tecnologia na agricultura: produtividade e...

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1 Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 1 TECNOLOGIA NA AGRICULTURA: produtividade e renda Setembro de 2012 Prof. Dr. Francisco Gelinski Neto 1 SUMÁRIO 1.Introdução P.2 (PARTE I) 2. A Tecnologia na teoria econômica P.6 3. A Tecnologia no Brasil: visões acerca da agricultura e do desenvolvimento econômico 3.1. A agricultura e seus papéis no desenvolvimento econômico P.7 3.2. As interpretações clássicas e recentes sobre agricultura e desenvolvimento e os teóricos feudalistas, capitalistas, estruturalistas, dualistas e modernizantes.P.9 3.3 As críticas ao processo de modernização e as dificuldades ainda existentes. P.13 4. Tipos de produtores e tecnologia P.19 5. Por que cada vez mais é necessário incorporar tecnologias e inovações P.25 6.Os recursos para investimentos em inovação e tecnologia nas propriedades P.26 7.Tendência tecnológicas P.29 (PARTE II) 8.Fontes de tecnologia (onde encontrar) P.30 . 9.Veículos de comunicação P.31 10.Forma de aquisição de tecnologia P.31 11. A tecnologia necessária: a irrigação P.31 12. Tecnologias adaptadas ou alternativas P32 13.O Brasil e sua tecnologia agrícola no contexto internacional P.34 14.Estudos de caso de inovação e tecnologia P.34 15.Sugestão de sites P.35 16. Deu no jornal P.35 ANEXO 1.Calculando a produtividade P.39 ANEXO 2. A organização Tradicional e as novas exigências na inovação P.40 ANEXO3. Tecnologia e Inovação na agricultura e agronegócio: o papel da EMBRAPA P.41 Bibliografia P.44 1 Professor Teoria econômica e Economia Agroindustrial – UFSC . Departamento de Economia e Relações Internacionais. Centro Sócio Econômico. Mestre Economia Rural pela URGS e Dr. Em Engenharia de Produção – inteligência de Negócios pela UFSC.

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1

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 1

TECNOLOGIA NA AGRICULTURA: produtividade e renda Setembro de 2012

Prof. Dr. Francisco

Gelinski Neto1

SUMÁRIO 1.Introdução P.2 (PARTE I) 2. A Tecnologia na teoria econômica P.6

3. A Tecnologia no Brasil: visões acerca da agricultura e do desenvolvimento econômico 3.1. A agricultura e seus papéis no desenvolvimento econômico P.7 3.2. As interpretações clássicas e recentes sobre agricultura e desenvolvimento e os teóricos feudalistas, capitalistas, estruturalistas, dualistas e modernizantes.P.9 3.3 As críticas ao processo de modernização e as dificuldades ainda existentes. P.13 4. Tipos de produtores e tecnologia P.19 5. Por que cada vez mais é necessário incorporar tecnologias e inovações P.25 6.Os recursos para investimentos em inovação e tecnologia nas propriedades P.26 7.Tendência tecnológicas P.29 (PARTE II) 8.Fontes de tecnologia (onde encontrar) P.30.

9.Veículos de comunicação P.31 10.Forma de aquisição de tecnologia P.31 11. A tecnologia necessária: a irrigação P.31 12. Tecnologias adaptadas ou alternativas P32

13.O Brasil e sua tecnologia agrícola no contexto internacional P.34

14.Estudos de caso de inovação e tecnologia P.34 15.Sugestão de sites P.35

16. Deu no jornal P.35 ANEXO 1.Calculando a produtividade P.39 ANEXO 2. A organização Tradicional e as novas exigências na inovação P.40 ANEXO3. Tecnologia e Inovação na agricultura e agronegócio: o papel da EMBRAPA P.41

Bibliografia P.44

1 Professor Teoria econômica e Economia Agroindustrial – UFSC . Departamento de Economia e Relações

Internacionais. Centro Sócio Econômico. Mestre Economia Rural pela URGS e Dr. Em Engenharia de Produção – inteligência de Negócios pela UFSC.

2

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 2

TECNOLOGIA NA AGRICULTURA: produtividade e renda

Setembro de 2012

Prof. Dr. Francisco Gelinski Neto2

1.Introdução

Eliseu Alves destaca a necessidade de aumentar a renda das propriedades. A

situação ideal seria preços firmes (sem oscilações) e crescentes, aliados a adequadas

produtividades e produção. Dificilmente ocorre isto, então a tecnologia viria para aumentar

a produtividade reduzindo o custo médio de produção (R$/saca produzida, R$/arroba

produzida de carne, R$/litro de leite, etc).

3

2

1

O gráfico acima é uma função de produção com três níveis tecnológicos que

provocou deslocamento de produção para níveis mais elevados. É o caso por exemplo da

incorporação de uma inovação no plantio que com mesma área de cultivo você obteria

maior número de plantas com uma semeadora especial utilizando a mesma quantidade de

mão de obra e obtendo maior produtividade.

2 Professor Teoria econômica e Economia Agroindustrial – UFSC . Mestre Economia Rural pela URGS e Dr. Em

Engenharia de Produção – inteligência de Negócios pela UFSC.

3

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 3

“Tecnologia é um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de mudanças

técnicas e nos modelos de produção”. (VASCONCELOS e GARCIA, 2005, p.12). “A tecnologia

representa um dos fundamentos da atividade econômica moderna, sendo resultante da

pesquisa pura e aplicada, a traduzir-se em processos científicos voltados para o

desenvolvimento social e econômico”. (GASTALDI, 2001, p.147).

As tecnologias na produção agrícola podem ser poupa terra ou poupa trabalho. Na

primeira estão entre outras: o uso de fertilizantes e corretivos (calcário e gesso agrícola)

que aumentam a produtividade, adequação nas densidades de plantio e na rotação de

culturas. Na segunda está basicamente o uso de mecanização. A tecnologia quer seja a

ligada a fatores quer seja a ligada à organização/gestão da propriedade pode ser uma

alternativa à busca desenfreada por aumento de escala de operações (compras de outras

áreas ou empreendimentos).

Outros exemplos de tecnologias: novas variedades de cultivo, tais como o do milho

híbrido, sementes transgênicas (milho Bt), novas e aprimoradas raças de animais (ovelhas

tipo carne da raça Dorper, tipo lã da raça merina australiana, gado holandês ou Jersey para

produção de leite, caprino da raça Pardo Alpina, outros), melhores equipamentos e

máquinas, defensivos e fertilizantes. A utilização do planejamento e ações administrativas

corretas também faz parte da revolução tecnológica. As falhas de planejamento e ou

decisões em momentos adequados afetarão a produção mesmo em presença de máquinas,

equipamentos, sementes, fertilizantes adequados. Ou seja, o planejamento, a organização,

o comando, o controle adequados são partes essenciais da boa administração. Pode-se

afirmar que os recursos e ações devem estar disponíveis e realizados no tempo certo para

sucesso da produção. Neste sentido o conhecimento de cronogramas e planos de produção

são técnicas essenciais.

Porém, nem sempre o uso de tecnologias3 e inovações representa redução de custo

como o caso mostrado na reportagem sobre produção de queijos artesanais/coloniais no

Globo Rural do domingo dia 9 de setembro de 2012. Procurar em G1.com, procure em

Globo Rural e desça na página até encontrar o link veja todos os videos de globo rural »

3 Recomendo a leitura do material OS TRANSGÊNICOS SOBREVIVERÃO AO TESTE DO MERCADO? Disponível

no moodle. Ver especialmente a página 1 a 6

4

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 4

então basta você selecionar a data do programa e pronto. Neste caso foram exigências

externas por força de regulamentos que estaria obrigando os produtores a adotarem

práticas e equipamentos e construções que teoricamente contribuiriam para melhorar a

qualidade do produto, mas que acabam por inviabilizar o mercado e a produção devido à

excessiva distância e outros custos envolvidos para tal.

Tecnologia poupa terra - significa que você aumenta a produção sem aumentar a

área de cultivo (devido ao crescimento da produtividade dado incorporação de insumos

modernos);

Tecnologia poupa trabalho – significa que você obtém maior rendimento por

unidade de trabalho, ou seja, um homem consegue produzir muito mais (utilizando um

trator, uma colheitadeira, uma debulhadeira, uma esteira de transporte, um novo fluxo de

operações, um pulverizador motorizado ao invés de manual, uso de plantas de menor porte

que facilitam a colheita, etc.). Por isto, por um lado, muitos críticos afirmam que

mecanização exclui mão de obra, por outro lado, a mecanização torna menos penoso e

árduo o trabalho do produtor/trabalhador rural.

5

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 5

Um exemplo recente da redução do uso de mão de obra de colheita é o caso da

obrigatoriedade de colheita mecanizada de cana-de-açúcar em São Paulo que por força de

normas ambientais não poderá mais fazer queimadas de canaviais e, desta forma, não

poderá mais haver colheita manual (só possível em canaviais queimados).

Desde tempos remotos, os agricultores organizavam os conhecimentos e os transformavam em tecnologias. Durante um longo período, eles mesmos geraram os conhecimentos, mas sua difusão

4 não era intermediada pelos governos, pelo menos não o era de forma

organizada e propositada. Na linguagem de hoje, sendo lucrativa, a tecnologia se difundia. O processo de difusão foi rápido para algumas coisas simples e se alongou, no tempo, para outras, dependendo do tipo de barreira encontrada. Mas o que era considerado lucrativo acabou por vencer todas as barreiras. Assim, o propósito da difusão de tecnologia organizada, por parte do governo ou da iniciativa particular, é encurtar o tempo entre a geração do conhecimento e sua transformação em tecnologia, pelos agricultores. (ALVES, 2012, s.p.).

Embora a tecnologia conforme descrito até aqui tenha muito o caráter

microeconômico de aumentar a produtividade e reduzir o custo médio melhorando a renda

da propriedade, também há que considerar as pressões externas para novas visões da

sociedade sobre o papel da agricultura em especial às relativas ao meio ambiente e

4 A difusão é a disseminação da tecnologia entre os produtores. Os agentes técnicos da extensão atuam para

isto. Em meados do século 19, a partir da descoberta das leis da herança e do mecanismo de nutrição de plantas, os conhecimentos passaram a ser cada vez mais produzidos pela ciência, com forte uso do método experimental, em instituições especializadas do governo e da iniciativa particular. Como consequência, a geração de conhecimento concentrou-se em poucos polos, ficando evidente a necessidade de organizar a difusão de tecnologia em instituições com esse propósito e especializadas. Assim nasceu a extensão rural do governo e a assistência técnica da iniciativa particular.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 6

aquecimento global e mesmo bem estar animal entre outros aspectos da sustentabilidade

ecológica que também interferem sobre a competitividade5 da agricultura.

Embora a reestruturação da agricultura brasileira tenha se concentrado entre os

anos 80 e, principalmente nos 90 a competitividade e, dela decorrentes a seleção de

produtores é um contínuo no agronegócio. Basta se observar a crise da suinocultura

catarinense que desencadeou ao longo 20 anos um processo de rápida exclusão e

concentração na produção. Além disto, cada vez se exige do produtor mais respeito ao

meio ambiente e maior produtividade mesmo frente às condições difíceis de volatilidade

de preços e incertezas ambientais com toda sorte de eventos extremos, tempestades,

estiagens, granizo e geadas, etc.... A inovação e a tecnologia convencional ou a adaptada

poderá ser utilizada tanto por extratos de produtores empresariais quanto por produtores

familiares. As tecnologias e inovações assumem relevante importância para aumentar a

produtividade, redução de custos e eficiência de gestão para ampliação/ manutenção de

mercados. Esta é uma resposta necessária devido ao acirramento competitivo entre

produtores e países. Em razão disto tudo a busca por conhecimentos/inovações e

tecnologias que resultem ganhos individuais ou coletivos para produtores de determinadas

regiões ou países contribuirão para sobrevivência ou crescimento frente ao ambiente

econômico cada vez mais exigente. Sobre inovações e também sobre o papel da EMBRAPA

ver o anexo (antes da bibliografia)

2. A Tecnologia na teoria econômica Esta seção empresta o título empregado por Silva (1995) em seu trabalho. Ele

apresentou a tecnologia sob a ótica dos clássicos, de Marx, de Schumpeter e de os

Neoclássicos. Os clássicos citados por Silva foram Smith que estudou a pouca possibilidade

de divisão de trabalho na agricultura comparativamente à manufatura e Ricardo que deu

sua importante contribuição sobre a renda da terra e em especial na renda diferencial

gerada em terras mais produtivas. Este estudo, de Ricardo, assume importância no

5 Competitividade é capacidade de uma empresa crescer e sobreviver de modo sustentável. É característica

de um agente (empresa/país). Os blocos de Competitividade para Jank e Nassar (2000): 1) Capacidade produtiva/tecnológica; 2)Capacidade de inovação; 3)Capacidade de coordenação.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 7

momento atual da economia agrícola brasileira quando se deseja fazer a recuperação de

pastagens para utilização na produção de etanol ou de alimentos num processo que se

denomina de integração lavoura pecuária. Marx por sua vez vai sublinhar que a produção é

largamente dependente do capital que a determina ao possibilitar aquisição de máquinas

equipamentos e processos de produção que estão evidentemente atrelados a proprietários

privados capitalistas. Shumpeter deve ser destacado pela relevância de seu pensamento

acerca da inovação que é a grande preocupação já há algum tempo na economia global.

Na teoria do Desenvolvimento Econômico (Schumpeter 1982) analisa o processo de transformação que uma economia capitalista sofre quando se introduz uma inovação radical em seu processo de produção. É a inovação tecnológica que dispara o mecanismo que provoca mudanças no comportamento dos agentes econômicos, realoca recursos, destrói métodos de produção tradicionais e muda qualitativamente, a estrutura econômica. Silva (1995, p.44).

Os autores neoclássicos estudaram nos modelos de crescimento econômico a

utilização dos fatores de produção, terra, capital e trabalho. Os principais estudiosos foram

Solow (1957), Hicks (1936), Hayami e Ruttan (1998). Estes dois últimos foram bastante

utilizados pelos teóricos do desenvolvimento econômico de um país sustentado por o

setor agrícola.

3. A Tecnologia no Brasil: visões acerca da agricultura e do desenvolvimento econômico

3.1. A agricultura e seus papéis no desenvolvimento econômico

A tecnologia utilizada e desenvolvida no Brasil, tanto para produtores quanto para

as agroindústrias fornecedoras de insumos (fatores de produção) quanto das agroindústrias

processadoras de alimentos (suínos, aves, bovinos, trigo, leite,etc.) está atrelada ao padrão

de desenvolvimento adotado pelo país em meados do século passado em diante. Existiram

diversos autores e estudiosos que apregoavam um ou outro modelo de desenvolvimento

da agricultura para que ela pudesse cumprir o seu papel no desenvolvimento econômico. A

agricultura tem condições de contribuir nos primórdios do desenvolvimento dos países e

mesmo depois já com a instalação de indústrias. Inicialmente, lembremos o caso do Brasil

colônia e império, o país detinha larga disponibilidade do fator terra (que é um recurso

natural) embora ainda tivesse baixo capital e mão de obra. Porém, a agricultura contribuiu

para o desenvolvimento por meio de fornecimento de alimentos à população crescente e,

principalmente com a exportação que gerou os capitais necessários à instalação de

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 8

indústrias. Acontece que estas duas necessidades podem “esbarrar” na baixa velocidade de

crescimento da oferta de alimentos devido aos processos de baixa tecnologia empregados

na produção CARVALHO (1998). Está claro assim a necessidade de ampliação da oferta de

produtos agrícolas. Neste sentido, “nas economias em fase de desenvolvimento, torna-se

indispensável a adoção de processos de racionalização e técnica, com vistas à redução ou

otimização dos custos e maior eficiência e economicidade na fase produtiva”. (GASTALDI,

2001, p.147). Cumpre agora apontar as funções clássicas da agricultura no processo de

desenvolvimento: produção de quantidades crescentes de alimentos para a população que

cresce; de suprimento crescente de matéria prima para atender a expansão da indústria; de

fluxos de transferência de mão de obra para os setores não agrícolas; da agilização do

processo de formação de capital; do crescimento da capacidade de importar; da expansão

do mercado interno.

Como exposto anteriormente se a agricultura não cresce na velocidade necessária

para atender aos anseios da sociedade – seus papéis no desenvolvimento há que procurar

as causas e apontar as saídas. Portanto, a agricultura nos anos 50 e 60 era vista como um

segmento atrasado e um entrave para o desenvolvimento e haviam duas concepções gerais

sobre a justificativa da agricultura não gerar oferta suficiente de produtos agrícolas para

acelerar o desenvolvimento. As teses Cepalinas (dos economistas de formação e afiliação às

ideias da CEPAL) que consideravam o relativo atraso da agricultura como decorrente de

problemas estruturais da agricultura e especialmente o elevado índice de concentração

fundiária; de outra forma outro grupo de estudiosos considerava as questões econômicas

ligadas à agricultura é que travavam o desenvolvimento. Isto por que haveria um elevado

custo dos fatores de produção. A forma para superação deste custo seria por meio da

disponibilização dos referidos fatores (fertilizantes, máquinas, sementes, mudas, animais

melhorados, vacinas, etc) com industrialização, ou seja, agroindústrias fornecedoras (a

montante da agricultura) e, além disto, dever-se-ia facilitar a aquisição dos referidos fatores

por meio de financiamento e crédito. Esta ideia foi a que mais avançou com as políticas

voltadas para a modernização e financeirização e agro industrialização da agricultura

transformando os complexos rurais em complexos agroindustriais. Estes complexos

agroindustriais hoje são compostos pela interelação das inúmeras cadeias de produção de

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 9

alimentos abastecem o mercado interno e geram importante superávit comercial por meio

de exportações. Então, para o grupo da tese econômica a solução para a maioria dos

problemas no campo e nas cidades seria industrializar rapidamente o país. Os dois grupos

que debateram as questões relativas aos papéis da agricultura para o desenvolvimento

econômico e a forma de sair do relativo atraso que se encontrava foi apresentado por

PAULILLO (1997) como pertencentes ao grupo de interpretação clássica: 1) Feudalista; 2)

Capitalista; 3) Estruturalista; 4) Dualista e 5) Modernizante. Há ainda o grupo dos que

interpretam o desenvolvimento sob diversas matizes ao qual ela denominou de autores de

interpretações recentes.

3.2. As interpretações clássicas e recentes sobre agricultura e desenvolvimento e os

teóricos feudalistas, capitalistas, estruturalistas, dualistas e modernizantes.

No caso dos feudalistas a ênfase é agrarista focando o latifúndio como responsável

pelo atraso e jamais aceitaram o capitalismo no campo. Os dois autores principais foram

Alberto Passos Guimarães e Nelson Werneck Sodré, pode-se afirmar sem medo de errar

que foram completamente superados e estão completamente equivocados com o papel

dos agricultores e da agricultura, conforme vem comprovando o desenvolvimento

econômico nacional. O principal teórico do grupo denominado Capitalista foi no início dos

anos 60 no debate Caio PRADO JUNIOR. Ele discordava que os atrasos na agricultura

fossem decorrentes de restos feudais, pois, a existência de mercado de trabalho livre seria

suficiente para tornar inadequada a pretensa caracterização do perfil feudal da economia

brasileira. A preocupação da corrente capitalista não era com o latifúndio produtivo, mas

com os trabalhadores e com o latifúndio improdutivo. A solução seria na visão dele: a

reforma e a fiscalização da legislação de direito de propriedade e às relações trabalhistas.

Portanto, A solução não estaria na reforma agrária generalizada e de caráter camponês,

mas na melhoria das condições de emprego da população rural. O necessário aparecimento

das organizações representativas de interesses: sindicatos, associações de produtores,

etc... poderiam contrabalançar o poder frente a grupos de latifundiários reticentes dos

direitos dos trabalhadores. A obra Economia de Enclaves, de Celso Furtado que atribuía à

agricultura muitos dos problemas estruturais do desenvolvimento econômico brasileiro foi

a principal representante do grupo Estruturalista.Na visão desse grupo a medida que a

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agricultura se alastra por todo o país, promoveria o desenvolvimento. A proposta

furtadiana era a reforma agrária no nordeste e fortalecimento do mercado de trabalho

agrícola. Também para FURTADO os baixos salários no mercado de trabalho rural estaria

no cerne da questão agrária. Para Furtado, sobretudo, ao se fortalecerem exportações

agrícolas estas poderiam gerar um forte mercado interno por meio de salários condizentes

aos trabalhadores agrícolas. Portanto, a constituição de um mercado de trabalho agrícola

representaria uma etapa inicial do desenvolvimento econômico. A análise estruturalista

enfocou que “já no final do século XIX a economia brasileira era bastante segmentada por:

relações arcaicas de trabalho (dependência pessoal); pequena produção familiar;

subsistência (em certas regiões); trabalho livre e assalariado (complexo cafeeiro)”. “a

abundância de terras e a oferta elástica da mão de obra na agricultura permitiram uma

extrema concentração da propriedade e um regime de salários ínfimos”. Ignácio RANGEL

com o livro A Questão agrária brasileira (1962) foi o maior representante da “escola”

dualista a qual considerava a existência de uma dualidade da agricultura devido à

coexistência de relações de produção arcaicas com relações modernas. Na visão dele o

latifúndio teria um lado moderno em suas relações com o resto da economia,

comportando-se como uma empresa comercial. Poderia acontecer a transformação de

latifúndios arcaicos em modernas unidades de produção, mesmo, sem modificar a

estrutura fundiária. Para RANGEL (1962), o processo de desenvolvimento é um processo de

realocação de recursos (que reorganiza a estrutura produtiva), em que se retira do pólo

atrasado para o pólo moderno. Por exemplo, o desenvolvimento capitalista realoca recursos

do setor agrícola para o setor industrial, enquanto à mão-de-obra, matéria prima, etc. A

política de substituição de importações não mudou a base técnica de produzir, em grandes

extensões. O Problema agrário para Rangel era o excedente populacional derivado da

velocidade de modernização da agricultura. “Para Rangel, o crescimento da produtividade

do trabalho no interior dos complexos rurais liberava força de trabalho muito rapidamente.

Gerava-se assim uma capacidade ociosa nos campos, de terras que não mais eram

necessárias à produção; e nas cidades, de mão de obra que já não encontrava ocupação

produtiva nos novos setores criados pela industrialização substitutiva de importações.”

(GRAZIANO DA SILVA, 1996, apud PAULILLO, 1997). E finalmente a “escola” de maior

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 11

interesse e que aparentemente sobressaiu-se sobre as demais até o presente momento é a

vertente modernizante. A origem deste grupo são os alicerces teóricos neoclássicos

(Hayami e Ruttan, 1970 – inovação induzida), Schultz (1945). Este propunha transformar a

agricultura através da criação de novos fatores de produção e investimento no capital

humano – habilitação de agricultores. Ele havia identificado que a agricultura tradicional

possuía decrescente produtividade de mão-de-obra, baixo retorno ao investimento no

campo, ineficiência crônica na distribuição de fatores de produção e constante estado de

conhecimento (sem inovação). Para eles o importante é que o agricultor seria capaz de se

tornar o agente de transformação econômica. Finalmente chegamos ao foco mais

específico na tecnologia. Na visão dos modernizantes os agricultores sempre reagiriam

favoravelmente aos programas de desenvolvimento, desde que a tecnologia fosse

adequada e disponível através de agências (públicas e privadas) eficientes. Os Teóricos e

autores brasileiros dessa corrente: Fernando HOMEM DE MELLO, (1980); Afonso Celso

PASTORE, (1977) e Guilherme Leite da Silva DIAS, (1976). Eles buscavam a transformação

do setor agrícola tradicional ao moderno e dinâmico via mudanças tecnológicas6, capazes

de impulsionar o desenvolvimento econômico. As modificações tecnológicas seriam

proporcionadas pela adoção de insumos modernos e melhoria no nível de educação do

agricultor e trabalhador rural, que permitem maiores produtividades dos fatores de

produção e taxas de retorno mais elevadas, além do crescente ritmo das inovações. As

mudanças tecnológicas seriam regidas pela dotação relativa de fatores. Por exemplo, se a

demanda de certos produtos agrícolas aumentar com o crescimento da população e da

renda, os preços dos fatores com ofertas inelásticas (terra) vão se elevar relativamente ao

dos fatores com ofertas elásticas (mão-de-obra), tornando mais lucrativas as inovações que

6 Estas mudanças tecnológicas viriam para responder à principal questão que era Como fazer crescer a

produção agrícola? A dificuldade estava em alterar o ritmo lento do crescimento de produtividade dos fatores tradicionais de produção – Terra, trabalho e capital . E também a constatação que o ritmo lento era consequência do baixo nível tecnológico existente no modelo tradicional de agricultura geradora de baixa produtividade e, portanto era necessário inovações, ou seja, modificações tecnológicas. Em razão destes argumentos foram incorporados fatores de produção que ao interagirem com os fatores tradicionais gerariam uma produtividade marginal mais alta.= ∆ PT/∆x = (PT é produção total, x é quantidade de insumos ou fatores e ∆ significa variação na produção e na quantidade de insumos). Esta relação indica que ao adicionarmos fatores de produção “modernos” deveríamos obter aumentos substanciais de produção. Neste sentido foram, por exemplo, substituídos fatores de produção de oferta menos elástica por outros de oferta mais elástica. Por exemplo: adubos químicos substituindo adubos orgânicos; máquinas e equipamentos substituindo força de trabalho; etc.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 12

poupam os fatores relativamente escassos. Daí as inovações mecânicas – para poupar mão-

de-obra – e qüimícas – para poupar terra. A interpretação modernizante ganhou

notoriedade no início dos anos 70, quando assume importância a idéia do pacote

tecnológico nos processos de geração e difusão das inovações no Brasil. Haveria diversas

variáveis que dificultam a adoção de tecnologias. Uma delas é a aversão ao risco dados, por

exemplo, idade, renda, porte do produtor. A principal crítica a esta vertente refere-se ao

fato de não conseguir ser massiva o que tornou o processo excludente na medida que

apenas os produtores com acesso a recursos (fatores – financiamentos) lograram

incorporar7 tecnologias – qüímicas, mecânicas e outras. Muitos pequenos produtores

foram marginalizados – teria sido uma modernização conservadora. Além disso, outros

aspectos externos tais como políticas econômicas deixaram de ser considerados mais

fortemente principalmente na década dos 70 e 80. De toda forma do esforço de

modernização resultou no crescimento da ligação com o setor de serviços (ampliação do

transporte, educação e assistência técnica) e o governo teve que desenvolver forte atuação

por meio de programas de pesquisa agronômica; extensão rural; crédito; educação; a

divulgação educativa (resultado das investigações) vencendo as resistências do agricultor.

Relativamente às INTERPRETAÇÕES RECENTES sobre o desenvolvimento da

agricultura brasileira PAULILLO (1997) apresenta os seguintes estudiosos Gorender (1994),

utilizando a base marxista linkou as interpretações dos anos 60 e os anos 80; Graziano da

Silva (1981) – diversos trabalhos sobre a dinâmica da agricultura, progresso técnico,

complexos agroindustriais, reforma agrária, etc.; Veiga e Abramovay estudam a agricultura

familiar e sustentabilidade. Deste grupo, vários autores entre eles Kageyama et al (1986),

Sorj (1986), Delgado (1985) deixaram claro a perda de peso da pequena produção e a perda

de representatividade da agricultura e sua substituição8 pelos complexos agroindustriais.

“A agricultura passou a se integrar via fluxos tecnoprodutivos com a indústria produtora de

7 Sabe-se que os fatores não convencionais (insumos modernos) : A) são produzidos fora do setor agrícola; B)

devem estar disponíveis a preços, quantidade e tempo interessantes. Em razão disto Estreita-se o elo agrícola- industrial, ou seja, o que muitos denominam de penetração do capitalismo no campo. 8 A agricultura teria passado nesta mudança do “complexo agrário” ao “complexo agroindustrial”. Teria

ocorrido a substituição da economia “natural” por atividades agrícolas integradas à moderna industrialização, a intensificação da divisão do trabalho e das trocas intersetoriais, a especialização da agricultura e a substituição das importações pelo mercado interno.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 13

bens de capital e com a indústria processadora de alimentos (...) estabelecendo-se uma

nova dinâmica9, ditada pelo setor industrial”.

3.3 As críticas ao processo de modernização e as dificuldades ainda existentes.

Existem muitos críticos que consideram que houve uma modernização

conservadora no país dada a utilização de pacotes tecnológicos oriundos do que se

denominou revolução verde10. As tecnologia foram adotadas devido ao estímulo de

subsídios que acabaram por gerar um viés no campo devido ao fato que muitos agricultores

não puderam se apropriar dos benéficos dos subsídios da política vigente que atingia

apenas alguns que acessavam os recursos públicos. Porém, a queda de preços dos produtos

atingia a todos os produtores indistintamente. Acontecia o aumento de oferta decorrente

da utilização massiva de insumos ditos modernos (sementes e mudas selecionadas, animais

melhorados, utilização de mecanização agrícola e fertilização e calcareamento), que reduzia

o preço para todos. Destaque-se que esta é uma visão parcial conforme mostra e comprova

o estudo de Lopes, Lopes e Barcelos (2007).

O setor agropecuário pagou um preço muito elevado pela industrialização do País. Sofreu políticas discriminatórias de controles de preços e tributos na exportação. O Brasil, de grande exportador mundial, tornou-se grande importador. Por meio do crédito rural subsidiado, o governo criou políticas compensatórias, que não resolveram os problemas de escassez de alimentos e acabaram concentrando renda na agricultura. Entretanto, quando o Brasil estabilizou sua economia e removeu as políticas protecionistas para a indústria, passando para um regime de exportações mais livres e desgravadas, o setor rural mostrou toda a sua pujança nas exportações e no abastecimento interno. Nessa transição, os

9 O conceito que engloba este relacionamento é o agronegócio ou agribusiness em cujo bojo traz um novo

papel ao produtor rural.Segundo Araújo, Wedekin, Pinazza (1990), a propriedade agrícola mudou sua atividade de subsistência para uma operação comercial, em que os agricultores consomem, cada vez menos, o que produzem. O moderno agricultor é um especialista, confinado às operações de cultivo e criação. Por outro lado, as funções de armazenar, processar e distribuir alimento e fibra vão se transferindo, em larga escala, para organizações além da fazenda. Essas organizações transformaram-se em operações altamente especializadas. Criou-se um novo arranjo de funções fora, e a montante, da fazenda: a produção de insumos agrícolas e fatores de produção, incluindo máquinas e implementos, etc. A jusante da fazenda formou-se complexas estruturas e armazenamento, transporte, processamento, industrialização e distribuição ainda mais formidáveis. Atualmente os complexos agro-industriais brasileiros desempenham uma significativa importância na economia do país, referindo-se a todas as instituições que desenvolvem atividades, no processo de produção, elaboração e distribuição dos produtos da agricultura e pecuária, etc... 10

Revolução Verde refere-se à invenção e disseminação de novas sementes e práticas agrícolas que permitiram um vasto aumento na produção agrícola em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70. É um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por meio do 'melhoramento genético' de sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanização e redução do custo de manejo.(Wikpédia).

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 14

problemas de ajustamento enfrentados pelo País foram sendo gradualmente resolvidos à medida que investimentos na pesquisa, fruto de um projeto de país, de ciência e tecnologia, aumentaram os rendimentos dos cultivos e da pecuária até o Brasil tornar-se um dos maiores exportadores de alimentos. O setor agrícola foi desafiado ao longo de quase 3 décadas e encontrou forças para sobreviver e competir com os avanços da tecnologia e a

estabilização macroeconômica. (LOPES, LOPES E BARCELOS,(2007, p.52).

O trabalho dos citados autores demonstra que um largo leque de políticas

macroeconômicas adotadas pelo governo brasileiro desde os anos 50 gerou uma situação

de crise e estagnação frequente na agricultura brasileira somente superado nos anos 90

após modificação daquelas políticas e abertura comercial tanto para compra de insumos,

máquinas quanto para vendas de produtos do agronegócio sem os impedimentos que as

taxações provocavam anteriormente. Devido às reformas os índices de produtividade e de

produto evoluíram conforme mostram as duas figuras a seguir.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 15

Embora uma gama de dificuldades e entraves a agricultura evoluiu dos complexos

rurais para os complexos agroindustriais, no qual o produtor agrícola assume uma maior

vinculação à agroindústria à montante (fertilizantes, vacinas, sementes, mudas, etc.) e à

jusante (compradoras e processadoras de grãos e produtos animais) e também uma maior

vinculação aos agentes de crédito e assistência técnica, com grande participação de

agentes do governos neste dois últimos casos. Você pode ver mais sobre isto no

documento CONTEXTUALIZAÇÃO DO COMPLEXO AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO. Sempre

lembrar que os incentivos e subsídios forma concedidos tanto aos produtores quanto

agroindústrias, até como forma de fortalecer a industrialização do país que inclusive em

grande período contava com congelamento de preços dos alimentos para alimentar a

massa de assalariados do meio urbano visando evitar pressão social por aumentos salariais

e inflação. O texto abaixo do resumo do artigo de Alves, Contini e Hainzelin (2005) permite

uma melhor compreensão da evolução e problemas ainda existentes na agricultura.

A partir dos anos 50, a agricultura brasileira viveu um período de intensa modernização, associada à industrialização e à urbanização do País. Mesmo que o aumento da produção de muitas culturas se vinculasse à conquista de novos espaços, como os cerrados, é notável o fato de o Brasil ter se tornado, nos últimos 20 anos, um dos principais produtores e exportadores de produtos agrícolas do mundo, graças ao aumento da produtividade. Uma grande parte das propriedades agrícolas ficou, no entanto, à margem desse processo de

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 16

modernização, em particular as situadas nas Regiões Norte e Nordeste. A análise da renda auferida pelas propriedades, com ou sem amortização do capital, mostra que a remuneração do trabalho é extremamente baixa na maioria das propriedades, pondo em jogo sua viabilidade econômica. Por conta dessa situação, a pesquisa agropecuária precisa superar muitos desafios tecnológicos e metodológicos.(ALVES, CONTINI E HAINZELIN, 2005, p.1)

“Mas apesar dos avanços em incorporação de inovações pela agricultura, um grande

número de propriedades rurais brasileiras ainda utiliza baixo conteúdo tecnológico em sua

produção”. Do Censo Agropecuário do IBGE de 2006, entre os 5,2 milhões de

estabelecimentos rurais no Brasil somente 983 mil usavam alta tecnologia e entre aqueles

de agricultura familiar apenas 19%, ou seja, relativamente aos dados de 2006 ao redor de

80% dos estabelecimentos familiares seriam de baixo nível tecnológico. (GASQUES e

NAVARRO, 2010 citado por LOPES e CONTINI, 2012,s.p.).

O artigo do portal do agronegócio com o título Tecnologia alavanca crescimento da

produção agrícola enfatiza a real importância da tecnologia para o agregado da produção

brasileira, conforme o pesquisador Eliseu Alves, fundador da EMBRAPA e ex-presidente da

mesma - disponível em http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=77761.

Embora todas as dificuldades de ordem macroeconômica é inegável o avanço em

termos de produtividade ocorrido no agregado da agricultura brasileira desde os anos 60

quando a produtividade era baixíssima de 783 quilos de grãos por hectare, para uma

agricultura pujante e tecnificada que em 2010 auferiu 3.173 quilos por hectare. A

EMBRAPA, os órgãos estaduais de pesquisa e institutos públicos e privados foram decisivos

neste processo.

Também se deve salientar que a incorporação de tecnologias se deu em razão de

políticas e programas governamentais com fundos específicos de financiamento para

áreas consideradas estratégicas e que desta forma receberam recursos direcionados. Isto

foi possível por que foram criadas instituições e empresas visando ao desenvolvimento dos

referidos setores. Assim a atuação científica da EMBRAPA e a extensão rural (disseminação

das tecnologias) por meio da EMBRATER que utilizou-se de projetos técnicos para induzir

tecnologias. Os projetos técnicos traziam em seu bojo as tecnologias recomendadas, para a

concessão de crédito rural disponibilizados por agentes financeiros estatais:BNDES e

Banco do Brasil. Alguns programas e fundos foram:

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 17

Fundo Nacional de Refinanciamento Rural (FNRR), Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos (FFAMEI), Fundo Geral para a Agricultura e Indústria (FUNAGRI) e outros. O Programa Nacional do Álcool (PRÓALCOOL), PRONAGEM (Programa Nacional de Armazenagem), POLONORDESTE (Programa de Desenvolvimento de áreas Integradas do Nordeste), PROPEC (Programa Nacional de Desenvolvimento da Pecuária), POLOAMAZÔNIA (Programa de Desenvolvimento da Amazônia), PROTERRA (Programa de Redistribuição de Terras e Estímulos à Agroindústria do Norte e Nordeste) e o POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento das Áreas de Cerrados). (KAGEYAMA, 1996, p.177-184).

Durante largo período até meados dos 80 não havia correção monetária sobre os

financiamentos agrícolas e tão somente os juros. Em muitos casos houve ainda subsídios,

como foi o programa de aquisição de calcário e, durante muito tempo, subsídios e

regulação forte sobre o trigo. Havia uma política deliberada de industrializar o país. Por

isto, a agricultura se por um lado era estimulada, por outro, era uma transferidora de renda

para o setor urbano industrial. Com a crise de endividamento público as políticas de crédito

farto e barato ao setor agrícola foram substituídas por outras mais seletivas e com correção

monetária. Inclusive em 1989 a correção pela inflação sobre os débitos dos agricultores foi

desencadeadora de crise de endividamento do setor em razão da altíssima taxa de inflação

no final do governo Sarney.

O desempenho e a pujança nas diversas cadeias do agronegócio11 foram uma

conjunção de Pesquisa Tecnológica, instituição com liderança e articulação de atores

aliados a investimento em capital e qualificação que acabou por colocar o país entre os

principais exportadores de suco de laranja, café, carnes, soja, milho. (GASQUES et alii.,

2004). Ver tabela abaixo.

Fonte: LOPES, LOPES, BARCELOS (2007, p.67).

11

Desempenho e crescimento do agronegócio no Brasil. IPEA. Texto 1009. Na internet.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 18

Esta pujança não se observa para todos os produtores conforme analisa Alves

(2012). Pois, não estariam conseguindo aumentar a renda das propriedades e nem

participar adequadamente do mercado. A falta de tecnificação não seria problema de

difusão uma vez que em 11,4% dos estabelecimentos a produção gerada alcança 86,6% do

valor de produção. Neste sentido conclui que se estes produtores conseguiram

produtividade é por que eles obtiveram tecnologia e que a mesma estava difundida. Outro

indicador desta condição é a pujança do agronegócio exportador e gerador de alimentos

por meio das cadeias agroindustriais de carne (suínos, aves, bovinos) soja (óleo, alimentos

diversos e rações) milho (rações e alimentos) cana de açúcar (açúcar e bioenergia), laranja

(sucos e produto de mesa) café, leite, etc. Porém o problema são os demais ao redor de

88% dos produtores com baixa tecnificação (3,9 milhões de produtores)12 e que embora

em muito maior número conseguem produzir apenas 48,8% do produto do setor.

Dos 3,9 milhões, 1 milhão produziu 10% do valor de produção. Desse modo, o problema mais complicado está com 2,9 milhões de estabelecimentos. Dissemos que a pesquisa gera conhecimentos, e os agricultores os organizam em tecnologias ou em sistemas de produção, com a ajuda da extensão rural ou da assistência técnica. No caso dos 3,9 milhões, é aconselhável que a pesquisa organize os conhecimentos em sistemas de produção, trabalhando em conjunto com a extensão e lideranças. Um dos critérios de organização é o nível de entendimento das comunidades rurais. Para cada nível de entendimento, aconselha-se um sistema específico. Também a administração do estabelecimento, como um todo, precisa ser considerada. Difundir práticas isoladas é caminho certo para a falência (Alves, 2012, s.p.).

SILVA (2003) afirma que a tecnologia afeta o funcionamento das economias

camponesas transformando-as profundamente tanto internamente quanto em suas

relações com a sociedade capitalista. A tecnologia em nível interno relaciona-se

estreitamente com disponibilidade de fatores e recursos (físicos, financeiros) com o

processo de produção e com a divisão interna do trabalho inter membros familiares e com

trabalhadores eventualmente contratados.

“E, em nível das relações externas, a variável tecnológica associa-se fortemente com

o grau de mercantilização da produção e a articulação com os sistemas de comercialização

e financiamento”. (SILVA, 2003, p.137). Tanto os elementos internos quanto os externos ao

12

O texto Agricultura Brasileira em Crescimento Excludente? O Empobrecimento da Agricultura Brasileira de ALVES, LOPES, CONTINI, Revista de Política Agrícola, jul - 1999 pode esclarecer esta condição

19

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 19

mesmo tempo em que são afetados podem afetar o padrão tecnológico e, em razão disto,

a política tecnológica para os pequenos produtores camponeses seria chave para

transformação do setor. Isto por que esta política poderá destruir, manter ou elevar a

economia camponesa a um patamar mais alto de integração com a economia global.

“Em outras palavras, a política tecnológica apresenta-se como de alta relevância no

direcionamento dos processos de diferenciação e de decomposição do setor camponês em

sentido ascendente ou descendente, isto é, na direção de um processo de proletarização

ou de capitalização”. (SILVA, 2003, p.137).

4. Tipos de produtores e tecnologia

A visão de Silva (2003), sobre proletarização ou de capitalização dos produtores

camponeses poderia ser comparável à de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura

que destacou três grupos de produtores que demandariam diferentes políticas públicas

em razão de sua maior ou menor relação com o mercado. Seriam eles os produtores

consolidados ou de mercado, os de transição e os marginalizados. O segundo grupo poderia

ascender ao grupo dos integrados ao mercado ou cair no grupo dos marginalizados. Os

agricultores do último grupo demandariam políticas de apoio até mesmo alimentar dado

sua elevada fragilidade com produção absolutamente insuficiente para a manutenção

familiar.

Gonçalves (2011) contrasta duas faces da agricultura brasileira denominando-as de

agricultura dos agronegócios e de agropecuária de subsistência. A primeira detém

crescente processo de inovação tecnológica e amplificação da produção de riquezas,

elevada integração em cadeias de produção como lastro de complexas redes de negócios. A

outra face possui reduzida intensidade de inovação tecnológica e manutenção das

condições de sobrevivência, lógica das culturas, com baixa integração com os movimentos

mais gerais da economia.

Se considerarmos que a renda líquida da propriedade deve crescer com

incrementos de quantidades, ou seja, com a escala, dada redução persistente de preços

será que as pequenas propriedades teriam chance nesta situação? Gonçalves (2003)

analisando escala das propriedades, tipo de cultivo e tecnologias (máquinas e insumos)

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 20

apropriadas a cada caso considerou que a produção de grãos (soja, milho, arroz, trigo etc.)

seria típica ao que ele denomina de lavoura do tipo texano. Este modelo é a intensivo em

mecanização, quimificação (fertilizantes e agroquímicos – fungicidas, herbicidas,

fertilizantes, foliares). Isto por que estas lavouras são tipicamente produtoras de bens

intermediários de baixo valor agregado – os grãos não tem utilização direta pelo

consumidor eles são processados e transformados em carnes, margarinas, produtos

lácteos. São lavouras típicas da agricultura do Texas, típica dos belts (corn belt, cotton belt –

cinturão do milho, cinturão do algodão, nos Estados Unidos da América), associa lavouras

mecanizadas com uso intensivo de insumos, produzindo commoditty com elevado padrão

de uniformidade, com preços cadentes pelo constante crescimento de produtividade. Ao

outro modelo ele denomina californiano que é mais intensivo em trabalho, menor relação

capital-trabalho, focando em produtos de alto valor unitário (aqui se incluem as frutas e

hortaliças, produtos orgânicos) intensivo em terra (cultivos adensados e cultivos

protegidos) e diferenciação pela qualidade (denominação de origem – produto de

agricultura familiar, por exemplo).

Relativamente a esta modalidade de agricultura, típica de pequena produção

intensiva em conhecimento e, possivelmente qualidade diferenciada o Brasil poderia

incrementar a agregação de valor, internalizando elos subseqüentes da cadeia de

agregação de valor, multiplicando renda e emprego ao conseguir novos mercados

exigentes quanto aos atributos de origem, rastreabilidade, ambientalmente corretos, e de

comércio justo. Por exemplo, o Brasil poderia se tornar especialista em café de origem

controlada (qualidade – modelo californiano) de propriedades familiares altamente

especializadas. (GONÇALVES, 2003).

Veja mais sobre a exclusão dos produtores que não conseguem acompanhar os

avanços da tecnologia no trabalho de Gonçalves (2011) AGRICULTURA BRASILEIRA:

TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS E DIFERENCIAÇÕES ESTRUTURAIS – do Instituto de

Economia Agrícola de São Paulo. Veja também sobre as políticas para cada tipo de

produtor.

http://www.iea.sp.gov.br/out/palestras/palestra2.pdf

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 21

Considerando os conceitos de agricultura modelo texano e de agricultura modelo

californiano apontados por Gonçalves fica claro que uma dada tecnologia não se aplica

indistintamente para qualquer tipo de produtor, pois, muitos deles dependem de escala,

ou seja, tamanhos grandes de áreas ou tamanhos grandes de rebanho. Por exemplo, no Rio

Grande do Sul existem os condomínios leiteiros compostos por 3 ou mais produtores que

se “associam” na produção e manejo da atividade leiteira visando alcançar escala e poder

adotar as técnicas e equipamentos exigidos pela legislação na produção. Para aqueles que

não têm escala mínima de rebanho e área e que não atuam associativamente ou em redes

de comercialização, fica difícil permanecer na atividade.

Neste sentido a análise de Wilkinson (2008) sobre agricultores familiares13 detalha

três tendências para este grupo. As conclusões para cada uma das tendências são de que

no novo contexto, a partir dos anos 90, mesmo produtores tidos como consolidados viram-

se ameaçados de exclusão na reorganização das grandes cadeias de commodities, o

surgimento de muitos novos mercados de nicho (exemplo o mercado de orgânicos)

poderiam oferecer oportunidades de inserção da agricultura familiar, porém, as novas

exigências destes mercados em termos tecnológicos e mais ainda mercadológicos

representam barreiras para os agricultores tradicionais. Além disto, sem políticas de

promover os conhecimentos apropriados, a maior parte destes mercados tende a ser

ocupada por novos entrantes, sobretudo profissionais liberais e outros empreendedores.

Porém, as pressões para produção em maiores escalas e menores custos nos mercados de

commodities vêm acompanhadas de uma crítica cada vez mais generalizada ao modelo de

agricultura dominante seja sob a ótica do meio ambiente, de resíduos químicos, da defesa

dos animais ou da especialização dos processos produtivos. Desta forma na visão do autor

as críticas refortalecem as pressões para uma desintensificação da agricultura, que por sua

vez, favorecem modelos produtivos na agricultura familiar.

Destas análises de Wilkinson (2008) aliadas às dos demais autores se pode concluir

que embora permaneçam as ameaças e dificuldades para amplo leque de produtores isto

poderá ser transformado em oportunidades desde que ele se utilize de estratégias para

13

Sobre tecnologia e agricultura familiar sugere-se o trabalho de Mário Otávio Batalha e outros: Agricultura Familiar e Tecnologia no Brasil: características, desafios e obstáculos. Ver na net.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 22

sobrevivência e crescimento. Entre elas estão sem dúvida em primeiro lugar a tecnologia.

Na verdade ela envolverá todas as demais. Aqui são encontráveis as ligadas a qualidade do

produto, certificações nas suas mais diversas formas – desde aquelas que certificam a

origem até aquelas que garantem o respeito ao meio ambiente e ao trabalhador rural entre

outras, ações coletivas – em especial na comercialização, os condomínios e associações de

produtores, busca de inserção em redes de comercialização, entre outras tantas que

exigirão cada vez mais informação e atualização permanente dos produtores. A tecnologia

para a agricultura hoje não é mais apenas a relativa à produção, mas de caráter sistêmico

que envolve uma interação cada vez maior entre produtores com o mercado e aplicações

de soluções à suas atividades que atendam as exigências cada vez maiores dos

consumidores. Por exemplo, hoje não se admite mais guardar leite na beira de estrada em

latões de alumínio, mas em tanques refrigerados. A exportação de carne bovina somente

ocorre se houver rastreabilidade por meio de código de barras e brincagem de animais. E,

com certeza vai chegar o momento que o produtor vai ter que provar, por exemplo, que ele

usa eficientemente a água, pois a agricultura é um dos grandes gastadores de água no

mundo. De tudo o que foi considerado anteriormente deve-se salientar que a tecnologia

garantirá rentabilidade se a produção extra gerada puder efetivamente ser comercializada

com preços adequados o que poderia facilitar a adoção de tecnologias. Novamente

destacamos que as certificações assumem relevante papel neste sentido.

Abaixo exemplos de redes de agricultores familiares

.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 23

A comercialização em rede também acontece em outras pises utilizando inclusive

um novo conceito o comércio justo – ver imagens a seguir:

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 24

Quanto a políticas e programas do Governo Federal para a agricultura familiar cite-

se como exemplo o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Verifique no endereço a

seguir:

ftp://ftp.fnde.gov.br/web/alimentacao_escolar/encontros_nacionais/programa_de_aqui

sicao_alimentos_112005.pdf

A figura de GUILHOTO et all, s.d., abaixo mostra que a agricultura familiar

contribui com um terço do PIB do agronegócio. Sugere-se uma busca na NET do excelente

trabalho que está no formato de slides e de fácil compreensão. GUILHOTO; J.M. et alli. A

IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL E EM SEUS ESTADOS. MDA. (s.d.).

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 25

5. Por que cada vez mais é necessário incorporar tecnologias e inovações Por que os países continuam a enfrentar pressões no front das negociações

internacionais no âmbito da OMC e no âmbito do comércio propriamente dito em razão

das mudanças do padrão de exigências dos mercados consumidores. Neste sentido o

Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE) separou a agenda

das negociações internacionais em três. A primeira referente à agenda comercial

tradicional onde permeiam os assuntos sobre tarifas, subsídios e trata do protecionismo no

comércio agrícola. A segunda agenda é a agenda comercial nova com os novos temas

comercias que envolveriam questões sanitárias, bem estar animal, padrões de sanidade e

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 26

inocuidade dos alimentos, rastreabilidade, certificações de qualidade, padrões privados e

outros. A terceira é a agenda ambiental que está cada vez mais ganhando contornos

comerciais a ponto de em algum momento a OMC passar a normatizar elementos de

sustentabilidade permitidos para restrições comerciais. Neste caso o ICONE destaca o

Protocolo de Cartagena, biocombustíveis, mudança climática, desmatamento, mudança no

uso da terra (direta e indireta), emissões de gases efeito-estufa.

Vale a pena também observarmos o que vai acontecer no Congresso brasileiro

referente ao protocolo de Nagoya do qual o Itamaraty atropelou e aprovou sem ouvir o

setor do agronegócio brasileiro que poderá ser impactado por custos de pagamentos de

royalties por uso de sementes, mudas, e animais tradicionalmente utilizados em todo o

mundo. O pagamento será feito aos países originários. Uma verdadeira afronta uma vez

que somente se deve pagar royalties por tecnologia realmente desenvolvida e não por algo

já tradicionalmente utilizado a dezena de anos como é o caso da soja, da batata, do milho,

do gado holandês, da uva, do gado nelore, etc... Para saber mais procurar na internet o

texto do valor econômico com o título de Campo pode ter perda bilionária com Protocolo

de Nagoya.

6.Os recursos para investimentos em inovação e tecnologia nas propriedades Devemos considerar que muitas vezes o uso de determinadas tecnologias exigem

investimentos em fatores fixos, ou seja, que são amortizados em longo prazo, enquanto os

desembolsos podem ser imediatos. Devido a isto a instalação de um equipamento de

irrigação, um equipamento de ordenha mecânica, um tanque de refrigeração, a instalação

de um pomar, o calcariamento de uma área ou outros do tipo devem receber

financiamento apropriado. Então entram os programas de apoio do tipo Moderfrota,

programa ABC que visa maior sustentabilidade da agricultura brasileira e entre os objetivos

está a recuperação de pastagem e a adoção da técnica integração lavoura-pecuária e

floresta que é um programa já vitorioso da EMBRAPA.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 27

O governo federal disponibiliza financiamentos para investimentos que são

anunciados nos planos safra14 e nos planos para a agricultura familiar15 normalmente no

mês de junho ou julho de cada ano.

O gráfico a seguir mostra a evolução dos valores de financiamento para custeio e

para investimento e também das linhas de crédito disponibilizados nos Planos agrícolas e

pecuários entre 2001 a 2011.

Fonte: elaboração própria

O quadro a seguir, retirado do Plano divulgado pelo governo pode-se observar a

composição e a evolução dos valores disponibilizados relativamente à safra 2010/11. Para

verificação dos valores deste ano sugere-se verificar no site do Ministério, ou ainda, basta

procurar por plano agrícola e pecuário 2012/13.

14

Exemplos de programas disponibilizados por recursos dos planos safra do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) -1. MODERFROTA (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras. 2. PRODECOOP (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária). 3. PROPFLORA (Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas). 4. MODERAGRO (Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais. 5. PRODEAGRO (Programa de Desenvolvimento do Agronegócio). 6. PRODEFRUTA (Programa de Desenvolvimento da Fruticultura). 7. FINAME AGRÍCOLA ESPECIAL: manutenção ou recuperação de tratores agrícolas e colheitadeiras, além da aquisição de aviões de uso agrícola. Obs, nem todos estão em vigência. 15

O Ministério do Desenvolvimento Agrário também anuncia seu plano de apoio à agricultura familiar e aos assentados de reforma agrária. Um dos programas usuais é o PRONAF.

Observe-se que embora

os valores de custeio e

comercialização cresçam

de maneira acelerada os

valores para

investimentos (onde são

muito necessários para

equipamentos de

irrigação, correção de

solos, equipamentos,

cercas, etc.), ou seja,

tecnologias não crescem

de mesma forma.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 28

A seguir comparativo valores disponibilizados para os dois tipos de agricultura no Brasil

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 29

Os valores, tipos de produtores, tipos de lavouras e ou criações, taxas de juros,

incentivos, pesquisas, apoio à comercialização,etc fazem parte do bojo da Política agrícola

brasileira que por meio principalmente dos instrumentos creditícios e de pesquisa

agropecuária tentam dar o direcionamento estratégico ao setor de produção agrícola. Note

que as políticas comerciais (exportação e importação e negociações em fóruns

internacionais do tipo OMC) e as políticas macroeconômicas, por exemplo a cambial

também influenciam a trajetória da agricultura.

Política agrícola é um conjunto de ações voltadas para o planejamento, o

financiamento e o seguro da produção e constitui a base da Política Agrícola do Ministério

da Agricultura. Por meio de estudos na área de gestão de risco, linhas de créditos,

subvenções econômicas e levantamentos de dados, o apoio do estado acompanha todas as

fases do ciclo produtivo. Essas ações se dividem em três grandes linhas de atuação: gestão

do risco rural, crédito e comercialização.

A gestão do risco rural realiza-se em duas frentes. Antes de iniciar o cultivo, o

agricultor conta com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Essa ferramenta

tecnológica indica o melhor período para se plantar em cada município do País, conforme

a análise histórica do comportamento do clima. E, para se proteger dos prejuízos causados

por eventos climáticos adversos, o produtor pode contratar o Seguro Rural com partes do

prêmio subsidiado pelo ministério.

As políticas de mobilização de recursos viabilizam os ciclos do plantio. O homem do

campo tem acesso a linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização. Vários

programas financiam diversas necessidades dos produtores, desde a compra de insumos

até a construção de armazéns.

7.Tendência tecnológicas

A agricultura de precisão por meio de GPS em máquinas agrícolas que plantam,

adubam e colhem já é uma realidade no Brasil. A biotecnologia veio para ficar e cada vez

mais os produtores procuram ganhos por meio desta inovação em seus cultivos. A

integração lavoura-pecuária (ILP) é uma importante ferramenta tecnológica para a

recuperação de áreas degradadas ou em fase de degradação e traz uma série de benefícios

para produtores, consumidores e, meio ambiente para toda a sociedade. O programa

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 30

Agricultura Baixo Carbono é uma ação do Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento para estimular a sustentabilidade na agricultura. As redes de

comercialização e as exigências dos consumidores quanto a qualidade, rastreabilidade e

certificações são outras questões que emergem e pressionam por incorporações

tecnológicas e inovações nas atividades das cadeias agroindustriais (de fornecedores até os

varejistas).

Com tudo o que foi nomeado acima se percebe que os produtores e os demais

agentes das diversas cadeias produtivas do agronegócio devem estar atentos com as

tendências e obrigatóriamente deverão incorporar novos elementos em suas produções

para evitar perda de mercado e restrições por parte de consumidores.

O contexto em que está operando o agricultor pode melhor ser entendido nos

resultados da pesquisa16 do professor Ulrich Oevemann, da Universidade de Frankfurt em

parceria com a empresa Synovate GmbH na qual constatou-se que de forma geral os

agricultores são considerados administradores ou cuidadores da terra, são considerados

culpados por problemas ambientais (entre 38 a 43% dos respondentes assim opinaram) e,

além disto cerca de 70% dos entrevistados não estão dispostos a pagar mais por alimentos

produzidos de forma ambientalmente correta. Isto leva a uma séria constatação de que

embora culpem e responsabilizem os agricultores por problemas ambientais eles não

pagarão mais para melhorar isto, não significando, porém que deixarão de exigir que os

produtores assim o façam. Ou seja, os custos serão dos produtores por que as

regulamentações estão vindo aí. Os produtores terão legislação ambiental mais rígida –

novo código florestal, atualmente eles não podem desenvolver atividades de abate de

animais em muitas regiões do país, por exemplo. A reportagem do globo rural do dia 9 de

setembro sobre produção e venda de queijos não deixa dúvidas disto.

8.Fontes de tecnologia (onde encontrar)

- órgãos de pesquisa e assistência técnica – EMATER, EMBRAPA, IRGA, IAPAR, etc.

- universidades;

- cooperativas agrícolas e pecuárias;

16

A pesquisa foi executada entre 1800 agricultores e 6000 consumidores no Brasil, India, Estados Unidos, Alemanha e Espanha. (LEDUC, 2012).

31

Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 31

- empresas fornecedoras de insumos/máquinas;

- associações, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), ONGs, SEBRAE, outros.

9.Veículos de comunicação

- TVs e Rádios (exemplo programa globo rural);

- revistas e jornais (Panorama da Aquicultura, Balde Branco, Manchete Rural, Globo Rural,

Agroanalyses, etc..) – jornal Valor Econômico página de agronegócio.

- internet;

- árvore do conhecimento (EMBRAPA). Procure na net Embrapa lança novas árvores do

conhecimento — Embrapa

- reuniões técnicas, dias de campo em unidades demonstrativas (fazendas modelo).

10.Forma de aquisição de tecnologia

- Ao adquirir equipamento ou fator de produção (fertilizante, defensivo agrícola) o sistema

ou modelo de uso e produção pode estar embutido;

- licenciamento ou compra de teconologia (Know-how). Isto especificamento no caso de

instalação de plantas agroindustriais (produção de queijos finos, etanol, vinhos, etc..).

11. A tecnologia necessária: a irrigação

Ainda nos anos 70 o governo federal iniciou trabalhos nesta linha com Programa de

Irrigação do Nordeste (PROINE) e o Programa Nacional de Irrigação (PRONI). É uma

tecnologia sabidamente multiplicadora de produtividade, mas que encontra obstáculos

para sua adoção maciça por os produtores. Esta tecnologia assume cada vez maior

importância frente aos eventos climáticos relacionados à falta de água. Neste sentido,

Cunha (2011) verificou por meio de dados do Banco Mundial que os anos compreendidos

entre 1995 e 2006 foram os mais quentes do registro instrumental da temperatura da

superfície da global (desde 1850) e que a projeção é aumentar ano a ano, se nada for feito

para sustar o aquecimento global.

A irrigação pode ser amplamente utilizada, desde que se atue tecnicamente para

evitar riscos de salinização, por meio de gotejamento (fruticultura e horticultura), aspersão

(horticultura, grãos, pastagem), sulcos (horticultura – tomate por exemplo,ou

encharcamento (arroz irrigado – quadras alagadas).

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 32

Cunha (2011) ao analisar o impacto das mudanças climáticas

sobre a adoção de irrigação no Brasil destaca que a decisão do produtor em adotar ou não

a irrigação também é condicionada pelo seu conhecimento técnico, capacidade de

gerenciamento e condições de renda. Além disto, que produtores mais capitalizados são os

que provavelmente terão mais condições de investir em tecnologias de irrigação, fazendo

com que sejam potencialmente menos afetados pelos efeitos adversos das mudanças

climáticas.

A desculpa de falta de dinheiro neste caso não cabe, basta obter informações sobre

alternativas econômicas para irrigar. Por exemplo, existem agricultores que utilizam

moringas de barro enterradas, com tampa removível para reabastecimento de água

quando necessário, próximo a pés de abobora ou de melancia para fornecer água às

plantas (que tal garrafa pet furada?). Logo a seguir ouro exemplo de irrigação alternativa.

12. Tecnologias adaptadas ou alternativas

Se o produtor não possui o capital ou área necessária para grandes investimentos e

riscos ele poderá adotar esquemas tecnológicos econômicos ou adaptados, mais baratos.

Alguns exemplos do programa globo rural. (procurar em G1.com, procure em Globo Rural e

desça na página até encontrar o link veja todos os videos de globo rural » então basta você

selecionar a data do programa e pronto).

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 33

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 34

12.O Brasil e sua tecnologia agrícola no contexto internacional

O Brasil por meio da EMBRAPA e outras instituições estão aptos também a fornecer

tecnologia para os países do continente africano conforme afirma Guarany (2012). Esta é a

resposta sobre a qual poderia ser a contribuição brasileira aos países do cinturão tropical

do planeta. Isto por que a carência de capital e Know-how são os principais entraves dos

países africanos. Estes são essenciais para produzir qualquer cultura agrícola por que

somente terra, água e mão de obra não garantiriam a produção mesmo que estivessem em

abundância.

Em alguns projetos, avaliados pela Fundação Getúlio Vargas, para países da África o

Brasil pode perfeitamente auxiliar com expertise tecnológica (know-how) para resolver a

escassez de alimentos e combustíveis. Aí se encontram projetos para produção de óleo de

Palma, milho, arroz, açúcar, soja, girassol, amendoim, agro energia com biodiesel e etanol.

(GUARANY, 2012).

13.Estudos de caso de inovação e tecnologia

1) AGRINDUS: A Fronteira Tecnológica e os Limites da Rentabilidade

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 35

http://yamin.net.br/development/pensa/wordpress/wp-content/uploads/2011/10/AGRINDUS_a_fronteira_tecnologica_e_os_limites_da_rentabilidade_19951.pdf

2) POOl Leite ABC – inovando na comercialização de leite http://pensa.org.br/wp-content/uploads/2011/10/Pool_leite_ABC_inovando_na_comercializacao_de_leite_2002.pdf

3) Terra preservada: coordenando ações para garantir a qualidade http://pensa.org.br/wp-content/uploads/2011/10/Terra_preservada_coordenando_acoes_para_garantir_a_qualidade_1999.pdf 14.Sugestão de sites

1) Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE) http://www.iconebrasil.org.br/pt/

2) PENSA - CENTRO DE CONHECIMENTO EM AGRONEGÓCIOS http://pensa.org.br/ 15. Deu no jornal

A seguir exemplos de aplicações tecnológicas.

“A Agroceres PIC, braço de genética de suínos da Agroceres, prepara-se para fazer a

sua primeira venda de créditos de carbono no mercado internacional. A empresa recebeu o

aval das Nações Unidas para a operação graças a um projeto de captação de gases nocivos

ao ambiente de sua unidade em Patos de Minas (MG)”.

Agroceres PIC venderá crédito de carbono Bettina Barros | De São Paulo

29/11/2010 Valor Econômico, caderno B, p.12

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 36

Em 2010 o Brasil estava atrasado no uso da biotecnologia no cultivo do algodão.

Naquela época isto foi afirmado na notícia do valor econômico com título:

Indústria têxtil prevê algodão em alta até 2012

Entre outras análises afirmava que no Brasil o algodão vinha perdendo espaço nas lavouras

para culturas como a soja, que tem custo de produção mais baixo e acesso mais facilitado ao

crédito; o Brasil ainda está muito atrasado em relação a outros países em uso de tecnologias de

ganho de produtividade."Estamos com dez anos de atraso. Enquanto 90% das áreas cultivadas na

Índia usam sementes transgênicas, aqui são 50% com o agravante de ser com variedades mais

atrasadas tecnologicamente do que em outros países.

Estudo mapeia classes de produtores e sugere nova política agrícola

24/11/2011 Valor Econômico, caderno B, p.16 Por Sergio Leo

É urgente mudar o foco da política agrícola e deixar de lado medidas voltadas para produtos

específicos para atender com instrumentos diferentes cada classe de produtor, alertou o presidente do Centro de Estudos da Fundação Getúlio Vargas, Mauro Lopes, com base em dados do Censo Agrícola. Em seminário ontem pelos 60 anos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ele divulgou um estudo sobre as classes de renda na agricultura brasileira que confirmou problemas como a forte dependência de fertilizantes importados, por exemplo, e que, pela primeira vez, trouxe detalhes sobre a "classe média" na produção rural.

"Políticas voltadas para a produção são adequadas para as classes A, B e C, mas pouco adequadas para grande parcela das classes D e E", concluiu o especialista. Políticas de apoio para adoção de tecnologia são importantes para a consolidação da classe C e sua ascensão, disse. "A concentração de renda e de área deriva da política dos últimos 20 anos, concentrada nos planos de safra e em produtos (...) Deveríamos ter desenvolvido política centrada em nível de produtor, de acesso a tecnologia, que é a grande causadora da ascensão das classes rurais produtoras."

Os pesquisadores descobriram, ainda, que o financiamento de tradings e de empresas integradoras como a Brasil Foods é, de longe, bem mais importante que o financiamento bancário. Esses mesmos agentes são também responsáveis pela manutenção de altos padrões de exigência de produção e baixas margens de lucro ao produtor.

FAO prega aceleração de investimentos no campo Svetlana Kovalyova e Jane Baird | Reuters, de Milão

29/10/2010 Valor Econômico, caderno B, p.12

A agricultura mundial necessita urgentemente de bilhões de dólares em investimento anual adicional para impulsionar a produção e reduzir o impacto negativo sobre o ambiente, afirmou ontem a FAO, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação. Os produtores precisariam elevar a produção 70% até 2050, quando a população deverá atingir 9 bilhões de habitantes, frente aos 6,7 bilhões de hoje. Veja mais em www.fao.org.

Integração entre lavoura e pecuária recupera áreas e reduz custos

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 37

No Brasil, 90% dos criadores engordam os animais só no pasto. O maior produtor mundial de carne são os EUA, com metade do rebanho. Do Globo Rural 14/08/2011

A técnica que permite integrar a atividade agrícola com a pecuária já tem mais de 20 anos. No começo, era usada apenas para recuperar as pastagens, baixando os custos do produtor. Hoje, o aperfeiçoamento da integração lavoura-pecuária comprova que, além de baixar custos, melhora a qualidade do solo, ajudando a aumentar a produtividade do milho e da soja.

O Brasil tem o maior rebanho bovino comercial do mundo. São 200 milhões de animais, o que corresponde a mais de uma cabeça para cada habitante do país. Porém, o maior produtor mundial de carne não é o Brasil, e sim os Estados Unidos, que têm a metade do nosso rebanho.

A diferença está na qualidade genética e, principalmente, no manejo da criação. Nos Estados Unidos, a fase de cria é feita a pasto, mas 90% dos animais são engordados em confinamentos gigantescos, onde recebem indução de hormônios para melhorar o ganho de peso e comida à vontade.

Para transformar o cenário, primeiro é preciso fazer uma gradagem, incorporando o mato e destruindo os cupins. Depois, vem o arado aiveca, para descompactar e revirar o solo. Por fim, é necessário passar a grade niveladora para acertar o terreno. Em áreas com declive, é necessário fazer curva de nível para evitar erosões.

No início, a cultura recomendada é o arroz, consorciado com a braquiária. A correção do solo e a adubação dependem do resultado da análise do solo. O pulo do gato está na hora do plantio. A plantadeira é regulada para colocar as sementes do arroz a quatro centímetros de profundidade. As sementes do capim, no caso, a braquiária, são colocadas junto com o adubo, a dez centímetros do chão.

A técnica faz o arroz nascer primeiro e reduz a competição entre as duas culturas. As sementes do capim aproveitam os resíduos do adubo usado no arroz. Com a colheita, o produtor paga os custos da recuperação do pasto e ainda sobra a palha do arroz para adubar o capim. Duas semanas depois da colheita do arroz, a pastagem já pode ser utilizada para alimentar o gado. Quatro anos depois, quando a área for renovada, o produtor já pode usar culturas de maior valor econômico, como o milho e a soja.... 4 de julho de 2011 | N° 9220DIÁRIO CATARINENSE

I N D Ú S T R I A D O L E I T E

Aurora inaugura fábrica de R$ 180 mi Unidade, anunciada como a mais moderna do país, processa cerca de 2,2 milhões de litros por dia

A Coopercentral Aurora inaugurou a fábrica de processamento de leite anunciada como a mais moderna do país, sábado, às margens da BR-282, em Pinhalzinho, no Oeste de SC. Com investimento de R$ 180 milhões, a indústria tem capacidade de processamento de 2,2 milhões de litros de leite por dia. A empresa iniciou a implantação da unidade no primeiro trimestre de 2007, mas só inaugurou completamente no final de semana. A plataforma de automação adotada na nova planta permite rastreabilidade da produção de leite, garantindo o cumprimento dos critérios de segurança alimentar, o que habilita a venda dos produtos Aurora e Aurolat nos mercados internacionais mais exigentes.

Funcionais e orgânicos conquistam prateleiras

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 38

31/08/2011 - Filão do Bem-estar prevê R$ 38 bilhões em vendas até 2014 Katia Simões | Para o Valor, de São Paulo. Caderno F, p.8 Há pouco mais de uma década pensar em abastecer prateleiras inteiras com produtos orgânicos ou naturais sequer passava pela cabeça dos varejistas. Os chamados alimentos saudáveis ficavam restritos a empórios especializados e a restaurantes rotulados de 'naturebas'. Hoje, o cenário é bem diferente e o que antes era visto como desejo de poucos, agora é encarado como um excelente nicho de mercado, capaz de alavancar as vendas e fidelizar a clientela.

......... Por aqui, apesar de os especialistas afirmarem que ainda estamos engatinhando, o cenário é bastante animador. Estudos do Euromonitor preveem que até 2014 o movimento do mercado brasileiro de alimentos saudáveis chegará a R$ 38 bilhões, com expansão de 39% em relação ao volume atual. Criada em 1987, em Petrópolis (RJ), a Mundo Verde foi a primeira loja de produtos naturais a virar rede de franquias e a abrir unidades até no exterior. No início, atendia apenas a um nicho de consumidores, com oferta reduzida de produtos. Hoje, são mais de 150 lojas, 5 mil itens nas prateleiras, 100 mil pessoas atendidas por dia, um faturamento de R$ 180 milhões no ano passado e nada menos do que 800 fornecedores, entre eles, a catarinense Vitalin. Nascida como exportadora, a pequena empresa de Jaraguá do Sul (SC), não titubeou em mudar literalmente de ramo em 2006, ao enxergar que havia uma carência de fornecedores de produtos naturais de qualidade. Deixou para trás 12 anos de experiência na área de exportação de cogumelos medicinais. "Fomos pioneiros na difusão dos atributos naturais de alimentos como quinoa, linhaça dourada e amaranto", revela Rogério Mariske, sócio da Vitalin. Hoje, são 27 produtos, entre eles, farinha e semente de linhaça dourada e marrom; quinoa, nas variações farinha, flocos e mista com grãos brancos e vermelhos, além de fibra de maracujá e aveia em flocos enriquecida com quinoa e amaranto em três sabores. "A grande novidade é o shake orgânico de quinoa e os achocolatados orgânicos com açúcar mascavo", diz o empreendedor. Com um crescimento de 30% ao ano, a Vitalin deve encerrar 2011 com um faturamento de R$ 6 milhões. Para driblar a concorrência no ponto de venda, a marca investe em degustações, distribuição de panfletos educativos além da presença de promotores nas lojas. "Nada bate a visita aos nutricionistas, porque são eles os grandes propagadores da alimentação natural", garante Mariske.

Colheita expressa

(Valor Econômico) 03/09/2010

A paranaense Cocamar Cooperativa

Agroindustrial, com sede em Maringá, fará

pela primeira vez no Estado um dia de campo

especial sobre colheita mecanizada de café. O

evento ocorre hoje na propriedade da família

Brazolotto, no município de Cianorte, e é

considerado um marco na difusão da

mecanização da lavoura cafeeira do Paraná,

que ainda é muito incipiente.

2Elaborado por: prof. Dr. Francisco GELINSKI

NETO3

Elaborado por: prof. Dr. Francisco GELINSKI

NETO

4Elaborado por: prof. Dr. Francisco GELINSKI

NETO5

Elaborado por: prof. Dr. Francisco GELINSKI

NETO

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 39

21 de setembro de 2010 | N° 8935

INFORME ECONÔMICO | ESTELA BENETTI

Vem aí o salmão transgênico

• A agência reguladora de alimentos do governo

dos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug

Administration), iniciou ontem e conclui hoje

avaliação para decidir se libera a venda

comercial do salmão geneticamente

modificado. Se a resposta for sim, o salmão

será o primeiro animal transgênico

considerado seguro para a alimentação

humana.

10Elaborado por: prof. Dr. Francisco GELINSKI

NETO 11Elaborado por: prof. Dr. Francisco GELINSKI

NETO

ANEXO

ANEXO 1.Calculando a produtividade

Note que a produtividade em dado ano pode ser influenciada por fatores climáticos (secas, chuvas na colheita, geadas fora de época, granizo, tempestades, etc..). Você pode calcular a produtividade para as duas lavouras (milho e soja) do exemplo dos gráficos abaixo, simplesmente dividindo a produção total por área de cultivo, obtendo assim o coeficiente de produtividade indicando os ganhos de eficiência no período indicado. Considere que em Santa Catarina tem ocorrido frequentemente estiagens que afetam a produção. A área deve ser multiplicada por 1000. A produção para obtermos kg/ha deveremos multiplicar por 1000 para obermos em toneladas e multiplicarmos por mais mil para obermos em Kg . Ex. para o ano de 10/11 milho 570 X 1000 = área em hectares. Produção será 3.390 mil toneladas X 1000 = 3.390.000 toneldas X 1000 Kg = 3.390.000.000 Kg → Prod/área = 3.390.000.000 / 570.000 = 5.947,37 kg/há. Acho esta produtividade elevada dado que existem muitas propriedades ainda utilizando variedades ao invés de híbridos e também por não calcarearem as terras ou por não corrigirem adequadamente. Será que os dados estão corretos? O instituto cepa ou a epagri (ver na internet) poderiam fornecer dados, ou ainda dados do IBGE de áreas colhidas e produção por estado.

Como está evoluindo a produtividade do milho e da soja em SC? = Produção / área = t/há. Calcular tomando por base os dados dos gráficos

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 40

ANEXO 2. A Organização Tradicional e as novas exigências na inovação

ORGANIZAÇÃO TRADICIONAL DA INOVAÇÃO

Fonte: Portugal (2003)

Vejamos que já em 2003, ou seja, há apenas 9 anos atrás Portugal (2003) já apontava para as tendências para o agronegócio e, portanto, novas exigências em termos tecnológicos aos agricultores e para a cadeia agroindustrial como um todo Estes conceitos estão na figura abaixo.

NOVOS CONCEITOS E VALORES

Fonte: Portugal (2003)

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 41

ANEXO3. Tecnologia e Inovação na agricultura e agronegócio: o papel da EMBRAPA

Sobre inovação ver item 6.3.6 na p. 343 em diante até a p. 370 da tese A inflexão da

trajetória evolutiva do cluster da carcinicultura de Laguna: conseqüências nas interações

dos agentes e instituições. Tese de GELINSKI NETO, Francisco. UFSC, 2007. Para baixar da

net basta procurar pelo título.

A EMBRAPA é uma Empresa pública que busca viabilizar soluções tecnológicas para

a competitividade e a sustentabilidade do agronegócio brasileiro. É formada por uma

grande rede de unidades administrativas, de serviços e de pesquisa, com 45 unidades

distribuídas pelas várias regiões do País. A Rede EMBRAPA é formada por unidades centrais

(Unidades Administrativas em Brasília) e por unidades de serviço e por unidades dedicadas

à pesquisa em produtos, como milho e sorgo, arroz, soja, algodão, etc; unidades dedicadas

a temas básicos, para desenvolvimento e adaptação de conhecimentos e inovações em

tecnologia agroindustrial, instrumentação avançada, tecnologia da informação, recursos

genéticos e botecnologia, etc; e unidades de pesquisas ecorregionais brasileiras, na busca

de soluções para uso sustentável da base de recursos naturais que viabilizam as atividades

do agronegócio (EMBRAPA, 2002, p.3, EMBRAPA, 2011b).

Está sob a sua coordenação o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária - SNPA,

constituído por instituições públicas federais, estaduais, universidades, empresas privadas

e fundações, que, de forma cooperada, executam pesquisas nas diferentes áreas

geográficas e campos do conhecimento científico (EMBRAPA, 2011c). Além disso, a

EMBRAPA compõem a RIPA17 (Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o

Agronegócio) criada em 2003 pelo MCT, com a proposta de melhorar, estruturar e preparar

o campo do agronegócio brasileiro para as oportunidades e eventuais ameaças do

mercado.

Para lograr o êxito em sua missão de viabilizar soluções de pesquisa,

desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da

17 A RIPA foi consolidada no âmbito do CT-Agronegócio, um dos fundos setoriais para o desenvolvimento da

ciência, tecnologia e inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com recursos do F NDCT e FINEP. A RIPA decorre do convênio da FINEP - IEASC/USP, ABAG, Embrapa, FIPAI, ITAL.

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 42

sociedade brasileira compõem ampla gama de parcerias públicas e privadas que participam

na inovação e na transferência de tecnologias. Até 2002 a EMBRAPA contava com 1500

parcerias e destas mais de 1000 eram parcerias privadas nas diversas etapas do processo

de P&D e transferência tecnológica. Também cooperava com 155 instituições em 55 países,

números que devem ter se elevado em razão das recentes prioridades para o continente

Africano e Latino Americano (EMBRAPA, 2002b).

A transferência tecnológica conta atualmente com uma importante ferramenta

gerida pela Agência de Informação Embrapa que é a árvore do conhecimento. Na verdade

esta inovação conta com diversas árvores do conhecimento. É uma estrutura,

disponibilizada no ambiente virtual da empresa, com informações organizadas numa

estrutura ramificada em forma de árvore18. O conhecimento está disponibilizado e

organizado de forma hierárquica19. As árvores do Conhecimento contêm informações

validadas sobre todas as etapas da cadeia produtiva dos produtos (cultivo e criação) e

sobre os temas diversos. Veja mais em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/.

Além dos projetos e parcerias internas a empresa também desenvolve cooperação

internacional. Nessa seara a EMBRAPA conta hoje com 78 acordos com 56 países e 89

instituições estrangeiras, envolvendo sobretudo a pesquisa agrícola em parceria e a

transferência de tecnologia (EMBRAPA, 2011c).

18

É disponibilizado pela agência, todo o conjunto de árvores desenvolvidas pelas várias unidades sobre produtos e temas do negócio agrícola. 19

Nos primeiros níveis desta hierarquia, estão os conhecimentos mais genéricos e, nos níveis mais profundos, os mais específicos

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 43

Figura: representação estilizada de árvore do conhecimento

Fonte: Embrapa (2011).

Além dos projetos e parcerias internas a empresa também desenvolve cooperação

internacional. Nessa seara a EMBRAPA conta hoje com 78 acordos com 56 países e 89

instituições estrangeiras, envolvendo, sobretudo a pesquisa agrícola em parceria e a

transferência de tecnologia (EMBRAPA, 2011c).

Nesse modelo a EMBRAPA tem desenvolvido um projeto bastante inovador,

chamado Labex, ou Laboratório Virtual no Exterior desde 1998. As parcerias com Estados

Unidos, com Países da Europa (França, Holanda e Inglaterra), e Ásia visam o

desenvolvimento de tecnologia s de ponta. O projeto Labex conta atualmente com cinco

laboratórios (em 2002 eram somente dois – o americano e o francês), um localizado no

Agricultural Research Center - ARS, que pertence ao Departamento de Agricultura dos EUA

(USDA), o segundo localizado em Montpellier, no sul da França, o terceiro está na

Universidade de Wageningen, na Holanda, e o quarto no Instituto de Pesquisas de

Rothamsted, na Inglaterra. O mais recente deles (quinto) é o LABEX-Coréia, em Seul, na

Coréia do Sul. A esses núcleos avançados estão vinculados pesquisadores seniores que

realizam um trabalho de interação, antenagem tecnológica e monitoramento do mercado

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Elaborado por: Prof. Dr. Francisco GELINSKI NETO – UFSC Página 44

de inovação, procurando suprir as equipes da EMBRAPA e seus parceiros de informações

estratégicas. O Labex busca também viabilizar interações produtivas entre as equipes

brasileiras e equipes de instituições congêneres localizadas naqueles países. (EMBRAPA,

2002, p.3, EMBRAPA, 2011c).

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