produtividade da agricultura e transferÊncia de renda no...
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PRODUTIVIDADE DA AGRICULTURA
E TRANSFERÊNCIA DE RENDA NO
BRASIL
BRASIL
Geraldo Barros
Adriana F. Silva
Dois notáveis avanços no cam
po
econômico no Brasil em 2 décadas
•Controle do histórico e crônico processo
inflacionário a partir do Plano Real em
1994;
•Modesta, m
as inédita melhoria na
•Modesta, m
as inédita melhoria na
distribuição de renda que vem sendo
captada estatisticamente desde pelo
menos 1996.
Proposição sobre a Mudança na
Distribuição de Renda
•Atribuímos os progressos na melhoria da distribuição de renda a
uma combinação de
–choques de demanda (transferência de renda sob inflação controlada) e
–choques de oferta (produtividade e eficiência), com destaque para a
agricultura
que resultaram em aumentos no poder aquisitivo de população mais
que resultaram em aumentos no poder aquisitivo de população mais
pobre.
•Esta interpretação difere das análises que vêm sendo
apresentadas, que atribuem a
–Programa Bolsa Família e demais programas de transferência de
renda : 1/3
–à redução na desigualdade da remuneração dos trabalhadores (40%),
–além uma gama de outros fatores, como faz Paes de Barros (2009)
Políticas para Desconcentrar
Renda e Reduzir Pobreza
•Reform
a-se o sistema previdenciário rural com inclusão no Regime Geral
de Previdência Social
–Piso dos benefícios (um salário m
ínimo) e a idade de aposentadoria em 60 anos
para homens e 55 para m
ulheres (5 anos menor do que para o trabalhador
urbano), adequando à realidade rural a comprovação da contribuição.
–Estima-se em 7,8 milhõeso número de beneficiários do setor rural.
•Lei O
rgânica de Assistência Social (LOAS) dispensando a contribuição
•Lei O
rgânica de Assistência Social (LOAS) dispensando a contribuição
para idosos (m
ais de 65 anos, atualmente) e deficientes, nos casos de
renda familiar per capita inferior a ¼
do salário m
ínimo.
–Com 3,4 milhõesde beneficiários urbanos e rurais desde 1996 os recursos
provêem do Tesouro Nacional.
•Bolsa Família beneficia quase 12 milhões
de famílias; como a m
aioria dos
pobres acha-se no m
eio rural do Nordeste e do Norte, onde predomina a
ação do programa, seu im
pacto deve ser significativo no m
eio rural
•Triplicação do Salário M
ínimo Real (1995/2009):
Proposição Detalhada
•O controle da inflaçãoassegura o poder médio de compra da
moeda.
•As transferências de rendacolocam à disposição do público-alvo
mais renda depoder de compra
mais estável.
•Entretanto, fica a questão dos preços relativos.
–Ao receber mais renda, o público-alvo vai usá-la para compra de
bens e serviços conform
e seu padrão de consumo.
bens e serviços conform
e seu padrão de consumo.
–Se o uso da renda adicional for direcionado para bens cujos
preços relativos estejam em alta, a transferência de renda real
não se dá.
–É im
portante que os preços relativos desse setor não cresçam
ao tempo em que se dão as transferências.
•Aliás, se a produção estiver em crescimento com aumentos de
produtividade, a distribuição poderá ultrapassar as metas ao
beneficiar o público-alvo com queda de preços relativos.
•Este parece ser o cenário da experiência recente no Brasil.
Fatos:
Queda real de cerca de 75% nas cotações em dólares
dos preços mundiais dos alim
entos nos 30 anos a contar de 1975,
fato que se repete internamente ao produtor e ao consumidor
FGV, F
IPE, IM
F
Fatos: Protecionismo e Oligopólios(1970/1994)
Margens entre Preço Internacionais
de Commoditiese Preços Domésticos
MORISSET
Fatos: A
umento de Produtividade no Brasil
(1975/2006)
200
250
300
350 0
50
100
150 19
75
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
PRODUÇÃO
FATORES
PTF
GASQUES et al
Modelo:
2 setores, 2 classes de renda
Sem política de transferência
+)
,,
(A
AN
A
AP
AP
XP
PC
α+
−)
)1(,
,(
AA
NA
AR
AP
XP
PC
α+
),
,(
NN
NA
NP
AP
XP
PC
β
A
E AN
NN
A
NR
AX
XP
XP
PC
=+
−)
)1(,
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β
+)
,,
(A
AN
A
AP
NP
XP
PC
α+
−)
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,(
AA
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NP
XP
PC
α+
),
,(
NN
NA
NP
NP
XP
PC
β
NN
NN
A
NR
NX
PX
PP
C=
−)
)1(,
,(
β
Modelo:
2 setores, 2 classes de renda
Com política de transferência
)](,
,[
AP
AA
NA
AP
AP
XP
PC
Τ+
α)]
)1
((,,
[AR
AA
NA
AR
AP
XP
PC
Τ−
−+
α
)](,
,[
NP
AA
NA
NP
AP
XP
PC
Τ+
+β
A
E ANR
AA
NA
NR
AX
XP
XP
PC
=+
Τ−
−+
)])(
1((,
,[
β
NP
AA
NA
AA
ANR
AA
NA
A )](,
,[
AP
AA
NA
AP
NP
XP
PC
Τ+
α)]
)1
((,,
[AR
AA
NA
AR
NP
XP
PC
Τ−
−+
α
)](,
,[
NP
AA
NA
NP
NP
XP
PC
Τ+
+β
NNR
AA
NA
NR
NX
PX
PP
C=
Τ−
−+
)])(
1((,
,[
β
Modelo de 2 setores: Agricola e Nao agricola,
(sem categorias de renda)
PA
PA0
XA
PN
XN
XA0
XN0
PN0
XC0
Aumento de Produtividade Agricola
(sem categorias de renda)
PA
PA0
0
XA
PN
XN
XA0
XA1
XN0
PN0
PN1
XC0XC1
0
Queda no preço agrícola externo
(sem categorias de renda)
PA
PA0
PA1
XA
PN
XN
XA0
XN0
PN0
PN1
XC0XC1
Aumento de produtividade
& queda de preço agrícola
(sem categorias de renda)
PA
PA0
PA1
XA
PN
XN
XA0
XA1
XN0
PN0
PN1
XC0XC1
Queda no preço agrícola
& aumento na produtividade agrícola
(2 categorias de renda)
PA0
PA1
DAT
DAR
DAP
XA0
XA1
DAR
PN1
XN0
DNT
DNP
DNA
PN0
Queda no preço agrícola
& aumentos nas produtividades agrícola
e não agrícola
PA0
PA1
DAT
D
DAP
XA0
XA1
DAR
PN1
XN0
DNT
DNP
DNA
PN0
XN1
Agropecuária
Produto (preços reais constantes de 1995)x
PIB (preços reais de cada ano)
200,000
250,000
300,000 0
50,000
100,000
150,000
1,995
1,996
1,997
1,998
1,999
2,000
2,001
2,002
2,003
2,004
2,005
2,006
2,007
2,008
PIB
PRODUTO
Cálculo e Decomposição
da Transferência da Agricultura
A transferência total é dada por
PIB
PRODUTO
RA
−=
que pode ser reescrita como
)](
)[(
][
SBC
SBC
SBC
PIB
SBC
PRODUTO
RA
PC
PC
−−
−−
−=
(10)
Reagrupando
Reagrupando
}{
]}[
]{[
SBC
SBC
SBC
PIB
SBC
PRODUTO
RA
PC
PC
−+
−−
−=
][
PC
SBC
PRODUTO−
, é a absorção a preços constantes;
][(
SBC
PIB−
, é a absorção a preços reais.
]}[
]{[
SBC
PIB
SBC
PRODUTO
PC
−−
− é a transferência interna
][(
SBC
PIB−
é transferência externa
PA
XA
PN
PA0
XA0
XA1
XC0XC1
PA1
XN
XN0
PN0
PN1
11
0)
(A
AA
AX
PP
R−
= = Renda total transferida,
que se decompõe em
C A
AA
AI
XP
PR
11
0)
(−
= = Renda transferida para os consumidores internos/domésticos
(parte dos quais são produtores agrícolas)
))(
(1
11
0
C AA
AA
AE
XX
PP
R−
−=
= Renda transferida para o exterior
Transferência Acumulada da Agropecuária
para a Sociedade Brasileira e do Setor Externo
para a Agropecuária . Brasil, 1975/2008
400.000
500.000
600.000
700.000
-300.000
-200.000
-100.0000
100.000
200.000
300.000
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
TI TE
Reais de 2008
Reflexo no Salário Mínimo
300,0
350,0
400,0
450,0
500,0
200%
250%
300%
350%
REAJU
STES NOM
SAL REAL
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
jan/75
jan/76
jan/77
jan/78
jan/79
jan/80
jan/81
jan/82
jan/83
jan/84
jan/85
jan/86
jan/87
jan/88
jan/89
jan/90
jan/91
jan/92
jan/93
jan/94
jan/95
jan/96
jan/97
jan/98
jan/99
jan/00
jan/01
jan/02
jan/03
jan/04
jan/05
jan/06
jan/07
jan/08
jan/09
0%50%
100%
150%
200%
SAL REAL
IPC AL
Índices de Preços ao Consumidor,
FIPE/SP Deflacionados pelo IG
P-DI,
1995/2009
80100
120
140
HABIT
ALIM
TRANSP
020406080
Dec-
95De
c-96
Dec-
97De
c-98
Dec-
99De
c-00
Dec-
01De
c-02
Dec-
03De
c-04
Dec-
05De
c-06
Dec-
07De
c-08
Dec-
09
TRANSP
PESSOAIS
SAÚDE
VEST
EDUC
GERAL
Conclusões
•No período de 1995 a 2008, essa
transferência somou R$641 bilhões de
2008,
•o que correspondeu a 22,6% do PIB a
•o que correspondeu a 22,6% do PIB a
preço constante gerado pela agropecuária
no período.
•a transferência aqui computada refere-se
à etapa mais suave de queda de preços
para o período de 1975 a 2006.
Conclusões
•agropecuária, que transferira R$ 641 bilhõesa
sociedade brasileira, viu-se parcialmente
compensada com uma transferência externa
negativa (ie, vinda do exterior) acumulada de
R$ 248 bilhões;
R$ 248 bilhões;
•assim a transferência líquida da agropecuária foi
de R$393 bilhões.
•ou seja, comercializar externamente parte de
sua produção representou uma form
a de
atenuar o im
pacto da transferência de renda
que a agropecuária fez para a economia interna
Conclusões
•as políticas de salário m
ínimo, pensões e
aposentadorias e Bolsa Família seriam
instrumentos para assegurar que os ganhos de
produção e produtividade alcançassem as
camadas mais pobres da população (que
camadas mais pobres da população (que
estariam fora do mercado).
•A renda criada por essas transferências parece
ter provindo em boa parte da renda potencial
perdida pela agropecuária.