cicatrizante de feridas, queimaduras e abcessos na pele.

Ação antioxidante: Como foi dito no tópico anterior, o mel consegue combater os radicais livres.Assim sendo, não só contribui para evitar o envelhecimento celular, como também é indicadopara prevenir doenças cardiovasculares e o Alzheimer.

Diminui riscos de infeções urinárias: O mel com a sua ação antibacteriana ajuda a combateralguns microrganismos como a streptococcus faecalis, proteus species e pseudomonas aerugi-nosa. Todos estes podem causar infeções urinárias.

Melhora o sono e ajuda a relaxar: Desde crianças que ouvimos pais e avós dizerem-nos parabeber leite com mel para dormirmos melhor. E estavam certos. O mel estimula a produção deserotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar. O mel tem umafunção importante como regenerador da flora intestinal, quando combinado aos lactobacilos pre-sentes no intestino. Com esta ação conseguimos atingir um certo relaxamento que por sua veztrará melhores noites de sono.

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Como combinar o mel na sua dieta alimentar

Quando falamos de mel não nos devemos esquecer que estamos a falar de um doce. Por issonão devemos consumi-lo em excesso. A quantidade certa varia entre uma colher de chá a umade sopa por dia, mas esta dose será a correta apenas se for inserida numa dieta equilibrada esaudável. O mel pode substituir o açúcar refinado na preparação de doces e também pode con-sumi-lo em torradas, frutas, iogurtes e sumos. Evite o aquecimento em excesso do mel se nãoquer desperdiçar os benefícios da sua composição.

Combinações perfeitas

Mel e cereais: Se adicionar cereais, como a aveia que é rica em fibras, terá um ótimo resultadoem alguns problemas intestinais

Mel e leite: Para quem pretende um sono tranquilo e um relaxamento do cérebro, esta combinaçãoé ótima. Associado às excelentes propriedades do mel, o leite morno ajuda o corpo a relaxar. Paraalém disso é fonte de triptofano que aumenta o bem-estar e relaxa o cérebro para dormirmos.

Mel e canela: Esta combinação ajuda a combater a má digestão, principalmente após uma refeiçãorica em gorduras. Um chá feito com uma colher pequena de mel e canela vai aliviar a indisposiçãocriada pela má digestão.

Mel e limão: O chá de mel e limão há muito tempo que é usado para prevenir o aparecimento degripes e constipações. O limão é uma fonte de vitamina C que deixa o sistema imunológico mais forte.

Contra-indicações

Não deve ser consumido por crianças com menos de 1 ano e alguns estudos defendem que até aos3 anos de idade não deve ser ingerido. Tudo por ter clostridium botulunum, uma bactéria que podecausar botulismo. Em adultos saudáveis não é perigoso. O mel não é recomendado para pessoasque têm diabetes pois pode levar a picos de glicemia no organismo.

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A PENSAR EM SI

Receitas de

5 estrelas

Receitas daDonaAurora

Nesta edição a Dona Aurora apresenta-lhe mais uma receita tipicamente portuguesa.

Saiba como confecionar Panados Recheados acompanhados por grelos e cenouras

salteados. E apresente para sobremesa uma deliciosa Mousse de Morango.

Ingredientes para 4 pessoas- 16 febras médias- 8 fatias de queijo- Sal e pimenta q.b

Panados Recheados

- 8 fatias de fiambre- 2 ovos- Leite q.b

- Farinha de milhoou pão ralado- 1 limão

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Confeção da Mousse de Morango

Para confecionarmos a nossa mouse basta juntar a gelatina com a água. De seguida mistura-se oleite condensado e os morangos. Quando tivermos todos os ingredientes juntos tritura-se tudocom a varinha mágica. Dispõe-se em taças individuais e decoramos com um morango cortado euma folha de hortelã. Delicie-se. Bom Apetite!

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Ingredientes: 4/6 pessoas

- 1 embalagem de gelatina demorango (2 pacotes dentro)- 10 dl de água quente- 15 morangos- 1 lata de leite condensado

Mousse de Morango

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Confeção dos Panados Recheados em quatro passos

Primeiro Passo: Põe-se em marinada as febras com leite, sal, alho, limão e pimenta de um dia para o outro.

Segundo Passo:No dia seguinte, escorre-se a marinada e no meio de duas febras coloca-se uma fatia de queijo eoutra de fiambre. Prendem-se com 2 palitos para não se soltarem.

Terceiro Passo:Após já estarem unidas as febras recheadas, passa-se as mesmas por ovo e depois pela farinha demilho ou pão ralado, use o que preferir.

Quarto Passo:Coloque óleo a aquecer e quando estiver bem quente frite os 8 Panados Recheados.

Para acompanhar os panados recomenda-se grelos e cenouras salteados e uma boa salada.Acompanhe esta refeição com um bom vinho tinto português.

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Nasceu em Vila Real no dia 1 de Março de 1928. Ao longo da sua vida foi um aluno

brilhante e um professor magnífico. Hoje com 86 anos é reconhecido em Portugal e no

estrangeiro pela sua longa carreira como médico, especializado em Anatomia Patológica

e Bioética. Para além de um grande investigador, Daniel Serrão é um cativante orador

disposto a falar sobre todos os temas. Fique a conhecer melhor o médico português.

Doutor DANIEL SERRÃO

- O que é que as pessoas não sabem sobre o Daniel Serrão?

Não sei, vai ser difícil. Quando eu tinha 75 anos os meus filhos decidiram oferecer-me a construção de um

site pessoal na Internet. De início julguei que era uma prenda formidável mas depois é que vi que era um

presente envenenado. Eu tive que fazer durante dois anos um trabalho enorme para pôr aquele site a fun-

cionar. Deu-me tanto trabalho que já faz uns anos que não o atualizo. Quem quiser conhecer uma parte

de mim pode ler a tese recentemente publicada de um aluno chamada “Pensamento bioético de Daniel

Serrão”. No entanto dei uma entrevista ao Professor Henrique Manuel Pereira editada como “Daniel

Serrão aqui diante de mim” que demorou cerca de quatro meses. Ele enviava-me as perguntas por email

e eu respondia-lhe, até que aquilo deu quase 500 páginas. Ali ele perguntou-me tudo o que queria, com-

binamos antes, que ele perguntava tudo o que quisesse que eu responderia sempre com verdade. Por

tanto só não sabe sobre o Daniel Serrão quem não quiser, há muita informação disponível.

- É verdade que costuma cumprimentar a maioria das pessoas com um abraço?

Sim e eu digo-lhe porquê… Hoje sabe-se que o abraço afetivo liberta dopamina, que é o mediador que

estimula as células nervosas que criam, sem saber como, o sentimento de felicidade e bem-estar.

Principalmente às pessoas que estão a sofrer ou tristes, em vez de palavras que não adiantam nada, ao

dar um abraço silencioso ficam a sentir-se melhor.

- O que é que Aveiro tem de especial para si?

O meu pai foi transferido para Aveiro por ser da oposição. Mudei-me para lá quando estava no antigo4º ano, e vivi lá até ao 3º ano da faculdade de Medicina. Portanto esses 7 anos são o início e o fim da ado-lescência. Toda a vida intensa e os conflitos emocionais da adolescência foram vividos em Aveiro. Asprimeiras grandes paixões, muito líricas da altura e a paixão pela leitura. O meu pai não tinha dinheiropara comprar livros, então eu ia para uma biblioteca que havia, que estava aberta das 21h às 23h.Normalmente, só eu e o segurança é que lá estávamos. Ele ficava a dormir todo esse tempo e acordavasempre na hora do fecho com os morcegos que lá passavam. Eu deixava o livro marcado para o diaseguinte. E ia-me embora. Foi naquela biblioteca que li algumas grandes obras.

- É maior a paixão pelos livros ou pelas pessoas?

Gosto muito de ver pessoas. Quando vou a outro país gosto muito de observar os outros a

agirem. Mas depois há a leitura… Já li muitos milhares de livros e sei perfeitamente os que li.

Ainda lá tenho muitos em casa mas não vou ter tempo de os ler a todos. Sempre que posso

aproveito para ler. Ainda agora fiz uma viagem de três horas e passei todo o tempo a ler.

NA ESPLANADA COM...

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NA ESPLANADA COM...

- Na sua opinião tinha dado um bom psiquiatra?

Eu acho que sim teria dado, e com certeza tinha feito a minha carreira como professor de psiquiatria.

Na altura não havia psiquiatria no Porto, só em Lisboa. No geral os professores dessa área eram de

Medicina Legal mas não tinham nenhuma formação específica em psiquiatria ou em psicologia.

Quando me formei em 51 achei que tinha uma bagagem de conhecimentos de filosofia e antropologia

que me permitiriam ser um bom psiquiatra na escola de Lisboa. Como isto não deu, não deu. Fui para

anatomia patológica que é o extremo oposto da psiquiatria.

- Como investigador quais são os trabalhos que mais se orgulha?

A tese de doutoramento, sem dúvida. Foi sobre relações hepatobiliares. Apresentei uma teoria na altura não

suscetível de ser demonstrada, mas que tinha muita argumentação a favor. A tese que eu tinha era a partir

de situações de icterícia com lesões mínimas do fígado, e o facto de não haver icterícia em lesões gravíssi-

mas do fígado como é o caso da cirrose hepática. A explicação era que a estrutura biliar encarregada de elim-

inar a bílis, e a estrutura hepática encarregada de produzir a bílis, eram estruturas independentes, embora

estivessem juntas no mesmo órgão. A outra teoria que espero que ainda alguém lhe pegue um dia e consi-

ga demonstrar, é relativamente à metastização de tumores malignos. A teoria era que, em qualquer tipo de

tumor, células desse tumor podem libertar-se, entrar na via sanguínea, alojar-se na medula óssea e mani-

festarem-se muitos anos mais tarde. Estes dois trabalhos foram sem dúvida os que mais gostei de fazer.

- Como se sente ao ter ensinado e partilhado conhecimentos com inúmeras gerações?

Sempre gostei muito de ensinar aquilo que sabia. Para ensinar com clareza é preciso perceber muito

bem o que se está a ensinar. Eu digo muitas vezes, o professor é um investigador que ensina. Mas a

investigação é obrigatoriamente de laboratório? Não, quando se está a ler um livro ou um trabalho cien-

tífico, está a raciocinar-se sobre ele, estamos a investigar. Agora o que me surpreende é encontrar anti-

gos alunos, médicos já com 50, 60 anos, e lembrarem-se de coisas que eu disse ou fiz nas aulas.

- Como é que se partilha o tempo livre entre 10 netos?

É formidável, ainda hoje almocei com um, que está aqui a tirar o curso de economia na

Universidade Católica. Vão lá almoçar a casa, ao Domingo juntamos a família toda, eu dou-lhes os

livros, falo com eles, é assim uma espécie de cumplicidade. Convivemos muito e eu ajudo-os naqui-

lo que posso e tenho sempre tempo para todos. O segredo está em que, mesmo que o tempo seja

pouco, esse tempo tem de ser vivido com muita intensidade.

- Diz que já deu a volta ao mundo a pé duas vezes. Quer explicar-nos isso?

É que eu ando 6 km por dia. Já faço isso há muitos anos. Um dia resolvi fazer as contas e dava aí

perto de duas voltas ao Mundo. Eu ando a pé uma hora todos os dias, incluindo sábados e domin-

gos. É fundamental na minha idade. E essa hora não é tempo perdido, é tempo ganho, porque tenho

uma grande quantidade de ideias durante essas caminhadas, por exemplo para prefácios de livros.

- Porque é que começou a sorrir mais na velhice?

Acabei por perceber que se eu sorrisse, era uma forma privilegiada de comunicar com os outros. Quando eu

era diretor e achava que era importante, dava ordens às pessoas. Naquele serviço achava que não tinha de

sorrir para ninguém, queria era que me obedecessem e respeitassem, para bem do serviço e para bem deles.

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Não tinha afetividade, não podia sorrir a uns e fazer cara feia a outros. Tinha que mostrar autoridade. Depois de eu ter

saído e já não ter essas responsabilidades é que eu comecei a perceber, que podia ajudar as outras pessoas a serem mel-

hores do que o que eram, mas para isso não podia dar-lhes ordens. Tinha era de conseguir obter a sua colaboração. Nessa

altura é que passei a utilizar muito mais o sorriso.

- Quais seriam as maneiras corretas de tornar o envelhecimento ativo uma realidade para todos os portugueses?

O envelhecimento ativo, envelhecimento bom, saudável, tem de começar muito cedo. Nós conseguimos ter um cérebro

bom, ativo, até uma idade avançada, mas para isso precisamos de não o estragar aos 20, aos 30 e aos 40. O indivíduo que

bebe estraga o cérebro e o que fuma também. Quem tem tensão, glicemia ou colesterol elevado estraga o cérebro. Nunca

abusei de coisa nenhuma, tiro sempre os prazeres da vida, sempre gostei de comer, de beber vinho tinto, mas nunca uti-

lizei nenhum destes prazeres em excesso. Obtive um benefício formidável, que é estar com 86 anos e sentir o meu cérebro

tão ativo como quando era mais novo. Por isso eu costumo dizer que o campeonato dos supra 65, ganha-se nos sub20/30.

-Lidou com a morte muito cedo e afirmou que fez o luto da sua. Após a consciencialização dela, ficamos mais livres?

Acho que sim. Chega uma altura em que nós temos de ter perfeita consciência interior de que somos mortais. Heidegger

dizia que “O Homem é um ser para a morte” e não fez grande descoberta. Apesar de ser um grande filósofo, isso é uma

banalidade. Somos um ser para a morte e não tem importância nenhuma. O que tem importância é sermos seres até à

morte, portanto temos de fazer desse até, uma coisa formidável. O luto próprio acontece na autoconsciência, e quando o

fazemos, quando conseguimos olhar para nós como um ser vivo ou morto, usamos uma capacidade que não tem suporte

material, orgânico, que não está ligada a nenhum sentido nem à atividade cerebral. É a isto que eu chamo espírito. A

minha convicção é que este espírito vai continuar a existir como existe hoje, sem corpo, sem matéria, fora do tempo, fora

do espaço. Portanto é esta imortalidade que um dia há de vir, que eu não sei como é, mas vou um dia experimentar. E é

isso que me dá uma tranquilidade absoluta.

- Se o mundo estivesse calado a ouvi-lo, o que diria?

Se ninguém desse nenhuma atenção áquilo que tenho pensado e dito, eu ficaria profundamente triste.

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SEPARADOR

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Lute com determinação, abrace avida com paixão, perca com classe evença com ousadia, porque o mundopertence a quem se atreve e a vida émuito para ser insignificante.

Charles Chaplin

Lute com determinação, abrace avida com paixão, perca com classe evença com ousadia, porque o mundopertence a quem se atreve e a vida émuito para ser insignificante.

Charles Chaplin

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LAGOA DE ALBUFEIRALAGOA DE ALBUFEIRAUma tarde em comunhão com a naturezaUma tarde em comunhão com a natureza

Nem sempre é fácil apreciarmos a beleza das nossas praias no Verão. A confusão e o barulhoacabam por ofuscar certos paraísos que temos no nosso país. Por isso a REVIVER foi numasegunda-feira nublada até à Lagoa de Albufeira para desfrutar em pleno daquela tarde.

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

Em dias nublados temos tendência a ficar por casa em frente à televisão. Mas cabe-nos a nós alegrar os

nossos dias mesmo que o tempo não ajude. Fomos ao armário buscar um casaco mais quente e decidimosfazer um piquenique junto à praia. Escolhemos a Lagoa de Albufeira como destino e fizemo-nos à estrada.Na estrada nacional 377, antes de virarmos para a estrada de alcatrão que vai dar até à Lagoa, são tantosos sítios que nos dão vontade de encostar o carro e apreciar a tranquilidade do campo. Para aqueles quegostam de observar aves são vários os circuitos e observatórios que permitem ver estes animais de pertono seu habitat natural. Podem encontrar cerca de 40 espécies de aves que são protegidas pela integraçãona Reserva Ecológica Nacional, desde 1987. No entanto decidimos não parar e seguimos até ao nosso des-tino. Estacionámos o carro perto do parque de campismo e decidimos estender a toalha no chão para onosso piquenique. A zona tem alguns caixotes do lixo, por isso não há desculpa para poluirmos estepequeno paraíso. A calma instalou-se em nós. Olhamos em nosso redor e não vimos nem ouvimosninguém. Eramos nós e o canto dos pássaros que permaneciam nos ramos das árvores. Após o piqueniqueestava na altura de uma caminhada pela praia da Lagoa de Albufeira. Não é todos os dias que temos oprazer de caminhar num local assim. Não conseguimos desviar os olhos da outra margem da lagoa. Aquipodemos encontrar três lagoas, a grande, a pequena e a da estacada. Embora hoje o sol não tenha brilha-do, não deixámos de reparar na profundidade da água aqui. E não é por acaso. A Lagoa de Albufeira éconsiderada a mais funda de Portugal, os seus fundões chegam a atingir os 15 metros de profundidade.

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Ao continuarmos a caminhar em direção à Lagoa Grande observámos apenas uma pes-soa a fazer Kitesurf. Esta é uma zona com ótimas condições para a prática de desportoscomo a vela, windsurf, kitesurf e canoagem. Mas hoje o tempo não atraiu muitas pes-soas para a prática de desportos radicais. A sensação de paz, após duas horas naquelelocal, apoderou-se de nós. Estávamos mais tranquilos do que quando chegámos. Ocheiro característico do local tem um efeito calmante. O tempo voa aqui. Estamos rodea-dos pela natureza e a vontade de regressar até à cidade é pouca. Sempre que fixamos onosso olhar parece um quadro perfeito. Os barcos atracados que vão rodando ao ritmoda corrente, as aves que passam a voar, os contrastes entre o verde das plantas e árvores,com o tom da areia, e um imenso azul que não desaparece, seja a olhar para a esquerdaou para a direita. Não é fácil descrever por palavras toda a beleza deste local, não hádúvidas que o melhor é ver com os seus próprios olhos e sentir a paz que aqui reina.No caminho de regresso para o carro, começámos a ver três senhoras, a entrar na águapara molharem as pernas. Ali ficaram até deixarmos a Lagoa de Albufeira. Vontade devoltar? Sem dúvida. Mas será certamente durante a semana, pois o silêncio traz maisencanto a esta bela praia portuguesa.

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

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O Equilíbrio da Reflexologia PodalA Reflexologia é uma técnica milenar chinesa com o mesmo conceito da acupunctura,pois é baseada nos mapas da medicina tradicional chinesa. Mas nesta, apenas são pres-sionados pontos específicos nos pés, nas mãos ou nas orelhas. O objetivo principal éequilibrar o corpo, proporcionando um relaxamento, diminuição de dores agudas e umbem-estar geral que influência em inúmeras doenças.

O que é a Reflexologia?A Reflexologia costuma ser designada por ser uma arte suave, uma ciência fascinante e umaforma extremamente eficaz de massagens terapêuticas na medicina complementar. É uma ciênciabaseada nos estudos fisiológicos e neurológicos humanos. Mas para além da ciência que é, vistojá ter sido comprovada, é também uma forma de arte para quem a aplica de forma terapêutica,pois tudo depende dos seus conhecimentos e habilidades. De todos os tipos de massagens queexistem, a reflexologia é a mais relaxante.

Como é aplicada a Reflexologia Podal?A Reflexologia não deve ser aplicada sem antes o terapeuta conhecer o histórico médico do seupaciente. Por isso, na primeira consulta deve levar o seu histórico médico, falar sobre os seusproblemas de saúde, estilo de vida e alimentação. Após esta primeira abordagem o terapeuta iráavaliar e identificar quais as partes do corpo que não estão a funcionar corretamente. Para tal seráutilizada a técnica da pressão nos pontos específicos dos pés. Pode parecer um pouco confuso,mas o especialista que irá acompanhar este processo, poderá mostrar-lhe o mapa que explicaexatamente onde se situam todos os órgãos e sistemas do corpo na sua planta, dorso e lateral dopé. O pé esquerdo corresponde à parte esquerda do corpo e todos os órgãos que estão presentesdesse lado. O pé direito a mesma coisa. O exemplo mais fácil para percebermos esta técnica é oseguinte: No alto do arco do pé direito situa-se o ponto que corresponde ao fígado, que está dolado direito do corpo. O terapeuta ao pressionar de forma adequada essa região com os polegares,vai fazer com que o funcionamento do fígado seja beneficiado. O objetivo principal é equilibrar todo o corpo. A Reflexologia consegue devolver a harmonia que háem nós, reduzindo a tensão e o stress, induzindo ao relaxamento. Só quando o corpo estiver relaxadoé que o tratamento é possível. Só aí é que a massagem profissional irá demonstrar as partes do corpoque estão desequilibradas e que não estão a funcionar corretamente. A partir daí o especialista aplicaráo tratamento adequado para fazer com que o corpo volte ao estado ideal de saúde. A Reflexologia podeser aplicada em outras partes do corpo, mas os pés contêm milhares de terminações nervosas, o quetorna a reflexologia podal a mais conhecida e praticada. Por isso se optar por experimentar uma sessãodestas, deve saber que, antes da massagem os pés ficam primeiro a aquecer dentro de água para osdeixar mais sensíveis ao toque. A pressão que será aplicada é conforme o estado de saúde do doente.Em adultos o toque é mais forte do que em crianças ou seniores debilitados.

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

Há que deixar bem claro que a Reflexologia não cura nenhum problema grave de saúde. Esta é uma ciên-cia da medicina complementar. Muitas vezes ela é usada para aliviar dores, prevenir algumas doenças,não deixar desenvolver outras ou apenas proporcionar um bem-estar físico e mental. Milhares de pes-soas usam-na para complementar os tratamentos convencionais de algumas doenças.

A REVIVER apresenta-lhe alguns males que a Reflexologia podal pode ajudar:

- Stress e Ansiedade: Estes são fundamentais serem eliminados, pois muitas vezes são os cau-sadores da progressão de algumas doenças. Em casos de depressão e perda de confiança, aReflexologia já provou ter bons resultados.

- Alivia inúmeras doenças: Asma, bronquite, sinusite, insónias, dores de cabeça, problemas car-diovasculares e renais, diabetes, fadiga e retenção de líquidos.

- Sistema imunológico debilitado: A Reflexologia aciona o sistema imunológico que vai ficandodebilitado com o passar dos anos. Ao ser acionado consegue-se prevenir algumas doenças ou ocontágio delas.

- Dores nas articulações e lombares: O alívio das dores nas articulações e lombares, principal-mente nos seniores, já foi comprovado em diversos estudos.

- Excesso de peso: Com a diminuição de ansiedade consegue-se combater a compulsão alimentar.Também há resultados na redução do inchaço e na aceleração do próprio metabolismo.

- Elimina as toxinas do corpo: Ao ser possível eliminar as toxinas que estão no nosso organismo,conseguimos promover o bem-estar geral do corpo.

- Dores agudas: A Reflexologia consegue, na maioria dos casos, diminuir as dores agudas quesentimos em determinada zona do corpo, atenuando-as acentuadamente.

Duração e contra-indicaçõesAs sessões de Reflexologia normalmente duram de 30 minutos a 1 hora e são realizadas uma vezpor semana. Quanto ao número de sessões que vão ser efectuadas, depende do estado de saúdedo paciente. Existem contra-indicações para pessoas que estão a sofrer de pequenas hemorragias,para quem sofrem de osteoporose avançada e para os que têm doenças graves de coração.

Benefícios da Reflexologia Podal na saúde

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

Quando pensamos em desporto e procuramos tirar proveito dos seus benefícios, existem sempreos desportos mais comuns que rapidamente nos vêm à cabeça. As limitações naturais da idadeencolhem mais ainda o leque das opções que temos. No entanto, há desportos menos conven-cionais, que podem passar despercebidos mas que são também uma opção bastante válida, quan-do melhorar a nossa qualidade de vida é o objetivo. OTaekwondo é um desses desportos.

De origens coreanas, esta técnica de combate para defesa pessoal, é conhecida por ser a arte dedar pontapés, defender e bater. No entanto, apesar das exigências físicas desta arte marcial, oTaekwondo atribui extrema importância ao equilíbrio espiritual dos seus praticantes. Separandopor sílabas, “Tae” significa pontapear, “Kwon”, defender e golpear com a mão, e “Do” significacaminho. Este caminho tem uma simbologia profunda. Representa o caminho pessoal do prati-cante, o acumular de todas as experiências físicas, psicológicas e espirituais. O apoio e a disci-plina das artes marciais, fornecem os alicerces necessários para o ajudar a construir um melhorcaminho, ou seja, uma melhor passagem pela vida.

Quando o assunto é a saúde e o bem-estar, as artes marciais desempenham um papel fulcral na vidade quem as pratica. Treinam o individuo como um todo, corpo, mente e espírito. A idade não con-stitui qualquer tipo de barreira para a prática, bastando para isso pensarmos no estereótipo demestre de artes marciais. Rapidamente imaginamos um sábio de traços orientais, cuja idade nãoconseguimos descortinar ao certo, mas sabemos que novo não é de certeza. Alguém que transmiteserenidade e sabedoria, uma pessoa equilibrada e saudável, que muito tem para ensinar.

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Taekwondo As vantagens para os seniores

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Taekwondo As vantagens para os seniores

Os benefícios da prática de Tae Kwon DoFisicamente, melhora a nossa:- Força- Potência- Flexibilidade- Velocidade- Coordenação- Resistência- Equilibrio

Mentalmente, melhor a nossa:- Concentração- Reflexos- Autocontrole- Confiança- Autoestima

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“Marcial” é uma palavra com a sua origem no Deus Romano “Marte”,o Deus da Guerra. Dessa forma, Arte Marcial significa a Arte daGuerra. Podemos entender que, todos os dias são uma batalha, sendoque o primeiro e principal obstáculo somos nós próprios. Ao longoda vida, os principais conflitos e batalhas são internos. Para superaralguma coisa, temos de nos superar a nós próprios primeiro, e a nossaexistência torna-se no nosso principal combate. Assim, as artes mar-ciais procuram fornecer as ferramentas necessárias para tornar qual-quer ser humano comum, num guerreiro, forte, focado e equilibrado.

Se sempre admirou artes marciais, mas nunca teve o tempo ou adisponibilidade para as praticar, talvez esta seja a altura ideal paracomeçar. Não permita que a idade seja um entrave, porque não é.Inscreva-se, comece a praticar, ao seu ritmo e desfrute dos benefíciosque rapidamente irão aparecer. Praticar Taekwondo não tem obrigato-riamente de ser para competição. Aproveite esta “arte da guerra” parase tornar num verdadeiro guerreiro, forte, confiante e disciplinado,pronto para ultrapassar o maior obstáculo da sua vida, você.

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Tem histórias de vida para contar?

Se leu as nove edições anteriores da REVIVER, certamente apercebeu-seque dedicamos um espaço exclusivo para os nossos leitores e protago-nistas falarem sobre as suas experiências de vida. Se gosta de escrever ou tem algumas histórias que se enquadrem no con-texto da nossa revista, não hesite em contactar-nos. Todos os testemu-nhos e sugestões são importantes para nós.

Entre em contacto connosco da maneira mais cómoda para si, seja por cartaou email. Seja qual for o meio que opte, deve indicar sempre o seu nome,morada, contacto, idade e a história que gostaria de ver publicada sobre si naREVIVER, que deve começar sempre por “No meu tempo...”.

ContactosSede Revista REVIVERRua da Esperança Lote 2B2835-483 Santo António da Charneca, BarreiroTelefone : 212169069email : [email protected]

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REVISTA REVIVER

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Nasci na cidade invicta em 1944 no início da Primavera. É incrível como o tempo passou depressa e este ano

dei por mim a soprar 70 velas. Mas o motivo que me entusiasmou a escrever e a enviar este texto leva-me afalar sobre o tema que menos abordei na minha vida. Nunca casei, nunca tive filhos, como tal nunca consti-tui a minha própria família. Por mais de 50 anos fui questionada com a mesma pergunta; “porque é quenunca se casou?” E a resposta foi sempre a mesma, não estava destinado. Creio que as pessoas viam na minhaexpressão, desde a facial até à corporal, que era um tema delicado para mim. As únicas pessoas que souber-am o verdadeiro motivo para eu nunca ter casado, eram as responsáveis de eu não ter conseguido alterar omeu estado civil. Acho que depois desta introdução posso finalmente começar o texto como eu queria.No meu tempo não tínhamos direito a casar com quem queríamos. Fora algumas excepções, os nossos paisdecidiam com quem devíamos casar. Segundo eles, o amor ganhava-se com o tempo, ia-se revelando como passar dos anos. Lembro-me do meu pai apresentar-me um rapaz quando eu tinha 9 anos e comunicar-me que ele ia ser o meu futuro marido. Ele vestia um fatinho para criança aos quadrados e mantinha umapose de superioridade. Nesse dia senti um enorme vazio dentro de mim que não sabia descrever. Os anos foram passando e eu nunca consegui gostar dele. Quando fiz 16 anos os meus pais acharam queestava na hora de formalizar o noivado. Mas o meu coração já batia mais forte cada vez que via o filho dasenhora da mercearia. Nunca me esqueci do seu sorriso e do tom da sua voz calma. Falei deste sentimentoaos meus pais, que rapidamente falaram com a senhora da mercearia para não deixar o seu filho chegar pertode mim, pois eu estava comprometida. Desde esse dia ele nunca mais me sorriu, apenas em algumas ocasiõesolhava-me discretamente. O meu coração ficou despedaçado, não tinha coragem para lhe confessar o meuamor e a pressão para casar era cada vez maior. Até que no Verão seguinte vi o amor da minha vida subirao altar com outra mulher. O meu mundo tinha desabado. Então a minha mãe achou que era a hora idealpara fazer uma festa de noivado com o meu prometido. Eu tinha tanta raiva dentro de mim naquela altura,que esperei ansiosamente por aquele momento. Quando as duas famílias estavam reunidas na nossa sala,rodeadas por um banquete digno de um rei, decidi pedir um minuto da atenção dos demais. Anunciei quenão me iria casar com aquele homem nem com homem nenhum. Já que não me tinham deixado casar poramor então não iria casar de forma alguma. O meu pai quis obrigar-me, trancou-me no quarto. A minha mãedeu-me alguns estalos, só que de nada adiantou. Sai de casa quando completei os meus 18 anos, um alíviopara os meus pais que já não tinham que falar sobre a desonra e vergonha que eu trazia para a família. Mantive o contacto com os meus primos, vivi quase toda a minha vida em casa da minha prima maisnova. Cuidei dos seus filhos enquanto eram crianças e daquela família. Quando os meus pais ficaramdoentes, regressei ao Porto e cuidei deles até ao dia da sua morte. Vivi a minha vida a tentar facilitar avida dos outros para que esses fossem felizes. Se eu fui feliz, fui. Plenamente? Não, claro que não.Cruzaram-se alguns homens no meu caminho, só que nenhum despertou novamente a chama do amorem mim. Sempre fui vista como uma mulher diferente, era muito estranho eu não ter marido e filhos.Gostava que tivesse sido diferente, mas do que adianta ficar a lamentar, a verdade é que não voltei aamar, logo não fazia sentido casar-me por conveniência. Hoje em dia, as mulheres decidem com quemquerem namorar, a sociedade não as recrimina pelos seus relacionamentos, a menos que sejam demasi-ado promíscuos. Estaria a mentir se dissesse que não sentia inveja desta liberdade actual. E vejo tantasjovens a desperdiçar a coisa mais bonita que há na vida, o amor, por uma carreira profissional de suces-so. Eu compreendo a importância da realização profissional, no entanto não acho que o sucesso da vidaamorosa possa prejudicar o da profissional. Pois eu ainda sou do tempo em que as mulheres ambi-cionavam ser felizes com alguém a seu lado. Hoje tudo gira em torno do próprio umbigo. Já ninguémdedica tempo aos outros, não se educam os filhos, não se ampara a família quando é necessário, os ami-gos são aqueles que dizem aquilo que nós queremos ouvir, caso contrário tornam-se descartáveis. O meu tempo condenou-me a não voltar a amar, mas não me condenou a ficar egoísta e insensível. Não vivitudo o que queria, mas garanto que vou morrer orgulhosa com todas as decisões fundamentais que tomei.Consegui ser livre!

Maria Glória Trindade

NO MEU TEMPO

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No meu tempo não era fácil ser livre

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Projeto “Eyes As Big As Plates”

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Eyes As Big As Plates, ou em português, Olhos Tão Grandes Como Pratos, é o projecto danorueguesa Karoline Hjorth e da finlandesa Riitta Ikonen. É produzido em colaboração comvários modelos seniores, e conta com um total de 45 trabalhos fotográficos.

Esta produção começou com seniores locais e a ideia inicial era brincar com personagens e protago-nistas do folclore nórdico, inspirada pelo romantismo e a imaginação. Cada fotografia apresenta umafigura solitária numa paisagem, adereçada com elementos que a rodeiam mas que não indicam nemo tempo nem o espaço. Assim como nos contos tradicionais, em que uma floresta pode ser qualquerfloresta e o mar pode ser qualquer mar, as imagens de “Eyes As Big As Plates” encorajam a sensaçõesintemporais e de universalidade. Ao mesmo tempo, incorporam peças de roupa ou de calçado quemostram traços individuais de personalidade e dos tempos contemporâneos.

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Aos 90 anos, Marvin Teel concorre para o recorde de “O rapaz dos jornais mais velho doMundo”. Faça chuva ou faça sol, pega na sua bicicleta e pedala a sua rota, para levar o jornaldiretamente à casa dos assinantes, em Christopher Illinois, nos Estados Unidos. “Tenho cerca de5 quilómetros para fazer todos os dias. Demoro cerca de uma hora e meia” diz Marvin, que játraz a experiência de quem foi carteiro rural durante 45 anos.“As únicas vezes que não faço asentregas de bicicleta, é quando neva ou há gelo. Aí vou de carro”. Tudo começou em 2001, quando Teel já estava farto da reforma e sentiu necessidade de fazeralguma coisa. Diz que “precisava de fazer algo. Sempre trabalhei e sentia-me culpado de passaros dias sentado sem fazer nada. Além disso gosto do exercício”. Ele que mantém uma boarelação com os seus clientes, é também bastante elogiado pela sua pontualidade. “Se por algumarazão se atrasa, é porque alguma coisa se passou” diz Jean Kretz, uma das suas clientes. “Colocaos jornais sempre num sítio acessível e resguardados da chuva” continua. Um dos seus grandes apoios é a sua esposa, Marilyn Teel, que não se incomoda nada de abdicardo marido para ele fazer o seu trabalho. “Ele adora fazer a sua rota. Faz algum dinheiro e é damaneira que não me enche a cabeça” brinca Marilyn. Todos os dias, ajuda o marido a enrolar osjornais e a coloca-los no cesto da bicicleta “A reforma não era para mim. Vou fazer isto enquan-to for capaz” conclui Marvin, um ótimo cidadão e uma grande inspiração para todos nós.

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Um Antigo Rapaz dos Jornais

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Veneno mortal vira Medicinal

O veneno é a arma mais eficiente da natureza. É minuciosamente afinado para parar um corpo rapi-damente. Normalmente injetado nos corpos das vitimas através de presas ou ferrões, pode ter váriasformas e características, dependendo da sua constituição química. As moléculas de veneno podem tervários alvos ou efeitos, mas trabalham em conjunto para a sua principal finalidade, matar o oponente. Alguns atacam o sistema nervoso, impedindo a comunicação entre os nervos e os músculos. Outrosdestroem as moléculas e as células para destruírem o tecido do corpo. Existem até venenos que coagulamo sangue obrigando o coração a parar, enquanto que outros impedem as feridas de coagularem e a vitimamorre por infeção ou sangramento. Apenas numa dentada, dezenas ou até centenas de toxinas são inje-tadas no organismo. Umas com trabalhos únicos e específicos, e outras com tarefas mais redundantes.Ironicamente, as propriedades que tornam o veneno tão mortal, dão-lhe também um valor tremendopara a medicina. Muitas das suas toxinas atacam as mesmas moléculas que precisam de ser controladasem algumas doenças, e o veneno atua rápido e é altamente específico. É um verdadeiro desafio para amedicina conseguir encontrar as toxinas com potencial terapêutico, mas existem já medicamentos detopo para os diabetes e doenças cardíacas que derivam de veneno. Até hoje, pouco mais que uma dúziade medicamentos chegaram aos mercados. Novos tratamentos para doenças autoimunes, cancro e dorespodem estar disponíveis nos próximos anos.“Não estamos a falar apenas de alguns novos medicamen-tos mas de uma classe inteira de medicamentos. É gigantesco. O veneno abriu toda uma nova perspeti-va para a farmacologia” afirma o especialista em toxicologia e herpetologia Zoltan Takacs.Existem mais de 100 mil espécies que produzem veneno, como por exemplo, cobras, aranhas, escor-piões, lagartos, peixes entre muitas outras espécies. Apesar de nem todos os venenos serem mortais,é curioso ver como a Natureza funciona. Até a mais letal das armas, pode salvar vidas.

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Bienvenidos a Madrid

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FOTO-REPORTAGEM

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Se a memória não me falha, já lá vão mais de 20 anos que eu conheço a Dona Ivone e a Dona Emília.Duas irmãs gémeas tão semelhantes na sua aparência mas tão diferentes na sua forma de encarar a vida.Aos 71 anos, não fazem ideia de como a sua história de vida serviria para uma reflexão profunda sobrecada um de nós. Talvez não fosse útil para todos, mas pelo menos para mim foi.Conheci estas duas senhoras como alegres e ativas. Porém, com o passar dos anos começaram a sofrer deintensas dores nas pernas e nas costas. Nunca soube ao certo o que tinham, mas a Dª Emília costumava dizerque tinham um corpo demasiado fraco. Embora a dor fosse constante, faziam o seu dia a dia de forma inde-pendente, mesmo que demorassem o triplo do tempo do que era normal. Mas há 5 anos atrás, os seus famil-iares aconselharam-nas a deslocarem-se de cadeira de rodas. Ao sentarem-se naquelas cadeiras houve umalívio da dor, sem dúvida. Só que com esse alívio veio também um sentimento de frustração. Essa frustraçãoera visível no rosto triste que ambas demonstravam. A dona Emília sempre foi mais extrovertida e alegre doque a sua irmã Ivone. Nessa altura ela dizia com frequência para os seus conhecidos, num tom de quem estáa brincar mas a sentir cada palavra, “não sei porque é que tenho ainda duas pernas, de nada me servem, mastambém se não as tivesse não poderia calçar estes sapatos”. Era esta a dona Emília que eu admirava. E sómais tarde vim a saber que essa admiração não é nada comparada ao que eu sinto hoje. A dona Emília dormia no mesmo quarto do que a sua irmã Ivone. Ajudavam-se mutuamente para que os seusfilhos não contratassem alguém para tomar conta delas. A dona Ivone deixou-se abater com a perda de mobil-idade, acabando por ficar deprimida pois sentia-se inútil e sem vontade para viver. A dona Emília por outrolado tentava às escondidas levantar-se calmamente e pé ante pé ia fazendo as suas coisas. Mesmo com doresela sentia-se muito melhor assim. Segundo ela, os medicamentos aliviavam as dores mas era o simples andarque lhe dava força e vontade de viver e ser feliz. Mas a sua irmã não queria sair da cama, quando saía era aju-dada e ia diretamente para aquela cadeira de rodas. A dona Emília insistia com ela, que lhe ia fazer bem andarum pouco e que ela estava lá para a amparar, não a ia deixar cair. Mas ela dizia sempre que não era capaz, tinhademasiadas dores. Após incontáveis tentativas, a dona Ivone pediu à sua irmã para aceitar a sua decisão poisela já não queria lutar mais. A dona Emília implorou à sua irmã gémea para não desistir mas de nada adiantou. Por questões financeiras, cada uma delas teve que ir viver com os seus filhos e foi nessa altura que a vidamudou para aquelas duas irmãs. Agora viviam em casas separadas, em ambientes completamente difer-entes. A dona Emília explicou à sua filha mais velha que conseguia andar e do prazer que isso lhe dava. Disseà sua filha se esta a ajudasse ela ia trocar a cadeira de rodas por um andarilho, um andarilho por canadianas,canadianas por uma bengala até voltar a andar sem qualquer tipo de apoio. A sua filha ao ver a sua mãe comtal determinação não conseguiu dizer que não. Só havia uma condição. Fazer todo esse percurso com a ajudade um fisioterapeuta. A dona Emília aceitou. Em casa do filho da dona Ivone, havia um sentimento de penae de obrigação constante. Até a sua cadeira a dona Ivone deixou de poder movimentar. O filho empurravaaquela cadeira sempre que estava em casa e quando não podia estar presente, contratava alguém que ofizesse. O estado de saúde foi-se agravando até que ficou completamente incapacitada. Ficou presa numacama durante dois anos até que acabou por falecer. O ano passado encontrei a Dona Emília na mercearia ládo bairro. Estava sozinha amparada pela sua bengala. Tinha um olhar triste encoberto pelas suas expressõesalegres. Não sabia da sua perda, então perguntei-lhe como é que ela e a sua irmã estavam. Ela olhou-me nosolhos e disse-me algo que não consegui ficar indiferente. “Minha querida, és tão nova mas com o tempo vaisperceber. Na vida arcamos sempre com as consequências dos nossos atos. Só ultrapassamos obstáculos alutar, por mais que nos custe temos que ter vontade e força para lutar. Senão sobra apenas o vazio. E se nãoqueremos sair do vazio a morte bate-nos à porta mais cedo. Mas não te preocupes porque o meu luto já foifeito há muito tempo. A minha irmã morreu no dia em que não se quis levantar mais. Eu levantei-me paravencer. Duas escolhas, dois rumos opostos mas o destino será o mesmo. Eu apenas gosto de cá andar e voucontinuar a andar até ao fim. Não interessa se vou morrer amanhã, morrerei vencedora”. Espero entregar à Dona Emília este texto brevemente. Se ela me perguntar sobre o que é, a resposta é sim-ples. É a história da mulher coragem que se levantou para vencer.

Natacha Figueiredo

crónica

LEVANTOU-SE PARA VENCER

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TarotHoróscopo Bimensal

Rodolfo Miguel de Figueiredo

CarneiroDe 21/03 a 20/04Cartas do Mês de JulhoO Sacerdote e o Dois de Ouros

Amor – Uma alteração profissional vaiajudar uma relação a crescer. Os casa-mentos estão protegidos.

Saúde -Problemas ao nível das articulações

Dinheiro – No domínio financeiro, per-spectiva-se um aumento de rendimentos.A estabilidade é alcançada.

Cartas do Mês de AgostoA Imperatriz e o Cavaleiro de Copas

Amor – Poderá sentir-se atraído poralguém mais novo. Saiba o que quer e nãoidealize em demasia.

Saúde–Bom momento para cirurgias estéticas.

Dinheiro – Manter-se num determinadoemprego pode não indicar segurança.Aposte na mudança.

TouroDe 21/04 a 20/05Cartas do Mês de JulhoA Força e o Quatro de Copas

Amor – Pode confundir atracção comamor. Não se engane, mas sobretudo nãoengane o outro.

Saúde – Faça um electrocardiograma.

Dinheiro – No trabalho, vai sentir-se moti-vado e dinâmico, porém não espere oreconhecimento.

Cartas do Mês de AgostoA Temperança e o Cinco de Copas

Amor – Reserve algum tempo para si.Liberte-se das preocupações e não deixe amelancolia vencer.

Saúde - A água pode ser uma terapia.

Dinheiro – As sua relações profissionaisestão a desgastá-lo. Não deixe que abusemda sua boa vontade.

GémeosDe 21/05 a 20/06Cartas do Mês de JulhoO Louco e o Sete de Copas

Amor – Vai ter de encontrar um equilíbrioentre o compromisso e a liberdade. Escuteo seu coração.

Saúde - Cuide das pernas e vigie as varizes.

Dinheiro – Nem sempre as honrarias sãosinónimo de um bom trabalho. Cuidadocom as ilusões de sucesso.

Cartas do Mês de AgostoO Louco e o Oito de Copas

Amor – Apesar de se sentir preso, não temo direito de magoar o outro. O respeitocondiciona um bom diálogo.

Saúde - Não corra riscos desnecessários.

Dinheiro – É melhor não deixar uma tare-fa inacabada. Seja profissional, pois está aser avaliado.

CaranguejoDe 21/06 a 21/07Cartas do Mês de JulhoA Roda da Fortuna e o Nove de Ouros

Amor – Terá sempre na sua família umporto de abrigo. Uma conversa sincerapode trazer grandes mudanças.

Saúde-Controle o aumento de peso repentino.

Dinheiro – Com a ajuda de um familiar,poderá fazer um investimento muito ren-tável. Aproveite a sorte.

Cartas do Mês de AgostoA Força e o Nove de Ouros

Amor – Lembre-se que a sensualidade éuma dádiva de si para o outro, e não umaforma de manipulação

Saúde - Tenha uma vida sexual saudável.

Dinheiro – Poderá vir a alcançar umaumento de rendimentos substancial.Invista numa poupança.

LeãoDe 22/07 a 22/08Cartas do Mês de JulhoO Mundo e o Sete de Paus

Amor – Esperam-se momentos de grandeharmonia. Invista no seu par e na relação.O amor espera por si.

Saúde-Faça exercício físico e gaste energia.

Dinheiro – Uma proposta de trabalhodesafiante pode trazer-lhe o sucesso quetanto procura. Afaste a dúvida.

Cartas do Mês de AgostoA Lua e o Quatro de Ouros

Amor – Não se apegue às coisas que nãocorreram bem e ao que lhe fizeram de mal.Aprenda a perdoar.

Saúde - Cuidado com as depressões.

Dinheiro – Poderá estar a ser demasiadointransigente na forma de lidar com o din-heiro. Liberte-se da avareza.

VirgemDe 23/08 a 22/09Cartas do Mês de JulhoO Eremita e o Valete de Copas

Amor – O seu relacionamento estápreparado para avançar para o próximopatamar. Tenha confiança.

Saúde-Poderá ter dificuldades de locomoção.

Dinheiro – Abrace a noção de que tudotem o seu tempo. Uma notícia inesperadavai trazer a mudança

Cartas do Mês de AgostoO Diabo e o Quatro de Copas

Amor – A sua expressão sexual está emalta. Não duvide de si e do seu direito deser como é.

Saúde - Vigie a sua tensão arterial.

Dinheiro – Poderá sentir-se dividido entrea segurança e a mudança. Lembre-se quea fortuna exige riscos.

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BalançaDe 23/09 a 22/10Cartas do Mês de JulhoA Estrela e o Seis de Paus

Amor – Se está solteiro, pode encontrar oamor tanto anseia. Todas as relações estãoprotegidas.

Saúde – Não descure a sua alimentação

Dinheiro – Pode estar para breve a pro-moção que estava à espera. Os seus rendi-mentos vão aumentar.

Cartas do Mês de AgostoO Imperador e o Cinco de Paus

Amor – Uma discussão sem fundamentopode tornar-se numa escalada para algobem mais profundo.

Saúde - Vigie o seu colesterol.

Dinheiro – Pode estar a confundir confiançae determinação com prepotência. Seja maismoderado.

EscorpiãoDe 23/10 a 21/11Cartas do Mês de JulhoA Sacerdotisa e o Quatro de Paus

Amor – Se estava a tentar engravidar,então esta pode ser a altura certa. Abraceum novo ciclo na sua vida.

Saúde - Bebe mais água e faça exercício.

Dinheiro – Um projecto profissional queestava parado pode agora encontrar omomento de arranque.

Cartas do Mês de AgostoO Mundo e o Ás de Espadas

Amor – Os relacionamentos vão atraves-sar uma fase harmoniosa. Vai sentir-seconfiante com suas escolhas.

Saúde - Período saudável e enérgico.

Dinheiro – A sua capacidade de análise ea sua inteligência são garantias de suces-so. Racionalize.

SagitárioDe 22/11 a 21/12Cartas do Mês de JulhoO Enforcado e o Oito de Espadas

Amor – Uma relação pode estar a atraves-sar um momento difícil. Não deixe queinterfiram na sua vida.

Saúde-Tenha cuidado com estados depressivos.

Dinheiro – As invejas no seu local de tra-balho podem tomar uma forma que o vaiprejudicar. Seja prudente.

Cartas do Mês de AgostoA Morte e o Sete de Paus

Amor – A estagnação não lhe traz felici-dade. Não arraste mais a decisão que temde tomar. Seja firme.

Saúde - Pode vir a precisar de uma cirurgia.

Dinheiro – Não tema os desafios, elesexistem para serem superados ou paraaprendizagem. Ouse mais.

CapricórnioDe 22/12 a 21/01Cartas do Mês de JulhoA Imperatriz e o Ás de Paus

Amor – Tenha uma verdadeira consciênciadaquilo que quer. Aposte no amor e no que émelhor para si.

Saúde – Não descure a sua imagem.

Dinheiro – A persistência é uma garantiapara o sucesso. Pode finalmente alcançar osseus objectivos.

Cartas do Mês de AgostoA Torre e o Três de Paus

Amor – Um relacionamento está a chegar aofim. Veja esse desfecho como uma expansãode horizontes.

Saúde – Tenha cuidado com as quedas.

Dinheiro – A sua situação profissional podeestar complicada. Começa já a avaliar outroscaminhos.

AquárioDe 22/01 a 19/02Cartas do Mês de JulhoO Mago e a Rainha de Copas

Amor – Uma atracção de opostos podecriar um relacionamento onde ambos secomplementam.

Saúde - Não descure os seus dentes.

Dinheiro – Uma mulher pode ajudá-lo aalcançar os seus objectivos. Saiba recon-hecer o apoio.

Cartas do Mês de AgostoO Carro e o Rei de Paus

Amor – Os relacionamentos com alguémde outro país estão favorecidos. Aprendacom essa experiência.

Saúde-Cuide dos problemas no seu estômago.

Dinheiro – Precisa de analisar todas aspossibilidades. Pode estar noutro país asua oportunidade de sucesso.

PeixesDe 20/02 a 20/03Cartas do Mês de JulhoA Torre e o Ás de Copas

Amor – Pode encontrar no seu parceiro aajuda necessária para enfrentar todas asdificuldades.

Saúde - Tenha cuidado com os acidentes.

Dinheiro – Quando tudo parece que nãocorre de feição, mantenha a fé. Melhorestempos virão.

Cartas do Mês de AgostoO Sol e o Dez de Espadas

Amor – A intimidade com o seu par écada vez maior. Aproveita o sentimentode união e aposte no romance.

Saúde - Mês de grande vigor físico

Dinheiro –Tem todas as hipóteses ao seualcance, mas tenha cuidado com quem serelaciona no trabalho.

Page 66: Revista REVIVER 10ª Edição

66 REVIVER

Agenda Cultural

Julho e Agosto de 2014

8 de Julho 10 de Julho

16 de Julho

Artistas Comprometidos?Talvez Museu Calouste

Gulbenkian

14 de Julho

A Liberdade da ImagemCasa da Música

12 de Julho

24 de JulhoAs Plantas do Tempo dosDinossauros no JardimBotânico de Lisboa

20 de Julho

A Cinderela Quinta da Regaleira

18 de Julho

A Verdadeira Históriada Babi - Teatro-Estúdio

Mário Viegas

22 de Julho

Fado no OceanárioOceanário de Lisboa

26 de Julho

A Viagem do ElefanteOliveira de Frades

28 de Julho

Biodiversidade dos RiosPortugueses

Fluviário de Mora

3 de Agosto

Jóias de Ouro daAntiga Gôa no MuseuNacional de Arte

Antiga

1 de Agosto30 de Julho

Casa do Futuro noMuseu dasComunicações

5 de Agosto

9 de Julho 11 de Julho

Pedro e Inês naRegaleira

Quinta da Regaleira

13 de Julho 15 de Julho 17 de Julho

Em Baixo e Em Cima: Apropósito de Beckett

A Barraca

19 de Julho

A Rota de um CrimeTeatro de Rua em Leiria

21 de Julho

Fotografia de ArturPasto no CentroComercial Alvalade

25 de JulhoLoucura dos 50

Casa da Criatividade

23 de Julho

Antológica: Da Pinturaà Pintura no Museu do

Chiado

27 de Julho

Do Sagrado Na ArteIgreja de SantaCatarina

2 de Agosto

Contos Murais, Muralem Azulejo

Museu da Cerveja

31 de Julho

Exposição de Catapultase Máquinas de Cercono Castelo de Palmela

29 de Julho

BES Photo 2014Museu Colecção

Berardo

4 de Agosto 6 de Agosto

Divinas Palavras Teatro Municipal MiritaCasimiro, Cascais

Três Mulheres AltasTeatro Nacional D. Maria II

Colecção de PinturaTelo de Morais Edifício Chiado

Jóias de Ouro daAntiga Gôa no Museu

Nacional de Arte Antiga

Aproveite um bomdia de praia

A Doce e Ácida Incisão,Gravura em Contexto Museu Grão Vasco

Ilusionistas Casa de Teatro

Arshile Gorky e aColecção - Centro de

Arte Moderna

Pintura Paula Rego,Caos e Ordem

Casa das Histórias

Do Astrolábio ao GPSno Centro CiênciaViva de Lagos

Page 67: Revista REVIVER 10ª Edição

Agosto e Setembro de 2014

7 de Agosto 9 de Agosto

15 de Agosto

Exposição de MoedasMuseu de Arqueologia

e Numismática de Vila Real

13 de Agosto

Marcas de IdentidadeCeleiro Comum-Centrode Artes Tradicionais

11 de Agosto

23 de Agosto

Os Iconoclastas Anos80 no Museu doDesign e da Moda

19 de Agosto

A impossibilidadepoética de conter o

infinito - Fund. CaloustGulbenkian

17 de Agosto

Totem na FundaçãoCalouste Gulbenkian

21 de Agosto

Festival Internacional deEscultura em Areia

Pêra, Faro

25 de AgostoO Fascínio do OlharMuseu da Imagem emMovimento, Leiria

27 de Agosto

Os Caminhos daDemocracia na

Fundação Mário Soares

2 de Setembro

Vitral - ResidênciaArtística de MadinaCC Gafanha da Nazaré

31 de Agosto29 de Agosto

Amor Com Amor SePaga no Teatro-Estúdio

Mário Viegass

4 de Setembro

8 de Agosto 10 de Agosto

Pintura; Ilhas do Mar,Artistas Açorianos

Centro de Arte Manuelde Brito

12 de Agosto 14 de Agosto 16 de Agosto

Barcos, Memórias doTejo - EcomuseuMunicipal do Seixal

18 de Agosto

Morcegos de PortugalTapada Nacional de

Mafra

20 de Agosto

Fotografia O DesignOctávio Botas; A Arteda Lapidação do VidroMuseu do Vidro

24 de Agosto

Linhas na Terra do MarMuseu Municipal de

Esposende

22 de AgostoOs Saboias; Reis eMecenas no Museu

Nacional de Arte Antiga

26 de Agosto

Aventura Antonioni SolarGaleria de Arte Cinemá-tica, Vila do Conde

1 de Setembro

Procure que opçõesexistem para ocupar o

seu tempo livre

30 de Agosto

Feira do Livro de Poesiae Banda DesenhadaCampolide, Lisboa

28 de Agosto

Exposição;Subitamente, O PovoMuseu de Évora

3 de Setembro 5 de Setembro

Fotografia: Daqui Pareceuma Montanha no

Centro de Arte Moderna

Exposição, O MuseuMuseu Nacional de

Etnologia

Vitrais e Vidros noPalácio da Pena, Sintra

As viagens de Sindbad -O Mariheiro na

Biblioteca M. Redondo

Aproveite paradançar um passeiojunto ao Mar

Comunicar no Museudos Transportes eComunicações

Cascata de CoresPavilhão doConhecimento

Exposição de PinturaMuseu de Arte Sacra

de Grândola

Concerto; Seu JorgeParque da Cidade,

Porto

Festas Popularesde Santa Susana

67REVIVER

Page 68: Revista REVIVER 10ª Edição

Passatempos

Descubra as 7 diferenças

Descubra as 9 diferenças

Page 69: Revista REVIVER 10ª Edição

69REVIVER

Sudoku Samurai Fácil

Anedotas

Um jornalista foi fazer uma reportagem a um lar e pergunta a um sénior que estava sentado: - A que é que

se deve a sua idade tão avançada? - Método, meu filho... Sempre tive uma hora certa para me deitar e para

me levantar. O nosso organismo é uma máquina que precisa de método e horário. O jornalista foi ter com

outro e faz-lhe a mesma pergunta, ao que o idoso responde: - Sempre evitei as mulheres, meu jovem! A

seguir pergunta a outro: - Eu nunca fumei, nunca bebi nem tive vícios de qualquer espécie. A seguir o jor-

nalista descobre o mais velho, o mais acabado, o mais enrugado de todos e muito admirado pergunta: -

Então, e o senhor, a que deve essa longevidade? Nunca teve vícios, festas ou mulheres? - Qual quê! Eu

nunca tive horário para nada, muita borga, copos, fumava três maços de tabaco por dia, jogo, mulheres com

força, noites e noites sem dormir, eu sei lá que mais... - Então, e quantos anos é que tem? - Trinta e dois.

Passatempos

Page 70: Revista REVIVER 10ª Edição

REVISTA REVIVER

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Julho 2014 . Edição nº10

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Locais de distribuição GratuitaJuntas de FreguesiaCâmaras MunicipaisCentros de diaCentros de ConvívioUniversidades da Terceira IdadeAssociações de ReformadosAssociações recreativasLares de idosos e Casas de repousoBibliotecasEspaços InternetSanta Casa da Misericórdia

Para particularesDevem efectuar o pedido através doemail [email protected]

Sugestões e participaçõesDevem ser efectuadas para os contactosgerais da revista, ou através do nossofacebook e do site integrado nesse.

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