revista reviver 8ªedição

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REVIVER Bimensal | Edição nº8 |Março 2014 | Gratuita REVIVER Na Esplanada com Nicolau Breyner Conheça melhor o ator de 73 anos Conheça melhor o ator de 73 anos O Passeio dos Nobres Conheça o requinte do Solar dos Zagallos A velhice não passa de um estado de espírito Casa do Educador Uma solução para uma reforma ativa Não perca ainda nesta edição: A FOTORREPORTAGEM: LUGARES ESQUECIDOS 10 Sugestões para se sentir melhor diariamente Saiba o que a Medicina Tradicional Chinesa recomenda para se sentir bem no dia-a-dia Neuróbica para Seniores O Fitness que vai melhorar o seu cérebro

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8ª edição da primeira revista portuguesa dedicada ao envelhecimento ativo e saudável

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REVIVERBimensal | Edição nº8 |Março 2014 | Gratuita

REVIVER

Na Esplanada comNicolau BreynerConheça melhor o ator de 73 anosConheça melhor o ator de 73 anos

O Passeio dos NobresConheça o requinte do Solar dos Zagallos

A velhice não passa de um estado de espírito

Casa do EducadorUma solução para uma reforma ativa

Não perca ainda nesta edição:A FOTORREPORTAGEM:

LUGARES ESQUECIDOS

10 Sugestões para sesentir melhor diariamenteSaiba o que a Medicina Tradicional Chinesarecomenda para se sentir bem no dia-a-dia

Neuróbica para Seniores O Fitness que vai melhorar o seu cérebro

REVISTA REVIVER

Sumário Março de 2014REVIVER n.º 8

Editorial03 Desculturação e estupidifi-cação por António Ramos.

Separador04 A força provém de uma von-tade indomável.

Horta Vertical Biológica06 Aprenda o que é preciso parater a sua própria horta vertical.

Casa do Educador08 Conheça as inúmeras ativi-dades da Casa do Educador.

Escrever na 3ª Idade12 As vantagens que a escrita podeter nesta fase da sua vida.

Tapeçaria de Arraiolos14 Saiba como são as aulas naUniversidade Sénior do Seixal.

Cuidado com a sua audição18 Não ignore a sua perda de audi-ção. Conheça a Associação Ouvir.

08 3614

Separador22 A vontade vence os obstáculos.Uma citação para si.

Sénior +24 Um tablet criado exclusiva-mente a pensar em si.

Exercícios para fazer em casa26-Conheça mais um plano de exer-cícios que pode fazer em sua casa.

10 Sugestões para si30 A medicina chinesa deixa-lhe algu-mas sugestões para se sentir melhor

Receitas de 5 estrelas34 Conheça as novas receitas docozinheiro Pedro Carrilho.

Na Esplanada com...36 Nicolau Breyner. Aos 73 anos con-tinua a criar novos projetos.

Solar dos Zagallos42 Um passeio que ficará marcadopela nobreza daquele local.

Neuróbica46 A ginástica que melhora odesempenho do seu cérebro

Meditação 50 Aprenda como meditar edescubra os benefícios.

No meu tempo...55 Havia outro conceito defamília por Esmeralda Sousa.

Breves56 Saiba quais são as brevesdo momento.

Fotorreportagem: Lugares Esquecidos 60

Crónica 63

Horóscopo Bimensal 64

Agenda Cultural 66

Passatempos 68

Ficha Técnica 70

03REVIVER

Há alguns anos que o país tem sido abraçado por um processo de anti-cultura que vem crescendo

como uma trepadeira e coloca o nosso país em declínio. Não será necessário falar do sucesso escolar

dos nossos jovens que, derivado da falta de incentivos, problemas sociais e dificuldades económicas

é cada vez mais vincado. Como se esse insucesso escolar não bastasse, os nossos governadores cor-

tam onde é mais fácil, na educação, saúde e cultura, deixando-nos expostos à ignorância, futilidade

e desinteresse intelectual, fatores diretamente responsáveis pela evolução de um país e sociedade.

Não é segredo para ninguém de que Portugal é dos países que menos apoio dá aos artistas, e que,

quem optar por esse caminho terá de ter a noção que é uma batalha constante, e que provavelmente

irá passar algumas dificuldades. Não é fácil a vida de quem se quer expressar através da arte. Mas

deixa-me perplexo ver que afinal o lançamento de grandes artistas está nos reality shows. O progra-

ma já mundialmente famoso, Casa dos Segredos, tem sido a maior rampa de lançamento de quem

tem arte a correr nas veias, principalmente cantores. Quanto ao programa em si, não tenho nada a

dizer, certamente satisfaz as necessidades dos seus aficionados, caso contrário não teriam edições

contínuas e tão frequentes. O que realmente me incomoda nisto tudo é saber que agora todos os con-

correntes são músicos de “sucesso” atingindo os milhares, às vezes mesmo milhões de visualizações

na internet. Falem bem ou mal de mim mas falem, é capaz de ser o lema pelo qual esses “artistas” se

lançam na ribalta, e metade dos ouvintes podem até fazê-lo pelas piores razões, no entanto, vejo artis-

tas portugueses, com enorme qualidade que, por não se exporem ao ridículo têm de atravessar todos

os dias o cabo das tormentas para que lhes possam dar algum valor.

Basta comparar no Youtube o nº de visualizações que as músicas de Amália Rodrigues, referência do

nosso povo e da nossa cultura, que dignamente mereceu o descanso eterno no Panteão Nacional, com

algumas das estrelas lançadas pelos reality shows, e vemos que nem a metade chega. Podemos referir

outros grandes nomes nos mais variados géneros musicais, como Zeca Afonso, Madredeus, Rui

Veloso, Xutos e Pontapés, Sam The Kid, Mariza, Carlos Paião entre tantos e tantos outros. Como se

não bastasse a demasiada importância dada a quem apenas existe, como todos nós, comprovamos que

talvez a estupidez, má educação, falta de profissionalismo e de talento seja o caminho certo para quem

quer seguir o Mundo das artes. Se acha que tem futuro como pintor, músico, cineasta, escritor, o que

quer que seja, inscreva-se num reality show, exponha toda a sua vida privada e sujeite-se ao ridículo,

e potencie o seu futuro como artista. Verá que o seu nome e trabalho estarão na boca do povo e ser-

lhe-á dada a importância que de outra forma nunca teria. Não é minha intenção atacar direta ou pes-

soalmente nenhum concorrente desse tipo de programas porque cada um é livre de fazer o que quis-

er. Acho apenas que é um reflexo de que algo está realmente mal neste nosso pequeno país.

António Ramos

editorialeditorial

Desculturação e EstupidificaçãoDesculturação e Estupidificação

04 REVIVER

05REVIVER

A força não provémda capacidade física. Provém de uma vontade indomável.

Mahatma Gandhi

A força não provémda capacidade física. Provém de uma vontade indomável.

Mahatma Gandhi

SEPARADOR

DIA-A-DIA

06 REVIVER

Horta Biológica – Um hobbie delicioso Quantos de nós não saímos da nossa terra em busca de melhor qualidade de vida? Depois da reforma,

muitos tentam regressar aos terrenos da família e viver com qualidade de vida no campo, mas tantosoutros ficam a viver nas grandes cidades sem que as suas casas tenham terreno ou uma horta exterior.No entanto não é por isso que não pode plantar as suas ervas aromáticas e vegetais de raiz curta. São inúmeras as variedades que pode plantar em sua casa. Mas para isso, recomendamos-lhe que façaa sua horta vertical. Para quem tem varandas, marquises ou uma assoalhada em que o sol fique a incidirpelo menos 4/5 horas é a solução perfeita. Ao criar uma horta vertical biológica vai estar a ocupar o seutempo e a usar a sua criatividade. São vários os utensílios que podem ser utilizados e diferentes deco-rações que pode optar. O importante é que eles fiquem fixos ou pendurados de forma vertical. Mas paralhe dar uma ajuda normalmente as pessoas optam por usar garrafas, canos, caixas de leite ou de fruta.Nunca nos devemos esquecer é que o material escolhido deve resistir a terra e a água, devendo teralguns furos para que a água escorra e não encharque o recipiente. Em termos decorativos, pode optarpor colocar pequenas prateleiras na parede, da varanda ou de outro local, e coloca-las de uma formasimétrica à sua escolha. Muitas pessoas preferem usar vasos nesses casos mas também pode optar porconstruir o seu. Aquelas que costumam optar pelos canos PVCs gostam que estes estejam suspensos ouentão alinhados numa parede. Informe-se se quiser, mas deixe que a sua criatividade leve a melhor.

Apresentamos-lhe 5 simples passos para ter uma horta vertical:

1. Local adequado – Escolha uma parede bem iluminada ou exterior com o espaço indicado para aqui-lo que deseja plantar ou suportar. Escolha vasos ou suportes leves, para não carregar com excesso depeso a parede ou o local escolhido.

2. Escolha do que vai plantar – A escolha é vasta e depende do tamanho livre. Caso o espaço seja pouco,opte pelas ervas e temperos que são fáceis de cultivar. A hortelã, o tomilho, o alecrim, a salsa, a cebolin-ha, o manjericão, a sálvia e a pimenta são alguns dos exemplos. A alface também é uma opção, visto araiz ser curta poderá crescer num espaço menor. Tenha em atenção que não está a plantar diretamentenum terreno, o espaço de crescimento é limitado.

3. Plantação – Prepare o seu vaso ou o seu suporte para receber aquilo que decidiu plantar. Faça umacamada pequena, consoante o tamanho, com bolas de argila dispersas. Estas ajudam na drenagem daplanta. De seguida coloque a terra preparada com material orgânico até metade do recipiente para plan-tar as mudas. Depois é só cobrir as raízes com terra. Pode completar com palha a superfície, além de aju-dar com a humidade, futuramente passará a ser mais matéria orgânica para a sua planta.

4. Rega – Deve ser diária. Mas não se esqueça que no inverno, se tiver uma horta vertical no exterior,normalmente a rega é feita pela chuva exceto nos dias que não chove. No verão deve fazê-la diariamente,em casos de calor excessivo, faça-o pela manhã e à tarde. Tente não abusar na quantidade de água emcada vaso ou suporte.

5. Adubo e insecticidas biológicos - Uma vez por mês, adube a terra com pequenas quantidades. Nocaso de ter um vaso de 60 cm deve colocar uma colher de sopa de adubo. Quanto aos insetos, já existemvários inseticidas biológicos à venda.

Para além de um hobbie delicioso e sem grande esforço físico estará a melhorar a sua alimentação e apoupar algum dinheiro. Ao obter os seus próprios produtos biológicos, o teor em fibras, hidratos de car-bono, aminoácidos essenciais, minerais, vitaminas e antioxidantes é muito mais elevado do que nos pro-dutos agrícolas à venda nas grandes superfícies. Vai notar uma diferença em relação ao próprio sabor,devido ao menor teor de água. Mas sem dúvida que a maior vantagem está na isenção de herbicidas ouinseticidas. Estes têm sido apontados por vários estudos como causadores ou agravadores de muitasdoenças. Sem dúvida que este é um hobbie que só lhe trará vantagens e pode incentivar e ensinar os seusfamiliares a fazer o mesmo.

08 REVIVER

Casa do EducadorFundada em 2002, começou da vontade de alguns professores em ter um espaço próprio onde

pudessem conviver e organizar eventos, mas rapidamente se transformou em muito mais do que isso, eé hoje uma associação importante e ativa na sua comunidade. Tomás Bento, de 66 anos e natural deMogadouro, foi professor de matemática durante cerca de 25 anos. Não fez parte da fundação mas acom-panhou-a de perto. Só após a reforma começou a frequentar a associação e está na direção há mais de 7anos. “É muito cansativo, tenho de estar sempre 24h por dia disponível, até aos fins de semana.” A Casado Educador não é uma associação só para professores reformados, há associados que ainda exercem aprofissão. Nesta instituição, promove-se o convívio de várias maneiras. “É um convívio de cariz cultur-al entre sócios. Vamos ao teatro, visitamos museus, fazemos passeios históricos por Portugal, sempreacompanhados por um professor de história que nos possa ensinar. As próximas visitas programadas éà Quinta da Regaleira em Mafra, depois em maio à Alemanha e Áustria” explica-nos Tomás Bento. Eracomum organizarem 2 visitas por ano a países estrangeiros. Com outros professores, o Sr Tomás já visi-tou países como a Rússia, Turquia, Polónia, Espanha etc. Na sede, organizam-se jantares, noites poéticas,cantigas entre tantas outras coisas. Os requisitos para se ser sócio da Casa do Educador passam por quemteve ligado ao Ministério da Educação, fosse como professor ou auxiliar, contínuo etc, que são os sóciosefetivos. Existem também os sócios extraordinários, que representam os familiares dos sócios efetivos eos sócios beneméritos, que representam as pessoas que, sem qualquer ligação ao Ministério da Educação,desenvolvem trabalhos em prol da Casa do Educador e veem assim o seu trabalho reconhecido.

A sua sede destaca-se pela imponência do edifício numa rua estreita na Amora. A Casa doEducador abriu-nos as portas, e a REVIVER falou com o seu Presidente, Tomás Aquino Bento.

DIA-A-DIA

09REVIVER

DIA-A-DIA

10 REVIVER

Rapidamente a Associação Casa do Educador sentiu vontade de expandir as suas áreas de atuaçãoe fazer algo em prol da comunidade. Dessa vontade nasceram dois projetos, a CESVIVER e aUniversidade Sénior do Seixal, cada um deles com características diferentes. A CESVIVER é umprojeto criado para atuar junto de seniores mais necessitados, que vivam em solidão, isolados oudependentes. Assim como a Casa do Educador, não tens fins lucrativos e vive da voluntária von-tade de quem quiser ajudar. Abrange o concelho do Seixal, a sócios ou não sócios e mais que tudo,numa fase inicial pretende oferecer um serviço de companhia, procurando melhorar a qualidade devida das pessoas. “Os beneficiários da CESVIVER também vêm aqui para conviver. Temos aulas dealfabetização, informática e Chi Terapia para pessoas com mobilidade reduzida. Todas as 3ªs feirasorganizamos workshops ou debates sobre temas que sejam úteis, como a saúde, a nutrição etc.Também temos o Projeto Um Livro Uma Companhia, em que anualmente escolhemos um livro clás-sico para todos lermos e falarmos sobre ele” comenta o Presidente. Os idosos beneficiários, aindapodem fazer passeios, e celebrar datas festivas. “O nosso trabalho tem sido tão importante que jáfomos desafiados pela Segurança Social em começar a fazer apoio domiciliário. Talvez um dia, masainda nos faltam os Recursos Humanos e monetários para isso” afirma Tomás Bento, que com umaenergia que parece não ter fim, é também professor de informática na Universidade Sénior doSeixal, outro projeto da Casa do Educador que mudou a vida de muitas pessoas do concelho.

Mais um caso de sucesso e que comprova que o querer pode mover montanhas. A UNISSEIXALtodos os anos aumenta o nº de alunos e oferece um vasto leque de disciplinas. Independente mas coma ajuda da Câmara Municipal, é o dia a dia de muitos seniores portugueses, que não vão ali para tirardiplomas ou se doutorarem, mas sim para aprenderem e conviverem. “Para as pessoas que estãodesde o inicio parece que recuam no tempo. Tiramos essas pessoas de casa e elas tornaram-se muitomais ativas” conta-nos. Na UNISSEIXAL há professores que já foram alunos, aprenderam o sufi-ciente e sentiram a necessidade de partilhar os seus conhecimentos. Todos são voluntários e investemalgumas horas por semana, ensinando quem tem vontade de viver e aprender. O professor TomásBento confessa-nos que é um trabalho muito cansativo e que chega a deitar-se a altas horas damadrugada, sempre dedicado ao que a Casa do Educador engloba. “Temos que fazer tudo sozinhos.Levanto-me sempre às 6h45 da manhã para ir dar uma caminhada de 1 hora com um grupo de ami-gos, faça chuva ou faça sol. Da Associação saio sempre às 18h ou 19h e muitas vezes fico em frenteao portátil a trabalhar, a atualizar os sites etc. Alguns problemas informáticos que haja também ficocá eu para resolver. Mas faço de bom agrado, se fosse contrariado também fazia, mas não é” diz-nossempre sorridente. Tomás Bento, ainda consegue arranjar tempo para ter o seu grupo de BTT e per-correr Portugal em provas de bicicleta. Diz-nos que o voluntariado não o tornou uma pessoa melhor,mas talvez uma pessoa mais sensível e atenta aos problemas alheios. “Não me mudou muito, massinto-me muito mais útil. As pessoas reconhecem o meu mérito, mas acho que não dou mais do queaquilo que recebo. Hoje em dia lido com problemas que nem sabia que existiam. Tornei-me maisatento aos sinais das pessoas, antes se calhar via uma pessoa cabisbaixa e não ligava, hoje se calharjá olho para ela de outra forma, já sei que pode haver ali alguém a precisar de ajuda”. Quanto à Casa do Educador, confessa-nos que vai continuar a retribuir à sociedade aquilo que elalhe dá, e que o maior dos projetos futuros, é construir uma Casa de Repouso do Professor, onde pos-sam aproveitar a merecida reforma..

A escrita é uma ferramenta muito útil para todas as pessoas, independentemente dasua idade, para a partilha das suas experiências, vivências e histórias de vida.A terceira idade é uma fase do ciclo da vida, repleta de emoções, de pensamentosrelacionados com um passado que integra um conjunto riquíssimo de históriasque podem e devem ser recordadas e partilhadas com todos nós, enriquecendoassim a nosso mundo emocional.Nunca é tarde para escrever e mesmo nos casos em que não ocorreu a aprendizagemda escrita, pode ser realizada por um amigo, um familiar que possa escrever ashistórias que querem e merecem ser contadas funcionando como um legado de vida.Além das histórias e das experiências há todo um conjunto de ideias, de conselhosque podemos expressar através da escrita perpetuando o nosso sentir e imortalizan-do uma grande sabedoria que se encontra encarcerada no nosso ser e que pode servirde base para novas aprendizagens baseadas nas experiências de vida.A escrita, na terceira idade, tem sido utilizada na criação de livros de receitas (aquelessegredos tão bem guardados e que vão passando de geração em geração); nos diáriosde viagem, onde se recordam as viagens realizadas, os locais visitados, as culturas per-petuadas em costumes e vivências únicas; os livros de provérbios e adivinhas que sevão perdendo no tempo, mas que ficam imortalizadas quando são escritas.Porém, quero vos falar de outras aplicações da escrita, na terceira idade, que servemcomo ferramentas para fortalecer os laços afetivos, para recuperar elos emocionais perdi-dos, para permitir o desvendar de segredos e para construir legados de conselhos sábios.Quem nunca sentiu a necessidade de expressar o que sente, pensa em relação a deter-minada pessoa, a determinado elo? Quem nunca quis deixar perpetuado em palavrasos conselhos, as fórmulas mágicas para a solução de determinados problemas?A escrita permite realizar todos estes processos e mais aqueles que queiramos criar edesenvolver desde que haja em cada um de nós a vontade genuína de partilhar a suaforma de ser, pensar e sentir e assim deixar o seu legado para todos aqueles comquem se relacionam. Um dos exemplos que vos posso dar, quanto à aplicação daescrita, está relacionado com as cartas de conselhos que muitas vezes, algunsavós/pais querem deixar para os seus netos/filhos, sejam direcionados para omomento atual ou para momentos vindouros, quando não existe a certeza da suapermanência nesses processos vitais do seu crescimento.Existem algumas pessoas que passados tantos anos querem demonstrar o amorque os une ao seu companheiro/companheira, não encontrando nos gestos e nodiscurso oral a forma mais adequada de transmitir este tão nobre sentimento.

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VIVER

12 REVIVER

13REVIVER

VIVER

Sim, ainda se escrevem cartas de amor, cartas estas que podem viajar no tempo recor-dando o começo de uma relação, os momentos chave da mesma, sendo positivos oumenos positivos, regressando ao presente e esboçando ideais para um futuro a dois.Muitos de vós não falam com um amigo há muito tempo, perdidos nas contas dotempo e envoltos no manto da saudade ensurdecedora que vos castra a voz e osmovimentos, porém com toda a certeza têm muito para dizer aos vossos amigos,vivências para contar, situações para recordar ou tão-somente enaltecer a amizadeque vos une. Não se vive só de amor, de sentimentos “bonitos”, tendo tambémpresentes na vossa vida situações de mágoa, de tristeza, de separação e angústia enestes casos, a escrita pode funcionar como forma de recordar, recuperar algumasrelações que se perderam ao longo do tempo, expressando em cada palavra ointento de aproximação e reforçando sempre os momentos partilhados e todas asaprendizagens que resultaram desse elo.A escrita pode ser utilizada em muitos outros processos, nunca sendo tarde para escr-ever, para partilhar os vossos pensamentos e expressar as vossas emoções, de modo aque possam dar um pouco de vós a quem vos rodeia e permitir que quem vos lê possavos conhecer um pouco mais e entender alguns processos pelos quais passaram.É sempre tempo para escrever sobre os sonhos, os realizados, os que foram sendocolocados de parte e os que ainda há para viver, pois os sonhos não têm idade enunca é tarde para sonhar e acima de tudo para realizar os seus sonhos!Permita-se parar um pouco, agarrar uma folha de papel e numa caneta e deixar que ocoração guie a sua escrita, que seja o intermediário do seu sentir, criando assim pontesrelacionais que se intensificam e que tornam expoentes dos mais belos sentimentos.A terceira idade é uma das fases mais importantes para partilhar emoções, para per-mitir que o coração expresse o seu sentir e assim, demonstrar que há vida na Vida!Do que está a espera para escrever?

Ricardo Fonsecahttp://ricardosousafonseca.pt.to

15REVIVER

Chegamos à Universidade Sénior do Seixal de manhã, poucos minutos passavam das 10h.

Acompanharam-nos à sala de aula de Tapeçaria de Arraiolos, lecionada pela professora

Liliana Carrola. Recebeu-nos com uma energia fantástica e um sorriso rasgado e logo nos apre-

sentou às suas alunas. “Há um Sr que também faz parte da turma, mas não veio. Hoje estão só

nove mulheres”. Avisou-nos que esta não era uma aula convencional e não demoramos a

perceber porquê. De fora ficou o ambiente habitual das aulas mais teóricas, trocado por uma

boa disposição que contagiava qualquer pessoa que estivesse na sala. Se fôssemos para lá à

espera de ver um grupo de alunos muito calado, cada um na sua secretária procurando não

perturbar a aula, íamos ficar dececionados. Pelo contrário, neste grupo estavam todos senta-

dos em U num convívio generalizado, parecendo mais um saudável grupo de amigas que se

juntou para conversar e fazer tapetes de arraiolos. A professora Liliana não era exceção e jun-

tava-se à conversa e às gargalhadas das alunas, sempre pronta a ajudar quem precisasse. “As

minhas alunas estão comigo há muitos anos e não me deixam. Isto é uma espécie de terapia”

diz-nos. Aos 72 anos, é professora voluntária, disponibilizando todas as semanas 2 horas do

seu tempo para partilhar os seus conhecimentos com a turma da UNISSEIXAL. “Estas aulas

podem trazer tudo de bom. Aprendem um trabalho, convivem e distraem-se”. Enquanto se

dispersam em conversas sobre a situação atual do país, sobre a sua vida pessoal, livros e filmes,

perdem-se no ponto e têm de voltar a contar. A professora brinca com as alunas, dizendo que

sabem muito de informática, falar inglês e italiano mas não sabem contar. Há quem já domine

a técnica e fazem o ponto com maior rapidez, mas cada uma a seu ritmo, sem pressas.

VIVER

Aula de Tapeçaria de Arraiolos

Falámos com a Sra Inácia, uma das alunas mais recentes que com 68 anos, influenciada pelo

marido decidiu inscrever-se também numa Universidade Sénior. “O meu marido vinha para o

inglês, e eu para não ficar em casa sozinha vim também. Estou inscrita em pintura, informáti-

ca, francês e tapeçaria. Há 2 anos estava numa Universidade em Lisboa, mas ficava longe e era

mau para estacionar o carro, quando descobrimos esta viemos logo. Vimos 3 vezes por dia e

sempre é uma maneira de ocuparmos o tempo”. Diz-nos que gosta muito de tapeçaria mas a

aulas que mais gosta é pintura. Fala com orgulho dos trabalhos de pintura que já fez, de como

já pintou em areia e que está a fazer uns brincos para oferecer à filha. “Faz-me bem vir para

aqui. Reformei-me mais cedo que o meu marido e estava muito habituada a trabalhar”.

Quando perguntamos a idade à Sra Inácia, gera-se um caos de boa disposição, e entre gargal-

hadas, alunas competem entre si para descobrirem quem é a mais velha. Maria Clarice, ergue é

a vencedora da competição, estando muito perto de celebrar os 73 anos. Enquanto a professora

vai rematando um tapete e as colegas vão mostrando e analisando as revistas Maria Clarice diz-

nos que está na Universidade para aprender e partilhar. “Estou em constante aprendizagem.

Gosto de aprender e de partilhar os meus conhecimentos. Já tive várias profissões. Fui

secretária, estive na Caixa Geral de Depósitos, já tive uma boutique e já fui instrutora de

automóvel”. De facto, aos 73 anos, Maria Clarice era tão jovial que colocava toda a turma a rir

com as histórias de vida que partilhava. “Quando entrei não conhecia o grupo nem a professo-

ra, mas gostei muito do ambiente. Há mais tempo e disponibilidade e criamos elos mais fortes”.

Era também aluna de Tai Chi, Inglês, Italiano e Informática.

O tempo voava na aula da professora Liliana, numa turma onde reina o bom ambiente, e onde

cada aluna investe dinheiro no seu próprio material, levando um saco ou uma malinha com os

seus novelos de lãs e agulhas, prontas para fazer os tradicionais tapetes de arraiolos, mas tam-

bém para conviver e rir com as amigas.

VIVER

16 REVIVER

Não ignore aperda da sua

audição

VIVER

Em Portugal cerca de 30% da população com mais de 50 anos sofre de problemas auditivos.Estamos habituados a lidar com vários seniores que muitas vezes não conseguem perceberaquilo que lhes é dito devido à perda da audição. Por ser uma consequência normal com opassar dos anos, existe a tendência de ignorar esse fator que tanto prejudica a nossa vida.

A REVIVER falou com o Presidente da Associação Ouvir, António Ricardo Miranda, para acon-

selhar e esclarecer os nossos leitores sobre a perda auditiva. A deficiência auditiva é responsável pelo isolamento de muitas pessoas. Segundo António Mirandaeste isolamento deve-se a estas pessoas se sentirem excluídas e descriminadas principalmente nas suasrelações sociais e profissionais. “A deficiência auditiva é uma das deficiências físicas que acomete oindivíduo em qualquer fase da sua vida, implicando, a quem a adquire, limitações de atividades soci-ais e até nos mais vulgares contactos. São muitas vezes marginalizados nos grupos profissionais e soci-ais. Não se convida aquele surdo “chato”, que não capta as conversas com a mesma rapidez, e em con-sequência não é “agradável” a sua presença. A pessoa com deficiência auditiva adquirida, tem um rela-cionamento familiar e social que nem sempre é o melhor. Existem diversos tipos de dificuldade, entreos quais: a discriminação, a vergonha, e consequentemente, o isolamento”.

16 REVIVER

VIVERVIVER

Muitas vezes existe uma certa vergonha em procurar ajuda especializada,principalmente com o passar dos anos. “Quando não existe uma doençasubjacente com consequente deficiência auditiva adquirida, é mais difícil apessoa assumir a sua perda auditiva. Por sua vez, em pessoas com mais

idade, ela ocorre, na maioria das vezes em razão de alterações degenerativas naturais, oude envelhecimento, chamado de presbiacusia. Quase sempre, surge a dificuldade emprocurar ajuda. E, usar uma prótese auditiva, provoca, muitas vezes, vergonha e con-strangimento”, afirma o Presidente da Associação.

Não é uma novidade que o nosso país pouco apoia qualquer individuo que sofre dealgum tipo de deficiência. A realidade é que Portugal não está minimamente preparadopara quem sofre de problemas auditivos. Segundo António Miranda podia-se facilitar umpouco mais o quotidiano destas pessoas. “No nosso país, pouco há preparado para osdeficientes auditivos. Deveria facilitar-se o quotidiano nos locais públicos, ou onde possahaver mais ruído, com o recurso de mais sinalizadores luminosos, e até na instalação desistemas por indução magnética ou de sistemas FM, estes dois últimos em escolas, teatros,cinemas, entre outros. Quanto a apoios, o portador de deficiência auditiva está muitodesprotegido. Há situações gritantes que chegam a impedir crianças de usar as suas aju-das auditivas por falta de capacidade financeira dos pais. Só a despesa com as pilhas, porexemplo, no caso de implante coclear, é incomportável para quem tem problemas na áreaprofissional. Não podemos compreender, e custa admitir, que as pilhas, que só são usadasnos implantes, por exemplo, e quanto muito se consomem, sejam integralmente pagaspelos deficientes auditivos e sejam taxadas com o escalão máximo de IVA. Pensamos queeste imposto é altamente injusto, incompreensível e até revoltante!”

A perda de audição é um factor natural no envelhecimento, mas muitas vezes acaba porser agravado devido à exposição de ruídos. “Todos nós estamos sujeitos a perder audição,mais cedo ou mais tarde. A perda auditiva é uma consequência natural relacionada coma idade. A nossa capacidade auditiva piora a partir dos 30/40 anos e acelera quandoatingimos a faixa etária dos 80. Nós vivemos num mundo ruidoso, o ruído urbano, noambiente de trabalho, ou em exposições voluntárias, tais como: sons de motores, músicaalta, concertos, clubes nocturnos, discotecas e som estéreo (vindo de MP3, por exemplo),que vão degradando a audição a quem os frequenta sem que se aperceba. Grande parteda perda de audição é irreversível”, refere o Presidente da OUVIR.

Quanto às soluções, tudo depende da sua deficiência auditiva. E nem sempre a soluçãomais económica é a mais viável para o seu problema. “As soluções médicas ou tecnológi-cas, dependem do tipo de problema auditivo, no entanto, quando a perda auditiva é deligeira a média, pode ser corrigida por prótese. Quando a perda auditiva atinge outrospatamares mais elevados, poderá ser recomendada a cirurgia, e assim, ser colocado umimplante auditivo”, diz António Miranda. Quanto à solução mais económica acrescentaque “sem dúvida que a prótese auditiva é a solução mais económica de momento, não noplano de investimento inicial, mas a médio e longo prazo, torna-se de facto, na soluçãomais barata. No que concerne a pilhas, é o equipamento audiológico que menos consumotem. Muitas vezes uma prótese auditiva consome uma pilha, em uma a duas semanas. Oimplante auditivo é a solução mais barata inicialmente, quando a cirurgia é feita em hos-pital público. Em hospital privado, atinge o preço de um automóvel. No entanto, a suamanutenção é cara, sendo o consumo de pilhas mais elevado. A OUVIR tem de salientar,que a prótese auditiva, ainda é o equipamento mais barato disponível. Seria, sem dúvida,a melhor escolha para quem tem menos possibilidades económico-financeiras. Porém ouso de prótese e implante está associado ao tipo de surdez que a pessoa porta. Por isso,nem sempre é possível escolher entre uma prótese e um implante”.

20 REVIVER

VIVER

A Associação Ouvir vai assinalar o seu terceiro aniversário no dia 11 de março. Mesmo sendouma associação bastante recente e com poucos fundos financeiros não deixa de ajudar quem sofrede problemas auditivos. “A OUVIR é a associação que visa a representação e a defesa dos inter-esses gerais, individuais e coletivos das pessoas portadoras de próteses e implantes auditivos res-identes em Portugal. Tem por fim propiciar condições para que todas as pessoas portadoras dehipoacusia possam minimizar o impacto físico, psicológico, social e vocacional que uma deficiên-cia provocada pela perda auditiva poderá causar, bem como esclarecer, prevenir ou informar afamília e a população em geral de quais os procedimentos na ajuda a estas mesmas pessoas. Aassociação está a ser alvo da situação económica porque Portugal está a passar neste momento, efruto disso, ela tem menos pessoas para a apoiar. O tipo de apoio que temos dado até ao momen-to, é o apoio logístico a quem recorre à OUVIR, e a quem nos contacta. Temos aproveitado estetempo, para estabelecer acordos de Parceria com marcas e representantes de próteses e implantesauditivos, por forma, a arranjarmos vantagens económicas e financeiras, para os nossos sócios,ou para as pessoas que querem tornar-se nossas sócias”, conclui o presidente da Associação.

Alzira Estevão tem 69 anos e sofre de problemas auditivos. Ao aperceber-se do seu problemaprocurou a ajuda de profissionais e encontrou uma solução para o seu problema. “Aos 60 anoscomecei a aperceber-me de perda de audição. Foi a partir dessa idade que comecei a ter dificul-dades em perceber algumas palavras e consequentemente a não acompanhar corretamente con-versas e troca de ideias, que na minha atividade profissional era problemático e socialmente incó-modo. Recorri a um médico, que diagnosticou o meu problema como estando relacionado com aidade. Nessa consulta foi-me recomendado o uso de próteses auditivas, e desde então, comecei ausá-las. Tenho completa noção de que hoje estou dependente das próteses auditivas para o meudia a dia. Hoje, sinto-me muito melhor, ouvindo, contactando e relacionando-me profissional esocialmente. Passei a usufruir de uma melhor qualidade de vida. Sem as próteses auditivas, aminha comunicação oral seria muito conturbada”.

A REVIVER aconselha a consultarem um especialista aos primeiros sintomas de perda deaudição, para encontrarem o tratamento mais adequado ainda numa fase inicial. Não se esqueçaque já existem inúmeras soluções, os aparelhos auditivos são cada vez menores e o seu bem-estardeve vir sempre em primeiro lugar. Não deixe que a vergonha seja um entrave à sua audição.

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É erro vulgar confundir odesejar com o querer. O desejo mede os obstáculos;a vontade vence-os.

Alexandre Herculano

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Um Tablet criado a pensar em siSe ainda está a aprender a mexer num computador e tem encontrado algumas dificuldades, nãodesespere. Ainda este ano está previsto o lançamento do Sénior+, o primeiro Tablet concebido a pen-sar na população sénior portuguesa. A sua facilidade de navegação e os seus menus intuitivos pre-tendem acabar com a complexidade dos sistemas atuais, que muitas vezes afastam esta faixa etáriadas novas tecnologias. Com o principal objetivo de combater a solidão e o afastamento de familiarese da comunidade, a Sénior+ acredita que este produto irá repor a qualidade de vida nesta geração.Com este Tablet poderá fazer chamadas de vídeo e voz para amigos e familiares próximos, de umaforma mais simples sem precisar de grandes explicações. Através de inúmeras parcerias estarãodisponíveis serviços que podem facilitar o seu dia a dia. Os temas variam entre saúde e bem-estar,onde poderá encontrar sugestões de nutrição e exercício físico, entretenimento, permitindo exercitara mente com jogos de destreza mental ou para simples diversão. Poderá também estar a par dasprincipais notícias do dia e escolher quais as secções que pretende receber a informação. Com oSénior+ irá conseguir ouvir a missa e facilitar a gestão da sua vida com os seus alertas. Falámos com Pedro Claro, um dos responsáveis, para saber como está a correr a aceitação doSénior+ junto da população sénior. “Está a correr bastante bem. A maioria das pessoas que tem umaapetência tecnológica menos boa sente que o Sénior+ foi desenhado para elas. Temos tido reaçõesmuito positivas e estamos a recolher muitas opiniões para que possamos criar a solução ideal paraas pessoas. Queremos que este Tablet seja construído pelos seus futuros utilizadores e não por nós.Saber ouvir as pessoas é fundamental para que seja bem aceite”.

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No que diz respeito às preferências e às dificuldades dos futuros utilizadores, Pedro Claroesclarece. “Atualmente temos o protótipo em fase de testes ainda longe do produto final. Aspessoas não têm muitas dificuldades em utilizar o Tablet dado que ele está feito para ser fácilde utilizar. A comunicação com a família e amigos em sem dúvida a opção preferida. A ver-tente informativa como a televisão e jornais está também no topo das opções preferidas.Contudo, as opções variam bastante conforme os gostos de cada pessoa. É nesse sentido quetambém estamos a trabalhar, criando a facilidade de incluir apenas o que os nossos uti-lizadores pretendem”. Este projeto criado pela Sénior+ teve origem numa aula de Pesquisade Mercado, por quatro alunos do Mestrado Executivo do ISCTE. Desde o registo da marca,o projeto tem sido apoiado e divulgado por diversas instituições e entidades. A apresentaçãodo Tablet para seniores foi feita no Portugal Maior na FIL e tudo indica que estará disponív-el em setembro. Neste momento as pré reservas do Sénior+ estão a aumentar, talvez seja umsinal que a população sénior portuguesa está a começar a acompanhar as novas tendências.

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Exercícios para fazer em casaNa edição anterior apresentamos um simples plano de exercícios físicos que pudessem serfeitos em casa. Apresentamos-lhe mais alguns exercícios complementares aos anteriores, elab-orados por Vitor Guerreiro, Professor de Educação Física.

Material necessário:- 1 Cadeira- 1 Cabo de Vassoura- 1 Garrafa de litro e meio- 1 Garrafa de meio litro (Servirá como instrumento de medida)

A melhor forma de evitar lesões é fazer os exercícios com calma e alongarsempre antes dos exercícios de fortalecimento muscular.

Alongamentos: Devem ter a duração de 15 a 20 segundos

1 – Sente-se e junte as solas dos pés. Empurre ligeiramente as pernas parabaixo até sentir alongar. Aguente 15 segundos.

2 – Num degrau, coloque-se em bicos dos pés, e faça força para cima e parabaixo. Repita o nº de vezes que achar adequado. É aconselhável agarrar-se aalguma coisa para que não haja riscos de cair.

3 – Deite-se de costas e leve ambos os joelhos ao peito. Aguente 15 segundos.

4 – De costas deitadas, puxe um joelho ao peito com ajuda das mãos e aguente15 segundos. Repita o mesmo com a perna contrária.

5 – Coloque-se na posição de cócoras e aguente 20 segundos.

6 – De pé, com as pernas esticadas e afastadas, tente tocar no pé direito comambas as mãos e aguente 20 segundos. Repita o mesmo para o outro pé.

7 – De pé, com as pernas esticadas e afastadas, coloque a mão direita junto àorelha, empurre e incline o tronco no sentido contrário. Aguente 15 segundos erepita para o outro lado do corpo.

8 – De pé, com as pernas esticadas e afastadas, coloque a mão direita junto àorelha contrária e puxe, inclinando o tronco até alongar. Aguente 15 segundos efaça para o sentido oposto.

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Fortalecimento Muscular: Tenha em atenção o nº de repetições. Faça-os deforma calma, com a respiração controlada e dentro dos seus limites.

1 – Em pé, com as pernas à largura dos ombros, dobre os joelhos a 90º ou o maisaproximado que conseguir. Aguente um pouco e volte a esticar as pernas. (2x 10)

2 – Sente-se na cadeira, de costas direitas, eleve o cabo da vassoura acima dacabeça, depois leve-o até à nuca. Repita o movimento. (2x 10 repetições)

3 – Sentado na cadeira, agarre numa das garrafas de água com as duas mãos eestique os braços acima da cabeça. De seguida, dobre-os atrás da cabeça e tentenão afastar os cotovelos. Repita o movimento. (2x 10 repetições)

4 – Em pé, com as costas direitas e os pés à largura dos ombros, segure uma gar-rafa de água em cada mão e leve-as ao peito alternadamente. Repita o movimento. (2x 10 repetições)

5 – Sentado na cadeira, com as costas direitas e uma garrafa em cada mão.Estique os braços para o lado, alinhando-os com os ombros e aguente o tempoque achar adequado. Descanse um 1 minuto e volte a repetir.

6 – No seguimento do exercício anterior, mantenha os braços alinhados com osombros mas, dobre-os a 90º. Estique-os acima da cabeça tocando com as mãosuma na outra e volte à posição original. Repita o movimento. (2x 10 repetições)

7 – De costas no chão, com o pescoço direito e a olhar para o teto, segure naanca e levante a bacia. É importante que mantenha o pescoço direito, e aconsel-hável que use uma base para as costas, como um colchão de ginástica.

8 – Acabe a sua sessão de exercícios com abdominais e alongue de novo as per-nas e os braços, segundo a edição anterior.

Observações:

Ao segurar no cabo da vassoura, as mãos não deverão estar demasiado juntas, anão ser em exercícios específicos. Por agora, é aconselhável que segure umpouco mais do que a largura dos ombros, ou como se sentir confortável.Assim que achar o cabo da vassoura demasiado fácil, poderá utilizar as garrafasde água cheias ou meio cheias, assim como um pacote de arroz ou de açúcar paracada mão. O nº de repetições e de séries poderá aumentá-las também assim quese sentir confortável. Aumente as repetições de 5 em 5. O ideal nos exercícios éfazê-los sempre com segurança, calma e progressivamente.

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10 Sugestões da

Medicina Chinesapara se sentir melhor

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Todos reconhecemos a importância de uma boa auto-estima para enfrentar a vida e a pressãodo dia-a-dia. Sem fazer contas aos anos, um espírito jovem é um forte aliado da auto-estimae do bem-estar e ninguém percebe melhor isso do que os povos orientais. De facto, existetodo um místico espiritual em alguns dos povos asiáticos que nos fascina e intriga. A Medicina Tradicional Chinesa, nunca focou a beleza e a cosmética mas sim o equilíbrioenergético e a prevenção de doenças. Esta abordagem perante a vida, comprovou ser bastanteeficaz contra o envelhecimento sem riscos para a saúde ou efeitos secundários.

A REVIVER deixa algumas sugestões para se sentir mais jovem, equilibrado e energéticosegundo a Medicina Tradicional Chinesa:

1 – Mantenha um horário de sono: Faça com que o seu horário para dormir coincida como pôr-do-sol e o nascer do dia. Irá notar diferença em poucas semanas.

2 – Coma a horas certas: Habituar o corpo a uma rotina alimentar é o melhor afazer. Ganhe um ritmo de refeições e acabe com as refeições pesadas à noite.

3 – Beba água: Água é o néctar da vida. Beba 1,5L entre as refeições, à temper-atura ambiente ou ligeiramente aquecida. Irá beneficiar bastante a sua saúde.

4 – Alinhe-se com as estações do ano: Segundo a Medicina Chinesa, viver em harmoniacom a natureza é das melhores formas de evitar doenças. Sintonize-se com as estações doano e adapte-se ao que estas lhe oferecem.

5 – Conviva com a Natureza: No nosso dia a dia é comum esquecermo-nos que tambémpertencemos à natureza. Integre-se nela, aprecie os seus animais, plantas e paisagens everá que tudo muda.

6 – Faça exercício: Coloque-se em forma e reforce-se física, mental e espiri-tualmente. Dê caminhadas, ande de bicicleta, nade, faça ioga ou meditação emelhore progressivamente a sua capacidade cardiovascular e pulmonar.

7 – Evite atividades obsessivas: Tudo o que é em excesso é prejudicial, sejabeber, comer, desporto, falta de desporto ou até estudar em demasia. Eviteessas atividades obsessivas que provocam enorme desgaste no corpo.

8 – Controle as suas emoções: Tenha uma vida emocional estável, equilibrada e saudável.Fortes emoções podem gerar danos colaterais nos órgãos ou sistemas humanos.

9 – Pratique acupressão em si: A acupressão é uma técnica que estimula os pontos deacupunctura pela simples pressão. Pode ser feita com um dedo e ajuda a prevenirdoenças e estimula a circulação sanguínea. Numa fase inicial é melhor consultar umprofissional.

10 – Recupere a energia que gasta: De novo a alimentação e o descanso são extrema-mente importantes. Certifique-se que tem uma alimentação equilibrada e nutriente e odescanso adequado de forma a recuperar as energias que gasta no dia a dia.

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A PENSAR EM SI

Receitas de

5 estrelas

Receitas doCozinheiroPedro Carrilho

O cozinheiro Pedro Carrilho apresenta mais uma refeição gourmet. Saiba como con-fecionar Peito de Frango recheado com espargos e molho de vinho tinto e apresentepara sobremesa Banana Caramelizada .

Ingredientes para 1 pessoa- 1 Peito de Frango- 2 Espargos- 1 pimento verde- Salsa

Peito de Frango Recheadocom espargos e molho de vinho tinto

- Queijo da Ilha- Sal q.b- Pimenta q.b- Azeite q.b- Cominhos q.b

Para o molho:- Vinho Tinto 125cl- Açucar (2 colheres de sopa)- Canela q.b

Confeção:

Descasque e corte a banana ao comprido e depois corte em metade. Derreta a manteiga numafrigideira bem quente sem deixar queimar a manteiga. Coloque os pedaços de banana e polvilhecom o açúcar e uma pitada de canela. Deixe ganhar o tom do caramelo mas sem deixar cozinhardemasiado as bananas para não perderem a sua textura. Sirva com um sorvete (preferência delimão), para contrastar o quente e o frio desta sobremesa simples e deliciosa.

A PENSAR EM SI

Ingredientes: 2 pessoas

- 2 Banana;- Açúcar (2 colheres de sopa)- Manteiga (1 colher de sopa mal cheia)- Canela em pó

Banana Caramelizada

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Confeção do Peito de Frango Recheado com espargos e molho de vinho tinto:

Pouse o peito de frango, abra-o lateralmente em todo o seu comprimento até cerca de 2/3 de pro-fundidade e reserve. Se os espargos forem frescos coza-os cerca de 1 a 2 minutos depois de ferver aágua e retire a pele, se forem de lata pode corta-los logo em rodelas com cerca de 2 cm de espessura.Corte o pimento em cubos pequenos. Salteie os espargos e os pimentos em azeite e tempere comuma pitada de sal e outra de cominhos. Pique um molho pequeno de salsa grosseiramente.Corte um palito do queijo com cerca de 1cm de lado mas quase com o comprimento do peito defrango. Com uma colher e depois de salteados coloque os espargos e os pimentos dentro do peitode frango, a salsa e o queijo e feche-o com um cordel de cozinha ou com palitos de forma que orecheio não saia. Core o peito de frango dos dois lados em azeite bem quente. Pré-aqueça o forno a220º. Ponha o peito de frango no forno cerca de 15 a 20min. E sirva com arroz árabe ou com o purécom coentros da receita das gambas salteadas.

Molho:Coloque o vinho numa frigideira e deixe reduzir. Quando estiver a ferver coloque o açúcar e umapitada de canela. Vá mexendo até engrossar e ficar com a espessura pretendida (o ideal é a espes-sura do mel mas ligeiramente mais liquido.

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João Nicolau Melo Breyner Lopes nasceu a 30 de julho de 1940 em Serpa. É difí-cil não nos lembrarmos de ver Nicolau Breyner a representar na televisão portugue-sa. Aos 73 anos, é complicado contabilizar todas as personagens que interpretou natelevisão e no Cinema. Ganhou 3 Globos de Ouro na categoria de melhor ator esão muitos os projetos ainda por realizar. É conhecido por ter vivido a sua vidaintensamente mas há alguns começou a pensar nas vantagens de saber envelhecer.Saiba um pouco mais sobre o ator que já conta com mais de 50 anos de carreira.

O Ator Nicolau Breyner

- Muitos dos nossos leitores acompanharam grande parte da sua carreira. O que é que

as pessoas no geral julgam saber sobre o Nicolau Breyner que na verdade não sabem?

Não sei depois de 53 anos de exposição, é difícil haver algumas coisas que as pessoas não

sabem sobre mim. Tirando aquelas coisas que eu não digo, acho que sabem quase tudo sobre

mim. Toda a gente sabe que eu não nasci em Lisboa, que sou muito ligado ao campo, que não

gosto de cidades, não gosto de frio e só gosto de calor, que prezo a amizade… tanta coisa.

-- Como foi adaptar-se à vida da capital quando saiu de Serpa?

Quando se vem com a minha idade, as crianças adaptam-se com a maior facilidade. Eu

vim de lá com 9 anos, se bem que as minhas raízes estejam lá e volto sempre que posso.

Ao princípio foi estranho, era um miúdo que estava habituado a sair de casa, iam-me bus-

car para me levar à escola e depois fora disso montava à cavalo e andava pelos campos. E

de repente vejo-me numa cidade, a morar num andar que era uma coisa muito estranha

para mim, era uma espécie de gaiola sem horizonte. Mas depois habituei-me e tornei-me

numa criança, num jovem e num homem de lisboa como sou hoje em dia.

- Teve algum receio, na altura, de largar o curso de direito pelo conservatório?

Não, sempre fui uma pessoa muito pouco receosa, ainda o sou então nessa idade não tinha medo

de nada. Nessa altura tomava as decisões e ia com elas para a frente, por isso não me custou nada.

- Até hoje qual foi o papel mais difícil ou mais exigente de representar?

Não faço a mínima ideia, é uma coisa que não sei responder. Repare isto é como a música,

qual é a musica da sua vida? Não existe a música da minha vida quando se chega à minha

idade. Existem várias músicas da nossa vida. As músicas, tal como os papéis, têm a

importância que têm naquele determinado momento. Houve alturas que pensei que tinha

feito o melhor papel da minha vida, mas depois veio outro e outro, então deixei de contabi-

lizar isso. Consigo tirar prazer da maioria dos papéis que faço.

- Já afirmou, várias vezes, que para se representar as coisas devem surgir naturalmente, como

uma brincadeira. Acha que as pessoas se esforçam demais para representar?

Isso é uma boa pergunta, porque eu acho que isso acontece muitas vezes. As pessoas esque-

cem-se que estamos a brincar, é tudo no fundo um faz de conta que sou não sei o quê. E te-

NA ESPLANADA COM...

38 REVIVER

NA ESPLANADA COM...

mos que saber emocionar as pessoas e fazer o nosso melhor, isso sim é muito importante. Depois

há pessoas mais capazes e outras menos. Agora não vale a pena estarmos a pensar, agora tenho que

representar, tenho que fazer muita coisa… Não tens que fazer nada. Como disse um actor ameri-

cano, já não me recordo ao certo quem foi, mas disse para outro actor mais novo, quando ouvires

acção não tens que fazer nada, é só estar, deixa-te andar. É como eu costumo dizer, deixem fluir,

digam as primeiras frases e depois deixem fluir o papel.

- Mesmo tendo recebido 3 Globos de Ouro acha que faltam mais prémios que distingam o

talento dos artistas portugueses?

Nós somos muito avaros em prémios e muito pródigos em críticas. Devia haver mais prémios

e incentivos. Todas estas pessoas que optaram por deixar outras profissões, principalmente os

jovens, por esta arte que é um olhar sobre a vida de outra maneira, com uma lente que é fanta-

sia, deviam ser mais apoiadas, cuidadas e acarinhadas.

- Com mais de 50 anos de carreira, qual foi o maior elogio que recebeu profissionalmente?

Graças a Deus recebi muitos elogios. Recebi até hoje 32 prémios ou 33, não sei bem, estão arruma-

dos lá em casa nem sequer estão expostos. Na altura da primeira peça que fiz, era normal no outro

dia vir a crítica no jornal da mesma, eu fazia um papel pequenino. Então na crítica vinha a falar de

todos os atores famosos da altura e no fim dizia assim, e quanto ao rapaz que se estreou hoje em

palco, Nicolau Breyner, aquilo que o senhor faz não é representar é estar em casa. Portanto acon-

selho-o a mudar de profissão. Eu disse logo, isto é o melhor elogio que me podem fazer. Porque

eu queria brincar, sentir-me em casa, não queria representar. Quando disseram isso ganhei e o sen-

hor enganou-se, não mudei de profissão.

- Neste momento está a dar inicio a novos projetos na sua vida. Na sua opinião, o que faz

falta a Portugal são pessoas com iniciativas e ideias novas?

Nós temos talentos espantosos em Portugal em diversas áreas e todos os dias temos provas

disso, seja cá ou no estrangeiro. As iniciativas existem, tem é que ser acarinhadas por quem de

direito. Mas nós somos um país com um problema gravíssimo, temos 10 milhões de habitantes,

somos muito poucos, e por isso é que não é fácil termos preços acessíveis como em países que

têm 6 vezes mais habitantes que Portugal. Agora as pessoas precisam ser acarinhadas, não é

preciso dinheiro é só preciso boa vontade.

- Brevemente irá abrir ao público a Nicolau Breyner Academia. É possível, alguém reformado,

sem experiência, mas que acredite ter talento para representar inscrever-se na NBA?

Claro que sim, faz uma prova de ingresso como qualquer pessoa que queira frequentar o nosso

curso de 3 anos. Tem é que ter o equivalente ao 12º ano, senão vai entrar em matérias que são

completamente novas para eles. Além disso, existem módulos de 4 ou 8 semanas, que não é

necessário a prova de ingresso, qualquer pessoa pode fazer.

- Ouvimo-lo falar que começou a saber envelhecer. Qual é para si a fórmula de saber envelhecer?

Vamos lá ser claros, envelhecer é das piores coisas do mundo. Pois envelhecer não é fácil. Saber envel-

hecer é só para alguns, é preciso ter uma grande bagagem. Aquilo que nós adquirimos ao longo da vida,

os afetos, a sabedoria, o bem-estar, a saúde, é isso que nos vai fazer saber envelhecer melhor ou pior.

Agora há que saber envelhecer. O grande passo é assumir em frente ao espelho que eu sou velho.

Aconselho toda a gente a ter a coragem de assumir a velhice. Agora dentro disto há imensas coisas

para fazer. Sou velho, mas não estou morto, sou velho não é estou incapaz, sou velho mas posso ser

um gajo brilhante. isso é que é muito importante.

- O que é que acha que falta aos seniores portugueses para envelhecerem melhor?

Acho que há falta de apoio aos velhos e não são só aos portugueses. Aqui há dias vi uma coisa lindís-

sima. Em Cabo Verde, houve um enorme sentimento de revolta por ter aberto um lar para a Terceira

Idade. Porque para eles isso não faz sentido, a minha mãe ou o meu pai vai para um lar? Acharam

uma coisa insultuosa e ficaram chocados, mas isso é um sinal dos tempos modernos. Mas isso está

ligado à forma de como fazemos as coisas e aí o problema não é dos lares e sim das famílias, de como

são capazes de descartar as pessoas. A cultura do mais velho perdeu-se na cultura ocidental,

europeia e americana. Nas outras culturas o velho é o respeitado, o sábio. Eu queria que tivéssemos

mais respeito para com as pessoas mais velhas, sobretudo por tudo aquilo que já nos deram.

- E o que é que acha que falta a Portugal?

Falta dinheiro como todos nós sabemos, gastamos demasiado dinheiro durante muito tempo. Nós

andámos com políticas desajustadas, a achar que eramos ricos e depois apercebemo-nos que não

eramos. Somos um país pobre, que saiu da agricultura e da pesca porque a CEE disse-nos que era mau

e agora somos acusados de não termos meios. Nós somos um país de agricultores, pescadores, com-

erciantes e isso não tem mal nenhum. Agora regressamos à origem mas com um upgrade, a exportar

e a melhorar os nossos produtos por este mundo fora. E isso sim é óptimo. Temos um país notável,

eu digo sempre, férias passo em Portugal, tem tudo aquilo que eu quero. Nós vamos sair desta crise.

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"Todos caem mas apenas osfracos continuam no chão”

Bob Marley

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O Passeio dos Nobres

MENTE SÃ; CORPO SÃO

O tempo não estava muito convidativo mas decidimos arriscar. Ouvimos falar duma bela casa

apalaçada na Sobreda, que pertenceu a uma família nobre e que estava agora ao cuidado da CâmaraMunicipal de Almada. Depois de almoço, ali nos encontrávamos nós, debaixo de chuva miúda, defrente para a imponente entrada do Solar dos Zagallos, antiga casa da família Zagallo. Do outro lado do portão, a antiga propriedade rural recebe-nos com um amplo pátio e uma notáv-el escadaria que nos aliciava a visitar os salões principais. A visita é gratuita ao público, e recebidospelos funcionários responsáveis, dão-nos autorização para livremente visitarmos este enorme e beloedifício, assim como os jardins que o rodeiam. A propriedade, adquirida e recuperada pela autarquia, é hoje um polo histórico e cultural da comu-nidade da Sobreda. Onde outrora habitou a nobre família, existem agora espaços de criação edescoberta, com oficinas e exposições que propõem à comunidade formas de descobrirem os seusvalores pessoais e coletivos. Outras divisões mantêm-se fiéis ao seu passado, como é o caso dapequena capela interior, conhecida como Capela de Stº António, forrada a azulejos representativosde cenas religiosas e profanas mas também com ricas talhas ornamentais. Visitando divisão a divisão, damos de caras com uma divertida exposição de marionetas que rep-resenta a noite de consoada e divide-se em três momentos; a construção de uma horta e recolha dosalimentos; a confeção dos alimentos e por fim a ceia de Natal. Todas as marionetas moldadas embarro, foram feitas por 12 famílias e certamente palco de um bom momento entre pais e filhos.

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De facto, um dos objetivos deste local é esse mesmo, disponibilizar às crianças um espaço onde pos-sam dar azos a toda aquela criatividade que só os mais pequenos têm. Aqui no Centro de ArtesTradicionais do Solar, existe um núcleo de pedagogia e animação, de exposição e um núcleo de doc-umentação. É comum receberem escolas para disfrutarem das oficinas e de todo o ambiente cultur-al que nele podem encontrar. Subindo ao 1º andar, encontramos uma bela coleção de olaria tradi-cional portuguesa, doada à autarquia e exposta gratuitamente para quem a quiser visitar. Peçascomo barris, saladeiras, figuras decorativas, bilhas, assadeiras, cântaros, boiões, talhas de água entreoutras, mostram-nos toda a beleza e arte dos antigos oleiros portugueses, fazendo-nos recuar aosséculos passados, antes de todas as mordomias, tecnologias e facilidades que hoje existem. Apressamo-nos a ver as restantes divisões, mas este edifício parece não ter fim. Passamos porescritórios, salões e até uma cozinha e sala de refeições que certamente não conseguimos encon-trar nas casas modernas. Todas as divisões são de alguma forma diferentes, mas sempre muitoricas e trabalhadas. O que mais nos impressiona nesta casa são os tetos e sempre que atraves-samos uma porta não conseguimos evitar de olhar para cima. A riqueza arquitetónica do Solar équase como desfolhar um álbum de fotografias, cada divisão tem as suas particularidades, os seusdetalhes, com tetos sempre diferentes mas lindíssimos. Quando os tetos não têm nada a mostrar,então uma parede de belos azulejos marca a sua presença.

Os nossos olhos passam a pente fino todos os cantos da casa, até que nos encontramos agora dentro dosalão, no cimo das escadarias. Na parte de fora podemos ler num azulejo “Se vens com Deus, nuncaadeus te direi”. Decidimos então dizer adeus ao interior da antiga casa, e ir com Deus até aos seus belosjardins. De volta ao pátio, um canteiro de amores-perfeitos indica-nos o caminho até aos jardins, à dire-ita das escadarias. Aqui, encontramos um óptimo espaço para relaxar e para estar em harmonia com anatureza. Plantas, pássaros, flores e árvores que certamente viram ali passar várias gerações, dão vidaao enorme jardim. Com vários bancos para quem quiser descansar e disfrutar da pureza daqueleespaço, está também uma pequena capela exterior e um lago. Nas traseiras da casa, encontramos maisum pequeno jardim, uma estufa, um pomar com laranjeiras e limoeiros, um antigo estaleiro e um anti-go bar, que estavam ainda por recuperar. É imenso o tamanho desta propriedade, e apenas nas traseirasse encontram algumas ruínas, o que também dá beleza e antiguidade à Quinta dos Pianos. A chuva que insistia em não parar não nos deixou aproveitar a paz que estes jardins transmitiam, mas foimais enriquecidos que saímos do Solar, não escondendo uma inveja saudável do que pôde usufruir afamília Zagallo. Sabemos que é um pecado mortal, mas é certamente partilhado por qualquer pessoa quevisite este belíssimo espaço. À autarquia que soube aproveitá-lo e recuperá-lo deixamos os nossos parabénspelo esforço em manter tal património, que nos deixou curiosos em visitá-lo no auge da primavera. Aos nossos leitores, deixamos a sugestão que também o façam. A beleza e a cultura não são gratuitas em todo o lado.

MENTE SÃ; CORPO SÃO

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

A maioria de nós tem a tendência em preocupar-se apenas em exercitar o físico, esquecendo-se que o

cérebro é que comanda o nosso corpo. A Neuróbica é conhecida como a ginástica para o cérebro, estadefende que praticada regularmente irá treinar, estimular e desenvolver a sua mente. Recentemente, aNeurociência revelou que o cérebro mantém a capacidade de crescer e mudar o padrão das suasconexões. Para muitos seniores, que deixaram a sua mente ficar sedentária, esta atividade pode retardarou prevenir várias doenças, como o Alzheimer e algumas demências e transtornos mentais. E se pensa que está fora do seu alcance desengane-se. A prática desta atividade pode ser feita sem qual-quer tipo de custo e em qualquer local. A maioria dos exercícios não vão acrescentar novas atividades àsua rotina, apenas propõem-lhe realizá-las de forma diferente. Se está um pouco confuso com o queacaba de ler, apresentamos alguns exercícios e os benefícios que a Neuróbica irá trazer à sua vida.

Neuróbica para seniores

10 exercícios de Neuróbica para fazer diariamente:1.– Rotinas diárias ao contrário: Use o seu relógio de pulso no braço direito,escove os dentes com a mão esquerda, troque o rato do computador para o ladooposto, ande em casa de trás para a frente.

2.– Quando for dar o seu passeio diário, experimente optar por caminhos difer-entes que vão dar aos locais que costuma frequentar.

3. – Veja uma revista e procure uma fotografia que lhe chame a atenção. Olheatentamente e tente descrever o tema da fotografia com 20 adjetivos diferentes.

4. – Agarre num livro e escolha uma frase ao seu critério. Com as mesmaspalavras forme uma nova frase.

5. – Quando for ao café, repare nos objetos decorativos que estão no estabele-cimento. Feche os olhos e tente enumera-los.

6.– Se não tiver em casa um puzzle, peça um a alguém conhecido. Tente com-pletar o puzzle no menor tempo possível, no final registe quanto tempo demor-ou. Tente novamente mais tarde e veja se conseguiu evoluir.

7. – Quando comer uma refeição que não foi confecionada por si, tente desco-brir pelo aspeto visual e pelo paladar quais os ingredientes usados. No final con-firme com a pessoa que confecionou o prato se está correto.

8. – Escreva uma palavra que ouviu, agora pense em 5 palavras que comecempela mesma letra. Faça isso a várias palavras ao longo da semana.

9.– Todos os dias escolha uma palavra nova. Com 2 dicionários de línguasestrangeiras procure a palavra escolhida e decore como se diz e escreve nas out-ras línguas. Exemplo: A palavra “sempre” em inglês escreve-se “always” e emfrancês “toujours”.

10. – Hoje em dia existem inúmeros jogos que permitem exercitar a mente.Experimente algum que nunca tenha jogado.

O fitness que vai melhorar o seu cérebro

SEMPRE

ALWAYS

TOUJOURS

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

A Neuróbica permite-nos desenvolver partes específicas do nosso cérebro com simples exercí-cios. A nossa tendência a não estimular a mente como devíamos, pode acabar por criar algumaslesões e antes que isso aconteça, saiba como trabalhar as áreas fundamentais do nosso cérebro.

Lobos Frontais do Cérebro – São responsáveis pelo planeamento e pela nossa criatividade.Experimente um exercício bastante simples de efetuar. Sente-se no seu sofá, coloque-se deforma confortável e imagine uma história de como seria viver no futuro ou no local completa-mente diferente daquilo que está habituado. Para trabalhar melhor a criatividade, tente escrev-er ou desenhar essa história. Com esta atividade irá afastar-se do presente para um mundoimaginário. Quanto mais ricas forem as histórias e as imagens que criar na sua mente, melhorfará às células nervosas envolvidas.

Memória – São vários os exercícios que já existem para trabalhar a memória. O mais fácil deiniciar, mas com alguma complexidade, é reconstruir mentalmente a história da nossa infância.Este exercício vai envolver quase todo o cérebro, por isso é importante que tente juntar todas asrecordações e escreve-las de forma coerente. Ao mesmo tempo tente relembrar os cheiros, ossons, as cores e todos os seres vivos que fizeram parte dessa altura da sua vida.

Hemisfério esquerdo do cérebro – Esta envolvido nos nossos raciocínios lógicos. Para fazereste exercício em casa, vai ter que puxar pela sua própria imaginação. O objetivo é transformarmentalmente o peso, a textura, a forma e a medida dos objetos que conhece. Pense por exemp-lo num ananás quadrado com anéis à volta como o planeta Saturno. O importante não é o sen-tido e sim ter a capacidade de dar novas formas aos objetos que conhecemos.

Perceção – Melhora as nossas áreas sensoriais. Um exercício simples que pode fazer é levar 5 obje-tos consigo para o sofá. Feche os olhos e vá visualizando mentalmente cada um. Use as mãos, otato, para conseguir perceber e analisar cada textura, ângulo, forma, peso e temperatura.

Córtex Cerebral – O objetivo de trabalhar o córtex é melhor a sua perceção visual. Por issoagarre numa caneta e numa folha de papel e fecho os olhos. Tente escrever o seu nome todo. Deseguida tente escrever várias palavras, aumentando o grau de dificuldade até começar a fazerfrases mais complexas. Não se preocupe com o resultado final do exercício, o importante é con-seguir levar o córtex visual a esforçar-se.

Sugestões REVIVERDevido à curiosidade e preocupação de inúmeras pessoas pelo mundo inteirocom o fitness cerebral, várias empresas criaram soluções que ajudam a estimu-lar o cérebro. Deixamos-lhe aqui algumas sugestões para si.

Nintendo Brain Age Um jogo dedicado aos seniores que tem como objetivo a trabalhar funções cog-nitivas.

Lumosity Um software gratuito durante sete dias, para verificar a eficácia do mesmo.Este tem diversos jogos consoante a função cognitiva que quer trabalhar e podeacompanhar a sua evolução.

Para profissionais que trabalhem junto da população sénior deixamos-lhe estessites com inúmeras soluções:http://www.easysurf.cc/menu.htm http://www.brainist.com

Para quem é utilizador das redes sociais, principalmente do Facebook, existeminúmeros jogos de estratégia, puzzles e jogos de memória que vão estimularbastante o seu cérebro, visto a dificuldade ser maior a cada nível.

O importante não é qual a solução que escolhe para exercitar o seu cérebro,mas sim a vontade e a persistência que tem sempre que inicia um novo exercí-cio. Divirta-se e os resultados irão aparecer com o tempo.

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

10 Vantagens empraticar meditação

A Medicina Ocidental já se rendeu aos benefícios cientificamente comprovados pelameditação, técnica oriental com mais de 2500 anos. Meditar significa desligar-se doMundo exterior e voltar a atenção para si próprio, algo que no Mundo atual não é tãocomum, já que vivemos rodeados de stress e distrações. Certo é que vários estudosmostram que a meditação pode alterar a nossa própria fisiologia e prevenir-nos contravários problemas, próprios ou não da idade. Já é uma prática reconhecida e incorpora-da na medicina convencional de vários países.

A REVIVER apresenta-lhe 10 vantagens em praticar meditação:

- Diminui insónias e melhora o sono

- Melhora a postura e a respiração

- Aumenta a boa disposição e o bom humor

- Combate a solidão

- Reduz o stress

- Ajuda a diminuir as dores crónicas

- Redução da pressão sanguínea

- Diminui a tendência em comer em demasia

- Fortalece a memória

- Controla a ansiedade e a raiva aumentando a nossa tolerância

Apenas quando tentamos acalmar a mente, é que nos podemos aperceber de quão sobrecarrega-da ela é. Facilmente somos distraídos por memórias, sons, sensações físicas, e pensamentos. Essarebeldia mental é o obstáculo da meditação, que depende de vários fatores para ter sucesso. Onosso estado mental, nível de stress ou cansaço físico, são influências diretas à prática meditati-va, e torna algumas sessões boas e outras nem tanto, mesmo para pessoas mais experientes. Éimportante reconhecer cada estado mental e cada distração se queremos ser bem-sucedidos.Força de vontade e persistência também são fatores importantes para que não nos deixemosvencer pela frustração de sessões menos conseguidas. Como diz o provérbio “a prática faz omonge”. Não crie grandes expectativas iniciais, seja paciente e gentil consigo mesmo.

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MENTE SÃ; CORPO SÃO

Baseados nos conhecimentos partilhados pelo Mestre Budista Thubten Lhundrup,apresentamos algumas das técnicas básicas para que possa começar a meditar e mel-horar a sua qualidade de vida.

O AMBIENTENão é preciso muito para se meditar, e qualquer espaço serve. É bom no entanto ter um espaçopróprio para o fazer. Deve ser um lugar confortável, limpo, organizado e o mais isolado pos-sível de distrações. Pode usar objetos que adornem o ambiente, como por exemplo fotos ouincensos, desde que não se tornem numa distração.

COMO MEDITAR

1 - Deve estar confortável para evitar que esteja sempre a movimentar-se, mas não tão con-fortável ao ponto de adormecer.

2 - Cruze as pernas sentado numa almofada, ou sente-se numa cadeira.

3 - Com as palmas das mãos viradas para cima, coloque a mão direita sobre a esquerda e aspontas dos dedos polegares a tocarem-se ligeiramente. As mãos descansando sobre o colo.

4 - As costas direitas mas não rígidas ou tensas que possam criar desconforto.

5 - Relaxe o maxilar e incline a cabeça ligeiramente para baixo.

6 - Os olhos fechados ou ligeiramente abertos, sem se focarem em nada

7 - Mantenha os ombros nivelados e os cotovelos ligeiramente afastados do corpo.

8 - De modo a acalmar a mente e a aumentar a concentração, foque-se na sua respiração.Concentre-se enquanto o ar entra e sai do corpo e na sensação que lhe provoca.

9 - Quando as sensações de paz e tranquilidade aparecerem, tente focar-se nelas o máximopossível. Se se distrair ou perder essas sensações, volte a focar-se na respiração.

10 - Pode ficar surpreendido com a facilidade com que se distrai, mas não se zangue ou deixevencer pela frustração. Compreenda essas distrações, e volte a concentrar-se e a tentar de novo.

11 - Nesta fase irá perceber que existem vários tipos de distrações. Pensamentos, visões, sons,dores, comichões, boas ou más memórias, e até coisas em que já não pensava há muito tempo.Caso se esteja a distrair demasiado facilmente, perceba que isso faz parte da natureza humana.

Como dissemos anteriormente, uma sessão meditativa bem-sucedida depende de vários fatores,como a saúde, o cansaço ou o stress. Se não estiver a resultar, aproveite para dar um passeio aoar livre, respirar ar puro, acalmar-se e volte a tentar mais tarde.Se tiver dificuldades em obter sucesso, hoje em dia já existem vários centros e profissionais ded-icados à meditação que o podem ajudar.

“A sabedoria aparece através do esforço, e desaparece através da falta dele.Percebendo estes dois caminhos de crescimento ou declínio, devemo-nos predispor

para que a nossa sabedoria aumente” – Buddha

Tem histórias de vida para contar?

Se leu as seis edições anteriores da REVIVER, certamente apercebeu-se quededicamos um espaço exclusivo para os nossos leitores e protagonistasfalarem sobre as suas experiências de vida. Se gosta de escrever ou tem algumas histórias que se enquadrem no con-texto da nossa revista, não hesite em contactar-nos. Todos os testemu-nhos e sugestões são importantes para nós.

Entre em contacto connosco da maneira mais cómoda para si, seja por cartaou email. Seja qual for o meio que opte, deve indicar sempre o seu nome,morada, contacto, idade e a história que gostaria de ver publicada sobre si naREVIVER, que deve começar sempre por “No meu tempo...”.

ContactosSede Revista REVIVERRua da Esperança Lote 2B2835-483 Santo António da Charneca, BarreiroTelefone : 212169069email : [email protected]

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REVISTA REVIVER

Nasci em Pinheiros, no Concelho de Tabuaço em Viseu. Vivi até aos meus 18 anos com os

meus pais e os meus 9 irmãos. Naquela pequena terra, entre a serra e o vale onde as vinhas ea água do rio são uma presença habitual, não havia grande riqueza. Os meus pais trabalhavamnas vinhas de sol a sol para sustentar os seus rebentos. Nunca havia muito para comer, asroupas eram poucas e passavam de uns para os outros. Nem todos tivemos oportunidade deir à escola ou de ter brinquedos. Mas os meus pais, mesmo trabalhando 10 horas por dia, sem-pre conseguiram reunir toda a família à mesa para cada um contar como tinha sido o seu dia.À noite, iam-nos aconchegar à cama e aos mais despertos ainda contavam uma história paradormir. Sempre nos ensinaram a ser unidos e que não há nada mais importante que a família. A minha mãe faleceu a dar à luz o meu 10º irmão que também não resistiu. Lembro-me depensar que não íamos conseguir viver sem ela, mas o meu pai foi forte o suficiente para nosmotivar a seguir em frente. Para o ajudarmos, os mais velhos foram trabalhar e eu fiquei atomar conta dos meus irmãos mais novos. A minha irmã Rosa, que era um ano mais nova queeu, sucedeu-me na educação dos pequenos quando fiz 18 anos e casei-me. Embora tenha per-dido a minha mãe cedo, o conceito da família Sousa nunca mudou. Sempre lutamos para ter-mos uma família unida e harmoniosa, e conseguimos. Com o casamento, fui viver para o Porto. A família do meu marido não se falava, o tempo eracinzento e nunca me senti em casa. Mesmo distante, sempre que podia, ia ver a minha famíliae todos os dias mantinha o contacto por telefone e eles sim, preenchiam-me o vazio que tinhaficado. Criei os meus 4 filhos com os mesmos valores que os meus pais me passaram. Emborativessem os seus pequenos conflitos sempre foram muito amigos e confidentes. O meu maridotrabalhou grande parte da infância dos filhos no estrangeiro, vinha duas ou três vezes por anoa Portugal. A relação entre eles os cinco sempre foi fria e eu nunca consegui mudá-la, mas elesempre foi uma pessoa fria com todos. A minha sogra foi para um lar pois ninguém quis tomarconta dela, eu ofereci-me mas o meu marido foi contra. Aquela situação tirava-me o sonomuitas vezes e nunca consegui entender como é que se abandona uma mãe assim. Após duas semanas do casamento da minha filha mais nova, o meu marido foi trabalhar paraMoçambique e nunca mais voltou. Não vou dizer que foram tempos fáceis, porque não foram.Mas a minha filhota mais nova nesse natal fez-me uma proposta. “Mãe, eu e os manos tivemosa falar e como tu sabes todos nós já temos a nossa vida encaminhada, porque é que não voltaspara terra que é lá que te sentes bem? Nós vamos visitar-te sempre!”. Depois de muita insistência, decidi voltar a Pinheiros para junto do meu pai que já estava bemvelhinho e dos meus três irmãos que nunca tinham saído de lá. Nos primeiros anos, recebemosvárias vezes a visita dos meus filhos e netos. Senti-me realizada por ter conseguido criar estelaço entre todos, ver o meu pai a sorrir com os netos e os bisnetos. Depois de ele falecer, só voltei a ver a minha filha mais nova frequentemente, todos os outros nuncamais regressaram no Natal nem de férias. Sei que a vida por vezes tem destas surpresas, mas o quemais me dói é não conhecer alguns dos meus netos, mas pelo que sei nem os meus próprios filhosos conhecem realmente. Pouco falam e quando o fazem é para discutir ou pedir dinheiro. Não háentreajuda, demonstrações de amor e muito menos preocupação uns com os outros.Hoje as pessoas estão demasiado ocupadas para amar e respeitar a própria família. Não seicomo será no futuro, mas felizmente não estarei cá para assistir. E quando penso onde é que euerrei? Penso na minha filha Luísa, teve a mesma educação dos outros seus três irmãos, que éuma joia rara, um ser bondoso, uma alma pura que tem todos os valores que lhe passei e mais

alguns que ela adquiriu por si mesma. Faz-me acreditar que eu não errei assim tanto eposso-me considerar abençoada em ter aquele anjo na minha vida aos 76 anos. A todos vós que estão a ler isto, digo o mesmo que o meu pai me dizia: “Sozinhosnunca serão fortes o suficiente para enfrentarem a vida, a união faz a força e nadanem ninguém é capaz de derrubar uma família unida”.

Esmeralda Sousa

Havia outro conceito de família

NO MEU TEMPO

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BREVES

ESCADAS DO AMOR

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Nas montanhas da China existem umas escadas, que guardam segredo de uma incrível demon-stração de amor. Com 6 mil degraus, demorou 50 anos a ser construída por Liu. Tudo começou quan-do, aos 19 anos apaixona-se por Xu, uma mulher 10 anos mais velha. O seu amor não era visto combons olhos na sociedade chinesa, e decidem então fugir para as montanhas em Jiangji County. Passam o resto da vida a morar numa caverna, sem dinheiro, comida ou eletricidade. Para con-seguirem sobreviver, alimentavam-se de plantas e raízes e construíram uma lamparina de óleo para-fina. Tinham ainda de descer e subir a montanha íngreme em que viviam. Foi então que Liu decidiudedicar 50 anos da sua vida a construir umas escadas para facilitar a vida à sua amada. Viveram mais de meio século num amor incondicional, que sobreviveu à falta de condições e confor-tos das cidades e sociedades convencionais. Prova do seu amor são os 7 filhos que o casal criou e oslindos 6 mil degraus construídos no meio de uma montanha que serve hoje como ponto turístico paraa região, conhecidos como “Escadas do Amor”. Liu faleceu em 2007 e a sua amada Xu deixou-nos poucos anos depois.

BREVES

Não é novidade que muitos cientistas têm tentado encontrar novas soluções para os doentes deParkinson. Esta doença destrói lentamente a capacidade do cérebro ter controlo sobre os músculos,tendo como consequência afetar de forma significativa a mobilidade dessas pessoas. Foi a pensar nes-sas pessoas que os pesquisadores da Clínica Mayo, na Flórida, criaram um dispositivo a laser queproporciona aos pacientes que perderam algumas capacidades locomotivas voltarem a caminhar. O dispositivo foi batizado pelo seu criador, Jay Van Gerpen, de Mobilaser e é um andarilho que temum laser fixo, que faz aparecer uma linha luminosa vermelha no chão. Essa luz ao fornecer uma indi-cação visual faz com que os doentes concentrem-se na linha e não no processo de caminhar. É essesimples facto que resolve todo um processo neurológico. “Há uma parte do cérebro responsável pelomovimento do início de uma caminhada, no córtex pré-frontal, nos gânglios da base, e se essas áreasficam danificadas, os sinais para iniciar o movimento não têm como chegar ao córtex motorprimário,” afirma o neurologista Van Gerpen. Ao observar e tentarem seguir a luz vermelha, ospacientes acabavam por se concentrarem numa tarefa diferente de caminhar. Jay Van Gerpen con-seguiu aproveitar as partes do cérebro que ainda estão em bom funcionamento para ajudar a com-pensar as que já não estão. Até à data, o neurologista afirma que, a maioria dos seus pacientes apre-sentaram melhorias na sua mobilidade. Em 2010, Jay Van Gerpen falou com Wayne Puckett, que sofre de Parkinson e não se conseguiamover sem ser na sua cadeira de rodas. A doença tinha danificado as conexões entre o seu cérebro eos músculos das suas pernas. Ao ouvir o nerologista que lhe falou numa possível solução para o seuproblema, Wayne não acreditou. “Ele disse-me que existia uma pequena linha vermelha que seriacapaz de me fazer andar novamente. Eu achei que era impossível”. Quatro anos mais tarde, WaynePuckett afirmou que este novo dispositivo mudou a sua vida. A simplicidade do aparelho prometeuma melhor qualidade de vida aos doentes de Alzheimer, que poderão conseguir o dobro da veloci-dade a movimentarem-se, segundo os dados da Clinica Mayo.

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Aparelho melhora a mobilidade a doentes de Parkinson

BREVES

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Jacky O’Shaughnessy modelo de lingerie

A beleza e a sensualidade não têm prazo de validade, que o diga Jacky O’Shaughnessy, queaos 62 anos continua a ser uma das modelos que posam para a marca de roupa AmericansApparel. A sua primeira campanha fotográfica saiu em 2012, onde Jacky é vista completa-mente vestida promovendo peças de roupa desportiva. No entanto, na sua nova campanhapara a linha de lingerie, mostra-se livre de preconceitos, vestindo apenas roupa interior.Não é comum ver-se modelos fotográficas de meia idade a promover linhas de lingerie, mas,desde que a Americans Apparel partilhou a campanha nas redes sociais, as fotos de Jackyforam muito apreciadas e receberam comentários muito positivos, inclusive de mulheres quese sentiram inspiradas por O’Shaughnessy. Aos 62 anos, numa entrevista para Fashionista.comJacky diz “Li muitas vezes que ser modelo é no mínimo insipido. Eu descobri que é cativantee criativo. Requer energia e capacidade de comunicar sem utilizar palavras”. No Mundo da moda que muitas vezes parece fugaz e competitivo, Jacky é o exemplo de comoo conceito de beleza é tão relativo que não podemos dar-nos ao luxo de rotulá-lo por precon-ceitos como por exemplo, a idade.

Lugares Esquecidos

PALÁCIO DE COINA

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FOTO-REPORTAGEM

BAÍA DO SEIXAL

CINEMA PARIS

PROPRIEDADE EM PAIO PIRES

CUF - BARREIRO

CUF - BARREIRO

CUF - BARREIRO

CUF - BARREIRO

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Ainda ontem estive a caminhar por um dos bairros tradicionais lisboetas. Desci e subi

aquelas escadas tantas vezes, mas não consigo deixar de pensar que falta ali a presença daDona Susete. Costumava estar sempre à janela do seu 2º andar a gritar para a vizinhança,“amigas não deixem que a vossa vida se torne num clichê como a minha”. A velha louca, como era conhecida no bairro, chegou-me a contar a sua história mais queuma vez. A dona Susete vivia sozinha há mais de 40 anos. Ficou viúva bastante cedo e oseu único filho trocou Portugal pela Suíça em busca de melhores condições de vida. Nosúltimos dez anos só viu a sua família duas vezes e poucas eram as razões que a faziam sairde casa. Sentia-se completamente só, mas tinha plena consciência que tinha sido ela a afas-tar os poucos amigos que fez. Sofria de uma depressão grave, mas confessou-me que nuncateve coragem de sair do seu pequeno mundo e enfrentar a vida. Do seu Porto Seguro, a sua janela, falava com várias pessoas. Na realidade poucas eram aque-las que lhe respondiam. Mas alguns meses antes de falecer ouvia dizer para um senhor, “aminha vida resume-se a uma cassete velha que todos os dias rebobina. Já deitei fora a cassete,ontem comecei a dar os primeiros passos para voltar a ser feliz.” Lembro-me de estar sentadanaquelas escadas à espera do autocarro a ouvir esta conversa. Virei-me e olhei para cima àprocura da Dona Susete na janela, mas ela não estava lá. Estava a 10 metros de mim à porta dasua casa com um grande sorriso no rosto. Foi a única vez que a vi sorrir e a última vez que a vi. É quase impossível para mim não deixar de refletir sobre a história daquela velha senhora.Quantas donas susetes existirão por este mundo fora? Com depressões graves ou sem elas? Averdade é que muitos de nós deixamo-nos levar por uma monotonia extrema que condicionatoda a nossa vida. E parece tão fácil mudar aquele rumo, mas não é bem assim. É preciso tervontade de sair da nossa zona de conforto e enfrentar o desconhecido. Nunca é tarde para par-timos em busca dos nossos sonhos e alcançarmos a felicidade plena. Não devemos é deixar asnossas metas hipotecadas e partirmos deste mundo com uma vida inacabada. Todos os diastemos uma nova oportunidade de começar de novo, basta querermos. Não sei porquê mas vi-me tentada a saber a opinião das pessoas sobre quem me inspirou paraesta crónica. Por isso ontem, enquanto estava a descer aquela escadaria, parei em frente à portada Dona Susete e toquei à campainha da porteira. Ela abriu a porta meio desconfiada e pergun-tou-me o que eu desejava. Pedi desculpa pelo incómodo e perguntei de seguida se a Dona Suseteestava em casa. A porteira respondeu-me rudemente “Quem? A velha louca? Essa já morreuhá algum tempo”. Virou-me as costas e enquanto se preparava para fechar a porta, pergun-tei-lhe se me sabia dizer do que tinha falecido. Num tom de voz mais grave respondeuenquanto fechava a porta, “sei lá, acho que morreu com um clichê”. É difícil não achar estasituação caricata. No entanto, não posso afirmar que não seja verdade. Será que a DonaSusete conseguiu fugir ao cliché que era a sua vida? Será que ela com aqueles primeiros pas-sos chegou a alcançar a sua meta? Eu não sei e acho que nunca irei saber. Apenas posso transmitir a sua mensagem por outras palavras e sem gritos de um segundo andar.Mesmo que pareça que já não há volta dar, acreditem, a vossa vida não tem que ser um clichê.

Natacha Figueiredo

A vida não tem que ser um clichê

crónica

TarotHoróscopo Bimensal

Rodolfo Miguel de Figueiredo

CarneiroDe 21/03 a 20/04Cartas do Mês de MarçoO Mago e o Nove de Paus

Amor – Vai ter uma maior necessidade dese fazer ouvir. A comunicação é funda-mental neste momento.

Saúde –Proteja a sua garganta de infecções.

Dinheiro – No trabalho, utilize todos osseus recursos pessoais. As suas aptidõesvão ser determinantes.

Cartas do Mês de AbrilA Lua e o Dez de Espadas

Amor – O afastamento do seu parceiropode acentuar os comportamentosdepressivos. Procure ajuda.

Saúde–Pode ser chamado para uma cirurgia

Dinheiro – Esperam-se algumas dificul-dades e atritos no seu local de trabalho.Resguarde-se e não desanime.

TouroDe 21/04 a 20/05Cartas do Mês de MarçoO Julgamento e o Rei de Paus

Amor – Vai ter de resolver um litígio entreo seu parceiro e a sua família. O diálogoserá determinante.

Saúde–Um problema ósseo poderá agravar-se

Dinheiro – Os negócios familiares estãoprotegidos, porém, tem de saber lidar comalguma autoridade.

Cartas do Mês de AbrilA Força e o Ás de Ouros

Amor – Vai sentir-se apaixonado. Apostena sensualidade e crie momentos de intim-idade.

Saúde - Proteja-se de lesões musculares.

Dinheiro – É um período de estabilidadefinanceira. Aproveite para investir na suaevolução profissional.

GémeosDe 21/05 a 20/06Cartas do Mês de MarçoO Eremita e o Três de Paus

Amor – Vai sentir que o seu parceiro umpouco distante. Recorra aos amigos, poisserá passageiro.

Saúde - Proteja-se de quedas e de acidentes.

Dinheiro – Vai sentir-se desligado do seuambiente profissional. Cuidado com os gas-tos supérfluos.

Cartas do Mês de AbrilA Sacerdotisa e o Quatro de Ouros

Amor – Pode sentir-se um pouco reserva-do e com a necessidade de ter algumtempo só para si.

Saúde Tente fazer uma visita a ginecologista.

Dinheiro – Aproveite para poupar algumdinheiro, pois vai precisar de investir naformação profissional.

CaranguejoDe 21/06 a 21/07Cartas do Mês de MarçoA Morte e o Nove de Copas

Amor – A sua vida amorosa pode sofreruma enorme transformação. Abrace amudança e avance.

Saúde - Pode vir a fazer uma cirurgia estética.

Dinheiro – Espera-se um aumento derendimentos, todavia, vai ter de investirnuma modelo de poupança.

Cartas do Mês de AbrilO Imperador e a Rainha de Paus

Amor – Um temperamento intempestivoe algo colérico pode trazer-lhe grandesdissabores.

Saúde - É período propenso a enxaquecas.

Dinheiro – Lembre-se que existe umadiferença entre autoridade e autoritaris-mo. Aprenda a moderar-se.

LeãoDe 22/07 a 22/08Cartas do Mês de MarçoO Louco e o Dois de Ouros

Amor – O seu desejo de liberdade podetrazer-lhe alguns dissabores. Cuidadocom as dualidades.

SaúdeCombata o nervosismo com o exercício

Dinheiro – Uma mudança de local de tra-balho ou uma transferência podem tornar-se prejudiciais.

Cartas do Mês de AbrilOs Enamorados e o Seis de Copas

Amor – Vai ter de definir o que sente. Sequer uma relação sem compromisso,então deixe isso bem claro.

SaúdeProteja os brônquios de uma infecção.

Dinheiro – Vai ter de escolher entre umtrabalho que lhe dá prazer e outro que émelhor remunerado.

VirgemDe 23/08 a 22/09Cartas do Mês de MarçoO Diabo e o Valete de Espadas

Amor – Não descarregue no seu parceiroas suas frustrações. Invista na renovaçãoda paixão.

Saúde - Vigie a sua tensão arterial.

Dinheiro – Pode sentir alguma tentaçãoem gastar mais do que deve. Seja pru-dente e poupe um pouco mais.

Cartas do Mês de AbrilO Enforcado e o Ás de Copas

Amor –A realização de um sonho podeestar para breve. Os sacrifícios do passadoestão a chegar ao fim.

Saúde - Uma pequena entorse pode piorar.

Dinheiro –Existem momentos é em que émelhor esperar pelas oportunidades doque apostar na acção.

BalançaDe 23/09 a 22/10Cartas do Mês de MarçoA Estrela e o Dez Espadas

Amor – Um relacionamento vai passar porum período difícil. Acredite no que sente eprocure uma solução.

Saúde–Tenha cuidado com problemas na pele

Dinheiro – Um mau investimento podeafectar gravemente as suas finanças. Protejaos seus bens.

Cartas do Mês de AbrilO Sacerdote e a Rainha de Copas

Amor – Vai sentir-se particularmente dedi-cado a um relacionamento. Cuidar dos out-ros vai deixá-lo feliz.

Saúde - Uma queda pode tornar-se grave.

Dinheiro – Os colegas de trabalho vãomostrar-se dependentes de si. Não deixeque abusem.

EscorpiãoDe 23/10 a 21/11Cartas do Mês de MarçoOs Amantes e o Oito de Ouros

Amor – Vai sentir que o trabalho lherouba o tempo para amar. Tente namorarum pouco mais.

Saúde - Beba mais água e faça caminhadas.

Dinheiro – O planeamento vai ser crucialpara o desenvolvimento de um projectoprofissional.

Cartas do Mês de AbrilA Roda da Fortuna e o Nove de Ouros

Amor – Uma mudança de residênciapode fomentar uma renovação de afec-tos. Crie um lar harmonioso.

Saúde Vigie a dieta. O seu peso pode aumentar

Dinheiro – Um aumento de rendimentosvai trazer-lhe uma nova esperança. A ini-ciativa é fonte de sucesso.

SagitárioDe 22/11 a 21/12Cartas do Mês de MarçoA Torre e o Rei de Espadas

Amor – Um relacionamento pode estar achegar ao fim. Tenha a clareza de ver oque é melhor para ambos.

Saúde Tenha cuidado com acidente de viação.

Dinheiro – A sua evolução profissionalpode estar condicionada. Precisa deaumentar a sua formação.

Cartas do Mês de FevereiroA Justiça e o Cavaleiro de Espadas

Amor – Vai sentir a necessidade for-malizar uma relação ou pelo casamentoou por uma vida em comum.

Saúde -Prevêem-se problemas de estômago.

Dinheiro – Não seja precipitado emmatérias legais ou burocráticas. Leia eavalie antes de avançar.

CapricórnioDe 22/12 a 21/01Cartas do Mês de MarçoO Carro e o Cavaleiro de Paus

Amor – Se está interessado numa pessoa, sejaousado. Crie as oportunidades para que umarelação aconteça.

Saúde – Faça exames e vigie o seu coração.

Dinheiro – As viagens de negócios e aprocura de oportunidades no exterior estãofavorecidas.

Cartas do Mês de AbrilO Sol e o Dois de Espadas

Amor – Não deixe que a insegurança e asdúvidas ameacem um amor que lhe propor-ciona felicidade.

Saúde – Vai sentir-se enérgico e saudável.

Dinheiro – Confie na intuição e avance com oprojecto que tanto deseja. A confiança con-duz ao sucesso

AquárioDe 22/01 a 19/02Cartas do Mês de MarçoO Sacerdote e o Dez de Copas

Amor – Período de grande estabilidadeafectiva. Se está a pensar em casar, entãoeste é um bom momento.

Saúde -Possibilidade ter dores de costas.

Dinheiro – O seu trabalho vai ser recon-hecido. Um aumento salarial pode estarpara breve.

Cartas do Mês de AbrilO Diabo e a Rainha de Ouros

Amor – Pode estar demasiado crítico.Modere a sua insatisfação e foque-se noque é importante.

Saúde-Modere o consumo de bebidas alcoólicas

Dinheiro – Se iniciar uma nova tarefa notrabalho, procure o apoio de um superiorhierárquico.

PeixesDe 20/02 a 20/03Cartas do Mês de MarçoA Imperatriz e o Ás de Copas

Amor – O amor está em alta. Vai sentir-seamado e com grande vontade de amar.Aproveite.

Saúde-Planeie com o médico uma maternidade

Dinheiro – Vai receber a recompensa deque tanto esperava. Este é um sector bas-tante protegido.

Cartas do Mês de AbrilO Julgamento e o Sete de Ouros

Amor – Vai sentir a necessidade deaumentar a sua família. As crianças vãotrazer uma nova harmonia.

Saúde-Aproveite para dormir e descansar.

Dinheiro–Pode não conseguir concretizara sua verdadeira vocação. Espere pelomomento certo.

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Agenda Cultural

Março e Abril de 2014

10 de Março 12 de Março

18 de Março

Exposição | DoraTracana no SensaçõesClube de Campo

16 de Março

O Segundo Raio de Luz deLuar no Mosteiro SãoBento da Vitória

14 de Março

26 de MarçoArmandinho noTeatro Tivoli BBVA

22 de Março

Anjos Acústico no SãoMamede – Centro deArtes e Espectáculo

20 de Março

Combo de Jazz O Teatrão | Música

24 de Março

Exposição deFotografia na Galeria

de Arte AFK

28 de Março

“What?!” no Casino de Tróia

30 de Março

Melingo na Casa da Música

5 de Abril

Silence 4 no Meo Arena

3 de Abril1 de Abril

Arlinda Frota – Itineráriosno Museu do Oriente

7 de Abril

11 de Março 13 de Março

Febre|15 Artistas deMacau no

Museu do Oriente

15 de Março 17 de Março 19 de Março

Turismo Infinito noTeatro Nacional São

João

21 de Março

O Filho de Mil Homensno Teatro Carlos Alberto

23 de Março

Pó de Palco à Portu-guesa noTeatro Rápido

27 de MarçoFestival Internacionalde Teatro do Alentejono Teatro Pax Julia

25 de Março

Landscape na GaleriaBangBang

29 de Março

Solos no CentroCultural de Belém

4 de Abril

Ana Carolina no Meo Arena

2 de Abril

Dê o Passeio dosNobres no Solar dos

Zagallos

31 de Março

Wim Mertens naCasa da Música

6 de Abril 8 de Abril

Scorpions Meo Arena 21h

“Retratos CTX” CentroCultural do Cartaxo

Catabrisa noTeatro Maria Matos

Mira Schendel naFundação Serralves

Jiang Shanqing noMuseu do Oriente

Single Singers Bar O Teatrão | Música e

Teatro

Boyce Avenue noColiseu dos Recreios

Exposição | MakondeNtaluma no AirportBusiness Center

“Provas de Contacto”no Centro Cultural

Vila Flor

Raul Cunca O Design Plural

Abril e Maio 2014

9 de Abril 11 de Abril

17 de Abril

“Luís Serrão Pimental ea Ciência em Portugalno Sec XVII” BibliotecaNacional de Portugal

15 de Abril

“Erguer o Futuro comOrgulho no Passado”Fundação ManuelAntónio Mota

13 de Abril

25 de Abril

“O regresso dashistórias pintadas” dePedro Zamith @ CentroCultural de Cascais

21 de Abril

“João Fazenda:Domador de Imagens”Biblioteca Municipal de

Viana do Castelo

19 de Abril

“Lava Walks” de TeresaHuertas no Museu

Municipal Santos Rocha

23 de Abril

“O Conto Tradicional –Memória Identidade ePartilha” no Convento

dos Remédios

27 de AbrilConta-me como é O Teatrão, Coimbra

29 de Abril

“Reencontrar: Sines 30anos depois” Museu de Sines

5 de Maio

“Lucien Donnat – Um criador rigoroso”Museu Nacional do

Teatro

3 de Maio1 de Maio

Goran Bregovic Casa da Música, Porto

7 de Maio

10 de Abril 12 de Abril

“Maria Keil depropósito”

Galeria Nave da C.MMatosinhos

14 de Abril 16 de Abril 18 de Abril

Prepare uma óptimaSexta Feira Santa

20 de Abril

Aproveite um bomDomingo de Páscoa

22 de Abril

“O melhor do cinemainglês” AuditórioMunicipal MaestroCésar Batalha, Oeiras

26 de Abril

Mozart Concert AriasTeatro Camões, Lisboa

24 de AbrilOutro Lado” de VictorLages e Luís FernandesCasa da Cultura de

Setúbal

28 de Abril“No Coração do Porto”

na Reitoria daUniversidade do Porto

4 de Maio

“O Segredo das Flores”Museu de Marionetas

do Porto

2 de Maio

“O céu visto da terra”Ranetário do Porto

30 de Abril

“Curado” Casa da Música, Porto

6 de Maio 8 de Maio

“No Caminho daEssência” no CentroCultural de Cascais

“Cadeiras” Musibéria - Serpa

“Mudam-se os Tempos”Centro Cultural de Belém

“Os cultos romanos noocidente da Hispânia”Centro Cultural de

Belém

Improvisação BaileFlamenco“Farruquito”Centro Cultural de

Belém

“Da cauda à cabeça”de Carla Filipe

Museu da ColeçãoBerardo

“A ilustração na obrade Roque Gameiro”Museu de Aguarela,

Minde

Ilustrações de JúlioVanzeler na BibliotecaMunicipal EduardoLourenço, Guarda

“Bustos e Cabeças”Galeria do ParqueEscultura Contem-porânea Almourol

“A Cantar e a Contar”no Centro Cultural de

Belém

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Passatempos

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Descubra as 9 diferençasnas imagens

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Sudoku Samurai Difícil

Anedotas

O bombeiro, depois de um dia exaustivo de trabalho, a apagar não sei quantos incêndios e a salvar pessoas, chegou

a casa muito cansado e entrou rapidamente. A mulher, que estava no quarto, gritou: -Não, João Carlos, não acen-

das a luz que eu estou a morrer de dor de cabeça. E antes de que ele pudesse dar mais um passo, ela gritou ainda

mais: -Pelo amor de Deus, não acendas a luz, que tou com uma enxaqueca das grandes! Ele tirou a roupa mesmo

às escuras , enquanto a mulher gemia e gritava: - Não acendas a luz, que me irrita os olhos e a dor de cabeça ainda

piora! E o pobre marido ficou com pena da mulher, tornou a vestir-se , no escuro, e correu para a farmácia da

esquina, que estava de serviço. O farmacêutico, que via o homem passando por ali, reconheceu-o e disse:

- Oica, o senhor não é bombeiro? - Sou... - E o que é que está a fazer com essa roupa de guarda-noturno?

Passatempos

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Março 2014 . Edição nº8

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