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CONCENTRAÇÃO ESPACIAL E DINÂMICA DA PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA NA AGRICULTURA BRASILEIRA NO NÍVEL MICRORREGIONAL Fernando Luís Garagorry Milena Yumi Ramos Adalberto Araújo Aragão Brasília, DF: Embrapa SGI, Dezembro de 2017

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CONCENTRAÇÃO ESPACIAL E DINÂMICA

DA PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA NA

AGRICULTURA BRASILEIRA

NO NÍVEL MICRORREGIONAL

Fernando Luís Garagorry

Milena Yumi Ramos

Adalberto Araújo Aragão

Brasília, DF: Embrapa SGI, Dezembro de 2017

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3

METODOLOGIA GERAL ............................................................................................. 4

LAVOURAS PERMANENTES ..................................................................................... 9

BANANA .................................................................................................................... 9

CAFÉ (EM GRÃO) ................................................................................................... 14

LARANJA ................................................................................................................ 19

MAÇÃ ...................................................................................................................... 24

MAMÃO ................................................................................................................... 29

MANGA ................................................................................................................... 34

MARACUJÁ ............................................................................................................. 39

SISAL (FIBRA) ........................................................................................................ 44

UVA ......................................................................................................................... 49

LAVOURAS TEMPORÁRIAS .................................................................................... 54

ABACAXI ................................................................................................................. 54

ALGODÃO HERBÁCEO (EM CAROÇO) ................................................................. 59

ALHO ...................................................................................................................... 64

AMENDOIM (EM CASCA) ....................................................................................... 69

ARROZ (EM CASCA) .............................................................................................. 74

AVEIA (EM GRÃO) .................................................................................................. 79

BATATA-DOCE ....................................................................................................... 84

BATATA-INGLESA .................................................................................................. 89

CANA-DE-AÇÚCAR ................................................................................................ 94

CEBOLA .................................................................................................................. 99

CENTEIO (EM GRÃO) .......................................................................................... 104

CEVADA (EM GRÃO) ............................................................................................ 109

FEIJÃO (EM GRÃO) .............................................................................................. 114

MAMONA (EM BAGA) ........................................................................................... 120

MANDIOCA ........................................................................................................... 125

MELANCIA ............................................................................................................ 131

MELÃO .................................................................................................................. 136

MILHO (EM GRÃO) ............................................................................................... 141

SOJA (EM GRÃO) ................................................................................................. 147

SORGO (EM GRÃO) ............................................................................................. 152

TOMATE ............................................................................................................... 157

TRIGO (EM GRÃO) ............................................................................................... 162

PRODUTOS DA PECUÁRIA .................................................................................. 167

LÃ .......................................................................................................................... 167

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LEITE DE VACA .................................................................................................... 172

RESUMOS E CONCLUSÃO ..................................................................................... 178

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 183

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INTRODUÇÃO

É sabido que a agricultura brasileira tem mostrado, nos últimos quarenta anos, notáveis aumentos de produtividade. No entanto, diversos comentários no nível internacional, considerando tipicamente um horizonte tal como 2050, diante da perspectiva de ter que se alimentar e suprir com gêneros agrícolas populações muito maiores que as atuais, têm mencionado o seguinte: o Brasil é um dos poucos países que podem aumentar significativamente a oferta de produtos agrícolas, num prazo relativamente curto; mas, para isso, teria que aumentar a produtividade da sua agricultura.

Na sua forma mais concreta, esse tipo de comentários aponta, essencialmente, para a produção de grãos, mas pode ser tomado como indicação para os mais diversos produtos agrícolas. Pode acontecer nalgum caso, como no da uva, que o aumento da produtividade não seja um objetivo dominante, já que existem outras preocupações como a melhora da qualidade. Mas, em termos gerais, resulta desejável aumentar a produtividade.

De todos os modos, para os diversos produtos, os dados estatísticos disponíveis indicam uma grande variabilidade na magnitude da produtividade, tanto em termos temporais quanto territoriais. Portanto, existe um vasto espaço de estudo ao redor do tema da produtividade.

Neste relatório será considerada a produtividade primária, em que se divide a quantidade produzida por um denominador adequado (nas lavouras é a área colhida; no caso do leite de vaca é o número de vacas ordenhadas e no da lã é o número de ovinos tosquiados). Além disso, será usado como referência territorial o nível geográfico das microrregiões. Serão considerados dois aspectos:

a) Concentração espacial. Há dificuldades técnicas para se estudar a concentração espacial de uma variável de razão como é a produtividade primária. No entanto, com base numa representação aditiva da produtividade média no País, na qual algumas microrregiões contribuem mais do que outras nessa soma, mostra-se que é suficiente considerar a distribuição espacial da quantidade produzida.

b) Dinâmica. Em diversos trabalhos anteriores o conceito de dinâmica tem sido usado num sentido restrito, tomado diretamente da física, como o estudo do movimento da agricultura sobre o território nacional. Esse também será o enfoque usado neste relatório. No entanto, entende-se que há outras formas de variabilidade da produtividade que podem não ser associadas, pelo menos inicialmente, com uma ideia de deslocamento territorial. Por exemplo, numa mesma microrregião, é normal que a produtividade aumente ou diminua de um ano para outro, e essa variabilidade pode ser avaliada localmente, sem ter que se pensar num movimento geográfico. Aspectos como esse, que poderiam ser incluídos num conceito mais amplo de dinâmica, não serão objeto deste relatório. Em todo caso, o elemento teórico essencial para um trabalho em dinâmica consiste nalgum conceito de distância, que usualmente tem origem na matemática e não coincide com as experiências comuns.

Os métodos utilizados são muito simples, e significam extensões da estatística descritiva tradicional. Em resumo, tratou-se de extrair certas informações que estavam contidas nos dados, mas que resultavam difíceis de serem percebidas. Em sentido mais amplo, o objetivo foi contribuir para um estudo sistemático da produtividade da agricultura nacional.

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METODOLOGIA GERAL

PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA

Nesta nota, entende-se a produtividade primária como o quociente entre a quantidade produzida e um denominador adequado. Na grande maioria dos casos, especificamente nas lavouras, o denominador é a área colhida. Esse denominador pode variar em certos casos; por exemplo, na produção de leite de vaca é o número de vacas ordenhadas, e na produção de lã é o número de ovinos tosquiados. Em todo caso, para simplificar a exposição que segue, vai se supor que se trata da área colhida.

De modo que, uma produtividade, entendida aqui como o quociente de uma quantidade produzida por uma área colhida, é uma razão, e a produtividade média é

uma média de razões. Sejam então e , os valores registrados de duas variáveis, com para todos os índices i. Sem mais esclarecimento, pode pensar-se que se trabalha em n “regiões” (de fato, neste documento, trabalha-se com as microrregiões da Divisão Territorial do Brasil, elaborada pelo IBGE, considerando os casos em que houve alguma área colhida positiva). Definem-se as seguintes razões:

A média dessas razões é:

Ou seja, é a soma dos numeradores dividida pela soma dos denominadores das razões individuais.

Corresponde observar que a média de razões é uma média aritmética ponderada que, em geral, não coincide com a média aritmética simples das razões envolvidas. De fato, tem-se o seguinte:

onde Logo, uma razão que tenha um valor maior no

seu denominador terá mais peso no cálculo da média, mesmo que a própria razão possa ter um valor pequeno. No caso particular da produtividade, tem mais peso no cálculo da média uma produtividade que corresponde a uma maior área colhida.

Em forma análoga, a variância das razões

, é dada por

Há outra forma de se exprimir a produtividade média. Designando por AC o total da área colhida, tem-se:

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Ou seja, vai contribuir mais para a produtividade média uma região que tenha maior quantidade produzida. Como a produtividade média vai ser uma magnitude de interesse fundamental neste documento, a importância das duas últimas expressões para é que elas dão representações aditivas. Em realidade, são matematicamente idênticas, porque na primeira apenas multiplicou-se e dividiu-se pelos mesmos números. Em particular, a segunda expressão será a base para estudar a concentração espacial da produtividade; ou seja, as microrregiões com maior quantidade produzida são as que vão contribuir mais para o resultado final, a produtividade média no total do País, mesmo que nalgumas delas as produtividades possam ser relativamente baixas.

A Tabela 1 apresenta quantidades produzidas (QP), áreas colhidas (AC) e produtividades (PR), para um produto hipotético, em três regiões. A produtividade média aparece calculada com a fórmula básica, na linha “Total”, dividindo-se o total da quantidade produzida pelo total da área colhida, e também com as duas representações aditivas.

Tabela 1. Exemplo de cálculo da produtividade média.

GEO QP (t)

AC (ha)

PR (t/ha)

w w*PR QP/ACTOTAL Contribui-ção (%)

1 3.000 1.000 3,0 0,1 0,3 0,3 21 2 4.000 2.000 2,0 0,2 0,4 0,4 29 3 7.000 7.000 1,0 0,7 0,7 0,7 50

Total 14.000 10.000 1,4 1,0 1,4 1,4 100

Ou seja, como se vê na Tabela 1, a produtividade média (“total”) pode ser calculada de três formas diferentes: usando o cálculo direto com os totais de QP e AC, usando a ponderação de cada região na AC total (isto é, w) e multiplicando pelas respectivas produtividades, e usando as proporções de QP com respeito à AC total. O importante, neste ponto, é salientar que a produtividade média pode ser obtida mediante a soma de termos adequados. Em particular, em vista da última fórmula apresentada, e tal como aparece ilustrado na última coluna da Tabela 1, as considerações sobre a concentração geográfica da produtividade estão diretamente relacionadas com a concentração geográfica da quantidade produzida. Isto é, as contribuições das entidades geográficas para a produtividade média total estão em proporção direta com as quantidades nelas produzidas. Nesse sentido, por exemplo, um conjunto de microrregiões que contribui com 75% da quantidade produzida total de certo produto, também contribui com 75% no cálculo da produtividade média nacional.

DADOS

Os dados originais são do IBGE, das séries Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal, existentes na base Agrotec da Embrapa SGI. Foram utilizados dados de 1990 a 2015, no nível de microrregião. A quantidade produzida de abacaxi foi expressa em toneladas, em lugar de mil frutos, mediante o fator de conversão de 1,5 kg/fruto, recomendado pelo próprio IBGE. A quantidade produzida de melancia e de melão também foi expressa em toneladas, antes do ano 2001, mediante fatores de conversão adequados; até então, eram expressas em 1.000 frutos. Do mesmo modo, foi aplicado um fator de conversão para a quantidade produzida de café, que sempre foi expressa em toneladas, mas até 2001 referia-se a café em coco e a partir de 2002 passou a referir-se a café em grão; ou seja, os dados anteriores a 2002, usados neste relatório, também se referem a café em grão.

Devido à grande variabilidade interanual observada nas produtividades, preferiu-se trabalhar com dados suavizados. Para suavizar as variações interanuais nos dados de

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área colhida e de quantidade produzida, foram determinadas as médias móveis de três anos. No entanto, para não perder o ano inicial e o ano final, alocou-se em 1990 a média entre esse ano e 1991; da mesma forma, alocou-se em 2015 a média entre esse ano e 2014. As produtividades foram calculadas mediante os quocientes desses valores, em cada ano. Portanto, os valores que aparecem nas seções de estatísticas básicas resultaram desse processo de suavização e, normalmente, não coincidem com valores publicados pelo IBGE.

QUARTÉIS E GRUPOS

Tal como tem sido feito em trabalhos anteriores (GARAGORRY; CHAIB FILHO, 2008; GARAGORRY; PENTEADO FILHO, 2012; WANDER et al., 2013), para cada produto, em cada ano, o ordenamento da quantidade produzida leva à definição de quatro quartéis (ou quartos) e de certos grupos de microrregiões. Especificamente, procede-se do seguinte modo:

ordenam-se as quantidades produzidas nas microrregiões com registro do produto, de menor a maior; determina-se a porcentagem de contribuição de cada microrregião para a produção total, e acumulam-se as porcentagens na ordem estabelecida;

se PCTAC indica a porcentagem acumulada até certa microrregião, esta é alocada do seguinte modo:

1) se PCTAC ≤ 25 então ela está no quartel 1 (Q1); 2) caso contrário, se PCTAC ≤ 50 então ela está no quartel 2 (Q2); 3) caso contrário, se PCTAC ≤ 75 então ela está no quartel 3 (Q3); 4) caso contrário, ela está no quartel 4 (Q4).

Convem notar que, salvo algum empate, enquanto os quartis são três microrregiões, os quartéis são quatro conjuntos de microrregiões. Com esse algoritmo garante-se que Q4 reúne, pelo menos, 25% da quantidade produzida; do mesmo modo, a união de Q4 e Q3 reúne, pelo menos, 50% da quantidade produzida. Os quartéis foram usados para caracterizar a concentração espacial da produção. Por outro lado, para avaliar o movimento da agricultura sobre o território nacional, foram considerados os seguintes conjuntos de microrregiões: a) grupo 25 (G25), que coincide com Q4; b) grupo 50 (G50), formado pela união de Q4 e Q3; e c) grupo 75 (G75), formado pela união de Q4, Q3 e Q2. Assim, por exemplo, o G75 perfaz 75% da produção total. Pelo que foi explicado inicialmente, as microrregiões que formam o G75 da quantidade produzida contribuem com, pelo menos, 75% para o resultado final representado pela produtividade média nacional.

DISTÂNCIAS

Para trabalhar com dinâmica, no sentido de movimento da agricultura sobre o território, ou mesmo num sentido mais geral, resulta imprescindível contar com alguns conceitos matemáticos de distância. A ideia básica é que, além de uma dimensão de tempo, há um conjunto de estados onde está situado, em cada momento, certo móvel cujo movimento é acompanhado. Neste documento, um estado, isto é, um ponto no conjunto dos estados, é um mapa com o contorno das microrregiões onde aparecem pintadas as que integram determinado grupo (por exemplo, o G75). Em qualquer caso, o instrumento para se ter uma primeira avaliação da mudança ou deslocamento ocorrido corresponde ao conceito matemático de métrica ou, talvez em forma mais geral, ao termo distância. Em resumo, o conjunto dos estados, uma vez munido de uma distância que permita avaliar a diferença entre dois pontos (no caso, entre dois mapas estatísticos), se converte num espaço conceitual. Por exemplo, na matemática,

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um conjunto sobre o qual foi definida uma métrica é chamado de espaço métrico. Existem muitos conceitos de distância, sendo que aqui será mencionado somente aquele utilizado neste relatório.

Distância baseada em concordâncias (“matching”). A Tabela 2 representa uma situação típica com variáveis binárias, entre os anos de 1990 e 2015. No caso deste trabalho, usou-se para avaliar mudanças entre um ano (“inicial”) e outro (“final”). O número total de casos observados está dado por:

Tabela 2. Tabela de contingência para variáveis binárias.

Ano inicial

Ano final

Total 2015

SIM NÃO

1990 SIM a b a+b

NÃO c d c+d

Total a+c b+d n

A definição que segue pode ser encontrada em ANDERBERG (1973): a concordância ou persistência de Jaccard é dada por:

daí sai uma distância definida por:

ela tem sido chamada de distância de Cantor ou de Jaccard.

A distância de Cantor foi usada para medir a distância entre dois mapas de microrregiões. Para fixar as ideias, pode-se pensar na representação em dois mapas com os contornos das microrregiões, sendo que foram pintadas no primeiro mapa, com uma cor diferente do branco, as que estiveram no G75 no ano inicial, e no segundo mapa as que estiveram no G75 no ano final. Algumas apareceram pintadas nos dois mapas, e contam para formar a frequência a da Tabela 2 (elas constituem a chamada “parte persistente”); outras só apareceram pintadas no mapa do ano inicial, e seu número é b; algumas só apareceram pintadas no mapa do ano final, e seu número é c; em geral, houve ainda muitas que não estiveram no G75 em nenhum dos dois anos, que foram deixadas em branco nos dois mapas, e cujo número é d. A distância de Cantor não leva em conta estas últimas, e limita-se às que estiveram envolvidas em algum dos dois anos considerados. Ela dá uma medida do conjunto de alterações na situação das microrregiões, de um mapa para outro.

Na forma apresentada acima, que é a usual na literatura, a distância toma valores entre 0 e 1. Neste relatório, ela será multiplicada por 100 e, portanto, pode ser interpretada como sendo expressa em pontos percentuais. Por brevidade, isso foi representado com o símbolo de porcentagem. Por exemplo, uma distância de 70 significa que a mudança foi de 70 pontos percentuais ou 70% do máximo teórico.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Como já foi dito, foram preparados os dados de 1990 a 2015; eles têm servido para realizar diversos exercícios de ajustamento de curvas aos valores anuais da

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produtividade. No entanto, esse tópico foge ao conteúdo do presente relatório. Neste documento, os resultados serão apresentados para os anos de 1990, 1995, 2000, 2005, 2010 e 2015.

Em vários lugares, principalmente em relação com as estatísticas básicas e os índices de Gini, menciona-se a tendência dos valores ao longo dos seis anos escolhidos. O conceito refere-se à tendência linear. Quando isso não era evidente em forma visual, foi ajustada uma reta no Excel. Mesmo nos casos em que o ajuste linear não foi de boa qualidade, usou-se o sinal do coeficiente do termo relativo ao tempo para mencionar uma tendência.

Foram estudados 33 produtos, que pertencem a três domínios de dados: lavouras permanentes (nove produtos), lavouras temporárias (22 itens) e produtos da pecuária (dois itens). Os resultados obtidos, em termos de tabelas, gráficos e mapas, seguem a mesma disposição para todos eles.

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LAVOURAS PERMANENTES

BANANA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Banana: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 498 489.250 5.633.503 11.515

1995 517 507.348 5.530.362 10.901

2000 528 517.883 5.847.244 11.291

2005 515 495.603 6.747.714 13.615

2010 515 490.253 7.027.422 14.334

2015 514 477.018 6.895.529 14.455

De 1990 para 2015, a área colhida flutuou ao redor de 500.000 hectares, a quantidade produzida aumentou em 22% e a produtividade em 26%.

Tabela 2. Banana: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 11.515 4.034,26 35,04 12.322 5.040,15 40,90

1995 10.901 3.475,26 31,88 11.277 4.320,93 38,32

2000 11.291 4.522,85 40,06 11.895 5.246,60 44,11

2005 13.615 6.859,66 50,38 13.368 7.018,32 52,50

2010 14.334 6.983,13 48,72 13.506 6.734,14 49,86

2015 14.455 6.918,45 47,86 14.309 7.168,64 50,10

Segundo a Tabela 2, não teria havido muita diferença na estimação da média da produtividade se tivessem sido usadas ou não as ponderações adequadas. No entanto, em geral, teria havido superestimação do desvio padrão, e isso teria sido sistemático no caso do coeficiente de variação, se não tivessem sido usadas as ponderações corretas.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Banana: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 425 50 18 5 498 0,865

1995 438 52 20 7 517 0,854

2000 446 53 22 7 528 0,851

2005 448 47 15 5 515 0,881

2010 451 44 15 5 515 0,885

2015 451 42 15 6 514 0,883

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,85, chegando próximo de 0,9 o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 73 microrregiões, em 2015 bastaram 63 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Banana: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Registro 513.020 513.020 9,11 9,11

BA Ilhéus-Itabuna 297.759 810.778 5,29 14,39

SC Joinville 233.346 1.044.124 4,14 18,53

BA Jequié 217.514 1.261.638 3,86 22,40

PB Brejo Paraibano 166.056 1.427.694 2,95 25,34

2015 SP Registro 603.413 603.413 8,75 8,75

SC Joinville 371.688 975.101 5,39 14,14

BA Ilhéus-Itabuna 299.732 1.274.833 4,35 18,49

MG Janaúba 188.436 1.463.269 2,73 21,22

PA Altamira 181.379 1.644.648 2,63 23,85

SP Itanhaém 166.347 1.810.995 2,41 26,26

Percebem-se várias mudanças entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Banana: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Banana: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Banana: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 50,00 50,00 33,33 57,14 62,50

1995 . 44,44 28,57 50,00 55,56

2000 . . 28,57 28,57 37,50

2005 . . . 33,33 42,86

2010 . . . . 16,67

50 1990 27,59 59,46 65,63 65,63 70,59

1995 . 48,65 61,76 61,76 66,67

2000 . . 46,88 46,88 52,94

2005 . . . 18,18 29,17

2010 . . . . 21,74

75 1990 40,00 56,48 60,00 60,20 64,00

1995 . 37,37 49,48 49,47 55,10

2000 . . 30,68 34,09 48,96

2005 . . . 22,97 43,37

2010 . . . . 30,67

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) três microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) três que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (2 + 3) / 6 = 0,625 = 62,50%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 36 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 37 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 27 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 64% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Banana: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Banana: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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CAFÉ (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Café: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 304 2.836.200 1.492.918 526

1995 310 1.962.629 1.202.482 613

2000 298 2.275.641 1.785.307 785

2005 287 2.335.371 2.393.082 1.025

2010 276 2.148.023 2.682.587 1.249

2015 257 1.988.771 2.724.782 1.370

De 1990 para 2015, a área colhida mostrou certa tendência de diminuição, sendo que caiu 30%; pelo contrário, entre esses anos, a quantidade produzida aumentou 83% e a produtividade cresceu 160%.

Tabela 2. Café: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 526 149,74 28,45 516 240,41 46,59

1995 613 174,41 28,47 548 261,06 47,60

2000 785 246,49 31,42 721 310,50 43,08

2005 1.025 318,19 31,05 1.005 468,97 46,65

2010 1.249 366,86 29,38 1.145 513,86 44,86

2015 1.370 392,34 28,64 1.247 615,09 49,31

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Café: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 253 27 15 9 304 0,816

1995 274 19 11 6 310 0,873

2000 262 20 10 6 298 0,870

2005 249 21 11 6 287 0,858

2010 242 18 10 6 276 0,865

2015 226 16 9 6 257 0,865

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre entre 0,8 e 0,9, com maior frequência próximo do segundo valor, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 51 microrregiões, em 2015 apenas 31 foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Café: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 MG Varginha 75.606 75.606 5,06 5,06

MG Manhuaçu 49.474 125.080 3,31 8,38

MG Patrocínio 44.383 169.462 2,97 11,35

MG São Sebastião do Paraíso 38.977 208.439 2,61 13,96

ES Linhares 38.039 246.478 2,55 16,51

MG Alfenas 37.424 283.901 2,51 19,02

ES Cachoeiro de Itapemirim 35.548 319.449 2,38 21,40

ES Alegre 35.496 354.945 2,38 23,78

RO Cacoal 34.200 389.145 2,29 26,07

2015 MG Varginha 140.526 140.526 5,16 5,16

MG Manhuaçu 138.244 278.770 5,07 10,23

ES Nova Venécia 134.989 413.759 4,95 15,19

MG Patrocínio 128.322 542.081 4,71 19,89

MG São Sebastião do Paraíso 125.953 668.033 4,62 24,52

ES Linhares 105.239 773.272 3,86 28,38

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Café: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Café: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Café: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 33,33 33,33 33,33 50,00 50,00

1995 . 28,57 28,57 50,00 50,00

2000 . . 28,57 50,00 50,00

2005 . . . 28,57 28,57

2010 . . . . 0,00

50 1990 42,31 40,00 36,00 46,15 55,56

1995 . 26,32 30,00 35,00 40,00

2000 . . 16,67 31,58 45,00

2005 . . . 16,67 31,58

2010 . . . . 17,65

75 1990 35,85 38,89 41,07 48,21 50,91

1995 . 24,39 27,91 33,33 32,50

2000 . . 27,91 25,00 28,21

2005 . . . 15,38 23,08

2010 . . . . 8,82

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) cinco microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) quatro que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (4 + 1) / 10 = 0,5 = 50%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 27 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 24 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) quatro que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 50,91% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Café: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Café: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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LARANJA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Laranja: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 497 948.202 14.582.744 15.379

1995 524 906.259 15.563.254 17.173

2000 513 902.731 17.454.096 19.335

2005 475 811.596 18.066.491 22.260

2010 480 799.098 18.644.218 23.332

2015 459 672.721 16.836.942 25.028

De 1990 para 2015, a área colhida mostrou uma clara tendência de diminuição, tendo uma queda de 29%; pelo contrário, entre esses anos, a quantidade produzida, se bem que com algumas flutuações, teve um crescimento de 15% e a produtividade aumentou em 63%.

Tabela 2. Laranja: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 15.379 3.305,46 21,49 12.082 5.536,88 45,83

1995 17.173 3.778,93 22,00 11.143 5.474,38 49,13

2000 19.335 5.293,57 27,38 11.663 6.678,83 57,26

2005 22.260 6.218,62 27,94 13.375 7.378,72 55,17

2010 23.332 6.821,13 29,24 13.878 7.543,49 54,36

2015 25.028 9.797,18 39,14 14.759 8.911,24 60,38

Segundo a Tabela 2, as estimativas da média da produtividade teriam sido muito menores do que as corretas se tivesse sido usada a média aritmética simples. Também teriam aparecido grandes distorções no desvio padrão e no coeficiente de variação, se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Laranja: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 484 8 3 2 497 0,973

1995 507 10 4 3 524 0,966

2000 495 10 5 3 513 0,962

2005 455 12 5 3 475 0,956

2010 457 12 6 5 480 0,946

2015 434 13 7 5 459 0,939

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,9, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; no entanto, mesmo nesse nível muito elevado de concentração, ele mostrou uma leve tendência de diminuição;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 13 microrregiões, em 2015 precisaram-se 25 para reunir 75% da quantidade produzida; de fato, ao longo dos anos esse número foi aumentando, o que, em parte, está de acordo com a tendência de diminuição no índice de Gini.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Laranja: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Jaboticabal 1.934.816 1.934.816 13,27 13,27

SP Araraquara 1.736.899 3.671.715 11,91 25,18

2015 SP Araraquara 1.176.506 1.176.506 6,99 6,99

SP São João da Boa Vista 1.101.585 2.278.091 6,54 13,53

SP Avaré 843.843 3.121.934 5,01 18,54

SP São José do Rio Preto 750.281 3.872.215 4,46 23,00

SP Bauru 737.961 4.610.176 4,38 27,38

Percebem-se várias mudanças entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Laranja: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Laranja: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Laranja: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 33,33 33,33 33,33 60,00 83,33

1995 . 0,00 0,00 40,00 66,67

2000 . . 0,00 40,00 66,67

2005 . . . 40,00 66,67

2010 . . . . 57,14

50 1990 28,57 37,50 55,56 66,67 69,23

1995 . 12,50 33,33 50,00 64,29

2000 . . 22,22 41,67 57,14

2005 . . . 27,27 57,14

2010 . . . . 46,67

75 1990 33,33 36,84 42,86 56,00 59,26

1995 . 15,79 23,81 40,00 50,00

2000 . . 10,00 29,17 40,74

2005 . . . 20,83 33,33

2010 . . . . 15,38

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015; e c) quatro que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (4 + 1) / 6 = 0,8333 = 83,33%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, a microrregião que saiu em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 11 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 14 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 59,26% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Laranja: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Laranja: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MAÇÃ

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Maçã: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 72 23.984 401.434 16.738

1995 66 26.381 521.793 19.779

2000 69 29.845 761.436 25.513

2005 56 34.864 897.919 25.755

2010 74 38.335 1.280.335 33.399

2015 75 36.442 1.321.634 36.267

De 1990 para 2015, a área colhida aumentou 52%, a quantidade produzida 229% e a produtividade 117%.

Tabela 2. Maçã: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 16.738 4.055,40 24,23 8.611 5.628,24 65,36

1995 19.779 4.814,97 24,34 8.944 6.697,45 74,88

2000 25.513 3.887,18 15,24 11.266 6.916,50 61,39

2005 25.755 5.472,04 21,25 13.315 8.848,76 66,46

2010 33.399 4.125,05 12,35 15.744 10.642,50 67,60

2015 36.267 5.112,81 14,10 18.320 10.759,01 58,73

Segundo a Tabela 2, teria aparecido uma enorme subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido utilizadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam ocorrido sérias superestimações sistemáticas do desvio padrão e do coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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25

Tabela 3. Maçã: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 69 1 1 1 72 0,944

1995 63 1 1 1 66 0,939

2000 66 1 1 1 69 0,942

2005 53 1 1 1 56 0,929

2010 71 1 1 1 74 0,946

2015 72 1 1 1 75 0,947

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo de 0,94, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

em todos os anos considerados, o G75 esteve constituído por três microrregiões.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Maçã: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SC Joaçaba 126.104 126.104 31,41 31,41

2015 RS Vacaria 492.702 492.702 37,28 37,28

Segundo a Tabela 4, foi suficiente só uma microrregião para formar o G25 em 1990 e 2015; mas, tratou-se de microrregiões diferentes. Portanto, nesse nível, houve uma troca completa. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Maçã: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Maçã: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Maçã: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 100,00 100,00 0,00 100,00 100,00

1995 . 0,00 100,00 0,00 0,00

2000 . . 100,00 0,00 0,00

2005 . . . 100,00 100,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 0,00 0,00 0,00 66,67 66,67

1995 . 0,00 0,00 66,67 66,67

2000 . . 0,00 66,67 66,67

2005 . . . 66,67 66,67

2010 . . . . 0,00

75 1990 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00

1995 . 0,00 0,00 0,00 50,00

2000 . . 0,00 0,00 50,00

2005 . . . 0,00 50,00

2010 . . . . 50,00

Segundo a Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) não houve microrregião comum aos dois anos (“parte persistente”); b) a única que esteve em 1990 não apareceu em 2015; e c) a única que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (1 + 1) / 2 = 1,0 = 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem parte persistente em amarelo, a microrregião que saiu em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015 (em vermelho); e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 50,00% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Maçã: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Maçã: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MAMÃO

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Mamão: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 211 17.254 559.945 32.454

1995 306 31.749 934.177 29.424

2000 290 38.130 1.388.005 36.402

2005 290 34.551 1.694.602 49.046

2010 289 34.720 1.839.633 52.984

2015 269 31.158 1.533.561 49.219

De 1990 para 2015, a área colhida com mamão aumentou 81%, a quantidade produzida cresceu 174 e a produtividade aumentou 52%.

Tabela 2. Mamão: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 32.454 21.298,05 65,63 19.630 19.242,51 98,03

1995 29.424 14.901,32 50,64 15.893 15.063,67 94,78

2000 36.402 15.419,27 42,36 20.329 16.177,72 79,58

2005 49.046 26.316,22 53,66 20.883 15.874,89 76,02

2010 52.984 27.915,39 52,69 22.871 16.355,69 71,51

2015 49.219 21.027,28 42,72 25.208 15.577,90 61,80

Segundo a Tabela 2, os valores da média da produtividade teriam sido largamente subestimados se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Também teriam aparecido muitas discrepâncias no desvio padrão, e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Mamão: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 207 2 1 1 211 0,978

1995 302 3 0 1 306 0,989

2000 286 2 1 1 290 0,984

2005 286 2 1 1 290 0,984

2010 282 5 1 1 289 0,977

2015 258 8 2 1 269 0,963

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,95, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

em todos os anos considerados, bastou uma microrregião para formar o G25; em um ano (1995), uma microrregião foi suficiente para reunir 50% da quantidade produzida; nos demais anos, não mais do que três foram suficientes para formar o G50; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por quatro microrregiões, em 2015 precisaram-se 11 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. De fato, nos dois anos tratou-se de uma mesma (Porto Seguro, BA). Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Mamão: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 BA Porto Seguro 198.645 198.645 35,48 35,48

2015 BA Porto Seguro 551.930 551.930 35,99 35,99

Segundo os resultados, não houve mudança no G25 entre 1990 e 2015, mas aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Mamão: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Mamão: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Mamão: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

1995 . 0,00 0,00 0,00 0,00

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 50,00 66,67 66,67 66,67 33,33

1995 . 50,00 50,00 50,00 66,67

2000 . . 0,00 0,00 33,33

2005 . . . 0,00 33,33

2010 . . . . 33,33

75 1990 0,00 0,00 40,00 42,86 63,64

1995 . 0,00 40,00 42,86 63,64

2000 . . 40,00 42,86 63,64

2005 . . . 62,50 63,64

2010 . . . . 36,36

Segundo a Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: uma mesma microrregião formou esse grupo nos dois anos. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações, que de fato é uma só, foi: d = (0 + 0) / 1 = 0 = 0%.

A Figura 3 mostra essa ocorrência, com a parte persistente em amarelo, e sem microrregiões que saíram em vermelho ou que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) quatro microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) nenhuma das que estiveram em 1990 saiu para 2015 (ou seja, não há parte em vermelho); e c) sete que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 63,64% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Mamão: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Mamão: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MANGA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Manga: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 335 46.164 485.102 10.508

1995 393 58.031 542.347 9.346

2000 369 65.346 672.003 10.284

2005 347 70.847 1.056.336 14.910

2010 341 75.580 1.212.289 16.040

2015 308 67.310 1.054.632 15.668

Entre o ano inicial e o ano final do período considerado, a área colhida cresceu 46%, a quantidade produzida aumentou em 117% e a produtividade teve um aumento de 49%.

Tabela 2. Manga: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 10.508 8.182,09 77,86 14.651 10.843,55 74,01

1995 9.346 6.099,77 65,27 12.224 8.265,00 67,61

2000 10.284 4.315,77 41,97 10.750 5.793,20 53,89

2005 14.910 6.868,11 46,06 11.003 6.420,72 58,36

2010 16.040 6.269,13 39,08 11.240 6.127,63 54,52

2015 15.668 6.328,90 40,39 11.955 5.956,58 49,83

Segundo a Tabela 2, teria havido muitas diferenças na estimação da média da produtividade se tivessem sido usadas ou não as ponderações adequadas. As diferenças também teriam sido importantes no caso do desvio padrão e do coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Manga: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 251 47 26 11 335 0,737

1995 306 54 25 8 393 0,783

2000 302 51 13 3 369 0,845

2005 321 22 3 1 347 0,940

2010 323 15 1 2 341 0,957

2015 289 15 2 2 308 0,946

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini mostrou uma tendência de aumento, tendo estado próximo de 0,95 em anos recentes, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 84 microrregiões, em 2015 apenas 19 foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Manga: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Jaboticabal 20.027 20.027 4,13 4,13

SP São José do Rio Preto 19.978 40.004 4,12 8,25

SP Ribeirão Preto 14.329 54.333 2,95 11,20

SP Andradina 10.370 64.703 2,14 13,34

PI Teresina 10.068 74.770 2,08 15,41

PB Cariri Ocidental 8.708 83.478 1,80 17,21

PI Baixo Parnaíba Piauiense 8.349 91.827 1,72 18,93

PB Guarabira 7.936 99.763 1,64 20,57

CE Cascavel 7.678 107.441 1,58 22,15

BA Livramento do Brumado 7.254 114.695 1,50 23,64

PI Médio Parnaíba Piauiense 6.947 121.642 1,43 25,08

2015 PE Petrolina 209.967 209.967 19,91 19,91

BA Juazeiro 163.553 373.520 15,51 35,42

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015; de fato, não há nenhuma microrregião comum a ambas as listas. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Manga: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Manga: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Manga: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 73,33 92,31 100,00 100,00 100,00

1995 . 62,50 87,50 75,00 75,00

2000 . . 66,67 33,33 33,33

2005 . . . 50,00 50,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 47,83 67,50 94,87 97,44 94,87

1995 . 51,52 87,88 90,91 87,88

2000 . . 75,00 81,25 75,00

2005 . . . 25,00 0,00

2010 . . . . 25,00

75 1990 33,98 60,19 82,98 87,91 85,56

1995 . 46,00 82,29 88,30 86,02

2000 . . 67,14 78,57 82,19

2005 . . . 48,28 59,38

2010 . . . . 39,13

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu uma mudança completa nas microrregiões que formaram esse grupo. Portanto, tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi igual a 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul. No caso, a chamada parte persistente, que seria pintada em amarelo, resultou ser vazia.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 13 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 71 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) seis que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 85,56% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Manga: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Manga: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MARACUJÁ

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Maracujá: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 125 28.069 436.075 15.536

1995 302 38.824 498.552 12.841

2000 341 34.035 427.109 12.549

2005 363 38.920 528.876 13.589

2010 372 58.201 852.961 14.655

2015 357 53.831 758.912 14.098

De 1990 para 2015, a área colhida aumentou 92%, a quantidade produzida cresceu 74% e a produtividade, que aumentou em anos mais recentes, ainda não alcançou o valor que tinha em 1990.

Tabela 2. Maracujá: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 15.536 8.838,54 56,89 11.182 8.782,09 78,54

1995 12.841 5.410,58 42,13 10.496 5.973,38 56,91

2000 12.549 5.759,45 45,89 10.785 6.308,01 58,49

2005 13.589 5.711,36 42,03 12.315 6.158,82 50,01

2010 14.655 5.000,06 34,12 13.058 5.509,65 42,19

2015 14.098 4.776,66 33,88 13.786 5.196,81 37,70

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Também teriam acontecido diversas distorções no desvio padrão, e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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40

Tabela 3. Maracujá: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 116 4 3 2 125 0,915

1995 285 11 4 2 302 0,945

2000 309 21 7 4 341 0,908

2005 328 24 8 3 363 0,910

2010 349 18 3 2 372 0,946

2015 335 15 5 2 357 0,942

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,9, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por nove microrregiões, em 2015 precisaram-se 22 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Maracujá: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PA Tomé-Açu 60.739 60.739 13,93 13,93

PA Guamá 50.243 110.982 11,52 25,45

2015 BA Livramento do Brumado 135.389 135.389 17,84 17,84

CE Ibiapaba 99.976 235.364 13,17 31,01

Não há microrregiões comuns às duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Maracujá: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Maracujá: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Maracujá: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 66,67 100,00 100,00 100,00 100,00

1995 . 80,00 100,00 100,00 100,00

2000 . . 100,00 100,00 100,00

2005 . . . 33,33 33,33

2010 . . . . 0,00

50 1990 62,50 85,71 85,71 100,00 90,91

1995 . 58,33 69,23 77,78 70,00

2000 . . 62,50 85,71 80,00

2005 . . . 66,67 50,00

2010 . . . . 50,00

75 1990 55,56 82,86 77,78 89,66 89,29

1995 . 55,88 59,46 70,97 85,29

2000 . . 36,59 55,26 65,00

2005 . . . 47,37 60,98

2010 . . . . 50,00

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) não houve microrregiões que estiveram nos dois anos (seria a “parte persistente”, que apareceria em amarelo); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (2 + 2) / 4 = 1 = 100%, traduzindo o fato de que a parte persistente foi vazia.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) três microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) seis que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 19 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 89,29% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Maracujá: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Maracujá: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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SISAL (FIBRA)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Sisal: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 33 274.686 209.439 762

1995 30 151.101 123.638 818

2000 26 193.816 189.870 980

2005 25 250.942 218.073 869

2010 25 274.339 270.112 985

2015 19 177.142 160.784 908

A área colhida, a quantidade produzida e a produtividade mostraram amplas flutuações entre 1990 e 2015. No total do período, a área colhida diminuiu 36%, a quantidade produzida caiu 23% e a produtividade teve um acréscimo de 19%.

Tabela 2. Sisal: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 762 69,54 9,12 705 178,14 25,27

1995 818 80,28 9,81 771 182,95 23,72

2000 980 148,85 15,19 749 207,42 27,71

2005 869 71,35 8,21 830 255,19 30,76

2010 985 136,54 13,87 840 301,74 35,93

2015 908 261,73 28,84 880 331,61 37,69

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teria havido uma superestimação sistemática do desvio padrão e do coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Sisal: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 28 3 1 1 33 0,838

1995 26 2 1 1 30 0,844

2000 23 1 1 1 26 0,846

2005 22 1 1 1 25 0,840

2010 22 1 1 1 25 0,840

2015 16 1 1 1 19 0,789

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

em geral, o índice de Gini esteve acima de 0,8, sendo um pouco menor que esse número em 2015; em todo caso, existiu uma grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

em todos os anos considerados, uma microrregião formou o G25 e duas o G50; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por cinco microrregiões, em 2015 apenas três foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. De fato, tratou-se de uma mesma (Serrinha, BA). Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Sisal: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 BA Serrinha 65.699 65.699 31,37 31,37

2015 BA Serrinha 71.943 71.943 44,75 44,75

Segundo os resultados, só uma mesma microrregião formou o G25 em 1990 e 2015. No entanto, aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Sisal: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Sisal: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Sisal: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00

1995 . 0,00 100,00 0,00 0,00

2000 . . 100,00 0,00 0,00

2005 . . . 100,00 100,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 0,00 0,00 66,67 66,67 66,67

1995 . 0,00 66,67 66,67 66,67

2000 . . 66,67 66,67 66,67

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

75 1990 50,00 66,67 66,67 66,67 66,67

1995 . 25,00 25,00 25,00 25,00

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

Segundo a Tabela 4, não houve mudança no G25, de 1990 para 2015. Portanto, tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações, que de fato foi uma só, tem que ser igual a 0%.

A Figura 3 mostra a única microrregião que formou o G25 nos dois anos, como parte persistente em amarelo.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) três que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 66,67% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Sisal: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Sisal: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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UVA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Uva: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 138 58.788 726.400 12.356

1995 183 58.992 776.322 13.160

2000 216 60.818 1.004.854 16.522

2005 219 73.398 1.260.337 17.171

2010 221 82.404 1.421.007 17.244

2015 210 78.382 1.475.596 18.826

De 1990 para 2015, a área colhida cresceu 33%, a quantidade produzida aumentou 103% e a produtividade teve um aumento da ordem de 52%. No entanto, corresponde mencionar que no setor orientado para a produção de vinhos, o aumento quantitativo da produtividade não é uma grande preocupação, preferindo-se dar mais atenção à qualidade do produto.

Tabela 2. Uva: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 12.356 4.124,82 33,38 10.713 6.362,45 59,39

1995 13.160 5.232,05 39,76 12.101 7.862,08 64,97

2000 16.522 6.673,38 40,39 13.305 8.287,16 62,29

2005 17.171 6.789,82 39,54 13.124 7.989,60 60,88

2010 17.244 6.140,33 35,61 13.427 7.506,14 55,90

2015 18.826 7.025,87 37,32 14.194 7.753,31 54,62

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam sido registradas superestimações igualmente sistemáticas do desvio padrão e do coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Uva: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 130 7 0 1 138 0,957

1995 175 6 1 1 183 0,960

2000 207 7 1 1 216 0,963

2005 211 6 1 1 219 0,967

2010 213 6 1 1 221 0,967

2015 203 5 1 1 210 0,968

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,95, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

em 1990, uma microrregião foi suficiente para perfazer 50% da quantidade produzida; nos demais anos considerados, o G25 esteve formado por uma microrregião e o G50 por duas; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por oito microrregiões, em 2015 foi suficiente com sete para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. De fato, tratou-se de uma mesma (Caxias do Sul, RS). Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Uva: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 RS Caxias do Sul 370.406 370.406 50,99 50,99

2015 RS Caxias do Sul 640.914 640.914 43,43 43,43

Segundo os resultados, só uma mesma microrregião formou o G25 em 1990 e 2015. No entanto, aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Uva: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Uva: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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52

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Uva: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

1995 . 0,00 0,00 0,00 0,00

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00

1995 . 66,67 66,67 66,67 66,67

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

75 1990 22,22 45,45 22,22 22,22 33,33

1995 . 30,00 22,22 22,22 33,33

2000 . . 30,00 30,00 54,55

2005 . . . 0,00 33,33

2010 . . . . 33,33

Segundo a Tabela 4, não houve mudança no G25, de 1990 para 2015. Portanto, tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações, que de fato foi uma só, tem que ser igual a 0%.

A Figura 3 mostra a única microrregião que formou o G25 nos dois anos, como parte persistente em amarelo.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) seis microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 33,33% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Uva: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Uva: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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LAVOURAS TEMPORÁRIAS

ABACAXI

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Abacaxi: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 233 34.536 1.147.103 33.215

1995 285 45.148 1.352.223 29.951

2000 297 59.973 2.006.484 33.456

2005 298 62.598 2.356.350 37.642

2010 298 60.388 2.259.179 37.411

2015 280 67.882 2.674.183 39.395

De 1990 para 2015, a área colhida aumentou 97% enquanto que a quantidade produzida cresceu 133% e a produtividade 19%.

Tabela 2. Abacaxi: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 33.215 9.999,81 30,11 22.854 12.803,35 56,02

1995 29.951 8.750,65 29,22 21.903 12.831,49 58,58

2000 33.456 9.797,97 29,29 26.360 12.519,89 47,50

2005 37.642 12.003,60 31,89 29.115 13.257,09 45,53

2010 37.411 9.270,96 24,78 29.657 11.771,71 39,69

2015 39.395 9.107,58 23,12 31.683 10.603,00 33,47

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam ocorrido superestimações sistemáticas do desvio padrão e do coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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55

Tabela 3. Abacaxi: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 220 9 2 2 233 0,946

1995 269 10 4 2 285 0,944

2000 279 12 4 2 297 0,942

2005 282 9 5 2 298 0,944

2010 280 11 4 3 298 0,937

2015 263 10 4 3 280 0,936

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre ao redor de 0,94, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto que em 1990 o G75 esteve constituído por 13 microrregiões, em 2015 precisaram-se 17 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Abacaxi: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 MG Uberlândia 191.327 191.327 16,68 16,68

PB Litoral Norte 163.140 354.467 14,22 30,90

2015 PA Conceição do Araguaia 443.621 443.621 16,59 16,59

MG Uberlândia 204.126 647.747 7,63 24,22

PB Litoral Norte 165.173 812.919 6,18 30,40

Percebe-se alguma mudança entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Abacaxi: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Abacaxi: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Abacaxi: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 66,67 66,67 66,67 33,33 33,33

1995 . 66,67 66,67 75,00 75,00

2000 . . 0,00 33,33 33,33

2005 . . . 33,33 33,33

2010 . . . . 0,00

50 1990 33,33 33,33 77,78 62,50 62,50

1995 . 28,57 70,00 55,56 55,56

2000 . . 55,56 55,56 55,56

2005 . . . 44,44 60,00

2010 . . . . 44,44

75 1990 47,37 52,38 55,00 52,38 57,14

1995 . 21,05 31,58 30,00 42,86

2000 . . 21,05 20,00 40,91

2005 . . . 30,00 50,00

2010 . . . . 33,33

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) nenhuma das que estiveram em 1990 deixou de aparecer em 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (0 + 1) / 3 = 0,3333 = 33,33%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, não há microrregiões que saíram (que apareceriam em vermelho) e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) nove microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) quatro que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) oito que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 57,14% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Abacaxi: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Abacaxi: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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ALGODÃO HERBÁCEO (EM CAROÇO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Algodão herbáceo: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 262 1.438.924 1.912.149 1.329

1995 288 969.666 1.248.118 1.287

2000 260 782.013 2.042.552 2.612

2005 235 1.102.119 3.454.454 3.134

2010 170 1.015.525 3.639.368 3.584

2015 99 1.088.100 4.151.777 3.816

De 1990 para 2015, a área colhida caiu 24%, a quantidade produzida aumentou 117% e houve um grande aumento na produtividade, que foi da ordem de 187%.

Tabela 2. Algodão herbáceo: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.329 564,41 42,47 955 615,04 64,39

1995 1.287 641,59 49,85 1.082 651,23 60,17

2000 2.612 1.140,29 43,66 1.458 1.022,64 70,12

2005 3.134 965,47 30,80 1.758 1.077,39 61,30

2010 3.584 562,48 15,70 1.990 1.361,83 68,44

2015 3.816 519,41 13,61 2.458 1.458,06 59,33

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teria havido uma tendência a superestimar o desvio padrão, e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Algodão herbáceo: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 231 19 7 5 262 0,878

1995 253 21 9 5 288 0,875

2000 244 10 3 3 260 0,936

2005 224 7 2 2 235 0,952

2010 162 4 3 1 170 0,949

2015 92 4 1 2 99 0,926

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini foi próximo mas inferior a 0,9 em 1990 e 1995, e ficou acima desse valor nos demais anos considerados, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 31 microrregiões, em 2015 foram suficientes apenas sete para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Algodão herbáceo: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PR Goioerê 175.398 175.398 9,17 9,17

PR Toledo 132.852 308.250 6,95 16,12

PR Umuarama 84.901 393.151 4,44 20,56

BA Guanambi 83.061 476.211 4,34 24,90

SP Presidente Prudente 80.203 556.414 4,19 29,10

2015 BA Barreiras 946.956 946.956 22,81 22,81

MT Parecis 870.438 1.817.393 20,97 43,77

Percebe-se que não há microrregião comum às duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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61

Figura 1. Algodão herbáceo: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Algodão herbáceo: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Algodão herbáceo: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 33,33 100,00 100,00 100,00 100,00

1995 . 100,00 100,00 100,00 100,00

2000 . . 75,00 100,00 75,00

2005 . . . 50,00 0,00

2010 . . . . 50,00

50 1990 55,56 100,00 100,00 100,00 100,00

1995 . 88,89 94,12 100,00 100,00

2000 . . 57,14 57,14 71,43

2005 . . . 40,00 25,00

2010 . . . . 25,00

75 1990 30,77 88,10 95,00 97,37 100,00

1995 . 81,40 93,02 95,12 97,56

2000 . . 31,25 58,82 64,71

2005 . . . 41,67 50,00

2010 . . . . 33,33

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) não houve microrregiões comuns às duas listas (seria a “parte persistente”); b) as cinco que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) as duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (5 + 2) / 7 = 1 = 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) não houve microrregiões comuns aos dois anos (seria a “parte persistente”, que apareceria em amarelo); b) 31 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) sete que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 100% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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63

Figura 3. Algodão herbáceo: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Algodão herbáceo: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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ALHO

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Alho: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 223 17.936 78.126 4.356

1995 216 14.183 65.215 4.598

2000 183 13.221 85.284 6.451

2005 155 10.455 86.525 8.276

2010 137 11.147 111.390 9.993

2015 121 10.214 105.521 10.331

De 1990 para 2015, a área colhida diminuiu 43%, enquanto que a quantidade produzida aumentou 35% e houve um grande aumento na produtividade, que foi da ordem de 137%.

Tabela 2. Alho: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 4.356 1.120,43 25,72 3.664 1.319,21 36,00

1995 4.598 1.368,93 29,77 3.665 1.424,46 38,86

2000 6.451 2.266,53 35,14 4.072 1.867,52 45,86

2005 8.276 3.474,49 41,98 4.929 2.958,60 60,02

2010 9.993 4.266,71 42,70 5.033 3.232,23 64,23

2015 10.331 3.500,42 33,88 6.059 3.422,26 56,48

Segundo a Tabela 2, teria aparecido uma grave subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Também teriam acontecido diversas discrepâncias no desvio padrão e, principalmente, no coeficiente de variação, o qual teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Alho: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 196 20 4 3 223 0,889

1995 193 17 4 2 216 0,904

2000 171 7 3 2 183 0,931

2005 143 7 3 2 155 0,918

2010 129 4 3 1 137 0,937

2015 114 4 1 2 121 0,939

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini foi um pouco menor que 0,9 somente em 1990, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; além disso, o índice mostrou uma leve tendência de aumento;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 27 microrregiões, em 2015 precisaram-se apenas sete para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Alho: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SC Curitibanos 10.000 10.000 12,80 12,80

SC Joaçaba 7.096 17.095 9,08 21,88

GO Anápolis 6.846 23.941 8,76 30,64

2015 GO Entorno de Brasília 23.468 23.468 22,24 22,24

MG Patos de Minas 20.404 43.872 19,34 41,58

Percebe-se que não há microrregião comum às duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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66

Figura 1. Alho: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Alho: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

Page 69: CONCENTRAÇÃO ESPACIAL E DINÂMICA DA PRODUTIVIDADE … · 3 INTRODUÇÃO É sabido que a agricultura brasileira tem mostrado, nos últimos quarenta anos, notáveis aumentos de produtividade

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Alho: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 75,00 75,00 75,00 100,00 100,00

1995 . 0,00 66,67 100,00 100,00

2000 . . 66,67 100,00 100,00

2005 . . . 100,00 66,67

2010 . . . . 50,00

50 1990 14,29 80,00 80,00 90,00 88,89

1995 . 77,78 77,78 88,89 87,50

2000 . . 33,33 50,00 40,00

2005 . . . 50,00 40,00

2010 . . . . 25,00

75 1990 48,48 74,19 85,29 83,33 82,76

1995 . 65,38 75,00 80,77 80,00

2000 . . 40,00 46,15 41,67

2005 . . . 46,15 53,85

2010 . . . . 12,50

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) não houve microrregiões comuns aos dois anos (seria a “parte persistente”); b) três que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (3 + 2) / 5 = 1 = 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) cinco microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 22 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 82,76% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Alho: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Alho: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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69

AMENDOIM (EM CASCA)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Amendoim: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 209 86.499 139.437 1.612

1995 273 89.150 161.546 1.812

2000 243 103.725 189.691 1.829

2005 243 117.109 267.214 2.282

2010 240 98.444 276.192 2.806

2015 203 145.412 451.343 3.104

De 1990 para 2015, a área colhida aumentou 68%, enquanto que a quantidade produzida cresceu 224% e a produtividade aumentou 93%.

Tabela 2. Amendoim: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.612 392,86 24,37 1.225 471,50 38,50

1995 1.812 459,32 25,35 1.265 547,34 43,28

2000 1.829 464,91 25,42 1.371 666,51 48,62

2005 2.282 694,14 30,42 1.525 782,52 51,31

2010 2.806 1.052,67 37,52 1.738 1.034,04 59,49

2015 3.104 898,57 28,95 1.783 951,06 53,34

Segundo a Tabela 2, teria aparecido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teria havido uma tendência a superestimar o desvio padrão, e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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70

Tabela 3. Amendoim: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 199 5 3 2 209 0,946

1995 265 4 2 2 273 0,966

2000 233 7 1 2 243 0,962

2005 227 10 4 2 243 0,934

2010 224 10 4 2 240 0,933

2015 192 6 3 2 203 0,941

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo de 0,95, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

em todos os anos considerados, o G25 esteve formado por duas microrregiões e não foram necessárias mais que seis para ter o G50; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 10 microrregiões, em 2015 precisaram-se 11 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Amendoim: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Ribeirão Preto 21.275 21.275 15,26 15,26

SP Jaboticabal 19.497 40.771 13,98 29,24

2015 SP Tupã 60.901 60.901 13,49 13,49

SP Jaboticabal 55.042 115.943 12,20 25,69

Percebe-se alguma mudança entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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71

Figura 1. Amendoim: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Amendoim: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Amendoim: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 66,67 0,00 66,67 66,67

1995 . 66,67 0,00 66,67 66,67

2000 . . 66,67 66,67 66,67

2005 . . . 66,67 66,67

2010 . . . . 0,00

50 1990 20,00 40,00 42,86 16,67 57,14

1995 . 25,00 33,33 33,33 71,43

2000 . . 50,00 50,00 66,67

2005 . . . 28,57 42,86

2010 . . . . 42,86

75 1990 20,00 18,18 47,06 47,06 25,00

1995 . 20,00 50,00 50,00 27,27

2000 . . 55,56 47,06 38,46

2005 . . . 47,62 41,18

2010 . . . . 50,00

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (1 + 1) / 3 = 0,6667 = 66,67%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, a microrregião que saiu em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) nove microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015 (em vermelho); e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 25% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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73

Figura 3. Amendoim: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Amendoim: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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ARROZ (EM CASCA)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Arroz: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 487 4.034.144 8.454.469 2.096

1995 492 4.014.606 10.139.727 2.526

2000 477 3.540.299 11.009.489 3.110

2005 456 3.539.974 12.665.519 3.578

2010 444 2.782.462 12.454.708 4.476

2015 393 2.239.638 12.238.402 5.464

O arroz mostrou uma clara tendência para diminuir a área colhida, ao mesmo tempo que certa tendência para aumentar ou, pelo menos, manter a quantidade produzida. De 1990 para 2015, a área colhida diminuiu 44%, enquanto que a quantidade produzida aumentou 45% e a produtividade cresceu 161%.

Tabela 2. Arroz: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 2.096 1.494,09 71,29 1.709 1.014,90 59,38

1995 2.526 1.525,69 60,41 1.932 1.036,43 53,64

2000 3.110 1.840,68 59,19 2.066 1.259,75 60,97

2005 3.578 2.156,69 60,28 2.292 1.484,65 64,77

2010 4.476 2.594,06 57,95 2.562 1.668,20 65,12

2015 5.464 2.665,12 48,77 2.721 1.958,80 72,00

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Também teria acontecido uma subestimação sistemática do desvio padrão, e o coeficiente de variação teria apresentado muitas discrepâncias com respeito aos valores corretos.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Arroz: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 409 58 15 5 487 0,859

1995 428 48 11 5 492 0,885

2000 437 27 9 4 477 0,920

2005 423 21 8 4 456 0,928

2010 420 16 5 3 444 0,947

2015 377 9 5 2 393 0,958

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,85, chegando perto de 0,96 em 2015, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; além disso, mostrou uma clara tendência de aumento;

enquanto em 1990 o G25, o G50 e o G75 estiveram formados, respectivamente, por cinco, 20 e 78 microrregiões, em 2015 precisaram-se apenas duas, sete e 16 para ter esses mesmos grupos.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Arroz: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 RS Campanha Ocidental 976.551 976.551 11,55 11,55

RS Litoral Lagunar 524.600 1.501.151 6,21 17,76

RS Osório 290.065 1.791.216 3,43 21,19

RS Santa Maria 242.554 2.033.770 2,87 24,06

RS Jaguarão 215.735 2.249.505 2,55 26,61

2015 RS Campanha Ocidental 2.639.152 2.639.152 21,56 21,56

RS Litoral Lagunar 785.678 3.424.829 6,42 27,98

Percebem-se algumas mudanças entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem grandes diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Arroz: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Arroz: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Arroz: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 33,33 50,00 50,00 40,00 60,00

1995 . 50,00 50,00 40,00 60,00

2000 . . 40,00 25,00 50,00

2005 . . . 25,00 50,00

2010 . . . . 33,33

50 1990 28,57 42,86 54,55 60,00 65,00

1995 . 29,41 35,29 50,00 56,25

2000 . . 21,43 38,46 46,15

2005 . . . 33,33 53,85

2010 . . . . 33,33

75 1990 32,94 59,52 66,27 72,50 79,49

1995 . 44,78 57,35 64,62 75,00

2000 . . 26,19 43,90 60,00

2005 . . . 37,14 51,52

2010 . . . . 33,33

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) três que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) nenhuma nova apareceu em 2015 que não tivesse estado em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (3 + 0) / 5 = 0,6 = 60%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo e as microrregiões que saíram em vermelho, não havendo uma parte em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 16 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 62 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) nenhuma nova apareceu em 2015 que não tivesse estado em 1990 (falta a parte em azul). Isso dá uma distância de 79,49% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Arroz: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Arroz: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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AVEIA (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Aveia: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 70 229.141 204.092 891

1995 84 202.397 219.767 1.086

2000 71 219.468 281.603 1.283

2005 69 346.348 462.537 1.335

2010 63 159.874 340.189 2.128

2015 73 267.537 468.547 1.751

De 1990 para 2015, a área colhida com aveia teve um leve acréscimo, mostrando algumas fortes flutuações dentro do período. No entanto, a quantidade produzida mais do que dobrou e a produtividade cresceu 97%, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 2. Aveia: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 891 293,66 32,97 1.144 853,79 74,63

1995 1.086 354,11 32,61 1.143 521,64 45,65

2000 1.283 370,06 28,84 1.180 362,80 30,76

2005 1.335 406,05 30,41 1.269 387,84 30,57

2010 2.128 506,85 23,82 1.786 558,95 31,30

2015 1.751 389,06 22,21 1.709 435,35 25,48

Segundo a Tabela 2, na comparação com os valores corretos aparece que a média aritmética simples teria superestimado nos casos dos valores menores (em 1990 e 1995) e subestimado os valores maiores da média da produtividade. Também teria havido um comportamento errático no caso do desvio padrão, e o coeficiente de variação teria sido sistemáticamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Aveia: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 54 8 4 4 70 0,733

1995 66 9 6 3 84 0,762

2000 54 9 4 4 71 0,728

2005 50 10 5 4 69 0,691

2010 51 7 3 2 63 0,799

2015 58 8 4 3 73 0,772

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo ou acima de 0,7, chegando quase a 0,8 em algum momento, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 16 microrregiões, em 2015 precisaram-se 15 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Aveia: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 RS Carazinho 16.987 16.987 8,32 8,32

RS Santo Ângelo 15.691 32.678 7,69 16,01

RS Cruz Alta 13.048 45.726 6,39 22,40

RS Santiago 12.940 58.666 6,34 28,74

2015 RS Cruz Alta 52.380 52.380 11,18 11,18

RS Santo Ângelo 43.339 95.719 9,25 20,43

RS Ijuí 37.091 132.810 7,92 28,35

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Aveia: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Aveia: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Aveia: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 100,00 100,00 100,00 80,00 60,00

1995 . 60,00 83,33 100,00 100,00

2000 . . 40,00 100,00 100,00

2005 . . . 100,00 100,00

2010 . . . . 33,33

50 1990 69,23 93,33 86,67 81,82 50,00

1995 . 58,33 80,00 72,73 66,67

2000 . . 45,45 70,00 92,86

2005 . . . 72,73 85,71

2010 . . . . 66,67

75 1990 30,00 56,52 65,38 44,44 45,00

1995 . 33,33 57,69 42,11 35,00

2000 . . 43,48 47,37 40,00

2005 . . . 52,38 38,10

2010 . . . . 31,25

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (2 + 1) / 5 = 0,6 = 60%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 11 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) cinco que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) quatro que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 45% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Aveia: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Aveia: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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BATATA-DOCE

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Batata-doce: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 318 61.975 629.562 10.158

1995 359 53.957 563.027 10.435

2000 303 43.255 480.528 11.109

2005 277 45.504 523.563 11.506

2010 275 42.629 505.825 11.866

2015 292 41.813 560.896 13.415

A área colhida com batata-doce mostrou uma clara tendência a diminuir, sendo que perdeu 33% de 1990 para 2015. A quantidade produzida também mostrou uma tendência de redução, mas em menor grau, enquanto que a produtividade cresceu 32% no período.

Tabela 2. Batata-doce: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 10.158 3.978,41 39,16 9.467 4.981,09 52,62

1995 10.435 4.249,13 40,72 8.602 4.545,12 52,84

2000 11.109 4.302,95 38,73 9.412 4.909,89 52,17

2005 11.506 4.202,17 36,52 10.814 5.637,93 52,14

2010 11.866 4.233,75 35,68 11.806 5.988,39 50,73

2015 13.415 5.496,98 40,98 13.270 7.377,81 55,60

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Batata-doce: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 268 28 13 9 318 0,830

1995 310 28 15 6 359 0,859

2000 258 27 12 6 303 0,848

2005 224 31 15 7 277 0,803

2010 221 32 15 7 275 0,799

2015 240 32 14 6 292 0,822

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo ou acima de 0,8, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; mas, mesmo com diversas flutuações, ele mostrou uma leve tendência de diminuição;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 50 microrregiões, em 2015 precisaram-se 52 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Batata-doce: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SC Rio do Sul 29.561 29.561 4,70 4,70

RS Santa Cruz do Sul 22.086 51.647 3,51 8,20

SC Blumenau 20.705 72.352 3,29 11,49

PB Sapé 18.170 90.522 2,89 14,38

RS Frederico Westphalen 17.301 107.823 2,75 17,13

PE Garanhuns 16.399 124.221 2,60 19,73

PR Capanema 15.513 139.734 2,46 22,20

RS Porto Alegre 15.486 155.219 2,46 24,66

SC Ituporanga 14.450 169.669 2,30 26,95

2015 SE Agreste de Itabaiana 35.910 35.910 6,40 6,40

SP Presidente Prudente 28.942 64.852 5,16 11,56

RS Porto Alegre 27.413 92.265 4,89 16,45

SP Birigui 23.212 115.476 4,14 20,59

PR Curitiba 20.072 135.548 3,58 24,17

RS Santa Cruz do Sul 17.672 153.220 3,15 27,32

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Batata-doce: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2 Batata-doce: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Batata-doce: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 75,00 84,62 76,92 85,71 84,62

1995 . 28,57 37,50 37,50 28,57

2000 . . 14,29 14,29 28,57

2005 . . . 25,00 37,50

2010 . . . . 37,50

50 1990 40,74 46,15 48,28 58,06 64,52

1995 . 50,00 46,43 56,67 63,33

2000 . . 26,09 51,85 53,85

2005 . . . 42,86 50,00

2010 . . . . 38,46

75 1990 26,32 49,21 48,53 49,28 62,16

1995 . 43,33 45,45 43,94 61,64

2000 . . 36,67 47,69 59,42

2005 . . . 30,16 50,00

2010 . . . . 44,12

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) sete que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) quatro que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (7 + 4) / 13 = 0,8462 = 84,62%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 28 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 22 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 24 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 62,16% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Batata-doce: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Batata-doce: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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BATATA-INGLESA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Batata-inglesa: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 181 159.976 2.250.378 14.067

1995 177 171.097 2.531.080 14.793

2000 165 160.732 2.786.849 17.338

2005 153 141.916 3.109.659 21.912

2010 141 141.649 3.636.152 25.670

2015 141 131.995 3.778.759 28.628

Por um lado, a área colhida com batata-inglesa mostrou uma clara tendência a diminuir, sendo que perdeu 17% de 1990 para 2015. Por outro lado, a quantidade produzida aumentou consistentemente ao longo do período e houve um notável aumento da produtividade, da ordem de 104%.

Tabela 2. Batata-inglesa: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 14.067 5.773,70 41,04 13.203 7.066,20 53,52

1995 14.793 5.639,14 38,12 13.217 6.689,84 50,61

2000 17.338 6.525,18 37,63 15.025 7.951,20 52,92

2005 21.912 7.572,43 34,56 17.708 9.474,86 53,51

2010 25.670 8.044,33 31,34 19.743 10.622,84 53,81

2015 28.628 7.518,97 26,26 21.275 10.304,66 48,44

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Batata-inglesa: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 156 17 5 3 181 0,867

1995 153 14 7 3 177 0,861

2000 140 13 8 4 165 0,834

2005 129 14 6 4 153 0,834

2010 121 12 5 3 141 0,853

2015 123 10 5 3 141 0,863

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini variou ligeiramente ao redor de 0,85, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

em todos os anos considerados não foram necessárias mais que quatro microrregiões para formar o G25; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 25 microrregiões, em 2015 precisaram-se 18 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Batata-inglesa: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PR Curitiba 321.253 321.253 14,28 14,28

MG Pouso Alegre 222.436 543.688 9,88 24,16

SP São João da Boa Vista 161.244 704.932 7,17 31,33

2015 MG Araxá 465.418 465.418 12,32 12,32

BA Seabra 292.310 757.728 7,74 20,05

MG Pouso Alegre 286.674 1.044.402 7,59 27,64

Percebem-se algumas alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Batata-inglesa: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Batata-inglesa: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Batata-inglesa: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 25,00 60,00 80,00 80,00

1995 . 25,00 60,00 80,00 80,00

2000 . . 66,67 83,33 83,33

2005 . . . 25,00 25,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 20,00 46,15 61,54 66,67 66,67

1995 . 42,86 66,67 71,43 71,43

2000 . . 53,33 57,14 57,14

2005 . . . 20,00 20,00

2010 . . . . 0,00

75 1990 25,00 48,48 51,52 67,65 69,70

1995 . 41,94 50,00 62,50 60,00

2000 . . 25,00 50,00 40,74

2005 . . . 30,77 32,00

2010 . . . . 19,05

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (2 + 2) / 5 = 0,8 = 80%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) dez microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 15 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) oito que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 69,70% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

Page 95: CONCENTRAÇÃO ESPACIAL E DINÂMICA DA PRODUTIVIDADE … · 3 INTRODUÇÃO É sabido que a agricultura brasileira tem mostrado, nos últimos quarenta anos, notáveis aumentos de produtividade

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Figura 3. Batata-inglesa: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Batata-inglesa: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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CANA-DE-AÇÚCAR

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Cana-de-açúcar: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 482 4.241.778 261.782.614 61.715

1995 503 4.551.539 304.299.133 66.856

2000 495 4.887.084 334.762.087 68.499

2005 493 5.860.515 431.803.314 73.680

2010 498 9.098.526 714.371.506 78.515

2015 481 10.256.425 742.372.327 72.381

Ao longo do período estudado houve um notável aumento na área colhida (142%), junto com um aumento ainda mais importante na quantidade produzida (184%). Por sua vez, a produtividade cresceu 17%.

Tabela 2. Cana-de-açúcar: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 61.715 16.038,10 25,99 44.797 18.593,96 41,51

1995 66.856 16.073,61 24,04 44.207 19.668,66 44,49

2000 68.499 14.415,72 21,05 44.423 19.800,36 44,57

2005 73.680 13.755,73 18,67 50.192 20.737,05 41,32

2010 78.515 12.180,59 15,51 53.295 20.725,71 38,89

2015 72.381 8.719,69 12,05 52.380 18.847,88 35,98

Segundo a Tabela 2, teriam existido diferenças muito grandes na estimação da média da produtividade se tivessem sido usadas ou não as ponderações adequadas. As estimativas dadas pela média aritmética simples teriam ficado muito abaixo dos valores corretos. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido largamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Cana-de-açúcar: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 436 29 11 6 482 0,905

1995 461 26 11 5 503 0,917

2000 452 25 12 6 495 0,910

2005 448 24 14 7 493 0,901

2010 452 24 14 8 498 0,898

2015 434 25 14 8 481 0,893

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini manteve-se próximo de 0,9, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 46 microrregiões, em 2015 precisaram-se 47 para reunir 75% da quantidade produzida; em forma análoga, o quartel inferior teve 436 microrregiões em 1990 e 434 em 2015;

em resumo, as distribuições da quantidade produzida nos quartéis de microrregiões quase não mudaram, o qual não significa que não tenham ocorrido mudanças das microrregiões que formaram os diferentes quartéis.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Cana-de-açúcar: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Ribeirão Preto 18.480.000 18.480.000 7,06 7,06

SP Jaú 12.075.000 30.555.000 4,61 11,67

SP Jaboticabal 10.775.000 41.330.000 4,12 15,79

PE Mata Meridional Pernambucana 10.645.000 51.975.000 4,07 19,85

AL São Miguel dos Campos 9.874.130 61.849.130 3,77 23,63

SP Araraquara 8.629.135 70.478.265 3,30 26,92

2015 SP São José do Rio Preto 34.005.304 34.005.304 4,58 4,58

SP São Joaquim da Barra 26.479.650 60.484.954 3,57 8,15

SP Presidente Prudente 26.166.877 86.651.830 3,52 11,67

SP Ribeirão Preto 23.925.697 110.577.527 3,22 14,90

MS Dourados 22.402.700 132.980.226 3,02 17,91

SP Jaboticabal 21.119.070 154.099.296 2,84 20,76

SP Araraquara 20.540.726 174.640.021 2,77 23,52

SP Assis 18.980.967 193.620.988 2,56 26,08

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Cana-de-açúcar: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Cana-de-açúcar: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Cana-de-açúcar: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 42,86 28,57 55,56 60,00 72,73

1995 . 16,67 28,57 37,50 55,56

2000 . . 37,50 44,44 60,00

2005 . . . 12,50 33,33

2010 . . . . 22,22

50 1990 5,88 15,79 34,78 55,56 60,71

1995 . 21,05 39,13 59,26 64,29

2000 . . 37,50 57,14 62,07

2005 . . . 46,43 56,67

2010 . . . . 24,00

75 1990 27,45 35,19 37,50 49,18 50,00

1995 . 15,22 29,41 45,61 46,55

2000 . . 16,67 35,19 39,29

2005 . . . 25,00 32,73

2010 . . . . 10,20

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) três microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) três que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) cinco que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (3 + 5) / 11 = 0,7273 = 72,73%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 31 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 15 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 16 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 50% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Cana-de-açúcar: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Cana-de-açúcar: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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CEBOLA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Cebola: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 180 75.656 878.398 11.610

1995 188 75.884 955.738 12.595

2000 168 65.535 1.065.117 16.253

2005 150 60.021 1.213.717 20.222

2010 147 66.641 1.596.160 23.952

2015 139 57.934 1.546.244 26.690

A área colhida com cebola mostrou uma clara tendência a diminuir, sendo que perdeu 23% de 1990 para 2015. No entanto, a quantidade produzida teve um aumento da ordem de 76% e a produtividade mostrou um incremento de 130%.

Tabela 2. Cebola: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 11.610 4.505,98 38,81 8.484 4.928,51 58,09

1995 12.595 5.160,66 40,97 9.655 6.207,80 64,29

2000 16.253 6.704,65 41,25 13.303 9.810,16 73,74

2005 20.222 8.482,27 41,95 16.495 12.912,34 78,28

2010 23.952 11.680,02 48,77 19.476 15.339,75 78,76

2015 26.690 12.819,70 48,03 21.645 14.843,35 68,58

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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100

Tabela 3. Cebola: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 169 6 3 2 180 0,933

1995 175 7 4 2 188 0,926

2000 153 9 4 2 168 0,909

2005 133 11 3 3 150 0,884

2010 130 9 5 3 147 0,873

2015 123 8 5 3 139 0,871

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo de 0,9, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; no entanto, ele mostrou uma clara tendência de diminuição;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 11 microrregiões, em 2015 precisaram-se 16 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Cebola: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Piedade 159.031 159.031 18,10 18,10

SC Ituporanga 145.825 304.856 16,60 34,71

2015 BA Juazeiro 192.400 192.400 12,44 12,44

SC Ituporanga 150.640 343.040 9,74 22,19

MG Araxá 92.190 435.230 5,96 28,15

Percebem-se algumas mudanças entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Cebola: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Cebola: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Cebola: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 66,67 75,00 75,00 75,00

1995 . 66,67 75,00 75,00 75,00

2000 . . 33,33 75,00 75,00

2005 . . . 50,00 50,00

2010 . . . . 50,00

50 1990 42,86 42,86 62,50 70,00 70,00

1995 . 50,00 50,00 60,00 60,00

2000 . . 50,00 60,00 72,73

2005 . . . 25,00 60,00

2010 . . . . 40,00

75 1990 28,57 26,67 60,00 52,63 57,89

1995 . 25,00 57,14 50,00 55,00

2000 . . 47,62 47,62 52,38

2005 . . . 38,10 16,67

2010 . . . . 26,32

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (1 + 2) / 4 = 0,75= 75%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, a microrregião que saiu em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) oito microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) três que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) oito que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 57,89% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Cebola: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Cebola: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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CENTEIO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Centeio: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 27 4.819 5.420 1.125

1995 25 4.048 4.600 1.136

2000 27 6.754 7.922 1.173

2005 27 3.626 4.259 1.175

2010 19 2.771 3.535 1.276

2015 20 3.349 4.684 1.399

A área colhida com centeio mostrou flutuações, com certa tendência de diminuição, sendo que perdeu 31% de 1990 para 2015. A quantidade produzida também diminuiu, mas em menor porcentagem (14%) e a produtividade aumentou 24% ao longo do período.

Tabela 2. Centeio: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.125 286,01 25,43 1.077 314,80 29,22

1995 1.136 242,09 21,31 1.142 300,46 26,32

2000 1.173 246,37 21,00 1.314 332,20 25,29

2005 1.175 363,53 30,95 1.356 467,12 34,45

2010 1.276 341,48 26,77 1.535 481,12 31,35

2015 1.399 557,74 39,87 1.580 614,14 38,88

Segundo a Tabela 2, teria havido uma tendência para se superestimar a média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão teria sido sistematicamente superestimado, e o mesmo teria acontecido com o coeficiente de variação na maior parte dos casos.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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105

Tabela 3. Centeio: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 20 3 2 2 27 0,679

1995 19 4 1 1 25 0,760

2000 20 5 1 1 27 0,753

2005 20 4 2 1 27 0,728

2010 14 3 1 1 19 0,719

2015 14 3 2 1 20 0,667

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre ao redor de 0,7, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por sete microrregiões, em 2015 precisaram-se seis para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em 1990, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Centeio: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PR Campo Mourão 1.010 1.010 18,63 18,63

RS Vacaria 757 1.767 13,97 32,60

2015 RS Ijuí 1.239 1.239 26,44 26,44

Não há microrregião comum às duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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106

Figura 1. Centeio: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Centeio: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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107

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Centeio: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

1995 . 0,00 0,00 0,00 0,00

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 80,00 80,00 83,33 80,00 83,33

1995 . 66,67 75,00 66,67 75,00

2000 . . 75,00 66,67 75,00

2005 . . . 33,33 80,00

2010 . . . . 75,00

75 1990 70,00 60,00 72,73 66,67 81,82

1995 . 81,82 81,82 62,50 66,67

2000 . . 60,00 50,00 81,82

2005 . . . 66,67 70,00

2010 . . . . 77,78

Segundo a Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) nenhuma microrregião esteve nos dois anos (seria a “parte persistente”); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (2 + 1) / 3 = 1 = 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem uma parte persistente em amarelo, e com as microrregiões que saíram em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) cinco que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) quatro que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 81,82% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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108

Figura 3. Centeio: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Centeio: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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CEVADA (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Cevada: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 43 101.255 134.502 1.328

1995 42 69.044 134.821 1.953

2000 42 141.912 300.813 2.120

2005 49 122.944 308.784 2.512

2010 40 83.269 261.226 3.137

2015 40 87.930 218.912 2.490

A área colhida com cevada mostrou flutuações, com certa tendência de diminuição, sendo que perdeu 13% de 1990 para 2015. Ao longo do período, a quantidade produzida teve uma tendência de aumento, com incremento de 63%, e a produtividade aumentou 88%.

Tabela 2. Cevada: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.328 275,18 20,72 1.290 298,50 23,13

1995 1.953 340,12 17,42 1.678 457,02 27,23

2000 2.120 276,19 13,03 2.051 676,71 32,99

2005 2.512 429,90 17,12 2.221 614,20 27,65

2010 3.137 555,11 17,69 2.623 541,21 20,64

2015 2.490 994,23 39,93 2.118 982,71 46,40

Segundo a Tabela 2, teria havido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam acontecido muitas discrepâncias no desvio padrão e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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110

Tabela 3. Cevada: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 33 6 2 2 43 0,752

1995 34 5 2 1 42 0,810

2000 35 3 2 2 42 0,794

2005 40 6 2 1 49 0,823

2010 31 7 1 1 40 0,800

2015 34 5 0 1 40 0,883

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo ou acima de 0,8, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; ainda assim, mesmo com diversas flutuações, ele mostrou uma leve tendência de aumento;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por dez microrregiões, em 2015 precisaram-se apenas seis para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em 1990, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Cevada: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PR Guarapuava 27.248 27.248 20,26 20,26

RS Passo Fundo 22.509 49.756 16,73 36,99

2015 PR Guarapuava 118.211 118.211 54,00 54,00

Só há uma microrregião comum às duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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111

Figura 1. Cevada: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Cevada: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Cevada: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 50,00 0,00 50,00 50,00 50,00

1995 . 50,00 0,00 0,00 0,00

2000 . . 50,00 50,00 50,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 25,00 40,00 60,00 80,00 75,00

1995 . 25,00 50,00 75,00 66,67

2000 . . 60,00 80,00 75,00

2005 . . . 75,00 66,67

2010 . . . . 50,00

75 1990 50,00 58,33 41,67 81,25 76,92

1995 . 33,33 30,00 69,23 72,73

2000 . . 22,22 66,67 81,82

2005 . . . 61,54 75,00

2010 . . . . 33,33

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015; e c) não entrou nenhuma em 2015 que não tivesse estado em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (1 + 0) / 2 = 0,5 = 50%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, a microrregião que saiu em vermelho e sem uma parte em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) três microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) sete que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) três que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 76,92% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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113

Figura 3. Cevada: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Cevada: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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FEIJÃO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Feijão: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 556 5.056.868 2.489.589 492

1995 552 4.926.079 2.922.629 593

2000 555 3.979.029 2.780.295 699

2005 546 3.920.566 3.148.797 803

2010 544 3.732.266 3.360.345 900

2015 533 3.025.185 3.192.300 1.055

No período estudado, a área colhida diminuiu notavelmente, tendo perdido 40% de 1990 para 2015. Ao mesmo tempo, houve um aumento importante da quantidade produzida, que cresceu 28%, e a produtividade mais do que dobrou, com um crescimento de 114%.

Tabela 2. Feijão: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 492 240,83 48,92 565 275,78 48,82

1995 593 315,23 53,13 646 330,33 51,11

2000 699 441,00 63,11 747 447,38 59,91

2005 803 561,89 69,96 861 513,27 59,60

2010 900 689,95 76,63 898 567,00 63,15

2015 1.055 762,41 72,25 973 620,18 63,75

Segundo a Tabela 2, não teria havido muita diferença na estimação da média da produtividade se tivessem sido usadas ou não as ponderações adequadas. No entanto, teriam aparecido diferenças importantes no desvio padrão e no coeficiente de variação, sendo que este último teria sido sistematicamente subestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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115

Tabela 3. Feijão: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 407 85 45 19 556 0,722

1995 419 77 38 18 552 0,750

2000 436 76 30 13 555 0,790

2005 434 71 29 12 546 0,799

2010 453 61 21 9 544 0,841

2015 465 45 16 7 533 0,877

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini mostrou tendência de crescimento, tendo chegado próximo de 0,9 em 2015, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto que em 1990 o G75 esteve constituído por 149 microrregiões, em 2015 apenas 68 foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

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116

Tabela 4. Feijão: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP Itapeva 74.501 74.501 2,99 2,99

BA Irecê 70.638 145.138 2,84 5,83

SC Chapecó 68.464 213.602 2,75 8,58

BA Ribeira do Pombal 47.752 261.353 1,92 10,50

PR Wenceslau Braz 37.881 299.234 1,52 12,02

GO Anápolis 34.020 333.253 1,37 13,39

RO Cacoal 29.769 363.022 1,20 14,58

PR Ivaiporã 25.237 388.258 1,01 15,60

MG Paracatu 24.626 412.884 0,99 16,58

SC Curitibanos 24.607 437.491 0,99 17,57

RS Frederico Westphalen 24.137 461.627 0,97 18,54

RO Ji-Paraná 22.640 484.267 0,91 19,45

SC Canoinhas 22.509 506.776 0,90 20,36

MS Dourados 22.231 529.007 0,89 21,25

SP Presidente Prudente 21.923 550.929 0,88 22,13

SC Campos de Lages 21.421 572.350 0,86 22,99

PR Francisco Beltrão 20.938 593.288 0,84 23,83

SP São Joaquim da Barra 19.474 612.762 0,78 24,61

SP Capão Bonito 19.193 631.954 0,77 25,38

2015 BA Barreiras 170.342 170.342 5,34 5,34

GO Entorno de Brasília 153.884 324.226 4,82 10,16

MG Unaí 136.346 460.572 4,27 14,43

MT Alto Teles Pires 134.059 594.631 4,20 18,63

MG Paracatu 93.908 688.539 2,94 21,57

PR Pato Branco 91.033 779.572 2,85 24,42

PR Prudentópolis 86.978 866.550 2,72 27,14

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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117

Figura 1. Feijão: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Feijão: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Feijão: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 62,96 66,67 89,29 92,31 96,00

1995 . 59,09 63,64 65,00 80,95

2000 . . 61,11 62,50 75,00

2005 . . . 38,46 73,33

2010 . . . . 54,55

50 1990 44,16 53,42 63,64 74,67 79,17

1995 . 45,31 55,22 71,64 74,60

2000 . . 35,29 54,00 62,50

2005 . . . 45,65 54,55

2010 . . . . 29,03

75 1990 32,14 40,48 50,86 57,99 72,35

1995 . 33,11 44,94 53,59 66,89

2000 . . 33,81 42,11 57,25

2005 . . . 26,50 51,24

2010 . . . . 39,39

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) só uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) 18 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) seis que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (18 + 6) / 25 = 0,96 = 96%. De modo que houve uma mudança quase completa na constituição do G25.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 47 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 102 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 21 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 72,35% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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119

Figura 3. Feijão: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Feijão: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MAMONA (EM BAGA)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Mamona: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 106 260.129 138.825 534

1995 92 100.865 42.845 425

2000 116 161.308 83.108 515

2005 186 184.892 134.182 726

2010 132 173.250 102.142 590

2015 50 72.961 42.159 578

A área colhida com mamona mostrou flutuações, mas com clara tendência de diminuição, sendo que perdeu 72% de 1990 para 2015. A quantidade produzida também diminuiu, quase na mesma porcentagem (70%), enquanto que a produtividade mostrou uma leve tendência de crescimento ao longo do período.

Tabela 2. Mamona: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 534 220,66 41,35 813 465,11 57,21

1995 425 226,38 53,29 865 467,94 54,11

2000 515 362,33 70,33 1.182 911,28 77,12

2005 726 198,77 27,39 1.073 540,17 50,35

2010 590 398,82 67,65 1.078 2.502,51 232,06

2015 578 196,52 34,01 515 395,70 76,81

Segundo a Tabela 2, teriam aparecido importantes superestimações da média da produtividade se não tivessem sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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121

Tabela 3. Mamona: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 97 6 2 1 106 0,918

1995 84 5 2 1 92 0,913

2000 108 5 2 1 116 0,931

2005 178 7 0 1 186 0,968

2010 123 7 1 1 132 0,939

2015 48 1 0 1 50 0,960

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,9, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; ainda assim, mesmo com algumas flutuações, ele mostrou uma leve tendência de aumento;

nos anos considerados, o G25 esteve sempre formado por uma microrregião; em 2005 e 2015 uma microrregião foi suficiente para formar o G50; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por nove microrregiões, em 2015 precisaram-se apenas duas para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. De fato, tratou-se de uma mesma (Irecê, BA). Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Mamona: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 BA Irecê 56.242 56.242 40,51 40,51

2015 BA Irecê 29.798 29.798 70,68 70,68

Segundo o indicado, uma mesma microrregião foi suficiente para formar o G25 em 1990 e 2015; de fato, ela foi suficiente para ter o G50 em 2015, já que reuniu bem mais do que 50% da quantidade produzida. No entanto, aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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122

Figura 1. Mamona: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Mamona: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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123

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Mamona: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

1995 . 0,00 0,00 0,00 0,00

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 80,00 50,00 66,67 75,00 66,67

1995 . 50,00 66,67 33,33 66,67

2000 . . 66,67 33,33 66,67

2005 . . . 50,00 0,00

2010 . . . . 50,00

75 1990 58,33 58,33 58,33 71,43 77,78

1995 . 66,67 76,92 78,57 88,89

2000 . . 54,55 58,33 75,00

2005 . . . 45,45 75,00

2010 . . . . 77,78

Segundo a Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) só uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); e b) nenhuma outra microrregião entrou ou saiu do G25 de 1990 para 2015. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações, que de fato foi uma só, foi: d = (0 + 0) / 1 = 0 = 0%. Ou seja, se não houve mudança alguma, a distância tem que ser nula.

A Figura 3 mostra essa situação, em que só aparece a parte persistente em amarelo.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) sete que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) não apareceu nenhuma em 2015 que não tivesse estado em 1990 (isto é, não há uma parte em azul). Isso dá uma distância de 77,78% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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124

Figura 3. Mamona: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Mamona: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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125

MANDIOCA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Mandioca: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 542 1.941.231 24.429.819 12.585

1995 547 1.768.671 22.543.469 12.746

2000 551 1.649.165 22.161.764 13.438

2005 545 1.850.973 25.479.194 13.765

2010 547 1.761.287 24.906.707 14.141

2015 547 1.540.457 23.156.609 15.032

A área colhida mostrou certa tendência de diminuição, enquanto que a quantidade produzida apresentou oscilações, mas com tendência positiva ao longo do período estudado; por sua vez, a produtividade apresentou uma clara tendência de aumento, com crescimento da ordem de 19% entre 1990 e 2015.

Tabela 2. Mandioca: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 12.585 4.393,97 34,92 13.642 4.814,88 35,30

1995 12.746 4.631,11 36,33 13.010 4.876,85 37,48

2000 13.438 4.716,46 35,10 13.365 5.013,17 37,51

2005 13.765 4.500,61 32,70 14.179 4.731,65 33,37

2010 14.141 5.409,35 38,25 14.332 5.223,92 36,45

2015 15.032 6.643,15 44,19 14.729 5.697,59 38,68

Segundo a Tabela 2, em geral, não teria havido muita diferença na estimação da média da produtividade se tivessem sido usadas ou não as ponderações adequadas. No entanto, em certos anos, a diferença teria sido importante. O mesmo pode dizer-se no caso do desvio padrão e do coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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126

Tabela 3. Mandioca: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 421 71 33 17 542 0,769

1995 427 72 32 16 547 0,776

2000 442 64 31 14 551 0,797

2005 433 69 30 13 545 0,794

2010 435 71 30 11 547 0,800

2015 454 60 24 9 547 0,835

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini mostrou tendência de crescimento, tendo chegado a ficar acima de 0,8 em 2015, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 121 microrregiões, em 2015 apenas 93 foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

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127

Tabela 4. Mandioca: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PA Paragominas 612.105 612.105 2,51 2,51

BA Vitória da Conquista 537.564 1.149.669 2,20 4,71

BA Jequié 513.945 1.663.614 2,10 6,81

PR Toledo 469.138 2.132.752 1,92 8,73

PA Guamá 418.177 2.550.929 1,71 10,44

BA Ilhéus-Itabuna 348.649 2.899.577 1,43 11,87

PI São Raimundo Nonato 343.317 3.242.894 1,41 13,27

PA Bragantina 341.910 3.584.804 1,40 14,67

BA Santo Antônio de Jesus 325.161 3.909.965 1,33 16,00

PI Baixo Parnaíba Piauiense 321.400 4.231.365 1,32 17,32

MA Pindaré 303.587 4.534.951 1,24 18,56

PR Paranavaí 295.133 4.830.084 1,21 19,77

SC Rio do Sul 294.210 5.124.294 1,20 20,98

BA Brumado 280.544 5.404.837 1,15 22,12

PA Altamira 276.490 5.681.327 1,13 23,26

PI Picos 276.380 5.957.707 1,13 24,39

SC Tubarão 265.894 6.223.600 1,09 25,48

2015 PR Paranavaí 943.100 943.100 4,07 4,07

PA Santarém 776.290 1.719.390 3,35 7,43

PR Umuarama 770.479 2.489.869 3,33 10,75

MS Iguatemi 673.112 3.162.981 2,91 13,66

PA Guamá 646.584 3.809.565 2,79 16,45

PA Tomé-Açu 617.680 4.427.245 2,67 19,12

PR Toledo 608.763 5.036.007 2,63 21,75

PA Bragantina 582.748 5.618.755 2,52 24,26

PA Óbidos 524.350 6.143.105 2,26 26,53

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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128

Figura 1. Mandioca: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Mandioca: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Mandioca: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 62,50 70,83 63,64 83,33 81,82

1995 . 50,00 55,00 65,00 61,11

2000 . . 50,00 52,94 46,67

2005 . . . 50,00 42,86

2010 . . . . 33,33

50 1990 51,52 58,21 59,09 62,12 74,24

1995 . 42,37 45,76 49,15 57,89

2000 . . 42,86 40,74 60,71

2005 . . . 35,29 53,85

2010 . . . . 48,98

75 1990 21,48 41,38 43,62 42,57 51,39

1995 . 30,37 34,29 34,29 46,76

2000 . . 21,77 31,30 44,62

2005 . . . 14,88 37,30

2010 . . . . 29,17

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) quatro microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) 13 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) cinco que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (13 + 5) / 22 = 0,8182 = 81,82%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 70 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 51 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 23 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 51,39% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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130

Figura 3. Mandioca: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Mandioca: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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131

MELANCIA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Melancia: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 305 69.690 881.189 12.644

1995 362 75.620 1.184.141 15.659

2000 354 79.371 1.386.903 17.474

2005 350 84.842 1.723.812 20.318

2010 348 95.463 2.105.573 22.056

2015 362 95.170 2.145.504 22.544

Entre 1990 e 2015, a área colhida com melancia aumentou em 37%, a quantidade produzida em 143% e a produtividade em 78%.

Tabela 2. Melancia: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 12.644 11.423,78 90,35 16.867 16.682,67 98,91

1995 15.659 11.571,21 73,89 15.585 9.519,49 61,08

2000 17.474 7.572,03 43,33 19.719 10.063,50 51,03

2005 20.318 9.310,34 45,82 20.044 9.630,00 48,04

2010 22.056 7.642,60 34,65 20.541 8.081,79 39,35

2015 22.544 7.936,68 35,21 20.995 7.686,88 36,61

Segundo a Tabela 2, poderiam ter aparecido diferenças importantes na estimação da média da produtividade se tivessem sido usadas ou não as ponderações adequadas, e o mesmo teria acontecido com o desvio padrão e o coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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132

Tabela 3. Melancia: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 257 29 13 6 305 0,840

1995 312 39 9 2 362 0,884

2000 296 39 15 4 354 0,847

2005 299 37 10 4 350 0,869

2010 295 36 12 5 348 0,856

2015 309 38 11 4 362 0,867

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre ao redor de 0,85, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; ainda assim, mesmo com algumas flutuações, ele mostrou uma leve tendência de aumento;

nos anos considerados, não foram necessárias mais que seis microrregiões para formar o G25; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 48 microrregiões, em 2015 precisaram-se 53 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Melancia: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 RS São Jerônimo 74.887 74.887 8,50 8,50

GO Ceres 67.685 142.572 7,68 16,18

BA Alagoinhas 26.266 168.838 2,98 19,16

BA Paulo Afonso 25.658 194.496 2,91 22,07

BA Barreiras 24.268 218.764 2,75 24,83

BA Juazeiro 21.383 240.147 2,43 27,25

2015 TO Rio Formoso 180.837 180.837 8,43 8,43

GO Ceres 170.811 351.648 7,96 16,39

RN Mossoró 97.860 449.508 4,56 20,95

RS Serras de Sudeste 89.975 539.483 4,19 25,14

Só há uma microrregião comum às duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Melancia: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Melancia: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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134

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Melancia: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 85,71 75,00 88,89 62,50 88,89

1995 . 80,00 100,00 83,33 80,00

2000 . . 40,00 20,00 66,67

2005 . . . 50,00 66,67

2010 . . . . 71,43

50 1990 57,14 64,29 68,00 75,86 78,57

1995 . 57,14 52,94 60,00 63,16

2000 . . 42,86 50,00 52,17

2005 . . . 45,00 47,37

2010 . . . . 31,58

75 1990 41,94 58,67 71,43 68,83 70,51

1995 . 45,71 61,64 66,23 69,62

2000 . . 44,29 53,95 62,96

2005 . . . 37,50 59,46

2010 . . . . 44,12

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) só uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) cinco que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) três que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (5 + 3) / 9 = 0,8889 = 88,89%. De modo que houve uma mudança quase completa na constituição do G25.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 23 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 25 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 30 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 70,51% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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135

Figura 3. Melancia: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Melancia: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MELÃO

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Melão: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 103 8.736 96.978 11.102

1995 139 12.909 193.374 14.980

2000 127 12.350 249.653 20.215

2005 118 16.977 378.242 22.280

2010 112 18.700 460.227 24.611

2015 109 21.379 555.768 25.996

Entre 1990 e 2015, a área colhida com melão aumentou em 145%, a quantidade produzida em 473% e a produtividade em 134%.

Tabela 2. Melão: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 11.102 7.282,67 65,60 6.090 5.568,86 91,44

1995 14.980 7.793,82 52,03 6.659 6.093,50 91,51

2000 20.215 10.322,52 51,06 9.499 8.362,43 88,03

2005 22.280 8.025,96 36,02 12.840 9.663,86 75,26

2010 24.611 7.467,57 30,34 13.322 8.482,24 63,67

2015 25.996 6.620,88 25,47 13.847 8.677,76 62,67

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma importante subestimação da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam surgido várias discrepâncias no desvio padrão e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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137

Tabela 3. Melão: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 97 3 2 1 103 0,935

1995 134 2 2 1 139 0,957

2000 123 2 1 1 127 0,963

2005 114 2 1 1 118 0,960

2010 109 1 1 1 112 0,964

2015 105 2 1 1 109 0,957

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre ao redor de 0,95, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

nos anos considerados, não foi necessário contar com mais do que uma microrregião para formar o G25 e três para integrar o G50; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por seis microrregiões, em 2015 precisaram-se quatro para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Melão: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 RN Vale do Açu 30.194 30.194 31,13 31,13

2015 RN Mossoró 226.133 226.133 40,69 40,69

Segundo a Tabela 4, só uma microrregião formou o G25 em 1990 e 2015, mas se trata de microrregiões diferentes. Portanto, nesse nível, houve uma troca completa. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Melão: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Melão: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Melão: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

1995 . 0,00 0,00 0,00 0,00

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 80,00 75,00 75,00 100,00 100,00

1995 . 75,00 75,00 75,00 75,00

2000 . . 0,00 66,67 66,67

2005 . . . 66,67 66,67

2010 . . . . 0,00

75 1990 16,67 33,33 33,33 50,00 33,33

1995 . 50,00 50,00 66,67 50,00

2000 . . 0,00 25,00 0,00

2005 . . . 25,00 0,00

2010 . . . . 25,00

Segundo a Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) nenhuma microrregião esteve nos dois anos (ou seja, não há “parte persistente”); b) uma que esteve em 1990 não apareceu em 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (1 + 1) / 2 = 1 = 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem parte persistente em amarelo, e com a microrregião que saiu em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) quatro microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) não apareceu nenhuma em 2015 que não tivesse estado em 1990 (ou seja, não há parte em azul). Isso dá uma distância de 33,33% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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140

Figura 3. Melão: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Melão: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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MILHO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Milho: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 556 12.229.004 22.486.057 1.839

1995 551 13.223.648 32.802.456 2.481

2000 552 11.945.678 35.507.651 2.972

2005 541 12.191.065 39.854.182 3.269

2010 542 13.184.165 53.914.836 4.089

2015 540 15.419.460 82.583.135 5.356

Entre 1990 e 2015, a área colhida com milho aumentou em 26%, a quantidade produzida em 267% e a produtividade em 191%.

Tabela 2. Milho: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.839 880,80 47,90 1.467 890,37 60,69

1995 2.481 1.195,35 48,19 1.817 1.129,34 62,15

2000 2.972 1.407,28 47,34 2.071 1.358,36 65,58

2005 3.269 1.674,25 51,21 2.374 1.635,83 68,90

2010 4.089 1.977,04 48,35 2.837 2.024,22 71,36

2015 5.356 1.954,36 36,49 3.353 2.419,18 72,14

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma importante subestimação da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam surgido várias discrepâncias no desvio padrão e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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142

Tabela 3. Milho: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 439 69 33 15 556 0,784

1995 447 62 29 13 551 0,808

2000 459 54 26 13 552 0,825

2005 445 56 28 12 541 0,818

2010 460 48 25 9 542 0,846

2015 477 41 17 5 540 0,889

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo ou acima de 0,8, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; além disso, ele mostrou uma leve tendência de aumento;

ao longo dos anos considerados, houve uma clara tendência de diminuição no número de microrregiões que formaram os grupos 25, 50 e 75; enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 117 microrregiões, em 2015 foram suficientes 63 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Milho: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 GO Sudoeste de Goiás 709.325 709.325 3,15 3,15

SC Chapecó 523.541 1.232.866 2,33 5,48

GO Meia Ponte 468.745 1.701.611 2,08 7,57

PR Guarapuava 445.535 2.147.146 1,98 9,55

PR Cascavel 428.121 2.575.267 1,90 11,45

SP São Joaquim da Barra 416.310 2.991.577 1,85 13,30

PR Toledo 387.503 3.379.080 1,72 15,03

PR Francisco Beltrão 385.808 3.764.888 1,72 16,74

GO Vale do Rio dos Bois 373.605 4.138.493 1,66 18,40

SC São Miguel d'Oeste 313.140 4.451.633 1,39 19,80

RS Erechim 295.436 4.747.068 1,31 21,11

MS Dourados 293.073 5.040.141 1,30 22,41

RS Frederico Westphalen 285.468 5.325.609 1,27 23,68

SP Itapeva 252.790 5.578.399 1,12 24,81

PR Ponta Grossa 237.873 5.816.272 1,06 25,87

2015 MT Alto Teles Pires 6.327.565 6.327.565 7,66 7,66

GO Sudoeste de Goiás 5.587.318 11.914.883 6,77 14,43

MS Dourados 5.255.170 17.170.053 6,36 20,79

MT Parecis 3.068.740 20.238.792 3,72 24,51

PR Toledo 2.572.137 22.810.929 3,11 27,62

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143

Percebem-se algumas alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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144

Figura 1. Milho: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Milho: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Milho: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 44,44 52,63 57,89 73,68 82,35

1995 . 47,06 61,11 70,59 80,00

2000 . . 43,75 53,33 80,00

2005 . . . 38,46 58,33

2010 . . . . 44,44

50 1990 36,36 38,89 53,33 63,33 81,36

1995 . 31,25 48,15 56,60 72,00

2000 . . 31,91 44,68 72,92

2005 . . . 35,56 68,09

2010 . . . . 52,63

75 1990 23,20 34,65 41,04 50,38 65,67

1995 . 19,27 34,71 41,03 57,26

2000 . . 26,61 34,91 51,43

2005 . . . 30,48 51,40

2010 . . . . 33,33

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) três microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) 12 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (12 + 2) / 17 = 0,8235 = 82,35%. De modo que houve uma mudança substancial na constituição do G25.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 46 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 71 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 17 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 65,67% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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146

Figura 3. Milho: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Milho: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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SOJA (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Soja: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 225 10.551.976 17.417.805 1.651

1995 251 11.166.628 24.593.781 2.202

2000 237 13.567.760 33.905.187 2.499

2005 271 22.178.404 51.065.552 2.302

2010 252 23.015.476 66.972.391 2.910

2015 277 31.227.503 92.112.728 2.950

Entre 1990 e 2015, a área colhida aumentou em 196%, a quantidade produzida em 429% e a produtividade em 79%.

Tabela 2. Soja: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.651 371,51 22,51 1.609 409,78 25,47

1995 2.202 350,82 15,93 1.972 508,50 25,79

2000 2.499 472,83 18,92 2.259 485,95 21,51

2005 2.302 551,75 23,96 2.260 505,07 22,35

2010 2.910 255,94 8,80 2.754 336,40 12,22

2015 2.950 289,07 9,80 2.774 418,77 15,10

Segundo a Tabela 2, a estimativa da produtividade média mediante a média aritmética simples teria subestimado o valor correto em todos os anos considerados. Também teriam aparecido muitas discrepâncias no desvio padrão e no coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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148

Tabela 3. Soja: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 184 23 11 7 225 0,804

1995 213 21 11 6 251 0,838

2000 198 23 12 4 237 0,834

2005 225 29 13 4 271 0,835

2010 203 30 14 5 252 0,807

2015 221 34 16 6 277 0,798

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo de 0,8, o qual mede a grande concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 41 microrregiões, em 2015 precisaram-se 56 para reunir 75% da quantidade produzida, o qual indica que a cultura encontra-se em expansão territorial.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Soja: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 MS Dourados 893.970 893.970 5,13 5,13

GO Sudoeste de Goiás 776.229 1.670.199 4,46 9,59

PR Toledo 629.731 2.299.930 3,62 13,20

MT Parecis 596.893 2.896.823 3,43 16,63

MT Alto Teles Pires 540.147 3.436.970 3,10 19,73

MT Rondonópolis 539.046 3.976.016 3,09 22,83

RS Cruz Alta 523.256 4.499.272 3,00 25,83

2015 MT Alto Teles Pires 6.861.939 6.861.939 7,45 7,45

MT Parecis 4.186.577 11.048.515 4,55 11,99

MS Dourados 3.583.092 14.631.607 3,89 15,88

GO Sudoeste de Goiás 3.191.770 17.823.377 3,47 19,35

BA Barreiras 3.160.141 20.983.518 3,43 22,78

MT Canarana 2.937.076 23.920.593 3,19 25,97

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Soja: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990.

Figura 2. Soja: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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150

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Soja: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 37,50 42,86 62,50 50,00 55,56

1995 . 33,33 33,33 16,67 28,57

2000 . . 40,00 20,00 33,33

2005 . . . 20,00 33,33

2010 . . . . 16,67

50 1990 25,00 45,45 60,00 52,00 57,14

1995 . 26,32 45,45 43,48 50,00

2000 . . 26,32 33,33 48,00

2005 . . . 20,00 37,50

2010 . . . . 21,74

75 1990 11,90 22,22 41,82 47,46 57,35

1995 . 16,67 41,51 44,64 53,13

2000 . . 33,33 40,00 49,21

2005 . . . 20,75 30,00

2010 . . . . 22,03

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) quatro microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) três que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (3 + 2) / 9 = 0,5556 = 55,56%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 29 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 12 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 27 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 57,35% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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151

Figura 3. Soja: dinâmica do G25, de 1990 para 2015.

Figura 4. Soja: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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152

SORGO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Sorgo: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 138 155.681 246.883 1.586

1995 180 172.182 316.436 1.838

2000 161 456.892 753.618 1.649

2005 204 814.149 1.762.210 2.164

2010 205 737.206 1.772.378 2.404

2015 169 786.537 2.207.782 2.807

Entre 1990 e 2015, a área colhida com sorgo aumentou em 405%, a quantidade produzida em 794% e a produtividade em 77%.

Tabela 2. Sorgo: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.586 529,17 33,37 1.637 756,38 46,20

1995 1.838 539,45 29,35 2.027 966,45 47,68

2000 1.649 578,96 35,10 2.241 1.133,52 50,58

2005 2.164 512,06 23,66 2.194 892,30 40,67

2010 2.404 760,69 31,64 2.257 1.135,88 50,34

2015 2.807 959,71 34,19 2.635 1.148,15 43,57

Segundo a Tabela 2, teriam acontecido diversas discrepâncias na estimação da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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153

Tabela 3. Sorgo: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 121 12 3 2 138 0,884

1995 163 11 4 2 180 0,907

2000 143 10 6 2 161 0,884

2005 183 13 6 2 204 0,899

2010 186 11 6 2 205 0,906

2015 152 9 5 3 169 0,890

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre próximo de 0,9, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade;

ao longo dos anos considerados, não mais que três microrregiões foram suficientes para formar o G25; tanto em 1990 quanto em 2015, o G75 esteve formado por 17 microrregiões.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Sorgo: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 SP São Joaquim da Barra 60.715 60.715 24,59 24,59

RS Campanha Meridional 23.075 83.790 9,35 33,94

2015 GO Entorno de Brasília 242.606 242.606 10,99 10,99

GO Sudoeste de Goiás 218.783 461.389 9,91 20,90

GO Meia Ponte 168.354 629.742 7,63 28,52

Não há microrregião comum entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015; de modo que, nesse nível, houve uma troca completa. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Sorgo: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Sorgo: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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155

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Sorgo: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 66,67 100,00 100,00 100,00 100,00

1995 . 66,67 66,67 66,67 75,00

2000 . . 66,67 66,67 75,00

2005 . . . 0,00 33,33

2010 . . . . 33,33

50 1990 77,78 91,67 81,82 100,00 100,00

1995 . 83,33 83,33 83,33 92,31

2000 . . 66,67 76,92 76,92

2005 . . . 40,00 54,55

2010 . . . . 54,55

75 1990 69,23 75,00 73,33 83,87 86,67

1995 . 40,91 64,29 71,43 82,76

2000 . . 55,56 62,96 83,33

2005 . . . 40,00 64,29

2010 . . . . 36,36

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) nenhuma microrregião foi comum aos dois anos (teria sido a “parte persistente”); b) duas que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) três que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (2 + 3) / 5 = 1 = 100%.

A Figura 3 mostra esse movimento, sem uma parte persistente em amarelo, e com as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) quatro microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 13 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 13 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 86,67% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Sorgo: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Sorgo: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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157

TOMATE

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Tomate: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 389 60.866 2.302.341 37.827

1995 442 64.990 2.684.071 41.300

2000 416 59.948 3.137.738 52.341

2005 400 59.857 3.443.732 57.533

2010 402 68.990 4.277.992 62.009

2015 382 63.968 4.245.253 66.366

De 1990 para 2015, a área colhida com tomate mostrou uma leve tendência de crescimento, tendo aumentado apenas 5%, enquanto que a quantidade produzida cresceu 84% e a produtividade aumentou 75%.

Tabela 2. Tomate: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 37.827 10.435,39 27,59 31.239 14.060,33 45,01

1995 41.300 12.735,49 30,84 30.429 15.311,86 50,32

2000 52.341 17.669,32 33,76 37.154 17.579,44 47,31

2005 57.533 19.764,43 34,35 40.395 20.015,66 49,55

2010 62.009 20.376,29 32,86 41.560 22.521,43 54,19

2015 66.366 21.027,71 31,68 46.762 23.341,27 49,92

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma importante subestimação da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam surgido várias discrepâncias no desvio padrão e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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158

Tabela 3. Tomate: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 338 30 14 7 389 0,865

1995 390 31 15 6 442 0,881

2000 369 28 13 6 416 0,885

2005 349 30 14 7 400 0,868

2010 358 29 11 4 402 0,896

2015 339 28 11 4 382 0,892

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima de 0,85, chegando a ter um valor próximo de 0,9 em alguns anos, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; além disso, ele mostrou uma leve tendência de aumento;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 51 microrregiões, em 2015 foram suficientes 43 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Tomate: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PE Petrolina 141.340 141.340 6,14 6,14

BA Juazeiro 124.253 265.593 5,40 11,54

GO Entorno de Brasília 112.903 378.495 4,90 16,44

SP Campinas 66.231 444.726 2,88 19,32

SP Moji-Mirim 58.000 502.726 2,52 21,84

SP São Joaquim da Barra 53.934 556.660 2,34 24,18

SP Capão Bonito 52.600 609.260 2,28 26,46

2015 SP Capão Bonito 368.631 368.631 8,68 8,68

GO Entorno de Brasília 346.889 715.520 8,17 16,85

GO Anápolis 203.388 918.907 4,79 21,65

SP Itapeva 177.022 1.095.929 4,17 25,82

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Tomate: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Tomate: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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160

DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Tomate: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 37,50 81,82 83,33 77,78 77,78

1995 . 90,91 91,67 88,89 88,89

2000 . . 55,56 57,14 75,00

2005 . . . 42,86 62,50

2010 . . . . 66,67

50 1990 50,00 51,85 68,75 80,00 83,87

1995 . 40,00 55,17 75,86 80,00

2000 . . 46,15 64,00 74,07

2005 . . . 50,00 50,00

2010 . . . . 42,11

75 1990 33,87 44,44 47,76 60,29 63,77

1995 . 35,00 39,06 52,31 60,29

2000 . . 31,03 43,10 47,46

2005 . . . 33,33 45,90

2010 . . . . 38,89

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) duas microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) cinco que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (5 + 2) / 9 = 0,7778 = 77,78%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 25 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 26 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 18 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 63,77% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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161

Figura 3. Tomate: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Tomate: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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162

TRIGO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de área colhida, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Trigo: número de microrregiões, área colhida (ha), quantidade produzida (t) e produtividade média (kg/ha), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total área colhida

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 131 2.365.225 3.005.307 1.271

1995 115 1.379.864 2.307.636 1.672

2000 110 1.372.314 2.518.082 1.835

2005 129 2.242.698 4.320.828 1.927

2010 120 2.250.245 5.638.939 2.506

2015 129 2.653.787 5.885.173 2.218

De 1990 para 2015, a área colhida com trigo mostrou uma leve tendência de crescimento, tendo aumentado apenas 12%, enquanto que a quantidade produzida cresceu 96 e a produtividade aumentou 75%.

Tabela 2. Trigo: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 1.271 210,33 16,55 1.433 544,34 37,99

1995 1.672 364,04 21,77 1.805 803,13 44,48

2000 1.835 387,94 21,14 1.999 911,83 45,61

2005 1.927 499,06 25,90 2.251 1.006,86 44,73

2010 2.506 407,42 16,26 2.574 877,75 34,10

2015 2.218 715,78 32,28 2.480 916,11 36,95

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma superestimação sistemática da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Também teriam sido sistematicamente superestimados o desvio padrão e o coeficiente de variação.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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163

Tabela 3. Trigo: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 106 13 7 5 131 0,786

1995 90 13 8 4 115 0,762

2000 85 12 7 6 110 0,733

2005 100 14 9 6 129 0,742

2010 91 14 9 6 120 0,722

2015 100 14 8 7 129 0,736

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre entre 0,7 e 0,8, o qual indica a elevada concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; no entanto, ele mostrou uma leve tendência de diminuição;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 25 microrregiões, em 2015 precisaram-se 29 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Trigo: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 PR Toledo 283.426 283.426 9,43 9,43

PR Campo Mourão 157.798 441.223 5,25 14,68

MS Dourados 149.060 590.283 4,96 19,64

SP Assis 127.951 718.234 4,26 23,90

PR Cornélio Procópio 123.014 841.248 4,09 27,99

2015 PR Cascavel 270.748 270.748 4,60 4,60

PR Campo Mourão 262.824 533.572 4,47 9,07

RS Santo Ângelo 260.534 794.106 4,43 13,49

PR Guarapuava 212.481 1.006.587 3,61 17,10

PR Telêmaco Borba 207.750 1.214.337 3,53 20,63

PR Ivaiporã 207.465 1.421.802 3,53 24,16

PR Ponta Grossa 205.323 1.627.124 3,49 27,65

Percebem-se muitas alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Trigo: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Trigo: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Trigo: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 71,43 62,50 62,50 77,78 90,91

1995 . 75,00 57,14 57,14 77,78

2000 . . 50,00 28,57 81,82

2005 . . . 50,00 81,82

2010 . . . . 70,00

50 1990 40,00 43,75 50,00 50,00 71,43

1995 . 33,33 50,00 41,18 57,89

2000 . . 25,00 25,00 44,44

2005 . . . 33,33 57,14

2010 . . . . 50,00

75 1990 27,59 38,71 41,18 45,71 57,89

1995 . 21,43 31,25 31,25 41,18

2000 . . 25,81 25,81 36,36

2005 . . . 12,90 24,24

2010 . . . . 18,75

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) quatro que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) seis que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (4 + 6) / 11 = 0,9091 = 90,91%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 16 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) nove que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 13 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 57,89% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Trigo: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Trigo: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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PRODUTOS DA PECUÁRIA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de ovinos tosquiados, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Lã: número de microrregiões, ovinos tosquiados (cabeça), quantidade produzida (kg) e produtividade média (kg/cabeça), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total ovinos tosquiados

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 162 9.935.745 29.188.665 3

1995 156 7.678.287 21.973.407 3

2000 151 4.473.806 12.927.796 3

2005 143 3.730.862 10.942.119 3

2010 132 3.900.193 11.615.502 3

2015 124 3.824.602 11.387.668 3

De 1990 para 2015, o número de ovinos tosquiados caiu 62% e a quantidade produzida de lã diminuiu 61%; por sua vez, a produtividade praticamente não mudou, tendo ficado em 3 kg/cabeça em números redondos.

Tabela 2. Lã: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 3 0,36 12,12 2 0,84 43,09

1995 3 0,39 13,73 2 0,73 36,98

2000 3 0,40 13,96 2 0,67 32,72

2005 3 0,46 15,81 2 0,64 30,34

2010 3 0,47 15,92 2 0,65 29,53

2015 3 0,45 15,25 2 0,60 27,10

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma importante subestimação da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, o desvio padrão e o coeficiente de variação teriam sido sistematicamente superestimados.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Lã: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 157 2 2 1 162 0,963

1995 151 2 1 2 156 0,962

2000 144 4 1 2 151 0,951

2005 137 3 1 2 143 0,953

2010 126 3 1 2 132 0,949

2015 117 4 1 2 124 0,941

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve sempre acima ou próximo de 0,95, o qual indica a elevadíssima concentração espacial da quantidade produzida e, portanto, da produtividade; em todo caso, houve uma leve tendência de diminuição desse valor;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por cinco microrregiões, em 2015 precisaram-se sete para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em 2015, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Lã: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 RS Campanha Ocidental 7.725.476 7.725.476 26,47 26,47

2015 RS Campanha Central 2.540.712 2.540.712 22,31 22,31

RS Campanha Ocidental 2.322.256 4.862.967 20,39 42,70

Há uma microrregião diferente entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Lã: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Lã: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Lã: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00

1995 . 66,67 66,67 66,67 66,67

2000 . . 0,00 0,00 0,00

2005 . . . 0,00 0,00

2010 . . . . 0,00

50 1990 50,00 0,00 0,00 50,00 50,00

1995 . 50,00 50,00 50,00 50,00

2000 . . 0,00 50,00 50,00

2005 . . . 50,00 50,00

2010 . . . . 0,00

75 1990 0,00 28,57 16,67 16,67 28,57

1995 . 28,57 16,67 16,67 28,57

2000 . . 14,29 14,29 25,00

2005 . . . 0,00 14,29

2010 . . . . 14,29

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) uma microrregião esteve nos dois anos (“parte persistente”); b) nenhuma que tivesse estado em 1990 saiu para 2015; e c) uma que apareceu em 2015 não esteve em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (0 + 1) / 2 = 0,5 = 50%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, sem microrregiões que saíram em vermelho e a que entrou em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) cinco microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) nenhuma que tivesse estado em 1990 saiu para 2015 (isto é, não há parte em vermelho); e c) duas que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 28,57% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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Figura 3. Lã: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Lã: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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LEITE DE VACA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

Nesta seção será usado, com frequência, o termo “leite” para designar o leite de vaca. A Tabela 1 apresenta os dados de vacas ordenhadas, quantidade produzida e produtividade, nos anos selecionados, para o total do País. A Tabela 2 mostra a comparação entre algumas estatísticas para a variável produtividade, devidamente ponderada, e o que valeriam essas estatísticas sem considerar a ponderação (indicado com “simples”).

Tabela 1. Leite: número de microrregiões, vacas ordenhadas (cabeça), quantidade produzida (1.000 l) e produtividade média (l/cabeça), nos anos indicados.

Ano No. de casos

Total vacas ordenhadas

Total quant. produzida

Produtividade média

1990 558 19.518.517 14.781.886 757

1995 558 18.973.715 16.922.834 892

2000 556 17.824.876 19.781.820 1.110

2005 554 20.532.356 24.481.570 1.192

2010 555 22.863.133 30.639.124 1.340

2015 554 22.407.784 35.087.300 1.566

De 1990 para 2015, o número de vacas ordenhadas cresceu 15%, a quantidade produzida de leite aumentou 137% e a produtividade 107%.

Tabela 2. Leite: algumas estatísticas de produtividade, comparando com e sem ponderação (estas assinaladas como “simples”).

Ano Produtividade média

DP CV Média simples

DP simples

CV simples

1990 757 369,82 48,83 752 389,96 51,85

1995 892 427,84 47,97 835 427,07 51,12

2000 1.110 542,23 48,86 1.007 540,82 53,72

2005 1.192 641,20 53,78 1.075 598,36 55,67

2010 1.340 795,35 59,35 1.180 717,37 60,81

2015 1.566 910,57 58,15 1.318 837,42 63,54

Segundo a Tabela 2, teria acontecido uma subestimação sistemática da média da produtividade se não tivessen sido usadas as ponderações adequadas. Ao mesmo tempo, teriam surgido várias discrepâncias no desvio padrão e o coeficiente de variação teria sido sistematicamente superestimado.

CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

A Tabela 3 mostra, para cada um dos anos indicados, o número de microrregiões com registro de alguma produção, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o índice de Gini dessa distribuição.

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Tabela 3. Leite: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida e índice de Gini dessa distribuição.

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

1990 379 93 55 31 558 0,646

1995 389 91 50 28 558 0,671

2000 397 87 47 25 556 0,693

2005 403 83 45 23 554 0,709

2010 414 81 39 21 555 0,733

2015 421 77 36 20 554 0,748

Segundo os valores da Tabela 3, tem-se o seguinte:

o índice de Gini esteve ao redor de 0,7, com clara tendência de aumento; em todo caso, em geral, ele foi menor do que na maioria dos demais produtos;

enquanto em 1990 o G75 esteve constituído por 179 microrregiões, em 2015 bastaram 133 para reunir 75% da quantidade produzida.

Na Tabela 4 aparecem as microrregiões que formaram o grupo 25 em 1990 e 2015. Em cada ano, elas foram colocadas em ordem decrescente da quantidade produzida. Os mapas das Figuras 1 e 2 mostram a distribuição espacial das microrregiões que formaram o grupo 75, em 1990 e 2015, respectivamente, indicando os quartéis em que se situavam.

Tabela 4. Leite: microrregiões no grupo 25, em 1990 e 2015.

Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

1990 MG Frutal 209.746 209.746 1,42 1,42

GO Meia Ponte 187.830 397.576 1,27 2,69

MG Uberlândia 171.174 568.749 1,16 3,85

MG Araxá 163.761 732.510 1,11 4,96

SP São João da Boa Vista 162.840 895.350 1,10 6,06

PR Toledo 157.648 1.052.998 1,07 7,12

MG Juiz de Fora 145.684 1.198.681 0,99 8,11

MG Muriaé 140.099 1.338.780 0,95 9,06

SP São José do Rio Preto 136.200 1.474.980 0,92 9,98

MG Governador Valadares 129.696 1.604.676 0,88 10,86

MG Bom Despacho 125.541 1.730.216 0,85 11,70

MG Passos 121.512 1.851.728 0,82 12,53

GO Sudoeste de Goiás 120.125 1.971.853 0,81 13,34

MG Patrocínio 119.390 2.091.242 0,81 14,15

MG São João Del Rei 118.477 2.209.719 0,80 14,95

RS Lajeado-Estrela 117.828 2.327.547 0,80 15,75

MG Patos de Minas 117.602 2.445.149 0,80 16,54

BA Porto Seguro 113.278 2.558.426 0,77 17,31

PR Ponta Grossa 103.575 2.662.001 0,70 18,01

MG Paracatu 101.143 2.763.144 0,68 18,69

GO Vale do Rio dos Bois 100.353 2.863.497 0,68 19,37

MG Divinópolis 94.139 2.957.636 0,64 20,01

MG Alfenas 93.905 3.051.540 0,64 20,64

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Ano UF Microrregião Quant. produzida

Quant. prod. acumulada

% % acum.

GO Entorno de Brasília 93.609 3.145.149 0,63 21,28

SP Presidente Prudente 91.689 3.236.838 0,62 21,90

MG Varginha 91.503 3.328.341 0,62 22,52

MG Uberaba 90.380 3.418.721 0,61 23,13

MG Santa Rita do Sapucaí 85.631 3.504.351 0,58 23,71

SC São Miguel d'Oeste 84.563 3.588.914 0,57 24,28

MG Sete Lagoas 82.973 3.671.887 0,56 24,84

MG São Lourenço 82.921 3.754.807 0,56 25,40

2015 SC Chapecó 790.240 790.240 2,25 2,25

SC São Miguel d'Oeste 652.478 1.442.717 1,86 4,11

MG Patos de Minas 560.789 2.003.506 1,60 5,71

RS Passo Fundo 535.971 2.539.477 1,53 7,24

PR Francisco Beltrão 533.083 3.072.560 1,52 8,76

GO Meia Ponte 530.037 3.602.597 1,51 10,27

PR Toledo 496.070 4.098.667 1,41 11,68

PR Ponta Grossa 467.750 4.566.417 1,33 13,01

MG Patrocínio 445.045 5.011.462 1,27 14,28

GO Sudoeste de Goiás 438.843 5.450.304 1,25 15,53

MG Araxá 414.372 5.864.676 1,18 16,71

MG Uberlândia 404.147 6.268.823 1,15 17,87

PR Cascavel 365.696 6.634.519 1,04 18,91

MG Paracatu 353.213 6.987.732 1,01 19,92

SC Concórdia 337.034 7.324.765 0,96 20,88

PR Pato Branco 336.389 7.661.154 0,96 21,83

MG Curvelo 335.441 7.996.595 0,96 22,79

MG Frutal 330.905 8.327.499 0,94 23,73

RO Ji-Paraná 321.052 8.648.551 0,92 24,65

MG Passos 316.997 8.965.547 0,90 25,55

Percebem-se várias alterações entre as duas listas da Tabela 4, correspondentes ao G25 em 1990 e 2015. Também aparecem diferenças visuais entre os mapas das Figuras 1 e 2, que se referem ao G75. Essas manifestações da dinâmica foram medidas e estão descritas na seção seguinte.

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Figura 1. Leite: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 1990. Figura 2. Leite: distribuição espacial do G75 da quantidade produzida, em 2015.

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DINÂMICA

A Tabela 5 apresenta as distâncias de Cantor (ou Jaccard), em pontos percentuais, entre dois anos, para os grupos 25, 50 e 75 da quantidade produzida. Como foi explicado, eles contribuem com 25%, 50% e 75%, respectivamente, para o valor da produtividade média nacional.

Tabela 5. Leite: distâncias de Cantor para três grupos, entre dois anos.

Grupo Ano inicial

Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

25 1990 26,47 52,63 57,89 70,00 69,23

1995 . 39,39 45,45 63,89 62,86

2000 . . 22,22 46,67 44,83

2005 . . . 37,04 34,62

2010 . . . . 13,64

50 1990 19,78 31,91 46,00 55,45 59,41

1995 . 19,28 32,18 44,94 51,11

2000 . . 31,33 42,86 49,41

2005 . . . 22,22 34,67

2010 . . . . 21,54

75 1990 18,75 28,43 37,44 42,36 44,78

1995 . 13,64 27,03 33,33 34,97

2000 . . 18,71 26,59 29,24

2005 . . . 14,01 25,77

2010 . . . . 19,74

Segundo as listas da Tabela 4, no G25, de 1990 para 2015 aconteceu o seguinte: a) 12 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”); b) 19 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015; e c) oito que apareceram em 2015 não estiveram em 1990. Tal como aparece na primeira linha da Tabela 5, a distância entre as duas situações foi: d = (19 + 8) / 39 = 0,6923 = 69,23%.

A Figura 3 mostra esse movimento, com a parte persistente em amarelo, as microrregiões que saíram em vermelho e as que entraram em azul.

O mapa da Figura 4 mostra o movimento que aconteceu no G75, de 1990 para 2015; ele representa a superposição dos mapas das Figuras 1 e 2. Ele ilustra o seguinte: a) 111 microrregiões estiveram nos dois anos (“parte persistente”, em amarelo); b) 68 que estiveram em 1990 não apareceram em 2015 (em vermelho); e c) 22 que apareceram em 2015 não estiveram em 1990 (em azul). Isso dá uma distância de 44,78% entre os mapas das Figuras 1 e 2, tal como aparece na Tabela 5, na linha correspondente ao G75, ano inicial 1990 e ano final 2015.

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177

Figura 3. Leite: dinâmica do G25, de 1990 para 2015. Figura 4. Leite: dinâmica do G75, de 1990 para 2015.

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RESUMOS E CONCLUSÃO

RESUMO DE CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

Todos os anos, para cada um dos produtos, existe uma grande concentração espacial da quantidade produzida. Isto é, umas poucas microrregiões dão uma contribuição fundamental para a quantidade produzida total (por exemplo, elas formam o grupo 75). De acordo com o que foi assinalado inicialmente, elas dão o mesmo percentual de contribuição para a média nacional da produtividade. Em forma de resumo, a Tabela 1 mostra, para cada produto considerado, a situação em 2015.

Para cada produto, aparece na Tabela 1 o total de microrregiões com registro do produto, a distribuição delas nos quartéis de quantidade produzida e o correspondente índice de Gini. No caso desse índice, predominam os valores acima de 0,8, o qual significa uma concentração espacial muito alta. Em termos de produtividade acontece o mesmo. Por exemplo, no caso da soja, em 2015, 22 microrregiões foram suficientes para alcançar 50% da quantidade produzida. Portanto, pela decomposição da produtividade em contribuições aditivas, conforme mostrado no capítulo sobre a metodologia, elas contribuíram com, pelo menos, 50% no cálculo da produtividade média nacional.

Como complemento, adicionou-se um indicador de concentração espacial que pode ser calculado rapidamente, e não se afasta muito do índice de Gini. Basta dividir o número em Q1 pelo total de casos. Logicamente, em outras situações, esse indicador poderia diferir consideravelmente do de Gini, e não seria recomendável. No entanto acontece, no caso da agricultura brasileira, para os diferentes produtos, o tipo de distribuição ilustrado na Tabela 1. Ou seja, em termos individuais, umas poucas microrregiões produzem muito, particularmente as que formam o quartel superior (Q4), enquanto que muitas produzem pouco e formam o quartel inferior (Q1). Essa última frequência influi em forma dominante no cálculo do índice de Gini, com a consequência de que o valor desse índice difere pouco da frequência relativa de Q1.

Também se adicionou, ao pé da Tabela 1, a distribuição conjunta dos 33 produtos nos quartéis, com seus indicadores de concentração. Todavia, para maior detalhamento, essa distribuição aparece também na forma mais familiar de frequências relativas, expressas em porcentagem. Essa é a distribuição média das correspondentes aos diferentes produtos, no entendido de que se trata de uma média ponderada pelo número de casos. Na escola francesa de análise de dados (VOLLE, 1997), ela é chamada de centro de gravidade do conjunto das distribuições nas linhas (isto é, para cada produto) consideradas com suas respectivas ponderações (número de casos). Ela informa que, em média, em 2015, menos de 12% das microrregiões com registro de um produto foram suficientes para alcançar 75% da sua quantidade produzida total e, do mesmo modo, 75% da sua produtividade média nacional.

RESUMO DE DINÂMICA

Todos os produtos mostram alguma forma de deslocamento, dependendo do espaço de estados que for escolhido em cada caso. Quando o espaço de estados está definido por conjuntos de microrregiões que possuem certo atributo, a mudança de um ano para outro significa, propriamente, um deslocamento sobre o território nacional, isto é, um movimento da agricultura.

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Tabela 1. Resumo de concentração espacial da produtividade em 2015.

Domínio/Produto Q1 Q2 Q3 Q4 No. de casos

Índice de Gini

Q1/No. de casos

Lavouras

permanentes:

Banana 451 42 15 6 514 0,883 0,877

Café 226 16 9 6 257 0,865 0,879

Laranja 434 13 7 5 459 0,939 0,946

Maçã 72 1 1 1 75 0,947 0,960

Mamão 258 8 2 1 269 0,963 0,959

Manga 289 15 2 2 308 0,946 0,938

Maracujá 335 15 5 2 357 0,942 0,938

Sisal 16 1 1 1 19 0,789 0,842

Uva 203 5 1 1 210 0,968 0,967

Lavouras

temporárias:

Abacaxi 263 10 4 3 280 0,936 0,939

Algodão herbáceo 92 4 1 2 99 0,926 0,929

Alho 114 4 1 2 121 0,939 0,942

Amendoim 192 6 3 2 203 0,941 0,946

Arroz 377 9 5 2 393 0,958 0,959

Aveia 58 8 4 3 73 0,772 0,795

Batata-doce 240 32 14 6 292 0,822 0,822

Batata-inglesa 123 10 5 3 141 0,863 0,872

Cana-de-açúcar 434 25 14 8 481 0,893 0,902

Cebola 123 8 5 3 139 0,871 0,885

Centeio 14 3 2 1 20 0,667 0,700

Cevada 34 5 0 1 40 0,883 0,850

Feijão 465 45 16 7 533 0,877 0,872

Mamona 48 1 0 1 50 0,960 0,960

Mandioca 454 60 24 9 547 0,835 0,830

Melancia 309 38 11 4 362 0,867 0,854

Melão 105 2 1 1 109 0,957 0,963

Milho 477 41 17 5 540 0,889 0,883

Soja 221 34 16 6 277 0,798 0,798

Sorgo 152 9 5 3 169 0,890 0,899

Tomate 339 28 11 4 382 0,892 0,887

Trigo 100 14 8 7 129 0,736 0,775

Produtos da

pecuária:

Lã 117 4 1 2 124 0,941 0,944

Leite de vaca 421 77 36 20 554 0,748 0,760

Total de registros 7.556 593 247 130 8.526 0,885 0,886

Distrib. média (%) 88,62 6,96 2,90 1,52 100,00 ─ ─

Para ilustrar e resumir os resultados nesse sentido, apresentam-se na Tabela 2 as distâncias de Cantor (em pontos percentuais, entre zero e 100), percorridas pelos grupos 75 da quantidade produzida dos diferentes produtos, a partir da situação inicial, no ano de 1990. Ou seja, em geral, para cada produto, entre o conjunto inicial de microrregiões e o conjunto no ano final escolhido, aconteceu que algumas

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permaneceram, outras que estavam no ano inicial não apareceram no ano final, e outras que não figuravam no grupo 75 no ano inicial apareceram no ano final. A maioria dos produtos mostra deslocamentos substanciais do grupo 75 entre 1990 e 2015, com distâncias de mais de 50 pontos percentuais. Como, em cada ano, e para cada produto, esse grupo contribui com 75% da produtividade média nacional, vê-se a importância de acompanhar sua evolução, tanto no aspecto quantitativo quanto territorial.

Tabela 2. Distâncias de Cantor (em pontos percentuais), que medem o movimento do grupo 75 da quantidade produzida, no nível de microrregiões, a partir de 1990.

Domínio/Produto Ano final

1995 2000 2005 2010 2015

Lavouras permanentes:

Banana 40,00 56,48 60,00 60,20 64,00

Café 35,85 38,89 41,07 48,21 50,91

Laranja 33,33 36,84 42,86 56,00 59,26

Maçã 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00

Mamão 0,00 0,00 40,00 42,86 63,64

Manga 33,98 60,19 82,98 87,91 85,56

Maracujá 55,56 82,86 77,78 89,66 89,29

Sisal 50,00 66,67 66,67 66,67 66,67

Uva 22,22 45,45 22,22 22,22 33,33

Lavouras temporárias:

Abacaxi 47,37 52,38 55,00 52,38 57,14

Algodão herbáceo 30,77 88,10 95,00 97,37 100,00

Alho 48,48 74,19 85,29 83,33 82,76

Amendoim 20,00 18,18 47,06 47,06 25,00

Arroz 32,94 59,52 66,27 72,50 79,49

Aveia 30,00 56,52 65,38 44,44 45,00

Batata-doce 26,32 49,21 48,53 49,28 62,16

Batata-inglesa 25,00 48,48 51,52 67,65 69,70

Cana-de-açúcar 27,45 35,19 37,50 49,18 50,00

Cebola 28,57 26,67 60,00 52,63 57,89

Centeio 70,00 60,00 72,73 66,67 81,82

Cevada 50,00 58,33 41,67 81,25 76,92

Feijão 32,14 40,48 50,86 57,99 72,35

Mamona 58,33 58,33 58,33 71,43 77,78

Mandioca 21,48 41,38 43,62 42,57 51,39

Melancia 41,94 58,67 71,43 68,83 70,51

Melão 16,67 33,33 33,33 50,00 33,33

Milho 23,20 34,65 41,04 50,38 65,67

Soja 11,90 22,22 41,82 47,46 57,35

Sorgo 69,23 75,00 73,33 83,87 86,67

Tomate 33,87 44,44 47,76 60,29 63,77

Trigo 27,59 38,71 41,18 45,71 57,89

Produtos da pecuária:

Lã 0,00 28,57 16,67 16,67 28,57

Leite de vaca 18,75 28,43 37,44 42,36 44,78

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CONCLUSÃO

Esta nota técnica sintetiza os primeiros resultados dos trabalhos de caracterização quantitativa da produtividade na agricultura brasileira, iniciado em 2017 no âmbito do Núcleo de Métodos e Estudos Quantitativos para Apoio à Decisão (NAD) da SGI. Especificamente, trata da concentração espacial e da dinâmica da produtividade agrícola no nível microrregional.

Tal análise tornou-se possível com a aplicação de um método inovador para desagregar a produtividade média nacional em contribuições regionais aditivas. Esse método, mostrado na seção de metodologia, foi aplicado, ano a ano, para 31 culturas vegetais e dois produtos da pecuária, nominalmente: abacaxi, algodão herbáceo, alho, amendoim, arroz, aveia, banana, batata-doce, batata-inglesa, café, cana-de-açúcar, cebola, centeio, cevada, feijão, lã, laranja, leite de vaca, maçã, mamão, mamona, mandioca, manga, maracujá, melancia, melão, milho, sisal, soja, sorgo, tomate, trigo e uva.

É importante ressaltar que cada produto apresenta uma evolução própria, descrita em cada capítulo desta nota técnica, mas que, observando as situações individuais e as respectivas mudanças espaço-temporais, é possível distinguir um padrão geral para todos os produtos que pode ser resumido conforme segue:

1) em qualquer ano, pela concentração espacial da quantidade produzida, poucas microrregiões perfazem uma parte substancial do total no País. Como regra geral, com poucas exceções (neste trabalho, apenas o centeio), o G75 de cada produto, que reúne 75% do total nacional da quantidade produzida, está constituído por menos de 25% das microrregiões com registro do produto. Pela representação aditiva da produtividade média nacional, essas mesmas microrregiões contribuem com 75% para o cálculo dessa média, o que caracteriza, do mesmo modo, a concentração espacial da produtividade;

2) no entanto, pela dinâmica, essas poucas microrregiões mudam ao longo do tempo, ou seja, há um deslocamento da agricultura em termos das microrregiões que mais contribuem para a produção e a produtividade nacionais.

Além disso, nas microrregiões, há outros tipos de variabilidade temporal da produtividade, que não envolvem deslocamento sobre o território. Essa questão foge ao escopo desta nota técnica, mas poderá ser objeto de futuros esforços de pesquisa na linha da caracterização quantitativa da produtividade na agricultura brasileira.

Por fim, os resultados deste trabalho reforçam a ideia de que ter um conhecimento geral da evolução quantitativa e espacial da produção e da produtividade agrícola nas últimas décadas, e mais detalhado sobre o comportamento em anos recentes, é importante para o planejamento e o monitoramento de programas de desenvolvimento regional e outras iniciativas orientadas para ganhos de produtividade e de produção agrícola. Ainda, durante a execução desses programas e iniciativas, é necessário acompanhar o desempenho da agricultura para sinalizar mudanças qualitativas,

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quantitativas e espaciais, sua relação com a produtividade e seus impactos sobre a produção.

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REFERÊNCIAS

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